brasil zero grau magazine #1

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UM SALTO PARA 2026 Veja como a CBDN pretende transformar um país tropical como o Brasil em uma verdadeira potência olímpica de inverno. Tudo na base de infraestrutura e, claro, muita adrenalina Divulgação/CBDN O snowboarder Marcos Batista realiza acrobacias na inauguração do CT Freestyle em São Roque (SP) A DESPEDIDA DE MARIA HÖFL-RIESCH, BICAMPEÃ OLÍMPICA VAI COMEÇAR MAIS UMA TEMPORADA NA AMÉRICA DO SUL CONHEÇA A HISTÓRIA DO PATINADOR BRASILEIRO LUIZ MANELLA

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Primeira edição da Revista Brasil Zero Grau, a única especializada em esportes de inverno

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Page 1: Brasil Zero Grau Magazine #1

UM SALTO PARA

2026

Veja como a CBDN pretende transformar

um país tropical como o Brasil em uma verdadeira

potência olímpica de inverno. Tudo na base de infraestrutura

e, claro, muita adrenalina

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O snowboarder Marcos Batista

realiza acrobacias na inauguração do CT Freestyle em São Roque (SP)

A DESPEDIDA DE MARIA

HÖFL-RIESCH, BICAMPEÃ OLÍMPICA

VAI COMEÇAR MAIS UMA

TEMPORADA NA AMÉRICA

DO SUL

CONHEÇA A HISTÓRIA DO PATINADOR BRASILEIRO

LUIZ MANELLA

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SumárioNews............................................... p. 4Saiba as novidades do seu esporte

Esportezoom.................................. p. 6As melhores fotos do trimestre

Figurinha carimbada..................... p. 8A trajetória da esquiadora Maria Höfl-Riesch

Destaque........................................ p. 9Os planos da CBDN para os Jogos de 2026

Brasileiros pelo mundo.............. p. 12Conheça a história de Luiz Manella

Conhecer por dentro.................. p. 13Todos os detalhes do Curling!

Saiba Mais.................................... p. 14A abertura da temporada sul-americana

Tecnologia.................................... p. 16Veja as marcas que dominaram o esqui

Agende-se.................................... p. 17Programe-se para o que vem por aí!

História......................................... p. 18Após 20 anos, os Jogos de Lillehammer

Antenado..................................... p. 19Quatro episódios no Youtube

Brasil Zero GrauUma publicação do jornalista Gustavo de Araujo Longo, autor e editor dos conteúdos do blog,

revista, áudio e vídeo.

Textos e diagramação por Gustavo Longo

Proibida a reprodução total ou parcial. Gostou? Entre em contato e saiba como podemos lhe ajudar sobre o tema.

e-mail: [email protected]

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4NEWS

Hóquei dá os primeiros passos

Lais Souza tem alta médica nos EUAO mês de junho re-servou boas notícias para a brasileira Lais Souza. Após lutar contra a morte em um acidente sofri-do antes dos Jogos de Sochi, a atleta re-

cebeu alta médica do Hospital Jackson Memorial, nos EUA.Lais, porém, segue no país norte-ameri-cano para continuar o tratamento e ficar próxima do médico

Antônio Marttos Jú-nior, do COB. O próximo passo é o procedimento com células tronco e que visa recuperar o mo-vimento nas pernas e braços.

A novidade não pa-rou por aí: os de-putados aprovaram projeto de lei que ga-rantirá pensão vita-lícia para Lais. Resta apenas a aprovação no Senado.

Os adeptos do hó-quei no Brasil não esquecerão tão cedo este último trimestre. Se em março houve a primeira experiência da seleção no piso de gelo, entre abril e julho a equipe conse-guiu retornar ao ce-nário internacional.

Em junho, o time masculino voltou a participar do Mun-dial de Hóquei Inline da IIHF, a federa-ção internacional de gelo. Dono de me-dalhas entre 2003 e 2009, o Brasil estava ausente do torneio desde 2010.

O retorno foi posi-tivo, se levarmos em conta o periodo tur-bulento que a mo-dalidade e a CBDG passaram. O país venceu a Hungria na fase de grupos, fez bons jogos, mas ter-minou na penúltima posição do torneio.

Um mês depois o mesmo time esteve no Mundial de inline da FIRS e conseguiu ficar na 19ª posição dentre 24 equipes. A novidade foi a par-ticipação da equipe feminina, que conse-guiu terminar na 14ª colocação.

Jogadores brasileiros comemoram gol na partida contra o Japão pelo Mundial da IIHF: mais experiência

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Jorge de Lima é vice no mundialEm maio o Brasil conquistou mais duas medalhas internacionais na patinação artís-tica. O dono da façanha foi Jorge Alves de Lima, vi-ce-campeão mun-dial adulto (o que equivale à catego-ria master em ou-tros esportes).

Foi o primeiro torneio que o atle-ta pôde competir com a bandeira brasileira. Entre 2005 e 2013 ele re-presentou os EUA por conta de de-sentendimentos com a antiga dire-toria da CBDG. Jorge ficou com a prata tanto na

prova artística quanto na livre da categoria Ouro 3 e 4. No programa artístico, ele fez 13.63 pontos e fi-cou atrás do nor-te-americano Ross Luxton. Depois, no freeskating, ganhou a prata ao conseguir 36.66 pontos no total.

Brasil inicia planejamento no CurlingQueridinho dos Jo-gos de Inverno nas duas últimas edi-ções, o Curling final-mente começa a dar os primeiros passos no Brasil. Aconte-

ceu a primeira Copa Brasil (disputada no Canadá) e Marcelo Mello e Aline Gon-çalves disputaram o Mundial de Duplas Mistas em abril.

Eles ficaram na pe-núltima posição da classificação final, mas conseguiram conquistar a primei-ra vitória do país em um torneio mundial.

Enquanto isso, no torneio nacional, Raphael Monticello e Alessandra Regina foram os campeões ao derrotarem Isis e Márcio.

CBDN realiza primeiro Circuito de Rollerski

Testes físicos da CBDN iniciam a temporada

De olho no proje-to de longo prazo, a CBDN realizou em maio a primeira eta-pa do Circuito Bra-sileiro de Rollerski. O evento aconteceu no CT da entidade, em São Carlos, no interior paulista.

Leandro Ribela foi o grande destaque do evento, com ouro no sprint e no distan-ce masculino. Entre as mulheres, Bruna Moura também con-seguiu o ouro nas provas de sprint e distance.

Ainda em maio a CBDN realizou os testes físicos, evento que abre a tempora-da para as modali-dades de neve aqui no país. Os exames foram feitos no Clu-be Pinheiros, na Ci-dade Universitária e

no Núcleo de Alto Rendimento, em São Paulo.Os dados coletados servirão de base para a preparação de longo prazo que a entidade está desen-volvendo com todos os esportes.

O brasileiro Jorge Alves de Lima

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6ESPORTEZOOMEsporte é mais do que ganhar ou perder. Envolve cansaço, suor, lágrimas e sorrisos. O vencedor não é aquele que chega no alto do pódio, mas sim quem supera o próprio limite...

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8FIGURINHA CARIMBADA

Uma lenda do esqui dá adeus

ao esporteAlemã Maria Höfl-Riesch é dona de quatro medalhas olímpicas, mas quis se aposentar após os Jogos de SochiNos últimos anos todas as atenções eram voltadas para Lindsey Vonn. Mas era outra loira que também posava para fotos sensuais que mostrava uma regularidade in-comum. A alemã Maria Höfl-Riesch conquistou inúme-ros títulos, a ponto de encerrar a car-

reira com apenas 29 anos, no auge de sua forma física. "Dei tudo o que eu tinha para estar em outra Olimpíada e conquistar meda-lha em Sochi foi um grande alívio. A de-cisão não foi fácil, mas em minha opi-nião você tem que parar quando está por cima”, comen-

Maria Höfl-Riesch na prova de sua última medalha

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tou a atleta no site oficial da FIS. Pior para o circuito, que perderá, talvez, sua atleta mais regular e eficiente. Entre 2002, quando tinha apenas 18 anos e estreou no circuito profissional, até o encerramento desta temporada, foram 27 vitórias em corridas de Copa do Mundo e dois títulos mundiais (em 2009, no slalom, e 2013, com o super combinado).O reconhecimento, porém, veio nas últimas duas edições dos Jogos Olímpicos, quando conseguiu superar muito bem a

decepção sofrida em Turim-2006 (quando ficou de fora após sofrer contusão). Em 2010, na cidade de Vancouver, ela conquistou a medalha de ouro no slalom e no super combinado. Quatro anos depois, em Sochi, conquistou o bicampeonato no super combinado e faturou uma medalha de prata no Super G. No slalom, ficou na quarta posição. Mas nem isso tira a sensação de dever cumprido da alemã. Pois ela sabe que já entrou no rol das lendas do esqui alpino mundial.

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9DESTAQUE

2026é logo ali...

Entusiasmada com a participação histórica em Sochi e com o surgimento de uma nova geração de atletas, CBDN investe e elabora planos ousados para os esportes de inverno no país

Em abril de 2010 o presidente Stefano Arnhold, da CBDN, prestou contas ao Mi-nistério dos Esportes e sentenciou: a parti-cipação nos Jogos de Inverno em Sochi se-ria histórica. Passados quatro anos e com a sensação de missão cumprida, a entidade

se prepara agora para realizar planos mais ousados: transformar o Brasil em uma po-tência esportiva de in-verno até 2026. Este é o objetivo final de uma longa cami-nhada que os direto-res e atletas brasileiros começaram logo após as Olimpíadas dispu-

tadas na Rússia, em fevereiro. São 12 anos que serão detalhados, trabalhados e imagi-nados até novembro, quando novamente a confederação se reu-nirá com o governo federal – principal in-vestidor através da Lei Piva - para apresentar os business plans (pla-

nos de negócios) de cada modalidade. “Agora a gente deu o luxo de apresentar os planos no fim do ano, pois vamos deta-lhar minuciosamente nossos caminhos até 2026”, afirmou Stefa-no em entrevista ex-clusiva para o Brasil Zero Grau.

Divulgação/CBDN

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A nova geração pede passagem Ao trabalhar com um planejamento de lon-go prazo, a CBDN também quer garantir uma transição segura para os jovens atetas que estão surgindo em várias modalida-des e com resultados expressivos no cená-rio internacional.

Dois destaques são os irmãos Esmeralda e Nathan Alborghetti (foto) no esqui alpi-no. Além deles, po-demos citar Michel Macedo também no esqui alpino, Lucas Alves no snowboard e os jovens do Projeto Ski na Rua.

Na verdade, dois es-portes já foram deta-lhados: esqui aerials feminino, que teve Josi Santos presente em So-chi, e a versão mascu-lina. Ambos são vistos como os “mais fáceis” justamente pela falta de competitividade no

cenário internacional. Outras modalidades serão trabalhadas a cada ciclo olímpico, como o snowboard-cross, que ainda pre-cisa encontrar uma substituta para Isabel Clark Ribeiro. Este é o maior pas-

so que a CBDN dá desde que o país co-meçou sua história olímpica de inver-no em 1992. Após consolidar as mo-dalidades naquele primeiro momento e construir uma es-trutura mínima nos anos 2000, a enti-dade ficou entusia-mada com a partici-pação histórica em Sochi: seis atletas em cinco modalida-des, um recorde.Além disso, o sur-gimento de uma valiosa geração de atletas na faixa dos 12 a 17 anos (veja abaixo) também serviu de combus-tível para guiar os sonhos e planos de toda a diretoria. É um caminho se-

melhante ao traça-do pela Austrália, o maior exemplo de sucesso de um país tropical que conse-gue brigar por me-dalhas em esportes de inverno. Na década de 70 do século passado, o país da Oceania iniciou um proje-to de longo prazo sob coordenação de Geoff Henke. Eles focaram em es-portes específicos, adaptaram treina-mentos no seu ter-ritório e levaram os melhores competi-dores para treinar na Europa. A meta era chegar no fim dos anos 90 com chances de bri-gar por medalhas nos Jogos Olímpi-

Presidente Stefano Arnhold discursa na inauguração

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Você sabe o que é a Matriz BCG ?Matriz BCG nada mais é do que uma metodologia mui-to utilizada por ad-ministradores para avaliar futuros in-vestimentos. Ela foi criada em 1970 por Bruce Henderson para o Boston Con-sulting Group (daí surgiu as iniciais). No ambiente corpo-rativo, consiste no cruzamento do ín-dice de participação no mercado com o de crescimento no mercado para iden-tificar a aderência de produtos e serviços. Ela é dividida em quatro quadrantes e combina todos os elementos.

No caso da CBDN, a diretoria fez uma adaptação, ainda que o sentido seja o mesmo: identificar oportunidades de investimento na ela-boração dos planos de negócios para suas modalidades. Assim, os índices le-vados em conta são a treinabilidade do es-porte no Brasi (que não possui neve) e a competitividade dele lá fora. Para a entidade, é essen-cial que exista uma alta possibilidade de treinos com uma baixa participação mundial, o que faci-litaria a classificação olímpica.

cos de Inverno. Con-seguiram mais do que isso: em 1994 veio a primeira medalha, de bronze, com o time de patinação em pis-ta curta. Em 2002 o primeiro ouro, com Steven Bradbury, também na patina-ção em pista curta. Hoje, os australianos são os melhores do mundo no esqui ae-rials e outras moda-lidades mais radicais. E é com esses es-portes que o Brasil também pretende dar o grande salto. Baseados na Matriz BCG (veja ao lado), a CBDN enquadra cada esporte numa escala que avalia a competitividade no cenário internacional com a treinabilidade

no Brasil. Slopestyle e aerials, por exemplo, se enquadram perfei-tamente no perfil.Por conta disso a entidade inaugurou em maio seu segun-do CT, o primeiro voltado para o free-ride, em São Roque, no interior paulista. Lá, os atletas terão uma estrutura única na América Latina à disposição. “As mo-dalidades do freesty-le tem uma carac-terística diferente: é decidida no ar e não na neve, o que facili-ta para países como o nosso”, comenta Pedro Cavazzoni, superintendente da CBDN e um dos res-ponsáveis pelo gran-de salto do esporte de neve brasileiro.

Exemplo prático do uso de uma Matriz BCG

São Roque foi sede da seletiva de aerials em 2013

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12BRASILEIROS PELO MUNDO

Um brasileiro de respeitoDurante a apresentação de gala do Nebelhorn, no ano passado, todos queriam sa-ber mais sobre aquele tal de Luiz Manella. Na tentativa de conquistar a improvável vaga olímpica, ele superou seus li-mites: executou um quádru-plo, feito só igualado pelo campeão Nobunari Oda. A vaga olímpica não veio por pouco, mas o jovem brasi-leiro conquistou o respeito definitivo da modalidade na-quele instante. Até porque, ao contrário de seus rivais, Luiz começou muito tarde na mo-dalidade. Enquanto todos os atletas co-meçam com menos de cinco anos, o primeiro contato dele com a patinação foi aos 12 anos, em 2007, já morando nos EUA. O que se viu de lá para cá foi uma evolução notável até para atletas internacionais. Três anos depois, numa etapa do Grand Prix Júnior, con-quistou uma surpreendente 15º posição. No Mundial Jú-nior, foi o 16º e 15º, as me-lhores marcas do Brasil na categoria. “Eu ainda me con-sidero novato nesse esporte”, chegou a dizer. Novato, mas com talento. E desde o ano passado com a admiração de todos os patinadores.

Por onde passa, o

patinador Luiz Manella

é reconhecido e respeitado como

um grande atleta da modalidade

Campanha na web para continuarApós ficar por duas posi-ções dos Jogos de Sochi, o jovem pensou até mesmo em abandonar a modalida-de. Até que uma campanha na web o demoveu da ideia.Tudo porque Thayana Stoc-

co se mobilizou e coletou depoimentos de torcedo-res para mostrar o quanto ele era querido. Deu certo. Luiz não só retornou aos rinks como pensa em com-petir nos pares agora.

Luiz Manella em competição na

temporada retrasada. Por muito pouco

ele também estaria presente em Sochi

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13CONHECER POR DENTRO

Viaje pelo Curling!Saiba mais sobre o esporte queridinho dos brasileiros desde os Jogos de Vancouver e que reúne adeptos em todo o mundo

Sucesso no Brasil mesmo sem uma equipeO Brasil é o quarto país que mais aces-sa o site da Federa-ção Internacional de Curling e a modali-dade foi surpresa na

audiência nos Jogos de Vancouver, em 2010, e Sochi, 2014. Números surpreen-dentes, ainda mais se pensarmos que o

Brasil não possuía uma equipe nacio-nal e só agora con-segue dar os pri-meiros passos no cenário mundial.

É um esporte totalmen-te diferente do que es-tamos acostumados aqui no Brasil. Mesmo assim, o Curling, uma mistura de xadrez com bocha e gelo, ganhou os corações dos torcedores e palavras como end, martelo e vassoura pas-saram a fazer parte do nosso vocabulário. O que chama a atenção no Curling é o contras-te entre simples e com-plexo e a facilidade com que ele pode ser pratica-do - tanto por homens quanto por mulheres. O jogo na categoria olímpica (equipes de quatro atletas) é dividi-do em dez ends (etapas). Em cada uma delas os dois times jogam oito pedras e apenas a mais próxima do botão (alvo) marcará ponto. Se as duas ou três pedras mais próximas forem do mes-mo time, irá marcar dois ou três pontos. No fim, quem tiver mais pontos vence a partida.

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14SAIBA MAIS

O pontapé inicialGeralmente ignorada, a temporada sul-americana começa em julho para tirar os atletas das férias pós-Jogos Olímpicos

Chegou a hora de ti-rar os esquis e pran-chas dos armários e voltar à ativa. Após três meses de férias (entre aspas mesmo, pois sempre há a ne-cessidade do condi-cionamento físico), alguns atletas de in-verno voltam à ativa no fim de julho para o início da tempora-da sul-americana de inverno.

Tradicionalmente, o primeiro evento seria a Copa Sul-America-na de Cross-Country, mas foi cancelado em Ushuaia. Mesmo as-sim, serão dois meses e meio com provas de esqui alpino, esqui livre e snowboard nos resorts chilenos e argentinos e com presença maciça dos principais atletas do continente.

Geralmente esqueci-da, a temporada na América do Sul não possui o mesmo gla-mour em relação à Europa e América do Norte. É lá que ocor-rem as etapas das Copas do Mundo, respeitando o perío-do entre outubro e março no hemisfério norte. Para se ter uma ideia, apenas uma vez um torneio de

grande porte acon-teceu na América do Sul: o Mundial de es-qui alpino de 1966, realizada na cidade chilena de Portillo (o que representou a primeira experiência brasileira em espor-tes de inverno). Não bastasse isso, esta temporada é a primeira do ciclo olímpico, chama-da por muitos como

Atletas preparam para uma prova de snowboard no Campeonato Brasileiro realizado no ano passado, no Chile

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A importância dos resorts Muito do sucesso e histórico da tempo-rada sul-americana deve-se ao apoio e surgimento de vá-rios resorts na Ar-gentina e Chile nas últimas décadas. Com os acordos de cooperação no Mercosul, as via-gens para os dois países tiveram con-dições facilitadas e muitos brasileiros resolveram aprovei-

tar as férias de julho para aprenderem snowboard e esqui. Valle Nevado (foto) e Corralco, no Chi-le, e Bariloche e Las Leñas, na Argenti-na, são alguns dos principais destinos. Com um espaço próprio para espor-tes de inverno, as federações nacio-nais encontraram o local ideal para rea-lizar torneios.

um “ano morto”. Ao contrário do ano passado, quando os principais atletas da modalidade não po-deriam perder ne-nhum ponto ou trei-no na neve antes dos Jogos de Sochi, hoje eles permitem um descanso e traçam as melhores estratégias para a sequência dos meses. Mesmo assim, nos últimos anos a tem-porada realizada no Chile e Argen-tina ganhou força e respeito no cenário internacional justa-mente por permitir

que jovens atletas do hemisfério norte e os competidores lati-nos pudessem somar pontos importantes para o ranking inter-nacional e aumentar a participação deles nos Mundiais e Co-pas do Mundo.Nesta temporada, principalmente, é a chance de vermos muitos atletas bra-sileiros, argentinos e chilenos melhora-rem seus pontos FIS e almejarem algo a mais do que ser mero figurante. Vale lembrar que em ja-neiro e fevereiro de

2015 os esportes de neve já realizarão seus primeiros Mun-diais rumo à Pyeon-gchang-2018 e é a oportunidade perfei-ta que muitos países têm em realizar uma renovação sem colo-car em risco a classi-ficação para os Jogos Olímpicos. O Brasil mesmo vai explorar esta tempo-rada sul-americana para renovar sua equipe. Jovens como Fábio Guglielmini e Guilherme Grahn, que nem completa-ram 20 anos, são os novos nomes do es-

qui alpino para daqui quatro anos. Guilherme, princi-palmente, é um caso à parte. Logo na sua primeira temporada, no ano passado, con-seguiu chegar na casa dos 40 pontos, próxi-mo do recorde bra-sileiro. Se mantiver esse desempenho nas montanhas argen-tinas e chilenas, ele pode perfeitamente quebrar as marcas alcançadas por Jona-than Longhi. Ignora-da por uns, essencial para outras, a tempo-rada sul-americana já começou.

Reprodução/Valle Nevado

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16TECNOLOGIA

Batalha das marcasMarcas consagradas no esqui, Fischer e Head duelara até a prova final pelos melhores resultados da última temporada

Hoje, em qualquer esporte a tecnolo-gia se faz presente. Mesmo no futebol, o último reduto dos puritanos, já surgem alguns recursos para ajudar durante as partidas. No mundo das ne-ves não poderia ser diferente. As marcas desenvolvem tecno-logia de ponta que vão desde os esquis e pranchas de snow-board até a camisa

e óculos que serão usados pelos atletas. Essa evolução é re-presentada na dis-puta silenciosa que as marcas travam ao mesmo tempo em que os atletas lutam pelas primeiras po-sições. Vencer essa competição é mos-trar a força que os produtos possuem no cenário esportivo. Por conta disso é impressionante o domínio que a Fis-

cher teve na última temporada do esqui cross-country. A marca, líder global no mercao de esqui nórdico, conquistou o topo pela sétima vez consecutiva. Se somarmos os pontos conquistados durante a Copa do Mundo de Cross--Country, a Fischer conquistou 9.845 pontos, mais de oito mil na frente da se-gunda colocada.

Além disso, ela foi a campeã com homens e mulheres tanto em provas de sprint quanto no distance. No esqui alpino a dis-puta foi mais dura. A empresa Head foi a campeã geral, com 6.820 pontos e foi a preferida dos ho-mens. Entretanto, com as mulheres, a campeã foi a Rossig-nol, que conquistou 74% dos pontos no lado feminino.

Atleta usando Fischer durante prova de cross-country em 2013: marca foi a mais utilizada pelos vencedores

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17AGENDE-SE

Marque no calendárioA temporada já começou! Acompanhe seu esporte preferido

Julho29 e 30 - Brasileiro Amador de Ski

Valle Nevado (Chile)31 - Corrida FIS Esqui Alpino

Cardrona (Nova Zelândia)

Agosto6 a 10 - Aberto da Ásia de Patinação

Taiwan7 a 31 - Sul-americano Esqui Alpino

Chapelco e Cerro Catedral (Argentina)Antillanca (Chile)

15 a 17 - Copa Bona de LugeKremenetz (Ucrânia)

19 a 22 - Brasileiro de SnowboardCorralco (Chile)

20 a 24 - Junior Grand Prix PatinaçãoCourchevel (França)

Setembro4 a 8 - Congresso de Curling

Reno (EUA)15 a 22 - Desafio América do Sul Snowboard

La Hoya (Argentina)25 a 27 - Troféu Nebelhorn

Oberstdorf (Alemanha)

Outubro13 a 19 - Treino Internacional Luge

Konigsee (Alemanha)

Veja agenda completa no site: www.brasilzerograu.com

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18HISTÓRIA

E já se passaram 20 anosEm 1994, Nancy Kerrigan e Tonya Harding protagonizaram rivalidade que foi além dos Jogos Olímpicos de LillehamerNão faltam motivos para lembrarmos da edição dos Jogos Olímpicos de Lille-hammer, na Norue-ga, em 1994. A lide-rança da Rússia, a primeira sem a con-corrência das Olim-píadas de Verão e competições sempre lembradas por todos. Mas o que ficou para a história é a rivali-dade levada às últi-

mas consequências. Foi na briga pela su-premacia na equipe americana de pati-nação que aconteceu uma das maiores tra-gédias dos Jogos. Você já deve ter ou-vido falar de Nancy Kerrigan e Tonya Harding. A última mandou o ex-mari-do atacar a primeira para tirá-la do Cam-peonato Americano

e, consequentemen-te, das Olimpíadas.Nancy sofreu uma agressão com bar-ra de ferro em seus joelhos em janeiro. O plano parecia per-feito, mas três sema-nas depois a polícia chegou ao ex-mari-do, que logo acusou Tonya de ordenar o ataque. Não bas-tasse isso, Nancy se recuperou a tempo

e também foi para a disputa no rink olím-pico. O que se viu a partir daí é coisa de cinema. Nancy, a queridinha da Amé-rica, ficou com a pra-ta, atrás da ucraniana Oksana Baiul. Tonya, já sob investigação, chorou durante sua apresentação e foi apenas a oitava na sua última prova an-tes de ser banida.

Nancy Kerrigan, à esquerda, e Tonya Harding, de costas: superação e triunfo da primeira, covardia da última

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19ANTENADO

Um caso de sucessoSamsung mostra para as demais corporações que não precisa investir apenas em atletas consagrados para obter retorno

Quatro jamaicanos sem qualquer estru-tura e dispostos a disputarem os Jogos de Inverno no bobs-led. Já viu esse filme? O enredo clássico de “Jamaica Abaixo de Zero” ganha nova leitura com a série “Keep On Pushing”, patrocinada pela Samsung neste ano. São quatro curtas metragens que mos-tram a equipe que tentou - e conse-

guiu - a classificação olímpica em Sochi após oito anos de ausência. O enredo é simples e cativan-te. A história de um jovem que resolve fazer um documen-tário unindo os inte-grantes atuais com os quatro pioneiros que disputaram a edição de Calgary, em 1988 e entraram para a história. Nesta era de Internet, os episódios foram

postados no Youtu-be e logo se transfor-maram em um caso de sucesso em redes sociais. É um ótimo exemplo para empre-sários brasileiros que pensam que apenas atletas consagrados dão retorno de mar-keting. Aliás, Usain Bolt foi mero coad-juvante da trama - ainda que foi através dele que surgiu o pa-trocínio da multina-cional coreana.

A Samsung mostrou que com criatividade e um ótimo trabalho é possível aparecer em qualquer esporte e com qualquer atle-ta, garantindo retor-no financeiro e valo-rização da marca.No caso da Jamai-ca, não só conseguiu retornar aos Jogos Olímpicos, como manteve a mística criada 26 anos atrás, na edição disputada em Calgary.

Cena de um dos quatro episódios da série Keep on Pushing, patrocinado pela Samsung: um belo exemplo

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