caderno a cidade sustentavel

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MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTE 1 ANO 1 | EDIÇÃO 1 | MARÇO/ABRIL/MAIO 2015 A CIDADE SUSTENTÁVEL Desenvolvimento sustentável do Iguassu O papel da mídia na consciência ecológica Nosso lixo de cada dia Reciclagem no Iguassu vidadeestudante.com.br

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Page 1: Caderno a cidade sustentavel

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTE 1

ANO 1 | EDIÇÃO 1 | MARÇO/ABRIL/MAIO 2015

A CIDADESUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável do Iguassu

O papel da mídia na consciência ecológica

Nosso lixo de cada dia

Reciclagem no Iguassu

vidadeestudante.com.br

ANO 1 | EDIÇÃO 1 | MARÇO/ABRIL/MAIO 2015

A CIDADESUSTENTÁVEL

Desenvolvimento sustentável do Iguassu

O papel da mídia na consciência ecológica

Nosso lixo de cada dia

Reciclagem no Iguassu

vidadeestudante.com.brvidadeestudante.com.br

Page 2: Caderno a cidade sustentavel

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 20152

O caderno A Cidade Sustentável é uma publicação que busca preencher uma lacuna no entendimento do real

desenvolvimento sustentável, busca explicitar um caminho do meio entre a degradação ambiental que estamos assistindo acontecer no planeta e a volta à vida autóctone, como defendem ambientalistas um pouco mais radicais.

É possível ter uma vida confortável, usufruir das modernas tecnologias de comunicação, de transportes, de lazer, e ao mesmo tempo preservando o planeta para as futuras gerações? O aquecimento global, a crise hídrica, o terrorismo e a exclusão social são problemas do séc. XXI ou sintomas de outro problema maior, contemporâneo?

Ao longo das próximas publicações traremos sempre diferentes facetas do desenvolvimento sustentável, sempre focando na realidade do Oeste do Paraná, mostrando iniciativas, soluções, personalidades e respostas que busquem contribuir para reverter o quadro de degradação ambiental que estamos vivendo.

BoasVindas

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Alexandre BalthazarArquiteto e Urbanista

CAU: A 22449-9

A CIDADESUSTENTÁVEL

EXPEDIENTEEDITORIAL

Diretor GeralWellington Correia

PublisherAlexandre Martins Balthazar

Jornalista ResponsávelRodrigo Mattjie

ColaboradoresMaria Helena Balthazar e Oly Francescon Junior

A Cidade Sustentável é um suplemento trimestral da Revista Vida de Estudante. A Revista Vida de Estudante não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Diretor de ArteEdglay Farias

Projeto Gráfico e DiagramaçãoStudio E

IlustraçãoPedro Marcelino – Confor Studio

Gráfica Tuicial

CirculaçãoOeste do Paraná

[email protected]

[email protected]

Redaçã[email protected]

Contato:Rua Guaratuba, 168 – CopacabanaCEP: 85856-520 – Foz do Iguaçu/PR45 9960 7797

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 2015 MARÇO/ABRIL/MAIO 20152

Ocaderno A Cidade Sustentável é uma publicação que busca preencher uma lacuna no entendimento do real

desenvolvimento sustentável, busca explicitar um caminho do meio entre a degradação ambiental que estamos assistindo acontecer no planeta e a volta à vida autóctone, como defendem ambientalistas um pouco mais radicais.

É possível ter uma vida confortável, usufruir das modernas tecnologias de comunicação, de transportes, de lazer, e ao mesmo tempo preservando o planeta para as futuras gerações? O aquecimento global, a crise hídrica, o terrorismo e a exclusão social são problemas do séc. XXI ou sintomas de outro problema maior, contemporâneo?

Ao longo das próximas publicações traremos sempre diferentes facetas do desenvolvimento sustentável, sempre focando na realidade do Oeste do Paraná, mostrando iniciativas, soluções, personalidades e respostas que busquem contribuir para reverter o quadro de degradação ambiental que estamos vivendo.

BoasVindas

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Alexandre BalthazarArquiteto e Urbanista

CAU: A 22449-9

A CIDADESUSTENTÁVEL

EXPEDIENTEEXPEDIENTEEDITORIALEDITORIAL

Diretor GeralWellington Correia

PublisherAlexandre Martins Balthazar

Jornalista ResponsávelRodrigo Mattjie

ColaboradoresMaria Helena Balthazar e Oly Francescon Junior

A Cidade Sustentável é um suplemento trimestral da Revista Vida de Estudante. A Revista Vida de Estudante não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Diretor de ArteEdglay Farias

Projeto Gráfico e DiagramaçãoStudio E

IlustraçãoPedro Marcelino – Confor Studio

Gráfica Tuicial

CirculaçãoOeste do Paraná

[email protected]

[email protected]

Redaçã[email protected]

Contato:Rua Guaratuba, 168 – CopacabanaCEP: 85856-520 – Foz do Iguaçu/PR45 9960 7797

Page 3: Caderno a cidade sustentavel

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTE 3

A CIDADE SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável não trata apenas a questão ecológica. Segundo a visão mais abrangente do conceito,

trazida pelo economista polonês Ignacy Sachs, a questão ecológica é apenas uma das

dimensões do desenvolvimento. Ainda temos a dimensão social, econômica, espacial e cultural. É pensando na dimensão cultural da região trinacional, que trazemos algumas reflexões. Quem pega o mapa do Brasil e analisa a posição

O Desenvolvimento Sustentável do Iguassu

Você mora num “fim de mundo” ou na capital do mercosul? Escolha!

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTEMARÇO/ABIL/MAIO 2015 3

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Odesenvolvimento sustentável não trata apenas a questão ecológica. Segundo a visão mais abrangente do conceito,

trazida pelo economista polonês Ignacy Sachs, a questão ecológica é apenas uma das

dimensões do desenvolvimento. Ainda temos a dimensão social, econômica, espacial e cultural. É pensando na dimensão cultural da região trinacional, que trazemos algumas reflexões. Quem pega o mapa do Brasil e analisa a posição

O Desenvolvimento Sustentável do Iguassu

Você mora num “fim de mundo” ou na capital do mercosul? Escolha!

Page 4: Caderno a cidade sustentavel

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 20154

geográfica do município de Foz do Iguaçu, vê um município “no fim do mundo”, na “problemática” fronteira com o Paraguai. Já quem pega o mapa da américa latina e observa a posição de Foz do Iguaçu, pode vê-lo como um ponto estratégico de integração da américa latina e mesmo do Mercosul. Afim de clarear este posicionamento estratégico de nossa região – aspecto fundamental para alavancar o desenvolvimento, elencamos alguns pontos:

I. Possuímos três aeroportos internacionais num raio de 25 km.

II. Cidade internacional, onde vivem quase 70 etnias. Em Foz qualquer supermercado aceita cinco moedas: dólar, euro, guarani, peso argentino e real. Na maioria dos grandes supermercados o preço da compra já sai nas diversas moedas.

III. A fronteira com o Paraguai configura o terceiro maior polo comercial do planeta.

IV. Possuímos o potencial para um Polo intermodal de transportes: aéreo, rodoviário, ferroviário e hidroviário. Boa parte destes modais já estão em operação, faltando apenas ajustes e alguns investimentos.

V. Foz está no caminho da futura ferrovia bioceânica Paranaguá – Antofagasta, no Chile. Esta ligação representará uma quebra de paradigmas na ligação continental. Uma vez conectada com os outros modais de transporte, nossa região irá possibilitar a integração econômica e turística de milhões de latinoamericanos, onde os benefícios consequentes são imensuráveis. VI. A região é passagem da hidrovia Paraná-Tietê, que conecta Buenos Aires e Montevideu aos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso

O Rio Paraná possui em torno de 4.900 km de extensão, o segundo da américa em comprimento. Segundo dados da ANTAQ – Agencia Nacional de Transportes Aquaviários, já são 1726 km navegáveis e conectados nesta bacia. A hidrovia serve para o transporte de cargas, pessoas e veículos, tornando-se uma importante ligação com os países do Mercosul. São 2.400 km de percurso navegável, onde alguns trechos ainda precisam de eclusas para se conectarem ao restante da hidrovia. O rio Paraná é o quarto do mundo em drenagem, drenando todo o centro-sul da América do Sul, desde as encostas dos Andes até a Serra do Mar. Que tal um passeio hidroviário para conhecer Buenos Aires e Montevideu, saindo do Porto Canoas, no Parque Nacional do Iguacu?

A CIDADE SUSTENTÁVEL

MARÇO/ABRIL/MAIO 2015VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 2015 MARÇO/ABRIL/MAIO 20154

geográfica do município de Foz do Iguaçu, vê um geográfica do município de Foz do Iguaçu, vê um município “no fim do mundo”, na “problemática” município “no fim do mundo”, na “problemática” fronteira com o Paraguai. fronteira com o Paraguai. Já quem pega o mapa da américa latina e observa Já quem pega o mapa da américa latina e observa a posição de Foz do Iguaçu, pode vê-lo como a posição de Foz do Iguaçu, pode vê-lo como um ponto estratégico de integração da américa um ponto estratégico de integração da américa latina e mesmo do Mercosul. latina e mesmo do Mercosul. Afim de clarear este posicionamento estratégico Afim de clarear este posicionamento estratégico de nossa região – aspecto fundamental para de nossa região – aspecto fundamental para alavancar o desenvolvimento, elencamos alguns alavancar o desenvolvimento, elencamos alguns pontos: pontos:

I. Possuímos três aeroportos internacionais I. Possuímos três aeroportos internacionais num raio de 25 km.num raio de 25 km.

II. Cidade internacional, onde vivem quase II. Cidade internacional, onde vivem quase 70 etnias. Em Foz qualquer supermercado 70 etnias. Em Foz qualquer supermercado aceita cinco moedas: dólar, euro, guarani, aceita cinco moedas: dólar, euro, guarani, peso argentino e real. Na maioria dos grandes peso argentino e real. Na maioria dos grandes supermercados o preço da compra já sai nas supermercados o preço da compra já sai nas diversas moedas.diversas moedas.

III. A fronteira com o Paraguai configura o III. A fronteira com o Paraguai configura o terceiro maior polo comercial do planeta.terceiro maior polo comercial do planeta.

IV. Possuímos o potencial para um Polo IV. Possuímos o potencial para um Polo intermodal de transportes: aéreo, rodoviário, intermodal de transportes: aéreo, rodoviário, ferroviário e hidroviário. Boa parte destes modais ferroviário e hidroviário. Boa parte destes modais já estão em operação, faltando apenas ajustes e já estão em operação, faltando apenas ajustes e alguns investimentos.alguns investimentos.

V. Foz está no caminho da futura ferrovia V. Foz está no caminho da futura ferrovia bioceânica Paranaguá – Antofagasta, no bioceânica Paranaguá – Antofagasta, no Chile. Esta ligação representará uma quebra Chile. Esta ligação representará uma quebra de paradigmas na ligação continental. Uma de paradigmas na ligação continental. Uma vez conectada com os outros modais de vez conectada com os outros modais de transporte, nossa região irá possibilitar a transporte, nossa região irá possibilitar a integração econômica e turística de milhões integração econômica e turística de milhões de latinoamericanos, onde os benefícios de latinoamericanos, onde os benefícios consequentes são imensuráveis. consequentes são imensuráveis. VI. A região é passagem da hidrovia Paraná-VI. A região é passagem da hidrovia Paraná-Tietê, que conecta Buenos Aires e Montevideu Tietê, que conecta Buenos Aires e Montevideu aos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso aos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso

O Rio Paraná possui em torno de 4.900 km de extensão, o segundo da américa em comprimento. Segundo dados da ANTAQ – Agencia Nacional de Transportes Aquaviários, já são 1726 km navegáveis e conectados nesta bacia. A hidrovia serve para o transporte de cargas, pessoas e veículos, tornando-se uma importante ligação com os países do Mercosul. São 2.400 km de percurso navegável, onde alguns trechos ainda precisam de eclusas para se conectarem ao restante da hidrovia. O rio Paraná é o quarto do mundo em drenagem, drenando todo o centro-sul da América do Sul, desde as encostas dos Andes até a Serra do Mar. Que tal um passeio hidroviário para conhecer Buenos Aires e Montevideu, saindo do Porto Canoas, no Parque Nacional do Iguacu?

A CIDADE SUSTENTÁVEL

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do Sul, Goiás e Minas Gerais, além de dezenas de outros municípios do Paraguai e da Argentina.

VII. Possível Hub Aéreo da América do Sul. Existem projetos em desenvolvimento na cidade para que Foz seja também o elo de ligação aérea latino-americano.

VIII. Polo turístico de importância internacional. Com as Cataratas do Iguaçu elevadas a uma das sete maravilhas do mundo, Foz pode dobrar ou triplicar o número de visitantes, há que se preparar para isso.

IX. Polo Universitário. Com a chegada da UNILA e do IFPR, o ensino superior federal soma-se à Unioeste, que é estadual, para totalizar a curto prazo quase 15 mil vagas de estudo gratuito. Ainda existem em Foz, outras quatro instituições de ensino privadas e uma comunitária, a Nova Uniamérica.

X. Cognópolis. A cidade ganhou em 1995 um novo bairro que abriga uma neo-ciência já conhecida em todo o mundo, a conscienciologia.

Sob esta ótica, a região trinacional deixa de ser um “fim de mundo” para se tornar uma rótula de articulação estratégica latino-americana. Só não enxerga esta realidade quem não quer, quem se antecipa neste cenário, investe pesado para colher os frutos desde já. Foz tem todas as condições para trazer para si o papel de capital do mercosul, uma megameta que será consequência natural do despertamento e da sinergia de todos estes potenciais.

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Com quase 1000 voluntários já residentes em Foz, a Cognópolis desenvolve atividades de ensino e pesquisa, é aberta á sociedade e deve iniciar seu maior empreendimento – Megacentro Cultural Holoteca, projeto do renomado arquiteto Oscar Niemeyer, dentro de poucos meses.

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTEMARÇO/ABIL/MAIO 2015 5

do Sul, Goiás e Minas Gerais, além de dezenas de outros municípios do Paraguai e da Argentina.

VII. Possível Hub Aéreo da América do Sul. Existem projetos em desenvolvimento na cidade para que Foz seja também o elo de ligação aérea latino-americano.

VIII. Polo turístico de importância internacional. Com as Cataratas do Iguaçu elevadas a uma das sete maravilhas do mundo, Foz pode dobrar ou triplicar o número de visitantes, há que se preparar para isso.

IX. Polo Universitário. Com a chegada da UNILA e do IFPR, o ensino superior federal soma-se à Unioeste, que é estadual, para totalizar a curto prazo quase 15 mil vagas de estudo gratuito. Ainda existem em Foz, outras quatro instituições de ensino privadas e uma comunitária, a Nova Uniamérica.

X. Cognópolis. A cidade ganhou em 1995 um novo bairro que abriga uma neo-ciência já conhecida em todo o mundo, a conscienciologia.

Sob esta ótica, a região trinacional deixa de ser um “fim de mundo” para se tornar uma rótula de articulação estratégica latino-americana. Só não enxerga esta realidade quem não quer, quem se antecipa neste cenário, investe pesado para colher os frutos desde já. Foz tem todas as condições para trazer para si o papel de capital do mercosul, uma megameta que será consequência natural do despertamento e da sinergia de todos estes potenciais.

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Com quase 1000 voluntários já residentes em Foz, a Cognópolis desenvolve atividades de ensino e pesquisa, é aberta á sociedade e deve iniciar seu maior empreendimento – Megacentro Cultural Holoteca, projeto do renomado arquiteto Oscar Niemeyer, dentro de poucos meses.

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O Papel da Mídia na Consciência Ecológica

A preocupação com o meio ambiente parece ter tomado todas as esferas de nossa sociedade. Os noticiários têm feito

o maior alarde em relação ao aquecimento global; os produtos nas prateleiras de supermercado cada vez mais ganham à roupagem “verde” e “sem conservantes”. Enfim, parece que de fato as pessoas estão começando a prestar mais atenção nesta temática. Porém, prestar atenção, não basta. Antes de tudo, se faz necessário uma diferenciação entre a teoria e a prática do desenvolvimento sustentável e uma mudança real de postura, de hábitos. Para isso o cidadão merece saber distinguir o discurso verde das reais práticas que irão gerar impactos positivos no desenfreado rumo que o nosso planeta vem seguindo. Você acha que a mídia está a serviço da preservação do planeta? Não, ela estaria se incentivasse as pessoas a andar de ônibus ou de bicicleta, morar perto do local de trabalho, a consumir com mais consciência. O grande problema é que quem paga a mídia (anúncios), precisa lucrar, eis o entrave. As propagandas de automóveis tomam

boa parte do horário nobre, o governo reduz IPI para gerar empregos – e congestionar ainda mais as ruas, não há um planejamento sistêmico. A maior conquista anunciada pelo governo atual, é a descoberta de bilhões de barris de petróleo, uma energia decadente e poluidora, senão o maior vilão do aquecimento global. O que fez a mídia? Silenciou. Como ir contra estes interesses? Para gerar empregos, temos que consumir muito! Como alguém vai levantar a bandeira de não crescer – apenas economicamente – num mundo dominando pelas grandes corporações? Aqui entra o questionamento da base do sistema de desenvolvimento atual. Abordar o desenvolvimento sustentável é questionar o padrão de consumo atual e, pior ainda, as bases do desenvolvimento sustentável são altamente subversivas à globalização dominante. Já está provado que o atual nível de desenvolvimento irá inexoravelmente comprometer a vida na terra em algumas décadas. Então, o verdadeiro desenvolvimento sustentável anda um pouco na contramão da cartilha neoliberal e sua respectiva globalização do comércio.

A CIDADE SUSTENTÁVEL

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 2015 MARÇO/ABRIL/MAIO 20156

O Papel da Mídia O Papel da Mídia na Consciência Ecológica

Apreocupação com o meio ambiente Apreocupação com o meio ambiente Aparece ter tomado todas as esferas de Aparece ter tomado todas as esferas de Anossa sociedade. Os noticiários têm feito Anossa sociedade. Os noticiários têm feito Ao maior alarde em relação ao aquecimento global; os produtos nas prateleiras de supermercado cada vez mais ganham à roupagem “verde” e “sem conservantes”. Enfim, parece que de fato as pessoas estão começando a prestar mais atenção nesta temática. Porém, prestar atenção, não basta. Antes de tudo, se faz necessário uma diferenciação entre a teoria e a prática do desenvolvimento sustentável e uma mudança real de postura, de hábitos. Para isso o cidadão merece saber distinguir o discurso verde das reais práticas que irão gerar impactos positivos no desenfreado rumo que o nosso planeta vem seguindo. Você acha que a mídia está a serviço da preservação do planeta? Não, ela estaria se incentivasse as pessoas a andar de ônibus ou de bicicleta, morar perto do local de trabalho, a consumir com mais consciência. O grande problema é que quem paga a mídia (anúncios), precisa lucrar, eis o entrave. As propagandas de automóveis tomam

boa parte do horário nobre, o governo reduz IPI para gerar empregos – e congestionar ainda mais as ruas, não há um planejamento sistêmico. A maior conquista anunciada pelo governo atual, é a descoberta de bilhões de barris de petróleo, uma energia decadente e poluidora, senão o maior vilão do aquecimento global. O que fez a mídia? Silenciou. Como ir contra estes interesses? Para gerar empregos, temos que consumir muito! Como alguém vai levantar a bandeira de não crescer – apenas economicamente – num mundo dominando pelas grandes corporações? Aqui entra o questionamento da base do sistema de desenvolvimento atual. Abordar o desenvolvimento sustentável é questionar o padrão de consumo atual e, pior ainda, as bases do desenvolvimento sustentável são altamente subversivas à globalização dominante. Já está provado que o atual nível de desenvolvimento irá inexoravelmente comprometer a vida na terra em algumas décadas. Então, o verdadeiro desenvolvimento sustentável anda um pouco na contramão da cartilha neoliberal e sua respectiva globalização do comércio.

A CIDADE SUSTENTÁVELA CIDADE SUSTENTÁVEL

Page 7: Caderno a cidade sustentavel

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTE 7

1. Como está a aplicação da nova política de resíduos sólidos no Brasil? Estamos dentro dos prazos estabelecidos?

O prazo final estabelecido pela lei 12.305/10 para o encerramento dos lixões foi 02/08/14 (dois anos após a sua publicação). Mas o governo não prorrogou a lei, porque considerou as dificuldades dos pequenos municípios, com menos de 20 mil habitantes, de se

adequarem a ela, e os prejuízos que teriam, caso a lei fosse cumprida a risca. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, dos 5.564 municípios brasileiros, somente 1092 davam o destino final adequado aos seus resíduos. No final de 2013, um levantamento feito pelo MMA junto aos estados, mostrou que esse número subiu para 2200 - mais que dobrou.

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Para entender um pouco mais sobre a problemática dos resíduos sólidos no Brasil, como está o andamento da nova política governamental sobre o tema e também sobre a realidade do Oeste do Paraná, a Revista Vida de Estudante entrevistou a bióloga e professora de educação ambiental Maria Helena Balthazar.

Maria Helena criou e coordenou projetos na área de educação ambiental e resíduos sólidos em Santa Catarina e vêm acompanhando a realidade do Iguassu.

A Eterna Questão do ‘‘Lixo’’

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTEMARÇO/ABIL/MAIO 2015 7

1. Como está a aplicação da nova política de resíduos sólidos no Brasil? Estamos dentro dos prazos estabelecidos?

O prazo final estabelecido pela lei 12.305/10 para o encerramento dos lixões foi 02/08/14 (dois anos após a sua publicação). Mas o governo não prorrogou a lei, porque considerou as dificuldades dos pequenos municípios, com menos de 20 mil habitantes, de se

adequarem a ela, e os prejuízos que teriam, caso a lei fosse cumprida a risca. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2008, dos 5.564 municípios brasileiros, somente 1092 davam o destino final adequado aos seus resíduos. No final de 2013, um levantamento feito pelo MMA junto aos estados, mostrou que esse número subiu para 2200 - mais que dobrou.

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Para entender um pouco Para entender um pouco mais sobre a problemática mais sobre a problemática dos resíduos sólidos no Brasil, como está o no Brasil, como está o andamento da nova política andamento da nova política governamental sobre o governamental sobre o tema e também sobre tema e também sobre a realidade do Oeste do a realidade do Oeste do Paraná, a Revista Vida de Paraná, a Revista Vida de Estudante entrevistou a Estudante entrevistou a bióloga e professora de bióloga e professora de educação ambiental Maria educação ambiental Maria Helena Balthazar.

Maria Helena criou e coordenou projetos na área coordenou projetos na área de educação ambiental de educação ambiental e resíduos sólidos em e resíduos sólidos em Santa Catarina e vêm acompanhando a realidade acompanhando a realidade do Iguassu.

A Eterna A Eterna Questão Questão do ‘‘Lixo’’do ‘‘Lixo’’

Page 8: Caderno a cidade sustentavel

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 20158

Vale destacar que a disposição dos resíduos em lixões é considerada crime ambiental desde 1998. Portanto, os municípios que ainda não se adequaram à Lei dos RSU, também estão em desacordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). Por isso essa questão precisa ser debatida intensamente com os diferentes setores da sociedade. Não há opção para deixar de cumprir as leis.

2. Quais os principais itens da nova política?

A PNRS prevê a gestão de um sistema que vai desde a geração, acondicionamento na fonte, coleta, transformação, processamento, recuperação e disposição final dos resíduos, para a proteção ambiental e a preservação de recursos naturais que, como sabemos, são finitos. Os principais itens são:1. Prevenção e a redução na geração de resíduos – não basta conhecer o problema; precisamos mudar nossas atitudes de descarte para uma prática de consumo sustentável. Com isso aumentaremos a reciclagem e a reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente correta dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). 2. Responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: todos são responsáveis: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, os recicladores e o cidadão. Dessa forma – para citar apenas alguns resíduos – pilhas gastas, lâmpadas fluorescentes queimadas, pneus usados, celulares e computadores velhos, precisam ser devolvidos à linha de produção por meio da Logística Reversa. As diversas matérias-primas que os compõem serão reaproveitadas por diferentes indústrias (vidro, metal, plástico, borracha, etc.). 3. Definir metas para a eliminação dos lixões, com planejamento em níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal. Lembrando que empresas e indústrias também precisam elaborar seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.4. Equiparação do Brasil com os principais países desenvolvidos, em relação ao marco legal, e a inovação, com a inclusão dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.5. Atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20%, em 2015.

3. Muito se fala da coleta seletiva, poucos municípios no Brasil conseguiram implantar, qual é o gargalo para o êxito nesta iniciativa? Que exemplos o Brasil tem para apresentar?

A coleta seletiva dos resíduos recicláveis (resíduos secos como papel, plástico, vidro e metal) tem início na própria fonte geradora - a cozinha, por exemplo. Depois de separados, são encaminhados às indústrias recicladoras, por intermédio de comerciantes e/ou catadores. Que bom seria se todos nós evitássemos o desperdício e separássemos os nossos resíduos, não é? Só que a maioria das pessoas não vê sentido nisso, ou acha que dá trabalho. Quem o faz acaba sendo notícia na TV!... A conscientização ambiental e o conhecimento sobre sustentabilidade estão na base de todo projeto de coleta seletiva de sucesso. A PNRSU está fazendo com que muitos municípios implantem o Sistema de Coleta Seletiva Porta a Porta na maior parte de seus domicílios. A população aprova, mas é necessário ainda diminuir consideravelmente a quantidade de resíduos que são enviadas para os aterros. Muitos deles contam com as cooperativas de catadores, constituídas principalmente por pessoas excluídas do mercado de trabalho, que triam diariamente toneladas de resíduos, ajudando a aumentar o tempo de vida útil dos aterros sanitários. Mas precisamos muito mais... O meu exemplo é de fora; a cidade de Boras, na Suécia, recicla 99% de seus resíduos, e a reciclagem é feita inteiramente pela população. São as pessoas que se encarregam de separar e levar os recicláveis até os postos de coleta espalhados por toda a cidade. E o município lucra tanto, que começou a importar os resíduos da vizinha Noruega.

Gostou? Leia entrevista completa no site:www.vidadeestudante.com.br/Maria-Helena

Prof. Maria Helena BalthazarBióloga - Educadora AmbientalEspecialização em Educação AmbientalPós Graduação em Gestão de RHFone (48) 9628-0330

A CIDADE SUSTENTÁVEL

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 2015 MARÇO/ABRIL/MAIO 20158

Vale destacar que a disposição dos resíduos em lixões é considerada crime ambiental desde 1998. Portanto, os municípios que ainda não se adequaram à Lei dos RSU, também estão em desacordo com a Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/98). Por isso essa questão precisa ser debatida intensamente com os diferentes setores da sociedade. Não há opção para deixar de cumprir as leis.

2. Quais os principais itens da nova política?

A PNRS prevê a gestão de um sistema que vai desde a geração, acondicionamento na fonte, coleta, transformação, processamento, recuperação e disposição final dos resíduos, para a proteção ambiental e a preservação de recursos naturais que, como sabemos, são finitos. Os principais itens são:1. Prevenção e a redução na geração de resíduos – não basta conhecer o problema; precisamos mudar nossas atitudes de descarte para uma prática de consumo sustentável. Com isso aumentaremos a reciclagem e a reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente correta dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). 2. Responsabilidade compartilhada dos geradores de resíduos: todos são responsáveis: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, os recicladores e o cidadão. Dessa forma – para citar apenas alguns resíduos – pilhas gastas, lâmpadas fluorescentes queimadas, pneus usados, celulares e computadores velhos, precisam ser devolvidos à linha de produção por meio da Logística Reversa. As diversas matérias-primas que os compõem serão reaproveitadas por diferentes indústrias (vidro, metal, plástico, borracha, etc.). 3. Definir metas para a eliminação dos lixões, com planejamento em níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e metropolitano e municipal. Lembrando que empresas e indústrias também precisam elaborar seus Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.4. Equiparação do Brasil com os principais países desenvolvidos, em relação ao marco legal, e a inovação, com a inclusão dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, tanto na Logística Reversa quando na Coleta Seletiva.5. Atingir uma das metas do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que é alcançar o índice de reciclagem de resíduos de 20%, em 2015.

3. Muito se fala da coleta seletiva, poucos municípios no Brasil conseguiram implantar, qual é o gargalo para o êxito nesta iniciativa? Que exemplos o Brasil tem para apresentar?

A coleta seletiva dos resíduos recicláveis (resíduos secos como papel, plástico, vidro e metal) tem início na própria fonte geradora - a cozinha, por exemplo. Depois de separados, são encaminhados às indústrias recicladoras, por intermédio de comerciantes e/ou catadores. Que bom seria se todos nós evitássemos o desperdício e separássemos os nossos resíduos, não é? Só que a maioria das pessoas não vê sentido nisso, ou acha que dá trabalho. Quem o faz acaba sendo notícia na TV!... A conscientização ambiental e o conhecimento sobre sustentabilidade estão na base de todo projeto de coleta seletiva de sucesso. A PNRSU está fazendo com que muitos municípios implantem o Sistema de Coleta Seletiva Porta a Porta na maior parte de seus domicílios. A população aprova, mas é necessário ainda diminuir consideravelmente a quantidade de resíduos que são enviadas para os aterros. Muitos deles contam com as cooperativas de catadores, constituídas principalmente por pessoas excluídas do mercado de trabalho, que triam diariamente toneladas de resíduos, ajudando a aumentar o tempo de vida útil dos aterros sanitários. Mas precisamos muito mais... O meu exemplo é de fora; a cidade de Boras, na Suécia, recicla 99% de seus resíduos, e a reciclagem é feita inteiramente pela população. São as pessoas que se encarregam de separar e levar os recicláveis até os postos de coleta espalhados por toda a cidade. E o município lucra tanto, que começou a importar os resíduos da vizinha Noruega.

Gostou? Leia entrevista completa no site:www.vidadeestudante.com.br/Maria-Helena

Prof. Maria Helena BalthazarBióloga - Educadora AmbientalEspecialização em Educação AmbientalPós Graduação em Gestão de RHFone (48) 9628-0330

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MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTE 9

Geração anual: 76.387.200 t – aumento de 4,1% em relação a 2012. Índice superior à taxa de crescimento populacional no país, que foi de 3,7%. Geração per capita: 1,047 kg/hab./dia. Aumento de 0,37% relativos a 2012.Coleta anual: 69.064.935 t – aumento de 4,4 % em relação a 2012.Comparando a geração e a coleta em 2013, vemos que mais de 20.000 t/dia deixaram de ser coletadas no país e, por consequência, tiveram destino impróprio.

Destinação final: Do total de resíduos coletados em 2013, somente 58,3 % seguiram para aterros sanitários – quase o mesmo que em 2012. Os 41,7%, correspondente a 79 mil toneladas diárias, são encaminhadas para lixões ou aterros controlados, que pouco se diferenciam dos lixões.

Destinação Final de RSU no Brasil (t/dia)

Destinação Final de RSU no Estado do Paraná

A participação das regiões no total de RSU coletados chegou a 62% dos municípios, mas não abrangeu a totalidade do território ou da população de cada município.

Geração, Coleta e Destinação Final de RSU em 2013

Norte6,4%

Centrooeste8,2%

Nordeste22,1%

Sudeste52,4%

Sul10,9%

2012

Aterro Sanitário

2013105.111 110.23258,0% 58,3%

2012

Aterro Controlado

201343.881 46.04124,2% 24,3%

2012

Lixão

201332.296 32.94617,8% 17,4%

2012

Aterro Sanitário

20135.433 5.68670,0% 70,0%

2012

Aterro Controlado

20131.520 1.60019,5% 19,7%

2012

Lixão

2013818 837

10,5% 10,3%

Fonte: ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

A CIDADE SUSTENTÁVEL

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTEMARÇO/ABIL/MAIO 2015 9

Geração anual: 76.387.200 t – aumento de 4,1% em relação a 2012. Índice superior à taxa de crescimento populacional no país, que foi de 3,7%. Geração per capita: 1,047 kg/hab./dia. Aumento de 0,37% relativos a 2012.Coleta anual: 69.064.935 t – aumento de 4,4 % em relação a 2012.Comparando a geração e a coleta em 2013, vemos que mais de 20.000 t/dia deixaram de ser coletadas no país e, por consequência, tiveram destino impróprio.

Destinação final: Do total de resíduos coletados em 2013, somente 58,3 % seguiram para aterros sanitários – quase o mesmo que em 2012. Os 41,7%, correspondente a 79 mil toneladas diárias, são encaminhadas para lixões ou aterros controlados, que pouco se diferenciam dos lixões.

Destinação Final de RSU no Brasil (t/dia)

Destinação Final de RSU no Estado do Paraná

A participação das regiões no total de RSU coletados chegou a 62% dos municípios, mas não abrangeu a totalidade do território ou da população de cada município.

Geração, Coleta e Destinação Final de RSU em 2013

Norte6,4%

Centrooeste8,2%

Nordeste22,1%

Sudeste52,4%

Sul10,9%

2012

Aterro Sanitário

2013105.111 110.23258,0% 58,3%

2012

Aterro Controlado

201343.881 46.04124,2% 24,3%

2012

Lixão

201332.296 32.94617,8% 17,4%

2012

Aterro Sanitário

20135.433 5.68670,0% 70,0%

2012

Aterro Controlado

20131.520 1.60019,5% 19,7%

2012

Lixão

2013818 837

10,5% 10,3%

Fonte: ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Page 10: Caderno a cidade sustentavel

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 201510

Jornais, televisão e os suportes digitais estampam, quase diariamente, reportagens com foco em desastres naturais como

enchentes, vendavais, alagamentos, queimadas, alterações climáticas e até mesmo desmoronamentos de terra. Estes problemas apontam como causa, a incorreta destinação do lixo. Apesar dos alertas midiáticos, a população parece anestesiada sobre a destinação correta dos resíduos sólidos.

A conservação dos recursos naturais e até mesmo a própria divulgação das ações de preservação nos meios de comunicação são de suma importância para o desenvolvimento social, no contexto atual. Porém, apesar dos alertas que a população recebe todos os dias, sobre preservação ambiental com foco na correta destinação de resíduos sólidos, grande parte ainda não compartilha a ideia de mudar costumes e rever prioridades. Portanto é preciso ressaltar a importância de uma nova consciência, voltada à correta separação do lixo reciclável.

Apesar da massiva presença destes meios alertando que o lixo é um dos maiores agressores à natureza, os futuros responsáveis por seguir com o destino da cidade, as crianças, estão

distantes deste chamado. A problemática não se detém apenas a algumas poucas cidades do estado.Segundo dados do IBGE (2010), em 75% dos municípios brasileiros, o lixo é depositado em locais a céu aberto, aglutinados sobre o solo. Desta forma a ‘solução’ gera novos problemas, como a poluição de lençóis freáticos e da própria atmosfera, quando da queima irregular destes dejetos. O restante das cidades recebe um programa adequado para o tratamento do lixo, onde apenas 12% são aterros controlados. A maior parte fica por conta de sistemas de compostagem, incineração e a reciclagem.

Nosso lixode cada dia

Em Medianeira, acadêmico de comunicação transforma o Trabalho de Conclusão de Curso em uma ferramenta para mudar a concepção das crianças na separação do lixo

A CIDADE SUSTENTÁVEL

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 2015 MARÇO/ABRIL/MAIO 201510

Jornais, televisão e os suportes digitais estampam, quase diariamente, reportagens com foco em desastres naturais como

enchentes, vendavais, alagamentos, Jenchentes, vendavais, alagamentos, Jqueimadas, alterações climáticas e até mesmo desmoronamentos de terra. Estes problemas apontam como causa, a incorreta destinação do lixo. Apesar dos alertas midiáticos, a população parece anestesiada sobre a destinação correta dos resíduos sólidos.

A conservação dos recursos naturais e até mesmo a própria divulgação das ações de preservação nos meios de comunicação são de suma importância para o desenvolvimento social, no contexto atual. Porém, apesar dos alertas que a população recebe todos os dias, sobre preservação ambiental com foco na correta destinação de resíduos sólidos, grande parte ainda não compartilha a ideia de mudar costumes e rever prioridades. Portanto é preciso ressaltar a importância de uma nova consciência, voltada à correta separação do lixo reciclável.

Apesar da massiva presença destes meios alertando que o lixo é um dos maiores agressores à natureza, os futuros responsáveis por seguir com o destino da cidade, as crianças, estão

distantes deste chamado. A problemática não se detém apenas a algumas poucas cidades do estado.Segundo dados do IBGE (2010), em 75% dos municípios brasileiros, o lixo é depositado em locais a céu aberto, aglutinados sobre o solo. Desta forma a ‘solução’ gera novos problemas, como a poluição de lençóis freáticos e da própria atmosfera, quando da queima irregular destes dejetos. O restante das cidades recebe um programa adequado para o tratamento do lixo, onde apenas 12% são aterros controlados. A maior parte fica por conta de sistemas de compostagem, incineração e a reciclagem.

Nosso lixode cada dia

EEm Medianeira, acadêmico de comunicação transforma o Trabalho de Conclusão de Curso em uma ferramenta para mudar a concepção das crianças na separação do lixo

A CIDADE SUSTENTÁVEL

Nosso lixo

Page 11: Caderno a cidade sustentavel

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTE 11

É nesta pequena parcela de reciclagem que surge a figura dos catadores de materiais recicláveis, também conhecidos como agentes ambientais. Pessoas estas responsáveis por retirar, todos os dias, toneladas e toneladas de lixo das ruas, a fim de colaborarem com a manutenção e conservação das cidades.

A conscientização da população, e a separação dos materiais recicláveis é um passo importante para facilitar o trabalho dos agentes, colaborando com o desenvolvimento social e auxiliando na formação cidadã das crianças, enquanto responsáveis pelo meio ambiente. Através de pesquisas de amostragem probabilística por conglomerados, utilizadas para mensurar o nível de conhecimento sobre a educação ambiental entre os alunos de Medianeira, município distante 70 quilômetros de Foz do Iguaçu, o então acadêmico de Jornalismo, Oly Francescon Junior, constatou que dentre o universo de pesquisa – alunos do 5º ano de duas escolas municipais – apenas 36,4% compreendem a correta definição de lixo. Os outros 63,6% não souberam ou tiveram dúvidas a respeito do significado. Além disso, mesmo com divulgações sobre questões ambientais nos meios de comunicação e a inclusão destas informações na grade escolar,

13,7% dos entrevistados, afirmam não terem ouvido falar sobre educação ambiental.

Desta forma, no intuito de disseminar os conceitos básicos de seleção e separação correta de resíduos, foi elaborada uma cartilha contendo informações relacionadas com a pesquisa. A cartilha foi distribuída para cinco mil alunos das Escolas Municipais dos municípios de Medianeira, Matelândia e Marechal Cândido Rondon. Defendeu-se que a cartilha, parte integrante da pesquisa serviu, acima de tudo, para divulgar o trabalho dos responsáveis pela manutenção dos materiais recicláveis gerados no município, enfatizando a importância do trabalho desenvolvido.

Utilizando a Educomunicação como um dos pilares da pesquisa, o acadêmico conseguiu, com o seu trabalho de Conclusão de Curso, movimentar educadores, educandos e empresas para que o projeto chegasse às mãos de crianças, com objetivo de, num futuro próximo, amenizar os problemas ambientais.

Pode parecer um pequeno passo, mas o resultado alcançado nas duas escolas são exemplos de como pequenas atitudes podem movimentar uma sociedade em prol do bem comum. O trabalho e seu resultado, a cartilha, dividem a responsabilidade com os alunos, criança que se apresentam como disseminadores de uma causa tão necessária nos dias de hoje: cuidar de nosso meio.

A CIDADE SUSTENTÁVEL

MARÇO/ABIL/MAIO 2015 VIDA DE ESTUDANTEMARÇO/ABIL/MAIO 2015 11

É nesta pequena parcela de reciclagem que surge a figura dos catadores de materiais recicláveis, também conhecidos como agentes ambientais. Pessoas estas responsáveis por retirar, todos os dias, toneladas e toneladas de lixo das ruas, a fim de colaborarem com a manutenção e conservação das cidades.

A conscientização da população, e a separação dos materiais recicláveis é um passo importante para facilitar o trabalho dos agentes, colaborando com o desenvolvimento social e auxiliando na formação cidadã das crianças, enquanto responsáveis pelo meio ambiente. Através de pesquisas de amostragem probabilística por conglomerados, utilizadas para mensurar o nível de conhecimento sobre a educação ambiental entre os alunos de Medianeira, município distante 70 quilômetros de Foz do Iguaçu, o então acadêmico de Jornalismo, Oly Francescon Junior, constatou que dentre o universo de pesquisa – alunos do 5º ano de duas escolas municipais – apenas 36,4% compreendem a correta definição de lixo. Os outros 63,6% não souberam ou tiveram dúvidas a respeito do significado. Além disso, mesmo com divulgações sobre questões ambientais nos meios de comunicação e a inclusão destas informações na grade escolar,

13,7% dos entrevistados, afirmam não terem ouvido falar sobre educação ambiental.

Desta forma, no intuito de disseminar os conceitos básicos de seleção e separação correta de resíduos, foi elaborada uma cartilha contendo informações relacionadas com a pesquisa. A cartilha foi distribuída para cinco mil alunos das Escolas Municipais dos municípios de Medianeira, Matelândia e Marechal Cândido Rondon. Defendeu-se que a cartilha, parte integrante da pesquisa serviu, acima de tudo, para divulgar o trabalho dos responsáveis pela manutenção dos materiais recicláveis gerados no município, enfatizando a importância do trabalho desenvolvido.

Utilizando a Educomunicação como um dos pilares da pesquisa, o acadêmico conseguiu, com o seu trabalho de Conclusão de Curso, movimentar educadores, educandos e empresas para que o projeto chegasse às mãos de crianças, com objetivo de, num futuro próximo, amenizar os problemas ambientais.

Pode parecer um pequeno passo, mas o resultado alcançado nas duas escolas são exemplos de como pequenas atitudes podem movimentar uma sociedade em prol do bem comum. O trabalho e seu resultado, a cartilha, dividem a responsabilidade com os alunos, criança que se apresentam como disseminadores de uma causa tão necessária nos dias de hoje: cuidar de nosso meio.

13,7% dos entrevistados, afirmam não terem ouvido falar sobre educação ambiental.

Desta forma, no intuito de disseminar os conceitos básicos de seleção e separação correta de resíduos, foi elaborada uma cartilha contendo informações relacionadas com a pesquisa. A cartilha foi distribuída para cinco mil alunos das Escolas Municipais dos municípios de Medianeira, Matelândia e Marechal Cândido Rondon. Defendeu-se que a cartilha, parte integrante da pesquisa serviu, acima de tudo, para divulgar o trabalho dos responsáveis pela manutenção dos materiais recicláveis gerados no município, enfatizando a importância do trabalho desenvolvido.

A CIDADE SUSTENTÁVELA CIDADE SUSTENTÁVEL

Page 12: Caderno a cidade sustentavel

VIDA DE ESTUDANTE MARÇO/ABRIL/MAIO 201512

Projetamos e construímosambientes que ensinam!

STUDIO

A Plantae Arquitetura utiliza em seus projetos sistemas ambientais mitigadores de impacto ambiental e a abordagem vanguardista da psicologia do ambiente. Com a visão de projetar e edificar com responsabilidade sócio-ambiental, projetamos ambientes que ensinam. Você sabia que o indivíduo pode ser influenciado pelo ambiente de acordo com seus propósitos pré-definidos, assim como este indivíduo também pode influenciar o ambiente? Há mais de 20 anos atuando no Brasil e na Europa, os profissionais da Plantae se utilizam da arquitetura para criar ambientes que ajudem a melhorar nosso planeta, desde a concepção à aplicação de materiais e sistemas construtivos sustentáveis, até a etiquetagem energética.

[email protected]ço Ecoworking, Av. Tarquínio Joslin dos Santos, 1000 - Foz do Iguaçu – PR Tel. (45) 9907.0111

Rodovia SC 401 . Ed. Corporate Park Bl02 S05 - Florianópolis - Tel. (48) 9637.2503

PROJETOS RESIDENCIAIS COMERCIAIS UNIVERSITÁRIOS PAISAGÍSTICOS URBANÍSTICOS

Imag

em: Z

inco

, life

on

roof

s http

: ww

w.zi

nco.p

t

Projetamos e construímosambientes que ensinam!

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A Plantae Arquitetura utiliza em seus projetos sistemas ambientais mitigadores de impacto ambiental e a abordagem vanguardista da psicologia do ambiente. Com a visão de projetar e edificar com responsabilidade sócio-ambiental, projetamos ambientes que ensinam. Você sabia que o indivíduo pode ser influenciado pelo ambiente de acordo com seus propósitos pré-definidos, assim como este indivíduo também pode influenciar o ambiente? Há mais de 20 anos atuando no Brasil e na Europa, os profissionais da Plantae se utilizam da arquitetura para criar ambientes que ajudem a melhorar nosso planeta, desde a concepção à aplicação de materiais e sistemas construtivos sustentáveis, até a etiquetagem energética.

[email protected]ço Ecoworking, Av. Tarquínio Joslin dos Santos, 1000 - Foz do Iguaçu – PR Tel. (45) 9907.0111

Rodovia SC 401 . Ed. Corporate Park Bl02 S05 - Florianópolis - Tel. (48) 9637.2503

PROJETOS RESIDENCIAIS COMERCIAIS UNIVERSITÁRIOS PAISAGÍSTICOS URBANÍSTICOS

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