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Brasília, de lI! a 7 de fevereiro de 1988 - nl! 34 Volume 37Lf , ANO DE CONSTITUINTE "da Carta . (lI? rov ada , Já estão aprovados o Preâmbu- lo (uma espécie de norma geral para a formulação de todo o texto e para definição da Sociedade, do Estado e da cidadania) e os cinco artigos do Título 1. Este ritmo dei- xou bastante animado o presiden- te da ANC, deputado Ulysses Guimarães que, agora, deposita mais fundadas esperanças num trabalho que, embora sendo céle- re, não deverá ser de forma algu- ma descuidado. Provavelmente os embates maiores começarão a se travar no Título VI, que trata do sistema tributário, e no Título VII, que aborda a Ordem Econô- mica e Financeira. Nesta edição, que classificamos assumidamente de comemorativa, lideranças e di- rigentes do Congresso, dos mais diversos partidos e grupos, fazem a análise deste ano constitucional. Este ano pode ser comemorado, porque ao contrário do que se ten- tou fazer entender à população, em certo período, foi um ano de muito, muito trabalho, e de gran- des avanços. Está-se erigindo, pe- la primeira vez, uma nova ordem nacional a partir das experiências de todos os segmentos da socie- dade e, não, de um esboço formu- lado em gabinetes, como sempre aconteceu em nossa história. Fo- ram apresentadas e apreciadas mais de 60 mil emendas, num pro- cesso de baixo para cima, que per· passou subcomissões, comissões temáticas, uma grande Comissão de Sistematização, o acolhimento de .em:-ndas populares e a mani- festação organizada e acatada, dos mais diversos setores da socie- dade. Esse trabalho merece, pois, ser comemorado. Mais do que IS- so, entretanto, podemos afirmar que nunca um poder foi tão trans- parente à sociedade como o Le- gislativo Constituinte neste ano. Neste edifício circulam pessoas das mais variadas origens e com os mais diversos propósitos, sen- do que apenas uma mínima e dis- segurança zela pela pro te- çao aos parlamentares. E facul- tado à imprensa e ao cidadão co- mum abordar. qualquer consti- tuinte ou dirigente partidário e dele colher opiniões sobre a mais variada gama de temas. Nesse sentido, a Constituinte revela-se o piloto do que deve ser a socie- dade brasileira: aberta ao diálogo de todos e, sobretudo, sem restri- ções. Não desejamos comemorar um segundo ano. Constituições bem elaboradas, felizmente não levam uma vida para da infância à maoridade. (Páginas de 2 alO.)

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Page 1: Brasília, de...autoritária para, em um novo país, con temporâneo aos sentimentos da Nação, construir um novo Estado de direito de mocrático. Porisso sempre lutamos pela convocação

Brasília, de lI! a 7 de fevereiro de 1988 - nl! 34

Volume

37Lf

,ANO DE CONSTITUINTE

"da Carta.(lI?rovada

, Já estão aprovados o Preâmbu-lo (uma espécie de norma geralpara a formulação de todo o textoe para definição da Sociedade, doEstado e da cidadania) e os cincoartigos do Título 1.Este ritmo dei­xou bastante animado o presiden­te da ANC, deputado UlyssesGuimarães que, agora, depositamais fundadas esperanças numtrabalho que, embora sendo céle­re, não deverá ser de forma algu­ma descuidado. Provavelmenteos embates maiores começarão ase travar no Título VI, que tratado sistema tributário, e no TítuloVII, que aborda a Ordem Econô­mica e Financeira. Nesta edição,que classificamos assumidamentede comemorativa, lideranças e di­rigentes do Congresso, dos maisdiversos partidos e grupos, fazema análise deste ano constitucional.Este ano pode ser comemorado,porque ao contrário do que se ten­tou fazer entender à população,em certo período, foi um ano demuito, muito trabalho, e de gran­des avanços. Está-se erigindo, pe­la primeira vez, uma nova ordemnacional a partir das experiênciasde todos os segmentos da socie­dade e, não, de um esboço formu­lado em gabinetes, como sempreaconteceu em nossa história. Fo­ram apresentadas e apreciadasmais de 60 mil emendas, num pro­cesso de baixo para cima, que per·passou subcomissões, comissõestemáticas, uma grande Comissãode Sistematização, o acolhimentode .em:-ndas populares e a mani­festação organizada e acatada,dos mais diversos setores da socie­dade. Esse trabalho merece, pois,ser comemorado. Mais do que IS­

so, entretanto, podemos afirmarque nunca um poder foi tão trans­parente à sociedade como o Le­gislativo Constituinte neste ano.Neste edifício circulam pessoasdas mais variadas origens e comos mais diversos propósitos, sen­do que apenas uma mínima e dis­c~eta segurança zela pela pro te­çao aos parlamentares. E facul­tado à imprensa e ao cidadão co­mum abordar. qualquer consti­tuinte ou dirigente partidário edele colher opiniões sobre a maisvariada gama de temas. Nessesentido, a Constituinte revela-seo piloto do que deve ser a socie­dade brasileira: aberta ao diálogode todos e, sobretudo, sem restri­ções. Não desejamos comemorarum segundo ano. Constituiçõesbem elaboradas, felizmente nãolevam uma vida para pass~r dainfância à maoridade. (Páginas de2 alO.)

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Os socialistas na Constituinte

Constituinte Jamil HaddadLíder do PSB

Quando ingressamos na fase das vota­ções, após a reforma regimental impostapelo Centrão (o novo nome da direitaparlamentar), se fundados são nossos te­mores sobre o futuro de nossa Consti­tuição, maiores são as nossas condiçõesde luta. À nossa bancada se integraramos bravos deputados Ademir Andrade(nosso novo líder na Constituinte) e Abi­gail Feitosa. Antes do fim dos trabalhosconstitucionais deveremos ser mais,muito mais.

Estou certo de que os socialistas hon­raram os seus mandatos.

socialismo. Essas emendas abordamquestões como o aborto, a ampliação daação popular, os direitos dos aposenta­dos, a produção de alimentos, a anistia,ampla, geral e irrestrita; uma de nossasprincipais bandeiras, a moralização, de­mocratização e socialização da adminis­tração pública, o fortalecimento da Jus­tiça do trabalho e a prevenção de aciden­tes, a criação de conselhos comunitários,visando a descentralização do poder, aproibição do comércio de órgãos huma­nos e do sangue, a democratização e pu­blicização da comunicação pública, a im­prescindibilidade de concurso para o in­gresso na administração pública, os di­reitos da mulher, a proibição de qual­quer sorte de discriminação, a proteçãodo deficiente físico, a efetivação dos di­reitos constitucionais, a realização dosdireitos individuais, a educação univer­sal, pública e gratuita, a proteção do ma­gistério, a democratização da escola pri­vada, as eleições majoritárias em doisturnos, o mandato de quatro anos parao atual presidente, o parlamentarismo,a democratização da economia, a refor­ma agrária, estabelecimento de freios àespeculação imobiliária, o controle civildo papel das Forças Armadas, a erradi­cação de armas nucleares, a reforma tri­butária, o direito de greve, maior tribu­tação da herança, democratização da ha­bitação, os direitos dos índios, o direitodos inquilinos, a iniciativa legislativa po­pular, o meio ambiente, a proteção daindústria brasileira da informática, a de­mocratização da justiça, a autonomiamunicipal, os direitos previdenciários, avida partidária, o fortalecimento e auto­nomia dos sindicatos e a tortura, tornadacrime comum, inafiançável, insuscetívelde graça ou indulto.

Atuando em todas as fases do trabalhoconstituinte, presente na Comissão deSistematização por intermédio de seupresidente e líder no Senado, o PartidoSocialista Brasileiro conseguiu influir noconteúdo da Constituição. Além dasemendas apresentadas pela DeputadaBeth Azize, tive a oportunidade de ver123 emendas minhas aprovadas, versan­do os mais significativos temas da lutade nosso povo pela democracia e pelo

Desde a primeira hora, o Partido So­.cialista Brasileiro, refletindo sua coerên­cia programática, considerou a elabora­ção constituinte a tarefa política mais im­portante de nossa quadra histórica. Era,e é preciso passar a limpo a legislaçãoautoritária para, em um novo país, con­temporâneo aos sentimentos da Nação,construir um novo Estado de direito de­mocrático. Por isso sempre lutamos pelaconvocação de uma Assembleía Nacio­nal Constituinte, livre e autônoma, dota­da de poder constituinte originário, comseus membros eleitos por sufrágio espe­cífico. Foi a primeira frustração. Tive­mos tão-só a convocação de um Con­gresso com poderes constituintes e osConstituintes eleitos em um pleito co­mandado pela disputa dos governos esta­duais. Como antecipávamos sem sermosouvidos, a discussão central, a questãoconstituinte, foi esquecida; a missãoprincipal, a eleição de Constituintes, foi.relegada a segundo plano. Tudo girou,de forma provinciana, em torno da elei­ção dos governadores. A reger tudo, opoder econômico e a corrupção eleito­ral. O resultado era previsível.

Foi em face desse quadro adverso queo Partido Socialista Brasileiro, reduzidoa uma bancada de apenas dois Consti­tuintes, este Senador e a Deputada BethAzize, teve de estabelecer sua tática deluta. Começamos por compreender e fa­zer compreender que o ponto de partidapara qualquer ação que visasse à defesados interesses populares haveria de co­meçar pela união das forças progressistase de esquerda centro da Constituinte.A ação combinada e harmônica do PSBaliado ao PT, ao PCB, ao PC do B, ao,PDT e ao MUP proporcionou-nos algu­mas conquistas, primeiro na batalha peloRegimento Comum, a seguir nas subco­missões até, finalmente, na Comissão deSistematização. Essa ação concertadapossibilitou os avanços consignados noRelatório Cabral e justifica a ação dadireita, visando a golpear, primeiro oRegimento, como conseguiu, depois asconquistas populares e nacionalistas ob­tidas na Sistematização, como pretendeagora, quando inauguramos aquela quetalvez seja a última fase da elaboraçãoconstitucional.

Constituinte Marcelo CordeiroPrimeiro-Secretário da ANC

O voto entrouem cena

O voto entrou em cena. Cenaviva, palpitante, plenária. Não ovoto da disputa estéril, da con­frontação desnecessária, dissol­vente. Mas, o voto criação respon­sável do novo, voto palavra, diálo­go, negociação, instrumento es­sencial da vida democ~tica.

A primeira rodada foi expres­siva. O voto criou o instante gravedas decisões, chicoteou a imagi­nação talentosa do constituintebrasileiro e fez penetrar, comoraio de luz matinal, no interior daAssembléia soberana o entendi­mento construtor da verdade e dofuturo constitucional do Brasil.

A pergunta das ruas começa ase constituir a realidade nela aspi­rada: a Constituição vem aí. Nas­cida da vontade de todos, feita notumulto do debate e no contra­ditório do processo social, escritacom a experiência, a cultura e aforça do povo brasileiro, a Consti­tuição sofrerá, a cada dia, sua ago­nia. Não se fará fácil, cômoda, si­lenciosa, arreglada. Para proje­tar as instituições da democraciamoderna, introduzir as mudançasdas estruturas jurídicas que permi­tam superar o atraso social, a ne­cessidade e o medo foi preciso,a agonia de todos os discursos, demais de 60 mil sugestões constitu­cionais, cerea de 70 mil emendas,pareceres, relatórios, anteproje­tos, projetos e, finalmente, o textodefinitivo que resultará do voto edo diálogo.

O Jornal da Constituinte resga­ta, nesta edição, um pouco da His­tória da Assembléia NacionalConstituinte. Pretende, com isso,gravar a quente em suas páginasas lídimas conquistas do povo bra­sileiro, até mesmo para que nãose tome como dádiva o que custouà Nação muitos anos de lutas.

Constituinte Jutahy MagalhãesPrimeiro-Secretário do Senado

A nova Constituição pode estar a um passoda realidade, mas para isso será necessário supe­rar alguns óbices criados no caminho da Consti­tuinte, quase atropelada por uma maioria silen­ciosa, responsável pelas recentes alterações naestrutura do Regimeno Intermo, orientado ago­ra no rumo dos interesses desse grupo.

Na verdade, a metodologia adotada pelaConstituinte optou, anteriormente, isto é, tãologo se instalou, por uma via complexa, semdispor de um esboço de texto que pudesse servirde orientação aos trabalhos dos Constituintes.Essa etapa, no entanto, foi superada pelo esfor­ço intenso, mas infelizmente moroso, desenvol­vido pelas subcomissões, pelas comissões temá­ticas e, por último, pela Comissão de Sistema­tização.

Essa fase, a despeito das dificuldades enfren­tadas, foi marcada por características democrá­ticas, já que houve expressiva participação po­pular no encaminhamento de sugestões e emen­das.

De repente, porém, quando tudo parecia ca­minhar normalmente e o desfecho era iminente,veio o tufão, pondo por terra ou, pelo menos,prejudicando um trabalho em cujo conteúdo es­tavam embutidas muitas e significativas conquis­tas sociais, paralelamente a um ordenamentojurídico-constitucional moderno e um conjuntode normas da ordem econômica progressitas,que poderiam não produzir resultados imedia­tos, mas, sem dúvida, criaram os pré-requisitospara assegurar o desenvolvimento nacional.

É notória a inquietação popular, refletida nosmais diversos pontos do País, ante os riscos deuma protelação maior nos trabalhos de elabo­ração da futura Carta constitucional.

Maior, porém, é a apreensão no meio empre­sarial, pela falta de uma definição quanto àsnormas que passarão a reger a economia brasi­leira.' Em conseqüência, o setor produtivo per­manece com suas atividades em compasso deespera. Nada muda, nada é planejado, enquantonão ficar pronta a Constituição, é a palavra deordem dos empresários, CJ.ue, a rigor, apenasadotam atitude de prudência.

São, em conseqüência, evidentes os reflexosnegativos de um tal quadro sobre a economiae os meios de produção. E isso ocorre num mo­mento em que a postura deveria ser exatamenteoposta, já que o País pede investimentos cons­tantes, para assegurar a criação de novos empre­gos.

Seria, assim, de muito bom senso a adoção,dentro da Assembléia Nacional Constituinte, deuma postura nova, capaz de recuperar o tempoperdido, especialmente o trabalho já produzidopara a redação do novo texto constitucional.

Que fale prioritariamente a legítima maioriasilenciosa, ~as pela voz dI? própro povo, jamaispor um conjunto improvisado e que, suposta­!Dente legitimado por 280 assinaturas, pretendeImpor, com manobras regimentais, as conve­niências e os interesses de setores que se contra­riam com os avanços sociais.. ~ participação popular é importante na Cons­

títuinte, desde que se pretenda verdadeiramentea elaboração de um texto constitucional coe- I

rente com a realidade vivida pelos 130 milhões'de brasileiros.

Povo quer definições

Jornal da Constituinte - Veículo semanal editado sob aresponsabilidade da Mesa Diretora da Assembléia NacionalConstituinte.MESA DA ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE

Presidente - Ulysses Guimarães; Prlmeíro-Vlce-Presídente- Mauro Benevides; Segundo-Vice-Presidente - Jorge Arbage;Primeir~.Secr~tário - Marcelo Cordeiro; Segundo-Secretári~- Máno Maia; Terceíro-Secretãrío - Arnaldo Faria de Sá.Suplentes: Benedita da Silva, Luiz Soyer e Sotero Cunha.APOIO APMINISTRATlVO

Secretérto-Geral da Mesa - Paulo Affonso M. de OliveiraSubsecretário-Geral da Mesa - Nerione Nunes CardosoDlretor-Geral da Câmara - Adelmar Silveira SabinoDiretor-Geral do Senado - José Passos Pôrto I

Produzido pelo Serviço de Divulgação da Assembléia Na-cional Constituinte.

Diretor Responsável - Constituinte Marcelo CordeiroEditores - Alfredo Obliziner e Manoel V. de MagalhãesCoordenador - Daniel Machado da Costa e SilvaSecretário de Redação - Ronaldo Paixão RibeiroSecretário de Redação Adjunto - Paulo Domingos R. NevesChefe de Redação - Osvaldo Vaz MorgadoChefe de Reportagem - Victor Eduardo Barrie KnappChefe de Fotografia - Dalton Eduardo Dalla CostaDiagramação - Leônidas GonçalvesIlustração - Gaetano RéSecretário Gráfico - Eduardo Augusto LopesEQUIPE DE REDAÇÃO

Maria Valdira Bezerra, Henry Binder, Carmem VergaraRegina Moreira Suzuki, Maria de Fátima J. Leite, Ana Mari~Moura da Silva, Vladimir Meireles de Almeida ,t.1aria Apare­cida C. Versiani, Marco Antônio Caetano, Mariá Itomilda Viei-

ra Bomfim, Eurico Schwinden, Itelvina Alves da Costa LuizCarlos R. Linhares, Humberto Moreira da S. M. Pereira, MiguelCaldas Ferreira, Clovis Senna e Luiz Cláudio Pinheiro.

EQUIPE FOTOGRÁFICA

Reinaldo L. Stavale, Benedita Rodrigues dos Passos, Gui­Ihenne Rangel de Jesus Barros, Roberto Stuckert e WilliamPrescott,

Composto e impresso no Centro Gráfico do Senado Federal- CEGRAF

Redação: CÂMARA DOS DEPUTADOS - ADIRP

- 70160 - Brasília - DF - Fone: 224·1569

Distribuição gratuita

2 Jornal da Constituinte

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Entendimento deslancha votação

o placar eletrônico registrou 504 votos, 'na primeira e histórica votação da Assembléia Nacional Constituinte, apro vando o preâmbulo da Carta

No primeiro dia oficial de vota­ção, o susto! sem quorum .p.araaprovação de nenhum diSpOSItIVO,a Constituinte teve de ir buscaro que se procurou em quase umano de debates: o entendimento.No dia seguinte, 28, os trabalhosavançaram em ritmo acelerado.Ap6s 10 votações, em pouco maisde seis horas, estavam escritos opreâmbulo e o título primeiro danova Constituição brasileira.. '

O acordo para a primeira vota­ção foi alcançado na manhã do dia28, quando o presidente UlyssesGuimarães reuniu lideranças par­tidárias e coordenadores de gru­pos suprapartidários. Às 14 horas,quando se iniciava a segunda ses­são de votação, o acordo estavaselado.

Com isso estava afastado o fan­tasma da falta de quorum. Que,segundo ° Regimento, é de 280votos favoráveis para que qual­quer dispositivo em discussão seincorpore ao novo texto constitu­cional No dia anterior, emboraes!ivessem presentes 484 consti­tumtes, nenhum grupo conseguiureunir maioria absoluta para votaro preâmbulo: 248 votaram a favordo texto oferecido pelo deputadoAluízio Campos (PMDB - PB),com o apoio do "Centrão" , contra227 votos e nove abstenções.

O jogo de forças revelava-seuma fragilidade. Daí a necessida­de de entendimento, enfim alcan­çado para a votação do preâmbuloe do título primeiro, que trata dosPrincípios Fundamentais e do Ar­cabouço Jurídico e Institucionaldo País.

NO RITMO

Abrindo a sessão, o presidenteUlysses Guimarães anunciou oacordo, confirmado por liderançascomo a do senador Mário Covas(PMDB - SP), José Genoíno (PT- SP) e Bonifácio de Andrada(PDS - MG). Nada mais haviaa ser feito. Era só votar.

Por 487 votos, contra 15 e duasabstenções, num total de 504 vo­tantes, foi aprovado o texto dopreâmbulo do substitutivo do"Centrão", encabeçado pelo de­putado Aluízio Campos (PMDB- PB) e, segundo ele pr6prio, ins­pirado no anteprojeto de Consti­tuição elaborado pela Comissãode Estudos Constitucionais, presi­dida pelo senador Afonso Arinos(PFL-RJ).

Como previa o acordo, foi vota­do em seguida o título primeirointeiro, com seus cinco artigos,ressalvados os destaques, comodetermina o Regimento, e, mais doque isso, resguardado o entendi­mento. Na votação do título intei­ro, o resultado foi de 480 votosfavoráveis, contra nove, e quatroabstenções.

Para o parágrafo único do art.1", a primeira alteração: o textoera o resultado da fusão de váriasemendas e garantia o princípio da"participação popular", previstono projeto de Constituição, e umdos pontos decisivos para a conso­lidação do acordo. O novo textorecebeu 467 votos favoráveis, dezcontra e duas abstenções.

Para contribuir com a rapidezda votação, vários constituintesretiraram suas emendas que, con­forme o regimento, deveriam servotadas em separado.

EM HARMONIA

No art. 2° novamente o consen­so: uma emenda destacada do de­putado Paes Landim (PFL - PI)suprimia as expressões "harmôni­cos e independente", no texto quedefine a composição dos poderes.Foi aprovada por 424 votos, con­tra 27, registrando-se duas absten­ções.

O ensaio de polêmica foi surgirsó no inciso lU do art. 3°, quandoo constituinte José Genoíno (PT- SP) pretendeu introduzir a ex­pressão "orientação sexual" no rolde recomendações para a promo­ção do bem-estar de todos. Ai,não houve entendimento. As lide-lranças recomendaram apenas ovoto de consciência. Venceu o tex­to original por 317 votos contraa emenda de José Genoíno, queteve o apoio de 130 votos, regis­trando-se 14 abstenções.

Em seguida uma outra emendaera rejeitada por falta de 280 votosque a incorporaria ao texto consti­tucional. A emenda do constítu'n­te Vasco Alves (PMDB - ES)acrescentava um parágrafo únicoao art. 3° que define os objetivosdo estado. Quer o parlamentarque a alimentação, a saúde, o tra­balho e sua remuneração, a mora­dia, o saneamento básico, a s~~u­ridade social, o transporte coletivoe a educação, consubstanciem omínimo necessário ao pleno exer­cício do direito à existencia digna,e garanti-los"é primeiro dever doEstado. Recebeu só 272 votos fa-

o dia 28 dejaneiro de

1988 marca oinício da

votação dotexto

definitivoda nova

Constituiçãobrasileira.O registrohistórico

foi possívelgraças ao

entendimento

voráveis, contra 175, e oito consti­tuintes se abstiveram.

EM BLOCO

Na definição das relações inter­nacionais do Brasil, três emendasforam votadas. A primeira previaa inclusão do princípio da não-in­tervenção, aprovada por 453 vo­tos, contra cinco, e uma absten­ção. A segunda, de autoria daconstituinte Benedita da Silva (PT- RJ), seguida por Carlos Alber­to Ca6 (PDT - RJ) e HaroldoLima (PC do B - BA) propunhao não-relacionamento do Brasilcom raíses que adotem políticaoficia de discriminação racial. Foirejeitada por falta de maioria a I.

soluta: recebeu 265 votos, cont166, registrando-se 21 abstençõ

Assinada por Marcondes Gade­lha (PFL - PB) e José Carlos deVasconcelos (PMDB - PE), aterceira emenda recuperava o tex­to da Comissão de Sistematização.Propõe que o Brasil busque a inte­gração econômica, política, sociale cultural dos povos da AméricaLatina. Foi aprovada por 427 vo­tos contra sete e sete abstenções.

Por fim, no primeiro dia em quehouve votação, o plenário votoue rejeitou em bloco emendas quenão tinham sido destacadas. Eramapenas seis e nem mesmo os seusautores fizeram a defesa de suaspropostas. Havia no ar um climade entendimento. E de pressa..AConstituição do Brasil começa ater a sua face definitiva.

,A procura

do consensoVencida a primeira etapa de vo­

tação, o presidente Ulysses Gui­marães iniciou novas rodadas denegociação para manter o climade entendimento do primeiro diade votação. Na manhã de sexta­feira convocou as lideranças paraacertar a votação do Título 11,onde:surgem as primeiras grandes rolê­micas do texto constituciona . Noart. 7°, por exemplo, está o dispo­sitivo que regula o direito dos tra­balhadores.

"Não é possível - alertou opresidente Ulysses - elaborar um

.-texto constitucional sem que sejae forma consensual." E como en-

tende que nenhum partidoçlide­rança ou grupo, consiga reumr ISO­ladamente a maioria absoluta doPlenário, não há outra alternativague a de negociar, sempre, linhap'or linha da nova Carta.

Como resultado, na reunião desexta pela manhã ficou decididoque a votação recomeçaria nestasegunda-feira, enquanto no finalde semana representantes dos

. mais diversos grupos tentariamequilibrar posições em tomo dostemas mais conflitantes até agora.

Ao mesmo tempo, o presidenteUlysses Guimarães determinou aexpedição de telegramas a todosos constituintes, apelando paraque estejam presentes na votação.Acreditando nas possibilidades deacordo, Ulysses quer garantir oquorum, já que cada dispositivosó entra no texto definitivo da no­va Carta com o voto de no mínimo280 constituintes. Com o entendi­mento, no entanto, o consenso de­verá ficar em tomo de 450 a 500

, votos.Animado pelos primeiros resul­

tados, o presidente da Constituin­te reitera suas expectativas deaprovar o texto integral até o dia21 de abril, "para isso, se for preci­so, convocaremos sessões tambémaos sábados e domingos e, em al­guns dias, mais de uma sessão diá­ria", adiantou o presidente, insis­tindo em que a nação tem pressade ver a nova Constituição pro­mulgada e, com ela, iniciar umanova etapa da sua vida institucio­nal.

Jornal da Constituinte 3

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No primeirodia não

houve acordo

Democracia direta fica no texto

Entre o sábado, dia 23 de janeiro, e a segunda-feira,dia 25 de janeiro, os constituintes puderam encaminhar_àsecretaria da ANC os pedidos de destaque para a votaçaodas emendas ao projeto de Constituição. No total, foramencaminhados 2.277 pedidos de destaque.

sar em regime democrático sempensar na participação popular.Para Brandão Monteiro, esta par­ticipação é a melhor forma de cor­rigir as eventuais distorções queo sistema representativo pode pro­vocar.

Entende o autor da proEosta,constituinte José Genoíno (PT ­SP), que se buscou na Comissãode Sistematização uma forma mis­ta de democracia representativa,através de mecanismos da demo­cracia direta.

- Essa mistura da democraciadireta com a democracia represen­tativa - explicou o parlamentar- é uma forma de reconhecimen­to da soberania do povo. A sobe­rania dos nossos mandatos, a so­berania do poder, a soberania dasvontades, a soberania intrínseca àvida do país reside no povo ­acrescenta José Genoíno.

Nelson Jobim (PMDB - RS),um dos oradores que defenderamo Preâmbulo do projeto de Consti­tuição, contra a emenda do "Cen­trão", disse que a referência ã par­ticipação popular é uma atitudemodemizadora do texto.

Citando o senador Afonso Ari­nos (PFL - RJ), Jobim observouque o Preâmbulo de um textoconstitucional representa a voz dofuturo e que o projeto aprovadona Comissão de Sistematizaçãoconsagra a soberania popular co­mo a fonte de todo o poder.

Deus gerapolêmica mas

é mantidoEmbora tivesse retirado sua

emenda supressiva; o constituinteHaroldo Lima, líder do PC do B,retomou a polêmica sobre a inclu­são da expressão "sob a proteçãode Deus" , no Preâmbulo do textoconstitucional.

Observou o parlamentar quemuitas outras constituições usa­ram o nome de Deus em seuspreâmbulos e "foram rudementedesmascaradas pela história, co­mo a brasileira de 1824, que, emnome da Santíssima Trindade,aceitou a escravidão". Para o re­presentante da Bahia, percebe-se'Jue o nome de Deus quase sempree usado para sugerir uma origemdivina VIsando interesses terres­tres e muitas vezes mesquinhos.

Em resposta ao líder do PC doB, o constituinte Fausto Rocha(PFL - SP) disse que a palavraDeus não s6 afronta a postura doPartido Comunista do Brasil, co­mo afronta a postura dos partidostotalitários de esquerda.

O representante de São Paulolamentou que o constituinte do PCdo B se envergonhasse da palavraDeus, lembrando que o Brasil éa maior Nação cristã do mundo.

Para Fausto Rocha, "mesmoaqueles que não são cristãos vãorespeitar o fato de que a maioriadeseja consignar, logo no Preâm­bulo da Constituição, a expressãoque alega que estamos sob a prote­ção de Deus".

Apoiando a manutenção da ex­pressão no Preâmbulo do textoconstitucional, José Maria Eymaelfalou pela Liderança do PDC, ga­rantindo que os constituintes "te­rão a favor todos os cristãos dopaís e de todo o mundo". "Poracreditarmos profundamente nis­so - afirmou o parlamentar ­não abrimos mão de invocar o no­me de Deus".

mática para ser votado antes mes­mo do projeto de Constituição, aexpressão foi retirada. Daí a polê­mica que tomou quase duas horasde debate no primeiro dia de vota­ção e que culminou com o adia­mento por falta de maioria abso­luta para aprovar o novo texto.

UM ENUNCIADOO preâmbulo não é uma norma

constitucional. Não tem valor delei, mas é o enunciado fundamen­tai que orienta todos os demaisdispositivos. Para o constituintePlínio Arruda Sampaio (PT ­SP), o preâmbulo deve ser umadeclaração sintética, que resumeas diretrizes dos constituintes e deque maneira eles visualizam o ar­cabouço jurídico e constitucionalda Nação.

Para o representante paulista,a Comissão de Sistematização in­troduziu algo de novo, "que o po­vo brasileiro está espetando e queresponde à evolução das lutas deresistência democrática que desá­guam nesta nossa Assembléia, aúnica coisa que pode salvar a de­mocracia: a participação popu­lar".

Para o líder do PMDB, consti­tuinte Mário Covas, a "participa­ção popular" foi uma conquista dopovo brasileiro, obtida no projetode Constituição.

Brandão Monteiro, líder doPDT, disse que é impossível pen-

O princípio da "democraciaparticipativa" ou "democracia di­reta" saiu do Preâmbulo do textoconstitucional para ir alojar-se noparágrafo único do art. 1°: "Todoo poder emana do povo, que oexerce por seus representanteseleitos ou diretamente, nos termosdesta Constituição".

Esta alteração foi fruto de en­tendimento promovido pelo presi­dente Uly.sses Guimarães com to­das as lideranças de partidos e gru­pos dentro da Constituinte. Mes­mo assim, a proposta que resultouda fusão de várias emendas foisubmetida à votação, recebendo467 votos favoráveis, dez contrae duas abstenções.

A POLÊMICAO caminho entre a democracia

representativa e a democracia par­ticipativa esbarrou num longo de­bate travado na primeira sessãode votação do projeto de Consti­tuição. Repetiu-se o que ocorreuna Comissão de Sistematização,quando foi aprovada uma emendado Constituinte José Genoíno (PT- SP), introduzindo no Preâm­bulo do texto constitucional a se­guinte expressão: "A soberaniareside no povo, que é a fonte detodo o poder; os poderes inerentesà soberania são exercidos por re­presentantes eleitos, ou direta­mente pelo povo".

No substitutivo do grupo do"Centrão", com referência auto-

5 - depois das emendas quetiverem preferência, finalmente,do que restar, serão votadas emglobo as emendas com parecerfavorável e as com parecer con­trário;

3 - a ordem das votações co­meça pelas emendas com prefe­rência automática, figura criadano Regimento, não necessitandoserem submetidas ao Plenário asproposições que. t<:;nham 280 a~­smaturas. Se existirem proposi­ções semelhantes, versando so­bre o mesmo tema, terá prefe­rência aquela que tenha o maiornúmero de assinaturas;

6 - é claro que, se no substi­tutivo, uma emenda coletiva forrecusada e outras forem recusa­das sobre a mesma matéria, vo­tar-se-ã o projeto de Constitui­ção, objeto da emenda substitu­tiva;

2 - a preferência pode ser re­querida e será submetida a voto.Se aprovada, por votação simbó­lica, a não ser que haja verifi­cação de votação, a Casa seráconvocada para decidir sobre amatéria;

4 - segue-se a votação de ma­téria destacada, com 187 assina­turas, valendo dizer que a partedestacada é que terá de ter as280 assinaturas para que se in­córpore no texto;

7 - se ocorrer rejeição totaldo capítulo, abrir-se-á um prazode ate 48 horas para que a maio­lia absoluta ou o relator ofere­çam um texto para resolver oproblema.

1 existe uma disposição es-tabelecendo que a votação nãose fará por títulos e sim por capí­tulos de cada um dos nove títulosem ordem crescente dos títulose dos respectivos capítulos;

ENCAMINHAMENTO

Explicou o presidente da As­sembléia que os encaminhamen­tos por líderes só são permitidosna introdução de cada título. Nocaso das votações destacadas, oencaminhamento é permitido acinco constituintes: dois a favor,dois contra e o relator.

Mas por razão do grande nú­mero de destaques - 2.277­o presidente recomendou queapenas o autor da emenda e umconstituinte contrário, além doredator, ocupassem a tribuna,assim mesmo no tempo estrita­mente regimental de cincominu­tos cada.

O presidente fez ainda outrasrecomendações na sessão inau­gurai de votação do projeto deConstituição:

MISSÃO MAIOR

Antes de orientar regimental­mente a votação, o presidenteUlysses Guimarães insistiu noseu apelo: "A Mesa pede que,sabendo que os constituintes re­presentam a Nação, nos diasCJ.ue, como regra, vamos anun­ciar agora, de votação da maté­ria, todos aqui estejam, que nãoassumam outros compromissos,que não haja incidência de faltade quorum para a decisão de ma­téria".

Ao reiterar seu apelo, o presi­dente da Constituinte chamou avotação do projeto de Constitui­ção de "missão maior" e anun­ciou o sistema e calendário devotação.

I

Em acordo com as principaislideranças, ficou definido que asvotações serão realizadas em ses­sões de quatro horas, prorrogá­veis sempre que necessário, nosseguintes dias e horários: segun­da-feira, das 15 às 19 horas; ter­ça, quarta e quinta-feiras, das 14às 18 horas; e às sextas-feiras,das 9 às 13 horas.

O expediente das sessões tam­bém foi alterado para acelerara votação. Assim, o pequeno ex­pediente, conhecido como "pin­ga-fogo" , foi reduzido para meiahora apenas, enquanto as "co­municações de lideranças" se li­mitarão a 43 minutos.

Alertou o presidente UlyssesGuimarães que, de acordo como Regimento, a presidência, co­mo o plenário, tem poder deprorrogar a sessão p~lo tempoque entender necessãrío para re­gular a tramitação da matéria.

Depois de um agradecimentoe um apelo, o presidente daConstituinte, deputado UlyssesGuimarães, abriu, no último dia27, a sessão de votação do pro­jeto de Constituição. "A Presi­dência não pede, roga a todosos constituintes, estando certa deque interpreta o pensamento eo senso de dever de cada um,que deste dia, desta hora, destemomento até aquele históricoem que for promulgada a Consti­tuição tenhamos a presença, pa­ra que, dentro dos dispositivosregulamentares, se possa decidirsobre a matéria constitucional."

Encaminhada a votação doPreâmbulo, primeiro o texto daemenda substitutiva coletiva do"Centrão", verificou-se a pre­sença de 484 constituintes, maso quorum de aprovação não foisuficiente. A emenda substituti­va ao projeto de Constituição al­cançou apenas 248 votos favorá­veis, contra 227, registrando-senove abstenções. Faltaram, por­tanto, 75 constituintes, o queobrigou a suspensão da sessãopor 24horas.

4 J.ornalda. Constituinte" 4

alUe::a_ , 11

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Atentos ao painel eletrônico, os constituintes conferemo voto.

Acompanhe o texto da nova CartaUma parte da futura carta

já está redigida e aprovada. Foitrabalho feito num só dia. Esteritmo deve ser mantido, a fimde que o país possa dispor, omais cedo possível, da novaConstituição. Apresentamos,a seguir o texto já votado peloplenário, e aprovado pelamaioria absoluta dos consti­tuintes.

PREÂMBULO

Nós, representantes do povobrasileiro, reunidos em As­sembléia Nacional Constituin­te para instituir no País um no­vo Estado Democrático, desti­nado a assegurar o exercíciodos direitos sociais e indivi­duais, a liberdade, a seguran­ça, o bem-estar, o desenvolvi­mento, a igualdade e a justiçacomo valores supremos de umasociedade fraterna, pluralista esem preconceitos, fundada naharmonia social da Nação ecomprometida com a soluçãopacífica de todas as controvér­sias, tanto na ordem internacomo na internacional, pro-

mulgamos, sob a proteção deDeus, esta Constituição da Re­pública Federativa do Brasil.

Votaram: 504Sim: 487Não: 15Abstenção: 2O preâmbulo aprovado é re­

sultado de emenda coletiva, en­cabeçada pelo constituinteAluízio Campos (PMDB ­PB).

TiTULO IDos PrincípiosFundamentais

Art. 10 A República Fe­deratíva do Brasil, formada pe­la união indissolúvel dos Esta­dos e Municípios, Distrito Fe­deral e Territórios, constitui-seem Estado Democrático de Di­reito, visa a construir uma so­ciedade aberta, justa e solidá­ria, e tem como fundamentosa soberania, a cid,adania, a dig­nidade da pessoa humana, osvalores sociais do trabalho e dalivre iniciativa, o pluralismopolítico e a convivência em paz

com a humanidade.

Votaram: 493Sim: 480Não: 9Abstenção: 4Com este resultado foi apro­

vada a emenda substitutiva co­letiva, encabeçada pelo consti­tuinte Lrapuan Costa Júnior(PMDB- GO).

Parágrafo único. Todo po­der emana do povo, que oexerce ~or representantes elei­tos ou diretamente, nos termosdesta Constituição.

Votaram: 479Sim: 467Não: 10Abstenção: 2Com este resultado foi apro­

vada umafusão de váriasemen­das, que alterou o parágrafoúnico do artigo I"

Art. 2g São poderes daUnião o Legislativo, o Execu­tivo e o Judiciário.

Votaram: 453Sim: 424Não: 27

Abstenção: 2Com este resultado, foi apro­

vada emenda do constituintePaes Landim (PFL - PI), alte­rando o artigo 2°

Art. 3° São objetivos fun­damentais do Estado:. I - garantir a independên­

cia e o desenvolvimento nacio­nais;

II - erradicar a pobreza ereduzir a marginalização e asdesigualdades entre as pessoase regiões;

III - promover o bem detodos, sem preconceitos de-ori­gem, raça, sexo, cor, idade ede outras formas de discrimi­nação.

Art. 40 O Brasil funda­mentará suas relações interna­cionais nos princípios da inde­pendência nacional, da preva­lência dos direitos humanos,da autodeterminação dos po­vos, da não-intervenção, daigualdade entre Estados, da so-

li-o pacífica dos conflitos edefesa da paz, bem como, púdio ao terrorismo e ao

racismo, e propugnará pelacooperação entre os povos epelo progresso da humanida­de.

Votaram: 459Sim: 453Não: 5Abstenção: 1A emenda aprovada introdu­

ziu no artigo 4° o principio danão-intervenção do Brasil emassuntos internos de outras na­ções.

Art. 5° O Brasil buscará aintegração econômica, políti­ca, social e cultural dos povosda América Latina, tendo emvista a formação de uma comu­nidade latino-americana de na­ções.

Votaram: 441Sim: 427Não: 7Abstenção: 7Emenda de co-autoria dos

constituintes José Carlos Vas­concelos (PMDB - PE) eMarcondes Gadelha (PFL ­PB) garantiu a integração coma América Latina.

• "w .- _ ~ - - ~ r •• ~ ••••• ......Jornalda Constituinte 5

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Um ano de Constituinte

PMDB do Rio de Janeiro.Foi a partir dos relatórios das

oito comissões temáticas que o re­lator da Comissão de Sistemati­zação, Bernardo Cabral, preparouo seu p!Ímeiro. substitutivo global,na prátIca o primeiro projeto com­pleto para a nova Constituição.

Neste primeiro substitutivo, Ca­bral foi fiel às decisões tomadasa nível das comissões temáticas ehmitou-se a aproveitar as propos­tas por elas aprovadas. Concluídoeste primeiro substitutivo, abriu­se prazo para o recebimento deemendas. Bernardo Cabral entãoteve que analisar milhares deemendas, encaminhadas por prati­camente todos os constituintes e,a partir daí, elaborou o seu segun­do substitutivo - o chamado Ca­bral 2. Ao contrário do substitu­tivo anterior, que apenas conden­sava os relatórios das oito comis­sões temáticas, o Cabral 2 refletiatambém as posições do relator ejá. er31 um texto mais enxuto? queeliminava al~umas contradiçõesaté .e~tão eXIstent~s, pois c~rtasdecisõesde determinada comissãotemática, algumas vezes, choca­vam-se com outras decisões adota­das por' outra comissão temática.O Cabral 2 já representava umaprimeira superação destas contra­dições, e o texto constitucional co­meçava a tomar forma de uma ver­dadeira Constituição.

Foi então a vez da Comissão deSistema~iza5ão ent~ar em c:ampo.A Comissão de Sistematizaçãodiscutiu e votou, ponto por p'ontoo substitutivo Cabral 2 e os mdhare~de destaques que a ele foram apre­s~ntados. Foi uma votação exaus­tíva, que consumiu mais de doismeses de trabalho ininterrupto ecompreendeu inclusive sábadbs,domingos e feriados, Por fim, emdezembro último, a Comissão deSistematização concluiu seu traba­lho. Surgiu então o texto completodo projeto de Constituição.

Mais de 60 mil propostas,emendas e sugestões foramapresentadas. Foramrealizadas 692 reuniões decomissões, muitas com apresença de representantesde segmentos organizadosda sociedade, e 185 sessõesplenárias, nas quais forampronunciados mais de 8mil discursos. Já se discutiram,e votaram nada menosdo gue 36 anteprojetos eprojetos de títulos,capítulos e sessões dafutura Constituição.Os dados deixam claro que oprimeiro ano de funcionamentoda Assembléia NacionalConstituinte foi de muitotrabalho e de intensaatividade. O processo deelaboração da Cartamobilizou o País, quedebateu seus problemas ediscutiu soluções, num climaàs vezes emocional massempre com vontade deacertar. Desde a instalação(foto), a Constituinte vemtrabalhando a todo vaporpara fazer uma Carta àaltura do país. Leia só.

Instalada no dia 10 de fevereirode 1987, a Assembléia NacionalConstituinte está completando umano de atividade justamente no mo­mento em que entra em sua fasedecisiva - a fase da votação emplenário do texto definitivo da no­va Constituição do País. Ao longodeste ano de trabalho, a Consti­tuinte trilhou um caminho fecun­do e democrático. Não houvequalquer tipo de anteprojeto deConstituição. Todas as propostasque agora estão sendo votadas pe­los 559 deputados e senadoresconstituintes se desenvolveramno próprio debate parlamentar,são fruto de um processo de elabo­ração constitucional idealizado erealizado no interior da própriaANC. A participação popular foiesencial a este processo. Emendasde iniciativa popular, algumas de­las com mais de um milhão de assi­naturas. Chegaram à Mesa daConstituinte, contribuindo paraque a nossa futura Constituiçãocorresponda aos anseios maioresda 'p'opulação brasileira. A Assem­bleia Nacional Constituinte seconverteu, na verdade, em umamplo foro para a discussão de to­dos os problemas nacionais, e foidesta discussão, iniciada nas oitocomissões temáticas e 24 subco­missões a elas ligadas, com a parti­cipação não s6 dos parlamentaresconstituintes eleitos pelo voto po­pular, mas também de represen­tantes dos mais variados setorese segmentos da sociedade brasi­leira, que originou o projeto detexto constitucional aprovado pelaComissão de Sistematização, eque agora está sendo submetidoao plenário da ANC.

a Brasil merece uma Constitui­ção à altura da grandeza de seupovo. Uma Constituição nascidado debate, da troca de idéias, ca­paz de refletir a média das opi­niões e dos desejos da Nação. Apalavra agora está com o plenário

{Sessão solenede instalação da Assembléia NacionalConstituinte, realizada em I' defevereiro de 1987. com a presença do presidente José Sarney e do presidentedo STF, ministro Moreira Alves.da Constituinte. A ele caberá deci- missões Temáticas foram então segmentos da sociedade. Após co­dir sobre cada tema, sobre cada encaminhados à Comissão de Sis- Iher estes depoimentos, as subco­ponto do texto constitucional, à tematização, composta por Cons- missões discutiram e votaram, ca­luz das informações e das opiniões tituintes de todos os partidos polí- da uma, uma proposta de textovindas à tona no decorrer de todo ticos, em número proporcional ao constitucional relativa aos assun­este profícuo trabalho. O Brasil de sua representação na ANC. O tos pertinentes a seu raio de ação.inteiro deposita sua confiança e relator da Comissão de Sistema- Aí foi a vez das comissões temã­suas esperanças no conjunto dos tização, constituinte Bernardo Ca- ticas. Concluídos os relatórios das559 deputados e senadores que bral (PMDB-AM), consolidou to- subcomissões, coube às comissõesformam o plenário da Assembléia do o trabalho e a alJresentou o temáticas se reunirem e discutiremNacional Constituinte, ao qual seu projeto substitutivo, que foi essas relatórios, a fim de aprova­compete, na maior brevidade de votado e modificado pela Comis- rem um novo relatório, mais am-tempo possível, Merecer à nação são de Sistematização. pio, englobando e aprofundandouma nova lei maior, moderna-e .. . . . as conclusões tiradas a nível dasdemocrática, que defina com equi- .A pnmeira C~>nstltumte B!asl- subcomissões. Tanto as subcomis-líbrio e justiça os principios bási- leira teve um final lamentavel. sões como as comissões tiveram,cos que irão nortear as relações C0!lvocada por Do.!?Pedro I, logo cada uma delas, um relator e umsociais, econômicas e políticas ~~os.a Jr~l~mafao _da Indepen- presidente. Entre os relatores dasdeste naís que anseia por um futu- emncla. o atls, e

fa nAao ,consegUl!l oito comissões temáticas estavam

, di cu pnr sua are a. pos uma cn- I d . .ro mais rgno. Iíti f I' t l" dí I a guns os mais proeminentes po-s~ po I rca '! ~ln31n e, 101 ISSO - líticos brasileiros. A Comissão de

O processo de elaboração cons- Vidapelo propno I~peradorDom Soberania e dos Direitos e Garan­titucional começou a partir das cha- Pedro.I, que a havia convocado. tias do Homem e da Mulher tevemadas subcomissões e comissões Preferiu Dom Pe.droI outor~ar ~le como relator o constituinte gati­temáticas. A fim de viabilizar um mesmo ao ~ra~d a sua prlIl~e~ra cho José Paulo Bisol, do PMDB.debate mais aprofundado e com- Carta Constitucionalco.ml? p.aIS 10- A da Organização do Estado, opleto sobre os grandes problemas dependente. A Constituição ,se- constituinte José Richa' ex- over­nacionais, os trabalhos constítuin- gUlOtbe.- a de 18~1, d~ co~teudo nador do Paraná. Egídio Ffrreirates foram divididos em oito comis- repu licano tambem nao foi fruto Lima do PMDB pernambucanosões temáticas, cada uma delas in- do tr~b~lho de uma assembl~ia foi o ;elator da Comissão de Orga:cumbida de preparar um texto COnstl~Ul!1t~. Ta~pouco o fOI a nização dos Poderes e Sistemas deconstitucional relativo a um deter- ConStl!UlçaO fa~cIsta do Est~~o Governo. A Comissão da Organi­minado tema. Foram as seguintes ~ovo introduzido por Getuh? zação Eleitoral e da Garantia dasas oito comissões temáticas: Or- ~r~as em. 1,937 e nem as Consti- Instituições ficou com o folíticodem Econômica; Ordem Social; tuições ~tllÍare~ de 1967 e. de baiano Prisco Viana, atua minis­SIstema Tributário, Orçamento e 1~69. AS~II~, as um~as Constitui- tro da Habitação do residenteFinanças; Organização dos Pode- çoes brasileiras nasc~?as do traba- Sarney. O relator da Cbmissão dores e Sistema de Governo; Organi- lho de uma assembléia constítuín- Sistema Tributário Orçamento ezação Eleitoral; Organização do te foram a~ de 1932 e de 1~46. Finanças foi o ec~nomista JoséEstado; Soberania e Direitos do Mas, nbos,~OIS casos., a~ respectIvas Serra, ex-secretário de Finançasdo Homem e da Mulher; Família, assem léias constituintes traba- do Estado de São Paulo na admi­Educação, Cultura, Esportes, !haram a part!r de um antepro- nistração do ex-govern~dor Fran­Ciência e Tecnologia e Comuni- jeto constitucional apr~s:ntado co Montoro. A Comissão da Or­c:tções. Estas ?i.t~comissões tem á- pelo governo. A Constituição a ser dem Econômica teve como relatortícas se subdividiram, cada uma, promulgada em. 19~8, portant<.~, o eml'resário e ex-ministro da In­em três subcomissões tudo de ~everá ser. a primeira elaborada dústna e Comércio Severo Go­acordo com o objetivo maior de e~~e a on_~eJ.I1 por !.!ma Assem- mes, en~uanto a Comissão da Or­permitir o mais amplo e completo bleH~ Constituinte eleita com esta dem SOCIal ficou com o constítuin­debate possível sobre cada assu~- finah~ade.. te paraense Almir Gabriel. Final­to: Todos o~ l?arlamentares constí- FOI na~ s1!b~omIssões que a no- mente, a Comissão da Família,tUIO.tes participaram desse proces- v~ ConstltUIça? começou a ser es- Educação, Cultura, Esportes,so.. II~tegrando est~ 0;t aquela {;O- c~Ita. As. 24 diferentes subcomis- Ciência, Tecnologia e Comunica­missao ou subcomissão. soes ouviram depoimentos de re- ções teve como relator o jornalista

Os textos aprovados pelas Co- presentantes dos mais variado di:iescritor Artur da Távola do,

6 Jornal da Constituinte

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Carta começaa nascer nas

subcomissões

Desde a instalação, a Constituinte foi acompanhada pelo povo, diretamente

A fase do trabalho das sub­comissões durou 49 dias, du­rante os quais foram realizadasnada menos que 467 reuniões,com 1.109 horas gravadas dedebates e votações. Foram6.417as emendas apresentadasnesta fase das subcomissões.

A fase das comissões temá­ticas foi iniciada no dia 10 deabril de 1987, estendendo-seaté o dia 12 de junho. Foram,portanto, 73 dias de trabalho(Ias comissões temáticas, du­rante os quais foram realizadasexatamente 100 reuniões com­preendendo um total de 320horas gravadas. O número deemendas apresentadas atingiu14.920.

Consideradas em conjunto,as subcomissões e comissõestemáticas receberam 9.653 su­gestões apresentadas pelosconstituintes, além de outras2.347 sugestões encaminhadaspelas diversas entidades repre­sentativas de setores da socie­dade civil.

A Comissão de Sistematiza­ção funcionou até 18 de no­vembro do ano passado. Ela sereuniu 125 vezes, proporcio­nou 263horas gravadas, e reali-

zou 535 votações nominais. Asemendas apresentadas à )iiste­matização somaram 5.624,além de 12projetos de decisão,dos quais um foi aprovado.

No total, foram feitas 692reuniões de comissões, aí in­cluídas as subcomissões, as co­missões temáticas e a Comissãode Sistematização, correspon­dentes a 1.693 horas gravadas.Nessas três etapas, foram arre­sentadas exatamente 12 mi su­gestões - 9.653 de autoria deconstituintes e 2.347 de inicia­tiva de entidades civis e asso­ciações de classe - e ainda26.691emendas aos anteproje­tos parciais em discussão.

O plenário se reuniu num to­tal de 185 vezes entre 10 de fe­vereiro de 87 e 26 de janeiropassado, num total de 671 ho­ras e 27 minutos de trabalho,período. em que foram feitos8.140 pronunciamentos, dosquais 27 da presidência dos tra­balhos. As emendas de plená­rio somaram 22.814, das quais22.664 de constituintes indivi­dualmente, 28 coletivas com oapoio de mais de 280 consti­tuintes e ainda 122emendas deiniciativa popular.

EMENDAS POPULARES.

A Nação diz o que querAtravés da apresentação das

emendas populares, milhões de ci­dadãos brasileiros participaram doprocesso de elaboração da novaConstituição. A mobilização decoleta de assinaturas contribuiupara a ampliação do debate sobreos grandes problemas nacionais,elevando o grau de conscientiza­ção da população a respeito darealidade brasileira.

Chegaram à Mesa da Consti­tuinte 121emendas populares, dasquais 87 cumpriram todas as exi­gências regimentais para seremaceitas - entre estas exigências,a do número mínimo de 30 milassinaturas. Treze emendas popu­lares conseguiram mais de 270milassinaturas. São elas:

- da Conferência Nacional dosBispos do Brasil (CNBB), e outrasentidades, a favor do ensino reli­gioso (749.856assinaturas);

- da Confederação dos Tra­balhadores na Agricultura (Con­tag), e outras entidades, a favorda reforma agrária (638.444 assi-naturas); ,

- Da Central Unica dos Traba­lhadores (CUT), e outras entida­des, a favor dos direitos dos traba­lhadores (630.714 assinaturas);

- da Confederação Nacionaldos Trabalhadores no Comércio(CNTC), e outras entidades, a fa­vor da preservação do SECS, SE­NAC, SESI e SENAI (628.202as­sinaturas);

-da CUT, e outras entidades,a favor da reforma agrária(550.000assinaturas);

-da CNBB, e outras entida­des, tratanto da família (515.820assinaturas) ;

- da Associação Baiana de Im­prensa, e outras entidades, contraa divisão da Bahia (434.316assina­turas);

- da Federação das Indústriasdo Estado de São Paulo (FIESP),e outras entidades, a favor da pre­servação do SESI e do SENAI(424.678assinaturas);

- da Associação Brasileira deEntidades Fechadas de Previdên­cia Privada, e outras entidades, afavor da previdência privada(340.262assinaturas);

':"'da Comissão de Justiça e Pazde São Paulo, e outras entidades,a favor da participação popular rioprocesso legislativo (336.047 assi­naturas);

-da CNBB, e outras entida­des, sobre a ordem econômica(283.381 assinaturas);

- da Confederação dos Profes­sores do Brasil (CPB), e outrasentidades, a favor do ensino públi­co gratuito (279.013assinaturas);

...:... da Confederação Geral dosTrabalhadores (CGT), e outrasentidades, a favor dos direitos dosTrabalhadores (272.624 assinatu­ras).

AS DATAS MAIS IMPORTANTES

10.2-87 Instalação solene da Assembléia Nacional Constituinte

10-3 Aprovação pelo plenário do Regimento Interno da Assembléia

24-3 Promulgação em sessão solene do Regimento Interno

27-3 Eleição da Mesa Diretora da Assembléia em Plenário

10-4 Instalação das 8 Comissões Temáticas (')

7-4 Instalação das Subcomissões e eleição dos presidentes e relatores (")

8-4 Início dos programas especiais de divulgação dos trabalhos no rádio e na televisão

10-4 Eleição do presidente e do relator da Comissão de Sistematização

25-5 Conclusão dos trabalhos,das Subcomissões com aprovação dos primeiros 24relatórios parciais

28-5 Início das discussões dos' 24relatórios pelas 8 Comissões Temáticas

12-6 Final dos trabalhos das Comissões Temáticas com a aprovação dos relatórios e dos anteprojetos decada título da Carta

15-6 Encaminhamento dos oito relatórios das Comissões Temáticas à Comissão de Sistematização12-7 Início da primeira discussão em plenário do primeiro anteprojeto 'da futura Constituição em plenário

e do prazo para apresentação de emenda

23-8 Fim da primeira discussão em plenário24-8 Primeira reunião da Comissão de Sistematização para a discussão do anteprojeto e das emendas.

(''')

18-11 Finaldos trabalhos da Comissão de Sistematização com a aprovação do primeiro projeto da futura Carta19-11 Início das discussões para a mudança no Regimento Interno para novo período de apresentação de

emendas

22-12-87 Início do recesso da Assembléia

4-1-88 Final do recesso de fim de ano da Assembléia5-1 Aprovação das modificações no Regimento Interno7-1 Início de novo prazo de apresentação de emendas ao projeto

13-1 Encerramento do prazo de apresentação de emendas21-1 Apresentação do parecer do relator sobre as emendas27-1 Início da votação do projeto da nova Constituição e das novas emendas pelo plenário.

(*) Ap6s sua instação, as Comissões Temáticas foram divididas em Subcomissões, s6 voltando a funcío-nar após o término do trabalho destas.

f*) As Subcomissões deram início ao trabalho de elaboração da Carta.***) Antes~ a Sisten;tatiz~ção havia se reunido para apreciar projetos de decisão e outras matérias

mas nao para discutir a nova Carta.

Jornal da Constituinte 1

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i~,i1

ças já tão adiadas, mas, sobretu­do, para institucionalizar um novoregime político, um novo sistemasocial e uma nova ordem econô­mica que correpondam às aspira­ções e aos anseios de toda li socie­dade. O seu prolongamento exces­sivo pode tornar inevitável o queMichel Crozier já chamou, em re­lação à França, de "a sociedadebloqueada"

Ter uma. Constituição que i!1l~peça as mudanças, porém, é~r ,do que tê-la um pouco mais1ar~. -­em condições de at!imder-às'êsp~-

ran ..Q'le -strli""êóltvocaçáo des-ou. Esta é a advertência que

se impõe, para que não sacrifique­mos, às contüigências do momento,

, as expectativas do futuro. o camí­I nho das mudanças efetivas, d~s

transformações duradouras, nit6se trilha nem se traça com o riscode decisões precipitadas. Temosque evitar que a precariedade doprovisório de hoje compro "de forma definitiva, a esta' adedo permanente, qu::z=se o ama- lianhã, "

Este tem sido, i elizmenté, o:;destino trágico d que se aíhnen- ;~tam as crises p ticas brasileiras.

Uma Cons . uição feita ao sa­bor da urgên a será, sempre,untaConstítuíç provisória. O risco éde que e provisório sejacolhoo da at Carta, que, outorgadaem 196 ,completará, em novem­bro, 1 anos - mais, frise-sé, doque <1,texto de.m,?crati?lmente ~o-

~ad da ~onsbtuI~ão liberal de:ffi!

mais grave e que o processod is6rio da Constituinte e o fUD­

mental dos conflitos gerados emu interior, e fora dela, têm efeti-

vamente pouco a ver com ques­tões que são, material e substanti­vamente, constitucionais. São te­mas econômicos e sociais, como_~nas aí se situassem os pro­

blemas'e desafiQ§ brasileiros denossos tempos. Esiámos correndoo risco de nos atermos aforma,desprezando a substância. É, pexemplo, o caso verificado no es­perado debate presidencialismo Xparlamentarismo.

Ora, como se sabe, o que im­porta, no sistema de governo, nãoé a maneira como os regimes seestruturam, mas, sim, o modo co­mo se dividem e se exercem USpoderes. Os regimes não são-dé­mocráticos por serem patJãtti~taristas ou presiUencialistáf;' l)que importa não ~ a forma(nema denômitláçãô~ sistema dê '~o­vemo, mas exatamente a maneü'àde ell:el"cMo. Dividir as funçõesdeEstado dus fu.nçt'Ses de govetnq Itõ-de ser um meioeficaz de enfraqu~­

cê-los, masnão é um antídoto efi-caz eôntra o seu exercício arõitrá~

rio. "lTemos, portanto, antes de dela­

dir entre parlamentarismo ou pre­sidencialismo, de verificar queprerrogativas, faculdades e atri­buições vamos conceder a cadàum dos poderes do Estado. QUdt­quer que seja a form d ,o Estado tetPHd'~re'uno,

l~J, 'os a mais longa transl~o I

brasileira, que assurmuiros contornos com,á';

da Emenda tdImi- ~, de 1978, e se pfo- "ossos dias. Isso :fâf- '

explicar o fato de. do da mais'

ífuintes.o comple­

lI$ também­~ica, e, se­S ida de

o

'tIAs dúvidas do\ rimeiro tino

Constituinte

tação popular. Desprezãín a ne­cessidade imperiosa de concluir­mos no menor tempo possível aLei Magna que, esquecem, deveser válida para toda a .soéiedade~ aceíta como regra geral ~o~ura­doura.

Essa minoria radical podecom­prometar, com a conturbação e ageração de crises artificiais, 'O an­siado momento de coroação doprocesso da transição poHtica.Aeredtto, no entanto, que preva­lecerá o bom senso. A manobracavilosa será abafada, por certo,pelo clamor da consciência nacío­riaI que está a nos exigir seriedade~ re8ponsabilidade~"---

'-. ,O'Brasil espet1l1içoso, aguarda'à~' rdem Constitucional. A

omunidade internacional acom­panha, "pari passu", nossas defi­íliçc?és. O discurso que inebria a"midia" e abre "espaços" para asluteS da gl6ria fugaz não cabe àmaVidade e importância dessa fasefuiítl '

. O:aprimoramento das prwos­tiill'~aramentemajoritãrias 'épos­gf\'êl, pode ser feito com basê,nodiálogo, sem atropelos ou diSflimu­lações, Assumamos todos a boafé nós propósitos alheios, tirandoproveito, para benefício do Povo,daquilo que nos oferecem de váli­do. Assim poderemos, também,fazer valer nossa contribuição pes­soal, partidária e ideológica.

Agora, é conciliar para progre-dir. .

PTB

Conciliar .'para progredirÉ próprio da Política e essência

de um processo constituinte, naestratégia ou na tática das corren­tes ideológicas, a busca incessantepelo prevalecimento das idéiasque as configuram. É lícita, cor­reta mesmo, a defesa intransigen­te daquilo que acreditamos e mais,honesto, decente e democráticolevarmos para a liça política todosos recursos legais para defenderas bandeiras que motivaram oseleitores a nos escolherem comoseus representantes na elaboraçãoda Assembléia Nacional Consti- PFLtuinte. '

Há um ano, estamos nós, Cons­tituintes de todos os matizes, fa­zendo esse exercício sublime daação parlamentar. Agora entra­mos na fase final, as correntes esuas forças correspondentes estãoidentificadas, qualificadas, quan­tificadas. Começames o mais deli­cado e importante período dos tra­balhos, onde não cabem mais as

, exacerbações que earácterízam,naturalmente, o período J'téam­bular da elaboração constituinte.

Está conformada a Maioria,através do chamado "Centrão",numa reação democrática volun­tária e imperiosa para a efetivaçãodo texto final. Refletindo não só Marco Maciel, Presidenteo pensamento médio da nossa so­ciedade, como a expressão majori­tária da vontade expressa nas ur­nas, a ela cabe a condução do pro:cesso e dela decorre o patamarbã­sico sobre o qual se assentarão o~., ,rumos da nova ordem con!ltifuciO', ,nal. ";: '~

É hora da votação fin~K,DQacerto possível entre a reãti1a,4~e o ideal. Momento-érítíeeJJ;ítálpara a História do nOSSQ p.o" diafirmação da sociedáde ae sua compatibilizaçãocomsaspeculiaridades, nece$$fpotencialidades. '. -; J '

Não é lícito mais, á nenhtiWíd~ ,nós Constituintes, colocar acima l,h.D!t·lW~do interesse geral.daNaçãoa visãôprópria, particularizada O~!...,rneritalizada, qud todos teyws1f'qireito de defender tuas, jaDIalS', 'de, em nome. de qt,talqu'etu ' , e-~;lôr em fiSCO a~onq~~ u-

Algumas vozes isoladquerda radical, já se levanameaças de obstrução sispor um objetivo-menor.com o boicote ao procesSli natural gel lide votação, através~emendas frtí"e destaques cujo obi fi seria, I,}.' <" ade obstaculizar o a, dant~t(faOS ateitrabalhos para, de impasse em im- tar:'passe, "constranger" a vontade da "Bmaioria. Levianamente, colqcam no oa Constituinte sob á ameaça de cuti~

um retardamento incontrolável. seja"Querem o desgaste da represen- não só

em ter logo em vigor a Carta, estenão deve ser o enfoque mais im­portante nas análises em torno dotema. A Constituinte está traba­lhando sem cessar e todo seu gran­de esforço é cercado de interessefora do comum pelos mais diver­sos setores da vida nacional e, co­mo é sabido, a elaboração do futu­ro texto esteve e continua abertaa uma ampla participação popu­lar, de forma direta ou por meiode seus representantes, como sin­dicatos, associações e outros tiposde entidades de classes.

É natural" pois, que tão cicló­pica obra se prolongasse por maisde um ano, contrariando algumasprevisões iniciais. Em muitos ou­tros países, mais evoluídos, o pro­cesso de elaboração constitucionalfoi até mais lento que o nosso, co­mo a Suécia, onde foram gastosnove anos para a votação da Cons­tituição em vigor.

Entendo que o compromissomaior da Constituinte é com o po­vo, destinatário de todo esse esfor­ço e a quem iremos oferecer, nin­guém duvida, uma Carta progres­sista, moderna e, sobretudo, re­sultante das manifestações que, deuma forma ou de outra, chegaramaté Brasflia.

A nova Constituição, redigídacom cuidadoso zelo, será a melhorresposta ao esforço nacional. E,ao final, será possível constatarque o tempo gasto realmente va­leu a pena, com a democracia con­solidada em sua plenitude e Q Es­tado de Direito reposto para sem­pre. Em nome do povo!

o voto após~um ano e

fruto dessas"wconcepçoes

"Nós, representantes do povo brasileiro, reuni­dos em Assembléia Nacional Constituinte para insti­tuir no País um novo Estado Democrático, destinadoa assegurar o exercício dos direitos sociais e indivi­duais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desen­volvimento, a igualdade e a justiça como valores su­premos de uma sociedade fraterna, pluralista e sempreconceitos, fundada na harmonia social da Naçãoe comprometida com a solução pacífica de todas ascontrovérsias, tanto na ordem interna como na inter­nacional, promulgamos, sob a proteção de Deus, estaConstituição da República Federativa do Brasil."Após um ano de trabalho, a Assembléia NacionalConstituinte vota esse preâmbulo. Ele está aprovado.Será de acordo com esses pressupostos que serão vota­dos todos os demais Capítulos, Artigos, Alíneas eIncisos da futura Carta. Nesta página e na seguinte,os dirÍgentes do Parlamento e os líderes partidáriosexprimem o seu pensamento sobre tudo o que antece­deu essa definição essencial.

Em nomedo povo

: Humberto Lucena,Presidente do Congresso

A Assembléia Nacional Consti­tuinte está completando um ano

, de intensa atividade, dedicada to­talmente à elaboração do mais im­portante documento do País e,sem dúvida, também, e por issomesmo, reclamado com insistên­ciapelos brasileiros.

, Quem acompanha os passosdesse trabalho, desde o dia 1° de

, fevereiro do ano passado, sabeavà1iar o que já foi feito até aqui.A nova Constituição, a rigor, estápraticamente pronta, existindoprevisões que indicam sua promul­gação em meados de abril. Contu­do, embora seja compreensível ejustificável a pressa da população

.'J!>..,

Page 9: Brasília, de...autoritária para, em um novo país, con temporâneo aos sentimentos da Nação, construir um novo Estado de direito de mocrático. Porisso sempre lutamos pela convocação

\

. I

Já estamosvotando

Bernardo Cabral

Esta aclamação é o eco dl(Voido desafio que foi imposto àq\.teles·que se elegeram constituintes',', " .

Ao longo deste ano, ap6s,t~~os percalços por que passaram ,~S24 subcomissões, as 8 comíssõése a Comissão de SistematizaÇão,o barco constituinte começa ,,3atracar no porto da esperan~.,. ,

Impende colocar em relevÓ',~tessa razão, nesta fase final, queas imposições que tentam faztt lAssembléia Nacional Constitui~tenão poderão prosperar - ou,e:quer merecer a mais leve simpíiUa- sob pena de a transformaremem um feudo de paixões paro-'quiais. . ,1,'"

Como Relator da Ccimissa:~:a~Sistematização, antes, e agdrÍi (faprópria Constituinte, minhaexpe­riência se ampliou - enquàntcoaresponsabilidade duplicava -' 'ncY'meditado e detido exame dos seus'acontecimentos. /I '.)

~,1

RELATORIA

O último - a reforma do Regi­mento pelo autcdehominadoj-'"Centrão" - pela sua rigidez efalta de flexibilidade me submetei!à dramática situação de excluir ?,üdispensar a valiosa e notável ÇQO,.'tribuiçã~ de um sem-nümerô '~P:Constituintes, ','; .

Vi-me obrigado à irrecusãvél'decisão: aprovar Ou rejeitar, eisjque me era defeso optar por sobe-::'mendas ou apresentaçãb de substi.:.tutivo. E, via de conseqüência",não pude compor o petlS8rné,nfoconjunto, coletivo e cónsénsualdos Senhores Constituintes. .'" ~ I

f,";';rJj

Esta circunstância me impõe afeitura de uma ponderação e.de j

um alerta: o risco de àprbYâ~ãd,de emendas conflitantes. Qi~~i,melhor: de se derrubar niaténaconstante do Projeto, sem ricotte::

o

lata aprovação de emenda q~~ ~:substitua integralmente. ., ~ ',

•Daí decorrerá, índuvídosamén-

te, Um Projeto lacunoso e, como­tal, inócuo ou inaplicável. 'l' /i

Ante isso, vale a pena consl~e::'rar que a última palavra - à fínal,decisivll e irrecorrível -" câbetA'~,lsoberania do Plenário. J,~:,l

[ , Completo, pois, a áfi~~:!ltiY:~I ~icial: já estamos votando. ..i~')IO bem do Brasil! .'1(r~\

? i~t 'c"~:}

. .

mora um ano de trabalhos, vemà mente, da história das lutas dopovo brasileiro, um fato que muitonos orgulha.

Em dezembro de 1967reunia-sena clandestinidade, o VI Congres­so do Partido Comunistâ B asilei­ro. Nas resoluções aprova as en­tão, na parte referente à tá ica po­lítica adequada para trava a lutacontra a ditadura - já o seuquarto ano - constava a defesade um programa mínimo s opo­sições, para o qual os co nistasdo PCB colocavam como p imeiroitem o seguinte: revoga ão daConstituição de 1967 e d todosos atos ditatoriais que res tinjamou anulem as liberdades d mocrã­ticas; restabelecimento d s direi­tos trabalhistas violados o revo­gados pelo regime autorit rio: li­berdade e autonomia sind cais; li­bertação dos presos pol ticos eanistia geral; convocação e umaAssembléia Constituinte, atravésde eleições livres, a fim d elabo­rar-se uma Constituição d mocrá­tica; restabelecimento de leiçõesdiretas para a Presidência da Re­pública; livre organização os par­tidos políticos, inclusive o Par­tido Comunista; autono ia dosEstados e das Capitais; dei es di­retas para todos os carg s eleti­vos. "

Vinte anos depois daqu le his­tórico VI Congresso, que definiutoda uma política vitonosa na lutacontra a ditadura, em pa ticulara convocação de uma Cons ituintee a elaboração de uma C nstitui­ção democrática como pon os fun­damentais para a superaçã do au­toritarismo, estamos vot ndo otexto constitucional que.n rtearáo país nos próximos anos.

Decerto, as avaliaçães ~ previ­sões do PCB formuladas hã vinteanos atrás, tornaram-se realidade.

O ponto culminante do proces­so de transição política q~e estárecolocando a nação brasileira nostrilhos da democracia, do Estadode direito democrático, está sen­do, exatamente, a elaboração deuma nova Constituição.

Esta Assembléia NaqionalConstituinte é de fato a fonte fun­damentai geradora de pode . Mes­mo aqueles que aberta ou elada­mente afirmavam há um a ,seismeses.atrãs, não ter a Const tuintesoberania para definir tema comoa duração do mandato do Presi-dente Sarney ou Õ sistema e go­verno tiveram que se dobra~dian­te dessa realidade: o cen ro datransição hoje é a Constitui te.

Dessa forma, as c1;~~es domi­nantes deste país, que Ilão~redi­tavam no poder mobiliz dor etransformador da Assem léia,sentindo alguns dos seus ivilé­gios ameaçados pelo caiáte. r<:no­vador 'do processo constí uínteprocuram, a partir da artic laçãodo chamado "Centrão", imp r au­torita'riamente ao. país uma ons­tituição retrógrada e atra ada.Não enxergam, essas classes omi­nantes, no seu elitismo, áut rita­rismo e exclusivismo Díttó icos,pois remontam aos J?riritijitli s danossa formação nacional; qu vi­vemos em um país cantem orâ­neo da modetílidade exist~nt no

, 'mundo de hoje. ,:: _,I •

Enfim, esse Brasil mOdemiehoje, no qual tem destaque u asociedade civil ágil e conscie te,na qual sobressai à partícipaç~opopular, haverá de ter uma Co s­tituição à altura da democra 'aque queremos construir. É por ­so que lutaremos.

22.255.001 "cfNão apenaa

claro, eloqüermt'vidade populat9atuou e atua na,cada título, capíta fase das sub cona fase final de pl 'tuinte, buscamos segmisso do PDMB. "-

E qual é esse obj .a busca de uma demo acia adje­tiva, mas uma democráçia que sedesdobre não apenas n~ políticomas no social,' no econômico. '0PMDB é um partido que tepl com­promissos com o trabalho ~ndehouver uma luta entre o itale o trabalho estaremos ao la dotrabalho. Por ser d:m?cr.áticb, oPMDB admite divergências rnterfias,correntes de opiniões. O que não sepode admitir são militantes sobo comando de outras organizaçõesque não o PMDB. Da.~esmaf~r­ma, não se pode adI~lItIr (e ~omo,explicar ao povo?) a lI~cap~clda~ede se fazer uma Constituição cujareforma agrária não chegue ao Es­tatuto da Terra, de 1965, ou comoexplicar que não cabe ao Congres­so a tarefa de disciplinar a conces­são de estações de rádios e TV,sabidamente, hoje, um monu­mento de corrupção e clientelis­mo. E os exemplos são muitos,a começar pela notória incapaci­dade do atual Governo em enten­der que seu, tempo é de ~ an9s.Nada mais. E isso que a sociedadeexige da Constituinte.

Sou da rua Teotônio Vilela, nãoconspiro, falo em voz alta. Conti­nuo buscando a gazua capaz deabrir as portas para uma ",:::onst\­tuinte duradoura, sustentá& pelavontade popular. É :uil} '.' nhogrande que persigo ,sem J 18perdê-lo de vlstá, ; .,

PMDB

tuição, pois a que surgir deste trís­te espetáculo não será reconheci­da. Mas sempre há a esperançade que prevaleça o bom senso.

Sonhar erealizar o

sonho da Nação

,J,. .Iro/ "":i.-

, "Mário Covas, Lider

. "O supremo grau de sa.be­doria é ter sonhos suficien­temente gralzdes para nãoperdê-los de évista enquantoos perseguimos" (Faulk-ner) J

Em novembro passado, ao re­tornar da cirurgia ",que fui subme­tido em São Paule, fiz um apelo- em discurso - âos constituintese a toda Nação. "'Não sejamos in­felizes a ponto de aposentar nos­sos sonhos... irmanemo-nos na ta­refa de devolve! à Nação sua gran­de capacidade <Ie sonhar, realizan­do-os". Agora, um ano depois deinstalada a Assembléia NacionalConstituinte, acredito que deve­mos manter acesa a chama do so­nho realizável traduzido numaConstituição que modele as mu­danças desejadas pela populaçãobrasileira. Não será, porém, umatarefa fácil. Ao contrário.

Isso já ficou claro durante osprimeiros doze meses de trabalhosdos constituintes. Como líder doPMDB na Assembléia NacionalConstituinte tenho a consciênciatranquila. Aceito as divergênciasporque fazem parte do jogo demo­crático. O que discordo, não acei­tei durante este período vencidona Constituinte e não aceitarei éa tentativa de imposição de certosvalores como se eles representas­sem o pensamento médio da socie-,dade brasileira. De início, hotiv'l(levianas acusações de que a Co~

missão de Sistematização, for~~da por 93 parlamentares, ~9Sqyá~s' .49 do PMDB, fora for ',':â de-do" por esta li' ~ in-verdadlf,~.({ue ' \fisafeita pelo Jom . , au-lo" desmentiu. mem-bros da Sistematiz erâ' operfildo PMDB, com posturas ideglq­gicas equitativamente loca' 'ali!

.no centro-esquerda,I

forçar também as prerrogativas do'ludiciário, dando-lhe, mclusive ,funções políticas.

Que nome se dará a esse regimepoucoimporta, pois isso é um fal­so dilema. O importante é que anova Constituição estabeleça umtal sistema de equilíbrio - ou,mais precisamente, de equipotên­cia entre os poderes do Estado ­que nenhum d~Jes possa se.sobre­por aos demãis e, todos Juntos,j811tãis possam predominar sobrea sociedade. Só assim teremos de­mocracia neste País.

São estas as reflexões que gosta­ria de fazer, ao 'completarmos umano de Constituinte, certo de que,mais importante do que as ques­tões de natureza econômica e so­cial, urge resolver corretamente oproblema institucional brasileiro.

Centrão freiao nosso futuro

O trabalho do Congresso Cons­tituinte, em seu primeiro ano deatividades, teve inegavelmentecertos aspectos positivos. Os de­bates realizados nas subcomissõese nas comissões temáticas, inclu­sive com a participação de muitaspessoas representativas de diver­sos setores da sociedade, ajuda­ram a melhor compreensão dosproblemas brasileiros, e aponta­ram soluções para o País. Apesardo seu caráter conservador, resul­tante da grande influência do po­der econômico nas eleições, e, daeuforia do Plano Cruzado, a Cons­tituinte até que andou bem, da fa­se das subcomissões e comissões

,t§nátiqas até à comissão de Siste­tização. O 'projeto da Sistema-

. ção~ mesmo não sendo aquiloo povo brasileiro quer e preci-

me!(mo não atendendo a algu­s reivindicações básicas da elas­trabalhadora brasileira, temtos ~ositivos, que representam

uns iavanços importantes, notidO; da construção de uma so­ade mais progressista, maisa e~'ais democrática. . " _.ua d . cru seria possí-a e a .ama COnsti-,'ão ceitifV'e Õ"povo, sft ..

c o ' at "e

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tuições, mas será, inegavelmente,o resultado de um amplo, demo­crático e profundo debate em quevirtualmente se empenhou ã

maiqr parte da sociedade brasilei­ra. E IStO - exatamente isto ­que caracteriza a sua maior virtu- I

de: a sua origem democrática paraum regime que pretendemos está­vel, duradouro e moderno.

Iniciamos umaportante da Constmos votando. E vota si npasso adiante na apr eemendas e de parecercomeçar a definir o texConstituição. Nas ruasdaga: esse processo, esserealizado até agora pelotuintes, foi um processofoi um trabalho democrátquer saber ainda se a partirfoi feito, podemos estar oti istasquanto ao futuro da Constitu te,quanto ao seu resultado final.

Não é difícil responder a es squestões; e podemos afirmar semedo de exagerar, que estamoparticipando de um processo es­sencialmente democrático. Al­guns poetas da antiguidade, comoOvídio, costumavam descrever ocaos antes da criação. Pois eu vino começo um trabalho caótico,que alguém definiu como uma teh"tativa de montar um avião em ple­no vôo, transformar-se num traba­lho organizado, altamente produ­tivo, com uma dose de erro ínfima.Duvido que qualquer cabeça ilu­minada pudesse sequer acompa­nha-lo de perto. Vi o crescimentódesse trabalho constituinte. o,texto que hoje temos, já q se ,acabado, na Comissão de Sis má­tização, comparado com queleque chamávamos de Fr k tein,que resultou das com' õe má-,tícas, é um abismo ça.E quem é o pai d oo ~rocesso

Um ano deConstituinte

Votar pelos 5 anos, aos olhosoo'povu; equivale não .50 a umatraição a compromissos pUõlirosmas, especialmente, uma capitu­lação ante às propostas do Planal­to. Defender o decoro da Assem­bléia Nacional Constituinte é tare­fa de todos os democratas since­ros, pois uma Constituição nascidasob o signo da corrupção e do fisio­logismo está condenada ao repú­dio do povo.

Um ano de Constituinte não é,como querem alguns, uma datapara ser lamentada, mas, ao con­trário, uma data para ser comemo­rada. O I?rocesso de elaboraçãoconstitucional, ao contrário do

)'roGeS§.o legislativo ordinário. nãoé obra iJ1rra -um....~ia, 'um mês ouum ano, mas sim Pãta-- a era­ão. Exatamente por isso, e igenga discussão, profunda m di­

ta ão e uma boa dose de cau elae p nosas negociações.

C nstituição, para ser durara, n o pode ser obra de umpo, d uma facção ou de um rti­do, p r mais representativo quesejam O seu texto deve s , ne­cessa iamente, o result o datrans ção, do entendime to, docote' entre o ideal e a r lidade.ent o possível e o de jável. Eé xatamente isto que tamos fa­zendo na Constituin . Um pro­cesso que, por si só, . stifica o quepara alguns parec um prazo ex­cessivo.

A atual Con tuinte brasileiranão é apenas a e m'ais longa dura­ção na histó a constitucional doPaís. Ela é também, a maior nonúmero d integrantes, a mais am­pla, na I: presentatividadli de todo

spe ro social e a mais legítima,pe a . tensa participação de todaa sociedade na discussão de seustemas. Para que se tenha umaidéia, ela é composta pelo dobrodo número de integrantes da de46. Enquanto nesta o número deemendas não chegou a 4 mil, naatual, só o número de propostassubscritas pelos constituinte .supera 65 mil. Dados WJ4.aw.;sõ, dão u~.iOO· , I

mptaií,-do enorme"profllll~"!n~ajamentoe da

articT!r - ". dosr n1l'"Otfti\iil-lJlt:....l..àuue, atendendo às aspi-. . m"

s

Soberaniae Decoro

A Assembléia Nacional Consti­tumte foi instalada há um ano, cer­cada das esperanças do povo brasí-;leiro de que seria o m.q.!Uento'~­sivo da luta pelãInstauração doestado de direito. Os debates ini­ciais se circunscreveram à questãode sua sobe rama imprescmdívelpara a realização de sua missãohistórica de sepultar definitiva­mente o regime autoritário e deorganizar um novo pacto social,capaz de assegurar uma sociedadelivre, justa e fraterna

Na discussão do regimento in­terno se alinharam duas vertentesem que ina se dividir a Assembléia- os que sustentavam a sua sobe­rania e os que queriam súbmeJ~-laà ordem jurídica,íluto[~táriae ãb!t·desígnios do-Pãlãcio'do Planalto.

Um 1Vt0 de árduos trabalhos,enriquecidos pela participaçãotoda1.sociedade, levaram à apro­vaçã,b do Projeto de Constituição,que/consa&rava alguns avanços naordem SOCial democrática.

Como reação a estas conquís­tas, ~etores conservadores e fisio­legistas, inspirados e orientadospelo ~alácio do Planalto, se agluti­naram\n? c.hamado Centrão, qu.econseguiu Impor um novo regi­mento ã-Assembléia NacionalConstituint~

Por detrás'Q,esse grupo sempreesteve a mão invisível mas sedu­tora, do Presidente da. Repúblicaque deseja impor à Naça n­dato de' 5, anos, contrariando oscompromissea I?úblicos de que atransição deve~se findar com aaprovação da Novl!t-,Çonstituição.

Para alcançar esse' bjetivo, oPresidente José Sarney -o hesi­tou em romper as fronteiras éti­ca e da moralidade pública, neciando os votos e a honra dos cons­tituintes em troca de empregos,de concessõ ,. TV, deempréstim em tit ções fi-nanceiras lica out os favo-res oficiais

A ostensembléiaconfiguraprestígi<;>bros e asões, tom

~

Mauro Borges, Líder no Sentido

Os riscos/deuma ilusão

Constituição é y~i Maior e co­mo tal deve ser carta de princípios,não pode ter caráter de Lei ordi­nária. l

Vemos, hoje , nos trabalhos daConstituint uma preocupação,muito acen ada, em se introduzirleis clara nte de caráter ordiná­rio, o q aumenta o número deartigos. ncisos e parágrafos, con­traria . í io básico nasconstituições mo er de seremclaras e sucintas. '"" "-,

Explicação para que tal procedi>mento ocorra está na expectativaque a sociedade deposita na Cons­tituinte como solução para os gra­ves problemas que afligem o país.Isto é uma ilusão, porque não hálei que por si só garanta a morali­dade pública, um governo sério,e o fim da corrupção. Mas o povoacostumado que está em ver oExecutivo legislar em causa pró­pria, com a total omissão do Legis­lativo, quer nesta oportunidadegarantir todas as leis que tem co­mo essenciais.

É preciso que se entenda quegarantidas as prerrogativas do Po­der Legislativo, ao longo do tem­po se legislará ordinariamente,não permitindo que o Poder Exe­cutivo o faça.

Temos obrigação de racionali­zar os trabalhos raramente mani­estados pela sociedr isamos

sinado fusão que lhes foi imposta.Nesta data, a ser celebrada, o

Partido Liberal comemora maisum ano de afirmação e crescimen­to.

O crescimento do PL, em todoo País, é uma garantia para o regi­me democrático. E uma alvissa­reira realidade, que será compro­vada nas primeiras eleições que serealizarem. Hoje, somos seteAmanhã, seremos pelo menos se­tenta.

Daí, cumprirmos nosso deverde batalhar agora, por esta repre­sentação autêntica, dez vezesmaior: das massas descrentes, queencontram no Partido Liberal aressonância de sua angústia, deseus legítimos anseios, de liberda­de plena, com justiça social.

PDC

Adolfo Oliveira, Líder

A liberdade deser liberal

o fato de estarmos registrandoo aniversário dos trabalhos da As­sembléia Nacional Constituinte,longe de trazer uma idéia de lenti­dão e atraso, leva-nos a recordar'e acentuar a lembrança d9. iníciodas atividades, sern.urrr têxto-ba­se, a confiar ~en1is na imaginaçãocriadora dosrepresentantes do po­vo brasileiro, na contribuição va­1i0).3' dos diversos segmentos dasociedade, recolhida perante maisde vinte subcomissões.

O Partido Liberal é uma legen­da nova, sem compromissos como passado. É um espaço livre edemocrático, a ser descoberto acada dia, a ser utilizado por mi­lhões de trabalhadores da classemédia e do operariado, que se en­contram consigo mesmos, ao des-c~ri-Io.

ossa contribuição, nossasem ndas, voltam-se para a intran­Sige~e defesa dos melhores valo­res, os quais acreditamos, e quejusti ~cam nossa presença naConsti uinte.

A r sença dos novos liberaisest oc mentada no plano social,a q e mais nos preocupa,qu mos em defesa de nos-sas minerais, reservadasàs e as epresentativas da ini-cia va nacional, quandoco os onipresença do Bs-t ra zir na voracidade. o co, do "leão" tí­

oni so ante os gran-o o mercado fi­

ajoso e opres-r .dos profissio­mo stos funcio­

industriá-

lO,. 2 i:

Page 11: Brasília, de...autoritária para, em um novo país, con temporâneo aos sentimentos da Nação, construir um novo Estado de direito de mocrático. Porisso sempre lutamos pela convocação

Emendar para construir ~o paisProsseguimos divulgando as emendas apresentadas pelos constituintes e aprovadas pela Comissão de Sistematização

ORLANDO PACHECO apresentou 38emendas, tendo 9 aprovadas. Pl:i~'\.:cipais: é concedida anistia a todos punidos ou processados por atos.dê,exceção, institucional ou complementares, praticados no período com-'preendido entre 2-9-61 e 1-2-87; o custeio da previdência social Seráatendido pela contribuição das empresas, calculada sobre a folha de

• salários, contribuição dos segurados e da União; e a inviolabilidade dodomínio é extensiva às sedes das entidades associativas, bem como campus univer­sitário.

AÉCIO NEVES apresentou 38 emendas, das quais 8 aprovadas. Princl~. pais: a folha de salário é base da seguridade social e sobre elanão

poderá incidir qualquer outro tributo ou contribuição, ressalvadas aq~", las destinadas às entidades de formação profissional e de assistê~al

social, sem fins lucrativos; e todas as contribuições sociais existentes. ',até o momento passarão a integrar o fundo de seguridade social, téSSâI.:

vadas aquelas destinadas às de formação profissonal e de assistência social sem fiÍ1~lucrativos. .:'.:..

<'.1'JúLIO COSTAMILAN apresentou 38 emendas, tendo 8 aprov~da~. RJÚl~, cipais: proibição de caracterizar como renda, para efeitos .tributáríQs,\ remuneração, salários e-proventos de aposentadorias e pensões até o

limite de 20 salários mínimos reais; garantia de assistência pelo empre­gado aos filhos e dependentes de empregados, pelo menos até 6 aM"de idade, em creches e pré-escolas, nas empresas privadas e órgãos

públicos; e nenhum benefício de prestação continuada terá valor mensal inferior aosalário mínímo real. .

' .,. ::EXPEDITO MACHADO a~tesentou 39 emendas, das quais 12l\prov.i-Principais: o procurador-geral da República deverá ser ouvido prt!fJi(,

l'mente nas representações por inconstitucionalidade; o Tribunal SupeftOi,Eleitoral elegerá seu "residente e vice-presidente dentre os ministro,

, do Supremo Tribunal federal e o corregedor eleitoral dente os ministtósdos Supremos Tribunais da Justiça; o Tribunal Regional Eleitoral elegérá

presidente um dos dois desembargadores do Tribunal de Justiça. ,_

1'1BEZERRA DE MELO apresentou 39 emendas, tendo 9 aprovadas. Pri~ci~

" pais: os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo,. nas condições da lei e em casos excepcionais, ser dirigidos a escolas

privadas que não tenham fim lucrativo; o ensino em qualquer n(vet. será ministrado no idioma nacional, assegurado às comunidades indígenas

, . o emprego também de suas línguas em processo de aprendizagem; eo ensino religioso, sem distinção de credo, constituirá disciplina de matrícula facul-~~ -

, ~ ,~

. ERALDO TRINDADE apresentou 39 emendas, das quais 7 aprovadif.Principais: as terras ocupadas pelos índios são destinadas à sua~permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas naturais

, do solo, das utilidades nelas existentes e dos cursos fluvlals, ressalvado. o direito de navegação; a lei reprimirá a formação de monopólio, cattêis

e toda e qualquer forma de abuso do poder econômico, l1dmitidàsr~!~exceções prêvístas na Constituição. ..-t.;.

MAURO SAMPAIO apresentou 40 emendas, das quais 13 foram aprova­das. Principais: a que estabelece que fica assegurado com direito adqui­rido o exercício de dois cargos ou empregos privativos de médico quevinham sendo exercidos l?or médico civil ou médico militar na adminis­tração pública direta ou indireta até o ano de 1987; e a que determinaque é assegurado direito de aposentadoria também à mulher casada

que trabalhe no meio rural, custeada pelo interessado, pelo empregador e pela União.

- LUIZ VIANA NETO apresentou 40 emendas, tendo 12 aprovadas. Princi­I pais: a que determina a inclusão no inciso li do art. 11 do seguinte

parágrafo: § 5°- "Perderá a nacionalidade o brasileiro que, por sentençaJudicial transitada em julgado, tiver cancelada a naturalização por exerceratividade nociva ao interesse social;" e § 6°- "Será anulada por decretodo presidente da Ret>ública, com recurso suspensivo ao Poder Judiciário,

a naturalização obtida em fraude a lei."

MILTON REIS apresentou 39 emendas, tendo 12 aprovadas. Principais:determina que os ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhi­dos dentre brasileiros maiores de 35 anos, de idoneidade moral, reputaçãoilibada e notórios conhecimentos jurídicos, econômicos, financeiros oude administração pública; estabelece que a língua nacional do Brasilé a portuguesa, e são símbolos nacionais e inalteráveis a bandeira, o

hino, as armas da República e o selo nacional já adotados na data da promulgaçãodesta Constituição.

JOAQUIM SUCENA apresentou 41emendas, tendo 25aprovadas. Princi­pais: a que estabelece que a seguridade social será financiada cornpulso­

c riamente por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante~ .Ó: contribuições sociais, bem como recursos provenientes da receita tribu-. tária da União; a que determina que o orçamento da seguridade social

será elaborado de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde,assistência social e previdência social, obedecendo as metas e prioridades estabelecidasem lei.

NELSON AGUIAR apresentou 39 emendas, das quais 13 aprovadas.Principais: é assegurada liberdade de expressão da atividade intelectual,artística ou científica sem censura ou licença e aos autores pertenceo direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar; torna livre oexercício de qualquer atividade, ofício ou profissão, observadas as qualifi­

cações que a lei exigir.

JOSÉ TEIXEIRA apresentou 40 emendas, tendo 10 aprovadas. Princi­pais: a que estabelece que os Estados poderão, mediante lei comple­mentar, criar agrupamentos de municípios limítrofes para integrar a orga­nização, o planejamento, a programação e a execução de funções deinteresses metropolitanos, atendendo aos princípios de integração espe­cial e setorial; e a que disciplina que as eleições, em todos os níveis,

para os Poderes Executivo e Legislativo, são majoritários.

, I

. " í,WILSON CAMPOS apresentou 37 emendas, tendo 6 aprovadas. Prin(:,i.o;pais: a União entregará, de.produto da arrecadação do imposto SQb~renda e proventos de qualquer natureza e do IPI, 46%, dos quais 3%'\para aplicação em pro~ramas de investimento constantes dos Planos:

• Regionais de Desenvolvimento do Norte. Nordeste e Centro-Oeste; q1ial..;quer membro das Casas do Congresso poderá solicitar ao Tribunal ,de,

Contas a realiiação de auditorias espeeíãcas. ~_J~;

OLAVO PIRES apresentou 37 emendas tendo 6 aprovadas. hincil?ais.,:;os abusos cometidos por ocasião de greves ou manifestações coletivas,assim considerados, além de outros que a lei declare, a interrupção,do livre trânsito de ~essoas, veículos ou bens por quaisquer meios físicoS'ou coercitivos, sujeitam os seus responsáveis às penas da lei, por todasas conseqüências daí ctedbhentes, previsíveis ou imprevisíveis, desejadas

ou não; é vedado à União criar tributos sem prévia autorização do poder legislativo.

.MÁRCIA KUBITSCHEK apresentou 36 emendas tendo 9 aprovadas:Principais: A legislação desportiva adotará o respeito à autonomia das

. entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organizaçãoe funcionamento internos, tratamento diferenciado para o desporto pro­fissional ou não, proteção e incentivo aos desportos de criação nacional,destinação de recursos públicos para amparar e promover, príorítana­

mente, o desporto educacional, não profissional e, em casos específicos, o de altorendimento. . .. .:

\ ' I ~ ;t-:

ROBERTO BRANT apresentou 39 emendas tendo 7 aprovadas. Princi­pal: retirar do texto constitucional a emenda que previa durante a eleiçãode 15 de novembro de 1988, realização de consulta popular nos Estadosde Goiás, Bahia, Minas Gerais, Maranhão, Pará e Amazonas e nos

, ,Territórios de Roraima e Amapá para a criação respectivamente dosEstados de Tocantins, Santa Cruz, Triângulo, Maranhão do Sul, Tapajós,

Juruá, Roraima e Amapá, que seriam criados automaticamente após a consulta.

2' ~A~OISIER MAIA apresentou 39 emendas, das quais 9 aprovadas.,Prin-

" cipais: às empresas pnvadas compete, preferencialmente, com o estímulo. e o apoio do Estado, organizar e explorar atividades econômicas; as" ,empresas públicas, as sociedades de economia mista não poderão ~ozar

I de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado; a lei repnmirá', toda e qualquer forma de abuso do poder econômico que tenha por

fim donilitar os mercados nacionais, eliminar a concorrência ou aumentar arbitraria­mente os lucros.

11OSVALDO SOBRINHO apresentou 39 emendas, tendo 7 aprovadas.Principais: o ensino é livre à iniciativa privada, ressalvada a intervenção

, do Poder Público para autorização, reconhecimento e credenciamentode cursos e J?ara fazer cumprir a legislação de diretrizes e bases daeducação nacional; as mesmas empresas comerciais, industriais e agríco­las contribuirão com o salário-educação, na forma da lei, se não propi­

ciarem gratuidade de ensino de 1° grau a seus empr.egados e aos filhos destes.

domai da Constituinte

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Mii.~ÓN LIMA apresentou Sã emendas, tendo 13 aprovadas. Prindpai~,nenhuma despesa poderá ser realizada ou obrigação assumida pelo podeI'p~1'JUco sem que haja sido previamente incluída no orçamentd anualOÚ -êm créditos adicionais; e os estatutos das sociedades de economlãmista deverão conter cláusula obrigando a diretoria a submeter à assem­bléià geral dos acionistas os planos de investimentos para os anos seguia1

tes quando dependerem de financiamento de terceiros. '"..

NESTOR DUARTE apresentou 32 emendas, tendo 12 aprovadas. Princi­pais: cabe aos estados legislar sobre as matérias de sua competência,criar, fundir ou desmembrar municípios, dividir municípios em distritos,'organizar sua justiça, o seu Ministério Público e a sua defensoria püblicá,estabelecer diretrizes gerais de ordenação de seu território, organizarpoliciais civil e militar e corpos de bombeiros militares; e supritnir dó

texto dispositivo que cria a função de Defensor do Povo.

",

' c'"", ROSPIDE NETTO apresentou 33 emendas, tendo 7 aprovadas. Políci­país; a reforma agrária será viabilizada mediante a incorporação do prinicípfu, de que a propriedade da terra deve subordinar seu uso ao interes~social, em segundo plano ao produtivo, admitindo-se a desapropriaçábcomtítulos da dívida pública, com base no valor venal do solo, assegura~''Io acesso ao uso da terra a quem nela trabalha; o estado promove

a municipalizaçân-da assistência médico-hospitalar, de forma a torná-la acessívelpopulação interiorana. ' -

»ÓeÓ, ;. 'I t I '<r

g LuIZ INÁCIO LULA DA SILVA apresentou 33 emendas, tendo 7 apro­~.. vadas. Principais: a que estabelece que é da competência exclusiva do,

Congresso Nacional conceder e renovar a concessão de emissoras d I

rádio e TV; a que determina tambétn que compete ao Congresso Na 'oh \'" outotgar concessões! permissões, autorizações d~ serviço de rad~o~~sl

sonora ou de sons e Imagens; e sobre a exploraçao dos 'portos poi"tiÜda­des federais estaduais ou municipais da administração direta ou indireta.

GEil$ON MARCONDES apresentou 34 emendas, tendo 8.aprovada~.P,ffi&ipal: aquele que, não sendo proprietário urbano ou rural, detiver:a P,\'I~!ie não contestada por 5 anos, de terras públicas ou privadas 'cuja:mefta;em será definida pelo poder municipal até o limite máximo de:2sóltt, utilizando-a para sua moradia e de sua família, adquírír-lhe-ã'

. . ,oAomínio, independente de justo título e boa fé, podendo requererlao JUIZ que ass,qro declare por sentença, a qual lhe servirá de título para máttícúlllno registro de ini~veis. • . I I '~

riROBERTO D'AVILA apresentou 34 emendas, tendo 12 aprovadas.

".;.::~ Principais: a representação judicial da União compete ao Ministério?~b)ico.Fe?eral, através dos procuradores da República, podendo essacompetencla, nas comarcas <lo interior, ser delegada a procuradoresdos' estados e municípios: as pessoas jurídicas de direito público, e aspti~adas quando no exercício de delegação de serviço público, respon­

derão pelos datIQ'S'que seus servidores e agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros.\ ),:, ~

11HOMERO SANTOS apresentou 34 emendas, tendo 7 aprovadas. Printi­p!!is:,os conflitcs internacionais deverão ser resolvidos por negociaçõesü!re1Jls, .arbltrag~m ~ outros meios pa~íficos.' ~om a cooperação aos ~rga­msmos internacionais de que o Brasil partícipe, sendo vedada a guerrade conquista; e o Brasil participa da sociedade internacional inclusiveper-meio de tratados e compromissos com estados soberanos, com orga­

nismos internaconais e com associações de relevantes serviços à causa da humattidadi!ll

JOÃO REZEK apresentou 36 emendas e teve 9 delas aprovadas. Princi­pais: a que estabelece ao portador de excepcionalidade o direito a atendi­mento médico e- clínico voltado para sua habilitação ou reabilitação,bem como para o seu desenvolvimento e integração social; a que asseguraaos assalariados direitos como: segurança e medicina do trabalho, saláriomínimo, salário noturno, adicional por insalubridade e perigo superior

à remuneração básica e garantindo a jornada de trabalho semanal em 48 horas.

MAURÍLIO FERREIRA LIMA apresentou 36 emendas, tendo 15 apro­vadas. Principais: o Poder Executivo é exercido pelo presidente da Repú­blica, auxiliado pelo primeiro-ministro e ministros de estado; o presidente

, ' da República será escolhido através de eleição direta em sufrágio uni-\. versal e secreto, para um mandato de 5 anos; o Conselho da República,

presidido pelo presidente da República, compõe-se dos presidentes elíderes da maioria do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

- 'BETH AZIZE apresentou 35 emendas e teve 7 delas aprovadas. Princi­" pais: reivindicando que, a partir de 65 anos de idade, para o homem,

e 60 anos, para a mulher, todo cidadão independa de prova de recolhi­mento de contribuição para a seguridade SOCial e, desde que não possuaoutra fonte de renda, faça jus à percepção de pensão mensal equivalente

...... a um salário mínimo; admitindo a dissolução do casamento nos casosexpressos em lei, acrescentando que não pode ser limitado o número de dissoluçãod~ sociedade conjugal.

~ANTONIO CÂMARA apresentou 35 emendas, tendo 8 aprovadas. Princi-

. pais: dentro de 12 meses a ós a promulgação da Carta, o Congresso1 aprovará leis que fixem as ~retrizes das políticas mineral, tecnológica,\ ~ industrial, urbana, de transporte e do comércio; fica assegurada ao traba-

\ " Ihador rural, inclusive àquele que preste serviços no lar, a aposentadoriapor invalidez, compulsoriamente aos 55 anos para homens e 50 para

mulheres e voluntariamente após 35 anos de serviço para homens e 30 para mulheres.

liROBERTO TORRES apresentou 35 emendas, tendo 9 aprovadas. Princi­pais: é facultado aos partidos políticos receberem quaisquer contribuições

'. ou doações de pessoas físicas ou jurídicas, desde que declaradas e contabi­Iizadas pelas partes, igualmente na forma que a lei estabelecer, a União

• « ressarcirá os partidos políticos pelas despesas com suas campanhas eleito­rais e atividades permanentes. Esta emenda amplia a forma de contri­

buições que os partidos poderão receber e cogita da respectiva prestação de contas.

11RONARO CORRÊA apresentou 36 emendas, das quais 9 foram aprova-

o das. Principal: emenda aditiva apresentada ao primeiro substitutivo dorelator, no capítulo II - Da Educação e Cultura, determina acrescer

, no art. 273, que disciplina que a educação, direito de cada um e deverdo Estado, será promovida e incentivada com a colaboração da família

... "e da comunidade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, a expres­são: "respeitado o direito de opção da família".

11'T DIONÍSIO DAL PRÁ apresentou 35 emendas, tendo 9 aprovadas. Prinei-" -\ pais: a declaração do imóvel como de interesse social para fins de reforma

, agrária autoriza a União a propor a ação de desapropriação e o juiz..,;. deferirá de plano a inicial. Se não o fizer no prazo de 180 dias, a imissão

opera-se automaticamente; aos beneficiários de pensão, por falecimento,qualquer que tenha sido o evento causador do óbito, assegura-se a manu­

tenção dos proventos totais, vencimentos ou remuneração, gratificação e vantagenspessoais.

,: I

ROBERTO AUGUSTO apresentou 35 emendas e teve 11delas aprovadas." Principais: ampliando à Investigação policial a proibição de divulgação

ou publicação da imagem do cidadão. bem como de sua vida íntimaou familiar. salvo com autorização do interessado; aprimorando a legisla­

3 ção proposta no substitutivo, que trata somente a violência e a delin­qüência como pretensos subvertentes da ordem constitucional, acrescen­

tando crimes como a espionagem industrial e outros.

fiMAURO CAMPOS apresentou 35 emendas e teve 6 aprovadas. Princi­pais: instituindo que a União, através de lei complementar, poderá criarempréstimos compulsórios para atender a despesas extraordinárias pro­vocadas por calamidade publica; visando ampliar aos estados os bene­fícios advindos de recursos controlados somente pelo Governo Federal,

" .... no caso; estabelecendo que a duração diária do trabalho não seja superiora'oito horas, salvo exceções previstas em lei ou em negociações coletivas de trabalho.\. t~.

.'

MÁRIO ASSAD apresentou 35 emendas, das quais 13 foram aprovadas.PrinciJ?ais: a que determina que são impenhoráveis os bens necessáriosà subsistência familiar, desde que declarados por decisão judicial; a queassegura ao proprietário do solo participação nos resultados da lavra,e a Q,ual reivindica para as donas-de-casa o direito de filiação ao sistemaprevidenciário, A proposta amplia o texto do substitutivo que fala em

princípio da universalidade de cobertura da seguridade social.•

rjMAURO BORGES apresentou 31 emendas, das quais 15 foram aprova-

-". das, Principais: determinando que a lei estabelecerá política habitacional1 para o trabalhador rural com o objetivo de assegurar-lhe dignidade de• vida e propiciar-lhe a fixação, no meio onde vive, preferencialmente

com os assentamentos em núcleos comunitários, tipo agrovila; alterandoredação concernente aos direitos da família, do menor e do idoso, insti­

tuindo que a família terá especial proteção do Estado.

CARLOS MOSCONI apresentou 31 emendas, tendo 9 aprovadas. Princi­pais: a que determina que as contribuições sociais a que se refere oart. 34 e os recursos provenierites do Orçamento da União comporãoo Fundo Nacional de Seguridade Social, na forma da lei; a que estabeleceque a folha de salários é base exclusiva de seguridade social e sobreela não poderá incidir ~ualquéroutro tributo ou contribuição, ressalvado:

o salãrio-educaçãej'é a que disciplina quê â-'sàúde é direito de todos e dever do'estado. ' ,""oi,., ,r"I" •

BJESSÉ FREIRE apresentou 31 emendas, tendo 9 aprovadas. Principais:

, bancos de depósito de investimento, companhias e corretoras de seguroe demais instituições financeiras somente poderão ter participação acio­nária de pessoas físicas ou jurídicas estrangeiras desde que a lei dopaís de origem do controlador permita reciprocidade de tratamento;compete à União instituir imposto sobre importação e exportação. sobre

produtos industrializados, operações de crédito, câmbio e seguro ou relativos à áreamobiliária. - . .

12 Jornal da Constituinte

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la!Jornal da Constituinte

"

ALÉRCIO DIAS apresentou 24 emendas e 11 delas foram aprovadas.Principais: reivindicando para o cidadão o direito de não poder ser identi­ficado criminalmente em qualquer órgão policial, salvo após ser conde­nado por sentença transitada em julgado; garantindo a todos o direitoà vida, à existência digna, à integridade física e mental, à preservaçãode sua honra, reputação e imagem pública e considerando a tortura,

a qualquer título, crime inafiançável e insuscetível C1e anistia e prescrição. " _'o

' HÉLIO DUQUE apresentou.zã emendas, das quais 11 foram aprovadasjPrincipais: a que altera o art. '265 do projeto de Constituição, ao propora supressão dos limites de 48 anos e 53 anos de idade para concessãoda aposentadoria por tempo de serviço, disciplinando a alínea "a" dócitado artigo, assim: "Após 35 anos de trabalho para o homem e,3~anos para mulher;" e a que suprime a partir da palavra "exigir" o tekto

constante do § 10 do art. 6°, com vistas a levá-lo para a legislação ordinária.~ r ''<-7-" r I ~ "I

CÉLIO DE CASTRO apresentou 25 emendas, das' quais 9 aprovadas:Principais: a política nacional de saúde rege-se pelos seguintes princípios:acesso universal, igualitário e gratuito à assistência à saúde, curativae de reabilitação, extensiva a toda a população; integração nas açõesde assistência sanitária preventiva e curativa; caráter supletivo da inicia­

, tíva privada na assistência à saúde; progressiva estatização dos serviçosde assistência à saúde.

~~p HILÁRIO BRAUN apresentou 26 emendas, das quais 8 aprovadas. Princi­

pais: são equivalentes os critérios para a aposentadoria e reforma no, ~, serviço público civil e militar, exceto para os servidores policiais militares

• '/ cuja aprosentadoria voluntária dar-se-á aos 30anos de serviço; lei comple-, f/i} • mentar estabelecerá um percentual do orçamento, em âmbito federal

estadual e municipal, que constituirá dotação a ser aplicada em saneá­mento básico.

JOSÉ FOGAÇA apresentou 25 emendas, das quais 12 foram aprovadas.Principais: a que dá ao inciso II do art. 51 a seguinte redação: elaboraro plano de governo juntamente com os ministros de Estado e, apõsapreciação do presidente da República, apresentá-lo perante o CongressoNacional, e a que determina que é vedado, nos meios de comumcaçãoe serviços relacionados com a liberdade de expressão, o monopólio por

parte de empresas privadas ou entidades do Estado.

GIL CÉSAR apresentou 26 emendas, das quais 11 aprovadas. Principais:os municípios Integrantes de uma mesma região do estado poderão agru­p-ar-se em regiões metropolitanas J?ara a organização e a administração(tosserviços públicos intermunicipais de peculiar interesse metropolitano,semyre que o atendimento desses serviços ultrapassar o território muni-

~ cipa e impuser o emprego de recurssos comuns; compete aos estadose municípios legislar supletiva e complementarmente sobre os recursos hídricos.

JESUALDO CAVALCANTE apresentou 26 emendas, das quais 6 aprova­-das. Principais: compete ao Presidente da República nomear, após apro­vação yelo Senado da República, os ministros do Supremo Tribunal

4 Federa, do Tribunal de Contas da União e dos tribunais superiores,os chefes de missão diplomática de caráter permanente, os governadoresde territórios, o procurador-geral da República e os presidentes do Banco

Central, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da CaixaEconômica Federal.

li"GIDEL DANTAS apresentou 26 emendas, tendo 8 aprovadas. Principais:

a navegação de cabotagem para transporte de mercadorias é privativade navios nacionais, salvo em situações transitórias de premente necessi­

'~ dade pública reconhecida por ato do executivo; o servidor será aposen­tado por invalidez, compulsoriamente aos 70 anos de idade para o homeme 65 para a mulher ou voluntariamente após 35 anos de serviço para

o homem e 30 para a mulher; e só será permitida a atividade nuclear no Brasilcom fins pacíficos.

11JOSÉ PAULO BISOL apresentou 24 emendas, das quais 9 aprovadas.Principais: a que veda a cassação de direitos políticos, salvo em virtudede cancelamento da naturalização, por sentença judicial, e da incapa­cidade civil absoluta; a que proíbe sanção penal que importe a perdadefinitiva dos direitos políticos; e a que estabelece que a aplicação élâsanção penal de suspensão dos direitos políticos depende de sentença

transitada em julgado, que a ela se refira explicitamente.

11HERÁCLITO FORTES apresentou 25 emendas, das quais 13 aprovadas.Dentre as principais, a que suprime a alínea "e" do inciso I do art.12, que determina "que o excesso de lucro nas atividades econômicase financeiras será definido por lei e obrigatoriamente aplicado no progra­ma nacional de erradicação da pobreza", por ser tal artigo segundo,o autor, "absolutamente incompatível com o regime capitalista, pois

transforma a lucratividade da empresa em objeto de livre regulamentação do Estado".

SILVIO ABREU apresentou 31 emendas, das quais 6 foram aprovadas.I' Principais: o Supremo Tribunal Federal é composto de cidadãos maiores, de 35 anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, na proporção, de um ministro para cada dez milhões de habitantes; como órgão do

Supremo Tribunal Federal, fica criada a Câmara Constitucional, com­. posta na proporção de um ministro para cada 20 milhões de habitantes;e os ministros da Câmara Constitucional terão mandato de Oito anos, vedada a recon­dução.

JOSÉ ELIAS MOREIRA apresentou 27 emendas, das quais 10aprovadas.Principais: a que trata da atividade econômica em setores consideradosestratégicos para a defesa nacional ou para o desenvolvimento tecnoló­gico, que será disciplinada e incentivada na forma da lei; a que estabeleceque a lei punirá como crime inafiançável qualquer discriminação atenta­tória aos direitos e liberdades fundamentais; a que condena a discrimi­

nação de grupos étnicos ou de cor, por palavras, imagens ou representações nosmeios de comunicação.

DIONÍSIO HAGE apresentou 29 emendas, das quais 9 aprovadas. Princi­pais: a que concede ao servidor aposentadoria voluntária após 35 anos

-e de serviços para o homem e 25 para mulher; a que institui a Superinten-4 ,~: dência da Amazônia Ocidental (Sudamoc), por desmembramento da

• Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia; a que estabelece- ' critérios para a indenização de terras nuas, que será paga em títulos

da dívida agrária, com cláusula de exata correção monetária, resgatáveis em 10 anos,em parcelas iguais e com juros legais.

ROBERTO VITAL apresentou 26 emendas, ~a.s .q~ais 1~ aprovadas., , Principais: a que estabelece ser o ensino livre a iniciativa pnvada, ressal­

vada a intervenção do Poder Público para aut?rizaç~o, r~conhe~ime.ntoe credenciamento de cursos e para fazer cumpnr a legislação de diretrizese bases da educação nacional; a que determina a c~ncessão de ~ols~sde estudos a estudantes que demonstrarem aproveitamento e insufi­

ciência de recursos, e que determina o respeito à crença da família e do educando.

VALMIR CAMPELO apresentou 31 emendas, das quais 7 aprovadas.Principais: considerando livre o exercício de qualquer trabalho, ofícioou profissão, observadas as qualificações que a lei exigir; suprimindono projeto de Constituição o art. 336, o parágrafo único do art. 337,o art. 487 e o art. 488, eis que a p'roposta de exclusividade da folhade salários para incidência de contribuições sociais destinadas à seguri­

dade social possui implicações bastante significativas nos programas e entidades jáconsolidados.

MANGEL VIANA apresentou 29 emendas, tendo 7 aprovadas. Princi­pais: os bens de produção são suscetíveis de desar.ropriação por necessi­dade BU utilidade pública ou por interesse socia , desde que necessáriaà execução de planos, programas e projetos de desenvolvimento sociale econômico, sejam eles da União, dos Estados ou dos Municípios,mediante prévia e justa indenização em dinheiro; e estabelece condições

diferentes de competitividade entre as empresas de pesquisas e centros universitárioscom as empresas de fim lucrativo.

AFFOSNO CAMARGO apresentou 26 emendas, das quais 7 aprovadas.Principais: a que estabelece que no ensino fundamental o ensino religioso

Iconstitui disciplina obrigatória, mas sem distinção de credo e com amatrícula facultativa; também a que estabelece que os espetáculos de

Idiversões. assim como os programas de televisão e rádio não serão sujei­tos à censura; uma vez que o Estado democrático deve garantir ao

cidadão o livre acesso aos bens culturais, pois "de todas as liberdades, a mais indivisívelé a expressão"

q NABOR JUNIOR apresentou 28 emendas, das quais 10aprovadas. Princi­pais: a que trata da organização, funcionamento e atribuições do BancoCentral do Brasil e demais instituições financeiras públicas e privadas;

, e a que concede autorização para o funcionamento das instituições finan-f , 1 ceir~s, bem como dos estabelecimentos de,se.gur?, pr:vidênci~s.e ca~ital~­

zaçao, ao mesmo tempo em que assegura as instituições bancanas ofícraisacesso a todos os instrumentos de mercado financeiro.

q

§tMUSSA DEMES apresentou 29 emendas, da quais 11 foram aprovadas.Principais: estabelecendo que a União e gará do roduto da arreca­

t'iíl't1íPi dação dos impostos sobre a renda e prove os em geraf2% para aplicaçãonas regiões Norte e Nordeste, atravé de suas instituições oficiais defomento; e vedando à União, aos estados e ao Distrito Federal o estabele­cimento de privilégios de natureza processual para a Fazenda Pública

em detrimento do contribuinte, possibilitando igualdade às duas partes.

11SÓLON BORGES DOS REIS apresentou 28 emendas, das quais 9 aprova­das. Principais: a ~ue estabelece que a lei não poderá privilegiar o Estado

- em detrimento d contribuinte, na ordenação dos processos adminis­trativos ou judie ais, na resolução de controvérsias tributárias; a que

, estabelece a democratização do acesso, permanência e gestão do ensino, em todos os níveis; a que estabelece pluralismo de idéias e de instituiçõesde ensino, públicas e privadas; e a que a propõe o ensino público em todos os níveis.

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DAVI ALVES SILVA apresentou 19 emendas, tendo 6 aprovadas. Princi­pais: constituem crimes de lesa-humanidade a tortura, o aborto, o estu­pro, o infanticídio e o genocídio, insuscetíveis de fiança, prescrição,mdulto ou anistia; e a administração pública obedecerá aos princípiosda moralidade e legalidade, exigindo-se razoabilidade e publicidade parálegitimar os atos, motivação suficiente, não imposição de limitações;

restrições ou constrangimentos administrados. ::

ALBÉRICO FILHO apresentou 16 emendas e 7 delas foram aprovadas.Principais: regulando as atividades de investigação e serviços de informa­ções; aprimorando a legislação apresentada no substitutivo quanto aosdireitos dos pais em relação aos filhos e vice-versa. A proposta consubs­tancia investigação de paternidade e maternidade, colhe a violência narelação entre familiares, além do abandono de filhos e prevê que não

ha~erá distinção entre filhos naturais, legítimos ou não. '

",~ :FRANCISCO COELHO apresentou 20 emendas, tendo 6 aprovadas.• ,iJ>rincipais: fica assegurada a efetivação no serviço público federal, consti­, biindo quadro especial em extinção, aos atuais ocupantes de cargos de',"Çónfiança, que na data da promulgação da carta tenham completado"S'i1nós de efetivo exercício; a lei de diretrizes e bases da educação nacionalsc;iá elaborada e sancionada no prazo máximo de 1 ano, a partit da

promulgação da Carta; orientação e planejamento familiar pertencem ao sistema deseguridade social.

DMÁRIO COVAS apresentou 16 emendas e teve aprovadas 6. Principais:estabelecendo a inviolabilidade do advogado, ressalvadas as responsa-

'::;', bilidades pelo abuso que cometer. O argumento do Constituinte é o" de que o advo~ado é um profissional do conflito, que visa a composição

da paz e a realização da justiça profissionalmente; a que veda ao Estado• o 'direito de usar conhecimentos e referências pessoais acerca de um

indivíduo, principalmente em relação a suá vida pessoal e proíbe o uso de um númeronacional para o cidadão.

GERALDO FLEMING apresentou 18emendas, das quais teve 6 aprova­das: Principais: a que obriga a União a entregar do produto da arreca­dação dos Impostos de ual uer natureza e outros proventos, inclusivesobre produtos industria~iza~os,49%, sendo 5% para o Norte Nordeste;a que suprime a criação de um fundo para a conservação do meio ambien­te, que na opinião do Constituinte, já estaria incluso no Substitutivo,

quando o mesmo determina que os estados, o DF e os municípios terão essa obrigação.

MARCO MACIEL apresentou 23 emendas, das quais 11 foram aprova­das. Principais: a que disciplina que são irreelegíveis para os mesmoscargos o presidente da República, os governadores de Estado e do Dis­trito Federal, os prefeitos e quem os houver substituído nos seis me~es

, anteriores às eleições ou sucedido no mesmo prazo; a que determmaque o direito de petição é irrestrito a todos os brasileiros; e a que estabe­

lece que todo poder emana do povo e em seu nome é exercido.

MAURÍCIO PÁDUA apresentou 23 emendas tendo 6 aprovadas. Princi­",,, pais: é facultado aos partidos políticos receberem quaisquer contribuições

c ou doações de pessoas físicas ou jurídicas, desde que declaradas e contabi­" Iizadas pelas partes e, igualmente, na forma que a lei estabelecer, a

União ressarcirá os partidos políticos pelas despesas com suas campanhas. eleitorais e atividades permanentes; é competência dos estados legislar

sobre criação, fusão, incorporação e desmembramento de municípios.

riROBERTO ROLLEMBERG apresentou 22 emendas, tendo 10 aprova-

, das. Principais: a que determina que a legislação desportiva deverá adotar" os seguintes princípios: respeito à autonomia das entidades desportivas,

dirigentes e associações quanto à sua organização e funcionamento inter­1'\4, nos; tratamento diferenciado para o desporto profissional e não profis­

sional; proteção ao desporto <Te criação nacional; destinação de recursospúblicos para amparar o desporto educacional, não profissional e o desporto de altorendimento.

fiCARDOSO ALVES apresentou 23 emendas das quais 7 foram aprovadas.

,'t' Principal: emenda substitutiva, apresentada ao primeiro substitutivo doI ~ relator, determina que se redija o parágrafo único do art. 37 da seguinte

< , forma: "Compete às assembléias legislativas dos estados a criação, aincorporação, a fusão e o desmembramento de municípios, à vista do

• pronunciamento favorável das populações interessadas, observados osrequisitos estabelecidos em lei complementar estadual."

11ARNALDO MORAIS apresentou 23 emendas, tendo 11aprovadas. Prin-

<" , cipais; a qu~ disciplina a autorização par~ o funcionamento das i.ns!it~i-• < ções financeiras, bem como dos estabelecimentos de seguro, previdência

~ capitalização, assegurando às instituições financeiras oficiais acesso, i todos os instrumentos de mercado financeiro; e a que dá ao inciso

• [11 do art. 255 a redação: "a organização, o funcionamento e as atribui-ções do Banco Central e demais instituições financeiras públicas e privadas."

l'..ANTONIO FARIAS apresentou 22 emendas e teve 8 aprovadas. Princi­pal: suprimindo artigo de dispositivo constitucional que cria novos estados

~~, na Federação. O Constitumte argumenta que a ANC foi convocada~ para consolidar a transição institucional e não lhe caberia concorrerMo para agravar os problemas da Nação, o que, na sua opinião, aconteceria'11 caso fossem aprovadas leis criando os novos Estados. Ele alega que

a medida resultaria no malogro dos esforços empreendidos para salvar a economiado país.

~ASSIS CANUTO apresentou 14 emendas, tendo 6 aprovadas. Principais:será feito obrigatoriamente em navio de bandeira brasileira, respeitado

" o princípio de reciprocidade, o transporte de mercadorias importadas. ou eXl'0rtadas por qualquer órgão da administração pública federal;

municipal ou estadual; os proprietários, armadores, comandantes, mes­. ., tres e patrões de embarcações com registro e bandeira brasileira serão

brasileiros natos, assim como 2/3 pelo menos de seus tripulantes.

f]FERNANDO LYRA apresentou 14 emendas, das quais teve 9 aprovadas.

, Principais: assegurando o direito de acesso à informação revestida de.~.. interesse público, assim como às informações pessoais registradas or.' entidades particulares e públicas, inclusive as políticas e militares, poJ;n-

do ser exigida a correção e a atualização de dados através de p'rocessoiát), judicial ou administrativo si~ilosos; assegurando a livre mamfestação

de pensamento, de princípios l?olíticos, religiosos e filosóficos

RALPH BIASI apresentou 8 emendas, das quais 7 foram aprovadas.PrinCipaiS: assegurando ao cidadão o direito de defesa e a defender-se;atribuindo à União o direito de emitir moeda e legislar sobre o sistemafinanceiro, monetário, mercado de capitais, câmbio e capitalização deseguros; entendendo que cabe às normas infraconstitucionais a definiçãodas funções e condições de funcionamento das instituições financeiras,

públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras que operem no país.

,'I\-

ARNOLD FlORAVANTE apresentou 13e 6 foram aprovadas. Principais:estabelecendo que caberá ao Congresso Nacional decidir sobre a reservade mercado, definindo cada caso em lei específica, guardando, sempre,o ideal de liberdade científica e o desenvolvimento da tecnologia; deter­minando que a indenização das terras nuas será paga em títulos dadívida agrária, com correção monetária, resgatáveis em cinco anos, em

parcelas semestrais acrescidas dos juros legais, ressalvada a das benfeitorias, queserá paga em dinheiro. ,

"

RAIMUNDO LIRA apresentou 14 emendas, tendo 6 aprovadas. Princi­pais: doutrinar a participação do capital externo na concessão de autori-

: ,"" zações para abertura de instituições financeiras, dispondo limites para"; o acesso do capital estrangeiro no país, seja relevando os interesses

nacionais, acordos internacionais ou critérios de reciprocidade; extin­. guir, na data da promulgação da Constituição, o pagamento de pensões

ou subsídios aos ex-presidentes da República, ex-governadores de estado e ex-prefeitosmunicipais.

IVAN BONATO apresentou 20emendas, tendo 10 aprovadas. Principal:a que compete aos municípios instituir imposto sobre: propriedade pre­dial e terntorial urbana; transmissão inter-vivos, a qualquer títul?, poratos onerosos, de bens imóveis por natureza ou acessão física, e de direitosreais sobre imóveis, exceto garantia, bem como de direitos e.sua aquisí­ção; e serviços de qualquer natureza, nos termos estabelecidos em lei

complementar.

JARBAS PASSARINHO apresentou 21 emendas, tendo 7 aprovadas.Principais: a que estabelece que o planejamento e a regulação da ativi­dade econômica deverão harmonizar a preservação do equilíbrio ecoló­gico e da igualdade do meio ambiente com a necessidade de desenvol­vimento do País; a que determina que os servidores públicos militaresterão seus direitos e deveres fixados em estatuto próprio e aprovado

pelo Congresso Nacional; e sobre a organização sindical dos trabalhadores e dosservidores públicos.

LEUR LOMANTO apresentou 21 emendas, tendo 9 aprovadas. Princi­pais: estabelece que o presidente da República, ouvido o Conselho daRepública, poderá dissolver o Congresso e convocar eleições extraordi­nárias, caso, em 10 dias, não tenha sido lograda a eleição do primeiro­ministro e a que determina que o primeiro-ministro é nomeado pelopresidente da República, após consulta ao partido ou partidos que.com-

põem a maiona parlamentar, sendo obrigatoriamente membro do Congresso Nacional,

liRAIMUNDO BEZERRA apresentou 21 emendas, das quais 14 foram

, aprovadas. Principais: a que estabelece que a saúde é direito de todose dever do Estado, assegurado mediante políticas econômicas e sociaisque visem à eliminação ou redução do risco de doenças e outros agravos,

. e o acesso universal igualitário às ações e serviços de promoção, proteção" e recuperação da saúde; e a que determina que as ações e serviços

de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um únicosistema. , '

•14 Jornal da Constituinte

Page 15: Brasília, de...autoritária para, em um novo país, con temporâneo aos sentimentos da Nação, construir um novo Estado de direito de mocrático. Porisso sempre lutamos pela convocação

Os constituintes abaixo ofereceram numerosas emendas e tiveram até cinco aprovadas:Antônio Perosa, Asdrubal Bentes, Gonzaga

Patriota, Henrique Eduardo Alves, Carlos Cotta,José Tavares, Marcelo Cordeiro, Jayme Santana,Divaldo Suruagy, Amaral Netto, Paulo Silva, Cha­gas Duarte, Carlos Benevides, João Cunha, Narci­so Mendes, Mattos Leão, Eliézer Moreira, CelsoDourado, Edésio Frias, Humberto Souto, AloysioTeixeira, Milton Barbosa, José Luiz de Sá, Teoto­nio Vilela Filho, Harlan Gadelha, Fernando Go-

mes, José Agripino, Levy Dias, Vítor Buaiz, Vini­cius Cansãnção, Sarney Filho, Del Bosco Amaral,Álvaro Antônio, Vingt Rosado, Lezio Sathler,

Paulo Roberto, Maurício Campos, Mário Bouchar­det, Felipe Cheidde, Carlos Vinagre, AlexandreCosta, Virgílio Galassi, Edme Tavares, Júlio Cam­pos, Lael Varella, Joaquim Haickel, José ThomazNonô, Robson Marinho, Alceni Guerra, EtevaldoNogueira. Jairo Azi, Eduardo Moreira, Ruberval

Pilotto, Leite Chaves, Alair Ferreira, Aloísio Vas­concelos, João Machado Rollemberg, Paulo Alma­da, Angelo Magalhães, Delfim Netto, Carlos DeCarli, Jayme Paliarin, José Mendonça Bezerra,Mário de Oliveira, Maria Lúcia, Raimundo Rezen­de, Pimenta da Veiga, Renan Calheiros, JoãoHerrmann Neto, João Lobo, José Melo, FrançaTeixeira, Geraldo Melo, Guilherme Palmeira, eCarlos Alberto.

Dentre as que foram acolhidas, as emendas que se seguem apareceram com maior destaque:

CONTRIBUIÇÃO

É facultado aos partidos políticos re­ceberem quaisquer contribuições ou doa­ções de pessoas físicas ou jurídicas, desdeque declaradas e contabilizadas pelas par­tes, igualmente, na forma que a lei estabe­lecer. E a União ressarcirá os partidos po­líticos pelas despesas com suas campanhaseleitorais e atividades permanentes.

DEFENSORIA

Os necessitados serão assistidos emjuízo pela defensoria pública, organizadaem carreira própria e com os mesmos prin­cípios institucionais e direitos asseguradosao Ministério Público. E o parágrafo únicodo artigo a que se refere a emenda aditivadetermina que lei complementar organi­zará a defensoria pública da União, e esta­belecerá normas gerais a serem adotadasna organização da defensoria pública dosEstados, do Distrito Federal e dos terri­tórios.

de e à alimentação desde a concepção,devendo o Estado prestar assistênciaàqueles cujos pais não tenham condiçõesde fazê-lo; obrigando o poder público aassegurar o acesso à educação, à infor­mação e aos meios de métodos adequadosao planejamento familiar, respeitadas asconvicções éticas e religiosas dos pais.Substitui a expressão "controle de natali­dade" por planejamento familiar.

POUPANÇAS

. As atividades desenvolvidas pelo Sis­tema Financeiro Nacional, exercidas porinstituições públicas e privadas, terão ca­ráter predominantemente social. A emen­da estabelece ainda que lei federal re~u­lará as atividades do .Sistema FinanceiroNacional e assegurará o direcionamentode poul?anças para o momento da produ­ção e 'circulação de riquezas, garantindoàs instituições públicas recursos geridospela administração pública.

ESTADOSNovos estados só serão criados atra­

vés de lei complementar, obedecendo aaprovação por plebiscito realizado na áreaa emancipar-se. Prevê a Emenda que arenda per capim do emancipando será igualà do estado-membro menos desenvolvido,e que a infra-estrutura de serviços e trans­portes seja suficiente ao processo de de­senvolvimento, e ainda que a lei de criaçãodo estado, de iniciativa do Poder Legisla­tivo, seja promulgada pelo Congresso Na­cional.

VOTO

IPI

A União entregará 21,5% ao fundode participação dos Estados, do DistritoFederal e dos territórios, do produto daarrecadação do imposto sobre produtosindustrializados; 10% serão para os Esta- ANISTIAdos. o Distrito Federal e os territórios, É concedida anistia ampla, geral e irres-proporcionalmente ao valor das resp~c- trita a todos os que foram punidos, emtivas exportações de produtos industria- decorrência de motivação política, porlizados; e os Estados e os territórios entre- qualquer diploma legal, atos instituêíb-garão aos respectivos municípios 25% dos nais, complementares ou administrativos,recursos que receberem, nos termos do assegurada a reintegração com todos ositem acima. ' direitos e vantagens inerentes ao efetivo

FAMíLIA exercício, presumindo-se satisfeitas todasas exigências legais e estatutárias da car-

Altera 'a 'redação do Anteprojeto .da. reira civil ou militar, não prevalecendoSubcomissão.dâ Farm1ia, do Menor e 'd\') ". quaisquer alegações de prescrição, (Jeca-Idoso, assegurando o direito à vida, à saú.:c·.~;· dência ou renúncia de direito. . ,

, ~ .Ott:'1!L, t; ~IJJ:·

A formação de conglomerados finan­ceiros não será estimulada, nem se permi­tirá a aquisição do controle acionário, fu­são ou mcorporação di! bancos, institui­ções financeiras pelos conglomerados jáexistentes, a não ser na hipótese de quepessoas físicas ou jurídicas não demons­trem interesse pelo negócio e, nos casosde iminente insolvência, quando tal medi­da se justificar como saneamento e preser­vação da confiança pública no sístemabancário e financeiro.

INDENIZAÇÃO

Altera proposta consubstanciada nasdisposições transitórias, que regula a con­cessão de anistia aos atingidos pelos atosde exceção praticados durante o autorita­rismo. A emenda estabelece indenizaçãoespecial aos anistiados, servidores civis e .militares, que receberão o equivalente àsoma dos seus salários nos últimos cincoanos.

rralizada e hierarquizada, financiado porrecursos do Fundo de Seguridade Social.admitindo o exercício das atividades pri­vadas na área.

O alistamento eleitoral e o voto serãoobrigatórios para todos os brasrletros. comexceção dos menores de dezoito anos. Pa­ra os maiores de setenta anos esse direitoserá facultativo no ano da eleição. Aemenda faculta também o direito do votoe à elegibilidade, no município em quetenham domicílio eleitoral, aos estrangei­ros residentes e domiciliados no Brasil hámais de cinco anos contínuos, desde queexerçam atividade produtiva.

COMUNICAÇÃO

A mformação é um bem social e umdireito fundamental da pessoa humana.Todo cidadão tem direito, sem restriçãode qualquer natureza, à liberdade de rece­ber e transmitir informações, idéias e opi­niões, por quaisquer meios e veículos decomumcação. A emenda I?revê que cabeaos órgãos do Estado a obngação de infor­mar e atender aos pedidos de informaçãodos veículos de comunicação social em as­suntos de interesse público.

CONGLOMERADOS

interesses da economia nacional. serãoexercidos pelo Ministério da Fazenda.com as atribuições de fiscalizar a execuçãoda política de câmbio, comércio extenore transferência de valores para fora dopaís, relativamente à exportação e impor­tação de bens de serviços; frscahzar os tri­butos que incidem sobre o comércio exte­rior e o cumprimento da legislação relati­vamente aos bens e serviços importados

CASAMENTO

A família constituída pelo casamen­to, por união estável ou por entidade fami­liar, formada por qualquer um dos paisou responsáveis legais e seus dependentes.consanguíneos ou não, tem direito a pro­teção do Estado e demais instituições. Ocasamento civil, no seu processo de habili­tação e celebração, será gratuito e o reli­gioso terá efeito civil, e este poderá serdissolvido desde que haja prévia separa­ção Judicial por mais de 2 anos ou compro­vada separação de fato por mais de 4 anos.

SOBERANIA

Aprimora a legislação do projeto daSistematização na parte concernente à so­berania, estabelecendo que o povo exercea sobe rama pelo sufrágio universal, secre­to e igual, no provimento das funções dogoverno e legislação, bem como na formu­lação da política sócio-econômica e doprograma plurianual de governo, nos ní­veis federal, estadual e municipal. E res­salva que a lei regulará a forma e os crité­rios a serem adotados nos plebiscitos vi­sando à aferição da vontade popular.

NATURALIZAÇÃO

Atnbui a nacionalidade brasileira atodos os estrangeiros que se encontremirregularmente em terntório nacional eque requeiram a naturalização junto aoDepartamento de Justiça Federal. no pra­zo de 100 dias a partir da data da promul­gação da Constituição. A proposta trazcomo argumento o fato de que milharesde estrangeiros, vivendo há algum tempono Brasil, dependem de uma decisão arespeito da sua Irregularidade. uma vezque participam da vida econômica do país.

ELEGIBILIDADE

Lei complementar disporá sobre ascondições de elegibihdade, dormcílio elei­toral e filiação partidária. São irreelegíveispara período seguinte ao término de seumandato, o presidente da República, go­vernador e prefeito. E inelegível para oscargos citados que sucedeu seu titular ouo tenha substituído dentro dos 6 mesesanteriores ao pleito. São condições de ele­gibilidade e de registro de candidatura efiliação a partido político e a escolha emconvenção partidaria

SAÚDE

Obriga o Estado à implementação depolíticas sociais e econômicas que contri­buam para eliminar ou reduzir o risco dedoenças e outros agravos, assegurando oacesso universal e gratuito aos serviçosprovidos pele poder público. E propõeum sistema único de saúde, em rede regio-

EDUCAÇÃO

O plano nacional de educação, de du­ração plurianual, será elaborado pelaUnrão , na forma da lei, ouvidos os mte­grantes dos sistemas de ensino, visandoà articulação, ao desenvolvimento dos ní­veis de ensino e à integração das açõesdo poder público ql.!e conduzam à ~rra~i­cação do analfabetismo. universalizaçãodo atendimento escolar e melhoria da qua­lidade do ensino; e é obrigatório o atendi­t.!'en~o pedagógico, por. parte do Estado,as cnanças de zero a seis anos.

PRISÃO

A prisão de qualquer pessoa será ime­diatamente comunicada ao juiz competen­te e ao Ministério Público e que o Juizrelaxará a prisão se for ilegal e, nos casosprevistos em lei, promover-se-á a respon­sabilidade da autoridade coatora. Aemenda pretende alterar a redação pro­posta para o substitutivo pela Subcomis­são dos Direitos e Garanttas Individuais,que não previa explicitamente a comuni­cação imediata ao juiz competente, a res­peito de qualquer prisão efetuada.

ENSINO

RELIGIÃO

Cada um tem liberdade para realizaros cultos da sua religião, expressando li­vremente sua fé divulgando suas doutri­nas. Prevê a emenda que a relação entreos praticantes de determinada religião, in­clusive padres, pastores e similares e adireção da mesma foge à tutela junsdi­cional do Estado, desde que não sejamatos crimmosos, assim considerados emlei. A emenda acrescenta alínea ao artigodo substitutivo que regula a prática de ati-·vidades religiosas.

IDOSOS

O sistema de seguridade social asse­gurará aos idosos sem outra renda, na for­ma que a lei deter!TIinar, pensã.o ;lt~lícladestinada a garantIr sua sobrevivência deforma condigna, propiciando-lhes meiosde prover sua própria subsistência e suprirsuas necessidades de alimentação, mora­dia, saúde e lazer. A emenda pretendecorrigir a chamada "pensão. d~s idosos",em vigor, dotando os que atmgl!?1!1 a m~­tividade de um amparo pecumano maiscondizente com a nossa realidade econô­mica.

O ensino é livre à iniciativa privada,ressalvada a intervenção do poder públicopara autorização, reconhecimento e cre­denciamento de cursos e para fazer cum­prir a legislação de diretnzes e bases; Asempresas comerciais, industriais e agríco­las contribuirão com o salário-educaçãose não propiciarem gratuidade de ensinode t- grau a seus empregados e aos filhosdestes; e a que fala sobre a concessão debolsas de estudo a estudantes com insufi­ciência de rendas.

EXPORTAÇÃO

A fiscalização e o controle sobre o, comércio exterior, essenciais à defesa dos

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