bv aditamento memorial 2 ap 470 marcos valerio

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MI M~;~~}?s ~~?o~~;?o~ 2° ADITAMENTO AO MEMORIAL PELO 5° DENUNCIADO MARCOS VALÉRIO FERNANDES DE SOUZA AÇÃO PENAL nO 470 - STF - MG ASSUNTO: ENQUADRAMENTO lEGAL (NOVA DEFINiÇÃO JURíDICA DO FATO) RELATIVO AO NÃO REPASSE AO BANCO DO BRASil DOS VALORES RECEBIDOS DE FORNECEDORES (DIVERSOS DOS VEíCULOS DE MíDIA) PELA DNA PROPAGANDA l TDA. A TíTULO DE "BÔNUS DE VOLUME". Eminente Ministro Revisor RICARDO lEWANDOWSKI e Eminentes Senhores Ministros do Supremo Tribunal Federal, A defesa do denunciado MARCOS VAlÉRIO não pretende, neste 2° Aditamento ao Memorial, rediscutir a matéria de fato que ficou assentada no voto do douto Ministro Revisor, no sentido de que os valores recebidos pela DNA Propaganda Ltda., em razão de seu contrato com o Banco do Brasil, de outros fornecedores (que não são veículos de mídia) a título de "bônus de volume", deveriam ser repassados ao Banco. Ocorre, no entanto, data máxima vênia, que se deu equivocado enquadramento legal ao fato, partindo-se das premissas estabelecidas no próprio voto do Eminente Ministro Revisor. Afirmou-se, na oportunidade, que os recursos privados, recebidos pela DNA Propaganda de outros fornecedores (p. ex., da empresa fabricante das "agendas Pombo"), que não eram veículos de mídia (empresas de televisão, rádio, jornais, revistas, etc) deveriam ter sido pela DNA repassados ao BB e não o foram. Entretanto, diante do questionamento formulado pelo Ministro Marco Aurélio sobre a participação do denunciado Henrique Pizzolato, afirmou-se que ele, como funcionário público, teria praticado o crime de peculato (art. 312, CP) por ter se omitido no dever de fiscalizar a execução do contrato e os três sócios da DNA (Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach) seriam coautores. Porém, como foi observado pelo Ministro Revisor os tais recursos privados recebidos pela DNA de fornecedores diversos, a título de "bônus de volume", nunca foram do conhecimento do Banco do Brasil e jamais estiveram na posse ou na disponibilidade jurídica do diretor da DIMAC do BB. "-'lA J!] 1 1Uf\' Belo Horizonte/MG: Av.Afonso Pena, 4.100, 11 0 andar, Mangabeiras, 30.130-009 . Tel./fax +55 (31) 3282.5000 São Paulo/SP: Rua Padre João Manuel, 755, Cj. 152, Jardins, 01.411-001 . Tel./fax +55 (11) 3896.1777 www.marceloleonardo.com.br

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Page 1: Bv aditamento memorial 2 ap 470   marcos valerio

MI M~;~~}?s~~?o~~;?o~2° ADITAMENTO AO MEMORIAL PELO 5° DENUNCIADO

MARCOS VALÉRIO FERNANDES DE SOUZA

AÇÃO PENAL nO 470 - STF - MG

ASSUNTO: ENQUADRAMENTO lEGAL (NOVA DEFINiÇÃO JURíDICADO FATO) RELATIVO AO NÃO REPASSE AO BANCO DO BRASilDOS VALORES RECEBIDOS DE FORNECEDORES (DIVERSOS DOSVEíCULOS DE MíDIA) PELA DNA PROPAGANDA l TDA. A TíTULO DE"BÔNUS DE VOLUME".

Eminente Ministro Revisor RICARDO lEWANDOWSKI eEminentes Senhores Ministros do Supremo Tribunal Federal,

A defesa do denunciado MARCOS VAlÉRIO não pretende, neste 2°Aditamento ao Memorial, rediscutir a matéria de fato que ficou assentada novoto do douto Ministro Revisor, no sentido de que os valores recebidos pelaDNA Propaganda Ltda., em razão de seu contrato com o Banco do Brasil, deoutros fornecedores (que não são veículos de mídia) a título de "bônus devolume", deveriam ser repassados ao Banco.

Ocorre, no entanto, data máxima vênia, que se deu equivocadoenquadramento legal ao fato, partindo-se das premissas estabelecidas nopróprio voto do Eminente Ministro Revisor.

Afirmou-se, na oportunidade, que os recursos privados, recebidos pelaDNA Propaganda de outros fornecedores (p. ex., da empresa fabricante das"agendas Pombo"), que não eram veículos de mídia (empresas de televisão,rádio, jornais, revistas, etc) deveriam ter sido pela DNA repassados ao BB enão o foram.

Entretanto, diante do questionamento formulado pelo Ministro MarcoAurélio sobre a participação do denunciado Henrique Pizzolato, afirmou-se queele, como funcionário público, teria praticado o crime de peculato (art. 312, CP)por ter se omitido no dever de fiscalizar a execução do contrato e os trêssócios da DNA (Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach) seriamcoautores.

Porém, como foi observado pelo Ministro Revisor os tais recursosprivados recebidos pela DNA de fornecedores diversos, a título de "bônus devolume", nunca foram do conhecimento do Banco do Brasil e jamais estiveramna posse ou na disponibilidade jurídica do diretor da DIMAC do BB. "-'lA J!]

11Uf\'Belo Horizonte/MG: Av.Afonso Pena, 4.100, 110 andar, Mangabeiras, 30.130-009 . Tel./fax +55 (31) 3282.5000

São Paulo/SP: Rua Padre João Manuel, 755, Cj. 152, Jardins, 01.411-001 . Tel./fax +55 (11) 3896.1777www.marceloleonardo.com.br

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MI ~~;~~!?s~~?o~~;?RAssim, na realidade, do ponto de vista jurídico penal, os três sócios da

DNA - ao receberem os valores dos fornecedores diversos dos veículos demídia e não os repassarem ao BB - teriam praticado o crime de apropriaçãoindébita (art. 168, CP), pois detinham a posse, inicialmente lícita, e nãofizeram o repasse ao Banco, como se entendeu que era devido.

o denunciado Henrique Pizzolato, diretor de marketing do Banco doBrasil, não praticou nenhuma das duas ações típicas (crime próprio comissivo)previstas no crime de peculato - apropriar ou desviar, pois não detinha aposse ou a disponibilidade jurídica dos valores dos quais, aliás, não tinhaciência, como informado ao STF pelo Banco do Brasil (Ofício de fls.30.769/30.776 - vol. 143, citado no voto do Ministro Revisor).

No máximo, ao deixar de fiscalizar praticou uma omissão (condutaomissiva) que, em tese, se ajustaria ao tipo da prevaricação (art. 319, CP -deixar de praticar ato de ofício).

Isto posto, embora discorde da condenação proposta no voto doEminente Ministro Revisor, em virtude da falta de repasse pela DNA dosvalores de que detinham a posse, recebidos de fornecedores (diversos dosveículos de mídia) a título de "bônus de volume", a defesa do 50 denunciadoMARCOS VALÉRIO pede seja dado adequado enquadramento legal àconduta, no ponto, em nova definição jurídica do fato (art. 383, CPP),ajustando-se o respeitável voto para impor aos três sócios da DNAPropaganda Ltda. condenação por infração ao artigo 168 do CP(apropriação indébita) e, se for o caso, ao ex-diretor de marketing do BB acondenação por infração ao art. 319 do CP (prevaricação), pois, efetivamente,a conduta por omissão (deixar de fiscalizar a execução do contrato) não seajusta ao tipo penal do peculato (art. 312, CP) que pressupõe conduta por ação(apropriar ou desviar).

Brasília, segunda-feira, 27 de agosto de 2012.

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Belo Horizonte/MG: Av.Afonso Pena, 4.100, 11° andar, Mangabeiras, 30.130-009 . Tel./fax +55 (31) 3282.5000São Paulo/SP: Rua Padre João Manuel, 755, Cj. 152, Jardins, 01.411-001 . Tel./fax +55 (11) 3896.1777

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