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Buscar Legalização da Jazida (LEGALJAZ) Participantes: Mathias Heider (DIPLAM/DNPM) José Adalberto de Macedo (GGM –SIC/GO) Antonio Passos Rodrigues (GGM –SIC/GO) Tércio de Pina Barros (GGM –SIC/GO) Enir Sebastião Mendes (DTTM/SGM/MME) Elzivir Azevêdo Guerra (DTTM/SGM/MME) INTRODUÇÃO – APROFUNDAMENTO DA VARIÁVEL O atual código de mineração exige a legalização da extração das argilas, por ser um bem da União, por meio de diferentes regimes de aproveitamento das substâncias minerais: autorização e concessão, manifesto de mina e licenciamento. Porém, os instrumentos atuais são complexos, onerosos e trabalhosos para a pequena mineração, o que tem sido um dos motivos para constatação da existência da lavra ilegal no setor de cerâmica do norte de Goiás e sua realização sem levar em conta os critérios de sustentabilidade. A indústria de cerâmica vermelha no Brasil caracteriza-se como um segmento econômico expressivo e com ampla distribuição territorial. Estima-se um universo de cerca de 7.500 indústrias dedicadas ao setor de cerâmica e um grande número de unidades produtivas de argilas comuns (Figura.01). As argilas possuem baixo valor unitário e baixa densidade tecnológica e envolvem grandes volumes de produção. Dessa forma, as cerâmicas são impactadas pelo custo do transporte da matéria prima, cada vez mais a grandes distâncias, condicionando sua instalação o mais próximo possível das jazidas. Outros problemas são a grande variabilidade na qualidade do recurso e a concorrência desleal da produção ilegal. Dados do anuário estatístico de produção de não metálicos do MME (Ministério das Minas e Energia) estimam, em 2013, uma produção de cerca de 190 bilhões de peças cerâmicas no Brasil, demandando cerca de 180 milhões de toneladas de argilas (Tab.01). São gerados em torno de 293 mil empregos diretos e um faturamento da ordem de US$ 10 bilhões anuais. Na Fig.01 é possível visualizar a cadeia produtiva da cerâmica, importante fornecedora da cadeia da construção civil. Fonte: Espaço Tecnológico Alesp (2005) Figura 01: Cadeia Produtiva da Cerâmica Vermelha Tabela 01: Consumo regional de Cerâmica no Brasil

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Buscar Legalização da Jazida (LEGALJAZ)

Participantes: Mathias Heider (DIPLAM/DNPM) José Adalberto de Macedo (GGM –SIC/GO) Antonio Passos Rodrigues (GGM –SIC/GO) Tércio de Pina Barros (GGM –SIC/GO) Enir Sebastião Mendes (DTTM/SGM/MME) Elzivir Azevêdo Guerra (DTTM/SGM/MME)

INTRODUÇÃO – APROFUNDAMENTO DA VARIÁVEL O atual código de mineração exige a legalização da extração das argilas, por ser um bem da União, por meio de diferentes regimes de aproveitamento das substâncias minerais: autorização e concessão, manifesto de mina e licenciamento. Porém, os instrumentos atuais são complexos, onerosos e trabalhosos para a pequena mineração, o que tem sido um dos motivos para constatação da existência da lavra ilegal no setor de cerâmica do norte de Goiás e sua realização sem levar em conta os critérios de sustentabilidade. A indústria de cerâmica vermelha no Brasil caracteriza-se como um segmento econômico expressivo e com ampla distribuição territorial. Estima-se um universo de cerca de 7.500 indústrias dedicadas ao setor de cerâmica e um grande número de unidades produtivas de argilas comuns (Figura.01). As argilas possuem baixo valor unitário e baixa densidade tecnológica e envolvem grandes volumes de produção. Dessa forma, as cerâmicas são impactadas pelo custo do transporte da matéria prima, cada vez mais a grandes distâncias, condicionando sua instalação o mais próximo possível das jazidas. Outros problemas são a grande variabilidade na qualidade do recurso e a concorrência desleal da produção ilegal. Dados do anuário estatístico de produção de não metálicos do MME (Ministério das Minas e Energia) estimam, em 2013, uma produção de cerca de 190 bilhões de peças cerâmicas no Brasil, demandando cerca de 180 milhões de toneladas de argilas (Tab.01). São gerados em torno de 293 mil empregos diretos e um faturamento da ordem de US$ 10 bilhões anuais. Na Fig.01 é possível visualizar a cadeia produtiva da cerâmica, importante fornecedora da cadeia da construção civil.

Fonte: Espaço Tecnológico Alesp (2005)

Figura 01: Cadeia Produtiva da Cerâmica Vermelha

Tabela 01: Consumo regional de Cerâmica no Brasil

Fonte: SGM/MME, 2013

O fluxo produtivo da cerâmica, conforme resumido abaixo, é relativamente simples, mas com a adoção de melhorias em cada etapa, os ganhos podem ser bastante expressivos, aumentado a competitividade do setor. O grande crescimento do mercado da construção civil beneficiou muito as empresas do setor, com uma ampla elevação da demanda por produtos cerâmicos. Criou-se, assim, para muitas empresas, um ambiente de “zona de conforto”, mas numa situação de maior oferta e menor procura, as empresas menos competitivas serão duramente impactadas.

O processo produtivo da cerâmica pode ser caracterizado da seguinte forma: • Processo da matéria prima: coleta (mineração), sazonamento, estoque e mistura; • Processo de beneficiamento: misturador, laminador e misturador; • Processo de fabricação: extrusão, corte e prensa; • Processo de queima e inspeção. LEGISLAÇÃO CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA 1988 A Constituição Brasileira de 1988, incluindo a Emenda Constitucional n° 6, de 15 de agosto de 1995, destaca os seguintes pontos importantes para a MINERAÇÃO: • Os recursos minerais, inclusive os do subsolo, são bens da União; • As jazidas, minas e demais recursos minerais constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração e

aproveitamento; • A pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante autorização ou concessão do Governo

Federal, por brasileiro ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra;

• Constituem monopólio da União: a pesquisa e a lavra de jazidas de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados;

• Ao proprietário do solo é assegurada a participação nos resultados da lavra; • Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica

exigida pelo órgão competente; • Compete ao Congresso Nacional autorizar, em terras indígenas, a pesquisa e a lavra de recursos minerais; Compete ao

Governo Federal legislar sobre jazidas, minas, outros recursos CÓDIGO DE MINERAÇÃO • Os regimes de exploração e aproveitamento dos recursos minerais no País estão definidos e normatizados no Código de

Mineração de 1967 (Decreto-lei n0 227, de 28/2/67), seu Regulamento e Legislação Correlativa, em. • Código de Mineração conceitua e classifica as jazidas e as minas, estabelece os requisitos e as condições para a obtenção de

autorizações, concessões, licenças e permissões, explicita os direitos e deveres dos portadores de títulos minerários, determina os casos de anulação, caducidade e revogação dos direitos minerários e disciplina o funcionamento das empresas de mineração. Dispõe sobre a competência da autarquia do Ministério de Minas e Energia, o Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, na administração dos recursos minerais e na fiscalização da atividade mineral no País.

• Regimes de exploração e aproveitamento dos recursos minerais: • Regime de Autorização - regula a fase da pesquisa mineral e precede ao Regime de Concessão (fase de lavra).

• Regime de Concessão - é pertinente à fase de lavra ou do aproveitamento industrial de jazida considerada técnica e economicamente explotável.

• Regime de Permissão de Lavra Garimpeira - regula o aproveitamento imediato de minerais garimpáveis, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa, segundo critérios fixados pelo Governo Federal;

• Regime de Licenciamento - regula o aproveitamento das substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, na forma in natura, e outras especificadas na lei, independentemente de prévios trabalhos de pesquisa.

• Regime de Monopólio: A pesquisa e a lavra de jazidas de substâncias minerais objeto de monopólio estatal são regidas por leis especiais.

CONCESSÃO DE LAVRA Regime de concessão de lavra A lavra é entendida, para fins do Regime de Concessão, como o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver até o beneficiamento das mesmas. Considera-se como mina a jazida em lavra, ainda que com atividade suspensa.

Pedido de Concessão de Lavra O pedido de concessão de lavra é formulado em requerimento, dirigido ao Ministro de Minas e Energia, pelo titular da autorização de pesquisa ou seu sucessor. Na sua formulação devem ser atendidos os seguintes requisitos e condições básicos: • A habilitação à concessão de lavra é facultada, única e exclusivamente, a firmas individuais ou a sociedades constituídas sob

as leis brasileiras, que tenham sede e administração no País e estejam autorizadas a funcionar como empresa de mineração; • A área pretendida para a lavra deve estar adstrita aos limites da área de pesquisa; A jazida objeto da lavra pretendida deve estar

pesquisada, isto é, ter seu respectivo relatório de pesquisa aprovado, ou estar em disponibilidade para lavra, conforme declaração do DNPM;

• Apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico da jazida ou Plano de Lavra - de responsabilidade de engenheiro de minas legalmente habilitado -, do cronograma de implantação do projeto de mineração, de plantas da área, e dos demais elementos de informação e prova exigidos pelo Código de Mineração;

• Obtenção do prévio Licenciamento Ambiental, emitido pelo órgão ambiental competente; • Comprovação da existência de recursos próprios ou de financiamento para os investimentos previstos na implantação e

operação da mina. Portaria de Lavra Satisfeitas as exigências legais e regulamentares, a concessão de lavra é outorgada pelo Ministro de Estado de Minas e Energia, através de Portaria de Lavra, a qual confere à empresa detentora do título os seguintes direitos e obrigações básicos:

Direitos do Concessionário

• Lavrar a jazida até a sua completa exaustão, em conformidade com o plano aprovado pelo DNPM e o licenciamento ambiental concedido pelo órgão competente, dispondo, sem qualquer ônus especial, a não ser os tributos gerais, do produto da lavra;

• Transferir o título - pessoal e dotado de valor patrimonial - a outra empresa de mineração, pelo valor de mercado, ou onerá-lo, necessitando, para tanto, apenas da prévia anuência do Governo Federal;

• Ter a proteção da Administração Pública contra qualquer ato que resulte em interrupção dos trabalhos de lavra, a menos que infringida a lei, ou que interesse público superveniente supere o da utilidade da explotação mineral. Neste último caso, o titular da concessão de lavra deve ser indenizado pelo Governo, conforme parâmetros fixados em lei.

Obrigações do Concessionário

• Iniciar os trabalhos previstos no plano de lavra, dentro do prazo de 6 meses, contados a partir da publicação da Portaria no Diário Oficial da União, salvo motivo de força maior, a juízo do DNPM;

• Não interromper o trabalhos de lavra, uma vez iniciada a operação, por mais de 6 meses consecutivos, salvo motivo comprovado de força maior;

• Lavrar a jazida de acordo com o Plano de Lavra aprovado pelo DNPM, confiando a direção dos trabalhos a engenheiro de minas legalmente habilitado no País;

• Desenvolver a atividade de mineração de acordo com as normas de proteção ambiental estabelecidas no Licenciamento Ambiental; Promover a segurança e a salubridade; Recuperar a área lavrada de acordo com o Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) aprovado pelo órgão competente.

• Não suspender os trabalhos de lavra, sem a prévia comunicação ao DNPM, e manter a mina em bom estado, de modo a permitir a retomada das operações;

• Não realizar “lavra ambiciosa”, conduzida sem observância do plano preestabelecido, ou efetuada de modo a impossibilitar o ulterior aproveitamento econômico da jazida;

• Extrair apenas as substâncias minerais constantes da Portaria de Lavra e comunicar ao DNPM a descoberta de outro bem mineral não incluído no título de concessão, inclusive minerais nucleares, solicitando aditamento;

• evitar o extravio das águas e drenar as que ocasionem prejuízos aos vizinhos;

• Proteger e conservar as fonte, bem como utilizar as águas segundo os preceitos técnicos, quando se tratar de lavra de jazida de águas minerais;

• Responder pelos danos e prejuízos causados a terceiros, resultantes da lavra; • Pagar a participação do proprietário do solo nos resultados da lavra;

Caducidade e Revogação da Portaria de Lavra

• Caracterização comprovada de abandono ou suspensão definitiva da lavra; • Quando a concessionária, apesar das sanções de advertência ou multa, prosseguir nos descumprimento dos prazos de início ou

reinicio da lavra; • Quando a concessionária, após multada por mais de 2 vezes no intervalo de um ano, continuar a descumprir as determinações

da fiscalização; e • Por lavra ambiciosa ou de extração de substância mineral não compreendida na Portaria de Lavra, independentemente de

sanções anteriores.

MINAS MANIFESTADAS

• A Constituição promulgada em 1934 estatuiu o conceito básico de separação da propriedade do solo da do subsolo, para o

aproveitamento mineral. REGIME DE LICENCIAMENTO O regime de licenciamento é restrito e aplicável exclusivamente ao aproveitamento econômico das jazidas de substâncias minerais de emprego imediato na construção civil, de argilas utilizadas no fabrico de cerâmica vermelha, de calcário dolomítico empregado como corretivo de solos agrícolas e outros bens minerais especificados em lei, e independe de trabalhos exploratórios autorizados previamente pelo DNPM. • O licenciamento é facultado exclusivamente ao proprietário do solo ou a quem dele tiver expressa autorização, ficando o

autorizado obrigado a pagar ao detentor da propriedade renda por ocupação do terreno e indenização pelos danos ocasionados ao imóvel, em decorrência dos trabalhos de mineração;

• O interessado no licenciamento pode ser pessoa física de nacionalidade brasileira ou jurídica constituída sob as leis brasileiras e com sede no País;

• O licenciamento, que é adstrito à área máxima de 50 hectares, depende da obtenção de licença específica, expedida pela autoridade administrativa local, no município onde se situar a jazida; de prévio Licenciamento Ambiental do órgão de meio ambiente competente; e da efetivação do competente registro no Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM.

• O título do licenciamento será o extrato do registro da licença efetivado pelo DNPM publicado no Diário Oficial da União, e sem ele o interessado não pode iniciar os trabalhos de lavra;

• O licenciado é obrigado a comunicar imediatamente ao DNPM a ocorrência de outra substância mineral útil, não compreendida no licenciamento, bem como a apresentar relatório anual de produção e comercialização;

• O titular do licenciamento responde pelos danos causados ao meio ambiente; • DNPM poderá exigir, se julgadas necessárias em razão do potencial econômico da área, a realização de trabalhos de pesquisa e

a apresentação de plano de aproveitamento da jazida; O cancelamento do registro de licença, e conseqüente perda do título, dar-se-á nos seguintes casos: • insuficiente produção da jazida, considerada em relação ao mercado consumidor; • suspensão, sem motivo justificado, dos trabalhos de extração, por prazo superior a seis meses; • extração de substâncias minerais não abrangidas pelo licenciamento, após advertência formal. • Após a publicação do cancelamento da licença, qualquer interessado poderá habilitar-se ao aproveitamento da jazida, sob

regime de licenciamento, independentemente de autorização do proprietário do solo. • Convém ressaltar que o titular do Regime de Licenciamento tem o direito de optar pelos regimes de autorização de pesquisa e

concessão de lavra se for do seu interesse.

GUIA ORIENTATIVO PARA REGULARIZAÇÃO DA LAVRA

Figura 02 O fundamento de uma legislação com sustentação e que reflita as demandas dos diversos segmentos, interesses, direitos e deveres devem ter sua origem a partir da sociedade, como ilustrado na figura 02. A outra possibilidade é a retirada da figura, pois não havia nenhuma citação no texto. INTRODUÇÂO A regularização da atividade de mineração (lavra) atualmente pode ser feitas pelo regime de concessão de lavar ou licenciamento.

Os passos necessários para a obtenção da CONCESSÃO DE LAVRA são:

• Verificar no DNPM se a área está livre (esta consulta pode ser feita nos sistemas SIGMINE e/ou CADASTRO MINEIRO, disponível em www.dnpm.gov.br). Se a área não estiver onerada, o alvará de pesquisa poderá ser requerido. Se a área estiver onerada, existe a possibilidade de buscar uma solução negociada com o detentor do direito minerário, podendo haver apoio do DNPM;

• Obtido o alvará, iniciam-se os trabalhos de pesquisa mineral. Até o vencimento do alvará deve ser apresentado ao DNPM um Relatório Final de Pesquisa (RFP) que deve conter os trabalhos realizados e o respectivo resultado (positivo ou negativo), visando sua aprovação. É importante frisar que durante a etapa de pesquisa, há uma série de exigências e obrigações que o minerador deve atender.

• Uma vez aprovado o RFP positivo, o minerador terá um prazo de um ano para requerer a lavra com o respectivo Plano de Aproveitamento Econômico (PAE).

• É importante o minerador estar atento às licenças ambientais (LP, LI e LO), além das exigências legais em nível federal, estadual e municipal.

Uma outra modalidade de extração de argilas é o regime de LICENCIAMENTO, mais simplificado e que não exige a etapa de pesquisa mineral. Nesse caso, é necessária a autorização municipal, licenciamento ambiental e permissão do proprietário da área onde está situado o depósito de argila.

A situação existente de informalidade na produção de argilas e complexidade na sua regularização favorece a implantação de um modelo de produção cooperativada, associativa ou até uma política de aquisição de argilas de procedência garantida e legalizada (fornecimento por terceiros). Algumas soluções que dizem respeito à forma de organização da produção em conjunto com adequação ou modificação de procedimentos da legislação mineral ou ambiental podem promover a legalização do aproveitamento da argila, como pode ser exemplificado a seguir: • O DNPM através da atuação de sua superintendência em Santa Catarina, na região de Morro da Fumaça (SC), apoiou a

formalização da extração de argilas com a COOPEMI (Cooperativa de Exploração Mineral), viabilizando a cessão horizontal da área, que estava onerada para carvão. A extração de argila foi regularizada e permitida até uma determinada profundidade, sem impactar o corpo carbonífero existente no local. Além disso, o DNPM faz um acompanhamento periódico da lavra, visando apoiar a produção e evitar o surgimento de impactos negativos na área.

• A Deliberação Normativa n° 74, de 2004, do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam/MG), simplificou o processo de regularização ambiental ao estabelecer que, em alguns casos, bastaria a obtenção de uma autorização ambiental de funcionamento (AAF). A medida beneficia os oleiros do Centro Oeste e Sul de Minas Gerais, que produzem até 12 mil

toneladas de cerâmica ao ano. Aqueles com produção inferior a 2.400 toneladas/ano estão dispensados até mesmo da AAF. O dispositivo legal também isenta o micro produtor de custos para obtenção da autorização.

ASPECTOS RELEVANTES DA LEGISLAÇÂO MINERAL BRASILEIRA PARA O CASO ESPECÍFICO A Constituição Federal estabelece:

Art. 20 – São bens da União: IX – Os recursos minerais, inclusive os do sub-solo. Art. 176 – As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem a União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. §1º- A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas quando essas atividades se desenvolverem em faixas de fronteira ou terras indígenas. Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, Bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. §2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. O Código de Mineração, Decreto-Lei nº227 de 28 de fevereiro de 1967, estabelece:

Art. 1º- Compete a União administrar os recursos minerais, a indústria de produção mineral e a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais. Art. 2º - Os regimes de aproveitamento das substâncias minerais, para efeito deste Código são: I – regime de concessão, quando depender de portaria de Concessão do Ministro de Estado de Minas e Energia; II – regime de autorização, quando depender de expedição de alvará de autorização do Diretor Geral do Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM; III – regime de licenciamento, quando depender de licença expedida em obediência a regulamentos administrativos locais e de registro da licença no Departamento Nacional da Produção Mineral – DNPM;

A Lei nº 6567, de 24 de setembro de 1978 dispõe:

Art. 1º- Poderão ser aproveitadas pelo regime de licenciamento, ou de autorização e concessão, na forma da lei: III – argilas usadas no fabrico de cerâmica vermelha; Finalmente, a Lei nº 9605/1998 estabelece como crimes ambientais:

Art. 55 – Executar pesquisa, lavra ou extração de recursos minerais sem a competente autorização, permissão, concessão ou licença, ou em desacordo com a obtida. Pena: detenção de seis meses a um ano, e multa. Parágrafo Único – nas mesmas penas incorre quem deixa de recuperar a área pesquisada ou explorada, nos termos da autorização, permissão, licença, concessão ou determinação do órgão competente. REGIME DE LICENCIAMENTO x CONCESSÃO DE LAVRA O regime de licenciamento propicia a obtenção do direito minerário de maneira simplificada, ágil e menos onerosa, porém depende de autorização do superficiário e de licença da prefeitura municipal. Permite, ainda, o início imediato da lavra, sem a exigência de realização de pesquisa mineral prévia. Este regime jurídico é exclusivo para o aproveitamento das substâncias minerais abaixo discriminadas, conforme estabelece o Artigo 1º da Lei nº 6567: 1 - Ardósia, Saibros, Areias, Cascalhos, Granitos, Gnaisses, Quartzitos, Basaltos quando utilizados “in natura” para o preparo de

agregados, brita, pedra de talhe e argamassa, e não se destinem, como matéria-prima para a indústria de transformação. 2 - Argilas empregadas no fabrico de cerâmica vermelha, ou seja, para a fabricação de tijolos, lajotas, telhas e manilhas

rústicas, etc. 3 - Calcário empregado como brita e como pó para calagem de solos na agricultura. É importante salientar que todas as substâncias passíveis de requerimento pelo regime de licenciamento podem também ser requeridas pelo regime de autorização, conforme preconiza a Lei n° 8.982, de 24 de janeiro de 1995, que dá nova redação ao Art. 1° da Lei n° 6.567, de 24 de setembro de 1978, alterado pela Lei n° 7.312 de 16 de maio de 1985, com tamanho da área restrito a 50 ha.

O regime de autorização e concessão independe da boa vontade do superficiário, e da prefeitura, porém é mais moroso e oneroso, exigindo a realização de pesquisa prévia, de Relatório de Pesquisa a ser apresentado ao DNPM para aprovação ou não, e de uma série de obrigações a cumprir, até a obtenção de Portaria de Lavra do Ministro de Estado de Minas e Energia, a partir da qual o minerador estará apto a iniciar sua lavra. Para os ceramistas, de um modo geral pequeno minerador, o regime de licenciamento é o preferido, e a necessidade de realização da pesquisa mineral surge de sua consciência de aproveitar a jazida de forma racional e de dotar seus produtos da qualidade exigida pelas normas, pelos órgãos fiscalizadores e pelos clientes. REQUERIMENTO DO REGISTRO DE LICENÇA JUNTO AO DNPM Os procedimentos para requerimento do Registro de Licença estão na Portaria Nº 266, DE 10 DE JULHO DE 2008, PUBLICADA NO DOU DE 11.7.2008. Uma síntese dos principais aspectos é abordada neste guia. QUEM PODE PLEITEAR O REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL? O REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL é concedido exclusivamente para: • O proprietário do solo (superficiário). • A quem obtiver expressa autorização do (s) superficiário (s) do solo. Para a pessoa física é necessária a comprovação da nacionalidade brasileira.

QUE SUBSTÂNCIAS PODERÃO SER REQUERIDAS E QUAL A ÁREA MÁXIMA PERMITIDA? Neste regime poderão ser requeridas as seguintes substâncias minerais, numa área máxima de 50 ha: 1 - Ardósia, Saibros, Areias, Cascalhos, Granitos, Gnaisses, Quartzitos, Basaltos quando utilizados “in natura” para o preparo de

agregados, brita, pedra de talhe e argamassa, e que não se destinem, como matéria-prima para a indústria de transformação. 2 - Argilas empregadas no fabrico de cerâmica vermelha, ou seja, para a fabricação de tijolos, lajotas, telhas e manilhas

rústicas, etc. 3 - Calcário empregado como brita e como pó para calagem de solos na agricultura. INICIANDO O PROCESSO DE REGULARIZAÇÃO DA ÁREA Para iniciar um processo de licenciamento é necessária a contratação de profissional legalmente habilitado (Geólogo, Engenheiro de Minas ou Técnico em Mineração) como Responsável Técnico pelo Memorial Descritivo da área. Esse profissional deverá ir até o local pretendido ao licenciamento, fazer um breve reconhecimento, e tomar as coordenadas geográficas dos limites pretendidos para o requerimento. Com as coordenadas do local, o segundo passo é verificar junto ao DNPM-GO se a área está desonerada (livre) para requerimento, caso positivo, inicia-se o processo de requerimento. Ressalta-se que a situação da área pode ser alterada a qualquer momento até o efetivo protocolo do requerimento no DNPM.

DOCUMENTOS ESSENCIAIS

Após a avaliação da situação da área junto ao DNPM, o interessado deverá providenciar alguns documentos essenciais para a formalização do processo: 1. AUTORIZAÇÃO DO SUPERFICIÁRIO DO SOLO • Declaração do(s) superficiário (s) constando que o imóvel onde se pretende lavrar o bem mineral é de sua propriedade

(Modelo 1); ou • Instrumento de autorização do(s) proprietário(s) para lavrar a substância mineral especificada e sua localização dentro do

perímetro da propriedade (Modelo 2).

2. LICENÇA DA PREFEITURA O REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL depende da obtenção pelo interessado de Licença Específica e numerada, com data de expedição e vigência, concedida pela Autoridade Administrativa local do(s) município(s) onde se localiza a jazida a ser explorada, devendo constar na licença, no mínimo, as seguintes informações (Modelo 3):

• Nome do licenciado; • Localização, município e estado em que se situa a área; • Substância mineral licenciada; • Área licenciada em hectares; • Memorial descritivo ou descrição da área licenciada que permita sua localização, desde que conste, no mínimo, um

ponto de coordenadas geodésicas, datum SAD 69 da área licenciada; • Data da sua expedição. Quando a área pleiteada ao REGIME DE LICENCIAMENTO MINERAL se situar em mais de um município, a LICENÇA MUNICIPAL deverá ser obrigatoriamente obtida em cada uma das Prefeituras. COMO PROCEDE AO REQUERIMENTO JUNTO AO DNPM O registro de licença deverá ser pleiteado mediante formulário padronizado de pré-requerimento eletrônico, disponível para preenchimento no sítio do DNPM na internet, após o que deverá ser impresso pelo interessado para protocolização, na forma e prazo fixados na Portaria DNPM nº 268, de 27 de setembro de 2005.

O requerimento impresso deverá ser protocolizado em 02 vias, junto ao 6º Distrito do DNPM, localizado a Rua 84, nº 593, Setor Sul, Goiania-GO, instruído obrigatoriamente, pelos seguintes documentos:

I - em se tratando de pessoa física, comprovação da nacionalidade brasileira, ou, tratando-se de pessoa jurídica, comprovação do número de registro da sociedade no Órgão de Registro do Comércio de sua sede e do CNPJ; II – licença específica expedida pela autoridade administrativa competente do(s) município(s) de situação da área requerida; III - declaração de ser o requerente proprietário de parte ou da totalidade do solo e/ou instrumento de autorização do(s) proprietário(s) para lavrar a substância mineral indicada no requerimento em sua propriedade ou assentimento da pessoa jurídica de direito público, quando a esta pertencer parte ou a totalidade dos imóveis, excetuando-se as áreas em leito de rio; IV - planta de situação da área objetivada na forma estabelecida na Portaria DNPM nº 263, de 10 de julho de 2008. Mapa em escala 1:50.000 ou 1:100.000, mostrando uma visão de conjunto, relacionando a área requerida, Ponto de Amarração da poligonal da área, com as principais vias de acesso, rios, limites dos municípios, aglomerados urbanos, etc., conforme (Modelo 6). V - memorial descritivo da área objetivada na forma estabelecida na Portaria DNPM nº 263, de 10 de julho de 2008; VI - anotação de responsabilidade técnica – ART original do profissional responsável pela elaboração do memorial descritivo e da planta de situação; VII – plano de aproveitamento econômico, assinado por profissional legalmente habilitado, acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica, quando o empreendimento envolver desmonte com uso de explosivos ou operação de unidade de beneficiamento mineral, inclusive instalações de cominuição, excetuando-se peneiramento na produção de agregados;

IX - procuração pública ou particular com firma reconhecida, se o requerimento não for assinado pelo requerente (Modelo 4);

X - prova de recolhimento dos emolumentos fixados em Portaria do DNPM. XI – O Requerente dispensado da apresentação de plano de aproveitamento econômico fica obrigado a apresentar memorial explicativo das atividades de produção mineral, assinado por profissional legalmente habilitado (engenheiro de minas ou técnico em mineração), acompanhado da respectiva anotação de responsabilidade técnica, contendo, no mínimo, o método de produção mineral a ser adotado, suas operações unitárias e auxiliares, tais como, decapeamento, desmonte, carregamento, transporte, manutenção de equipamentos, construção de áreas de depósito de estéril e barramentos, escala de produção, mão de obra contratada, medidas de segurança, de higiene do trabalho, de controle dos impactos ambientais e de recuperação da área minerada e impactada. Deverão ser anexados à primeira via do requerimento original ou cópia autenticada dos documentos necessários. A declaração ou autorização do superficiário e a procuração deverá ter firma reconhecida em cartório. IMPORTANTE

• O memorial explicativo das atividades de produção mineral ou o plano de aproveitamento econômico, conforme o caso, deverá ser apresentado ao DNPM em uma via. Uma cópia desse memorial deverá ser mantida nas instalações da mina, tanto para nortear as operações de lavra, quanto para fins de fiscalização do DNPM.

• Após a análise final do requerimento pelo DNPM será encaminhada ao interessado, pelo Chefe de Distrito, com aviso de recebimento, uma DECLARAÇÃO de que o requerente se encontra apto a receber o título. Essa declaração deverá instruir o processo de requerimento da licença ambiental da área.

• O requerente deverá apresentar ao DNPM, no prazo de até 60 (sessenta) dias contados da data constante do aviso de recebimento da DECLARAÇÃO ou, se for o caso, da data de ciência nos autos, a licença ambiental de instalação ou de funcionamento, ou comprovar, mediante cópia do protocolo do órgão ambiental competente, que ingressou com o requerimento de licenciamento ambiental, dispensada qualquer exigência por parte do DNPM, sob pena de indeferimento do requerimento de registro de licença.

• O prazo de validade do título de licenciamento será limitado ao menor prazo de validade dentre aqueles previstos na licença específica expedida pelo município, na autorização do proprietário do solo ou no assentimento da pessoa jurídica de direito público. Na ausência de prazo de validade específico no documento, o prazo será considerado como indeterminado.

• A extração efetiva da substância mineral ficará condicionada à emissão do Registro de Licença pelo DNPM e à vigência da licença ambiental de funcionamento.

• A lavra somente poderá ocorrer dentro dos limites (coordenadas) constantes na licença ambiental. • O vencimento da Licença Ambiental de Funcionamento implica na suspensão imediata das atividades de lavra pelo titular,

exceto se houver comprovação, através de protocolo no órgão ambiental, de que a renovação da licença foi requerida no prazo de até 120 (cento e vinte dias) dias antes do término da sua vigência, conforme determinado no § 4º do art. 18 da Resolução CONAMA nº 237, de 19 de dezembro de 1997.

O QUE FAZER QUANDO A ÁREA ESTÁ ONERADA JUNTO AO DNPM? Em algumas situações é possível entrar em acordo com o titular da área e proceder a uma cessão de direitos minerários junto ao DNPM. Há ainda a possibilidade de proceder o desmembramento vertical da área. Cada situação deve ser avaliada por um profissional habilitado, que orientará sobre alternativa possível para a regularização da área.

Compensação Financeira Pela Exploração De Recursos Minerais - CFEM

A CFEM, instituída pela Lei No 7.990, de 28 de dezembro de 1989, é devida pelos detentores de direito minerários, em decorrência da exploração dos recursos minerais para fins de aproveitamento econômico. É calculado sobre o valor de 2% do faturamento líquido, considerado como tal o valor de venda do produto mineral, deduzidas os impostos incidentes na comercialização, bem como as despesas com transporte e seguros. Quando não ocorre a venda, porque o produto mineral é consumido, transformado ou utilizado pelo próprio minerador, considera-se então como valor para efeito de cálculo da CFEM, a soma das despesas diretas e indiretas ocorridas até o momento da utilização do produto mineral. Os recursos da CFEM são distribuídos da seguinte forma: 12% para a União, 23% para o Estado e 65% para o município produtor. Considera-se como município produtor àquele no qual ocorre a extração da substância mineral.

Caso a área licenciada abranja mais de um município, deverá ser preenchida uma guia de recolhimento para cada município, observada a proporcionalidade da produção efetivamente ocorrida em cada um deles. O pagamento da Compensação Financeira deverá ser efetuado mensalmente até o último dia útil do segundo mês subsequente ao fato gerador, nas agências do Banco do Brasil, por meio da guia de recolhimento específica. LICENCIAMENTO AMBIENTAL Licença de Instalação: autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambientais e demais condicionantes. Licença de Funcionamento: autoriza o funcionamento da atividade ou empreendimento após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para o funcionamento. COMO REQUERER A LICENÇA AMBIENTAL A Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Estado de Goiás – SEMARH-GO é o órgão responsável pelo licenciamento ambiental de empreendimentos minerários do Estado. Além da SEMARH algumas Prefeituras Municipais credenciadas junto a SEMARH, podem licenciar atividades minerárias, de acordo com legislação específica.

Para pleitear o licenciamento ambiental para a atividade minerária junto a SEMARH, o requerimento específico ao tipo de licença, deverá ser instruído com os seguintes documentos, conforme detalhado na Portaria SEMARH 010/2010: Licença de Instalação

• Se o empreendimento já possuir licença anterior, apresentar cópia da mesma; • Em se tratando de pessoa física, cópia da CI e CPF ou, tratando-se de pessoa jurídica, cópia do Contrato Social e do CNPJ; • Comprovante de quitação da taxa (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais - DARE); • Publicações (Originais), conforme Resolução CONAMA 006/86; • Certidão de Registro do Imóvel (inteiro teor) emitida em até 90 dias, referente a toda a área do empreendimento, com

averbação da Reserva Legal. Caso a propriedade não possua Reserva Legal averbada ou necessite relocá-la, deverá ser apresentada declaração do empreendedor e/ou responsável técnico de que a área do empreendimento mineral não interfere em reserva local. Caso haja interferência, apresentar documento de comprovação de relocação da reserva legal, atendendo a legislação vigente;

• Certidão de Uso do Solo ou Licença específica expedida pela autoridade administrativa competente do(s) município(s) onde se desenvolverá a atividade;

• Certidão da Concessionária de Abastecimento Público do Município ou da Prefeitura Municipal, declarando se o manancial é ou não de abastecimento público, para atividades que envolvam diretamente o manancial. Para as demais, deverá ser apresentada a Declaração do tipo de abastecimento de água e coleta de esgoto do Empreendimento;

• Procuração pública ou particular com firma reconhecida, se o requerimento não for assinado pelo Empreendedor; • Mapa de detalhe conforme Anexo II desta Portaria. • Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) referente aos Mapas e estudos ambientais (RCA/PCA). • Croqui de acesso ao local do empreendimento, quando situado em zona rural; • Protocolo do requerimento da Licença de Exploração Florestal, quando for o caso, acompanhado de mapa

georreferenciado; • Declaração de Regularidade junto ao DNPM/MME. No caso do regime de Autorização de Pesquisa, o processo deverá

estar na fase de requerimento de lavra ou com solicitação de Guia de Utilização, informação que deverá constar na Declaração;

• Planta de situação conforme memorial descritivo aprovado pelo DNPM; • Para Empreendimentos minerários cujas atividades se desenvolverão dentro de reservatórios de usinas hidrelétricas ou de

Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH´s), já implantados, deverão apresentar a anuência da empresa concessionária, constando as coordenadas do local do empreendimento;

• Para empreendimentos que contemplem mais de um processo junto ao DNPM, apresentar adicionalmente, planta de situação única, georreferenciada, na escala1:50.000, constando a delimitação de todas as poligonais aprovadas no DNPM, devidamente identificadas e delimitação da área a ser licenciada.

• Plano de Controle Ambiental e Relatório de Controle Ambiental, elaborado por técnico habilitado segundo as diretrizes da Portaria SEMARH 010/2010;

• A explotação de minerais de emprego direto na construção civil, por órgãos da administração direta e autárquica do Estado e dos Municípios, para uso exclusivo em obras públicas por eles executadas diretamente, poderá ser objeto de Registro de Extração no DNPM, nos termos do Decreto 3.358/2000. Neste caso específico, é dispensada a apresentação dos documentos relativos ao DNPM no requerimento inicial das licenças ambientais de instalação e funcionamento, junto a essa Secretaria. A cópia do Registro de Extração deverá ser protocolada ao processo de licenciamento ambiental, no prazo máximo de 15 dias, contados da data de expedição pelo DNPM.

Licença de Funcionamento:

• Cópia da Licença de Instalação; • Comprovante de quitação da taxa (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais - DARE); • Publicações (Originais), conforme Resolução CONAMA 006/86; • Certidão de Registro do Imóvel (inteiro teor), referente a toda a área do Empreendimento, com averbação da Reserva

Legal. Caso a propriedade não possua Reserva Legal averbada ou necessite relocá-la, deverá ser apresentada declaração do empreendedor e/ou responsável técnico de que área do empreendimento mineral não interfere em reserva local. Caso haja interferência, apresentar documento de comprovação de relocação da reserva legal conforme legislação vigente;

• Cópia da Portaria de Lavra e/ou Registro de Licença (ou de sua publicação no Diário Oficial da União) e/ou Declaração do DNPM/MME constando a solicitação da Guia de Utilização, conforme o caso;

• Relatório de Controle Ambiental – RCA detalhando a situação de implantação do empreendimento, com destaque para as medidas mitigadoras;

• Empreendimentos que contemplem mais de um processo junto ao DNPM, apresentar adicionalmente, planta de situação única, georreferenciada, na escala 1:50.000, constando a delimitação de todas as poligonais aprovadas no DNPM, com a identificação e delimitação da área a ser licenciada. Deverá ainda ser informada a situação ambiental atual das áreas relativas aos processos DNPM onde não haverá atividade no período de vigência da licença de funcionamento, incluindo relatório fotográfico.

Renovação de Licença de Funcionamento:

• Cópia da Licença de Funcionamento anterior; • Comprovante de quitação da taxa (Documento de Arrecadação de Receitas Estaduais - DARE); • Certidão de Uso do Solo ou Licença específica expedida pela autoridade administrativa competente do(s) município(s)

atualizada onde se desenvolverá a atividade; • Certidão da Concessionária de Abastecimento Público do Município ou da Prefeitura Municipal, declarando se o

manancial é ou não de abastecimento público, para atividades que envolvam diretamente o manancial. Para as demais, deverá ser apresentada a Declaração do tipo de abastecimento de água e coleta de esgoto do Empreendimento;

• Publicações (Originais), conforme Resolução CONAMA 006/86; • RCA – Relatório de Controle Ambiental das medidas efetivamente implantadas e aquelas que deverão ser implantadas

durante o período de vigência da licença com respectivo cronograma; • Procuração pública ou particular com firma reconhecida, se o requerimento não for assinado pelo Empreendedor; • Atualização do mapa de detalhe georreferenciado conforme o Anexo II desta Portaria; • Anotação de Responsabilidade Técnica - ART referente ao Mapa e RCA; • Demais documentos constantes nos Art. 2º desta Portaria cujo prazo de validade estejam vencidos ou que não tenham sido

apresentados anteriormente; • Cópia do título minerário definitivo expedido pelo DNPM, de acordo com o regime de exploração (Registro de Licença ou

Portaria de Lavra); • Declaração de Regularidade se houver alteração de processo junto ao DNPM; • Para processos sob Regime de Autorização de Pesquisa junto ao DNPM, na fase de pesquisa com guia de utilização,

apresentar Declaração de Regularidade do DNPM constando a solicitação da renovação da Guia de Utilização e Cópia da Guia de Utilização anterior.

IMPORTANTE

A renovação da licença de funcionamento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva da SEMARH. A Licença de Exploração Florestal será exigida sempre que houver necessidade de desmatamento tanto para a instalação quanto para a ampliação do empreendimento. A instalação e o funcionamento de empreendimentos minerários com intervenção em APP devem atender a Resolução CONAMA 369/06 e dependem da aprovação do órgão licenciador.

LICENCIAMENTO DA INDÚSTRIA CERÂMICA

• Requerimento Modelo da SEMARH; • Taxas de Instalação e Funcionamento; • Certidão de Uso do Solo, emitida pela Prefeitura Municipal; • Procuração, se for o caso; • Declaração da Prefeitura Municipal ou da Concessionária de Abastecimento Público do Município quanto ao abastecimento

de água e coleta de esgoto na Indústria Cerâmica; • Certidão de Registro de Imóvel, inteiro teor, constando a averbação da Reserva Legal da propriedade; • Contrato de arrendamento, se for o caso; • Mapa da propriedade onde insere-se o empreendimento, com a localização da indústria, delimitando a Reserva Legal e APPs; • Publicações conforme Resolução CONAMA 006/86; • Croqui de acesso detalhado; • Certificado de Consumidor de lenha em vigor; • Contrato social e CNPJ; • CPF e Identidade do sócio que assina o requerimento ou do procurador; • Memorial de Caracterização do Empreendimento, acompanhado da planta baixa e fotos.

MODELO 1

DECLARAÇÃO DE PROPRIEDADE

Eu, ---------------------------------------------------------------------------------, brasileiro, casado, agropecuarista, portador do CPF (MF) nº ------------------------------, estabelecido na Rua -------------------------------------------------------, nº --------- Setor-----------------------------, na cidade de --------------------------, no Estado de -------------------------------------, DECLARO para os devidos fins, que sou proprietário do imóvel rural denominado de Fazenda ----------------------------------------------, localizada na zona rural do município de --------------------------------------, no Estado de --------------------------------------.

---------------------------, ------ de --------------------------- de 20----.

-------------------------------------------------------------

Nome

MODELO 2

AUTORIZAÇÃO

Eu, --------------------------------------------------------------------------, portador do CPF (MF) nº ----------------------------, residente e domiciliado na Rua -------------------------------------, nº -----------, Setor -------------------------------------, na cidade de -------------------------------, no Estado de -------------------------, por este instrumento, autorizo o Sr. (ou empresa) ------------------------ -----------------------------------------------, com CPF nº ------------------------- , a explorar a substância mineral -------------------------------, pelo prazo de ------------- anos, numa área de --------- ha, no lugar denominado Fazenda ----------------------------------------------------, de minha propriedade situada no município de ------------------------------------------------------ no Estado de Goiás.

-------------------, ----- de -----------------------de 20-

-------------------------------------------------------------

Nome

MODELO 3

PREFEITURA MUNICIPAL DE -----------------------------------------------

LICENÇA Nº __________/20___

O prefeito Municipal de ---------------------------------------------- no Estado de Goiás, no uso da competência de que trata o art. 3º, da Lei nº 6.567, de 24 de setembro de 1978, obedecidas às disposições constantes na Portaria N° 266, de 10/07/2008, publicada no DOU em 11/07/2008 e da Portaria Nº 564 de 19/12/2008 publicada no DOU em 23/12/2008, do Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral, do Diretor Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, resolve licenciar o Sr./Empresa --------------------------------------------------------------------------------------, brasileiro, casado, CPF/CNPJ nº --------------------------, residente/estabelecida na Rua ----------------------------------------, nº-----------, Setor ---------------------------------------- em ---------------------------------------, no Estado de -----------------------------, para extrair a substância mineral ------------------, pelo prazo de ------------- anos, numa área de ------- ha, localizada na zona rural deste município, no lugar denominado Fazenda --------------------------------------------------------, cujo imóvel é de propriedade Sr. ------------------------------------------------------------------. conforme memorial descritivo a seguir, Datum SAD-69.

COORDENADAS GEODÉSICAS DOS VÉRTICES VÉRTICE LATITUDE LONGITUDE

01 02 03 04 05

---------------------, -------- de ---------------------------- de 20_

________________________________

Prefeito Municipal / Secretário do Meio Ambiente

MODELO 4

INSTRUMENTO PARTICULAR DE PROCURAÇÃO OUTORGANTE : _____________________________, EMPRESA PRIVADA/PESSOA FÍSICA, INSCRITA NO CNPJ/CPF Nº ___________, COM SEDE NO ENDEREÇO _______________________________________________________.

OUTORGADOS : ---------------------------------------------------------------------------, brasileiro, casado, (PROFISSÃO), domiciliado à Rua ---------------------- nº-------, Setor ---------------------------, na cidade de ----------------------------------------, no Estado de --------------------. CEP: ----------------------, portador da carteira de identidade, nº-----------------------------, CPF nº ----------------------.

PODERES :

ESPECIAIS PARA REPRESENTAR O OUTORGANTE PERANTE O DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL – DNPM, SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS HÍDRICOS – SEMARH-GO, QUALQUER ÓRGÃO AMBIENTAL DO ESTADO DE GOIÁS, CONFEA/CREA EM TODAS AS SUAS CIRCUNSCRIÇÕES, SANEAGO, IBAMA, PREFEITURAS MUNICIPAIS OU PERANTE OUTRAS REPARTIÇÕES COMPETENTES PARA ASSUNTOS RELACIONADOS COM ESSES ÓRGÃOS, PODENDO ASSINAR REQUERIMENTOS DE REGISTRO DE LICENÇA, REQUERIMENTO DE AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA, REQUERIMENTO DE REDUÇÃO DE ÁREA, CESSÃO TOTAL E PARCIAL DE DIREITOS MINERÁRIOS APENAS COMO CESSIONÁRIO, REQUERER CADASTRAMENTO NESTES ÓRGÃOS, SOLICITAR PARCELAMENTO DE MULTAS, JUNTAR E RETIRAR DOCUMENTOS EM QUAISQUER DESTES ÓRGÃOS, PRESTAR ESCLARECIMENTOS E INFORMAÇÕES, PEDIR VISTAS DE AUTOS E PROCESSOS E OBTER CÓPIAS DE DOCUMENTOS CONSTANTES DE PROCESSOS EM TRAMITAÇÃO EM QUAISQUER DESTES ÓRGÃOS, ENFIM PRATICAR TODOS OS ATOS PERMITIDOS EM DIREITO QUE SE FIZEREM NECESSÁRIOS. COM VALIDADE DE 02 ANOS.

Goiânia, de de 20.

_____________________________________________ NOME DO OUTORGANTE

MODELO 5

MODELO 6

Figura 03: Fluxo Lavra Clandestina

Figura 04: Fluxo apuração de lavra clandestina

ADOÇÃO DE UM MODELO DE LAVRA COOPERATIVADA COMO OPÇÃO DE REGULARIZAÇÃO DA EXTRAÇÃO DE ARGILAS

a) REGULARIZAÇÃO DA LAVRA DE ARGILAS (para passos a seguir para regularização, ver item

INTRODUÇÃO do GUIA ORIENTATIVO PARA REGULARIZAÇÃO DA LAVRA).

b) LAVRA E PREPARAÇÃO DA MATÉRIA PRIMA Segundo os relatórios do Plano Nacional de Mineração, predominam empreendimentos de pequeno porte no setor, com escala de produção variando de 1 mil a 20 mil t/mês. Em parcela significativa das minerações, a lavra é realizada sem planejamento adequado e muitos pequenos empreendimentos são conduzidos de maneira precária, com práticas artesanais e sem o devido controle técnico das operações. De modo geral, a mineração de argila carece de investimentos em modernizações tecnológicas e gerenciais necessárias ao aprimoramento do sistema de produção envolvendo a pesquisa mineral, a lavra e o beneficiamento. Isso acarreta deficiências e grande variabilidade na qualidade das matérias primas, prejudicando a competitividade de toda a cadeia produtiva. Ocorre, também, que parte dos empreendimentos opera de maneira informal ou em desacordo com a legislação mineral e ambiental, colocando em risco tanto o controle e a recuperação ambiental das áreas mineradas, quanto o próprio abastecimento das cerâmicas. Citamos abaixo, os principais problemas na lavra de argilas: • Fácil acesso dos clandestinos ao mercado/lavra ilegal; • Falta de caracterização tecnológica da argila; • Pesquisa e lavra de outras substâncias minerais em áreas com potencial para argilas; • Baixa produtividade da lavra (ociosidade de equipamentos e paradas não programadas); • Processo de lavra inadequado (pesquisa mineral insuficiente ou nula) � “garimpão de argila” e lavra predatória �

técnicas inadequadas e baixa recuperação da jazida; • Falta de conhecimento dos depósitos de argila (formato, extensão e distribuição dos corpos, reservas totais, qualidade e

tipos dos contaminantes) � menor recuperação da jazida; • Escala de produção baixa com alto custo de produção; • Pequenas e médias mineradoras não garantem o fornecimento de matéria prima homogênea na lavra e nos estoques �

impactos em todo o fluxo produtivo da cerâmica; • Foco no custo da argila, em detrimento de sua qualidade; • Impactos e passivos ambientais; • Jazidas cada vez mais distantes das indústrias cerâmicas, elevando o custo do frete (Mina/Cerâmica) � elevação do custo

final de produção da cerâmica; • Ausência de Plano Diretor de Mineração local/regional e inserção da mineração nos Planos Diretores Municipais � perda

de áreas de extração de argilas para ocupação urbana e outras atividades econômicas; • Competição com atividades ligadas à agricultura e pecuária; • Reação das comunidades locais.

Figura 05: Pressões na lavra de argilas

c) MINA “COOPERATIVADA” E CENTRAL DE MASSAS Uma importante tendência mundial no setor cerâmico é a profunda alteração no modelo de fornecimento de matéria prima, com a valorização das “Centrais de Massa”, que garantem um fornecimento de argilas com qualidade conhecida. No Brasil, devido à pulverização e porte das minas, a qualidade da argila é muito heterogênea, ocorrendo inclusive a situação de argilas de alta qualidade sendo utilizadas em peças cerâmicas de baixo valor agregado, o que constitui uma enorme fonte de desperdício. Apesar da ampla disponibilidade de matéria prima, essa vantagem competitiva não é devidamente potencializada pelo setor no Brasil.

A formulação da massa é feita geralmente de forma empírica pelo ceramista, envolvendo a mistura de uma argila “gorda”, caracterizada pela alta plasticidade, granulometria fina e composição essencialmente de argilominerais, com uma argila “magra”, rica em quartzo e menos plástica, que pode ser caracterizada como um material redutor de plasticidade e que permite a drenagem adequada das peças nos processos de secagem e queima. Busca-se por meio dessa mistura, a composição de uma massa que tenha algumas funções tecnológicas essenciais, tais como: Plasticidade: propiciar a moldagem das peças; Resistência mecânica à massa verde e crua: conferir coesão e solidez às peças moldadas, permitindo a sua trabalhabilidade na fase pré-queima; Fusibilidade: favorecer a sinterização e, conseqüentemente, a resistência mecânica e a diminuição da porosidade; Drenagem: facilitar a retirada de água e a passagem de gases durante a secagem e queima, evitando trincas e dando rapidez ao processo produtivo (na queima); Coloração das peças: atribuir cores às cerâmicas por meio da presença de corantes naturais (óxidos de ferro e manganês), aproveitando as características da argila. Devido ao desconhecimento acerca da matéria prima e à falta de homogeneidade na sua formulação, há uma série de impactos ao longo do processo produtivo, com elevação dos custos e queda de qualidade. Um “mix” de massas com diferentes argilas permitiria uma ampla flexibilidade na produção de diversos tipos de cerâmicas, de acordo com as condições e necessidades de mercado, garantindo um amplo fornecimento de matéria prima devidamente certificada (com possibilidade de rastreamento da procedência da produção, favorecendo as minas regularizadas). Processos como sazonamento também teriam uma contribuição para a melhoria da qualidade da matéria prima. Um novo modelo de fornecimento de argilas e implantação de centrais de massa representa uma resposta adequada, competitiva e sustentável para as empresas de cerâmica no Brasil. Diante da tradição vigente desde o final do século XIX, de uma produção sem o devido controle legal, ambiental e social, uma mudança de paradigma torna-se cada vez mais viável e necessária. Para iniciar esse processo de mudança, é necessário fazer um diagnóstico da situação atual da produção de argila, avaliando todas as áreas produtoras de argilas e suas características (nível de produção, reservas, qualidade da matéria prima, distância da região produtora, etc). A central deverá compreender um conjunto de operações relativamente simples envolvendo etapas como: recebimento/classificação das argilas, definição da pilha de estocagem, sazonamento, cominuição, homogeneização, mistura de diferentes tipos de argilas (composição de massas) e formação de lotes (certificados) de matérias-primas. Dessa forma, serão formados lotes com misturas dosadas prontas para cada cerâmica, visando atender da melhor forma possível, seu mix de produção (telhas, blocos, tubos etc). Com esse novo modelo de produção, viabiliza-se a contratação de pessoal especializado e a introdução de técnicas mais modernas de extração, que possibilitam e viabilizam uma maior escala de produção, com menor custo e melhor qualidade.

Figura 06: Situação atual do modelo de fornecimento de argila

Na busca de maior competitividade, cada vez mais as empresas focam sua atividade principal que é a fabricação das peças cerâmicas. O modelo de central de massa é bastante vantajoso:

• Maior escala de produção por mina (formalizada e legalizada);

• Planejamento de lavra/conhecimento geológico e melhor uso futuro da área; • Melhoria da qualidade da matéria prima; • Menor impacto ambiental e menor custo de recuperação da área minerada; • Melhor alocação dos recursos humanos e uso compartilhado de pessoal especializado (geólogos, engenheiros, consultores,

etc); • Menor custo de frete da argila (Mina-Cerâmica); • Menor custo de investimento total e de produção (CAPEX e OPEX) na mina; • Melhor alocação e uso de equipamentos (caminhões e pás-carregadeiras, etc); • Menor estoque de peças de reposição dos equipamentos da mina; • Fornecimento de matéria prima na medida da necessidade da cerâmica (Just in time) � menor necessidade de capital

parado com estoques e maior organização do pátio de estocagem; • Maior poder de barganha na compra de peças, equipamentos e insumos da mina; • Blendagem de argilas diferentes, maximizando o aproveitamento das reservas locais; • Maiores possibilidades de blendagem, inclusive viabilizando o aproveitando de outros materiais (resíduos de rochas,

argilas menos nobres, etc); • Foco na produção cerâmica (o ceramista passa a ter garantia de qualidade da matéria prima e pode atuar somente no

processo produtivo das peças cerãmicas); Falando em qualidade e seus custos, existe uma questão importante no fluxo produtivo da cerâmica: os custos da má qualidade estão sendo medidos e combatidos nas cerâmicas? Culturamente, esses custos se tornaram invisíveis e aceitáveis como se fossem parte do processo produtivo, sem qualquer avaliação ou mensuração dos impactos. Existem ainda outras questões: Qual o impacto da qualidade da matéria prima nesta perda? Quais foram as causas dessa perda? Quais são os processos críticos? Como atuar visando reduzir estes impactos? Abaixo, as respostas:

• Mensurar os custos da má qualidade (em termos de valor e quantidade) em todas as etapas produtivas; • Identificar as causas e atuar corretivamente (Diagrama Causa Efeito, Diagrama 6 M ou Espinha de Peixe): estratificar as

causas da má qualidade (método, mão de obra, máquina, meio ambiente, etc), analisando as principais (aplicação do Diagrama de Pareto);

• Fazer controle de processo (CEP) para os principais etapas e processos críticos; • Definir e gerenciar indicadores de desempenho; • Treinar as equipes de trabalho; • Definir indicadores de ecoeficiência (gasto com energia, insumos, desperdícios, etc); • Seguir as normas de qualidade setoriais e as normas ISO 9000, 14000, etc (ABNT); • Atender a normatização de cada tipo de produto.

Para exemplificar, temos o processo de conformação das peças (extrusão), que é afetado por diversas variáveis. Das mais impactantes, podemos citar: qualidade e umidade da massa; temperatura e pressão de extrusão; características da boquilha; diâmetro, passo e rotação da hélice e vácuo. Em todo processo produtivo da cerâmica, uma matéria prima com qualidade conhecida e assegurada tem uma importante parcela na qualidade final do produto e seu custo final. Variáveis que provocaram as evoluções Políticas públicas para a pequena mineração � apoio e estímulo ao processo de legalização. Reconhecimento da importância da pequena mineração e da atividade de cerâmica vermelha no contexto local, regional e elo da cadeia produtiva da construção civil. Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) � critérios legais, ambientais e econômicos. Na questão legal, o fator LEGALIZAÇÃO DAS JAZIDAS é diretamente associado a sustentabilidade legal. Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013) Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade com procedência legal visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Situação atual das variáveis provocadoras das evoluções Definir a lavra de argila legalizada como atividade estratégica e de utilidade pública � geração de emprego/renda, polos de desenvolvimento e garantia de materiais à cadeia da construção civil. Complexidade do atual Marco regulatório (e do novo marco em discussão no Congresso � prazos, custos, formalidade). Disseminação da GU (Guia de Utilização) para legalização da extração durante a fase de pesquisa mineral). Tendências Futuras das variáveis provocadoras

Legislação Ambiental cada vez mais exigente. A redução das reservas de argilas de qualidade � simplificação da complexidade elevará a oferta de novas jazidas. Novo Marco regulatório da Mineração. Novos competidores em novas/outras regiões no setor de cerâmica� maior sustentabilidade e maior competitividade. Valorização da Sustentabilidade. Maior impacto da licença social e atuação das comunidades afetadas. Pressão da sociedade e das comunidades pela lavra legal � recolhimento dos tributos e taxas e ações de responsabilidade socioambiental. Lavra cooperativada de argila � redução de custos, otimização das reservas. Contextualização desta questão O Governo Federal dentro de sua linha de ação (Plano Plurianual - PPA) colocou a valorização da pequena e média mineração em destaque, apoiando programas de regularização e formalização em destaque, bem como o fortalecimento dos APLs de base mineral. Desta forma, o setor de cerâmica vermelha ganha um destaque, pela expressiva produção de argilas no Brasil. É o 4º bem mineral mais produzido em quantidade (depois do Minério de ferro e Agregados). Devido ao fato da cerâmica ser uma atividade centenária, criou uma cultura de extração de argilas sem a sustentabilidade legal, além da abundância associada com falta de fiscalização, facilitando a extração ilegal. Esta variável também é crítica, pois a complexidade do Marco Regulatório (mineral e ambiental) resulta em um alto índice de ilegalidade e informalidade desta atividade. É necessário disseminar boas práticas no que tange a legalização da extração de argilas estimulando o processo negocial (DNPM, titulares de direitos minerários e mineradores de argilas) com a adoção de mecanismos como a cessão de áreas (vertical e/ou horizontal) para a pequena e média empresa de mineração, apoiando e intensificando seu papel na inclusão produtiva e social. Dentro do código atual, há mecanismos que podem e devem ser incentivados para apoiar o segmento da pequena e média empresa de mineração. Variáveis que provocaram as evoluções Exigência de sustentabilidade pelo mercado e atores (consumidores, reguladores, MP, Governos, etc) � simplificação do Marco � apoio a pequena empresa de mineração Oneração de áreas para grandes mineradoras � novos mecanismo de ação para cessão de áreas. Necessidade de atendimento ao marco regulatório vigente (Código de Mineração vigente (Decreto-Lei 227, de 28.02.1967) e alterações subsequentes). Novo Marco da Mineração em discussão na Camara Federal (PL n. 5.807/2013). Necessidade de garantir o fornecimento de matéria prima de qualidade visando garantir a sustentabilidade da produção de cerâmico no APL Norte de Goiás. Tendências Futuras das variáveis provocadoras Legislação Ambiental cada vez mais exigente. A redução do número das áreas exploráveis de argila de várzeas e necessidade de reposição das reservas em distância econômica. Novo Marco regulatório da Mineração. Novos competidores em novas/outras regiões � maior sustentabilidade e maior competitividade Elevação dos custos de produção devido a maior distância das áreas de extração de argilas dos pólos produtores de cerãmica. Ruptura Futura da variável Maior poder de regulação e atuação do DNPM. Independente da disponibilidade de um título minerário, o DNPM tem como prerrogativa, atuar no sentido de garantir um fluxo de fornecimento de matérias primas para sustentabilidade da atividade de produção de cerâmica, garantindo a geração de emprego e renda e apoiar o desenvolvimento local. Novo Marco Regulatórios � introdução maiores mecanismos de intervenção e regulação do Estado e apoio ao setor de agregados e argilas (evitar entraves diversos / simplificação dos procedimentos de legalização do setor). Disseminação da cessão horizontal de áreas, reequilibrando a disponibilidade de áreas de argilas � maior fluxo de oferta de áreas para argilas. Estímulo a implantação de novas políticas públicas como a adoção de um SIMPLES MINERAL. Ruptura Futura da evolução da variável Encontra-se em andamento no DNPM a avaliação de ação mais forte no sentido de inibir que as empresas tenham total controle das áreas com o título minerário, apoiando o processo de formalização/regularização da atividade de extração de argilas, bem como um maior acesso as áreas com maior proximidade do polo produtor. Por outro lado, também deve ser estimulada e fortalecida a esfera negocial, com preferência que o DNPM atue como um agente moderador, estimulando mecanismos legais dentro do atual código como cessão e anuência de áreas que já se encontram oneradas. Disseminação da cessão horizontal de áreas: Fixação de limite em profundidade por superfície horizontal, de jazida preexistente, de acordo com o estabelecido no artigo 85 do Código de Mineração e Portaria do DNPM nº 248/1997. Vide Parecer DNPM 001/2000 e Portaria 248/97.

Definição de Hipóteses da Variável Hipótese 1 Manter a atividade totalmente informal sem acesso a oportunidades de crescimento. Hipótese 2 Manter a atividade formal somente em algumas exigências da lei, limitando o acesso a credito e comercialização para entidades públicas. Hipótese 3 Manter a atividade totalmente formalizada com acesso a todos os meios de incentivo ao crescimento do negócio, criando competitividade e oportunidade e desenvolvimento SITES CONSULTADOS: Referências/sites consultados: www.anicer.com.br www.apicer.com.pt www.dnpm.gov.br www.mme.gov.br www.ibram.org.br www.almg.gov.br ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Arranjos Produtivos Locais e o Desenvolvimento Sustentado do Estado de São Paulo. São Paulo. 2005. SGM/MME – Brasil. Anuário Estatístico: Setor de Transformação Não metálicos, 2013, 97 p.