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1 COMUNICAÇÕES . JANEIRO DE 2014 COMUNICAÇÕES PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL JANEIRO 2014 • ANO LXI • Nº 01 Paz em 2014 Frei Claudinei C. Bustamante * 1988 + 2013

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ComuniCaçõesPROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

JANEIRO 2014 • ANO LXI • Nº 01

Paz em 2014Frei Claudinei C. Bustamante* 1988 + 2013

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Província Franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br | [email protected]

SUMÁRIO ________________________________________

mensagem do ministro Provincial- “A Fraternidade é a face humana do amor de Deus”......................................................................................................................................................................03

Formação Permanente- “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”, mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz...................................................05- No CPO, Ministro Geral pede mudanças......................................................................................................................................................................11

Formação e estudos- Renovação dos votos de Frei Brayan no Pari..............................................................................................................................................................................19- Tristeza e alegria em Rondinha.............................................................................................................................................................................................20- ITF: Mais próximos da Profissão Solene...................................................................................................................................................................................21- ITF: Os novos teólogos..................................................................................................................................................................................................................21- Renovação dos votos em Angola............................................................................................................................................................................................22- Primeira Profissão será no dia 3......................................................................................................................................................................................................23- Conheça a turma de noviçosem 2014............................................................................................................................................................................24- Aspirantes fazem retiro em Agudos..............................................................................................................................................................................................26

sav- Convento Santo Antônio do Rio: o último encontro do ano.....................................................................................................................................................27- Convite: Ordenação Diaconal de Frei Marcos Prado dos Santos............................................................................................................................................27- Alegria franciscana dos vocacionados de São Paulo...................................................................................................................................................................28

Fraternidades- Jubileus: Ação de Graças ao Doador da vocação.................................................................................................................................................................29- Regional Baixada-RioChurrasco, chuva e muita alegria................................................................................................................................................................32- Educação: FAE tem a melhor avaliação do MEC, em Curitiba.........................................................................................................................................32- Regional Leste Catarinense..............................................................................................................................................................................................................33- “Eu te desejo”, poema de Frei Walter Hugo de Almeida..............................................................................................................................................................33- Mostra de Presépios de São Paulo chega à 24ª edição.................................................................................................................................................................34- Trinta presépios na Mostra Internacional de Santos...........................................................................................................................................................35- PVF: Benfeitores se encontram em Niterói.....................................................................................................................................................................................36- “Janeiro vem”, poema de Frei Walter Hugo de Almeida..............................................................................................................................................................36

evangeliZação- Centros de Estudos Franciscanos Superiores realizam encontro em Bogotá......................................................................................................................37- Sefras no encontro de Fé e Política...............................................................................................................................................................................................38- Natal no Sefras...................................................................................................................................................................................................................................39- Dia do voluntário no Sefras..........................................................................................................................................................................................................39- Ministro Geral escreve mensagem no Dia Mundial de Luta contra a Aids......................................................................................................................40- O Natal em Tanguá...................................................................................................................................................................................................................40- Frente da Comunicação inaugura novos espaços para gravação.............................................................................................................................................41- Lançamento: “O Cardeal da resistência, as muitas vidas de Dom Paulo Evaristo Arns”............................................................................................................41

notícias do deFinitÓrio Provincial- Encontro realizado em São Paulo, de 9 a 12 de dezembro de 2013............................................................................................................................................42

Falecimento- Frei Claudinei Cananéa Bustamante.................................................................................................................................................................................................48- A Profissão Definitiva............................................................................................................................................................................................................................49- O emocionante agradecimento dos confrades de Frei Claudinei............................................................................................................................................51

agenda......................................................................................................................................................................................................52

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MenSageM ________________________________________

Caríssimos irmãos e irmãs,

Iniciamos o ano novo com o clamor do Papa Francisco: FRATERNIDADE, FUNDAMENTO E CAMINHO PARA A PAZ! Texto que publicamos na íntegra neste primeiro número das Comunicações de 2014 e que me inspirou a escrever esta mensagem. Portanto, no mesmo embalo, na mesma aspiração de comunhão universal e consciência de que todos somos ‘irmãos que devemos nos acolher e abraçar’, minha fraterna saudação de Feliz Ano Novo, de Fraternidade e de Paz!

Para nós, Frades Menores, o conceito ‘fraternidade’ não é novidade, uma vez que o professamos exatamente porque se encontra na essência do nosso carisma: Frades Menores, i.é, irmãos (fratres) que vivem, partilham e condividem a vida no espírito de minoridade (minorum). Daí a identi-dade comum nossa: ‘Frei/Freis’. Contudo, esta identidade comum que antecede ao nosso nome próprio, ‘frei’ (irmão que vive em fraternidade), de forma alguma pode amainar nossa consciência franciscana vocacionada a construir fra-ternidade, como uma mera congregação de ‘freis’. E mais: se honestamente nos confrontamos com os apelos e o clamor do

“a FRaTeRnIDaDe É a FaCe HUMana DO aMOR De DeUS”

Papa Francisco no alvorecer deste novo ano de 2014, FRA-TERNIDADE, fundamento e caminho para a paz, devemos reconhecer que ainda nos resta um árduo ‘dever de casa’.

Por isso, no início deste Ano Novo, convido a nossa Fraternidade Provincial, as nossas Irmãs Clarissas e Con-cepcionistas, a Ordem Franciscana Secular e a Jufra, enfim, a cada irmão franciscano e irmã franciscana, de fato e de coração, a sermos os primeiros protagonistas a abraçarem com entusiasmo esta nova “cruzada” convocada pelo Papa, perante a qual possuímos uma responsabilidade que emana da nossa vocação franciscana: FRATERNIDADE, fundamen-to e caminho da paz.

São Francisco de Assis, depois de experimentar a mi-sericordiosa paternidade divina ao lhe conceder irmãos que ele devia acolher e abraçar na fé (‘O Senhor me deu irmãos’) e após ter compreendido que a mesma paternidade divina se estende por sobre toda a criação que ele acolhe e canta como mãe/irmão/irmã no Cântico das Criaturas, evangeli-camente nos ensina que devemos reconhecer “a paternidade transcendente” como princípio da verdadeira fraternidade: “Todos vós sois irmãos... pois um só é vosso Pai, aquele que

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está nos céus” (Rnb 22, 33). Francisco de Assis, homem com os pés no chão da verdade, experimentado na cruel história dos muitos conflitos da sua época, quer viver a profecia da paz em fraternidade e a partir da fraternidade. Daí o seu contentamento com a chegada dos primeiros irmãos que, “com a colaboração do Senhor, abraçaram de todo o cora-ção a salvação juntamente com a paz, tornando-se também eles filhos da paz e desejosos da salvação eterna” (1Cel 23). Portanto, para haver paz, antes de tudo torna-se necessário aprender o que significa ser irmão/irmã. Este aprendizado só é possível quando acolhemos o irmão como um projeto de Deus, sabendo que neste irmão existe a ‘vocação original para ser filho de Deus e viver a fraternidade’.

A Ordem Franciscana, particularmente nas últimas duas décadas, muito insistiu na importância da Fraternidade, enquanto visibilidade e transparência do nosso carisma. Há 20 anos, no encontro dos moderadores da Formação Perma-nente (outubro de 1993) afirmamos que ‘a fraternidade foi a grande descoberta para a renovação de nossa identidade’. E ainda: ‘A nossa vocação à fraternidade implica algo mais: compreender-nos dentro da história e da Igreja a partir da fraternidade’. Quais das nossas fraternidades não possui na sua biblioteca conventual o belíssimo subsídio formativo de 2004, com o sugestivo título “Todos vós sois irmãos”?

Pois bem! Quando falamos em fraternidade, todos estamos conscientes que em muitos aspectos crescemos, evoluímos e amadurecemos. Mas também, se honestamente formos críticos de nós mesmos no contexto atual em que vivemos, devemos acolher e consentir que os grandes desa-fios elencados pelo Papa Francisco também são as ‘pedras do nosso sapato’ quando tratamos dos princípios da nossa vida em fraternidade, e fraternidade-em-comunhão. Quan-do nos deparamos com as nossas fragilidades humanas, quando reconhecemos que ainda não geramos o ‘bem da paz’ em nossas fraternidades, perfeitamente sabemos das consequências doloridas!

As inconsequências, as posturas fratricidas, a nossa improdutividade no amor fraterno, a nossa teimosia, etc., nos tornam amargos de espírito e petrificados de coração. Imaginamos evangelizar, mas o nosso testemunho não passa de uma evangelização egocêntrica e vazia, com muito do ‘eu’ e pouco de Deus. Dessa forma os valores evangélicos permanecem ofuscados porque também somos tentados a compactuar com as injustiças, as guerrinhas internas e frias, a ganância e a apropriação do poder e do ter. A ‘ausência da cultura da solidariedade’ e a ‘globalização da indiferença’, verdadeiros ‘diabos’ da pós modernidade, podem atingir a fraternidade na essência da sua vocação.

E continuo a me perguntar: não estaria faltando também a nós franciscanos/as, imersos no muito ‘fazer’ (e por vezes um fazer pouco produtivo!), a referência de um Pai comum? Ainda estamos dispostos a proclamar na fé o elementar da nossa comunhão fraterna que é a presença da ‘Paternidade Transcendente’ nas nossas fraternidades?

Acredito firmemente naquilo que sonhamos e mu-tuamente nos desejamos no dia 1º de Janeiro: Feliz Ano Novo! Feliz, porque acreditamos na possibilidade que nos é oferecida para abraçarmos e concretizarmos o sonho do Papa Francisco: Fraternidade, fundamento e princípio da paz. Feliz, porque acreditamos que é possível a acolhida e o cuidado para com todas as criaturas com os olhos do Criador e Pai comum. Feliz, porque a minha família ou a minha fra-ternidade/comunidade possui a força profética de abrir-se à cultura da solidariedade, da partilha, da caridade, da sobrie-dade, do respeito à vida. Feliz, porque acreditamos que “há a necessidade de que a fraternidade seja descoberta, amada, experimentada, anunciada e testemunhada”. Enfim, FELIZ ANO NOVO porque juntos acreditamos que a “Fraternidade é a face humana do amor de Deus” (Carlos Mesters).

Com São Francisco de Assis, todas as bênçãos de Deus para este Ano Novo:

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O Senhor te abençoe e te guarde.Te mostre a sua face e se compadeça de ti.Volva o seu rosto para ti e te dê a paz!

O Senhor te abençoe!

Frei Fidêncio Vanboemmel, oFmMinistro Provincial

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FRaTeRnIDaDe, FUnDaMenTO e CaMInHO PaRa a PaZ

MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO

PARA A CELEBRAÇÃO DO  XLVII DIA MUNDIAL DA PAZ

1º DE JANEIRO DE 2014 

1. Nesta minha primeira Mensagem para o Dia Mundial da Paz, desejo formular a todos, indivíduos e povos, votos duma vida repleta de alegria e esperança. Com efeito, no coração de cada homem e mulher habita o anseio duma vida plena que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar.

Na realidade, a fraternidade é uma dimensão essencial do homem, sendo ele um ser relacional. A consciência viva desta dimensão relacional leva-nos a ver e tratar cada pessoa como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão; sem tal consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura. E convém desde já lembrar que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças, sobretudo, às funções responsáveis e com-plementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor.

O número sempre crescente de ligações e comunicações que envolvem o nosso planeta torna mais palpável a consciência da unidade e partilha dum destino comum entre as nações da

terra. Assim, nos dinamismos da história – independentemente da diversidade das etnias, das sociedades e das culturas –, vemos semeada a vocação a formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros. Contudo, ainda hoje, esta vocação é muitas vezes contrastada e negada nos fatos, num mundo caracterizado pela «globalização da indiferença», que lentamente nos faz «habituar» ao sofrimento alheio, fechando-nos em nós mesmos.

Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião. Exemplo preocu-pante disso mesmo é o dramático fenômeno do tráfico de seres humanos, sobre cuja vida e desespero especulam pessoas sem escrúpulos. Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos econômico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas.

A globalização, como afirmou  Bento XVI, torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos.[1] As inúmeras situações de desigualdade, pobreza e injustiça indicam não só uma pro-funda carência de fraternidade, mas também a ausência duma cultura de solidariedade. As novas ideologias, caracterizadas por generalizado individualismo, egocentrismo e consumismo materialista, debilitam os laços sociais, alimentando aquela mentalidade do «descartável» que induz ao desprezo e aban-dono dos mais fracos, daqueles que são considerados «inúteis». Assim, a convivência humana assemelha-se sempre mais a um mero do ut des pragmático e egoísta.

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Ao mesmo tempo, resulta claramente que as próprias éticas contemporâneas se mostram incapazes de produzir autênticos vínculos de fraternidade, porque uma fraternidade privada da referência a um Pai comum como seu fundamento último não consegue subsistir.[2] Uma verdadeira fraternidade entre os homens supõe e exige uma paternidade transcendente. A partir do reconhecimento desta paternidade, consolida-se a fraternidade entre os homens, ou seja, aquele fazer-se «próxi-mo» para cuidar do outro.

«Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9)

2. Para compreender melhor esta vocação do homem à fraternidade e para reconhecer de forma mais adequada os obstáculos que se interpõem à sua realização e identificar as vias para a superação dos mesmos, é fundamental deixar-se guiar pelo conhecimento do desígnio de Deus, tal como se apresenta de forma egrégia na Sagrada Escritura.

Segundo a narração das origens, todos os homens provêm dos mesmos pais, de Adão e Eva, casal criado por Deus à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26), do qual nascem Caim e Abel. Na história desta família primigênia, lemos a origem da sociedade, a evolução das relações entre as pessoas e os povos.

Abel é pastor, Caim agricultor. A sua identidade pro-funda e, conjuntamente, a sua vocação é ser irmãos, embora na diversidade da sua atividade e cultura, da sua maneira de se relacionarem com Deus e com a criação. Mas o assassinato de Abel por Caim atesta, tragicamente, a rejeição radical da vocação a ser irmãos. A sua história (cf. Gn 4, 1-16) põe em evidência o difícil dever, a que todos os homens são chamados, de viver juntos, cuidando uns dos outros. Caim, não aceitando a predileção de Deus por Abel, que Lhe oferecia o melhor do seu rebanho – «o Senhor olhou com agrado para Abel e para a sua oferta, mas não olhou com agrado para Caim nem para a sua oferta» (Gn 4, 4-5) –, mata Abel por inveja. Desta forma, recusa reconhecer-se irmão, relacionar-se positivamente com ele, viver diante de Deus, assumindo as suas responsabilidades de cuidar e proteger o outro. À pergunta com que Deus interpela Caim – «onde está o teu irmão?» –, pedindo-lhe contas da sua ação, responde: «Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9). Depois – diz-nos o livro do Gênesis –, «Caim afastou-se da presença do Senhor» (4, 16).

É preciso interrogar-se sobre os motivos profundos que induziram Caim a ignorar o vínculo de fraternidade e, simul-taneamente, o vínculo de reciprocidade e comunhão que o ligavam ao seu irmão Abel. O próprio Deus denuncia e censura a Caim a sua contiguidade com o mal: «o pecado deitar-se-á à tua porta» (Gn 4, 7). Mas Caim recusa opor-se ao mal, e decide igualmente «lançar-se sobre o irmão» (Gn 4, 8), desprezando o projeto de Deus. Deste modo, frustra a sua vocação original para ser filho de Deus e viver a fraternidade.

A narração de Caim e Abel ensina que a humanidade traz inscrita em si mesma uma vocação à fraternidade, mas também a possibilidade dramática da sua traição. Disso mesmo dá testemunho o egoísmo diário, que está na base de muitas

guerras e injustiças: na realidade, muitos homens e mulheres morrem pela mão de irmãos e irmãs que não sabem reconhecer--se como tais, isto é, como seres feitos para a reciprocidade, a comunhão e a doação.

«E vós sois todos irmãos» (Mt 23, 8)

3. Surge espontaneamente a pergunta: poderão um dia os homens e as mulheres deste mundo corresponder plenamente ao anseio de fraternidade, gravado neles por Deus Pai? Conse-guirão, meramente com as suas forças, vencer a indiferença, o egoísmo e o ódio, aceitar as legítimas diferenças que caracteri-zam os irmãos e as irmãs?

Parafraseando as palavras do Senhor Jesus, poderemos sintetizar assim a resposta que Ele nos dá: dado que há um só Pai, que é Deus, vós sois todos irmãos (cf. Mt 23, 8-9). A raiz da fraternidade está contida na paternidade de Deus. Não se trata de uma paternidade genérica, indistinta e historicamente ineficaz, mas do amor pessoal, solícito e extraordinariamente concreto de Deus por cada um dos homens (cf. Mt 6, 25-30). Trata-se, por conseguinte, de uma paternidade eficazmente geradora de fraternidade, porque o amor de Deus, quando é acolhido, torna-se no mais admirável agente de transformação da vida e das relações com o outro, abrindo os seres humanos à solidariedade e à partilha ativa.

Em particular, a fraternidade humana foi regenera-da em e por  Jesus Cristo, com a sua morte e ressurreição. A cruz é o «lugar» definitivo de fundação da fraternidade que os homens, por si sós, não são capazes de gerar. Jesus Cristo, que assumiu a natureza humana para a redimir, amando o Pai até à morte e morte de cruz (cf. Fl 2, 8), por meio da sua ressurreição constitui-nos como humanidade nova, em plena comunhão com a vontade de Deus, com o seu projeto, que inclui a realização plena da vocação à fraternidade.

Jesus retoma o projeto inicial do Pai, reconhecendo-Lhe a primazia sobre todas as coisas. Mas Cristo, com o seu abandono até à morte por amor do Pai, torna-Se princípio novo e defi-nitivo de todos nós, chamados a reconhecer-nos n’Ele como irmãos, porque filhos do mesmo Pai. Ele é a própria Aliança, o espaço pessoal da reconciliação do homem com Deus e dos irmãos entre si. Na morte de Jesus na cruz, ficou superada também a separação entre os povos, entre o povo da Aliança e o povo dos Gentios, privado de esperança porque permane-cera até então alheio aos pactos da Promessa. Como se lê na Carta aos Efésios, Jesus Cristo é Aquele que reconcilia em Si todos os homens. Ele é a paz, porque, dos dois povos, fez um só, derrubando o muro de separação que os dividia, ou seja, a inimizade. Criou em Si mesmo um só povo, um só homem novo, uma só humanidade nova (cf. 2,14-16).

Quem aceita a vida de Cristo e vive n’Ele, reconhece Deus como Pai e a Ele Se entrega totalmente, amando-O aci-ma de todas as coisas. O homem reconciliado vê, em Deus, o Pai de todos e, consequentemente, é solicitado a viver uma fraternidade aberta a todos. Em Cristo, o outro é acolhido e amado como filho ou filha de Deus, como irmão ou irmã, e

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não como um estranho, menos ainda como um antagonista ou até um inimigo. Na família de Deus, onde todos são filhos dum mesmo Pai e, porque enxertados em Cristo, filhos no Filho, não há «vidas descartáveis». Todos gozam de igual e inviolável dignidade; todos são amados por Deus, todos foram resgatados pelo sangue de Cristo, que morreu na cruz e ressuscitou por cada um. Esta é a razão pela qual não se pode ficar indiferente perante a sorte dos irmãos.

A fraternidade, fundamento e caminho para a paz

4. Suposto isto, é fácil compreender que a fraternidade é fundamento e caminho para a paz. As Encíclicas sociais dos meus Predecessores oferecem uma ajuda valiosa neste sentido. Basta ver as definições de paz da Populorum progressio, de Paulo VI, ou da Sollicitudo rei socialis, de João Paulo II. Da primeira, apreendemos que o desenvolvimento integral dos povos é o novo nome da paz[3] e, da segunda, que a paz é opus solidarie-tatis, fruto da solidariedade.[4]

Paulo VI afirma que tanto as pessoas como as nações se de-vem encontrar num espírito de fraternidade. E explica: «Nesta compreensão e amizade mú-tuas, nesta comunhão sagrada, devemos (...) trabalhar juntos para construir o futuro comum da humanidade».[5] Este dever recai primariamente sobre os mais favorecidos. As suas obri-gações radicam-se na fraterni-dade humana e sobrenatural, apresentando-se sob um tríplice aspecto: o  dever de solidarie-dade, que exige que as nações ricas ajudem as menos avançadas; o dever de justiça social, que requer a reformulação em termos mais corretos das relações defeituosas entre povos fortes e povos fracos; o dever de caridade universal, que implica a promoção de um mundo mais humano para todos, um mundo onde todos tenham qualquer coisa a dar e a receber, sem que o progresso de uns seja obstáculo ao desenvolvimento dos outros.[6]

Ora, da mesma forma que se considera a paz como opus solidarietatis, é impossível não pensar que o seu fundamento principal seja a fraternidade. A paz, afirma João Paulo II, é um bem indivisível: ou é bem de todos, ou não o é de ninguém. Na realidade, a paz só pode ser conquistada e usufruída como melhor qualidade de vida e como desenvolvimento mais hu-mano e sustentável, se estiver viva, em todos, «a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum».[7] Isto implica não deixar-se guiar pela «avidez do lucro» e pela «sede do poder». É preciso estar pronto a «“perder-se” em benefício do próximo em vez de o explorar, e a “servi-lo” em vez de o oprimir para proveito próprio (...). O “outro” – pessoa, povo ou nação – não deve ser visto como um instrumento qualquer,

de que se explora, a baixo preço, a capacidade de trabalhar e a resistência física, para o abandonar quando já não serve; mas sim como um nosso “semelhante”, um “auxílio”».[8]

A  solidariedade cristã  pressupõe que o próximo seja amado não só como «um ser humano com os seus direitos e a sua igualdade fundamental em relação a todos os demais, mas [como] a imagem viva de Deus Pai, resgatada pelo sangue de Jesus Cristo e tornada objeto da ação permanente do Espírito Santo»,[9] como um irmão. «Então a consciência da paterni-dade comum de Deus, da fraternidade de todos os homens em Cristo, “filhos no Filho”, e da presença e da ação vivificante do Espírito Santo conferirá – lembra João Paulo II – ao nosso olhar sobre o mundo como que um novo critério para o inter-pretar»,[10] para o transformar.

A fraternidade, premissa para vencer a pobreza

5. Na Caritas in veritate, o meu Predecessor lembrava ao mundo que uma causa importante da pobreza é a falta de fra-

ternidade entre os povos e entre os homens.[11] Em muitas sociedades, senti-mos uma profunda pobre-za relacional, devido à ca-rência de sólidas relações familiares e comunitárias; assistimos, preocupados, ao crescimento de dife-rentes tipos de carências, marginalização, solidão e de várias formas de dependência patológica. Uma tal pobreza só pode ser superada através da redescoberta e valorização

de relações fraternas no seio das famílias e das comunidades, através da partilha das alegrias e tristezas, das dificuldades e sucessos presentes na vida das pessoas.

Além disso, se por um lado se verifica uma redução da po-breza absoluta, por outro não podemos deixar de reconhecer um grave aumento da pobreza relativa, isto é, de desigualdades entre pessoas e grupos que convivem numa região específica ou num determinado contexto histórico-cultural. Neste sentido, servem políticas eficazes que promovam o princípio da frater-nidade, garantindo às pessoas – iguais na sua dignidade e nos seus direitos fundamentais – acesso aos «capitais», aos serviços, aos recursos educativos, sanitários e tecnológicos, para que cada uma delas tenha oportunidade de exprimir e realizar o seu projeto de vida e possa desenvolver-se plenamente como pessoa.

Reconhece-se haver necessidade também de políticas que sirvam para atenuar a excessiva desigualdade de rendimento. Não devemos esquecer o ensinamento da Igreja sobre a cha-mada hipoteca social, segundo a qual, se é lícito – como diz São Tomás de Aquino – e mesmo necessário que «o homem tenha a propriedade dos bens»,[12]quanto ao uso, porém, «não deve

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considerar as coisas exteriores que legitimamente possui só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar não só a si mas também aos outros».[13]

Por último, há uma forma de promover a fraternidade – e, assim, vencer a pobreza – que deve estar na base de todas as outras. É o desapego vivido por quem escolhe estilos de vida sóbrios e essenciais, por quem, partilhando as suas riquezas, consegue assim experimentar a comunhão fraterna com os outros. Isto é fundamental, para seguir Jesus Cristo e ser ver-dadeiramente cristão. É o caso não só das pessoas consagradas que professam voto de pobreza, mas também de muitas famílias e tantos cidadãos responsáveis que acreditam firmemente que a relação fraterna com o próximo constitua o bem mais precioso.

A redescoberta da fraternidade na economia

6. As graves crises financeiras e econômicas dos nossos dias – que têm a sua origem no progressivo afastamento do homem de Deus e do próximo, com a ambição desmedida de bens materiais, por um lado, e o empobrecimento das relações interpessoais e comunitárias, por outro – impeliram muitas pessoas a buscar o bem-estar, a felicidade e a segurança no consumo e no lucro fora de toda a lógica de uma economia saudável. Já em 1979, o  Papa João Paulo II alertava para a existência de «um real e perceptível perigo de que, enquanto progride enormemente o domínio do homem sobre o mundo das coisas, ele perca os fios essenciais deste seu domínio e, de diversas maneiras, submeta a elas a sua humanidade, e ele próprio se torne objeto de multiforme manipulação, se bem que muitas vezes não diretamente perceptível; manipulação através de toda a organização da vida comunitária, mediante o sistema de produção e por meio de pressões dos meios de comunicação social».[14]

As sucessivas crises econômicas devem levar a repensar

adequadamente os modelos de desenvolvimento econômico e a mudar os estilos de vida. A crise atual, com pesadas conse-quências na vida das pessoas, pode ser também uma ocasião propícia para recuperar as virtudes da prudência, temperança, justiça e fortaleza. Elas podem ajudar-nos a superar os momen-tos difíceis e a redescobrir os laços fraternos que nos unem uns aos outros, com a confiança profunda de que o homem tem necessidade e é capaz de algo mais do que a maximização do próprio lucro individual. As referidas virtudes são necessárias, sobretudo para construir e manter uma sociedade à medida da dignidade humana.

A fraternidade extingue a guerra

7. Ao longo do ano que termina, muitos irmãos e irmãs nossos continuaram a viver a experiência dilacerante da guerra, que constitui uma grave e profunda ferida infligida à fraterni-dade.

Há muitos conflitos que se consumam na indiferença geral. A todos aqueles que vivem em terras onde as armas impõem terror e destruição, asseguro a minha solidariedade pessoal e a de toda a Igreja. Esta última tem por missão levar o amor de Cristo também às vítimas indefesas das guerras esquecidas, através da oração pela paz, do serviço aos feridos, aos famintos, aos refugiados, aos deslocados e a quantos vivem no terror. De igual modo a Igreja levanta a sua voz para fazer chegar aos responsáveis o grito de dor desta humanidade atribulada e fazer cessar, juntamente com as hostilidades, todo o abuso e violação dos direitos fundamentais do homem.[15]

Por este motivo, desejo dirigir um forte apelo a quantos semeiam violência e morte, com as armas: naquele que hoje considerais apenas um inimigo a abater, redescobri o vosso irmão e detende a vossa mão! Renunciai à via das armas e ide ao encontro do outro com o diálogo, o perdão e a reconciliação

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para reconstruir a justiça, a confiança e esperança ao vosso redor! «Nesta ótica, torna-se claro que, na vida dos povos, os conflitos armados constituem sempre a deliberada negação de qualquer concórdia internacional possível, originando divisões profundas e dilacerantes feridas que necessitam de muitos anos para se curarem. As guerras constituem a rejeição prática de se comprometer para alcançar aquelas grandes metas econômicas e sociais que a comunidade internacional estabeleceu».[16]

Mas, enquanto houver em circulação uma quantidade tão grande como a atual de armamentos, poder-se-á sempre encontrar novos pretextos para iniciar as hostilidades. Por isso, faço meu o apelo lançado pelos meus Predecessores a favor da não-proliferação das armas e do desarmamento por parte de todos, a começar pelo desarmamento nuclear e químico.

Não podemos, porém, deixar de constatar que os acordos internacionais e as leis nacionais, embora sendo necessários e altamente desejáveis, por si sós não bastam para preservar a humanidade do risco de conflitos armados. É preciso uma conversão do coração que permita a cada um reconhecer no outro um irmão do qual cuidar e com o qual trabalhar para, juntos, construírem uma vida em plenitude para todos. Este é o espírito que anima muitas das iniciativas da sociedade civil, incluindo as organizações religiosas, a favor da paz. Espero que o compromisso diário de todos continue a dar fruto e que se possa chegar também à efetiva aplicação, no direito internacional, do direito à paz como direito humano fundamental, pressuposto necessário para o exercício de todos os outros direitos.

A corrupção e o crime organizadocontrastam a fraternidade

8. O horizonte da fraternidade apela ao crescimento em plenitude de todo o homem e mulher. As justas ambições duma pessoa, sobretudo se jovem, não devem ser frustradas nem lesadas; não se lhe deve roubar a esperança de podê-las realizar. A ambição, porém, não deve ser confundida com prevaricação; pelo contrário, é necessário competir na mútua estima (cf. Rm  12, 10). Mesmo nas disputas, que constituem um aspecto inevitável da vida, é preciso recordar-se sempre de que somos irmãos; por isso, é necessário educar e educar--se para não considerar o próximo como um inimigo nem um adversário a eliminar.

A fraternidade gera paz social, porque cria um equilí-brio entre liberdade e justiça, entre responsabilidade pessoal e solidariedade, entre bem dos indivíduos e bem comum. Uma comunidade política deve, portanto, agir de forma transparen-te e responsável para favorecer tudo isto. Os cidadãos devem sentir-se representados pelos poderes públicos, no respeito da sua liberdade. Em vez disso, muitas vezes, entre cidadão e insti-tuições, interpõem-se interesses partidários que deformam essa relação, favorecendo a criação dum clima perene de conflito.

Um autêntico espírito de fraternidade vence o egoísmo individual, que contrasta a possibilidade das pessoas viverem em liberdade e harmonia entre si. Tal egoísmo desenvolve-se, socialmente, quer nas muitas formas de corrupção que hoje se

difunde de maneira capilar, quer na formação de organizações criminosas – desde os pequenos grupos até àqueles organizados à escala global – que, minando profundamente a legalidade e a justiça, ferem no coração a dignidade da pessoa. Estas orga-nizações ofendem gravemente a Deus, prejudicam os irmãos e lesam a criação, revestindo-se duma gravidade ainda maior se têm conotações religiosas.

Penso no drama dilacerante da droga com a qual se lu-cra desafiando leis morais e civis, na devastação dos recursos naturais e na poluição em curso, na tragédia da exploração do trabalho; penso nos tráficos ilícitos de dinheiro como também na especulação financeira que, muitas vezes, assume caracte-res predadores e nocivos para inteiros sistemas econômicos e sociais, lançando na pobreza milhões de homens e mulheres; penso na prostituição que diariamente ceifa vítimas inocentes, sobretudo entre os mais jovens, roubando-lhes o futuro; penso no abominável tráfico de seres humanos, nos crimes e abusos contra menores, na escravidão que ainda espalha o seu horror em muitas partes do mundo, na tragédia frequentemente igno-rada dos emigrantes sobre quem se especula indignamente na ilegalidade. A este respeito escreveu João XXIII: «Uma convi-vência baseada unicamente em relações de força nada tem de humano: nela veem as pessoas coarctada a própria liberdade, quando, pelo contrário, deveriam ser postas em condição tal que se sentissem estimuladas a procurar o próprio desenvolvimento e aperfeiçoamento». [17] Mas o homem pode converter-se, e não se deve jamais desesperar da possibilidade de mudar de vida. Gostaria que isto fosse uma mensagem de confiança para todos, mesmo para aqueles que cometeram crimes hediondos, porque Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (cf. Ez 18, 23).

No contexto alargado da sociabilidade humana, conside-rando o delito e a pena, penso também nas condições desumanas de muitos estabelecimentos prisionais, onde frequentemente o preso acaba reduzido a um estado sub-humano, violado na sua dignidade de homem e sufocado também em toda a vontade e expressão de resgate. A Igreja faz muito em todas estas áreas, a maior parte das vezes sem rumor. Exorto e encorajo a fazer ainda mais, na esperança de que tais ações desencadeadas por tantos homens e mulheres corajosos possam cada vez mais ser sustentadas, leal e honestamente, também pelos poderes civis.

A fraternidade ajuda a guardar e cultivar a natureza

9. A família humana recebeu, do Criador, um dom em comum: a natureza. A visão cristã da criação apresenta um ju-ízo positivo sobre a licitude das intervenções na natureza para dela tirar benefício, contanto que se atue responsavelmente, isto é, reconhecendo aquela «gramática» que está inscrita nela e utilizando, com sabedoria, os recursos para proveito de todos, respeitando a beleza, a finalidade e a utilidade dos diferentes seres vivos e a sua função no ecossistema. Em suma, a natureza está à nossa disposição, mas somos chamados a administrá-la responsavelmente. Em vez disso, muitas vezes deixamo-nos guiar pela ganância, pela soberba de dominar, possuir, manipular,

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desfrutar; não guardamos a natureza, não a respeitamos, nem a consideramos como um dom gratuito de que devemos cuidar e colocar ao serviço dos irmãos, incluindo as gerações futuras.

De modo particular o setor produtivo primário, o setor agrícola, tem a vocação vital de cultivar e guardar os recursos naturais para alimentar a humanidade. A propósito, a persisten-te vergonha da fome no mundo leva-me a partilhar convosco esta pergunta: De que modo usamos os recursos da terra? As sociedades atuais devem refletir sobre a hierarquia das priori-dades no destino da produção. De fato, é um dever impelente que se utilizem de tal modo os recursos da terra, que todos se vejam livres da fome. As iniciativas e as soluções possíveis são muitas, e não se limitam ao aumento da produção. É mais que sabido que a produção atual é suficiente, e todavia há milhões de pessoas que sofrem e morrem de fome, o que constitui um verdadeiro escândalo. Por isso, é necessário encontrar o modo para que todos possam se beneficiar dos frutos da terra, não só para evitar que se alargue o fosso entre aqueles que têm mais e os que devem contentar-se com as migalhas, mas também e sobretudo por uma exigência de justiça e equidade e de respeito por cada ser humano. Neste sentido, gostaria de lembrar a todos o necessário destino universal dos bens, que é um dos princípios fulcrais da doutrina social da Igreja. O respeito deste princípio é a condição essencial para permitir um acesso real e equitativo aos bens essenciais e primários de que todo o homem precisa e tem direito.

Conclusão10. Há necessidade de que a fraternidade seja descoberta,

amada, experimentada, anunciada e testemunhada; mas só o amor dado por Deus é que nos permite acolher e viver plena-mente a fraternidade.

O necessário realismo da política e da economia não pode reduzir-se a um tecnicismo sem ideal, que ignora a dimensão transcendente do homem. Quando falta esta abertura a Deus, toda a atividade humana se torna mais pobre, e as pessoas são reduzidas a objeto passível de exploração. Somente se a política e a economia aceitarem mover-se no amplo espaço assegurado por esta abertura Àquele que ama todo o homem e mulher, é que conseguirão estruturar-se com base num verdadeiro espí-rito de caridade fraterna e poderão ser instrumento eficaz de desenvolvimento humano integral e de paz.

Nós, cristãos, acreditamos que, na Igreja, somos mem-bros uns dos outros e todos mutuamente necessários, porque a cada um de nós foi dada uma graça, segundo a medida do dom de Cristo, para utilidade comum (cf. Ef 4, 7.25; 1 Cor 12, 7). Cristo veio ao mundo para nos trazer a graça divina, isto é, a possibilidade de participar na sua vida. Isto implica tecer um relacionamento fraterno, caracterizado pela reciprocidade, o perdão, o dom total de si mesmo, segundo a grandeza e a profundidade do amor de Deus, oferecido à humanidade por Aquele que, crucificado e ressuscitado, atrai todos a Si: «Dou--vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei. Por isto é

que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 34-35). Esta é a boa nova que requer, de cada um, um passo a mais, um exercício perene de empatia, de escuta do sofrimento e da esperança do outro, mesmo do que está mais distante de mim, encaminhando-se pela estrada exi-gente daquele amor que sabe doar-se e gastar-se gratuitamente pelo bem de cada irmão e irmã.

Cristo abraça todo o ser humano e deseja que ninguém se perca. «Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele» (Jo 3, 17). Fá-lo sem oprimir, sem forçar ninguém a abrir-Lhe as portas do coração e da mente. «O que for maior entre vós seja como o menor, e aquele que mandar, como aquele que serve – diz Jesus Cristo. Eu estou no meio de vós como aquele que serve» (Lc 22, 26-27). Deste modo, cada atividade deve ser caracteri-zada por uma atitude de serviço às pessoas, incluindo as mais distantes e desconhecidas. O serviço é a alma da fraternidade que edifica a paz.

Que Maria, a Mãe de Jesus, nos ajude a compreender e a viver todos os dias a fraternidade que jorra do coração do seu Filho, para levar a paz a todo o homem que vive nesta nossa amada terra.

Vaticano, 8 de Dezembro de 2013.Franciscus 

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[1]Cf. Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 19: AAS 101 (2009), 654-655.[2]Cf. FRANCISCO, Carta enc. Lumen fidei (29 de Junho de 2013), 54: AAS 105 (2013), 591-592.[3]Cf. PAULO VI, Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 87: AAS 59 (1967), 299.[4]Cf. JOÃO PAULO II, Carta enc. Sollicitudo rei socialis (30 de Dezembro de 1987), 39: AAS 80 (1988), 566-568.[5]Carta enc. Populorum progressio (26 de Março de 1967), 43: AAS 59 (1967), 278-279.[6]Cf. ibid., 44: o. c., 279.[7]Carta enc. Sollicitudo rei socialis (30 de Dezembro de 1987), 38: AAS 80 (1988), 566.[8] Ibid., 38-39: o. c., 566-567.[9] Ibid., 40: o. c., 569.[10] Ibid., 40: o. c., 569.[11]Cf. Carta enc. Caritas in veritate (29 de Junho de 2009), 19: AAS 101 (2009), 654-655.[12] Summa theologiae, II-II, q. 66, a. 2.[13] Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no mundo contempo-râneo Gaudium et spes, 69; cf. Leão XIII, Carta enc. Rerum novarum (15 de Maio de 1891), 19: ASS 23 (1890-1891), 651; João Paulo II, Carta enc. Sollici-tudo rei socialis (30 de Dezembro de 1987), 42: AAS 80 (1988), 573-574; Pont. Conselho «Justiça e Paz», Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 178.[14] Carta enc. Redemptor hominis (4 de Março de 1979), 16: AAS 61 (1979), 290.[15]Cf. Pont. Conselho «Justiça e Paz», Compêndio da Doutrina Social da Igreja, 159.[16] FRANCISCO, Carta ao Presidente Vladimir Putin (4 de Setembro de 2013): L’Osservatore Romano (ed. portuguesa de 8/IX/2013), 5.[17] Carta enc. Pacem in terris (11 de Abril de 1963), 17: AAS 55 (1963), 265.

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nO CPO, MInISTRO geRaL PeDe MUDançaS

O Ministro Geral Frei Michael A. Perry, durante a homilia na celebração euca-rística de abertura do Conselho Plenário da Ordem (CPO) dos Frades Menores

(OFM), no dia 18 de novembro, em Varsóvia, na Polônia, pediu mudanças nas estruturas internas da Ordem, usando a reflexão do Evangelho de Lucas (18,38.41), quando Jesus encontra o cego no caminho de Jericó e lhe faz o pedido: “Quero ver de novo!”

“Queridos irmãos, viemos a este Conselho Plenário da Ordem para nos colocarmos ao lado do pobre mendigo cego no caminho de Jericó. Abramos nossa boca, nosso coração, toda nossa vida para, juntos, gritar a Deus: “Senhor, queremos ver!”. Sim, também nós queremos ver, queremos entender o que Deus está nos pedindo, o que Ele espera de nós como irmãos e membros da Fraternidade Universal. Queremos ver claramente o que Jesus está nos pedindo, o que está nos convidando a mudar”, disse o Ministro Geral.

Segundo Frei Michael, a reunião no Centro de Animação Missionária dos Palotinos de Varsóvia não era simplesmente e principalmente para fazer modificações e alguns outros detalhes jurídicos úteis para a organização da Fraternidade Universal. “Estamos aqui também para cumprir uma vez mais um ato de fé com a finalidade de abrir novamente nossas vidas e a vida da Ordem a Jesus, que passa por nosso caminho e quer renovar a nossa vida, para que também nosso testemunho seja novo e eficaz para o mundo, um mundo que está mudando rapidamente e que, sem dúvida, sempre tem fome de significado e sentido. Reconhecemos nossa pobreza

de espírito e, ao mesmo tempo, cremos que Jesus nos sanará e nos devolverá a graça original, tanto em nível pessoal como em nível da Fraternidade Universal da Ordem. Confio que Jesus nos tornará capazes de fazer nossa sua visão do Reino de Deus, ao qual fomos chamados, e do qual fomos encarregados por nossos irmãos que vivem o Evangelho em fraternidade e minoridade, como evangelizadores e portadores do dom do Evangelho”, disse.

O Ministro Geral, então, reforçou o pedido aos frades: “Irmãos, não tenhamos medo de gritar todos juntos e, juntos com toda a Ordem: ‘Jesus, Filho de Davi, tem de piedade de nós! Senhor, faz com que possamos vê-Lo!’”.

Também no seu discurso, usou a citação do Evangelho “Vinho novo em odres novos” (Mt 9,17) para falar do futuro das estruturas e missão da Ordem no mundo de hoje. Depois de propor algumas das prioridades da Fraternidade Universal, ele levantou a necessidade de mudança nas estruturas internas da Ordem. Participaram desta reunião do Conselho Plenário 69 irmãos de todas as Conferências da Ordem: 11 membros do Governo Geral, 26 delegados de Conferências, sete diretores nomeados pelo Ministro Geral e, do Conselho, 25 oficiais. Além do Ministro Geral, falou o presidente da Conferência Norte-eslava, Pe. Rufin Maryjka, que deu boas vindas aos participantes, entre eles, o Vigário Provincial desta Província da Imaculada, Frei Estêvão Ottenbreit, como delegado da Conferência dos Frades Menores do Brasil.

Ao longo do primeiro dia, procedeu-se à aprovação do regulamento e à escolha dos moderadores das sessões e os membros da Comissão Econômica do CPO.

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Frei esTÊVão FaZ Um resUmo De ToDos os Dias Do CPo

2º DIa - Como animar a vocação franciscana?Depois da Missa de abertura, da instalação da assem-

bleia e da fala do Ministro Geral, na terça-feira (19/11), o Conselho Plenário da Ordem apresentou o instrumento de trabalho do encontro. O texto, fruto de um longo trabalho de uma comissão especial, tem o sugestivo título: “Vinho novo em odres novos” ((Mt 9,17).

Frei José Maria Arregui, presidente da Comissão para a redação do mesmo, apresentou o documento explicando seu processo de elaboração e os objetivos que almeja. Ele é dividido em três capítulos:

1. O caminho percorrido em preparação;2. Reflexão sobre a problemática geral referente ao go-verno geral da Ordem;3. Definição específica do número e do modo de elei-ção dos Definidores Gerais.Este último ponto, a pedido do Capítulo Geral de 2009,

transferiu ao Conselho Plenário da Ordem a decisão para entrar em vigor já no próximo Capítulo Geral de 2015.

Nas primeiras reflexões nos grupos linguísticos (ita-liano, inglês e espanhol) ficou claro que se discute sobre as estruturas de animação e não tanto de administração. Ani-mação no sentido de dar vida, elã, entusiasmo e alegria à vocação dos Frades Menores. Logo logo surgiu também a importância de buscar o equilíbrio entre descentralização e centralização na dita animação.

Enfim, a grande questão é como animar de maneira efi-

caz a vocação franciscana. A demasiada clericalização durante a formação inicial e também ao longo do dia a dia da vida e do trabalho dos frades foi identificado como fator complicador. Houve quem falasse do perigo da diluição do carisma especí-fico da Ordem. Outros falaram até da urgente necessidade de uma nova reforma da Ordem (não seria a primeira na história da Ordem). Problemas, obstáculos, dificuldades, desafios….

O segundo dia de reflexão não teve problemas em en-contrá-los e dar-lhes nomes. Tudo isso, certamente, necessário para poder descobrir e buscar o “mais” na qualidade de nossa vocação franciscana.

3º DIa - Comissão começa a redigir documento finalO dia todo (20/11), no CPO, foi dedicado ao trabalho

nos grupos linguísticos. O tema foi: “Propostas a respeito de mudanças ou melhoramentos nas tarefas das estruturas de animação e a respeito de eventuais estruturas novas a serem criadas”. Pergunta ampla e complexa.

Neste sentido foi também ampla e complexa a refle-xão e a primeira tentativa de formular propostas concretas.

Foram sucessivamente abordados os temas: ministro geral, mi-nistros provinciais, as conferências dos ministros provinciais, a união de conferências, e as secretarias gerais.

Além desses pontos abordados pelo “Instrumento de tra-balho”, tratou-se também das custódias e do vigário geral. No fim do dia, a reflexão dos grupos foi recolhida numa sessão ple-nária. Simultaneamente foi nomeada a comissão para a redação do documento final.

Este documento, a exemplo de outros documentos, cons-tará de duas partes. A primeira terá a visão e os fundamentos teológicos e espirituais e, a segunda, as propostas a serem vo-tadas e as sugestões a serem encaminhadas ao Capítulo Geral.

Apesar da complexidade do assunto e das várias línguas faladas, reina um ambiente muito fraterno, enriquecido com a particularidade das procedências, culturas e experiências. Hoje, também, com a chegada de Frei Gabriel Romero, o Conselho Plenário está completo.

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FORMaçãO PeRManenTe ________________________________________4º DIa - a situação da Ordem hoje

O quarto dia do Conselho Plenário da Ordem dos Fra-des Menores (OFM) foi ocupado – seja em plenário seja em grupos linguísticos – com a apresentação e discussão, da pes-quisa pedida pelo Capítulo Geral de 2009, sobre “A situação da Ordem hoje”. Frei Ambrosio Van Si, OFM, presidente da comissão nomeada pelo Definitório Geral e o Pe. Renato Mi-non, SDB, da Universidade Salesiana, apresentaram o trabalho realizado:

1. Um seminário em duas partes – por assim dizer um olhar para fora – para conhecer melhor o mundo em que vive-mos; e 2. uma pesquisa – por assim dizer um olhar para dentro – para conhecer a situação real, as dificuldades e expectativas dos frades.

Fato louvável e significativo, certamente, é que de 1.500 frades escolhidos em nível mundial, 1.408 responderam. Isto, certamente, demonstra a “consciência de que alguma coisa deve mudar”. Diante da avalanche de dados, gostaria de men-cionar – embora certamente numa interpretação subjetiva – alguns desafios que saltam aos olhos:

1. Precisamos buscar um maior equilíbrio entre a vida de oração e a de trabalho. Muitos não conseguem man-

ter a oração pessoal.2. Falta comunicação interpessoal nas fraternidades.3. Dificuldade de viver a obediência como discernimen-to da vontade de Deus.4. Viver com simplicidade e em atitude de serviço e de respeito em relação ao outro.5. Necessidade da formação permanente em vista da maturidade afetiva e capacidade de conviver com e ad-ministrar conflitos.6. Evangelização que consolide uma vida eclesial real-mente comunitária e solidária, partindo do testemunho silencioso do bom exemplo.7. Saber conviver com o pluralismo cultural, vendo nele uma riqueza para o indivíduo e a fraternidade.

Na hora do almoço – hora oficial do Vaticano, quando se comunica a nomeação de bispos – fomos pegos de surpre-sa com a nomeação episcopal de um membro do Conselho Plenário, Frei Paskalis Bruno Syukur, Definidor Geral para a Ásia. Todos os presentes se alegraram com ele e desejam as bênçãos de Deus para o pastoreio na Indonésia. Ele assumirá a Diocese de Bogor.

5º DIa - Debates calorosos apesar do frioApesar do frio fora do Centro de Animação Missioná-

ria dos Padres Palotinos e a escuridão que chega cedo (às 16 horas já está escuro… ), o ambiente interno da casa “esquen-tou”. É que os participantes do CPO começaram nesta sexta (22/11) a discutir um assunto polêmico: a composição do Definitório Geral e do modo de elegê-lo.

O Conselho Plenário da Ordem (CPO) de Guadalajara já tratou deste assunto, mas o Capítulo Geral de 2003 não acolheu nenhuma proposta de mudança do “status quo”. O

Capítulo Geral de 2009, porém, também não encontrando uma resposta satisfatória, delegou a questão a este Conselho. Portanto, excepcionalmente, o CPO decidirá para o próximo Capítulo Geral a composição e o modo de eleição do Defi-nitório Geral.

Creio que posso dizer que as discussões foram ‘apai-xonadas’ nos grupos, mas com muita objetividade e res-peito, porque a questão é realmente muito complexa. No fim da tarde, foram apresentadas em plenário as primeiras

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propostas. Antes do almoço tivemos um encontro com o bispo auxiliar de Varsóvia, Tadeusz Pikus, que dirigiu à assembleia as boas vindas em nome do Cardeal de Varsó-via, Kazimierz Nycz. Com ele vieram também o Ministro Provincial da Província de Varsóvia dos Frades Menores Conventuais, Fr. Wiesław Pyzio, e o presidente da Confe-rência Norte-eslava, Frei Rufin Maryjka.

Todos sentem, aos poucos, o cansaço de uma sema-

na intensiva e intensa. No sábado e domingo teremos pro-grama especial. Amanhã visitaremos o lugar onde o Santo Frei Maximiliano Kolbe viveu e trabalhou e, no domingo, estaremos numa paróquia de Varsóvia celebrando a festa de Cristo Rei.

Frei Paskalis Bruno Syukur, que foi nomeado bispo pelo Papa na Indonésia, deixou a Polônia sob a bênção dos seus confrades presentes no Conselho Plenário.

6º DIa - Visita à obra de São Maximiliano KolbePartimos cedo para um dia que prometia ser um des-

canso depois de cinco dias de intenso trabalho no CPO. Depois de uma hora e meia de viagem chegamos a NIE-POKALANÓW. Esta palavra, tão difícil de pronunciar, simplesmente significa IMACULADA. Foi neste lugar que o Santo Frei Maximiliano Kolbe, frade menor conventual, iniciou seu apostolado da “Milícia da Imaculada”, que con-siste basicamente na evangelização pela imprensa. Sua obra cresceu e se espalhou por várias partes do mundo. Durante a Segunda Guerra Mundial foi deportado pelos alemães na-

zistas a um campo de concentração. Um dia, ele se ofereceu a substituir um pai de família, arbitrariamente condenado à morte por um oficial nazista. Morreu de fome, mártir da ca-ridade.

Percorremos todas as casas nas quais ele e seus pri-meiros companheiros trabalharam evangelizando. Hoje, as dependências formam uma verdadeira “cidade da IMACU-LADA” com 140 frades e muitos colaboradores leigos. Por úl-timo, almoçamos com todos os frades num refeitório imenso. Nosso Ministro Geral foi muito feliz ao agradecer a hospita-lidade dos frades conventuais, dizendo que o Santo Frei Ma-ximiliano nos inspira a todos na evangelização: evangelizar é nada mais nada menos do que “dar a vida pelo outro!”

A tarde deste quinto dia foi dedicado à visita ao Museu da cidade de Varsóvia. Em grupos linguísticos seguimos o guia que nos deu um banho de história do grande sofrimento do povo polonês ao longo da história dos últimos 100 anos, principalmente durante a ocupação dos alemães nazistas e depois pelos russos comunistas.

Voltamos com muitas informações e impressões. Par-timos em busca de descanso, voltamos cansados, mas cansa-dos e agradecidos. Quem sabe, o dia de amanhã nos oferece uma nova possibilidade.

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FORMaçãO PeRManenTe ________________________________________7º DIa - CPO conhece o mártir Pe. Jerzy Popieluszko

Se a mensagem que o mártir São Maximiliano Kolbe nos deixou no sábado foi: “evangelizar é dar a vida pelo outro”, no domingo (24), a mensagem de outro mártir, o Beato Pe. Jerzy Popieluszko, nos leva a: “Vencer o mal fa-zendo o bem”. Na parte da manhã visitamos a Paróquia, onde o jovem padre polonês trabalhou até a sua morte cruel.

Nascido de uma família pobre, não quis outra coisa senão ser sacerdote. Escolheu a Diocese de Varsóvia por-que queria estar perto da grande e carismática figura do cardeal Wyszynski. Ocasionalmente se confrontou com a situação de abandono dos operários. Soube ler os sinais dos tempos e se tornou uma grande referência para a clas-se operária.

O regime comunista não gostou nada disso. Em cir-cunstâncias difíceis de serem esclarecidas, foi torturado, morto e jogado no rio. Seu corpo foi achado, amarrados os pés e as mãos, com o rosto desfigurado dos maus-tra-tos. O regime imaginou que, desta maneira, calaria uma voz incômoda. Ledo engano. No dia dos seus funerais, 3 de novembro de 1984, compareceu mais de um milhão de pessoas. A voz “calada” pelo serviço secreto polonês, agora falaria ainda mais alto. No dia 6 de junho 2010 foi beatificado pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Dom Angelo Amato, enviado especial do Papa Bento XVI.

Visitamos sua Paróquia, que abriga um museu docu-mentando sua vida, trabalho, morte e sua mensagem. Em seguida fomos ao Convento e Paróquia dos franciscanos para celebrar com o povo a festa de Cristo Rei e o encerra-mento do Ano da Fé.

Celebrante principal foi o Núncio Apostólico da Polônia, Dom Celestino Migliore. Celebração longa mas muito bela, principalmente por causa dos cantos melo-diosos. Em seguida, às 14h30, houve almoço festivo no convento.

À tarde tivemos um passeio guiado pelo centro his-tórico de Varsóvia que terminou no Museu de Chopin. Com sua música nos ouvidos voltamos para casa para re-tomar os trabalhos do Conselho Plenário da Ordem dos Frades Menores (OFM), que, nesta segunda-feira, 25 de novembro, entra na segunda semana de trabalho em Var-sóvia, na Polônia. Esta assembleia da Ordem dos Frades Menores só termina no dia 30 de novembro.

8º DIa - “Causas e motivações dos abandonos”

O primeiro dia (25 de novembro) da segunda sema-na do CPO foi dividido em duas partes. De manhã tra-balharam só as duas comissões do documento final: uma comissão para tratar da motivação e a outra para recolher as propostas.

À tarde foi apresentado o trabalho realizado até agora pela comissão pedida pelo Capítulo Geral de 2009 sobre o tema “Causa e motivações dos abandonos”. A co-missão, porém, preferiu fazer uma leitura “positiva” da problemática para oferecer uma reflexão serena sobre

esta realidade e poder oferecer uma oportunidade de crescimento no caminho de fidelidade e perseverança para cada irmão. Os membros da comissão se mostra-ram convencidos de que a VIDA CONSAGRADA é capaz de reconquistar o humano e que é um caminho significativo para dialogar com a realidade de hoje. A espiritualidade franciscana, inclusive, deveria fornecer um forte estímulo para acolher o mundo atual.

Tema delicado, principalmente porque os dados disponíveis não retratam suficientemente a gravidade

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da problemática. Com os dados disponíveis, porém, pode-se dizer que, proporcionalmente, o percentual do abandono de irmãos leigos é maior do que dos irmãos sacerdotes. Entre os irmãos sacerdotes, o percentual dos que escolheram ser padres diocesanos é maior do que os que deixaram tudo.

O recorde de abandono está com a América do Sul. O maior número de abandonos se dá entre 10 e 19 anos de profissão e entre 5 e 14 anos de ordenação. En-tre os motivos mais frequentes para justificar o aban-dono está a perda de identidade com a vida religiosa franciscana (desencanto e decepção). Não se pode dar receitas milagrosas, mas o Ministro Geral, Frei Micha-

el Perry, pede ao menos duas atitudes:1. Devemos nos convencer da importância da For-mação Permanente como forma de acompanhar a cada um dos irmãos.2. Devemos abordar francamente o assunto inter-namente em nossas fraternidades. A crise vocacio-nal a que todos estamos sujeitos não deve ser um “tabu”.Na segunda parte da tarde foram apresentados os

esboços do trabalho das duas comissões e foi feito uma primeira abordagem.

Encerramos o dia com a Adoração Eucarística diri-gida pelo Vigário Geral, Frei Julio Bunader.

9º DIa - Como animar a vocação e missão do Frade Menor?

“Vinho Novo em odres novos” foi o lema evan-gélico escolhido para o Conselho Plenário da Ordem 2013. E o “Instrumentum laboris” interpretou este lema neste sentido: “Os novos tempos e as novas situações da Igreja, da Ordem e da sociedade exigem uma nova mentalidade e leitura do que significa ser um Irmão Menor. E por isso exigem também novas respostas e novas mediações. Deve-se superar uma visão local--provinciana e buscar uma comunhão aberta e univer-sal. E isto exige, logicamente, uma nova leitura e com-preensão de animação dos irmãos menores, uma nova maneira de governar, uma mudança da forma de agir e organizar”.

Em outras palavras: o CPO está tentando encon-trar estruturas – em todos os níveis – que possam efi-cazmente animar a vocação e missão do Frade Menor.

O dia 26 de novembro foi dedicado quase que ex-clusivamente a este trabalho, em grupo e em plenário. O importante, porém, é dar-se conta que RENOVAR

não significa INVENTAR e sim CONVERTER-SE.Como faço parte da redação do documento final,

já posso adiantar que constará de duas partes: um texto inspiracional e motivador e uma segunda parte com pro-posições concretas para o Capítulo Geral de 2015.

No fim da tarde ainda foi apresentada uma síntese do processo do “Moratorium”. Pena que além do nosso Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, só duas outras entidades brasileiras enviaram um relatório.

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10º DIa - Primeira sessão de votação das propostas

No dia 27 de novembro, amanhecemos com a paisa-gem coberta de neve na cidade de Varsóvia, na Polônia. E para amanhã os meteorologistas prometem ainda mais!

Dentro de casa as coisas, porém, esquentam a cada dia que nos aproximamos do fim do CPO. As comissões trabalham a pleno vapor. A mensagem final e as propos-tas para o Capítulo Geral de 2015 querem ser realmente uma contribuição a mais para podermos viver com ale-gria – para sintonizar com a exortação apostólica do Papa Francisco, publicada ontem – a nossa missão especial no mundo através de nossa vocação franciscana.

Na parte da tarde foram ouvidos vários definidores gerais, prestando contas e sintetizando diversas ativida-des desenvolvidas em nível de Ordem. Aliás, o que causa realmente boa impressão é que não apenas foram elabo-rados “documentos” e propostas de atividades de anima-ção, mas se cuida de verificar o resultado.

Assim, ao longo do CPO foram apresentados pelos Definidores relatórios sobre os documentos apresentados pelo Definitório Geral, o “Moratorium”, as recomenda-

ções do Capítulo Geral de 2009, e a reflexão sobre a iden-tidade franciscana. Realmente se pode concluir: animar é, antes de tudo, acompanhar e acompanhar exige avaliar.

Houve também hoje a primeira sessão de votação das propostas para as quais o Capítulo Geral de 2009 de-legou o poder de decisão. E antes de terminar os trabalhos do dia, o custódio da Terra Santa, Frei Pierbattista Pizza-balla, nos informou sobre a situação muito difícil das nos-sas fraternidades na Síria.

11º DIa - Dia produtivo no Conselho Plenário da Ordem

Felizmente não veio a quantidade de neve anuncia-da pelo serviço de meteorologia. Aumentou, sim, o frio fora da casa dos Padres Palotinos.

Dentro, pelo contrário, continua o calor da convi-vência fraterna e do esforço de discutir e votar, votar e discutir as resoluções do Conselho Plenário da Ordem dos Frades Menores.

Foi esta a tarefa principal do dia 28 de novembro, penúltimo da assembleia. Tudo passa por uma primeira votação e, se não se consegue a maioria de 2/3, numa se-gunda votação basta a maioria absoluta.

Se na primeira são apresentados votos de “juxta mo-dum”, a comissão deverá reformular a proposta. Mas, o vaivém obteve sucesso. Terminamos o dia com tudo apro-vado: o texto motivador do documento final, as propos-tas que o CPO encaminhará ao Capítulo Geral de 2015 e, principalmente, as decisões pedidas e autorizadas pelo Capítulo Geral de 2009.

Trata-se da composição do Definitório Geral e do modo de eleger os definidores gerais. A decisão tomada

pelo CPO, válida para o próximo Capítulo Geral, é de a Ordem ter a representatividade de oito definidores gerais. Ou seja: três para a Europa (menos os países de língua inglesa); dois para a América Latina; um para África; um para a conferência de língua inglesa; e um para a Ásia e Oceania.

O esforço e o cansaço do dia foram recompensados com uma belíssima apresentação de danças e cantos do rico folclore polonês, pelo grupo MAZOWSZE.

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12º DIa - Com Missa de ação de graças termina o CPO

O CPO chegou ao fim no dia 29 de novembro, de-pois de duas semanas de trabalho. A manhã deste último dia foi dedicada a uma avaliação do mesmo. De modo geral, todos estavam contentes com a forma e o conte-údo, com a dinâmica e a acolhida. Destaque especial mereceu o clima fraterno, não apenas do convívio dos irmãos de tantas partes do mundo, mas principalmente pela abordagem objetiva das questões que facilmente po-deriam causar conflitos de interesse.

Todos estão convencidos também que se deu um passo a mais, um passo importante. A ideia e mentalida-de meramente geográfica (“queremos ter o nosso homem em Roma”), está cedendo a uma visão de corresponsabi-lidade efetiva através do Definitório Geral.

“Vinho novo em odres novos” foi o lema escolhido para este CPO e o documento final leva o mesmo título. Não faltou questionamento a respeito da oportunida-de deste título. Creio que seja um bom título desde que se faça a seguinte reflexão: O vinho novo é Cristo e seu Evangelho. Odres novos são os canais através dos quais a presença e a mensagem de Cristo se manifestam. Estes

canais devem estar abertos e não entupidos. As paredes destes canais devem ser resistentes (estreitos e rígidos demais ou flácidos e estendidos demais causam proble-mas de pressão que colocará em perigo a vida). E para recuperar e fortalecer estes canais (odres), o documento final, através do texto motivador, propõe que se refleta e reconquiste na nossa vida que:

● somos chamados a ser irmãos;● vivendo no dia a dia como irmãos;● enviados em fraternidade de irmãos.Ou como o resumiu um confrade africano, citando

um dito do povo: SOU PORQUE SOMOS.É bem a mensagem do CPO: Somos quando vive-

mos como irmãos.O CPO terminou à tarde com uma sessão conclu-

siva e a Missa em ação de graças. O último ato foi um jantar festivo: peixe…

Todos voltaram para seus países, fraternidades e afazeres, agradecendo a Deus pela oportunidade e aos confrades das províncias polonesas pela excelente hospi-talidade em Varsóvia, na Polônia.

Na foto ao lado, o grupo linguístico espanhol, com 14 integrantes. Quatro são do Brasil: Frei Estêvão Ottenbreit (Província da Imaculada), Frei Valmir Ramos (Custódia do Sagrado Coração), Frei Florêncio Almeida Vaz Filho (Custódia São Benedito) e Frei Nestor Inácio Schwerz (Definidor Geral e frade da Província São Francisco).

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RenOVaçãO DOS VOTOS De FReI BRaYan nO PaRI

No domingo, dia 8 de dezembro, a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição. A Paróquia de Santo Antô-nio do Pari teve um motivo a mais para celebrar Frei Brayan Felipe, que está na comunidade desde o início deste ano, fez a renovação de seus votos durante a missa das 19 horas. A celebração foi presidida pelo Definidor Frei José Francisco de Cássia, coordenador do SEFRAS, e con-celebrada pelos confrades que residem no Pari, Frei Adriano Freixo, o pároco, Frei Carlos Nunes, o vigário paroquial, e Frei Wilson Simão; Frei Odorico Decker, Frei Anacleto Gapski, Frei Alvaci Mendes e Frei Gustavo Medella, que residem no

ÉRIKA AUGUSTO

Convento São Francisco, no Centro de São Paulo; Frei Walter de Carvalho Jr, da Fraternidade São Francisco, na Vila Clementino e Frei João Mannes, de Ron-dinha, Paraná.

Em sua homilia, Frei José Francisco falou sobre o dia da Imaculada Conceição, como e por que o celebramos e comentou o Evangelho, que apresenta Maria como

modelo de mulher, que dá o seu sim ao projeto de Deus. “A festa de hoje nos convida a resgatar a figura da mãe dos viventes, aquela que gera é a filha de Deus”, concluiu.

No final de sua homilia, Frei José Francisco dirigiu algumas palavras ao Frei Brayan. “Se estamos atentos e somos inquietos, como Maria, encontramos as respostas necessárias”, afirmou, falando a respeito da saudação do anjo a Maria. “Que os frutos do dia a dia possam ma-nifestar a vontade de Deus em sua vida, e que a saudação angélica não cesse em seus ouvidos, para que você possa dizer sim a Deus e aos irmãos”, concluiu. Em seguida, Frei Brayan fez a renovação de seus votos de pobreza, castidade e obediência.

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TRISTeZa e aLegRIa eM ROnDInHa

Na Solenidade de Maria Santís-sima, neste 8 de dezembro, a Virgem Imaculada, Mãe e Rainha dos Frades Me-nores, nós, da fraternidade de Rondinha, fomos norteados por duas disposições crescentes em nossos corações: fomos marcados pela alegria e pela saudade. Vivemos, pois, vida religiosa francisca-na de maneiras inexplicáveis. Por tudo, Deus seja louvado!

Um dia de sol despontou em nossas almas: nós, frades professos tem-porários, renovamos nossa consagração total a Deus, pelo propósito de vivermos em pobreza, obediência e em castidade, no seguimento a Jesus Cristo, como a Virgem Imaculada com o seu “sim” no “Eis aqui a serva do Senhor” (Lc 1, 38s).

Nosso Ministro Provincial Frei Fi-

FREI JEFFERSON MAX N. MACIEL dêncio Vanboemmel presidiu a Missa Sole-ne. Sobremaneira, celebramos o sétimo dia de falecimento de nosso estimado confrade Frei Claudinei Cananéa Bustamante. Eis a saudade de nosso confrade, vertendo ao que João nos indica: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele fica só; mas, se morre, produz muito fruto” (Jo 12,24b).

Nosso irmão, Frei Claudinei, junto do Senhor intercede por nós. Durante a celebração mesclaram-se os sentimentos de dor, de saudade, de tristeza… Porém, à medida que fomos sendo conduzidos para dentro do mistério de Deus, transluziu-se o lado reverso da morte: Um sorriso de gratidão a Deus pela nossa vocação, pela nossa convicção e clareza no seguimento a Jesus Cristo a exemplo de Maria, aquela que escutou, bem ouviu os toques de Deus, em sua humildade e disposição em servir. “Faça-se”. Assim como nosso confrade

Claudinei, com seu esforço e dedicação, empenhou-se pelo amor ardentíssimo a Cristo Crucificado, conforme salientou Frei Fidêncio em sua homilia. Ao término da Santa Missa, num gesto simples, plan-tamos uma árvore (Quaresmeira). Esta árvore representa a vida de nosso querido irmão Frei Claudinei: sua vida simples, humilde e autenticamente evangélica. Seu sorriso, seus gestos e seu amor pela vida franciscana passaram para além da morte, pois sua existência aqui na terra foi semeadura de beleza, de alegria e de paz.

Agradecemos, choramos, sorrimos na certeza da vida eterna, na alegria mis-teriosa da Ressurreição. Deus seja louvado! Salve Maria!

Leia mais soBre o FaLeCimeNTo

De Frei CLaUDiNei Nas

PÁGs. 48, 49, 50 e 51.

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MaIS PRÓXIMOS Da PROFISSãO SOLene

“Quando chamaste os doze primei-ros pra te seguir, sei que chamavas todos os que haviam de vir”. Assim começa o conhecido canto de José Acácio Santana, que fala sobre vocação.

Se o canto de entrada da Missa do último domingo, 8 de dezembro, não tivesse sido o tradicional “Imaculada, Maria de Deus” (Frei Antônio Fabretti em parceria com Thomaz Filho), bem próprio para o que se celebrava nesse dia, a Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, bem poderia ter sido essa pérola do José Acácio Santana. E por um motivo bem vocacional.

FREI RAFAEL TEIXEIRA NASCIMENTO Na missa das dez horas desse do-mingo, na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis, doze frades estudan-tes renovaram, diante de seus confrades e da Igreja, seu voto a Deus, de obediência, castidade e sem nada de próprio.

Os frades que renovaram seu voto, por mais um ano, até a profissão solene, foram os freis Jean Carlos e Edvaldo Batista (3º ano de Teologia) e Alan Maia, Camilo Martins, Clovis Pasinato, Evaldo Ludwig, Fábio José, José Raimundo, Leandro Costa, Marcos Vinícius, Rafael Teixeira e Vanderlei Neves (todos, 1º ano de Teologia).

A missa foi presidida pelo Defi-nidor regional, Frei Evaristo Pascoal

Spengler, que celebrou ainda, além da festa da Imaculada, o jubileu de 50 anos de sacerdócio do Frei Gentil Avelino Titon, que recebeu, como símbolo e recordação desse dia, uma vela, fabrica-da e esculpida pelos próprios frades do convento. Atendendo ao pedido de Frei Gentil, Frei Cesar Külkamp, guardião do Convento do Sagrado, dirigiu-lhe breves três frases, agradecendo-lhe a presença discreta e companheira na fraternidade.

A celebração encerrou-se com o almoço de confraternização, ao fim do qual alguns confrades já se despediram e seguiram de férias ou para seus estágios de fim de ano.

os noVos TeÓLoGosSexta-feira, 6 de dezembro de 2013, oito e meia da manhã.

Esse foi o dia e a hora que coroaram a caminhada acadêmica de três frades: Frei Jacó Paiva, Frei Paulijacson de Moura e Frei Silas Damasceno. Os três receberam nesse dia o grau de bacharel em Teologia, conferido pelo Instituto Teológico Franciscano.

À mesa, presidindo a sessão, estavam o diretor do Instituto, Fr. Antônio Everaldo P. Marinho, o paraninfo da turma, Fr. Elói Dionísio Piva, e o mestre dos frades estudantes de Teologia, Fr. Marcos Antônio de Andrade. Aberta a sessão solene de formatura, o diretor do Instituto passou a palavra ao paraninfo da Turma, que dirigiu a todos algumas palavras de agradeci-mento, encorajamento e provocação. O discurso seguinte foi do representante discente dos formandos, Frei Paulijacson, que agradeceu a todos, professores, colegas e confrades, e lembrou: “É hora de irmos para a missão”. Os três formandos fizeram o

juramento de “exercer de modo justo e fiel a missão que decorre da formação teológica”, ao final do que, o diretor do Instituto impôs-lhes o grau de bacharel. Sob aplausos e parabéns aos formados, ao som de piano e violino, foi executada a música, escolhida pelos novos teólogos, Imagine, de John Lennon.

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RenOVaçãO DOS VOTOS eM angOLa

A Família Franciscana de Angola celebrou mais uma vez, com grande entusiasmo, a solenidade da Imaculada Conceição. Ou melhor, foram várias celebrações!

Tudo começou com a celebra-ção da profissão religiosa dos nossos confrades Capuchinhos na Paróquia de Santo Antônio, no sábado, dia 7 – vésperas da solenidade -, em que quatro frades professaram solenemente e outros frades fizeram a sua primeira profissão. No domingo foi a vez das

FREI SANTANA KAFUNDA Irmãs Clarissas. Na Missa matinal, as Irmãs Clarissas do Mosteiro do Sagrado Coração de Jesus, de Luanda, também celebraram o encerramento dos jubileus de três irmãs e a renovação de votos de uma irmã. E, por fim, chegou a nossa vez!

A solenidade da Imaculada Concei-ção marca o reinício de uma vida porque é nesta data, dia 8 de dezembro, que todos nós, frades, renovamos os nossos compromissos. Nesta data, os professos temporários de toda Província reafirmam aqueles votos que fizeram na Primeira Profissão: de viver em obediência, sem nada de próprio e em castidade.

Ontem, às 18 horas, no ofício ves-pertino, na fraternidade Nossa Senhora dos Anjos, os professos simples da Fun-dação Imaculada Mãe de Deus renovaram os seus votos, na presença do presidente da Fundação, Frei José Antônio dos Santos, do guardião da fraternidade e do mestre, Frei Antônio B. Zovo Baza e Frei Valdir N. Ribeiro e de outros irmãos e irmãs. A seguir tivemos uma pequena confraternização. Que Deus nos acom-panhe nesses dias de nossa vida para que possamos ser desdobramento da mensa-gem evangélica! Que Maria, nossa mãe, nos acompanhe e nos encoraje!

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PRIMeIRa PROFISSãO nO DIa 3 Depois de um ano de formação

intensa no Noviciado da Província da Imaculada Conceição, no próximo dia 3 de janeiro, nove noviços serão admi-tidos à Profissão Temporária durante a celebração eucarística às 19 horas, na Igreja São Francisco de Assis, em Rodeio (SC).

Gabriel Dellandrea, Hugo Câ-mara dos Santos, Marcos Schwengber, Zilmar Augusto Moreira de Oliveira, Ananias Pegado Muondo Cauanda, Canga Manuel Mazoa, Ermelindo Francisco Bambi, João Candongo Muhala, Mário Sampaio Pelu, Ma-teus Molosande Ukwahamba e Siro Armando José Luamba emitirão seus votos nas mãos do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel.

Os noviços Augusto Luiz Gabriel e Douglas da Silva continuam a experi-ência em 2014. Já os noviços Cristiano Pereira Alves de Moraes, Jorge Hen-

MOACIR BEGGO rique Lisot Camargo, Pedro Renato Pereira da Silva e Ronair Simão de Barros pertencem à Custódia das Sete Alegrias de Nossa Senhora (MS/MT) e os noviços Éverton Leandro Piotto e Gabriel Alves dos Santos pertencem à Custódia do Sagrado Coração de Jesus (SP).

Desta turma, sete noviços vieram da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola.

Segundo a Ordem dos Frades Menores, o tempo da profissão tem-porária é o “período durante o qual se completa a formação para viver de modo mais pleno a vida própria da Ordem e melhor cumprir sua missão”.

Na Ordem Franciscana, os votos dos professos temporários são reno-vados anualmente até o momento da profissão solene.

A profissão religiosa na Ordem Franciscana, emitida nas mãos do Ministro Provincial, faz-se nos seguin-tes termos: “Para louvor e glória da

Santíssima Trindade. Eu, Frei N.N. , tendo o Senhor me dado a graça de seguir mais de perto o Evangelho e os passos de nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei Fidêncio Vanboemmel, com firme fé e von-tade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a regra dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá-la fielmente segundo as Constituições da Ordem dos Frades Menores. En-trego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai Francisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a perfeita ca-ridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”.

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aDMISSãO aO nOVICIaDO nO DIa 12

Um momento muito esperado e marcante na história do candidato à vida religiosa franciscana vai acontecer no dia 12 de janeiro, no Noviciado São José, de Rodeio, em Santa Catarina, quando 16 jovens receberão o hábito franciscano ao ingressar na Ordem dos Frades Menores pela Província Franciscana da Imaculada Conceição.

Desses 16 jovens, sete vêm da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, oito fizeram o Postulantado em Guaratinguetá - entre eles o pau-lista Angelo Fernandes Baratella que retorna à Província - e Adriano Cézar de Oliveira, que pertence à Fundação Franciscana Nossa Senhora de Fátima, com sede em Uberlândia (MG).

Esses jovens serão acolhidos pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Van-

MOACIR BEGGO boemmel e pela Fraternidade de Rodeio no dia 12, às 8h00.

Segundo os documentos da Or-dem, esses jovens farão um “período de formação mais intensa” em Rodeio, tendo como objetivo “fazer com que os noviços conheçam e experimentem a forma de vida de São Francisco, im-pregnem mais profundamente a mente e o coração de seu espírito e, avaliando melhor o chamado do Senhor, compro-vem seus propósitos e sua idoneidade” (Constituições Gerais da Ordem, art. 152).

Um dos momentos mais belos e emocionantes da admissão dos noviços será a vestição. Cada candidato recebe o hábito franciscano das mãos do Minis-tro Provincial e do Mestre Frei Samuel Ferreira de Lima e se veste na sacristia, voltando para assinar o documento de ingresso na Ordem dos Frades Menores.

A partir deste momento, cada um dos candidatos passará a ser chamado de “Frei”, que significa “irmão”, conser-vando o nome de batismo.Durante o ano, os noviços intensificam a vida em comum, entre eles e com a Fraternidade Formadora da casa, e participam tam-bém de algumas atividades na própria comunidade eclesial e celebrações das outras casas franciscanas da região. No dia a dia, eles se dedicarão ao estudo e reflexão da Teologia da Vida Religiosa, da Regra dos Frades Menores, das Cons-tituições e Estatutos Gerais da Ordem, sobretudo dos escritos de São Francisco.

Este será o quinto ano de Frei Sa-muel como Mestre dos noviços, já que ele foi confirmado neste serviço até o final do triênio, em 2015. Esta é a 113ª turma do Noviciado, que também estará sob a orientação do vice-mestre Frei Val-dir Laurentino e da Fraternidade local.

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noViços 2014

aLBerTo aNDrÉ aNTÔNioNascimento:17/04/1987Natural de Cazenga, Luanda

CrisÓsTomo PiNTo ÑGaLaNascimento: 05/09/1992Natural de Cubal, Benguela

DioGo Da siLVa FiLiPeNascimento: 28/03/1985Natural de Cazengo, K. Norte

GaBrieL saPaLo CHiCoNascimento: 16/05/1992Natural de Cubal, Benguela

HoNoraTo saLVaDor GasPar GaBrieLNascimento: 26/11/1990Natural de Malange, Malange

PaULiNo KamUssamBa soPiNDiNascimento: 21/05/1987Natural de Cabinda, Cabinda

ViCToriNo CHiCo TCHimUKUNascimento: 28/12/1992Natural de Cubal, Benguela

LeaNDro Ferreira siLVaNascimento: 25/02/1981Natural de São Paulo - SP

HeBerTi seNra iNÁCioNascimento: 22/03/1984Natural de Volta Redonda - RJ

aNGeLo FerNaNDes BaraTeLLaNascimento: 03/06/1983Natural de Bragança Paulista - SP

raoNi FreiTas Da siLVaNascimento: 20/07/1989Natural de Nova Iguaçu - RJ

aDriaNo CÉZar De oLiVeiraNascimento: 22/07/1991Natural de Conselheiro Lafaiete - MG

samUeL saNTos soaresNascimento: 24/07/1989Natural de Piaçabuçu - AL

DaViD BeLiNeLLiNascimento: 20/08/1982Natural de São Bernardo do Campo - SP

sYDNeY araNHa Da siLVaNascimento: 31/08/1988Natural de Duque de Caxias/RJ

eriCK De araÚJo LÁZaroNascimento: 05/11/1992Natural de Guarulhos - SP

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aSPIRanTeS FaZeM ReTIRO eM agUDOS

Realizou-se nos dias 11, 12 e 13 de dezembro, no Seminário Santo Antônio de Agudos, o Retiro dos As-pirantes, conduzido por Frei Roberto Ishara, que, com muita simplicidade, prestatividade e organização trouxe a cada um de nós uma mensagem de paz e bem e ajudou a compreendermos melhor e mais claramente a vocação no carisma franciscano.

Os três dias do retiro nos proporcionaram grandes momentos marcados pela Celebração Eucarística, que dava início a cada dia de retiro, o deserto, que predo-minou na maior parte do dia, o que foi favorável para confrontar-nos com nossas “chagas” e nossa vocação, a oração diante do Santíssimo, que ficou exposto durante todo o dia. Cada um pôde ter profundo momento de ado-ração e íntima comunicação com Deus. Houve também no final de cada dia a partilha das experiências que cada um vivenciou no deserto.

“Em São Damião, a Igreja restaurou No encontro com o leproso, sua alma lavouNa escuta do Evangelho, o coração palpitouNo Monte Alverne, os estigmas encarnou.”Com este pequeno mantra, escrito por um dos aspi-

rantes, resumimos quatro encontros da vocação de Fran-cisco que nos serviram como base para nossas reflexões.

Assim foi nosso retiro, na alegria daqueles que o Senhor fez irmãos pelo dom da vocação.

NATANAEL JOSÉ BARBOSA E ANDERSON DE MORAES MARIANO

Aspirantes

Depoimento De natanaelVivo minha vocação como uma resposta de conformação com

Cristo. Talvez esteja longe de alcançar tão grande dádiva. Vou seguindo

as pegadas profundas de Francisco. Não me recordo de um crucifixo

ter-me dito: “Vai e repara a minha casa, que como vês, esta em ruínas”,

nem tive um encontro com o leproso, enquanto, pela Palavra, talvez,

me senti impulsionado.

Recordo que sou chamado a anunciar a Boa Notícia entre todas

as nações e a toda criatura. A abraçar muitos leprosos e até mesmo a

minha própria lepra, para continuar nesta missão e produzir frutos.

A Palavra tem me guiado, tem sido “Lâmpada para os meus pés e Luz

para o meu caminho”. Tenho o Evangelho como base sólida da minha

vida e como regra das minhas ações. Assim vou me identificando com

o pobrezinho de Assis, na humildade do acolhimento, na simplicidade

do agir, no desapego do mundo, no despojamento da riqueza e da ma-

téria, no esvaziar-me de mim e de tudo, na perseverança da oração e

na docilidade do Espírito, no morrer para o pecado, vontades e desejos...

Afinal, “já não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em

mim...”. No fim da minha vida não espero receber as chagas do Cristo

Crucificado impressas no meu corpo, já recebo tantas em minha alma...

Não desisto, sei que de lá emana um amor cultivado por quem ama.

Quero mergulhar neste oceano, mesmo sem saber nadar, com

maré alta ou maré baixa, vou lançar-me na maior onda, sei que em

algum lugar minha missão chegará ao fim.

Enquanto navego mar adentro, vou buscando mais amar do que

ser amado. Mais compreender, do que ser compreendido, mais consolar,

do que ser consolado. Mais perdoar, do que ser perdoado. Pois, antes

mesmo de chegar ao porto eu aprendi que é dando que se recebe, e é

morrendo que se vive para a vida eterna.

Nunca perca de vista seu ponto de partida!

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O ÚLTIMO enCOnTRO DO anO

No dia da Imaculada Con-ceição de Maria, os vocacionados do Rio fizeram seu último en-contro do ano. Como a Virgem Imaculada, é preciso dizer sem-pre “sim” ao plano de Deus. Nesta inspiração, foi realizado no dia 8 de dezembro o último encontro vocacional de 2013, no Convento de Santo Antônio do Largo da Carioca. Estiveram presentes oito jovens, que foram acompanhados pelo orientador vocacional, Frei Nazareno José Lüdtke. No mesmo dia, a Igreja celebrou a Ima-culada Conceição de Nossa Senhora. Animados pelo profundo significado da solene festa, o grupo comemorou, também, a conclusão do período de dis-cernimento vocacional, que representa o primeiro passo do caminho a ser trilhado por aqueles que optam por seguir a vida religiosa franciscana.

O encontro teve início às 10 ho-ras com a Santa Missa, celebrada pelo Frei Robson de Castro Guimarães. O

MARCELO MÉRIDA DOS REISvocacionado

SaV-RJ ________________________________________

religioso, no sermão proferido, convidou os fiéis a perceberem o lugar especial que Maria ocupa ao lado do seu filho Jesus. O sacerdote teceu belíssimas considerações sobre a fé e devoção àquela que foi con-cebida sem mancha alguma de pecado, a Bem-aventurada sempre Virgem Maria, Rainha da Ordem dos Frades Menores.

No mês de novembro, os vocaciona-dos que almejavam ingressar no seminário, participaram de um estágio na cidade de Guaratinguetá, interior do Estado de São Paulo. Desde então, aguardaram do Serviço de Animação Vocacional a carta de aprova-ção para envio ao Aspirantado. Grande foi a alegria dos jovens ao receberem aprovação!

Após a confirmação, os jovens se sentiram mais próximos do ideal de vida que há muito querem abraçar: a vida consagrada. Ao receberem as cartas, os voca-cionados, em companhia do orientador vocacional, as leram, de modo que o mesmo pôde fa-lar sobre as providências a serem tomadas antes do ingresso no Aspirantado.

Por fim, Frei Nazareno, sabiamente, os preveniu de que a vida religiosa pode ser um caminho árduo e pedregoso. Contudo, lembrou-lhes que a vocação é um chamado de Deus e, portan-to, nenhuma dificuldade será intransponí-vel se, no Altíssimo, for depositada total e irrestrita confiança.

Confiar e esperar é reconhecê-Lo como a razão única de toda a vida e fator primordial que impulsiona as escolhas. Que a Virgem Santíssima, a Imaculada Conceição, ampare, proteja e defenda a todos os vocacionados, a fim de que perseverem e sejam generosos na resposta positiva ao chamado de Deus, a exemplo de São Francisco de Assis.

Convite

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aLegRIa FRanCISCana DOS VOCaCIOnaDOS De SãO PaULO

No último fi-nal de semana (13 a 15/12), nós, vocacio-nados do Convento São Francisco, de São Paulo, vivenciamos mais um momento de profunda importância para nossa vocação: o encerramento das atividades do Ser-viço de Animação Vocacional, em São Sebastião, litoral Norte de São Paulo. Foram três dias de convívio com muita alegria franciscana no coração de cada um, e celebramos a aprovação dos vo-cacionados que foram acompanhados no decorrer deste ano para a primeira etapa da formação franciscana, o As-pirantado ou Seminário Menor para os jovens que estão cursando o Ensino Médio. As lindas praias e paisagens das cidades de São Sebastião e Ilhabela nos aproximaram ainda mais da realidade franciscana, já que São Francisco, nossa fonte inspiradora, era um eterno apaixonado pela natureza. Durante todo o passeio, o clima foi de descon-

THIAGO SANTOSvocacionado

SaV-SP ________________________________________

tração e fraternidade. Aprendemos e nos di-vertimos muito com as histórias do Frei Albino Gabriel e também com o jeito espontâneo do Frei Alexandre Rohling e do Postulante Leandro.

Nosso encontro se encerrou no 3º domingo do Advento, chamado de domingo da alegria,

palavra que resume o que vivemos nesses últimos três dias. Agradecemos aos Freis Paulo Santana, Pedro Viana e Sílvio Mascarenhas, que nos acolheram na Fraternidade Nossa Senhora do Am-paro, à Ordem Franciscana Secular pelo delicioso almoço na tarde de domingo e a toda comunidade pelo carinho que tiveram conosco.

Por fim, agradecemos ao nosso animador vocacional Frei Alvaci Men-des da Luz, que nos acompanha desde o início do ano, pela amizade e compa-nheirismo. Que São Francisco e Santa Clara nos ensine sempre a viver nessa alegria franciscana, afinal “a gente pode ser muito mais feliz, seguindo o exemplo de Francisco de Assis”.

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O Convento São Francisco, no centro de São Paulo, acolheu na sexta--feira (6/12) os frades jubilandos da Província da Imaculada Conceição do Brasil para um momento especial de Ação de Graças, ou como bem frisou o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, um momento para agradecer e louvar exatamente ao Doador da vocação religiosa e sacerdotal.

Frades de 72, 50 e 25 anos de vida religiosa e frades de 60 e 50 anos de vida sacerdotal se encontraram no Convento desde o último dia 4 de

MOACIR BEGGO dezembro para celebrar seus jubileus. Esta celebração encerrou o encontro dos Jubilandos, que, além do Ministro Provincial, teve a presença dos Defini-dores, Frei José Francisco dos Santos e Frei Mário Tagliari, do guardião Frei Luiz Henrique F. de Aquino e frades do Convento e do Regional.

Frei Walter de Carvalho Jr abriu a celebração explicando a importância deste momento celebrativo na vida dos frades. Segundo ele, além das cele-brações individuais nas fraternidades e paróquias onde os frades atuam, a Província promove esta celebração conjunta. Já os textos bíblicos foram tomados da solenidade da Imaculada

Conceição, do próximo domingo. “Na Província temos o costume de celebrar os jubileus dentro da festa da Imaculada Conceição e não queríamos deixar Ma-ria em segundo plano neste momento em que vocês, jubilandos, vão renovar o compromisso de fidelidade a Deus, que anos atrás prometeram ao Senhor, seja na vida religiosa ou na vida sacerdotal”, explicou Frei Fidêncio.

O Ministro Provincial destacou na sua homilia cinco pontos das refle-xões feitas pelos jubilandos durante o encontro:

Como primeiro ponto, todos citaram a família de origem. “É dessa família de sangue que saímos para

JUBILeUS açãO De gRaçaS aO

DOaDOR Da VOCaçãO

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construirmos, juntos, essa nova família, dada e organizada, a partir do Senhor”, observou Frei Fidêncio.

Em segundo lugar, o despertar vo-cacional. “Foi muito bonito ouvir isso. Os referenciais que vocês tiveram no momento de entrar para o seminário e de buscar a vida religiosa. Um frade dis-

se que a carta que recebeu aceitando-o no seminário, mesmo sem conhecer os frades, o entusiasmou tanto que ele chegou a dizer: ‘esse vai ser o meu lugar’. Como foi importante a acolhida”, ressal-tou o Ministro, ilustrando com o exem-plo de dois jubilandos ali presentes: “Frei Antônio Rosolém disse que bateu

às portas do Convento São Francisco e quem o acolheu? Frei Olavo. Ou seja, um jubilando de 50 anos de vida religiosa e outro de 72 anos de vida religiosa”. Frei Fidêncio ainda lembrou que o Convento São Francisco sempre foi uma casa de acolhida vocacional e de como os jubilandos poderiam “ser

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referenciais às vocações novas que o Senhor nos dá”.

O terceiro ponto que Frei Fidên-cio destacou foi a caminhada forma-tiva. “Praticamente todos vocês lem-braram da formação que receberam em diferentes épocas: antes ou depois do Concílio Vaticano II, do tempo da Teologia da Libertação ou ainda “pegando as raspas da Teologia da Libertação”, como disse um frade, mas todos falaram com muito carinho da formação religiosa, da formação que receberam ao longo dos anos”, disse o Ministro, também surpreso pelo fato de todos citarem o Noviciado como marco na vida religiosa franciscana.

Em quarto lugar, o que chamou a atenção foram os trabalhos apostóli-cos. “Irmãos que trabalharam nas por-tarias dos conventos, nas paróquias, nas escolas, nas missões. Três deles

falaram da dimensão missionária da Província”, explicou o celebrante.

Por último, destacou a Fraterni-dade Provincial. “Com todas as nossas dificuldades, as nossas diferenças, lutas, conquistas, realizações, sim, é na fra-ternidade que nós construímos a nossa vida. Ali nós crescemos na santidade e, a partir dela, nós partimos em missão. Por isso, irmãos, de diferentes modos, lembram que esses jubileus são, antes de tudo, expressão de gratidão a Deus. Ou como disse um irmão: é sempre mérito de Deus e não nosso”, continuou Frei Fidêncio. “Acho que celebrar o jubileu é celebrar em Ação de Graças a visibili-dade da nossa vocação”, emendou.

Para ele, isso nos faz lembrar Santa Clara de Assis. “Entre tantos benefícios que todos os dias nós recebemos do Deus da Misericórdia está a nossa pró-pria vocação, que quanto mais perfeita,

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mais vivida, mais a Ele é devida”, con-cluiu, pedindo a intercessão de nossa Mãe Santíssima, a Imaculada Virgem Maria, para que nesse tempo jubilar, e diante do Mistério de Deus, se possa dizer: “Faça-se em mim segundo a tua vontade”.

Logo depois da homilia de Frei Fidêncio, começou o rito da renovação dos votos religiosos. Muitos frades jubilandos vieram de longe para cele-brar este momento, como Frei Olavo Seifert, 72 anos de vida religiosa. Aos 94 anos, Frei Olavo veio do Rio de Ja-neiro; Frei Anselmo München veio de Ituporanga (SC) para celebrar 60 anos de sacerdócio. Alguns frades, mesmo com limitações de saúde, como Frei João Batista (72 anos de vida religiosa) e Frei Ernesto Kramer (50 anos de sa-cerdócio) não deixaram de participar desta ação de graças.

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CHURRaSCO, CHUVa e MUITa aLegRIa

Nem a chuva insistente atrapa-lhou o encontro recreativo do Regio-nal Rio-Baixada, na segunda-feira, 25 de novembro, no Sítio Taquara. Pela manhã os frades foram chegando das di-versas casas e, entre um cafezinho e outro, a conversa já engrenava, como somente quem gosta de estar junto consegue. Agra-decimento às fraternidades de Campos Elíseos e Imbariê, que providenciaram

FREI CLAUZEMIR MAKXIMOVITZ

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algumas pessoas das comunidades para irem adiantando o fogo do churrasco, e garantindo o arroz e a salada de acom-panhamento! Sem formalidades nem discussões de pauta, o clima descon-traído prevaleceu, mesmo durante a breve palavra do Definidor, Frei Evaristo Spengler, e no único compromisso do dia: agendar o primeiro encontro do ano seguinte. Optou-se pelo dia 10 de março, na Fraternidade Nossa Senhora da Concei-ção, em Nilópolis, oportunidade também

para festejar naquele dia o aniversário de Frei Gildo! Antes do almoço, ainda uma palavrinha em ação de graças pelos ju-bileus celebrados no mês de dezembro, de 50 anos de vida religiosa de Frei José Pereira, e 72 anos de vida religiosa de Frei Olavo Seifert, que abençoou então os alimentos e todos os presentes. O cli-ma fraterno, certamente, foi o destaque do encontro, e o espírito celebrativo continuou com os frades que retornavam para suas casas.

Fae tem a melhor avaliação do meC, em CuritibaO Ministério da Educação (MEC)

divulgou a classificação das instituições de ensino superior com base no Índice Geral de Cursos (IGC). Em Curitiba, a FAE Centro Universitário está posi-cionada, pelo sexto ano seguido, com a melhor avaliação entre as instituições universitárias privadas da capital, com IGC nota 4, em uma escala de 1 a 5. Esta faixa de avaliação 4 da FAE corresponde ao IGC contínuo de 3,26 (que vai de 2,95 até 3,94) – valor que se aproxima do nível máximo de avaliação de qua-lidade do MEC. O IGC indica o nível de qualidade dos centros universitários, universidades e faculdades, permitin-do, desta maneira, que os estudantes consultem o desempenho de todos os cursos de graduação e pós-graduação de cada instituição a partir de um único indicador.

De acordo com o pró-reitor acadêmico da FAE, André Luís Gon-

tijo Resende, nos últimos anos, os indicadores de qualidade da instituição estão em plena ascensão, e isso é resultado da gestão acadêmica do centro uni-versitário, do comprometi-mento do corpo docente e do esforço dos alunos, que tiveram boa participação no último Enade.

“A FAE se preocupa com os níveis de qualidade antes mesmo de uma avaliação externa como a do MEC, por isso, há um investimento contínuo, como aconteceu em 2012, com a reforma da nossa proposta pedagógica. Estamos sempre nos anteci-pando às tendências do mercado e tenho certeza de que, no próximo ano, teremos um resultado ainda melhor”, afirma.

Cinco cursos da FAE também estão em primeiro lugar no Conceito Preliminar de Curso (CPC), em Curitiba, com desta-que para Administração, Direito e Gestão

eDUCação

Financeira, que superaram cursos tradi-cionais da capital nas respectivas áreas do conhecimento.

entenda a avaliaçãoO IGC é divulgado pelo Inep/

MEC e tem o objetivo principal de tornar público o desempenho das insti-tuições de educação públicas e privadas, auxiliando os estudantes na escolha do local que melhor atende às suas ex-pectativas. A atual avaliação divulgada pelo MEC é referente ao último triênio e compreende 2.171 universidades, fa-culdades e centros universitários.

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enCOnTRO DO LeSTe CaTaRInenSeNos dias 25 e 26 de no-

vembro realizou-se o nosso encontro regional recreativo.

O encontro aconteceu na Pousada Pinheiral, no Rancho Queimado (SC), onde ficamos hospedados até o dia 26 após o almoço.

Fomos muito bem acolhi-dos e o local proporcionou um encontro aprazível, em que se

partilhou bastante a nossa vida diá-ria: experiências e fatos. Era normal vermos frades de dois a dois, ou em grupinhos maio-res, desfrutando as belezas da natureza daquele lugar.

Os momentos mais marcantes e

prazerosos foram as nossas serenatas. Juntos cantávamos e nos divertíamos ao som da san-fona, da viola e do violão. Pode-ríamos dizer que se alguém nos visse, diria: “Vede como eles se amam...”. Era muito agradável estarmos juntos e curtindo os momentos fraternos naquela Pousada que nos proporcionou esse encontro de lazer.

Na despedida, foi tama-nho o contentamento dos an-fitriões que a cada frade pre-sentearam com uma caixa de morangos. Lembraremos por muito tempo, com saudades, esse lugar.

FREI MARCELO PAULO ROMANI

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eU te DeSeJoWalter Hugo de Almeida

Nesse raio festivo de Ano Novo,Eu te desejo uma mansão florida,Dias melhores, sim, para o meu povo,E um verão de Luzes pra tua vida.

Desejo, amigo, para ti a sorteDe um tempo novo em tua linda estrada,Graça e Luz, pra te ilumine a morte...Nas duras curvas de tua jornada.

Pra ser feliz no mundo, a vida inteira,Felicidade é bom sempre sonhar,Para ganhar a hora derradeira...

Esse ano Novo mudará teu jeito,E vale a pena a luta, enfim, e eu digo,Tu, se constante, acolher Deus no peito!

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MOSTRa De SãO PaULO CHega À 24ª eDIçãO

A 24ª Exposição Franciscana de Presépios foi inaugurada no dia 6 de dezembro, no Convento São Francisco de Assis. Entre os 42 conjuntos – 12 são esculturas da Sagrada Família – que compõem a Mostra, ambientada num salão que faz refe-rência a uma estrebaria, Frei Roger Brunorio escolheu alguns presépios especialmente para as crianças. “Tudo aconteceu

MOACIR BEGGO

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de modo natural. Este ano tivemos a sorte de encontrarmos estes conjuntos que remetem ao universo infanto-juvenil. A primeira busca foi por causa de um presépio da Playmobil e daí os demais vieram para compor este universo mágico e lúdico”, explicou o coordenador da Exposição, que também é museólogo e responsável pelo Departamento de Bens Cul-turais da Província Franciscana da Imaculada Conceição.

Segundo Frei Roger, os presépios são oriundos de di-versos países, como Argentina, Alemanha, Quênia, Paraguai, Angola, Polônia, Filipinas, EUA, Indonésia, Itália, Bolívia, Peru, Síria, Hungria, Áustria e Brasil.

Dos conjuntos brasileiros, dois ganham destaque: um feito de palha de milho, da artista mineira Maria Amélia Dini Coutinho, e o presépio da artista carioca Nívea Semprini, com personagens nas periferias das grandes cidades brasileiras. Assim, pode-se ver o jovem com o skate, a lavadeira com a bacia na cabeça, o jovem violeiro, o vendedor de frutas.

Segundo o frade, essas cenas são comuns na tradição presepeira e festas do ciclo natalino, como expressões mais contundentes da celebração popular do Natal, pois vão além do rito litúrgico celebrado no interior das capelas e igrejas. “A festa do Natal é essencialmente uma festa popular e uni-versal. Certamente é a evocação da Sagrada Família como modelo e espelho no qual se reflete a imagem de cada uma das personagens onde podemos nos identificar”, explica o coordenador da Mostra.

PresÉPios

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TRInTa PReSÉPIOS na eXPOSIçãO De SanTOS

Seja de papel, pano, vidro ou madeira, o significado do presépio é o mesmo: o nascimento de Jesus. A inauguração da 20ª Exposição, no Santuário Santo Antônio do Va-longo, se deu no dia 8 de dezembro.

Trazida para Santos por Frei Rozântimo Antunes Costa, a Ex-posição já se tornou tradicional e muito aguardada pela comunidade e turistas. “A exposição é interna-cional. O primeiro presépio foi idealizado por São Francisco de Assis no século XIII. Nós, francis-canos, mantemos a tradição, não apenas pela arte de cada presépio, mas para reviver o Natal”, explicou o Frei.

Nesse ano, em um espaço climatizado e decorado, a mostra contará com mais de 30 presépios, todos feitos com muito carinho e dedicação por muitas mãos, de voluntários e fiéis da comunidade.

Para a voluntária Elaine Ro-drigues, que participa do evento, o presépio mostra o verdadeiro sentido do Natal: “O presépio é o renascimento de Jesus em diversas técnicas e raças. O Natal não é somente o comércio, mas, princi-palmente, o nascimento de Jesus”.

O Santuário ficará aberto para visitação de terça a domingo, das 8 às 19 horas. A exposição, com entrada gratuita, irá até o dia 26 de janeiro de 2014. O endereço é Largo Marquês de Monte Alegre, 13 - Valongo - Santos - SP, centro histórico de Santos. A Petrobras, o Grupo Mendes e Prefeitura Muni-cipal de Santos são patrocinadores da ação.

ELAINE OLIVEIRA

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PVF Se enCOnTRa eM nITeRÓINa última sexta-feira, dia 22 de

novembro, aconteceu em Niterói o IV Encontro de Benfeitores Franciscanos, que reuniu colaboradores do Rio de Janeiro, São João de Meriti, Duque de Caxias, Petrópolis, Nilópolis e Niterói.

Desde as vésperas, várias pessoas da Paróquia Porciúncula de Santana empenhavam-se na ornamentação e arrumação dos espaços, bem como na preparação dos alimentos a serem servidos no café da manhã e almoço do dia seguinte. Os benfeitores foram chegando e sendo acolhidos pela Ju-ventude Franciscana (Jufra), pela nossa colaboradora Célia e por nós, frades. Recebiam o seu crachá e eram levados ao salão onde foi servido um delicioso café da manhã.

Por volta das 9 horas da manhã foram conduzidos ao salão de eventos da Paróquia, onde foram acolhidos com cantos de animação. Com o auxílio de Frei José Francisco dos Santos, ani-mador provincial do Sefras (Serviço Franciscano de Solidariedade), todos os benfeitores puderam conhecer os tipos de trabalho que este serviço desenvolve em nível local e provincial. Também refletimos sobre aquilo que vem a ser as políticas públicas que devem ser do bem comum. Um serviço franciscano que vai desde a reciclagem do lixo até a busca da dignidade humana dos assistidos. Logo após este momento de partilha do Servi-ço Franciscano de Solidariedade deu-se um tempo para perguntas e respostas.

Na Missa de Ação de Graças pelos benfeitores, presidida por Frei Alvaci Mendes da Luz e concelebrada por Frei José Francisco, o sentimento que perpassou as palavras do presidente da celebração foi de gratidão por tudo o que os nossos benfeitores nos propor-cionam com sua ajuda, na formação de nossos jovens para serem os evangeli-

FREI ALEXANDRE ROHLING

zadores e promotores da paz, como o foi Francisco de Assis.

Queremos agradecer de forma especial à divulgadora Célia, que muito se empenhou na preparação e realização deste encontro. Também agradecemos à sempre querida ajuda e disposição da Jufra da Porciúncula, que se empenha na

preparação e condução destes encontros. Por tudo isso, só podemos render

graças a Deus e pedir a Ele que, por in-tercessão de Francisco e Clara de Assis, abençoe a todos os nossos benfeitores, para que nunca lhes falte o necessário para a vida: o pão de cada dia, o emprego, a saúde e a paz.

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JaneiRo VemFrei Walter Hugo de Almeida

Um sonho novo, quando vem janeiro,Nos corações, é fundo, traz desejo De que o amanhã será alvissareiro,Também eu sonho e um mundo lindo almejo...

Janeiro vem pra reacender o sonho,Que adormeceu atrás, nesse ano velho...Janeiro é luz e luz eu te proponho:- Governa a estrada com a Luz do Evangelho.

Jamais deter o sonho nesta vida,Sonho é começo para erguer castelo,Sonho é certeza pra arrostar subida!

Janeiro é tempo de sonhar sagrado,Janeiro é início de uma coragem forte,Janeiro é prece pra um viver dourado.

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eVangeLIZaçãO ________________________________________CenTROS De eSTUDOS FRanCISCanOS

SUPeRIOReS ReaLIZaM enCOnTRO eM BOgOTÁ

A Província Franciscana da Ima-culada Conceição do Brasil fez-se presente com 5 representantes no IV Encontro de Centros de Estudos Supe-riores da América e Espanha.

Este se realizou em Bogotá, Co-lômbia, de 2 a 5 de dezembro do corrente ano. Estiveram no encontro, pela Província, o Prof. Hector Huanay Escobar e Frei Nelson José Hillesheim, respectivamente Reitores da USF e FAE Centro Universitário, bem como Frei João Mannes, Frei Nilo Agostini e Frei Mário Knapik, da coordenação da Frente de Evangelização da Educação.

O encontro teve como tema: “A transmissão da cultura cristã na Uni-versidade Franciscana, desafios para o mundo atual”.

A anfitriã deste encontro foi a Uni-versidade São Boaventura, que pertence à Província de Santa Fé da Colômbia. Além dos representantes dos Centros de Estudos Superiores, fizeram-se presentes o Ministro Geral Frei Michael Perry e o Definidor Geral para a América Latina Frei Nestor Schwerz.

Os trabalhos desenvolveram-se com a apresentação de conferências seguidas de momentos de partilha, per-mitindo a participação de todos. Houve também, no final, um momento para a apresentação de cada Centro de Estudos Superiores. Seguem alguns destaques das quatro principais conferências:

• Para oMinistro Geral FreiMichael Perry, fazer penitência, para Francisco, não se reduzia a atos iso-lados, mas antes a um modo de vida transformada e que transforma a Igreja e o mundo. Brindou-nos com uma con-sistente reflexão da identidade e missão franciscanas no mundo da educação.

FREI NILO AGOSTINIAnimador da Frente de

Evangelização da Educação

Referindo-se aos Centros de Estudos Franciscanos, lembrou-nos que a missão destes transcende os seus muros e deve chegar também àqueles que estão fora dos mesmos, fazendo com que a nossa educação seja igualmente portadora de benefícios aos que não chegam à Univer-sidade ou nem mesmo às nossas Escolas.

• ParaFreiHernandoAriasRo-driguez, pensar a educação franciscana hoje é acolher e fazer face aos desafios que se apresentam à sociedade, à Igreja e à nova evangelização. Por isso, a tarefa evangelizadora dos franciscanos na educação deverá preparar pessoas aptas para atuar na sociedade como presenças evangélicas e evangelizadoras.

• FreiAdolfoGaleanoAtehortuanos apresentou a cultura como uma realidade viva e em constante desenvol-vimento, apresentando-se no plural, ou seja culturas distintas e marcadas por um forte dinamismo de transformação. A Igreja, por sua vez, não teme estas cultu-ras, mas nelas deve se encarnar, sendo ela peregrina, sempre a caminho, também ela mesma em contínua renovação.

• Frei Héctor Eduardo LugoGarcía, numa fala contundente, apontou para a atual mudança de época como portadora de transformações em todos

os campos da vida, atingindo o pensar, o crer e o atuar. Não só utilizamos novas tecnologias, como também as-sumimos um novo modo de ser. Este cenário exige repensar a Universidade para que ela seja construtora da socie-dade neste novo contexto. Caso con-trário, pouco dirá às novas gerações. No atual contexto, emerge uma cultura da diversidade, que se desenha dentro das próprias culturas. Emerge a busca de autonomia, segundo a qual cada indivíduo tende a construir a própria identidade, com forte incidência do efêmero, sem fundamentos sólidos.

Como proposta final, foi unâni-me a necessidade de trabalharmos em rede, saindo de nossos isolamentos ou autossuficiências.

Realizaremos reuniões a cada dois anos, buscando trabalhar con-comitantemente em duas frentes: a identidade franciscana na educação como parte da evangelização, buscan-do clarear a concepção antropológica franciscana, e a realização de acordos entre Universidades, num claro traba-lho em rede.

A próxima reunião foi marcada para o final de junho de 2015; a enti-dade anfitriã será a FAE de Curitiba.

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Entre os dias 15 e 17 de novembro, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras) participou o 9º Encontro Na-cional de Fé e Política, em Brasília, DF. Foram 12 pessoas, entre trabalhadores e frades representando a instituição. Foi uma longa viagem de carro para chegar até o local do encontro que aconteceu na Universidade Católica de Brasília (UCB). O tema desde ano foi: “Cultura do Bem Viver: Partilha e Poder”.

Na abertura do Encontro, o movi-mento Fé e Política lançou uma campa-nha nacional pedindo uma “Assembleia Nacional Constituinte, Exclusiva e Soberana do Sistema Político Brasileiro”. Logo em seguida, aconteceu a mística de abertura e atividade cultural.

De acordo com o integrante do Movimento Fé e Política, Claudio Vereza, os Encontros Nacionais são oportunida-des onde os grupos e as comunidades de bases se deixam animar pelo espírito de vida à luz da fé da política. Ele considera que diante da crise financeira interna-cional e também ecológica, as matrizes europeias intelectualmente pensadas não deram conta de responder aos problemas socioambientais. Mas, a Cultura do Bem Viver que vem da tradição indígena tem muito a ensinar sobre a partilha do poder. Para Vereza é significativo que este tema do 9º Encontro Nacional fosse debate em Brasília, sede do poder do Brasil. Ele enfatiza: “Estamos inconformados com o modelo de poder e desenvolvimento”.

Na manhã deste dia, (16), Frei Betto discorreu sobre o tema do poder na cultura do bem viver. Para o frade, o poder é a partilha da palavra e da vida. Porque a palavra cria vida. É no processo dialógico que todos têm o direito de falar e escutar.

Ele lembrou que o poder reside no povo que elege os representantes polí-ticos, portanto a “autoridade” é o povo. Mas, inverteu-se esta compreensão e grande parte dos políticos olha o povo de “cima para baixo”.

FABIANO VIANA

SeFRaS nO enCOnTRO De FÉ e POLÍTICaeVangeLIZaçãO ________________________________________

Betto afirma que a fé tem que ter uma intervenção política, porque ser cristão é ser discípulo de um prisioneiro político – que foi Jesus. “Ele foi torturado e assassi-nado por decisão de dois poderes políticos, o Sinédrio Judaico e o ocupante romano representado pelo governador Pôncio Pilatos”. Para o teólogo, “toda a vivência da fé tem uma repercussão política, seja para sacralizar ou para questionar. Não existe uma fé neutra”. Sendo assim, é preciso não partidarizar e nem confessionar a política. Ele enfatizou que há seguimento religiosos que estão cada vez mais partidarizados. O frade lembrou que os fundamentalistas re-ligiosos transmitem a ideia de que querem o “bem para todos”. Mas, para Betto, é im-portante ressaltar que eles se posicionam, por exemplo, contra o aborto, mas, não se indispõem contra a pena de morte e, neste sentido, ele foi bem enfático. “Está sendo ‘chocado’ no Brasil um poder fundamen-talmente confessionalizado”.

O poder na “cultura do bem viver” é colocar-se a serviço do outro. Entre os indí-genas o poder é partilhado. Beto lembrou que Jesus construiu uma comunidade de partilha e de socialização dos bens.

Frei Betto criticou os governos Lula e Dilma e disse que atualmente o governo que tinha objetivos socialistas, há 10 anos tem sido despolitizante.Toda a arquite-tura do poder foi feito nas “coxas” dos capitalistas, não com a participação dos movimentos sociais e dos marginalizados. Mencionou que o poder é abrir-se para o diálogo e para escutar o Brasil que se quer. Mas, as estruturas de poder da atualidade preferem perder o poder a abrir-se para o diálogo. Para concluir, Frei Betto recordou que culturalmente fomos formados como autoridades diante da natureza e, por isso, perdemos a consciência de que somos “frutos da natureza”. Isto implica na forma como nos relacionamos e exploramos o ecossistema.

BinGo soLidÁrioCom o propósito de angariar

verbas para os custos de final de ano, o Sefras realizou no dia 5 de dezembro, em São Paulo, o “Bingo Colonial da Solidariedade”. Contou com a presença de cerca de 80 pessoas que, através da compra das cartelas de bingo, contribu-

íram com as obras sociais franciscanas. O evento foi realizado no salão do Santuário de São Francisco – no Largo S. Francisco, centro de São Paulo. Apesar do intenso calor, os participantes estavam animados e dispostos a “jogar o bingo” em prol da solidariedade.

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Entre os dias 14 e 19 de de-zembro, os serviços do Sefras em São Paulo realizaram as festas de Natal com os participantes, voluntá-rios e doadores. Este é um momento festivo e esperado por todos que fazem parte das obras sociais. É tempo de agradecer o ano de con-vivência fraterna, as conquistas, as participações sociais, as ações que promoveram os direitos humanos e sociais, enfim, a solidariedade expressa pela rede de doadores, voluntários, frades e trabalhadores que compõem o Sefras.

Cada serviço prepara a Festa de Natal com muita criatividade, através de apresentações culturais, peças teatrais, entregas de presentes e cestas básicas, trocas de cartões....Além das comemorações com comes e bebes e músicas, também ocorrem os momentos celebrativos para fazer memória do que foi vivi-do durante o ano e agradecer.

Estas Festas de Natal nos serviços do Sefras também são ex-pressões de solidariedade de muitas pessoas, grupos e empresas que doam recursos financeiros para a ceia, como também presentes, cestas de Natal, entre outros. É a expres-são de doadores e voluntários que vivenciaram alguns momentos de alegria, de paz, irmandade e grati-dão em forma de confraternização.

Inspirado pela “mística fran-ciscana”, o Sefras busca propor-cionar aos atendidos: crianças e adolescentes, idosos, população de rua, catadores de matérias reciclá-veis, pessoas em conflito com a lei e pessoas que vivem com HIV, um momento de encontro, acolhimen-to, confraternização e expressão do amor.

FABIANO VIANA

naTaL nO SeFRaSeVangeLIZaçãO ________________________________________

dia do VoLunTÁrio no seFrasO Dia Nacional do Voluntário

(comemorado em 5 de dezembro) foi celebrado no Sefras no dia 4, com uma confraternização entre os voluntários (as) de São Paulo. O evento aconteceu na Casa de Clara e contou com a presença de cerca de 40 voluntários, como também a participação dos trabalhadores do Sefras representando cada serviço. O encontro fraterno começou com um momento de celebração, com a motivação: “O que me faz ser voluntário no Sefras?” e terminou com um bingo e comes e bebes. Durante a celebração, através de gestos, todos se afir-maram ser “luz, paz e amor” na presença voluntária em cada serviço do Sefras.

Para a voluntária da Casa de Clara, Irene Sanchez, o voluntariado lhe desper-ta alegria quando ela reconhece o “brilho nos olhos das senhoras que conseguem fazer uma atividade inusitada que nunca fizeram antes”.

De acordo com Nelida Valenguella, ser voluntário no Sefras é expressar o amor ao próximo. “É ter alegria, é ajudar as pessoas e ser companheira com elas”, enfatizou.

O Sefras agradece imensamente a contribuição de cada voluntário (a) que compõe a rede de solidariedade da instituição pelo tempo e solidariedade durante o ano de 2013.

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O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, divulgou uma mensagem por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Aids. Nela, Frei Michael lembra que desde os primeiros dias da epidemia de HIV, há 30 anos, em todas as partes do mundo, os filhos e filhas de São Francisco res-ponderam, com aceitação, compaixão e serviço às pessoas que vivem com Aids ou são portadoras do vírus.

“Unamo-nos a todos nossos ir-mãos e irmãs que estão doentes, para que eles possam ter a coragem da fé. Agradecemos a todos irmãos que prestam atenção e cuidado especiais às pessoas enfermas. Que Deus abençoe seu trabalho e lhes dê forças para levá-lo adiante não obstante as adversidades. E que Deus nos conduza a todos nós, ho-mens e mulheres do Evangelho, a abrir o nosso coração às necessidades de todas as pessoas que vivem com o HIV/Aids”, pediu o Ministro Geral.

O Sefras foi um dos pioneiros ao criar um projeto voltado para pessoas portadoras do vírus HIV/Aids.

Entre os dias 27 e 30 de novembro, o Centro Franciscano de Luta contra a Aids (Cefran) promoveu uma semana de orientação e prevenção das DST/Aids. A programação que aconteceu no Bairro do Belém e em São Miguel Paulista, Zona Leste de São Paulo, e no município de Guarulhos, contou com tenda de prevenção, teste rápido de HIV e teatro dentro da programação do Dia Mundial de Luta contra a Aids.

O objetivo da Semana de Preven-ção foi chamar a atenção da população local para o cuidado com a vida, cons-cientizando que o melhor método de ficar isento do vírus e das doenças se-xualmente transmissíveis é a prevenção.

Com o slogan: “Vida, ela é melhor sem Aids”, o Cefran montou uma tenda em frente ao serviço, no bairro do Belém e fez a abordagem das pessoas, distri-buindo panfletos e informativos.

MInISTRO geRaL eSCReVe MenSageM nO DIa MUnDIaL De LUTa COnTRa a aIDS

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o naTaL em TanGuÁAs crianças e adolescentes do

Centro de Acolhida Santo Antônio (Casa), em Tanguá, RJ, entraram em clima de Natal através da realização das atividades pedagógicas do mês de dezembro. “A oficina buscou não só enaltecer os sentimentos próprios do Natal, mas visou também possi-bilitar reflexões sobre o verdadeiro sentido desta data, assim como a sua importância e relevância para a sociedade. Refletiu-se ainda sobre “como mesclar essa temática com as demandas e necessidades diárias no processo educacional de nossas crianças e adolescentes do Centro de Acolhida”, explicou o pedagogo do Casa, Rafael Neri.

As oficinas trabalharam a partir dos temas: O que é o Natal? Quais os símbolos do Natal que tem a ver com a Conscientização Ambiental?

Outro momento de troca de sa-beres entre as crianças foram as festas natalinas que muitas vezes ganham mais destaque do que a origem e o real sentido do Natal. Ao final das atividades, os acolhidos expressaram o que esperam e desejam para suas vidas neste Natal. Para o pedagogo Rafael Neri, é através desse momento que se percebe que, apesar de desejarem um presente como qualquer outra criança, também dese-jam algo que beneficie os outros. Eles, ao exporem o desejo, sempre tinham relação com o outro.

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O Ministro Provincial Frei Fi-dêncio Vanboemmel abençoou, nesta quarta-feira, dia 11 de dezembro, os novos espaços para gravação da Frente de Evangelização da Comunicação, no Convento São Francisco, em São Paulo. A celebração ocorreu durante a reunião entre o Definitório Provin-cial, coordenadores dos Regionais, Secretários e Animadores dos Servi-ços Provinciais, realizada no mesmo convento.

De acordo com o Coordenador da Frente de Evangelização da Co-municação, Frei Gustavo Medella, o espaço ainda está em processo de montagem: “A primeira parte já está feita, com a instalação dos equipa-mentos para gravação em rádio que servirão ao Programa Sala Franciscana e também a outras produções. Agora, vamos entrar na segunda etapa, com a aquisição de equipamentos para uso na WebTV Franciscanos”, explicou. Para os trabalhos de gravação em rá-dio, foram adquiridos: um notebook, uma mesa de som, dois microfones, uma chave híbrida para gravações por telefone, uma placa de som Presonus, dois pedestais, um Gravador Zoom H2 para externas, além de todos os cabos e materiais para instalação.

Frei Gustavo destacou ainda que a construção do espaço foi fruto de um trabalho em conjunto. “Comunicar é mais do que transmitir conteúdos ou mensagens. Comunicar é entrar em comunhão e este significado do termo marca profundamente a montagem deste espaço: a soma de muitos esfor-ços. A Missionszentrale (MZF) finan-ciou a aquisição dos equipamentos. O Convento São Francisco cedeu as salas e a mão de obra com a pintura. O Pró-Vocações e Missões Franciscanas contribuiu com a aquisição da tinta e

FRenTe Da COMUnICaçãO InaUgURa nOVOS eSPaçOS PaRa gRaVaçãO

das cortinas, além da importante aju-da de seus trabalhadores”, recordou o frade. “Temos muito a agradecer, até porque, na base deste partilha está o ‘óbolo da viúva’, a contribuição genero-sa de todos os nossos benfeitores, o que torna nossa responsabilidade ainda maior”. Antes da bênção, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio, recordou

que nosso espírito, ao pensarmos no trabalho com a Comunicação, deve ser o mesmo que impulsionou São Francisco a desejar ardentemente di-vulgar e propagar as “Santas Palavras” do Evangelho. “Nosso compromisso é o de uma comunicação da justiça, da vida e da paz”, ressaltou. A bênção foi realizada no início da tarde, às 14h.

o CardeaL da resisTênCia As muitas vidas de Dom Paulo Evaristo Arns

O Instituto Vladimir Herzog acaba de lançar o novo livro sobre Dom Paulo Evaristo Arns, que em 2013 completou 40 anos de cardinalato e 92 de vida, e é o cardeal mais antigo da Igreja Católica.

O autor do livro, Ricardo Car-valho, explica que este livro tem uma novidade: você pode começar a ler pelo capítulo que quiser - são 65 capítulos. Isso porque o livro conta, de uma ma-neira amigável e de fácil acesso e enten-dimento, a revolução que Dom Paulo promoveu na Igreja Católica, desde que chegou à cidade de São Paulo, em 1966, na qualidade de bispo-auxiliar. O livro tem 359 ilustrações em 315 páginas. Em

todos os ca-pítulos, você vai encontrar uma ação de dom Paulo em defesa dos oprimidos e dos direitos humanos, con-tra a censura, a favor da liberdade, incentivando a organização do povo em comunidades, apoiando os movimentos sociais, denunciando a tortura e enfren-tando os militares, independentemente das patentes, oferecendo a Catedral da Sé para missas e cultos ecumênicos de repúdio à ditadura.

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nOTÍCIaS DO DeFInITÓRIO PROVInCIaLsão PaULo, 9 a 12 De DeZemBro De 2013

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Há uma semana do falecimento de Frei Claudinei Cananéa Bustamante, ainda em boa parte consternados, os Definidores inicia-ram a última sessão do ano, no dia 9 de dezembro, às 9h00, na Sede Provincial, após a Celebração Eucarística em que se fez memória não somente do confrade falecido, mas também da bela homenagem feita para ele pelos confrades estudantes de Filosofia de Rondinha, na Mis-sa da Imaculada Conceição, no dia 8, em que renovaram seus votos.

1) encontro com os secretários, animadores e coordenadores regionais

No dia 11 de dezembro, no Convento São Francisco, embalados pelo tom de Advento da oração inicial, que repetia o versículo de Heb 10,23: “Conservemos firmemente a esperança que professamos, pois Aquele que fez a promessa é fiel”, o Definitório encontrou-se com os secretários, animadores e coordenadores regionais. Foi proposto o exercício de dois olhares: um retrospectivo – sobre o que foi feito neste ano -, e outro prospectivo, em vista da animação do próximo ano. Ponto de partida são sempre os objetivos gerais e específicos do sexênio, que tratam de nossa qualidade de vida evangélica, da ação evangelizadora em fraternidade, do revigoramento do trabalho vocacional e do redimensionamento das nossas frentes de presença evangelizadora.

relato dos coordenadoresOs coordenadores mostraram o que de bom tem acontecido

nos Regionais, mas também apontaram os desafios e dificuldades encontradas.

1) A situação de saúde e idade avançada de boa parte dos frades

merece sempre uma maior consideração;2) O desafio da animação vocacional e de escassez de vocações

foi citado por quase todos os coordenadores;3) Em geral, a participação dos frades nos encontros é nume-

ricamente boa, assim como o é em termos de qualidade. Porém, há ausências renitentes.

4) Vários Regionais conseguiram aumentar o tempo de encon-tro, com possibilidade de maior convivência e partilha, e superaram o encontro de apenas uma manhã ou até mesmo de um dia inteiro.

5) Alguns coordenadores têm dificuldade de abordar as questões mais delicadas das fraternidades. Falta abertura, falta coragem, falta confiança. Fora dos encontros, ainda há um acentuado isolamento entre certas fraternidades.

6) Os Regionais em que algumas fraternidades foram FAVs avaliaram como muito positiva a experiência;

7) Há Regionais em que o coordenador e vice-coordenador se encontram para preparar da melhor maneira possível os encontros.

8) Alguns coordenadores encontram dificuldade de fazer um trabalho conjunto. As realidades exigem preparo que nem sempre temos: o modo de tratar conflitos e administrar processos fraternos mais difíceis, por exemplo.

9) Grande desafio é motivar os desmotivados ou aqueles que se põem à margem do caminhar comum, seja local seja provincial. Há dificuldade em ajudar os que não se deixam ajudar, abandonando o cultivo da própria vocação, e, nesse sentido, os coordenadores também se veem necessitados de ajuda.

10) Foi elogiado o fornecimento dos subsídios da Formação Permanente para motivar a reflexão nos encontros.

secretariado para a Formação e os estudosO Secretariado prossegue no trabalho de “enxugamento” dos

departamentos, tentando fugir do risco de centralizar demais. Os for-madores de cada etapa de formação têm se encontrado para a tarefa de reconfiguração do secretariado: regimento de cada realidade e o próprio programa de Formação (diretrizes). Há atenção maior para a formação em vista da ação evangelizadora. Há preocupação em estabelecer critérios próprios para a admissão dos candidatos à vida franciscana, e o trabalho gradual e mais integrado entre as diversas etapas. Desafio grande são as mudanças de época. As características da geração atual dos candidatos são muito diferentes daquelas gerações de que somos frutos ou partes. Há outra lógica de aprendizagem, há o massivo uso das mídias, há novas compreensões de vida religiosa e ação evangelizadora, nem sempre aceitas e/ou entendidas. Há dificuldade de se comporem determinados programas formativos, e os próprios formadores, muitas vezes, se veem despreparados.

secretariado da evangelizaçãoO Secretariado busca caminhos para acompanhar as 5 frentes

de evangelização no processo de redefinirem-se, buscando nisso uma organicidade. Foram destacadas as sinalizações do evento “Papa Francisco”, com seu sopro renovador para a Igreja. Percebe-se uma defasagem entre nosso discurso e entre o que de fato queremos. Muitas vezes, “votamos” em coisas que na verdade não queremos assumir. Há a impressão de apatia e desinteresse por considerável parte dos frades no campo da evangelização. Os estudos acadêmicos não têm ajudado

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DeFInITÓRIO PROVInCIaL ________________________________________muito no processo de animar e despertar a paixão por aquilo que chamamos de “razão de ser da Ordem”. “Patina-se” muito na questão da formação para a evangelização. As tentativas não chegam ainda a bons resultados. O modelo de evangelização clericalista está muito presente. Há esperança de que as frentes, na medida em que melhor se articularem, possam promover maior entusiasmo e comprometimento evangelizador.

Processo de redimensionamentoFrei Estêvão lembrou que todos recebemos do Capítulo Provin-

cial de 2012 a incumbência de redimensionar. A própria Ordem nos convoca para isso. Disse que um grande trabalho nos espera, e se não conseguirmos nos unir para isso, nada de significativo alcançaremos.

Trata-se na verdade de querer redimensionar e dever redimen-sionar. Muitas vezes, damos ênfase e pensamos em redimensionar fisicamente (entregar, diminuir, redistribuir, recompor, assumir etc.), mas isso só faz sentido se quisermos nos redimensionar, fazendo de tudo para recuperarmos a paixão, o entusiasmo e o elã pela vocação e pela missão. Dever redimensionar se nos impõe: diminuímos, enve-lhecemos, as vocações não são tantas, os desafios se tornam maiores. Mas o que importa em primeiro lugar, e é decisivo, é nosso querer redimensionar. E não podemos redimensionar no querer e no dever se não pensarmos nas nossas frentes de evangelização, que foram as opções do último Capítulo.

Nesse sentido, Frei Estêvão convocou a todos para ajudar no processo de composição do projeto de cada uma das frentes de evangelização durante o ano que vem, levando em consideração alguns imperativos: 1) Projetar uma presença mais de acordo com o nosso carisma; 2) Cultivar a solidariedade e corresponsabilidade dos confrades; 3) Integrar os leigos e leigas no processo; 4) Estar atento às necessidades, apelos e desafios eclesiais; 5) Orientar o Projeto Fraterno de Vida e Missão das Fraternidades; 6) Subsidiar a própria formação para a evangelização. Em resumo, trata-se de pensar no próximo ano em como estar nas frentes assumidas. Somente depois, talvez em 2015, poderemos começar a reorganizar as nossas presenças e fraternidades, de acordo com um projeto já elaborado.

Frente da educação, Frente da comunicação e Frente da solidariedade

Frei Nilo Agostini, Frei Gustavo Medella e Frei José Francisco mostraram quais iniciativas as respectivas frentes tiveram neste ano e têm para o próximo. Nas Comunicações de dezembro, por sinal, Frei Gustavo escreveu dois artigos que tratam especificamente da Comunicação.

Projeto para a Formação Permanente em 2014Durante o ano de 2013, a Formação Permanente se direcionou

mais para os capítulos locais, fornecendo os subsídios para a reflexão. Em 2014, pensa-se em focalizar mais os Regionais. A temática de fundo

continua sendo a urgente e inevitável necessidade de redimensiona-mento, levando em conta que a fraternidade provincial está presente num vasto território com significativas diferenças culturais e eclesiais. Assim, serão compostos três subsídios para três encontros regionais no ano que vem, sabendo-se que a maioria dos Regionais realizam ao menos quatro encontros, um deles recreativo.

2) retiros 2014No próximo ano, não serão oferecidos retiros para grande

número de frades (Agudos, Rondinha, Vila Velha etc.), mas para pequenos grupos, no Eremitério, em Rodeio. Frei Estêvão está vendo com Frei Valdir Laurentino, guardião em Rodeio, as possíveis datas. O retiro maior será feito durante o Capítulo das Esteiras, em Agudos, de 23 a 25 de setembro, com a presença do Ministro Geral.

3) encontro dos Frades de Primeira transFe-rência

Frei Fidêncio comentou que foi muito bom o encontro realiza-do com os jovens frades de primeira transferência, que aconteceu no Largo São Francisco, em São Paulo, nos dias 4 e 5 de novembro. 14 compareceram. Foi-lhes perguntado como estão, como foram aco-lhidos nas fraternidades, que perspectivas vislumbram para o futuro. Eles se mostraram contentes, gratos, animados nas fraternidades em que se encontram e na missão evangelizadora, e, enfim, dispostos às necessidades da Província. Sentiram falta dos confrades que não se fizeram presentes, entre eles, justificadamente, os que estão em Angola, na missão, e em Roma, para estudos. Frei Fidêncio afirmou que é confortador sentir o “espírito” bom que os move. Ninguém pediu transferência, embora, é lógico, com espírito crítico positivo, avaliaram o que poderia ser melhor na vida das fraternidades.

É sempre com alegria e esperança que os Definidores analisam e aprovam os pedidos de ingresso nas etapas formativas iniciais da Província, bem como os pedidos de renovação de votos dos frades estudantes ou em estágio.

4) Postulantes de 2014 - aProvaçõesForam aprovados para ingressar no Postulantado, em Guara-

tinguetá, no dia 22 de janeiro de 2014:1. Maicon Custódio de Jesus da Silva;2. Kaynan C. J. Fantebom;3. Matheus José Borsoi;4. Anderson de Moraes Mariano;5. Cleber Felix de Souza;6. Edson Filipe Gomes Lopes;7. Felipe Medeiros Carretta;8. Felipe Ribeiro Cruz;9. Ivan Evangelista Carneiro;10. Jean Santos da Silva;11. Leandro Menezes Fernandes;12. Lucas de Oliveira Santos;13. Natanael José Barbosa;14. Thiago da Silva Soares;15. Tiago Gomes Elias;16. Vitor da Silva Amâncio;

5) noviços de 2014 – aProvaçõesForam aprovados para ingressar no Noviciado no dia 12 de

janeiro de 2014:

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1. Adriano Cézar de Oliveira (Fundação do Triângulo Mineiro)2. Alberto André António (FIMDA)3. Angelo Fernandes Baratella (reingresso)4. Crisóstomo Pinto Ngala (FIMDA)5. David Belinelli6. Diogo da Silva Filipe (FIMDA)7. Erick de Araújo Lazaro8. Gabriel Sapalo Chico (FIMDA)9. Heberti Senra Inácio10. Honorato S. Gaspar Gabriel (FIMDA)11. Leandro Ferreira Silva12. Paulino Kamussamba Sopindi (FIMDA)13. Raoni Freitas da Silva14. Samuel Santos Soares15. Sidney Aranha da Silva16. Victorino Chico Tchimuku

6) Primeira ProFissão na ordem – aProvaçõesForam aprovados para fazer a Primeira Profissão no dia 3 de

janeiro de 2014:1. Frei Ananias Pegado Muondo Cauanda (FIMDA)2. Frei Canga Manuel Mazoa (FIMDA)3. Frei Ermelindo Francisco Bambi (FIMDA)4. Frei Gabriel Dellandrea5. Frei Hugo Câmara dos Santos6. Frei João Candongo Muhala (FIMDA)7. Frei Marcos Schwengber8. Frei Mário Sampaio Pelu (FIMDA)9. Frei Mateus Molosande Ukwahamba (FIMDA)10. Frei Siro Armando José Luamba (FIMDA)11. Frei Zilmar Augusto Moreira de OliveiraObs.: Frei Augusto Luiz Gabriel e Frei Douglas da Silva per-

manecerão no Noviciado por mais 6 meses.

7) Frades estudantes da Fimda – renovação de votos

Foram aprovados e renovaram os votos no dia 8 de dezembro os seguintes frades estudantes da FIMDA:

1. Frei Alfredo Epalanga Prego2. Frei Gabriel Vargas Dias Alves3. Frei Gaudêncio C. Choputo Numa4. Frei João Alberto Bunga5. Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga6. Frei José Morais Cambolo7. Frei Manuel Tchincocolo Ramos8. Frei Mvula Nzaje André9. Frei Quintino Viqui Samayenje10. Frei Santana Sebastião Cafunda11. Frei Tiago Manuel Quingando

8) Frades estudantes de rondinha – renovação de votos

Foram aprovados e renovaram os votos no dia 8 de dezembro, os confrades:

1º ano:1. Frei Alan Leal de Matos2. Frei Eduardo Augusto Schiehl3. Frei Jefferson Max Nunes Maciel

4. Frei Jhones Lucas Martins5. Frei João Pedro Inácio Silva de Almeida6. Frei Josemberg Cardozo Aranha7. Frei Junior Mendes8. Frei Leônidas Inácio Félix9. Frei Roger Strapazzon2º ano:1. Frei Cristiano Aparecido Maciel2. Frei Juliano Fachini Fernandes3º ano:1. Frei Marx Rodrigues dos Reis2. Frei Roberto Aparecido Pereira

9) comPosição das Fraternidades do temPo da teologia

Fraternidade s. Francisco - campos elíseos1. Frei Jean Carlos Ajlouni de Oliveira2. Frei Leandro Costa SantosFraternidade nossa senhora mãe terra - imbariê1. Frei Evaldo Ludwig2. Frei Fabio José Gomes3. Frei Pedro R. M. Fernandes (S. Benedito da Amazônia)Fraternidade nossa senhora de guadalupe - Petrópolis1. Frei Douglas Paulo Machado2. Frei Edvaldo Batista Soares3. Frei Rafael Teixeira do NascimentoFraternidade do sagrado coração de Jesus - Petrópolis1. Frei Alan Maia de França Victor2. Frei Camilo Donizeti Evaristo Martins3. Frei Clóvis Pasinato4. Frei Gabriel Vargas Dias Alves5. Frei José Raimundo de Souza6. Frei Juliano Fachini Fernandes7. Frei Marcos Vinícius Motta Lopes8. Frei Marx Rodrigues dos Reis9. Frei Roberto Aparecido Pereira10. Frei Robson Luiz Scudela11. Frei Vanderlei da Silva Neves12. Frei Ermelindo Francisco Bambi (FIMDA)13. Frei João Batista C. Canjenjenga (FIMDA)15. Frei João Alberto Bunga (FIMDA)16. Frei Fernando dos Reis Moura (Sete alegrias de N. Senhora)17. Frei João Francisco Neto (Sete Alegrias de N. Senhora)18. Frei João Mário Barbosa Machado (Sete Alegrias de N.

Senhora)19. Frei Neuzimar Santana de Campos e Silva (Sete Alegrias de

N. Senhora)20. Frei Monízio Sílvio de Campos (Sete Alegrias de N. Senhora)21. Frei Rodolfo dos Santos Pimentel Júnior (S. Benedito da

Amazônia)

10) Frades estudantes de teologia1º ano1. Frei Gabriel Vargas Dias Alves2. Frei Juliano Fachini Fernandes3. Frei Marx Rodrigues dos Reis4. Frei Roberto Aparecido Pereira5. Frei Ermelindo Francisco Bambi (FIMDA)

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DeFInITÓRIO PROVInCIaL ________________________________________6. Frei João Alberto Bunga (FIMDA)7. Frei João Batista C. Canjenjenga (FIMDA)2º ano1. Frei Alan Maia de França Victor2. Frei Camilo Donizeti Evaristo Martins3. Frei Clóvis Pasinato4. Frei Evaldo Ludwig5. Frei Fabio José Gomes6. Frei José Raimundo de Souza7. Frei Leandro Costa Santos8. Frei Marcos Vinícius Motta Lopes9. Frei Vanderlei da Silva Neves10. Frei Rafael Teixeira do Nascimento11. Frei Rodolfo dos Santos Pimentel Júnior (S. Benedito)3º ano1. Frei Edvaldo Batista Soares2. Frei Robson Luiz Scudela3. Frei Fernando dos Reis Moura (Sete Alegrias de N. Senhora)4. Frei João Francisco Neto (Sete Alegrias de N. Senhora)5. Frei Neuzimar Santana de Campos e Silva (Sete Alegrias de

N. Senhora)6. Frei Pedro Rodrigo M. Fernandes (S. Benedito da Amazônia)4o ano1. Frei Douglas Paulo Machado2. Frei Jean Carlos Ajlouni de Oliveira3. Frei João Francisco Neto (Sete Alegrias de N. Senhora)4. Frei Monízio Sílvio de Campos (Sete Alegrias de N. Senhora)

11) ordenação diaconal – aProvaçõesLidos os diversos pareceres, o Definitório aprovou que sejam

ordenados diáconos: Frei Sérgio Silas Damasceno e Frei Paulijacson Pessoa de Moura.

12) Frei Brayan FeliPe Farias da silva – renovação de votos e continuação de estágio

Aprovado para renovar os votos, Frei Brayan o fez no dia 8 de dezembro, às 19h00. Ele continuará em estágio na Fraternidade Santo Antônio do Pari, em São Paulo, trabalhando junto ao Sefras, por mais um ano, antes de iniciar os estudos de Teologia. Em carta enviada ao Definitório, em 13 de novembro, ele se mostra muito agradecido pela experiência que lhe fora proporcionada. Afirma “ter sido um tempo muito forte de encontro com o Senhor Crucificado na cruz da vida das pessoas com quem convivemos em nossos trabalhos. Nestes encontros – continua – pude ver ali a minha pequenez e limitações humanas, mas, também a grandiosidade de nossa vocação e missão que nos leva a agir como ‘cirineus’ na vida desses irmãos e irmãs”.

13) regional do vale do ParaíBa – rePresentante das ParÓquias

Frei Paulo Roberto Santos Santana é o representante das paró-quias do Regional do Vale do Paraíba.

14) Frei gaBriel vargas dias alves – dePoimento soBre o estágio em angola

Frei Gabriel retornará de Angola no mês de janeiro e iniciará os estudos de Teologia em Petrópolis. Agradecido, escreveu um belo depoimento sobre sua experiência na missão. Alguns excertos: “De tudo o que se ouve sobre a missão, nada se compara a estar nela de fato.

Sem dúvida, o ano de 2013 foi um quebrar de muitos paradigmas. A começar por fazer a experiência fora dos moldes convencionais da Formação e certa redoma de cuidados a que nos acostumamos. Quando cheguei, ainda pensava como éramos parecidos, com culturas irmãs, etc. Aos poucos essa impressão foi passando e fui percebendo como nossas culturas são distintas; que o português é apenas uma das muitas línguas por aqui faladas e que muitos angolanos não o dominam; e, acima de tudo, somos diferentes nas estruturas de pensamento. Pensamos a partir de pontos distintos, o que torna o trabalho pastoral mais complexo. Confesso que para entender algu-mas coisas, para além dos rótulos que os estrangeiros normalmente fixam, seria necessário muito mais tempo. (...) Estar mais próximo das pessoas faz toda a diferença. Ajuda sobretudo a perceber as próprias limitações, que poderão ser trabalhadas. Perceber que não sou tão simples como imaginei, e que conviver com o diferente é difícil são algumas lições aprendidas...(...) Em nosso primeiro capítulo local, assumi junto à fraternidade a responsabilidade de acompanhar os três grupos de JUFRA existentes em nossa paróquia. E essa foi uma das mais gratas surpresas deste período de estágio. Realmente uma experiência maravilhosa! (...) Sem dúvida, a maior experiência espi-ritual e de inculturação e inserção realizada durante este ano foi o que nós chamaríamos no Brasil de pastoral da escuta no Kimbo. Aí sim poder mergulhar nas mazelas e dores do nosso povo e nessas pessoas poder abraçar o Cristo pobre e crucificado. (...) Concluo reafirmando que foi um ano muito positivo e que contribuiu imensamente para a minha formação. Reafirmo, como disse em conversa pessoal com Frei Fidêncio, que penso ser interessante para os próximos estagiá-rios, não só da FIMDA, que fosse elaborado uma espécie de estatuto ou algo parecido, estruturando a modalidade do “ano franciscano” na formação, respeitando a etapa em que o formando se encontra”.

15) sav – Fraternidades de acolhimento voca-cional (Favs)

Frei Diego Atalino de Melo se fez presente na reunião do Definitório Provincial no dia 12 de dezembro, às 11h00, para tratar da questão das FAVs em 2014. Há previsão de 25 aspirantes, que, no primeiro semestre, serão acolhidos em FAVs, antes de seguirem para Ituporanga, no segundo semestre. Às Fraternidades que já neste ano se dispuseram a acolher aspirantes (Amparo, Pato Branco, São Paulo – Pari, Santo Amaro da Imperatriz, Lages e Vila Velha), juntam-se Gaspar, Sorocaba, Xaxim, São Paulo – S. Francisco e São João de Meriti.

16) Bragança Paulista – cuidado dos Frades en-Fermos

O Definitório apreciou o relatório da Fraternidade de Bragança Paulista quanto às condições do essencial e belo cuidado para com os frades enfermos que lá residem. Avaliou as dificuldades (plantões, número de técnicos de enfermagem), e acatou as possíveis soluções para tornar ainda mais eficiente esse fraterno trabalho.

17) Frei mário Brunetta – tratamentoFrei Mário permanecerá em Bragança Paulista para realização

de exames de saúde e tratamentos necessários.

18) ituPoranga – seminário – adaPtaçõesEm vista da presença dos Aspirantes no seminário de Itupo-

ranga, no segundo semestre do próximo ano, o Definitório aprovou

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algumas reformas e adaptações da casa que se fazem necessárias, e que foram indicadas pela equipe formadora.

19) nomeações diversas1. Frei Alisson Luís Zanetti – secretário para a Formação e os

Estudos da FIMDA;2. Frei Antônio Michels – vice-mestre dos frades estudantes de

Teologia, em substituição a Frei Jorge Paulo Schiavini;3. Frei Clésio T. Wiggers, Frei Nelson Rabelo e Frei Felipe

Gabriel Alves - vigários paroquiais da Paróquia São Pedro Apóstolo, de Pato Branco;

4. Frei Douglas Paulo Machado – ecônomo da Fraternidade N. Sra. de Guadalupe, de Petrópolis;

5. Frei Evaldo Ludwig – ecônomo da Fraternidade N. Sra. Mãe Terra, de Imbariê, Duque de Caxias;

6. Frei Fábio César Gomes – vice-secretário do Secretariado para a Formação e os Estudos, e vigário da casa na Fraternidade São Boaventura, de Rondinha;

7. Frei Jeâ Paulo Andrade – vigário da casa na Fraternidade Nossa Senhora do Rosário, de Concórdia;

8. Frei João Mannes – vice-mestre dos frades estudantes de Rondinha;

9. Frei Leonir Ansolin – ecônomo da Fraternidade do Semi-nário Santo Antônio, de Agudos;

10. Frei Osmar Dalazen – vigário da casa na Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos;

11. Frei Roberto Carlos Nunes – assistente espiritual do regional da OFS – SC;

12. Frei Sílvio T. Mascarenhas – vigário da casa na Fraternidade Nossa Senhora do Amparo, de São Sebastião;

20) sav local e regional – nomeações1. Agudos – Frei João Antunes Filho;2. Blumenau – Frei Pascoal Fusinato;3. Bragança Paulista – Frei Agostinho Piccolo;4. Campos Elíseos – Duque de Caxias – Frei Leandro Costa

Santos;5. Chopinzinho – Frei Lindolfo Jasper;6. Curitiba – Frei Vagner Sassi;7. Forquilhinha – Frei Jacir Zolet;8. Imbariê – Frei Evaldo Ludwig;9. Petrópolis – Sagrado: Frei Robson Scudela;10. Rondinha – Sérgio Silas Damasceno;11. São Sebastião – Frei Weliton Bortolon;12. Regional de Agudos – Frei Alessandro Dias do Nascimento;13. Regional de Curitiba – Frei Sérgio Silas Damasceno;14. Regional de Pato Branco – Frei Joarez Foresti;

21) transFerências dos noviçosForam transferidos para a Fraternidade da Porciúncula, em

Viana, Luanda, como estudantes, os noviços que professam no dia 3 de janeiro de 2014:

1. Frei Ananias Pegado Muondo Cauanda;2. Frei Canga Manuel Mazoa;3. Frei João Candongo Muhala;4. Frei Mário Sampaio Pelu;5. Frei Mateus Molosande Ukwahamba;6. Frei Siro Armando José Luamba;

Foram transferidos para a Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, como estudantes:

1. Frei Gabriel Dellandrea;2. Frei Hugo Câmara dos Santos;3. Frei Marcos Schwengber;4. Frei Zilmar Augusto Moreira de Oliveira;Foi transferido para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus,

de Petrópolis, como estudante de Teologia:1. Frei Ermelindo Francisco Bambi (FIMDA), que estudara

Filosofia em Angola, antes de ingressar na Ordem;

22) transFerências de Frades estudantesDa Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Frater-

nidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, como estudantes, foram transferidos:

1. Frei Marx Rodrigues dos Reis;2. Frei Roberto Aparecido Pereira;3. Frei Juliano Fachini Fernandes;Da Fraternidade Nossa Senhora de Guadalupe, de Petrópolis,

para a Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, foi transferido:

1. Frei Jean Carlos Ajlouni de Oliveira;Da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis,

para a Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, foi transferido:

1. Frei Leandro Costa Santos, como estudante e animador do SAV local;

Da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade Nossa Senhora de Guadalupe, de Petrópolis, foi transferido:

1. Frei Rafael Teixeira do Nascimento;Terminado o estágio na missão em Angola, foi transferido da

Fraternidade São Francisco de Assis, de Luanda, para a Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis:

1. Frei Gabriel Vargas Dias Alves;Da Fraternidade da Porciúncula, em Luanda, Angola, para a Fra-

ternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, foi transferido:1. Frei João Baptista C. Canjenjenga;Da Fraternidade Monte Alverne, de Malange, Angola, para a Fra-

ternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, foi transferido:1. Frei João Alberto Bunga;

23) transFerências diversas1. Frei alex Ferreira da silva – da Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, para a Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo, como estudante e a serviço do Sefras;2. Frei Benjamim ansolin – da Fraternidade São Luís Gonzaga, de Xaxim, para a Fraternidade Santo Antônio, de Florianópolis, como vigário paroquial;3. Frei carlos Pierezan – da Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, para a Fraternidade São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo, como vigário paroquial;4. Frei délcio F. lorenzetti – para a Fraternidade Nossa Senhora do Rosário, de Concórdia, como vigário paroquial;5. Frei dionísio r. morás – da Fraternidade Nossa Senhora do Rosário, de Concórdia, para a Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, de Curitiba, como vigário paroquial;6. Frei guido m. scheidt – (concluído o período sabático) da Frater-

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nidade Imaculada Conceição, em São Paulo, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, como guardião e a serviço da Educação;7. Frei heitor cela – da Fraternidade São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo, para a Fraternidade Bom Jesus dos Perdões, de Curitiba, como vigário paroquial;8. Frei hipólito martendal – da Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo, para a Fraternidade Santo Antônio do Valongo, de Santos, como vigário paroquial;9. Frei ivair Bueno de carvalho - (terminado o tempo de licença para morar fora da Fraternidade Provincial) para a Fraternidade Monte Alverne, em Malange, como professor e a serviço da evangelização;10. Frei Jhônatha gerber – (terminado o tempo de licença para morar fora da Fraternidade Provincial) para a Fraternidade São Fran-cisco Solano, de Curitibanos, como vigário paroquial e a serviço da Comunicação;11. Frei Jorge lázaro de souza – da Fraternidade São Boaventura, de Rondinha, para a Fraternidade da Porciúncula, de Viana, Luanda, como vigário da casa, mestre dos frades estudantes e procurador da Fundação;12. Frei José Zanchet – da Fraternidade São Francisco Solano, de Curitibanos, para a Fraternidade da Porciúncula, de Viana, Luanda, como vigário paroquial;13. Frei laurindo lauro da s. Júnior – da Fraternidade São Francisco, de Chopinzinho, para a Fraternidade São Damião, de Malange, como vigário paroquial;14. Frei leonardo Pinto dos santos – da Fraternidade do Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade Santo Antônio, de Bauru, como estudante e a serviço da evangelização;15. Frei lindolfo Jasper – da Fraternidade Sagrado Coração de Jesus, de Forquilhinha, para a Fraternidade São Francisco, de Chopinzinho, como vigário paroquial e animador do SAV local;16. Frei osvaldo lino luiz – da Fraternidade Bom Jesus dos Aflitos, de Sorocaba, para a Fraternidade Sagrado Coração de Jesus, de For-quilhinha, como vigário paroquial;17. Frei Paulijacson P. de moura – (terminados os estudos de Teolo-gia) da Fraternidade Sagrado Coração de Jesus, de Petrópolis, para a Fraternidade São José, de Gaspar, a serviço da evangelização;18. Frei Paulo césar Ferreira da silva – da Fraternidade do Seminário Santo Antônio, em Agudos, para a Fraternidade Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha, como atendente conventual;19. Frei Paulo cesar m. Borges – da Fraternidade São Francisco de Assis, de Palanka, Luanda, para a Fraternidade do Seminário Santo Antônio, em Agudos, como vigário paroquial;20. Frei Pedro do nascimento viana – da Fraternidade Nossa Senhora do Amparo, de São Sebastião, para a Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, de Colatina, como vigário paroquial;21. Frei ricardo Backes – da Fraternidade São Damião, de Malange, para a Fraternidade Santo Antônio, de Kibala, como atendente con-ventual;22. Frei sérgio silas damasceno – (terminados os estudos de Te-ologia) da Fraternidade São Francisco, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, para a Fraternidade São Boaventura, em Rondinha, para serviços fraternos, a serviço da evangelização e como animador do SAV local e regional;23. Frei tiago manuel quingando – da Fraternidade São Francisco, de Palanka, Luanda, para a Fraternidade Santo Antônio, de Kibala, como estagiário, tendo como mestre Frei André Gurzynski;24. Frei Thiago a. hayakawa – da Fraternidade do Seminário Santo

Antônio, de Agudos, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, a serviço da Educação;25. Frei valdir nunes ribeiro – (retornando de Angola) transferência a ser definida;26. Frei virgílio Pereira de souza – da Fraternidade do Seminário Santo Antônio, de Agudos, para a Fraternidade São Francisco, do Largo São Francisco, em São Paulo, para serviços fraternos;27. Frei Weliton Bortolon – da Fraternidade Nossa Senhora de Gua-dalupe, de Petrópolis, para a Fraternidade Nossa Senhora do Amparo, de São Sebastião, a serviço do Sefras, a serviço da evangelização e como animador do SAV local;

24) Fimda – Frades da Província santa cruZ - mgDois confrades estudantes da Província Santa Cruz, com

sede em Belo Horizonte, MG, farão estágio de um ano na missão de Angola: Frei Bruno Rocha Pereira Laviola e Frei Adenilton Reis Pereira Mendes.

25) husF – doaçãoNo dia 10 de dezembro, às 17h00, Frei Francisco Belloti esteve

presente na reunião do Definitório Provincial, ocasião em que foi assi-nado o Instrumento particular de transferência de unidade jurídica do Hospital São Francisco (doação de bens móveis e imóvel), de Bragança Paulista, para a Associação Lar São Francisco na Providência de Deus.

26) dePartamento do Patrimônio – Panorama atual e reForma do 26º andar

O Definitório encontrou-se com o funcionário da Sede Pro-vincial Bruno Fini, no dia 12 de dezembro, às 9h00, que apresentou a situação de vendas e aquisições de imóveis da Província. O Definitório aprovou que se reinvista em imóveis (salas comerciais para aluguel) o valor de imóveis já vendidos. Bruno também apresentou um projeto de reforma de parte do 26º andar (400 m² de área) do prédio da Vila Clementino, que não se conseguiu alugar desde a mudança da frater-nidade da Sede Provincial para o 2º andar. A área será transformada em 8 pequenos apartamentos. O prazo de retorno dos gastos com o investimento é de cerca de 4 anos. E o prazo de conclusão das obras é de 5 meses.

27) Frei mário J. KnaPiK – cursosNeste ano, Frei Mário, que trabalha na Associação Bom Jesus,

fez pós-graduação em Gestão de Negócios, com término previsto para o mês de maio próximo. O Definitório aprovou que no ano que vem ele faça os cursos: Finanças e Gestão em Lideranças Educacionais.

28) moacir Belliato – desligamento da ordemMoacir Belliato pediu o desligamento da Ordem bem como a

dispensa do celibato e a perda do estado clerical.

29) autoriZações de viagemPor motivos diversos, receberam autorização para viajar ao

Exterior: Frei Volney Berkenbrock, Frei Wilson Batista Simão, Frei Leonardo Aureliano, Frei José Ulisses de Moraes, Frei Neuri F. Rei-nisch e Frei Clésio T. Wiggers.

Frei Walter de Carvalho Júniorsecretário

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Consternados, noticiamos o falecimento de Frei Claudinei Cananéa Bustamente, frade estudan-te do 2º ano de Filosofia, no dia 2 de dezembro, às 11h45, vítima de afogamento no mar de Caiobá, PR, onde os frades se encontravam reunidos para o últi-mo Regional do ano.

Após a Missa de Exéquias, celebrada no dia 03, às 7h00, na Fraternidade São Boaventura, em Rondi-nha, o corpo de Frei Claudinei foi transladado para a sua cidade natal Paraty – RJ, onde foi velado na Pa-róquia Nossa Senhora Aparecida, no Bairro Parque da Mangueira. O sepultamento aconteceu no dia 4 de dezembro, às 9h00.

Frei Claudinei nasceu no dia 6 de janeiro de 1988, em Paraty, RJ. Foi admitido ao noviciado em 12 de janeiro de 2011, e fez seus primeiros votos no dia 04 de janeiro de 2012. Sua família atualmente mora em Taubaté, SP.

Frei Claudinei participou da Vigília com o Papa Francisco, durante a Jornada Mundial da Ju-ventude, no Rio de Janeiro, no dia 27 de julho deste ano. Juntamente com outros seis frades estudantes da Província, participou da representação do grupo dos primeiros seguidores de Francisco, na reconstrução da igrejinha de São Damião. Para o Especial das Co-municações sobre a Visita do Papa, ele deu o seguinte depoimento:

“Quando eu recebi o convite para participar da Vigília, fiquei muito contente e com o coração acelerado por estar perto do nosso pastor universal, o Santo Padre, o Papa Francisco. Dois momentos ficarão para sempre marcados na minha vida e são fundamentais para o estado de vida que me propus abraçar. A homilia do Papa sobre a parábola do seme-ador, convocando a sermos sementes que germinam amor, generosidade, fraternidade entre os irmãos, e o seu pedido a todos o jovens: “Jovens, sejam missioná-rios na construção de uma nova Igreja”! Depois, ele pediu para todos os jovens presentes repetirem bem alto: “Querem que a Igreja seja restaurada”? Todos os jovens responderam: “Queremos!”, fazendo alusão à reconstrução de São Damião por Francisco. Enfim, guardarei para sempre esse momento que tive com o Papa em minha caminhada, e sempre lembrarei suas palavras em meu coração”.

R.I.P. Frei Walter de Carvalho Júnior

* 06/01/1988 + 02/12/2013

FReI CLaUDIneI C. BUSTaManTe

A Primeira Profissão de Frei Claudinei em Rodeio

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a PROFISSãO DeFInITIVaPermitam-nos testemunhar os últimos momentos em

que esteve conosco Frei Claudinei Cananéa Bustamante. Nenhuma palavra contemplará a grandeza de sua vida

doada em nossa Fraternidade de Menores, porém, nós, que estávamos ao seu lado nos seus últimos instantes, tentaremos expressar parte daquilo que contemplamos em nossos corações e que nossas mentes ainda insistem em não entender.

Era grande o anseio por estar em Caiobá, afinal esta-ríamos com os confrades do nosso Regional celebrando a fraternidade e a alegria da vocação franciscana, comemorando também o bom êxito deste ano que está por findar.

Chegamos no domingo, por volta do meio-dia e tivemos toda a tarde para descansar e aproveitar a praia. Frei Claudinei, junto a outros, preferiu ficar em casa e dormir. Para a noite, foi preparado cachorro quente e, em seguida, um bingo. Frei Claudinei foi um dos que mais ganhou prêmios e não escondia sua felicidade em estar entre irmãos.

Na segunda-feira (02/12), logo pela manhã, foi caminhar na beira-mar com Frei Fábio César Gomes e Frei Marx Ro-drigues dos Reis. Voltando para casa, encontrou um grupo de confrades que se dirigiam à praia com intuito de tomar banho. Assim, motivou-se a acompanhá-los e entrou no mar. Éramos um grupo de dez frades.

O mar estava aparentemente tranquilo, porém o chão não era constante. Havia muitos buracos na areia e com isso era difícil dizer que o lugar onde tudo se deu era raso ou fundo.

Assim, entre o espírito aventureiro e a satisfação de estar entre irmãos, nosso confrade foi se percebendo impossibilitado de colocar o pé no chão, afinal ele estava sobre um destes buracos na areia.

Porém, o desespero tomou conta de Frei Claudinei que começou a beber bastante água. Só conseguiu pedir socorro para Frei Eduardo Schiehl, que estava ao seu lado, mas impossibilitado de ajudá-lo. Tentou animá-lo a continuar nadando para saírem de uma possível correnteza que os puxava para dentro do mar. De-pois disso não se ouvia dele uma fala sequer, somente tentativas de respiro e batidas de braços e pernas, totalmente descontroladas.

Frei Ângelo Vanazzi e Frei José Aécio, que também estavam próximos, foram alertados por Frei Eduardo a ajudar Frei Cana-neia a se acalmar e sair do mar. Neste intervalo de tempo, Frei Eduardo já estava mais afastado, porém sem forças para continuar nadando. Gritou por socorro e Frei Aécio o ajudou a sair da água.

Enquanto isso, Frei Alexandre Magno e Frei Roberto Apa-recido Leme foram ajudar o Frei Ângelo a trazer Frei Cananéa, já desmaiado e com pouca pulsação. Foram feitas várias tentativas de respiração boca a boca e massagens no abdômen até que chegassem os bombeiros e o levassem ao hospital.

Chegando o devido socorro, constatou-se que a pupila já estava dilatada, a pulsação cada vez mais fraca e não respirava normalmente. No caminho rumo ao hospital foram feitas outras tentativas para reanimá-lo, porém sem sucesso.

Já no hospital, com a medicação feita, todos os procedi-

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mentos tomados e diante da graça de Deus, foi constatado que nosso irmão Claudinei Cananéa Bustamante se desprendera de seu corpo mortal e havia caminhado ao encontro do Sumo Bem.

Toda documentação foi regulamentada, os contatos feitos e, por volta das 20h45, chegou em nossa casa o corpo do nosso confrade. Levado pelos frades entrou na capela do Convento, enquanto se cantava: “Louvado sejas meu Senhor, louvado sejas, pelo sol e pela lua, pelo ar e a água pura...” Foi rezado o ofício pelos fiéis defuntos e muitos puderam fazer suas orações diante daquele corpo frágil que, no entanto, revelava a grandeza do Deus da Vida.

Várias pessoas das comunidades vizinhas, professores, religiosas, amigos, padres da diocese, confrades do Regional e da Fraternidade do Noviciado de Rodeio, vieram solidarizar-se conosco e bendizer a Deus pelo dom da vida deste irmão.

Às 7 horas da manhã de hoje (03/12) foi celebrada a Missa de Corpo Presente, presidida por Frei Alexandre Magno, guardião da Fraternidade Bom Jesus dos Perdões de Curitiba. Antes do canto de entrada, Frei Cristiano, confrade de turma de Frei Cananéa, leu um breve histórico de sua vida e presença na fraternidade. Agradeceu a Deus por “ter nos dado como irmão este grande homem”.

Frei Fábio, mestre dos frades de profissão temporária,

buscando forças em Deus, fez uma linda e emocionante homilia. Fundamentou-se na reflexão feita por Frei Gamaliel Devigili em nosso último capítulo local, onde destacava três palavras: ALEGRIA, PERSEVERANÇA E FIDELIDADE: características fortemente encontradas na vida e no testemunho fraterno de Frei Claudinei.

Destacou que sempre se comunicava com um olhar terno e sorriso simples, irradiando a alegria de ser Frade Menor. Tam-bém, no cotidiano da nossa vida, diante das pequenas coisas, manteve-se sempre perseverante e empenhado pelo bem comum. Por isso, podemos dizer que Frei Claudinei foi fiel até o fim, nas pequenas e nas grandes coisas, até o último suspiro. Procurou estar sempre em fraternidade e na fraternidade entregou-se a si mesmo por inteiro nas mãos de Deus.

Após a missa, Frei Fábio ainda abençoou o corpo de nosso querido Frei Cananéa e recomendou a Deus a sua alma. Frei Jorge Lázaro leu a carta do Ministro Provincial expressando seus sentimentos e nos confirmando sua bênção, assim como a carta do nosso Guardião, Frei João Mannes, que também não esteve presente devido a viagem à Colômbia para um encontro da Ordem.

Após as despedidas pessoais, lacrou-se o caixão e o coloca-mos no carro da funerária. Seu corpo foi transladado para Paraty, RJ, onde será devolvido a nossa irmã, a mãe Terra.

O vazio deixado pelo Frei Claudinei em nossa fraternidade e em nossos corações, só pode ser preenchido pela força de Deus, que nos sustenta e anima a seguir em frente. Pedimos então que rezem por nós, rezem pela família de sangue do nosso confrade e por todos aqueles que sentem essa partida tão repentina.

Dentre tantos frades possíveis, o Senhor escolheu este servo, este filho, aos 25 anos. Com tantos outros dias, outras possibilidades, o Senhor escolheu ontem e o mar de Caiobá. Por isso, o entregamos a ti, ó Pai, e te pedimos que o testemunho de vida deixado pelo Cana, como carinhosamente o chamamos, continue provocando nosso agir e, assim, nos recordemos dele que tanto bem nos fez.

“Se as aguas do mar da vida quiserem te afogar, SEGURA NA MÃO DE DEUS E VAI...”. Vai tranquilo e não olhes para trás, repousa em teu Senhor e contempla-o em sua glória! Sentiremos tua falta e choraremos tua partida, sofreremos por não ter mais tua simplicidade e teu jeito de ser em um corpo que nos acos-tumamos a amar. Mas, saibas que, em um intervalo de tempo aprenderemos a te amar nesta outra dimensão e, assim, todos nós participaremos de um mesmo Espírito.

Tua Profissão Definitiva se deu ontem, quando, deitado naquela terra nua, diante da imensidão do mar e entre seus confrades, a Deus tu entregaste o teu espírito.

“Dou graças Senhor, por teu grande amor”.Um saudoso abraço, fraterno e reverencial, dos confrades

da tua fraternidade.FRaTeRnIDaDe SãO BOaVenTURa

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FaLeCIMenTO ________________________________________

O eMOCIOnanTe agRaDeCIMenTO DOS COnFRaDeS De FReI CLaUDIneI

a missa do dia 8 de dezembro, sole-nidade da imaculada conceição de maria, marcou a renovação dos votos dos frades professos temporários de rondinha. Foi também a missa de 7º dia de falecimento de Frei claudinei cananéa Bustamante. abaixo a mensagem lida pelos professos durante a celebração, que também foi no-ticiada na página 20 desta edição:

Agradecemos inicialmente a presença paterna de nosso Provincial: Frei Fidêncio Vanboemmel, de nossos confrades do Regio-nal. De forma muito carinhosa, agradecemos imensamente o empenho de nosso Mestre Frei Fábio, que, juntamente com Frei Jorge e Frei João Mannes nos acompanharam nesse ano formativo.

Somente pela graça de Deus, impelidos pela fé em Jesus Cristo, é que hoje podemos dizer: Louvado sejas, meu Senhor, por esse dia!!! Pela nossa humanidade e pequenez, ainda trazemos no coração a saudade e a tristeza da partida de nosso Confrade Clau-dinei Cananéa Bustamante. E não podemos e nem conseguimos desassociar essa celebração da vida desse nosso irmão, que também hoje renovaria seus votos evangélicos. O quanto poderíamos falar de Frei Claudinei! Quan-tas histórias de seu empenho na horta, “né” Frei Estevam? A sua dedicação em deixar a lenha arrumada, “né” Frei Aldeci? O quanto temos a dizer da sua atenção nas formações franciscanas, “né” Frei Jorge? De sua abertura e crescimento vocacional, nas conversas pes-soais, “né” Frei Fábio? O quanto temos para dizer das conversas e das risadas à mesa, durante as refeições, “né” Frei Gregório? E as brincadeiras e das “tiradas de sarro”, “né” Frei Roberto? E o que dizer do esforço ao

aprender e entender melhor os conteúdos do curso de filosofia, quando buscava auxílio com seus confrades, “né” Frei Cristiano e Frei Marx? Quantas experiências vividas que poderiam ser relatadas, “né” Frei Juliano? E você Frei Leozinho, penso que fazer um mês de estágio com o “Cana” no Convento Santo Antônio foi oportunidade inenarrável. O que a vida de Frei Claudinei tem a dizer para nós frades do primeiro ano? O que frei Claudinei tem a nos dizer nesse dia para todos nós, comunidade de fé, Fraternidade São Boaventura, Província da Imaculada, Ordem dos Frades Menores? O que esse irmão falou para mim? O que me atreverei a falar dele?

Em nenhuma conversa com esse confrade eu ouvi alguma reclamação, lamúria, nem algo que tivesse duplo sentido, muito menos algo ofensivo ou malicioso. E cada dia admirava mais esse irmão que, não com palavras, mas com atitudes me conquistava e me fazia crer que o ideal de vida de São Francisco era possível ser vivido. Tinha um jeito muito tímido e meio desajeitado, mas seu coração era grandioso, como bem destacou Frei Fábio na missa de corpo presente aqui nessa igreja. Seu semblante era sempre alegre, tinha um sorriso que não trazia consigo qualquer tipo de falsidade. Po-rém, a maior de suas virtudes, para mim, era a sua solicitude e o seu empenho. Tudo o que precisássemos, ele prontamente prestava seu auxílio. E o seu empenho era de fazer inveja. A semana antes das provas ele já estudava com muito empenho e dedicação, não se conformava com o necessário, almejava o máximo, o 10. Seu empenho era em tudo, desde um serviço que fazia, até como ser um bom frade. Até na hora de sua partida se empenhou muito em viver.

E a última palavra sua dirigida a mim

foi: “SOCORRO!” Seu olhar foi de tamanha profundidade que ainda o trago em meus pen-samentos. E na mistura de sentimentos com as lembranças surgiram muitas indagações. Dessas tantas, uma se destaca. Frei Claudinei gostava de estar em fraternidade, até mesmo em fraternidade ele foi levado por Deus. Disso me indago: “Por que então ele partiu sozinho?” Eu que poderia também estar nessa viagem não fui junto, para pelo menos fazer fraternidade com ele. Depois de muita angústia, Deus acalmou meu coração e pude entender que para estar em fraternidade precisamos decidir por ela, precisamos empenhar a nossa vontade e o nosso querer, optar por estar em fraternidade, porém, sair dela, partir, deverá ser somente pela vontade de Deus.

E assim foi da vontade divina que esse nosso confrade fizesse a sua profissão definitiva. E nós aqui, enquanto não abraçarmos a irmã morte, teremos que renovar sempre os nossos votos. Até a morte seremos sempre professos temporários, pois vivemos em um mundo temporal. Meus confrades, o que a partida do Cananéa tem a nos dizer? Muita coisa! Que sua morte nos ensine a estarmos sempre pre-parados. Que cada dia de nossa consagração, que a cada ano que renovamos os nossos votos possamos, cada vez mais, nos converter, crescer, amadurecer, sempre mais progredindo em nosso caminho de santificação, para que consigamos dar razões de nossa entrega a Deus. Assim como o nosso irmão, saibamos ser fiéis até o fim, até o último suspiro.

Obrigado, meu irmão, e que lá do céu, você possa interceder por todos nós!

Frei eduardo a. shiehlrondinha, 8 de dezembro de 2013

solenidade da imaculada conceição

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aGenda 2014

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações estão sublinhadas

JANEIRO

03 Primeira Profissão dos Noviços (Rodeio);10 a 12 I Caminhada da Juventude: Jovens de SP, RJ e

ES (De Taubaté a Guaratinguetá);12 Admissão ao Noviciado (Rodeio);13 a 31 Tempo Forte do Definitório Geral;22 Admissão dos Postulantes (Guaratinguetá);30 a 01 Encontro de Ex-seminaristas (Agudos);

FEVEREIRO

15 Ordenação Diaconal de Frei Marcos Prado dos Santos (Santo Amaro da Imperatriz);

18 a 20 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);20 a 23 Missões com jovens de SC e PR (Ituporanga);

MARÇO

03 e 04 Encontro de Formadores (Rondinha);07 e 08 Encontro do Regional Baixada e Serra

Fluminense (Petrópolis – Sagrado);10 Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (S. Antônio – Rio);10 Encontro do Regional do Espírito Santo

(Penha);10 e 11 Encontro do Regional do Leste Catarinense (S.

Amaro da Imperatriz);10 e 14 Conselho de Articulação e Dinamização

(SERFE) (Anápolis);10 a 21 Tempo Forte do Definitório Geral;11 e 12 Assembleia do SAV (Rondinha);16 Romaria Penitencial Frei Bruno (Joaçaba);17 Encontro do Regional do Vale do Itajaí

(Rodeio);17 Encontro do Regional de São Paulo (São Paulo –

São Francisco);24 Encontro do Regional de Pato Branco;24 Encontro do Regional de Agudos (Agudos);24 a 27 Reunião do SIFEM – CFMB (Anápolis);31 e 01 Encontro do Regional do Contestado;31 e 01 Encontro Regional do Vale do Itajaí e Planalto

Catarinense (Lages);

ABRIL

01 a 03 Reunião do Definitório Provincial;29 e 30 Reunião de Guardiães e Coordenadores

(Agudos);

MAIO

05 a 16 Tempo Forte do Definitório Geral;06 e 07 Reunião do Conselho do Secretariado para a Formação e

os Estudos (S. Francisco – S. Paulo);13 e 14 Reunião do Conselho de Evangelização;15 Reunião do Conselho Gestor da Província (Sede

Provincial);

JUNhO

02 a 04 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);16 Encontro do Regional de Pato Branco;30 e 01 Encontro do Regional do Contestado;

JULhO07 e 08 Conselho do SAV (São Paulo);07 a 19 Tempo Forte do Definitório Geral;

AGOSTO04 a 08 Retiro e Reunião do Definitório Provincial;25 a 29 Reunião da CFMB (Cuiabá);

SETEMBRO

01 Encontro de Formadores (Ituporanga);01 e 02 Encontro do Regional do Contestado;02 e 03 Reunião do Conselho do Secretariado para a Formação e

os Estudos (Rodeio);08 Encontro do Regional de Pato Branco;08 a 19 Tempo Forte do Definitório Geral;23 a 25 Capítulo das Esteiras (Agudos);23 a 25 Jubileus (no Capítulo das Esteiras);

OUTUBRO

09 Reunião do Conselho Gestor da Província (Sede Provincial);

14 a 16 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);

NOVEMBRO 03 a 15 Tempo Forte do Definitório Geral;12 e 13 Encontro do Regional de Pato Branco (recreativo);14 a 16 Encontro dos Irmãos Leigos;25 a 27 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);

DEZEMBRO

01 e 02 Encontro do Regional do Contestado (recreativo);15 a 19 Tempo Forte do Definitório Geral;