bulletin noticias da india

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A companhado por uma delegação de 20 membros, o Ministro brasileiro das Relações Exteriores Antonio Patriota visitou a Índia nos dia 11-13 de dezembro para co-presidir a 5ª Reunião da Comissão Mista Índia-Brasil (JCM) com o Ministro das Relações Exteriores S. Krishna. Os dois líderes encontraram-se em Nova Delhi em 12 de dezembro. Durante o JCM, ambos os lados discutiram uma ampla gama de questões relativas à Parceria Estratégica Índia-Brasil, incluindo questões políticas, econômicas e comerciais, agri- cultura, ciência e tecnologia, defesa, cul- tura, hidrocarbonetos. Eles trocaram opiniões sobre a evolução regional e assun- tos internacionais de interesse comum. As relações diplomáticas entre a Índia e o Brasil foram estabelecidas em 1948. Ambos os países mantêm relações cordiais e amistosas, caracterizadas pela troca pe- riódica de visitas em todos os níveis, va- lores compartilhados e interesses comuns. “A parceria estratégica mutuamente benéfica abrange um vasto leque de nossas relações. A Índia e o Brasil mantêm con- tatos próximos nos fóruns multilaterais, em particular nas Nações Unidas, Organização Mundial do Comércio e no G-20. A coo- peração entre os dois países através dos grupos IBAS, BRICS e BASIC é uma outra dimensão de nossas relações,” de acordo com um comunicado do Ministério das Relações Exteriores. NOTÍCIAS DA Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília Vol. 5 Número 23 India A ntes da realização da cúpula dos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Nova Delhi em 2012, o Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh disse que as economias emergentes podem desempe- nhar um papel importante na estabilidade financeira global e precisam se consultar mutuamente, tendo em vista os novos desafios políticos e de segurança que o mundo enfrenta. “Num momento de incerteza econômica, especialmente na zona do euro, o cresci- mento e a prosperidade das economias BRICS podem desempenhar um papel importante na garantia da estabilidade econômica e financeira no nível global,” disse Dr. Manmohan Singh em 15 de dezembro, antes de sua visita à Rússia com duração de três dias. O Primeiro Ministro disse que a relevân- cia dos países BRICS na ordem interna- cional aumentou ao longo do tempo. Estes países compartilham posições semelhantes sobre questões como as refor- mas das instituições de Bretton Woods, o protecionismo comercial e a Rodada de Desenvolvimento de Doha, a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e o apoio de uma ordem mundial multipolar, justa e democrática, disse ele. A Índia será anfitriã da cúpula BRICS em março de 2012. “O programa dos países BRICS vai além do meramente econômico e inclui questões como o terrorismo internacional, mudanças climáticas e segurança alimentar e energética. O mundo também enfrenta desafios políticos e de segurança, especial- mente na Ásia Ocidental,” disse Dr. Manmohan Singh. O Primeiro Ministro ressaltou que, no contexto desses desafios globais, era “ainda mais essencial para os países BRICS se consultarem mutuamente neste momento”. Crescimento em alta graças à tecnologia da informação P7 BRICS é fonte de estabilidade, diz PM India Faleceu o herói romântico Dev Anand P5 Realizada 5ª Reunião da Comissão Mista Índia-Brasil Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh P ara Bashir Ahmad Sheikh, 40 anos, não é importante saber se a arte da tecelagem do kangri, braseiro tradi- cional da Caxemira, surgiu antes ou depois do período dos imperadores mogóis. Para ele, é o único modo de vida que conhece. “Aprendi a arte com meu pai e, talvez, ele também com seu próprio pai. Com certeza, tudo o que sei é que fazer um par de kangris diariamente é o meu ganha-pão de cada dia,” disse ele. O frio do inverno severo que o Vale da Caxemira vive no momento veio a calhar para esta alma resistente. “Fazer um kangri comum leva cerca de três horas. Cada kangri é vendido por cerca de US$ 3. Sim, os melhores custam muito mais. Compro os braseiros de argi- la e, em seguida, fabrico a cesta de salgueiro para cobrí-los. “Os galhos do salgueiro são recolhidos na floresta que fica atrás do vilarejo, mas o pastoreio livre de grandes rebanhos de cabras e ovelhas está destruindo os arbus- tos dos salgueiros hoje em dia”, disse Bashir curvando cuidadosamente os galhos de salgueiro em torno do braseiro de barro. Dentro do kangri, o carvão vai queiman- do lentamente e produz calor embaixo do pheran, tradicional capa de lã de tweed usada pelos habitantes da Caxemira. “Carregar o kangri embaixo do pheran é algo que os habitantes da Caxemira têm feito durante gerações. Lembro que, durante as noites de inverno, meu pai usava o kangri embaixo do cobertor e nunca aconteceu nada, até mesmo quan- do meu pai estava dormindo,” disse Mestre Habibullah, 64 anos, que vive no vilarejo de Chanduna, norte da Caxemira. Disponível em várias cores e tamanhos, os kangris são vendidos em todo o vale. Como a eletricidade é muito instável na região, o kangri continua sendo a melhor opção de aquecimento para enfrentar o frio do inverno rigoroso da Caxemira. Kangris e Caxemira ... feitos um para o outro! Ministro das Relações Exteriores S. M. Krishna com o Ministro brasileiro das Relações Exteriores Antonio Patriota em Nova Delhi, 12 de dezembro A Índia iniciou os preparativos para sediar em março a reunião dos líderes dos cinco países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com uma competição para criar um logotipo para a cúpula dos países BRICS 2012. Esta será a quarta cúpula BRICS que reunirá os líderes das potências econômicas emergentes para discutir uma série de questões globais. A Índia será a anfitriã da cúpula BRICS pela primeira vez desde que a primeira cúpula foi realizada na cidade russa de Yekaterinburg, em junho de 2009. Naquela época, a África do Sul não fazia parte do grupo que foi denomina- do BRIC, termo cunhado pelo econo- mista da Goldman Sachs Jim O’Neill para designar as quatro economias emergentes que mais crescem no mundo. Pretoria juntou-se ao BRIC, mudan- do a nomenclatura do grupo para BRICS, apenas em abril de 2011 na cúpula de Sanya na China. O Ministro indiano das Relações Exteriores, S. M. Krishna, deve visitar as capitais dos países BRICS para con- vidar os líderes destes países para a cúpula de Nova Delhi. A cúpula será realizada no contexto do aprofundamento da crise financeira global com a persistente recessão na zona do euro. O Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh também deve encontrar os líderes de China, Brasil, Rússia e África do Sul para negociações bilaterais à margem da cúpula. Índia se prepara para receber cúpula BRICS

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Boletim n. 23

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Page 1: Bulletin Noticias da India

Acompanhado por uma delegação de20 membros, o Ministro brasileirodas Relações Exteriores Antonio

Patriota visitou a Índia nos dia 11-13 dedezembro para co-presidir a 5ª Reunião daComissão Mista Índia-Brasil (JCM) com oMinistro das Relações Exteriores S. Krishna.Os dois líderes encontraram-se em Nova

Delhi em 12 de dezembro. Durante o JCM,ambos os lados discutiram uma amplagama de questões relativas à ParceriaEstratégica Índia-Brasil, incluindo questõespolíticas, econômicas e comerciais, agri-cultura, ciência e tecnologia, defesa, cul-tura, hidrocarbonetos. Eles trocaramopiniões sobre a evolução regional e assun-tos internacionais de interesse comum.

As relações diplomáticas entre a Índia eo Brasil foram estabelecidas em 1948.Ambos os países mantêm relações cordiaise amistosas, caracterizadas pela troca pe-riódica de visitas em todos os níveis, va-lores compartilhados e interesses comuns.“A parceria estratégica mutuamente

benéfica abrange um vasto leque de nossasrelações. A Índia e o Brasil mantêm con-tatos próximos nos fóruns multilaterais, emparticular nas Nações Unidas, OrganizaçãoMundial do Comércio e no G-20. A coo-peração entre os dois países através dosgrupos IBAS, BRICS e BASIC é uma outradimensão de nossas relações,” de acordocom um comunicado do Ministério dasRelações Exteriores.

N O T Í C I A S D A

Uma Publicação da Embaixada da Índia, Brasília

Vol. 5 Número 23IndiaAntes da realização da cúpula dos

países BRICS (Brasil, Rússia,Índia, China e África do Sul), emNova Delhi em 2012, o Primeiro

Ministro Dr. Manmohan Singh disse que aseconomias emergentes podem desempe-nhar um papel importante na estabilidadefinanceira global e precisam se consultarmutuamente, tendo em vista os novosdesafios políticos e de segurança que omundo enfrenta.“Num momento de incerteza econômica,

especialmente na zona do euro, o cresci-mento e a prosperidade das economiasBRICS podem desempenhar um papelimportante na garantia da estabilidadeeconômica e financeira no nível global,”disse Dr. Manmohan Singh em 15 dedezembro, antes de sua visita à Rússia comduração de três dias.O Primeiro Ministro disse que a relevân-

cia dos países BRICS na ordem interna-cional aumentou ao longo do tempo.Estes países compartilham posições

semelhantes sobre questões como as refor-

mas das instituições de Bretton Woods, oprotecionismo comercial e a Rodada deDesenvolvimento de Doha, a realizaçãodos Objetivos de Desenvolvimento doMilênio e o apoio de uma ordem mundialmultipolar, justa e democrática, disse ele.A Índia será anfitriã da cúpula BRICS em

março de 2012. “O programa dos países BRICS vai além

do meramente econômico e inclui questõescomo o terrorismo internacional, mudançasclimáticas e segurança alimentar eenergética. O mundo também enfrentadesafios políticos e de segurança, especial-mente na Ásia Ocidental,” disse Dr.Manmohan Singh. O Primeiro Ministro ressaltou que, no

contexto desses desafios globais, era“ainda mais essencial para os países BRICSse consultarem mutuamente neste momento”.

Crescimento em alta graças àtecnologia da informação P7

BRICS é fonte de estabilidade, diz PM

IndiaFaleceu o herói romântico DevAnand P5

Realizada 5ª Reunião da Comissão Mista Índia-Brasil

Primeiro Ministro Dr. Manmohan Singh

Para Bashir Ahmad Sheikh, 40 anos,não é importante saber se a arte datecelagem do kangri, braseiro tradi-

cional da Caxemira, surgiu antes ou depoisdo período dos imperadores mogóis. Paraele, é o único modo de vida que conhece.“Aprendi a arte com meu pai e, talvez, eletambém com seu próprio pai. Comcerteza, tudo o que sei é que fazer um parde kangris diariamente é o meu ganha-pãode cada dia,” disse ele.O frio do inverno severo que o Vale da

Caxemira vive no momento veio a calharpara esta alma resistente.“Fazer um kangri comum leva cerca de

três horas. Cada kangri é vendido por

cerca de US$ 3. Sim, os melhores custammuito mais. Compro os braseiros de argi-la e, em seguida, fabrico a cesta desalgueiro para cobrí-los.“Os galhos do salgueiro são recolhidos

na floresta que fica atrás do vilarejo, mas opastoreio livre de grandes rebanhos decabras e ovelhas está destruindo os arbus-tos dos salgueiros hoje em dia”, disseBashir curvando cuidadosamente os galhos de salgueiro em torno do braseirode barro.Dentro do kangri, o carvão vai queiman-

do lentamente e produz calor embaixo dopheran, tradicional capa de lã de tweedusada pelos habitantes da Caxemira.

“Carregar o kangri embaixo do pherané algo que os habitantes da Caxemiratêm feito durante gerações. Lembro que,durante as noites de inverno, meu paiusava o kangri embaixo do cobertor enunca aconteceu nada, até mesmo quan-do meu pai estava dormindo,” disseMestre Habibullah, 64 anos, que vive novilarejo de Chanduna, norte daCaxemira.Disponível em várias cores e tamanhos,

os kangris são vendidos em todo o vale.Como a eletricidade é muito instável naregião, o kangri continua sendo a melhoropção de aquecimento para enfrentar ofrio do inverno rigoroso da Caxemira.

Kangris e Caxemira ... feitos um para o outro!

Ministro das Relações Exteriores S. M. Krishnacom o Ministro brasileiro das RelaçõesExteriores Antonio Patriota em Nova Delhi,12 de dezembro

AÍndia iniciou os preparativospara sediar em março a reuniãodos líderes dos cinco países

BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China eÁfrica do Sul) com uma competiçãopara criar um logotipo para a cúpulados países BRICS 2012.Esta será a quarta cúpula BRICS que

reunirá os líderes das potênciaseconômicas emergentes para discutiruma série de questões globais. A Índia será a anfitriã da cúpula

BRICS pela primeira vez desde que aprimeira cúpula foi realizada na cidaderussa de Yekaterinburg, em junho de2009. Naquela época, a África do Sul não

fazia parte do grupo que foi denomina-do BRIC, termo cunhado pelo econo-mista da Goldman Sachs Jim O’Neillpara designar as quatro economiasemergentes que mais crescem nomundo. Pretoria juntou-se ao BRIC, mudan-

do a nomenclatura do grupo paraBRICS, apenas em abril de 2011 nacúpula de Sanya na China. O Ministro indiano das Relações

Exteriores, S. M. Krishna, deve visitaras capitais dos países BRICS para con-vidar os líderes destes países para acúpula de Nova Delhi. A cúpula será realizada no contexto

do aprofundamento da crise financeiraglobal com a persistente recessão nazona do euro.O Primeiro Ministro Dr. Manmohan

Singh também deve encontrar oslíderes de China, Brasil, Rússia e Áfricado Sul para negociações bilaterais àmargem da cúpula.

Índia se prepara para receber cúpula BRICS

Page 2: Bulletin Noticias da India

Adécima-sétima sessão daConferência das Partes daConvenção-Quadro das NaçõesUnidas sobre Mudanças Climá-

ticas (COP-17) foi realizada em Durban,África do Sul, de 28 novembro a 9 dezem-bro de 2011 para debater diversas questõesrelacionadas às mudanças climáticas noâmbito do Protocolo de Quioto. A Índiadesempenhou um papel significativo nosucesso da Conferência de Durban, no quediz respeito ao estabelecimento do segun-do período de compromisso do Protocolode Quioto, a partir do dia 1° de janeiro de2013, imediatamente após o termo doprimeiro período de compromisso. A COP-17 também decidiu desenvolver

mecanismos legais de valorização dasações de todas as partes interessadas noâmbito da Convenção. A Índia garantiu queo novo regime, que terá que ser aprovadoem 2015 e implementado a partir de 2020,será estabelecido no âmbito da Convenção.A Índia enfatizou as questões de equidadee de responsabilidades comuns, porémdiferenciadas (CBDR) nas negociaçõessobre a mudança climática. A Índia con-tribuiu também para a criação do chamado‘Green Climate Fund’ em Durban.As decisões da Conferência das Partes

da Convenção-Quadro das Nações Unidassobre Mudanças Climáticas (COP-17) e doProtocolo de Quioto são tomadas na basede consenso. Em seu discurso na COP-17, realizada

em Durban, África do Sul, a Ministra doMeio-Ambiente e das Florestas, JayanthiNatarajan, declarou que a Índia estavaciente de suas responsabilidades emrelação às mudanças climáticas e que o paísjá tinha tomado novas medidas adicionaispara reforçar o controle da emissão degases de efeito estufa, em um regime detransparência internacional. A ministraindiana exortou os países desenvolvidos acumprirem sua parte do compromisso noâmbito da Convenção-Quadro e doProtocolo de Quioto, como foi estabeleci-do no Plano de Bali.

Texto do discurso da Ministra Natarajan nodebate especifico (High-level Segment) daCOP-17, realizada em Durban, África doSul, 7 de dezembro

“Senhora Presidente, Excelências,Senhoras e Senhores,Muito obrigada por esta oportunidade

de discutir uma questão tão importantecomo esta com a comunidade interna-cional. A Índia compartilha um grande vín-culo histórico com a África do Sul. Nóslhes demos Mohandas Gandhi, o advoga-do. Mas vocês nos deram o Mahatma, aGrande Alma. Temos orgulho dele e tam-bém do país que o transformou no que elese tornou. Estou certa que o mesmo espíri-to continuará a inspirar nossa jornadacomum no futuro para enfrentar asmudanças climáticas. Oferecemos totalapoio para garantir que a COP de Durbanse torne uma COP de sucesso para asmudanças climáticas.Somos um grande país, mas com peque-

nas emissões de carbono. Nossa emissãoper capita é de apenas 1,7 tonelada ao ano.Nossos estudos de modelagem mostramque, embora a taxa de crescimento tenha

sido de 8-9% ao ano em 2003, nossasemissões per capita não ultrapassaram 3,7toneladas. Nosso Primeiro Ministro decla-rou que seguiremos um caminho de cresci-mento que nos ajudará a permanecer sus-tentável, sem optar pelo caminho de cresci-mento intensivo de combustíveis fósseisseguido pelos países desenvolvidos no passado.Somos um país em desenvolvimento que

tem grandes necessidades energéticas nãosatisfeitas. Porém, estamos avançando rapi-damente no sentido de utilizar todas as viaspossíveis para gerar energias mais limpas.Temos um Plano de Ação Nacional sobreMudanças Climáticas. Também temos umameta para gerar 20.000 MW de energiasolar em 2020. Estamos fazendo isso emetapas para que os custos diminuam e omercado se desenvolva. Estamos imple-mentando ambiciosos programas de efi-

ciência energética. Em 2003, precisávamosde cerca de 190 gramas de óleo para pro-duzir um dólar de PIB. Agora, precisamosapenas de cerca de 140 gramas em 2009— uma diminuição acentuada de cerca de30% em seis anos. Isso é devido a umasérie de medidas políticas que adotamos.Temos impostos sobre o carvão. Seguimosum regime de preços elevados de energia,padrões obrigatórios de eficiênciaenergética e um mecanismo de comércioinovador para a eficiência energética.Como país em desenvolvimento, a Índia

enfrenta muitos desafios. Apesar disso,evoluímos de maneira muito construtivanas negociações. Estamos conscientes denossas responsabilidades e temos tomadonovas e adicionais ações de mitigação numregime de transparência internacional.Estamos cumprindo essas obrigações. Éhora dos países desenvolvidos cumpriremsua parte do compromisso no âmbito daUNFCCC e do Protocolo de Quioto comoestabelecido no Plano de Bali.É muito importante que, em Durban,

tomemos uma decisão clara e ratificável nosegundo período de compromisso doProtocolo de Quioto. Desejamos que este

acordo válido legalmente, do qual todosfazemos parte, não venha a caducar devidoà falta de ação de algumas partes. Isto vaiquestionar a credibilidade de qualquerfuturo instrumento juridicamente vinculativo.Também não devemos esquecer que,

para um grande número de pobres nomundo em desenvolvimento, o mundo nãomudou. Eles continuam a enfrentar odesafio de manter seu sustento e satisfazersuas necessidades básicas. Eles não podemser legalmente obrigados a reduzir suasemissões quando não há praticamentenenhuma emissão. O principal objetivo é aerradicação da pobreza e do desenvolvi-mento social e econômico. O desenvolvi-mento é o melhor remédio para o meio-ambiente.A Índia quer e espera que o Fundo

Climático Verde (GCF) seja estabelecido

em Durban. As partes dos países desen-volvidos, cujo compromisso é fornecerrecursos, devem concordar para capitalizaro Fundo, seu estatuto legal, e também paraa estrutura de longo prazo das fontes definanciamento para o GCF. Senhora Presidente, precisamos fazer

um trabalho substancial para o futuro. Aequidade é uma questão fundamental namudança climática. Trata não só da respon-sabilidade comum, porém diferenciada(CBDR), mas da equidade no acesso aosrecursos globais da atmosfera.Além disso, a questão das medidas uni-

laterais precisa ser tratada de modo quetais ações não se tornem ações comerciaisdisfarçadas. Da mesma forma, precisamosde mais trabalho na área dos IPRs parafacilitar o objetivo de desenvolvimento e atransferência de tecnologia a custosacessíveis. Vim a Durban com uma menteaberta e um espírito construtivo. Minhaconvicção é de que vamos efetivamenteimplementar e apoiar o regime demudanças climáticas, se o regime for sus-tentado no âmbito da convenção existentee aderir a estes princípios fundamentais.Muito obrigada.”

2 FOCO Índia NOTÍCIAS DA Índia

Em Durban, a Índia teve um papel fundamental no estabeleci-mento do segundo período de compromisso do Protocolo deQuioto a partir de 1 de janeiro de 2013, imediatamente após o

termo do primeiro período de compromisso.

Negociações sobre o clima em Durban:Índia destaca princípio de equidade

A Ministro Adjunta do Meio-Ambiente e das Florestas Jayanthi Natarajan e sua delegação sain-do de uma reunião a portas fechadas em 10 de dezembro de 2011 no último dia das negoci-ações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCCC) noCentro Internacional de Convenções em Durban.

Principais resultados daCOP-17 em Durban

As negociações da conferência daONU sobre mudanças climáticas,realizadas em Durban, África do

Sul, 4 de dezembro permitiram a adoçãodo Pacote de Durban em quatro pontospara salvar o planeta por meio do con-trole da emissão de gases de efeito estu-fa. Nas negociações de Durban, a Índiaconseguiu uma importante vitória quan-do foi incluída, no texto das ações coo-perativas de longo prazo, a demandaindiana de um acesso equitativo aodesenvolvimento sustentável dos paísesem desenvolvimento, sem serem preju-dicados por metas obrigatórias de cortesde emissõesA seguir, os principais resultados das

negociações de Durban:vProrrogação do Protocolo de Quioto:Para prorrogar por cinco anos oProtocolo de Quioto — o primeirotratado internacional para combateras mudanças climáticas a ser encerra-do em 2012. As partes são divididasem dois campos: Anexo 1, ou seja, ospaíses ricos que têm metas de cortesde emissões juridicamente obri-gatórias, e Não-Anexo 1, nações emdesenvolvimento que têm metas vo-luntárias de cortes. O segundo perío-do do protocolo de Quioto começaráa partir de 1° de janeiro de 2013.

vAções Cooperativas de Longo Prazo(LCA): São ações cooperativas delongo prazo adotadas para combateras mudanças climáticas. Em Durban,a Índia conseguiu uma importantevitória quando foi incluída no textoLCA a demanda indiana de um aces-so equitativo ao desenvolvimento sus-tentável dos países em desenvolvi-mento, sem serem prejudicados pormetas obrigatórias de cortes de emis-sões As recomendações de texto LCAterão que ser debatidas antes dapróxima reunião.

vFundo Climático Verde (GCF): NaConferência de Cancun em 2010, ospaíses ricos concordaram emfornecer US$ 100 bilhões ao GCFpara ajudar os países pobres atomarem as medidas exigidas pelasmudanças climáticas. Embora nãohaja dinheiro, um comitê foi criadopara iniciar o processo de determinaras contribuições dos países compro-metidos com o GCF. Foi acordadoque o fundo seria controlado pelaConferência das Partes (COP) daConvenção-Quadro sobre MudançasClimáticas Haverá 24 membros, comrepresentação paritária dos paísesdesenvolvidos e em desenvolvimento.

vFuturo do Regime de MudançasClimáticas: A conferência de Durbanconcordou em lançar um novo “pro-tocolo” ou, assinar um novo tratadono âmbito do qual todos os paísesterão de aceitar metas obrigatórias decortes de emissão de carbono. Foiacordado que o novo regime deve serconcluído até 2015 para que possa serimplementado a partir de 2020.

Page 3: Bulletin Noticias da India

General mohammed Abdul mubeen, Chefedo Estado-maior do Exército do Bangladeshem visita ao ministro da Defesa A. K.Antony em Nova Delhi, 1 de dezembro.

ministro das Finanças de trinidad e tobago,Winston Dookeran (à direita), em visita aoministro das Finanças Pranab mukherjee, emNova Delhi, 8 de dezembro.

ministro de DRH Kapil Sibal (à direita)com Farooq Wardak, ministro daEducação do Afeganistão, em NovaDelhi, 8 de dezembro.

Henri Loyrette, Presidente do museu doLouvre, França, com a ministra da Habitaçãoe Alívio da Pobreza Urbana e Cultura, KumSelja em Nova Delhi, 2 de dezembro.PA

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AMedia MONITOR 3NOTÍCIAS DA Índia

Jinju, muitas vezes descrita como acidade mais bonita da Coreia do Sul, éum importante centro de educação com

muitos colégios, faculdades comunitárias euniversidades. Parece estranho, portanto,para um adolescente da cidade ter quedeixar seus pais e estudar num internato deuma terra estranha, a milhares de quilôme-tros de sua casa. É exatamente o que está fazendo Sang

Cho Hyeon, um jovem de 18 anos, estu-dante no penúltimo ano da escola secun-dária de Woodstock em Mussoorie, norteda Índia. Mas ele não é o único. Há cente-nas de jovens asiáticos, especialmente daCoreia do Sul, matriculados em escolas emtoda a Índia, com saudades da terra natal,enquanto perseveram com seus estudos. E

a razão para essa conduta extraordináriapode ser resumida no que para eles é quaseuma palavra mágica: aprender inglês.“Uma grande parte da Ásia agora consi-

dera o inglês como um veículo importantepara o avanço econômico," disse AbhrajitBhattacharjee, Diretor de Desenvolvimentoem Woodstock. "Nosso programa denomi-nado ESL [Inglês como Segunda Língua] éum fator muito importante que atrai alunospara a escola.” Woodstock, aninhada nosopé do Himalaia, tem 63 estudantes daCoreia. Também tem quatorze tailandeses,nove vietnamitas, sete japoneses e doisestudantes de Taiwan, todos atraídos pelo

mesmo sonho: aprender inglês.De acordo com a Embaixada da Coreia

do Sul em Nova Delhi, há 1.100 estudantescoreanos matriculados em 43 escolas naÍndia. Há três anos, o número era aindamaior. "Os pais coreanos querem dar amelhor educação possível a seus filhos,"disse Taeyeong Jun, mestre coreano quechegou em Woodstock há três anos comsua esposa, Mijung Park, professora depiano, depois de se formar em Belfast."Na Coreia, mesmo endividados, os pais

coreanos estão dispostos a pagar muitodinheiro para a educação de seus filhos."Para ler a história completa, acesse:http://www.guardian.co.uk/educa-

tion/2011/dec/06/india-international-schools

Índia oferece inglês como trampolim

ONatal chega mais cedo em Shillong, cidade situada no nordeste da Índia, onde a gas-tronomia tradicional se mistura

com cantos cristãos e bolos de frutas paracelebrar o período das festas natalinas.Quando chega o frio em novembro, as

colinas ao redor de Shillong, capital doestado indiano de Meghalaya, ganham vidacom o som dos canticos alegres dos gruposde jovens que percorrem as ruas, cantandocanções tradicionais de Natal. Desde 1800,muitos membros das tribos locais Khasi,Garo e Jaintia se converteram ao cristianis-mo e, nesta época do ano, confraternizamcom música e comidas.Para realmente entender o que significa

o Natal aqui, decidimos passar a véspera deNatal na casa de um habitante local. No fimde semana, visitamos a família Hu DharSohliya para aprender a fazer um bolo deNatal à moda de Shillong, e realmenteapreciamos o profundo amor que eles têmpela cultura e pelas tradições natalinas. Embora a etnia Khasi seja muito reserva-

da na presença de estranhos, assistimos aum contagiante entusiasmo pela vida,

pleno de alegria e de humor. Receber bemos convidados especialmente oferecendocomidas variadas é outra característica queencontramos no grupo em questão.O Natal em Shillong significa visitar ami-

gos e familiares para trocar cumprimentose compartilhar refeições, tal como aconteceem muitas outras partes do mundo. Asfamílias fazem de tudo para agradar os visi-tantes e se esmeram, com muito orgulho,na preparação de pratos gastronômicos. O prato mais popular é o dohneiiong,

um delicioso prato de carne de porco, decor verde escuro com o gosto característi-co da pasta de gergelim preto. Quandopreparado com a carne de porco, o gerge-lim libera um gosto suave que complemen-ta perfeitamente as especiarias leves. Ojastem (arroz solto cozido com gengibre,cebola e açafrão) e putharo (panquecas dearroz cozido apenas em potes de barro)são os principais acompanhamentos. Oprato tradicional jadoh snam (ja significaarroz e doh, carne) de arroz preparado com

sangue de porco também é um dos preferi-dos dos Khasis, mas a maior parte doscristãos o preparam com arroz, carne deporco e cúrcuma ou jastem. (É realmentemuito melhor do que se pode imaginar.)Outro favorito é o doh shiang, preparado

com carne bovina moída, que agrada atodos os paladares não-vegetarianos, ouseja dos que comem carne. Os vegetarianosnão precisam se desesperar. Há uma versãovegetariana do dohneiiong, feita com lenti-lha preta da Bengala. No entanto, os vege-tarianos (e outros) que não possuem umestômago frágil podem sempre provar oextremamente picante tungrymbai, que éfeito com a fermentação de grãos de sojacozidos e enterrados dentro de sacos dejuta durante seis meses. Cestas de vime sãousadas para manter os sacos juntos e sãocuidadosamente arejadas, impedindo assimde estragar a preparação. Quanto mais velhas e malcheirosas, me-

lhor. Também muito popular durante aépoca festiva é o bolo tradicional de Natal(cheio de guloseimas de frutas e con-haque). Os bolos são presentes bem-vin-dos quando se visita os amigos e a família

e a maior parte das confeitarias fazem óti-mos negócios durante o período festivo.Mas o Natal e o espírito da comunidade

não estão presentes apenas na comida. Amissa do galo é muito popular e as igrejasficam lotadas e transbordam de alegria noNatal. A música desempenha um papelimportante junto aos povos tribais queparecem apreciar muito os cantos natali-nos, embora só alguns deles saibam lernotas musicais. Pauline Warjri, nativa deShillong e diretora do Coral Aroha dacidade, está tentando mudar isso. “Nuncapensei que os habitantes do Meghalayativessem aptidão para música, até o diaem que me mudei para Kodaikanal,”cidade situada nas montanhas, disse ela.“Quando cheguei lá, me dei conta decomo a música é parte integrante de nos-sas vidas.” Com inquieta alma musical, elaaprendeu sozi-nha piano e canto, e estu-dou no Trinity Guildhall College of Musicem Londres.Para ler a história completa, acesse: http://india.blogs.nytimes.com/2011/12/2

6/in-shillong-carols-and-dohneiiong-for-christmas/?scp=26&sq=India&st=cse

Celebrando o espírito do Natal em Shillong

Recentemente, um amigo queensina literatura britânica numaescola secundária pediu-me um

conselho para criar, em meio a suasatividades, uma unidade de adaptaçõesde obras famosas em filmes indianos.Ao colocar a questão no Twitter, surgiu

uma avalanche de respostas.Shakespeare, o maior nome da litera-

tura inglesa, está bem representadonos roteiros indianos. Além de umalonga história de desempenho e estu-dos na Índia (que datam do final doséculo 18, segundo o site ShakespeareGlobal), elementos típicos das obrasde Shakespeare como o amor, leal-dade, família, traição, gêmeos equestões de identidade são compo-nentes da mistura (masala) facilmenteadaptável ao cinema popular indiano.A geração dos heróis de Brontë, JaneEyre e Wuthering Heights foi retratadapelo “rei da tragédia” Dilip Kumar. Osmistérios de Agatha Christie e a con-fusão cômica de Oscar Wilde em 'TheImportance of Being Earnest' foitraduzido para o cinema Telugu, sub-stituindo o idealizado Earnest pelosuperstar Mahesh Babu.

Para ler a história completa, acesse: http://blogs.wsj.com/indiareal-

time/2012/01/10/bollywood-journal-jane-austens-india- adventures/?mod=WSJBlog

Aventuras indianas de JaneAusten

No lançamento oficial do programa “Ciência sem Fronteiras” do go-verno brasileiro, o Chefe Adjunto da Embaixada da Índia em BrasíliaVinod Sachdeva (centro) com a Presidente Dilma Rousseff.

Chefe Adjunto da Embaixada da Índia em Brasília Vinod Sachdevainteragindo com Luciene Diniz (centro), Superintendente encarrega-da (representante) do Estado de Goiás.

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4 NOTÍCIAS Indianas NOTÍCIAS DA Índia

Aatual desaceleração da expansãoeconômica e industrial indiana étemporária e o país deve voltar apatamares de crescimento mais

elevados em breve, pois está em melhorposição para resistir à crise econômicaglobal, declarou o Ministro das FinançasPranab Mukherjee, em 14 de dezembro.Em seu discurso inaugural na

'Conferência Internacional sobre asPolíticas Econômicas para EconomiasEmergentes', realizada em Nova Delhi, oministro indiano disse: "Acredito que arecessão atual será temporária e que nossaeconomia voltará a patamares de cresci-mento mais elevados em breve".O ministro Mukherjee acrescentou que

importantes fluxos de saída de capitaislevaram à recente volatilidade no valor darupia. Ele ressaltou que, da mesma maneiraque os ingressos excessivos de capitalestrangeiro em conseqüência da criseeconômica mundial levaram à forte valorização da rupia, a reversão dessemovimento resultou numa forte desva-lorização da moeda indiana. "Temos assistido à forte desvalorização

da rupia em relação ao dólar norte-ame-ricano nos últimos meses. A queda daprocura externa levou à desaceleraçãodas exportações nos últimos meses,ampliando o déficit em conta corrente

para 3% do PIB", disse ele. O ministrodas Finanças afirmou que a economiaindiana enfrentava problemas de inflaçãoalta e um crescente déficit fiscal, mas asituação não era tão grave como na

Europa e em outras partes do mundo. "Também temos que enfrentar desafios

fiscais, mas nossos problemas, se elesforem medidos em termos de dívida públi-ca agregada ou de tamanho do déficit fis-cal, não são tão grandes quanto os exis-tentes em muitos países europeus", disseele. "A economia indiana é, de certa forma,melhor colocado do que muitas outrasnações para resistir a um novo período deturbulência econômica mundial. A solidezfinanceira da economia indiana deve-se aimportância da demanda interna no PIBindiano," acrescentou Mukherjee. Aexpansão econômica indiana desaceleroumuito neste ano. Em 2011-12, a taxa decrescimento caiu de 7,7% no primeirotrimestre para 6,9% no segundo trimestre,comparado a uma meta orçamental decerca de 9%. "A taxa mensal de crescimento da pro-

dução industrial desabou em outubro. Emparte, isto resulta da situação econômicamundial, mas também de nossa própria lutacontra a inflação que freou os investimen-tos das empresas indianas", disse o mi-nistro das Finanças.

Crise financeira é temporária, Índia vai retomar forte crescimento

O Ministro indiano das Finanças, Pranab Mukherjee discursando na cerimônia de inauguraçãoda Conferência Internacional sobre Políticas Econômicas para Economias Emergentes, em NovaDelhi, 14 de dezembro.

Há cem anos, a Índia — que naépoca era colônia do ImpérioBritânico — gastou um milhão de

libras esterlinas para realizar em 12 dedezembro um durbar (proclamação) decoroação do rei Jorge V, no acampamentoKingsway, situado na capital do Raj britâni-co. Esse dia marcou o início da transfor-mação da antiga cidade de Delhi — amítica Indraprashtha do Mahabharata —em uma capital moderna e cosmopolita.A nova cidade foi fundada em 15 de

dezembro de 1911 — três dias depois dodurbar da coroação de Jorge V. A capitalrecebeu o nome de Nova Delhi em 1927 efoi oficialmente inaugurada em 13 defevereiro de 1931. Dois arquitetos britâni-cos, Edwin Lutyens e Herbert Baker, proje-taram o plano piloto da cidade. Embora a comemoração dos 100 anos

do durbar de coroação do rei Jorge V nãofosse considerado um grande evento pelogoverno indiano, o centenário da fundaçãode Nova Delhi tornou-se uma ocasião paramuitas pessoas explorarem o passadocolonial do país.“O governo da Índia acredita que a

comemoração do durbar de Jorge V podelegitimar a dominação colonial na Índia”,comenta Sunil Raman, jornalista e ativistado patrimônio que escreveu um novo livrointitulado “Delhi Durbar — 1911: TheComplete Story”.A maior mudança que trouxe a cerimô-

nia de coroação do dia 12 de dezembro de1911 para a cidade “foi o declínio da antigacidade de Shahjahanabad”. “Delhi semprefoi uma capital, exceto no curto tempo emque a East India Company esteve sediadaem Kolkata. Mas depois do durbar dacoroação, a antiga cidade de Shahjaha-nabad foi praticamente abandonada. Oregente britânico queria uma nova capital,”disse Raman. “O durbar da coroação —que foi realizado em um acampamento eque contou com a participação de100.000 pessoas — foi o primeiro eventoapresentado em filmes coloridos fora doReino Unido,” disse Raman.

Distribuído em uma área de mais de 30hectares, o campo da coroação hospedoumais de 2.140 pessoas em 2.000 barracas,disse Raman. O rei e a rainha ocupavamum conjunto de duas fileiras de três ten-das. O centro do acampamento era consti-tuído pela grande tenda de recepção ofi-cial, localizada abaixo da Torre Flagstaff,situada no Delhi Ridge.A cerimônia de coroação — um show

de opulência e ostentação — provocou

reações diversas nas mídias britânicas enacionalistas. “A imprensa nacionalistaindiana e os jornais norte-americanoscomentaram a escassez de alimentos e afome existente na Índia. Mas o Times of

India e o Pioneer, de propriedade britâni-ca, divulgaram todos os detalhes do even-to,” disse Raman.A lista de requisição e despesas é

incompreensível — como é a corres-pondência sigilosa entre os agentes políti-cos das províncias reais e o gabinete dovice-rei britânico.“O joalheiro oficial da Coroa britânica,

Garrard & Co, foi solicitado para criar asnovas coroas usadas na cerimônia indiana.Um novo diadema de um quilo, conhecidocomo a Coroa Imperial da Índia, foi reali-zado para o rei pelo valor de 60.000 librasesterlinas,” disse Raman. A jóia foi banca-da pela receitas fiscais indianas dois anosdepois.Para realizar a coroa da Rainha Mary, os

joalheiros reais utilizaram o diamanteKohinoor de 103 quilates que tinha sidodado à rainha Victoria após as guerrasAnglo-Sikh. “Ornamentada com 2.200outros diamantes, a coroa da rainha foi cri-ada de tal maneira que seus arcos podiamser removidos e transformados em umdiadema menos formal,” disse Raman.Um fio de telégrafo em cobre especial

de 1530 quilômetros de comprimento foiinstalado entre “Bombaim (agora Mumbai)e o escritório do Durbar em Delhi”.Houve confusão na hierarquia dos esta-

dos principescos e de seus soberanos quenão foram reconhecidos por ordem deimportância, observa o escritor e ativistaAggarwal Rohit.O sistema de purdah (costume pelo qual

as mulheres reais e dos haréns evitavam acompanhia de homens estranhos) tornouainda mais complicada a realização dosconvites para a coroação, disse ele.O iate real foi nomeado HMS Madina

para lembrar o mundo árabe.Cem anos depois, as memórias do

durbar da coroação permanecem ummomento importante na história da capital que se prepara para usar toda suainfluência e se tornar Patrimônio daHumanidade da Organização das NaçõesUnidas.

Centenário de Nova Delhi: passeio pelo Acampamento Kingsway

Cidades de DelhiLal Kot: fundada em 736 pela dinastiaTomar, em Lal Kot, perto do QutubMinar, MehrauliQila Rai Pithora: os reis Chauhan deAjmer conquistaram Lal Kot em 1180 erebatizaram-na Qila Rai Pithora.Mehrauli: fundada por QutubuddinAibak no século 12Siri: erguida por Alauddin Khilji em 1303Tughlaqabad: erguida por GhiyasuddinTughlaq, 1321-1325Jahanpanah: : fundada por Muhammadbin Tughlaq, 1325-1351Ferozabad: construída por Firuz ShahTughlaq, 1351-1388Dinpanah: fundada por Humayun Shergarh: erguida por Sher Shah SuriShahjahanabad: a cidade cercada pormuralhas foi construída por Shah Jahan,1638-1649New Delhi: construída pelos britânicospara se tornar a Capital da Índia, em 12de dezembro de 1911

O pavilhão principal do acampamentoKingsway, erguido em 1911 para hospedar arealeza britânica no durbar da coroação.

Os soberanos britânicos, o Rei Jorge V e aRainha Mary, realizam uma cerimônia espe-cial no Forte Vermelho como parte do dur-bar da coroação de 1911.

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NOTÍCIAS Indianas 5NOTÍCIAS DA Índia

OPrimeiro Ministro indiano Dr.Manmohan Singh inaugurouem 7 de dezembro a sextaedição da feira de telecomuni-

cações ‘Telecom India 2011’. O tema doevento realizado em Nova Delhi foi “m-Powering India”. Ao inaugurar o evento, oPrimeiro Ministro declarou que um fortesetor de telecomunicações facilitaria odesenvolvimento econômico e promoveriatambém o bem-estar social.

Texto do discurso do Primeiro Ministro:“Antes de mais, gostaria de felicitar oDepartamento de Telecomunicações e aFederação das Câmaras de Comércio eIndústria da Índia (FICCI) pela organiza-ção da série de conferências IndiaTelecom. Todas as edições anteriores daIndia Telecom revelaram-se extrema-mente proveitosas e produtivas, reunindoparticipantes do mundo inteiro que com-partilharam suas experiências e debate-ram questões essenciais para o cresci-mento saudável do setor das telecomuni-cações em nosso país. Estou certo de queesta conferência será ainda mais produti-va do que as que a precederam.Não é possível deixar de enfatizar a

importância de ter fluxos de informaçãoeficiente numa economia em rápidodesenvolvimento e modernização. Umforte setor das telecomunicações facilitao desenvolvimento econômico e pro-move, ao mesmo tempo, o bem-estarsocial. Estamos, portanto, satisfeitos emsaber que o setor indiano das telecomu-nicações cresce com ritmo acelerado aolongo de mais de uma década.Somos hoje o mercado de telecomuni-

cações que mais cresce no mundo,somando mais de 18 milhões de assi-nantes a cada mês. A penetração dosserviços de telefonia móvel aumentoucerca de 2% em 2000, atingindo 72,1%em agosto de 2011. Além disso, nossastarifas de telecomunicações estão entreas mais baixas do mundo. Tudo isso foipossível graças à regulamentação queestimula a concorrência e a inovação dasempresas do setor privado que atuam emnosso país. Manifesto minha grande satisfação por todos aqueles que con-tribuíram para esses resultados.Como todos sabem, a conectividade

em banda larga é uma ferramenta

poderosa para impulsionar o desenvolvi-mento e promover a inclusão social, pormeio de um acesso equitativo à infor-mação e ao conhecimento. Estima-se quecada aumento de 10 pontos percentuaisna penetração dos serviços de bandalarga conduz a um aumento de 1,3% doproduto interno bruto (PIB) de um país.Por isso, nosso governo luta parafornecer uma conectividade de bandalarga para todos os panchayats (conselhosmunicipais) de nosso país. Uma vez queos requisitos de largura de banda dospanchayats se tornam mais elevados de-vido à natureza dos aplicativos utilizados,torna-se imperativa a utilização de fibraótica para fornecer conectividade debanda larga. Para conseguir esse objetivonos próximos dois anos, o governoaprovou recentemente a criação de umaRede de Fibra Óptica Nacional (NOFN).O custo da fase inicial do projeto é esti-mado em cerca de US$ 4 bilhões. Há pre-visão de que o setor privado invista amesma quantia para fornecer serviços deacesso à rede NOFN aos usuários indi-viduais. O projeto deve gerar vários benefícios

para os moradores das zonas rurais, taiscomo um melhor acesso à educação e

saúde e a prestação de serviços agrícolas.“O projeto de Regulamentação Nacionalde Telecomunicações (NTP) prevêserviços de banda larga, acessíveis àdemanda até 2015. Essa nova políticaestabeleceu uma meta de 175 milhõesconexões de banda larga até 2017 e 600milhões até 2020, com velocidade dedownload mínima de 2 megabits porsegundo. O projeto também prevê acessoa serviços de alta qualidade e banda largapara todos os panchayats, por meio defibra óptica até 2014 e, progressivamente,a todas as aldeias e habitações. O cresci-mento e o sucesso do setor indiano detelecomunicações têm sido impulsiona-dos pelas iniciativas políticas tomadaspelo governo no passado. A NTP 1994 ea NTP 1999 foram duas importantes ini-ciativas políticas. Para ajudar o país arealizar plenamente seu potencial nosetor das telecomunicações, o governoestá trabalhando para a NTP 2011. Estou ciente das preocupações de algu-

mas empresas de telecomunicações emrelação às políticas do governo no setor. Gostaria de tranquilizar as empresas edeixar bem claro o total compromisso dogoverno de sustentar o crescimento e acriatividade das empresas neste setor de

importância vital para nossa economia.Estou convencido de que o governo e asempresas têm em Kapil Sibal um líderque vai concretizar esse futuro. Peço atodas as empresas que antecipem e tra-balhem para dar um novo impulso aodesenvolvimento e ao avanço das teleco-municações no país.A NTP 2011 dará particular ênfase à

prestação de serviços de telecomuni-cações acessíveis e de qualidade emáreas rurais e isoladas. Estou certo deque essa nova política nos ajudará a con-seguir nosso objetivo de crescimentorápido, cujos benefícios serão comparti-lhados por todos os cidadãos de nossoimenso país. Enquanto as redes de tele-comunicações podem ser configuradasinicialmente com equipamentos importa-dos, é motivo de preocupação que essagrande rede de telecomunicações, cons-truída em nosso país, necessite impor-tações constantes de equipamentos.Tendo em vista o potencial de crescimen-to de nosso país na fabricação de equipa-mentos de telecomunicações e nossosinteresses estratégicos e de segurança, hánecessidade urgente de impulsionar asatividades de pesquisa, desenvolvimentoe produção no setor de telecomuni-cações.Uma próspera indústria de fabricação

de equipamentos de telecomunicaçõesteria um impacto muito positivo na cadeiade valor dos produtos eletrônicos, alémde gerar benefícios adicionais em termosde emprego. Espero que os debates destaconferência prestem atenção especial àforma de promover as atividades depesquisa e desenvolvimento e de aumen-tar a capacidade de produção do setor detelecomunicações de nosso país.O setor de telecomunicações é

um exemplo do sucesso na Índia. O governo tem o compromisso de procurar,por todos os meios, garantir mais suces-sos no futuro deste setor essencial denossa economia. Vamos trabalhar emestreita colaboração com todas as partesinteressadas para desenvolver aquilo quejá foi realizado. Gostaria de aproveitaresta oportunidade para garantir a todosvocês que o governo vai continuar a formular políticas que incentivem ummaior crescimento do setor das telecomunicações.”

Telecomunicações, exemplo do sucesso indiano

Primeiro Ministro, Dr. Manmohan Singh discursando na conferência ‘India Telecom 2011’ emNova Delhi, 7 de dezembro

Faleceu o herói romântico Dev Anand

Oeterno herói romântico DevAnand, que simbolizava o cava-lheiro afável e urbano na tela,

morreu após uma parada cardíaca no dia 3de dezembro em Londres. Dev Saab, comoera conhecido, tinha 88 anos. Ao longo deuma carreira de seis décadas como ator ecineasta, produziu alguns grandes clássi-cos do cinema indiano. Atuou, dirigiu eproduziu filmes até o fim de sua vida. Suaúltima obra cinematográfica, Chargesheet,estreou em 2011, quando tinha 88 anos.Muito ativo e entusiasta, ele não pareciater a idade que tinha. Dev Saab foi o par-ceiro de gerações de atrizes — de NaliniJaywant até Zeenat Aman.O retrato dessa personalidade encanta-

dora seria incompleto se não fosse men-cionado seu legendário penteado, no esti-lo do astro de Hollywood, Gregory Peck.Ele dominou a era do cinema indiano em

preto e branco, atuando em filmes comoMunimji, CID e Hum Dono e se tornouuma estrela dos filmes coloridos, pro-duzindo grandes clássicos com Jewel Thiefe Johny Mera Naam. Ele contribuiu aoslançamentos de alguns dos mais famososastros de Bollywood, tais como ZeenatAman e Munim Tina. Atuou no papel prin-cipal em mais de 110 filmes. A prolíficaestrela também lançou uma autobiografia,intitulada “Romancing with Life” emsetembro de 2007. Nascido em 26 de setembro de 1923 em

Gurdaspur, sob o nome de Dharam DevAnand Pishorimal, esse filho de um paiadvogado se formou em literatura inglesano Government College em Lahore (agorano Paquistão), antes de se mudar para acidade dos sonhos, Mumbai, onde seuirmão mais velho, o falecido cineastaChetan Anand, já tinha conseguido se

impor no mundo do cinema. Conseguiu um papel importante no

filme Hum Ek Hain (1946) de PrabhatTalkies. Foi durante as filmagens do filmeem Pune que Dev Anand encontrou GuruDutt — e que nasceu uma amizade ver-dadeira. Dois anos mais tarde, o momentodecisivo de sua carreira foi o papel princi-pal no filme Ziddi, realizado por AshokKumar em 1948. Apesar das dúvidas emrelação a sua reputação de bom ator, DevAnand recebeu o prêmio Filmfare de me-lhor ator em Kala Pani (1958).Um gênio por si mesmo, Dev Anand

virou produtor e lançou seu filme Navketanem 1949. Como um compromisso anterior,ele pediu a Guru Dutt para dirigir oprimeiro filme policial Baazi (1951) — quefez com que Dev Anand se tornasserepentinamente uma estrela até seu últimosuspiro.

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Grandes oportunidades no setor petrolífero indiano

OMinistro do Petróleo, S. Jaipal Reddy, chefiou a delegaçãoindiana que participou do 20°Congresso Mundial de Petróleo

(WPC, na sigla em inglês) em Doha, Catar.Em seu discurso na Primeira SessãoMinisterial do WPC no dia 5 de dezembro,Jaipal Reddy apontou para as enormesoportunidades de investimento no setorpetrolífero indiano.O ministro indiano apresentou as pers-

pectivas das bacias sedimentares indianas,condições favoráveis para injetar tecnologiana cadeia de valor, expansão contínua dainfra-estrutura de gasodutos e redes de dis-tribuição de gás nas cidades indianas. Sãoalgumas das principais oportunidades quedevem tornar a Índia um grande destinopara os investimentos, comentou Reddy. Oministro acrescentou que o país tinha umsistema judicial independente e eficiente eum governo democrático estável.Várias empresas indianas dos setores

público e privado, que se classificaram noranking “Fortune 500” e que operam comalta tecnologia, oferecem grandes oportu-nidades para formar parcerias, enfatizou

ele. O ministro, porém, acrescentou quenão houve progressos suficientes no setordos hidrocarbonetos.“O setor de hidrocarbonetos oferece

imensas oportunidades para investimentose benefícios. Uma economia em desen-volvimento, um mercado de energia emrápido crescimento e políticas liberaisfavoráveis aos investidores fizeram com

que muitas empresas globais consi-derassem o potencial do país”, disseReddy.Ao comentar o sucesso da nova política

indiana de licenciamento, o ministro afir-mou que o processo de adjudicação de blo-cos de exploração de petróleo e gás seriaconcluído em breve. Reddy acrescentou que mais de duas

dezenas de empresas estrangeiras man-tinham operações de exploração e pro-dução no setor indiano de energia epetróleo (E&P). O ministro observou queera preciso muita energia para sustentar ocrescimento econômico do país. “A Índiaestá expandindo sua capacidade de pro-dução de gás natural liquefeito (GNL) eprocura novas fontes de fornecimento deGNL a longo prazo. Nossas empresas tam-bém estão procurando oportunidades deinvestimento em plantas de GNL emnações produtoras. A Índia assinou assimacordos de longo prazo com o Catar.Estamos muito interessados por esse tipode negócio”, disse o ministro.O ministro observou que as transações

não-regulamentadas no mercado de balcão (OTC em inglês), as operações comderi-vativos e uma atividade especulativadesenfreada foram responsáveis peloaumento sem precedentes dos preços em2008. “Precisamos estabelecer limites de

posições e regulamentar as atividades nomercado OTC. Esperamos essas mudançasem breve”, disse o ministro Reddy.

6 NOTÍCIAS Indianas NOTÍCIAS DA Índia

As exportações indianas cresceram33,2%, acumulando US$ 192,7 bi-lhões nos primeiros oito meses de

2011-12, enquanto as importações atingiramUS$ 309,5 bilhões no mesmo período,levando a um déficit comercial de US$116,8 bilhões, anunciou o Secretário deComércio, Rahul Khullar, em Nova Delhi, 7de dezembro. Em novembro, as expor-tações totalizaram US$ 22,3 bilhões e asimportações US$ 35,9 bilhões, resultandonum déficit comercial de US$ 13,6 bilhões. Rahul Khullar afirmou que as expor-

tações indianas registraram um taxa decrescimento saudável, apesar das turbulên-cias na economia global. “O crescimentodas exportações ainda é bom”, disse ele. Opetróleo, os derivados do petróleo e osprodutos de engenharia impulsionaram ocrescimento das exportações. De abril anovembro, as exportações de petróleo ederivados petrolíferos subiram 62,3%, acu-

mulando US$ 39,5 bilhões enquanto osprodutos de engenharia saltaram 22,3%para US$ 40,7 bilhões.Os outros setores que conseguiram bom

desempenho incluem os tecidos de algodãoque cresceram 13,7% para US$ 4,4 bilhões,artigos eletrônicos com crescimento de 17%

para US$ 5,85 bilhões e vestuário de prêt-à-porter com aumento de 28% para US$8,4 bilhões.As exportações de produtos químicos

básicos avançaram 34% para US$ 6,7 bi-lhões, medicamentos 21% para US$ 7,9 bi-lhões e pedras preciosas e jóias, 56,5%para US$ 30,1 bilhões. Petróleo, derivados do petróleo e lubri-

ficantes, metais preciosos, produtos deengenharia e artigos eletrônicos impulsio-naram as importações indianas nosprimeiros oito meses deste exercício fiscal.As importações de petróleo, óleo e lubrifi-cantes aumentaram 42,7%, atingindo US$94,1 bilhões de abril a novembro de 2011.As importações de ouro e prata atingiramUS$ 41,4 bilhões, maquinarias US$ 22,8bilhões, artigos eletrônicos US$ 22,3 bilhões, ferro e aço US$ 7,7 bilhões; ferti-lizantes US$ 6,6 bilhões; e carvão US$ 11,3bilhões.

Exportações aumentam 33,2% em abril-novembro

Recomendada pela famosa filósofa ecrítica norte-americana MarthaNussbaum, a nova antologia de

traduções literárias e obras de arte deRabindranath Tagore, intitulada TheEssential Tagore, foi indicada para oprêmio Book of the Year 2011. O livro é umtributo ao vencedor do prêmio Nobel no150° aniversário de seu nascimento.Coleção ambiciosa das diferentes obras deTagore, o livro foi aclamado pelos críticosliterários como o maior volume disponívelde obras do poeta em inglês.A coletânea pretende reunir os avanços

extraordinários de Tagore em 10 gênerosliterários: poemas, canções, obras autobi-ográficas, cartas, diário de viagens, prosa,romances, contos, histórias humorísticas epeças teatrais. Além das mais recentestraduções em idiomas modernos, umacompilação de obras do poeta original-mente compostas em inglês, váriastraduções de suas próprias obras, três poe-mas omitidos na versão publicada doGitanjali em inglês e um conjunto exclusi-

vo de obras de arte foram incluídos nolivro.Ex-professora da Universidade de

Harvard, Martha Nussbaum publicou suarecomendação em The New Statesman:

“Proponho a esplêndida antologia TheEssential Tagore (Harvard University Press,£29,95) para receber o prêmio Book of theYear. A obra, que foi editada por FakrulAlam e Chakravarty Radha, contém umaseleção inigualável de poemas, peças deteatro, histórias, cartas e muito mais, comtraduções excelentes e atualizadas.”As traduções foram feitas por escritores

e críticos de renome internacional, incluin-do Amit Chaudhuri, Amitav Ghosh eSunetra Gupta.A edição sul-asiática de The Essential

Tagore foi publicada por Visva-Bharati.“Comecei a trabalhar no livro em 2007,quando morava em Dhaka (Bangladesh).Meu co-editor, Fakrul Alam, e eu elabo-ramos juntos o projeto. Queríamos fazeralgo para o aniversário de nascimento deTagore,” disse Chakravarty. Chakravarty traduziu várias obras signi-

ficativas de Tagore em inglês, incluindoGora, Bali Chokher, Farewell Song e TheLand of Cards: Stories, Poems and Plays forChildren.

Antologia de Tagore indicada para o Book of the Year 2011

OPresidente da Autoridade deIdentificação Única da Índia(UIDAI em inglês), Nandan

Nilekani, declarou em 1° de dezembroque o sistema Aadhar (cadastro de iden-tificação única de pessoa física) deveajudar as pessoas a obter certidão denascimento e receber serviços de saúde.Nilekani disse que o sistema de cédu-

las de identidade única (UID) deveriaajudar a resolver o problema da maioriados indianos que não têm certidões denascimento ou qualquer outra prova deidentidade, devido a problemas demigração ou êxodo rural.“A UID vai abrir uma nova era no sis-

tema de saúde do país”, disse Nilekaniao comentar o sistema Aadhar e seupapel na prestação de serviços universaisde saúde, no primeiro dia da 8ª Cúpulade Saúde da Índia, organizada pela CIIem Nova Delhi. Nilekani disse que coma capacidade da Internet de acumular eanalisar grandes volumes de dados, essecadastro poderia ser muito proveitosotanto para o indivíduo quanto para osmédicos. Nilekani disse que já foramregistradas 125 milhões de pessoas nosistema UID e que esse número deveaumentar para 600 milhões nos próxi-mos dois anos e meio. A UID deve tam-bém agilizar a prestação de serviços desaúde, tal como a imunização. Será pos-sível monitorar o desenvolvimento dasdoenças infecciosas, o início de qual-quer epidemia e o funcionamento dasoperadoras de saúde em tempo real.

Identificação única parafacilitar serviços de saúde

Ministro do Petróleo e Gás Natural, Jaipal Reddy, inaugura o Pavilhão da Índia no 20°Congresso Mundial de Petróleo, em Doha, 5 de dezembro

Nandan Nilekani

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TENDÊNCIAS Indianas 7NOTÍCIAS DA Índia

Ao longo dos últimos anos, a tec-nologia da informação indiana(TI) e os Serviços Habilitadospela Tecnologia da Informação

(ITES) estão numa trajetória de cresci-mento constante. A indústria de TI temdesempenhado um papel fundamental ecolocou a Índia no mapa mundial comouma grande economia baseada no con-hecimento e como um importante centrode terceirização de serviços. O principalsub-segmento envolvido na terceirizaçãode processo de negócios (BPO em inglês)está se reinventando e experimentandouma mudança de paradigma, passando deuma proposta de volume orientado parauma proposta de valor orientada, pormeio da expansão do escopo de serviçose fornecimento de soluções avançadas nasáreas de análise de dados, terceirizaçãode processo legal, etc.Na Índia, o número de usuários da inter-

net ultrapassou a marca de 100 milhões emsetembro de 2011, crescendo 13% compara-do a 87 milhões no ano passado, de acor-do com o último relatório da AssociaçãoIndiana de Celulares e Internet (IAMAI) co-elaborado com a empresa de pesquisaIMRB. De acordo com o estudo, a popu-lação indiana que utiliza a internet deveatingir 121 milhões até dezembro de 2011.Além disso, a base de assinantes de bandalarga do país ficou em 12,69 milhões emagosto de 2011, segundo dados divulgadospela Autoridade Reguladora de Teleco-municações da Índia (TRAI).

Paisagem competitivaDepois dos computadores pessoais

(PCs) e notebooks, os tablets estãocrescendo rapidamente como um dos prin-cipais fornecedores, competindo paralançar dispositivos mais acessíveis no mer-cado indiano. O iPad2 foi lançado nosegundo trimestre de 2011 na Índia, menosde 50 dias após o lançamento nos EUA, eSamsung representou 40% da participaçãono mercado indiano do tablet em 2011.No segmento do software empresarial, o

gigante norte-americano Oracle é respon-sável pelo atendimento de cerca de 7.000

clientes provenientes do governo indiano edos setores privados. Enquanto isso,empresas indianas de TI como Wipro,Infosys, TCS, HCL e Mahindra Satyamestão desenvolvendo tecnologias paraexplorar aplicações de computação emnuvem e soluções para diversos segmentosque vão desde serviços financeiros ebancários até fabricação.

Principais desenvolvimentos e inves-timentosEntre abril de 2000 e agosto de 2011, o

setor de software e hardware recebeu uminvestimento direto estrangeiro acumulado(IDE) de US$ 10,8 bilhões, de acordo como Departamento de Promoção e PolíticaIndustrial (DIPP).Google, em parceria com a empresa de

hospedagem web HostGator, anunciouque vai oferecer nomes livresde domínio daweb parapequenas emédias empresas(SMBs) na Índia, a fim deimpulsionar o uso da Internet naterceira maior economia da Ásia. Aempresa manterá,sem quaisquer encar-gos, os sites duranteum ano e no final doprimeiro ano, osusuários deverãopagar uma taxa nomi-nal se quiserem reno-var seu nome dedomínio. A Índia acolhe cerca de 8 milhõesde pequenas e médias empresas, das quaiscerca de 400.000 possuem um site e100.000 têm presença ativa on-line, decla-rou Google. Portanto, o mercado apresen-ta um grande potencial de crescimento.

Computação em nuvem - tecnologiaemergenteO modelo de computação em nuvem tem

atraído a atenção de organizações de todosos tamanhos, visto que a tecnologia oferecemenores custos operacionais, escalabili-dade e mobilidade em todos os níveis. As

empresas indianas estão adotando cada vezmais a ‘nuvem híbrida’ (uma mistura denuvem privada e pública) para tratar tam-bém questões de privacidade de dados.As empresas indianas e agências gover-

namentais deverão receber uma enormedemanda para orientar a utilização deserviços de computação em nuvem. Já exis-tem mais de 50 provedores de serviços decomputação em nuvem no mercado indi-ano. Enquanto isso, os provedores indianos

de serviços de inter-net (ISPs) e os prove-dores de serviços decentral de dados,incluindo Bharti Airtel,Sify, Trimax eNetMagic, investem emaplicações de investi-mento e de largura debanda para apoiar

novas ofertas de serviços em nuvem.

e-Commerce em altaCom o valor de US$10 bilhões, o merca-

do indiano de e-commerce vive uma expan-são exponencial (cresceu 47% em 2011 atéchegar ao tamanho atual) com a crescentepenetração da Internet que faz com que osclientes comprem cada vez mais produtosonline. Os investidores também estão apostando alto na indústria, pois investiramcerca de US$ 200 milhões em start-upsindianas de e-commerce nos último doisanos.

Como resultado de tal crescimento, e-varejistas, que querem se concentrar ematividades básicas, devem terceirizar volu-mosas operações de back-end (atendimen-to ao cliente, processamento de pedidos,processamento de faturas, finanças e con-tas) para se tornarem uma substancial fontede renda para BPOs. As marcas de varejodevem operar uma grande transformaçãono espaço on-line. IAMAI espera que apublicidade on-line aumente de 30% a 40%em 2011-12, graças ao aumento do uso daInternet pelos varejistas.

iniciativas do governoO governo indiano tenta de todos os

modos acelerar o crescimento do setor deTI & ITES no país. No ano passado, o mi-nistério havia revelado sua intenção delançar iniciativas de governança eletrônicae adotar uma lei de governança dosserviços eletrônicos moveis. Também foramdestinados fundos suficientes para conectarvilarejos indianos e salas de aula em todo opaís com centros de conhecimento em queo governo pretende oferecer conectividadede banda larga a todos os panchayats(autoridades municipais) em 2012.Além disso, o Ministério das

Comunicações e Tecnologia da Informaçãorevelou a intenção de atrair maiores inves-timentos para o setor de TI em cidadesmenores e fazer com que o setor deserviços de software cresça três vezes maischegando a US$ 300 bilhões em 2020. Ogoverno também quer aumentar as expor-tações de TI e passar dos atuais US$ 59 bi-lhões para US$ 200 bilhões até 2020. Asprojeções e áreas de foco foram estabeleci-das num projeto de política nacional quetambém afirmou que o governo vai apoiar ainovação, investigação e desenvolvimento(P&D) de tecnologias avançadas e dedesenvolvimento de aplicações em áreascomo computação em nuvem, serviços devalor agregado de celulares e mídia social. A política visa empregar mais de 10 mi-

lhões de pessoas qualificadas no setor deTIC que conta atualmente com uma mão-de-obra de 2,5 milhões de profissionais.

rumo a seguirO mercado indiano de produtos e serviçosde TI deve crescer e passar de US$ 19,7 bi-lhões em 2010 para US$ 41,2 bilhões em2015, de acordo com o Relatório Indianode Tecnologia da Informação para o ter-ceiro trimestre de 2011 pela BusinessMonitor International (BMI). BMI estimaque o mercado indiano de serviços de TIvai crescer ainda mais com um volume esti-mado em US$ 16,9 bilhões em 2015, ultra-passando US$ 7,5 bilhões em 2011. Orelatório prevê uma taxa de crescimentoanual composta (CAGR) de 18% para omercado de software indiano no período de2011 a 2015.(Cortesia: India Brand Equity Foundation)

CresCimento em alta graçasà teCnologia da informação

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8 Viagem & TURISMO NOTÍCIAS DA Índia

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Areserva ornitológica deHokarsar — principal zona depantanal em Srinagar, a capitalde verão do estado de Jammu e

Caxemira, está no auge de sua beleza nosdias de hoje — quando recebe mais de600.000 aves migratórias, cujo númeroaumenta a cada dia que passa.Todos os anos, milhares de aves

migratórias deixam suas casas de verão naSibéria, Filipinas, Europa Oriental, Chinae Japão, e voam instintivamente milharesde quilômetros, durante longas e árduasjornadas, até alcançar suas casas de inver-no no vale da Caxemira.Mais de 600.000 aves migratórias,

incluindo o ganso-bravo, pato-real, pato frisada, marreco, zarro-comum,piadeira, narceja-comum, marreca-colhereira, e galeirões chegam a estareserva ornitológica.“Temos cerca de 4.000 a 5.000 gansos-

bravos na reserva neste período e maisvão chegar a cada dia,” disse Rouf Zargarda Wildlife Warden Wetlands, acrescen-tando que o departamento tinha formadouma brigada especial anti-caça para con-trolar a caça ilegal das aves fora do reser-va. A caça das aves é proibida no estadode Jammu e Caxemira desde 2001.“Confiscamos muitas armas de

caçadores que foram processados pelodelito perante um tribunal. A proteçãodas aves tem de ser um esforço comum e

temos que entender que nossa sobre-vivência está diretamente ligada ao bem-estar dos animais selvagens e das aves quenos rodeiam,” afirmou o diretor. Algumasespécies de aves migratórias como ocaimão-comum começaram a viver demodo permanente na reserva.“Temos cerca de 50.000 aves da espé-

cie caimão-comum na reserva nestemomento. Elas põem ovos e estão sereproduzindo,” disse MuhammadRamzan, engenheiro florestal na reserva.“No início, eram de natureza migratória,mas nos últimos seis anos, mudaram seushábitos e agora permanecem aqui.”Ramzan também viu dezenas de cor-

vos-marinhos. “Os corvos-marinhos sãobasicamente pássaros de passagem. Elesvivem aqui durante um curto período detempo, após a chegada. Em breve, vãopartir em direção às planícies indianasonde passam os meses de inverno. Elesvoltarão a passar uma parte do temponesta reserva na primavera, antes de voltarpara suas casas de verão,” disse Ramzan.Exibindo sua plumagem mutlicolorida, ospássaros voam em padrões sistemáticos,criando um espetáculo fascinante no céuda reserva.“Também hospedamos o pato-ferrugí-

neo na reserva. A ave migratória é conhecida por sua capacidade de voar nasalturas,” disse o diretor.“Todas as aves migratórias deixam a

reserva à noite para se alimentar no lagoWullar e em outras fontes de água, mascom precisão aritmética, retornam noperíodo da manhã para passar o dia emsegurança na reserva.”Os pássaros se alimentam de castanhas

de água e pasto selvagem, mas quando asfontes de água ficam congeladas duranteo inverno rigoroso, o departamento davida selvagem distribui refeições especiaisde arroz às aves.A fim de manter o equilíbrio ecológico

dentro da reserva, o departamento da vidaselvagem tem trabalhado muito para man-ter o equilíbrio de água e pasto.“Temos de manter um equilíbrio de 60-

40% entre a água e o pasto dentro dareserva. Se houver crescimento excessivode pasto, temo que cortá-lo. Os pássarosprecisam de água para banho, alimen-tação e acasalamento e põem seus ovos

no pasto da reserva,” disse o diretor.“Nos últimos anos, tem sido estimu-

lante constatar que alguns patos selvagensque chegaram mais cedo durante osmeses de inverno para fugir dos invernosrigorosos de suas casas de verão, tambémpermanecem aqui para se reproduzir den-tro da reserva,” disse o diretor.Muitas áreas residenciais têm surgido

em torno da reserva localizada a apenas14 km do centro da cidade de Lal Chowk,entre Srinagar e Muzaffarabad. “Isso é umperigo potencial para o delicado eco-sistema da reserva. Embora os limites dareserva sejam bem delimitados, a proximi-dade destas habitações, a poluição sono-ra e a interferência humana são preocu-pações inevitáveis,” declarou o diretor.

Caxemira recebe 600.000 visitantes....alados!