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Breve Introdução à Mecânica dos Fluidos. Conceitos básicos para Ensino Médio ou disciplinas de Física Geral em cursos diversos.TRANSCRIPT
FÍSICA GERAL
Sumário
6.1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................................16.2 OS PRIMEIROS CONCEITOS.....................................................................................................1
6.2.1 Pressão....................................................................................................................................16.2.2 Densidade e Massa Específica................................................................................................2
6.3 A LEI OU O TEOREMA DE STEVIN..........................................................................................26.4 O PRINCÍPIO DE PASCAL..........................................................................................................36.5 A PRESSÃO OSMÓTICA.............................................................................................................46.6 O ESCOAMENTO.........................................................................................................................46.7 A EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE...........................................................................................56.8 A EQUAÇÃO DE BERNOULLI...................................................................................................66.9 PROBLEMAS E EXERCÍCIOS....................................................................................................7Bibliografia e Leitura sugerida:............................................................................................................8
APOSTILA 06: MECÂNICA DOS FLUIDOS
6.1 INTRODUÇÃO
Nesta apostila, estudaremos um pouco acerca do que chamamos Mecânica dos Fluidos, ou
seja, estudaremos alguns dos fenômenos relacionados aos fluidos (líquidos e gases) em repouso
(normalmente referido como Hidrostática) ou em movimento (Hidrodinâmica).
6.2 OS PRIMEIROS CONCEITOS
Inicialmente, é preciso que relembremos (ou aprendamos) alguns conceitos importantes e
básicos para o desenvolvimento dos demais conceitos de Mecânica dos Fluidos:
6.2.1 Pressão
A pressão é definida como a razão entre o módulo da força perpendicular aplicada a uma
superfície e a área desta. Sendo assim, ela representa a força por unidade de área a que a superfície
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está submetida em um determinado local. Matematicamente,
p=FA
No S.I., a pressão é expressa em N/m² (ou Pa, sendo 1 N/m² = 1 Pa). Contudo, outras
unidades são importantes:
- m.c.a. (metros de coluna d'água): 1 m.c.a. = 105 Pa
- mmHg (milímetros de mercúrio) ou cmHg (centímetros de mercúrio): 760 mmHg = 105 Pa
76cmHg = 105 Pa
- atm (atmosfera): 1 atm = 105 Pa
- psi (libras por polegada quadrada): 1 psi = 7.103 Pa
6.2.2 Densidade e Massa Específica
A densidade (d) de um corpo ou composto ou a massa específica (μ) de um elemento
químico, são definidas como sendo a razão entre a massa do corpo (m), composto ou elemento, e o
volume (V) que este ocupa:
d=mV
ou μ=mV
Apesar de terem sentidos um pouco diferentes, nesta apostila utilizaremos apenas a letra d
para ambas as grandezas, de forma a evitar qualquer confusão.
A unidade de densidade (ou massa específica) no sistema internacional (S.I.) é kg/m³, sendo
possível encontrarmos unidades alternativas (não do S.I.), como g/cm³.
1kg/m ³=1000g /m³
6.3 A LEI OU O TEOREMA DE STEVIN
Segundo Stevin, no interior de um fluido, a pressão exercida pelo próprio fluido sobre um
ponto em seu interior será proporcional à altura da coluna de fluido acima da posição estudada, à
aceleração da gravidade no local e à densidade do fluido, ou seja,
prelativa=d .g .h
Essa pressão é chamada de pressão relativa (prelativa) ou efetiva.
Desta forma, a pressão total (pabsoluta) sobre o ponto em questão será dada pela soma da
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pressão relativa com a pressão externa (p0) (normalmente a pressão atmosférica local):
p ou pabsoluta=p0+d . g .h
6.4 O PRINCÍPIO DE PASCAL
O princípio de Pascal postula que “a alteração de pressão produzida num líquido
(incompressível) em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do líquido e às paredes
do recipiente”, ou seja,
Δ p1=Δ p2=Δ p3 ...
Este é o princípio básico de funcionamento das máquinas hidráulicas, as quais podem ser
esquematizadas como na figura a seguir, independentemente de sua função:
Desta forma, observando as variações de pressões em ambos os êmbolos:
Δ p1=Δ p2
F1A1
=F2A2
ou ainda F1F2
=A1A2
O que nos permite perceber que a razão entre as forças atuantes nos êmbolos é igual à razão
entre as áreas dos respectivos êmbolos, ou seja, a proporção se mantém!
É importante também indicar que apesar da multiplicação (ou divisão) da força aplicada, o
deslocamento será dividido (ou multiplicado):
F1F2
=h2h1
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6.5 A PRESSÃO OSMÓTICA
Uma grandeza importante é a pressão osmótica (Π). Em um sistema com membrana
permeável (figura a seguir), a pressão osmótica poderia ser encontrada por:
Π=d .g .(h2−h1)
Caso a membrana não seja permeável, a pressão osmótica pode ser calculada pela equação
de van't Hoff:
Π .V=CM . R .T
onde V é o volume, CM a concentração molar dos solutos, R a constante dos gases ideais e T a
temperatura da solução.
6.6 O ESCOAMENTO
O escoamento de um fluido pode ser classificado em dois tipos principais: laminar (ou
lamelar) e turbulento.
Dadas algumas características do conduto e do fluido em questão, é possível se dizer qual o
tipo de escoamento a que está sujeito, através do cálculo do chamado número de Reynolds (Re).
Em nossos estudos, consideraremos apenas o escoamento laminar, além de aplicarmos ao
nosso fluido e sistema as seguintes características:
- o escoamento é não-viscoso e não-rotacional!
- o fluido é incompressível!
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- em cada área transversal do conduto, a velocidade do fluido é a mesma em todos os
pontos sobre esta área!
6.7 A EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE
A equação da continuidade é uma formulação de uma lei de conservação de massa, pois
estabelece que a vazão (Q) em ponto do conduto será igual à vazão em outro ponto deste mesmo
conduto. Neste caso, não consideramos a ramificação deste conduto; caso isto ocorra, devemos
levar em consideração a soma das vazões em cada ramificação! Assim, imaginemos um fluido
preenchendo e escoando em um conduto de área transversal circular variável:
Sabendo que a vazão é a razão entre o volume de fluido que passa por uma seção transversal
de um conduto e o intervalo de tempo em que isto ocorre, podemos estabelecer a seguinte equação
para a vazão:
Q=volume
intervalo de tempo=
ΔVΔ t
Portanto, a vazão, no S.I., é dada em m³/s!
Neste caso, podemos dizer que o volume que atravessa a seção transversal no ponto 1 será
igual à vazão que atravessa o ponto 2:
Q1=Q2
Contudo, o volume neste caso será (aproximadamente) o volume de um cilindro de área
transversal A e o comprimento do cilindro será dado pelo produto da velocidade do fluido pelo
intervalo de tempo de movimento, ou seja,
ΔV 1Δ t
=ΔV 2Δ t
A1.v1.Δ t
Δ t=A2.v2 .Δ t
Δ t
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v1 . A1=v2 . A2
Esta última sendo considerada a equação da continuidade.
Desta forma, podemos, agora, dizer que a vazão pode ser calculada de duas formas:
Q=ΔVΔ t
=v . A
6.8 A EQUAÇÃO DE BERNOULLI
A equação da Bernoulli nos auxilia a entendermos como as grandezas pressão (p),
velocidade (v) e altura (h ou z) de fluido se relacionam durante o escoamento de um fluido por um
conduto, conforme a figura a seguir:
Esta relação surge do estudo do trabalho realizado pelo fluido para ir do ponto 1 ao ponto 2
e das energias envolvidas neste processo (cinética e potencial gravitacional), fornecendo-nos a
seguinte equação, para um fluido ideal:
p1+d .v1
2
2+d .g .h1=p2+
d . v22
2+d .g .h2
Contudo, nos estudos de Hidráulica, é comum utilizarmos o peso específico do fluido (γ) ao
invés de sua densidade. Assim, como
γ=d . g ou γ=μ . g
Teremos que
p1γ +
v12
2 g+h1=
p2γ +
v22
2g+h2
Os termos (de cada lado), se referem às chamadas carga de pressão, carga de velocidade e
carga de posição, respectivamente, e cada termo tem unidade de comprimento (metro).
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6.9 PROBLEMAS E EXERCÍCIOS
01) Como definimos pressão?
02) Como calculamos a pressão exercida por uma força F que faz um ângulo x com a
superfície em que é aplicada?
03) A densidade de um navio é menor que a da água, visto que flutua nesta. Como isto é
possível, se sabemos que a densidade do aço (ferro, etc), ou seja, a densidade dos materiais de que é
feito, é maior que a da água?
04) Cite exemplos de máquinas hidráulicas?
05) O reservatório indicado na figura contém ar seco e óleo. O tubo que sai do reservatório
contém óleo e mercúrio. Sendo a pressão atmosférica normal, determine a pressão do ar no
reservatório. (Dê a resposta em mm de Hg.)
São dados: densidade do mercúrio dHg = 13,6 g/cm³; densidade do óleo d0 = 0,80 g/cm³.
06) Suponha que o sistema esquematizado na figura seja utilizado para prensar amendoins.
As áreas das faces dos êmbolos E1 e E2 são, respectivamente, 10cm² e 200cm². O deslocamento
sofrido pelo êmbolo E2 é d2 = 5 cm, e o módulo de F1 é 500 N.
Desprezando os atritos, calcule:
a) o módulo de F2;
b) o deslocamento d1 do êmbolo E1.
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07) Álcool, cuja densidade de massa é de 0,80 g/cm³, está passando através de um tubo
como mostra a figura.
A secção reta do tubo em A é 3 vezes maior do que em B. Em A a velocidade é de vA = 5,0
m/s, a altura hA= 10,0m e a pressão PA= 7,0 x 10² N/m². Se a altura em B é hB= 1,0m, calcule a
velocidade e a pressão em B.
08) Qual a velocidade da água através de um furo, com área de 2 cm², na lateral de um
tanque, se o desnível entre o furo e a superfície livre é de 2 m?
Bibliografia e Leitura sugerida:
Livros de Física do Ensino Médio ou Superior: tópicos de Mecânica, de Termodinâmica, de Física Moderna, de Óptica.
DURÁN, J.E.R. Biofísica: fundamentos e aplicações. São Paulo: Pearson, 2003.
Motor de busca: Google, Yahoo, etc.
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