bullying na internet

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Ciberbullying: (difamação, humilhação, gozação, através da Internet)

O que é?

Bullying é uma palavra de origem inglesa, que não foi traduzida para o português. Trata-se de uma prática que compreende comportamentos em diversos níveis que vão desde gozações e “brincadeiras” inoportunas, como colocar apelidos, discriminar e ignorar os colegas, até ações altamente agressivas, sob formas verbal ou física, que ocorrem intencionalmente e sem motivação aparente.

Ocorrem normalmente na escola , na sala de aula e nos espaço de mídia social na Internet, causando dor e angústia e intimidação da vítima dentro de uma relação desigual de poder.

O “bullying ocorre quando se pensa existir perseguição e humilhação prolongada por parte de uma ou mais pessoas que se servem do seu poder para intimidar outro mais fraco que passa a ser a vítima num relacionamento em que precisamente o poder e a desigualdade dificultam que a última se proteja.” psicóloga Ana Tomas Almeida

Bullying não é brincadeira porque só existe brincadeira quando todos os envolvidos se divertem. Quando uns se divertem e outros sofrem (porque são os objetos da diversão), não pode haver

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brincadeira e sim violência, ou usando o termo dos jovens: sacanagem.

Quem são os atores dessa peça de mal gosto?

1. AS VÍTIMAS

Uma criança jovem vítimas de bullying irão enfrentar, no futuro e como resultado dos traumas provocados por esta prática, muitos problemas que ferem a sua auto-estima: desde distúrbios alimentares, desemprego, problemas de relações humanas, medo de terem os seus próprios filhos e um elevado risco de suicídio.

As vítimas sofrem humilhações e recebem apelidos que lhes expõem ao ridículo, podendo, às vezes, perder sua própria referência e identidade, eis que passam a ser conhecidas apenas por apelidos pejorativos, que reduzem sua auto-estima.

Elas, por serem diferentes - diferenças sociais, econômicas, físicas e intelectuais - são perseguidas, humilhadas, intimidadas, ignoradas ou excluídas, silenciando o sofrimento em razão da timidez ou por medo ou vergonha de demonstrar fraqueza.

SINAIS SINTOMASNão querer ir à sula Deprimir-seEvita sair de casa Ficar AgressivoPede para sair de escola Perder o estímuloVolta da escola com roupas ou livros rasgados e contusões

Perder a auto-estima

Tem baixo rendimento escolar

Ficar ansioso e como medo

Abandona os estudos Ter sentimentos negativosIsolar ou retrair-se Deixar de ser relacionar bem

Com a introdução de novas plataformas tecnológicas no quotidiano das pessoas, principalmente o celular com vídeo e câmara fotográfica e a Internet, o fenômeno do bullying vem se alastrando de forma alarmante.

Estes novos meios tecnológicos funcionam em benefício do agressor, que pode difamar ocultando a sua identidade. Não são raras nem estranhas as situações de manipulação e colocação de fotos, mensagens e vídeos na Internet com o objetivo de denegrir a imagem alheia.

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2. OS AGRESSORES

São geralmente os líderes da turma, os mais populares, aquelesGeralmente, são os líderes da turma, populares e carismáticos e gozam de situação social mais elevada. Se Sentem superiores e impunes e não respeitam os seus colegas, aproveitando da sua fragilidade ou diferenças. Vive procurando excluí-lo do grupo, submetendo-os a gozações e humilhações.

É comum abordarem colegas com problemas de obesidade, baixa-estatura, deficiência física, ou outros aspectos culturais, étnicos ou religiosos.

Os agentes de bullying, se não tratados por profissionais ou interrompidos pela justiça, têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas.

3. AS TESTEMUNHAS

As testemunhas são os colegas dos agressores que não sofrem nem praticambullying, mas convivem diariamente com o problema e se omitem por medo e insegurança. Sabem e presenciam tudo, mas se sentem ameaçados, porque, se delatarem (“dedarem”) o agressor , poderão se tornar as “próximas vítimas”. Intimidadas, optam pela omissão e pelo silêncio. Mas, comumente, acabam se tornando cúmplices da situação, participando das agressões, principalmente nos comunidades de difamação criadas nas plataformas de mídia social Isso causa um incômodo e uma insegurança que podem influenciar negativamente em sua rotina e desenvolvimento emocional .m

4. OS DEFENSORES

O cyberbullying é um abuso de “poder” e considerado crime e passível de sanções como outro qualquer:

É praticado por alguém que acha que tem mais poder ou está em melhor situação social do que aquela que humilha;

Quase sempre “ culpa” (cometendo difamação e calúnia e injúria) o acusado como o alvo de seus abusos;

Nas maioria das situações, o alvo não consegue parar as humilhações por conta própria. Precisa da intervenção da justiça.

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“Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, é crime de constrangimento ilegal.” ARTIGO 146 DO CÓDIGO PENAL

“Ameaçar alguém, por palavra, escrita ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, também é crime e o autor deverá responder na justiça.” ARTIGO 147 DO CÓDIGO PENAL

“Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus diretos fundamentais.” ARTIGO 5º - Lei 8.069/90 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais. ARTIGO 17 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - Lei 8.069/90

O que está acontecendo:

Pesquisas demonstram que:

Um incidente de bullying acontece a cada sete minutos; quase um terço da moçada que utiliza a Internet já sofreu algum tipo de agressão ao navegar na rede.

Os adultos intervêm em apenas 4% dos incidentes; Os colegas intervêm em apenas 11% dos incidentes;

Não precisa mais explicar porque as pessoas querem que isso pare: os jovens praticam o bullying ( humilham seus colegas) durante a adolescência são propensos a ser tornarem agressivos e terem registros criminais na sua vida adulta;

Os adultos vêm isso como uma parte inevitável do comportamento infantil.

Com a introdução de novas plataformas tecnológicas no quotidiano das pessoas, principalmente o celular com vídeo e câmara fotográfica e a Internet, o fenômeno do bullying vem se alastrando de forma alarmante.

Estes novos meios tecnológicos funcionam em benefício do agressor, que pode difamar ocultando a sua identidade. Não são raras nem estranhas as situações de manipulação e colocação de fotos, mensagens e vídeos na Internet com o objetivo de denegrir a imagem alheia

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Que conclusão tiramos desse modelo?

As crianças aprendem muito mais do que elas vêem os adultos fazendo do que dos adultos falando.

Quando os adultos não intervêm, os agressores sentem que não existe nada de errado com suas atitudes.

Os agredidos acabam achando que eles merecem passar por isso e não sabem e nem conseguem como escapar.

Os agressores, as vítimas e os familiares não conhecem as conseqüências jurídicas aplicáveis e nem os mecanismos de denúncia.

O que fazer?

Apesar da existência de leis que regulam estes comportamentos, está provado que isso não é suficiente e que será necessária uma mudança social muito mais estrutural. Essa mudança exigirá sobretudo que a escola, a família e a sociedade como um todo sejam capazes de funcionar como veículos de transmissão e de ensino dos valores - cívicos, éticos, morais - pelos quais se pretendem regular.

Os adultos podem intervir efetivamente na eliminação ou redução desse grave problema. A primeira coisa a fazer é identificar as atitudes inaceitáveis dos colegas, como:

Agressão física: bater, chutar, empurrar, encurralar; Agressão verbal: ameaçar, gozar, espalhar rumores, intimidar

chingar; Exclusão das atividades: nem todos precisam ser amigos, mas

não podem sistematicamente excluí-los

Como prevenir e coibir

Nosso êxito vai depender muito mais do ensino de princípios e valores em nossas intervenções disciplinares, na escola e na família, e intervenções judiciais por meio de denunciais.

NA ESCOLA:

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É importante que os pais dialoguem sempre com seus filhos,orientando-os e participando mais de sua vida escolar e estabelecendo limites, próprios da educação. É necessário também que os pais estejam mais presentes e atentos ao comportamento de seus filhos, observando qualquer mudança brusca de suas atitudes, sempre ensinando o respeito às diferenças, que é fundamental. É preciso ainda saber ouvir o filho, sem julgar ou criticar, reforçando os sentimentos desegurança e confiança no ambiente familiar, não ignorando a timidez do filho ou o seu jeito mais gozador, pois ambos precisam de ajuda e acompanhamento.

As escolas devem investir mais na prevenção, através do esforço permanente de sua equipe, procurando sempre incluir nas suas práticas educacionais diárias e atividades extras,temas para discutir com a família e os alunos. Somente com o fortalecimento da relação PAIS, ALUNOS e ESCOLA, cada um colaborando dentro de sua competência, haverá resultado qualquer trabalho para coibir as manifestações de violência dentro da escola. É importante ainda estimular a discussãoaberta sobre a temática juntamente ao corpo docente, pais e alunos, com a execução de propostas de atividades que trabalhem a afetividade e a emoção, o respeito e a tolerância.

Algumas práticas:

Respeitar a autonomia dos jovens. Não podemos mudá-los. Mas podemos aumentar o preço de seus comportamentos demonstrando as conseqüências. Podemos construir relações de apoio para que eles se sintam motivados a serem membros contribuintes da escola. Podemos reconhecer suas atitudes e ações positivas. Eles escolhem o comportamento; nós os ajudamos a ver que eles têm escolhas e a encontrar as melhores.

Preservar o senso de pertencimento dos jovens. Fazendo com que se sintam bem-vindos à escola; fazendo com que os resultados que esperam sejam vistos como conquistados e não arrancados a pulso com raiva ou rejeição; evitando que o seu mal comportamento seja tratado como algo pessoal; mantendo um tom positivo de sentimento ao disciplinar. Os jovens tendem a ser mais responsáveis e receptivos e a mudar quando são tratados com sentimentos positivos e afetividade.

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Ensinar o pensamento de causa e efeito e promover o desenvolvimento da consciência. Podemos ajudar os jovens a ver os relacionamentos entre o que eles fazem e o que lhes acontece usando abordagens disciplinares previsíveis, transparentes e consistentes. Podemos elogiar para ajudá-los a conectar s seus comportamentos positives aos resultados positivos. Podemos ajudá-los a descobrir os efeitos positivos e negativos de suas ações sobre os colegas por meio de observação e reflexão.

NA FAMÍLIA:

É importante que os pais dialoguem sempre com seus filhos, orientando-os e participando mais de sua vida escolar e estabelecendo limites, próprios da educação. É necessário também que os pais estejam mais presentes e atentos ao comportamento de seus filhos, observando qualquer mudança brusca de suas atitudes, sempre ensinando o respeito às diferenças, que é fundamental. É preciso ainda saber ouvir o filho, sem julgar ou criticar, reforçando os sentimentos de segurança e confiança no ambiente familiar, não ignorando atimidez do filho ou o seu jeito mais gozador, pois ambos precisam de ajuda e acompanhamento.

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O DESAFIO:

VÍTIMAS, TESTEMUNHAS, PAIS, PROFESSORES: ENFRENTEM:

Identificando e denunciando o agressor, quebrando o silêncio;

Mobilizando toda a comunidade escolar para uma campanha permanente em prol de uma cultura de paz e o respeito às diferenças;

Implantando regras anti-bullying envolvendo os professores, os funcionários, os alunos, os pais e a justiça (Regimento Interno da Escola);

Estimulando o protagonismo juvenil.

DENUNCIAR É DEVER LEGAL

ECA, Art. 245 - Os profissionais de educação têm o DEVER LEGAL de

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comunicar à autoridade competente (Conselho Tutelar, Juiz da Infância ou Promotor de Justiça) casos de suspeita ou ocorrência confirmadas de violência contra crianças e/ou adolescentes.

Como sociedade, estamos agora dando maior atenção a esse sério problema. Ao vermos as crianças sendo vítimizadas, nos sentimos impotentes.

DE QUEM É O DEVER:

Dos pais: “todos têm receio de que o filho seja alvo de humilhação, exclusão ou brincadeiras de mau gosto por parte dos colegas, para citar exemplos da prática, mas poucos são os que se preocupam em preparar o filho para que ele não seja autor dessas atividades” Rosely Sayão

De todos nós: “QUEM TRANSFORMA O MUNDO NÃO SÃO AS MAIORIAS ACOMODADAS, MAS SIM AS MINORIAS DETERMINADAS” Maurice Duverger

Chega! Nós podemos fazer por onde! Nossos filhos precisam ser protegidos: como vítimas ou como ofensores.

TOMEMOS ATITUDES LEGAIS!