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SOROCABA • DOMINGO • 12 DE JULHO DE 2015 caderno de domingo E2 Telma Silverio [email protected] A cesso à internet, na casa da esteticista Viviane Or- tolani Santos e do super- visor de vendas Ives de Oliveira Santos, somente depois de ter minar as tarefas escolares. A condição imposta pelos pais não é questionada pelos filhos Gustavo, 11 anos, e Larissa, de 8. Ambos têm per fil nas redes sociais e o acesso é per mitido; no entanto, sob o olhar atento dos pais que de- têm inclusive as senhas de aces- so. Viviane explica que os filhos utilizam bastante a internet para pesquisas, e que a escola, nesse sentido, tem um portal educacional que estimula a interatividade. “Tem vários aplicativos que eles in- teragem. Principalmente a Larissa que começou a usar a internet com 6 anos. Ela usa um chamado Ami- gos para Sempre.” É importante que os filhos te- nham acesso à internet desde que seja um uso consciente, ressalta a esteticista. “Devemos ensiná-los que, do mesmo jeito que têm coisas ruins nas ruas, temos também na inter net. Por isso que ficamos o tempo todo ao lado deles”, destaca Viviane. Vigilância sutil Para a promotora de vendas Adriana de Fátima Antunes Coe- lho, a liberdade do filho deve ser uma “liberdade vigiada”, mas sem que veja dessa forma. Mãe de Jú- lia, 13 anos, ela conta que desde os 10 anos a filha possui perfil nas redes sociais. Seu marido, o meta- lúrgico Fábio Luis Travela Coelho, não aprovou e acabou cedendo, mas instalou o Ccleaner Free. “Funciona para a limpeza de PC, mas eu consigo ver as páginas vi- sitadas.” Adriana explica que na época, ainda em alta o Orkut, a entrada da filha no mun do vir tual era uma questão de tempo. “Era ine- vi tá vel. To das as ami gui nhas têm.” Mes mo achan do cha to, o casal costuma acessar as conver- sas. E para adicionar alguém so- mente com a aprovação dos pais. “Explico que existem muitos fa- kes (per fis falsos) de pessoas que colocam nomes e fotos que não são delas, então ela não adiciona sem me consultar antes.” A mãe afir ma que a filha tem conheci- mento desse risco, pois teve de excluir um fake de seu per fil. Há cerca de um ano, a Júlia também troca mensagens pelo whatsApp, mas somente algumas amigas e fa- miliares têm o número do celular. “Já aconteceu de uma amiga que- rer passar o número para outra, mas não deixei“, afirma a mãe. Adriana Antunes destaca a im- portância dos pais ficarem aten- tos, pois as crianças são influencia- das com bastante facilidade. “São inocentes. Não há malícia. Às vezes podem ser levadas a adicionar um perfil por acreditarem que é do cantor preferido.” Ela explica que a filha segue vários artistas. Entre eles, Luan Santana, Michel Teló, Katy Perry e Lucas Lucco. “Adoles- cente muda toda semana de artis- ta preferido.” A promotora de ven- das cita o nome de Kéfera Buch- mann, uma blogueira que faz su- cesso no YouTube e virou febre en- tre os jovens. “Ainda bem que con- versamos muito com a Júlia. Ela é esperta e qualquer coisa esquisita sai fora, exclui. Mesmo de pa- lavrões ela não gosta.” SOROCABA • DOMINGO • 12 DE JULHO DE 2015 2 Os filhos de Ives e Viviane, Gustavo, 11 anos, e Larissa, de 8 anos, têm perfil nas redes sociais, mas os pais detêm as senhas de acesso Fábio Luis e Adriana de Fátima costumam checar as páginas da internet acessadas pela filha Júlia, 13 anos ALDO V. SIL VA LUIZ SETTI A pedagoga Fabiula Lombardi Silva admite que a fi- lha Maria Isabe- lla, 9 anos, é bastante co- nectada e lida com a in- ter net melhor que ela e o marido, o funcionário pú- blico Admilson Silva. Ela (filha) baixa aplicativos de joguinhos infantis. “Me surpreendo muito com a sua infantilidade, pois co- nheço meninas da sua idade que já estão pen- sando em ‘outras’ coisas”, ressalta. Fabiula revela que Maria Isabella possui per fil no Facebook e con- versa com suas amigui- nhas, com a avó e até com suas próprias amigas. O casal não apenas possui a senha como supervisio- na as conversas e posta- gens. Em breve promete presenteá-la com um aparelho celular. Isso ine- vitavelmente levará ao whatsApp, pois a menina já usa o aplicativo da mãe vez ou outra, revela Fa- biula. Para a pedagoga, a principal dica é ser amiga dos filhos. “Sempre alertar quanto aos perigos de se falar com estranhos. Não somente na internet, mas em qualquer circunstân- cia”, orienta ela. Fabiula lembra que a inter net é uma ferramenta para a defesa de uma causa, co- mo a dos animais, exem- plifica. “Maria Isabella usa as redes sociais tam- bém para fazer campa- nhas em relação aos ani- mais.” Fabiula afirma que em casa há diálogos cons- tantes, inclusive estimu- lando o uso das redes so- ciais como fontes de pes- quisa. Quanto ao marido, afirma, é mais preocupa- do em relação ao assun- to. “Antes queria proibir, mas isso foi quase impos- sível.” Nada às escondidas Na casa da coordena- dora Fer nanda Peixe, an- tes de ser aprovada a cri- ação do per fil da filha Giovanna, 11 anos, hou- ve muitas discussões, pois o marido, o gestor operacional Eugênio Ro- cha, era contrário. Entre os combinados, inclusive para sua segurança, a fi- lha precisa seguir algu- mas regras: computador ou tablet sempre na sala ou em algum lugar de passagem de todos, mas nunca no quarto; não postar nenhuma foto no Face sem a aprovação dos pais; e não incluir em hipótese alguma per fil de desconhecidos. Fernanda afir ma que o casal con- versa de forma bastante clara sobre os riscos da inter net e das redes. “Fa- lamos também tudo de bom que pode acontecer caso ela siga o que fala- mos”, considera. As conversas são to- das conferidas, e Giovan- na atende sem reclamar, pois tem consciência dos prejuízos caso não cum- pra as regras. “Não fez, não tem! E hoje em dia is- so é muito sério para eles.” Fernanda explica que no colégio onde as filhas estudam o aparelho deve per manecer na mochila, não sen do permi ti do usá- lo nem mes mo no pá tio. Re cen te men te, a mais no va vol tou pa ra casa sem o celular, pois te ve o apa relho ‘con fis - cado’ após usá-lo fora do ho rio esco lar. A mãe descreve o nervosismo e o desconforto que a filha causou a todos em casa. “Ela chorou a noite intei- ra. Não co meu, não to - mou ba nho, en fim.. tu - do pela falta do tal do ce- lular. Olha a dependên- cia dos nossos fi lhos”, ressalta. Administrar o tempo Hoje podemos ter aces- so a tudo, de forma mui- to rápida e de pratica- mente qualquer lugar, ob- serva Renata Mendes. “A questão em aberto é a re- lação com o natural e o humano que têm se perdi- do a cada dia”, lamenta. Divorciada e mãe de Gio- vana, de 8 anos, Renata conta que em sua casa as duas estão sempre conec- tadas em notebook, tablet e celular. Por outro lado, ela optou por não assistir aos canais abertos e utili- zado o monitor da tevê pa- ra acessar a inter net, as- sistir filmes e jogar com a filha, além de conferir as atividades da página do colégio em que a menina estuda. Para Renata, a administração do tempo e o contato direto com as pessoas passa a ser o maior desafio da humani- dade. “E, realmente, o fundamental é usar essa vantagem no tempo que economizamos com essas ferramentas para valori- zar mos o contato direto”, conclui. (T.S.) Maria Isabella tem perfil no Face, mas os pais Admilson e Fabiula supervisionam as conversas e postagens Giovanna (de listrado) e Giulia estão sempre conectadas, no computador, no tablet ou no celular, mas sob a supervisão da mãe, Fernanda FÁBIO ROGÉRIO EMÍDIO MARQUES Monitoramento dos adultos é essencial, pois crianças e adolescentes são influenciados com facilidade Pais ensinam filhos a usar a internet de forma consciente Fundamental é impor regras e alertar para os prejuízos

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SOROCABA • DOMINGO • 12 DE JULHO DE 2015 caderno de domingoE2

Tel ma Sil ve riotel ma.sil ve rio@jcru zei ro.com.br

A ces so à in ter net, na ca sada es te ti cis ta Vi via ne Or -to la ni San tos e do su per -vi sor de ven das Ives de

Oli vei ra San tos, so men te de pois deter mi nar as ta re fas es co la res. Acon dição im pos ta pe los pais não éques tio na da pe los fi lhos Gus ta vo,11 anos, e La ris sa, de 8. Am bostêm per fil nas re des so ciais e oaces so é per mi ti do; no en tan to,sob o olhar aten to dos pais que de -têm in clu si ve as se nhas de aces -so. Vi via ne ex pli ca que os fi lhosuti li zam bas tan te a in ter net pa rapes qui sas, e que a es co la, nes sesen ti do, tem um por tal edu ca cio nalque es ti mu la a in te ra ti vi da de.“Tem vá rios apli ca ti vos que eles in -te ra gem. Prin ci pal men te a La ris saque co me çou a usar a in ter net com6 anos. Ela usa um cha ma do Ami -gos pa ra Sem pre.”

É im por tan te que os fi lhos te -nham aces so à in ter net des de quese ja um uso cons cien te, res sal ta aes te ti cis ta. “De ve mos en si ná- losque, do mes mo jei to que têm coi sasruins nas ruas, te mos tam bém nain ter net. Por is so que fi ca mos otem po to do ao la do de les”, des ta caVi via ne.

Vigilância sutil

Pa ra a pro mo to ra de ven dasAdria na de Fá ti ma An tu nes Co e -lho, a li ber da de do fi lho de ve seruma “li ber da de vi gia da”, mas semque ve ja des sa for ma. Mãe de Jú -lia, 13 anos, ela con ta que des deos 10 anos a fi lha pos sui per fil nasre des so ciais. Seu ma ri do, o me ta -lúr gi co Fá bio Luis Tra ve la Co e lho,não apro vou e aca bou ce den do,mas ins ta lou o Ccle a ner Fre e.

“Fun cio na pa ra a lim pe za de PC,mas eu con si go ver as pá gi nas vi -si ta das.”

Adria na ex pli ca que na épo ca,ain da em al ta o Or kut, a en tra dada fi lha no mun do vir tual erauma questão de tem po. “E ra ine -vi tá vel. To das as ami gui nhastêm.” Mes mo achan do cha to, oca sal cos tu ma aces sar as con ver -sas. E pa ra adi cio nar al guém so -men te com a apro vação dos pais.“Ex pli co que exis tem mui tos fa -kes (per fis fal sos) de pes so as queco lo cam no mes e fo tos que nãosão de las, então ela não adi cio nasem me con sul tar an tes.” A mãeafir ma que a fi lha tem co nhe ci -men to des se ris co, pois te ve deex cluir um fa ke de seu per fil. Hácer ca de um ano, a Jú lia tam bémtro ca men sa gens pe lo what sApp,mas so men te al gu mas ami gas e fa -mi lia res têm o nú me ro do ce lu lar.“Já acon te ceu de uma ami ga que -rer pas sar o nú me ro pa ra ou tra,mas não dei xei“, afir ma a mãe.

Adria na An tu nes des ta ca a im -por tân cia dos pais fi ca rem aten -tos, pois as crian ças são in fluen cia -das com bas tan te fa ci li da de. “Sãoino cen tes. Não há ma lí cia. Às ve zespo dem ser le va das a adi cio nar umper fil por acre di ta rem que é docan tor pre fe ri do.” Ela ex pli ca quea fi lha se gue vá rios ar tis tas. En treeles, Luan San ta na, Mi chel Te ló,Katy Perry e Lu cas Luc co. “A do les -cen te mu da to da se ma na de ar tis -ta pre fe ri do.” A pro mo to ra de ven -das ci ta o no me de Ké fe ra Buch -mann, uma blo guei ra que faz su -ces so no You Tu be e vi rou fe bre en -tre os jo vens. “Ain da bem que con -ver sa mos mui to com a Jú lia. Ela ées per ta e qual quer coi sa es qui si tasai fo ra, ex clui. Mes mo de pa -lavrões ela não gos ta.”

SOROCABA • DOMINGO • 12 DE JULHO DE 20152

Os fi lhos de Ives e Vi via ne, Gus ta vo, 11 anos, e La ris sa, de 8 anos, têm per fil nas re des so ciais, mas os pais de têm as se nhas de aces so

Fá bio Luise Adria nade Fá ti ma

cos tu mamche car as

pá gi nasda in ter netaces sa das

pe la fi lhaJú lia, 13 anos

AL DO V. SIL VA

LUIZ SET TI

Ape da go ga Fa biu laLom bar di Sil vaad mi te que a fi -lha Ma ria Isa be -

lla, 9 anos, é bas tan te co -nec ta da e li da com a in -ter net me lhor que ela e oma ri do, o fun cio ná rio pú -bli co Ad mil son Sil va. Ela(fi lha) bai xa apli ca ti vos dejo gui nhos in fan tis. “Mesur pre en do mui to com asua in fan ti li da de, pois co -nhe ço me ni nas da suaida de que já estão pen -san do em ‘ou tras’ coi sas”,res sal ta. Fa biu la re ve laque Ma ria Isa be lla pos suiper fil no Fa ce bo ok e con -ver sa com suas ami gui -nhas, com a avó e até comsuas pró prias ami gas. Oca sal não ape nas pos suia se nha co mo su per vi sio -na as con ver sas e pos ta -gens. Em bre ve pro me tepre sen te á- la com um

apa re lho ce lu lar. Is so ine -vi ta vel men te le va rá aowhat sApp, pois a me ni najá usa o apli ca ti vo da mãevez ou ou tra, re ve la Fa -biu la.

Pa ra a pe da go ga, aprin ci pal di ca é ser ami gados fi lhos. “Sem pre aler tarquan to aos pe ri gos de sefa lar com es tra nhos. Nãoso men te na in ter net, masem qual quer cir cuns tân -cia”, orien ta ela. Fa biu lalem bra que a in ter net éuma fer ra men ta pa ra ade fe sa de uma cau sa, co -mo a dos ani mais, exem -pli fi ca. “Ma ria Isa be llausa as re des so ciais tam -bém pa ra fa zer cam pa -nhas em re lação aos ani -mais.” Fa biu la afir ma queem ca sa há diá lo gos cons -tan tes, in clu si ve es ti mu -lan do o uso das re des so -ciais co mo fon tes de pes -

qui sa. Quan to ao ma ri do,afir ma, é mais pre o cu pa -do em re lação ao as sun -to. “An tes que ria proi bir,mas is so foi qua se im pos -sí vel.”

Nada às escondidas

Na ca sa da co or de na -do ra Fer nan da Pei xe, an -tes de ser apro va da a cri-ação do per fil da fi lhaGio van na, 11 anos, hou -ve mui tas dis cussões,pois o ma ri do, o ges torope ra cio nal Eu gê nio Ro -cha, era con trá rio. En treos com bi na dos, in clu si vepa ra sua se gu ran ça, a fi -lha pre ci sa se guir al gu -mas re gras: com pu ta dorou ta blet sem pre na sa laou em al gum lu gar depas sa gem de to dos, masnun ca no quar to; nãopos tar ne nhu ma fo to no

Fa ce sem a apro vaçãodos pais; e não in cluir emhi pó te se al gu ma per fil dedes co nhe ci dos. Fer nan daafir ma que o ca sal con -ver sa de for ma bas tan tecla ra so bre os ris cos dain ter net e das re des. “Fa -la mos tam bém tu do debom que po de acon te cerca so ela si ga o que fa la -mos”, con si de ra.

As con ver sas são to -das con fe ri das, e Gio van -na aten de sem re cla mar,pois tem cons ciên cia dospre juí zos ca so não cum -pra as re gras. “Não fez,não tem! E ho je em dia is -so é mui to sé rio pa raeles.”

Fer nan da ex pli ca queno co lé gio on de as fi lhases tu dam o apa re lho de veper ma ne cer na mo chi la,não sen do per mi ti dousá- lo nem mes mo no

pá tio. Re cen te men te, amais no va vol tou pa raca sa sem o ce lu lar, poiste ve o apa re lho ‘con fis -ca do’ após usá- lo fo ra doho rá rio es co lar. A mãedes cre ve o ner vo sis mo eo des con for to que a fi lhacau sou a to dos em ca sa.“E la cho rou a noi te in tei -ra. Não co meu, não to -mou ba nho, en fim.. tu -do pe la fal ta do tal do ce -lu lar. Olha a de pen dên -cia dos nos sos fi lhos”,res sal ta.

Administrar o tempo

Ho je po de mos ter aces -so a tu do, de for ma mui -to rá pi da e de pra ti ca -men te qual quer lu gar, ob -ser va Re na ta Men des. “Aquestão em aber to é a re -lação com o na tu ral e ohu ma no que têm se per di -

do a ca da dia”, la men ta.Di vor cia da e mãe de Gio -va na, de 8 anos, Re na tacon ta que em sua ca sa asduas estão sem pre co nec -ta das em no te bo ok, ta blete ce lu lar. Por ou tro la do,ela op tou por não as sis tiraos ca nais aber tos e uti li -za do o mo ni tor da te vê pa -ra aces sar a in ter net, as -sis tir fil mes e jo gar com afi lha, além de con fe rir asati vi da des da pá gi na doco lé gio em que a me ni naes tu da. Pa ra Re na ta, aad mi nis tração do tem po eo con ta to di re to com aspes so as pas sa a ser omaior de sa fio da hu ma ni -da de. “E, re al men te, ofun da men tal é usar es savan ta gem no tem po queeco no mi za mos com es sasfer ra men tas pa ra va lo ri -zar mos o con ta to di re to”,con clui. (T.S.)

Ma ria Isa be lla tem per fil no Fa ce, mas os pais Ad mil son e Fa biu la su per vi sio nam as con ver sas e pos ta gens

Gio van na (de lis tra do) e Giu lia estão sem pre co nec ta das, no com pu ta dor, no ta blet ou no ce lu lar, mas sob a su per visão da mãe, Fer nan da

FÁBIO RO GÉ RIO EMÍDIO MAR QUES

Monitoramento dos adultos é essencial, pois crianças e adolescentes são influenciados com facilidade

Pais ensinam filhos a usar ainternet de forma consciente

Fundamental é impor regras e alertar para os prejuízos