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PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL “Aqui estou!” Profissão solene - Petrópolis, 6/12/14

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| JANEIRO - 2015 | ANO LXII • Nº 01 |

Província Franciscana da imaculada conceição do Brasil

“Aqui estou!”Profissão solene - Petrópolis, 6/12/14

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Província Franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP

www.franciscanos.org.br | [email protected]

Sumário

Mensagem do Ministro Provincial “Ano Novo, um novo amanhecer ..........................................................................................................................................3

Formação Permanente “À Imaculada Conceição da Virgem Maria”, poema de Frei Neylor Tonin ...............................................5 “A nossa presença nas Frentes de Evangelização da Província”, texto de Frei Estêvão Ottenbreit...................................................................................................................................................................6 Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz ................................................................................8

SAV Ordenação presbiteral de Frei Paulijacson P. de Moura ...................................................................................14 Primícias de Frei Paulijacson P. de Moura ....................................................................................................................20

Formação e Estudos Primeira Profissão em Rodeio ..............................................................................................................................................22 Admissão dos Noviços 2015 será no dia 15 de janeiro ................................................................................... 24 Nove frades fazem a Profissão Solene em Petrópolis .......................................................................................26 Profissão religiosa: renovação de uma ‘paixão’ ........................................................................................................29 Quinze frades fazem a renovação dos votos em Rondinha ........................................................................30 Rondinha: Visita missionária na Comunidade Santa Ângela .......................................................................31

Fraternidades Eventos marcam o Mês Natalino em Gaspar ..........................................................................................................32 Fazenda de Agudos recebe o último encontro do Regional em 2014 ...............................................33 Frei Chico e o broto de bambu ..........................................................................................................................................33 O encontro franciscano com D. Paulo ..........................................................................................................................34 Frei Sérgio Calixto recebe Comenda de Ouro do custódio da Terra Santa ......................................35 Frei Gaudêncio escreve sobre o seu jubileu .............................................................................................................35 Regional Recreativo Rio-Baixada .......................................................................................................................................36 Regional do Espírito Santo .....................................................................................................................................................36 SAV/SP: Passeio a São Sebastião encerra o ano .....................................................................................................37 25 anos da Mostra Franciscana de Presépios em São Paulo .......................................................................38 Magia dos Presépios em Santos ........................................................................................................................................40 Jubileus em Petrópolis: A chama continua acesa ................................................................................................41 Frei Antônio Lopes celebra jubileu em Sorocaba ................................................................................................42 Dom Bernardo é homenageado com dois títulos no Pará ..........................................................................42 Vila Clementino: Crisma e acolhida a D. José Roberto .....................................................................................43 ITF homenageia Frei Ludovico e Frei Moser .............................................................................................................44 Evangelização FIMDA 25 anos: Frei Samuel fala da sua experiência missionária ............................................................46 FIMDA: O espírito franciscano dos jovens jufristas em Luanda .................................................................49 “Até breve!”, artigo de Frei Luiz Iakovacz ......................................................................................................................50 FAE recebe o prêmio Sucesu-PR 2014 ..........................................................................................................................51 Notícias da Associação Bom Jesus ...................................................................................................................................52 Sefras: Gratidão e solidariedade .........................................................................................................................................54 Sefras participa da Marcha dos Imigrantes ...............................................................................................................55 A centenária Editora Vozes cresce no mercado brasileiro .............................................................................56

Capítulo Provincial Visita Canônica de Frei Valmir Ramos em 2015 .....................................................................................................58 Falecimento Frei Zeno Pauk no dia 07 de dezembro .......................................................................................................................59 Frei Agostinho S. Piccolo no dia 28 de novembro...............................................................................................60 Agenda ..........................................................................................................................................................................................64

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Mensagem

Caríssimos confrades e demais irmãos e irmãs,

stamos iniciando mais um Ano Novo. Na saudação e no mútuo abraço de ‘Feliz Ano Novo’, de

todo o coração expressamos o mes-mo anseio presente na solene bên-ção bíblica proclamada na liturgia da Igreja no dia 1º de janeiro, bênção invocada e dada por São Francisco e Santa Clara de Assis a todos os seus irmãos e irmãs: “O Senhor te aben-çoe e te guarde! O Senhor te mostre a sua face e conceda-te sua graça. O Senhor volva o seu rosto para ti e te dê a paz” (Nm 6, 25-26).

1. A bênção do cuidAdo O primeiro desejo é o de sermos

abençoados pelo cuidado (custodia, proteção, vigilância) amoroso do Se-

nhor: “O Senhor te abençoe e te guar-de”. Este é o clamor de toda criatura humana, sempre presente nas dife-rentes situações existenciais do oran-te bíblico: “O Senhor vela por mim” (Sl 40,18); “Confia teu caminho ao Senhor e nele espera” (Sl 37,5); “O Senhor guarda todos os que o amam” (Sl 145, 20). E quando São Francisco enviava seus irmãos pelo mundo, ele os abraçava e dizia com ternura a cada um: “Põe teus cuidados no Senhor e ele cuidará de ti”. Sempre repetia essas palavras quando transmitia alguma obediência aos irmãos (cf. 1Cel 19).

Esta bênção do cuidado divino se plenifica sobre nós na medida em que cresce em nós o empenho pelo cuida-do de cada irmão e irmã. A bênção do cuidado divino é semelhante ao amor e à ternura de uma mãe para com seu filho. Por isso, São Francisco nos re-

comenda: “E onde se encontrarem os irmãos, mostrem-se afáveis entre si. E, com confiança, manifestem um ao outro as suas necessidades, porque, se uma mãe ama e nutre seu filho car-nal, com quanto maior diligência não deve cada um amar e nutrir seu ir-mão espiritual?” (RB 6,7-8). O opos-to, isto é, o não cuidado, pode trans-formar-se numa interrogação divina, da forma como o Senhor interrogou Caim depois que este agrediu seu ir-mão Abel: “Onde está o teu irmão?” (Gn 4,9).

2. A bênção dA fAce do SenhorQuem de nós não acalenta no iní-

cio deste Ano Novo o eterno sonho de ser agraciado pela ‘face do Se-nhor’? A bênção da face do Senhor sensibiliza-nos porque sabemos que, nas mais variadas situações existen-

Ano noVo, uM noVo AMAnhecer

AMAnhecer eM ASSiS

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Mensagem

ciais, nossa face refletirá os anseios mais profundos do coração. A bên-ção da face do Senhor desperta em nós uma pertença que ultrapassa todos os limites das dezenas, cente-nas ou mesmo milhares de faces que a nossa face reconhece e aceita. A bênção da face do Senhor, pela me-diação da face do seu dileto Filho, provoca-nos a estarmos próximos às muitíssimas faces mutiladas e desfi-guradas e que, infelizmente, pouco se assemelham com a face originária

força, tão paradas e frias e mortas;eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?

3. A bênção dA grAçAQuem de nós não gostaria de

ouvir ao longo de todos os dias des-te Ano Novo as mesmas palavras

Que o Senhor assim nos encontre todos os dias deste ano: humildes, serviçais, cheios de encanto e beleza para merecermos a benevolente bên-ção da graça de Deus e, assim como Maria, conceber o Verbo de Deus que deseja habitar em nós e entre nós.

4. A bênção dA PAz Quem de nós já não cantou ou

ouviu no início do Ano Novo este canto da música popular brasileira, que assim começa: “Este ano, quero

de cada ser criado à ‘imagem e semelhança’ do Criador. E nos perguntamos: não são estas as faces preferidas do Senhor? Es-tas faces desfiguradas, machu-cadas, envergonhadas, solitá-rias, chagadas e abandonadas, diariamente clamam ao Senhor: “Volta-te para mim, tem pieda-de de mim” (Sl 86,16); “Faze bri-lhar tua face sobre o teu servo” (Sl 31,17); e até mesmo as faces que temem deixar fugir “a luz da face” do Senhor (Sl 4,7).

Se estas faces imploram pela face resplandecente de Deus, certamente assim clamam por-que desejam e sonham com uma face que seja referência de ternu-ra, bondade, amabilidade, sere-nidade, limpidez, transparência, justiça, lealdade, misericórdia. São faces e mais faces que, na mística do Espelho de Santa Clara de Assis, desejam transformar e reencontrar no Senhor sua verdadeira face. Ou ainda, na linguagem da nossa poesia brasileira, são faces que diariamente proclamam o “Retrato”, da poetisa Cecília Meireles:

Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.Eu não tinha estas mãos sem

do Mensageiro de Deus dirigidas a Maria Santíssima no momento da anunciação do Senhor: “Alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor está contigo” e, “não tenhas medo Maria, porque encontraste graça diante de Deus” (Lc 1,28.30)? E agradecidos pela bên-ção da gratuidade divina presente em nossa história pessoal e comunitária, na oração da tarde de cada dia, entoa-mos com Maria o Magnificat permi-tindo que o nosso espírito também se “rejubile em Deus” porque o canal pela qual passa a bênção da graça é a virtude da humildade (cf. Lc 1,47-48).

paz no meu coração...”? Que a bênção da paz do Senhor pos-sa apagar em nós as ‘marcas do que se foi’, especialmente as marcas das nossas feridas fra-ternas, e possa acalentar em nós os ‘sonhos que vamos ter’ numa caminhada fraterna, sem parar, onde ‘nossos passos pelo chão vão ficar’, permitindo que cada dia deste Ano Novo seja um novo amanhecer da bênção da paz do Senhor.

Caríssimos confrades e ir-mãos e irmãs que nos acom-panham: que esta bênção nos acompanhe todos os dias deste Ano Novo, muito particular-mente se faça presente na ce-lebração do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores, nos preparativos do nosso Ca-

pítulo Provincial, na celebração de Ação de Graças pelos 25 anos da nos-sa presença missionária em Angola e, finalmente, na celebração do Ano da Vida Consagrada. Que esta bênção nos fortaleça na vivência do ‘Evange-lho’, na graça da ‘Profecia’ para acor-darmos o mundo e, sem perdermos a coragem diante das inúmeras difi-culdades, podermos ser no mundo sinais de ‘Esperança’.

Fraternalmente,

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

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À Imaculada Conceição da Virgem Maria Vós sois, ó Maria, a mulher da eterna beleza.Em vós, resplandece a pureza original do paraíso.Nossa fé vos proclama imaculada em vossa conceição.Em vós, a desobediência de Eva não deixou as marcas da tentação.Vós não destes ouvidos aos sussurros da Serpente.Rejeitastes a soberba de querer ser “como Deus”.Humildemente, preferistes confessar que éreis a serva do Senhor.Vós sois a mãe do divino amor e a Virgem sem mancha e sem rugas.O fruto e a graça do vosso seio puríssimo é Jesus, o Filho de Deus.Para Deus, não foi nenhum desdouro bater à porta de vossa casa,com o convite para serdes companheira da redenção da humanidade.Nós vos cantamos como a “estrela da manhã” e a “porta do céu”,a “mãe da divina graça” e a “causa da nossa alegria”.Nós vos bendizemos, ó Maria, Imaculada Conceição.Reconhecemos que sois a filha predileta de Deuse a mãe puríssima de Jesus Cristo, nosso Salvador.Ninguém, nenhuma criatura tem a vossa graça e beleza,vosso amor e pureza, vossa santidade e grandeza.Vós sois superlativa, uma mulher superlativa,“puríssima”, “castíssima”, “imaculada”, toda bela, ó Maria.E porque sois o “auxílio dos cristãos”, o “refúgio dos pecadores”,a “saúde dos enfermos” e a “consoladora dos aflitos”,pedimos vosso socorro para os pobres, doentes e pecadores.Rogai por nós, Santa Mãe de Deus!Iluminai nossos caminhos no seguimento a Jesus, vosso Filho.Dai-nos um coração de paz, sem ódios e rancores,sem ciúmes, egoísmos, cobranças desmedidas e violência.Porque sois a fonte viva de nossas esperanças,nunca nos falte a coragem de sermos irmãos, amando os pobres e oprimidos.Com todo o coração, na alegria e na confiança,vos proclamamos nossa Mãe e Rainha.Salve, ó Maria, Virgem Imaculada e sem jaça!Salve, ó Maria, mulher da eterna beleza!Encantados, extasiados, assim rezamos, em louvor de Cristo. Amém.

Frei Neylor J. ToninNilópolis, 7 de dezembro de 2014

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Formação Permanente

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Formação Permanente

ltimamente convidamos de-terminados grupos de con-frades para contribuir com

sua reflexão na nossa caminhada de Formação Permanente. Aprovei-to a ocasião para expressar a eles o meu/nosso agradecimento. Foram os professores do nosso Instituto Teológico de Petrópolis, depois as Fraternidades presentes na Aldeia Franciscana de Rondinha e, recen-temente, durante o ano de 2014, o nosso confrade Nilo Agostini nos enriqueceu com suas reflexões sobre a família, dentro do horizonte do Sínodo em andamento. O Definitó-rio Provincial, pensando no ano de 2015, ano de preparação do nosso Capítulo Provincial, no qual se fará a atualização do nosso Plano de Evan-gelização, propõe uma abordagem e aprofundamento das cinco/seis Frentes escolhidas por nosso Capí-tulo Provincial celebrado em 2012.

Houve quem não conseguiu en-

xergar nesta escolha feita pelo Ca-pítulo Provincial progresso signi-ficativo. De certo modo é verdade, porque no fundo se sancionaram as escolhas feitas durante a caminhada histórica da Província desde a sua restauração. A novidade, certamen-te, é que o Capítulo Provincial deci-diu “fixar” estas escolhas e, o que é mais importante, decidiu trabalhar a questão da nossa presença nestas “Frentes”.

Com outras palavras: fazer com toda a honestidade possível a per-gunta: Por que estamos dando ex-pressão de nossa vocação e missão nesta “Frente” (e não numa outra)? Consequentemente também a per-gunta: Como estamos vivenciando na nossa vida e serviço os valores fundamentais do nosso carisma franciscano?

Diante deste horizonte, o Defini-tório Provincial convidou confrades para esta reflexão e revisão das nos-sas presenças. Em algumas “Frentes” esta reflexão está bem encaminhada,

em outras, porém, há mais dificul-dade. Não há problema. Como no nosso Projeto Fraterno de Vida e Missão de cada Fraternidade local, também aqui o mais importante não é o produto final, um belo texto es-crito no papel, que é capaz de guar-dar as melhores ideias com paciên-cia, mas que pode tornar-se ineficaz, e sim o processo em andamento, a dinâmica de busca estabelecida, que nos recorda sempre de novo o por-quê da nossa presença. As páginas da Formação Permanente nas “Co-municações” de 2015 nos querem ajudar a caminhar neste sentido e por isso serão escritas a “três mãos”, a saber: Secretariado de Evangeliza-ção, Secretariado de Formação e Es-tudos e Formação Permanente.

Em setembro deste ano, tivemos a grata presença do nosso Ministro Geral durante o Capítulo das Esteiras. Creio que todos nós, que pudemos participar do Capítulo, recebemos uma injeção de ânimo para a continua-ção de nossa vida de frades menores.

Rumo ao

A noSSA PreSençA nAS frenTeS de eVAngeLizAção dA ProVÍnciA

cAPÍTuLo ProVinciAL

2016FREI ESTÊVÃO OTTENBREIT

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Formação Permanente

Pessoalmente retive na minha mente duas afirmações do Ministro Geral. A primeira é a da necessidade de fazermos escolhas. Não podemos mais abraçar o mundo todo. Deve-mos fazer o que pudermos e sempre na perspectiva da nossa opção de vida, isto é: vida religiosa francis-cana. Aí já não conta mais a quan-tidade (se éramos 700 uma vez ou se somos menos de 400 nos dias de hoje) e sim a qualidade de nossa vida e serviço. Em conversa particular, o Ministro Geral me ex-plicou que ele tira esta convicção da passagem evangélica do encontro do jovem rico com Jesus. Encontro que termina mal “porque o jovem não soube escolher”.

o que Será de nóS Se TAMbéM não Souber-MoS eScoLher?

Se não soubermos deixar as “coisinhas se-cundárias” para abraçar sempre de novo aquilo que realmente conta na nossa vida, na nossa vo-cação e na nossa missão?

Creio que seja nesta dimensão que devemos levar a nossa reflexão so-bre as “Frentes de Evan-gelização” e o próprio Plano de Evangelização da Fraternidade Provin-cial.

Além da insistência de sabermos fazer escolhas, impressionou-me a franca afirmação: “A Ordem está em crise”. Sei que outros confrades também sentiram um certo “cala-frio” ao ouviram esta afirmação. Creio que isto se deve ao fato de que ainda achamos que a crise tem a ver com os outros e que nós estamos

isentos. Felizmente sabemos que o reconhecimento por parte do Mi-nistro Geral, de que estamos em cri-se, não brota do lamaçal negativista que arrasta tudo para a perdição, e, sim, surge do centro do humilde re-conhecimento das nossas fraquezas.

Nos “lineamenta”, subsídio pre-paratório para o próximo Capítulo Geral em 2015, lemos: “No vocabu-lário corrente, “crise” indica deca-

dência, enfraquecimento, falência. Assim, assume significado negativo, que gera desilusão e desânimo, re-signação e pessimismo. No signifi-cado etimológico – ao contrário –, “crise” indica o momento no qual se separa, se distingue uma manei-ra de ser e de agir, para se chegar a decidir um modo diferente de viver.

A crise indica mudança, a passagem certamente não indolor para uma novidade de vida. A crise é, então, ocasião positiva, oportunidade para o desenvolvimento, para o cresci-mento.”

Termino com uma tradução minha dum trecho do livro de Al-bert Einstein, com o título: O mun-do como o vejo: minha confissão de fé.

“Não podemos preten-der que as coisas mudem, se continuamos a fazer sempre as mesmas coisas. A crise é a maior bênção para as pessoas e as nações porque a crise leva ao pro-gresso. A criatividade nas-ce da angústia como o dia nasce da noite escura. É na crise que surge a inovação, a descoberta e as novas estra-tégias. Quem supera a crise supera a si mesmo sem ser “superado”. Quem atribui à crise os seus fracassos e di-ficuldades, viola seu talento próprio e dá mais valor aos problemas do que às solu-ções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e das nações é a preguiça de buscar soluções e “saídas”. Sem crise não há desafios, sem desafios a vida se torna rotina e lenta agonia. Sem crise não há méritos. É na crise que emerge o melhor de cada um porque sem cri-

se todos os ventos são apenas leves brisas. Falar de crise significa en-frentá-la, e silenciar na crise signifi-ca exaltar o conformismo. Devemos trabalhar duramente. Vamos acabar de uma vez por todas com a única crise que nos ameaça perigosamen-te: a tragédia de não querer lutar para superá-la.”

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1. No início de um novo ano, que acolhemos como uma graça e um dom de Deus para a humanidade, de-sejo dirigir, a cada homem e mulher, bem como a todos os povos e nações do mundo, aos chefes de Estado e de Governo e aos responsáveis das várias religiões, os meus ardentes votos de paz, que acompanho com a mi-nha oração a fim de que cessem as guerras, os conflitos e os inúmeros sofrimentos provocados quer pela mão do homem quer por velhas e novas epidemias e pelos efeitos devastadores das calamidades naturais. Rezo de modo particular para que, respondendo à nossa vo-cação comum de colaborar com Deus e com todas as pessoas de boa vontade para a promoção da concórdia e da paz no mundo, saibamos resistir à tentação de nos comportarmos de forma não digna da nossa humani-dade.

Já, na minha mensagem para o 1º de Janeiro pas-sado, fazia notar que «o anseio duma vida plena (…) contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar». Sendo o homem um ser relacional, destinado a realizar-se no contexto de re-lações interpessoais inspiradas pela justiça e a caridade, é fundamental para o seu desenvolvimento que sejam reconhecidas e respeitadas a sua dignidade, liberdade

e autonomia. Infelizmente, o flagelo generalizado da exploração do homem pelo homem fere gravemente a vida de comunhão e a vocação de tecer relações in-terpessoais marcadas pelo respeito, a justiça e a cari-dade. Tal fenômeno abominável, que leva a espezinhar os direitos fundamentais do outro e a aniquilar a sua liberdade e dignidade, assume múltiplas formas sobre as quais desejo deter-me, brevemente, para que, à luz da Palavra de Deus, possamos considerar todos os ho-mens, «já não escravos, mas irmãos».

À eScuTA do ProjeTo de deuS PArA A huMAnidAde

2. O tema, que escolhi para esta mensagem, inspira--se na Carta de São Paulo a Filémon; nela, o Apóstolo pede ao seu colaborador para acolher Onésimo, que antes era escravo do próprio Filémon mas agora tor-nou-se cristão, merecendo por isso mesmo, segundo Paulo, ser considerado um irmão. Escreve o Apóstolo dos gentios: «Ele foi afastado por breve tempo, a fim de que o recebas para sempre, não já como escravo, mas muito mais do que um escravo, como irmão querido» (Flm 15-16). Tornando-se cristão, Onésimo passou a ser irmão de Filémon. Deste modo, a conversão a Cris-to, o início de uma vida de discipulado em Cristo cons-titui um novo nascimento (cf. 2 Cor 5, 17; 1 Ped 1, 3),

Formação Permanente

já não eScrAVoS, MAS irMãoSMensagem do Papa francisco para o dia Mundial da Paz, 1º de janeiro

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que regenera a fraternidade como vínculo fundante da vida familiar e alicerce da vida social.

Lemos, no livro do Gênesis (cf. 1, 27-28), que Deus criou o ser huma-no como homem e mulher e abençoou-os para que crescessem e se multi-plicassem: a Adão e Eva, fê-los pais, que, no cumprimento da bênção de Deus para serem fecundos e multiplicarem-se, geraram a primeira fraternidade: a de Caim e Abel. Saídos do mesmo ventre, Caim e Abel são irmãos e, por isso, têm a mesma origem, natureza e dignidade de seus pais, criados à imagem e semelhança de Deus.

Mas, apesar de os irmãos estarem ligados por nascimento e possuírem a mesma natureza e a mesma dignidade, a fraternidade exprime também a mul-tiplicidade e a diferença que existe entre eles. Por conseguinte, como irmãos e irmãs, todas as pessoas estão, por natureza, relacionadas umas com as outras, cada qual com a própria especificidade e todas partilhando a mesma origem, natureza e dignidade. Em virtude disso, a fraternidade constitui a rede de re-lações fundamentais para a construção da família humana criada por Deus.

Infelizmente, entre a primeira criação narrada no livro do Gênesis e o novo nascimento em Cristo – que torna, os crentes, irmãos e irmãs do «pri-mogênito de muitos irmãos» (Rom 8, 29) –, existe a realidade negativa do pecado, que interrompe tantas vezes a nossa fraternidade de criaturas e de-forma continuamente a beleza e nobreza de sermos irmãos e irmãs da mesma família humana. Caim não só não suporta o seu irmão Abel, mas mata-o por inveja, cometendo o primeiro fratricídio. «O assassinato de Abel por Caim atesta, tragicamente, a rejeição radical da vocação de ser irmãos. A sua histó-ria (cf. Gen 4, 1-16) põe em evidência o difícil dever, a que todos os homens são chamados, de viver juntos, cuidando uns dos outros».

Também na história da família de Noé e seus filhos (cf. Gen 9, 18-27), é a falta de piedade de Cam para com seu pai, Noé, que impele este a amaldiçoar o filho irreverente e a abençoar os outros que o tinham honrado, dando assim lugar a uma desigualdade entre ir-mãos nascidos do mesmo ventre.

Na narração das origens da família humana, o pecado de afasta-mento de Deus, da figura do pai e do irmão torna-se uma expressão da recusa da comunhão e traduz-se na cultura da servidão (cf. Gen 9, 25-27), com as consequências daí resultantes que se prolongam de gera-ção em geração: rejeição do outro, maus-tratos às pessoas, violação da dignidade e dos direitos fundamentais, institucionalização de desi-gualdades. Daqui se vê a necessidade duma conversão contínua à Aliança levada à perfeição pela oblação de Cristo na cruz, confiantes de que, «onde abundou o pecado, superabundou a graça (…) por Jesus Cristo» (Rom 5, 20.21). Ele, o Filho amado (cf. Mt 3, 17), veio para revelar o amor do Pai pela humanidade. Todo aquele que escuta o Evangelho e aco-lhe o seu apelo à conversão, torna-se, para Jesus, «irmão, irmã e mãe» (Mt 12, 50) e, consequentemente, filho adotivo de seu Pai (cf. Ef 1, 5).

No entanto, os seres humanos não se tornam cris-tãos, filhos do Pai e irmãos em Cristo por imposição divina, isto é, sem o exercício da liberdade pessoal, sem se converterem livremente a Cristo. Ser filho de

Formação Permanente

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Deus requer que primeiro se abrace

o imperativo da conver-são: «Convertei-vos – dizia Pedro no

dia de Pentecostes – e peça cada um o batismo em nome de Jesus Cristo, para

a remissão dos seus pecados; recebereis, então, o dom do Espírito Santo» (Act 2, 38). Todos aqueles que responderam com a fé e a vida àquela pre-gação de Pedro, entraram na fraternidade da primeira comunidade cristã (cf. 1 Ped 2, 17; Act 1, 15.16; 6, 3; 15, 23): judeus e gregos, escravos e homens livres (cf. 1 Cor 12, 13; Gal 3, 28), cuja diversidade de origem e estado social não diminui a dignidade de cada um, nem ex-clui ninguém do povo de Deus. Por isso, a comunidade cristã é o lugar da comunhão vivida no amor entre os irmãos (cf. Rom 12, 10; 1 Tes 4, 9; Heb 13, 1; 1 Ped 1, 22; 2 Ped 1, 7).

Tudo isto prova como a Boa Nova de Jesus Cristo – por meio de Quem Deus «renova todas as coisas» (Ap 21, 5) – é capaz de redimir também as relações entre os homens, incluindo a relação entre um escravo e o seu senhor, pondo em evidência aquilo que ambos têm em comum: a filiação adotiva e o vínculo de fraternidade em Cristo. O próprio Jesus disse aos seus discípulos: «Já não vos chamo servos, visto que um servo não está ao corrente do que faz o seu senhor; mas a vós chamei-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi ao meu Pai» (Jo 15, 15).

AS MúLTiPLAS fAceS dA eScrAVATurA, onTeM e hoje

3. Desde tempos imemoriais, as diferentes socie-dades humanas conhecem o fenômeno da sujeição do homem pelo homem. Houve períodos na história da humanidade em que a instituição da escravatura era geralmente admitida e regulamentada pelo direito. Este estabelecia quem nascia livre e quem, pelo con-trário, nascia escravo, bem como as condições em que a pessoa, nascida livre, podia perder a sua liberdade ou

recuperá-la. Por outras palavras, o próprio direito ad-mitia que algumas pessoas podiam ou deviam ser con-sideradas propriedade de outra pessoa, a qual podia dispor livremente delas; o escravo podia ser vendido e comprado, cedido e adquirido como se fosse uma mer-cadoria qualquer.

Hoje, na sequência duma evolução positiva da cons-ciência da humanidade, a escravatura – delito de lesa humanidade – foi formalmente abolida no mundo. O direito de cada pessoa não ser mantida em estado de escravidão ou servidão foi reconhecido, no direito in-ternacional, como norma inderrogável.

Mas, apesar de a comunidade internacional ter adotado numerosos acordos para pôr termo à escra-vatura em todas as suas formas e ter lançado diversas estratégias para combater este fenômeno, ainda hoje milhões de pessoas – crianças, homens e mulheres de todas as idades – são privadas da liberdade e cons-trangidas a viver em condições semelhantes às da es-cravatura.

Penso em tantos trabalhadores e trabalhadoras, mesmo menores, escravizados nos mais diversos se-tores, em nível formal e informal, desde o trabalho doméstico ao trabalho agrícola, da indústria manufa-tureira à mineração, tanto nos países onde a legislação do trabalho não está conforme às normas e padrões mínimos internacionais, como – ainda que ilegalmente – naqueles cuja legislação protege o trabalhador.

Penso também nas condições de vida de muitos mi-grantes que, ao longo do seu trajeto dramático, pade-cem a fome, são privados da liberdade, despojados dos seus bens ou abusados física e sexualmente. Penso em tantos deles que, chegados ao destino depois de uma viagem duríssima e dominada pelo medo e a insegu-rança, ficam detidos em condições às vezes desumanas. Penso em tantos deles que, devido a diversas circuns-tâncias sociais, políticas e econômicas são impelidos a passar à clandestinidade, e naqueles que, para perma-necer na legalidade, aceitam viver e trabalhar em con-dições indignas, especialmente quando as legislações nacionais criam ou permitem uma dependência estru-tural do trabalhador migrante em relação ao doador de trabalho como, por exemplo, condicionando a legali-dade da estadia ao contrato de trabalho... Sim! Penso no «trabalho escravo».

Penso nas pessoas obrigadas a se prostituírem, entre as quais se contam muitos menores, e nas escravas e escravos sexuais; nas mulheres forçadas a casar-se, quer as que são vendidas para casamento quer as que são deixadas em sucessão a um familiar por morte do ma-

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rido, sem que tenham o direi-

to de dar ou não o próprio consentimento.Não posso deixar de pensar em

quantos, menores e adultos, são ob-jeto de tráfico e comercialização para

remoção de órgãos, para serem recrutados como solda-dos, para servirem de pedintes, para atividades ilegais como a produção ou venda de drogas, ou para formas disfarçadas de adoção internacional.

Penso, enfim, em todos aqueles que são raptados e mantidos em cativeiro por grupos terroristas, ser-vindo aos seus objetivos como combatentes ou, espe-cialmente no que diz respeito às meninas e mulheres, como escravas sexuais. Muitos deles desaparecem, al-guns são vendidos várias vezes, torturados, mutilados ou mortos.

ALguMAS cAuSAS ProfundAS dA eScrAVATurA

4. Hoje como ontem, na raiz da escravatura, está uma concepção da pessoa humana que admite a pos-sibilidade de a tratar como a um objeto. Quando o pecado corrompe o coração do homem e o afasta do seu Criador e dos seus semelhantes, estes deixam de ser sentidos como seres de igual dignidade, como ir-mãos e irmãs em humanidade, passando a ser vistos como objetos. Com a força, o engano, a coação física ou psicológica, a pessoa humana – criada à imagem e semelhança de Deus – é privada da liberdade, mercan-tilizada, reduzida a propriedade de alguém; é tratada como meio, e não como fim.

Juntamente com esta causa ontológica – a rejeição da humanidade no outro –, há outras causas que con-correm para se explicarem as formas atuais de escrava-tura. Entre elas, penso em primeiro lugar na pobreza, no subdesenvolvimento e na exclusão, especialmente quando os três se aliam com a falta de acesso à educa-ção ou com uma realidade caracterizada por escassas,

se não mesmo inexistentes oportunidades de empre-go. Não raro, as vítimas de tráfico e servidão são pes-soas que procuravam uma forma de sair da condição de pobreza extrema e, dando crédito a falsas promes-sas de trabalho, caíram nas mãos das redes criminosas que gerem o tráfico de seres humanos. Estas redes uti-lizam habilmente as tecnologias informáticas moder-nas para atrair jovens e adolescentes de todos os cantos do mundo.

Entre as causas da escravatura, deve ser incluída também a corrupção daqueles que, para enriquecer, estão dispostos a tudo. Na realidade, a servidão e o trá-fico das pessoas humanas requerem uma cumplicidade que muitas vezes passa através da corrupção dos inter-mediários, de alguns membros das forças da polícia, de outros atores do Estado ou de variadas instituições, ci-vis e militares. «Isto acontece quando, no centro de um sistema econômico, está o deus dinheiro, e não o ho-mem, a pessoa humana. Sim, no centro de cada sistema social ou econômico, deve estar a pessoa, imagem de Deus, criada para que fosse o dominador do universo. Quando a pessoa é deslocada e chega o deus dinheiro, dá-se esta inversão de valores».

Outras causas da escravidão são os conflitos arma-dos, as violências, a criminalidade e o terrorismo. Há inúmeras pessoas raptadas para serem vendidas, recru-tadas como combatentes ou exploradas sexualmente, enquanto outras se veem obrigadas a emigrar, deixando tudo o que possuem: terra, casa, propriedades e mesmo os familiares. Estas últimas, impelidas a procurar uma alternativa a tão terríveis condições, mesmo à custa da própria dignidade e sobrevivência, arriscam-se assim a entrar naquele círculo vicioso que as torna presa da miséria, da corrupção e das suas consequências perni-ciosas.

uM coMProMiSSo coMuM PArA Vencer A eScrAVATurA

5. Quando se observa o fenômeno do comércio de pessoas, do tráfico ilegal de migrantes e de outras fa-ces conhecidas e desconhecidas da escravidão, fica-se frequentemente com a impressão de que o mesmo tem lugar no meio da indiferença geral.

Sem negar que isto seja, infelizmente, verdade em grande parte, apraz-me mencionar o enorme trabalho que muitas congregações religiosas, especialmente fe-mininas, realizam silenciosamente, há tantos anos, em favor das vítimas. Tais institutos atuam em contextos difíceis, por vezes dominados pela violência, procu-

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rando quebrar as cadeias invisíveis

que mantêm as vítimas presas aos seus traficantes e explora-

dores; cadeias, cujos elos são feitos não só de sutis mecanismos psicológicos que

tornam as vítimas dependentes dos seus algozes, através de chantagem e ameaça a eles e aos seus entes queridos, mas também através de meios mate-riais, como a apreensão dos documentos de identidade e a violência física. A atividade das congregações reli-giosas está articulada a três níveis principais: o socorro às vítimas, a sua reabilitação sob o perfil psicológico e formativo e a sua reintegração na sociedade de destino ou de origem.

Este trabalho imenso, que requer coragem, paciên-cia e perseverança, merece o aplauso da Igreja inteira e da sociedade. Naturalmente o aplauso, por si só, não basta para se pôr termo ao flagelo da exploração da pessoa humana. Faz falta também um tríplice empe-nho em nível institucional: prevenção, proteção das ví-timas e ação judicial contra os responsáveis. Além dis-so, assim como as organizações criminosas usam redes globais para alcançar os seus objetivos, assim também a ação para vencer este fenômeno requer um esforço comum e igualmente global por parte dos diferentes atores que compõem a sociedade.

Os Estados deveriam vigiar para que as respectivas legislações nacionais sobre as migrações, o trabalho, as adoções, a transferência das empresas e a comerciali-zação de produtos feitos por meio da exploração do trabalho sejam efetivamente respeitadoras da dignida-de da pessoa. São necessárias leis justas, centradas na pessoa humana, que defendam os seus direitos funda-mentais e, se violados, os recuperem reabilitando quem é vítima e assegurando a sua incolumidade, como são necessários também mecanismos eficazes de controle da correta aplicação de tais normas, que não deixem es-paço à corrupção e à impunidade. É preciso ainda que seja reconhecido o papel da mulher na sociedade, in-tervindo também no plano cultural e da comunicação

para se obterem os resultados esperados.As organizações intergovernamentais são chama-

das, no respeito pelo princípio da subsidiariedade, a implementar iniciativas coordenadas para combater as redes transnacionais do crime organizado que geram o mercado de pessoas humanas e o tráfico ilegal dos migrantes. Torna-se necessária uma cooperação em vários níveis, que englobe as instituições nacionais e in-ternacionais, bem como as organizações da sociedade civil e do mundo empresarial.

Com efeito, as empresas têm o dever não só de ga-rantir aos seus empregados condições de trabalho dig-nas e salários adequados, mas também de vigiar para que não tenham lugar, nas cadeias de distribuição, for-mas de servidão ou tráfico de pessoas humanas. A par da responsabilidade social da empresa, aparece depois a responsabilidade social do consumidor. Na realidade, cada pessoa deveria ter consciência de que «comprar é sempre um ato moral, para além de econômico».

As organizações da sociedade civil, por sua vez, têm o dever de sensibilizar e estimular as consciências sobre os passos necessários para combater e erradicar a cul-tura da servidão.

Nos últimos anos, a Santa Sé, acolhendo o grito de sofrimento das vítimas do tráfico e a voz das congre-gações religiosas que as acompanham rumo à liberta-ção, multiplicou os apelos à comunidade internacional pedindo que os diversos atores unam os seus esforços e cooperem para acabar com este flagelo. Além disso, foram organizados alguns encontros com a finalidade de dar visibilidade ao fenômeno do tráfico de pesso-as e facilitar a colaboração entre os diferentes atores, incluindo peritos do mundo acadêmico e das organi-zações internacionais, forças da polícia dos diferentes países de origem, trânsito e destino dos migrantes, e representantes dos grupos eclesiais comprometidos em favor das vítimas. Espero que este empenho continue e se reforce nos próximos anos.

gLobALizAr A frATernidAde, não À eScrAVidão e À indiferençA

6. Na sua atividade de «proclamação da verdade do amor de Cristo na sociedade», a Igreja não cessa de se empenhar em ações de caráter caritativo guiada pela verdade sobre o homem. Ela tem o dever de mostrar a todos o caminho da conversão, que induz a voltar os olhos para o próximo, a ver no outro – seja ele quem for – um irmão e uma irmã em humanidade, a reconhe-cer a sua dignidade intrínseca na verdade e na liber-

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dade, como nos ensina a história de Josefina Bakhita (foto abaixo), a Santa originária da região do Darfur, no Sudão. Raptada por traficantes de escravos e vendida a patrões desalmados desde a idade de nove anos, have-ria de tornar-se, depois de dolorosas vicissitudes, «uma livre filha de Deus» mediante a fé vivida na consagra-ção religiosa e no serviço aos outros, especialmente aos pequenos e fracos. Esta Santa, que viveu a cavalo entre

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os séculos XIX e XX, é também hoje tes-temunha exemplar de esperança para as numerosas víti-mas da escravatura e pode apoiar os es-forços de quantos se dedicam à luta con-tra esta «ferida no corpo da humanida-de contemporânea, uma chaga na carne de Cristo».

Nesta perspecti-va, desejo convidar cada um, segundo a respectiva missão e responsabilidades particulares, a rea-lizar gestos de fra-ternidade a bem de quantos são man-tidos em estado de servidão. Pergunte-mo-nos, enquanto comunidade e in-divíduo, como nos sentimos interpela-dos quando, na vida cotidiana, nos encontramos ou lidamos com pessoas que poderiam ser vítimas do tráfico de seres humanos ou, quando temos de comprar, se escolhemos produtos que poderiam razoavelmente resultar da exploração de outras pessoas. Há alguns de nós que, por indiferença, porque distraídos com as preocupações diárias, ou por razões econômicas, fecham os olhos. Outros, pelo con-trário, optam por fazer algo de positivo, comprometen-do-se nas associações da sociedade civil ou praticando no dia a dia pequenos gestos como dirigir uma palavra, trocar um cumprimento, dizer «bom dia» ou oferecer um sorriso; estes gestos, que têm imenso valor e não

nos custam nada, podem dar esperança, abrir estradas, mudar a vida de uma pessoa que tateia na invisibilida-de e mudar também a nossa vida face a esta realidade.

Temos de reconhecer que estamos perante um fe-nômeno mundial que excede as competências de uma única comunidade ou nação. Para vencê-lo, é preciso uma mobilização de dimensões comparáveis às do próprio fenômeno. Por esta razão, lanço um veemen-

te apelo a todos os homens e mulheres de boa vontade e a quantos, mesmo nos mais altos níveis das instituições, são tes-temunhas, de perto ou de longe, do fla-gelo da escravidão contemporânea, para que não se tornem cúmplices deste mal, não afastem o olhar à vista dos sofrimentos de seus irmãos e ir-mãs em humanidade, privados de liberdade e dignidade, mas te-nham a coragem de tocar a carne sofredo-ra de Cristo, o Qual se torna visível através dos rostos inumerá-veis daqueles a quem Ele mesmo chama os «meus irmãos mais pequeninos» (Mt 25, 40.45).

S a b e m o s q u e Deus perguntará a

cada um de nós: Que fizeste do teu irmão? (cf. Gen 4, 9-10). A globalização da indiferença, que hoje pesa so-bre a vida de tantas irmãs e de tantos irmãos, requer de todos nós que nos façamos artífices duma globalização da solidariedade e da fraternidade que possa devolver--lhes a esperança e levá-los a retomar, com coragem, o caminho em meio aos problemas do nosso tempo e às novas perspectivas que este traz consigo e que Deus coloca nas nossas mãos.

PAPA FRANCISCOVaticano, 8 de dezembro de 2014.

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ão Miguel (RN) – “Ser pres-bítero, antes de tudo, é curar feridas”. Foi com esse propó-

sito que Frei Paulijacson Pessoa de Moura foi ordenado presbítero no sábado, dia 29 de novembro, em São Miguel, cidade a 450 quilômetros da capital Natal (RN), por Dom Ber-nardo Johannes Bahlmann, bispo de Óbidos e confrade de Frei Pau-

lijacson na Província da Imaculada Conceição do Brasil.

A volta do jovem franciscano a São Miguel foi o assunto na cidade, principalmente porque durante uma semana o Serviço de Animação Vo-cacional, com o apoio da Paróquia de São Miguel, preparou este mo-mento com a Missão Franciscana. Uma equipe de frades, seminaristas, religiosos e religiosas, e leigos visitou escolas, rezou nas praças, visitou do-

entes e celebrou o Tríduo Vocacio-nal. E não poderia ser diferente no dia da festa. O povo compareceu e lotou a praça da matriz, que leva o nome de outro franciscano, o servo de Deus Frei Damião.

O altar foi preparado em frente à Igreja e, à noite, com céu estre-lado, teve um clima surpreenden-temente agradável. A celebração durou 3 horas e o povo não dei-xou a praça até a bênção final,

ordenAção PreSbiTerAL de frei PAuLijAcSon:

PronTo PArA “curAr feridAS”MOacIR BEggO

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ordenAção PreSbiTerAL de frei PAuLijAcSon:

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mesmo a grande maioria que acompanhou em pé.Às 18h30 teve início a celebração presidida por Dom

Bernardo, e concelebrada por Frei Germano Guesser, De-finidor da Província da Imaculada e representante do Mi-nistro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel; o pároco de São Miguel, Pe. Valdeci Donato da Silva; e o diácono Frei Sérgio Silas Damasceno. Frei Diego de Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional, foi o comentarista. Além do povo de São Miguel e região, familiares que vie-ram de todo o Brasil, destaque para a presença de uma ca-ravana de fiéis da Paróquia de São Pedro Apóstolo, de Gas-par, onde Frei Paulo reside atualmente, e de um grupo de amigos de Imbariê (RJ), onde o ordenando morou durante um ano e fez a pastoral nos finais de semana enquanto era estudante de Teologia em Petrópolis.

Frei Paulo, como é chamado, foi acompanhado na pro-cissão de entrada pela mãe Elisabeth e o irmão João, que permaneceram com ele até ser chamado para perto do bis-po, depois da liturgia da Palavra. Em seguida, despediu-se da mãe e do irmão com um abraço e teve início o rito da ordenação.

ToM frATernALAliás, esse gesto fraternal deu o tom à celebração. Dom

Bernardo estava muito feliz por estar ordenando um jo-vem que ele havia acolhido há onze anos como candidato à vida religiosa quando ainda era guardião do Convento São Francisco, em São Paulo. Frei Germano deu testemunho e apresentou o ordenando em nome da Província da Ima-culada, afirmando que Frei Paulo “era digno” de receber o Sacramento da Ordem.

Na sua homilia, Dom Bernardo sempre se dirigiu com muito carinho a Frei Paulijacson. Lembrou que o convi-

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dou para cuidar dos frades idosos do Convento São Francisco, tarefa que Frei Paulijacson fez com muita de-dicação. Para Dom Bernardo, jamais eles poderiam imaginar que se en-contrariam hoje, anos depois, como bispo e ordenando. “É um desses pe-quenos milagres de Deus”, disse D. Bernardo.

D. Bernardo também não pou-pou elogios a Frei Paulo pela escolha das leituras e do lema para a ordena-ção, tirado da parábola do bom sa-maritano: “Chegou junto dele, viu-o e moveu-se de compaixão”. Segundo o bispo, a primeira leitura (Hb 13,1-3.5b-6) ressalta o amor fraterno e a hospitalidade. “Temos que ser hos-pitaleiros não importa a quem. Para isso, é preciso termos o nosso cora-ção aberto e confiar em Deus”, disse D. Bernardo.

Na segunda leitura, tirada do Tes-tamento de São Francisco, mostran-

do a conversão e o beijo ao leproso, o bispo lembrou que foi uma expe-riência difícil para São Francisco e é um desafio para nós. “Ir ao encontro dos leprosos não foi nada fácil para São Francisco. Mas ele não desistiu desse processo de conversão, porque ele transformou o seu coração. E nós

também podemos abraçar o outro por amor a Deus”, acrescentou.

O evangelho (Lc 10,25-37) trou-xe a bela parábola do samaritano e que, segundo o bispo, não precisa de muitas explicações. “O samarita-no teve misericórdia e cuidou. Esse cuidado, Frei Paulijacson soube ter

Frei Paulijacson ao lado da mãe Elisabeth e do irmão João

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que Frei Paulijacson faz isso!”, disse o bispo.

Após a homilia, o rito continuou com o propósito do eleito. Em segui-da, foi cantada a Ladainha de todos os Santos, quando Frei Paulijacson prostrou-se diante do bispo. Veio, então, o momento central da orde-nação com a imposição das mãos e a Prece de Ordenação. Na sequên-cia, a última parte do rito: unção das mãos, vestição do eleito com a ca-sula e a estola – Frei Germano e sua mãe o ajudaram neste momento – e a entrega do pão na patena e o vinho e a água no cálice para dar sequência à celebração eucarística.

PonTo de PArTidAFrei Germano falou em nome

do Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Concei-ção. “Estou aqui como porta-voz para comunicar a alegria de todos por este

logo no início de sua caminhada vo-cacional na Província”, disse D. Ber-nardo, apresentando ao povo Frei Nazareno Lüdtke, que foi o anima-dor vocacional do Convento e que acompanhou a preparação de Frei Paulo até ingressar no Aspirantado.

Para D. Bernardo, o sacerdócio é

esse serviço que nos indica o Evan-gelho. “Como leigos, religiosos e religiosos, temos que nos colocar a serviço. O sacerdócio não é status, dinheiro. E nós, padres, devemos lu-tar mais para servir e estarmos pró-ximos dos mais necessitados. Isso é o mais importante. E tenho certeza

A praça lotou para ver o novo sacerdote de São Miguel

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O grupo de catarinenses que se preparava para enfren-tar o calor forte do interior nordestino, surpreendeu-se na primeira noite em São Miguel, cidade que fica a 450 quilôme-tros da capital Natal. Segundo Maria de Fátima Moreira, en-fermeira aposentada, que me acolheu em sua casa com Frei Germano Guesser, o clima é sempre seco e oscila de 13º a 28º, porque a cidade está lo-calizada na Serra do Camará, a 700 metros acima do nível do Mar. A cidade não foge às típicas construções do Nor-deste, com algumas casas anti-gas, pequenas capelas, antigos engenhos e casas de farinhas. Difícil não se encantar com o flamboyant florido, muito co-mum nas cidades nordestinas.

São Miguel foi fundada no século XVIII pelo português Manoel José de Carvalho, que encontrou as condições ide-ais para se instalar ali: clima, água, flora e fauna. Era 29 de

setembro, dia de São Miguel Arcanjo, o Padroeiro que até hoje é responsável pela princi-pal festa do ano.

Maria de Fátima é casada com o vereador Toinho (foto ao lado) e participa ativamen-te das pastorais da Paróquia. Ela praticamente conhece toda a população de cerca de 25 mil habitantes. “Fui partei-ra por mais de 20 anos. Hoje, mesmo aposentada, continuo ajudando no centro cirúrgico do hospital como voluntária. Além disso, também fui eleita vereadora por dois mandatos. É mais fácil eu dizer quem é estranho na cidade”, brinca. Essa proximidade é fácil de se ver quando o casal está no meio do povo. O casal Fátima e Toinho é exemplo de um povo afável e alegre. Mais da metade do grupo de 44 ca-tarinenses que viajou para a ordenação presbiteral de Frei Paulijacson se hospedou em casas de famílias.

momento. Devido à distância, a presença de mui-tos não foi possível, mas eu trago mensagens e orações de todos os cantos da Província, meu caro Frei Paulijacson!”, disse o Definidor, que lembrou a Frei Paulijacson uma frase de S. João M. Vianney – “o sacerdote não é sacerdote para ele mesmo” – e disse-lhe para nunca se esquecer do pedido do Papa Francisco: “ter sempre o cheiro das ovelhas”.

Frei Germano agradeceu carinhosamente ao bispo e confrade D. Bernardo, que veio de Óbidos para ordenar o Frei Paulijacson, à Paróquia de São Miguel, na pessoa do Pároco Pe. Valdeci Donato da Silva, à Equipe Missionária que preparou a or-denação, aos familiares, especialmente a mãe e os irmãos, e não economizou palavras amorosas ao hospitaleiro e acolhedor povo de São Miguel, que deu um grande exemplo de generosidade ao aco-lher a caravana dos catarinenses em suas casas.

São MigueL, SerrAnA e AcoLhedorA

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No encerramento do Tríduo Preparatório, no dia 28, Frei Diego de Melo presidiu a celebração e pediu para Frei Pau-lijacson lavar os pés de Dona Elisabeth, sua mãe. “A mãe, aquela que mais serviu o filho, aquela que mais lavou os pés do filho no seu ministério materno, hoje ela vai ajudar esse filho a exercer esse serviço”, explicou. Com a música de fun-do “Prova de amor maior não há que doar a vida pelo ir-mão…”, Frei Paulijacson se ajoelhou diante da mãe, lavou os seus pés, beijou-os, deixando a mãe em prantos. Depois da comunhão, a sobrinha Lorena fez uma homenagem ao tio, exaltando o seu exemplo, carinho e o sorriso, uma “marca registrada” do tio. Na bênção final, Frei Paulijacson chamou toda a sua família para o altar e fez sua avó, Dona Maria Santas (no alto à esquerda), passar mal.

Frei Paulijacson também fez os seus agradeci-mentos e disse que tem consciência de que a or-denação sacerdotal não é um ponto de chegada, mas é sobretudo um ponto de partida do ministé-rio que irá exercer daqui em diante. “Vou me tor-nar, com ajuda de todos vocês, meus caros irmãos na fé, sempre mais padre. Sei que a minha voca-ção não é um favor que faço a Deus. É a resposta ao imenso favor que Deus me fez chamando-me para o seu serviço”, garantiu.

Frei Paulo disse que entende o sacerdócio como o apresenta o Papa Francisco. “O sacerdote é chamado a proclamar a misericórdia de Deus, ter um coração que se comove. É necessário curar as feridas, há muitas pessoas necessitadas. Nós, sacerdotes, precisamos estar perto dessas pesso-as. Ser presbítero, antes de tudo, significa curar feridas”, completou.

TrÍduo coM eMoção

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a abertura do ano litúrgico, primeiro domingo do Ad-vento, Frei Paulijacson Pes-

soa de Moura, ordenado presbítero no sábado, celebrou a Primeira Mis-sa na Matriz de São Miguel, em São Miguel (RN). Esse momento de gra-ça foi vivido intensamente pela co-munidade, que lotou a Matriz no do-mingo, 30 de novembro, às 10 horas.

Frei Paulo, como é conhecido, teve como concelebrantes Frei Ger-mano Guesser, Definidor e repre-

sentante da Província, Pe. Valdeci Donato da Silva, pároco de São Mi-guel, e o diácono Frei Sérgio Silas Damasceno. Além de seus confra-des, que vieram preparar o Tríduo para esta ordenação, participaram desta Missa sacerdotes da Diocese, seminaristas, religiosos e religiosas.

O religioso da Congregação dos Rogacionistas, Ir. Célio Leite da Sil-va, foi escolhido por Frei Paulijacson para fazer a homilia de sua primeira Missa, como é costume na Provín-

cia. Segundo o religioso, quando morava em Brasília como aspirante ainda da Congregação dos Servos da Caridade, ao fazer uma visita a São Miguel, conheceu Frei Paulijacson e se tornaram amigos. A partir deste contato, Frei Paulijacson começou a participar das pastorais da Paróquia de São Miguel e logo fazia parte do grupo vocacional. No seu discerni-mento vocacional, Frei Paulijacson teve um primeiro contato com os religiosos da Sagrada Face, mas, de-

PriMeirA MiSSA

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pois de um ano, pediu um tempo para amadurecer a sua decisão. Foi quando decidiu, em 2003, morar em São Paulo com sua irmã. Ali, acabou conhecendo os franciscanos desta Província.

O pregador voltou a lembrar do tema escolhido por Frei Paulo para a sua ordenação, tirado da parábola do

bom samaritano, e refletiu sobre o Evangelho da vigilância deste primei-ro domingo do Advento. “Ser vigilante é se comprometer com as chagas dos sofredores. O sacerdote é chamado a curar, a ser bálsamo para a comunida-de, para o povo de Deus, ferido, ma-chucado, às vezes até por nós, que so-mos Igreja. Ser vigilante é ser amoroso

e ter esse coração compadecido, amo-roso, tenro, assim como você sempre foi”, disse o religioso.

Um momento emocionante na celebração foi a oração de Frei Pau-lijacson pelo seu pai durante as Pre-ces. “A ausência de meu pai Francis-co é apenas física, mas com certeza seu espírito está aqui com meus fa-miliares paternos. Apesar de tantas incompreensões, coisas da vida que acontecem (separação matrimo-nial), ele tem um coração bom. Ele sempre esteve presente em todos os momentos de minhas orações. Não vamos julgá-lo de jeito nenhum. Só Deus conhece o coração das pes-soas. Eu sou fruto da minha mãe e meu pai. Quero dizer que eu o amo muito”, disse.

Frei Paulijacson recebeu mais homenagens da família e da Paró-quia. A celebração terminou com a encenação da linda canção “O amor não é amado”, de Frei Beraldo.

Por último, ressalto, mais uma vez, o agradecimento de coração às famílias que nos acolheram nes-ses dias em São Miguel. Deus lhes pague!

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Formação e Estudos

Governo Provincial aprovou, na última reunião do Defini-tório, que 14 noviços façam

a Primeira Profissão na Ordem dos Frades Menores. Eles farão a Profis-são Temporária durante a celebra-ção eucarística às 20 horas, no dia 5 de janeiro, na Igreja São Francisco de Assis, em Rodeio (SC). Depois de um ano de formação intensa no No-viciado da Província da Imaculada Conceição, Frei Angelo Fernandes Baratella, Frei David Belineli, Frei Erick de Araújo Lazaro, Frei Heberti Senra Inácio, Frei Leandro Ferreira Silva, Frei Raoni Freitas da Silva, Frei Samuel Santos Soares, Frei Alberto André António, Frei Crisóstomo Pinto Ngala, Frei Diogo da Silva Fi-lipe, Frei Gabriel Sapalo Chico, Frei Honorato Salvador Gaspar Gabriel, Frei Paulino Kamussamba Sopindi e Frei Victorino Chico Tchimuku emitirão seus votos nas mãos do Mi-

nistro Provincial Frei Fidêncio Van-boemmel.

No total, sete são noviços brasi-leiros e sete são noviços angolanos da Fundação Imaculada Mãe de Deus. Desta turma de noviços, Frei Adriano César é noviço da Funda-ção Franciscana de Nossa Senhora de Fátima, com sede em Uberlândia (MG), e fará a profissão temporária no dia 11 de janeiro, às 10 horas, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na sede da Fundação.

Segundo a Ordem dos Frades Menores, o tempo da profissão tem-porária é o “período durante o qual se completa a formação para viver de modo mais pleno a vida própria da Ordem e melhor cumprir sua missão”. Na Ordem Franciscana, os votos dos professos temporários são renovados anualmente até o mo-mento da profissão solene.

A profissão religiosa na Ordem Franciscana, emitida nas mãos do Ministro Provincial, faz-se nos se-

guintes termos: “Para louvor e gló-ria da Santíssima Trindade. Eu, Frei N.N., tendo o Senhor me dado a gra-ça de seguir mais de perto o Evan-gelho e os passos de nosso Senhor Jesus Cristo, em tuas mãos, Frei Fi-dêncio Vanboemmel, com firme fé e vontade, faço voto a Deus, Pai santo e todo-poderoso, de viver por um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade. Ao mesmo tempo, professo a vida e a regra dos Frades Menores, confirmada pelo Papa Honório, e prometo observá--la fielmente segundo as Constitui-ções da Ordem dos Frades Menores. Entrego-me, pois, de todo o coração a esta Fraternidade, para que, pela ação eficaz do Espírito Santo, guiado pelo exemplo de Maria Imaculada, por intercessão de nosso Pai Fran-cisco e de todos os santos, e com a ajuda fraterna de todos, eu possa tender constantemente para a per-feita caridade, no serviço a Deus, à Igreja e aos homens”.

PriMeirA ProfiSSão eM rodeioMOacIR BEggO

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dA ProVÍnciA dA fiMdA

23

Formação e Estudos

Frei angelo Fernandes Baratella

Nascimento: 03/06/1983

Naturalidade: Bragança Paulista/SP

Frei david Belineli

Nascimento: 20/08/1982

Naturalidade: S.Bernardo do Campo/SP

Frei erick de araújo lazaro

Nascimento: 05/11/1992

Naturalidade: Guarulhos/SP

Frei Heberti senra inácioNascimento:

22/03/1984Naturalidade:

Volta Redonda/RJ

Frei leandro Ferreira silva

Nascimento: 25/02/1981

Naturalidade: São Paulo/SP

Frei raoni Freitas da silva

Nascimento: 20/07/1989

Naturalidade: Rio de Janeiro/RJ

Frei alberto andré antónioNascimento: 17/04/1987Naturalidade: Cazenga, Luanda (LA)

Frei crisóstomo Pinto ngalaNascimento: 05/09/1992Naturalidade: Cubal, Benguela (BA)

Frei diogo da silva FilipeNascimento: 28/03/1985Naturalidade: Cazengo, K.Norte (KN)

Frei Gabriel sapalo chicoNascimento: 16/05/1992Naturalidade: Cubal, Benguela (BA)

Frei Honorato s. Gaspar GabrielNascimento: 26/11/1990Naturalidade: Malange, Malange (ME)

Frei Paulino Kamus-samba sopindiNascimento: 21/05/1987Naturalidade: Cabinda, Cabinda (CA)

Frei samuel santos soares

Nascimento: 24/07/1989

Naturalidade: Piaçabuçu/AL

Frei victorino chico TchimukuNascimento: 28/12/1992Naturalidade: Cubal, Benguela (BA)

oS ProfeSSAndoS

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Formação e Estudos

AdMiSSão doS noViçoS 2015 Será no diA 15 de jAneiro

POR MOacIR BEggO

ezoito jovens vestirão o hábito franciscano pela primeira vez, no dia 15

de janeiro, na Ordem dos Fra-des Menores. Eles foram apro-vados pelo Governo Provincial e seu Definitório para um ano

de provação no Noviciado São José de Rodeio. Eles serão aco-lhidos pelo Ministro Provin-cial Frei Fidêncio Vanboemmel e a Fraternidade local durante celebração às 6h30.

Neste ano, sete postulan-tes angolanos se juntarão aos onze brasileiros da Província

para formar a turma de novi-ços 2015. Os brasileiros vieram do Postulantado Frei Galvão de Guaratinguetá (SP) e os an-golanos do Postulantado Santo Antônio, de Quibala. Segundo os documentos da Ordem, es-ses jovens farão um “período de formação mais intensa” em

Bruno araújo dos santosNascimento: 03/07/1990Naturalidade: Coruripe/Al

Kaynan cappucci Javaroni FantebomNascimento: 06/02/1996Naturalidade: São Paulo/SP

alberto victorinoNascimento: 09/07/1987Naturalidade: Ganda/Benguela

Jean santos da silvaNascimento: 19/03/1981Naturalidade: Rio de Janeiro/RJ

Flaviano José FernandoNascimento: 26/05/1994Naturalidade: Catete Icolo e Bengo

natanael José BarbosaNascimento: 14/07/1993Naturalidade: Cachoeira de Minas/MG

vítor da silva amâncioNascimento: 16/11/1993Naturalidade: São Paulo/SP

miguel Tchiteculo Tchindjombo FilipeNascimento: 13/01/1990Naturalidade: Lobito/Benguela

danilo santos oliveiraNascimento: 10/07/1989Naturalidade: Itapeva/SP

anacleto morais Francisco ndalaNascimento: 12/07/1991Naturalidade: Malange/Malange

leandro menezes FernandesNascimento: 03/11/1984Naturalidade: Natal/RN

Thiago da silva soaresNascimento: 10/12/1985Naturalidade: Vila Velha/SP

José Filipe muyeyeNascimento: 02/09/1990Naturalidade: Benguela/Benguela

Felipe medeiros carrettaNascimento: 02/07/1993Naturalidade: Vila Velha/ES

andré dos santos sungo mingasNascimento: 02/01/1986Naturalidade: Cabinda/Cabinda

matheus José BorsoiNascimento: 31/08/1997Naturalidade: Xaxim/SC

Tiago Gomes eliasNascimento: 09/09/1987Naturalidade: Niterói/RJ

José João Ganga Nascimento: 13/11/1990Naturalidade: Caconda/Huíla

dA ProVÍnciA

dA fiMdA

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Formação e Estudos

Rodeio, tendo como objeti-vo “fazer com que os noviços conheçam e experimentem a forma de vida de São Francis-co, impregnem mais profun-damente a mente e o coração de seu espírito e, avaliando melhor o chamado do Senhor, comprovem seus propósitos e sua idoneidade” (Constituições Gerais da Ordem, art. 152). Um dos momentos mais belos e emocionantes da admissão dos noviços será a vestição. Cada candidato recebe o hábito fran-ciscano das mãos do Ministro Provincial e do Mestre Frei Sa-muel Ferreira de Lima e se ves-te na sacristia, voltando para assinar o documento de ingresso na Ordem dos Frades Menores. A partir deste momento, cada um dos candidatos passará a ser chamado de “Frei”. Duran-te o ano, os noviços intensifi-cam a vida em comum, entre eles e com a Fraternidade For-madora da casa, e participam também de algumas atividades na própria comunidade ecle-sial e celebrações das outras casas franciscanas da região. No dia a dia, eles se dedicarão ao estudo e reflexão da Teolo-gia da Vida Religiosa, da Regra dos Frades Menores, das Cons-tituições e Estatutos Gerais da Ordem, e, sobretudo, dos Es-critos de São Francisco.

Esta é a 114ª turma do Novi-ciado, que também estará sob a orientação do vice-mestre Frei Valdir Laurentino e da Frater-nidade local.

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Formação e Estudos

etrópolis (RJ) – Quando São Francisco de Assis iniciou a sua caminhada de conversão,

ele não pensava em fundar nenhum movimento, mas vieram seguidores e ele acolheu isso como uma graça de Deus: “O Senhor me deu irmãos!”, disse no seu Testamento. No sábado, 6 de dezembro, Frei Antônio Michels explicou no comentário inicial que, com a graça de Deus, hoje novos ir-mãos se juntavam a São Francisco de Assis para seguir Jesus Cristo. Foi assim, com muita alegria, que Frei Camilo Donizete Evaristo Martins; Frei Alan Maia de França Victor; Frei Clovis Pasinato; Frei Edvaldo Batista Soares; Frei Jean Carlos Ajluni Olivei-ra; Frei Vanderlei da Silva Neves; Frei Fábio Gomes; Frei Marcos Vinícius Brügger; e Frei Evaldo Ludwig in-

gressaram definitivamente na Ordem dos Frades Menores.

A profissão solene foi feita nas mãos do Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, durante ce-lebração Eucarística às 16h15 na Igreja do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis (RJ), que lotou para ver os neoprofessos da Província Fran-ciscana da Imaculada Conceição. Além dos concelebrantes, Frei César Külkamp, guardião da Fraternida-de do Sagrado, e do Definidor Frei Evaristo Spengler, o presbitério ficou lotado de frades que vieram de toda a Província, além de religiosos e sa-cerdotes diocesanos.

O rito da profissão solene come-çou depois da leitura do Evangelho. O mestre Frei Marcos Andrade cha-mou cada um dos professandos pelo nome. Em pé, diante do Ministro Provincial, eles responderam: “Aqui

estou!”. O mestre, então, fez um bre-ve resumo da vida de cada profes-sando. Depois, juntos, eles fizeram o pedido para serem admitidos de-finitivamente na Ordem dos Frades Menores.

Na sua homilia, em seguida, Frei Fidêncio brindou os novos consagra-dos com a mensagem mais recente do Papa Francisco para o Ano da Vida Religiosa Consagrada. Ao falar dos fundadores das Ordens, disse que eles viveram apaixonadamente o Evangelho, onde os “votos têm senti-do apenas para implementar este seu amor apaixonado”. Nessa paixão por Jesus Cristo, o Ministro Provincial elencou cinco grandes expectativas que o Papa Francisco tem para os re-ligiosos e religiosas neste ano:

• ALegriA: Onde estão os religiosos, há alegria;

frei fidêncio AoS neoProfeSSoS SoLeneS:

‘não TenhAiS Medo!’MOacIR BEggO

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Formação e Estudos

• ProfeciA: despertar o mundo, ca-racterística da profecia;

• coMunhão: Religiosos chamados a serem peritos em comunhão, es-piritualidade da comunhão, fazer da Igreja a casa e a escola da comu-nhão;

• Sair de si mesmo e para ir às peri-ferias existenciais (ide pelo mundo inteiro);

• Cada forma de vida consagrada se interrogue sobre o que pedem Deus e a humanidade de hoje.

Dessas cinco dimensões, Frei Fi-dêncio destacou especialmente duas: profecia e sair de si mesmo. “Profetas são mensageiros que o Senhor envia para preparar o caminho do Senhor”, disse lembrando o tempo do Adven-to. E, por último, no sair de si mes-mo, destacou um belo texto do Papa: “Não vos fecheis em vós mesmos, não vos deixeis asfixiar por pequenas brigas de casa, não fiqueis prisionei-ros dos vossos problemas. Estes se resolverão se sairdes para ajudar os

outros a resolverem os seus proble-mas, anunciando-lhes a Boa Nova. Encontrareis a vida dando a vida, a esperança dando esperança, o amor amando”. No final da homilia, exor-tou os neoprofessos para abraçarem a vida religiosa com alegria: “Não te-nhais medo!”, disse.

Em seguida à homilia, os pais se aproximaram da pia batismal, onde está o círio pascal, acenderam uma vela e entregaram aos professandos para recordar a vocação batismal que neles está se desabrochando como vocação religiosa franciscana. De-pois, Frei Fidêncio perguntou aos professandos pelas motivações que eles trouxeram ao pedir a admissão definitiva na Ordem dos Frades Me-nores. Em seguida, ele pediu a inter-cessão de todos os Santos da Ordem para os novos irmãos.

Terminada a Ladainha de todos os Santos, os professandos se ajoe-lharam diante do Ministro Provin-cial, colocaram as suas mãos nas mãos do Ministro, num gesto de

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Formação e Estudos

mento dos agradecimentos falou em nome do grupo Frei Evaldo, que fez calorosos agradecimentos aos frades, especialmente aos que os acompa-nharam até agora na formação, espe-cialmente o Ministro Provincial, que foi o mestre deles quando vestiram o hábito franciscano.

No final, o Ministro Provincial se dirigiu até os familiares nos bancos e fez um agradecimento emocionado a eles. “Vocês geraram para nós, como sempre digo, irmãos muito impor-tantes. Companheiros na fé, na luta, na missão e na evangelização. Muito

obrigado a vocês!”, disse agradecendo também a Fraternidade do Sagrado e o Instituto Teológico Franciscano.

o Pedido À frATernidAdeA celebração da profissão solene

começou nesta sexta-feira, dia 5 de dezembro. Durante as orações antes do jantar, os professandos fizeram o pedido de ingresso em definitivo na Ordem dos Frades Menores. Esse pedido foi feito no refeitório do Con-vento do Sagrado de Petrópolis (RJ), e o guardião Frei César Külkamp pre-sidiu este momento celebrativo e con-

vidou o coordenador e Definidor Frei Evaristo Spengler para representar a Fraternidade de Imbariê; Frei Carlos A. Branco Araújo, representando o guardião da Fraternidade de Campos Elíseos, Frei Jorge Schiavini; e o co-ordenador da Fraternidade Osvaldo Cruz, Frei Sandro Roberto da Costa.

Frei César explicou, especialmen-te aos familiares e amigos presentes, que esses jovens frades já tinham sido aprovados para a profissão solene mas que é previsto também no ritual que fizessem o pedido à Fraternida-de. “Nós queremos, neste momento,

entrega, de obediência, e leram a fórmula de profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores. Em seguida, cada um deles assinou dois documentos: um de confirmação dos votos emitidos e o outro de re-núncia a todos os bens, para se tor-narem mais livres no seguimento de Jesus. Cada neoprofesso recebeu do Ministro a Regra de Vida e o rito terminou com o abraço caloroso dos confrades.

A liturgia continuou solenemen-te até o final da comunhão. No mo-

representando as fraternidades, fazer a acolhida desse vosso pedido, que é grandioso, generoso, e ao mesmo tempo corajoso, audacioso neste tem-po em que nós vivemos. Ainda que o pedido de vocês parta de uma deci-são pessoal, e desse encontro pessoal com o próprio Cristo, esse pedido e essa vivência a que vocês se compro-meterão com o Ministro Provincial, devem ser vividos em fraternidade”, destacou Frei César.

Para o Secretário para a Formação e Estudos da Província da Imaculada, a fraternidade é o diferencial. “Este sacramento de unidade, que não ex-clui nenhum irmão, é acima de tudo um dom de Deus. Nós queremos vi-ver e dar um testemunho ao mundo em fraternidade”, frisou.

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etrópolis (RJ) – “Meus caros confrades, ao renovar os seus votos, que seja sobretudo a re-

novação de uma paixão. Paixão por Jesus, paixão pelo Evangelho, pai-xão por aqueles e aquelas aos quais o Evangelho os envia”. Foi assim que o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel exortou com carinho os professos temporários que estão na etapa de Teologia em Petrópolis ao fazerem a renovação da profissão re-ligiosa na Ordem dos Frades Meno-res durante a Oração da Manhã, no sábado (6/12), na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ).

Foram chamados pelo mestre Frei Marcos Andrade para renovar os votos junto ao Ministro Provin-cial: Frei José Raimundo de Sou-za, Frei Leandro Costa Santos, Frei Rafael Teixeira do Nascimento, Frei Ermelino Francisco Bambi, Frei Ga-briel Vargas Dias Alves, Frei João Alberto Bunga, Frei João Baptista Canjenjenga, Frei Juliano Fachini Fernandes, Frei Marx Rodrigues dos Reis e Frei Roberto Aparecido Pereira. Antes, os professos fizeram

Petrópolis

ProfiSSão reLigioSA:renoVAção de ‘uMA PAiXão’

MOacIR BEggO o pedido e depois se compromete-ram dizendo: “Faço voto a Deus Pai santo e todo-poderoso de viver por mais um ano, em obediência, sem nada de próprio e em castidade”.

Ao pedir paixão como consagra-dos, Frei Fidêncio teve como base a Exortação Apostólica do Papa Fran-cisco para o Ano da Vida Consagra-da em 2015. Segundo Frei Fidên-cio, é preciso ter paixão na missão evangelizadora. “Portanto, cora-gem. Muita coragem, muita alegria,

confrades que amanhã (7/12), em Rondinha, vão renovar os seus vo-tos, e depois de amanhã, dia 8, Festa da Imaculada, com os nossos con-frades de Viana, em Angola. Assim, formamos essa família que, unida em Deus, acolhe o pedido, reza e, sobretudo, pede a Deus que essas vocações permaneçam e se fortale-çam para chegar um dia à profissão dos votos perpétuos”.

Frei Fidêncio citou três grandes objetivos da vida consagrada indi-cados pelo Papa. “O primeiro gran-de objetivo é olhar com gratidão o passado. Isso quer dizer que mais uma vez devemos olhar a fonte da nossa vocação franciscana, a his-tória de nossa Ordem, que nasceu, cresceu e se desenvolveu a partir dessa fonte originária. O segundo objetivo é que devemos viver com paixão o presente. Ou seja, sermos homens apaixonados por Deus, ho-mens apaixonados pelo Evangelho, homens apaixonados pela paixão e sofrimento do povo de Deus. O ter-ceiro grande objetivo é abraçar com esperança o futuro”, recomendou Frei Fidêncio, destacando as pala-vras: olhar, viver e abraçar; gratidão, paixão e esperança.

como o Frei César (o guardião Frei César Külkamp) nos lem-brava ontem à noite, mas paixão sobre-tudo. Muita paixão, porque sem paixão não existe amor”, enfatizou o Ministro Provincial.

Ele também con-vidou a todos a rezar “não só por esses ir-mãos que aqui vão renovar seus votos hoje, mas também que entremos em comunhão com os

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Formação e Estudos

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Formação e Estudos

s votos religiosos são dons originários de Deus atuando em cada religioso que anseia

viver e se identificar com o Cristo casto, pobre e obediente ao Pai. Mo-vidos honestamente por este sincero desejo, nós, frades de profissão tem-porária, mais uma vez, renovamos nossa consagração.

No 2º domingo do Advento, dia 7 de dezembro, iniciamos o dia com a oração do Ofício da Imaculada Con-ceição na Gruta de nosso convento. Consagrando nossas vidas àquela que respondeu autenticamente di-zendo “sim” ao projeto do Altíssimo, manifestamos nosso louvor de grati-dão pelo ano vivenciado e comparti-

quinze frAdeS fAzeM A renoVAção doS VoToS eM rondinhA

FREI JOÃO PEdRO E FREI JEFFERSON Max

lhado, bem como nossas conquistas e desafios superados.

O tradicional café tornou-se ful-gurante pela alegria de uma decisão convicta na busca do seguimento de Cristo. Já se faziam presentes al-guns familiares que compartilhavam da mesma alegria. Em seguida, en-quanto lavávamos as louças, toalhas brancas alvejadas eram postas nas mesas anunciando tamanha festivi-dade a ser celebrada.

Embalados pelo canto “Nós ou-vimos a voz do Senhor, que nos chamava para anunciar a Boa nova a todas as nações”, afirmamos: “Aqui estamos, ó Senhor!”, dando início à Santa Eucaristia.

O presidente da celebração, Frei João Mannes, guardião da Fraterni-dade, acolheu a todos cordialmente,

enfatizando o sentido da vocação cristã e franciscana nesses tempos modernos.

Na homilia, ele ressaltou que es-tamos vivendo a alegria e a expecta-tiva pela vinda do Senhor. Lembrou que assim como Francisco, não de-vemos esquecer a pobreza e a humil-dade de Jesus expressa no presépio.

Salientado a dimensão da re-novação dos votos, Frei João disse: “Vocês, aqui, fazem essa promessa por um tempo determinado. Porém, na prática não tem muita diferença ser professo temporário ou professo solene. O professo temporário tem que viver com a mesma intensidade aquilo que o professo solene prome-te viver por toda a vida. E o professo solene tem que renovar todos os dias os seus votos para que o seu ‘sim’ se

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Formação e Estudos

torne definitivo”. O próprio gesto de renovar os votos já é um exercício de profissão solene”. Por fim, Frei João concluiu que devemos cultivar dia-riamente em nós a atitude de nossa grande mãe: “Eis aqui a serva do Se-nhor, faça-se em mim segundo a tua Palavra”.

Findada a homilia, Frei Fábio Gomes motivou o início do rito de renovação, chamando os professos que, singularmente diziam: “Aqui estou”. Referiu-se às 15 rosas colhi-das de nosso jardim e que compu-seram o vaso aos pés do altar: “Es-tas 15 rosas representam esses 15 frades mais jovens que constituem

a parte mais bonita de nossa Frater-nidade, pois estão no pleno flores-cimento da sua vida franciscana”.

Assim, nossa celebração eucarís-tica foi coroada de bênçãos e graças, com agradecimentos e preces de perseverança e fidelidade por todos os professos e, em especial, por Frei Cristiano, que partirá para Angola como missionário, e a Frei Leônidas, que será incorporado à Província Franciscana de Santo Antônio, no Nordeste do Brasil.

Congratulamo-nos com delicio-so almoço festivo, reunindo confra-des, familiares e amigos. Que Deus continue nos concedendo a graça de

seguir Jesus Cristo mais de perto, em pobreza, obediência e castidade!

Finalizando as atividades pastorais de 2014, os frades de Profissão Temporária do Convento São Boaventura, juntamente com Frei Fábio Gomes e Frei Jorge Lázaro, realizaram um “sábado de visitas e bênçãos” nas casas da Comunidade de Santa Ângela.

Durante o ano, este bairro recebeu atividades pastorais. Todavia, o padre João Paulo Jareke dese-java que todas as casas da comunidade recebessem a visita dos frades franciscanos.

Desse modo, a comunidade preparou-se anteci-padamente com uma acolhida generosa, com en-feites no salão e na Capela, além de proporcionar aos missionários deliciosas refeições e o acompa-nhamento dos frades ao longo das ruas do bairro.

Nesse contexto, viu-se a alegria do povo em re-ceber os frades. Nas casas que abriram suas portas foi lançado o convite para a participação na santa missa do primeiro domingo do Advento, a fim de que a comunidade viva este tempo do Natal com bastante união e fé!

Assim, o pároco Pe. João Paulo finalizou o dia de bênçãos e visitas às casas com a Santa Missa. Em seguida, foi realizado um coquetel de confraterni-zação na comunidade com os frades e os leigos por ocasião deste momento de unidade e de acolhida.

ViSiTA MiSSionáriA nA coMunidAde SAnTA ÂngeLAFREI gaBRIEl dEllaNdREa

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escadaria da Igreja Matriz São Pedro Apóstolo, no Cen-

tro de Gaspar, foi palco de uma especial e emocionan-te apresentação na noite do dia 23 de novembro, com a apresentação musical de um coral que reuniu mais de 600 vozes. A apresentação mar-cou a abertura da progra-mação do “Gaspar - Natal em Festa: 18 anos de Magia”, com direito a um grande show de fogos de artifícios.

Este ano, participaram do show corais de Ascurra, Blumenau, Brusque, Gaspar, Indaial e Pomerode, acom-panhados pela Orquestra da Universidade Regional de Blumenau (Furb) e da solista Siddharta Gabriella Oliveira, soprano de Floria-nópolis.

Os corais participantes foram: Coral da Funda-ção Indaialense de Cultura, Cantores de Emaús, Coral Santo Antônio, Coral Can-ção e Vida, Coral Santa Ce-cília de Gaspar, Coral Madre Francisca Lampel, Coral Amor e Esperança, Coral Luterano de Gaspar, Coral 25 de julho, Coral Simpatici Italiani, Projeto Despertar, Coral Santa Terezinha, Gru-po Txai e Coro Rega.

No dia 6 de dezembro, às 20 horas teve a chegada do Papai Noel na Praça Encan-tada. Nesse mesmo local, de 07 a 24 de dezembro, o Papai Noel atendeu às crianças em dias e horários alternados. Já o Trenó do Papai Noel pas-sou pelos bairros do muni-cípio, de 7 a 19 de dezembro.

eVenToS MArcAM o MêS nATALino eM gASPAr

Fraternidades

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Primeiro destes dois mil , quinze que vai ser?A gente sonha sempre um Novo Ano de bem!...Será que o nosso Brasil vai a nós trazerToda a esperança linda que nossa alma tem?

Fico a sonhar mais uma vez felicidade,Para o Brasil que eu amo e adoro sumamente;Mas desconfio sempre: Não provar verdade,E vou ficar sofrendo como ultimamente...

Grassam corruptos, alastram por aí,Em todas as áreas, segmentos do sistema,Jamais um dia, no passado, horrível vi!...

O Ano Novo para mim é só tristeza,Não vou sonhar, para não ter a frustração,E peço a Deus a Graça e a Fé e a fortaleza.

Frei Walter Hugo de Almeida

No dia 24 de novembro, o Regional de Agudos reali-zou seu encontro recreativo de fim de ano. Foi na casa da Fazenda do Seminário de Agudos. Participaram conos-co D. Caetano Ferrari, bispo de Bauru, e o Definidor Frei Mário. Começamos com as Laudes na capela ao lado da

casa; depois, rápidas comu-nicações e outros informes. Também agendamos a pri-meira reunião para 2015, que será dia 16 de março, em Bauru. Tivemos uma manhã de convívio e almoço (chur-rasco) de confraternização. A casa da fazenda está refor-mada, com capacidade para receber encontros com até 25 pessoas.

Frei Francisco Tomazzi cultiva uma fonte de saúde em Agudos: os brotos de bambu, que são deliciosos e possuem propriedades anti-cancerígenas. Para os orien-tais, o bambu é material no-bre e simboliza sabedoria, serenidade e paz. O bambu é condutor natural de energia e neutraliza vibrações no-civas. Simbolicamente, sua forma vertical nos conecta com a sabedoria ancestral.

Os brotos de bambu são ricos em fibra dietética, vita-mina C, vitamina E, vitamina B6, tiamina, fósforo, zinco, cobre, proteína, manganês,

riboflavina, niacina e ferro. Cem gramas do broto

têm apenas 27 calorias e 533 mg de potássio, sal mineral que evita hipertensão e pro-blemas no coração. Existem vários tipos de bambu, mas o que se come é o broto da espécie chamada moosoo-chiku, que é mais macio e tem sabor suave. Não é mui-to nutritivo, mas é muito consumido. Na culinária ja-ponesa, é usado, por exem-plo, em takenoko gohan (arroz com broto de bambu) e na chinesa, em harumaki (rolinho primavera).

Frei Benjamim Berticelli

Ano noVo

fAzendA de AgudoS recebe o úLTiMo enconTro do regionAL

frei chico e o broTo de bAMbu

Fraternidades

FREI JORgE MaOSkI

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Fraternidades

sejam seguir a vida cristã”, disse.Desde 2007, o cardeal vive junto à

“Fraternidade Nossa Senhora dos An-jos”, em Taboão da Serra, onde recebe auxílio das irmãs da Ação Pastoral para as atividades cotidianas. Sempre que tem disposição, mantém hábitos de leitura, inclusive em outros idio-mas, e chega a traduzir textos. Desde então, suas aparições são raras e esta homenagem lotou a Catedral da Sé.

Dom Paulo chegou a São Paulo em meio à ditadura militar. Logo se colo-cou como autoridade moral contra a violação de direitos humanos, com prisões arbitrárias e tortura, e deu res-paldo para que grupos de resistência pudessem existir. O Brasil, além da re-pressão, passava por um momento de intensa migração para as cidades, que se inchavam e não davam condições dignas de vida às massas. Nas perife-rias, o religioso incentivou a formação e o fortalecimento das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), ressaltando a fé de que a Igreja Católica deve ser feita

pelo povo, nas ruas, e não apenas nos templos.

D. Paulo fundou o projeto “Brasil: Nunca Mais”, que reuniu documen-tos sobre o uso da tortura durante o regime militar. “As experiências que desejo relatar, no frontispício desta obra, pretendem reforçar a ideia sub-jacente em todos os capítulos, a saber, que a tortura, além de desumana, é o meio mais inadequado para levar-nos a descobrir a verdade e chegar à paz”, escreveu D. Paulo no prefácio do livro.

Nascido em Forquilhinha (SC), em 1921, Dom Paulo foi ordenado padre em 1945. Após cursar letras na Universidade Sorbonne, na França, retornou ao Brasil e passou a atuar em Petrópolis (RJ), onde permaneceu dez anos. Foi a partir da década de 1960, em São Paulo, que ganhou projeção como defensor dos trabalhadores. Or-denado bispo em 1966, foi elevado a arcebispo de São Paulo em 1970. Até 1998, permaneceu como principal re-ferência na Arquidiocese paulistana.

o enconTro frAnciScAnocoM doM PAuLo

MOacIR BEggO

s bispos franciscanos Dom Leonardo Ulrich Steiner, Dom Fernando Antônio Fi-

gueiredo, o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e o Definidor Frei Mário Tagliari visitaram o ar-cebispo emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, no dia 2 de de-zembro como seus confrades de vida religiosa franciscana nesta Província da Imaculada Conceição do Brasil. A visita fraterna também tinha a finali-dade de celebrar com D. Paulo seus 69 anos da ordenação presbiteral.

“Com seus 93 anos, impressionou--me a paixão de Dom Paulo por São Francisco, pela vida franciscana, por sua família (Dom Leonardo), pelo Papa Francisco, pela Amazônia, pela questão indígena e especialmente pela caminhada da Igreja no Brasil. Em síntese, foi uma tarde abençoada! Enquanto partilhávamos o saboro-so café da tarde, foi consolador ouvir de Dom Paulo: ‘Vocês me trouxeram uma grande alegria’. E nós, edificados pela simplicidade, objetividade e sabe-doria deste nosso irmão, um homem de Deus!”, disse Frei Fidêncio.

Dom Paulo também foi homena-geado no último dia 30, na Catedral da Sé, durante uma Celebração Euca-rística presidida pelo arcebispo metro-politano de São Paulo D. Odilo Sche-rer, que ressaltou a importância de D. Paulo Arns para a Igreja Católica. “Já tínhamos feito convites em outras oportunidades e ele não pôde compa-recer. Dom Paulo manifestou o dese-jo de celebrar na catedral 69 anos de sua vida de padre e estava muito feliz e disposto. É certo que ele é um exem-plo, um estímulo e um encorajamento para os futuros padres”, disse D. Odilo.

Dom Paulo não falou mui-to, como é do seu feitio e deixou a mensagem: “Que Deus aben-çoe as famílias e os jovens que de-

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Fraternidades

Quando estávamos em peregrinação à Terra Santa, nós, frades, fomos convidados a participar de um jantar na sede da Custódia da Terra Santa. Isto aconteceu dia 20 de outubro deste ano. Após o jantar, houve uma ce-rimônia de entrega ao Frei Sérgio Calixto, por parte do Custódio Frei Pierbattista Pizzaballa, de uma Comenda de Ouro por serviços prestados à Terra Santa. Esta Co-menda de Ouro é dada aos príncipes, reis e cardeais. O Custódio disse na cerimônia: “Frei Sergio recebe esta comenda máxima, pois o senhor serviu ao Príncipe dos Príncipes com toda lealdade”. Frei Sérgio, muito emo-cionado, recebeu a comenda e um afetuoso abraço do Custódio. Em seguida, os mais de 70 frades e nós, fra-des da Província (Frei Gilberto, Frei José Ulisses, Frei James e Frei Virgílio), também o abraçamos.

Deus Uno e Trino me deu a existên-cia, a vocação e missão de:

PriMeiro:1. Ser frade (irmão de todas as criaturas,

especialmente das humanas, desde a concepção, desde os mais peque-nos...);

2. Ser menor, ser entre todos os irmãos menores, ser entre todos os mais pe-quenos o menor, ser de todos eles ser-vo como Jesus...

3. Ser isso na atualidade, no aqui e agora.

Segundo:1. Agradeço também essa fé da plena

b) A dimensão catequética, com os cur-sos de Liderança Cristã... (Quando introduzimos no caminhar espontâ-neo o uso das cruzinhas no Brasil e...)

c) Durante toda minha existência, Cris-to e seu Espírito me têm chamado para a defesa da vida, indo por isso à Nicarágua;

Terceiro1. E é isso que na Memória do Natal de

Cristo, neste ano e dia de meu Jubi-leu de Diamante, de 60 anos de vida religiosa, vocês irmãos e irmãs, me ajudem a firmar na fidelidade, apesar de dificuldades que gritam: Não há lugar para ELE; ajudem-me a encon-trar lugar para eles, para os nascituros ameaçados... Jesus neles...

2. Permita-me convidar a você, com todos os seus, para a Celebração da Eucaristia, no dia 20/12/14, sábado, às 8h da manhã, aqui na comuni-dade da Matriz São João Batista, na praça da Matriz de São João de Me-riti. Pode ser uma prece de onde es-tiver. Proponho podermos celebrar com amigos e familiares em Mati-nhos no dia 10 de janeiro de 2015; e, no dia 11 ou 12 de janeiro de 2015, em São José dos Pinhais.

frei Sérgio recebe coMendA de ouro do cuSTódio dA TerrA SAnTAFREI VIRgílIO E FREI JOSé UlISSES

frei gAudêncio eScreVe Sobre Seu jubiLeu

tá, Rio Negro, Agudos, por Rodeio, Curitiba, Petrópolis, Rondinha e ou-tros institutos de Formação, para o servir como menor...

3. Agradeço às fraternidades OFM, nas quais, em paróquias e santu-ários, Cristo e Maria queriam que aprendesse a servir como irmão, menor, no percorrer das diferentes atualidades .

Agradeço às dimensões: a) A dimensão litúrgica (especialme-

te da Ordem e da Eucaristia) nos muitos cursos de Liturgia, como compromisso assumido de espe-cialista;

revelação, à mi-nha mãe e pai, aos meus 11 irmãos, a meus avós e tios (as), aos freis OFM, especialmente a Frei Erasmo Bau-meister, Frei João Vianey, Frei Tadeu, Frei Evaristo, Car-deal etc.

2. Agradeço pelos seminários de Ro-deio, Guaratingue-

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| Comunicações | Janeiro 2015 |

Fraternidades

No primeiro dia de dezembro, os confrades se dirigiram a Niterói para aproveitar a segunda-feira de sol em fraternidade. O Clube Náutico, que nos recebeu, era realmente um local muito bonito, embora nenhum dos confrades se animou muito para usar a piscina. Ficamos numa das churras-queiras, conversando, refrescando com uma cervejinha bem gelada (suco e re-frigerante para os motoristas, é claro) e fazendo o que os frades fazem quando estão juntos... fradejando. O almoço foi um suculento churrasco, precedido por uma farta cesta de frutas logo na chega-da. Ninguém ficou de barriga vazia. No clima fraterno e descontraído, foi mar-cada a primeira reunião de 2015, que será em Nilópolis, na Fraternidade da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, em 16 de março. Também foram feitos al-guns anúncios e convites, como para as comemorações do Jubileu de Ouro de vida sacerdotal de Frei Neylor, e da mis-sa pelo Jubileu de Frei Gaudêncio. Após o almoço, todos foram retornando para as fraternidades.

No dia 1º de dezembro, os frades do Regional do Espírito Santo se reuniram em uma casa no bairro Interlagos, na cidade de Vila Velha-ES para celebrar o último Capítulo Regional deste ano. O encontro contou com a presença dos frades das três Fraternidades – Santo Antônio de Santana Galvão de Colati-na, Santuário Divino Santo e Convento Nossa Senhora da Penha de Vila Velha – que compõem este Regional, e do De-finidor Frei Mário Luiz Tagliari.

Foi uma oportunidade de descanso e convivência fraterna para todos. Logo

de manhã alguns aproveitaram a praia para caminhar e conversar; outros pre-feriram a piscina da casa para se refres-car e, por volta da 11h, para completar o encontro com chave de ouro, todos se reuniram em torno da mesa e da chur-rasqueira para partilhar do alimento e das histórias vivenciadas pelos frades que renderam boas risadas e muita ale-gria.

Depois do delicioso almoço, prati-camente todos foram tirar uma soneca e quando todos estavam novamente dispostos, os jogos de carta ganharam as mesas e entre uma canastra e um grito de truco, ainda tinha espaço para

mais histórias e piadas, rendendo assim ótimas gargalhadas.

O último compromisso dos frades foi escolher a data do primeiro Encon-tro regional do ano que vem, que ficou decidido para o dia 23 de março, na Casa de Retiro Santa Clara, na Ponta da Fruta, em Vila Velha.

Os frades agradecem ao casal que cedeu a casa para este encontro durante todo o dia, agradecem igualmente pelo esforço e a presença de todos os confra-des nos momentos importantes de en-contro e celebração durante este ano de 2014 e desejam a todos um abençoado Natal e um ótimo ano de 2015.

FREI gIlSON kaMMER

regionAL do eSPÍriTo SAnTo

regionAL recreATiVo rio-bAiXAdA

Benvindo sol do fim do dia,que te escondes por detrás da escura noite,a me dizer que a noite é tão somenteum acidentea me mostrar que o céu é povoado de estrelas

SoL do fiM do diA

e sob o olhar delas posso tranquilo repousar,no aguardo do teu despontarno Orientea me trazer de novo, ardente,a Boa-nova de que a vida é bem assim:vara noites e mais noitese o Sol do fim do diaé a plena luz da minha história,luz que não tem fim.

Frei José Ariovaldo da Silva

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| Comunicações | Janeiro 2015 |

Fraternidades

cebido do Criador, de compartilhar a vida, histórias e sorrisos, de colocar tudo o que se é e tem a serviço de uma causa maior, o próprio Reino. Deus chama, acolhe, capacita e en-via. Afinal o Evangelho precisa de novas mãos, novos rostos e pessoas corajosas, que estejam dispostas a iniciar este longo caminho de peni-tência e conversão de vida.

Ao final deste encontro, resta-nos agradecer ao bom Deus por tudo o que este grande e abençoado grupo viveu ao longo deste ano de 2014.

Resta-nos agradecer à Fraternidade de Nossa Senhora do Amparo e tam-bém a cada irmão que, de um jeito único e especial, tornou possível este encontro abençoado. Por um longo período fomos trabalhados, gradati-vamente assumimos um novo jeito de ser e estar no mundo, assim como aconteceu com o nosso Pai Francis-co. Agora, cada um é enviado. É pre-ciso mergulhar em mares mais pro-fundos, ir além e dizer sim Àquele que, antes mesmo de existirmos, nos escolheu e amou.

SAV/SP: PASSeio A São SebASTião encerrA o AnokayNaN caPPUccI

os dias 12, 13 e 14 de de-zembro, vocacionados e frades do Convento São

Francisco, em São Paulo, realiza-ram o já tradicional passeio a São Sebastião. Mais de 20 jovens, entre frades, formandos e vocacionados participaram deste encontro no Convento Nossa Senhora do Am-paro.

Apesar do tempo chuvoso, todos os momentos foram marcados por uma profunda alegria, proveniente da convivência fraterna, onde um demonstrou ao outro, por palavras e gestos, o quão importante estava sendo o encontro. Todos se ajuda-ram: na cozinha, na organização, nas confraternizações, no futebol na praia. Não houve nada além de uma nova e pura felicidade, própria de quem, pouco a pouco, está come-çando a palmilhar os passos de Cris-to, a exemplo de Francisco e Clara de Assis.

De uma forma simples e livre, pontos importantes e marcantes da vida religiosa franciscana foram cul-tivados - a alegria de viver e procla-mar o Evangelho enquanto dom re-

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Fraternidades

sobre o significado do presépio para a tradição católica.

“No presépio, o que vale é a bondade, a sim-plicidade. Aquilo que Deus é e aquilo que Ele nos oferece. O presépio nos ensina a nos sen-tirmos livres dos pesos da vida complicada que nós muitas vezes adqui-rimos. O presépio nos faz inocentes, nos senti-

MoSTrA frAnciScAnA de PreSéPioSéRIka aUgUSTO

25 AnoS25ª edição da Exposição Franciscana de Presépios, no Convento São Francis-

co, em São Paulo, foi aberta no dia 7 de dezembro, com bênção depois da Missa, presidida pelo pároco Frei Luiz Henrique de Aquino, que falou

mos amigos e irmãos. Quem se apro-xima do presépio sente arder dentro de si um fogo de amor bom e puro, e se sente iluminado, e se deixa ilu-minar por Deus, deixa iluminar sua vida, que é uma aventura misteriosa. Ele faz com que cada um de nós pos-sa sentir o quanto Deus nos ama, e o quanto ele se aproxima de nós, e vem

ao nosso encontro.”Ao final da celebração, houve a

bênção do presépio da paróquia, e em seguida, os presentes seguiram para a sala onde acontece a Exposi-ção Franciscana de Presépios. Cada um foi convidado a pegar um pouco de incenso, e, ao chegar na sala, depo-sitar no incensário, como um modo

de participar da celebra-ção.

A mostra traz no total 64 conjuntos, com 26 pre-sépios, 25 miniaturas de presépios, 6 representa-ções da Fuga para o Egito e 7 representações da Sa-grada Família.

Para este ano, Frei Ró-ger Brunorio, organizador da exposição, destaca al-gumas peças, como as mi-niaturas, vindas de diver-

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Fraternidades

niaturas possui 2 centímetros.Outros presépios chamam a aten-

ção do visitante, como o presépio feito com uma decoração circense, o “Auto móvel de Natal”, uma ho-menagem aos artistas de circo. Há também uma instalação chamada “A cura”, feito com materiais hospita-lares, que instiga e leva o visitante a uma reflexão sobre o sistema de saú-de brasileiro. Outro presépio em des-taque é um conjunto inédito de Frei Pedro Pinheiro, feito de materiais recicláveis. O cuidado com o meio ambiente perpassa toda a exposição. São latas de alumínio, papéis reuti-lizados, jornais, recortes de revistas, filtros, e diversos materiais utilizados. Um modo muito franciscano de cui-dado com o meio ambiente. A sala que recebe a exposição foi decorada cuidadosamente com flores e enfeites natalinos.

A atração principal da exposição jubilar é o presépio “Os privilegiados de Deus”. Ele já esteve na Exposição Franciscana de Presépios, mas volta a esta edição com algumas mudan-ças. O tema é muito atual, sobretudo com as palavras do Papa Francisco, alertando a Igreja para a acolhida aos excluídos. O cenário é bem diferen-te daquele que imaginamos em um presépio. No lugar dos pastores estão os idosos, deficientes, homossexuais, desabrigados, indígenas, todos aque-les que são colocados à margem da sociedade.

Entre os presépios importados, está o presépio vindo de Angola, numa homenagem aos 25 anos de Missão Franciscana naquele país. Há também conjuntos vindos de Jerusa-lém, Portugal, Alemanha, Holanda, México, El Salvador, Bolívia e Chile. Há ainda um presépio em 3D, com a

miniatura do Vaticano e a réplica do presépio que é montado todo ano na Praça São Pedro

Uma das mais jovens visitantes neste primeiro dia era Mila da Rocha, de 9 anos. Foi a primeira vez que ela esteve em uma exposição de presé-pios e gostou muito de dois conjuntos em especial. O de Jerusalém, feito de madrepérola e o conjunto vindo de Angola.

Para Maria Helena e Adolfo, o que surpreende é a criatividade das obras. Os dois moravam em Brasília, e vivem em São Paulo há 5 anos. No ano passado eles doaram um presé-pio para a exposição, e neste ano vol-taram para prestigiar.

A 25ª Exposição Franciscana de Presépios ficará aberta ao público até 4 de janeiro, das 9h às 17h, de segun-da a sexta, aos sábados das 9h às 15h e aos domingos das 9h ao meio-dia.

sos países. Três destas miniaturas são de Luiz Domingos Romano, colecionador deste tipo de presépios. Um de-les é o presépio chinês, feito de papel, e outro feito com latinhas de alumínio. Outra minia-tura em destaque é uma peça feita em palha de milho, do artista plásti-co Aristides, de Itararé, interior de São Paulo. A menor peça destas mi-

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magia do Natal já se faz pre-sente na vida da população da Baixada Santista e o sentido

desta importante festa cristã foi for-talecido no Santuário Santo Antônio do Valongo, desde o dia 7 de dezem-bro, com a 21ª Exposição Internacio-nal de Presépios.

A mostra foi aberta após missa so-lene celebrada pelo bispo coadjutor da Diocese de Santos, Dom Tarcísio Sca-ramussa, e concelebrada pelos frades franciscanos do Valongo: Frei André Becker (reitor do Santuário) e Frei Ro-zântimo Antunes Costa (idealizador da Exposição Internacional de Presé-pios Internacionais, em 1993).

A iniciativa é tão tradicional que

já se tornou parte do calendário de atrações da Cidade. Somente no ano passado, a exposição atraiu mais de 7 mil pessoas, vindas de todos os luga-res. Este ano, a mostra acontece em um espaço climatizado e decorado, no qual 32 grutas abrigam mais de 80 presépios que retratam, de diversas formas, o nascimento do Menino Je-sus. As peças são do acervo dos fran-ciscanos, colecionadores, artistas e de pessoas da comunidade.

Bonecos de pano, presépios de ce-râmica, madeira, sal, talhados em vela ou moldados em barro são algumas das raridades encontradas na exposi-ção, que reúne as diferentes formas das regiões do Brasil e do Mundo expres-sarem o nascimento do Menino Deus.

A exposição é inspirada em uma

tradição antiga entre os franciscanos. O primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis, no século XIII, em Greccio, na Itália. A tradição é seguida pelo Santuário do Valongo e por franciscanos de todo o mundo.

A 21ª Exposição Internacional de Presépios conta com apoio da Pre-feitura Municipal de Santos, Grupo Mendes e do Auto Posto Arrastão.

fichA TécnicAOnde: Santuário Santo Antônio do Valongo – Centro Histórico de SantosLocal: Largo Marquês de Monte Ale-gre, 13 – Santos – SPHorário: de terça a domingo das 8h00 às 18h00Período: 07 de dezembro a 26 de ja-neiro de 2015 – Entrada gratuita.

MAgiA doS PreSéPioS eM SAnToSElaINE OlIVEIRa ROdRIgUES

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Fraternidades

sendo conservados pelo óleo da graça de Deus, Pai que desde sempre olhou para vocês com carinho e atenção. É este óleo divino, graça e graxa que lu-brifica e conserva a vida, que dá sabor e sentido aos muitos momentos vivi-dos”, disse, lembrando que é sem dúvi-da o óleo do combustível que mantém acesa no coração destes três confrades a chama da esperança. Frei Gustavo ainda brincou com Frei Almir: “E olha que para manter acelerado o motor do Frei Almir, haja óleo!”

Segundo Frei Gustavo, o óleo da alegria fez parte de tantas celebrações desses confrades, que também conhe-cem o óleo da fraternidade, que faz com que vivam como irmãos de fato e de verdade o menino franzino do interior de Santa Catarina que entrou ainda de calças curtas no Seminário de Ituporanga (Frei César), o estu-dante de Educação Física e jogador de Vôlei de Sorocaba, no interior de São Paulo, que na juventude decide trilhar o caminho da vocação franciscana (Frei Marcos), e o petropolitano de temperamento irriquieto e sem papas na língua (Frei Almir). “Distantes em termos de origem geográfica, muito diferentes em temperamento, mas que escolheram viver a vida de irmãos em Cristo e em Francisco. Irmãos entre si e, em Deus, irmãos de toda a huma-

nidade. A vocês, irmãos, exorto com as mesmas palavras de São Paulo aos Tessalonicenses: ‘Estai sempre alegres, rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias, porque essa é a vos-so respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo’.”, disse Frei Gustavo, ressalvando que também encontraram na vida o óleo amargo das tristezas e decepções. “É o óleo que amarga, mas que cura, são as experiências que doem, mas fazem crescer, amadurecem. Certa-mente nestas ocasiões o Senhor se fez mais próximo de vocês e os fez sentir na profundeza da alma a garantia que São Paulo, mais uma vez ele, nos dá: ‘Aquele que vos chamou é fiel’.”, frisou.

Frei Gustavo falou do óleo da grati-dão e do óleo do entusiasmo que vem sustentando o sim generoso deles. Por último, falou do óleo da missão, o óleo do reenvio! “Sintam-se, estima-dos confrades, mais uma vez enviados pelo Senhor. Os 25 e 50 anos que hoje celebramos são ponto de chegada e de saída. Carreguem como tesouro pre-cioso o afeto, a torcida e a vibração des-ta comunidade de fé do Sagrado, que tem enorme carinho por vocês. Sejam novos “Joões Batistas”, novas teste-munhas da luz, sejam mães, irmãos e esposos de nosso Senhor Jesus Cristo, conforme nos pede São Francisco de Assis”.

A chAMA conTinuA AceSAcelebração pelos jubileus de 50 anos de sacerdócio de frei Almir guimarães e 25 anos de vida religiosa de frei césar Külkamp e frei Marcos Antônio de Andrade

o altar da bela Igreja do Sagra-do Coração de Jesus de Petró-polis (RJ), no domingo, 14 de

dezembro, estavam 100 anos de três vidas que deram um ‘sim’ generoso a Deus. Frei Almir Ribeiro Guimarães, celebrando 50 anos de sacerdócio, e Frei César Külkamp e Frei Marcos Antônio de Andrade, celebrando 25 anos de vida religiosa, afirmaram com a própria vida que valeu, e continua valendo a pena, entregar-se aos cuida-dos de Deus.

A Missa solene contou com o Co-ral dos Canarinhos e teve como prega-dor Frei Gustavo Medella, convidado por Frei Almir Guimarães.

O pregador desenvolveu sua ho-milia a partir do óleo, que é usado para ungir. “Certamente, Frei Almir, Frei César e Frei Marcos, nestes cinquenta anos de sacerdócio e 25 anos de vida religiosa, vocês foram e continuam

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Fraternidades

Dom Bernardo chegou à Pre-lazia de Óbidos em maio de 2009, hoje Diocese. Desde então, mos-trou grandes preocupações com a qualidade de vida da população desta Comarca. Entres as ações re-alizadas, destacam-se: a Fazenda da Esperança Santa Clara, o Centro da Juventude São Francisco, onde fun-ciona o Projeto Cultura pela Paz, com ações de cidadania para Crian-ças, Adolescentes e Jovens, e a Santa Casa de Misericórdia de Óbidos, que passou a ser dirigida pelos Fra-des Franciscanos na Providência de Deus. O Bispo fundou novas comu-nidades de fé, inclusive criou a nova Paróquia de São Martinho de Lima e a Área Missionária São Francisco, onde atuam os Frades Franciscanos da Custódia Franciscana de São Be-nedito da Amazônia. Fortaleceu os laços com a Arquidiocese de Juiz de Fora, que assumiu a nova Paróquia de São Martinho de Lima. Há uma relação e intercâmbio forte entre as Dioceses de Würzburg, na Alema-

nha, e Mbinga, na Tanzânia. Neste anos chamou várias Congregações Religiosas para atuarem na Diocese, com um território de 182.000 km².

D. Bernardo também recebeu o Título Honorífico de Cidadão Paraense pela Assembleia Legisla-tiva no dia 17, em Belém do Pará. A motivação para entrega deste tí-tulo é sua atuação como bispo dio-cesano, sobretudo na região oeste do Estado do Pará, como também seu engajamento em nível estadual através do Regional da CNBB Nor-te 2. Atualmente, Dom Bernardo é vice-presidente da CNBB Norte 2, Bispo responsável pela Caritas Nor-te 2 e pelo Conselho Missionário Regional Norte 2. Ele foi um dos responsáveis da reestruturação da Secretaria Regional da CNBB Norte 2. Dom Bernardo tem lutado, atra-vés das ações da Igreja, pela defesa dos Direitos Humanos dos Povos Tradicionais e pela dignidade hu-mana, sobretudo dos mais carentes e necessitados.

Jesus de Sorocaba, o jubileu de ouro de vida sacerdotal de Frei Antônio Lopes Rodrigues. A celebração de ação de graças realizou-se às 10 horas na Igreja Matriz Bom Jesus, local onde o jubilando serviu como coroinha, foi ordenado padre, celebrou sua Primeira Missa e atual-mente trabalha como vigário paroquial. Durante a ho-milia, Frei Antônio partilhou um pouco da sua história vocacional, formativa e ministerial destacando, sobretu-do, a dignidade do sacerdócio.

Entre os familiares e amigos do nosso jubilando, es-tava alguém de singular importância na sua história de vida, Dona Terezinha de Almeida, ela que foi catequista de Frei Antônio na sua infância. Após a celebração eu-carística, foi servido um almoço no salão paroquial aos familiares, confrades e representantes das comunidades da Paróquia Bom Jesus. E assim, num clima de amizade e fraternidade, partilhamos o alimento e a alegria de ce-lebrarmos o dom da vida e missão do nosso irmão.

frei AnTÔnio ceLebrA jubiLeu eM SorocAbA

FREI SílVIO WERlINgUE

o dia 14 de dezembro, domingo da Alegria, cele-bramos com simplicidade, entusiasmo e fé, jun-tamente com o povo de Deus da Paróquia Bom

doM bernArdo johAnneS é hoMenAgeAdo coM doiS TÍTuLoS no PArá

A Câmara Municipal de Óbidos, em Sessão Especial realizada no sá-bado, dia 13, na Casa da Cultura, concedeu Título Honorífico de Ci-dadão Obidense a Dom Bernardo Johannes Bahlmann pela contribui-ção que está dando na construção da história do Município de Óbidos.

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Fraternidades

o dia 7 de dezem-bro, a Paróquia São Francisco de Assis,

da Vila Clementino, em São Paulo, recebeu Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxiliar da Região Episco-pal Ipiranga, para a celebra-ção de Crisma de 26 jovens e adultos, entre ouvintes e surdos. A igreja esteve lota-

criSMA e AcoLhidA A doM joSé roberTo

crismandos, disse: “No batismo já recebemos a graça, a presença do Espírito Santo em nós. Vocês, que serão crismados, receberão agora um acréscimo de graça, uma ação especial do Espírito Santo agindo em vocês para serem testemunhas de Cristo, serão fortalecidos na luta contra o pecado, uma luta que dura a vida inteira e que exige muita paci-ência e perseverança, aliás, são estas duas palavras que não podem faltar na vida cristã: paciência e perseve-rança”, e completou: “João Batista cumpriu a sua missão e, hoje, ele é um belo exemplo para nós. Cristo deve continuar a ser anunciado, e hoje, a voz que anuncia Cristo não é mais a de João Batista, é a nossa, nós hoje somos testemunhas de Cristo

para o mundo. Este é o sentido maior do Sacra-mento da Confirmação”.

Dom José Roberto finalizou pedindo aos crismandos para que se-jam coerentes como João Batista e, assim como se-rão ungidos com o óleo perfumado do Crisma, levem ao mundo o perfu-me de Cristo.

Feita a renovação das Promessas Batismais e encerrado o rito da Confirmação com a unção com o óleo do Crisma, prosseguiu--se a Celebração Eucarística. Ao fi-nal, no momento de ação de graças, a jovem Maria Clara, neo-crismada, fez os agradecimentos a Dom José Roberto, frades, catequistas, fami-liares, amigos e comunidade paro-quial que acompanharam a cami-nhada dos jovens e adultos durante este ano de preparação para rece-berem o Sacramento da Confirma-ção, quando então assumiram, de forma definitiva, o compromisso de ser “sal da Terra e luz do mundo”, ser a lâmpada que existe, não para ficar escondida, mas para que faça brilhar a luz das boas obras para o louvor de Deus.

da para a celebração que teve início às 11h30, quando Dom José Roberto agradeceu a acolhida do pároco, Frei Djalmo Fuck, e da comunidade, que o recebia pela primeira vez.

Em sua homilia, Dom José Ro-berto recordou João Batista, perso-nagem símbolo da conversão neste 2º Domingo do Advento, caracteri-zando-o como um homem santo e coerente: pregava e vivia, “entre to-dos os nascidos de mulher, não há ninguém maior do que João” (Lc 7, 28). O bispo destacou ainda a hu-mildade de João Batista, cuja voz era instrumento da Palavra: “eu não sou o messias, mas vim preparar os caminhos do Senhor”, e comple-tou: “João Batista estava a serviço de Jesus”. Depois, dirigindo-se aos

cRISTy aZEVEdO

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Instituto Franciscano de Teo-logia (ITF) prestou um justa e singela homenagem, no dia

26 de novembro, a dois professores: Frei Antônio Moser e Frei Ludovico Garmus, respectivamente, de Teolo-gia Moral e de Exegese Bíblica, pelos 75 anos de vida, dos quais 40 dedica-dos ao magistério.

As homenagens aconteceram durante a Noite Cultural e foram animadas com Música Popular Bra-sileira, sob a liderança de Frei Vitório Mazzuco Filho.

Frei Antônio Everaldo P. Marinho entregou a cada um deles uma placa comemorativa dos 75 anos de vida e pelos anos dedicados ao Instituto: “Com sentimento de gratidão e ca-rinho, este Instituto concede, na data de hoje, o título honorífico de Profes-sor Emérito a Frei Antônio Moser e a Frei Ludovico Garmus, em sinal de

reconhecimento pelos relevantes ser-viços prestados à Ciência e ao Magis-tério nesta instituição. Não há dúvida que este é um importante título e vo-cês têm todos os méritos para recebê--lo. Parabéns, Frei Ludovico Garmus e Frei Antônio Moser!”

“Dos 75 anos, nada menos do que 41 de cada um (82, portanto), já fo-ram dedicados ao estudo e ao ensino! E, como todos nós, de uma forma ou de outra, temos a sorte de sermos contados entre os contemplados por esta dedicação deles, repito, com gra-tidão e alegria lhes prestamos uma singela e cordial homenagem”, home-nageou Frei Elói Piva.

No seu discurso, Frei Elói falou sobre os dois professores, recordan-do um pouco de suas vidas. De Frei Ludovico, Frei Elói lembrou que ele foi enviado a Roma em 67 e a Jeru-salém para estudar. Finalmente, no

segundo semestre de 1972, regressou a Petrópolis, com tese doutoral apre-sentada. Desde então, o acervo con-servado na biblioteca de Petrópolis chega a contabilizar 44 artigos (dos quais 7, na REB; 16, na Grande Sinal; 1, na RIBLA; 1, na Atualidade Teo-lógica; 19, em Estudos Bíblicos; 12 participações em livros e dicionários; 2 livros; 1 em coautoria; 1 tradução de livro; 2 coordenações de edição – uma, de 5 tomos). “Mas, além disso, a obra, de estudo, pesquisa, coordena-ção e publicação de Frei Ludovico é a versão da Bíblia para o português, a Bíblia Vozes, cotejada com os ori-ginais; editada em vários formatos, a edição popular-padrão já conta com 50 edições, a partir de 1982. Com o aparecimento da Bíblia Vozes, fruto do empenho de Frei Ludovico, dos ventos do Concílio que deu forte im-pulso aos estudos bíblicos e à coloca-

iTf hoMenAgeiA frei LudoVico e frei MoSer

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Fraternidades

ção dos textos sagrados nas mãos das pessoas, levou-se a termo um sonho da Ed. Vozes, que data da década de 1930”, lembrou Frei Piva.

Sobre Frei Moser, lembrou sua versatilidade: “Já escreveu sobre di-versos assuntos, no âmbito das ciên-cias humanas: sobre pecado e graça, sobre sexualidade, sobre ética, sobre ética social, sobre temas relacionados à família, sobre demografia, sobre ecologia (foi dos primeiros a levantar o assunto), sobre ética médica, sobre biotecnologia, sobre bioética – aliás, um dos campos, o da nanotecnolo-gia, principalmente enquanto ligada à vida, à reprodução humana, que mais o mantém aceso… Temáticas, portanto, que acompanham a Igre-ja pós-conciliar e se alinham com a evolução técnico-científica da huma-nidade – uma das duas coordenadas do mundo que nossos confrades en-contram e de que fizemos alusão há pouco…”.

E Frei Piva prossegue: “No acervo

do ITF, 45 artigos em revistas (sendo 32, na REB; 12, na Grande Sinal; 1 na Concilium – deixando espaço, certa-mente, para publicações em outros periódicos ou para traduções), conta-bilizamos também 10 livros; 4 livros escritos em parcerias diversas; 17 participações em livro; 1 coordena-ção de edição. E isto, só consultando o banco de dados de nossa bibliote-ca, que, aliás, é amplo e confiável!… Dos livros, ressaltamos dois títulos, que, a nosso ver, recebem destaque, e que se encontram ali expostos: ‘O pecado: do descrédito ao aprofunda-mento’ (1996) – (5ª ed.); e, ‘O enigma da esfinge: a sexualidade’ (2001) – (7ª ed.) [e Frei Antônio, a nosso pedido, também acrescentou: ‘Biotecnologia e bioética: para onde vamos?’ (2004)”.

Mas, segundo Frei Piva, o grande desafio de Frei Moser foi a Editora Vozes. “Empresário que liderou, com o aporte de outros confrades e dos funcionários, a retirada da perspectiva de falência da Vozes e

continuou, em linha pragmática, ga-rantindo que ela, fiel à sua origem, prosseguisse, atuando nas áreas cul-tural e religiosa e tendo às costas as balizas do Vaticano II e dos avanços sociais e tecnológicos dos últimos tempos”, contou.

Segundo Frei Piva, os dois ‘cami-nhantes’ prosseguem – no estudo, no ensino, na publicação/difusão, em assessorias, na administração e em diversas outras atividades eclesiais: “Frei Moser diz estar planejando 3 livros para o próximo ano: se reunir seus artigos, certamente este número crescerá… Ainda encontramos Frei Ludovico, numa dimensão a que, nos últimos anos, se empenhou com de-dicação, paixão e senso do momento: encontramo-lo como promotor de consciência ecológica, de espirituali-dade da criação, de cuidado por nos-sa casa, a “Mãe Terra”, ameaçada – e com ela a qualidade e a própria vida humana e a de inúmeras espécies…”, completa Frei Piva.

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Evangelização

tranquilidade por causa do grupo de soldados que, à noite, invadia as hortas para roubar. Os soldados “pediam” produtos ao povo com a arma apontada e facas encostadas no pescoço. Em toda parte exis-tiam ainda campos minados, que volta e meia, tolhiam as vidas de inocentes”, descreve Frei Atílio. Nesse quadro, é inaugurado no dia 14 de junho de 1996, o Mosteiro das Clarissas, em Luanda, dedica-do ao Sagrado Coração de Jesus. A fundação, que contou com 14

irmãs vindas do Mosteiro de Ma-lange, era um desejo do Cardeal D. Alexandre de ter uma comunidade contemplativa em Luanda.

É neste cenário que Frei Sa-muel Ferreira de Lima, recém--ordenado presbítero, chega para ser capelão das Clarissas e traba-lhar como formador no Aspiran-tado, inaugurado em janeiro de 1996, com a admissão dos quatro primeiros jovens angolanos vo-cacionados: Domingos, Nélson, Cândido e Adão. Nesta entrevista,

uM joVeM MiSSionário eM uM PAÍS eM reconSTrução

MOacIR BEggO

altos, faltava ajuda internacional (mantimentos e remédios) e cres-cia a violência. “Havia grande in-

No livro “A África nos cha-ma”, Frei Atílio Abati lembrava que em 1995, a situação do povo era muito difícil no pós--guerra: preços

enTreViSTA: frei SAMueL ferreirA de LiMA

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Frei Samuel conta como foi esta primeira experiência como neo--sacerdote e missionário.

coMunicAçõeS - Como foi a chegada e o início do trabalho missionário?

Frei Samuel Ferreira de Lima - O início foi muito desafiador e exi-gente, pois quando viajei para An-gola só sabia que seria capelão das Irmãs Clarissas. Não tinha noção de onde moraria e de como seria a nos-sa fraternidade. Eu estava saindo de uma fraternidade de 70 frades em Petrópolis, para uma de dois; eu e mais um em Luanda. A própria via-gem de ida foi tensa já no voo, pois muitos passageiros eram soldados brasileiros que iriam participar da UNAVEM III da ONU. Cheio de in-certezas e apreensões, marinheiro de primeira viagem a caminho de uma terra desconhecida e em guerra civil, eu e uma irmã clarissa convalescente de cirurgia, frágil e deslocada de seu mundo. Dentro do avião dava para sentir no ar a apreensão de todos e, para piorar, o ar condicionado não funcionava. O calor era insuportável. Eu ficava imaginando se todo aquele calor era por que estávamos próxi-mos do Continente Africano. Nunca havia feito uma viagem internacio-nal. Chegando a Luanda, no dia 28 de junho de 1996, a paisagem era

cinzenta, o aeroporto cheio de suca-tas de aviões por todo o lado. Havia apenas um ônibus para levar os pas-sageiros do avião até o desembarque. Já na abertura da porta do avião, uma jovem que viera ao Brasil com-prar seu enxoval de casamento, rece-beu a notícia de que seu noivo havia falecido. Os gritos de desespero nos deixaram estarrecidos. Perguntáva-mo-nos o que estaria acontecendo? Passado o primeiro susto, eu e a irmã ficamos por último para fugirmos do tumulto que se formou na entrada do ônibus. Só fomos na quinta via-gem, e ao chegar no desembarque, o irmão da irmã Clarissa, que era fun-cionário da migração, pegou nossos passaportes e resolveu todos os trâ-mites. Frei Dílson A. Geremias e Frei Genildo Provin nos esperavam. Foi uma alegria vê-los. No caminho para o Mosteiro, cenas desoladoras de um país agonizante, cheio de suca-tas, montanhas de lixo, esgoto a céu aberto, veículos sucateados andando sem porta, para-brisa, poucas pesso-as na rua. Quanto mais próximos de nossa nova morada, mais aterradora ficava a paisagem. Finalmente che-gamos ao Mosteiro do Sagrado Co-ração de Jesus. O sorriso contagiante das irmãs era um elixir para o nosso coração apavorado e desconcerta-do diante da nova realidade. Nunca

em minha vida havia sentido uma mistura tão grande de sentimentos ao mesmo tempo: medo, angústia, vazio, incerteza, dúvida etc. Na mi-nha mente vinha apenas uma frase: “Agora somos eu e Deus. Seja feita a sua Vontade!”.

Eu, recém-ordenado, nem sabia o que seria ser capelão de Clarissas. A minha primeira Missa no Mosteiro foi na Solenidade de São Pedro e São Paulo. Os cantos, as danças, a cele-bração, tudo foi magnífico e de uma alegria indescritível. Aos poucos, as celebrações que presidia, os momen-tos de oração, as aulas de espirituali-dade clariana e franciscna davam um suporte interior e me enchia da ale-gria do Cristo, ajudando a me equi-librar diante de toda aquela situação social e conjuntural. Nosso principal trabalho era ser apoio logístico para as duas missões no interior do país, a saber: Malange e Kibala. Correr atrás de mantimentos, documentação, materiais diversos. Era um peregri-nar durante o dia inteiro para tentar resolver as necessidades de nossas fraternidades no interior. Logo fui convidado a ajudar no Seminário Maior de Luanda, ministrando aulas de História da Filosofia para os semi-naristas do primeiro e segundo anos. O povo do bairro que participava das missas com as Clarissas passou

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Evangelização Evangelização

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a me chamar para visitar os doentes. Assim fui me inserindo na realidade sofrida daqueles irmãos na fé. A ale-gria deles era contagiante e, mesmo diante de tantas dificuldades, o sor-riso meigo confortava e animava a nossa caminhada.

coMunicAçõeS - Quanto tempo você ficou lá?

Frei Samuel - Fiquei um ano em Luanda e nove anos e cinco meses em Malange, até o meu retorno ao Brasil. De Junho de 96 a dezembro de 2006.

coMunicAçõeS - Por que escolheu fa-zer parte do grupo dos missionários?

Frei Samuel - Eu não escolhi. Fui convidado pelo Frei Johannes Bahl-mann, hoje Bispo de Óbidos, PA, que era na época o Moderador da Evan-gelização Missionária. Ele fez o con-vite se eu estaria disposto a ir para a Missão em Angola. Respondi pron-tamente que sim, pois sempre desejei estar junto dos que fazem a experiên-cia concreta do leproso, como o fez nosso Seráfico Pai São Francisco.

coMunicAçõeS - Como o povo an-golano recebeu os missionários?

Frei Samuel - Com muito ca-rinho e alegria. Via o quanto fazia para, mesmo tempo pouco, nos ofe-recer o melhor que tinha. O cuidado, a preocupação com a nossa seguran-ça e bem-estar. As pessoas estavam sempre atentas para nos ajudar em nossas dificuldades e preocupações. Quando cheguei a Malange, me co-moveu ver as mamás dançando e cantando, fazendo uma roda em torno da gente e oferecendo os pro-dutos da terra que elas produziram com tanto esforço e sacrifício. Eu me sentia um membro da família.

coMunicAçõeS - Quais os desafios que viveram naquela época?

Frei Samuel - O principal desafio

era ser, junto àquele povo sofrido e apavorado com os constantes ataques e raptos de seus filhos para serem sol-dados, uma presença de fé, esperança e solidariedade. Havia muita fome, ca-rência de quase tudo: medicamentos, roupas, sapatos, livros, médicos, etc. Éramos na missão a única centelha de esperança e de apoio para o povo: celebrar a Eucaristia, ministrar os sa-cramentos, dar catequese e formação para os catequistas, organizar junto com a Cáritas diocesana e a PAM--ONU as cozinhas comunitárias para alimentar as crianças e idosos. Com a cooperação das Irmãs Franciscanas de São José, fazíamos o atendimento mé-dico e, com as Irmãs Franciscanas de Missionárias de Maria, o atendimento educacional através da escolinha da missão. Também íamos às aldeias para dar o atendimento religioso, recursos básicos de sobrevivência, atendimento ambulatorial e medicamentos. Fazia--se o que era possível. De tudo um pouco. Em determinados momentos, éramos requisitados para transportar um doente ao hospital, em outro, para buscar um falecido do hospital e levá--lo para uma aldeia.

As viagens eram verdadeiras epopeias: seja ir de Malange à ca-pital Luanda buscar mantimentos e materiais diversos para a missão, pelos riscos e constantes de ataques na estrada, seja enfrentar caminhos

esburacados, com atoleiros, rios sem pontes ou pontes improvisadas com troncos para chegarmos a aldeias distantes onde ninguém havia ido.

Depois, com a intensificação do conflito, dos bombardeios à cidade, a cidade de Malange ficou cercada por sete meses, de onde só se saia em comboios escoltados. As coisas tor-naram-se muito mais difíceis e de-safiadoras para, em meio a todo este contexto, formar jovens angolanos que desejavam abraçar o caminho da vida religiosa franciscana, assim como construir as primeiras casas de formação. Tudo era um grande desa-fio e exigia de nós uma intensa vida de oração, comunhão fraterna e so-lidariedade com as outras congrega-ções, ONU e Ong’s. No mútuo apoio, fortalecíamos a certeza de lutar pela paz e pelo bem de todos.

coMunicAçõeS - Que Mensagem você deixaria para quem quer ser um missionário em Angola?

Frei Samuel - Primeiro e acima de tudo, ir por causa de Deus. Des-pojar-se de qualquer expectativa de ser “salvador da Pátria”, mas colo-car-se na dinâmica do discipulado, de quem vai para aprender, para fa-zer penitência, para estar e ser junto do povo angolano, um homem de Deus, um servo amigo e um irmão de todos.

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A mensagem do 30º domingo do Tempo Comum, no dia 26 de outu-bro, celebrava o amor de Deus que, por primeiro, nos amou e que nos admoesta a “amá-Lo com todo o coração, com todas as forças e com toda mente e ao próximo como a nós mesmos”. Fomos testemunhas do ‘sim’ de treze jovens que foram ad-mitidos no processo de formação da

Juventude Franciscana de Angola, na fraternidade Santa Isabel da Hungria, da Paróquia São Lucas, no bairro de Palanca, em Luanda.

Os jovens foram apresentados ao carisma franciscano e clariano por Frei Manuel Tchincocolo e Frei Siro Luamba, que falaram de São Francis-co de Assis e Clara de Assis por três meses. Acompanhados pelo vice-pre-

sidente da Jufra do Regional de Lu-anda e por dois assistentes espirituais da OFS de Luanda, foram acolhidos e, um por um, chamados pelo nome, responderam ao apelo do Senhor e disseram em uníssono: “Queremos vi-ver a experiência de vida cristã no ca-risma franciscano”. Que nosso pai São Francisco nos proteja e Santa Isabel da Hungria interceda por nós!

199410.03 - De Huambo, Frei Plínio escreve a pri-meira carta dando notícias, após 13 meses de isolamento de Kibala.

Maio - Malange isolada.23.09 - Viagem de Frei Estêvão para tratar com o cardeal de Luanda sobre a construção do mosteiro das Clarissas e de uma possível casa dos frades, anexa ao mosteiro. Consegue a au-torização.

25.09 - Termina o isolamento de Malange, per-mitindo a viagem de Frei Estêvão e Frei Pedro Amendt, da Missionszentrale.

29.09 - Frei Ari Praxedes chega a Luanda para, durante três meses, pregar retiros e dar aulas em Luanda e Malange.

199506.02 - Acidente com Frei Simão Laginski, em Malange.

21.02 - Envio missionário de Frei Dilson Adão Geremia, em Petrópolis/São Francisco. No mes-mo dia, acompanhado de Frei Estêvão, viaja para Angola. No dia seguinte, 22.02, encon-tram-se com Frei Simão Laginski, hospitalizado em Luanda.

25.02 - Viagem de Frei Estêvão e Frei Dilson, de Luanda para Kibala. Em companhia de D. Zaca-rias, bispo de Sumbe, chegam a Kibala no dia 26.02, após quase dois anos de isolamento dos confrades.

27.02 - Frei Estêvão e Frei Dilson viajam para Malange. Chegam no dia 05.03 e Frei Dilson é recebido com missa festiva na Katepa. Frei Es-têvão retorna a Luanda no dia seguinte, 06.03.

07.03 - Viagem de retorno (Luanda-Rio de Ja-

neiro) de Frei Estêvão em companhia de Frei Simão Laginski, para tratamento no hospital da VOT.

10.05 - Retorno de Frei José Zanchet, depois de cinco anos em Angola.

30.05 - Retorno para Angola de Frei Simão La-ginski.

Junho Frei Dilson Adão Geremia passa a residir com os Capuchinhos em Luanda, para super-visionar a construção da casa das Franciscanas Missionárias de Maria (FMM) e do Mosteiro das Clarissas.

29.08 - Envio missionário de Frei Hermene-gildo Pereira, no Convento Santo Antônio/RJ. No mesmo dia viaja em companhia de Frei José Zanchet que retorna para Angola apenas para instalar a energia solar em Ki-bala.

19.09 - Envio missionário de Frei Valdir Nunes Ribeiro e Frei Genildo Provin no Convento San-to Antônio/RJ. Viagem: no dia 20, em compa-nhia de Frei Alberto Beckhäuser, para cursos e pregação de retiros.

* Chegaram a Luanda no dia 21.09, seguindo viagem para Sumbe e Kibala.22.09 - Encontro de todos os frades em Kibala – criação do Regional de Angola.

25.09 - Em Luanda, na casa dos Capuchinhos, os frades celebram os cinco anos da missão.

08.10 - Frei Valdir e Frei Genildo chegam a Ma-lange.

16.10 - Frei Simão e Frei Odorico são transferi-dos para Kibala.

17.10 - Retorno (férias) de Frei Plínio e de Frei Pedro Caron (RJ).

22.11 - Retorno (férias) de Frei Hermenegildo e

de Frei José Zanchet, juntamente com Frei Al-berto Beckhäuser.

199618.01 - Viagem para Angola: Frei Caetano, Frei Estêvão, Frei Paulo R. Pereira e Irmã Cândida Ra-zini.

28.01 - Instalação e início do Aspirantado em Malange. Primeiros aspirantes: Adão Gil de Melo, Cândido Gabriel Francisco Manuel, Do-mingos Magalhães e Nelson Jaime Cristóvão. Na mesma celebração foi criada a primeira Fra-ternidade da OFS, em Malange, com a admis-são de 18 noviços.

31.05 Visita de Frei Caetano e Frei Salésio para inauguração do mosteiro das Clarissas, em Lu-anda e encontro de revigoramento com todos os frades em Angola.

* Em junho, os candidatos em Malange já são 14.14.06 - Inauguração do Mosteiro em Luanda/Clarissas.

26.06 - Envio missionário de Frei Samuel Lima, em Petrópolis. Viagem: dia 27.06.

20.07 - Retorno para Kibala de Frei Plínio e de Frei Pedro Caron. Com eles, seguiram as Irmãs Franciscanas da Santíssima Trindade: Cândida Razini e Maria de Lourdes.

24.10 - Retorno/férias de Frei Dilson Adão Ge-remia.

31.10 - Retorno/tratamento de Frei Hermene-gildo Pereira.

08-18 - Visita do Definidor Geral Frei Peter Williams à missão.

Dez. - Frei Dante Echegaray, da Província do Chile, chega a SP para preparar-se para a missão.

CONTINuA

o eSPÍriTo frAnciScAno doS joVenS jufriSTAS eM LuAndA

cronoLogiA dA MiSSão eM AngoLA (iii)

Evangelização

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Evangelização

m breve, chegarei aos 69 anos de idade. Com 11 anos, entrei

no Seminário, sem que ninguém me convidasse, pois a vocação nasceu den-tro de mim. Nenhum Frei da Paróquia de Concórdia falou sobre isso; igualmente meus familiares; nunca vi minha mãe, uma santa mu-lher, rezar para que um dos seus 10 filhos fosse padre ou freira.

A luta, na roça, era de manhã à noite, unicamente para sobreviver: ter o que vestir e o que comer, muitas vezes, não insuficiente.

Mas a educação mais preciosa que recebemos foi o de saber viver com o necessário, nunca fugir do trabalhado, fazendo corpo mole e, muito menos, de-

do que pelo meu esforço; ou me-lhor, as duas coisas andam juntas.

O desejo de ser missionário sempre esteve presente em mim, desde que entrei no Seminário, há 57 anos. Na década de 80, quando o Mato Grosso era terra de missão, estive lá por 10 anos e aprendi mui-

to. Na virada do milênio, fui para o Nordeste bra-sileiro onde permaneci por 8 anos. Caminhando e compartilhando a vida com aquele povo simples, aprendi a escutar e a ler a Bíblia – não com a cabeça dos gaúchos e catarinen-ses que desbravaram o Mato Grosso – mas pela persistência de um povo que luta para sobreviver e conquistar uma vida dig-na. Disso sou testemunha.

Hoje, diante dos insis-tentes apelos que a Provín-cia faz para que mais frades abracem a missão de An-gola (África), eu me pron-tifiquei e vou para lá. Vou amparado com a compro-metedora oração e com a bênção que o povo, de mãos estendidas, fez sobre mim na celebração da última ter-ça-feira, na Matriz, às 18h30.

Artigo

ATé breVe!

sistir de um compromisso assumido.Também faz parte do meu cará-

ter o gosto pela oração, meditação e estudo. Os dois anos que repro-vei na escola, um em casa e o outro no Seminário, me tornaram ainda mais aguerrido. Sou de tempera-mento reservado e observador, e

No dia seguinte, me dirigi à reda-ção do Lê Notícias para informa que não poderia mais ser articulista do jornal. A reação foi instantânea, espe-cialmente do diretor Marcos Schetti-ni. “A distância é superada pela inter-net”, disse ele, e quase me “intimou” a continuar escrevendo.

tenho dificuldade de me re-lacionar com os outros. Ao concluir o curso ginasial, os Freis do Seminário que-riam me mandar embora. Pedi uma chance e, desde então, comecei a melhorar cada vez mais; isto conti-nua até hoje e, sem dúvida, continuará no futuro. O resultado alcançado é mais por causa de graça de Deus

Minha ida para Ango-la depende da documen-tação que pode demorar, às vezes, algum tempo. Só então que poderei escrever as perspectivas que o povo angolano tem de sua vida e do Evangelho de Jesus Cris-to, do qual quero ser mais um testemunho do que um proclamador. Por isso, “até breve”.

o desejo de ser missionário sempre esteve presente em mim, desde que

entrei no Seminário, há 57 anos. na década de 80, quando o Mato

grosso era terra de missão, estive lá por 10 anos e aprendi muito.

FREI lUIZ IakOVacZ

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FAE conquistou, no dia 2 de dezembro, o Prêmio SU-CESU- PR 2014, na catego-

ria ‘Personalidade de Informática e Telecomunicações do Paraná’. A cerimônia, promovida pela Asso-ciação dos Usuários de TI, ocorreu no Museu Oscar Niemeyer – MOM e teve como objetivo homenagear pessoas físicas, empresas privadas, entidades públicas e/ou sociedades de economia mista, que através de sua atuação na área tenham contri-buído para o desenvolvimento da informática e das telecomunicações no estado do Paraná.

A Instituição foi lembrada pela inovação na criação do Portal FAE Connect e do FAE Connect App, pla-taformas desenvolvidas com o intuito de integrar alunos, docentes e insti-tuição. Lincoln Martins Moreira, pre-sidente da SUCESU-PR, convidou o

Frei Nelson José Hillesheim, reitor da FAE, para receber o prêmio na cate-goria ‘Personalidade de Informática e Telecomunicações do Paraná’. Em seu discurso, o reitor falou sobre o quan-to o projeto ‘FAE Connect’ é motivo de orgulho para os membros da equi-pe e instituição. “É uma alegria muito grande estar aqui nesta premiação. Nos sentimos ainda mais comprome-tidos com a educação. Quero agrade-cer a todos e a equipe de Tecnologia da Informação. É uma honra repre-sentar a FAE no recebimento deste prêmio”, agradeceu o reitor.

Membros da Reitoria, Direção e da equipe de Tecnologia da Infor-mação do Grupo Bom Jesus e FAE, responsáveis por desenvolver o Por-tal FAE Connect e o FAE Connect App, estiveram presentes na cerimô-nia. De acordo com Clair Cardoso, coordenador de desenvolvimento

e novas tecnologias da instituição, esse prêmio é o reconhecimento por um esforço em busca de inovação. Robson Padilha, analista de sistemas e professor do curso de Tecnologia e Sistemas para Internet, acredita que a implantação do FAE Connect faz com que os alunos participem ainda mais do que acontece na instituição. “Meus alunos me ajudaram no perí-odo de testes das novas plataformas”, contou Robson. Já Daniella Biselli, coordenadora de Web, vê o FAE Connect como algo inevitável nos dias de hoje. “Nós não somos uma empresa de TI. A FAE faz parte do segmento de educação, mas, ao mes-mo tempo, não temos como fugir. Por isso, estamos buscando sempre nos adaptar com novas tecnologias que colaborem para o trabalho de todos da instituição”, conclui a coor-denadora.

fAe recebe o PrêMio SuceSu-Pr 2014

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urante o mês de novembro, os alunos da Educação In-fantil ao 9.º ano do Ensino

Fundamental das Unidades Bom Jesus Aldeia e Internacional reali-zaram atividades relacionadas ao Thanksgiving Day, ou Dia de Ação de Graças. As festividades tradicio-nais, que ocorrem anualmente nos Estados Unidos e no Canadá, sempre na quarta quinta-feira do referido mês, são vivenciadas pelos estudan-tes, inclusive com a caracterização deles e dos professores, devido à pro-posta de educação bilíngue presente nas duas escolas. Cada série realizou atividades referentes ao tema e fo-ram incentivadas a refletirem sobre a importância de se dar graças pelas dádivas recebidas durante o ano e a manifestar essa gratidão.

“Agradecer pela família, pela vida, pela escola e por tantas outras bên-çãos presentes em nosso dia a dia”, explica a gestora da Unidade Aldeia, Patrícia Dias. Além do almoço espe-cial que uniu a comunidade escolar e marcou o agradecimento pelas gra-ças alcançadas no ano, os estudan-tes também colocaram em prática o aprendizado adquirido por meio do Projeto Virtudes e Atitudes, ressal-tando a importância da Gratidão.

“Os alunos participaram intensa-mente das atividades e apresentaram canções tradicionais, compartilha-ram seus agradecimentos com a co-munidade escolar, assistiram a uma representação teatral da história do Thanksgiving e interagiram com co-legas de diferentes idades”, diz a ges-tora da Unidade Internacional, Gisel-le Merlin de Andrade.

A decoração dos refeitórios das Unidades materializava em palavras

os vários motivos de gratidão. Cola-gens que representavam símbolos do Thanksgiving Day levavam mensa-gens escritas pelos alunos, como no caso dos estudantes da 8.ª série: Ma-teus Baptista de Siqueira, agradeceu pelos amigos e pela família; Gabriel de Almeida M. de Mello, vê na liber-dade de expressão presente no Brasil um importante motivo de agrade-cimento; e Matheus Boaron, é grato por ter acesso a uma formação esco-lar de qualidade. Todos os participan-tes foram presenteados com enfeites para porta e broches com os dizeres Happy Thanksgiving e Give Thanks – “Feliz Dia de Ação de Graças” e “Dai Graças”, respectivamente.

ALunoS do boM jeSuS n. SrA. de LourdeS São “AMigoS do hoSPiTAL dAS cLÍnicAS”

Alunos do Bom Jesus Nossa Se-nhora de Lourdes (Curitiba) são “Amigos do Hospital das Clínicas

Solidariedade é uma virtude que as turmas da 2.ª série do Ensino Mé-dio do Bom Jesus Nossa Senhora de Lourdes conhecem bem. Na última

sexta-feira, 28/11/2014, um grupo de alunos teve a oportunidade de visi-tar o Hospital de Clínicas (HC), em Curitiba (PR), para entregar cerca de 10 mil fraldas descartáveis para crianças e adultos. A ação ocorreu em parceria com a Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas. A arrecadação dos materiais teve início no mês de setembro e envolveu todas as turmas do nível de ensino.

De acordo com a estudante Isa-bela Colauto, 16 anos, a atividade também foi estendida para amigos e familiares. “O meu pai ajudou com doações e muitas outras pessoas pró-ximas dos meus colegas também nos procuraram para participar”, conta.

Pequeno coToLengo recebe ViSiTA dA unidAde boM jeSuS noSSA SenhorA de LourdeS

Um grupo formado por cerca de 30 alunos representou as turmas da 1.ª série do Ensino Médio da Unida-de Bom Jesus Lourdes durante visita realizada ao Pequeno Cotolengo, no dia 24/11/2014. A instituição de ação social, que atualmente acolhe mais de

noTÍciAS dA ASSociAção boM jeSuSFREI claUdINO gIlZ

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trabalhos foram iniciados em setem-bro e envolveram alunos, professores e familiares. Durante a arrecadação, os estudantes contaram com a aju-da de amigos, parentes e também de comerciantes, que contribuíram com as doações. Além disso, alguns par-ticipantes promoveram a venda de bolos e doces para levantar fundos para a compra de leite em pó. “Nós fizemos de tudo para contribuir com as pessoas atendidas pelo Pequeno Cotolengo. Ficamos muito felizes por contar com a participação voluntária até de pessoas que não conhecíamos. É muito gratificante ver esse espírito de solidariedade e fazer parte de um projeto tão bonito”, conta a estudante Maria Eduarda Viana.

A visita ao Pequeno Cotolengo foi uma experiência marcante para os alunos, que tiveram a oportunidade de conhecer a realidade das pesso-as que mais necessitam do apoio do próximo.

MiToLogiA gregA e AS VirTudeS eMbALAM A MoSTrA de dAnçA

Nos últimos dois finais de semana, vários alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio das Unidades Bom Je-sus Água Verde, Aldeia, Centro, Divi-na Providência, Internacional, Lour-des e São José dos Pinhais subiram ao palco do Teatro Bom Jesus para apre-sentarem a Mostra de Dança 2014. O evento ocorre todos os anos e o tema escolhido para essa edição foi Mitolo-gia Grega e as Virtudes.

A definição do tema aconteceu no início do ano letivo e foi trabalha-do por todas as Unidades envolvidas. A partir disso, os alunos desenvolve-ram pesquisas para a montagem das coreografias e dos figurinos, além de construírem a Mostra em grupo, sempre sob a coordenação dos pro-fessores de dança, nas modalidades de jazz, balé, dança contemporânea e hip hop, e de ginástica rítmica.

tras instituições de ensino.Por obter a maior pontuação na

Olimpíada, Ana Luiza também levou para casa o prêmio William Glenn Whitley – uma homenagem ao pro-fessor do Departamento de Mate-mática que muito contribuiu para a ORM.

Segundo a professora da Unida-de Coração de Jesus, Zaida Ângela Uliana, a ORM não é uma competi-ção entre escolas, mas uma saudável competição entre indivíduos com dois objetivos básicos: descobrir jo-vens talentos em Matemática e es-timular, no Ensino Fundamental e Médio, o gosto por esta ciência.

boM jeSuS é bicAMPeão dA oLiMPÍAdA cATArinenSe de quÍMicA

Pelo segundo ano consecutivo, a

200 pessoas com deficiên-cias múltiplas, abandona-das pelas famílias ou em situação de risco, recebeu 677 kg de leite em pó – material arrecadado pelos alunos.

A iniciativa já virou uma tradição na Unidade, que anualmente promove esse tipo de ação social. Os

“Conduzimos o tema com o objetivo de enfati-zar toda a sua importância na formação humana e também para relacionar as virtudes franciscanas com-partilhadas na Instituição”, explica. A professora tam-bém acrescenta que todo o processo de pesquisa e de relacionamento entre os alunos enriqueceu o acer-vo de conhecimento.

unidAde boM jeSuS de fLoriAnóPoLiS conquiSTA MedA-LhAS de ouro e PrATA nA oLiMPÍAdA de MATeMáTicA

Os estudantes Ana Luiza Demé-trio e Murilo Schoffen Prado conquis-taram as medalhas de ouro e prata, respectivamente, na 17.ª Olimpíada Regional de Matemática (ORM), em Florianópolis (SC). A cerimônia de premiação ocorreu no final de no-vembro e reuniu os alunos, familiares e professores da Unidade Coração de Jesus, além de representantes de ou-

Unidade Bom Jesus Santo Antônio, em Blumenau (SC), conquistou o primeiro lugar na Olimpíada Cata-rinense de Química (OCQ). O prê-mio é entregue à instituição com o maior número de alunos condeco-rados na competição. Nesta edição, que marcou o décimo ano da OCQ, os estudantes da Unidade conquis-taram 11 medalhas, sendo duas de ouro, duas de prata e sete de bronze, além de cinco menções honrosas.

A solenidade de premiação acon-teceu no Salão Nobre da Universida-de do Sul de Santa Catarina (Unisul), na cidade de Tubarão, no dia 3 de de-zembro.

Evangelização Evangelização

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Evangelização

Dia do Voluntário no Sefras (5 de dezembro) foi marca-do por frases significativas de

gratidão: “…dessa árvore que é o con-vívio com vocês, eu estou tirando o bom fruto que é a fraternidade…”, ex-pressou o voluntário do serviço com a população de Rua (Chá do Padre), Marcos Emanuel da Silva. “Aquele que abre o seu coração ao outro está abrindo a si mesmo”, afirmou o vo-luntário do serviço com pessoas que vivem com HIV (Cefran), Osmar Batista.

O evento aconteceu no dia 5 de dezembro, no salão do Cefran e da Casa de Clara, no bairro do Belém, Zona Leste de São Paulo.

O Sefras preparou uma celebra-

ção vivencial de gratidão pela soli-dariedade de cada voluntário nos diversos públicos que a instituição atende. Danças circulares, histórias vivenciadas e um delicioso lanche – fizeram parte da programação festiva deste dia.

Osmar Batista foi um atendido pelo Cefran e hoje ele tornou-se um voluntário no grupo de adesão ao medicamento para as pessoas que vi-vem com HIV. “Eu me sinto muito bem porque eu convivo neste gru-po com pessoas muito diferentes. A gente se dá muito bem, se ajuda e eu aprendo com eles e eles um pouco comigo. No início, a gente fica um pouco perdido, mas, depois, a gente pega gosto por isso e sente falta. No dia que eu não venho, fica faltando alguma coisa”, expressou. “…dessa

árvore que é o convívio com vocês, eu estou tirando o bom fruto que é a fra-ternidade, o amor, o carinho, a com-preensão e o respeito para comigo e de mim para com vocês. Todo essa acolhida eu aprendi no Chá do Padre com os irmãos que lá estão. No Chá do Padre eu estou aprendendo a ser mais humano, ser mais acolhedor”, destacou o Marcos Emanuel da Silva.

Elisabeth da Silva Assis trabalha, voluntariamente, danças circulares para os idosos da Casa de Clara. Para ela, esta experiência tem sido um aprendizado de relacionamento com pessoas. Elisabeth exercia a profissão de contadora e lidava apenas com nú-meros. “Eu só tenho a agradecer por-que aprendo muito mais com elas do que elas comigo. Eu tenho um apren-dizado todos os dias”, considerou.

grATidão e SoLidAriedAdeFaBIaNO VIaNa

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No dia 7 de dezembro aconteceu no centro de São Paulo, a 8º Marcha dos Imigrantes, com o tema: “Basta de violência contra @s imigrantes”. Mais de 30 imigrantes, entre adultos, jovens e crianças do Centro de Acolhida, coordenado pelo Sefras, comparece-ram ao Ato. De acordo com a coor-denadora da Casa, Carla Aguilar, eles caminharam entusiasmados, deram depoimentos e cantaram. Frei Alex Ferreira esteve presente na Marcha e acompanhou os atendidos pelo Sefras.

O evento teve início na Praça da República e na Sé. Mais de 300 pes-soas de diferentes nacionalidades participaram da Marcha. É um ato anual que marca o Dia Internacional do Imigrante, comemorado no dia 18 de dezembro. De acordo com o Centro de Direitos Humanos e Cida-dania dos Imigrantes (CDHIC) não é apenas uma celebração, mas “uma mobilização e manifestação simbó-lica e reivindicatória dos direitos da comunidade migrante no mundo e da nossa luta contra todo tipo de vio-

Entre os dias 5 e 9 de janeiro de 2015, o Sefras promoverá uma Semana de For-mação para qualificar o trabalho social. A temática serve para diversas áreas de atuação, como: a educação, a cultura, o meio ambiente, entre outros. O curso é totalmente gratuito e aberto a todos os interessados.A Semana de Formação já está na sua 7ª edição e tem como objetivo refletir a prática e a atuação social em diversos campos, por meio da educação popu-lar. A programação conta com temas variados e relacionados aos desafios do cotidiano. Além de palestras e ati-vidades interativas, os participantes farão visitas monitoradas ao Museu do Imigrante e ao Sistema Cantareira. Co-mece o ano se qualificando para con-

curSo de forMAção no SefrAS

tribuir melhor em sua atuação social!

Evento: Semana de Formação do SefrasDia: de 5 a 9 de janeiro de 2015Hora: das 9h às 16h.Local: Rua Serra de Jairé, 316 –

Belém, São Paulo (próximo à Estação do Metrô Belém)Mais informações e inscrições: [email protected] (falar com Rosângela)

Programação:05/01 – Análise da conjuntura política06/01 – Realidade dos imigrantes no Brasil e visita monitorada ao Museu do Imigrante, no período da tarde07/01 – Educação Popular e prática cotidiana08/01 – Mediação de conflito e justiça restaurativa09/01 – Visita ao Sistema Cantareira (Estação de Tratamento em São Paulo, Barragem em Franco da Rocha e Esta-ção Elevatória em Mairiporã)

SefrAS PArTiciPA dA MArchA doS iMigrAnTeS

lência que vem ocorrendo contra @s imigrantes no Brasil”.

“No país, as ondas de preconceito e xenofobia têm crescido a cada dia. Pessoas disseminam discursos sepa-ratistas e com base na segurança eco-nômica, que perdura desde a ditadu-ra e está visível no atual Estatuto do Estrangeiro. Tais discursos afirmam, por exemplo, que “o imigrante vem para o Brasil e acaba tirando o lugar do brasileiro” – o que não é verdade” relatou o CDHIC no site oficial.

Desde agosto de 2014, o Sefras se solidariza e promove a acolhida, a de-fesa dos direitos e o respeito aos imi-grantes. A instituição coordena uma Casa de Acolhida em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) e um Centro de Referência para Imi-grantes (Crai), também em parceria com a Secretaria Municipal de Di-reitos Humanos e Cidadania. Ambos serviços estão situados na Rua Japurá, no Bairro da Bela Vista, em São Paulo.

Evangelização Evangelização

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Evangelização

A cenTenáriA ediTorA VozeS creSce no MercAdo brASiLeiro

PRIScIlla alVES

Vozes é uma editora católi-ca atenta aos movimentos da sociedade. Fundada há

113 anos, está mantendo sua posi-ção no mercado, apesar da entrada dos grandes grupos internacionais e da abertura de novas editoras. Nos últimos sete anos, o seu faturamen-to cresceu acima da inflação e dos índices apresentados pela FIPE e, também neste período, a Editora apresentou um crescimento de 25% em exemplares. A cada mês são co-mercializados, em média, 300 mil exemplares.

Mantém em seu catálogo títulos católicos já consagrados, como, Fo-lhinha do Sagrado Coração de Je-

sus, Tratado a Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem Maria; títulos de autoconhecimento como “Minu-tos de Sabedoria”. Na área das ciên-cias humanas, destacam-se clássicos como “O corpo fala”, “Vigiar e pu-nir”, “LDB fácil” etc.

Novos títulos foram lançados para atender às demandas dos no-vos leitores. No catálogo católico, em 2010 foi lançado o “Encontro Diário com Deus”, um livreto que se renova a cada ano, com uma mensa-gem para cada dia e venda superior a 400 mil exemplares a cada edição. A Vozes também renova constante-mente as suas coleções de cateque-se direcionada às paróquias, como “Crescer em comunhão”, a mais im-portante.

Na área de autoconhecimento, lançou o clássico “Minutos de Sabe-doria” em 10 novos estilos, e os “Ca-dernos de exercícios para praticar o bem-estar”. Na área de ciências, o “Livro Vermelho” de C. G. Jung, “Obra completa de C. G. Jung”, “As-sim falava Zaratrusta”, de Nietsche, “História do Corpo” e toda a obra do teólogo Leonardo Boff, reunida num projeto gráfico moderno.

De 2005 para cá, a editora inves-tiu fortemente no seu catálogo de ci-ências humanas e religiosas e lançou dois novos Selos – Vozes Nobilis e Vozes de Bolso.

No selo Vozes são lançados 14 novos títulos ao mês nas áreas de filo-sofia, sociologia, educação e pedago-gia, dinâmicas de grupo, psicologia,

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com preços e linguagem accessíveis ao público não-especializado.

Desde 2010, com a abertura das primeiras plataformas de venda de conteúdo digital, começou a conver-ter seus títulos em e-pub, com mais de 200 obras já disponíveis ao leitor que prefere esta modalidade.

A editora se mantém firme na

No seu catálogo com mais de 3.000 mil títulos, o leitor encontra obras para pesquisa acadêmica, for-mação pessoal e profissional, prática pedagógica, espiritualidade e auto-conhecimento, manuais de cateque-se, devocionais católicos e a Bíblia. Dentro desta estratégia, o selo Vo-zes Nobilis lança temas como ética,

Rede Própria 10,50%Livrarias, inclusive virtuais 57,10%Distribuidores 5,70%Marketing direto 2,03%Internet 1,15%Supermercados 0,47%Porta a porta 2,88%Escolas e universidades 2,73%Feria de livros e eventos especializados 5,55%Igrejas 11,89%

sua missão de fazer o diálogo entre as várias culturas e a fé cristã. Houve uma mudança muito grande na abrangência da sua atuação, colocando no seu planejamento estratégico o firme propósito de publi-car regularmente textos em todas as áreas de ciências hu-manas, para todos os leitores do “Universo Católico” e para o leitor em busca de autoco-nhecimento.

liderança, filosofia e espiritualidade para o leitor não especia-lizado e o selo Vozes de Bolso aproxima este mesmo leitor dos principais clássi-cos.

A Vozes tem uma rede própria de 20 li-vrarias que alinham sua missão e estra-tégia comercial com a da editora. Como editora católica, con-ta com a estrutura da Igreja católica para comercializar seus livros, especialmente os manuais de cate-quese, e pastoral, de-vocionais e a Bíblia. Importante é a rede de livrarias católicas independentes, que exerce um trabalho valioso entre a edito-ra e o leitor católico,

predominância do livro im-presso nos próximos 10 anos, trabalhando num cenário em que o livro impresso conti-nuará tendo o maior peso na receita do que o livro digital. Mas, segundo os editores, isso não quer dizer que não se faz o dever de casa, preparando-se para uma mudança de cenário, pois o capital da editora são seus conteúdos e não as formas como são apresentados.

história, antropologia, letras, comunicação e metodologia de ensino, teologia, espiritualida-de, autoconhecimento, liturgia, devocionais, catequese e ensino re-ligioso. Nele figuram clássicos como o “Livro Vermelho”, a coleção completa de C. G. Jung, Peter Berger, Sartre, Nietsche, Heidegger, Kant, Levi Strauss, Le-onardo Boff, Antônio Pagolla.

No selo Nobilis, vários autores frequen-tam a lista dos mais vendidos das livrarias, como Mário Sergio Cortella, Clóvis Barros Filho e Anselm Grün.

No selo Vozes de Bolso, clássicos das ci-ências humanas e da literatura universal ga-nham versão compacta

participando de encontros de pasto-ral, retiros, reuniões e assembleias, expondo livros e outros produtos.

Contudo, a estratégia comercial da editora é trabalhar com múltiplos canais, como podemos ver na distri-buição abaixo.

No mercado católico e de ciên-cias humanas, a Editora aposta na

Evangelização Evangelização

Anselm Grün, autor do selo Nobilis da Vozes

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VISITA CANÔNICA 2015 – Frei Valmir Ramos

JUNHO JULHO 16 a 18 Definitório Provincial - São Paulo 01 e 02 Duque de Caxias – Campos Elíseos 20 a 24 Petrópolis – Sagrado e Guadalupe 03 a 05 Nilópolis – Conceição e Aparecida 25 e 26 Petrópolis - ITF 06 e 07 São João de Meriti 27 e 28 Paty do Alferes 08 e 09 Curso de Formadores - Petrópolis 29 e 30 Duque de Caxias - Imbariê 11 a 14 Rio de Janeiro – S. Antônio 15 e 16 Rio de Janeiro - Rocinha 17 a 19 Niterói 21 e 22 Vila Velha - Penha 23 a 25 Colatina 26 a 29 Vila Velha - Santuário 30 a 02 Pausa

AGOSTO SETEMBRO 03 e 04 Bauru 01 e 02 Santos 05 e 06 Agudos 04 a 07 Rondinha – S. Boaventura 07 a 09 Sorocaba 08 e 09 Rondinha - Aldeia 10 a 12 Amparo 10 a 12 Curitiba 13 a 15 Bragança Paulista 14 a 28 FIMDA - Angola 17 a 21 Definitório Provincial - Guaratinguetá 29 a 04 Pausa 17 a 23 Guaratinguetá – Postul. e Fazenda 24 e 25 São Sebastião 26 a 28 São Paulo - Pari 29 a 31 São Paulo – Largo São Francisco

OUTUBRO NOVEMBRO 05 e 06 Coronel Freitas 01 e 02 Angelina 07 e 08 Xaxim 03 a 05 Lages 09 e 10 Luzerna 06 e 07 Curitibanos 11 a 13 Concórdia 08 a 10 Ituporanga - Paróquia 14 e 15 Mangueirinha 11 a 13 Ituporanga - Seminário 16 e 17 Chopinzinho 14 a 16 Rodeio 18 e 19 Pato Branco 17 e 18 Blumenau 20 a 22 Definitório Provincial 19 e 20 Gaspar 23 a 25 Pausa 21 a 23 Balneário Camboriú 26 e 27 Forquilhinha 24 a 26 São Paulo – V. Clementino 28 e 29 Florianópolis 30 e 31 Santo Amaro da Imperatriz

Rumo ao

cAPÍTuLo ProVinciAL

2016

Capítulo Provincial

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aleceu às 22h30 horas da noite do domingo, dia 7 de dezembro, em Bragança Paulista, Frei Zeno

Pauk. Estava internado no Hospital da USF, desde o sábado, para onde fora levado por mostrar-se muito pálido e enfraquecido. Esteve lúcido até os últi-mos momentos de vida. Seu corpo foi velado na Fraternidade de Bragança Paulista e transladado para o Cemité-rio do Santíssimo Sacramento, em São Paulo, onde às 15h00 houve a missa de exéquias, seguido do sepultamento.

dAdoS PeSSoAiS e forMAção• Nascimento – 07.08.1920 (94 anos

de idade).• Natural de Antônio Olinto, PR.• 11.02.1955 – Vestição na Ordem

Terceira, em Rodeio, SC.• 15.02.1956 – Profissão na Ordem Ter-

ceira (58 anos de Vida Franciscana);• 25.05.1956 – Curitiba;• 03.05.1959 – Admissão ao Novicia-

do da Ordem I, em Rodeio, SC;• 25.04.1960 – Primeira Profissão;• 06.03.1961 – Transferência para Por-

to União, SC;• 04.05.1963 – Profissão Solene;• 19.05.1971 – Agudos – seminário –

encadernador, funileiro e assistente das instalações elétricas;

• 21.01.1986 – São Paulo – Pari - tra-balhos caseiros;

• 21.01.1989 – Rio de Janeiro – Ipane-ma – serviços internos;

• 20.01.1992 – Guaratinguetá – servi-ços gerais;

• 17.12.2009 – Bragança Paulista – tra-tamento de saúde;

TrAçoS de SuA VidA de frAde Menor

Por ocasião do jubileu de ouro de vida franciscana de Frei Zeno, em 2005, Frei Walter Hugo recolheu al-guns traços de sua vida, que transcre-

frei zeno PAuK * 07/08/1920 + 07/12/2014

vemos abaixo. • Nasceu em 7 de agosto

de 1920, em Antônio Olinto, PR. Seus avós vieram da Polônia. Seus pais: Estáfano e Catarina Merka. Eram seis irmãos (uma mu-lher). Zeno, o mais idoso. Moravam num sítio, e viviam da agri-cultura: mandioca e verduras em geral.

• De tronco católico, so-mente aos 14 anos de idade, por iniciativa

tum. Eram tempos difíceis, segundo ele, pois o seminário era enorme, e surgiam muitos estragos a serem re-parados. Depois foi transferido para Ipanema, no Rio: era sacristão; ser-via também na marcenaria e na ma-nutenção da casa. Estava lá quando a casa foi entregue à Arquidiocese. Do Rio, foi para Guaratinguetá. Tra-balhou na marcenaria, na ferraria e serviços gerais.

• Todos percebemos que Frei Zeno sempre levou uma vida muito exemplar; é muito fiel e disciplinado. Prima pela fidelidade em tudo que fez e faz, traz a marca da perfeição. Zeno tem seu jeito manso, calado, mas, quando fala, é direto e franco, e tem suas tiradas de sabedoria da vida, pois é um fino observador dos fatos e das pessoas.

• Todos nós o amamos, todos nós o apreciamos e o sentimos presente, embora ele pareça estar escondido.

• Frei Zeno arrostou dificuldades e saboreou alegrias; seus dias não fo-ram somente dele, para ele, foram dias vividos em prol dos irmãos, da fraternidade.

R.I.P.

própria, comprou um Catecismo em Canoinhas, onde então mora-va, e ele mesmo se preparou para a Primeira Eucaristia. Falou com um frade da paróquia e realizou o seu sonho.

• Seus estudos, até a quarta série, fo-ram feitos na Comunidade; o restan-te, dizia ele, aprendeu pela vida afo-ra, sobretudo, na Vida Religiosa. Frei Zeno era amante da leitura diária.

• Sua família, de Antônio Olindo foi para Canoinhas, depois a Marcílio Dias. De 1942 a 1945, Zeno este-ve no Exército, em Curitiba, e, por motivo de guerra, ficou mais tempo neste serviço. Consta que trabalhou uns 10 anos em fábrica de fósforo, em Curitiba, PR.

• Morando perto do Convento Se-nhor Bom Jesus, fez amizade com Frei Jacinto Medrek, e interessou-se pela Vida Religiosa.

• No pós-noviciado, serviu em Por-to União por 10 anos. Atuava em serviços gerais da casa e também como sacristão. Após esse tempo, foi transferido para Agudos. Ali convi-veu por 18 anos. Sempre esteve na ferraria do seminário; era um fac to-

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Falecimento

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o frAde MenorFrei Agostinho era das pessoas

mais cordiais e gentis que conhece-mos. Sempre tinha seu “jeitinho”: um modo atencioso e bem humo-rado de aproximar-se e manifestar interesse, afeto e carinho para com todos.

Em 2008, ele completou 40 anos de serviço à Educação, que conside-rava a ars artium, obra do coração, capaz de “construir um mundo em que seja menos difícil amar” (Paulo Freire). As qualidades do educador franciscano, Frei Agostinho assim as via:

Coração solidário que saiba acolher; de sabedoria e ciência; de espírito comunitário e cortês; de idealismo e sonho; de serenidade e firmeza; de vida interior, capaz de mergulhar e mergulhar-nos no di-vino, e despertar esperança de uma sociedade justa, solidária e de paz. Aliás, uma das obras de Frei Agos-tinho, publicada pela USF, tem por título “Francisco de Assis: por uma pedagogia humanista”.

Por ocasião do Jubileu de 50 anos de sacerdócio de Frei Agostinho, em 2007, Frei Vitório Mazzuco, na homilia, assim se exprimia: “Quan-do temos Frei Agostinho entre nós, a vida é melhor. Ele faz existir mo-mentos de beleza e bondade dentro de nós... e isto deixa marcas profun-das: é o sentimento de todos nós, seus confrades, alunos, ex-alunos e sempre admiradores. Ele é para nós o franciscano sacerdote e nos mostra o que é o sacerdócio fran-ciscano: unção, reverência, sereni-dade e devoção. Ele é o sacerdote da Educação! Nos ensina que educar é abençoar a grandeza do humano, é convocar a existir. Mergulhado na

frei AgoSTinho S. PiccoLo * 01/01/1930 + 28/11/2014

aleceu na noite de 28 de no-vembro Frei Agostinho S. Piccolo. Ele estava na rodo-

viária de São Paulo para voltar a Bragança Paulista, onde residia. Teve um mal súbito. Foi levado pelo SAMU à Santa Casa, mas não resistiu.

O corpo foi velado na igreja de Santo Antônio do Pari, em São Paulo, onde foi celebrada a missa de corpo presente às 14h00 e, logo em seguida, o corpo foi traslada-do para o Cemitério do Santíssimo Sacramento, onde foi sepultado.

Falecimento

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Falecimento

sensibilidade, nos mostra o espírito de fineza, de percepção e gentileza.

Na mesma ocasião, Frei Agosti-nho, agradecido, dizia: “Com o co-ração generoso do apóstolo Paulo, repito a cada um palavras de inspira-ção e unção: “Deus me é testemunha

da ternura que sinto por vocês todos no amor de Jesus Cristo” (Fl 1,8). E rogo: o Deus da sabedoria e bonda-de, o Deus misericordioso nos aco-lha na riqueza de nossa pluralidade e nos consagre na beleza da unidade!

Hoje nós rogamos a Deus por

Frei Agostinho! Que ele seja acolhi-do e eternamente consagrado, tes-temunhas que somos de todo bem que ele fez entre nós, nas nossas fra-ternidades, na atenção e cuidado aos jovens e doentes.

R.I.P.

• Nascimento – 01.01.1930 (84 anos de idade).

• Natural de São Paulo, SP (Pari).• 1945-1949 – Estudos Básicos e En-

sino Médio, Seminário São Luís de Tolosa, Rio Negro, PR.

• 1950 – Conclusão do Ensino Mé-dio, Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP.

• 19.12.1950 – Admissão (vestição) ao Noviciado Franciscano, em Ro-deio, SC.

• 20.12.1951 – Primeira Profissão religiosa dos votos temporários, Rodeio, SC. (63 anos de Vida Fran-ciscana)

• 1952-1953 – Estudos de Filosofia, Curitiba, PR.

• 1954-1957 – Estudos de Teologia, Petrópolis, RJ.

• 20.12.1954 – Profissão solene dos votos perpétuos na Ordem Fran-ciscana.

• 21.12.1956 – Ordenação diaconal, em Petrópolis, RJ.

• 1956 – 1958 – Bacharelado em Le-tras Neolatinas, Universidade Ca-tólica de Petrópolis, RJ.

• 02.07.1957 – Ordenação presbite-ral, em Petrópolis, RJ. (57 anos de Sacerdócio)

• 1958 – Estágio Pastoral no Con-vento de Santo Antônio, Rio de Janeiro, RJ.

ATiVidAdeS e eVAngeLizAção• 1959 – 1963 – Colégio Santo An-

tônio do Pari, São Paulo, SP: Vice--Diretor (1959-1961) e Diretor

(1962-1963); professor de Comu-nicação e Expressão e Educação Religiosa.

• 1960 - Licenciado em Letras Ne-olatinas pela Universidade de São Paulo, SP.

• 1964 – 1973 – Seminário Santo Antônio, em Agudos, SP: Profes-sor (1964-1973); Orientador Edu-cacional (1965-1967 e 1972); Vice--Diretor (1966-1967) e Diretor (1968, 1970-1973).

• 1966-1968 – Definidor Provincial.• 1969 – 1º semestre: Estudos de

Língua e Literatura Inglesa, Psi-cologia Educacional e Orientação Educacional, Washington e New York, USA.

• 1969 – 2º semestre: Curso de Lín-gua e Literatura Francesa, Paris; Psicologia Vocacional, Eupen, Bél-gica; Psicologia Vocacional e Es-piritualidade Franciscana, Roma, Itália.

• 1974 – 1976 – São Paulo, SP – Sede Provincial – Secretário da Provín-cia; Redator-auxiliar da Editora Vozes; Vigário Paroquial.

• 1975 – Visitador Geral da Custódia Franciscana de São Benedito da Amazônia, em Santarém, PA.

• 1976 - Visitador Geral da Província Franciscana da Santa Cruz, Belo Horizonte, MG.

• 1977 – 1979 – Rio de Janeiro, Ipa-nema – Guardião da Fraternidade e Pároco.

• 1980 – 1988 – Curitiba, PR – Dire-tor do Colégio Senhor Bom Jesus e

Vigário da Casa.• 1989 – 1991 – Bragança Paulista,

SP – Coordenador do IFAN (Insti-tuto Franciscano de Antropologia) da Universidade São Francisco; Vi-gário da Casa.

• 1992 – agosto de 1999 – São Paulo, SP – Convento, Paróquia e Colégio Santo Antônio do Pari – Guardião, Diretor do Colégio (1995-1999) e Vigário Paroquial.

• 08.09.1999 a 08.07.2003 – Confes-sor na Basílica do Latrão, Roma, Itália, durante o Ano Santo de 2000; Estudos de Espiritualidade Franciscana no Pontifício Ateneo Antoniano, Roma.

• 2º semestre de 2003 – Bragança Paulista, SP - Universidade São Francisco, IFAN.

• 2004 – 2006 - Bragança Paulista, SP – Guardião da Fraternidade, Vice--Reitor da Universidade São Fran-cisco e Diretor do IFAN.

• 2007 – 2008 – Santo Antônio do Pari, SP – Guardião, Vigário Paro-quial, Diretor do IFAN (USF) e do Colégio Santo Antônio.

• 31.07.2008 – Bragança Paulista, SP – Diretor do IFAN, responsável pela pastoral da saúde;

• 17.12.2009 – São Paulo – São Fran-cisco – atendente conventual, as-sistente da OFS, representante do Ministro Provincial junto à CRB--SP.

• 12.12.2012 – Bragança Paulista – atendente conventual e animador do SAV local.

dAdoS PeSSoAiS e forMAção

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| Comunicações | Janeiro 2015 |

A manhã foi atípica na Paróquia de Santo Antônio do Pari. A notícia da morte súbita de Frei Agostinho Salva-dor Piccolo, de 84 anos, pegou a todos de surpresa. O corpo foi velado na igreja, que durante toda a manhã re-cebeu a visita de centenas de pessoas, dando seu último adeus ao frade. No ano de 2014, em que a paróquia San-to Antônio do Pari celebrou seu 100° aniversário, Frei Agostinho foi presen-ça marcante nas celebrações. Foi ele quem conduziu o tríduo do centená-rio, nos dias 30 e 31 de janeiro e 1° de fevereiro. Esteve presente também nas celebrações do dia 2 de fevereiro, na trezena de Santo Antônio e no dia do padroeiro. Sempre que podia o frade estava presente em sua paróquia. Na tarde do dia 28, antes de seu faleci-mento, Frei Agostinho esteve no bair-ro, visitando familiares e amigos.

A úLTiMA ceLebrAçãoÀs 14 horas teve início a celebração

de corpo presente. A missa foi presidi-da pelo Ministro Provincial Frei Fi-dêncio Vanboemmel e concelebrada pelos frades das fraternidades de São Paulo: Santo Antônio do Pari, Con-vento São Francisco, São Francisco da Vila Clementino, e por frades de Bra-gança Paulista.

62

Falecimento

A deSPedidA A frei AgoSTinhoéRIka aUgUSTO No início da celebração, Frei Fi-

dêncio destacou a festa celebrada no dia: Todos os Santos da Ordem Fran-ciscana, e exaltou os 84 anos de vida partilhada de Frei Agostinho. A igreja estava repleta de familiares, amigos e paroquianos. Todos muito emociona-dos, deixavam ali seu último adeus ao confrade. Muitos dos presentes foram companheiros dos tempos de Cruza-da e Movimento Mariano, nos seus anos de coroinha na paróquia. Outros eram antigos funcionários, pais e alu-nos do Colégio.

Em sua homilia, Frei Fidêncio fa-lou brevemente sobre a vida e traba-lhos de Frei Agostinho. Destacou seu imenso trabalho na Educação, nos colégios e seminário. Frei Fidêncio recordou que Frei Agostinho era o diretor do Seminário de Agudos em seu tempo de formação, e que o frade animava os jovens a buscar sua voca-ção franciscana. O ministro provincial agradeceu a Deus pela vida de Frei Agostinho, e à família do frade, por ter dado a todos uma pessoa tão especial. A delicadeza e o modo de ser e tratar as pessoas foi recordado como uma grande característica.

Outros frades também falaram algumas palavras sobre Frei Agosti-nho. Frei Adriano Freixo, o pároco, destacou a presença de Frei Agosti-nho ao longo deste ano de centená-

rio da Paróquia do Pari. “Parece que Deus esperou os 100 anos da paró-quia para chamar o Frei Agostinho de volta para Ele. Justamente no ano em que nós celebramos os 100 anos de nossa paróquia, Frei Agostinho vai celebrar o Natal do Senhor face a face com Deus”, acrescentou Frei Adriano. O frade destacou ainda a presença de Frei Agostinho como pregador dos festejos do centenário, e disse que Frei Agostinho estava feliz, caminhando com a paróquia mesmo estando dis-tante. O pároco disse ainda que leva com ele a imagem da cordialidade do frade. “O Frei Agostinho transparecia bondade em suas relações, ele era uma pessoa boa com todos, um homem gentil, de bom trato”, afirmou. E agra-deceu novamente à família do frade, por compartilhar este momento de despedida com a fraternidade e toda a comunidade.

Frei Carlos, guardião da Fraterni-dade de Bragança Paulista, partilhou com os presentes o sentimento que havia entre os frades e funcionários em Bragança. Disse que hoje de ma-nhã, ao sair de lá para o velório, todos se perguntavam: e agora, quem vai fa-zer tudo aquilo que o Frei Agostinho fazia, quem vai substituir o Frei Agos-tinho? E a conclusão que chegaram foi a de que não tem outro igual ao Frei Agostinho. “Era impressionante, ele cuidava de tudo, sacristia, refeitório, visitava os doentes, os frades acama-dos, levava comunhão, conversava todo dia com os frades doentes”, afir-mou Frei Carlos. O frade partilhou com os presentes ainda a reação de um frade de 92 anos, que exclamou que ele poderia ter morrido, e não o Frei Agostinho, que estava tão ati-vo, aos 84 anos. “Vamos procurar servir como ele serviu, nos dedicar àqueles idosos como ele se dedicou, e viver com fidelidade a vida francis-cana e a vida sacerdotal”, concluiu.

No momento de ação de gra-

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| Comunicações | Janeiro 2015 |

Na sexta-feira à noite, fez a travessia para o Itaquerão da Eternidade o meu Mestre, Pro-fessor, Orientador, Confrade, Amigo, Mode-lo, Irmão e Santo, Frei Agostinho Salvador Piccolo, OFM. Com ele tenho uma história e muita história de vida! Cheguei ao Semi-nário de Agudos em 1966 com 12 anos de idade e ele estava lá, com seu inconfundí-vel perfume Pinho de Campos de Jordão, sua paixão pela Formação e Educação, seu transparente modo de ser frade. Frei Agos-tinho era a natural encarnação das palavras que ele mesmo gostava de acentuar: amor--doação, amor-serviço, amor-fidelidade, amor-oração, amor-generosidade. Nos en-sinou na sala de aula e fora dela. Homem de horas e horas frente ao Sacrário. Fazia da oração seu tempo e fazer sagrado. Nos ensi-nou gramática, retórica, mística, espirituali-dade e estética. Nos fez vibrar pelo esporte e pelas regras de civilidade.Torcedor fiel do Corinthians, era um fiel apai-xonado pela atividade física, pelo basquete e pelo futebol. Jovem de alma e coração, nunca se deixou arcar pela idade. Escreveu muito sobre São Francisco, Franciscanismo e sobre a Educação. Recebi dele ainda este ano seu último livro: “São Francisco Sempre”. Sonhava morrer dentro de uma Casa de For-mação e Educação. No último Capítulo das Esteiras, convidou-me para irmos juntos vi-sitar Dom Paulo Evaristo, que ele admirava muito. E disse: “Temos que ir ao Profeta, pois ele nos espera lá para continuar por algum caminho!” Morreu na Rodoviária de São Pau-lo, sua cidade natal e que ele amava muito; morreu a caminho de Bragança onde mora-va, sonhando a Universidade São Francisco de seus sonhos. Viveu a vida toda em semi-nários, colégios e conventos, mas sempre no coração da Fraternidade e nos mostran-do Deus através da sua transparente vida de piedade. Não faltava em nenhum encontro

dos Frades e da Província. Onipresente e sempre contente. Educado, fino, leve, atento e provocador em sua presença, fala e silên-cio. Nunca esqueceu o nome e a memória de nenhum seminarista, formandos e frades que passaram por sua vida. No seu quarto, três pequenos altares: Nossa Senhora, São Francisco e um para o Timão. Nunca vi um frade usar tão bem os documentos do Va-ticano II como ele usou! Sua Evangelização sempre foi para os Jovens! Fez da Juventu-de o seu ideal missionário e da Escola a sua Casa e Causa! Alimentava, cuidava e regava suas amizades com cuidado de jardineiro. Plantou em nós detalhes inesquecíveis de trazer a vida para perto, e que certamente vão florir em nós sempre, porque Frei Agos-tinho é uma planta que não sabe o que é fenecer, murchar, secar….ele será sempre uma primavera encarnada! Vá em paz e não esqueça de nos chamar sempre da Eternida-de com seus maiúsculos e carinhosos dimi-nutivos! Descanse na merecida Paz Eterna! Paz e Bem, meu confrade!

Frei Vitório Mazzuco, Petrópolis

Aos frades da Província Imaculada Concei-ção,

Sentimentos de toda a OFS de São Paulo pela passagem de Frei Agostinho à Casa Eterna do Pai.

Frei Agostinho passou por nós e nos enri-queceu com seu testemunho franciscano. Como franciscanos seculares, temos muito que agradecer a Deus e a ele pelo seu traba-lho como Assistente Espiritual.

Deixou para nós um grande legado. Todo seu ser irradiava alegria e com sua simpli-cidade, generosidade, muita cortesia, en-cantava a todos nós. Sempre com o sorriso amável nos lábios, acolhia a todos que o

procuravam. Certamente esses valores que plantou aqui na terra irá agora colher no céu.

Denize Aparecida Marum Gusmão, Ministra Regional – OFS/SP

Paz e Bem!

Frei Agostinho, desde 1972, esteve em minha vida, pois foi ele que me recebeu em Agudos e depois durante 33 anos acompanhou-me nos meus trabalhos, seja como diretor do co-légio, e na universidade e em tantos trabalhos na educação. Em 1992, juntos iniciamos um trabalho com as escolas franciscanas de São Paulo. Com Ir. Maria José Mendes, Ir. Glória, do Colégio Pio XII, Ir. Geracina, do Colégio Sta Clara, Ir. Carmen, do Colégio Nossa Senhora Aparecida, fomos os fundadores das Escolas Franciscanas de São Paulo. Entre todos os edu-cadores da Província, ele foi sempre o mais en-tusiasta. Sempre buscou o coração da educa-ção franciscana que é educação do coração. O meu abraço a todos os confrades de Bragança Paulista. Que o Senhor lhes dê a paz!

Frei José Antonio Cruz Duarte, Roma

Olá! Senti muito a morte do Frei Agostinho, uma pessoa maravilhosa que tanto nos en-riqueceu pela sua presença e nos deixou tanto mais pobres pela sua ausência. Muito querido no movimento inter-religioso de Bragança Paulista, marcou sua passagem no Centro de Umbanda Escola de Luz Caboclo Sete Cachoeiras no ano passado, em jantar de Natal para os moradores de rua. Eles tam-bém manifestaram a tristeza pelo ocorrido. Cremos que ele está em Deus e intercede por todos nós com aquele sorriso porta voz da sua alma maravilhosa. Grande abraço a toda Comunidade Franciscana!

Maria Bueno da Silva

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Falecimento

hoMenAgenS A frei AgoSTinho

ças, a palavra foi aberta para fami-liares e amigos de Frei Agostinho, para que prestassem ali sua última homenagem. Amigos de infância, do colégio e familiares partilharam com os presentes alguns momen-

tos vividos com Frei Agostinho. Ao final da missa, os frades fizeram

a encomendação do corpo. Uma fila de familiares e paroquianos se formou próxima ao caixão, todos querendo se despedir do tão querido frade.

O corpo seguiu de carro até o cemi-tério do Santíssimo Sacramento, onde Frei Adriano conduziu as últimas ora-ções. Frei Agostinho foi enterrado no mausoléu da Província Franciscana da Imaculada Conceição.

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AGENDA 2015Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacadas

2016janeiro 18 a 26 Capítulo Provincial

Maio16 a 20 Reunião da UCLAF (Cochabamba, Bolívia)

JANEIRO

05 Primeira Profissão (Rodeio - SC)05 a 30 Missão Amazônia (Orellana)15 Admissão ao Noviciado 2015 (Rodeio - SC)16 a 30 Curso de Formação Missionária CEFRAM

(Bacabal)22 a 25 Missões Franciscanas da Juventude (Concórdia)28 Admissão ao Postulantado (Guaratinguetá)

FEvEREIRO

09 a 11 Executiva do SIFEM (São Paulo, Pari)24 a 26 Reunião do Definitório Provincial;

MARçO

02 e 03 Encontro do Regional do Alto Vale do Itajaí e Planalto Catarinense (Lages)

04 e 05 Reunião do Conselho de Evangelização (S. Paulo - S. Francisco)

09 Encontro do Regional São Paulo (Vila Clementino - SP)

09 e 10 Encontro do Regional do Leste Catarinense (Forquilhinha)

09 a 20 Tempo Forte do Definitório Geral09 a 21 1ª etapa do curso de formadores -

SERFE - CFMB (Petrópolis)10 Conselho Diretor do Sefras ( Pari – SP)10 e 11 Assembleia do SAV (Rondinha)12 a 15 Encontro dos Irmãos Leigos (Agudos);16 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio)16 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá)16 Encontro do Regional Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (Nilópolis-Aparecida)16 Encontro do Regional de Agudos (Bauru)23 Encontro do Regional do Espírito Santo (Projeto

Santa Clara)24 a 27 Assembleia da CFMB (São José do Rio Preto-SP)

ABRIl

15 a 17 Reunião do Definitório Provincial;18 a 21 Encontro Provincial de Jovens (Guaratinguetá -

Fazenda Esperança)27 a 30 Reunião de guardiães e coordenadores e párocos

(Rondinha)

MAIO 02 Profissão solene de Frei Rafael Teixeira do

Nascimento (Niterói – RJ)04 Reunião dos Mestres da Formação05 e 06 Conselho de Formação e Estudos (S. Paulo - S.

Francisco)10 a 07 (jun) Capítulo Geral (Assis)21 e 22 Reunião do Conselho Gestor das Entidades da

Província (Sede Provincial);

JuNhO 16 a 18 Reunião do Definitório Provincial;22 a 26 Assembleia do SIFEM (Bacabal)28 a 02/07 Congresso da Comissão Educativa da CFMB

(Curitiba, FAE)29 a 11 2ª etapa do curso de formadores -

SERFE - CFMB (Petrópolis)

AgOstO 17 a 21 Retiro e reunião do Definitório Provincial;24 a 28 Encontro dos Ecônomos da CFMB, (São Luís, MA)

sEtEMBRO01 a 04 Assembleia da CFMB (Manaus, AM)04 a 09 Encontro dos Irmãos Leigos OFM, OFMCap e

OFMConv (Agudos)14 Reunião dos Mestres da Formação15 e 16 Conselho de Formação e Estudos (Petrópolis)25 Celebração dos 25 anos da Missão de Angola;

OutuBRO20 a 22 Reunião do Definitório Provincial;26 a 30 Curso de Franciscanismo (Rondinha);

DEzEMBRO07 a 08 Jubileus;14 a 17 Reunião do Definitório Provincial;