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BUDRUS Budrus é um traço de união. Os séculos se passaram sem que o vilarejo demonstrasse sua verdadeira vocação. Um entre muitos vilarejos palestinos, nada indicava mudanças radicais e a cidadezinha parecia seguir eternamente sua vida de trabalho e lutas naquela região de equilíbrio político delicado. Acontecimentos surgem, no entanto e Budrus se destaca, deixando de ser um pontinho no mapa para se transformar em exemplo de solução para os maiores conflitos do mundo. Um objetivo maior, a justiça, une judeus e muçulmanos, homens e mulheres e até mesmo organizações radicais que Sugestões de Atividades decorrentes da Visita ao Festival normalmente se apresentam em momentos de terror e grande desolação. Budrus, o filme, é nossa grande chance de entender como se formou esse nó político do Oriente Médio. De olhar para além dos noticiários de TV, onde vemos pessoas sem rosto, atacando, ferindo e matando, sem compreender as razões por trás das ações. E de meditar a respeito da força da perseverante resistência pacifica, da união das pessoas e da capacidade de demonstrar que nenhum governo ou política pode superar a vontade popular. Nossa conterrânea, Júlia Bacha, entre artimanhas do destino, saiu do Brasil para estudar História em Nova York e foi parar na Palestina para fazer este e outros importantes documentários. Seu trabalho está a serviço da humanidade e serve como inspiração para a solução de todos os grandes conflitos atuais, mostrando que, ao contrário das guerras que se renovam sem solucionar, só as ideias e ações firmes são capazes de levar à paz. Júlia integra a Just Vision, uma organização sem fins lucrativos que utiliza ferramentas de mídia e educativas para provocar a conscientização sobre os esforços de palestinos e israelenses na resolução do conflito. Em seu site, há uma importante mensagem para nós, professores; “Esperamos que quanto mais Educadores se transformem em ativistas em suas salas de aula, trabalhando nos alicerces, mais alunos sejam capazes de trabalhar na construção do grande edifício da paz.” Budrus pode ser usado em aulas no ensino médio, na abordagem de temas como paz, os conflitos e resoluções, a política do Oriente Médio, o conflito árabe- israelense, alguns assuntos atuais, a influência da mídia, a comunicação e o cinema. Vamos aproveitar esta preciosa oportunidade!

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BUDRUSBudrus é um traço de união. Os séculos se passaram sem que o vilarejo demonstrasse sua verdadeira vocação. Um entre muitos vilarejos palestinos, nada indicava mudanças radicais e a cidadezinha parecia seguir eternamente sua vida de trabalho e lutas naquela região de equilíbrio político delicado.Acontecimentos surgem, no entanto e Budrus se destaca, deixando de ser um pontinho no mapa para se transformar em exemplo de solução para os maiores conflitos do mundo.Um objetivo maior, a justiça, une judeus e muçulmanos, homens e mulheres e até mesmo organizações radicais que

Sugestões de Atividades decorrentes da Visita ao

Festival

normalmente se apresentam em momentos de terror e grande desolação.Budrus, o filme, é nossa grande chance de entender como se formou esse nó político do Oriente Médio. De olhar para além dos noticiários de TV, onde vemos pessoas sem rosto, atacando, ferindo e matando, sem compreender as razões por trás das ações. E de meditar a respeito da força da perseverante resistência pacifica, da união das pessoas e da capacidade de demonstrar que nenhum governo ou política pode superar a vontade popular.Nossa conterrânea, Júlia Bacha, entre artimanhas do destino, saiu do Brasil para estudar História em Nova York e foi parar na Palestina para fazer este e outros importantes documentários. Seu trabalho está a serviço da humanidade e serve como inspiração para a solução de todos os grandes conflitos atuais, mostrando que, ao contrário das guerras que se renovam sem solucionar, só as ideias e ações firmes são capazes de levar à paz. Júlia integra a Just Vision, uma organização sem fins lucrativos que utiliza ferramentas de mídia e educativas para provocar a conscientização sobre os esforços de palestinos e israelenses na resolução do conflito. Em

seu site, há uma importante mensagem para nós, professores; “Esperamos que quanto mais

Educadores se transformem em ativistas em suas salas de aula, trabalhando nos

alicerces, mais alunos sejam capazes de trabalhar na construção do grande

edifício da paz.”Budrus pode ser usado em aulas no ensino médio, na abordagem de temas como paz, os conflitos e resoluções, a política do Oriente Médio, o conflito árabe-israelense, alguns assuntos atuais, a influência da mídia, a comunicação e o cinema.

Vamos aproveitar esta preciosa oportunidade!

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Budrus é um vilarejo localizado na fronteira entre a Cisjordânia e Israel, onde em 2003 foi realizado um protesto não-violento. A causa foi o anúncio da construção de um muro de proteção pelos israelenses, o qual destruiria oliveiras históricas e economicamente importantes para a comunidade. Ayed Morrar e sua filha estavam à frente do movimento, que conseguiu unir facções palestinas rivais, como o Fatah e o Hamas, e ainda judeus progressistas.

A HISTÓRIA

A diretora Julia Bacha é brasileira, de origem libanesa.

“Budrus” recebeu 15 prêmios internacionais e ficou com o segundo lugar na preferência do público no prestigiado Festival de Berlim em 2011.

Na estreia americana, no Festival de Tribeca, em Nova York, foi ovacionado por cinco minutos e ganhou menção especial.

O filme mostra fatos que aconteceram entre 2003 e 2009, acompanhando assim seis anos da história de Budrus.

As filmagens das ações de resistência, utilizadas no documentário foram feitas pelos ativistas que filmavam os fatos para registrar as atitudes violentas e denunciá-las.

Os acontecimentos em Budrus mobilizaram até mesmo o Papa Bento XVI que se opôs à criação do muro.

A partir dos fatos mostrados no filme, outros vilarejos e até mesmo bairros de Jerusalém passaram a utilizar os mesmos métodos pacíficos de resistência.

CURIOSIDADES

Quem aparece no filme.Como são os personagens.Onde ele é passado. Por que tudo aconteceu.Se isso poderia acontecer na vida real.Como o filme foi feito.

O QUE DEVE SER OBSERVADO

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Antes de Assistir:

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As atividades sugeridas oferecem a possibilidade de integração com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ministério da Educação.

No caso deste filme, consideramos os seguintes objetivos relevantes e pertinentes:

Linguagens e códigos

Língua PortuguesaRepresentação e comunicação• Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.

• Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e comunicação, em situações intersubjetivas, que exijam graus de distanciamento e reflexão sobre os contextos e estatutos dos interlocutores; e colocar-se como protagonista no processo de produção/ recepção.

• Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização de mundo e da própria identidade.

• Aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para a sua vida.Investigação e compreensão

• Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção/ recepção (intenção, época, local, interlocutores participantes da criação e propagação de idéias e escolhas, tecnologias disponíveis etc).

• Conhecer e usar línguas estrangeiras modernas como instrumento de acesso a

ENSINO MÉDIOOBJETIVOS RELACIONADOS

informações, a outras culturas e grupos sociais.

• Entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação, associá-las aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que se propõem a solucionar.

• Entender a natureza das tecnologias da informação como integração de diferentes meios de comunicação, linguagens e códigos, bem como a função integradora que elas exercem na sua relação com as demais tecnologias.

Contextualização sócio-cultural• Considerar a linguagem e suas manifestações como fontes de legitimação de acordos e condutas sociais, e sua representação simbólica como forma de expressão de sentidos, emoções e experiências do ser humano na vida social.

• Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de: organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

• Respeitar e preservar as manifestações da linguagem, utilizadas por diferentes grupos sociais, em suas esferas de socialização; usufruir do patrimônio nacional e internacional, com as suas diferentes visões de mundo; e construir categorias de diferenciação, apreciação e criação.

• Entender o impacto das tecnologias da comunicação na sua vida, nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na vida social.

Arte:Representação e comunicação

• Realizar produções artísticas, individuais e/ ou coletivas, nas linguagens da arte (música, artes visuais, dança, teatro, artes audiovisuais).

• Apreciar produtos de arte, em suas várias

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linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise estética.Investigação e compreensão

• Analisar, refletir e compreender os diferentes processos da Arte, com seus diferentes instrumentos de ordem material e ideal, como manifestações sócio-culturais e históricas.

• Conhecer, analisar, refletir e compreender critérios culturalmente construídos e embasados em conhecimentos afins, de caráter filosófico, histórico, sociológico, antropológico, semiótico, científico e tecnológico, entre outros.

Contextualização sócio-cultural

• Analisar, refletir, respeitar e preservar as diversas manifestações de Arte – em suas múltiplas funções – utilizadas por diferentes grupos sociais e étnicos, interagindo com o patrimônio nacional e internacional, que se deve conhecer e compreender em sua dimensão sócio-histórica.

InformáticaContextualização sócio-cultural

• Conhecer o conceito de rede, diferenciando as globais, como a Internet, que teriam a finalidade de incentivar a pesquisa e a investigação graças às formas digitais e possibilitar o conhecimento de outras realidades, experiências e culturas das locais ou corporativas, como as Intranets, que teriam a finalidade de agilizar ações ligadas a atividades profissionais, dando ênfase a trabalhos em equipe.

• Compreender conceitos computacionais, que facilitem a incorporação de ferramentas específicas nas atividades profissionais.

• Reconhecer o papel da Informática na organização da vida sócio-cultural e na compreensão da realidade, relacionando o manuseio do computador a casos reais, seja no mundo do trabalho ou na vida privada.

Ciências HumanasHistóriaRepresentação e comunicação

• Criticar, analisar e interpretar fontes documentais de natureza diversa, reconhecendo o papel das diferentes linguagens, dos diferentes agentes sociais e dos diferentes contextos envolvidos em sua produção.

• Produzir textos analíticos e interpretativos sobre os processos históricos, a partir das categorias e procedimentos próprios do discurso historiográfico.

Investigação e compreensão

• Relativizar as diversas concepções de tempo e as diversas formas de periodização do tempo cronológico, reconhecendo-as como construções culturais e históricas.

• Estabelecer relações entre continuidade/ permanência e ruptura/ transformação nos processos históricos.

• Construir a identidade pessoal e social na dimensão histórica, a partir do reconhecimento do papel do indivíduo nos processos históricos simultaneamente como sujeito e como produto dos mesmos.

Contextualização sócio-cultural

• Situar os momentos históricos nos diversos ritmos da duração e nas relações de sucessão e/ ou de simultaneidade.

• Comparar problemáticas atuais e de outros momentos históricos.

• Posicionar-se diante de fatos presentes a partir da interpretação de suas relações com o passado.

GeografiaRepresentação e comunicação

• Ler, analisar e interpretar os códigos específicos da Geografia (mapas, gráficos, tabelas etc.), considerando-os como elementos de representação de fatos e fenômenos espaciais e/ u espacializados.Investigação e compreensão

• Reconhecer os fenômenos espaciais a partir

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da seleção, comparação e interpretação, identificando as singularidades ou generalidades de cada lugar, paisagem ou território.

• Analisar e comparar, interdisciplinarmente, as relações entre preservação e degradação da vida no planeta, tendo em vista o conhecimento da sua dinâmica e a mundialização dos fenômenos culturais, econômicos, tecnológicos e políticos que incidem sobre a natureza, nas diferentes escalas – local, regional, nacional e global.

Contextualização sócio-cultural

• Reconhecer na aparência das formas visíveis e concretas do espaço geográfico atual a sua essência, ou seja, os processos históricos, construídos em diferentes tempos, e os processos contemporâneos, conjunto de práticas dos diferentes agentes, que resultam em profundas mudanças na organização e no conteúdo do espaço.• Compreender e aplicar no cotidiano os conceitos básicos da Geografia.

• Identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações naturais, sociais, econômicas, culturais e políticas no seu “lugar-mundo”, comparando, analisando e sintetizando a densidade das relações e transformações que tornam concreta e vivida a realidade.

Sociologia, Antropologia e PolíticaRepresentação e comunicação

• Identificar, analisar e comparar os diferentes discursos sobre a realidade: as explicações das Ciências Sociais, amparadas nos vários paradigmas teóricos, e as do senso comum.

• Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das observações e reflexões realizadas.

Investigação e compreensão

• Construir instrumentos para uma melhor compreensão da vida cotidiana, ampliando a “visão de mundo” e o “horizonte de expectativas”, nas relações interpessoais com os vários grupos sociais.

• Construir uma visão mais crítica da indústria cultural e dos meios de comunicação de massa, avaliando o papel ideológico do “marketing” enquanto estratégia de persuasão do consumidor e do próprio eleitor.

• Compreender e valorizar as diferentes manifestações culturais de etnias e segmentos sociais, agindo de modo a preservar o direito à diversidade, enquanto princípio estético, político e ético que supera conflitos e tensões do mundo atual.

Contextualização sócio-cultural

• Construir a identidade social e política, de modo a viabilizar o exercício da cidadania plena, no contexto do Estado de Direito, atuando para que haja, efetivamente, uma reciprocidade de direitos e deveres entre o poder público e o cidadão e também entre os diferentes grupos.

FilosofiaRepresentação e comunicação

• Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo.

• Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição face a argumentos mais consistentes.

Investigação e compreensão

• Articular conhecimentos filosóficos e diferentes conteúdos e modos discursivos nas Ciências Naturais e Humanas, nas Artes e em outras produções culturais.

Contextualização sócio-cultural

• Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no plano de sua origem específica, quanto em outros planos: o pessoal-biográfico; o entorno sócio-político, histórico e cultural; o horizonte da sociedade científico-tecnológica.

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6História – Geografia - Sociologia, Antropologia e Política - FilosofiaOs acontecimentos do filme são decorrentes de uma disputa milenar entre árabes e israelenses. Pergunte o que sabem a respeito e proponha uma pesquisa.Mapa do Oriente Médio

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Língua Portuguesa - Arte – História - Geografia - Sociologia, Antropologia e PolíticaFaça perguntas para medir a compreensão:– O que acharam do filme?– O que mais gostaram?– E o que não gostaram?- O que sabem sobre o conflito árabe-israelense? Quais as dúvidas que vocês têm?- Por que o resto do mundo tem um interesse tão grande nesta área?- Como você tomou conhecimento deste conflito?- O que podemos aprender vendo as pessoas de diferentes partes do mundo tentando resolver um conflito?

Língua Portuguesa - Arte - Sociologia, Antropologia e PolíticaAssista o trailer com seus alunos e peça que comentem as cenas exibidashttp://www.youtube.com/watch?v=ff7rScVrbos

ATIVIDADES

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Língua Portuguesa - Sociologia, Antropologia e Política - Filosofia

Língua Portuguesa - Sociologia, Antropologia e Política

Discuta os seguintes termos no contexto do filme: Paz, Liberdade, Segurança, Não-Violência, Ocupação, Reconciliação, Liderança Civil, Liderança Política, Justiça. Depois de conceituar cada termo, pergunte o que cada pessoa considera mais importante. Qual destes termos seria uma prioridade?

Em relação à cobertura da mídia a respeito do Oriente Médio, peça que seus alunos pesquisem em sites de jornais, rádio e TV as notícias divulgadas na última semana a respeito do Oriente Médio. Peça que reproduzam algumas notícias e comentem a forma como foram abordadas.

5ArteO filme foi considerado o melhor documentário do ano. Pergunte o porquê. Fale a respeito deste gênero cinematográfico e pergunte se acham que o filme teria o mesmo impacto se fosse realizado no formato de ficção.

DocumentárioDocumentário é um gênero cinematográfico que se caracteriza pelo compromisso com a exploração da realidade. Mas dessa afirmação não se deve deduzir que ele represente a realidade «tal como ela é». O documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade.http://pt.wikipedia.org/wiki/Document%C3%A1rio

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Gaza e Cisjordânia Israel Países árabes Estiveram em Guerra contra Israel

Gaza e CisjordâniaIsraelPaíses árabesEstiveram em Guerra contra Israel

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O conflito árabe-israelense (português brasileiro) ou conflito israelo-árabe (português europeu) é um longo conflito no Oriente Médio. Ocorre desde o fim do século XIX, tendo se tornado um assunto de importância em nível internacional a partir do colapso do Império Otomano em 1917. Marcos importantes para o desenrolar deste conflito foram: a autodeterminação do Estado de Israel e, posteriormente, o relacionamento deste último estado com seus vizinhos árabes, com ênfase para o povo palestino, que devido a não reconhecer o Estado de Israel, acabou não tendo seu próprio Estado estabelecido.O conflito teve como resultado o começo de pelo menos cinco guerras de dimensões maiores e um número apreciável de conflitos armados de menores dimensões. Foi também fonte de duas Intifadas (levantamentos populares).

Antes de 1947

1918: Faisal I e Chaim WeizmannAs tensões entre judeus e árabes começaram a emergir a partir da década de 1880 do século XIX, quando judeus provenientes da Europa começaram a emigrar, formando e aumentando comunidades judaicas na Palestina, quer por compra de terras aos otomanos, quer por compra direta a árabes

proprietários de terrenos. Estabeleceram-se assim comunidades agrícolas nas terras históricas da Judeia e de Israel, que eram então parte do Império Otomano.Historicamente, os antigos judeus desde os tempos bíblicos chamaram sua terra de Israel, Canaã, Judéia, Samaria, Galileia e outros nomes há muito tempo. Judeus modernos, e alguns cristãos, acreditam que, de acordo com a Bíblia e a Torá, Deus deu esta terra para os antigos judeus (também conhecido como hebreus ou israelitas), liderada por homens como Abraão, Moisés, David, e outros. Cerca de 2.000 anos atrás, o Império Romano dominou esta área, e, ao suprimir várias rebeliões judaicas, destruiu o templo judaico na cidade de Jerusalém, matou um grande número de judeus, e forçou muitos outros a deixar sua terra natal em um êxodo chamado diáspora. Nesta ocasião, o Império Romano mudou o nome da Terra de Israel para Palestina. Alguns judeus permaneceram na área, mas um grande número de judeus não retornou até os séculos XIX e XX. No século VII, os árabes muçulmanos invadiram a Palestina.Este é o lugar onde o verdadeiro problema começou entre os judeus, que começaram a chamar a si mesmos “os israelenses”, de acordo como o antigo nome de sua antiga pátria de Israel, e a população árabe da região que veio a ser conhecido como “palestinos”, de acordo com o antigo nome romano e grego da área. Após a diáspora, os muçulmanos de língua árabe, que invadiram a Palestina no século VII, durante a expansão do Islã, tornaram-se o grupo étnico dominante. De acordo com registros do Império Otomano, que governou a Palestina durante vários séculos, no ano de 1900, a população da Palestina era 600.000, dos quais 94% eram

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árabes. Enquanto muitos árabes estavam dispostos a vender terras aos judeus que chegavam, muitos outros árabes palestinos estavam preocupados sobre como se tornar uma minoria em um país que consideravam seu próprio.Assinado em janeiro de 1919, o Acordo Faysal-Weizmann promovia a cooperação árabe e judaica para o desenvolvimento de uma Terra de Israel na Palestina e uma nação árabe numa larga parte do Oriente Médio.Em 1922, a Liga das Nações estabeleceu formalmente o Mandato Britânico para a Palestina e Transjordânia, indo parcialmente ao encontro dos compromissos assumidos pelo Reino Unido estabelecidos na Correspondência Husayn-McMahon (1915-1916): todas as terras a leste do rio Jordão eram entregues ao Emirado da Jordânia (governado por Abdullah I da Jordânia, mas que estava em parte em dependência do Reino Unido), deixando a parte a oeste da Jordânia como o Mandato Britânico da Palestina.O líder religioso muçulmano Mohammad Amin al-Husayni opõs-se à ideia de transformar parte da região da Palestina num Israel, objetando a qualquer forma de Terra de Israel. Durante a década de 1920 do Século XX, as tensões aumentaram dando lugar a episódios de violência tais como as revoltas de Nebi Musa (1920) e as revoltas de Jaffa (1921). Para satisfazer os árabes e devido à inabilidade britânica para controlar a violência instalada no Mandato, foi criado, em todos os territórios a leste do rio Jordão, o semiautônomo Emirado Árabe da Transjordânia (correspondente a cerca de 80% do território do Mandato). Apesar disso, a violência continuou a aumentar durante as décadas de 30 e 40, resultando em perdas de vidas em ambos os lados. Alguns dos fatos mais marcantes nesse período foram o Massacre de Hebron de 1929, as atividades da organização islâmica Mão Preta, a grande revolta árabe (1936-1939), os ataques realizados pelo grupo terrorista Irgun, os massacres como o de Ein al Zeitun e o atentado do Hotel Rei Davi em 1946.

Guerra árabe-israelense de 1948

Guerra de 1948

    Ataques egípcios -15 de Maio-10 de Junho.

A guerra árabe-israelense de 1948, também conhecida como a “guerra de independência” (hebraico: ou como “a catástrofe” (“al Nakba,”), começou após a retirada britânica e com a declaração do Estado de Israel a 14 de Maio de 1948.Os árabes rejeitaram o plano de partilha da Palestina (Resolução 181 de 29 de novembro de 1947 da Assembleia Geral das Nações Unidas), que propunha o estabelecimento de um estado árabe e outro judaico na região da Palestina. Milícias árabes começaram campanhas com vista ao controle de territórios dentro e fora das fronteiras estabelecidas.Tropas da Transjordânia, Egito, Síria, Líbano e Iraque invadiram a Palestina, ao que Israel, Estados Unidos, União Soviética e Trygve Lie (Secretário-Geral da Nações Unidas) consideraram como uma agressão ilegítima. A China deu o seu apoio às pretensões árabes. Os estados árabes declararam o propósito de proclamar um “Estado Unido da Palestina” em detrimento de um estado árabe e de um estado judaico. Eles consideravam que o plano das Nações Unidas era ilegal porque vinha em oposição à vontade da população árabe da Palestina. Reclamaram também que a retirada britânica tinha deixado um vazio legal em termos de autoridade, tornando necessário a sua atuação com vista à proteção dos cidadãos árabes e das suas propriedades.Cerca de dois terços dos árabes da Palestina fugiram ou foram expulsos dos territórios que ficaram sob controle judaico; praticamente todos os judeus (em número muito menor) que habitavam territórios ocupados pelos árabes (como por exemplo na cidade de Jerusalém) também fugiram ou foram

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expulsos. As Nações Unidas estimam que cerca de 711 mil árabes tornaram-se refugiados como consequência do conflito.As lutas terminaram com a assinatura do Armistício de Rodes, que formalizou o controle israelita das áreas alocadas ao estado de Israel juntamente com mais de metade da área alocada ao estado árabe. A Faixa de Gaza foi ocupada pelo Egito e a Cisjordânia foi ocupada pela Transjordânia (que passou a se chamar simplesmente de Jordânia), até junho de 1967, altura em que Israel voltou a tomar posse desses territórios durante a Guerra dos Seis Dias.

Pós-guerra de 1948Aos palestinos que abandonaram ou foram expulsos das áreas ocupadas pelos israelitas não foi permitido o regresso às suas casas. Deslocaram-se para campos de refugiados localizados em países vizinhos tais como o Líbano, a Jordânia, a Síria e para a área que mais tarde se tornaria conhecida como a Faixa de Gaza. A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente foi criada para melhorar as condições destes refugiados.Durante as décadas seguintes ao fim da guerra de 1948, entre 700 e 900 mil judeus abandonaram os países árabes onde viviam. Em muitos casos isto foi devido a um sentimento antijudeu, ou devido a expulsão (no caso do Egito) ou ainda devido a opressões legais (no Iraque). Deste número, cerca de dois terços acabaram por se deslocar para campos de refugiados em Israel, enquanto que os restantes migraram para França, Estados Unidos da América e para outros países ocidentais (incluindo a América Latina).Até a Guerra dos Seis Dias a Jordânia controlou a Cisjordânia e o Egito controlou a Faixa de Gaza. Em 1950, a Transjordânia anexou a Cisjordânia, mas tal fato foi reconhecido apenas pelo Reino Unido. Ambos os territórios foram conquistados (mas não anexados) por Israel durante a Guerra dos Seis Dias. Nem a Jordânia nem o Egito permitiram a criação de um estado palestino nestes territóriosbritânica e com a

 

• As principais diferenças entre a proposta de partição de 1947 e 1949 linhas de armistício estão em destaque nas cores rosa e magenta. • Em 1920, a Conferência de San Remo, suportada em grande medida pelo Acordo Sykes-Picot (acordo anglo-francês de 1916), alocava ao Reino Unido à área que presentemente constitui a Jordânia, a área entre o

Jordão e o mar Mediterrâneo e o Iraque. A França recebeu a Síria e o Líbano.

Guerra de 1956

Canal de Suez Canal de Suez

A Guerra do Suez, de 1956, foi uma operação conjunta de Israel, Reino Unido e França, na qual Israel invadiu a Península do Sinai e as forças francesas e britânicas ocuparam o porto de Suez para ostensivamente separar as partes conflituosas, apesar de a real motivação destes dois últimos países ter sido a de proteger os interesses dos investidores no Canal do Suez. Esses interesses tinham sido afetados devido à decisão do presidente egípcio, Gamal Abdel Nasser de nacionalizar o canal.Israel justificou a invasão do Egito pela necessidade de se proteger de ataques à sua população civil pelos fedayin e de restaurar os direitos de navegabilidade pelo estreito de Tiro, que os egípcios reclamavam estar nas suas águas territoriais. As forças invasoras concordaram em se retirar, sob pressão internacional, particularmente dos Estados

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Unidos da América e da União Soviética. Israel se retirou da Península do Sinai, que foi ocupada por uma força da Nações Unidas (UNEF), em troca de garantias de utilização e navegabilidade no canal, que afinal ficou sob o controle do Egito.

Entre 1956 e 1967Durante este período deu o surgimento do Nasserismo; a proclamação da República Árabe Unida em 1958 e o seu colapso em 1961; disputas entre Israel e Síria relacionadas com áreas fronteiriças terrestres e marítimas: a continuação dos ataques dos fedayin, principalmente a partir da Síria e da Jordânia e represálias israelitas; e o aumento do alinhamento dos estados árabes com a União Soviética, principal fornecedora de armas.No início da década de 1960, os estados árabes estabeleceram a OLP. O artigo 24º da carta (ou pacto) de fundação da OLP, de 1964 [5] estabelecia: “Esta Organização não exerce qualquer soberania territorial sobre a Cisjordânia, sobre a Faixa de Gaza e sobre a Área de Himmah.”

Guerra de 1967A Guerra dos Seis Dias decorreu entre 5 e 10 de Junho de 1967. Foi desencadeada por Israel contra o Egito e a Jordânia nos termos de uma guerra preventiva, já que o estado israelita sentia-se ameaçado pela política pan-árabe do presidente egípcio Nasser (que se traduziu em alianças militares com a Síria e a Jordânia) e pela partida de forças das Nações Unidas presentes no Sinai desde 1956. Sendo iminente um ataque do Egito e da Jordânia, que também mobilizavam suas tropas, Israel antecipou-se, atacando preventivamente.Em consequência da guerra, Israel expandiu-se territorialmente, ocupando a Cisjordânia (conquistada à Jordânia), a Faixa de Gaza e a Península do Sinai (conquistadas ao Egito) e os Montes Golã (conquistados à Síria). A parte da Cidade Antiga de Jerusalém (também chamada Jerusalém Oriental), tomada a 7 de junho por Israel à Jordânia, seria reunificada por Israel com a Cidade Nova, formando um único município sob jurisdição israelita. Em 1980, uma lei israelita declarou Jerusalém como capital eterna e indivisível de Israel, mas a ocupação de Jerusalém Oriental é considerada ilegal do ponto de vista do direito

internacional, tendo sido condenada por uma resolução das Nações Unidas.Guerra de 1968-1970A Guerra de Desgaste foi uma guerra entre Egito e Israel de 1968 a 1970. Foi iniciada pelo Egito com o objetivo de recapturar a Península do Sinai de Israel, o qual a havia ocupado desde a Guerra dos Seis Dias. A guerra terminou com um cessar-fogo assinado entre os países em 1970 com as fronteiras no mesmo lugar de antes de a guerra começar.

Guerra de 1973A 6 de Outubro de 1973 os exércitos do Egito e da Síria atacaram de surpresa Israel durante a celebração do Yom Kippur, com o objetivo de reconquistarem os territórios que tinham perdido.A Guerra do Yom Kippur (1973) começou quando Egito e Síria lançaram um ataque surpresa em conjunto, no dia do jejum judeu, no Sinai e nas Colinas de Golã. Os egípcios e sírios avançaram durante as primeiras 48 horas, após o que o conflito começou a balançar em favor de Israel. Na segunda semana da guerra, os sírios foram completamente expulsos das Colinas de Golã. No Sinai ao sul, os israelitas atacaram o ponto de encontro de dois exércitos egípcios invasores, cruzaram o Canal de Suez (antiga linha de cessar-fogo), e cortaram todo o exército egípcio assim que um cessar-fogo das Nações Unidas entrou em vigor. As tropas israelitas finalmente retiraram-se da região oeste do canal e os egípcios mantiveram as suas posições sobre uma estreita faixa no leste permitindo-lhes a reabrir o Canal de Suez e clamar a vitória.

Quando o cessar-fogo entrou em vigor, Israel havia perdido território na parte oriental do Canal de Suez para o Egito (em vermelho), mas ganhou território a oeste do canal e nos montes Golan (em bege). Israel Anexado por Israel após a Guerra dos 6 dias Anexado pelo Egito após a Guerra de Yom Kippur Anexado por Israel após a Guerra de Yom Kippur

Quando o cessar-fogo entrou em vigor, Israel havia perdido território na parte oriental do Canal de Suez para o Egito (em vermelho), mas ganhou território a oeste do canal e nos montes Golan (em bege). Israel Anexado por Israel após a Guerra dos 6 dias Anexado pelo Egito após a Guerra de Yom Kippur Anexado por Israel após a Guerra de Yom Kippur

Quando o cessar-fogo entrou em vigor, Israel havia perdido território na parte oriental do Canal de Suez para o Egito (em vermelho), mas ganhou território a oeste do canal e nos montes Golan (em bege).

IsraelAnexado por Israel após a Guerra dos 6 diasAnexado pelo Egito após a Guerra de Yom KippurAnexado por Israel após a Guerra de Yom Kippur

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Operação LitaniOperação Litani foi o nome oficial da invasão de Israel no Líbano até o rio Litani. A invasão foi um sucesso militar, já que as forças da OLP foram empurrados para norte do rio. No entanto, o clamor internacional levou à criação das forças de paz FINUL e de uma retratação parcial israelita.Mas foram pegos de surpresa devido a ajuda dos Estados Unidos em relação à armamentos.

Guerra de 1982 e ocupaçãoA Guerra do Líbano de 1982 começou quando Israel atacou o Líbano, justificada por Israel como uma tentativa de remover os militantes Fatah liderados por Yasser Arafat do sul do Líbano, onde tinham estabelecido, durante a guerra civil do país, um enclave semi-independente utilizado para lançar ataques terroristas a civis israelenses.A invasão, que levou à morte de 20 mil libaneses, foi amplamente criticada tanto dentro como fora de Israel, especialmente após o ataque da milícia cristã aos palestinos da região, no episódio que ficou conhecido como massacre de Sabra e Shatila.Embora o ataque tenha obtido sucesso em exilar Arafat na Tunísia, Israel se indispôs com diversas milícias muçulmanas locais (especialmente o Hezbollah), que lutava pelo fim da ocupação militar israelense. Em 1985, Israel se retirou do território libanês, exceto por uma estreita faixa de terra designado por Israel como a Zona de Segurança Israelense. A Resolução 425 do Conselho de Segurança das Nações Unidas confirmou que, a partir de 16 de junho de 2000, Israel tinha retirado completamente as suas tropas do Líbano. Apesar das resoluções 1559 e 1583 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Hezbollah mantém ativa participação no conflito.

Intifada de 1987-1993A Primeira Intifada (1987-1993) começou como uma revolta dos palestinos, em particular os jovens, contra a ocupação militar israelense na Cisjordânia e Faixa de Gaza. Líderes da OLP exilados na Tunísia rapidamente assumiram o controle, mas a revolta também trouxe um aumento da importância dos movimentos nacionais palestinos e islâmicos. A Intifada iniciou por

um grupo de jovens que começaram a atirar pedras às forças de ocupação israelense forças na Jabalia (Faixa de Gaza), em dezembro de 1987. Crianças da Palestina foram os líderes desta revolta e foram chamados Atfal Al-Hijara, que significa as crianças das pedras. A Intifada terminou com a assinatura dos Acordos de Oslo entre Israel e OLP.

Guerra de Golfo de 1990-1991A Guerra do Golfo (1990-1991) começou com a invasão iraquiana e anexação do Kuwait e não teve inicialmente envolvimento militar direto com Israel. Uma coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, que incluía forças árabes foi montada para retirar as forças iraquianas do Kuwait. Para chamar Israel para o confronto e dividir a coligação multinacional, o Iraque lançou mísseis Scud sobre cidades e instalações nucleares israelenses perto de Dimona. No entanto, sob forte pressão dos Estados Unidos, que temiam que o envolvimento direto de Israel pudesse ameaçar a unidade da coalizão, Israel não promoveu retaliações ao Iraque e a coalizão multinacional afastou as forças iraquianas do Kuwait. Durante a guerra, a liderança palestina e o Rei Hussein da Jordânia apoiaram a invasão iraquiana do Kuwait. O Kuwait e outras monarquias árabes do Golfo, em seguida, expulsaram pouco menos de 400 mil refugiados palestinos e retiraram seu apoio à causa palestina, o que se tornaria um dos fatores que levaram a OLP a assinar os Acordos de Oslo.

Intifada de 2000A Intifada de Al-Aqsa começou no fim de setembro de 2000, na época em que o líder da oposição israelense Ariel Sharon e um grande contingente de guardas armados visitaram o complexo Monte do Templo/Al-Haram As-Sharif em Jerusalém e declararam a área território eterno israelita. Amplos motins e ataques eclodiram em Jerusalém e em muitas das grandes cidades israelenses, e se espalharam por toda a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Um grupo israelense de direitos humanos, B’Tselem, estimou o número de mortos em 3.396 palestinos e 994 israelenses, embora esse número seja criticado por não mostrar toda a imagem, e não distinguir entre combatentes e civis (terroristas suicidas, por

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exemplo, são contados entre os mortos).

Iniciativa de paz de 2000Em 2002, a Arábia Saudita ofereceu um plano de paz no The New York Times e em uma reunião de cúpula da Liga Árabe em Beirute. O plano baseia-se nas Resoluções 242 e 338 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas vai além: basicamente propõe a retirada plena, a solução para o problema dos refugiados palestinos e a criação de um Estado palestino com sua capital em Jerusalém Oriental, em troca de relações totalmente normalizadas com todo o mundo árabe. Essa proposta recebeu o apoio unânime da Liga Árabe pela primeira vez.Em resposta, o Ministro das Relações Estrangeiras de Israel Shimon Peres disse que “… os detalhes de cada plano de paz devem ser discutidos diretamente entre Israel e os palestinos, e para tornar isto possível, a Autoridade Palestina tem de pôr um fim ao terror, às atrocidades que assistimos ontem à noite em Netania”, referindo-se ao ataque suicida realizado em Netânia.

Retirada israelita de 2005Em 2005, Israel evacuou de forma unilateral os assentamentos e os postos militares avançados da Faixa de Gaza e do norte da Cisjordânia.O plano de desocupação foi uma proposta apresentada pelo Primeiro-Ministro israelense, Ariel Sharon, adotada pelo governo e aprovada em agosto de 2005, para remover a ocupação permanente de Israel da Faixa de Gaza e de quatro assentamentos ao norte da Cisjordânia. Os civis foram evacuados (muitos de forma forçada) e os edifícios residenciais foram demolidos após 15 de agosto, e a retirada da Faixa de Gaza foi concluída em 12 de setembro de 2005, quando o último soldado israelita deixou a Faixa de Gaza. A retirada militar do norte da Cisjordânia foi concluída dez dias mais tarde.

Conflito israelo-libanês de 2006O conflito israelo-libanês de 2006 teve início em 12 de julho de 2006, com um ataque pelo Hezbollah contra Israel. Três soldados israelenses foram mortos, e dois foram capturados e feitos prisioneiros no Líbano. Em uma operação de busca e salvamento para libertar os soldados capturados, mais cinco

soldados da Força de Defesa de Israel foram mortos. Isso marcou o início de uma nova onda de confrontos entre Israel e o Hezbollah, que viu a capital libanesa, o único aeroporto internacional libanês, e grande parte do sul do Líbano serem atacados por Israel enquanto milícias libanesas, provavelmente do Hezbollah, bombardeavam o norte de Israel, atingindo até a cidade israelense de Haifa, ao sul do país. Centenas de civis foram mortos, inclusive 90% das vítimas libanesas de ataques aéreos israelenses. Cresceram as preocupações de que a situação ficasse ainda pior, com a possibilidade de Síria ou Irã envolverem-se. Mas um cessar-fogo foi assinado, entrando em vigor em 14 de agosto de 2006.http://pt.wikipedia.org/wiki/Conflito_%C3%A1rabe-israelense

7Língua Portuguesa - Sociologia, Antropologia e Política - FilosofiaNo início do filme, vemos uma declaração de Ayed Morrar. Ele se apresenta dizendo que mora no vilarejo de Budrus, está participando de um movimento que tem como estratégia a resistência popular para protestar contra a ocupação de sua terra e termina fazendo um apelo: “Dê-nos esperança para que possamos conquistar a liberdade”.Pergunte como interpretaram o apelo de Ayed. Ayed é o líder do movimento em Budrus. Distribua as seguintes questões e peça que seus alunos respondam e discutam a respeito do que escreveram.• Quais são algumas qualidades de liderança observadas em Ayed Morrar? Em que momento do filme você notou isso?• Quem são os líderes que você admira em sua própria comunidade? Eles compartilham qualquer uma das qualidades de liderança que você notou em Ayed?• Que impacto uma pessoa como Ayed pode ter no conflito árabe-israelense?• Uma pessoa como Ayed representa a liderança cívica, enquanto os governantes representam a liderança política. O que os civis podem fazer que seu governo não pode?

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8Língua Portuguesa - História - Sociologia, Antropologia e Política - FilosofiaA estratégia dos moradores de Budrus é repudiar um conflito e protestar através da resistência pacífica. Sugira uma pesquisa para saber onde e quando ocorreram outros movimentos populares pacíficos. O ponto de partida poderá ser a lista abaixo. Após a apresentação dos tópicos pesquisados peça que cada um escreva a sua própria definição de Não Violência.

Os hebreus contra os RomanosPrimeiro estagio da revolução AmericanaNa Índia colonialComunismo na PolôniaNa segregação na África do SulEm Israel e nos Territórios PalestinosNa Dinamarca durante a segunda guerra mundialNa Alemanha durante a segunda guerra mundialNa Noruega durante a segunda guerra mundialOs fazendeiros de Larzac (França)Contra a armas nuclearesNo Oriente MédioEgito - Kifaya, Partido AmanhãNa Índia Frente de Libertação Jammu Kashmir (Yasin Malik)Na China A escola filosófica Mohista desaprova a guerra.Na TchecoslováquiaNa IrlandaEm SingapuraNo Brasil

9História – Geografia - Sociologia, Antropologia e PolíticaBudrus é um território ocupado na Cisjordânia. Peça que localizem no mapa a região da Cisjordânia e respondam por que este

 

 

território foi ocupado.Desafios dos territórios palestinos ocupadosAs novas divisões territoriais definidas em 1948 (após o fim da Guerra Árabe-Israelense) e em 1967 (após a Guerra dos Seis Dias), reduziram consideravelmente as áreas destinadas aos palestinos. Eles vivem hoje espalhados por Cisjordânia, Gaza e países árabes vizinhos. Entenda como estão distribuídos na região, com autonomia limitada.

Territórios Ocupados pelos Palestinos no Oriente Médio

A disputa territorial entre Israel e Palestina

   

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Divisão da Cisjordânia desde o Acordo de Paz de Oslo (1993)http://veja.abril.com.br/multimidia/infograficos/desafios-dos-territorios-palestinos-ocupados

10História – Geografia - Sociologia, Antropologia e Política - FilosofiaBudrus é um vilarejo agrícola com uma população de 1500 habitantes, que vive basicamente do cultivo de azeitonas. Está localizado entre Israel e a Cisjordânia. O vilarejo já vivia sob a ocupação israelense, mas a construção de um muro para proteger a população israelense contra atentados terroristas dividiria a cidade ao meio, desencadeando a revolta da população. Analise os motivos de cada lado da questão e proponha um júri simulado, em que as razões serão discutidas. Para ilustrar o que está sendo discutido promova a exibição dos vídeos abaixo e na conclusão, apresente a alternativa de paz proposta na Internet (Uma bela iniciativa).

Motivo israelensehttp://www.israelnaweb.com/site/index.php?option=com_content&view=article&id=285:video-israelenses-falam-sobre-ataques-terroristas&catid=48:conflitos

Motivo palestinohttp://www.youtube.com/watch?NR=1&v=oVbz4X5s5eM&feature=endscreen

Uma bela iniciativahttp://www.youtube.com/watch?v=I6sPCSJu31U&sns=fb

11História - Geografia Língua Portuguesa

A população de Budrus vivia do milenar cultivo das oliveiras e elas estavam sendo derrubadas. Pergunte se alguém já tinha visto uma árvore como esta antes, conte que elas eram cultivadas antes de 1500 AC e ofereça informações a respeito, pedindo que escolham um aspecto relacionado ao tema e escrevam um texto.

A oliveira

“Esperou ainda sete outros dias e soltou de novo a pomba fora da arca.À tarde, ela voltou a ele, e eis que tinha no bico um ramo de oliveira! Assim Noé ficou sabendo que as águas haviam baixado na terra”. Gênesis, 8: 10-11

Para os hebreus, a oliveira era também uma árvore sagrada. Consideravam-na a dádiva mais preciosa de Jahvé. Transmitiram aos árabes a veneração por esta árvore e, no Islã, a oliveira é a Árvore do Mundo por excelência, o centro e pilar de apoio do Mundo.http://www.nova-acropole.pt/a_simbolismo_arvores.html

Na Grécia a oliveira era considerada uma dádiva da deusa Atena e simbolizava a liberdade e a pureza. Com seus ramos, os gregos trançavam as grinaldas e coroas para os atletas vencedores. Sófocles, poeta e dramaturgo grego, não escondia sua admiração pela árvore, que julgava quase “imortal”: para ele, a oliveira era a “árvore invencível que nasce de si mesma”. A mitológica “imortalidade” da oliveira, tão enaltecida por gregos e romanos, provinha da grande resistência e durabilidade da árvore. O cultivo da oliveira é feito principalmente na região mediterrânea, sendo que a Itália e a Espanha são os principais produtores, seguidos de Portugal, Grécia, Turquia e Tunísia.

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 A oliveira é conhecida cientificamente como Olea europaea L., família Oleaceae. São árvores baixas de tronco retorcido nativas da parte oriental do Mar Mediterrâneo. De seus frutos, as azeitonas, os homens no final do período neolítico aprenderam a extrair o azeite. Este óleo era empregado como unguento, combustível ou na alimentação, e por todas estas utilidades, tornou-se uma árvore venerada por diversos povos.A civilização minoana, que floresceu na Ilha de Creta até 1500 a.C., prosperou com o comércio do azeite de oliva, que primeiro aprendeu a cultivar. Já os gregos, que possivelmente herdaram as técnicas de cultivo da oliveira dos minóicos, associavam a árvore à força e à vida. A oliveira é também citada na Bíblia em várias passagens, tanto a árvore como seus frutos.Há de se fazer nota ainda sobre a longevidade das oliveiras. Estima-se que algumas das oliveiras presentes em Israel nos dias atuais devam ter mais de 2500 anos de idade. Em Santa Iria de Azóia, Portugal, existe uma oliveira com 2850 anos.

OrigemNa Grécia antiga já se falava das oliveiras. Conta-se que durante as disputas pelas terras onde hoje se encontra a cidade de Atenas, Posêidon teria, com um golpe de seu tridente, feito surgir um belo e forte cavalo. A deusa Palas Atenas, teria então trazido uma oliveira capaz de produzir óleo para iluminar a noite e suavizar a dor dos feridos, fornecendo alimento rico em sabor e energia. Do outro lado do Mediterrâneo, os italianos contam que

Rômulo e Remo, descendentes dos deuses fundadores de Roma viram a luz do dia pela primeira vez sob os galhos de uma oliveira.O fato concreto é que vestígios fossilizados de oliveiras são encontrados na Itália, no Norte da África, em pinturas nas rochas das montanhas do Saara Central, com idade de seis mil a sete mil anos, entre o quinto e segundo milênio a.C. Múmias da XX Dinastia do Egito foram encontradas vestidas com granalhas trançadas de oliveira e em Creta, registros foram encontrados em relevos e relíquias da época minóica (2.500 a.C.).Os estudiosos de história concluem que o azeite, óleo advindo das oliveiras, faz parte da alimentação humana há muito tempo. Concluem que a oliveira é originada do sul do Cáucaso, das planícies altas do Irã e do litoral mediterrâneo da Síria e Palestina, expandindo posteriormente para o restante do Mediterrâneo.http://pt.wikipedia.org/wiki/Oliveira

A oliveira é conhecida como a árvore da eternidade e por isso mesmo não pode ser plantada em qualquer lugar. Uma escolha errada significa problema para o resto da vida, porque ela demora 40 anos para alcançar a maturidade. A escolha do local deve ser perfeita, não pode ter ventos fortes nem correnteza de água após o degelo. Depois, todo cuidado é tomado durante a plantação, germinação e crescimento das árvores, para obter uma oliveira saudável e produtiva. Em condições normais, cada pé de oliva produz de 15 kg a 50 kg de azeitonas.E para produzir 1 litro de azeite são necessários 5 kg do fruto.As flores das oliveiras têm uma fecundação muito difícil. Mais difícil ainda é a fase final de formação da polpa do fruto. Só para se ter uma ideia, de cada 20 flores da oliveira uma única azeitona é produzida.A floração no Mediterrâneo acontece entre os meses de abril e junho. Na Espanha, ela é em maio, uma época muito bonita na plantação dos olivais. Os frutos vão aparecer entre junho e outubro, primeiro a semente (conhecida pelos brasileiros como caroço) e depois, pouco a pouco, há o desenvolvimento da polpa.O que poucos sabem é que a azeitona não pode ser consumida logo após sua colheita, pois é muito amarga. Não é como o tomate ou

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a laranja. A azeitona precisa passar por um processamento antes de ser usada na culinária, levada à mesa ou simplesmente degustada. O produto que se conhece é a azeitona curtida em água e sal ou numa solução alcalina. Dos dois modos ela é muito saborosa.http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/azeitonas/azeitonas-1.php

12História – Geografia - Sociologia, Antropologia e Política Língua Portuguesa

O muro de Budrus não é o único que separa povos. Peça que lembrem a existência de outros muros de segregação. Proponha uma pesquisa a respeito.

Os muros que separam povos

Mesmo 50 anos após construção do Muro, paredões ainda separam povos.O Muro de Berlim, cujas obras começaram há meio século, não existe mais. No entanto, em algumas regiões do planeta cercas e muros com extenso policiamento e alta tecnologia continuam separando pessoas.O Chipre foi dividido em 1974, como resultado de longos anos de tensões e conflitos sangrentos entre gregos e turcos. A chamada linha verde, que separa as duas partes da ilha, tem cerca de 180 quilômetros de comprimento. Ela passa pelo meio da capital comum, Nicósia, que desde a queda do Muro de Berlim é a última capital dividida do mundo. Desde 2003, a situação está mais tranquila em Nicósia, após a Turquia ter aberto a fronteira para passagens diárias. Mesmo depois da integração do lado grego de Chipre à União Europeia, não há perspectiva para o fim da divisão.

Muro de proteção contra imigrantes“Muro da vergonha”. Assim ativistas de direitos humanos chamam a construção que marca a fronteira entre os EUA e o México. Uma barreira de 3 mil quilômetros de comprimento

feita de placas de metal, arame farpado, detectores de movimento e câmeras de infravermelho.Dezenas de milhares de policiais tentam impedir a imigração ilegal. Mas os imigrantes provenientes do México, Guatemala e Honduras tentam passar mesmo assim, arriscando as próprias vidas.Imigrantes se escondem de guardas dos EUA na divisa com o México. Fronteira tem quase 400 mortes por ano.As fortificações de fronteira os obrigam a entrar cada vez mais no deserto. Cerca de 400 imigrantes morrem a cada ano tentando chegar aos Estados Unidos. Uma cifra maior do que a registrada nos 28 anos do Muro de Berlim.

Cerca na entrada da EuropaCeuta e Melilla fazem parte da Espanha e, portanto, da União Europeia. Mas ambos ficam no continente africano. Esses enclaves do bem-estar são destino de migrantes de toda a África. Cercas de arame farpado, torres de guarda, detectores de movimento, câmeras de infravermelho e guardas armados impedem a entrada ilegal de migrantes africanos.Os fundos para o financiamento das barreiras foram disponibilizados, em maior parte, no âmbito do Tratado de Schengen da UE. Apesar das medidas de alta segurança, há sempre tentativas de refugiados para passar pela cerca.

Parede no Oriente MédioUns o chamam de “muro antiterrorista”, outros o veem como o “novo Muro de Berlim”. Para se proteger contra ataques terroristas de extremistas palestinos, Israel separou grande parte da Cisjordânia do território israelense com paredes e cercas. No entanto, a barreira de separação avança, em parte, profundamente sobre território palestino, separa agricultores de seus campos e obriga as pessoas a grandes desvios.De acordo com as autoridades israelenses, a barreira de separação reduziu o número de ataques terroristas. Internacionalmente, esta forma de proteção das fronteiras permanece controversa. O Tribunal Internacional em Haia ressalta, em seu relatório sobre a construção do muro, que a edificação limita muito o direito dos palestinos à autodeterminação.

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Coreia, área nevrálgica da Guerra FriaSoldados norte-coreanos: face a face com os colegas do sulUma fronteira fortemente equipada, as tropas capitalistas e comunistas face a face e o medo constante de uma escalada de violência. A Coreia do Sul foi, assim como a Alemanha, dividida com o fim da Segunda Guerra Mundial, numa decisão conjunta dos Estados Unidos e da União Soviética. Os coreanos, que até a divisão em 1945 estavam sob ocupação japonesa, não foram consultados. Até hoje, ambos os lados sofrem as consequências. A fronteira é praticamente impossível de ser transposta. O povo da Coreia do Norte vive isolado, sem poder deixar um país pobre, de regime ditatorial. De vez em quando acontecem confrontos entre os exércitos do sul e do norte. Não há perspectiva para um fim da divisão.Caxemira: 500 quilômetros de arame farpadoCerca divide a CaxemiraUma barreira de três metros de altura atravessa mais de 500 quilômetros da região de Caxemira. Com as cercas elétricas e de arame farpado, a Índia quer impedir que terroristas vindos da parte paquistanesa passem a linha de cessar-fogo. A cerca é um problema para o processo de paz entre Índia e Paquistão porque as pessoas na Caxemira temem que a intenção da Índia seja dividir a região para sempre.Autores: Nils Naumann/Claudia Brandt (md)Revisão: Roselaine WandscheerEnviado por luisnassif, sab, 13/08/2011 - 08:32Por ZurayaDeutsche Welle

13História - Sociologia, Antropologia e Política - Língua PortuguesaO protesto uniu duas maiores lideranças palestinas rivais. HAMAS e FATAH disputam a liderança do movimento de libertação da Palestina. Distribua o texto abaixo e peça que comentem a respeito das diferenças observadas entre as duas organizações.

HAMASO Hamas “Movimento de Resistência Islâmica”) uma organização palestina, de orientação sunita, que inclui uma entidade filantrópica, um partido político e um braço armado, as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. É o mais importante movimento fundamentalista islâmico palestino.Em janeiro de 2006, o Hamas venceu as eleições parlamentares na Palestina, ganhando 76 dos 132 assentos no Parlamento Palestino, enquanto o Fatah conseguiu 43. Após a vitória eleitoral do Hamas, conflitos violentos e não violentos ocorreram entre o Hamas e o Fatah. 12 palestinos morreram e mais de 100 ficaram feridos. Depois da Batalha de Gaza, em junho de 2007, o Hamas perdeu suas posições na Autoridade Palestina na Cisjordânia, sendo substituído por integrantes do Fatah e independentes. O Hamas manteve somente o controle de Gaza.O Hamas é listado como organização terrorista pelo Canadá, União Europeia , Israel, Japão e Estados Unidos. A Austrália e o Reino Unido consideram como organização terrorista somente o braço militar do Hamas - as Brigadas Izz ad-Din al-Qassam. Outros países, como a África do Sul, a Rússia, a Noruega e o Brasil não consideram o Hamas como organização terrorista. Na Jordânia, o Hamas tinha uma presença forte até o final da década de 1990, o que causava atritos entre o governo jordaniano e Israel. O rei Abdullah fechou a sede do Hamas na Jordânia e expulsou seus líderes.Em maio de 2011, o líder do Hamas Ismail Haniya condenou a operação norte-americana que matou Osama bin Laden, responsável pelos Ataques de 11 de setembro de 2001, denominando bin-Laden de “guerreiro sagrado”, e a operação como um “assassinato”.

FATAHFatah ou Al-Fatah “Movimento de Libertação Nacional dos escravos liderados pelo povo da Palestina”, é uma organização política e militar, fundada em 1964 pelo engenheiro Yasser Arafat e Khalil al-Wazir (Abu Jihad), e outros membros da diáspora palestina, como Salah Khalaf e Khaled Yashruti. É a maior facção da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), uma confederação multipartidária. Pode ser definido como um

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partido de centro-esquerda no contexto da política palestina. É essencialmente nacionalista. O partido é menos radical que o Hamas e atualmente prega a reconciliação entre palestinos e israelenses. Esta é uma das principais razões de sua aceitação internacional.

Um dos personagens mais importantes do filme é Iltezan Morrar, que aos quinze anos decidiu que as mulheres deveriam também participar das manifestações. A filha do líder Ayed propôs ao pai este engajamento apesar de culturalmente haver uma série de proibições para as mulheres palestinas. Chame atenção para o fato do movimento pacifista ter favorecido a união entre homens e mulheres, vencendo assim um tabu milenar. Proponha uma pesquisa a respeito da situação das mulheres muçulmanas em diversos países.

14História - Sociologia, Antropologia e Política - Filosofia

15Informática - Língua Portuguesa - Sociologia, Antropologia e Política - FilosofiaO filme foi criado por Just Vision, uma organização sem fins lucrativosque utiliza ferramentas de mídia e educativas para provocar a conscientização sobre os esforços de palestinos e israelenses para resolver o conflito. A diretora do filme, a brasileira Júlia Bacha faz parte desta ONG chamada Just Vision e em seu site deixa uma mensagem para os estudantes: “Esperamos que o filme inspire estudantes no dia a dia, a respeito da vontade e do poder das pessoas para criar a mudança”.Visite o site com seus alunos. Solicite a ajuda do professor de inglês, se houver necessidade

de traduções. Se a turma desejar, assista os outros filmes da mesma produtora. Depois, pergunte se gostariam de deixar uma mensagem para ela no site. As mensagens podem ser redigidas em grupo e ao final, lidas para a turma.

 

16Língua Portuguesa - Arte - Sociologia, Antropologia e Política - FilosofiaApós 55 manifestações e dez meses de resistência, foi feita uma alteração na rota do muro, salvando 95% do território e as oliveiras. De acordo o porta-voz do exército israelense, a mudança foi uma decisão política. Já o líder palestino declara “mudanças políticas são frutos de uma luta por haver uma força política que faz com que aconteçam”. Pergunte o que acham das duas declarações e como resumiriam a mensagem deste filme.

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