caderno de ações para fortalecimento da aprendizagem da

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Page 1: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da
Page 2: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

2

Governador de Pernambuco

Paulo Henrique Saraiva Câmara

Secretário de Educação

Frederico da Costa Amancio

Secretário Executivo de Planejamento e Coordenação

Severino José de Andrade Júnior

Secretária Executiva de Desenvolvimento da Educação

Ana Coelho Vieira Selva

Secretário Executivo de Educação Profissional

Paulo Fernando de Vasconcelos Dutra

Secretário Executivo de Administração e Finanças

Ednaldo Alves de Moura Júnior

Secretário Executivo de Gestão da Rede

João Carlos de Cintra Charamba

Gerente de Políticas Educacionais dos Anos Finais do Ensino Fundamental

Shirley Cristina Lacerda Malta

Chefe de Unidade dos Anos Finais do Ensino Fundamental Rosinete Salviano Feitosa

Especialistas em Língua Portuguesa

Jamesson Marcelino da Silva

Maria da Conceição Borba de Albuquerque

Maria Luisa Araújo Guimarães

Salmo Sóstenes Pontes

Wanda Maria Braga Cardoso

Page 3: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

3

SUMÁRIO

Apresentação...................................................................................................................04

1. Procedimentos de leitura.............................................................................................05

1.1. Distinguir fato de uma opinião..............................................................................05

1.2.Propostas de Atividades..........................................................................................06

1.3.Sugestão de questões...............................................................................................10

2. Coerência e coesão no processamento do texto.......................................................13

2.1. Estabelecer Relações Lógico-Discursivas Presentes no Texto, Marcadas por

Conjunções, Advérbios Etc.......................................................................................14

2.2. Propostas de Atividades.......................................................................................14

2.3. Identificar a tese de um texto...............................................................................17

2.4. Sugestão de questões...........................................................................................17

3. Diferenciar as partes principais das secundárias em um texto.................................19

3.1. Sugestões de questões..........................................................................................21

4. Sugestão de atividades didática PSA..........................................................................26

5. Referencial Bibliográfico............................................................................................32

Page 4: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

4

APRESENTAÇÃO

Caro (a) Professor(a),

Apesar do seu caráter de truísmo, a afirmação de que não existe prática docente bem-

sucedida se não houver aprendizagem por parte dos estudantes deve estar sempre no horizonte

das preocupações de todos aqueles envolvidos com o ato de ensinar. De par com essa ideia, é

preciso considerar também que um ensino verdadeiramente eficiente deve dar ênfase tanto ao

desenvolvimento de habilidades e competências cognitivas e operacionais dos alunos quanto aos

conteúdos que devem ser partilhados com eles. Assim, o ato de ensinar precisa privilegiar um

equilíbrio entre aquilo que o aluno tem de saber e aquilo que ele pode fazer com o que

aprendeu. Disso, é esperada a construção de um sujeito criativo, crítico, analítico, pensante,

capaz de entender as diversas realidades que a ele se apresentam, transformá-las e propor

inovações.

O presente caderno é uma tentativa de contribuir para o sucesso das ideias acima

expostas por meio da abordagem de descritores que apresentaram, na última avaliação do

SAEPE, índices de acerto que podem e devem ser melhorados. Os índices em questão, com

certeza, contrariam os esforços realizados pelos professores das diversas escolas das dezessete

regionais do Estado de Pernambuco com vistas ao avanço dos estudantes no tocante às

competências e habilidade contempladas em tais descritores. Desse modo, precisam ser

corrigidos por meio de ações docentes concentradas nos pontos em que foram identificadas as

dificuldades. Por isso, o objetivo deste trabalho é contribuir para o aprimoramento da prática

dos professores, fornecendo-lhes mais um instrumento de apoio, o qual – certamente – irá se

somar às suas iniciativas individuais que visam à ascensão do desempenho dos alunos.

Na concepção deste caderno, levou-se em conta a diversidade de características de

alunos e de professores, bem como se considerou que várias são as formas de aprender e de

ensinar. Assim, ele apresenta questões discursivas, itens de múltipla escolha e sequências

didáticas. Fica claro, pois, que o objetivo é, sobremaneira, proporcionar ao educando o

desenvolvimento pleno de suas capacidades cognitivas e operacionais, conduzindo-o a isso por

meio de atividades significativas pautadas na exploração dos descritores que necessitam de um

aprofundamento. Conjugando esses dois modelos de questão, objetiva-se, pois, reforçar as

habilidades interpretativas exigidas pelas avaliações externas a que eles são submetidos e

contribuir para o desenvolvimento do eixo escrita.

Para concluir esta breve apresentação, a equipe de Língua Portuguesa da Gerência de

Políticas Educacionais dos Anos Finais do Ensino Fundamental - GEPAF manifesta o desejo de

contar com a contribuição de técnicos e professores de todas as regionais do Estado para o

aperfeiçoamento deste instrumento pedagógico que chega às mãos dos envolvidos com o ensino

de Língua Portuguesa na rede pública estadual de Pernambuco. Críticas, sugestões e adendos

são bem-vindos uma vez que o sucesso da prática educacional exige comprometimento coletivo,

bem como perene disposição para transformar o educando, reformar as próprias práticas e

também se autotransformar.

Page 5: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

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EXPLICITANDO OS DESCRITORES

TÓPICO I

PROCEDIMENTOS DE LEITURA

DESCRITOR (MATRIZ SAEPE): 10

Os textos nem sempre apresentam uma linguagem literal. Deve haver, então, a

capacidade de reconhecer novos sentidos atribuídos às palavras dentro de uma produção

textual. Além disso, para a compreensão do que é conotativo e simbólico, é preciso

identificar não apenas a ideia, mas também ler as entrelinhas, o que exige do leitor uma

interação com o seu conhecimento de mundo. A tarefa do leitor competente é, portanto,

apreender o sentido global do texto, utilizando recursos para a sua compreensão de

forma autônoma.

É relevante ressaltar que, além de localizar informações explícitas, inferir

informações implícitas e identificar o tema de um texto, nesse tópico deve-se, também,

distinguir os fatos apresentados da opinião formulada acerca desses fatos nos diversos

gêneros de texto. Reconhecer essa diferença é essencial para que o aluno possa tornar-se

mais crítico, de modo a ser capaz de distinguir o que é um fato, um acontecimento, da

interpretação que é dada a esse fato pelo autor do texto.

D10 - DISTINGUIR FATO DE UMA OPINIÃO

A confusão entre fato e opinião é motivo de desentendimentos e mal-entendidos

na vida cotidiana. Quantas vezes o indivíduo não se aferra a uma opinião sobre algo,

confiante de que sua opinião corresponde à verdade (fato) sobre aquilo que está

discutindo, provocando assim dissensos, incorrendo em sectarismos e desperdiçando a

oportunidade de realizar um diálogo realmente produtivo sobre algo que - se averiguado

com equilíbrio, bom senso e humildade – poderia resultar em esclarecimentos válidos e

em benefícios para todos os envolvidos no processo comunicativo?

Problema de mesma natureza ocorre na leitura de textos quando – muitas vezes –

o leitor toma por fato (conforme a ótica do texto) aquilo que está sendo posto como uma

opinião. Tal falha mostra uma percepção equivocada do texto e pode também traduzir

ou refletir uma prática equivocada de leitura de mundo. Distinguir fato de opinião

implica a capacidade de diferenciar o que é do que se pensa sobre algo. Separar

realidade do que se acredita sobre ela.

O leitor deve ser capaz de perceber a diferença entre o que é fato narrado ou

discutido e o que é opinião sobre ele. Essa diferença pode ser ou bem marcada no texto

ou exigir do leitor que ele perceba essa diferença integrando informações de diversas

partes do texto e/ou inferindo-as, o que tornaria a tarefa mais difícil.

Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade de o aluno identificar, no

texto, um fato relatado e diferenciá-lo do comentário que o autor, ou o narrador, ou o

personagem fazem sobre esse fato.

Essa habilidade é avaliada por meio de um texto, no qual o aluno é solicitado a

distinguir partes do texto que são referentes a um fato e partes que se referem a uma

Page 6: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

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opinião relacionada ao fato apresentado, expressa pelo autor, narrador ou por algum

outro personagem. Há itens que solicitam, por exemplo, que o aluno identifique um

trecho que expresse um fato ou uma opinião, ou então, dá-se a expressão e pede-se que

ele reconheça se é um fato ou uma opinião.

Alguns exemplos

FATO

A educação brasileira patina no atraso e na defasagem em relação à dos países

desenvolvidos.

OPINIÃO

Equacionar a problemática da educação no país é inadiável.

FATO

Novamente, a discussão acerca da redução da maioridade penal ocupa lugar de destaque

no congresso.

OPINIÃO

Como em todo tema polêmico, discutir a maioridade penal requer, pela gama de

aspectos envolvidos, sensatez e muita responsabilidade dos legisladores.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

1. Identifique as marcas de opinião nos textos abaixo:

TEXTO 01

NAVEGAR É PRECISO (NAVEGAR é preciso, 2009)

O velejador, economista e empresário Vilfredo Schürmann lançou o livro Navegando

com o Sucesso na praça central do Shopping Mueller, em Joinville, e na praça central

FATO

ALGO CUJA EXISTÊNCIA INDEPENDE DE

QUEM ESCREVE.

OPINIÃO

MANEIRA PESSOAL DE VER O FATO. A

DEPREENSÃO DE CONCEITOS E VALORES A

PARTIR DE ALGO PRÉ-EXISTENTE.

Page 7: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

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do Shopping Neumarkt, em Blumenau. Ótimo contador de histórias, apresentou

reflexões sobre o sentido de palavras como sucesso, família, trabalho em equipe, sonho

e disciplina.

TEXTO 02

A POLUIÇÃO NO MUNDO

Os grandes países industriais são os mais poluídos do mundo. Em Tóquio

vende-se oxigênio nas ruas centrais. É comum os japoneses comprarem uma dose e

enfiarem o nariz na “garrafinha”, recuperando-se do veneno que são obrigados a

respirar. Os guardas de trânsito, intoxicados pelos gases dos automóveis, têm postos de

abastecimento especiais nas esquinas.

Apesar da propaganda que apresenta o centro da Europa como um oásis verde

entre enormes fábricas, quem lê jornal sabe o que acontece com o Reno: um rio

totalmente morto e mortífero, carregando resíduos químicos por milhares de

quilômetros, contaminando os depósitos de água potável de vários países.

Metade da população holandesa bebe a água do Rio Reno, que é o maior esgoto

do mundo e o receptor de inseticidas das fábricas alemães. Seus peixes são proibidos

para o consumo, porque os detritos industriais com que se “alimentam” tornam sua

carne fétida.

E os Estados Unidos, pátria do capitalismo moderno, louvado pelo rigor de suas

leis, são – e isto seus próprios técnicos afirmam – o país mais poluído do planeta. Além

disso, são os maiores exportadores de poluição: 40% da contaminação da Terra é

provocada por suas indústrias, segundo informação de Philip Bart, ecologista e redator

da International Review.

Fonte: Júlio José Chiavenato. O massacre da natureza.

TEXTO 03

O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito à quantidade e à qualidade de

suas águas, mas, se não fizermos boas campanhas educativas para a população, logo

perderemos esse privilégio.

Em nossa opinião, já manifestada em artigos anteriores, as campanhas são

necessárias porque muitas pessoas desperdiçam água lavando calçadas diariamente,

não consertando torneiras que vazam e passando muito tempo nos chuveiros.

Nem todos são favoráveis às campanhas educativas. Para alguns economistas, a

solução é aumentar o preço da água.

Pensamos que isso seria um verdadeiro absurdo, pois o preço da água brasileira é

um dos mais altos do mundo! Por outro lado, mesmo pagando caro, os brasileiros

continuam desperdiçando água.

Todos sabemos que seria impossível viver sem água. Então, a solução melhor é

fazer campanhas educativas que ajudem a conscientizar a população, mostrando a

todos que a água é um recurso que pode se esgotar com o mau uso.

Fonte: (Adaptado de Antônio Ermírio de Moraes: Depois da água, por que não o ar?

Folha de São Paulo: Opinião – 24/03/02)

Texto disponível em: http://www.filologia.org.br/ixcnlf/10/13.htm

Page 8: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

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TEXTO 04

Textos e Opiniões

Por mais que a maioria pense que a função do jornalista é ser imparcial ao relatar

fatos, isto não é verdade. Todo texto tem opinião, a qual pode ser explícita ou estar nas

entrelinhas, tudo depende de como o autor quer ser visto.

O texto abaixo deixa clara a opinião da Rosely Sayão, psicóloga que escreve para

o caderno Equilíbrio, da Folha de São Paulo: os meios de comunicação, muitas vezes,

atrapalham a reunião familiar na hora das refeições.

Os meios de comunicação, devidamente apoiados por informações científicas,

dizem que alimentação é uma questão de saúde. Programas de TV ensinam a comer

bem para manter o corpo magro e saudável, livros oferecem cardápios de populações

com alto índice de longevidade, alimentos ganham adjetivos como "funcionais". Temos

dietas para cardíacos, para hipertensos, para gestantes, para idosos. Cada vez menos a

família se reúne em torno da mesa para compartilhar a refeição e se encontrar, trocar

ideias, saber uns dos outros. Será falta de tempo?

Talvez as pessoas tenham escolhido outras prioridades: numa pesquisa recente

sobre as refeições, 69% dos entrevistados no Brasil relataram o hábito de assistir à TV

enquanto se alimentam.

Uma criança de nove anos disse uma coisa interessante: para ela, o horário do

recreio deveria ser maior porque tomar o lanche demora e, com isso, há menos tempo

para brincar. Aí está: lanchar com os colegas não tem, para essa e muitas outras

crianças, o caráter de prazer; parece ter uma ligação mais estreita com outras

obrigações escolares. Aliás, tenho observado a dificuldade que muitas crianças têm de

falar com adultos e pares olhando para seu interlocutor. Elas falam e olham para o lado,

para baixo e até para além da pessoa com quem conversam, mas o olho no olho parece

ser desagradável, difícil para elas. Talvez seja porque estão acostumadas a olhar para a

TV ou para o jogo enquanto conversam com os pais.

O horário das refeições é o melhor pretexto para reunir a família porque ocorre

com regularidade e de modo informal. E, nessa hora, os pais podem expressar e

atualizar seus afetos pelos filhos de modo mais natural, além de construir o ambiente

acolhedor que permite aos mais novos perceber com clareza que aquele é seu grupo de

referência e de pertencimento.

Numa época em que os rituais estão em desuso, as refeições em família são um

excelente momento para transmitir tradições familiares aos filhos: quais alimentos

aquela família prefere e quais são os seus modos usuais de preparação, como se

comporta à mesa, quais assuntos costuma abordar durante a refeição, o tom de voz

usado, como os membros se tratam. Tudo isso é apreendido pelos mais novos, que

podem encontrar seu modelo de identificação familiar e ter contato com o

conhecimento construído pelas gerações anteriores da família.

O horário das refeições também pode servir para que contradições, diferenças e

conflitos entre pais e filhos surjam de modo polido, para que os filhos saibam mais

sobre a rotina profissional dos pais e para que estes ouçam sobre a vida escolar e social

dos filhos sem cobranças [...]. ( Domingo, 26 de abril de 2009)

Texto disponível em: http://raiai.com.br/carro-popular-duvida-na-escolha-leia-a-opiniao-de-quem-usa/

Page 9: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

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SUGESTÕES

O professor poderá realizar essa atividade de identificação de marcas pessoais em

grupos. Para tanto, o professor deverá disponibilizar cartolinas, canetas hidrocores e

fitas crepe para que os estudantes elaborem o seu esquema de identificação.

Posteriormente, os alunos deverão apresentar um novo esquema apresentando os fatos

ou argumentos que comprovam as opiniões retiradas dos textos. Eles poderão fazer um

quadro com as informações obtidas.

2. Enumere fatos ou argumentos que comprovem cada uma das opiniões seguintes.

A) Opinião: O fumo é prejudicial à saúde.

Fatos/Argumentos:______________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

B) Opinião: A televisão domina a vida do homem moderno.

Fatos/Argumentos:

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. Identifique as marcas de opinião no texto abaixo:

TEXTO 05

Os cães de gravata

Diogo Mainardi

Cada um escolhe seu próprio inimigo. O meu morreu no mês passado, aos 95

anos. Era Joseph Barbera, um dos fundadores dos estúdios Hanna-Barbera. No começo

de janeiro, morreu também um de seus principais colaboradores, Iwao Takamoto,

criador do Scooby-Doo. Estou com sorte. Livrei-me de dois inimigos em menos de um

mês.

Atribuo grande parte do meu fracasso pessoal aos desenhos animados de Hanna-

Barbera. O fato de ter assistido a todos os episódios dos Herculoides, da Tartaruga

Touché e dos Flintstones comprometeu meu futuro. O dano causado por horas e horas

de Space Ghost, de Wally Gator e de Jonny Quest foi definitivo. Muitas de minhas

falhas intelectuais e de personalidade podem ser imputadas a eles. De nada adiantou ler

Montaigne mais tarde. No deserto mental provocado por Frankenstein Júnior, pelos

Irmãos Rocha e pela Formiga Atômica, Montaigne simplesmente não frutifica.

Até a década de 1960, um episódio de Tom e Jerry ou de Pernalonga era feito

com algo entre 25.000 e 40.000 desenhos. Joseph Barbera e seu sócio bolaram um jeito

de produzir suas séries com menos de 2.000, abatendo seus custos. A técnica recebeu o

nome de "animação limitada". Os personagens permaneciam estáticos. A única parte de

seu corpo que se movia era a cabeça, que pulava compulsivamente da direita para a

esquerda, ora com a boca fechada, ora com a boca aberta. Para facilitar o corte, todas as

figuras tinham o pescoço encoberto por um colarinho ou por uma gravata. Nos

desenhos da Hanna-Barbera, sempre há um cachorro de gravata, um super-herói de

Page 10: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

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gravata, um dinossauro de gravata.

As paisagens sofreram o mesmo tratamento reducionista. Os personagens dos

desenhos de Hanna-Barbera habitam um mundo claustrofobicamente circular. De dois

em dois segundos eles passam pela mesma pedra, pelo mesmo veículo espacial, pelo

mesmo homenzinho careca e bigodudo de terno azul. A angústia de pertencer a um

universo que se repete continuamente só é superada pelo fato de que ninguém se dá

conta disso. Maguila, Simbad Júnior e os Brasinhas do Espaço parecem desprovidos de

memória. As tramas também se repetem de uma série para a outra. Muda apenas o

mote de cada personagem, a sua frase característica, como "Saída pela esquerda",

"Shazam!" ou "Oh, querida Clementina", recitada por um mau dublador.

Joseph Barbera e Iwao Takamoto empobreceram minha vida. Assim como

empobreceram a vida de todos os meus contemporâneos. Há fases em que a

humanidade melhora e há fases em que ela piora. Nada representa com tanta clareza o

barateamento intelectual do nosso tempo quanto os desenhos animados de Hanna-

Barbera. Cada quadro economizado por eles significou para nós uma ideia a menos, um

pensamento a menos, uma sinapse a menos. Os pioneiros de Hanna-Barbera acabam de

morrer, mas nossa época está irremediavelmente perdida. O único consolo é que

esquecemos a miséria em que vivemos de dois em dois segundos.

4. Enumere fatos ou argumentos que comprovem cada uma das opiniões seguintes.

C) Opinião: Atribuo grande parte do meu fracasso pessoal aos desenhos animados

de Hanna-Barbera.

Fatos/Argumentos:______________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

D) Opinião: Joseph Barbera e Iwao Takamoto empobreceram minha vida.

Fatos/Argumentos:______________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

SUGESTÕES DE QUESTÕES

Compreendendo e Interpretando o texto

TEXTO 06

“Crise da água”?

As principais fontes de água doce são os rios, os lagos, as lagoas e os lençóis

freáticos, como é chamada a camada de água que fica sob o solo. Aqui no Brasil, essas

fontes, que já são mal distribuídas pelo território, sofrem também com a poluição.

Os rios estão com a qualidade de suas águas comprometida. É que, ao mesmo

tempo em que fazem uso das aguas, as indústrias lançam nelas toda a sujeira que

acumulam enquanto estão trabalhando. Grande parte dessa sujeira é formada por

Page 11: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

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substâncias venenosas às plantas e aos animais. Por isso, vemos com frequência peixes

mortos em rios e lagos.

Alguns cientistas acreditam que o aumento do consumo de água doce somado à

sua poluição são fatores que mais vão colaborar para a redução desse líquido no nosso

planeta. Pesquisadores avaliam que num futuro muito próximo alguns países poderão

brigar mais por reservas de água doce do que por petróleo. E essa “crise da agua”

poderá acontecer já no século 21.

Por isso, temos a importante tarefa de evitar o desperdício de água doce e reduzir

a poluição. Não devemos também nos esquecer de recuperar o que já foi destruído. Será

preciso muito trabalho para trazer de volta a qualidade desse líquido que se torna cada

vez mais raro.

A grande preocupação dos cientistas é que, ao contrário de outros recursos, como

o petróleo, para qual existem meios de compensar a falta, a água doce não tem

substituto. Então, é bom controlar a torneira!

FONTE: Ciência Hoje das Crianças, n. 80, maio 1998. (Encarte Petrobrás; texto adaptado).

5. Mostre que você distingue, do texto lido, o que é fato e o que é opinião,

marcando (F) para fato e (O) para opinião:

( ) As principais fontes de água doce são os rios, os lagos, as lagoas e os lençóis

freáticos.

( ) Lençóis freáticos é a camada de água que fica sob o solo.

( ) O aumento do consumo de água doce somado à sua poluição vão colaborar para a

redução da água no nosso planeta.

( ) Num futuro muito próximo alguns países poderão brigar mais por reservas de água

doce do que por petróleo.

6. O texto diz que uma “crise da água” poderá acontecer no século 21.

A) O que se pode entender por “crise da água”?

B) O que pode causar essa “crise”?

C) O que é preciso fazer para evitar essa “crise”?

D) O panorama atual vivenciado no País permite afirmar que a crise preconizada no

texto já é uma realidade? Dê sua opinião.

7. Enumere argumentos relacionados a cada um dos fatos seguintes.

A) A água doce é um recurso escasso em nosso planeta.

B) Em ano eleitoral, como foi 2014, candidatos fizeram malabarismos retóricos para

amenizar a dimensão do colapso e evitar a palavra racionamento.

8. Os exercícios abaixo são importantes para fixar a diferença entre fato e opinião.

Marque F para fato e O para opinião. Justifique o que você marcou como opinião.

A) Mesmo que a falta de chuva se concentre no Sudeste, o impacto se espraiará pelo

país.

Page 12: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

12

B) Em Minas Gerais, após sobretaxar o consumo, o governo sinalizou que pretende

adotar racionamento para diminuir o uso em pelo menos 30%. Eventos tradicionais,

como o Carnaval em Ouro Preto, terão de ser adaptados. (Zero Hora 31/01/2015)

C) Obra de saneamento “não aparece” e, por isso, “não dá voto”. (Zero Hora

31/01/2015)

D) Analistas projetam que o Brasil crescerá 0,1% em 2015, só que o ajuste fiscal do

governo e a falta de água podem levar a taxa para baixo de zero. (Zero Hora

31/01/2015)

Pesquisa de Opinião

9. Organize os alunos em grupo e entregue a cada aluno do grupo uma cópia da

mesma frase. Cada aluno deverá entrevistar quatro pessoas em casa ou vizinhos.

Voltando ao grupo, em sala de aula, todos ouvirão as respostas. Discutirão entre si

e apresentarão à classe sua frase e o resultado da pesquisa.

Educa as crianças e não precisarás

castigar os homens.

Pitágoras

Educação nunca foi despesa. Sempre foi

investimento com retorno garantido.

Sir Arthur Lewis

Enquanto o poço não seca, não sabemos

dar valor à água.

Thomas Fuller

Cada dia a natureza produz o suficiente

para nossa carência. Se cada um tomasse

o que lhe fosse necessário, não havia

pobreza no mundo e ninguém morreria de

fome.

Mahatma Gandhi

"Crianças gostam de fazer perguntas

sobre tudo. Mas nem todas as respostas

cabem num adulto."

Arnaldo Antunes

A educação exige os maiores cuidados,

porque influi sobre toda a vida.

Sêneca

É no problema da educação que assenta o

grande segredo do aperfeiçoamento da

humanidade.

Immanuel Kant

A educação de um povo pode ser julgada,

antes de mais nada, pelo comportamento

que ele mostra na rua. Onde encontrares

falta de educação nas ruas, encontrarás o

mesmo nas casas.

Edmondo Amicis

Perguntas para reflexão e debate:

A) Você concorda com essa opinião? (O aluno deverá mostrar a frase para o

entrevistado ou falá-la)

B) O que o autor da frase quis dizer com ela?

Page 13: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

13

Compreendendo e Interpretando o texto

TEXTO 07

10. Em relação à tira acima, estimule seus alunos a refletirem sobre a diferença

entre fato e opinião.

EXPLICITANDO OS DESCRITORES

TÓPICO IV

COERÊNCIA E COESÃO NO PROCESSAMENTO DO TEXTO

DESCRITORES (MATRIZ SAEPE): 17,19 e 27

O Tópico IV trata dos elementos que constituem a textualidade, ou seja,

aqueles elementos que constroem a articulação entre as diversas partes de um texto: a

coerência e a coesão. Considerando que a coerência é a lógica entre as ideias expostas

no texto, para que exista coerência é necessário que a ideia apresentada se relacione ao

todo textual dentro de uma sequência e progressão de ideias.

Para que as ideias estejam bem relacionadas, também é preciso que estejam

bem interligadas, bem “unidas” por meio de conectivos adequados, ou seja, com

vocábulos que têm a finalidade de ligar palavras, locuções, orações e períodos. Dessa

forma, as peças que interligam o texto, como pronomes, conjunções e preposições,

promovendo o sentido entre as ideias são chamadas coesão textual. Enfatizamos, nesta

série, apenas os pronomes como elementos coesivos. Assim, definiríamos coesão como

a organização entre os elementos que articulam as ideias de um texto.

As habilidades a serem desenvolvidas pelos descritores que compõem este

tópico exigem que o leitor compreenda o texto não como um simples agrupamento de

frases justapostas, mas como um conjunto harmonioso em que há laços, interligações,

relações entre suas partes.

A compreensão e a atribuição de sentidos relativos a um texto dependem da

adequada interpretação de seus componentes. De acordo com o gênero textual, o leitor

tem uma apreensão geral do assunto do texto.

Em relação aos textos narrativos, o leitor necessita identificar os elementos que

compõem o texto – narrador, ponto de vista, personagens, enredo, tempo, espaço – e

quais são as relações entre eles na construção da narrativa.

Page 14: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

14

A compreensão e a atribuição de sentidos relativos a um texto dependem da

adequada interpretação de seus componentes, ou da coerência pela qual o texto é

marcado. De acordo com o gênero textual, o leitor tem uma apreensão geral do tema, do

assunto do texto e da sua tese. Essa apreensão leva a uma percepção da hierarquia entre

as ideias: qual é a ideia principal? Quais são as ideias secundárias? Quais são os

argumentos que reforçam uma tese? Quais são os exemplos confirmatórios? Qual a

conclusão? Em relação aos textos narrativos, pode ser requerido do aluno que ele

identifique os elementos componentes – narrador, ponto de vista, personagens, enredo,

tempo, espaço – e quais são as relações entre eles na construção da narrativa.

D17 – ESTABELECER RELAÇÕES LÓGICO-DISCURSIVAS PRESENTES NO

TEXTO, MARCADAS POR CONJUNÇÕES, ADVÉRBIOS ETC.

Conjunções e advérbios, categorias morfológicas invariáveis, realizam papéis

importantes no processo de construção textual, promovendo as relações de coesão e

coerência e dando ao texto articulação (caso das conjunções) e precisão (caso dos

advérbios). É importante ter clareza também de que certos advérbios podem funcionar

como conectores (são, pois, articuladores) e que há conjunções (subordinativas

adverbiais) que introduzem orações que funcionam como advérbios. Por isso, são

elementos que contribuem para o estabelecimento de uma maior precisão. Além disso,

as unidades pertencentes a essas duas categorias linguísticas são portadoras de carga

semântica bem definida, o que muito influi na montagem do sentido dos textos.

As habilidades que podem ser avaliadas por este descritor, relacionam-se ao

reconhecimento das relações de coerência no texto em busca de uma concatenação

perfeita entre as partes do texto, as quais são marcadas pelas conjunções, advérbios, etc.,

formando uma unidade de sentido.

Essa habilidade é avaliada por meio de um texto a partir do qual é solicitada ao

aluno a percepção de uma determinada relação lógico-discursiva, enfatizada, muitas

vezes, pelas expressões de tempo, de lugar, de comparação, de oposição, de causalidade,

de anterioridade, de posteridade, entre outros e, quando necessário, a identificação dos

elementos que explicam essa relação.

PROPOSTAS DE ATIVIDADES

1. Observe os trechos:

O fino suporte de madeira sobre o qual o retrato foi pintado sofreu uma

deformação desde que especialistas em conservação examinaram a pintura pela

última vez...

Seria mais poeta, desde que fosse menos político.

Neles, o elemento coesivo “desde que”, mais do que ligar duas orações, estabelece uma

relação de sentido entre elas. Indique o valor estabelecido por ele em cada um dos

trechos.

Page 15: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

15

2. Em relação ao texto abaixo:

TEXTO 08

A pergunta da personagem Mafalda, no segundo quadrinho, inicia-se com a palavra

"então", que estabelece uma relação de sentido com a situação anterior.

Identifique a relação de sentido estabelecida e reescreva a pergunta, substituindo o

vocábulo "então" por outro conectivo.

3. Leia o texto abaixo:

TEXTO 09

Acho uma boa ideia abrir as escolas no fim de semana, mas os alunos devem ser

supervisionados por alguém responsável pelos jogos ou qualquer opção de lazer que se

ofereça no dia. A comunidade poderia interagir e participar de atividades interessantes.

Poderiam ser feitas gincanas, festas e até churrascos dentro da escola. (Juliana Araújo e Souza. In Correio Braziliense, 10/02/2003, Gabarito. p. 2.)

Identifique a relação estabelecida pela palavra destacada em “A comunidade poderia

interagir e participar de atividades interessantes.”. Substitua o vocábulo e por um

conectivo, de modo a manter o sentido essencial, fazendo apenas as alterações

necessárias.

4. Em relação ao texto abaixo

TEXTO 10

Do bom uso do relativismo

Leonardo Boff

Hoje pela multimídia, imagens e gentes do mundo inteiro nos entram pelos

telhados, portas e janelas e convivem conosco. É o efeito das redes globalizadas de

comunicação. A primeira reação é de perplexidade que pode provocar duas atitudes: ou

de interesse para melhor conhecer que implica abertura e dialogo ou de distanciamento

que pressupõe fechar o espírito e excluir. De todas as formas, surge uma percepção

incontornável: nosso modo de ser não é o único. Há gente que, sem deixar de ser gente,

é diferente. Quer dizer, nosso modo de ser, de habitar o mundo, de pensar, de valorar e

de comer não é absoluto. Há mil outras formas diferentes de sermos humanos, desde a

forma dos esquimós siberianos, passando pelos yanomamis do Brasil até chegarmos aos

Page 16: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

16

sofisticados moradores de Alfavilles onde se resguardam as elites opulentas e

amedrontadas. O mesmo vale para com as diferenças de cultura, de língua, de religião,

de ética e de lazer.

Deste fato surge, de imediato, o relativismo em dois sentidos: primeiro, importa

relativizar todos os modos de ser; nenhum deles é absoluto a ponto de invalidar os

demais; impõe-se também a atitude de respeito e de acolhida da diferença porque, pelo

simples fato de estar aí, goza de direito de existir e de coexistir; segundo, o relativo quer

expressar o fato de que todos estão de alguma forma relacionados. Eles não podem ser

pensados independentemente uns dos outros porque todos são portadores da mesma

humanidade. Devemos alargar, pois, a compreensão do humano para além de nossa

concretização. Somos uma geossociedade una, múltipla e diferente.

Todas estas manifestações humanas são portadoras de valor e de verdade. Mas é

um valor e uma verdade relativos, vale dizer, relacionados uns aos outros,

autoimplicados, sendo que nenhum deles, tomado em si, é absoluto.

Então não há verdade absoluta? Vale o everything goes de alguns pós-modernos?

Quer dizer, o “vale tudo”? Não é o vale tudo. Tudo vale na medida em que mantém

relação com os outros, respeitando-os em sua diferença. Cada um é portador de verdade

mas ninguém pode ter o monopólio dela. Todos, de alguma forma, participam da

verdade. Mas podem crescer para uma verdade mais plena, na medida em que mais e

mais se abrem uns aos outros.

Bem dizia o poeta espanhol António Machado: ”Não a tua verdade. A verdade.

Vem comigo buscá-la. A tua, guarde-a”. Se a buscarmos juntos, no dialogo e na

cordialidade, então mais e mais desaparece a minha verdade para dar lugar a Verdade

comungada por todos.

A ilusão do Ocidente é de imaginar que a única janela que dá acesso à verdade, à

religião verdadeira, à autêntica cultura e ao saber crítico é o seu modo ver e de viver. As

demais janelas apenas mostram paisagens distorcidas. Ele se condena a um

fundamentalismo visceral que o fez, outrora, organizar massacres ao impor a sua

religião e, hoje, guerras para forçar a democracia no Iraque e no Afeganistão.

Devemos fazer o bom uso do relativismo, inspirados na culinária. Há uma só

culinária, a que prepara os alimentos humanos. Mas ela se concretiza em muitas formas,

as várias cozinhas: a mineira, a nordestina, a japonesa, a chinesa, a mexicana e

outras. Ninguém pode dizer que só uma é a verdadeira e gostosa e as outras não. Todas

são gostosas do seu jeito e todas mostram a extraordinária versatilidade da arte

culinária. Por que com a verdade deveria ser diferente?

Eles não podem ser pensados independentemente uns dos outros, porque todos são

portadores da mesma humanidade. (l. 16-17)

Identifique a relação de sentido que a oração sublinhada estabelece com a parte do

período que a antecede. Reescreva todo o período, substituindo o conectivo e mantendo

essa mesma relação de sentido.

Page 17: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

17

EXPLICITANDO OS DESCRITORES

D19 – IDENTIFICAR A TESE DE UM TEXTO

Por meio deste descritor, pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer o

ponto de vista ou a ideia central defendida pelo autor.

A tese é uma proposição teórica de intenção persuasiva, apoiada em argumentos

contundentes sobre o assunto abordado.

SUGESTÃO DE QUESTÕES

TEXTO 11

O que dizem as camisetas (Fragmento)

Apareceram tantas camisetas com inscrições, que a gente estranha ao deparar

com uma que não tem nada escrito. – Que é que ele está anunciando? – indagou o cabo eleitoral, apreensivo. – Será

que faz propaganda do voto em branco? Devia ser proibido! – O cidadão é livre de usar a camiseta que quiser – ponderou um senhor

moderado. – Em tempo de eleição, nunca – retrucou o outro. – Ou o cidadão manifesta sua

preferência política ou é um sabotador do processo de abertura democrática. – O voto é secreto. – É secreto, mas a camiseta não é, muito pelo contrário. Ainda há gente neste

país que não assume a sua responsabilidade cívica, se esconde feito avestruz e... – Ah, pelo que vejo o amigo não aprova as pessoas que gostam de usar uma

camiseta limpinha, sem inscrição, na cor natural em que saiu da fábrica. (...).

DRUMMOND, Carlos. Moça deitada na grama. Rio de Janeiro: Record, 1987, p. 38-40.

1. O conflito em torno do qual se desenvolveu a narrativa foi o fato de: (A) alguém aparecer com uma camiseta sem nenhuma inscrição. (B) muitas pessoas não assumirem sua responsabilidade cívica. (C) um senhor comentar que o cidadão goza de total liberdade. (D) alguém comentar que a camiseta, ao contrário do voto, não é secreta.

TEXTO 12

O mercúrio onipresente

(Fragmento)

Os venenos ambientais nunca seguem regras. Quando o mundo pensa ter

descoberto tudo o que é preciso para controlá-los, eles voltam a atacar. Quando

removemos o chumbo da gasolina, ele ressurge nos encanamentos envelhecidos.

Quando toxinas e resíduos são enterrados em aterros sanitários, contaminam o lençol

freático. Mas ao menos acreditávamos conhecer bem o mercúrio. Apesar de todo o seu

poder tóxico, desde que evitássemos determinadas espécies de peixes nas quais o nível

de contaminação é particularmente elevado, estaríamos bem. [...].

Page 18: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

18

Mas o mercúrio é famoso pela capacidade de passar despercebido. Uma série de

estudos recentes sugere que o metal potencialmente mortífero está em toda parte — e é

mais perigoso do que a maioria das pessoas acredita. Jeffrey Kluger. IstoÉ. nº 1927, 27/06/2006, p.114-115.

2. A tese defendida no texto está expressa no trecho: (A) as substâncias tóxicas, em aterros, contaminam o lençol freático. (B) o chumbo da gasolina ressurge com a ação do tempo. (C) o mercúrio apresenta alto teor de periculosidade para a natureza. (D) o total controle dos venenos ambientais é impossível.

TEXTO 13

O ouro da biotecnologia

Até os bebês sabem que o patrimônio natural do Brasil é imenso. Regiões como

a Amazônia, o Pantanal e a Mata Atlântica – ou o que restou dela – são invejadas no

mundo todo por sua biodiversidade. Até mesmo ecossistemas como o do cerrado e o da

caatinga têm mais riqueza de fauna e flora do que se costuma pensar. A quantidade de

água doce, madeira, minérios e outros bens naturais é amplamente citada nas escolas,

nos jornais e nas conversas. O problema é que tal exaltação ufanista ("Abençoado por

Deus e bonito por natureza”) é diretamente proporcional à desatenção e ao

desconhecimento que ainda vigoram sobre essas riquezas.

Estamos entrando numa era em que, muito mais do que nos tempos coloniais

(quando pau-brasil, ouro, borracha etc. eram levados em estado bruto para a Europa), a

exploração comercial da natureza deu um salto de intensidade e refinamento. Essa

revolução tem um nome: biotecnologia. Com ela, a Amazônia, por exemplo, deixará em

breve de ser uma enorme fonte “potencial" de alimentos, cosméticos, remédios e outros

subprodutos: ela o será de fato – e de forma sustentável. Outro exemplo: os créditos de

carbono, que terão de ser comprados do Brasil por países que poluem mais do que

podem, poderão significar forte entrada de divisas.

Com sua pesquisa científica carente, indefinição quanto à legislação e

dificuldades nas questões de patenteamento, o Brasil não consegue transformar essa

riqueza natural em riqueza financeira. Diversos produtos autóctones, como o cupuaçu,

já foram registrados por estrangeiros – que nos obrigarão a pagar pelo uso de um bem

original daqui, caso queiramos (e saibamos) produzir algo em escala com ele. Além

disso, a biopirataria segue crescente. Até mesmo os índios deixam que plantas e animais

sejam levados ilegalmente para o exterior, onde provavelmente serão vendidos a peso

de ouro. Resumo da questão: ou o Brasil acorda para a nova realidade econômica

global, ou continuará perdendo dinheiro como fruta no chão.

Daniel Piza. O Estado de S. Paulo.

3. O texto defende a tese de que

(A) a Amazônia é fonte “potencial” de riquezas.

(B) as plantas e os animais são levados ilegalmente.

(C) o Brasil desconhece o valor de seus bens naturais.

(D) os bens naturais são citados na escola.

Page 19: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

19

EXPLICITANDO OS DESCRITORES

D27 – DIFERENCIAR AS PARTES PRINCIPAIS DAS SECUNDÁRIAS EM UM

TEXTO

Por meio deste descritor pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer a

estrutura e a organização do texto e localizar a informação principal e as informações

secundárias que o compõem.

Essa habilidade é avaliada por meio de um texto no qual pode ser solicitado ao

aluno que ele identifique a parte principal ou outras partes secundárias na qual o texto se

organiza.

Um texto apresenta muito mais ideias secundárias do que ideias principais. Os

conteúdos das ideias secundárias não são os mais importantes, mas sem eles o texto não

progride. Na verdade, não é possível escrever um texto sem as ideias secundárias.

As ideias secundárias funcionam como atores coadjuvantes. Cumprem um papel

secundário, mas imprescindível. Redigir bem depende muito do domínio que o autor

tem dessas ideias.

Leia o trecho abaixo:

Meu primo já havia chegado à metade da perigosa ponte de ferro quando, de repente,

um trem saiu da curva, a cem metros da ponte. Com isso, ele não teve tempo de correr

para a frente ou para trás, mas, demonstrando grande presença de espírito, agachou-

se, segurou, com as mãos, um dos dormentes e deixou o corpo pendurado.

Como você deve ter observado, nesse parágrafo, o narrador conta-nos um fato

acontecido com seu primo. É, pois, um parágrafo narrativo. Analisemos, agora, o

parágrafo quanto à estrutura.

As ideias foram organizadas da seguinte maneira:

TIPO EXEMPLO EXPLICAÇÃO

Ideia principal:

Meu primo já havia chegado

à metade da perigosa ponte

de ferro quando, de repente,

um trem saiu da curva, a cem

metros da ponte.

A ideia principal, como

você pode observar,

refere-se a uma ação

perigosa, agravada pelo

aparecimento de um

trem.

Ideias secundárias:

Com isso, ele não teve tempo

de correr para a frente ou

para trás, mas, demonstrando

As ideias secundárias

complementam a ideia

principal, mostrando

Page 20: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

20

grande presença de espírito,

agachou-se, segurou, com as

mãos, um dos dormentes e

deixou o corpo pendurado.

como o primo do

narrador conseguiu

sair-se da perigosa

situação em que se

encontrava.

Os parágrafos devem conter apenas uma ideia principal acompanhado de ideias

secundárias. Entretanto, é muito comum encontrarmos, em parágrafos pequenos, apenas

a ideia principal. Veja o exemplo:

O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo Inácio.

Os dois filhos do sr. Soares, administrador da fazenda, resolveram

aproveitar o bom tempo. Pegaram um animal, montaram e seguiram

contentes pelos campos, levando um farto lanche, preparado pela mãe.

Nesse trecho, há dois parágrafos. No primeiro, só há uma ideia desenvolvida, que

corresponde à ideia principal do parágrafo: O dia amanhecera lindo na Fazenda Santo

Inácio.

No segundo, já podemos perceber a relação ideia principal + ideias secundárias.

Observe:

Ideia principal: Os dois filhos do sr. Soares,

administrador da fazenda, resolveram

aproveitar o bom tempo.

Ideias secundárias:

Pegaram um animal, montaram e

seguiram contentes pelos campos, levando

um farto lanche, preparado pela mãe.

Até aqui, vimos que o parágrafo apresenta em sua estrutura, uma ideia principal e outras

secundárias. Isso não significa, no entanto, que sempre a ideia principal apareça no

início do parágrafo. Há casos em que a ideia secundária inicia o parágrafo, sendo

seguida pela ideia principal. Veja o exemplo:

As estacas da cabana tremiam fortemente, e duas ou três vezes, o solo estremeceu

violentamente sob meus pés. Logo percebi que se tratava de um terremoto.

Observe que a ideia mais importante está contida na frase: “Logo percebi que se tratava

de um terremoto”, que aparece no final do parágrafo. As outras frases (ou ideias) apenas

explicam ou comprovam a afirmação: “as estacas tremiam fortemente, e duas ou três

vezes, o solo estremeceu violentamente sob meus pés” e estas estão localizadas no início

do parágrafo.

Page 21: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

21

Então, a respeito da estrutura do parágrafo, concluímos que as ideias podem organizar-

se da seguinte maneira:

Ideia principal + ideias secundárias ou Ideias secundárias + ideia principal

É importante frisar, também, que a ideia principal e as ideias secundárias não são

ideias diferentes e, por isso, não podem ser separadas em parágrafos diferentes. Ao

selecionarmos as ideias secundárias devemos verificar as que realmente interessam ao

desenvolvimento da ideia principal e mantê-las juntas no mesmo parágrafo. Com isso,

estaremos evitando e repetição de palavras e assegurando a sua clareza. É importante,

ao termos várias ideias secundárias, que sejam identificadas aquelas que realmente se

relacionam à ideia principal. Esse cuidado é de grande valia ao se redigir parágrafos

sobre qualquer assunto.

SUGESTÃO DE QUESTÕES

1. Assinale a alternativa cuja ideia não se relaciona com as outras ideias do

parágrafo. Depois, complete o parágrafo utilizando qualquer uma que possa

completar a ideia dada.

I. Havia no rosto de cada criança a expectativa de uma festa maravilhosa.

a. ( ) a mesa, arrumada com todo carinho, estava repleta de docinhos e enfeites

coloridos, reservando surpresas deliciosas para a meninada.

b. ( ) os palhaços entraram no palco, dando cambalhotas, fazendo piruetas e alegrando

a todos.

c. ( ) O dentista chegou e as foi chamando, uma a uma, para iniciar o tratamento.

II. Os peixes nadavam agilmente no aquário.

a. ( ) na casa repleta, os animais viviam tranquilos e em harmonia.

b. ( ) todos davam reviravoltas, iam até o fundo, subiam à tona para pegar alimento,

numa agitação encantadora.

c. ( ) as crianças, num alegria contagiante, jogavam migalhas de pão, e os peixes,

muito agitados, vinham à tona para alcançá-las.

III. Na sala, a professora iniciava sua aula de Português.

a. ( ) os alunos, atenciosos, iam arrumando o material de desenho sobre as carteiras:

régua, esquadro, compasso, lápis de cor, etc.

b. ( ) os alunos, a pedido da professora, abriram os livros à pág. 40, e iniciaram a

leitura silenciosa do texto.

c. ( ) todos os alunos abriram o livro e a professora iniciou a explicação do texto.

IV. O cantor popular iniciou o espetáculo musical.

a. ( ) em seu repertório havia canções variadas com que ele homenageava todos os

Estados brasileiros.

Page 22: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

22

b. ( ) no teatro lotado, o povo assistia ao balé moderno.

c. ( ) o som alegre dos instrumentos musicais misturava-se às canções mais conhecidas

da plateia.

2. Complete os parágrafos a seguir, escolhendo no retângulo uma ou mais ideias

que estejam relacionadas com a ideia em dada.

I. Na avenida, interditada ao tráfego, os blocos carnavalescos desfilavam animadamente

…………………………………………. .

a. os ônibus passavam lotados de foliões.

b. o povo, contagiado pela alegria do samba, cantava e dançava

c. as fantasias dos sambistas eram um espetáculo maravilhoso.

II. No meio da noite, despertei e ouvi vozes agitadas no corredor

…………………………………………

a. o quarto estava claro e silencioso.

b. pelas frestas da janela entravam alguns raios de sol.

c. a luz do lampião entrava por debaixo da porta. Sentei-me na cama e fiquei a ouvir a

discussão.

d. na casa reinava silêncio absoluto.

III. …………………………………………. As pessoas procuravam uma sombra que as

abrigasse do sol do meio-dia. As crianças só queriam brincadeiras com água. Os

carrinhos de refrigerantes e picolés estavam rodeados por uma pequena multidão.

a. o calor estava ameno.b. estava um dia abafado e quente.

c. o sol nascera encoberto pelas nuvens e o vento frio fazia tremer os lábios.

d. o final da tarde estava muito quente.

IV. O baile estava animado. …………………………………………. A orquestra

alternava sambas, valsas e tangos, num ritmo contagiante.

a. no salão, os pares rodopiavam ao som das músicas alegres.

b. o salão estava repleto e a música eletrônica era alegre.

c. no salão vazio, alguns casais dançavam ao som dos discos.

V. O cavaleiro tentava domar o animal selvagem. O cavalo debatia-se para os lados,

erguia a cabeça, empinava o peito e, em movimentos rápidos, levantava e abaixava as

patas, tentando derrubar o homem ao chão. No entanto, ……………………………

a. o animal resistia bravamente

b. o cavaleiro, perdendo o equilíbrio, soltou-se da sela.

c. o cavaleiro, equilibrando-se habilmente na sela, domou o animal.

Page 23: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

23

TEXTO 14

Animais no espaço

Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas.

Os russos já usaram cachorros em suas experiências. Eles têm o sistema cardíaco

parecido com o dos seres humanos. Estudando o que acontece com eles, os cientistas

descobrem quais problemas podem acontecer com as pessoas.

A cadela Laika, tripulante da Sputnik-2, foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço, em

novembro de 1957, quatro anos antes do primeiro homem, o astronauta Gagarin.

Os norte-americanos gostam de fazer experiências científicas espaciais com

macacos, pois o corpo deles se parece com o humano. O chimpanzé é o preferido

porque é inteligente e convive melhor com o homem do que as outras espécies de

macacos. Ele aprende a comer alimentos sintéticos e não se incomoda com a roupa

espacial.

Além disso, os macacos são treinados e podem fazer tarefas a bordo, como

acionar os comandos das naves, quando as luzes coloridas acendem no painel, por

exemplo.

Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço, em novembro de 1961, a

bordo da nave Mercury/Atlas 5. A nave de Enos teve problemas, mas ele voltou são e

salvo, depois de ter trabalhado direitinho. Seu único erro foi ter comido muito depressa

as pastilhas de banana durante as refeições.

(Folha de São Paulo, 26 de janeiro de 1996)

3. No texto “Animais no espaço”, uma das informações principais é

(A) “A cadela Laika (...) foi o primeiro ser vivo a ir ao espaço”.

(B) “Os russos já usavam cachorros em suas experiência”.

(C) “Vários animais viajaram pelo espaço como astronautas”.

(D) “Enos foi o mais famoso macaco a viajar para o espaço”.

TEXTO 15

Cerca de 20 mil se despedem do poeta Patativa

Foi decretado feriado ontem em Assaré (623Km de Fortaleza) para a população

local homenagear o principal poeta popular do Brasil, Antonio Gonçalves da Silva, o

Patativa do Assaré, que morreu anteontem, aos 93 anos.

As homenagens começaram logo depois da morte, às 18h30. Parte da população

(de 20 mil habitantes) acampou durante toda a madrugada na frente da casa do poeta.

(...) À tarde, como o número de visitantes aumentou muito, o velório foi

transferido para a catedral da cidade, onde sanfoneiros repetiam A Triste Partida, poema

cantado por Luiz Gonzaga.

O cearense Fagner também gravou a música, mas preferiu cantar ontem o poema

Vaca Estrela e Boi Fubá para homenageá-lo em missa assistida por cerca de 10 mil

pessoas.

Page 24: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

24

O enterro aconteceu às 17h, no cemitério São João Batista. A PM calcula que

passaram pelo funeral cerca de 20 mil pessoas. O Estado do Ceará decretou luto de três

dias.

Beltrão, Eliana Santos; Gordilho, Terezinha. Novo Diálogo.

4. O fragmento que contém a informação principal do texto é:

a) “Foi decretado feriado ontem em Assaré para a população local homenagear o

principal poeta popular do Brasil, Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré,

que morreu anteontem aos 93 anos.”

b) “À tarde, como o número de visitantes aumentou muito, o velório foi transferido para

a catedral da cidade, onde sanfoneiros repetiam A Triste Partida, poema cantado por

Luiz Gonzaga.”

c) “O cearense Fagner também gravou a música, mas preferiu cantar ontem o poema

Vaca Estrela e Boi Fubá para homenageá-lo em missa assistida por cerca de 10 mil

pessoas.”

d) “O enterro aconteceu às 17h, no cemitério São João Batista. A PM calcula que

passaram pelo funeral cerca de 20 mil pessoas. O Estado do Ceará decretou luto de três

dias.”

TEXTO 16

GÊNIOS E AUTISTAS?

Segundo pesquisadores ingleses, Einstein e Newton sofriam de uma síndrome

cerebral. O alemão Albert Einstein e o inglês lsaac Newton, dois dos maiores gênios da

história da humanidade,provavelmente eram autistas. É o que diz um artigo publicado

no Journal of the Royal Society of Medicine, uma das mais prestigiosas revistas

científicas da Inglaterra. A hipótese foi formulada por loan James, pesquisador da

Universidade de Oxford, e validada pelo psiquiatra Simon Baron-Cohen, Professor,

diretor do Centro de Pesquisa em Autismo da Universidade de Cambridge. De acordo

com esses especialistas, que esmiuçaram as biografias de Einstem e Newton, ambos

encaixavam-se no perfil de quem apresenta um tipo de autismo que acomete

principalmente pessoas com inteligência acima da média – a Síndrome de Asperger,

uma doença que passou a ser estudada com maior profundidade a partir da década de

80. Seus portadores não vivem completamente desconectados da realidade, como ocorre

no autismo clássico. Os principais sintomas da Síndrome são obsessão por um assunto,

reações desmedidas de amor e ódio, dificuldade para interpretar sinais não verbais como

gestos e olhares, voz monocórdia, rotina repetitiva e uma grande tendência ao

isolamento.

Newton, que começou a desvendar a lei da gravidade aos 23 anos, era um sujeito

distante, de poucas palavras, e frequentemente tinha acessos de mau humor. Desde a

infância, quando se apaixonava por um tema, ele o fazia com tanta intensidade que se

impunha longos períodos de solidão para estudá-lo. Nessas ocasiões, esquecia até de

comer. Os pesquisadores ingleses reconheceram em Newton outros sinais da síndrome

Page 25: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

25

de Asperger. Entre eles, o desleixo com a aparência e a mania de reescrever até vinte

vezes os seus estudos, sem fazer quase nenhuma alteração de uma cópia para outra.

No caso de Einstein, que formulou a Teoria da Relatividade aos 26 anos, os sintomas

também seriam típicos. Quando criança, ele costumava repetir a mesma frase durante

horas e estava sempre sozinho. Mais tarde, na Universidade de Princeton, adotou uma

rotina curiosa. Fizesse chuva ou sol, todos os dias, ele e seu único amigo (um

matemático neurótico chamado Kurt Göbel) saíam para passear depois de se

telefonarem pontualmente às 11 horas. Einstein também tinha uma maneira peculiar de

vestir-se. Em seu guarda-roupa, ele mantinha sete ternos. Todos idênticos. Até sua

profunda paixão por música erudita, dizem os pesquisadores, poderia ter relação com a

síndrome. “A música é uma forma de ficar independente dos outros”, costumava dizer

Einstein. Com uma vozinha monótona, como é próprio dos portadores da tal síndrome.

A hipótese de ele e Newton sofrerem da doença não diminui em nada a genialidade de

ambos. Afinal de contas, como afirmou o próprio doutor Hans Asperger, um pediatra

austríaco, “ao que tudo indica, para ter sucesso na ciência ou na arte, um pouco de

autismo é essencial”.

Revista Veja 14/05/2003

5. Dividir a turma em 06 grupos e disponibilizar o texto Gênios e Autistas? para

todos os grupos.

a) Após formação dos grupos, solicite aos alunos que leiam o texto entregue para seu

grupo e localizem informações explícitas:

O quê?

Quem?

Quando?

Como?

Onde?

b) Solicite aos alunos que infiram o sentido de palavras ou expressões desconhecidas

(com o auxílio do dicionário).

c) Peça aos alunos que diferenciem as partes principais do texto das partes secundárias.

Page 26: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

26

SUGESTÃO DE ATIVIDADE DIDÁTICA DO PSA

A seguir, apresentamos uma atividade didática – adaptada dos Parâmetros na Sala

de Aula de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental e Médio - que dialoga com

alguns dos descritores trabalhados.

Atividade 1 – Texto publicitário

.

1º momento– Relacionando sinalizações verbais e não verbais

Professor, proponha inicialmente a leitura da imagem central da propaganda, o homem

dinossauro sentado a uma mesa de trabalho. Os estudantes devem construir suas

hipóteses de leitura, atentando para algumas pistas como seu gesto de mão e sua cabeça

de dinossauro. Em seguida, devem buscar relacionar essa imagem às sinalizações

verbais postas acima da imagem – “Xiiiii!!!! Acabei de enviar o email pra todo mundo.

E agora?”e “Essa era já era”. Ou seja, o homem apresenta-se como um dinossauro,

Page 27: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

27

alguém que pertence a uma “era pré-histórica”, pois está desatualizado no que diz

respeito ao uso de uma tecnologia. Seu gestual, sua fala indicam que ele foi

surpreendido por uma operação feita de forma equivocada. O equívoco poderia ser

evitado se ele tivesse um programa de controle da informação mais avançado. O texto

na caixa à direita detalha as vantagens do novo produto à venda.

2º momento – Identificando o ponto de vista e o argumento

Num segundo momento, os estudantes devem identificar o objetivo comunicativo desse

texto publicitário – vender um novo produto da Microsoft – para, em seguida, buscar o

ponto de vista e o argumento nele utilizado. A imagem tem, nesse texto, como em

muitos outros textos publicitários, forte poder de argumentação. Através dela, a

propaganda afirma a necessidade de se adquirir o novo produto, a necessidade de

atualizar-se.

Atividade 2 – Editorial Jornal Folha de São Paulo, 23-06-2002

PAIXÃO E TRANSGÊNICOS

A ideia de travar um debate racional e sereno acerca da utilização de organismos

geneticamente modificados (OGMs), os populares transgênicos, tornou-se uma

impossibilidade prática. Contendores de ambos os lados argumentam de forma tão

apaixonada que acabam contaminando a própria racionalidade. Nessa confusão, é o

consumidor que fica sem saber para que lado ir.

Há dois tipos de riscos associados aos OGMs. Poderiam afetar tanto a saúde humana

como o ambiente.

No primeiro tópico, uma das maiores preocupações dos pesquisadores é com as

alergias. Imagine-se um novo tipo de milho que utilize um gene tirado do amendoim.

Pouca gente é alérgica a milho, mas número não desprezível o é ao amendoim. Existe a

possibilidade de que a pessoa alérgica ao amendoim consuma o milho transgênico e

sofra então um choque anafilático. Os cientistas estão atentos ao problema das alergias,

e não surgiram indícios de que elas ocorram em níveis significativos.

Um outro risco teórico ao consumo de OGMs é que ele leve a complicações

desconhecidas por conta do que os cientistas chamam de efeito pliotrópico. Mais uma

vez, no mundo real não há evidências de que isso ocorra. Os transgênicos estão nas

mesas dos norte-americanos já há 5 anos sem que tenham sido constatadas

anormalidades.

Sobre o ambiente, as razões para o temor são mais sólidas. Há estudos ainda

inconclusos que demonstraram que a introdução de um OGM pode afetar outras

espécies. Aqui, lida-se com uma cadeia longa e desconhecida de interações entre

espécies. A possibilidade de ocorrerem surpresas é considerável. Para agir com

propriedade, seria preciso avaliar OGMs caso a caso, e sempre no ecossistema em que

serão introduzidos.

Do mesmo modo que os adversários dos transgênicos não foram capazes de demonstrar

de modo irrefutável seus malefícios, os defensores da utilização desses produtos ainda

Page 28: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

28

não demonstraram de modo cabal a sua vantagem. As perspectivas teóricas são de fato

interessantes. Incluem a diminuição ou até eliminação do uso de agrotóxicos e, para os

chamados transgênicos de segunda geração, o aprimoramento do valor nutricional dos

alimentos, como no caso do Arroz Dourado, enriquecido com betacaroteno, um

precursor da vitamina A. No limite, poderiam até ser criadas vacinas ingeríveis.

Na prática, porém, os ganhos de produtividade foram bem mais modestos. A crer nos

fabricantes, não foram suficientes nem para compensar o custo da rotulagem

obrigatória, que muitos, inclusive esta Folha, defendem. Por menores que sejam os

riscos de consumir OGMs, eles em teoria existem. Isso basta para que se garanta a cada

consumidor o direito de decidir se quer ou não comer a “comida frankenstein”, como

foram apelidados os transgênicos.

1º momento– Identificando posicionamentos distintos

Num primeiro momento, esclareça os estudantes a respeito do que é um editorial. Um

editorial é um gênero do argumentar que tem algumas especificidades (EA3 – L).

Publicados comumente em jornais e revistas, os editorias não têm uma “assinatura”,

pois correspondem ao posicionamento do meio de comunicação em que são veiculados

e costumam ser redigidos pelos editorialistas.

O editorial “Paixão e transgênicos” expõe uma polêmica, ou seja, posicionamentos

contrários em relação à “questão-problema” colocada pelo texto: Alimentos

transgênicos devem ser consumidos? Embora o editorialista não se manifeste

explicitamente sobre essa questão, o último parágrafo do texto registra um

posicionamento do Jornal acerca do uso de transgênicos: se existem riscos, ainda que

teóricos, associados aos transgênicos, a rotulagem obrigatória deve ser garantida ao

consumidor. Os estudantes devem reconhecer esses posicionamentos e os argumentos

que os sustentam

Os posicionamentos contrários sustentam-se na afirmação dos riscos que os

transgênicos podem causar à saúde humana e ao meio-ambiente. Esses

argumentos encontram-se nos parágrafos de 2 a 5.

Os posicionamentos favoráveis sustentam-se na afirmação de que alimentos

transgênicos reduzem a utilização de agrotóxicos e podem significar ganho

nutricional. Esses argumentos encontram-se no parágrafo 6.

O editorialista posiciona-se, relativizando os posicionamentos contrários e

favoráveis (“Do mesmo modo que os adversários dos transgênicos não foram

capazes de demonstrar de modo irrefutável seus malefícios, os defensores da

utilização desses produtos ainda não demonstraram de modo cabal a sua

vantagem”) e assumindo a importância da rotulagem obrigatória dos

transgênicos.

2º momento– Avaliando escolhas lexicais

O texto lido possibilita outro importante exercício analítico: o de avaliar escolhas

lexicais relevantes e seus efeitos de sentido (EA13 – L). Diante de um tema complexo e

Page 29: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

29

que divide opiniões, o editorialista da Folha, como vimos, preferiu apresentar os dois

lados da polêmica, posicionando-se subliminarmente em alguns trechos, como, por

exemplo, ao utilizar, em referência aos transgênicos, o termo “comida Frankenstein”.

Observe que a simples seleção de uma palavra pode nos permitir construir hipóteses

sobre o posicionamento assumido em um texto. Outras escolhas linguísticas são

reveladoras desse posicionamento como a recorrência do adjetivo “teórico” (“riscos

teóricos”; “perspectivas teóricas”; ou ainda “os riscos, em teoria, existem”), que reforça

a ideia, antecipada no título e no primeiro parágrafo do texto, de que o debate em torno

do tema é, ainda, inicial, devendo-se evitar posicionamentos “apaixonados”, em defesa

dos OGMs, ou contra eles.

Outra escolha relevante é a da palavra “contendores” (de contenda= disputa), que

constrói uma representação metafórica das argumentações, dos debates de ideias como

“uma guerra”, uma disputa na qual os argumentos são as armas. É uma escolha

significativa no texto, pois reafirma a tese de que a discussão “apaixonada” de

posicionamentos em torno do tema é prejudicial ao consumidor, que deve estar bem

esclarecido para tomar sua decisão. Outra escolha lexical relevante é a do substantivo

“paixão”, no título. Ao final da leitura do texto, seria importante que os aprendizes

soubessem inferir o sentido desse título, relacionando-o ao conteúdo do texto.

3º momento– Analisando recursos de coesão e coerência

Num outro nível de análise, microestrutural, está a consideração dos recursos de coesão

e coerência textual. O texto sob análise permite explorar alguns desses recursos.

Apontamos, inicialmente, para os recursos de organização tópica, circulados no texto.

São marcadores que tecem a ordenação do texto enumerando, em primeiro lugar, os

riscos associados aos transgênicos para, em seguida, enumerar possíveis benefícios.

Essa ordenação dos tópicos textuais é auxiliada pela organização dos parágrafos. O

segundo parágrafo também contribui para organizar o conteúdo do texto, sinalizando

que se irá tratar, inicialmente, do tópico “riscos associados aos transgênicos”. Esse

tópico será desenvolvido nos parágrafos de 3 a 5. Observe que também se anuncia, no

parágrafo 2, que o texto tratará de dois tipos de riscos: riscos à saúde humana e riscos ao

ambiente. Os benefícios são abordados no parágrafo 6. O parágrafo 7 conclui o texto,

apresentando uma restrição ao conteúdo do parágrafo anterior, posicionamento marcado

pelo conector “porém”.

Atividade 3 – Textos contra-argumentativos – Reconhecendo posicionamentos

contraargumentativos e seus respectivos argumentos

A MORTE DO LÁPIS E DA CANETA

Boa notícia para as crianças americanas. Vai ficando optativo, nos Estados Unidos, escrever em

letra de mão. Um dos últimos a se renderem aos novos tempos é o Estado de Indiana, que

aposentou os cadernos de caligrafia agora em julho.

O argumento é que ninguém precisa mais disso: as crianças fazem tudo no computador e basta

ensinar-lhes um pouco de digitação. Depois do fim do papel, o fim do lápis e da caneta! Tem

lógica, mas acho demais. Sou o primeiro a reclamar das inutilidades impostas aos estudantes

durante toda a vida escolar, mas o fim da escrita cursiva me deixa horrorizado.

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A máquina de calcular não eliminou a necessidade de se aprender, ao menos, a tabuada; não

aceito que o teclado termine com a letra de mão. A questão vai além do seu aspecto meramente

prático. A letra de uma pessoa é como o seu rosto. Como todo mundo, gosto de ver como é a

cara de um escritor, de um político, de qualquer personalidade com quem estou travando contato

– e logo os e-mails virão com o retrato do remetente, como já acontece no Facebook.

(COELHO, Marcelo. Folha de São Paulo, 20/07/2011 – Fragmento.)

Na sequência de atividades que estamos propondo, o reconhecimento de

posicionamentos contra-argumentativos e de seus respectivos argumentos pode ser

considerado como uma atividade complexa de leitura. No artigo de opinião, os dois

posicionamentos contrários estão fundados em argumentos. O autor Marcelo Coelho

contra-argumenta àqueles que julgam que a escrita cursiva esteja obsoleta no mundo

tecnológico, podendo reduzir-se a uma opção para os que quiserem escrever à mão.

Esses comemoram a decisão do Estado de Indiana. O enunciado circulado no texto

indica o início da contra-argumentação do autor, que se faz a partir de uma ressalva

sinalizada pelo operador argumentativo “mas”. Para defender seu posicionamento, o

autor do texto utiliza dois argumentos: i) a máquina de calcular não eliminou o

aprendizado da tabuada; b) a letra cursiva é um traço da identidade de uma pessoa. Sem

dúvida, o argumento mais significativo do texto é esse último, o que se pode atestar pelo

enunciado que faz a transição entre os dois argumentos: “A questão vai além do seu

aspecto meramente prático.”

Atividade 5 – Descrevendo a macroestrutura de argumentações

Sem dúvida, a atividade didática mais significativa para o aprendizado sobre como se

organizam os textos argumentativos e sobre os recursos linguístico-discursivos que

operam sua tessitura é a leitura desses textos: uma leitura atenta, mediada e que inclua

exercícios de análise de textos. Essa prática não pretende que os estudantes dominem

uma teoria de textos, mas que se tornem leitores proficientes e críticos e, também, bons

produtores de textos, usuários competentes da língua em eventos de fala e de escrita.

Nesse processo, há um momento em que se pode apresentar aos aprendizes um modelo

descritivo da macroestrutura de argumentações. Vale salientar que nem todos os textos

argumentativos exibirão todos os componentes descritos abaixo. No entanto, espera-se

que argumentações apresentem, ao menos, um ponto de vista e o argumento que o

justifica. Alguns textos argumentativos, como o editorial analisado, costumam

estruturar-se a partir da apresentação de HIPÓTESES, outros incluem posicionamentos

contra-argumentativos, nem todos explicitam a pergunta inicial, que coloca a questão-

problema em debate.

MACROESTRUTURA DA ARGUMENTAÇÃO

CONTEXTUALIZAÇÃO

Apresenta o contexto no qual emerge a questão-problema (ou a polêmica).

Page 31: Caderno de Ações para Fortalecimento da Aprendizagem da

31

QUESTÃO POLÊMICA

Podemos dizer que todo texto argumentativo é a resposta a uma questão-problema posta

ao debate em torno de um tema relevante. Alguns textos exibem a polêmica em forma

de pergunta no seu primeiro parágrafo. Na maior parte das vezes, no entanto, essa

pergunta está implícita, e identificá-la ajuda a compor o esquema argumentativo de um

texto, permitindo encontrar mais facilmente sua tese e argumentos.

HIPÓTESES

Possíveis respostas que se apresentam à questão polêmica colocada.

TESE

A tese de um texto é a resposta que seu autor assume como mais adequada à questão

que se coloca. É o posicionamento ou ponto de vista.

ARGUMENTO

Argumento é tudo aquilo que, num texto argumentativo, sustenta a tese defendida.

Argumentamos através de postulações que explicam nossos posicionamentos bem como

através de recursos vários como: citações, dados estatísticos, exemplos, relatos etc..

CONTRA-ARGUMENTO

Contra-argumento é tudo aquilo que em um texto argumentativo rebate um outro

posicionamento, do qual se discorda.

CONCLUSÃO

Exposta a tese, os argumentos e os contra-argumentos, em um texto argumentativo, a

conclusão encerra o discurso. Muitas vezes, esse “encerramento” se faz retomando-se o

que é central no texto, sua tese. Também é muito comum que as conclusões

encaminhem uma solução para o problema posto em discussão.

Professor, sugerimos que finalize a reflexão até aqui proposta, solicitando ainda que os

estudantes reflitam sobre as estruturais argumentativas e o que as diferenciam das

estruturas factuais, explorando, desse modo, o descritor distinguir fato de opinião.

Outras práticas (sugestões de atividades)

A leitura de argumentações como eixo de práticas interdisciplinares e

contextualizadas

A leitura de argumentações em sala de aula pode estar associada à discussão de temas

de interesse dos estudantes e de temas relevantes de cidadania e direitos humanos. Essa

é uma forma de os estudantes atribuírem maior significado às atividades escolares. Para

melhor contextualizar essa prática:

Motive a produção escrita de argumentações, criando espaços de divulgação dos

textos dos estudantes: murais, jornais impressos, blogs, exposições na escola etc.

Apresente aos estudantes um JORNAL IMPRESSO. Leve, para a sala de aula,

exemplares diferentes: um jornal local; um jornal de grande circulação. Faça

com eles o exercício de localizar, nos periódicos, os espaços reservados ao relato

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de fatos (da notícia, da reportagem) e ao comentário dos fatos, o espaço das

argumentações, das opiniões (editoriais, artigos de opinião, carta de leitor,

resenhas) (EA7-L). Seria interessante que a escola disponibilizasse um jornal

estimulando a leitura diária desse suporte como forma de se manter informado

sobre as questões da atualidade.

Leia os textos produzidos pelos estudantes com a atenção de quem faz mais que

corrigi-los. Selecione posicionamentos interessantes. Peça a autorização do autor

e leia o texto para os colegas da classe.

Organize júris simulados com os estudantes, motivando o exercício da

argumentação oral e da contra-argumentação.

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