violÊncia de gÉnero e saÚde: a intervenÇÃo numa ... · o esbatimento das tensões do próprio...

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Louise Bourgeois, 1950 I Seminário Internacional “Amor, Medo e Poder” FPCEUP, Maio 2011 _________________________________________________ Carminda Morais VIOLÊNCIA DE GÉNERO E SAÚDE: A INTERVENÇÃO NUMA PERSPECTIVA SISTÉMICA

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Page 1: VIOLÊNCIA DE GÉNERO E SAÚDE: A INTERVENÇÃO NUMA ... · o esbatimento das tensões do próprio risco. ... auto-análise (E2) (…) apoio familiar (E, E1, E2) supervisão formal,

Louise Bourgeois, 1950

I Seminário Internacional “Amor, Medo e Poder” FPCEUP, Maio 2011 _________________________________________________

Carminda Morais

VIOLÊNCIA DE GÉNERO E SAÚDE:

A INTERVENÇÃO NUMA PERSPECTIVA SISTÉMICA

Page 2: VIOLÊNCIA DE GÉNERO E SAÚDE: A INTERVENÇÃO NUMA ... · o esbatimento das tensões do próprio risco. ... auto-análise (E2) (…) apoio familiar (E, E1, E2) supervisão formal,

Louise Bourgeois, 1950

UM ESBOÇAR DESTE ESPAÇO/MOMENTO:

Introdução

Problemática

Intervenção em saúde

. perspectiva sistémica

. vozes de profissionais de saúde

acolhimento

acompanhamento

interpelações

sucesso

impacto deste trabalho nas suas vidas

Conclusão

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INTRODUÇÃO:

• Violência de género:

- Direito humanos

- Grave problema de saúde pública

SAÚDE INDIVIDUAL E COLECTIVA

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PROBLEMÁTICA: violência de género e saúde

Tentativa de suicídio - 600%

Intoxicações 79%.

Probabilidade de terem os filhos duplica

(In)sucesso escolar das próprias e os filhos

(Barros, 2008)

CRISE

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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SAÚDE

Sofrimento físico, psicológico e espiritual

Repercussões sociais, familiares, culturais e económicas

Replicação intergeracional

Cercear do exercício da cidadania

Promoção da Saúde

paradigma salutogénico (Antonovsky, 1991)

fases da vida

settings

Prevenção aos diferentes níveis

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SAÚDE: INTERVENÇÃO NUMA PERSPECTIVA SISTÉMICA

-INFORMAÇÃO PRELIMINAR –

A violência é perspectivada em resultado de uma

interacção complexa entre factores multivariados e, como

tal, é abordada numa lógica de “responsabilidade

partilhada” E1

Modelo Ecológico

Vítimas

Agressores

Redes sociais de apoio (primárias e secundárias)

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SAÚDE: INTERVENÇÃO NUMA PERSPECTIVA SISTÉMICA

-INFORMAÇÃO PRELIMINAR –

Acolhimento: “leitura abrangente nas várias áreas profissionais”

Recurso a estratégias diversas em função da singularidade e

estadio dos casos:

“acolhimento é determinante para a relação com os técnicos(…)

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SAÚDE: INTERVENÇÃO NUMA PERSPECTIVA SISTÉMICA

-INFORMAÇÃO PRELIMINAR –

“(…) Realizamos logo o mapa de rede e Genograma

(…) salvaguardar que esta gente não vai, de todo, agudizar a

situação”

(…) acolhimento, esta intervenção com a rede primária, outras

vezes, é com a rede secundária e outras com a rede mista

(…) alguns agressores não têm perfil para integrar um grupo,

(…) relaxamento e a massagem (…)” E.

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“Acompanhamento: Intervenções diferentes”

“juntamente com as redes de suporte, com as redes de serviço

vamos reunindo e delineando estratégias que permitam

o esbatimento das tensões do próprio risco.

percebemos que há outras pessoas também a necessitarem de uma

intervenção específica para si própria (…)são chamados à

consulta ” E

“intervenções grupais (…) psicoterapias individuais de orientação

Dinâmica” E2.

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“Acompanhamento: intervenções diversas”

“intervenção com outras vítimas, em fases diferentes (…) algumas

já andaram em anos anteriores” E

“A ideia é nós limitarmos estes espaços muito claros . (…)

Nós estamos sempre a frisar que é muito importante cada um deles

ter o seu espaço enquanto pessoas e terem também o seu espaço

em casal” E2

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Problematizações:

“ A perspectiva sistémica foi sempre vista de forma redutora“

“Mecanismo de corrupção para com os profissionais,

nomeadamente mulheres”

“ Denúncia mas a par com outras estratégias…”

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Sucesso: “testemunhar o reverso da medalha”

“(…) relativo (…) seria arriscadíssimo estar-lhe a dar um tempo

. É o tempo delas

(…) que voltam a pedir ajuda (…) pedem ajuda mais precocemente.

(…) melhor qualidade de vida. O sofrimento foi esbatido (…)

Empowerment das próprias famílias” E

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Impacto na vida dos profissionais

faço (…) auto-análise (E2)

(…) apoio familiar (E, E1, E2)

supervisão formal, que também existe, mas também a supervisão

informal(…) e dos colegas (E, E1; E2) horizontalidade na forma como

as decisões são tomadas e reflectidas, muita partilha (E1)

“pessoas que vivem ou viveram de perto situações de violência tenham

as suas violências bem resolvidas” E

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Conclusão:

Violência doméstica e saúde,

sob a perspectiva sistémica,

fazendo emergir as especificidades,

as regularidades mas também as singularidades

de discursos de profissionais de saúde

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BIBLIOGRAFIA ANTONOVSKY, A. (1987). Unravelling the mystery of health: how people Manage stress and stay well. San Francisco: Jossey-Bass. ANTONOVSKY, A. (1990). Studying Health Vs. Studying Disease. Lecture at the Congress for Clinical Psychology and Psychotherapy. Berlin, 19 February. Retrieved [2002-04-02] from http://www.angelfire.com/OK/SOC/ aberlim.html 232 ANTONOVSKY, A. (1991).The salutogenic approach to family system health: Promise and danger. European Congress on Mental Health in European Families. Prague, 5-8 May. Retrieved [2002-04-02] from http://www.angelfire.com/OK/SOC/agolem.html ANTONOVSKY, A. (1993a). The Sense of Coherence: An Historical and Future Perspective. Social Science and Medicine, 36, pp. 3-20.

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BIBLIOGRAFIA ANTONOVSKY, A. (1996). The salutogenic model as a theory to guide health promotion. Health Promotion International, 1, pp. 13-17. BARROS, Pedro Pita (2008). Custos Sociais e Económicos da Violência Exercida Contra as Mulheres em Portugal: dinâmicas e processos socioculturais. Comunicação apresentada no VI Congresso Português de Sociologia. LISBOA, Manuel (2007). Prevenir ou Remediar. Os custos sociais da violência contra as mulheres.Lisboa: Gabinete de Investigação em Sociologia Aplicada. Ciêncais Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa. OMS, 2005. Estudio multipaís de la OMS sobre salud de la mujer y violencia doméstica

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OBRIGADA A TODOS/AS!

Carminda Morais