c r i t e r i o s d e v a l i d a Ç Ã o

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS DEPARTAMENTO DE BIOINTERAÇÃO DISCIPLINA: IMUNOLOGIA I – ICS 045 CRITÉRIOS DE VALIDAÇÃO DE TESTES DE IMUNODIAGNÓSTICO Trabalho realizado pelo Doutorando de Imunologia da UFBA Bruno Lopes Bastos sob orientação dos Professores Robert Schaer, Roberto Meyer, Cláudia Brodskin e Ricardo Portela. Atualizado em Fevereiro de 2010.

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Aula prática de Imunologia ICS - UFBA: Critérios de Validação

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Page 1: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS

DEPARTAMENTO DE BIOINTERAÇÃODISCIPLINA: IMUNOLOGIA I – ICS 045

CRITÉRIOS DE VALIDAÇÃO DE TESTES DE IMUNODIAGNÓSTICO

Trabalho realizado pelo Doutorando de Imunologia da UFBA Bruno Lopes Bastos sob orientação dos Professores Robert Schaer, Roberto Meyer, Cláudia Brodskin e

Ricardo Portela. Atualizado em Fevereiro de 2010.

Page 2: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Page 3: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

• A validade de um teste refere-se a quanto, em termos

quantitativos, um teste é útil para diagnosticar um evento

ou predizê-lo (validade preditiva).

• Para tal, compara-se os resultados do teste com os de um

padrão: o estado clínico do paciente (se a informação está

disponível), um conjunto de exames julgados mais

adequados, ou um ensaio de diagnóstico que sirva de

referência (Padrão ouro).

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Page 4: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o DIAGNÓSTICO VERDADEIRO

• Isolamento do agente, associado a apresentação clínica de

sintomas.

• Padrão OURO – pode ser constituído pelo diagnóstico

verdadeiro, ou mesmo por um teste confiável e já utilizado

para o diagnóstico de determinada enfermidade,

geralmente predito como “gold standard” pela

Organização Mundial de Saúde, por exemplo.

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Page 5: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o PROPRIEDADES DOS TESTES DE DIAGNÓSTICO

•O teste diagnóstico ideal deveria fornecer, sempre, a resposta

correta, ou seja, um resultado positivo dos indivíduos infectados e

um resultado negativo nos indivíduos sem infecção.

•Rápido de ser executado, seguro, simples, inócuo, confiável e de

baixo custo.

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Page 6: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o AVALIAÇÃO DA VALIDADE DE UM TESTE

• Quando pesquisamos o status infeccioso de uma

pessoa/animal, estes podem ou não ter a infecção e o

resultado do teste diagnóstico pode ser positivo ou negativo.

Assim, podemos encontrar as seguintes situações:

CARACTERÍSTICAS BÁSICAS

Page 7: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

Padrão Ouro

Teste em Validação

Doente São TOTAL

Positivo (anormal)

Verdadeiro Positivo

(VP)

Falso Positivo(FP)

Total de Exames Positivos

Negativo (normal)

Falso negativo (FN)

Verdadeiro Negativo

(VN)

Total de Exames Negativos

TOTAL Total de Doentes Total de Sãos Total de Exames

... uma combinação binária entre os resultados prováveis obtidos em um determinado teste e o diagnóstico verdadeiro da doença

Page 8: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

CONCEITOS

Page 9: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

Sensibilidade Especificidade Eficiência

É o desempenho do teste quando comparado a um teste de referência.

• Característicos do teste e não da população em estudo

• Fornecem resultados consistentes independente da

prevalência da doença

VALIDADE INTRÍNSECA

Page 10: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o SENSIBILIDADE

• É a porcentagem de pacientes com determinada

condição/doença para os quais, se o teste é utilizado, se

obtém resultados positivos.

• Quanto maior a sensibilidade, maior o poder do teste de

detectar a condição ou doença

VALIDADE INTRÍNSECA

Sensibilidade = VP VP + FN

________

Page 11: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

• Existem casos em que os pacientes estão com a

determinada infecção, o teste é utilizado e apresenta

resultado negativo. Estes casos denominam- se falsos

negativos, e são interpretados como uma falha na

sensibilidade do ensaio.

VALIDADE INTRÍNSECA

Page 12: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o ESPECIFICIDADE

• É a porcentagem dos indivíduos que não tem a condição/doença e

ao utilizar-se o teste apresenta resultados negativos.

• Os testes com alta especificidade ( 99%) e que são negativos em

indivíduos sadios ou que apresentam sintomas similares mas não

apresentam a infecção/doença, são muito úteis para confirmação o

diagnóstico.

VALIDADE INTRÍNSECA

Especificidade = VN VN + FP_______

Page 13: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

• Podem ocorrer casos em que o indivíduo NÃO possuI determinada

infecção, mas apresenta resultado positivo em um ensaio de

diagnóstico. Esse resultado é visto como “falso-positivo” e é

relacionado a falhas na especificidade do ensaio.

• Quanto mais alta a especificidade, menor será a taxa de falso

positivos e menor será a proporção das pessoas desnecessariamente

preocupadas ou expostas a tratamentos indevidos.

• Em algumas situações ou condições em que há riscos de omitir ou

retardar tratamentos necessários, a proporção de falso negativos

pode ser inaceitável.

VALIDADE INTRÍNSECA

Page 14: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

Combinação binária entre os resultados prováveis obtidos em um determinado teste e o diagnóstico verdadeiro da doença

TESTE

DOENÇA – Diagnóstico verdadeiro

PRESENTE AUSENTE

POSITIVO Verdadeiros positivos (VP) Falsos positivos (FP)

NEGATIVO Falsos negativos (FN) Verdadeiros negativos (VN)

TOTAL VP + FN FP + VN

SENSIBILIDADE ESPECIFICIDADE

VALIDADE INTRÍNSECA

Page 15: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o EFICIÊNCIA

• É a porcentagem correta de resultados do testes,

verdadeiros positivos e negativos.

• Em economia da saúde, ao comparar produtos,

eficiência inclui a variável custo, indicando o mesmo ou

maior efeito pelo menor custo.

VALIDADE INTRÍNSECA

Eficiência = VP + VP VP + VN + FP + FN

________________

Page 16: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

É a probabilidade que um paciente com um teste

positivo tenha efetivamente a condição ou

doença, baseada na PREVALÊNCIA da infecção

ou doença na população estudada.

Probabilidade da doença se o testeé positivo.

VALOR PREDITIVO POSITIVO

VPP = VP VP + FP

________

Page 17: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

• Mede a probabilidade de obter "verdadeiros negativos": sem a

condição ou doença nos quais se obtém resultados negativos,

baseado na PREVALÊNCIA desta infecção nesta população.

• Enquanto a sensibilidade e a especificidade de um teste são

constantes na população em estudo sempre que testadas, o valor

predito varia com a sensibilidade e com a prevalência.

Probabilidade da doença se o testeé negativo.

VALOR PREDITIVO NEGATIVO

VPN = VN VN + FN

________

Page 18: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

É a capacidade do teste em detectar a real situação da

população em relação à doença que está sendo estudada.

Também avalia o desempenho do teste em uma dada

população.

Precisão Acurácia ou exatidão Reprodutibilidade

VALIDADE EXTRÍNSECA

Page 19: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o PRECISÃO

• É um parâmetro que determina existir concordância dos

resultados obtidos quando um mesmo teste é feito várias vezes.

• Mede o erro acidental do método, que corresponde ao erro

experimental acumulado (erro aleatório).

• É a repepetitividade dos resultados ao repetir o teste várias vezes

em circunstâncias similares. A precisão não implica acurácia!

VALIDADE EXTRÍNSECA

Page 20: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o ACURÁCIA OU EXATIDÃO

• É um parâmetro que determina a capacidade do teste em

fornecer resultados muito próximos ao verdadeiro valor do que se

está medindo.

• Mede o erro sistemático ou a tendência dos resultados de se

desviarem em uma dada direção e proporção em relação ao valor

real.

• É a habilidade o teste de obter resultados similares ao teste

padrão (Padrão OURO).

VALIDADE EXTRÍNSECA

Page 21: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

o REPRODUTIBILIDADE

• É a obtenção de resultados iguais em testes realizados com

a mesma amostra de material biológico, quando feitos por

pessoas diferentes em locais variados e se garante quando a

precisão e a exatidão são sempre avaliadas.

• Desvio padrão• Coeficiente de variação• Coeficientes de correlação (Pearson, Spearman)• Variância entre medidas

VALIDADE EXTRÍNSECA

Page 22: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

APLICAÇÃO DOS TESTES DE DIAGNÓSTICO

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Page 28: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O
Page 29: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

• Limiar de reatividade ou cut-off é a região de corte do teste

sorológico.

• Ou seja, é um valor acima do qual temos menos resultados

falso-positivos, e abaixo do qual temos menos resultados

falso-negativos, ou seja, é um valor de referência para

termos uma mellhor discriminação entre infectados e não

infectados.

LIMIAR DE REATIVIDADE OU CUT-OFF

Page 30: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

Curva de distribuição da freqüência de títulos normalmente observada na população

Cut -off ou limiar de reatividade

Falso-PositivosFalso-Negativos

LIMIAR DE REATIVIDADE OU CUT OFF

Page 31: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

Imagine que você trabalha num banco de sangue e precisaselecionar um teste para detectar determinado antígeno...

Onde seria o limiar de reatividade ou cut off?

Ponto de máxima sensibilidadePode aumentar o

número de resultados FALSO-POSITIVOS!!

Este teste não pode apresentar resultados falso-positivosEntão deverá ter máxima.... SENSIBILIDADE !!! Portanto:

LIMIAR DE REATIVIDADE OU CUT OFF

Page 32: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

Imagine que você trabalha num laboratório de análises clínicas e precisa selecionar um teste para detectar determinado antígeno...

Onde seria o limiar de reatividade ou cut off?

Ponto de máxima especificidade

Este teste deverá ter máxima....

Pode aumentar o número de resultados FALSO-

NEGATIVOS!!

ESPECIFICIDADE!!! Portanto:

LIMIAR DE REATIVIDADE OU CUT OFF

Page 33: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO DA VALIDADE DE UM TESTE

Page 34: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

• Houve comparação independente com um padrão de

referência?

• A amostra de indivíduos estudados incluiu um

espectro apropriado de pacientes, semelhante ao da

prática clínica?

• Os resultados do teste sob avaliação influenciaram a

decisão do teste tido como padrão de referência?

CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO DA VALIDAÇÃO DE UM TESTE

Page 35: C R I T E R I O S  D E  V A L I D A Ç Ã O

• Os métodos para a realização do teste foram detalhados o

suficiente para permitir reprodução?

• As propriedades do teste foram apresentadas e sua precisão

determinada?

• A reprodutibilidade do teste e sua interpretação poderão

satisfazer à prática clínica?

• Os resultados são aplicáveis e mudam a conduta clínica?

• Os pacientes ganharão com o resultado do teste?

CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO DA VALIDAÇÃO DE UM TESTE