caderno completo

160
Caderno de adminisrativo Anotações de aula 2008 e 2009 Leonardo Minucci [Escolha a data]

Upload: yandra-rodrigues

Post on 25-Jul-2015

102 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Caderno de adminisrativoAnotações de aula 2008 e 2009

Leonardo Minucci[Escolha a data]

Introdução ao Direito [email protected]

1. Estado A. Conceito: é a pessoa política de direito público interno e internacional (externo)

formada de maneira indissociável pelo povo, território e governo soberano. (poder originário de comando)

Para que o estado possa tratar de assuntos com terceiros ele tem que ser sujeito de direito.

Sujeito de direito : quem possui direitos e obrigações, e para isso tem que ter personalidade jurídica.

Personalidade Jurídica : Pessoa Física e Pessoa Jurídica

B. Funções essenciais do Estado:Legislativa, Administrativa e Judiciária.

Obs. Art. 1,§ 1º -da lei 9784/99 – Disciplina o processo administrativo federal do legislativo e do judiciário quando estão exercendo o poder administrativo.

GovernoA. Conceito: é o conjunto de órgãos e agentes de cúpula de cada um dos poderes do

Estado. Função precípua do governo: editar Normas Gerais e dar ordens gerais.

Administração PublicaA. Conceito: é o conjunto de órgãos, agentes e entidades criadas para realizar

concretamente os interesses públicos. Coletivos em nome do Estado. Decide o que fazer. Função precípua da Adm. Publica: Executar e realizar tarefas. Decide como fazer.

2. Direito Administrativo:

Ordenamentos Jurídicos: conjunto de todas as leis do país - Ordem Jurídica interna.

Direito Positivo: Conjunto de normas e princípios escritos e vigentes que disciplinam a sociedade.

A. Conceito: é o conjunto de normas e princípios jurídicos que disciplinam os órgãos, agentes, entidades e bens públicos.

2

3. Fontes do Direito Administrativo. É a origem das normas do D. Adm. Fonte primária: LEI –decorre do principio da legalidade – art. 37, CF. Fontes secundarias: Jurisprudência, doutrina, costumes, princípios gerais de

direito.

o LEI (sentido amplo): art. 59 CF/88: É uma descrição abstrata de determinada circunstancia fática a qual se atribui um efeito jurídico.

Lei em sentido estrito: aquela aprovada pelo legislativo e sancionada pelo executivo.

o NORMA: comando proibindo, autorizando ou impondo condutas.o JURISPRUDÊNCIA: são as posições reiteradas dos tribunais sobre uma mesma

questão e mesmo sentido – Súmula: resumo das jurisprudências. o DOUTRINA: são os estudos, teses, teorias e trabalhos científicos produzidos

pelos especialistas em direito.o COSTUMES: são os usos e rotinas internas da administração que de tão

reiterados geram o sentimento de obrigatoriedade. (praxes administrativas). Surgem da ausência de legislação, estão em desuso por causa do principio da legalidade.

OBS: Súmulas Vinculantes: No Brasil, a jurisprudência não é vinculante, ou seja os juízes inferiores podem ter atendimento diverso dos tribunais superiores. Apenas o STF tem competência para editar ou revogar súmulas vinculantes, que será feito por votação de no mínimo 2/3 dos ministros.

Termos:o Secundum lege: de acordo com a lei.o Contra lege: vai contra a lei.o Praeter lege: complementa a lei.o Na administração somente o costume praeter lege se aplica, porque se está de

acordo com a lei não precisa ir para interpretações secundarias.

PRINCIPIOS GERAIS DE DIREITO Viver honestamente. Dar a cada um o que é seu. Não causar prejuízo a ninguém.

Do direito administrativo: Vedação ao enriquecimento ilícito. Ninguém pode se beneficiar da própria torpeza ou malicia.

4. Princípios do Direito administrativo:

4.1. Princípios básicos da ADM. Expressos na Constituição (art. 37 CF/88.) Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência -> princípio criado na EC 19/98.

3

4.2. Outros princípios expressos da Administração (Lei 9784/99): Segurança Jurídica Contraditório Razoabilidade Ampla defesa Finalidade

Motivação Moralidade Eficiência Legalidade

A. Legalidade: significa que a ADM e seus agentes só podem fazer o que a lei expressamente autoriza ou permite.

O Estado e a Administração só podem impor/criar obrigações e deveres, bem como criar e extinguir direitos por meio de lei.

Princípio da legalidade para os particulares. Os particulares podem fazer tudo que a lei não proíbe. Art. 5, II da CF.

Decorre da Legalidade a Presunção de legitimidade – da presunção de legitimidade decorre a presunção da legalidade dos atos e a presunção de veracidade.

A razoabilidade e a proporcionalidade decorrem do princípio da legalidade e da finalidade.

A legalidade prevalece sobre o interesse público. Para o CESPE a análise da legalidade precede a dos demais princípios.

B. Impessoalidade: três significados:

i. Isonomia/igualdade entre os administrados.ii. Conformidade com finalidade pública. Violar a finalidade pública implica em

violar a impessoalidade.iii. Imputação ao Estado da responsabilidade por atos dos seus agentes.

OBS. A Administração e seus agentes não podem atuar levando em consideração aspectos como amizade ou inimizade; afeto ou desafeto; afinidade, prestígio social ou qualquer outro elemento subjetivo.

C. MORALIDADE: a ADM e seus agentes devem, além de cumprir a lei, observar padrões de comportamento ao atuar.

Senso comum, padrão do homem médio ou costumes sociais: noção de justo ou injusto; certo ou errado; honesto ou desonesto.

"Bom Administrador": Aquele que mantém um grau de zelo e cuidado com os interesses alheios superior ao adotado para os próprios interesses. (lealdade, boa fé e probidade Lei 8429/92).

Ser leal e honrar a justas expectativas criadas. Probidade - honestidade, retidão de caráter.

o Seguindo a CF, os atos de improbidade importarão em: RISP Ressarcimento ao erário Indisponibilidade de bons Suspensão dos direitos políticos Perda da função pública.

4

D. PUBLICIDADE: a ADM e seus agentes DEVEM divulgar ou permitir o acesso ao conteúdo dos atos praticados, exceto quando a lei expressamente assegurar o sigilo – (não é, pois, absoluta).

o Fundamentos para o sigilo: Segurança Nacional - art. 5º, XXXIII –, e Privacidade, intimidade e relevante interesse publico da administração – art. 50, LX.

Obs1: publicidade é diferente de publicação. O princípio da publicidade decorre do dever transparência, de prestar contas. Publicação é fazer veicular em imprensa oficial (diário oficial). PUBLICAÇÃO não é indispensável, ela só vai ocorrer quando a lei exigir. (nomeação,

edital de concurso e de licitação, exoneração...)Obs2: a rigor a publicidade é requisito de legalidade e moralidade (validade). É condição de eficácia do ato. Obs3: fundamento de sigilo:

o Segurança nacional ou do Estado. Art. 5, XXXIII.o Privacidade de intimidade e interesse coletivo

E. EFICIÊNCIA (adicionada pela EC19/98) – dois sentidos:

i. Como modo de estruturação e organização da atividade administrativa do Estado.ii. Modo de atuação dos agentes.

Tem como foco relação de meio e fim. Buscando melhores resultados pelos meios menos onerosos

Relação de custo X beneficio: Atuar com rapidez, perfeição e rendimento. Utilizar meios menos dispendiosos para alcançar o objetivo desejado. Economicidade: atuar com o Eficácia: produzir o resultado desejado.o Eficiência: produzir o fim desejado da melhor forma.o Efetividade: cumprir metas preestabelecidas.

Obs.: O principio da eficiência é parâmetro para os particulares controlarem a atuação da adm. Pública.

5. REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO (supremacia):

É o regime conjunto de normas e princípios que disciplinam as relações jurídicas envolvendo a ADM. Permitem ao Estado agir em Supremacia, por sempre atuar buscando o interesse público.

5.1. Os dois princípios que norteiam o regime:o Supremacia do Interesse públicoo Indisponibilidade do interesse público. OBS: A regras do Direito Público Administrativo impedem que o advogado do Estado firme acordos judiciais mesmo que benéficos. o Em regra o Estado agirá com supremacia, porém, em certos casos, sua

atuação será em igualdade – atuação no mercado financeiro, Emissao de cheques, alienação de bens e contratos de locação, seguro ou financiamento.

5

I. Regime Jurídico da Administração - (regime Jurídico adm. em sentido amplo) Compreende:

Regime Jurídico- administrativo (Dir. Publico) - conjunto de normas e princípios que conferem prerrogativas a administração. Fica em um patamar de supremacia.

Regime Jurídico de Dir. Privado na ADM. - é a aplicação das normas de direito civil e comercial em algumas relações com a administração. o Só será aplicado como exceção - por imposição legal ou por necessidade do

interesse publico. Art. 173.

II. Princípios Implícitos

a. Princípio da Continuidade do Serviço Público. Em regra a administração não pode interromper a prestação dos serviços

públicos. Por aplicação desse princípio é possível limitar ou restringir o exercício do direito

constitucional de greve. Especialmente para evitar a interrupção total de serviços essenciais.

b. Princípio da auto-tutela/autocontrole É um dever que a administração pública tem de rever seus próprios atos para

verificar os requisitos de legalidade e de mérito administrativo (conveniência e oportunidade) do ato praticado.

A administração DEVE anular os atos quando ilegais, e PODE revogar quando inconvenientes ou importunos.

o Princípio da Tutela: poder conferido às entidades políticas para fiscalizar suas entidades administrativas.

c. Princípio da motivação É o dever que a administração pública tem de fundamentar os atos praticados,

apresentando ou indicando os pressupostos fáticos ou jurídicos que ensejaram a prática do ato.

Motivação: o Fundamentos de direito (Jurídico)o Fundamento Fático (de fato)

Em regra, todos os atos têm que ser motivados, exceto quando a lei expressamente dispensar a motivação – cargo em comissão – e quando fizer referência a parecer consultivo adotado, além dos atos de mero expediente.

d. Princípio da Razoabilidade Faculta, permite a administração realizar uma ponderação de interesses entre

meios e fins para escolher a medida mais adequada para a melhor satisfação de um interesse coletivo. Art. 2, p. Único, VI - Lei 9784/99.

Implícitos na constituição, mas expressos na Lei 9784/99 - art. 2. São expressos na Administração, mas implícitos na CF.

6

e. Principio da proporcionalidade Implícitos na constituição, mas expressos na Lei 9784/99. São expressos na Administração, mas implícitos na CF. Faculta, permite à administração realizar uma ponderação de interesses entre

meios e fins para escolher a medida mais adequada para a melhor satisfação de um interesse coletivo. Art. 2, p. Único, VI - Lei 9784/99.

Tem-se que ser verificado a necessidade: Verificar se é necessária e oportuna uma intervenção do poder público no caso concreto.

Verificar a adequação: levantar, hipoteticamente, as medidas cabíveis. Proporcionalidade em sentido estrito: escolher entre as medidas cabíveis aquela

que mostra mais adequada.

f. Principio da Finalidade Implícitos na constituição, mas expressos na Lei 9784/99. São expressos na Administração, mas implícitos na CF. É o dever que a Administração e seus agentes têm de atuar buscando satisfazer

única e exclusivamente o interesse público.

g. Princípio da continuidade dos serviços Públicos: O STJ admite o corte no fornecimento de serviço essencial por falta de

pagamento, desde que haja prévia notificação dos usuários. o Não se pode cortar um serviço essencial quando for inviabilizar a

prestação de outro serviço essencial, tais como hospitais.o Havendo circunstância excepcional que torne o serviço indispensável,

não se pode cortar o serviço por falta de pagamento. Particular que more em casa emas dependa de aparelhos para viver.

Sua observação não é apenas obrigatória para a Administração Pública, mas também para os particulares prestadores de serviço público sob regime de delegação (concessionárias, permissionárias, autorizadas de serviço público).

Direito de greve é relativo: na constituição o direito a greve depende de regulamentação em lei. Há serviços que não podem simplesmente parar durante uma greve.

Causa de exceptio non adiplementi contractus ( exceção do contrato não cumprido) – o particular prestador de serviço público por delegação não pode interromper sua prestação, mesmo que a Administração não cumpra os termos do contrato que tenha celebrado.

Obs: art. 78, XI – após 90 dias de atraso nos pagamentos, o contratado poderá suspender a execução do contrato, desde que não seja em razão de guerra, calamidade pública, emergência ou grave perturbação da ordem.

h. Princípio da Segurança Jurídica. A Administração não pode aplicar retrativamente uma nova interpretação dada

a uma lei, savo quando essa interpretação for beneficiar o administrado. A prescrição de infrações ou crimes ocorre em função desse princípio – perde a

exigibilidade do direito. o Diferente de decadência – perde-se o próprio direito – art. 54, Lei

9784/99.

7

Organização Administrativa do Estado (Administração Publica)

1. Conceito de Administração: Dois sentidos:

1.1. Subjetivo, orgânico ou formal: Leva em consideração quem desempenha (sujeito) as atividades para satisfazer

os interesses coletivos – “quem faz”. São os órgãos, agentes e entidades do Estado que realizam atividades

administrativas de interesse público.

1.2. Objetivo, material ou funcional: Leva em consideração o tipo de atividade desempenhada, “o que é feito”. É toda atividade desempenhada pelo Estado para satisfazer os interesses

coletivos.OBS: o sentido objetivo é dividido em:

Formal: Toda atividade submetida ao regime jurídico-administrativo e destinada a satisfazer o interesse coletivo.

Material: toda atividade administrativa destinada a realizar concretamente o interesse coletivo. Não leva em consideração quem faz.

Obs2: A Administração pública pode ser considerada em: Sentido superior: compreende as atividades de coordenação, comando,

planejamento e controle da gestão administrativa do Estado (Quem manda). Em sentido inferior: compreende as atividades de execução e realização de

tarefas.

2. Atividades administrativas: 2.1. Fomento: é o incentivo a iniciativa privada de interesse publico. Ocorre com a

renuncia fiscal , financiamento com juros subsidiados etc.2.2. Policia administrativa:é o chamando poder de policia, que significa a

prerrogativa do Estado de limitar o exercício dos direitos individuais em beneficio da coletividade.

2.3. Serviços públicos: atividade material prestada direta ou indiretamente pelo Estado à sociedade. No Brasil, será serviço público aquela atividade indicada em lei – Teoria formalista.

2.4. Intervenção Administrativa: Possui dois sentidos:a) É o poder, conferido ao Estado, de fiscalizar e regulamentar determinadas

atividades por meio da Agencias reguladoras. Tais agências possuem a natureza jurídica de autarquia em regime especial. Ou seja, aquela que tem mais autonomia que as demais. Sua principal característica é o mandato de sua diretoria. Salvo a ANP, que por motivos de segurança nacional a diretoria é nomeada pelo PR. A CF só fez menção expressa sobre a Anatel e a ANP. As demais possuem apenas base infraconstitucional.

b) É o poder, conferido ao Estado, de explorar atividades econômicas por meio das Empresas Estatais – EP ou SEM. A exploração de atividades econômicas pelo Estado SP poderá ocorrer se houver interesse publico ou segurança nacional. Mesmo assim, essa

8

exploração deve ser feita pelas EP ou SEM. Nesses casos elas têm o mesmo tratamento das empresas privadas.

3. Estrutura Administrativa do Estado Pessoas Jurídicas Políticas – Entidade políticas / Entes políticos - (União,

Estados, DF e Municípios) gozam de auto-organização, autogoverno e auto-administração.

A. Administração Direta (Centralizada) Conceito: é cada um dos entes federativos com suas respectivas estruturas

orgânicas, que são os órgãos.i. Formada por: Agentes Públicos

o Ag. Políticoso Ag. Administrativoso Ag. Honoríficos

o Ag. Delegadoso Ag. Credenciados

Órgãos Públicos

Obs.: Desconcentração: cria órgãos - é o fenômeno por meio do qual uma pessoa jurídica integrante do Estado cria seus próprios órgãos, suas próprias unidades de atuação.

B. Administração indireta (descentralizada) - Entes administrativos: Conceito: são as pessoas jurídicas administrativas (entidades administrativas)

dotadas de personalidade jurídica própria e criadas por cada um dos entes federativos para desempenhar parcela de competência deles.

São coordenadas pela Administração e não subordinadas a ela. Têm patrimônio próprio. Respondem por seus atos.

i. Formada por: Autarquias Fundações Públicas Empresas Públicas Sociedades de Economia Mista Consórcios públicos

Descentralização: transferir parcela de competência para outra pessoa jurídica. Pressupõe a existência de 2 pessoas distintas. Um ente descentralizador e a

pessoa que recebe a atribuição. Entre elas não há subordinação, mas uma relação de vinculação. Existe, assim um controle finalístico.

É o fenômeno por meio do qual um ente federativo transfere parcela de suas competências para uma pessoa jurídica administrativa.

Obs.: a desconcentração também pode ocorrer nas entidades da administração indireta.

9

Descentralização pode ser:a. Política: ocorre com a repartição de competências feita pelo constituinte

originário, entre os entes federativos no Estado Federado. Ainda e possível fazê-la ao criar novos entes federativos. Transfere a auto-organização, autogoverno e auto-administração.

b. Administrativas: é a transferência da execução de atividades ou serviços públicos.Formas de descentralização administrativas:

Territorial/geográfica - é a criação de pessoas jurídicas administrativas em razão da localização geográfica no território do Estado, para prestar serviços de interesse coletivo.Obs. Os territórios Federais são exemplos de descentralização administrativa territorial. O território Federal é uma Autarquia Territorial Federal.

Por serviço, técnica ou funcional: ocorre quando um dos entes federativos cria suas entidades da administração indireta e a elas transfere parcela de suas competências administrativas.

Por colaboração: (delegação de serviços) ocorre quando um ente federativo delega a execução de um serviço público, mediante concessão, permissão ou autorização, a um particular.

o Concessãoo Permissãoo Autorização

Por outorga : A entidade politica transfere para a entidade administrativa, por meio de lei, a titularidade e a execucao dos serviços.

o Somente quando há transferência por outorga surge a uma administracao indireta.

1. Agentes Públicos: qualquer pessoa física ou jurídica legitimamente investida em uma das atribuições do Estado, ainda que de forma temporária ou sem remuneração.

1.1. Agentes políticos: são as pessoas físicas legalmente investidas em cargos, funções ou mandatos do Estado.

a. Características: Exercem função de cúpula de cada um dos poderes do Estado. Exercem função de governo: editar normas gerais e dar comandos gerais. Submetem-se a regime jurídico-constitucional.

b. Categorias de Agentes Políticos: agentes de cúpula

Mandatários: o Presidenteo Governador

o Prefeito o Respectivos vices

10

o Senadoro Deputados federais e estaduais

e distritais

o Vereadores

Concursados:o Juízeso Membros do MP

Procuradores da rep. Promotores de justiça, Procuradores militares e Procuradores do trabalho

o Membros da carreira diplomática Nomeados/indicados:o Ministros de Estadoo Secretários de Estado, DF e municípioo Min. de Tribunaiso PGRo Membros de missão diplomática permanenteo Seis cidadãos que integram o Conselho da República.

1.2. Agentes Administrativos:Pessoas físicas legalmente investidas em cargos, empregos ou funções do Estado, que mantém um vínculo de profissionalidade com o poder público.Características:

Exerce função técnico-administrativa. Submetem-se a um regime jurídico-administrativo ou Celetista. Não podem cometer crimes de responsabilidade. Só podem ser praticados por

quem exerce função política.

Categorias:A. Servidores Públicos:São todos Estatutários. A investidura é unilateralo Cargo efetivo: mediante aprovação em concurso público.

A estabilidade não vem com a efetividade.o Cargo em comissão:

Só pode ser criado para chefia, direção e assessoramento. Qualquer um pode ser nomeado.

o Função de confiança Só pode ser criado para chefia, direção e assessoramento. É uma tarefa a mais que o servidor de cargo efetivo assume dentro do

cargo já ocupado. Só pode ser exercida por quem já é integrante de cargo efetivo.

o Militares

B. Empregados Públicos: celebra contrato de trabalho. São regidos pela CLT.

11

É exigido concurso público. Geralmente em Empresas Públicas e Sociedade Economia Mista.

C. Temporários: art. 37, IX - CF Normalmente é regido por CLT. A regra é o concurso público.

OBS: Funcionário Público (art. 327 Código penal): Tecnicamente é uma expressão tão ampla que equivaleria a Agente Público.

1.3. Agentes Honoríficos: são particulares convocados para desempenhar relevante função cívica do Estado. Mesários, Júri popular.

Características: Não ocupam cargo. Apenas desempenham função. Função em caráter temporário. Em regra sem remuneração. Excepcionalmente podem ser remunerados:

o Comissários de menores.o Conselheiros tutelares.o Juiz de paz.

1.4. Agentes Delegados: São particulares - pessoas físicas ou jurídicas - a quem o poder público transfere

a execução remunerada de um serviço público (com ou sem execução de obra pública).

Exemplos: Concessionários do Serviço Público Permissionários

o Vanso Taxiso Casas Lotéricaso Lojas dos Correios

Autorizadoso Transporte escolaro Empresas de segurança de valoreso Centros Formação de Condutores

Tabeliães de Cartório (Notórios e os Registrados) Tradutores e interpretes juramentado.

1.5. Agentes Credenciados: É particular - pessoa física ou jurídica - a quem o Estado confere poderes para representá-lo em ato específico.

1.6. Gestores de Negócio Público: são particulares que em circunstâncias excepcionais e para evitar prejuízos para o interesse coletivo, assumem, voluntariamente funções administrativas do Estado. (agente público "sponte propria")

12

2. Órgãos Públicos: são centros de competências integrantes de uma pessoa jurídica do Estado.

2.1. Conceito Legal: art. 1º e 2º, I da Lei. 9784/99 - é a unidade de atuação integrante da administração direta ou da estrutura da administração indireta.

Características: Não tem personalidade jurídica. Não tem patrimônio próprio. Não respondem por seus próprios atos. Não tem autonomia. É titular de competência.

OBS: Podem ter capacidade judiciária para defender em juízo as prerrogativas inerentes a sua competência.

* Capacidade judiciária: quem pode ser autor ou réu de ação judicial.

2.2. Elementos integrantes do órgão:a. Competência: é um conjunto de atribuições e responsabilidades conferidas

por lei a um órgão. b. Cargos: são as menores unidades de competência de um órgão. c. Agentes: são as pessoas físicas que desempenham as atribuições de cargos e

funções de um órgão.

2.3. Classificação dos órgãos:

A. Quanto à posição Estatal: Independentes: o São aqueles localizados na cúpula de cada um dos poderes do Estado.o Não se subordinam hierarquicamente a nenhum outro órgão.o Exemplos: Presidência da Rep., governadoria, prefeituras, Câmara e assembléias

Legislativas, órgãos do Judiciário, TCU, MP, CNJ, CNMP.

Autônomos:o São aqueles localizados imediatamente abaixo dos órgãos independentes na

estrutura do poder executivo.o Tem Autonomia técnica, administrativa e financeira.o Exemplos: Ministérios, secretarias de Estado e de Município.o A AGU e a CGU são autônomos e têm status de ministério.

Superiores o São aqueles imediatamente subordinados ao órgão autônomo ou

independente. o Não tem autonomia técnica, financeira nem administrativa.o Detém capacidade de decisão de como fazer, não de o que fazer.o Exemplos: secretarias gerais e executivas, gabinetes, coordenadorias gerais,

departamentos, procuradorias gerais e inspetorias gerais.

13

Subalternos: são as unidades de execução sempre subordinadas a um dos demais órgãos.o Quase nenhuma capacidade decisória.o Seção e subseção, divisão e subdivisão, núcleos, setores, almoxarifado,

portaria.

B. Quanto à estrutura: Simples:

o Não se subdividem internamente em órgãos menores.o Exemplo: Juiz

Composto:o São os que se subdividem internamente em órgãos menores.

C. Quanto à atuação Funcional: Singulares (unipessoais):

o São aqueles em que as decisões em nome do órgão dependem da manifestação de um único agente. (sistema presidencialista)

o Exemplos: Presidência, Ministério, governadoria...

Colegiados (pluripessoais):o São aqueles em que as decisões em nome do órgão são tomadas de forma

democrática mediante votação de um grupo.o Exemplo: Casas Legislativas em geral, Tribunais.

D. Quanto à função: Ativos:

o Realizam concretamente o interesse público.o Policia, ministério da educação, secretaria de receita...

Consultivos:o Prestam apoio técnico-científico para atuação de outros órgãos.o As consultorias jurídicas, AGU, TCU, Tribunais eleitorais, ABIN.

De controle:o São órgãos destinados a fiscalizar e verificar a legalidade e o mérito de

outros órgãos e entidades públicos.o TCU, CGU, MP, Corregedoria das Polícias.

2.4. Teorias sobre a natureza da relação jurídica entre o Estado e seus agentes.

A. Teoria do Mandato: por essa teoria os agentes receberiam do Estado, mediante um instrumento de mandato poderes para atuar em nome e sobre a responsabilidade do Estado. Funciona no direito privado. Essa teoria não pode ser aplicada.

B. Teoria da representação: por esta teoria os agentes públicos receberiam a incumbência de manifestar vontade em nome do Estado, suprindo a falta de capacidade dele, como ocorre na tutela e na curatela. Não foi aceita

D. Teoria do Órgão:

14

A teoria do órgão decorre do Princípio da impessoalidade – estão diretamente relacionados.

Por essa teoria os agentes receberiam do Estado funções e passariam a ser partes integrantes dele de maneira que, ao atuar, é o próprio Estado que está atuando.

Teoria aceita.

15

Órgãos da Administração IndiretaAUTARQUIAS:1. Conceito: São pessoas Jurídicas administrativas (entidades administrativas) criadas

para desempenhar de forma autônoma atividade típica de Estado (atividade Estatal típica ou atividade exclusiva de Estado). É um serviço público personificado. Ter personalidade jurídica de direito

público significa possuir as mesmas prerrogativas do Estado. Assim, as autarquias pedem prestar serviços públicos exercer poder de polícia, intervir nas atividades econômicas, fiscalizar, regular, dem como exercer qualquer outra atividade que exija supremacia. Elas não podem, porém, legislar, nem explorar atividades econômicas.

São criadas por lei específica de iniciativa do PR. Aplica se o princípio da especialidade – pessoa autônoma que se especializa

em determinada função. Atividades que somente o Estado pode exercer.

Obs: Uma autarquia pode ser criada para desenvolver atividade atípica de Estado.

São vinculadas à pessoa política que a criou. A transferência de titularidade, somente de serviço típico de Estado, acontece

por outorga. 2. Características:

a. Personalidade Jurídica de Direito Público própria.b. Patrimônio próprio.c. Responde pelos seus próprios atos. Tem capacidade processual.d. Não tem fins lucrativose. Regime de pessoal Estatutário (art. 37, II, CF)f. São obrigadas a fazer licitação. (art. 37, XXI, CF)g. Responsabilidade civil Objetiva – fundamentada nos riscos administrativos (art.

37, §6º, CF)h. Regime de bens de direito público: inalienabilidade, impenhorabilidade,

imprescritibilidade, não onerabilidade. Os bens das autarquias têm o mesmo regime conferido aos dos entes federativos.

i. São criadas por Lei ordinária específica – Que apenas tratam desse único tema – criação. (art. 37, XIX).

j. Prerrogativas processuais: Autarquia federal tem o foro competente na Justiça Federal (art. 109, I)

o Prazo quádruplo para contestar ações judiciáriaso Prazo em dobro para interpor recursos.o Imunidades sobre impostos, rendas, serviços e patrimônios.o Intimação pessoal de seus procuradores para todos os atos do

processo.o A dívidas passivas das autarquias prescrevem em 5 anos.

16

k. Gozam da chamada imunidade recíproca, e por isso, não pagam impostos sobre seus bens, rendas e serviços. Essas imunidades não abrangem as taxas e contribuições.

3. Espécies de autarquias:a) Previdenciárias: INSSb) Culturais/Educacionais: Colégio Pedro II, USP, UFMG. (Atividade Atípica de

Estado)c) Autarquias reguladoras: agências reguladoras – ANAC, ANATEL, ANP, ANTT,

ANVISA, ANEEL, ANS etc.d) Autarquias assistenciais: AJA, ADENE (antiga SUDENE).e) Autarquias Profissionais: São instituídas para atividades de fiscalização e

regulação de determinadas categorias profissionais. o Obs: São autarquias que adotam o regime Celetista. Autarquias sui

generis – OAB, CREA, CRC, CRA, COREMA ETC. Segundo o STF a OAB não possui classificação no direito brasileiro.

f) Autarquias Territoriais ou políticas: Os territórios, quando existirem, terão natureza de autarquia federal.

FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 1. Conceito: são parcelas de patrimônio de um ente federativo as quais se confere

personalidade jurídica própria para se auto-gerir e realizar atividades não típicas de Estado (Atividade não Exclusiva de Estado, Serviços sociais de Estado).

Atividades que tanto o Estado quanto particulares podem realizar. Têm patrimônio personificado. Obs: fundação Pública não pode ser criada para desempenhar atividade típica

de Estado. Para se criar uma Fundação Pública precisa-se de uma Lei Complmentar que

define as áreas de atuação das fundações (não existe) ou uma Lei Ordinária especifica que autoriza a sua criação. Ainda é preciso de uma ato do Executivo, decreto, seguido de registro em junta comercial.

Como a lei complementar ainda não existe, a doutrina se divide:o Uns entendem que a Fundação pode fazer o que quiser, já que não está

restrito na lei. (ESAF)o Outros entendem que elas tem de desenvolver atividades de caráter

social. (CESPE)

2. Características:a. Personalidade jurídica de Direito:

i. Privado: decreto lei 200/67 – art 5º, II.

17

ii. Público: Art. 37, XIX, CF. – são as mais comuns. Possuem as mesmas prerrogativas do estado: Imunidades de impostos e atuação em supremacia.

b. Patrimônio próprio.c. Responde pelos seus próprios atos.d. Não tem fins lucrativose. Regime de pessoal Estatutário (art. 37, II, CF)

Os agentes estão sujeitos a teto remuneratório.f. São obrigadas a fazer licitação. (art. 37, XXI, CF)g. Responsabilidade civil Objetiva – art. 37, §6º, CF)h. Regime de bens de direito público: inalienabilidade, impenhorabilidade,

imprescritibilidade, não onerabilidade. Os bens das autarquias têm o mesmo regime conferido aos dos entes federativos.

i. São autorizadas por Lei ordinária específica – Que apenas tratam desse único tema – criação. (art. 37, XIX). Cabe a lei complementar definir suas áreas de atuação. Essa autorização ainda precisa ser completada por ato administrativo e registro.

Essa autorização ainda tem que ser completada por ato administrativo e registro (em junta comercial).

Para o CESPE: se o item mencionar apenas a Fundação Pública e afirmar que elas são criadas por lei, o item deve ser dado como correto.

Se trouxer juntos Fundação Publica e Autarquia e disser que são criadas por lei – errado.

Se o item tiver o seguinte sentido: Autarquias e fundações públicas dependem ou pressupõem leis ordinárias especificas para sua criação – CERTO.

j. Prerrogativas processuais: Fundações Federais tem foro na Justiça Federal.o Prazo quádruplo para contestar ações judiciáriaso Prazo em dobro para interpor recursos.o Imunidades sobre impostos, rendas, serviços e patrimônios.o Intimação pessoal de seus procuradores para todos os atos do processo.o A dívidas passivas das autarquias prescrevem em 5 anos.

EMPRESA PÚBLICA (EP):1. Conceito: são pessoas jurídicas administrativas (entidades administrativas)

criadas pelo Estado para intervir diretamente na economia e prestar serviço público ou desempenhar atividade econômica.

A regra do artigo 173 é a de não intervenção do Estado na economia. Excepcionalmente o Estado intervém. Por imperativo de Segurança Nacional

(INFRAERO) e por relevante interesse econômico (Banco do Brasil).

18

2. Características: Tanto as EP quanto as SEM exercem apenas atividades Administrativas –

Serviços públicos e exploração de Atividades econômicas. o Possuem natureza híbrida.o Devem prestar contas.o Não possuem privilégios processuais e pagam impostos, salvo Os Correios.

a. Personalidade Jurídica de Direito Privado (art. 173, §1º, II)b. Patrimônio próprioc. Responde pelos próprios atos (autonomia).d. Pode ter fins lucrativos (quando explora atividade econômica)e. Regime de pessoal: CLT – exige concurso público.

Obs: Os dirigentes de EP e SEM possuem regime diferenciado – nem estatuto, nem CLT, regem-se sobre normas do direito comercial.Obs2: Os empregados públicos de EP ou SEM só ficam submetidos a teto remuneratório (art. 31, XI), se houver repasse contínuo de recursos da Administração Direta para a EP ou para a SEM custear gastos com pessoal ou outras despesas. (art. 37, §9º). Estão sujeitos alei de probidade.

f. Responsabilidade Civil: se for:i. Prestadora de Serviço Público: Objetiva (art. 37, §6º).

ii. Exploradoras de atividade Econômica: subjetiva (art. 173, §1º II, CF).g. Regime de bens: se for:

i. Prestadora de Serviço Público: Regime de direito público.ii. Exploradoras de atividade Econômica: Regime de direito privado.

o Os bens das prestadoras de serviços públicos que sirvam diretamente para a prestação desses serviços não podem ser penhorados. Isso também acontece com as empresas privadas que prestam serviços públicos.

h. São autorizadas por lei específica: complementado por Ato Administrativo e Registro (art. 37, XIX).

i. Não estão sujeitos à falência. j. Foro competente: Justiça Federal – Exceto em caso de Justiça trabalhista (art.

109, I). k. Composição do capital Social: A totalidade do capital pertence a ente público

(Poder Público). Pode adotar qualquer forma societária admitida em direito. EP pode ter mais de um sócio, desde que sejam todos eles entes públicos. É possível ao Estado ter menos de 50% do capital, nessa hipótese tal empresa

não integrará a ADM pública. É possível uma EP organizada sob o domínio de S/A ter capital

exclusivamente da União – EP unipessoal, S/A de capital fechado.

19

Segundo a nova lei de falência, os EP e as SEM não podem ir a falência. Porém, a doutrina diz que só não podem falir aquela que presta serviços públicos, isso por causa do princípio da continuidade.

SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA - (SEM):1. Conceito: são pessoas jurídicas administrativas (entidades administrativas)

criadas pelo Estado para intervir diretamente na economia e prestar serviço público ou desempenhar atividade econômica.

O mesmo da Empresa pública.2. Características: a. Personalidade Jurídica de Direito Privado (art. 173, §1º, II) – IGUAL à Empresa

Pública.b. Patrimônio próprio – IGUAL A Empresa pública.c. Responde pelos próprios atos (autonomia – IGUAL à Empresa Pública.d. Pode ter fins lucrativos (quando explora atividade econômica – IGUAL à

Empresa Pública.e. Regime de pessoal: CLT – exige concurso público – IGUAL à Empresa Pública.

Obs: Os dirigentes de EP e SEM possuem regime diferenciado.Obs2: Os empregados públicos de EP ou SEM só ficam submetidos a teto remuneratório (art. 31, XI), se houver repasse contínuo de recursos da Administração Direta para a EP ou para a SEM custear gastos com pessoal ou outras despesas. (art. 37, §9º).

f. Responsabilidade Civil: se for:i. Prestadora de Serviço Público: Objetiva (art. 37, §6º).

ii. Exploradoras de atividade Econômica: subjetiva (art. 173, §1º II, CF).

g. Regime de bens: se for:i. Prestadora de Serviço Público: Regime de direito público.

ii. Exploradoras de atividade Econômica: Regime de direito privado.

h. São autorizadas por lei específica: complementado por Ato Administrativo e Registro (art. 37, XIX).

i. Não estão sujeitos à falência. j. Foro competente: Justiça Comum do Estados.k. Composição do Capital: No mínimo 50 % mais 1 ação ordinária do capital

social com direito a voto em assembléia devem pertencer a ente federativo ou poder público.

l. Só pode adotar a forma de S/A (companhia).

Diferenças entre SEM E EP.EP SEM100% do capital pertecente ao Estado. 50% + 1 ação com direito a voto

20

pertencem ao Estado.Admite qq forma societária Somente pode ser ASForo competente, com exceção de cláusulas trabalhistas:Se for EP Federal: Foro FederalSe For EP estadual ou municipal: Foro estadual.

Sendo Federal, Estadual, DF ou Municipal: foro estadual – para competir em igualdade com os particulares.

AGENCIA EXECUTIVA:1. Conceito: São Autarquias ou Fundações Públicas que firmaram contrato de

gestão com o respectivo ministério supervisor (Administração Direta). Com o objetivo de ampliar a autonomia gerencial, financeira e administrativa para melhorar sua eficiência. Em razão disso recebem a qualificação de Agência Executiva, somente durante a vigência do contrato. Geralmente de 2 anos e nunca maior que o mandato do PR.

Para de qualificar a autarquia tem que elabora um plano de desenvolvimento institucional baseado na eficiência de gestão com redução de despesas. Tem que firmar contrato de gestão com o respectivo ministério, onde será estabelecido a maior autonomia e as metas a serem atingidas.

Obs1: Nem todo contrato entre Administração Direta e Indireta resulta em Agência Executiva. Só entre Autarquia ou Fundação com seu respectivo Ministério supervisor.Obs2: dura somente durante o prazo do contrato.Obs3: A[os celebrar o contrato com o devido ministério, o PR edita um Decreto instituindo a Agência Executiva. É necessário o ato executivo para produzir efeitos. É exemplo de ato composto.

O término da vigência do contrato que marca o fim do processo.

2. CONTRATO DE GESTÃO: Plano estratégico de reestruturação para melhorar a eficiência.

Finalidade/Objeto: ampliar a autonomia gerencial. Financeira e administrativa com objetivo de melhorar a eficiência.

Quem pode celebrar?o Adm. Direta com Adm. Diretao Adm. Direta com Adm. Indireta (Autarquias e Fundações públicas) - gera

agência executiva.o Adm. com seus agentes.

Nem todo contrato de gestão gera uma agencia executiva, somente os firmados entre a ADM direta e a ADM indireta.

AGÊNCIA REGULADORA1. Conceito: é uma autarquia de regime especial criada para fiscalizar, controlar e

regular (regulamentar) as atividades privadas de interesse coletivo.

21

2. Características: a. Maior autonomia:

Os dirigentes exercem mandato – não superior ao do Presidente da República. Não precisa ser junto com o PR.

São indicados pelo Presidente e sabatinados pelo Senado. Os dirigentes podem ser exonerados de duas formas:o A pedido do dirigente.o Requerimento do Presidente mais aprovação absoluta do Senado.

b. Competência normativa para regulamentar o setor – são atos normativos para aplicação das leis – expede atos regulamentares.

TERCEIRO SETOR (entidades paraestatais) Não integram a estrutura da administração do Estado. Juridicamente, em regra, é uma associação. Lei Específica autoriza celebração de parcerias entre Estado e 3º setor.

1º Setor 2º setor 3º Setor

Quem são: Estado Mercado ONGs/ OSCIP/ Fund. Privadas.

Interesse: Coletivo Indivíduo Coletivo

4º Setor – É a economia informal. Atividades econômicas informais (camelôs, barraquinhas...)

Categorias que podem firmar parcerias com Estado:

1. Serviço Social Autônomo. ( Sistema “S”) - ao entes privados criados por lei para o desempenho de atividades assistenciais a determinadas categorias profissionais. SESI,SESC, SENAC, SENAI, SENAT, SENAR, SEBRAE, FIBRA.

Em regra são regidos pelo direito privado, mas devem observar algumas regras e princípios de direito público.

Tem que prestar contas ao TCU. São mantidos por contribuições do estado ( contribuições sociais de natureza

tributária), das empresas e dos próprios trabalhadores. Devem seguir os princípios das licitações. Podem elaborar normas próprias

para suas contratações. Diretoria colegiada, o governo tem poder de indicar os mais importantes. Tem que cumprir os princípios fundamentais da administração: LIMPE. Tem um regulamento próprio para licitação. Em grande parte usa os princípios

da 8.666. Não exige concurso público. São Celetistas e não se submetem ao teto.

22

2. Organizações Sociais (OS) – é uma pessoa privada sem fins lucrativos cujas atividades sejam dirigidas ao ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.:Lei 9637/98 O ministério relacionado à matéria da OS qualifica a pessoa Jurídica privada

por meio de ato administrativo. Este ato é discricionário. Para que ela receba recursos estatais terá que firmar com o Estado o contrato

de Gestão. Este fixa metas e define recursos para a OS. Ex: Hospital Sarah A qualificação como OS não se dá por meio do contrato de gestão, este vem

depois da qualificação que foi dada por meio de ato administrativo. Não precisa de concurso público, o Sarah faz porque quer. Os empregados são CELETISTAS. Prestam contas ao respectivo TC. Aquelas que recebem dinheiro da União devem seguir a lei de licitações.oObs: a lei 8666/93 permite que o Estado contrate uma OS sem licitação para o

desempenho das atividades contempladas no respectivo contrato de gestão. É possível que o Estado promova a extinção de entidades administrativas para

transformá-las em OS. São criadas já com intuito de serem ONGs. Atuam nas áreas de ensino, pesquisa cientifica, tecnologia, meio ambiente,

cultura e saúde. Não podem atuar na área de assistência social. A parceria entre Estado e Organização se dá por Contrato de Gestão (é

diferente do contrato de gestão das agências executivas).

CONTRATO DE GESTÃO: Nesse Contrato contém as regras da Atividade - estipulação das metas a serem

atingidas e os respectivos prazos de execução. o A Organização fica obrigada a atingir metas na prestação dos serviços de

seus interesses, por outro lado a Administração auxilia a entidade de formas variadas: transferência de recursos orçamentários, cessão de bens públicos e de servidores para serviços vinculados à aos fins sociais da OS presentes no contrato.

Esclarece as formas de uso dos bens, repasse de recursos e repasse de pessoal pelo Estado.

A OS deve realizar licitação nos termos da 8.666 (em sua maioria, mas com algumas especificidades).

Um grande exemplo é a Rede SARAH de Hospitais.

3. Fundação de Apoio: Fundações de Direito privado, sem fins lucrativos, regidas pelo código civil brasileiro. Fundações de Apoio às instituições federais de ensino superior e de pesquisa

científica e tecnológica. Tem que ser uma Universidade Federal para criar uma Fundação de Apoio. Ex:

FINATEC.

23

Devem prestar contas ao Poder público e ao TCU. Não se enquadram na regra do concurso público. Não é claro se tem que fazer licitação.

4. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – OSCIP. Lei 9790/99 – qualificação jurídica para pessoas de direito privado, sem fins lucrativos, em razão das atividades que venham a desenvolver em parceria com a ADM pública. Entidade sem fins lucrativos: pessoa jurídica de direito privado que não distribui entre seus sócios ou associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, participações ou parcelas de seu patrimônio, auferidos mediante o exercício de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.

Art. 2o Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às atividades descritas no art. 3o desta Lei: I - as sociedades comerciais; II - os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria profissional; III - as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, cultos, práticas e visões devocionais e confessionais; IV - as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações; V - as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a um círculo restrito de associados ou sócios; VI - as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e assemelhados; VII - as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas mantenedoras; VIII - as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas mantenedoras; IX - as organizações sociais; X - as cooperativas; XI - as fundações públicas; XII - as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por fundações públicas; XIII - as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal. Art. 3o A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma das seguintes finalidades: I - promoção da assistência social; II - promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III - promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; IV - promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de participação das organizações de que trata esta Lei; V - promoção da segurança alimentar e nutricional;

24

VI - defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII - promoção do voluntariado; VIII - promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza; IX - experimentação, não lucrativa, de novos modelos sócio-produtivos e de sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito; X - promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar; XI - promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da democracia e de outros valores universais; XII - estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste artigo. Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividades nele previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que atuem em áreas afins.

a) Da Qualificação em OSCIP: As OSCIP não são criadas especialmente para isso como as OS. São entes

privados instituídos pela vontade de particulares. A pessoa jurídica interessada em obter a qualificação deve elaborar

requerimento perante o Ministério da Justiça.o Recebido o requerimento o MJ terá 30 dias para avaliar se defere ou

não o pedido. No caso de deferimento o MJ, em 15 dias da decisão, emitirá o certificado de qualificação à requerente.

o No caso de indeferimento o publicará no Diário Oficial. Preenchidos todos os requisitos, o MJ é obrigado a conceder o título do OSCIP à

requerente. Ato vinculado.b) Características: Devem observar o LIMPE (eficiência e economicidade). Devem prestar contas. Podem pagar salários a seus dirigentes respeitados os praticados no mercado. Tem que constituir órgão fiscal ou equivalente para emitir pareceres para os

organismos superiores da entidade (desempenho financeiro e fiscal). As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos qualificadas com

outros diplomas legais poderão adquirir a qualificação de OSCIP e poderão manter as duas por até 2 anos. Ao final desse prazo a entidade terá que optar por apenas uma, caso não faça a opção perderá qualificação de OSCIP.

c) Termo de parceria: O vínculo entre o Poder público e a OSCIP, destinado a formação de

cooperação entre as partes para o fomento e a execuçao de atividades de interesse público.

Conterá, de modo detalhado, os direitos, responsabilidades e obrigações dos pactuantes.

25

o Estipulação de metas e dos resultados a serem atingidos e seus prazos de execução.

o Previsão de critérios objetivos de avaliação de desempenho.o Previsão de receitas e despesas.o Obrigação em apresentar, ao término de cada exercício, relatório sobre a

execução do objeto do termo de parceria, demonstração da sua execução física e financeira, de modo simplificado.

A execução será acompanhada e fiscalizada por órgão do poder público e pelos conselhos de Políticas Públicas das áreas de atuação correspondentes.

Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, sob pena de responsabilidade solidária.

Ao receber o título, fica autorizado a realizar parcerias com o Estado. Nos contratos em que a OSCIP for a contratante tem que se fazer licitação

pública prévia e não está obrigada a concurso público. d) Desqualificação: Pode ser a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo

ou judicial, assegurado a ampla defesa e o contraditório. Pode ser de iniciativa do Ministério Público ou popular. Para popular é vedada

o anonimato e tem que ser fundamentada em evidencias de erro ou fraude. Em caso de perda de qualificação, o respectivo patrimônio disponível,

adquirido com recursos públicos enquanto durou a vigência da qualificação, será transferido à outra pessoa jurídica igualmente qualificada, de preferência que tenha o mesmo objeto social da extinta.

Em caso de dissolução, o respectivo patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica com a mesma qualificação, de preferência com o mesmo objeto.

OBS: Nem toda ONG é paraestatal, somente o é se for qualificada como OS ou

OSCIP. O Estado pode destinar recursos a qualquer pessoa privada sem fins lucrativos.

Exemplo MST.

5. Consórcios Públicos: Entidade Estatal formada pela reunião de vários entes políticos para realização de atividades de interesse comum. Base constitucional: Previsto expressamente no art. 241 da CF. Natureza jurídica: Possuem naturezacontratual, pois surgem por meio de um

contrato assinado pelos entes políticos (União, Estados, Df e minucípios).

26

A assinatura do contrato dependerá de autorização em lei específica. Cada ente tem que elaborar essa lei específica para permitir o prefeito, governador ou Presidente a assinar o contrato do consórcio.

Os municípios só poderão assinar contrato com municípios de outros Estados se os respectivos estados-membros fizerem parte do contrato do consóricos.

Os consórcios podem ter:o Personalidade jurídica de Direito público: possuem as mesmas

prerrogativas do Estado. Esses consórcios de direito público são também chamados de

“Associações Públicas” e integram a administração indireta dos entes consorciados.

o Personalidade jurídica de direito privado: Possuem natureza híbrida.

27

PODERES ADMINISTRATIVOS1. Conceito: são prerrogativas conferidas por lei aos agentes e órgãos públicos (poder

público) para concretizar o interesse público ou coletivo.Obs: Os poderes da administração são instrumentais. Eles não possuem poder em si mesmo.

2. Uso do poder: Os poderes administrativos somente podem ser exercidos nas exatas medidas para satisfazer um dever (interesse público).

Obs: Situações Subjetivas Públicas é diferente de Direitos Subjetivos Privados:As Situações Subjetivas públicas geram uma obrigação de atuar ao Estado. Os Direitos Subjetivos Públicos não geram obrigações ao particular.

2.1. Deveres decorrentes dos poderes da Administração: a. Dever de agir: os agentes públicos estão obrigados a atuar sempre que

estiverem presentes nas circunstâncias legais para tanto. A omissão configura abuso de poder.

b. Dever de eficiência: alem de agir os agentes públicos estão obrigados a buscar os meios mais adequados para a melhor satisfação dos interesses públicos.

c. Dever de Probidade: os agentes estão obrigados a observar padrões éticos e de moralidade ao atuar. (art. 37, §4º)

d. Dever de prestar Contas: todo aquele legalmente investido em alguma função do Estado tem o dever de dar transparência ao conteúdo dos atos praticados.

3. Abuso de Poder: é qualquer uso ou exercício de um poder administrativo que não seja para realizar um dever específico e de interesse coletivo.Subdivide-se em: Excesso de Poder e Desvio de Finalidade:a) Excesso de Poder: Ocorre quando o agente competente, ao atuar, extrapola os

limites do poder conferidos por lei.b) Desvio de finalidade (desvio de poder): ocorre quando o agente competente,

apesar de atuar nos exatos limites do poder que tem, busca alcançar finalidade diversa do interesse público.

A omissão também pode caracterizar abuso de poder. Omissão qualificada: quando o agente tinha o dever de agir e condições para

tanto, mas não o fez. Usurpação de função pública: quando uma pessoa comum se apropria

indevidamente do poder público. Isso não gera poder público. EX: uma falsa blitz com bandidos “fantasiados” de Policiais.

Agente de aparência: é aquele investido ilegalmente. Irregularmente em um cargo ou função pública. Os atos por ele praticados são legítimos para os administrados, que de boa fé

acreditaram ser atendidos por um agente público devidamente identificado. A simples ilegalidade ou irregularidade na investidura do agente não

caracteriza abuso de poder.

28

Silêncio da Administração (uma espécie de omissão): ocorre quando um particular requer uma manifestação do poder público e este não a faz no prazo legal. Em regra, o silêncio da administração não pode ser interpretado como um

ato/manifestação do poder público – não gera direitos – exceto quando a lei expressamente atribuir tal efeito ao silêncio – Sanção tácita do Presidente da República.

4. Espécies de poderes: Hierárquico, Disciplinar, Regulamentar, vinculado, Discricionário, de Polícia.

4.1. Poder hierárquico: (pressupõe subordinação) é aquele por meio do qual a administração escalona, organiza (ordena, coordena, controla,corrige), estrutura, dispõe sobre o funcionamento interno de sua atividade administrativa, bem como distribui as atribuições entre os órgãos e agentes do executivo. Pressupõe horizontalidade na coordenação para estruturas de mesma

hierarquia e verticalidade nos demais subordinados. Não há poder hierárquico entra ADM direta e ADM indireta. Presidente da Republica e Ministro de Estado, existe poder hierárquico. Não

há entre PR e VPR. Existe poder de hierarquia no Legislativo e no Judiciário, desde que seja nas

suas respectivas fincões administrativas.4.1.1. Decorrências:

a. Permite revisão, anulação e revogação dos atos dos subordinados.b. Possibilidade de delegação e avocação de competências.

Competências: Exclusivas – não admite delegação nem avocação. Privativas – Admite delegação e avocação.

Delegação – ocorre quando uma autoridade administrativa transfere parcela das competências que a lei lhe conferiu a um subordinado ou autoridade da mesma hierarquia. Sempre temporária e parcial – art. 13,Lei 9784/99. Delegação para órgão de mesma hierarquia tem que haver acordo entre as partes.

Avocação – ocorre quando uma autoridade hierarquicamente superior chama para si parcela de competência conferida originariamente por lei a um subordinado. Revogação da delegação é diferente de avocação. Revogação da avocação é diferente de delegação. Os atos de delegação e os atos de avocação têm que ser publicado em imprensa

oficial. Delegante, em regra, não responde pelos atos praticados pelo delegado no

exercício da competência transferida, exceto quando o delegante homologar ou ratificar o ato, ou ainda quando a delegação for ilegal.

O avocado não responde pelos atos praticados pelo avocante no exercício da competência transferida.

29

O delegante não perde a competência delegada. A delegação é sempre temporária, ainda que expedida por tempo indeterminado. A competência é irrenunciável.

O delegante pode exercer a competência simultaneamente ao delegado. O avocado não perde a competência. Fica, apenas, temporariamente impedido de

exercê-la. Não se admite delegação nem avocação total de competência. São indelagáveis as competências Normativa, Recursal e a Exclusiva. (NoREx) O poder hierárquico só é exercido na ação interna de subordinação dos agentes.

4.1.2. Diferença entre Delegação e Outorga:

Delegação: Transfere apenas a execução. É um ato negocial. Concessão, permissão e autorização. Para EP e SEM ocorre uma delegação legal.

Outorga: transfere a titularidade ou execução de uma atividade administrativa. Somente há outorga para autarquias.

4.2. Poder disciplinar Só se exerce no âmbito interno da Administração.

1. Conceito: é aquele por meio do qual a administração fiscaliza, controla e pune as condutas (infrações funcionais) dos agentes subordinados.

Pressupõe hierarquia. Decorre do poder hierárquico em decorrência do pode do Estado de punir seus agentes.

Aplica-se a: Servidores Particulares que por ato ou contrato passam a se submetera disciplina interna.

Só se aplica no âmbito da delegação (contratados e delegatários). Decorre da supremacia da Administração Pública. Ex: multa por atraso de entrega de obra.

4.2.1. Decorrências: a) Permite apurações das infrações funcionais.

i. Sindicânciaii. Processo administrativo sumárioiii. PAD

b) Aplicação de penalidadesi. Advertênciaii. Suspensãoiii. Demissãoiv. Cassação de aposentadoria e de disponibilidadev. Destituição de cargo em comissão ou função comissionada.

Apuração de infração é ato vinculado.

30

Punir é ato vinculado. A dosimetria da pena é ato discricionário.

4.3. Poder Regulamentar é aquele por meio do qual a Administração (Executivo) esclarece e disciplina a

aplicação de uma lei.

Exemplo: Decreto Resolução Regulamento Portaria

Instrução Normativa Provimento Deliberações Regimentos

Obs: Para a maioria da doutrina os demais atos que também regula uma lei fazem parte do chamado Poder Normativo.Obs: Regimentos internos das Casas Legislativas têm caráter de lei. Os demais (executivo e Judiciário) são atos administrativos normativos – resoluções.

Ato normativo:Atos Legislativos – Cria/ inova a lei.Atos Administrativos Normativos: Regulamenta a Lei.

4.3.1. Limites ao exercício do Poder Regulamentar: Não pode inovar no ordenamento jurídico. a) Fiel execução da lei – art. 84, IV.b) Prevalência dos direitos humanos – art. 5º, II.Obs: Decreto Autônomo: é a expedição de um ato administrativo normativo (decreto) que extrapola os limites da regulamentação e inova no ordenamento jurídico.A Cf/88 admite decreto autônomo? 1ª corrente (Majoritária): em regra a CF/88 não admite. (art. 5º, II, 84, IV da

CF e art. 25 ADCT) 2ª corrente: admite, mas como exceção. Apenas nas hipóteses do art. 84, VI, a

e b, CF. Na prova:

Outras Bancas (Esaf e FCC): Admite!!! Cespe:

Se menciona as duas posições (não admite, mas com exceções) - CERTO.

Quando diz que não admite e não menciona as exceções – Errado. Se diz que admite: Errado.

A partir da emenda 32/2001, as matérias descritas no art. 84, VI, da CF passam a ser disciplinadas mediante decretos autônomos. A edição de decretos autônomos somente é admitida no que diz respeito àquelas matérias. As

31

matérias submetidas à reserva de Administração não podem ser disciplinadas pelo pode Legislativo.

Obs: Para o Cespe o poder regulador do CNJ se equivale ao poder regulamentar do PR.

Poder Regulador Poder RegulamentarEsclarece a fiel execução das leis Esclarece a fiel execução das leisFiscaliza, regulamenta e pune

4.4. Poder Vinculado (regrado): É aquele por meio do qual a administração tem a prerrogativa de agir e está

obrigada a fazê-lo sempre que estiverem presentes as circunstâncias para tanto.Obs: não há margem para juízo de conveniência e oportunidade ao exercer o poder vinculado. (pode ser tanto no âmbito interno quanto no externo).

4.5. Poder Discricionário: É aquele por meio do qual a administração tem a faculdade de agir, mas não está

obrigada a fazê-lo de determinada maneira em certo momento. A lei autoriza a realização de juízo de conveniência e oportunidade.

Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade podem ser aplicados como limites ao poder discricionário. Na aplicação desses dois princípios para limitar a discricionariedade, é

importante frisar que se trata de controle de legalidade e não de mérito administrativo. Um ato que fere a razoabilidade e a proporcionalidade é um ato ilegítimo. Esse ato deve, portanto, ser anulado e não revogado.

4.6. Poder de Polícia: É aquele por meio do qual a administração limita ou restringe atividades

particulares (exercício do direitos individuais em benefício da coletividade) ou uso, gozo e disposição de bens privados.

4.6.1. Fundamentos:Supremacia Geral do Estado. Pssui definição doutrinária e Legislativa no código Tributário Nacional.

4.6.2. Objetivos/finalidade do Poder de Polícia.a) Impedir ou evitar danos ao interesse público causados por atividade particular

ou uso de bens privados. (preventivo)b) Interromper ou fazer cessar danos ao interesse público causados por atividade

particular ou uso de bens privados. (repressivo)

32

O poder de polícia somente pode ser delegado à autarquias – Agências Reguladoras.

4.6.3. Poder de Polícia X Polícia Judiciáriaa) Poder de polícia:

Também chamado de Polícia administrativa – atua no ilícito administrativo. Qualquer ente ou agente administrativo no âmbito de suas competências pode

exercê-lo. Pode ser Preventivo ou repressivo. Incide sobre bens, direitos e atividades. Sua atuação esgota-se no âmbito administrativo. Será exercido por órgãos ou entidades administrativas.

b) Polícia Judiciária: Atua no ilícito penal. Fica a cargo da Polícia Civil e Federal. A maioria da doutrina entende que as

corporações (PM) são polícia judiciária. É basicamente repressiva. Incide sobre pessoas*. É um preparatório para função penal do Estado.

4.6.4. Atributos do Poder de polícia: Prerrogativas da administração para exercer o poder de polícia.

a) Coercibilidade: o exercício de poder de polícia é coativo, forçado, independente da concordância do particular.

b) Auto-executoriedade: é o poder que administração tem de executar diretamente, por seus próprios agentes, os atos ou medidas de polícia adotados. Independentemente de autorização Judicial.O contraditório nem sempre é prévio. Depende do grau de perigo que o fato sugere.

c) Discricionariedade: possibilidade da administração fazer juízo de conveniência – mériot administrativo (oportunidade e conveniência) para escolher ato ou medida de polícia mais adequado ao caso concreto.Obs: Quando a lei expressamente indica a medida a ser adotada no caso concreto, não haverá discricionariedade.

4.6.5. Limites ao Poder de Polícia: a) Observância dos direitos fundamentais:

É possível exercer o Poder de Polícia sobre direitos fundamentais. O que não pode é violá-los.

b) Observância dos princípios da razoabilidade e proporcionalidade:c) Observância de outros limites legais.

33

4.6.6. Delegação do poder de polícia: Em nenhuma hipótese é possível transferir o poder de polícia a particulares. Somente pode ser delegado o poder de polícia às autarquias. Obs: O Poder de Polícia não incide sobre pessoas – não pode cercear a liberdade de locomoção. Incide sobre Bens, atividades e direitos. Obs2: O poder de polícia fundamenta-se na obrigação de não-fazer.

34

Atos Administrativos1. Conceitos: Fato: qualquer acontecimento no mundo real (plano físico). Em sentido estrito é

fato que não ocorre de vontade. Ato: Qualquer acontecimento no plano físico dependente de vontade. Fato Jurídico: todo acontecimento no plano físico ao qual uma lei atribui algum

efeito jurídico. Ato Jurídico: todo acontecimento no plano físico decorrente de vontade ao qual

um lei atribui um efeito jurídico.

1.1. Fato ou Ato da administração:

a) Ato de direito privado:b) Atos materiais ou fatos administrativos: não contêm vontade jurídico-

administrativa. São um mero acontecer dentro da administração. É todo acontecimento que produz conseqüências para o direito administrativo.Obs: não se aplicam aos fatos da administração as prerrogativas e atributos dos atos administrativos. Não tem por finalidade produzir efeitos jurídicos. São atos de exercício material das atividades de estado.

c) Atos Políticos ou de governo: são manifestações do poder público submetidas ao regime jurídico-constitucional e destinadas a comandar o Estado. Art. 84 CF/88.

d) Atos Administrativos: manifestação unilateral do Estado que ao agir com supremacia tem como finalidade adquirir, constituir, resguardar direitos ou ainda impor obrigações aos particulares ou a si mesma.A principal característica do ato administrativo é que, por meio do ato, o Estado pode , unilateralmente, impor obrigações aos particulares. Tal prerrogativa ;e denominada poder extroverso do Estado.Obs: Todo ato administrativo será um ato da administração, mas nem todo ato da administração será um ato administrativo.

O Estado pode praticar atos regidos predominantemente pelo direito privado. Particulares que agem por delegação podem praticar atos administrativos. Ex:

Oficial de cartório.

1.2. Atos Administrativos em sentido subjetivo: qualquer manifestação de vontade por agente público independentemente da área de atuação (Executivo, Judiciário e Legislativo).

1.3. Atos Administrativos em sentido objetivo: são aqueles destinados a desempenhar as funções tipicamente administrativas pelos três poderes.

2. Elementos – Requisitos dos Atos Administrativos.CompetênciaFinalidadeFormaMotivo

35

Objeto

A inobservância de qualquer um deles leva a invalidade do ato e não a inexistência. Sempre vinculados = expressos em lei. o Competência – A competência é imutável, somente a lei pode mudar. o Finalidade – sempre o interesse público.o Forma – é o meio de exteriorizar o ato.

Podem ser discricionários: o Motivo o Objeto

Andam sempre juntos. Podem ser vinculados. Quando discricionários geram margem para interpretação – juízo de

conveniência e oportunidade -> mérito administrativo. Tem que se observar os princípios da Razoabilidade e proporcionalidade. É uma margem de atuação sempre dentro dos limites da lei. Discricionariedade não significa arbitrariedade.

Conceitos Jurídicos indeterminados:o Não há margem para valoração. o Não é uma atividade discricionária. Não se confunde, nem faz parte de um ato

discricionário. o É passível de controle Judicial.

Poder judiciário Em regra, o judiciário controla apenas os atos vinculados. Excepcionalmente, pode

controlar atos discricionários no âmbito dos méritos administrativos, sob a luz da Legalidade, razoabilidade e proporcionalidade e moralidade. o Ex: Redução de um valor de uma multa se esse valor for flagrantemente

desarrazoado e desproporcional. Ele não pode discutir (dizer se foi melhor ou pior) a conveniência e oportunidade.

Obs: O poder judiciário pode controlar o ao discricionário – CERTO. O controle dos elementos vinculados já serve para justificar isso.

O controle judiciário, no âmbito da discricionariedade, somente atua em cima dessa margem (conveniência e oportunidade). O controle só pode ser com base nos princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade, moralidade também (O estado tem que fornecer o mínimo exigível).

A ADM pode tomar uma decisão contrária à jurisprudência do STF e do STJ, desde que motivadamente, só não pode contrariar uma súmula vinculante.

2.1. Elemento Competência: é o conjunto de atribuições e responsabilidades conferidas por lei a um agente. Sujeito competente.

2.1.1. Características:

36

a) É um poder legal. b) Não se presume.c) Capacidade + legitimidade = competência. Obs1: a competência é imutável, irrenunciável, intransferível, obrigatória, imprescritível e inderrogável – não é passível de negociação. Obs2: A inobservância da competência gera nulidade do ato, mas é um vício corrigível – admite convalidação, desde que a competência não seja exclusiva.Obs3: nem toda competência é delegável / avocável.

O vício de competência pode ser quanto:o À pessoa o À matéria (conteúdo) – não admite convalidação.

2.2. Elemento Finalidade: é o interesse público que se deve alcançar com a prática do ato.

A inobservância da finalidade gera Nulidade do ato. Vício de finalidade não admite convalidação. Vício de finalidade necessariamente acarreta violação da Impessoalidade. Se o agente violar o elemento finalidade estará configurado abuso de poder, na espécie desvio de finalidade. 2.3. Elemento Forma: é o meio de exteriorização do ato administrativo.

2.3.1. Espécies:

o Escritao Verbalo Gestualo Luminosa/semafórica

o Pictórica/ simbólicao Sonorao Eletrônica

A inobservância da forma gera Nulidade, desde que não seja possível convalidação (art. 55, lei 9784/99).

Se o ato for praticado por forma diversa da prevista em lei, mas alcançar o fim público desejado sem causar à administração ou a terceiros, deverá ser convalidado.

Para se desfazer um ato tem que se usar a mesma forma, ou uma mais complexa, que foi utilizada para gerá-lo. Salvo se a lei dispuser em contrário.

No direito público o formalismo é regra, no privado exceção. Para prova: Ato administrativo é formal. Ato do processo administrativo federal

(9784) não depende de forma, salvo se a lei exigir.

2.4. Motivo / Causa: é a circunstância de fato ou de direitos que enseja a prática de um ato.

A inobservância do motivo gera nulidade do ato. E não admite convalidação. Em regra, tanto os atos vinculados como os discricionários tem que ser motivados.

37

o Exceção: quando a lei expressamente dispensar a motivação (cargo em comissão)

o Quando fizer referencia a parecer de consultoria jurídica adotado – Motivo aliunde – art. 50, §1º , Lei 9784/99.

o Atos de mero expediente.

2.4.1. Motivo X motivação. o Motivação: é a fundamentação do ato. A justificação de se ter tomado tal

atitude. Rol do atos que tem que ser motivados no art. 50 da 9784. Tem que explicitar os motivos que levaram a prática do ato. Apresentar os fundamentos legais e os fundamentos de fato. A motivação não só será um requisito de validade do ato administrativo

quando a lei expressamente dispensá-lo. Motivar: indicar os Fundamentos de direito que embasam o ato e os

fundamentos do fato que levaram o administrador a atuar.o Excepcionalmente pode haver convalidação posterior nas irregularidades do

ato.

2.4.2. Teoria dos motivos determinantes:a) Essa teoria de aplica a todos os atos adm. Aplica-se tanto aos vinculados

como aos discricionários. b) Por essa teoria, a validade de um ato administrativo está condicionada a

existência e a veracidade dos motivos indicados como suporte para a prática do ato. Na prova – “motivos que não sejam os mais adequados” – entende-se: Motivo errado, falso, não é o motivo certo.

c) Essa teoria impõe a nulidade do ato que, apesar de a lei expressamente dispensar sua motivação, o agente competente o faça com base em motivos falsos ou inexistentes.

d) Se apenas um ou alguns dos motivos apresentados como fundamentos para a prática do ato não for verdadeiro ou existente, o ato não será inválido, caso haja algum motivo verdadeiro entre aqueles apresentados na fundamentação.

2.4.3. Motivo ≠ MóvelMóvel: é a intenção do agente ao praticar o ato. O desvio do móvel viola a finalidade. Ex: Transferência de servidor para outra localidade com a intenção de puni-lo.

2.5. Objeto / Conteúdo: é aquilo que dispõe o ato sobre alguma situação. Confunde-se com o próprio ato.

A inobservância do objeto gera nulidade.

38

Objeto ilegal não pode ser convalidado. Ex: O prédio corre perigo de desabar. A administração implode o prédio para evitar

maiores danos. A implosão do prédio é o objeto do ato.

3. ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (qualidades): são prerrogativas da administração para praticar o ato – decorrentes da supremacia.

3.1. Presunção de legitimidade: todos os atos administrativos presumem-se em conformidade com a lei até que se prove o contrário.a) Os atos administrativos nascem prontos para produzir imediatamente seus

efeitos, ainda que seja argüida a sua legalidade.b) Essa presunção é relativa – pode ser desfeita – admite prova em contrário. c) A presunção de legitimidade gera a inversão do ônus da prova. Quem argüir

que o ato é ilegal que tem a obrigação de provar. d) Presunção de Legitimidade = Presunção de Legalidade (amparo legal) +

Presunção de Veracidade.

Concluiu as etapas de formação?

Está de acordo com a lei?

Está apto a produzir todos os efeitos?

O ato adm. será ...

Sim Sim Sim Perfeito / válido / eficaz.

Sim Sim Não Perfeito / valido / ineficaz

Sim Não Sim Perfeito / inválido / eficaz

Sim Não Não Perfeito / inválido / ineficaz

Não -- -- Imperfeito / não existe o ato

O que suspende a eficácia do ato: o Termo: evento futuro e certo (vai acontecer necessariamente)o Condição: evento futuro e incerto.

Também se enquadra como condições: Ratificação, Homologação, visto, deferimento, publicidade.

o Modo: é o encargo imposto ao destinatário do ato como requisito para a produção e manutenção dos efeitos.

Publicidade é condição de eficácia do ato – não é condição de existência. Um ato ilegal/ inválido pode ser eficaz Todo ato administrativo goza de Presunção de Legitimidade.

39

3.2. Auto-executoriedade. É uma prerrogativa que a administração tem de executar diretamente seus

próprios atos, por seus próprios meios e agentes, independente de autorização judicial.

Fundamenta-se na hipótese de o interesse público e coletivo tutelado pela lei estiver exposto a grave e iminente risco de lesão.

Auto-executoriedade subdivide-se:o Exigibilidade: é a possibilidade que a administração tem de usar meios indiretos

para fazer o administrado a cumprir o ato praticado (Ex: multa sobre atrasos). o Executoriedade: é o poder que a administração tem de usar seus próprios

meios para executar diretamente os atos praticados. Com uso da força se necessário.

Nem todo ato goza de auto-executoriedade. Multa não tem executoriedade. Somente exigibilidade.

3.3. Imperatividade: É o poder que a administração tem de impor, nos termos da lei, obrigações e

deveres aos administrados, com sua simples manifestação de vontade, independente de concordância do particular ou de decisão judicial.

Esse atributo é uma manifestação do poder extroverso da administração. o Poder extroverso: é o poder de interferir / entrar na esfera dos particulares.

Nem todo ato goza de imperatividade. Nem todo ato com imperatividade será necessariamente auto-executável. Mas

todo ato auto-executável será necessariamente imperativo. Um ato negocial não é imperativo.

3.4. Tipicidade: parte ínfima da doutrina. É a necessidade de adequação exata entre o ato praticado e aquilo que expressa a

lei.

4. CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS4.1. Quanto aos destinatários: Gerais / normativos: o São aqueles de caráter abstrato, que se destinam a produzir efeitos em relação

a um grupo indeterminado de pessoas ou indivíduos.o Ex: decretos, portarias, resoluções, instruções normativas.

Individuais / concretos: o São aqueles destinados a produzir efeitos individualizados em relação a uns ou

alguns sujeitos determinados.

4.2. Quanto ao objeto:

40

De Império: são aqueles destinados a impor o interesse coletivo sobre o individual.o Decorre da supremacia do Estado.o Ex: Multa, Remoção de ofício de servidor, apreensão de produtos.

De gestão: são aqueles em que a vontade do poder público concilia-se com um interesse privado. Há certo equilíbrio entre a Administração e o particular.o Ex: concessão de habilitação para dirigir, doação de bens, concessão de alvarás

e licenças. De expediente: são atos sem conteúdo decisório. É um mero “impulsionar” das

rotinas internas. Mera tramitação de procedimentos.o Ex: arquivamentos, alimentação de dados em sistemas, catalogação de

processos.

4.3. Quanto ao regramento: Vinculados (regrados): são aqueles atos em que o agente competente está

obrigado a praticar o ato se presentes os motivos legais para tanto. A lei não dá nenhuma margem para conveniência e oportunidade.

Discricionários: são aqueles em que o alei autoria o agente competente a fazer o juízo de conveniência e oportunidade.

4.4. Quanto ao conteúdo: Declaratórios: Destinam-se a consignar (a fazer prova) uma situação jurídica pré-

existente. o Eles não criam, modificam ou extinguem situações jurídicas.o Ex: certidões, atestados, declarações em geral – admissão, licença,

homologação, isenção, anulação. Constitutivos: destinam-se criar, modificar ou extinguir uma situação jurídica do

administrado. É o caso da permissão, autorização, dispensa, aplicação de penalidade e revogação.

4.5. Quanto ao alcance: Internos: destinam-se a produzir efeitos, predominantemente, no âmbito da

própria administração. Externos: destinam-se a produzir efeitos, predominantemente, em relação à

administração. Obs: Efeitos Hipodrômicos dos atos administrativos: são os efeitos internos

(secundários) de um ato administrativos.

4.6. Quanto a retroabilidade: Revogáveis: aqueles que podem ser retirados do mundo jurídico por conveniência

e oportunidade.o Somente ato discricionário pode ser revogado, mas nem todos os atos

discricionários podem ser revogados.

41

Irrevogáveis: são aqueles que não podem ser retirados do mundo jurídico por questões de conveniência e oportunidade.o Atos vinculadoso Atos de um procedimento em relação aos quais já ocorreu preclusão – perda do

momento processual – administrativa. o Atos que geram direitos adquiridos o Atos consumadoso Atos meramente declaratórios.

4.7. Quanto à formação: Simples: decorre da manifestação de vontade de um único órgão ou agente.o Multa, concessão de férias.

Para o CESPE: Atos Complexos: são aqueles que a vontade final da administração decorre de

mais de um órgão ou agente público – Fusão de duas vontades iguais para originar apenas um ato.o As vontades se equivalem – são hierarquicamente iguais.o Se apenas uma vontade se manifestar não gera efeitos jurídicos relevantes.

Atos Compostos: são aqueles que a vontade final decorre de uma vontade principal e outra instrumental ou acessória – secundária.o Vontade 1 + Homologação / visto / ratificação / deferimento / registro. o O segundo ato é apenas requisito de validade e não de eficácia.

O entendimento predominante, inclusive do próprio TCU é de que o ato de admissão de pessoal ou de aposentadoria (art. 71, III, CF), levado à homologação e registro do TCU, configura ato composto – Para Jurisprudência do STF, esse ato é ato complexo.

Para o CESPE – se no item é mencionado os dois posicionamentos fica CERTO. Para a ESAF / FCC: Muda-se apenas o rótulo, o que é complexo para o CESPE a ESAF considera

composto; o que é Composto para o CESPE a ESAF considera Complexo.

5. ESPÉCIES DE ATOS

5.1. Normativos: são aqueles destinados a esclarecer e dispor sobre a aplicação de uma lei – ato de fiel execução das leis – art. 84, IV, CF.O Congresso poderá sustar a parte que exorbite o exercício regulamentar exercido pelo Executivo.

Decretos Regulamentos

Resoluções Instruções Normativas

42

Regimentos Deliberações

Provimentos Portarias

5.2. Ordinatórios: são aqueles destinados a organizar, estruturar, escalonar e disciplinar a atividade administrativa do Estado, bem como distribuir as atribuições dos agentes. Tem como base o poder hierárquico.

Ordem de serviço Ofício Memorandos Avisos Homologação

Circulares Despachos (autorizações e licenças) Portarias (o contexto define o

significado)

5.3. Atos Enunciativos: são aqueles destinados a declarar uma situação jurídica pré-existente (primeira parte) e sobre ela emitir um juízo de valor (segunda parte).

Pareceres (dar suporte a uma decisão) Laudos técnicos Certidões, atestados Apostila: ato que reconhece um direito pré-existente. Equivale a uma averbação.

OBS: Atos administrativos não criam direitos e obrigações, apenas concretizam os atos.

5.4. Atos Negociais: são aqueles em que a vontade do poder público se encontram, se conciliam com um interesse privado.

Licença – ato administrativo vinculado, em princípio, definitivo. Autorização – ato discricionário e precário. Predomina o interesso do particular. Permissão – ato administrativo, unilateral, discricionário e precário. o Somente para permissão de uso de bem publico. Quando se tratar de delegação

de serviço publico tomo caráter de contrato e necessita de licitação. o A liberdade de a Administração revogar o ato é relativa. Quando é onerosa ao

permissionário, gera direito à indenização. Homologação – ato unilateral e vinculado, com o qual a ADM reconhece a

legalidade de um ato jurídico. Alvará Concessão

5.5. Atos Punitivos: são aqueles utilizados para aplicar sanções aos servidores no âmbito da administração pública.

Cassação Interdição

Apreensão Embargo

43

6. Extinção dos Atos administrativos Extinção (causas):o Naturais:

Cumprimento total do ato Desaparecimento do sujeito / coisa Término do prazo

o Promovida pela Administração

Cassação Caducidade Contraposição

Anulação Revogação

o Promovida pelo administrado Renúncia

6.1. Cassação: é a retirada do ato administrativo pela ADM em razão do descumprimento de normas jurídicas, a todos impostas, pelo particular beneficiário do ato.

6.2. Caducidade: é a retirada do ato administrativo pela ADM em razão de norma jurídica (lei) superveniente que torna inadmissível o ato anteriormente praticado. (o ato ficou antigo – caduco).

Nos termos da Lei 9784/95 (delegação dos serviços públicos), se o particular, concessionário ou permissionário do serviço descumprir as regras de prestação de serviço será caso de extinção por caducidade.

6.3. Contraposição: é a retirada do ato administrativo pela Adm. em razão da prática de outro ato, em momento posterior, e com base em competência diversa, que se opõe ao primeiro ato.

Ato A Ato B

44

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOSANULAÇÃO REVOGAÇÃO

COMPETÊNCIA Administração ou Judiciário

Administração

OBJETO Ato inválido (discricionário ou

vinculado)

Ato válido (discricionário)

MOTIVO Ilegalidade / irregularidade

In/conveniência e in/oportunidade

LIBERDADE DA ADM. (obs1)

Poder-Dever (Obrigatório)

Poder (facultativo)

EFEITOS Ex tunc (retroage)OBS 2

Ex nunc (não retroage)

ALCANCE Total – integral Total ou parcialREPRISTINAÇÃO Não há HáDIREITOS ADQUIRIDOS Não há Há

A anulação pela Adm. pode ser de ofício. Já o Judiciário tem que ser provocado. Julgando um caso o judiciário jamais revoga um ato. Apenas na sua função atípica

de administrar, assim pode revogar os próprios atos. Só se anula ato inválido. Ato vinculado não admite revogação por não

comportarem juízo de conveniência e oportunidade. Ilegalidade, ilegitimidade e irregularidade são motivos para anular o ato. Quando o vício é insanável o ato é nulo e a Administração é obrigada a anulá-lo. Obs1: o ato de anulação é vinculado. O ato de revogação é discricionário. Obs2: Os atos de anulação produzem efeitos ex tunc. Exceções aos efeitos ex tunc:

o Não serão desfeitos os efeitos do ato anulado cujo desfazimento for acarretar enriquecimento ilícito ou sem causa para a administração.

o Não serão desfeitos do ato anulado cujo desfazimento for acarretar prejuízos para terceiros de boa-fé.

o Ato nulo não gera direito adquirido. Anulação só pode ser total. Não se admite anulação parcial. A revogação pode ser total ou parcial.

Repristinação: A revogação de ato administrativo revogador faz com que o primeiro ato volte automaticamente a produzir seus efeitos.

Em matéria de lei, não há repristinação automática. Somente em ato que foi revogado.

Direito adquirido: é o direito subjetivo que já ingressou no patrimônio jurídico de uma pessoa, mas ainda não foi exercido ou gozado.

45

Devem ser respeitados os direitos que já foram adquiridos durante a vigência do ato revogado.

Prazo para anular é de 5 anos, sob pena de convalidação tácita. Salvo quando comprovada má-fé.

A administração pode deixar de revogar ato ilegal, se por excepcional interesse público, a anulação acarretar prejuízos maiores que a manutenção do ato.

No final de 2008 o Cespe considerou que a Administração pode (poder-dever) anular seus atos ilegais.

CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS É a prática de um ato posterior para suprir (sanar) vício sanável ou corrigível de um

ato anterior. a) Competência:

Atos praticados com vício de incompetência podem ser convalidados. Nesse caso a autoridade competente poderá ratificar o ato, desde que a matéria não seja exclusiva, que permita delegação.

Se o ato tiver vício de competência em relaçaoà matéria, não poderá ser convalidado. Ex: Um Ministro edita ato de competência exclusiva de outro Ministro.

b) Finalidade e Motivo: Não podem ser convalidados. A finalidade sempre tem que visar o interesse público. O motivo é condição prévia do ato. Se o motivo não existiu não tem como

criar um motivo posterior ao ato.c) Objeto:

O objeto ilegal também não pode ser convalidado. Se o objeto de um permissão é ilegal, esta não poderá ser convalidada.

d) Forma: O vícioo de forma pode ser objeto de convalidação, desde que ela não seja

essencial à validade do ato. Somente os elementos competência e forma (sanáveis) podem ser convalidados. Também podem ser convalidados os vícios quanto à motivação e publicidade. O ato de convalidação é discricionário, mas se não o fizer,o ato tem que ser

anulado. Os efeitos do ato de convalidação retroagem – são ex tunc. Com a convalidação os efeitos do ato convalidado ficam inalterados.

Formas de convalidação:a) Por confirmação: ocorre quando uma autoridade hierarquicamente

superior supre um vício sanável de ato praticado por um subordinado.b) Por ratificação: ocorre quando a mesma autoridade que praticou o ato

supre seu vício sanável.

46

c) Por saneamento: ocorre quando é necessária uma manifestação do particular para suprir o vício do ato.

Convalidação X Conversão Conversão: ocorre quando a adm. pratica um ato mais complexo sem que estejam

presentes todos os seus requisitos. Nessa situação se estiverem presentes os requisitos de um ato mais simples, a adm. poderá converter o ato mais complexo no ato mais simples.

47

Responsabilidade Civil do Estado (da Administração ou Extracontratual)1. Conceito: é a obrigação que o Estado tem de reparar ou indenizar os prejuízos

causados a terceiros, por conduta (omissiva ou comissiva), lícita ou ilícita de seus agentes, atuando nessa condição.

2. Teorias: a) Teoria da Irresponsabilidade absoluta: monarquias – “The King can do no

wrong”. Dura até o final do século XIX. O Estado não responde pelas suas ações.

b) Teoria da responsabilidade civil subjetiva do Estado:O Estado responderá pela atuação dos seus agentes, mas tem-se que provar os requisitos para a responsabilização:

Conduta Dano

Nexo de culpabilidade Culpa ou dolo

o Teoria da culpa administrativa – Culpa do serviço (falta ou defeito no serviço) – cabe sempre ao particular prejudicado provar a sua ocorrência:

Ausência do serviço Defeito na prestação Atraso na prestação

c) Teoria da responsabilidade civil objetiva do Estado: dispensa-se a prova de culpa da Administração.Requisitos: o Condutao Danoo Nexo de culpabilidade

3. Responsabilidade Civil do Estado segundo a CF/88 – art. 37, §6º . A responsabilidade é objetiva. Fundamenta-se na Teoria do Risco

administrativo.o Teoria do risco administrativo: O Estado tem que reparar o dano

independente da comprovação de culpa, basta que exista o dano e que o particular não tenha participado ou concorrido com ele.

o O ônus da prova de culpa do particular sempre cabe à Administração.o No caso de culpa concorrente entre o Estado e o particular ou culpa

exclusiva do particular, atenua-se ou exclui-se a culpa da Adm.

3.1. Quem responde objetivamente?a) Pessoa Jurídica de direito público: Administração direta, autarquias, Fundações

Públicas de dir. público e Consórcios Públicos.

48

b) Pessoa Jurídica de direito privado prestadoras de serviço público: EP, SEM, Concessionários e permissionários, autorizados e fundações de direito privado que prestem serviços públicos.

o Obs: Não se inclui EP e SEM exploradoras de atividades econômicas – estas respondem pelo Direito Civil ou Comercial – Responsabilidade Civil. Responsabilidade Subjetiva.

3.2. Exclusão da Responsabilidade Civil do Estado.a) Culpa Exclusiva da vítima: se a culpa é concorrente entre Administração e

particular a culpa do Estado é atenuada ou excluída.b) Culpa exclusiva de terceiro: se a culpa é concorrente entre Administração e

particular a culpa do Estado é atenuada ou excluída.c) Caso Fortuito e Força Maior:o Caso Fortuito: Evento da natureza.o Força maior: Evento humano alheio a vontade das partes.o Evento alheio a vontade das partes, imprevisível, inevitável ou previsível e

de conseqüências incalculáveis – exclui-se a responsabilidade do Estado.o Obs: essas três hipóteses não se aplicam ao preso sob tutela do Estado. O

Estado é responsável pela segurança do preso. A Responsabilidade é objetiva no caso de guarda de pessoas ou coisas.

3.3. Responsabilidade Civil do Estado por Omissão. A responsabilidade é subjetiva. Nesse caso o prejudicado tem que provar culpa

ou dolo (Jurisprudência do STF e STJ).3.4. Responsabilidade Civil do Estado fundada no Risco Integral – art. 21, XXIII, d,

da CF: Danos decorrentes de atividades de caráter radioativos, independente de culpa

é responsabilidade do Estado. Basta comprovar dano e nexo. Em prova recente o Cespe adotou não existir a responsabilidade total do estado

no Brasil.3.5. Responsabilidade Civil dos delegatários de serviço público. Concessionários e Permissionários. Responsabilidade Civil objetiva:

o Somente em relação a danos diretamente decorrentes da prestação dos serviços públicos.

o Em caso de assalto a ônibus, metro, taxi ou avião a responsabilidade civil não é do Concessionário ou permissionário. Nesse caso é do Estado por omissão no serviço de segurança pública.

3.6. Responsabilidade Civil do Estado por ATO JUDICIAL: Como regra, o Estado não responde civilmente por danos decorrentes de

decisão judicial, exceto por: ( teoria da irresponsabilidade)a) Erro do judiciário – condenado penal por erro

49

b) Prisão além do tempo ou fora das formalidades legais.Obs: para o CESPE o Estado pode ser responsabilizado civilmente por ato judicial.

3.7. Responsabilidade Civil do Estado por ATO LEGISLATIVO: Como regra, não responde civilmente por ato legislativo típico (lei) Exceção:

o Lei de efeito abstrato – não gera, ainda que seja inconstitucional – teoria da irresponsabilidade.

o Lei de efeito concreto – pode gerar responsabilização. Caso de indenização por desapropriação de terras particulares para reserva florestal, por exemplo.

4. Ação reversiva – art. 37, parte final: É o poder-dever que o Estado tem de exigir do agente causador do dano aquilo

que teve de indenizar o particular, desde que comprove culpa ou dolo do agente.

A responsabilidade do Estado perante o particular é objetiva. Mas o regresso do Estado contra seu agente é subjetivo. O Estado tem que comprovar culpa ou dolo para responsabilizá-lo.

Não há prazo de prescrição para o regresso da Administração contra o agente causador de prejuízo ao erário público.

A vítima não poderá cobrar diretamente do agente, nem ingressar simultaneamente contra o Estado e o agente em nenhuma hipótese.

A ação regressiva é de natureza cível, assim, a dívida pode ser transmitida aos descentes do agente público condenado a pagar o ressarcimento, até o limite do espólio.

5. Reparação do dano:a) Dano Material: é a perda de patrimônio suportada pela vítima na conduta

danosa.o Não há incidência de IR sobre o pagamento de dano material. o Dano Emergente: é a supressão patrimonial diretamente decorrente do

evento danoso.o Lucro cessante: é aquilo que a vítima razoavelmente deixou de ganhar ou

auferir com a conduta danosa. Dano moral: é um prejuízo, o sofrimento físico ou psíquico suportado pela

vítima em razão da conduta danosa. Tem caráter de recompensa. o Pode-se acumular danos morais e materiais.

6. Independência das instâncias: A condenação em uma das instâncias não impede a absolvição na outras e vice-

versa. A independência não é absoluta.

50

Somente a fundamentação da absolvição penal materializada em inexistência de materialidade ou negativa de autoria repercute nas demais instâncias.

Não repercute nas demais instâncias as decisões por: o Falta de provaso Prescrição ou decadênciao Exclusão de ilicitudeo Exclusão de culpabilidade.

51

Controle da Administração1. Conceito: é a atividade administrativa do Estado consistente em verificar a

legalidade e o mérito administrativo de seus próprios atos, promovento uma contínua revisão, anulação ou revogação das alterações dos subordinados.

2. Objeto: o que será controlado? Legalidade Mérito administrativo

o Conveniência e oportunidade.3. Tipos de controle:

a) Interno: é aquele realizado no âmbito de um mesmo poder.b) Externo: é o que um poder realiza em relação a atos de outro poder.c) Controle popular:

4. Momentos do Controle: a) Prévio: é aquele realizado antes do início da produção dos efeitos de um ato.

o MS e HC preventivoo Autorização para o Estado de sítio

b) Concomitante: é o controle realizado durante as etapas da composição do ato. o Ato complexo e ato compostoo Homologação de concurso

c) Posterior: após o início da produção dos efeitos do ato.o Judiciário em geral

5. Órgãos de controle Legislativo Executivo Judiciário

6. Espécies de controle:

6.1. Controle promovido pela Administração de ofício: é aquele realizado continuamente pela ADM independentemente de provocação ou requerimento.

a. Fiscalização hierárquica: é o controle que os entes e agentes hierarquicamente superiores realizam em relação aos atos dos subordinados.

o Fazem revisão, anulação ou revogação dos atos.o Pressupõe a relação de hierarquia (subordinação).o É um controle direto, automático, pleno e irrestrito.

b. Supervisão Superior (Supervisão Ministerial): é o controle finalístico que os órgãos da Administração direta realizam sobre os atos da administração indireta.

o Controle Indireto : Não pode anular ou revogar atos diretamente. Relação de coordenação, vinculação.

o O Ministro da Previdência chama o presidente do INSS e o manda corrigir o ato. Não pode agir diretamente no órgão da ADM indireta.

52

c. Controle orçamentário-financeiro: é aquele realizado indiretamente nos órgãos e entidades em relação à gestão financeira, patrimonial e orçamentária

d. Pareceres Vinculantes (controle prévio): é o meio (ato administrativo normativo) que o chefe do executivo tem de uniformizar a interpretação e aplicação das leis.

6.2. Controle promovido pela Administração mediante provocação do administrado.

a) Direito de petição art. 5º, XXXIV: é o direito fundamental conferido a qualquer pessoa para requerer aos entes públicos independente de pagamento de taxas contra ilegalidade ou abuso de poder.

b) Pedido de reconsideração: é o meio administrativo adequado para provocar a revisão de uma decisão pela própria autoridade administrativa que a proferiu.

c) Recurso administrativo: é o meio administrativo adequado a provocar o reexame de uma questão já decidida por uma autoridade superior àquela que a decidiu.

d) Reclamação administrativa: é o meio adequado para provocar o controle de um serviço público que não está sendo prestado adequadamente.

6.3. Controle promovido pelo Legislativo: O legislativo não pode anular atos ou contratos administrativos. Apenas pode

sustar seus efeitos. (art. 49, V, CF).a) CPI / CPMIb) Convocação de autoridade para prestar depoimentoc) Requisição de documentos: meio para efetuar o controle.d) Tomada de contas anual do P.R.e) Controle COFOP com o auxílio do TCU – art 70 e 71.

o Contábil o Orçamentárioo Financeiroo Operacionalo Patrimonial

6.3.1. Controle Pelo TCU Seis pontos merecem destaque no controle exercido pelo TCU:

a) No tocante às contas do PR, a competência do TCU é apenas de apreciá-las mediante parecer prévio, que deverá ser elaborado no prazo de sessenta dias do seu recebimento. Não cabe ao TCU julgar as contas do PR, apenas apreciá-las.o Quanto às contas dos demais administradores públicos, cabe ao TCU julgar

suas contas.b) Sobre a competência do TCU julgar suas próprias contas a CF/88 não de

pronunciou a respeito. Diante do silêncio da CF a doutrina diz caber ao próprio tribunal tal competência. o A lei orgânica do DF deu competência à Assembléia Legislativa para

realizar a tomada de contas do TCDF. O STF julgou um Adin sobre isso e decidiu ser legal tal norma.

53

c) Existe diferença na atuação do TCU para atuar perante irregularidades em atos e contratos administrativos:o No caso de Ato, cabe ao TCU sustar diretamente sua execução e é obrigado

a dar ciência de sua decisão à Câmara do Deputados e ao Senado. o No caso de contrato, o ato de sustação será dado diretamente pelo CN,

que solicitará, de imediato, ao poder Executivo as medidas cabíveis. Se o CN ou o Poder executivo não tomarem as medidas cabíveis para sustar o contrato em 90 dias, o TCU adquirirá competência para decidir a respeito.

d) As decisões do TCU que resultem em multa ou imputação de débito são auto-executáveis, por força constitucional.

e) Tomada de contas especial: é um procedimento destinado a apurar fato específico em que haja suspeita de lesão ai erário. Difere da tomada de contas ordinária e da prestação de contas ordinária, exigidas anualmente de toda a ADM pública.o O STF decidiu que a tomada de contas especial abrange toda a ADM

publica, incluídas todas as entidades da ADM indireta independente de sua forma jurídica da natureza de sua atividade.

f) O TCU pode realizar controle de constitucionalidade das leis, desde que no exercício de sua atividade / desempenho de suas atribuições. Podem afastar a aplicação de uma leiu ou ato normativo do Poder público por entendê-lo inconstitucional.

6.4. Controle Promovido pelo Judiciário Sempre depende de provocação mediante ação judicial. Como regra, é de legalidade, mas o judiciário pode controlar os limites da

discricionariedade. Meios: qualquer ação judicial. Principais:

o HCo HDo MSo MIo Ação Popular (controle de moralidade administrativa)

54

Licitações (lei 8.666/93 e Lei 10.520/02)1) Conceito: é o procedimento administrativo vinculado que antecede as

contratações pelo poder público. É submetido ao regime de direito público. É destinado a escolher a proposta mais vantajosa para a Administração entre

aquelas apresentadas pelos interessados na contratação com o Estado.1.1. Finalidades (art. 3º)

a) Escolher a proposta mais vantajosa para a Administração. Não é sinônimo de menor preço.

b) Assegurar a observância do princípio constitucional da igualdade (isonomia).2. Objeto: O que será licitado? (art. 37, XXI / art. 175, CF e art. 1º da Lei 8.666/93)

Obras Serviços Compras Alienação – qualquer forma de desfazer de seus bens.o Vendao Doaçãoo Troca/permutao Doação em pagamento

Concessão e Permissão Locações

3. Competência Legislativa: é a competência para editar leis.a) Normas Gerais de licitação: União – art. 22, XXI, CFb) Normas específicas:o Estadoso DFo Municípioso União (pode editar normas especificas as quais valerão somente para o âmbito

Federal) A competência Legislativa para normas específicas é complementar (as normas

específicas não podem tratar de normas gerais e nem contrariá-las. Matérias regidas pelas normas Gerais:o Modalidade de licitação (concorrência, tomada de preços, carta-convite,

concurso, leilão, pregão e consulta). o Tipos de licitação (menor preço, melhor técnica e técnica e preço, maior lance

e oferta).o Inexigibilidadeso Dispensas de licitaçãoo Princípios Licitatórios

55

Obs: se a União não edita normas Gerais, os Estados, DF e Municípios não podem editar. Diferente do que acontece com a competência concorrente do art. 24 §§ 1º, 2º, e 3º (normas suplementares).

4. Princípios (art. 3º Lei 8.666).4.1. Princípios Explícitos:

o Legalidadeo Impessoalidadeo Moralidadeo Publicidade

o Igualdadeo Probidade Administrativao Julgamento Objetivoo Vinculação ao edital

a) Probidade administrativa: aqui ganha status de princípio autônomo devido a sua grande importância e volume de dinheiro envolvido.

A licitação deverá ser conduzida por no mínimo 3 servidores do órgão – comissão de licitação. No mínimo 2 servidores terão que ser permanentes do órgão (concursados estáveis ou não).

Espécies de comissão: o Especial ou temporária: constituída para realização de determinada licitação.o Permanente: realiza todas as licitações do órgão no prazo de um ano. É vedada

a recondução da integralidade de seus membros para o período subseqüente. Na modalidade convite e em pequenas unidades administrativas, é

permitido substituição de comissão por apenas 1 servidor. Os membros da comissão respondem solidariamente por

irregularidades, salvo posição em contrário por escrito. Cabe à comissão realizar os registros cadastrais, a habilitação preliminar,

bem como o julgamento das propostas.b) Publicidade: todos os atos licitatórios deverão ter publicidade, mas o conteúdo

das propostas ficará em sigilo até o momento do julgamento. O sigilo não viola o princípio da publicidade, porque este será aberto no

momento certo (julgamento). Qualquer cidadão pode acompanhar o procedimento licitatório. Qualquer cidadão pode impugnar administrativamente o edital, desde que o

faça em até 5 dias úteis antes da da abertura dos envelopes. A ADM tem até 3 dias úteis para responder.

Os licitantes também podem impugnar o edital até 2 dias úteis anteriores a abertura dos envelopes.

Tem que ser publicado no mínimo em DO e jornal de Grande circulação. No caso de municípios, o aviso de edital terá que ser publicado no DO do

Estado. Se os Estados membros e municípios lançarem licitação com o dinheiro da

União, o aviso de edital deverá ser publicado no DOE, DOU e em Jornal.

56

c) Igualdade: A administração deve dar as mesmas oportunidades de participação na licitação aos interessados que se encontram nas mesmas condições. A licitação é aberta a qualquer pessoa que cumpra os requisitos.

A lei complementar 123/06 estabeleceu certos privilégios para pequenas e micro empresas.

A observância da igualdade garante a escolha da proposta mais vantajosa. d) Julgamento objetivo: Impede a administração de adotar critérios subjetivos para

habilitação dos interessados, classificação e julgamento das propostas. É vinculado ao tipo de licitação escolhida. Critérios sucessivos de desempate: Empresa brasileira de capital nacional; bens

e serviços prestados no país; empresa brasileira; empresa que invista em tecnologia no país. A partir daí o desempate segue em sorteio.

e) Vinculação ao Edital (instrumento convocatório): tanto a administração quanto os administrados ficam submetidos às regras do edital.

O edital pode ser alterado. Só será reaberto novo prazo se a alteração for substancial.

f) Formalismo: O procedimento sempre deve seguir uma forma pré determinada em lei. Em regra a licitação seguirá a seguinte forma: edital; habilitação; julgamento, homologação e adjudicação.

4.2. Princípios implícitos: a) Princípio da Competitividade: a ADM não pode impor requisitos e condições

de participação e julgamento que restrinjam indevidamente o caráter competitivo. (art. 3º, §1º da 8.666)

É vedado aos agentes públicos:o Incluir, manter, fazer constar ou exigir, no edital, requisito que restrinjam

indevidamente o caráter competitivo. (art. 3º, §1º da 8.666).o Criar distinção entre licitantes em razão: da sede ou domicílio da empresa, da

nacionalidade e da naturalidade. o Fazer qualquer outra exigência que não guarde pertinência com a finalidade

que se destina o objeto.b) Princípio da adjudicação compulsória: é a obrigação que a administração tem

de fazer a entrega formal (simbólica) do objeto do futuro contrato ao licitante vencedor no momento que encerrar a licitação.

o A ADM não é obrigada a fechar o contrato, mas se fizer tem que ser com o vencedor.

5. Obrigatoriedade de Licitação: Regra art. 37, XXI, CFExceções (contratação direta): Inexigibilidade de licitação – ato vinculado Dispensa de licitação:o Licitação Dispensada - ato vinculado

57

o Licitação Dispensável – ato discricionário

5.1. Inexigibilidades – Art. 25, Lei 8.666/93: Quando faltar o pressuposto lógico de uma licitação:o OBS: É pressuposto de licitação: pluralidade de ofertantes e de objetos.o Possibilidade jurídica de competição (viabilidade da disputa).

a) Fornecedor ou representante comercial exclusivo – vedada a preferência por marca.

b) Contratação de profissional ou empresa de notória especialização para o serviço profissional de natureza singular. Essa hipótese não se aplica a serviço de divulgação e publicidade.

c) Contratação de artista reconhecido pela crítica especializada ou pela opinião pública. Diretamente ou por meio do empresário que o represente.

Obs: As hipóteses de inexigibilidade não são taxativas. Elas são exemplificativas. Inexigibilidade é diferente de dispensa.

Obs2: Diante de uma das situações de inexigibilidade o agente competente está obrigado a declará-la. A declaração da inexigibilidade é ato vinculado.

Obs. A inexigibilidade deriva da natureza dos fatos, enquanto a dispensa é um produto da vontade dos legisladores.

5.2. Licitação dispensada (art. 17 – Lei 8.666/93: Ocorre quando faltar o pressuposto jurídico – a licitação tem que ser o meio

adequado a satisfação do interesse público. Ato vinculado – o Estado é obrigado a contratar diretamente. Requisitos: o Alienação de bem móvel ou imóvel simultâneo com circunstância de

relevante interesse público.Exemplos:

a) Doação entre entes públicos – em caso de doação, se o bem perder a destinação específica para a qual foi doado, deverá ser restituído ao doador.

b) Venda entre entes públicos.c) Troca ou permuta – somente entre entes públicos.d) Doação em pagamento.e) Investidura – forma de venda direta. o Alienação direta de área remanescente de obra pública, sem destinação

específica e avaliada em até 40.000 reais (metade do valor de compras e serviços por carta-convite). Essa alienação será feita entre os lindeiros (vizinhos). Em caso de mais de um lindeiro dar-se-á preferência ao de maior testa com o terreno.

o Alienação direta aos trabalhadores que executaram a obra de hidrelétrica das respectivas áreas onde moraram durante a construção.

58

f) Venda de títulos, ações, debêntures, bônus de subscrição ou outros valores negociáveis em mercado de capitais.

Obs: a declaração de dispensa para alienação é vinculada, o que é discricionário é a decisão se o bem será, ou não, alienado.

5.3. Licitação Dispensável Ocorre quando faltar pressupostos jurídicos ou fáticos: Pressuposto fático: comparecer interessados na disputa.

Hipóteses – o artigo 24 enumera 24 hipóteses taxativas: Art. 24. É dispensável a licitação:I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional,

59

nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido; XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;(Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do incico II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de

60

manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)XXI - Para a aquisição de bens destinados exclusivamente a pesquisa científica e tecnológica com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ou outras instituições de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fim específico. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

61

Parágrafo único. Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

a) Calamidade e emergência:o Esse contrato só pode durar até 180 dias contados da data da calamidade ou

emergência. É improrrogável.o Só pode contratar, com dispensa, objetos diretamente relacionados à

emergência. b) Em caso de guerra declarada ou grave perturbação da ordem pública.c) Necessidade/ Utilidade para aquisição ou locação de imóvel.d) Contratação de objeto remanescente de contrato rescindido com os demais

licitantes na ordem de classificação. e) Contratação ou restauração de objeto de arte ou valor histórico. f) Contratação de fornecimento de energia elétrica diretamente com a

concessionária.g) Contratação para intervir no domínio econômico com o objetivo de regular o

preço e abastecimento (CONAB).h) Licitação Deserta e Licitação Fracassadao Deserta: quando não comparece nenhum interessado à licitação.

Se for possível contratar outra licitação sem grandes prejuízos nem atrasos a administração tem de fazê-lo.

o Fracassada: ocorre quando todos os licitantes forem inabilitados ou tiverem suas propostas desclassificadas.

Se todos licitantes forem inabilitados ou tiverem suas propostas desclassificadas a Administração poderá abrir um prazo de 8 dias úteis para que os licitantes regularizem a situação. Este prazo é reduzido para 3 dias úteis em caso de carta-convite.

i) Valor irrisório: Se for:

EP, SEM, Agência Executiva ou Consórcio Público: o valor estimado do futuro contrato não for superior a 20% dos valores dos estipulados para convite (30 mil para obras e serviços de engenharia e 16 mil para serviços comuns e compras).

Os demais entes públicos: O valor estimado do futuro contrato não for superior a 10% dos valores do convite – 15 mil para obras e serviços de engenharia e 8 mil para serviços comuns e compras.

Para compras de pronto pagamento: 5% do valor do convite (R$ 80.000), ou seja R$ 4.000.

62

6. Modalidades: Concorrência Tomada de Preço Convite Lei 8.666/93 art.22 Concurso Leilão Pregão (Lei 10.520/02 e Dec. 3555/00 e 5450/00 Consulta – Lei Geral das Agencias Reguladoras – Lei 9472/97.

63

A. Concorrência, Tomada de Preços e Convite.

Aspectos Concorrência Tomada de Preços Convite

1. Modalidades Comum: destinada aos mesmos objetos (obras, serviços e compras)

Comum: Idem Comum: idem

2. Conceito Art. 22, § 1º - 8.666/93

Art. 22, § 2º Art. 22, §3º

3. Participantes: quem pode disputar a licitação.

Qualquer interessado que preencha os requisitos mínimos do edital.

A mais ampla disputa (grande competitividade)

Interessados previamente cadastrados no órgão central de cadastramento do ente. (SICAF).

Interessados que conseguirem se cadastrar e obtiver a pré-qualificação até 3 dias antes do prazo final de entrega das propostas.

Participação restrita O cadastro é uma

pré-qualificação.

Interessados convidados, cadastrados ou não.

Interessados cadastrados que manifestarem o interesse em participar da licitação até 24 horas antes do prazo final para a entrega das propostas.

Participação Limitada

O cadastro é no órgão licitante.

4. Objeto: o que pode ser licitado em cada uma das modalidades.

Contratações: (estimadas)

Acima de 1,5 milhão para obras, serviços de engenharia.

Acima de 650 mil para serviços comuns e compras.

Aquisição ou alienação de imóvel de qualquer valor.

Concessão de direito real de uso de bem público.

Concessão e permissão de

Contratações: (estimadas)

Até de 1,5 milhão para obras, serviços de engenharia.

Até de 650 mil para serviços comuns e compras.

Permissão de serviço público.

A tomada de preço pode ser adotada para a licitação internacional, desde que haja cadastro internacional de disputa.

A TP pode ser substituída,

Contratações: (estimadas)

Até 150 mil para obras, serviços de engenharia.

Até 80 mil para serviços comuns e compras.

Em tese pode ser usada para prática de serviço público.

O convite pode ser adotado para licitação internacional, desde que não haja fornecedor no país e

64

serviço público. Licitação

internacional. Para formar

registro de preços (8.666, art 15, II).

discricionariamente, por concorrência, mas não por convite.

respeite os valores máximos.

O convite pode ser substituído por TP e concorrência.

5. Instrumento convocatório.

Edital – é vedada a cobrança pelo acesso ao edital, salvo o valor das cópias.

Edital – é vedada a cobrança pelo acesso ao edital, salvo o valor das cópias.

Carta – é vedada a cobrança pelo acesso à carta, salvo o valor das cópias.

6. Publicidade: Publicação do aviso de edital: É no mínimo em

imprensa oficial e jornal de grande circulação. No aviso tem que estar indicado o local físico onde pode ser encontrado.

Se não houver diário oficial ou jornal na localidade a publicidade será feita por qualquer outro meio hábil.

Publicação do aviso de edital: É no mínimo em

imprensa oficial e jornal de grande circulação. No aviso tem que estar indicado o local físico onde pode ser encontrado.

Se não houver diário oficial ou jornal na localidade a publicidade será feita por qualquer outro meio hábil.

Envio de carta-convite pelos correios com aviso de recebimento para no mínimo 3 interessados e afixação da carta convite no local adequado do órgão.

7. Habilitação: fase da licitação que a ADM verifica a idoneidade do licitante para contratar com o poder público.

Preliminar: é feita dentro do procedimento licitatório, logo no início, e perante a comissão de licitação.

Prévia: é feita fora do procedimento licitatório e perante um órgão central de cadastramento e pré-qualificação. No âmbito federal é o SICAF.

Não há habilitação durante o procedimento licitatório.

8. Processamento / Julgamento.

Comissão de Licitação: composto por, no mínimo, três membros. Sendo, no mínimo 2 servidores efetivos do órgão.

Comissão de Licitação: composto por, no mínimo, três membros. Sendo, no mínimo 2 servidores efetivos do órgão.

Pode ser igual a da concorrência ou pode ser substituída por um único servidor efetivo do órgão.

Observações:

65

A substituição do convite por tomada de preço ou concorrência e a substituição de TP em concorrência não ferem o princípio da legalidade.

A concorrência pode ser adotada para a contratação de obras, serviços ou compras de qualquer valor.

A concorrência só não pode substituir a modalidade de concurso. Consórcio Público (art. 241 – CF e Lei 11.107).

o No CP formado por até 3 entes federativos os limites de cada modalidade dobram de valor.

o No CP formado por mais de 3 entes federativos os limites de cada modalidade triplicam de valor.

No contratos de concessão, o edital pode inverter as ordens de julgamento e homologação.

É vedado ao administrador criar novas modalidades de licitação ou combinar as existentes.

Registro de Preços: No sistema registro de preços, a administração efetiva a licitação por meio de concorrência, selecionando as propostas mais vantajosas em face da qualidade, do preço unitário, das condições de fornecimento e pagamento de produtos ou serviços, permanecendo em aberto apenas o quantitativo. Formado o registro de preços, cujas propostas terão validade de até um ano, a administração poderá efetuar contratação direta, sem nova licitação, com os fornecedores selecionados quando então dará determinado o quantitativo a ser adquirido.

B. Concurso : 1. É uma modalidade especial de licitação. 2. Conceito: art 22, §4º, Lei 8.666/933. Objeto: escolher trabalho técnico, científico ou artístico.4. Participantes: qualquer pessoa.5. Instrumento convocatório: Edital6. Publicidade: publicação em, no mínimo, Diário Oficial e Jornal de Grande

circulação.7. Habilitação: em regra não há, não há fase de Habilitação.

o Pode haver no caso de concurso de universitários, ou de estudantes de alguma matéria específica.

8. Julgamento: Comissão especial: Componentes com idoneidade moral e notórios conhecimentos na área – podem ser inclusive estrangeiros.

9. Características:a. Estabelecimento de prêmio ou remuneração para os vencedores.b. Julga-se o trabalho pronto (projeto completo).c. Em regra, não haverá contratação após o concurso. Excepcionalmente a

ADM poderá contratar o autor do projeto para acompanhar sua execução.

66

Nesse caso o contrato será outro. Em razão da inexigibilidade, não em razão do concurso.

d. A ADM pode usar qualquer um dos trabalhos, não está obrigada a usar o trabalho vencedor.

e. O prazo mínimo entre o edital e a entrega dos projetos tem que ser de 45 dias.

f. O autor do projeto / trabalho e a empresa em que ele seja sócio com mais de 5% do capital social não poderão participar da licitação para execução da obra do referido projeto.

C. Leilão: 1. Modalidade: Especial.2. Conceito: art 22, §5º, Lei 8.666/93.3. Participantes: Qualquer interessado.4. Instrumento convocatório: Edital.5. Publicidade: Diário Oficial e Jornal.6. Habilitação: Em regra não há. 7. Julgamento: Leiloeiro

o Profissional especializado contratado. (Existem cursos como os de corretor de imóveis). Recebe porcentagem sobre o valor dos bens leiloados.

o Servidor designado para tanto.8. Objeto: O que poderá ser leiloado:

a) Regra: Casos de alienação de bens móveis avaliados em menos de 650 mil reais. Bens móveis: Inservíveis para os fins públicos. Apreendidos judicial ou administrativamente.

Nos casos maiores de 650 mil é obrigatória a modalidade de concorrência.

b) Exceções: Alienação de bens imóveis. Art. 19, II, Lei 8.666/93. Dação em pagamento: a ADM não é obrigada a receber o bem em

pagamento de dívida, mas está autorizada a recebê-lo. Decisão ou penhora judicial.

Obs: Nessas hipóteses a ADM pode discricionariamente usar um leilão ou a concorrência, independente do valor.

9. Características: a) Exige avaliação prévia para decidir o lance mínimo.b) Lances têm que ser sucessivos e crescentes. (se o arrematador não pagar o

lance perde a caução que teve que depositar para participar do processo).

67

D. Pregão : pode ser usado por toda a ADM direta e indireta.1. Modalidade: Especial.2. Conceito: Lei 10.520/02.3. Objeto: Aquisição de bens ou serviços comuns de qualquer valor – são aqueles

que admitem padronização por meios e especificações usuais do mercado.o A Jurisprudência tem admitido pregão para obras. Na prova não rola o

pregão para obras.o No pregão somente se admite o critério de julgamento menor preço. Não

se discute a técnica.o Não se admite pregão para aquisição de serviço de informática e

automação pois a Lei 8.666/93 exige critério de julgamento de técnica e preço. Exceto nos seguintes casos: Serviço de digitação e Serviço de manutenção.

4. Instrumento convocatório: Edital.5. Publicidade: Publicação em Diário Oficial e Jornal.6. Julgamento: Pregoeiro conduzirá o pregão – será um servidor designado para

tanto. O pregoeiro é responsável pelo julgamento, habilitação e adjudicação.o Se houver recurso caberá à autoridade competente realizar o seu

julgamento. Após o julgamento esa autoridade que fará a adjudicação e homologação.

o O recurso terá que ser interposto imediatamente após a declaração do vencedor. Nesse caso será concedido ao recorrente 3 dias para apresentação de razões.

7. Características: a) Para contratação de qualquer valor.b) No pregão tem-se maior celeridade do procedimento em razão da inversão

das fases do procedimento.i. Padrão: Edital – habilitação – Julgamento – Homologação –

Adjudicação.ii. Pregão: Edital – Julgamento – Habilitação – Adjudicação –

Homologação. O julgamento vem antes da habilitação A homologação é o último passo para o pregão.

c) Existem duas formas de realização do pregão. Presencial Procedimentos do Pregão Presencial:o Editalo Propostas fechadas, depois, marca-se a sessão do pregão (local,

data e hora).o Abrem-se as propostas fechadas. o Ordena de acordo com os preços.

68

o As propostas com o preço de até 10% acima do valor da menor proposta passam para a fase de lances Verbais.

o Os lances verbais só ocorrem com no mínimo 3 concorrentes, se não houver 3 concorrentes entre os 10%, chama-se os de valor acima.

o O pregoeiro pode negociar diretamente com o vencedor a fim de conseguir menores preços.

Eletrônico (ocorre pela internet). Ocorre na orbita federal. É usada preferencialmente sobre a forma do pregão presencial. Salvo

nos casos de de comprovada inviabilidade, a ser justificada pela autoridade competente.

Não se aplica às contratações se obras de engenharia, bem como às locaóes imobiliárias e alienações em geral.

OBS Gerais: É obrigatória a realização de licitação para entidades não integrantes da

Administração Pública, inclusive as OS e as OSCIP, quando forem celebrar contratos que envolvam bens ou recursos voluntariamente repassados pela União.

Nas aquisições de bens ou serviços comuns é imposto aos órgãos da ADM da União, Estados, DF e municípios o uso de licitação na modalidade pregão, e, preferencialmente, será usado a forma eletrônica deste. Bem como às pessoas privadas, inclusive as OS e OSCIP que receberem recursos repassados voluntariamente pela União.

E. Consulta:

o Somente as Agências Reguladoras podem utilizar a consulta.o É utilizada para contratar bens e serviços incomuns. Seu procedimento

será disciplinado dentro de cada agência. o As agências Reguladoras também podem usar as demais possibilidades.o Os demais entes não podem utilizar a consulta.

PROCEDIMENTO LICITATÓRIOa) Fase interna: Nessa fase existe margem para discricionariedade. Identificação da necessidade de contratação (de bens, serviços, obras). Verificar se tem disponibilidade orçamentária. Fazer uma cotação / estimativa do valor do contrato. Elaborar o edital.

69

Audiência pública: é obrigatória para licitações acima de 150 milhões de reais. Serve para que os interessados possam tirar dúvidas fazer sugestões ou críticas em relação ao futuro edital.

b) Fase Externa (Licitação Propriamente dita): Essa fase é totalmente vinculada. Edital ou carta-convite Habilitação Julgamento Homologação Adjudicação

I. Edital / Carta-Convite:1. Conceito: Instrumento convocatório – uma forma de normatizar os parâmetros a

ser escolhidos.2. Conteúdo / finalidade do edital.

a) Delimitação do objeto (discricionário).b) Delimitação do universo de proponentes (condições mínimas).o Experiência na áreao Capital mínimo de até 10% do valor do contrato.o Capacidade técnica.

c) Regras do procedimento.d) Critérios de julgamentoe) Possibilidade de subcontratação de partes específicas do objeto.o No caso de subcontratação as duas empresas respondem por

eventualidades.f) Possibilidade de se disputar mediante consórcios de empresas.g) Prazo da entrega das propostash) Penalidades cabíveis.i) Minuta do futuro contrato.o Cláusulas base do contratoo O preço obviamente não poderá constar no edital.

3. Requisitos para publicação do Edital: o Projeto básicoo Orçamento detalhado com preços unitárioso Previsão orçamentária - LOAo Previsão do objeto no PPA quando o contratos com prazo maior que um

ano.

4. Seqüencia para realização de obras e serviços:o Projeto básico: contém todas as especificações do objeto.

70

o Projeto executivo: define como será a execução do obejeto.o Execuçao da obra ou serviço: Somente se autorizado pelo Estado o

projeto executivo poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução da obra ou serviço.

5. Impugnação Administrativa do Editalo Pode ser feita por qualquer cidadão no prazo máximo de até 5 dias úteis

antes da data marcada para a abertura dos envelopes de habilitação.o Pode ser impugnado, também, por participantes do certame, mas esses

podem fazê-lo até 2 dias úteis antes da abertura dos envelopes da habilitação.

o Não existe prazo para impugnação judicial.o Qualquer pessoa poderá representar ao TC ou aos órgãos de controle

interno representações quanto a irregularidades na aplicação da lei, para fins de controle das despesas decorrentes do contrato.

o O licitante pode desistir da licitação, livremente, antes do início da habilitação.

o Após a habilitação o administrado somente pode desistir com justa e motivação devidamente aceita pelo Estado.

o Se o licitante for inabilitado, não poderá participar das demais fases. Da inabilitação caberá recurso com efeito suspensivo no prazo de 5 dias úteis.

II. Habilitação (sessão pública):1. É a fase em que a ADM verifica a idoneidade dos licitantes para contratar com o

poder público. Verifica os requisitos.2. Aspectos Verificados – 5 etapas.

a) Habilitação Jurídicab) Qualificação técnica.c) Qualificação econômicao Dados contábeiso Dívidas futuras

d) Regularidade Fiscalo CNPJ ou CPFo Devedor de tributoso Fraudes ao FGTSo Contribuições Previdenciárias em diao Certidão Negativa de débitoso Certidão positiva de débitos com efeito de negativa – débito que fora

parcelado e está sendo pago em dia.e) Observância do art. 7º, XXXIII, CF. o Menor de 18 anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre.o Menor de 16 e maior de 14 somente como aprendiz.

71

III. Julgamento1. É a fase em que a ADM desclassifica as propostas incompatíveis com o edital e

escolhe a mais adequada, mais vantajosa ao interesse público, ordenando as demais propostas em ordem crescente de valor.

2. Tipos de licitação - Critérios de julgamento: a) Menor preço – utilizado como regra para obras, serviços e compras, bem

como para equipamentos e programas de informática nas hipóteses definidas em decreto.

b) Melhor técnica – utilizada para serviços intelectuais.c) Técnica e preço – serviços intelectuais e compra de equipamentos e

serviços de info.d) Maior lance ou oferta - para alienação de bens.o Obs: Modalidade de licitação é diferente de tipos de licitação

(Modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, concurso, Leilão, pregão e consulta.)

IV. Homologação1. É a fase em que a autoridade superior do órgão ou entidade licitante verifica a

legalidade e a regularidade do procedimento até então.2. Conseqüências:

a) Homologa quando tudo estiver de acordo com as regras do edital.b) Determina a retificação ou convalida quando existir um vício sanável.c) Anula quando houver vício insanável. (violação das propostas antes do

momento oportuno).3. Anulação de Licitação: por ilegalidade.

o Deve ser motivada e deve conceder aos demais licitantes o direito de manifestação.

4. Revogação da Licitação: A licitação somente pode ser revogada em 2 hipóteses: o Por motivo de interesse publico superveniente devidamente comprovado.o Quando o vencedor convocado não assinar o contrato – pode-se chamar o

segundo colocado para assinar, desde que nos termos do primeiro. o A revogação deve ser motivada, e deve ser dado direito de manifestação

aos demais licitantes.OBS: Essa revogação é diferente da revogação de atos administrativos. Não pode ser revogado por simples oportunidade e conveniência.

V. Adjudicação:1. É a fase em que a ADM realiza a entrega formal do futuro contrato ao licitante

vencedor e encerra a licitação. 2. Efeitos ( princípio da adjudicação compulsória):

72

a) Encerra o procedimento licitatório.b) Gera para o vencedor mera expectativa de direito à contratação.c) Vincula o vencedor a honrar a proposta por 60 dias – a contar da entrega das

propostas –, é prorrogável por igual período a pedido do licitante e no interesse da ADM. Não existe a prorrogação de ofício.

d) A adjudicação tem o condão de liberar os demais licitantes.e) Vincula o Estado ao vencedor por prazo indeterminado.f) Impede a ADM de contratar com a outra que não o vencedor, ou realizar

nova licitação para o mesmo objeto. Exceto:o Se o licitante vencedor, convocado para firmar o contrato, não aceitar

fazê-lo sofrerá as penalidades cabíveis. Nesse caso a ADM poderá – discricionário –convocar os demais licitantes na ordem de classificação para contratar, desde que aceitem fazê-lo nos termos da proposta vencedora ou fazer outra licitação.

o Após o prazo de 60 dias, ou 120 se prorrogado, o vencedor não esta obrigado a contratar com a ADM, mas esta ainda pode convocá-lo para o contrato. Caso ele não aceite, convoca-se os demais concorrentes nos termos da observação anterior.

3. Prazos: O prazo entre a divulgação (ultima publicação) do instrumento convocatório e a entrega das propostas deverá ser:

a. De mínimo 45 dias:o Concursoo Concorrência nas modalidades: Empreitada Integral, Melhor Técnica e

Técnica e preço. b. De mínimo de 30 dias:o Concorrência de menor preçoo Tomada de preço em melhor técnica e técnica e preço.

c. No mínimo 15 diaso Tomada de preços em menor preço.o Leilão.

d. De 5 dias úteis: o Convite

e. De 8 dias úteiso Pregão.

73

Contratos Administrativos – Lei 8.666/931. Conceito: (art. 2º, § único, c/c art. 54, Lei 8.666/93)

É o ajuste firmado entre a ADM e um particular submetido predominantemente ao regime jurídico de Dir. Público e supletivamente à teoria geral dos contratos e ao direito privado.

É sempre uma vontade bilateral, mas a ADM entre a nessa bilateralidade com supremacia. Apenas supletivamente o Dir. Privado pode completar as lacunas existentes na vontade da ADM.

2. Características: a. Consensual: basta a manifestação de vontade para o contrato se

implementar,, não se exige a entrega da coisa para que o contrato exista. b. Bilateral: Exige a manifestação, a concordância, de ambas as partes. (contrato

de doação é unilateral). O Estado é o contratante e o particular, o contratado.o Jamais haverá adiantamento – art. 65, II, c. o O pagamento só poderá ser feito após a entrega do objeto.o Não é necessário registro em cartório, salvo para bens imóveis.

c. Oneroso: todo contrato administrativo tem um conteúdo econômico. (tem uma contraproposta em dinheiro).

d. Formalismo: o contrato Administrativo exige a observância de requisitos determinantes em lei, e como regra, deve ser escrita. (art. 60)

o Para ter validade (eficácia), o contrato tem que ser publicado, em extrato, no DO. Salvo para pequenas compras de até 4000 reais.

e. De adesão: é aquele em que uma das partes não tem condições de discutir o conteúdo de suas cláusulas.

f. Sinalagmático: é aquele que há reciprocidade de obrigações. Obrigação de ambas as partes.

g. Comutativo: é aquele que tem equivalência ou proporcionalidade entre as obrigações. Para ser comutativo tem que ser sinalagmático.

h. Personalíssimo (intuito personae): as obrigações só podem ser cumpridas pessoalmente pelos respectivos contratantes. Exceto quando no Edital ou no próprio contrato ficou estabelecida a possibilidade de subcontratação de partes do objeto.

o Em caso de subcontratação, o contratado é responsável por todos os danso causados pelo subcontratado.

o Para serviços técnicos ou que exijam profissionais especializados a subcontratação é vedada.

i. Supremacia da ADM: a ADM tem prerrogativas sobre o contratado – art. 58, Lei 8666/93.

74

j. Mutabilidade: significa que o contrato será alterado sempre que as condições originalmente acordadas forem modificadas. Tem por finalidade manter o equilíbrio do contrato. Art. 65, II, d.

3. Espécies:3.1. Contrato de Obras (art. 6º, I, Lei): é aquele cujo objeto consiste em construir,

fabricar, ampliar, restaurar e reformar imóvel de interesse público. Obs: Para a Lei 8.666/93 a fabricação se enquadra como obra.

3.2. Contrato de serviço (art. 6º, II- Lei): é aquele cujo objeto consiste na prestação de alguma utilidade/atividade de interesse da ADM.

Exemplos: Demolição, Instalação, consertos, consultorias ou quaisquer outros serviços de

natureza intelectual. O art. 13 também traz outros exemplos.3.2.1. Requisitos dos contratos de obras ou serviço.

a) Projeto básico: é o conjunto de elementos necessários à delimitação / detalhamento da obra ou serviço.

b) Projeto executivo: é o conjunto de elementos necessários à definição dos meios, formas e prazos de execução da obra ou serviço.

3.2.2. Regimes de contratação para obras e serviços:a) Empreitada por preço global: contrata-se por preço certo o objeto

determinado pela ADM.b) Empreitada por preço único: contratam-se por preço certo, unidades de

determinada ordem de serviço. Exemplo o custo do Km linear de pavimento de estrada.

c) Regime da tarefa: contrata-se por preço certo mão-de-obra para pequenos reparos. Com ou sem fornecimento de materiais.

d) Empreitada integral: contrata-se por preço certo a obra ou serviço de objeto em pleno funcionamento ou pronto para uso.

3.3. Contrato de compras / fornecimento ( art. 6º, III, Lei): é aquele cujo objeto consiste na aquisição de bens ou equipamentos de interesse do poder público.

3.4. Contrato de concessão: é aquele cujo objeto consiste na transferência a um particular da execução remunerada de um serviço público (com ou sem execução da obra pública), bem como na transferência de uso de um bem público imóvel a um particular.

Não está expresso em lei. É um contrato administrativo típico – não tem similar na esfera particular.3.4.1. Espécies de concessão.

a) Concessão Comum de Serviço público: transfere ao particular apenas a execução do serviço, remunerado por meio de cobrança de taxas ou tarifas (preço público).

75

b) Concessão de Serviço público precedida da execução de obra pública (rodovias privadas).

c) Concessão Patrocinada: é uma PPP – Parceria Público-Privada – Lei 11.079/04.

o É o ajuste firmado entre o poder público e um particular (parceiro privado) em que se transfere a prestação do serviço com execução de obra ou transferência de tecnologia.

o Nessa concessão, parte do investimento é custeado pelo poder público e o restante é cobrado dos usuários.

d) Concessão Administrativa: é, também, uma PPP – Parceria Público-Privada – Lei 11.079/04.

o O investimento é integralmente custeado pelo poder Público.e) Concessão de uso de bem público: transfere-se o uso de um bem imóvel a

um determinado particular, para ser usado em proveito coletivo.o Pode haver cobrança pelo uso da área.

4. Cláusulas exorbitantes – art. 58: são as prerrogativas conferidas a ADM em relação ao contratado. O Estado pode usar dessas cláusulas mesmo que não estejam previstas no edital ou no contrato.

4.1. Exigências de garantia – art 56: Nos contratos de obras, serviços e compras a ADM pode exigir a prestação de uma garantia como condição para firmar contrato.

É a única cláusula que não é obrigatória. Essa exigência tem de estar prevista no edital e/ou (em caso de contratação

sem licitação) no próprio contrato.4.1.1. Valor da Garantia:

a) Não superior a 5% do valor do contrato.b) Não superior a 10% no valor do contrato quando o objeto for de grande vulto

ou de alta complexidade. Demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente.

c) Não superior a 5 ou 10% (de acordo com os item acima) do valor do contrato mais o valor de avaliação dos bens disponibilizados ao contratado para executar a obra.

4.1.2. Formas de prestar a garantia: A Lei oferece três possibilidades, quem decide é o contratado – é discricionário. a) Caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública: só valem títulos

negociáveis em mercados de ações registrados no Tesouro Nacional. b) Fiança Bancária:O Banco se torna fiador da empresa contratada. A

ADM só acionará o banco, em caso de dano, após esgotarem-se todas as possibilidades da própria empresa cobrir as despesas.

c) Seguro-garantia: acordo com seguradoras.

76

4.2. Alteração Unilateral (art. 58, Lei 8.666/93 – um dos que mais cai em provas): é a prerrogativa que a ADM tem de modificar as especificações do objeto (qualidades) ou as quantidades iniciais do contrato para adequá-lo ao interesse público.

4.2.1. Limites:o Acréscimo de até 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento. o Regra geral, acréscimo ou redução de até 25% nos demais objetos.

OBS: Havendo concordância entre as partes pode haver alteração superior a esses limites – art. 65,II.

4.2.2. Reequilíbrio econômico- financeiro do contrato (Revisão do contrato): o Não é cláusula exorbitante.o Não é prerrogativa da ADM.o Está na esfera dos direitos do contratado. Pode ocorrer a qualquer tempo,

pois decorre de fatos estanhos à vontade das partes.o Será implementada por aditamento (acordo entre as partes)o Serve para restabelecer o custo e o valor pago, mediante uma alteração de

natureza externa à obra (alta do dólar).o É diferente de Reajuste do Contrato – recomposição das perdas ordinárias

do contrato (inflação). Reajuste ordinário – ocorre anualmente de acordo com cláusulas presentes no contrato. (reajuste por índice IGPM).

o Pode ser pedido na justiça.

4.3. Rescisão Unilateral Do Contrato (hipóteses - art. 78, I a XVIII, 8.666)a) Inadimplemento: parcial ou total do contrato. b) Problemas com a habilitação do contratado:o Falência do contratadoo Dissolução da Sociedadeo Subcontratação de partes do objeto quando não autorizada.o Fusão, incorporação ou cisão de empresa contratada.o Irregularidade fiscal superveniente (passa a ser devedora de tributos).c) Razoes de interesse público: quando a ADM passa a não ter interesse no

contrato.d) Caso Fortuito (evento da natureza) ou Força Maior (evento humano) : é o

evento imprevisível, inevitável ou previsível de conseqüências incalculáveis.o Se a rescisão se deu por culpa do contratado, ele deverá indenizar a ADM, se

houver prejuízo. Nos demais casos, é a ADM que deverá indenizar o contratado, se houver o prejuízo.

4.3.1. Hipóteses em que o particular pode pedir a rescisão Não liberação de área ou local para execução do contrato.

77

Supressão de objeto além do permitido ( 25% para mais ou para menos, 50 % para mais em caso de construção ou reforma)

Paralisação da execução do objeto por ordem escrita da ADM por prazo superior a 120 dias.

Atraso no pagamento por prazo superior a 90 dias ( apenas pausa a execução do contrato e espera a ordem de retomar ou vai à justiça pedir a anulação do contrato).

o No caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem ou guerra, o contratado é obrigado a cumprir todo objeto mesmo sem receber.

4.4. Fiscalização: é a prerrogativa que a ADM tem de acompanhar e controlar a execução do contrato.

É obrigado a fiscalizar. Ato vinculado. 4.4.1. Pode ser feita por: Servidor designado para tanto – a atividade de fiscalizar é privativa do Estado e

não pode ser delegada ao particular. Porem, é possível a contratação de um profissional técnico para prestar informações necessárias à fiscalização.

Particular contratado para tal fim.

4.5. Anulação: é a prerrogativa que a ADM tem de por fim ao contrato por ilegalidade nele ou na licitação que o antecedeu.

4.6. Aplicação de penalidades (sanções administrativas): decorre do poder disciplinar (o contratado passa a ser disciplinado pelas regras impostas pelo contratante).

a) Advertência.b) Multa: pode variar entre 2 a 5% do valor do contrato.c) Suspensão temporária do direito de licitar e contratar com a ADM por

período não superior a dois anos. (pode ser acumulado com a multa).o Vale no âmbito da unidade contratante e não para o poder público como

um todo. d) Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com o poder público

enquanto subsistirem os motivos da sanção ou até que se promova a reabilitação. Obs. O pedido de reabilitação só poderá ser aceito pela ADM após dois anos dessa penalidade. Essa penalidade abrange todos os entes da federação e suas respectivas administrações diretas e indiretas dos três poderes.

4.7. Retomada do objeto (ocupação temporária): é o poder que ADM tem de ocupar temporariamente a sede e filiais, equipamentos, funcionários, estoques e outros meios do contratado para manter a execução do contrato. Em casos extremos também é possível a encampação.

A administração tem que pagar pelo “aluguel” dos equipamenos durante a encampação. Mas não exclui a aplicação de multas.

78

No caso de concessões de serviços públicos, é necessário um decreto do Presidente da República autorizando a ocupação temporária.

4.8. Limitação à clausula exceptio non adiplementi – exceção do contrato não cumprido: essa cláusula impede o contratado de suspender ou interromper o cumprimento do contrato por falta de pagamento pela ADM.

Obs: art. 78, XV – após 90 dias de atraso nos pagamentos, o contratado poderá suspender a execução do contrato, desde que não seja em razão de guerra, calamidade pública, emergência ou grave perturbação da ordem. Pode o contratado, também, decidir apenas paralisar a obra até a regularização do pagamento.

5. Formalização do contrato: é nulo e de nenhum efeito o contrato administrativo não escrito. Exceto quando se tratar de pequenas compras e pronto pagamento – pronta entrega e pagamento (até R$ 4.000 – 5% do menor valor do convite).

5.1. Contrato Escrito:a) Concorrência e Tomada de Preços: termos ou instrumento de contrato. b) Convite (formas mais simplificadas):

o Notas de empenhoo Carta contratoo Ordem de execução de serviçoo Autorização de compra.

6. Recebimento do objeto do contrato: é o ato pelo qual a ADM formaliza a entrega do objeto contratado.a) Recebimento provisório: é recebido pelo responsável pelo acompanhamento

da obra mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado.

o Libera o contratado do prazo de entrega. b) Recebimento definitivo: é recebido por servidor ou comissão designada pela

autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação (no Max. 90 dias), ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69.

Atesta o recebimento e libera o contratado das obrigações ordinárias. Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-

se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo. O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela

solidez e segurança da obra ou do serviço7. Mutabilidade do contrato: é a necessidade de alteração das cláusulas ou do objeto

do contrato em razão dos fatores externos ao contrato.7.1. Teoria da imprevisão: São fatos econômicos, imprevisíveis ou previsíveis e de

conseqüências incalculáveis, capazes de onerar substancialmente o objeto.

79

a) Fato do príncipe: é o ato do Poder público de natureza geral e abstrata que repercute indiretamente ou de forma reflexa no objeto do contratado, gerando a necessidade de sua mutação ou alteração.

b) Fato da ADM: é o ato do poder público –ação ou omissão estatal – que repercute diretamente no objeto do contrato gerando necessidade de sua mutação.

c) Caso fortuito ou força maior: é o evento alheio a vontade das partes, imprevisível inevitável ou previsível de conseqüências incalculáveis que gera a necessidade de mutação do contrato.

d) Interferência imprevista: são fatos que impedem ou retardam a execução do objeto do contrato que existiam quando foi assinado, mas que não foram previstos pela ADM. Ex: rocha no túnel do metrô.

8. Extinção do contrato: ocorre quando o vinculo obrigacional existente entre as partes chega ao fim.a) Cumprimento do objeto.b) Anulação do contratoc) Rescisão – art. 78, I ao XII e XVII e XVIII.o Unilateral – pela ADMo Amigável – Bilateral (resilição): quando as partes acordam para desfazer o

contrato. (79, II)o Judicial: é pedida pelo Contratado.

9. Duração do contrato: em regra, tem a mesma vigência do respectivo crédito orçamentário. LOA – 12 meses.Obs. É vedado o contrato por prazo indeterminado.

9.1. Exceções: Hipóteses em que o contrato pode durar mais de um ano.a) Contratação do objeto previsto no plano plurianual – PPA – 4 anos. b) Contratação de objeto de caráter contínuo: o contrato é prorrogável por até

60 meses. Ainda é possível por mais de 12 meses, mas tem alguns requisitos para isso:

o Circunstancia excepcional e decisão fundamentada da autoridade superior.c) Contratação de serviço de informática: é prorrogável pó até 48 meses.

80

Estatuto dos Servidores Públicos – Lei 8112/901. Noções Gerais

1.1. Servidores Públicos: é a pessoa legalmente investida em cargo ou função pública.

1.2. Cargo público: é o conjunto de atribuições e responsabilidades das estruturas organizacionais da ADM pública.Características:a) Sempre criado por lei com denominação própria e vencimentos /

remuneração pagos pelos cofres públicos. b) Acesso: Brasileiros e Estrangeiros na forma da lei.

Obs. Só existe lei regulamentando acesso de estrangeiros aos cargos de professor, pesquisador e técnico em Universidade Federal.

c) Exige concurso público, salvo nos cargos em comissão – de livre nomeação e exoneração.

1.3. Provimento do cargo: por ato de autoridade competente (ou ato do poder público).

1.4. Investidura: se completa com a Posse e não com a nomeação.1.5. Organização dos cargos:

a) Classe: é o agrupamento de cargos de uma mesma natureza.b) Carreira: é o conjunto de classes relativas a uma mesma atividade Estatal.c) Quadro de pessoal: é o conjunto de todos os cargos, empregos e funções

integrantes de uma unidade administrativa.1.6. Provimento:

Cargo Efetivo: o Cargo Isoladoo Cargo de carreira

Cargo em comissão (deverão ser preenchidos nos termos do art. 37, V, CF). o O servidor comissionado submete-se apenas em parte à Lei 8.112 –

submete-se aos deveres, penalidades e regime disciplinar. Não tem direito às licenças, nem aos benefícios da seguridade social. A CF diz que o servidor comissionado é filiado obrigatório ao regime geral da previdência social.

Obs. é vedado o exercício gratuito de função pública, salvo nos casos determinados em lei.

2. Etapas referentes ao provimento de cargo efetivo.2.1. Concurso público: é o procedimento administrativo, consistente na aplicação

de provas ou de provas e títulos destinados a escolher a pessoa mais adequada ao exercício das atribuições de um cargo ou emprego público. a) Validade: até dois anos, prorrogável uma vez por igual período. A prorrogação

é ato discricionário, é independente de previsão no edital e não está vinculado a ele.

81

b) Realização de novo concurso: nos termos da CF, durante o prazo improrrogável (prorrogação) do concurso, os candidatos aprovados deverão ser convocados com prioridade em relação àqueles aprovados em concursos subseqüentes. Nos termos do art. 12, §2º, da Lei 8112/90, não se pode abrir um novo concurso enquanto existir um outro vigente.

c) Reserva de vagas: até 20% para portadores de deficiência. Não existe percentual mínimo, desde que haja previsão. Existem resoluções que estipulam 5% de mínimo. Salvo para cargos não compatíveis com a deficiência.

d) Requisitos para o psicotécnico: o Previsão em Lei o Jurisprudência do STF – tem que ser feito com base em critérios

objetivos e com parâmetros científicos. o Existe a possibilidade de reexame administrativo (recurso

administrativo).e) Homologação: é o ato do poder público que dá divulgação definitiva ao

concurso com a respectiva ordem de classificação. A publicação da homologação é o termo inicial da contagem do prazo de

validade do concurso.Obs. Atual jurisprudência do STJ e STF: A aprovação em concurso público dentro do número de vagas fixadas no edital gera direito subjetivo à nomeação dentro do prazo de validade.

2.2. Nomeação: é o ato de provimento originário de cargo público que se complementa com a posse e o respectivo compromisso, além de convocar a pessoa para ser investida no cargo. A nomeação tem de ser feita até o último dia de validade do concurso.

2.3. Posse: é o ato de investidura das atribuições do cargo – o candidato aceita os termos do estatuto. Só haverá posse no caso de provimento por nomeação. a) Prazo: no máximo 30 dias para tomar posse após a nomeação. 25 dias para o

DF.Obs. O prazo para a posse será contado do término da licença ou do afastamento nos seguintes casos:

Licenças: o Por motivo de doença de pessoa da família.o Para capacitação o Para serviço militar.

Afastamentos: o Fériaso Para programa de treinamentoo Por motivo de acidente de trabalho ou moléstia profissional.

82

o Para competição esportiva nacional ou no exterior.o Para participar de curso de formaçãoo Para deslocar-se para nova sede em que fora transferido de ofício.

b) Requisitos para posse: Nacionalidade brasileira (a 8.112/90 só prevê possibilidades para brasileiros) –

O estrangeiro pode ocupar cargo publico na forma da lei. EX: Professor de faculadade.

Idade mínima de 18 anos. Quitação com as obrigações eleitorais e militares. Gozo dos direitos políticos. Comprovação escolar exigida Aptidão física e mental.

Obs. Outros requisitos podem ser exigidos a depender da natureza do cargo ou de previsão expressa em lei.

o Exemplo: Sexo, Idade mínima, Exame psicotécnico. c) Nomeação sem posse: O ato de nomeação será tornado sem efeito. Não gera

exoneração, nem demissão.d) Declarações apresentadas no momento da posse:

i. Declaração de que não vai acumular ilegalmente cargos não cumuláveis.ii. Declaração de bens - segundo a lei de improbidade, tal declaração deverá

ser renovada anualmente, e também no ato de exoneração.

2.4. Exercício: é o efetivo desempenho das funções do cargo. Prazo de 15 dias na esfera Federal, 3 dias para DF, para entrar em serviço

após a posse. Posse sem exercício gera exoneração de ofício. Inicia a contagem para tempo de serviço para qualquer efeito (férias,

aposentadoria, disponibilidade). Os benefícios pecuniários começam a ser contados e recebidos a partir do

exercícios. A posse pode ser efetivada por meio de procuração específica.

2.5. Estágio Probatório: é o período durante o qual o servidor terá sua aptidão para exercer as atribuições do cargo. Prazo: Segundo a Literalidade da Lei 8112/90 atual: 24 meses. Jurisprudencia do STJ: 3 anos!!! Atualmente contar como 3 anos. Apuração do estágio probatório inicia 4 meses antes do término do período

de estágio. Sem prejuízo da avaliação da conduta durante esses 4 meses. Requisitos ou aspectos do Estágio Probatório:

o Assiduidadeo Disciplina o Capacidade de iniciativao Produtividade

83

o Responsabilidade2.6. Estabilidade: é o direito que o servidor adquire de manter-se vinculado ao

serviço público após aprovação em EP e avaliação especial de desempenho (realizada por comissão instituída para esse fim – não acontece na pratica por não ter sido regulada), além do exercício do cargo por no mínimo 3 anos.Obs: Art. 19, ADCT – Os servidores públicos em exercício há pelo menos 5 anos na data da promulgação da Constituição que não tenham prestado concurso público serão efetivados e considerados servidores públicos estáveis.

2.6.1. Hipóteses de perda da estabilidade: PAD, assegurada a ampla defesa e o contraditório. Sentença transitada em julgado. A 8112 prevê duas outra hipóteses:

o Reprovação em avaliação periódica de desempenho. Tem que ser regulada por lei complementar, que ainda não existe.

o Com excesso de despesa com pagamento de pessoal.2.7. Disponibilidade: art. 37, § 3º e art. 30 – será posto em disponibilidade

remunerada, sempre proporcional ao tempo de serviço, o servidor estável cujo cargo tiver sido extinto ou declarado desnecessário.

3. Provimento do cargo:

Nomeação Reintegração Recondução Aproveitamento

Promoção Reversão Readaptação

3.1. Nomeação: é a única possibilidade de provimento originário. Não depende de vínculo anterior com a ADM. Só na nomeação existe a posse.

3.2. Reintegração: é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou naquele que resultou de sua transformação em razão de anulação da sua demissão por meio judicial ou administrativo. Ocorre o pagamento de todas as vantagens devidas durante seu afastamento.

Efeito ex-tunc. Obs: se o cargo em que ocorrerá a reintegração tiver sido extinto ou declarado desnecessário, o servidor será posto em disponibilidade remunerada e proporcional ao tempo de serviço no cargo. Obs2: Se o cargo que em que ocorrerá a reintegração estiver ocupado, o ocupante será reconduzido ao cargo de origem, aproveitado em outro cargo semelhante que esteja vago ou posto em disponibilidade (nesta ordem) se for estável. Se não for estável, o atual ocupante perde o cargo. Se fudeu...

84

3.3. Recondução: é a reivestidura do servidor estável no cargo de origem ou naquele que resultou de sua transformação que, após tomar posse em outro cargo não acumulável, ocorreu uma das seguintes hipóteses:a) Reprovação no estágio probatório do novo cargo. O servidor que, dentro do período de estágio probatório do novo cargo, não

se adaptar ao novo cargo pode pedir a recondução para o cargo anterior.b) Reintegração do antigo ocupante. Se o cargo em que ocorreria a recondução estiver sido extinto ou declarado

desnecessário, o servidor será posto em disponibilidade remunerada. Se o cargo em que ocorreria a recondução estiver ocupado, o servidor

reconduzido será aproveitado em ouro cargo vago ou posto em disponibilidade.

3.4. Aproveitamento: é a investidura do servidor posto em disponibilidade em cargo vago e de atribuições, natureza, escolaridade e padrão remuneratório equivalentes ao anteriormente ocupado.

3.5. Promoção: é a passagem de um cargo para outro (idênticos) entre classes distintas de uma mesma carreira. Gera vacância em um cargo da 3ª classe e provimento em um cargo de 2ª. É

diferente de progressão que é a evolução do servidor dentro da mesma classe.

3.6. Reversão: é a reinvestidura do servidor no cargo de origem ou naquele que resultou de sua transformação, desde que tenha sido aposentado e ocorra uma das seguintes situações: a) Reversão de ofício da ADM: ocorre quando a ADM determina que o servidor

aposentado por invalidez volte ao exercício das atribuições do cargo, se for constatado por junta médica oficial que não mais subsistem os motivos que ensejaram a invalidez.

Só não ocorre essa reversão se o servidor tiver completado 70 anos. Se não houver cargo vago, o revertido será colocado como excedente.b) Reversão a pedido do servidor: ocorre quando o servidor estável aposentado

voluntariamente (por tempo de contribuição) pede ao poder público para voltar ao cargo.

Requisitos:o Existência de cargo vago. o Interesse da ADM. o Não ter mais de 70 anos o O pedido tem que ser feito em até 5 anos da data de concessão da

aposentadoria.

85

3.7. Readaptação: é a investidura do servidor, estável ou não, que sofreu limitação parcial em sua capacidade laboral, em outro cargo de atribuições compatíveis com a limitação física ou psíquica do servidor. Requisitos:

o Existência de cargo vago.o Laudo de junta médica oficial que ateste a compatibilidade das

atribuições do novo cargo e as limitações sofridas pelo servidor. A Readaptação é uma forma comum – ao mesmo tempo em que gera

provimento em um cargo, gera vacância em outro. Se não houver cargo vago, o readaptando ficará como excedente.

4. Formas de Vacância:

Exoneração Demissão Aposentadoria Falecimento

Posse em cargo não acumulável

Promoção Readaptação

4.1. Exoneração: Desligamento a título não punitivo. a) A pedido do servidor: como regra a ADM não pode negar pedido de

exoneração a servidor. O servidor que retorna de afastamento para estudo no exterior deve ficar no

exercício do cargo por no mínimo o mesmo tempo que ficou afastado, sob pena de não ser deferido o pedido de exoneração a não ser que venha a ressarcir os cofres públicos.

b) De ofício da ADM. Por motivo de inabilitação em estágio probatório. Por insuficiência de desempenho em avaliação contínua. Por posse sem exercício. Extinção ou declaração de desnecessidade do cargo durante um estágio

probatório. Excesso de gasto com pessoal.

4.2. Demissão: é o desligamento do cargo a título punitivo em razão da infração funcional grave. Por Processo Administrativo Disciplinar – PAD. Por sentença judicial transitado em julgado.

Causas: Art. 117, IX a XVI e 132 da 8.112/90.4.3. Aposentadoria: é o desligamento do cargo mediante transferência do servidor

para a inatividade.a) Espécies:

Por invalidez permanente

86

o Integral: no caso de doença grave, incurável ou contagiosa, na forma da lei.

o Proporcional: nos demais casos. Por tempo de contribuição Compulsória: 70 anos.

b) Requisitos para aposentadoria voluntária Integral: o Idade: Homem – 60 anos / Mulher – 55 anos.o Contribuição: Homem – 35 anos / Mulher – 30 anos.o Tem que estar há dez anos na carreira e cinco anos no cargo.

c) Requisitos para aposentadoria voluntária proporcional:o Homem – 65 anos / Mulher 60 anos

4.4. Posse em cargo não acumulável: é o desligamento do cargo em razão da aceitação / posse de outro cargo não acumulável na mesma esfera de governo.

OBS: Recondução: a lei não indica a recondução como forma de vacância, mas parte da doutrina entende que a recondução por reprovação por estágio probatório também gera vacância. 5. Direitos e vantagens:

5.1. Vencimento: é a retribuição pecuniária, pelo erário público, fixada em lei.5.2. Remuneração: é o vencimento acrescido das vantagens pecuniárias fixadas em

lei.Obs. MP 431 – Lei 11.784/08 – atualmente a remuneração é que não pode ser inferior ao salário mínimo. Obs2. A CF e lei asseguram / vedam a irredutibilidade de vencimento e remuneração.

5.3. Subsídio: é a retribuição pecuniária em parcela única pelo exercício de cargo, função ou mandato.

5.4. Proventos: é a retribuição pecuniária paga ao servidor aposentado ou da inatividade.

5.5. Teto remuneratório – (Art. 37, XI, CF)5.5.1. Teto Geral – subsídio de ministro do STF.o A única possibilidade de se passar o teto remuneratório é quando o ministro do

STF é designado para acumular a função de ministro do TSE. o Art. 37, §9º, CF – Se Empresa pública recebe fundos contínuos do Estado, os

empregados se submetem ao teto.5.5.2. Subteto: o Nos Estados e DF:

o Executivo – subsídio do Governador.o Legislativo – subsídio de Deputado

87

o Judiciário – subsídio dos desembargadores. Os desembargadores dos Tribunais de Justiça Estaduais não podem receber mais que 90,25% dos ministros do STF.

o Nos municípios – Subsídio do Prefeito.

88

5.6. Licenças:

Licença Duração Observações Tempo de ServiçoPor motivo de doença de pessoa da família (1)

30+30 dias C/R – (2) 90 dias S/R – (3)

Pode no Estágio Probatório – (4)

C/R – conta para aposentadoria e disponibilidadeS/R – não conta para nada

Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro (5)

Prazo indeterminado e sem remuneração

Pode no E.P (6) Não conta para nada

Licença para capacitação (7 e 8)

3 meses C/R Não pode no E.P Conta para todos os efeitos

Licença para serviço militar (9 e 10)

Até 30 dias após o termino da convocação S/R (soldo de guerra)

Pode no E.P Conta para todos os efeitos

Licença para tratar de interesses particulares (11)

Até 3 anos S/R Não pode no E.P Não conta para nada

Para exercício de mandato classista (12)

A mesma do mandato S/R (13)

Não pode no E.P Conta para todos os efeitos menos promoção por merecimento

Licença para atividade política – para disputar cargo eletivo (14, 15 e 16)

1º período – S/R (17)2º período (18 e 19)

Pode do E.P – continua contando

No período C/R conta apenas para aposentadoria e disponibilidade.No período sem remuneração não conta para nada.

Observações: 1- Pessoa da família: Cônjuge/ companheiro, os pais, madrasta/padrasto, filhos e

dependentes e enteados registrados no assentamento funcional, parentes até segundo grau civil.

2- Requisitos para prorrogação: Laudo de junta médica oficial – quando houver piora no estado. Comprovação da necessidade de assistência direta do servidor.

3- Requisito para a prorrogação por mais 90 dias: o Laudo de junta médica oficial.o Necessidade de assistência direta do servidor e comprovação de que não é

possível prestar assistência sem prejuízo das atribuições do cargo. 4- Estágio probatório: Suspende a contagem do Estágio Probatório.5- Cônjuge afastado para outro ponto do território nacional ou Exterior não precisa

ser Servidor Público e o afastamento pode ser por qualquer motivo. (obs: Licença ou afastamento não gera vacância do cargo).

6- Suspende o Estágio probatório.

89

7- Substituiu a antiga licença prêmio. A cada 5 anos de efetivo serviço, o servidor, que não esteja no E.P, poderá, no interesse da ADM, se licenciar para participação de curso de formação profissional – 3 meses.

8- O período dessa licença tem ser gozado nos 5 anos subseqüentes a sua aquisição vedada a acumulação de períodos.

9- Servidor convocado para serviço militar obrigatório será licenciado do cargo.10- Existe serviço militar obrigatório para mulheres, em caso de guerra declarada. 11- A ADM, no interesse dela, poderá conceder licença ao servidor estável para tratar

de interesse particular.12- Mandato classista refere-se a dirigente de sindicato, associação de classe ou

cooperativa.13- Admitida apenas uma reeleição para o período subseqüente (2 mandatos). 14- Essa licença destina-se ao servidor ocupante de cargo efetivo que vai disputar

mandato eletivo em qualquer nível.15- Os servidores da área de arrecadação e fiscalização tributária são obrigados a tirar

sua licença para disputar as eleições, ao passo que os demais servidores têm apenas a faculdade de tirá-la.

16- O ocupante de função de confiança ou cargo em comissão fica obrigado a se descompatibilizar (deixar o cargo ou a função) para disputar as eleições.

17- 1º periodo:Vai do dia imediatamente subseqüente à escolha do servidor como candidato na convenção de partido até o registro da candidatura no Tribunal Eleitoral.

18- 2º período: Do registro da candidatura até o 10º dia após o pleito. Se houver 2º turno, o conta como o pleito.

19- Do segundo período, apenas 3 meses serão remunerados.

5.7. Afastamentos

Afastamento Duração Observação Tempo de serviçoPara servir em outro órgão (1)

Indeterminado (2) Pode na E.P (3) Conta para todos os efeitos menos a promoção por merecimento.

Para exercício para mandato eletivo (4)

A mesma do mandato (5 e 6)

Pode no E.P Conta para todos os efeitos menos para promoção por merecimento. (7).

Afastamento para estudo no Exterior (8).

Até 4 anos com remuneração (9 e 10)

Pode no E.P (não suspende)

Conta para todos os efeitos.

Afastamento para missão no exterior (11)

Indeterminado S/R Pode no E.P - Suspende o EP

Conta apenas para aposentadoria e disponibilidade.

Observações:

90

1- O servidor cedido mediante requisição para exercer cargo ou função em outro órgão ou entidade (de qualquer esfera do governo) será afastado do exercício das atribuições do cargo efetivo de origem.

2- O servidor poderá optar pela remuneração do cargo de origem, nesse caso se o afastamento for para unidade da Federação ou para Empresa Pública ou SEM, o ente cessionário (que recebe) arcará com os ônus da cessão.

3- Desde que o afastamento seja para exercer cargo em comissão de nível DAS 4,5 e 6, ou equivalentes.

4- A partir da posse o candidato eleito para o mandato de qualquer nível ficará afastado das atribuições do cargo.

5- Admite-se quantas reeleições forem possíveis.6- Remuneração (art. 38, CF)

a) Mandato Federal, Estadual ou Distrital: Fica afastado do cargo e não pode optar pela remuneração do cargo de origem.

b) Prefeito: fica afastado do cargo, mas pode optar pela remuneração do cargo de origem.

c) Vereador:o Havendo compatibilidade de horários, pode acumular o cargo com o

mandato. o Não havendo compatibilidade, fica afastado do cargo de origem e

pode optar pela remuneração original.7- Nos termos da lei, o servidor afastado para exercer mandato eletivo deverá

continuar contribuindo para a seguridade social como se estivesse no exercício do cargo.

8- Por decisão das autoridades máximas em cada um dos poderes do Estado (PR, Presidentes das Casas do Legislativo e presidente do STF) e no interesse da ADM, poderá ser concedido afastamento ao servidor para estudo no exterior.

9- Ao retornar desse afastamento o servidor deverá permanecer no exercício do cargo por no mínimo o mesmo tempo que ficou afastado, sob pena de ter de ressarcir as remunerações do período e de ser indeferido o pedido de exoneração. Isso não se aplica aos servidores de carreira diplomática.

10- Só pode obter licença para tratar de interesse particular ou outro afastamento dessa natureza após o período indicado na obs. 9.

11- No interesse da ADM, poderá ser concedido ao servidor afastamento das atribuições de seu cargo para servir em organismo internacional ou em alguma missão das quais o Brasil faça parte. Perde-se totalmente a remuneração.

5.8. Concessões (dias que a lei permite faltar ao serviço):a) 1 dia para doar sangue.b) 2 dias para se alistar como eleitor (regularizar situação).c) 8 dias corridos:

91

a. Casamentob. Morte de cônjuge ou companheiro, Pais, madrasta ou padrasto, Filho

ou enteado registrado no assentamento, Irmão.

5.9. Licenças decorrentes do Regime de Seguridade dos Servidores:a) Licença para tratar da própria saúde. Por até 24 meses com remuneração. A licença concedida em até 3 meses após o término da anterior é considerada

prorrogação da primeira. Após 24 meses, caso o servidor não melhore, o servidor será readaptado ou

aposentado por invalidez. b) Licença Gestante/lactante: Atualmente 180 dias.

o Licença Paternidade: 5 dias corridoso Licença a adotantes: adotar ou obter guarda.

Até um ano – 90 dias. Maior de um ano – 30 dias. Somente para servidora mulher.

Obs: Em alguns casos a jurisprudência tem conferido ao pai adotante a mesma licença paternidade.

c) Licença para acidente em serviço: o servidor que tiver lesão com relação mediata ou imediata com as atribuições do cargo, será licenciado com remuneração integral. Se não houver tratamento em instituição pública poderá usar a particular à conta de recursos públicos.

6. Vantagens Pecuniárias: Indenizações Gratificações Adicionais

6.1. Indenizações: Não se incorporam à remuneração do servidor para fins de cálculos de outras

vantagens pecuniárias. Não são consideradas para fins de teto remuneratório Destinam-se à reposição de despesas que o servidor teve em razão do

exercício do cargo. Não incide imposto de renda sobre as verbas indenizatórias.

6.1.1. Espécies de indenização: Ajuda de custo Diárias Transporte Auxílio moradia

92

6.1.1.1. Ajuda de custo: é a indenização paga nas seguintes situações:a) Para custear as despesas com a instalação do servidor e de sua família em

nova localidade em razão de transferência de ofício no interesse do Poder Público.

b) Para custear o retorno da família do servidor falecido em outra localidade, que deve ser paga em até 1 ano da data do óbito.o Valor da ajuda de custo é de até 3 vezes a remuneração do servidor.o O servidor tem no mínimo 10 e no máximo 30 dias para se apresentar

na localidade. o Se o servidor não se apresentar na nova sede no prazo estabelecido

deverá restituir o valor da ajuda de custo em até 30 dias.o É sempre para remoção de caráter permanente.

6.1.1.2. Diárias: é a indenização paga ao servidor por dia de deslocamento quando tiver de exercer temporariamente, em outra localidade, as atribuições de seu cargo.o Tem objetivo de custear: hospedagem, Alimentação, Locomoção. o As diárias serão devidas pela metade nos seguintes casos:

Quando não houver pernoite Quando a ADM custear alguns dos gastos de outra forma.

o As diárias devem ser restituídas proporcionalmente nas seguintes hipóteses: Essa restituição tem que ser em 5 dias.

Quando o servidor não se deslocar Quando regressar antes do prazo previsto

6.1.1.3. Transporte: é o valor pago, a titulo de indenização, ao servidor que tiver de utilizar meio de locomoção por conta própria para praticar atos externos em nome do poder público. Somente para o servidor que pratica atos externos de modo contínuo.

6.1.1.4. Auxílio-moradia: é a indenização paga ao servidor que tiver que exercer cargo em comissão em nível DAS 4, 5 ou 6 ou equivalentes, em sua localidade diversa de seu domicilio, para repor gastos comprovados com aluguel ou serviço de hotelaria.

Não faz jus ao auxilio moradia:o Servidor que tenha outra propriedade, cessão de direitos ou

compromisso de compra e venda em relação a imóvel, nos últimos 12 meses, na localidade em que exercerá o cargo. O mesmo vale para cônjuge se o cônjuge ou companheiro do servidor se enquadre nessa situação.

o Mesmo sem ter imóvel, o servidor que tenha residido nos últimos 12 meses na localidade em que servirá no cargo em comissão.

93

o Quando for disponibilizado imóvel funcional. (o parlamentar pode optar entre o auxílio-moradia ou o imóvel funcional).

o Se alguma pessoa que more ou viva com o servidor já receba o auxílio. o Se o cônjuge ou companheiro do servidor já recebe auxílio moradia ou

ocupa imóvel funcional, mesmo quando moram em localidades diferentes. (um trabalha em SP e outro no DF).

Limites do auxílio moradia. o Até 25% da remuneração do servidor. Desde que não supere o auxílio

moradia do Ministro de Estado.o O regulamento Federal criou o subteto de R$ 1800.

O servidor somente fará jus ao auxilio moradia por 8 anos consecutivos a cada período de 12 anos.

6.2. Gratificações: é uma vantagem pecuniária fixada em lei, em razão da natureza do cargo, da produtividade ou do acúmulo de tarefas além das atribuições normais do cargo. Não se incorporam à remuneração do servidor para fins cálculos de outras

vantagens. Pela Lei 8.112 só existem 3 gratificações, mas normas específicas podem criar

outras.a) Gratificação pelo exercício de atividade de chefia, direção ou

assessoramento (função comissionada): é a vantagem pecuniária acrescida ao vencimento do servidor que passar a exercer função comissionada de chefia, direção ou assessoramento sem prejuízo das funções de seu cargo efetivo.

b) Gratificação Natalina (vulgo 13º): é o acréscimo de 1/12 avos da remuneração do servidor por cada mês ou fração de mês trabalhado em um ano, que deverá se pago ate o dia 10 de dezembro.o Fração de mês: período igual ou superior a 15 dias de trabalho em um

mês. o A gratificação natalina pode ser paga em duas parcelas.

c) Gratificação por encargo de curso ou concurso: é a vantagem pecuniária paga ao servidor que, sem prejuízo das suas atribuições normais, exercer as seguintes atividades:a) Atuar como instrutor ou professor em programa ou curso de

treinamento / capacitação interno na ADM. b) Atuar como examinador em provas escritas ou exames orais de

concurso público, bem como analisar recursos de provas.c) Atuar na organização ou logística do concurso.d) Atuar na aplicação das provas no dia do concurso.

94

Treinamento prestado dentro da própria repartição (treinamento de novatos) não gera gratificação.

6.2.1. Valores das Gratificações: i) Pela Lei, 2,2% do maior vencimento básico por hora trabalhada

nos casos da “a” e “b”.ii) De 1,2% do maior vencimento básico nos casos da “c”e “d”.

Observações: o Caso o servidor exerça uma dessas atividades durante o horário de

trabalho de seu expediente, deverá realizar a devida compensação. o A lei estabelece um limite de 120 horas por ano para essas atividades.

Esse prazo é prorrogável por até 240 horas por ano, desde que por decisão fundamentada da autoridade superior do órgão ou entidade.

6.3. Adicionais: Incorporam-se a remuneração para fins de cálculos e outras vantagens.

a) Adicionais Periculosidade, Insalubridade e Penosidade: Periculosidade: é o acréscimo pago ao servidor cujo exercício das atribuições

do cargo o expõe a risco para a sua integridade física ou risco de morte. Existe o risco contínuo, mas não há certeza de que ocorrerá lesão.

o O fornecimento de equipamento de proteção não exclui o adicional.o Depende de lei específica para fixação do valor.

Insalubridade: é o acréscimo pecuniário pago ao servidor cujo exercício de suas atribuições causam contínuo prejuízo à saúde.

o Não se pode acumular o adicional periculosidade com o insalubridade. O servidor terá que optar por um deles.

Penosidade: é o acréscimo pago ao servidor cujo exercício das atribuições de seu cargo o expõe a transtorno além do normal (extraordinário).

o A penosidade só pode acumular com uma das duas outras.

b) Adicional de serviço extraordinário (hora-extra): é o acréscimo de 50% sobre o valor da hora normal de trabalho, pago por hora que exceder a jornada normal.o Jornada normal: 40 horas semanais. No mínimo 6h diárias e no

Maximo 8 horas. Limite diário de serviço extraordinário: 2 horas, salvo disposição expressa em

lei. o A hora extra não se submete ao teto.

c) Adicional Noturno: é o acréscimo de 25% sobre a hora normal do servidor paga por hora trabalhada no período noturno. o Vai das 22 h até as 5h. Vale para plantão. o A hora noturna conta com sendo de 52 min e 30 seg.

95

Se o serviço extraordinário for realizado durante o período noturno, a lei dispõe que, primeiro deve-se calcular o valor da hora do serviço extra e depois calcular o adicional noturno sobre o valor da hora extra.

d) Adicional de férias: é o acréscimo de 1/3 sobre o valor da remuneração do servidor pago por ocasião das férias. o O adicional de férias deve se pago até 2 dias antes do inicio do gozo

das férias. Se as férias forem parceladas, o adicional será dado antes do primeiro período.

Férias: é o período que o servidor adquire de ficar 30 dias fora do exercício do cargo, mas contando como efetivo exercício para todos os fins. Esse direito é adquirido a cada 12 meses ou fração de mês trabalhado.

o Fração de mês: é o período superior a 14 dias trabalhados. Para ter direito ao primeiro período de férias o servidor terá que ter

trabalhado por no mínimo 12 meses. As férias podem ser parceladas em até 3 períodos. Não exigência legal de que

os períodos sejam de 10 dias. É vedado acumular mais de 2 períodos de férias. As férias somente poderão ser interrompidas em caso de guerra, calamidade

pública, comoção interna ou por necessidade do serviço declarada pela autoridade superior do órgão. Em caso de interrupção o restante das férias será gozado de uma só vez.

Não existe mais o adicional por tempo de serviço.

96

7. REGIME DISCIPLINAR (art. 116 e 117): 1- Penalidade Administrativa

A. AdvertênciaB. SuspensãoC. Demissão D. Destituição de cargo em comissão ou função comissionadaE. Cassação de aposentadoria ou disponibilidade

A. ADVERTÊNCIA:Conceito: chamar a atenção – admoestar.

o A Lei 8.112 só admite advertência por escrito.

Aspectos:a) Será registrada no assentamento funcional do servidor a partir dessa data

ficará constando no assentamento funcional por 3 anos. Ao final desse período ocorrerá o cancelamento do registro (limpa a ficha), sem efeito retroativo. Também é o período de reincidência.

b) Autoridade competente: Chefia Imediata.c) Instrumento de apuração : Sindicância.d) Prazo de prescrição: a pretensão punitiva do Estado na esfera

administrativa é de 180 dias contados da data que a ADM tomou conhecimento do fato. (art. 142.)

e) Hipóteses de advertências:

I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição; III - recusar fé a documentos públicos; IV - opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço; V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical, ou a partido político; VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil; XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

B. SUSPENSÃO:

97

Conceito : Ficará fora do exercício das atribuições do cargo, com perda da remuneração, por até 90 dias, o servidor que cometer determinadas infrações funcionais de natureza média.

Aspectos: a) A suspensão ficará registrada no assentamento funcional por 5 anos. Após

esse período o registro será cancelado sem efeito retroativo.b) Autoridade competente:

Até 30 dias de suspensão: chefia imediataMais de 30 dias (max. 90): autoridade imediatamente abaixo do Presidente da República, dos Presidentes das casa Legislativas e dos tribunais e do PGR.

c) Instrumento de apuração:Até 30 dias: sindicância.Mais de 30 dias: PAD – Processo Administrativo Disciplinar.

d) Prescrição: a pretensão preventiva do Estado, no âmbito administrativo, será de 2 anos contados da data de conhecimento dos fatos.

e) Hipóteses de Suspensão (art. 117):

o XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

o XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; o Desempenhar alguma atividade incompatível com o cargo.o Reincidência de advertência.o Recusar-se a submeter-se à inspeção médica oficial (suspensão de até 15

dias, mas caso o servidor punido submeta-se a essa inspeção, a suspensão será cassada).

Por necessidade do serviço, a suspensão poderá ser convertida em trabalho, com uma multa de 50% da remuneração referente aos dias que ficaria suspenso. Nessa situação o tempo de serviço é contado para todos os efeitos.

O período durante o qual o servidor fica suspenso não é contado como tempo de serviço para nenhum efeito.

NÃO confundir essa suspensão (penalidade) com a suspensão cautelar, na qual o servidor é afastado durante o inquérito administrativo no PAD, para evitar que o ele influencie na produção de provas.

Reincidência em fatos que levam à suspensão não gera demissão.

C. DEMISSÃO:Conceito: é o desligamento ou perda do cargo público a título punitivo em razão do cometimento de infração funcional grave.Aspectos:a) Não há registro em assentamento funcional. Consta apenas um registro no

SIPEC.b) Autoridade competente: Presidente da Republica, presidentes das casas

legislativas e dos tribunais e PGR. c) Instrumento de apuração: PAD (ordinário ou sumário)d) Prescrição: a prescrição punitiva ocorre em 5 anos.

o Quando o fato também for captulado como crime, o prazo da prescrição será nos termos da legislação Penal. (art. 109, CP).

98

o Jurisprudência do STJ: após a aplicação da pena criminal “in concreto”, o prazo prescricional do art. 109 do CP tomará como base a pena aplicada, e não a pena “In abstrato”.

e) Hipóteses: Art. 117IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública; X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições; XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas; XV - proceder de forma desidiosa; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares;

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: I - crime contra a administração pública; II - abandono de cargo; III - inassiduidade habitual; IV - improbidade administrativa; V - incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; VI - insubordinação grave em serviço; VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou de outrem; VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; XI - corrupção; XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

Destaques:II - Acumulação ilegal de cargo públicos: A regra é a inacumulação de cargos, empregos e funções de qualquer um dos poderes, em qualquer nível da federação. Exceções: a) Dois cargos privativos de professor (quadro e giz; se for designado para

alguma função administrativa tem que deixa um dos cargos)b) Um cargo de professor com outro técnico ou científico.

99

o Para o STJ, Técnico ou Científico é o cargo que exige habilidades específicas para exercê-lo e não necessariamente precisa ser de nível superior.

c) Dois cargos de profissional da saúde, com profissão regulamentada.

Obs. O pressuposto básico para qualquer acumulação é a compatibilidade de

horários. Essa vedação de acumulação de cargos, empregos e funções não é extensível

a empregos na iniciativa privada. O servidor aposentado pode acumular proventos de aposentadoria com a

remuneração de cargo, emprego ou função, desde que sejam acumuláveis na atividade.

O servidor aposentado pode acumular a aposentadoria com a remuneração de cargo em comissão.

Art. 133 -> O servidor pego acumulando ilegalmente cargos, empregos ou funções será notificado para optar por um deles em 10 dias. Se ele não optar nesse prazo, instaura-se o processo Administrativo Sumário.

7.1. PAD Sumário:1º passo: Instauração: por ato de autoridade competente será designado comissão de 2 servidores estáveis.2º passo: Instrução sumária: A comissão terá 30 dias contados da data da publicação do ato para elaborar um termo circunstancial – circuntanciação da acusação.

O servidor será intimado para apresentar sua defesa em 5 dias. Se o servidor optar por um dos cargos no prazo da defesa, será exonerado do

outro e o processo será arquivado. Não terá que restituir as remunerações. Produção de provas: documentos e testemunhos. Relatório: contém a descrição dos atos, fatos e alegações do processo e irá

apresentar uma sugestão de julgamento.3º passo: Julgamento:

Prazo de 5 dias. Decisão:

o Acumulação Legal: Arquiva o processo.o Acumulação de boa-fé: Exonera de um dos cargos.o Acumulação de má-fé: Demissão nos dois cargos.

Obs: O processo sumário tem de ser concluído em 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 15 dias.

Aplica-se o PAD sumário, no que couber, aos cargos de abandono de cargo público e inassiduidade habitual.

o Abandono de cargo: O servidor falta mais de 30 dias consecutivos sem justificação ao serviço.

o Inassiduidade habitual: 60 dias ou mais, interpolados, de faltas injustificadas ao serviço, em um período de 12 meses.

7.2. Conseqüências secundárias da demissão (art. 136 e 137)1) Indisponibilidade de bens e ressarcimento ao erário quando demitido por:

100

a) Improbidade administrativa. b) Emprego irregular de recursos financeiros públicos.c) Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacionald) Corrupção

2) Impossibilidade de regressar ao serviço público federal por 5 anos, quando o servidor:a) Aproveitar-se de cargo para lograr benefício próprio ou de terceiros. b) Atuar como procurador de interesses de terceiros perante a Administração,

salvo quando se tratar de benefícios previdenciários de cônjuge ou de parente de até 2º grau civil.

3) Impossibilidade de regressar ao serviço público federal por tempo indeterminado.a) Crimeb) Improbidade administrativac) Emprego irregular de dinheiros públicos d) Lesão aos cofres públicos e dilapidação ao patrimônio nacional.e) Corrupção.Obs:

Art. 137 § único: para a doutrina esse parágrafo é inconstitucional por trazer uma pena de caráter perpétuo, mas o STF ainda não se pronunciou a respeito dessa matéria.

FCC – desconsiderar a questão da inconstitucionalidade e aplicar o artigo literalmente.

Cespe – se mencionar a doutrina o dispositivo é inconstitucional; se mencionar o STF o item fica errado.

7.3. Demissão por ato de improbidade: STF – a demissão no âmbito administrativo por ato de improbidade somente

poderá ocorrer após o trânsito em julgado da condenação no processo judicial de improbidade.

8. Sindicância: é o procedimento administrativo preliminar destinado a apurar a autoria e a ocorrência de infração funcional.

8.1. Resultados: Arquivamento Advertência Suspensão de até 30 dias.

8.2. Instauração do PAD: em caso de apurar-se infrações mais graves que sujeitariam demissão, suspensão acima de 30 dias, destituição de cargo ou função comissionada ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade.

Observações: Não é uma fase necessária a instauração do PAD. Na sindicância deve haver contraditório e ampla defesa.

101

A comissão de sindicância observará, no que couber, as regras da comissão do PAD.

9. Processo Administrativo Disciplinar: é o procedimento administrativo por meio do qual a ADM exerce sua pretensão punitiva em relação a infrações sujeitas a suspensões maiores que 30 dias, demissão, destituição ou função comissionada ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Garante a ampla defesa e contraditório ao servidor aposentado.

9.1. Fases do procedimento. Instauração Inquérito Administrativo

o Instrução o Defesa o Relatório

Julgamento

9.1.1. Instauração: A instauração do PAD se dá por ato (portaria) da autoridade competente que designa comissão de 3 servidores estáveis.

Por ato da autoridade competente, as funções de investigação e apuração das infrações podem ser delegadas a órgão ou unidade de competência específica. No âmbito federal as investigações estão delegadas à CGU.

Um dos membros dessa comissão será designado presidente, desde que preencha os seguintes requisitos:

o Tem de ser da mesma hierarquia ou superior aos investigados; ouo Ter a mesma escolaridade ou superior aos investigados.

Será designado um servidor para ser o secretário da comissão que pode ser um dos membros que não o presidente, ou até mesmo um 4º servidor.

Observação: Denuncia anônima (art. 144): a denúncia anônima não pode ensejar a

instauração imediata do PAD, mas marca a ciência do fato pela ADM (começa a marcar o prazo de prescrição).

o Enseja a instauração de sindicância preliminar investigativa para apurar a denúncia.

9.2. Instrução: A comissão processante produzirá uma circunstanciação dos fatos

investigados. O servidor será citado para defesa no prazo:

o Se for um servidor: prazo de 10 dias prorrogável pelo dobro se houver necessidade de alguma diligência indispensável.

o Se for mais de um servidor: prazo de 20 dias prorrogável pelo dobro se houver necessidade de alguma diligência indispensável.

Quando houver sindicância, os autos serão juntados ao processo.Observações:

Caso o servidor não compareça para apresentar sua defesa, será nomeado um defensor dativo, de preferência da mesma área do réu.

102

Sumula Vinculante #5: dispensa a defesa técnica, ou seja, a feita por advogado.

9.3. Suspensão Cautelar: Durante o inquérito administrativo, por decisão da autoridade competente, o servidor poderá ser suspenso do seu cargo para não influenciar na produção de provas. O prazo será de 60 dias prorrogáveis por mais 60 dias uma única vez. Não gera a perda de remuneração.

o Passado o período de suspensão o servidor voltará ao exercício do cargo mesmo que o PAD não tenha sido concluído.

9.4. Interrogatório (art. 159): O interrogatório acontecerá antes da citação do acusado, mas após da inquirição das testemunhas. Primeiro ocorre a citação do servidor, depois acontece a inquirição / oitivas

das testemunhas e só após disso o interrogatório do servidor.9.5. Relatório: ao encerrar o inquérito administrativo, a comissão processante

deverá elaborar um relatório de todos os atos, fatos e alegações do processo e uma sugestão de decisão. Obs. A autoridade competente para julgar o processo somente poderá rejeitar o relatório se ele for manifestadamente contrario às provas dos autos.

9.6. Julgamento: Por autoridade competente. O prazo para o julgamento é de 20 dias contados da data em que a autoridade competente receber os autos do processo para julgamento. Observações: O prazo de conclusão do PAD é de 60 dias prorrogável por mais 60 dias. STJ – se o PAD não foi concluído no prazo não será caso de nulidade ou

arquivamento. O que ocorre é o reinício da contagem da prescrição. STJ – A instauração do PAD interromperá (reseta) a prescrição por 140 dias.

Após esse prazo, não concluído o PAD, o tempo para prescrição volta a contar do zero.

9.7. Revisão do PAD. Pode acontecer a qualquer tempo. Não prescreve e não decai.

9.7.1. Fundamentos para a revisão.Fatos novos que:o Demonstrem ilegalidade do julgamento.o Inadequação da penalidade.o Injustiça.

Observações: As comissões, os prazos, o procedimento da revisão serão os mesmo do PAD.

9.7.2. Competência para instaurar a revisão do PAD.a) De ofício pela ADMb) A pedido do servidor ou de qualquer pessoa da família quando o servidor

já tiver falecido. Requerimento do curador se o servidor tiver sido declarado incapaz.

103

Processo Administrativo Federal – Lei 9784/991. Âmbito de aplicação: Administração direta e indireta e Poder Legislativo e

Judiciário ao exercerem suas funções atípicas de administração. O TJDFT obedece à Lei 9784 por ser um órgão do legislativo federal.

2. Finalidades: Garante o exercício dos direitos dos administrados Estabelece um melhor cumprimento dos fins públicos.

3. Definições – cai muito em concursos. Órgão: unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e

indireta. Não é dotado de personalidade jurídica. Entidade administrativa: é a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica

própria. Autoridade: agente ou servidor dotado Fe poder de decisão.

4. Princípios Explícitos:

Segurança Jurídica Interesse público Contraditório Proporcionalidade Razoabilidade Ampla defesa

Finalidade Motivação Moralidade Eficiência Legalidade

5. Princípios implícitos: a) Capacidade postulatória: o próprio administrado pode atuar no processo

administrativo. É facultada a presença de advogado.b) Informalismo: os atos do processo administrativo não dependem de forma

determinada, salvo quando a lei exigir.c) Gratuidade: Em regra, não haverá cobrança de custas, nem exigências de

depósitos para interpor recursos.Obs: Em abril de 2009, o STJ editou a seguinte súmula: “é ilegítima a cobrança de caução para recursos administrativos”.

d) Impulso oficial: significa que o processo pode ter início e se desenvolver de ofício (art. 5º), independente deda manifestação das partes. É possível que, ainda que o interessado desista, o processo continue se for de interesse público.

e) Verdade real ou material: A Administração tem o dever de buscar provas para desvendar o que de fato aconteceu. E não apenas o que foi alegado ou trazido pelas partes (ao contrário do processo civil). É vedado a apresentação e o uso de provas ilícitas.

O desatendimento de intimação não importa no reconhecimento da verdade dos fatos, Mesmo que o interessado não se defenda, a ADM terá que procurar suas alegações.

104

f) Reformatio in pejus: significa que o recurso pode piorar a situação do recorrente, porém deve ser garantido o direito a ampla defesa e o contraditório. Esse não se aplica no caso de pedido de revisão feita pelo administrado.

6. Direitos dos administrados:a) Ser tratado com respeito e os servidores e autoridades devem facilitar o

exercício dos direitos.b) Ter ciência de processo que tramita envolvendo interesse do administrado. O

administrado tem que ser notificado a respeito de processo que o envolva.c) Obter copia, ter vista dos autos e formular alegações.d) Fazer-se representar, facultativamente, por advogado ou procurador, exceto

quando a lei expressamente exige.

7. Deveres dos administrados (art. 4º)f) Atuar com lealdade, urbanidade e boa-fé.g) Não proceder de modo temerárioh) Prestar informações que lhe forem solicitadas.i) Expor os fatos conforme a verdade.

8. Procedimento: O procedimento pode ser iniciado de ofício ou a pedido do interessado.

a) Fases do procedimento administrativo: Instauração Instrução (probatória) Decisão

Obs: Uma lei especial derroga uma lei Geral – Ex: O PAD obedece a outro procedimento por ser tratado em uma lei especial.8.1. Instauração (art. 5º e 6º):

j) Formas: De ofício pela Administração. A requerimento / pedido do administrado.

k) Requerimento (requisitos): Indicação do órgão ou autoridade a quem o pedido se dirige. Identificação do interessado ou de seu representante. Pedido deve vir acompanhado dos fatos que o fundamentam. Assinatura, data e local.

l) Observações: O agente ou autoridade administrativa não pode se recusar,

injustificadamente, a receber documentos apresentados pelo interessado.

105

Os agentes e autoridades devem esclarecer e informar as irregularidades existentes.

Em regra, o requerimento deve ter a forma escrita, salvo quando a lei admitir a forma oral, que deve ser reduzida a termo.

Um grupo de interessados, quando os pedidos tiverem fundamentos e pedidos idênticos, pode realizar um requerimento único.

8.1.1. Interessados para instaurar ou participar do processo (art. 9).a) Pessoa física ou jurídica que inicie o processo como titular do direito ou

interesse.b) Aquele que, mesmo não rendo iniciado como titular do direito , possa

sofrer as conseqüências da decisão.c) Organizações e associações legalmente constituídas em relação a

direitos e interesses difusos.

8.1.2. Hipóteses de impedimento Estão impedidos de atuar no processo administrativo os servidores e autoridades

que:a) Tiver interesse direto ou indireto na matéria ou no assunto.b) O servidor que atuou, ou venha a atuar, como representante, testemunha

ou perito no processo, ou ainda se seu cônjuge / companheiro estiver na mesma situação.

c) O servidor que estiver litigando, judicial ou administrativamente, com o interessado ou com seu cônjuge.

Obs: O servidor ou autoridade que se encontrar numa das situações de impedimento deve abster-se de praticar atos no processo, sob pena de cometer falta grave. Além disso deve comunicar o fato à autoridade competente.

8.1.3. Suspeição: Quando existe alguma situação que comprometa a imparcialidade do servidor ou da autoridade no caso.

Amizade íntima ou inimizade notória com o interessado, seu cônjuge ou companheiro e parente de até 3º grau civil.Obs: A suspeição deve ser argüida. Contra o indeferimento da suspeição cabe recurso sem efeito suspensivo.

8.2. Instrução: Princípio da oficialidade (art. 29) A produção de provas se dá por duas formas:

Por impulso oficial A requerimento do interessado.

Obs: Princípio da verdade material: A Administração tem o dever de buscar provas para desvendar o que de fato aconteceu. E não apenas o que foi alegado ou trazido

106

pelas partes (ao contrário do processo civil). É vedado a apresentação e o uso de provas ilícitas.

8.2.1. Espécies de provas: Documental Pericial Testemunhal Interrogatório Qualquer outra admitida em direito:

Audiência pública – quando a autoridade competente para decidir entender que sejam necessários debates sobre a matéria do processo em face da relevância da questão. Ela poderá abrir, antes da decisão, audiência pública.

Consulta pública – quando assunto envolver matéria de interesse geral. Nessa hipótese, terceiros, que não foram enquadrados na definição de interessados, poderão examinar a questão e oferecer alegações escritas. A ADM divulgará a abertura de consulta por meio dos meios oficiais.

8.2.2. Prazos Prazos Conteúdo do prazo Prorrogação Artigo 5 dias Prazo genérico para a ADM praticar atos Até o dobro 245 dias Para juízo de retratação de decisão ---- 56, §1º 5 dias úteis Para apresentar contra-razões ao RA ---- 6210 dias Para interpor recurso administrativo – RA ---- 5910 dias Para alegações finais ---- 4415 dias Para elaboração de parecer A depender do caso 42Até 30 dias Para decisão de 1ª instância Por igual período, uma única

vez49

Até 30 dias Para decidir o recurso administrativo. Por igual período 39, § 1º

Considerações Gerais:a. A autoridade competente perante a qual se instaura o processo (art.

17): i. A autoridade competente de menor hierarquia para decidir,

salvo quando lei dispuser em contrário.b. Capacidade para atuar no processo é de 18 anos. (art. 10).c. Quando o interessado indicar como prova do seu direito algum

documento que consta em bancos de dados ou arquivo no poder público, a ADM deverá providenciar a junção dele ou de uma cópia aos autos do processo. A lei não diz o prazo, logo, aplica-se o prazo genérico de 5 dias.

d. Preclusão Administrativa: em um processo administrativo composto por partes distintas, é a perda de uma faculdade ou oportunidade processual (perda de uma das etapas).

e. Recursos:

107

i. O recurso será dirigido à mesma autoridade que proferiu a decisão.

ii. O interessado pode desistir do recurso a qualquer momento.iii. O recurso causa um efeito devolutivo – transfere a uma

autoridade hierarquicamente superior a reapreciação de uma questão já decidida por um subordinado.

iv. A autoridade que proferiu a decisão pode reconsiderar a decisão no prazo de 5 dias. Se não a reconsiderar a autoridade deverá encaminhar o processo para autoridade superior(art. 56, § 1º). O Cespe adota que isso atende ao princípio da eficiência.

v. Contra a decisão da segunda autoridade cabe mais um recurso. O recurso somente poderá tramitar por no máximo 3 instâncias (art. 57).

vi. O prazo para se interpor recurso é de 10 dias contados a partir da ciência ou da divulgação oficial da decisão recorrida, salvo disposição legal específica.

vii. O prazo para se julgar o recurso é de até 30 dias, prorrogável por mais 30, a partir da data do recebimento dos autos.

viii. Aplica-se ao recurso administrativo o “reformatio in pejus” (Art. 64)– reforma em prejuízo. Ao examinar o recurso a administração pode achar fatos novos que piorem a situação do recorrente. Somente ocorre no processo administrativo.

ix. O “Reformatio in pejus” decorre do princípio da verdade material.

f. Revisão: serve para apreciar fatos novos. Pode ser proposta a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando

surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.

Não há possibilidade de se aplicar a reformatio in pejus.

g. Intimação: Comunicação dos atos do processo.o Formas:

Correios com Aviso de recebimento. Telegrama Qualquer outro meio que assegure a ciência do interessado.

Exceção: Publicação de Edital: Será publicado edital quando o interessado for:

a. Indeterminado b. Desconhecidoc. Não encontrado

Obs: O interessado deve ser intimado com um prazo de no mínimo 3 dias úteis de antecedência. Contagem do prazo:

108

a) Em dias: dia a dia – exclui-se o dia do inicio da contagem e inclui o dia do término. Se o prazo vencer em dia não útil, considera-se prorrogado até o primeiro dia útil subseqüente.

b) Em mês: data a data.Ex: 1 mês: 15/01/09 -> 15/02/09

31/01/09 -> 01/03/09c) Em anos: ano a ano.

01/01/09 – > 01/01/10

h. Local dos atos do processo: Os atos serão praticados na sede do órgão, caso seja marcado em localidade diversa o interessado terá que ser informado com a devida antecedência – 3 dias úteis.

i. Tempo do ato: o processo acontecerá nos dias úteis e durante o horário de expediente, sendo que os atos já iniciados poderão ser concluídos após o expediente.

j. Forma dos atos (art. 22): Os atos não dependem de forma determinada, salvo quando a lei dispuser em sentido contrário.

i. Forma nesse caso quer dizer formalidade, solenidade. Lembrete: todos os atos deverão ser escritos, datados e assinados –

Forma como elemento do ato.

8.3. Extinção do processo: Desistência total ou parcial: mesmo diante da desistência, a administração

pode prosseguir como processo até a decisão final, se ainda houver interesse público.

Renúncia ao direito discutido no processo: caso as parte façam um acordo que acabe com o objeto do litígio.

Anulação do processo Decisão administrativa transitado em julgado.

Improbidade Administrativa – Lei 8429/92

1. Lei de âmbito nacional – vale para a União, Estado, DF e municípios. Tem que ser conjugada com o art. 37, § 4º da CF.

2. Quem responde por improbidade:a. Servidor ou não.b. Servidor: Ocupante de cargo, emprego, função ou mandato.c. Na ADM direta e indireta, em qualquer dos poderes, nas empresas controladas

pelo poder público. Além disso em qualquer instituição privada que receba recursos, incentivos ou benefícios públicos.

3. Improbidade pode ser por dolo ou culpa.4. Improbidade não depende da ocorrência de dano ao erário. 5. A improbidade acarreta:

109

a. Indisponibilidade de bens se tiver havido enriquecimento ilícito.b. Ressarcimento ao erário se tiver havido desvio de dinheiro público.

A penalidade por improbidade tem natureza civil – a obrigação de ressarcir passa para os dependentes até o limite da herança.

6. Os atos de improbidade são:a. Atos que geram

Enriquecimento ilícito – atos graves – art. 9º. Lesão ao erário – atos médios – art. 10

b. Atos que atentam contra os princípios da administração – atos leves – art. 11.

Obs: os atos de improbidade não estão taxativamente previstos na lei. O rol é apenas explicativo – tipicidade aberta.

Tipicidade fechada – código penal – a caracterização do crime tem que ser fielmente descrita na lei.

7. Penalidades cabíveis. Penalidade Enriquecimento ilícito Lesão ao erário Atentado contra os

princípiosPerda da função Sim Sim Sim Suspensão dos direitos políticos

8 a 10 anos 5 a 8 anos 3 a 5 anos

Ressarcimento Sim Sim SimMulta civil Até 3 vezes o valor do

acréscimo patrimonialAté 2 vezes o valor do dano / lesão

Até 100 vezes o valor da remuneração do servidor

Indisponibilidade de bens

Sim Sim Sim

Impossibilidade de contratar com o poder público

10 anos 5 anos 3 anos

Observações: Denunciar ato de improbidade quando sabe-se que o denunciado é inocente, é crime com pena de 2 a 6 meses de reclusão. A falsa denúncia gera danos morais e materiais. A prescrição é sempre de 5 anos:

o Para cargo eletivo: a partir do término do mandato eletivo ou de quando o servidor deixou de exercer cargo em comissão ou função de confiança.

o Para servidores ou terceiros: Da data do fato em se tratando de cargo efetivo ou de terceiros.

O MP sempre será parte da ação:o Autor da Ação ou o Custus Legis.

A Demissão administrativa mediante PAD cuja causa seja exclusivamente improbidade administrativa depende do trânsito em julgado da sentença de improbidade.

A ação de improbidade é independente das demais instâncias – administrativa, civil e criminais – as quais também são independentes entre si.

110

o Somente a absolvição criminal por negativa de autoria e por inexistência de materialidade repercute nas demais instâncias.

Na aplicação das penalidades o juiz deve considerar a gravidade do dano bem como o proveito patrimonial do agente.

No ato da posse e exercício, o servidor deve declarar todos os bens que compõem seu patrimônio. Tal declaração deve ser renovada anualmente. (cópia do IR). Será punido com demissão o agente que não declarar ou fazer declaração falsa.

Qualquer pessoa pode denunciar ato de Improbidade, desde que se identifique – não há possibilidade de denuncia anônima em Improbidade.

No caso de multa, os valores aplicados serão revertidos para a pessoa jurídica prejudicada.

As sanções por improbidade independem de efetivo prejuízo causado ou da rejeição das contas pelo respectivo Tribunal de contas.

A ação de ressarcimento ao erário é imprescritível. Segundo a 8112, o servidor que praticar ato de improbidade será demitido

administrativamente após o PAD.De acordo com essa lei esse servidor jamais pode retornar ao serviço público federal. Apenas para o cespe tal efeito é inconstitucional.

Por ser uma ação civil, não há prerrogativa de foro para ações de improbidade. Elas sempre começarão na primeira instancia.

Os agentes políticos também estão sujeitos a lei de improbidade. Além da improbidade, os agentes poderão responder nas outras instâncias (penal,

civil e administrativa). A ação de improbidade será da seguinte forma:

o Protocolada a petição inicial, o juiz, antes de recebê-la formalmente, intimará o réu para manifestação, o réu pode juntar documentos em sua defesa.

o O juiz decidirá se recebe ou não a petição inicial, com base no cabimento da denúncia.

o Se receber, promoverá a citação do réu para defesa.o Do recebimento inicial cabe recurso de agravo de instrumento.

A qualquer momento o juiz pode extinguir o processo, ao entender não existir o ato de improbidade.

111

Bens Públicos1) Conceito: são aqueles bens pertencentes às pessoas de direito público (União,

Estado, DF municípios, autarquias, fundações publicas de direito público). Todo bem público possui uma proteção especial. Tal proteção também é conferida aos bens privados vinculados a prestação de um serviço público.

2) Classificação: 2.1. Quanto à utilização:

a) Bem de uso comum do povo: pode ser usado por qualquer pessoa. Podem ser utilizados por todos em igualdade de condições, independente do consentimento individualizado do poder público.

Ex: ruas, praças, logradouros públicos, mares, praias e rios.b) Bens de uso especial: bens utilizados para o desempenho das atividades

administrativas e serviços públicos em geral.Ex: edifícios públicos onde se situam repartições públicas, escolas, universidades e hospitais públicos.

c) Bens dominicais: pertencem ao Estado, mas não estão vinculados a nenhuma atividade pública. São todos aqueles que não têm uma destinação pública definida. Podem ser utilizados pelo Estado para fazer renda.

Os bens públicos dominiais podem ser alienados com observância da lei.

2.2. Quanto à disponibilidade: a) Indisponíveis por natureza: não possuem natureza patrimonial, por isso não

podem ser alienados ou onerados pelas entidades a que pertencem.Ex: mares, reios, as estradas...

b) Bens patrimoniais indisponíveis: são bens móveis ou imóveis que possuem valor comercial, porém estão vinculados a uma finalidade pública, afetados a uma destinação pública. Dessa forma não podem ser alienados. “os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem sua qualificação, na forma em que a lei determinar” – Código civil.Ex: Bens de uso especial

c) Bens patrimoniais disponíveis: são todos aqueles que possuem valor comercial e podem ser vendidos, pois não estão vinculados a uma finalidade pública.Ex: são os bens dominicais em geral.

3. Características: a) Inalienalbilidade: enquanto estiverem vinculados a uma finalidade pública, os

bens públicos não poderão ser alienados. Portanto, essa inalienbilidade não é absoluta. Somente são absolutamente inalienáveis aqueles bens que, pela sua própria natureza, não gozam de valor patrimonial.

112

b) Imprescritibilidade: Os bens não podem ser adquiridos por usucapião (aquisição de propriedade pelo decurso da posse).

c) Não-onerabilidade: não podem ser oferecidos em garantia em caso de inadimplemento de obrigação.

d) Impenhorabilidade: não podem sofrer penhora judicial. As dívidas judiciais do Estado serão pagas por precatórios ou requisição de pequeno valor (60 salários mínimos – a administração tem 60 dias para pagar).

113

Serviços Públicos1. Definição: atividade material prestada direta ou indiretamente pelo Estado à

sociedade. Não há no Brasil nenhuma lei que defina serviços públicos, apenas a doutrina define.

2. Quais são as atividades consideradas como serviços públicos. Existem 2 teorias sobre o tema.

a. Essencialista: será serviços públicos aquela atividade que tiver determinadas características essenciais.

b. Formalista: será serviço público aquela atividade indicada pela lei.O Brasil adota a formalista.

3. Base Constitucional – art. 175: estabelece que incumbe ao poder público, na forma da lei, diretamente, por concessão ou permissão, sempre por meio de licitação, a prestação dos serviços públicos. Apesar de não constar nesse artigo, a autorização também é forma indireta de prestação de serviços públicos.

4. Competência: devem prestar serviços públicos: a. A União: presta os serviços enumerados taxativamente no artigo 21 da CF.b. Os estados: prestam serviços remanescentes / residuais.c. Os municípios: prestam serviços de interesse local.

Obs: A União, os Estados e os Municípios prestam serviços enumerados no artigo 23 da CF, de forma comum. Os serviços locasi de gás canalizado são de competência dos Estados-

membros.5. Classificação:

a. Serviços Gerais ou Uti Universi: prestados a pessoas indeterminadas. Não é possível mensurar a utilização de cada usuário. Ex: iluminação pública.

b. Serviços individuais ou Uti Singuli: prestados a pessoas determinadas. É possível mensurar a utilização de cada pessoa. Ex: água, luz.

6. Serviços adequados: todo serviço público deve ser prestado de forma adequada. Será considerado adequando o serviço público que atender o seguintes requisitos:a. Regularidade: o serviço deve ser prestado da mesma forma para todos os

usuários.b. Continuidade: Na pode ser interrompido, salvo no caso de emergência,

manutenção da rede, ou por falta de pagamento. Nos dois últimos casos, o usuário tem que ser avisado previamente.

c. Eficiência: o administrador sempre deve buscar o melhor custo/ benefício na sua prestação.

d. Segurança: o serviço não pode oferecer risco aos usuários.e. Generalidade: o serviço deve ser levado a todos os usuários potenciais. Deve

ser posto a disposição de toda a sociedade.f. Atualidade: o administrador deve sempre buscar a modernização das técnicas

e equipamentos para prestação do servig. Cortesia na prestação: o usuário deve ser tratado com urbanidade.

114

h. Modicidade das tarifas: impede que o administrador obtenha lucros exagerados.

7. Forma de prestação dos serviços:a. Centralizado ou direto: ocorre quando a própria entidade política presta

serviço por meio de seus órgãos. b. Descentralizado ou indireto: ocorre quando a entidade política transfere para

outra pessoa a prestação dos serviços. Pode ser implementado por outorga, quando a transferência da titularidade dos serviços é feita para uma outra entidade administrativa. Ou por delegação, quando apenas a execução dos serviços é transferida para um particular.

8. Formas de delegação: a. Autorização: única forma de serviço público que não precisa nem de

delegação, nem de contrato, pois configura um ato administrativo. Pode ser vinculado ou discricionário. A CF diz que será utilizado para serviços de telecomunicações. Características:

o É uma forma de delegação de serviços públicos.o Pode ser delegado para pessoas físicas ou jurídicas.o Será firmado por meio de ato administrativoo Não precisa de licitaçãoo Será por prazo determinado

b. Permissão: Atualmente existem duas formas de permissão:i) Como ato administrativo: seve para atividades de interesse público

(taxi), ocupação de bem público (banca de jornal). Tal ato será discricionário e precário e dispensa licitação.

ii) Como contrato de adesão: serve para delegação, a titulo precário, de prestação de serviços públicos (transporte público). Nesse caso é necessário realizar licitação.

Características: o É uma forma de delegação de serviços públicos.o Pode ser delegado para pessoas físicas ou jurídicas que demostre

capacidade para o seu desempenho.o Será firmado por meio de contrato de adesão – precário e revogável

unilateralmente. Não gera direito adquirido.o Deve ser precedida de licitaçãoo O prazo deve ser determinado

c. Concessão: existem dois tipos de concessão

115

i) Concessão de serviços públicos: é a delegação de serviços públicos, por meio de contrato de concessão precedido por uma licitação, a uma pessoa jurídica. Tal pessoa Jurídica vai prestar o serviço público em seu próprio nome, por sua conta e risco.

ii) Concessão de serviço público precedida de obra pública: tem as mesmas características da anterior, mas, antes de prestar o serviço, o particular deve fazer uma obra. O investimento da concessionária deve ser remunerado e amortizado mediante exploração do serviço ou da obra.

Características:o É uma forma de delegação de serviço. É a mais estável.o Só pode ser delegada para pessoa jurídica ou consórcio de empresas

que demonstrem capacidade para seu desempenho.o Será firmada por meio de contrato de concessão bilateral, oneroso,

comutativo e personalíssimo (intuito personae).o Será precedido de licitação, na modalidade concorrência. o Tem prazo determinado.

Na PPP o concessionário será remunerado (contra partida) pelos estado bem como pode ser remunerado pelo usuário, mediante pagamento de taxa de utilização.

A principal diferença entre a concessão e a permissão é a estabilidade do contrato de concessão e a precariedade do contrato de permissão. Dessa forma, em regra a permissão ;e utilizada para serviços de baixa complexidade e pouco investimento.

Onde cabe a permissão, cabe a concessão. 9. Intervenção na concessão: existe possibilidade de o Estado intervir no serviço

quando ele esteja sendo prestado inadequadamente. Essa intervenção é sempre provisória e o prazo deverá ser expresso no ato

que a decrete, apesar de não haver nada falando sobre duração máxima. O ato é um decreto do poder concedente. Além do prazo deve explicitar os objetivos, limites da intervenção e

designar um interventor. Após o decreto o interventor tem 30 dias para instaurar processo

administrativo. Prazo de 180 dias para o processo estar concluído, sob pena de invalidação

da intervenção.

10. Extinção da Concessão:a. Advento do termo contratual: ocorre quando contrato chega ao fim. Os

bens vinculados a prestação dos serviços, que estavam em posse do concessionário, serão revertidos ao Estado.

oOs bens reversíveis que ainda não estiverem sido amortizados serão indenizados pelas parcelas restantes.

b. Encampação ou resgate: é a retomada do serviço antes do fim do prazo, por motivo de interesse público superveniente. Só pode ocorrer mediante

116

lei específica autorizativa e após prévio pagamento de indenização (dinheiro em conta, não pode ser por precatórios). Lei 8997/95

Cabe ao legislativo declarar a existência de interesse público superveniente. Não indeniza, de forma alguma, os lucros cessantes.

c. Caducidade: Ocorrerá quando o concessionário descumprir com suas obrigações – inadimplemento ou adimplemento defeituoso por parte do concessionário.

Deve-se assegurar ao concessionário ampla defesa e contraditório, comunicar os descumprimentos contratuais e dar uma prazo para corrigi-los.

Se não corrigi-los a caducidade será declarada por decreto do poder. Na caducidade não há obrigatoriedade de a indenização ser feita

previamente. O Estado deve pagar pelos investimentos feitos, do montante a ser

indenizado devem ser descontados as multas contratuais e o valor dos danos causados pela concessionária.

Declarada a caducidade, o Estado não será responsabilizado pelos ônus, obrigações com terceiros ou com empregados da concessionária.

d. Rescisão: Ocorre quando o Estado descumpre normas contratuais. Caberá ao contratado pedir à justiça a rescisão de contrato – sem anulação. Somente ocorrerá por ação judicial específica para esse fim. A concessionária não pode interromper a prestação do serviço até o

transito em julgado da sentença que reconheça a inadimplência contratual. O princípio da continuidade assume grande importância, a ponte de tornar

extremamente rígida a regra da inoponibilidade da exceção do contrato não cumprido.

e. Anulação: decorre da ilegalidade da licitação prévia à concessão ou do contrato. Acarretará a responsabilização de quem houver dado causa à ilegalidade.

f. Falência ou Extinção da empresa concessionária:

117