:ç fllfl.lk :r - abpmc - associação brasileira de...

10
Boktirn Informativo da Associ;ico Brasileira LIC Psicorerapia e Medicina (21 ptirtaInentiI NOniero 19 - Marçoi2000 Nova Diretoria: Primeiras Palavras :ç fllfl.lk :r I - pj Novas Formas de Re1açic - Participe da ABPMC Rccchernosa ABPMC no nit-s de feverciro. Corn':a cfctivarnentc, a nossa gestao. A priincira preocupaçao da atual diretoria ' atualizar seu cadastro e aniplia-ho. So1icitanos a todos que cot rem em contato conosco por e- mail fax ou telefone e que tainhrn divulguem, entre outros i ntercssados, esta cat panha Liue visa ao inesmo tempo corrigir o banco LIC dados qtic recehemos e otimizar o C( i itato Coin os membros da nossa cornit nu.Iade. Retormul amos nosso h dcii in in form ativo e site na internet. Esperamos epic o ABPMC miiexto, coin novas seçOes e nova diagramacao, Sc tome urn instrumento de intcgracao Liesaflador, cfieaz e agradveI A 1T)tSfli0 tempo, nosso site, corn caracteristicas inovadoras, ja em stias primeiras seiiias tern propiciado uni rico e produtivo intercarnhio ent re di rer )ria e ci imli nidade. t\tt a data da impressao) deste nitmero, haviami is recebido mais de 1 000 visitas mis paginas Lie nosso site. Nosso priniciro ohetivo c criar condicocs para urn intniio e efetivo corn a COfllUfliLi;iLie interessada cm terapia comportarnental, rerapia cogni I va e an:ihse de coinportatnento. A Retista 13nis ilcira de T'era?ia (oinportcznteittot e (iniiitci, criada pela gcsto ante- nor, continuarii sob os clilLiados e Lit ret rizes determinados pr aqucia Li iretoria, pa rticularme lltC Sob responsabi I idade da professora Lioltora Rachel Rodrigues Kerhaur, conforme csclareciinentos apresentaLlos em nota desre holetim. A ri-vista, aerL- Liltamos, devera se consoiidar comb insrrtmincnto iillporr:lIlre ic Liivuii.acao Lii JroLiucao cientifica na area, quer cm Pesiltusul Isuisica, quer em aplicada. A. prog ram açao do IX EIICDUITO esra Cii) plL'ilo L1LSCi)VO1VI lilelitb iii iciamoS os .ontatos coin pL- SSOaS represelliativutS flas ureas LIC interesse pa rut aprescntacao LIC rrahalhos e no 110 h1 iiL't iii) p1iiimcari.-i11tis tim prr:1milu prelmillinar. Esramos estabelecendo convenios Cofll \'arioS horeis i.ie Campinas para obtermos pacotes de hospeLiagem econOmicoS. Nosso propisito facilirar ao nIax mo a rresenca (lOS meunbros i.ia nossa coniunidade nestc Encontm. Teinos ainda interesse (i.ie os presentes ra rnh-in possa nl participar ativainente. Assim, daremos desraque a aprcsemitacao (IC trabaihos por neto Lie painiis, o Lilac reconhecidaniente facilita a interlocuçao entre o pesL]tmmsador e sua CbrfltifliLiulde, a() IllCSfllo teii)p( que permilite i Urn numero maior L1C pesquisadores a exposit/lo LIC I rabaihos. A Lii returia rcsoiveu organizar Lie maneira unais diduirica a anuidade LbS associaLios. i lavia nluita confusao cm reiacao ao ixoza men to: se refer ii ao a rio a ml ten r (Al ao exercicio porvir! No apenas os aSSociulLit IS tIC Wuliil COi)tIiSOS, mis a propria dirctoria tinlia LhfmctiiLiaLie para Llefinir sea Litiadro de asSociaLios. A parti r Lie agora, a anindade - p1 em tpialLjter khm ic 2000 - Sc relerira ito alit) cm curso. Solicitarnos, por i sso, (pie os inreressados SC assucicin Li iiluUS 1'rcvemnente rossive!. a0 iaLio LiCSti Liefimlicat) sobre a vigencla da iflliiliiC, oostariarnos de mmiIorniuim a tLiLiOS Liuc seu custo fi ii reLiu:iii(), visa ndo tacililar ainLia niais o ugresso Lie novos inembros ciii nossa .Aocitiçao. Ao r()rnarmo)s esta decisao, pensalnos espeeiuilmeiite en flOSSOS jo\cnS eSti.iLiaiitCS, pesLjoisadores C prof issionais. (osra rianu IS Lii.' final i:ar nosas prmmneinas palavras I-Cat . il- 111211dO que todut a diretonia esta miiuito motivaLla pora rrahaihir pela Associaçdo, i o I:1LIL) Lie caLla lain de v ieC's, Ljue justiticani nossos csfony)s e nos enttisia.siluamn para comitimiirmnos eni frente. VI 1(1(15 ri A1WNI'. 2 1 il J,,(: Cilfillmrdi PresiLiente Liii AI)PM(: A (lineroria da ABPMC - gesta 2000/2001 - iniciou SUuiS atiViLIaLICS ii() i11C L1C feverciro corn umn planejamento anlpi de seu funcionainento. Entre a pnioriLiades, estui o estabelecimento d novas fornias Lie neiacao Ct 11)1 associaLios intercssaiios, a fun de que todo parnicipeni das ncalizaçoes iiui Associação. Iniciatuos ii ill iliOViFiLeiltO Li aruahzaçao de nosso banco tic dados. Par isso, Lhsponihilizarnos em nossLI site holerim immiia ficha unificada que pode se utilizada para atualizaçao de eiitiereço pana associaLbos e inrenessados - hem coni a filiacuio na Associacao e inscniçio no 1 Encontro. Esta ficha' esrana acessivcl er nosso site aro a reahzaçao do IX kntrontro serii ptmh!icada cm toiias as ediçoes d 110550 boletirn tambim ate Li IfleS Li seternhno. 0 cnvio poLie set feito por nIei de correspondencia ou fax. Neste fllov mIlento temlios contado corn a colaboraca Liaqucies qime gentilnienre nos enviani lista coin dados de alunos c colegas, hem corn LiC peSSOuiS LfIiL' efltram eni o ultaro conosc por nleiO de OOSSL) e-nlulu!. ToLias as pessoas qtme constanI em I1OSSO banco de dados cstao rccchend gnatuitainente o prescntc n(mmero d ABPMC Contexto e continuarao recebend as cornesponLiencias referentes a nossa at ividades. Pana receher os prOxirnc nuinenos do hoictirn iriformativo e t€ imIlriclo Iaei itaLia em everitos prornovidc pela ABPMC ao bongo (IL) aflo, é 11eCcsSuri a efetivacao da filiacao. Esta LienlanLia eflViO Jut ficha urn ficada junto a comnprovante hancuirio Lie pagarnento d valor referente it categoria em que associado se inSere. I3tmscamiios esralielecer Urn yak Llue pudesse sen acessivel i maioria criamos dtmas novas categorias, alem d Estudamire e Prof issional: Rec:rn-Forrnad - para fuicilitar o imigresSO de colegas (jU concluiran) a graduaçao a partir Lie 1999- Patrocinador- para criulr a oportunidade d lllaior in'estimento em pro! da Associaccio A inscricao no iX Enconti rambém-it ju% poLk sen realizada utihzando-s 0 mesmo proceilimnemito necessuinlo para fiiaculo: envic , da ficha c (to comprovant haneario. A puintir (1) flhs de rnaio, inscriçiio podera ramnbcmii scm rcalizad junto a repncsL:ntantes LII Associaçã preseflte.S en) diversas univensiLiaLies (1 pals. Akinda Iielia umiuI icaLia, flOSS bolemu ti infonmiiativo C site cia hrev inc!uirao mforrnacot's solirc transponte h speLiagcm em Campinas, iflciLiSivC cot opcocs econornicuis para acomllodaçulo er hotcis que ja firrnanam convc'nio corn Associaçno. infonmaunos Lime jut estao LiispOsicao (IL' tOLiO5, para quakjuer quests OU solieituiçao, noSs() e-mail, enuierc(o Li correspondenetut, iclefones e Oix. Espcnana)s iOttS elfi seteunbro SL'ti CO ultuit) CIII breve.

Upload: vanbao

Post on 02-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

Boktirn Informativo da Associ;ico Brasileira LIC Psicorerapia e Medicina (21 ptirtaInentiI NOniero 19 - Marçoi2000

Nova Diretoria: Primeiras Palavras

:ç fllfl.lk :r I - pj

Novas Formas de Re1açic - Participe da ABPMC

Rccchernosa ABPMC no nit-s de feverciro. Corn':a cfctivarnentc, a nossa gestao. A priincira preocupaçao da atual diretoria ' atualizar seu cadastro e aniplia-ho. So1icitanos a todos que cot rem em contato conosco por e-mail fax ou telefone e que tainhrn divulguem, entre outros i ntercssados, esta cat panha Liue visa ao inesmo tempo corrigir o banco LIC dados qtic recehemos e otimizar o C( i itato Coin os membros da nossa cornit nu.Iade.

Retormul amos nosso h dcii in in form ativo e site na internet. Esperamos epic o ABPMC

miiexto, coin novas seçOes e nova diagramacao, Sc tome urn instrumento de intcgracao Liesaflador, cfieaz e agradveI A 1T)tSfli0 tempo, nosso site, corn caracteristicas inovadoras, ja em stias primeiras seiiias tern propiciado uni rico e produtivo intercarnhio ent re di rer )ria e ci imli nidade. t\tt a data da impressao) deste nitmero, haviami is recebido mais de 1 000 visitas mis paginas Lie nosso site.

Nosso priniciro ohetivo c criar condicocs para urn intniio e efetivo corn a COfllUfliLi;iLie interessada cm terapia comportarnental, rerapia cogni I va e an:ihse de coinportatnento. A Retista 13nis ilcira de T'era?ia (oinportcznteittot e (iniiitci, criada pela gcsto ante-nor, continuarii sob os clilLiados e Lit ret rizes determinados pr aqucia Li iretoria, pa rticularme lltC Sob responsabi I idade da professora Lioltora Rachel Rodrigues Kerhaur, conforme csclareciinentos apresentaLlos em nota desre holetim. A ri-vista, aerL-Liltamos, devera se consoiidar comb insrrtmincnto iillporr:lIlre ic Liivuii.acao Lii JroLiucao cientifica na area, quer cm Pesiltusul Isuisica, quer em aplicada.

A. prog ram açao do IX EIICDUITO esra Cii) plL'ilo

L1LSCi)VO1VI lilelitb iii iciamoS os .ontatos coin pL- SSOaS represelliativutS flas ureas LIC interesse pa rut aprescntacao LIC rrahalhos e no

110 h1 iiL't iii) p1iiimcari.-i11tis tim prr:1milu prelmillinar. Esramos

estabelecendo convenios Cofll \'arioS horeis i.ie Campinas para obtermos pacotes de hospeLiagem econOmicoS. Nosso propisito facilirar ao nIax mo a rresenca (lOS meunbros i.ia nossa coniunidade nestc Encontm.

Teinos ainda interesse (i.ie os presentes ra rnh-in possa nl participar ativainente. Assim, daremos desraque a aprcsemitacao (IC

trabaihos por neto Lie painiis, o Lilac reconhecidaniente facilita a interlocuçao entre o pesL]tmmsador e sua CbrfltifliLiulde, a() IllCSfllo teii)p( que permilite i Urn numero maior L1C pesquisadores a exposit/lo LIC I rabaihos.

A Lii returia rcsoiveu organizar Lie maneira unais diduirica a anuidade LbS associaLios. i lavia nluita confusao cm reiacao ao ixoza men to: se refer ii ao a rio a ml ten r (Al ao exercicio porvir! No apenas os aSSociulLit IS tIC Wuliil COi)tIiSOS, mis a propria dirctoria tinlia LhfmctiiLiaLie para Llefinir sea Litiadro de asSociaLios. A parti r Lie agora, a anindade - p1 em tpialLjter khm ic 2000 - Sc relerira ito alit) cm curso. Solicitarnos, por i sso, (pie os inreressados SC assucicin Li iiluUS

1'rcvemnente rossive!.

a0 iaLio LiCSti Liefimlicat) sobre a vigencla da iflliiliiC,

oostariarnos de mmiIorniuim a tLiLiOS Liuc seu custo fi ii reLiu:iii(), visa ndo tacililar ainLia niais o ugresso Lie novos inembros ciii nossa .Aocitiçao. Ao r()rnarmo)s esta decisao, pensalnos espeeiuilmeiite en flOSSOS

jo\cnS eSti.iLiaiitCS, pesLjoisadores C

prof issionais.

(osra rianu IS Lii.' final i:ar nosas prmmneinas palavras I-Cat . il-111211dO que todut a diretonia esta miiuito motivaLla pora rrahaihir pela Associaçdo, io I:1LIL) Lie caLla lain de v ieC's, Ljue justiticani nossos csfony)s e nos enttisia.siluamn para comitimiirmnos eni frente.

VI 1(1(15 ri A1WNI'. 2

1 il J,,(: Cilfillmrdi PresiLiente Liii AI)PM(:

A (lineroria da ABPMC - gesta 2000/2001 - iniciou SUuiS atiViLIaLICS ii() i11C L1C feverciro corn umn planejamento anlpi de seu funcionainento. Entre a pnioriLiades, estui o estabelecimento d novas fornias Lie neiacao Ct 11)1 associaLios intercssaiios, a fun de que todo parnicipeni das ncalizaçoes iiui Associação.

Iniciatuos ii ill iliOViFiLeiltO Li aruahzaçao de nosso banco tic dados. Par isso, Lhsponihilizarnos em nossLI site holerim immiia ficha unificada que pode se utilizada para atualizaçao de eiitiereço pana associaLbos e inrenessados - hem coni a filiacuio na Associacao e inscniçio no 1 Encontro. Esta ficha' esrana acessivcl er nosso site aro a reahzaçao do IX kntrontro serii ptmh!icada cm toiias as ediçoes d 110550 boletirn tambim ate Li IfleS Li seternhno. 0 cnvio poLie set feito por nIei de correspondencia ou fax. Neste fllov mIlento temlios contado corn a colaboraca Liaqucies qime gentilnienre nos enviani lista coin dados de alunos c colegas, hem corn LiC peSSOuiS LfIiL' efltram eni o ultaro conosc por nleiO de OOSSL) e-nlulu!.

ToLias as pessoas qtme constanI em I1OSSO banco de dados cstao rccchend gnatuitainente o prescntc n(mmero d ABPMC Contexto e continuarao recebend as cornesponLiencias referentes a nossa at ividades. Pana receher os prOxirnc nuinenos do hoictirn iriformativo e t€ imIlriclo Iaei itaLia em everitos prornovidc pela ABPMC ao bongo (IL) aflo, é 11eCcsSuri a efetivacao da filiacao. Esta LienlanLia eflViO Jut ficha urn ficada junto a comnprovante hancuirio Lie pagarnento d valor referente it categoria em que associado se inSere.

I3tmscamiios esralielecer Urn yak Llue pudesse sen acessivel i maioria criamos dtmas novas categorias, alem d Estudamire e Prof issional: Rec:rn-Forrnad - para fuicilitar o imigresSO de colegas (jU concluiran) a graduaçao a partir Lie 1999-Patrocinador- para criulr a oportunidade d lllaior in'estimento em pro! da Associaccio

A inscricao no iX Enconti rambém-it ju% poLk sen realizada utihzando-s 0 mesmo proceilimnemito necessuinlo para fiiaculo: envic, da ficha c (to comprovant haneario. A puintir (1) flhs de rnaio, inscriçiio podera ramnbcmii scm rcalizad junto a repncsL:ntantes LII Associaçã preseflte.S en) diversas univensiLiaLies (1 pals. Akinda Iielia umiuI icaLia, flOSS bolemu ti infonmiiativo C site cia hrev inc!uirao mforrnacot's solirc transponte h speLiagcm em Campinas, iflciLiSivC cot opcocs econornicuis para acomllodaçulo er hotcis que ja firrnanam convc'nio corn Associaçno.

infonmaunos Lime jut estao LiispOsicao (IL' tOLiO5, para quakjuer quests OU solieituiçao, noSs() e-mail, enuierc(o Li correspondenetut, iclefones e Oix.

Espcnana)s iOttS elfi seteunbro SL'ti CO ultuit) CIII breve.

Page 2: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

Carta ao Presidente CONTEUDO C.tet' ABPMC - N' 19 - Marco/2000

Nova Diretoria: Prirneiras Palavras bid 0 Jose Guilhard i

Carta io Presidenre Rachel Rodrigucs Krrbauy

Esciarecirnento sobre a Rcvista Brasileira de TeraIia Corn portarnentat C Cognitiva Who-lose (uihardi

Leitura Cornparriihacia: Por que Estudar HistOria ()n1porulnienta1? SrgioCinno

Esquecendo as LiçOes da HisrOria Barbara A. 1X'anclusen

l)c Saia Jusra: Terapeuta é Cienrisra? SCrgio \4aconcclos de Luna SmILe Neno (ICL Silva (.o'alcanic

Trocando em MiUdos: Si i persticao e Coniportamenro

Supersticioso: Avaiiando o Po icr das CoincidOncias ?vfarcelo Frota Bowenuti

Em C;ontato:

U111 Pouco sobre Adivinhacoes e Bruxas lIel Io Jso (u 11150011 r Parikta Picm n QutfiroZ

Associação Brasileira de Psicoterapia C Medicina Comporriunenral

Fundada ciii 1991

Di rctona do Gcstio 2000/2001 Presideure Hclin José Gtilhrdi \'ice-Prsidenre - Wilton Jr OIis'.-ira I St-crerirt;t - lhiricia Piaon de Souza Qtwiroz 2 Sccretirta- LornaA. Ii. Jr Castro Ririlli 35 Secrcrária - Marsa Carolina fld roso Scot

fessntrsira - Mario Iharlz B. Pinho Math 2 1esoureir;s Kcii Ia C. ('hrchinato Segre

(onselho L.()flSUitiVo DeoisrTorós Intnanziel Zi ur's 7jitrnitc, Fraiwi5co Lotu fo Nero 1'luls l)cllIl I

Ex-Prcs idenres Bernasd h(HC bid 0 Jose (11(1 hard i Ru uhri us J'slves Iltun art; Rachel Ruudrigtto Kuu hauy

Edicoras - All Pi'vfC Conrexto e Site (aculJa '\nniun 'visit Ia (uool liia Sso:

1'evi sora - A13PMC Contxto Lu(ciana v1aitiJ

Correspondencia Rua joscfimi SslrIllClltO. 24) - 1. .itliluu I

( SP - (_;E15 I 05

musts 'ate hri: /1(11 u.ullfulIu.uuri.!'T

EStIRI desejando 0 V0CC, C So que

(ucorrera, Unlil exceicilte gest3o no AL3PMC. Esta sliretoria do biènio 98.99 CStI p;tssando para a viiretoria R$20.000.00 para iniciar SIS trabaihos. Deixainos R$ 14.500,00 para garanrir a impresxio corn tranquiiidade do Rerista Brasileira de Teraia Comportamental e (o,'n ir Ira. A km disso, deixci pago us ano Lie 99 ia revista. (onio voce sabs, uttia l'evis.ia ' trabalho COfltIllSlO C prcja de garant ia (i tuanceira rnininia, pois deve scr paga na etirrega, inuiependcntc do venda LIue hoover.

110 entanto, fundament ii esse estorco para a assoctacau, qu.ie CSIil ifl;lLiIlra

para CSs:l reali:acao. At& indexar a revista precisansos ter cautela e loonier a

Fm sri is leiro I ug;u r. tcmos Ljt Ic

sarILlar a pui'hcacao do priluiciro nlims-ro do Revisto Brasileira IlL' Teraput Cain Jot r lit 05 Cut 0! 1 Cog, 111(15(1 C

parabeni:ar a direroria alienor pelt SLIa criaeho. Em seiui1i0, poe-Se totia qUestao:

coino cia ser;i ad Ill ill St rada?

A Dna. Rachel Kcni'auv c(ulnhlnlcIuul-nu)s scuiure a ls'rnta Collil> a Litreroria susil sna prcsideiicia L]ehl'erorl

os niintos Jo revista. Asjui:

a) A I )ro. Rachel f>i inLhcaLla rr 'ala Lit net rio (CL- sta( 1 1 998_ 1 999) para

assumi r a funcao LIC eLlitora Lia nevisI a, bent coiiio a per anceer nt.-ssa hi nc;Ru, a

urns Lie garanrir a cs>nttnuIiJ;tde do lililia cdttt urul, relo Illetlos ItI' a nevlrta set

LieVilill1l(ille i

i) .-\ shretoria s(A+l 'ata 1>rcsiLicncl;I

ills >11 111110 vcnl';i Lii.' R' 14. 500.00 (LjIlalt;r:L' nil e qtiituuientos IL'Ois) pIra a

Jinetonia LIa ncvistu, Ilule rL-na total llI'eILlOLiC pano i1llitinisl rut usia vrh. C(5I1I t> 011ctl\s' LiV Liar Cu 'ill illIllulasie a

ptIlsliCIçio ti115 pr(uxtIlluus llhInlL- rl's

(ol'L1a 0 It1Ill LlIlL- ltuni;I 1 l -\iP\1 ;Ipena tisc;tli:ar 0 k-siiiisu Jo vt-nba 1 1 111 1

Juretoria alltenisur tleSt5.11uli re\is(a;

1~-~ pri llici ros LJlIII IS' Ii5llllt1S 15 It

ts\ is(;l s-erñu' li'a rtbuti,iu's i.'n;tlIttl;IIlls- lIR-

'irs us' 'a;CIut til ;\ii>Ntt ClI'elltiu u ;1

ullrtI,'ti;t sIll eXtit Is 0, lpcll;t la l'C;I'aOs>

'I tII iu;l out Jo IlIt tilt' llhlll)i.ru u. LIce Iii I. a tuIsIlo Al Jilt ribstis3iu At resl'tu

recularidade. Corno você percebc', siinhejro existente insulicientc par

monte-la; a longo prazo depender;i d -erbas. \/antos estudar rnaiiciras junt0

Akin do verba, a ABPMC tern UI)

coniputador, fax e scanner comprados pci gcstao anterior. akm Lie urn telefone a se entregut a nova diretoria, e cvidcntement as fitas Lie VIdeo dos encontros C todo docuimentos qrle eso\o sendo transferido para sula tiltela.

1'ttho o prazer de passar par \OCC tallli'elfl o legado de unto comuwdail cientitiea coda vez 111015 part icipaflte

produtiva e preocupada corn o set crcsci niento.

Rachel N ad rlgt t es kcrha to

Si(-) Paulo, leverciro de 200C

OS s(slos;

i) lus,ia 1 L'lla ;ltreCaLliia pela reVi-t.

(venda tie exemplares, vcrbas ol'tRi.lS en illSl ii Ulcutes LIC h )llleilto a resLltilSa

du>ac(ues, etc.), bClll Corno (OLIOS a

Liespesas Itecessarias para a pubiicaçao Jistniisritcao do isiestuta, seraogeretsciada

jCiO Lii lL'tt >ita LiO rev ista;

c) Diasite LilSL>, toLlas as uiloritiilçoes

501 ICitaCsuCS, slugestoes CtC, pertlnelltes

ru-vi.ra uIc\'eIll st-n Lllrcralslelitc coca lllinilaLi;ls a l)na. Rachel Kcnl'auy

LSli'ellIitt tItlItI stiru- ruunia ;lFuellaS sliviliga 0 cuulilalo Ljtie 51' encsuntr,

Liisj'olilllh:aLlo no lc\tSta, 1 salen:

K. beilLIalIsu Nlaia, 189. JJ. Parilisra I. ;EP 0450 10710 - S;'to Paulo SP

Tel. (Oil) 518-4448 l:.tx (011) 81 8-4909

F-vital I: rkeri Iuv°'tlsp. hr

.\ ati.iOi LitlCtt 11- 10 Jo -\il'Mc; sIttlit si;ts Llelll'LrO(t>LS Jo i.esta( ;tl)lttlttl LiL'lIltucratleaIllvnle acssihe a:

LotiIolI11C lies loran

tr;uit'atstiusl:u C LIcsLIO t Dna. kachl e Ii)i.l,t 1 itreOt Ia sit Nita l)Ol\llClit 11

hrajat ( uuiiJous Lt?iltllUtl u

u ne't;u tluiIs, urranre Cl 'lit nihulitSIs

do ,-\Ri'NR.: a It d u s's Intcrcs:tsLus pci;

resLChIs;l e i'r;ultta via are;

I oi itp, tnt ;tlliul)1ll.

li_l i ,

I r5ilet>Ie ii \1Iul(

Esciarecimento sobre a Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva

\' IL) 's I .

Page 3: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

•... Leitura Compartilhada Por que Estudar HistOria Comportamental?

Sergio Dias Cirino

Pot quc DOS comporramos como DOS comportamos? A Psicologia ainda não tern unm resposta exata para esta pergurita c, na verdade, ë hem possivel que ncni exista unia resposta exata, coinpicta c cahal. Contudo ilao faltam tentati\'as inreressantes de respostas, dentre clas, a da Aná!ise do Cnportamento.

Vcjarnos a seguinre situaco: diantc do COmI)ortanlerlto de d itercnres iitdividuos apos a ingesto de uma siibsrincia observainos qiie enquanro urn dcics explora a caixa experimental, outro crnire respostas de pressao a barra em frequncia cuasc cjue t renttica, ao passo que o coniportarnento dos rcsta n tes nao pode tamhém ser agrupado em uma so categoria. Como explicar tamanha diferenca cntre individuos submeticlos ils mesnias cmdices atitais? Poderia-se atribui-Ia i caracterIsticas hereditárias' A traços psicologicos? Ou qucm sabc a urna forma pcssoal de Sc cscolher enlrcnrar U ilia Situadlo?

A proposra dos analistas do comportamento C a de quc floS COfli)Orta111OS da forina conlo nos comportamos cm funçao de dois grandcs CofljlifltOS de variavcis. Urn dos conjuntos o das \'ariavcis atiiais, (Al scja, das contini.ncias prcscntcs no iiicu arnhientc aqui c aeora (o coiiiputador a minha Irentc, o teldonc que toca, o l)ariLIl'io da Lllaplina de lavar loupa, a iflCliIlX11Cia dc cscrevcr 0 prcsentc tcxto, crc.). 0 outro conp.intC) o das variavcis hisroricas, 00 Scja, das continncias iissadas clue vivi (os textos iuc Ii, as aol-as quc frequentci, as discussOcs das quais J d Patticipei, etc.).

Se o telcionc t )Cl r, por cxcmplo, O lilcu cornportalncnro de cscrcver o prcscntc rexto scni afcrado. Ao ouvir o (ocluc do releloiic tcrci tuna intcrriipcao no inca coiiiportaincrIto de cscrcver - Inesulo qtic inonieiitanca - para tomar a decisao Lic arende-k) oti deixar que a secretaria cictrtn ca atcnda i chamada.

Sc, por turn lado, niio hesito cm ider'uc ificar o qilanlo a inctiinhncia de cscrever o prcscntc lexto ('0 o haruiho prodii:klo clo telefont (variavcis at uais) atctarn o mcii colnportalncnrc) de cscreVer, l'or outro lado. LIiR) C tacil idcnriticar c' quat -uto as discussocs S(hrc ichaviorisnn quc tive liii cincc a11O5 Colli

a aurlica i_Igia e as aulas clUe frcqUentei na liSp (variaveis hisroricas), tanlIm alctam cstc c1np0rta1ilcnfl). Nao ha a LUCOOI duv cIa cR jiic 05 IlossoS colllportarnentos 510 aletadt's ranlo pclas C0Lu1 i1li.tl1cit5ltII',fl5 (RIiit(' pcias cntinciicjas itsrica.A crauidc clticstao aqui e c 'nh' icictitif ic.ir a ml liiiicia das variavcis hisioricas ja quic,

a rigor, elas nao esto mais prcsentes. Vejarnos alguns exernplos que

hem ilustram a quesrão dos cfcitos de variavejs histOricas sobre o cornportamcnto atual. Nao é raro aquele paciente adulto que passou por contingências aversivas na adolescéncia e quc contioua a se comportar corno se tais conringéncias ainda estivessem presentes, mesmo quc niurna analise funcional seja identificado que tais conungências jii nao fazem mais parte do .seu anibiente. Frequenteincnte, na pratica clinica, encontramos casos de lsacicntes quc, nurna situacão de estresse (como por exemplo a morte de urn familiar, urn assalto ou a perda do empreuzo) passa a emitur comportarnentos cjue niio sao adaprados as contungéncias atilais mas que outrora foram reforçados. Urn exeniplo desse fcnOrneno e 0 do personagcm Linus (das estOrias cm civadrinhos do Snoopy): Linus semprc se aloarra ao scu cohertor quando se sente ciii perigo ou em alguina sitiiacão nova. Qtmndo cm perigo, dc regride a 11111

csrado anterior de dcscnvolvimento oil, em ternios comportamcnrais, Linus emitc c importamenros quc no pass-ado foram rcforçados.

Sc quisermos avançar na discussao sugcrida no inicio dcsre rexro: "Por que nos comportamos da form-a corno nos comportalnos?", é iuI'iprcsci ndivel cjue incluarnos n-as nossas ref lcxCes nao apenas as contingéncias atualmente cm vigor mas, tainhém, as contingencias hisrorims. Assiin, acrediro q u c pod c rcinos a u me n tar nossa coniprcensao sobrc os detcrminantcs dos iiOsSOs comportiunenros e, inclusive, sol,'rc os determinantes dos comportamentos d)s pacientes clue nos procurani nachuiica pcdincIoajucia.

Lstudos dos elcitos das variiivcis historicas sobre o coulportamento at ual tern sido eada ye: mais frcqientes na litcratura especializada. Para 0 leilor in reressado erui aprof u ndar seus conhecirneuitos sohre o telna, stigiro a Icitura do artigo "Forgetting the lessons Of his 'ry", puhlieaclo cm 1990 pela auto ra americana Barbara Wanchisen Ncsse art go \'Vanchiscn discure i niportantes cfUdstOeS comb, por c'Neiulplo, a conceit ii:tcño do termo "h is t or ua " para a A Ii ;i ii sc do Comportamento. A prudente sugestao de Wanclitscn é de que inicialniente clisciitaIilos 0 proprio conceito dc variavcis liislricas antes dc ernprc-enderinos c11 lalquer invesrmgacao soi're sects possiv(is etcitos. Sc reStringirIiOs demnais o conceito de ilistoria, correremnos 0 risco de cleiXal' eieullenlos imuul'ortantes tora da anmIisc- c,

por outro lado, Sc ampliarmos d scu conceito, corrcremnos urn outr da histOria passar a funcionar con "lam de ILxo" da ciéncia comportam uuiia depositaria de efeitos qr puderam ser explicados a par contingéncias correntes. Wanchi ainda mais fundo ao apontar implicaçocs para OS estudos de efe histOria para a metodologia da p em Análise do Comportamento, trahaiho clinico e para a impi discusso da continuidacle en espécies. Estas trés implicaçoes do de história comportarnental desu pela aurora figurarn no trecho traci seguir.

Sern dtivicla algunia 0

interessado em Analis Comportamento e em Te (Comportarnental ou Cogi Comportamnental), se benefici leitura do artigo da Barbara Wan. Dc leitura agradavel, o arti \Xlanchiscn e, sem dOvida, urn texto para quem quer conhccer "cfcitos de conti ngências histórica o coniportaniento atual' Se vot vcrsaclo no assunto, consiclero o aqui parcialinente traduzido uma oport on iclade para urna nova rd1 qticm sabe, 0 levantamento de iuestoes. Dc qua1cuer forma, & bc fldluenic)s toclos atentos ao tem além de smia importancia conceitua terna quc vein scndo ampla discuticlo entre aniulista comportamento. 1)essc ponto cR merece discussOes em encontros ccnuiniclacle, coino o que Sc t entre nás em setenibro de 2000.

Para Ler Mais

irino, S.D. (1995) "A Hist( Mao": Anilise • de Proccdiniento Atahça ao dos hjemtos de !-IistOTia R Disserraçao de Mestraclo. I nstitt Psicologia, lJniversidadc de So Pam.

Freenian, T.J. c LanaI, K.A. ( Stimulus c:ont rol of l'ehavu ral h jot on a! of the Expciiiiic 711 u! A no! fh-ham'ucmi, 57, 5-1 5

Tarhan, T c \X1ancliisen, B. Behavioral history: a delinitioii anc common findings from two an research. The l3eliatior Analyst. 2 1 245

Sergio Dias C.irino, dourc Psicologia Experimental, é profe UN IVALE - Governador Valadar l,Jnicentrc Newton Paiva - Florizontc.

- 1 0 il . ' ar -i

Page 4: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

-

•. .........L ViscOn'ce Los Luna

ponde

r cn Psicologia (b Educacio tessor do Progratna de Estu 'os-(jraduados era Psicologia iinend: i\náIis do (.iorn-.

(Id PUC- SP.

A pergunta contcrnpla uas possiveis respostas: a tividade terapeutica a) é ricompativel corn a atividade ientIfica; b) pode ou não ser lassificada C()fl10 cientifica. 'ão ha espaço para ilacoes, mas ale a pena registrar que, a este roposito, tambérn cabe

liscutir se toda a atividade do cientista" e "cientifica" (no que tao acrcdito). Como a saia é usta e não permitc grandes )assadas, you direto ao ponto. ecuso a alternativa a c fico coin b.

Ninguem se outorga o Ltulo de cientista. Pessoas sao econhecidas CO() tal por utna omunidacic, em funcao da .valiaçao, corn determinados ritrios, da sua atividade (no le suas irttençOes, de scu local IC trabaiho, nern mesmo da elevância do que clas fazcrn). 'Jo caso do terapeuta, a situação

mais complicada. 0 titulo de erapeuta est?t embutido no de )sicologo C pode ainda ser ttrilxiido a nao-psicoiogos, em uncao de cursos feitos.

A cornparaçao aqui rctcndida é direta: ninguém é

Ial)ilitado a ser cientista; o itulo depende de capacidade. 'lo caso do terapeuta, corre-se o ISCC) dc misturar as dims coisas: irna vez liabilitado como erapeuta, deduz-se a sua :apacidade comno cientista. A elaçao, I)oremn, estñ longe Lie ser lireta, nia, ate aqili, 0 criterio estriflge-Se a urn reperrorio dc ;oiflportainentos.

ll, porein, outro ispecto a considerar: a natureza Ia atividade do terapeuta é :oinpativel conm a atividade ientifica? A ULCU ver, este

aspeclo que SC coloca no centro Ia nialoria das discussOes sobre

assunro. Mais urna vcz, é ljficii ser discursivo no espaco lisi )fliVel; portanto, resunto iiinha posicao. N> acrediro nt incmpatibilidade. nesre

:aso. SC 0 terapeuta aceitar que a troducao de conlieci niento

parte integrante da atividade profissional, que o seu cliente tern direito ao rnclhor atcndirnento possivel (e que, para isto, nao basta "boa vontade"), que seu aprirnorarnento depende tambérn de produçao sisternittica de conhecirnento, alérn do mnero corisumo de conhecirnento, então sert possivel adaptar o processo de producio as condiçoes concrctas de seu trabaiho.

Du rante anos astrônornos sobreviverarn como- dentistas aprimorando tecnicas de observaçao (grancie parte delas indiretas) em urna sociedadc cientifica em que a cxperimentação era essencial. EtOlogos conseguirarn I mpor urn padrao de atividade cientifica que violava cãnones desta mesma sociedade cientifica. 0 USC) do sujeito como seu próprio controle subverteu a logica estatisrica dos delineamentos de grupo, critério ate entao invioliivei dos editores cientificos.

Nenhuina destas "revolucoes" foi feita sern "derrarnarnento de sangue", mnas tainhem nenhuma delas foi hem suced ida por concessão, por favor. Em cada caso, rnostrou-se que havia criterio, que os resultados podiarn aprcsentar funcionalidacle suficiente para que o "cientista" continuasse operando sobre a realidade.

Em resumo, minha posição é a de que nao ha i ncompat ibi lidade ent re a atividade JO terapeuta e a do cientista, mesmo porque o que define urna pcssoa como cientista C a atividade marcada por compromissos coni determinados principios (IC natureza tcOrica e epi stem ol ogica , all ada a caracteristicas pcssoais (curiosidade, persistcncia, disciplina e respeito). Nada no atividade do terapeuta (oii, intrinsecamente no pessoa dele) 1)eite supor que dc, por principlo, nao possa ser urn cientista.

Acredito ChiC OS

ohSracul)s niaiores a produçao de conhecittiento paralelamnente a atividade clinica do terapeuta Sejam de Ilatureza iltais ci rcunstancial .to quc epistentologica ou mnesmno metodologica.

1._hit prinLei r( I aspectt 1

liz respcito a iLLotivaLao. I Ia

pouco ou nenhum apelo para que 0 terapeuta produza conhecimento e/ou divulgue. 0 cliente paga pelo seu bern-estar e pelo scu descnvolvimento pessoal, nao pelo status do terapeuta. Diga-se de passagem, e pouco provavel que este mesmo cliente se interesse em conhccer os resultados de seu tratamento do ponto de vista "cientIfico" (supondo-se que tenha condiçoes de avaliá-los).

Urn segundo aspecto importante refere-se aos modelos de pesquisa disponiveis e transmitidos durante a formaçao do profissional. A Cnfase da forrnaçao em pesquisa que oferecemos (quando oferecernos) recai (quando recai ... ) sobre fOrmulas a scremn reproduzidas, e não sobre a metodologia como instrumento de tomada de decisão. As "fOrmulas" eventualrnente aprendidas sao POUCO adequadas a situaçao clinica. Estas dificuldades, aliadas a auséncia de urna "cobrança" externa, assumem urn valor funcional suficienteniente forte para extinguir qualquer tentativa hem intencionada de uin terapeuta iniciante.

Os terapeutas que permanecerarn na universiclade tern mnaior prohahilidade (IC SC manterem pesquisando justarnente pelos controles quc podem vir a ser exercidos no interior dela. No entanto, mesmo nO universidacie nos dcparamnos corn a situaçao ha

puco ciescrita para 0

terapeuta: SC 0 aluno não cobrar uma produçao de seu professor (e dc raramente cobra!) e se a iiistituiço nao exigir que dc

produza jo invCs de consurnir para reproduzir, dificilntcnte chegarernos a viver, ita prtica, a indissuciahi lidade ensi no-pesquisaapregoaLia no discurso.

Sâo estes Os

argumentos que me levani 21

sustentar que a resposta ñ pergunta original "o terapeuta C

urn cientista" e urn sonoro depende: do ciue dc inclui dentre OS compromisso Cticos coin o seu cliente, dos seus comprornissos (teOricos e e p1 ste ni ol Og ico s) C 0111 0

conhecinmenro, do 51.121 formacao e da cOn1p21111lia qItC dc escoihe como rlrametro de avaliaçao do sima at uagao!

N 19 - Marco/2 000 I '4'4L.-W I If - IVI(I10J/ LL/L'J

I

Ter

C I*e

Page 5: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

halo Calvino foi urn escritor cubano adotado pela Itilia. Urna de suas obras, "Por que Ler os Clássicos", reOne ensaios e artigos sobre escritores, poetas e cientistas. A respeito de Orlando Furioso, de Ariosto, é dito que se recusa a cornccar porque se propoc a ser a parte inacabada de Orlando innarnorato, urn outro poerna, de Matteo Boiardo. Tambérn se recusa a chegar ao urn, uma vez que o trabaiho de Ariosto, dentro de cada urn de nós, seria incessante. Mas nao e so. Sursafraher que Orlando Innamorato vem resgatar Roland, urn herOi frances, de perIodo histórico incerto. Foi cxatan-ierite dessa passagern dos "ciässicos" que Iernbrei, quando tentava Organizar urna resposta A pergunta que rne foi apresentada, e que da titulo a este texto.

Sobre a possibilidade de se produzir conhecimento, sisternaticai-ncnte, durar-ite a ou a partir cia atividade cilnica, penso que nio se trata de negar e/ou consenrir, apenas. 0 Prof. Sergio Luna ja discutlu a qucsrao, exaiiinando provãveis contingCncias controladoras das atividades do pesquisador e do rerapeuta. Nenhurna relaçao direta corn OS poemas, tarnpoucc) corn os poetas. A questao C que, da niesma manejra que Luna, tambem eli preIiro "pensar em termos de conringCncias". Isso já sugere alguma ligacao (ou entrelacamen to) entre os argumentos dde, OS incus comentários, e o de quem mais se propuser a tOmar csse caminho para examinar o assunto. E por isso, igualnienre, a Sensacio de quc ha sempre algo mais a ser levado em conta. Aprescnrar a quesrio desse niod() e scmpre mais trabaihoso (e tenicroso, quando a aiialisc aponta para urna situaçac) destavoravel). A vantagem csra na possibilidade de, a partir do arra njo de novas conti ngCncias, intervir dc rnancira produtiva.

Parece haver algum acordo em tomb da afirrnac dC ((lie 0 miiis li()rnogCncb nil psicologia clinica e o ifltcresse nil sol ução de problemas concreros. Nesse caso, o Priori ti rio na agenda do tcrapeura C a habiliracao para lidar corn unia diversijade de prohletiias psicologicos. F csse intcressc pragillatico que esrara c,)fl(.ltI:i OJO 0 psicologo na

clinica. Situando a análise flOS lirnites da terapia analitico-cornportarnental, essa diversidade também estará presente nas leituras relativas ao uso clinico de urn conceito chave, o de analise funcional, interpretaclo de modo nern sernprc coerente corn aspectos que delinern a análise e intervcnção haseada neste rnodelo. No caso de sentirnentos, pensarnentos (conhecidos corno eventos privaclos), fartarnente cornunjcados no contexto clinico, a elaboraçao conccitual ainda e fragil e não hA modelos de investigacao empirica para guiar a pesquisa e a intervençao. Mas o que isso tern a ver corn a dl1.lestão que esta sendo discutida? Isso sugere, entre ourras coisas, que ha, na clinica, grande demanda pela producão de conhecirnento conccit- ual, empirico e aplicado.

Relatos de caso sio importantes e devem ser incentivados. E aqul vale a lcmhrarica de clue nao precisam ser regulados pelo rnodelo merodologico da pesquisa basica ; tarnpouco devern reivindicar o status de pesquisa (por outro lado, corno lcrnbrou Sergio Luna, isso nao significa quc 0 psicologo clinico estä dispensado de refcrir seus procedinientos e avaliar seris resultados; e nero de arentar para os aspectos C ticos). 0 problerna surge quando, confinado ao atenclirnento clinico, 0 psicologo Sc afasta do ambiente n d e estão disposr

conti ngCncias quc favorecem a producao de conhecimento. Mas unta rnancira de vencer CSSC obStacuic) - e de contribuir dc modo original - C articular o fazer ClnicO corn urna intcgraçao regular corn grupos que prornovern a pesquisa. TambCrit faz senrido adinritir qtie em quesrOcs mais proximas da intervençao 0 psicologo clinico esteja em condicoes mais fvoraveis de pcnsar e participar do processo de produçao de conhecinreitto. Nessc caso, JCIXiI de ser importanre avaliar a dlllesta () em termos da possibilidade de se rcalizar pesquisa duranrc a OIl a partirda atividade clinica. No Iligar '.iisso, Scrii urn 'esforco conjil nto" (provavel mente Coin gao hos de amhos os lados). Acrediro, ainda, ((tic os possiveis ganlios dJUc 0 ('Sicologo (linico pode

obter ao investir na ativida pesquisa não se resume: interesse de contrihuir c processo de produça conhccirnento. Arrisco que a possibilidade de que i possa favorecer urn rn ciesempenho clinico dcv. considerada. Adrnito que tern controlado 0 corn por tamerlto. Ve atuando ha algurn temp clinica e, mais recenterneni atividade de pesquisa. Part cic urn grupo que tern explc possibilidades de cst conceit uai s, crnpi ric( aplicados, a partir da ten. dos eventos privados.

A convicco de esses estudos devern compreendidos Ct interdependentes e plernentares rios tern perm abordar C organizar co tualniente conjuntos problernas que dizern resç inclusive, a i ntervençäo cli

que inclui a interpret a nr IItico-comporta mental fenornenos tipicarne presentes no contexto clii MCSITIO Sent urna avaliacao consisrenre do possivel irnr dessa iniciativa, urn ganho planejado, inas muito recebido, foi a arnpliacao da de interlocutores ao longo d processo. 0 grupo näo conic) rnera habilirar psicolc a 1azer pesquisa a partir atividade clinica, ni as interchta esse projero. No Ii disso, ate o promove em I; medida. Mas a quesrao nã' esgora flCSSCS comentarios. ora, fica apenas sinali:ado ralvez o produ con heciinento" do psicOl clinico na) cleva ser pens esrri(arnenre em termos de desempenho no interior consulrOrio, mas a partir de participaçao em out atividades associadas, (Olit Ii htieiii C Se nut rein propria experiCncia in tervendlo.

N' 19 - Mara/2OOQ

Page 6: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

Trocando e -n Miudos Superstiçao e Comportamento Supersticioso:

Avaliando o Poder das Coincidências

A noçto dc cornporramento perante certanlente e tima das malores antrihuicoes (IC B. F. Skinner para a sicologia. Esta noçao ilos ensina a olhar ara o papel das consequencias do que lzernos para explicar tanto COIfl()

prendenios algo novo corno paraexptir orque c )ntinuainos agindo de urna aneira ou de ourra. Corisequências do

ue as pessuas fazcin sc responsaveis auto pela acluisicao quanto pela ianutençi'io do comportamento. onttido, é possivel irnaginar urna séric de xernplos nos quais dificilmente oderiarnos sustentar que as

onsequencias que justificarn certas açocs do de fato produzidas pelo que as pessoas izern. (_orno podernos explicar, por xernplo, o comportamento do jogador ue beija os dados antes de urna jogada em usca de Usortefl on de alguéiii que evira leixar o chinclo virado no chäo para cvitar "azar'? C;onio podemos explicar o que

ra(licionalmentc tein sido descrito como superstiço" no comportamento Lurnano?

Urn trahaiho de Skinner de 1948, orn o sugcstivo tItulo de "Superstiçäo" no >oi'nho, é urn horn cXeinplo de Corno urn onjunto de dados experimentais, roduzido nas concliçoes controladas do ahoratorio, pode ter inipitcacocs clevanres para a coi'npreensio de aspectos mportantes do comportamento hum ann. \. partir desse trabaiho de Skinner, :ornportamento "SuperstiCiOSo", na uiMisc do comportamento, tern sido ratado comb Sinonimo de OIflportaliIent() adquirklo ou iiiatltidC) )or rctorçaniento acidental. Podernos falar Ic reforçarnento acidental quando a 1uisição ou a nianutençao do

:om por ramento se dá por tirna reIaço de ilera coincidencia temporal entre urna esposta C certos evenros db,ii1)bjCiit: Neste caso, pd1el1los agim colilo Sc

stiVCsSelfi0S prodtizitlo certas iiodilicaçoes no ainbiente que, na .crdade, nito dcpcndem do quc estamos azendo.

1J m exemplo tiC IahoratOr to pode lust mar a ilquisicLo de comportamento 'sllpersttCibsO'. Imagine urn P)Mbo em ama situaçao experimental: dadas certas :ondiçoes que garanlam que 1

iprescntacaotic alimenro pode funcionam :omo tim retorcador (como a privaçao tic ilimnento, per cxcmplo), a aprcsentacao do iliiiicnte pode rctorçar qualquer resposta jtic () potitho esteja LII! itt lUll) lfi011lclltoS intes. Imagine tli.ic pombo esteja batendo as asas e o alillwilto scja aprescntado logo ciii segttida a csta resposta. A coincitlCncia tetilp(ral tla resposta tie hater ;ls istiS colt) 1

Marcelo Frota Benvenuti

aprescntaçäo do alirnento pode ser suficienre para que esta resposta seja retorcada, C, portanto, outras respostas semeihanres sejarn ernitidas no futuro. Se o alimento for apreseiitado corn trcquéncia, novas relacOes de proxirnidade :t . pora l cntrc respostas e apresentacöes do aliniento so possiveis, o que pode fazer COlil que 0 comportamento acidcntalincnte selecionado pelo reforço se tome ainda mais persistente duranre algum tempo.

Considere urn exemplo do comportarnento hurnano que sugere o efeito de reforçamento acidental: urn estudante bate na macleira trés vezes ames de apresentar urn rrahalho para a classe na escola. Sabeirios clue urn born cicsenipenho na apresentacãO, elogios do professor on dos colegas on ainda umna boa nota nao dependern da resposta de barer na mnadeira, nias o "X" da quesrao é quc podem funcionar corno poderosos reforcadores quc aumentarn a prohabilidacle de quc este aluno se c()mportc de mancira semeihante em outras oportunidades, mesmo que a relaçao entre hater na madeira c as conseqüéncias pcla aprescntaçio na aula tenha sido apenas ile coincicléncta teiliporal.

No lahoratorio, rciacöes sujeito/ainbiente pokm set simnplificadas para investigaçao. Assim, é possivel avaliar :ité que ponto o comportamento que é

estabeleclilo uiiicainente por rekrcaincntoacidental se niantéin ao longo do tempo. Lssaaval açao é illiportantc porcine a partir deLi podemos discuti r corn mais c insisréncia se podeinos explicar as superstiçoes no comportamento lniinaiio a partir do cstabelecineiito de relaccsac idcnrais Jo coI'np()rratitenth cotil certas tiindificitçocs no ainhietite. NI ultos rrabalhos rcalt:ados cli) Ial'oratorio Inostraram tjue n comporralnente estaht'lecido unicamenre por nina rclacao acidental corn rcforcaiiiento tende a ticixam tic ocorrer ao longo tie tempo. Nesse sentido, compor tarnen ros 'sn persti ciosos" stutlados no laboratorie tern "vida curta",

ao passo tine superstiçoeS no CbFfl( irtalnento liti iii a lit) e nvol VCII! comport amenros tjL!e, clii geral, SC mantCm por muito tenipo e estao ate inesino relacionatles cent priricas espccificas de certas ciilt uras title san transmitidas de geraçao a gcraçao. Desre motto, certan cute scria illn exrrapoiacao exagcr;itla eiitcntlermnos e explicamnios as stipersric()es no comportamento liumano tlntCam(- ntc 1 partir da aqtliSiçao C in anttrcnçat tb CornperrinlCllto por m-t miiuenme at:iticntal.

() termno "cornportamncnto superstictoso" sugere nina aproximacao corn o que chamarnos de superstição no comportarnento huniano. No cntanto, retorçamento acidental do comportamento pode cstar prescore em muitas outras intcraçoes do dia-a-Jia que nao sao necessariarnente consideradas corno superstiçOes. Considere, por exemplo, o comportamento de alguém em ii ma paquera. 0 comportarnento (10 paquerador pode se manrer por urn sorriso ou tim olhar ocasional da pessot paquerada. Imagine que 0 sorriso ou olbar teriharn ocorrido por algum outrq fliOtiv() que não tenha qualquer reIaco corn o comportarnento do paqueraJoi M e s m o t e n d o o c o r r i d o intlependenrernente do coniportarnento do paquerador, 0 olhar c o sorriso casuais pocicin passar a controlar 0 SCU

comporranento. Assim, us efeitos de relacoes de reforcamenro acidental, mesmo cnc fcirtuiros, podeni explicar alguns dos charnados "mai entcnchdos" e "faihas dc cornunicacao" que frccjtienternente surgem em interaçOcs presentes cm nina paqtiera, em tuna conversa 1k duas on mais pcSsoas, ou ate mesmo liii interaçao das pessoas corn o mneio inaniniado.

() carninho dos analistas do cornportanicnto rem sido ode mostrar clue rcforçamcnto acidcntal 110 comportamento pode prodtizir coniportarncntos stipersticiosos pque SC

mnantCin por U IT! longo tempo quando tint ros proccssos comportalnentais estic envoivicios em conjUntO corn rcforçanicnto acidental. No cxernphi dc aluno quc bate trés \•CZdS na madcira anre da aprcscntaçi'io para a classe, C

reforçamncnio, na vcrclade, depencleti do, out ros comportamentos, conio estudar preparar a apresentaçimo, etc. 0 succsso n apresentacao provavcliuei)tc fortalect tanto as respostas das quais 0 rcforc depenticu est tida r, etc. comb aquela qut apenas ocorreu temporalmente prOxim ao metorco. Assim, neste cxell-iplo, ( comportamento stipersricioso In t hse r vad (I ei-i-i tim a situ a ç a o d,. rclorçamneiite ticpelitiente das respostas U IT! caso thfcren te daqueic no qua colnportallIcntcs supersticiosos loralT iriitiahnenre clescritos, as situaçñes mu quais refrçainento C independcnte da: respostas.

E possivcl tamleni avaliar relacao entre comportalflcntO governad por regras C Colllporlamcnt( supersticioso. Sabeinos quc regras podeti nao scm cxatas a mnetlltla clUe tiCScreVcU cont ingCncias title nan cormespotidem a dispostas rein amnbienre lt;lqlit-le case

N 19 MLIII

Page 7: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

Uiiif regra desse tipo pode ser: "para conseguir sorte no logo, bcije Os dados antcs cie uina jogada". 0 efeito sobre o conlportainento (IC qucm seguc a regra pode ser muitO diferente caso a jogada leve it urn rcsuitado bum oim ruimn. Se 0

reSultadc) C hon, 1.1111 conportainenro supersticiOSO persistente pode ser o resultado da coiihiriaçao do coritroic exercido pela regra corn 0 controle exercido por retorçaiiento acidental (produzido pelo resultado "born"). Beija r us daclos de iniClo ocurre COiflO funcão da erniSSao da regra. renclo Sick) emitida, a resposta de beijar us dados anres dC urna jogada pode ser refurçada aciclentairnente pela correlaçao acidental corn urn born resultado ocasional ohndo nes cl:iS.

Contuilo, deveinus consiclerar clue a maluria das açOcs ciue caracterizam o engal:uncnto eni muitas das praticas que podem ser ciestritas c:oniu supersuciosas nao poLlen) ser detinidas coino comnportamentus supersticiosos. A exisréncia e it força Lie priticas is quais denomninamnos de "superStiCioSaS" •variatn em funcio de diferentes contextos soclais uu historicos, 0 que sugcre quc Uflia explicacao consistente para estas prilticas deve ser dada a partir da avaliaçau de corno estas priticas torarn sekcionadas por SCS

eteiros sohrc irupos dC pessoas e flat) ncccssariamcnre sobre as pCSSOaS individualinente. Lxplicando meihor a partir de urn exemplo: nii India, a vaCa e const'.lerada sagrada e pouco urilizadapara abate. Assini, em muiras regiucs da India vacas passeianl pelas ruas e carnpos, compartil hando o espacu corn urn a

opiilacao mci qual muitas pessoas pasarn tome. 0 tahu Lie rnatar vacas, o unto cia vaca sai1racla, Pudc ser caracrerizado, aOS IIOSSOS ollios, como umna "supersticao". 0 antropulogo forte arnericano Marvin 1 larris analisou esse exemliplo t Iuz do clue 'cni chiunaiiclo dc marerialismo cultural, ummia abc'rdacemi't ern antrupoloizia avessa i explicacocs e discusscs LIC praticas cult orals cm termnos de signihcados oil estruturas subjacenresas priticas. A respusra de I larris para explicar 0 mito cia vaca sagrada c& tmeça pela coIocaco da ([UCS' da seguimite fliafletra: quais as ViitocflS ifltttctiais cjiic urn dererminaclo grupo pole ohter corn a rnanurençao Lit) tal'u dc imitar vacas I larris idcmititica umna srle cicstas vantagens e salicnra qtmc, entre estas vinm igens, a vac:a viva produ: leite e pode ser utili:acla, evcntcialmcntc, corno umo recurs pita o pagamnento de dividas k tim la:c'n o mli dcir c LilticlildacICs. Os excrc'ilICIitt 's pioclmi:idos pelas vicas ni India sao limganicnte mirii:ados comilo 11i;lt(ri3 prilni dC produic's Ljue Sao cuiiicrciili:adus, t(Jtflailci(t pssivcl unia luirariva rcck' dC inclust na c comercio. Asini, consc'dluc'ncias Ct 'ncrcras para it sohrevivencia Lie Wit grupo comnecam a ipareCer Cunlo explicacao Lie uiiia pritiJa no Itigar aundc amites so Labilmil eXplicaçucs cm mernit's do irracidnal Oil do "liliStiCo".

i(,'dS Likic, CariCteli:ii11 0 flfltc' da Vici

sa r;id!i, d,tmii iiR, 1`150 podium)) titJfldil;is c'iin' coinprtaincnt's iildl) ill , ' ti CI 1 , din,'

comporramentos que sat) aciquiridos oil nlantick)s por relacoes acidentais CO

refurcamento.

A partir Lie tuclo que foi colocado é possIvel concluir que no h1 nenhuma relaçao entre sliperstiçoes e 0 quc chamnamos dc comporramenros supersriciosos? lJma explicacao consistente de qualquer açao humana cleve ser sempre ser dada a partir do efeito conjunto de vaniavets clime esrao na historia da espécie, na historia dc cacia pessoa e na historia da cultura da quai as peSSOIS fazemn parte. Assimn, unia explicaçao consistente para o desenvolvimemttu tie superstiçOes no comportamnento liumano mid) é urnil. exceçio a esra "regra". 0 poder das coincidcncmas que torna possivel reforcamncnto aciclental certamente é urn produro da evoliiçiio das espécies, em especial, é urn produto do iiiodo corno, na. histOria das espécies, surgiu it possibilidacle do process o c ue cha ma ni OS ole rcforçamnento. Na historia de vicla das pessoas oil dc diferentes organismnos, reforcamento acidental do cornportarnento pode ser cunihinaclu a outros processos comportamenrais. Assim, para as pessoils, a rnanutençäo Lie cerras priticas em determinadas culti.iras pode favorecer rnais oil menus a existéncia de supersticues C comportamentos Supc'rsticiosos. i',liiitt) possivelrnente, 0

efeito dC reft rcamnento aciclen ta I pode tornar 0 engajarnento a praticas SlipcnstiCit 'sas airicla inns persuasivo, seja nos momentos em que it pessoa aclere ou se manrému adepta a estas praricas. Nesse caso, em unia escala rnuito major, pode ocorrer algo senielliinte ao que acontece corn a pessoa que seque umna regra cit.) ripo "pita comiseguir Sorte no jugo, bee OS

cladlos antes Lie mmmi jogada". Ao heijar e jogar us ciados, urn 1)0111 resultado pode, ocasionalmente, reforçar aciclenralmente a resposta de heijar os daclos. Em immna época na dual explicaçocs supersticlosas para u ccmnportamento Sau mumito freciuentes e valonizadas, relac('esac iclet'itais (111 flit) corn O anihiente puilem ser clificeis de cliscriminar. Sempre ciue seguimos regraS supersticioSas, relacöes baseadas unicamnente em coimicidéncias entre nossO compurtarnefl tt) e rc'forçaclores podemn ser responsavcis pela ni a nUteflçat) do cunipctrtamnento pun 011) longo tempo.

l)esra maneira, parece que hi realnicmtie uma dilerenca importante entre o clue, na anilise do coniportamento, rein SiLl o clii ni ado dC conipon ti lilt. mitt) "suipersticioso' C 0 cjole cliamiiiifli()s dc Sulperstic('Cs no ('('mporramentu humino. i)it Ic ii mc n te pocicmflos 5 umgcri F cjUe Supc'rsm ictes possarn ser expI icacias ulnicifliemite pulL) deitit tie rclaçes aciclen tais Lit) comportamenro Loft rctorcami1cmitd). Conrui1lo, ate onde ji sahemos, nuforcaniento acidental Lit) comitp rtanicnrt) 1,0tiC oCorrer em diversas situiaccs, e a disctissat) dit) efeito conjumfltt) Lie netoncamcmito iCideflt)l COOl omirros procussos conil"( 'rtamnentais pode assim ajoclar it cxphcar muitt o ispCctOs do Comnpt ri anicnrd) hunitnt' gencricaflicute ddi)(Iiuii1iLlt)5 LIC idlid)ssim)crIiicos tim

C04e N" 19 Morco/2 000

"supersticiosos".

Para Ler Mais

Benvenuti, M. F. Reforçaniento ic e cc)mportamentc) supersticioSo Kerbauy, R. e 'Wielenska, R. (Orgs. Coniportamento e Cogniçao, Vol. Paulo: ARl3yres (no prelo).

Ferster, C.B.; Culherrson, S.; e Bot C.P. (1968/1982) Principi Corn pan amenmo. Hucitec: São Paulo.

liarris, M. (1974) Cows, Pigs, Wt

Witches: The Riddles of Culture. R House: New York.

Malotr, R.W. (1988) Rule.go' behavior and behaviorai antropolo BehaviorAnalyst, 11(2), 181.203.

Skinner, B.F. (1948) "Superstition'

pigeon. Journal of the Experi

Psychology, 38,168172.

'vtarcc'lo 17-01a 13cm enutt, niest Psicologia Experimental, é cioutc Ciii Psicologia Experiment; TIn iversidade tie São Paulo.

E41 4Z(efti

Livros

Sem Medo de Ter Medo

Tito Dias Pacs Lerne Editora Casa do PsieOlo;

Compreendendo Psicolo, Urna Experidncia na Forr

de Educadores

Alex Moreira Carvalh Editora C) Nome da Ro

Eventos

Visite nosso site par inform açOes sobre evei t-ittp://www.abpmc.or,

Page 8: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

Urn Pouco Sobre AdivinhaçOes e Bruxas

Hclio José Guilhardi e PatrIcia Piason Queiroz

Muitos comportamentos cotidianos apresentam propriedacles que estimulani a iTllagiflaca() popular para procurar sua possivel explicacao nos redutos misticos e migicos, 0 que lhes confere, e a quem as propoem, poderes e significados especiais. Ernie tais comportanlentos cstao prever alguin acontecimentO ou adivinhar o clue urns clererminada pessoa cstñ pensanclo ou fari.

Uina criteriosa anilise dos eventos ambientais que c)ntr4 o&comportarnentos hurnanos pode elucidar as dèterrninacocs de pelo menos pane dessas classes de comportarnentos.

Urn ciclista comenrava intrigado que tinha urn "sexto" sentido, que ihe dizia quando seu pneu iria furar durante urn percurso. Segundo sen relato: "Não sci bern o porquê, rnas de repente comeco a pensar que daqui a pouco mcu pneu vai furar e não dá outra... Parece que adivinho on que men pensarnento provoca o furo."

Pars emender o que, de fato, ocorre nessa circunstncia hil necessiclade de Sc atentar ao hrnitado rigor de ohservaçao do ciclista. Assim, dc deveria relatar tambërn quantas vezes pensou que o pneu iria furar e não furou, hem como quantas vezes furou scm que ele rivesse previsto isso. Embora, urn pneu furado seja, em geral, aversivo para o ciclista, a funcao do furo pode se invcrrer neste caso C Sd tornar relorçaclor positivo: pensar clue 0

rneu vai furar é reforcaclo ieia "adivinhacão" (o pneu furou), inclependente de ser avcrsivo ou nio ter que troca-lo. Nests anilise, 0 que Sc deseja enfatizar é que 0

cornportamento do ciclista poderia estar sendo mantido, supersrictosanente, niim escinelna de reforcarnento positivo intermitente, possivelniente VI Sc 0 furo tiver sna probabilidacie anmentada pela passagem do tempo (envelhecinienro do material); ou VR se a probabilidade do pneu furar for dererminada pelo sen uso; ou por ambos.

Ourro angulo possivel de análise sugere que o ciclista pode estar ftzenclo urns chscriminacao temporal: apos urn cerlo tempo de 1ISO da bicicleta aumenta a prohahilidade de ocorrncia (IC urn Into, hem conlo anmenta a prolabilidade de pensar que o pneu vai furar. Nesre caso, a relacio supersriciosa entre pensar no furo e a ocorréncia do incicicnrc previsto é altamente provavel C

pode "explicar" a intcrpretacao clue o ciclisra da sobre seu poder magico de provocar furos em pnens (da sos bicicieta) at raves do pensarnento.

C)ut ra possibilidade sugere que o ciclista pode estar respi'ndendo a estinuilos gcrados pela propria bicicleta, mas clue por terem urns caracteristica incipiente, n'to se tornani claros a ponto de adquirireni urns tnncao discrirninativa "consciente". Assim, o pneu pode estar mu rcha ndo lentamente prod uzi udo estimnlaces propriocepti\'ilS durante 0 pedalar, tao SutiS que nan controlarn o comportanlento dc dizer o pneu furon", toss evocam dos perceptivos precorrentes qtic poderiarn ser verlxilizados internamente doom "Sinto clue a cm a lqt icr momento o mmeu r dc furar". (Pars esta anilise nic sio ccmsideraclos controies ailibi(Intilis cvidicnrcs conio pregos, pedras, cacos de vidro us estrada, j:i que os comportamentos do ciclista em relaçio so pt-ten ficariant sob urn controle deestimitoexplicito.)

iJina auiilise da mesnia natnrcza se aplica so contportainent dc "adivinhar" o pensamcnto de outra r'ssoa. E utna questao Lie controle Lie csnniulos: doss l:sssoas corn historias Lie contingendias de reIorçaincnn) seinelhantcs rcnderio a responder da inesnia mancira sos mesm '5 ezti mitios. E c que, possivelink,mc, 1 >c& rrc cuanlo doss a iii gas SC cot rd1 llia in d nrante t ni a tests e 10115 SShC 0 dIne a 0111 ra eta pcflsaildIo c1uando chega nina deternu nada pessoa. Assim, por cxcmplo, aml'as a,

"Nio acreclito cot brnxas, mas clue existem, existcm-.."

arnigas respondern dc forma sernelhantc ao tipo de roupa que Ihcs C aversivo (cafona, brega, dc man gosto, "perua" etc.) e so que Ihes e reforcaclor (die born gosto, discreto, charmoso etc.). Quando urns pessoa chega vestida de forms a se enquadrar numa on noutra classe de esrimulos de roupa (brega on born gosto) a rcsposta das duas arnigas, clue fica sob controle de tais estimulos, pertence a rncsma classe. Urns rãpida fofoca ("VocCvin a "perua"?") procldiz nina consequCncia social explicita que reforca, em ambas, a adiequaçao da discrirninaçäo fcita e mantCm urns "lendo" 0 pensamcnto da outra.

0 mesmo raciocinio analitico se aplica a outras classes dc comportamentos, mesmo maiS sofisticados, e a outras classes de estimnios, inclusive mais suns. Uma pessoa aca dizer a outra: "Sei como vocC se scnte por perdier sen ernprego" pode estar simplesrnente emitindo urn comportainento verbal protocolar ou pode estar realmcnre "adivinhando" os sentimefltc)s, pensamentos etc. (ott meihor, adivinhando as classes de sentimentos, as classes de pensamcntoS etc.) do amigo, desde clue ambos estejarn responciendo a mesma classe de cstimulos (perda de emprego) corn histOrias de contingencias de reforcamento funcionalmente semeihantes.

VC-se, assim, que o ser humano aciquire hãbitos verbais inadlequadios, tatos disrorcidos, pois descreve farm scm se ater estritamente a realidade atual. Mais clue isso, tents tornar concretos os processos did interação interpessoal, que passain a ter inclusive poderes para airerar a realiclacle material. Essa meramorfose dos processos se fit:, primeirarnente, cIando-Ihes nonics inventadlos on unetaforicos (por cx., "sexto senncIo'), posteriormente, at ribuindo-Ihes uma materiahzação ficticia (por cx., utihzando termos conto "energia", mesino (Ine seja mental!) e, finalmente, postulando que des rem nina funco explicativa (o episOdio comportaineuttal ohservado foi cadisadO pelo "sexto senrido). Hi ncccssidacie de se analisar as conttitgcncias (IS cOn)tlnidiadle verbal responsaveiS pela instalaco e manutençaO dessas disrorçOes e nat) pesquisar, essencialinente, os frutos delas (i-to caso, invesuigar o sexto sentido).

Näo e inuito diferente qtiando se huscarn as causas do coinportamento de tima pessoa cientro dela propria: as "causas" internas. Tonic-se conio exeuflplo 0

constructd) 'Otitadie. Atrihut-se zi "vontade" a Iuncao de dlttisctr determinados comportamentos. () tiso d'OtidhSflO da vontadle comb cansa toriiou-se tad) cornidluciro que se esdmnecdli que, descic a sos origem, cia nunca deixou de ser una pt !ti'rn, a qual se vem at ribu i ndo trbttrartn men cc a propriediade Lid cauSar comportamentos. A "vonrade"

assm, translorinada pela comuntdadie verbal numa "coisa" ganhou concretitude. materializaçiio coitlo se fosse urn evento fisico caps: Lie mover o corpo humano em algu ins di redjo. A aflalogia coin o conceito Lie forca na Fisica C cvidcnte. A c-xpressao forca de vontade iiustra ii fit is mao i raiflaticameilte a pretendida proxi mnidade corn 0 miiodcio daciueia ciCncia, dine tern a forca centrilctga, a Inrca centripeta, a forca Lie gravidadic etc. Na Pisica tais forcas podem ser expressas por formulas uuiatcniaricas e serern ciescriras e mnanipiiladas pelo pcs(juisadior, did maneira ii pdriuitlr cont indiscutivcl precisao a prcVisa> e controle dos riloviflentos dos corpos i'm elas gerach 0 illesiflo Stat diS list) pOSSUi 0

conceik) "forca de vontade , impossivel de ser cxpresso nt atcmaticanieiltc. inacessivdl a cjnalquer controle C,

C(>m) tal, CXCIIIiLIO do mhito da ciencia A aceitaçio de

N 19 Março/2000

Page 9: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

cOnStUct0s Como 'vontade" corn funcao explicativa, desvia a atençao dos verdadeiros determinarites dos cornportarneritos. Indifcrcntes a essas consideraçocs, as pessoas parecem satisfeitas corn explicaçoes das açoes hurnanas pela "forca de vontade", ou corn seu oposto, a auséncia de iniciativas, pela falta de "forca de vontade". Prontaniente, porérn, essas mesinas pessoas Sc espantarn corn a inOcua efiGicia da "forca de vontade' quando se depararn corn a necessidade de localizá-la e rnaneji-1a para alterar cornportarnento. Quando "vontade" passa a ser substituicla por contingéncias de reforcarnento positivo e "falta de vontade" por cxtinçäo ou puniçio ha ganhos indiscutIveis: o comportarnento hurnano pode set previsto e manipulado.

A inc1uso de eventos mentais hiporeticos para explicarThn1yOf?iehto humano é difundida mesmo entre profissionais da Area. Note corno o conceito jungulano de sincronicidade foi empregado por urn psiquiatra: "Urn cienrista inaduro, respeinivcl e altainenre cético que se analisava Cornigo mc contou ha pouco 0 seguinte incidente: Depots da nosSa tiItima sessio, o dia estava tao bonito que decidi it para casa contornando o lago. Corno vocé sabe, a estrada em volta do lago tern rnuitas curvas fechadas. Esrava me aproximando talvez da décinia dessas curvas quando, subitaniente, rile ocorrcu que urn carro poderia estar vindo correndo em direcao conrraria no meu lado da estrada. Scm nenhuni outro pensamento, (red vigorosarnenre meu carro e parci. No niesmo instante, realmenre urn carro veto a toda, Will

suas rodas ultrapassando a linha arnareta mais de urn nietro e oircnra, C que por poilco [tao barcu em mirn, emb()ra cu cstivesse parado do nicu lado da estrada. Se en nao houvesse freado, a colisao rena sido inevirável. Nio sci 0 que me fez panar; poderia t6lo leito em dü:ias dc outras curvas, mas nao o liz. Jil passara por aquela estrada niiutas vezes e, embora soubesse cjue era periiosa, ruinca liavia parado ames. IVIe pergunto se niio existern realnientc tnansmiss-ao de pensamenro C coisas do gCnero. Näo tenho nenhurna outra expbicacao." (Peck, 1994). 0 autor do relaw ao caracter-izar seu clicntc como "urn ciennisra rnaduro, respeitavel e altarnenrc cCtico' indtiz 0 bettor a aceitar o argurnenro da sincronicidade, usando 0 Sell pTOprio depuirncnio sobre as qualificacoes do narrador como evidCncta de autonidade deste para evocar a "rransrnissto de pcnsarncrno e coisas do gencro como causas de comportamento. Trata- se de urn exemplo da mancira Cumo a cor nun rdadc verbal (rIO CaSO 0 terapet itt) nitaneja contingCncias para corn molar o conportaInento do ouv ii) te (on bettor). A ciencua nño progredju aceitando auirnnacoes on opinroes de iurtoridades, nell) dos cientistas mats reSpeitil'e1S, come Onica evidCncta de fates da reauitlade. As cOlic!I.ISOCS cienuficas So SilO

aceitivers quando drivann da aplicacao Sistciiiijtica .ios nicto,los da ciCncia. A concttisso reLitada lol enii.incuada pelo CliCflie, nao pelo .ICntisia, jã que conlo Cientista dc nao lana lab afimnnacao! I ndo 3161), conClniu-Sc no nehato, entao, que o itR )t( )risra sent nenhit iii s irni I t'XphiCttt), por razocs (lescon-Illecidas (as leis aincla obscuras iii sincronickhaje), pareu o carro, 0

que lhc lena salvado a vida. () lato ic hue ter sido rehatado nenhum

"sinaI explicito" nao sigriifica que 0 mon 'rista, 110 iTioIflC[tto CIII parou, [tao estava sob

alguni controle de estirnulo, possiveirnente sutil (e, certarnente, näo a presença do outmo veiculo, pois neste caso a sincronicidade não seria evocada) nao identificado pelo cliente, ou não pesquisado pelo terapeura. Assim, o componrarnento do motonista poderia ter sido controlado por urn ou mats dos seguintes tipos de eventos: C) velocirnetro, sinais advindos do movirnentO do carro (vibracão, ruidos crc), sinais propnoceptivos oniuncios do seu pmOpno organismo em vebocidade, irregularidades na pista, sinais ambientais que podern ter controlado sua arenção (afinal, "o diii estava bonito.....), caracterisricas do percumso (.....me aproximando talvez da dCcirna des.sas curvas..."), fluxo de trafego em sentido conrranio (por cx., [tao ter cruzado corn nenhuni carro nas curvas aumenta a probabilidade de "esperar" urn veiculo na prOxima) etc. Em surna, a nao identificacao de estirnubos que, provaveirnente, controlanain a panada do veiculo nao sigriilica que des nao estavarn pmesentes e nern que deixararn de contmobar o cornportamenro do nnotorista. Respondernos ts contingéncuas de neforçamenro, mesmo que nao saihamos idcntificui.las, nem descrevé-has verhalmente, sahicntou Skinner (1974). Neste sentido, 0 connnoic de estunulos to qual respondernos pode Sen "inconsciente". Dc qualquer maneira, fonam sugeridas algurnas possibililades que deveruamn ser investigadas allies de se propor nina cxphicacao inenos arcnlIontosct, comb C 0 case dii sincronicidade.

Uma atitude busica em CiCncia C optar pela exphicacao ruins simples lentre dttas hipoteses que exphtcam os dales corn a rneSrna eficiicua.

Para nina avabiacño mais cornpieta dcsre exempho tie sincronicidade hil ainda questoes a semem responibidas: qt.tantos motonistas emil curvas perigosas nih) paranarn e nao cmnzanam corn ye len los na con train ao? (Nova sincronicidade'); on panararn e não havia nunguCmii na sna pista em sentido oposro? (Fabsa sincronicidade?); on soInenann o acidenre? (AusCncia de sincronicidade?). Outra vez, a eonnnnidadc verbal exence o sen papeb: C illais reforcador dc.screven nina hhistOrua ciuc envolve uma lorca misteniosa - a sincronicidade . que salva vidas do citte fazer nina clescricao mneticulosa, tnibalhosa e, possivebmente, menus gratificante, <pie de coma das vaniaveis ambientais ciii operacuo.

no sCcuho X\'11, Francis Bacon assim se eXpresson: A cornpreensao !tnrnana nao é

(till exarne desi ttenessado, mas recehc mIusöes b;i vontade e dos afetes; disso se oniginant

clencuas que pe<lcrn sen chamadas 'ciCncias confonmnc a nossa 'eitnacle'. Pois ttmu btomemll acredira mais fciinienrc ItO Clue goStania (bIle l,iisse verdade. Assun, dc rcjettut coisas dificcis peha imputciCncmut dC pesquisar; COiSaS Seilsultuts, ponqtte ti un niucitt a esperanca; as coisas iltais profundas L11 nat ittez;i, P° supersticulo; ut In: dii cxpeniCncua, por amrogãncua c orgtthhio; coisas ChIc nao saO colilttiTteilte aceitiis, por Iclerencia a opinuao do vulgo. Em surna, in(tmnenas são as maneinas, e as vezes Impercepriveis, pebas t.Ju:tis osafetos coboreni e contaminant o enitendmmenito." (Bacon, 1620).

I Ia viinmas qucstöcs Jue prl.cIsutmll sCm nespondmdas: Per (Inc csphicac(eS nttãgicas cxenceni tanto fascinio sob'rc as pcsst as? Comt contungCncias clesta n:tthmre:a 6 rani Scull, i11o4.haCl;ts mlii cultiuna e n);tfltjjjs? Ha alguinut ua:utoje Sol'mcvm\Cui t a tn:t , iuihjvi.bu, oil

N' 19 MarctV2 000

a cultura no uso de "explicaçoes" qüe af pessoa da oportunidade de entrar em corn as reais contingCrtcias que contt comportamento? A anälise do comport caminha, rnuitas vezes, na dimecão o tmadiçoes da cultuna e Sc insere no cientifico para huscan e propor explicaço modelo C plenamente aceito em algurnz mas frequenternente mejeitado na Psi "Apesar do quanto possamos ganhar ao que 0 cormtportarnento hurnano C objeto de urna ciCncia, nenhurna pessoa que pnodnto da civilizacão ocidental pod pensan sein urna certa luta interio simpbesmente, não queremos esta c (Skinner, 1967, p.1 3).

Skinner propôs, claramerite, rnelhon ficar scm unia resposta apresentar urna que seja unadequad cientistas clescobnirarn tanibCni o valor scm nina resposta W. que nina satisfatOr sen encontrada. E urna hiçao dificil. considerãvei treino evitar COfl(

pnernaturas, deixan de fazer afirrnaçoes provas scum insuficienres e de dam exp qite sejam punas invencionices." ( 1967, p.16). A cukura, em parth comnnidade verbal, selecionamá Os

comportamnentais de explicaça cornpontaunen tos hu rnanos que sobre' Espena-se que selecione aquehes que contribttunão para a sua sobrevivCncia.

lkx-le-se 1150 acreditan cmii bruxas ehas exisrem sirn. A chave do cnignr identificti-has encontna-se nurn refc cc'nceit<tal e de anuibise hastante esç itqucle que define o comnpontannentc objeto de estudo. Ao usi-lo as bruxas se reais. Exisreni sim, mas sua natureza frttstracão! - nao é a mesma natun bruxas ciue a tocbos fascinain, ao mesm tine assustam. Não são cnn conpenificadas, mas eventos comportam a senern explicados. Assini scndo, nao ndcpendenternente daqueie clue nelas in

Para Ler Mais

Bacon, F. 0 620) Novurn Onganum. Sagan (1996) 0 Mundo Assornbrad DemOntos: A CiCnciu Vista couno urn 710 ESCUTO. São Paulo: Ciii. das Letmas

Peck, M.S. (1994) A Trilha Pc'rcornda. Rio tie Janci no: I mago

Skinner, BE. (1967) Ciën Coin fiort a men to Hunt oito. Brasilia: I l..jnnvcnsidahc & Brasilia.

Skinner, B.F. (1974) Sabre o Bc'havi Sa- F'ahtlo: Cubtnix.

hello José Guilhardi, mests Psicologia Experimental, é ten professor e diretor do Institu A nã!isc de Coinportament Canspinas.

Patricia Piason Queiroz C terap supervisora do I nstiruro de Aná (om1iportan1ento de Cauiipinas.

Page 10: :ç fllfl.lk :r - ABPMC - Associação Brasileira de ...abpmc.org.br/arquivos/publicacoes/14600504511a64b2bf1371.pdf · interlocuçao entre o pesL]tmmsador e ... ABPMC Contexto e

HEMINGWAY PARA ANALISTAS DO COMPORTAMENTO

Sob Controle de EstImulos em Paris

Era maravilhoso descer os ion gos lances de escada sabendo que rneu trabaiito correra hem.

Eu semprerabdthava ate que tivesse alguina coisa acabada e parava quando sabia o que iria

acontecer depois. Desse rnodo podia ter a certeza de cant inuar no dia seguinte. Mas, as vezes, quando iniciava urn nova Canto e nño acliava jeito de continua-b, sentava-me junto ao fogo, espremia flciS

chamas as cascas das J)ccjuenas laranjas-cravo e espiava as faguihas azuis que elas faziam. Levantava-me, punha-me a conternplar Os teihados de Paris e pensava: "Não te aborreças. Scm pre escreveste anres e has de escrever agora. Tudo a que tens a fazer C escrever uma frase verdadeira. Escreve a frase mais verdadeira que souhe'res". Assim, finaimente conseguia escrever uma frase

verdadeira e avancava a J)artir dai. A coisa nay era tao difIcil, nessa Cpoca, porque havia sempre urna

frase verdadeira que eu conhecia, tinha lid0 ou ouvido alguthn dizer. Se começassc it escrever rebuscadarnente, ou como Sc estvesse defendendo ou apresentando algiuna coisa, achava logo que

podia cortar estes fboreados ou ornamentos, ;oga-ios fora, e come car corn a primeira proosição

af!rmativa verdadeira e sirnples que tivesse escrtto Fm La noquic quarto que dLLLCI1 LSCTLVLT urn LOTttO aceca de cada coisa que conhecesse r€almente hem Era o que me csforçata por fazcr \Lmprc nietodo cOflstttuIa uma boa e severa disuplina

Foi naquele quarto, tarnbCm, que aprendi a não pensar rnais sabre a que estivesse escrevendo.

Desde a momento em que parasse ate come car de nova, no dia seguinte. Desse modo, esperava eu, a

subconsciente ficaria trahaihando no assunto e, ao mesmo tempo, eu dana ouvidos as out ras pessoas e percehenia a rnundo em tomb de rnim; est aria aprendendo, esperava eu; podenia icr muitos iivros, a firn

de nao me obcecar corn meu prO prio t-rabalho e tornar-me impotente para fazeio. Descer as escadas quando tinhu trabaihado hera - que nequenia tanto de sorte quanta de disciplinu - era uma sensacão maravilhosa e sO entao me julgava iivre para andar a esrno em Paris.

Hemingway, E. (1991) Paris e uma Festa. Civilizaciio Brasilcira: Rio de Janeiro. Traduco do original de 1964.

Reproducio autorizada pela Eclitora.

Iragmento publicado no The Joumnil of Experimental Analysis of Behwior (1989), .5!, 2, p.253.

ABPMC Associaçao Brasileira de Psicoterapia e

Medicina Comportamental

R. Josefina Sarmento, 249 - CambuI - Campinas - SP CEP 13025-260 - Tel. (19) 253-6833/2.53-6612 - Fax (19) 25.3-0800

Visite flOSSO Site: http://www.abpmc.org.br