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7/24/2019 Bom RESUMO-DIREITO-INTERNACIONAL-PRIVADO.doc http://slidepdf.com/reader/full/bom-resumo-direito-internacional-privadodoc 1/26 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO POR BEAT WALTER RECHSTEINER PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO 1. NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  “Cada Estado poderia, teoricamente, aplicar o direito interno, indistintamente, a todas as questões juríd com conexão nacional e internacional. Na realidade, porém, não é o que ocorre, pois todos os ordename  jurídicos nacionais estabelecem regras peculiares, concernentes às relaões jurídicas de direito pri!ado conexão internacional."  “Como j# realado, esse direito é representado por normas que de$inem qual o direito a ser aplicado a relaão jurídica com conexão internacional, não resol!endo propriamente a questão jurídica, tão%s& indica o direito aplic#!el. Por essa razão são !e"o#$"a!as $"!$%a&$'as o( $"!$re&as."  “'e as normas de direito internacional pri!ado indicam o direito estrangeiro como aplic#!el, este não se im ao jui( por $ora pr&pria. ) sua aplicaão depender# da !ontade do legislador nacional e nunca do Est estrangeiro."  “*ependendo da ordem jurídica do país em que se decide a lide, o direito aplic#!el à causa com cone internacional poder# !ariar. )ssim, o con$lito de leis no espao, assinalado pela doutrina, est# $undamen na possibilidade de o direito aplic#!el não ser o mesmo nos di!ersos países, e justamente essas nor resoluti!as do con$lito de leis no espao, indicadas pela lei do $oro + lex fori , são as b#sicas da no disciplina- o direito internacional pri!ado." OB)ETO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO  “*e acordo com o nosso entendimento, o direito internacional pri!ado resol!e, essencialmente, con$lito leis no espao re$erente ao direito pri!ado, ou seja !e&er#$"a o !$re$&o a*+$%,'e+ a (#a re+a-ão (r/! !e !$re$&o *r$'a!o %o# %o"e0ão $"&er"a%$o"a+. Não so+(%$o"a a (es&ão (r/!$%a *ro*r$a#e"&e ! $"!$%a"!o &ão2so#e"&e (a+ !$re$&o !e"&re a(e+es (e &e"3a# %o"e0ão %o# a +$!e  sub jud !e'er, ser a*+$%a!o *e+o ($z ao %aso %o"%re&o 4!$re$&o $"&er"a%$o"a+ *r$'a!o  stricto sensu5. Com aplicaão deste tipo de norma jurídica depende de normas processuais especí$icas, isto é, das normas direito processual ci!il internacional, considera%se que o direito internacional pri!ado abrange também nor processuais correspecti!as na sua disciplina +direito internacional pri!ado lato sensu."  “Na doutrina, é pací$ico que o direito internacional pri!ado, em sua essncia, é direito interno con$orme a origem, possuindo cada Estado, assim, suas pr&prias normas de direito internacional pri!ado."  “Enquanto as $ontes jurídicas do direito internacional pri!ado con$orme sua origem, são principalmente direito interno, o objeto da disciplina é internacional +..."  “/odo direito que regula relaões pri!adas é direito pri!ado +... 0# o direito processual ci!il internaci pertence ao direito p1blico, como o direito processual em geral."  “Contro!ertem%se, contudo, se a relaão jurídica com conexão internacional se restringe, necessariamente direito pri!ado, ou se as regras do direito internacional pri!ado são aplic#!eis, também, a con$litos de lei espao, quando decorrentes do direito p1blico +como direito penal, direito da pre!idncia social, dir tribut#rio ou $iscal etc."  “)s normas con$lituais designati!as do direito aplic#!el não ser!em e não são adapt#!eis à estrutura do dir p1blico. 2or essa ra(ão, o direito internacional pri!ado re$ere%se somente às relaões jurídicas com cone internacional de direito pri!ado e não àquelas do direito p1blico."  “Na realidade, são m1ltiplas as relaões entre o direito internacional pri!ado e o direito p1blico. 2or essa ra a opinião doutrin#ria que repele qualquer in$luncia do direito p1blico sobre o direito internacional pri!ado merece ser acol3ida." 

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DIREITO INTERNACIONAL PRIVADOPOR BEAT WALTER RECHSTEINER 

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

1. NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

CONCEITO DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

 “Cada Estado poderia, teoricamente, aplicar o direito interno, indistintamente, a todas as questões jurídcom conexão nacional e internacional. Na realidade, porém, não é o que ocorre, pois todos os ordename

 jurídicos nacionais estabelecem regras peculiares, concernentes às relaões jurídicas de direito pri!ado conexão internacional." 

 “Como j# realado, esse direito é representado por normas que de$inem qual o direito a ser aplicado a relaão jurídica com conexão internacional, não resol!endo propriamente a questão jurídica, tão%s& indicao direito aplic#!el. Por essa razão são !e"o#$"a!as $"!$%a&$'as o( $"!$re&as." 

 “'e as normas de direito internacional pri!ado indicam o direito estrangeiro como aplic#!el, este não se imao jui( por $ora pr&pria. ) sua aplicaão depender# da !ontade do legislador nacional e nunca do Estestrangeiro." 

 “*ependendo da ordem jurídica do país em que se decide a lide, o direito aplic#!el à causa com coneinternacional poder# !ariar. )ssim, o con$lito de leis no espao, assinalado pela doutrina, est# $undamenna possibilidade de o direito aplic#!el não ser o mesmo nos di!ersos países, e justamente essas norresoluti!as do con$lito de leis no espao, indicadas pela lei do $oro + lex fori , são as b#sicas da nodisciplina- o direito internacional pri!ado." 

OB)ETO DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO “*e acordo com o nosso entendimento, o direito internacional pri!ado resol!e, essencialmente, con$litoleis no espao re$erente ao direito pri!ado, ou seja !e&er#$"a o !$re$&o a*+$%,'e+ a (#a re+a-ão (r/!!e !$re$&o *r$'a!o %o# %o"e0ão $"&er"a%$o"a+. Não so+(%$o"a a (es&ão (r/!$%a *ro*r$a#e"&e !$"!$%a"!o &ão2so#e"&e (a+ !$re$&o !e"&re a(e+es (e &e"3a# %o"e0ão %o# a +$!e  sub jud

!e'er, ser a*+$%a!o *e+o ($z ao %aso %o"%re&o 4!$re$&o $"&er"a%$o"a+ *r$'a!o  stricto sensu5. Com

aplicaão deste tipo de norma jurídica depende de normas processuais especí$icas, isto é, das normasdireito processual ci!il internacional, considera%se que o direito internacional pri!ado abrange também norprocessuais correspecti!as na sua disciplina +direito internacional pri!ado lato sensu." 

 “Na doutrina, é pací$ico que o direito internacional pri!ado, em sua essncia, é direito interno con$orme a origem, possuindo cada Estado, assim, suas pr&prias normas de direito internacional pri!ado." 

 “Enquanto as $ontes jurídicas do direito internacional pri!ado con$orme sua origem, são principalmentedireito interno, o objeto da disciplina é internacional +..." 

 “/odo direito que regula relaões pri!adas é direito pri!ado +... 0# o direito processual ci!il internacipertence ao direito p1blico, como o direito processual em geral." 

 “Contro!ertem%se, contudo, se a relaão jurídica com conexão internacional se restringe, necessariamentedireito pri!ado, ou se as regras do direito internacional pri!ado são aplic#!eis, também, a con$litos de leiespao, quando decorrentes do direito p1blico +como direito penal, direito da pre!idncia social, dirtribut#rio ou $iscal etc." 

 “)s normas con$lituais designati!as do direito aplic#!el não ser!em e não são adapt#!eis à estrutura do dirp1blico. 2or essa ra(ão, o direito internacional pri!ado re$ere%se somente às relaões jurídicas com coneinternacional de direito pri!ado e não àquelas do direito p1blico." 

 “Na realidade, são m1ltiplas as relaões entre o direito internacional pri!ado e o direito p1blico. 2or essa raa opinião doutrin#ria que repele qualquer in$luncia do direito p1blico sobre o direito internacional pri!ado merece ser acol3ida." 

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 “2arte da doutrina inclui, ainda, os con$litos de leis estaduais e interpessoais no objeto do direito internacipri!ado +..." 

 “Nem sempre o Estado possui um direito pri!ado uni$icado !#lido para todo seu territ&rio +... as re jurídicas que resol!em os con$litos de leis no espao dos di$erentes direitos pri!ados, dentro do territdesse Estado, abrangem o direito pri!ado interlocal." 

 “4s !e(es, o Estado possui legislaão de direito pri!ado aplic#!el em todo o seu territ&rio, mas sua or jurídica a distingue, de acordo com a pessoa $ísica +... )s regras jurídicas destinadas a resol!er esse tipcon$lito de leis que nào é espacial, mas decorrente de determinadas quali$icaões atribuídas a uma pes$ísica, pertencem ao direito pri!ado interpessoal." 

 “'egundo nossa concepão, o direito internacional pri!ado direciona%se às relaões jurídicas com coneinternacional, não abrangendo os direitos pri!ados interlocal e interpessoal."  OB)ETIVOS DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

 “5 direito internacional pri!ado somente indaga qual o !ínculo mais signi$icati!o para uma relaão jurídica conexão internacional. )ssim, a uma relaão jurídica é aplic#!el o direito com o qual seja mais intimameligada." 

 “Note%se que, no direito internacional pri!ado, é possí!el, até um certo limite, $a!orecer e proteger a peconomicamente mais $raca que participe de um neg&cio jurídico. Nestes casos, aplica%se a lex fori , co!.g., no direito do trabal3o e do consumidor, proibindo às partes a escol3a do direito aplic#!el +restrião

princípio da autonomia da !ontade das partes."  “5 objeti!o do direito internacional pri!ado, porém, não é a aplicaão do direito 6mel3or7." 

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO E DIREITO P6BLICO “+... não se pode negar que o direito p1blico repercute e re$lete de modo !isí!el na nossa disciplina +..." 

 “Cada país con3ece, no seu ordenamento jurídico, normas de direito p1blico que rei!indicam a sua aplicaimediata, por $ora de seu conte1do imperati!o e cogente, independente do direito aplic#!el a uma rela

 jurídica de direito pri!ado com conexão internacional. Na doutrina, tais normas são denominadas leisaplicaão imediata +... Na literatura, usa%se, por !e(es, o termo 6ordem p1blica positi!a7, quando se tm!ista as normas de aplicaão imediata." 

 “*eterminar se uma lei de direito interno tem, na realidade, aplicaão imediata, pode suscitar d1!idas. porque existem normas cogentes que recebem esse atributo, tão%somente quando o direito interno aplic#!el, o que permite a aplicaão de um determinado direito estrangeiro em desacordo com tais normasdireito interno, nos casos em que a relaão jurídica concreta tem conexão internacional." 

 “) regra b#sica, tempos atr#s, era a de que o jui( p#trio não podia e não de!ia aplicar o direito p1blico deEstado estrangeiro se seu direito $osse o aplic#!el con$orme as normas de direito internacional pri!ado dafori . Essa posião $oi abandonada pela doutrina no decorrer do tempo, sendo con$irmada, expressamente uma resoluão do 8nstituto de *ireito 8nternacional +..." 

 “+... contro!erte%se muito, ainda, se o jui( p#trio pode le!ar em consideraão o direito p1blico de um tercpaís, exigindo a sua aplicaão quando este não é o aplic#!el con$orme as normas de direito internaciopri!ado da lex fori ." 

 “5 jui( p#trio, ao le!ar em consideraão o direito p1blico estrangeiro no ato da aplicaão do direito, nuporém, o aplica diretamente, como, p7ex., $a( uma autoridade p1blica quando la!ra um auto de in$raãodireito p1blico estrangeiro pode exercer, tão%somente, uma in$luncia indireta dobre as relaões jurídicasdireito pri!ado com conexão internacional." 

7. O DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO E AS DISCIPLINAS )8RÍDICAS A9INS

NACIONALIDADE E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO “) ra(ão principal de o regime jurídico da nacionalidade ser tratada na disciplina do direito internacipri!ado est# no $ato de a nacionalidade re$letir sobre dois temas b#sicos de direito internacional pri!adsaber, os elementos de conexão e a questào pré!ia." 

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 “) tendncia moderna do direito internacional pri!ado, porém, pre$ere os elementos de conexão do domicída residncia 3abitual àqueles da nacionalidade, considerando%os, assim, como os principais elementoconexão do estatuto pessoal da pessoa $ísica." 

 “No 9rasil, a e!oluão legislati!a seguiu este rumo. Enquanto a antiga :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!;<;= proclama!a o princípio da nacionalidade, a no!a :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il de ;<>? +em !igconsagrou o princípio do domicílio." 

CONDIÇ:O DO ESTRANGEIRO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO “)s regras jurídicas sobre a condião do estrangeiro de$inem a sua situaão jurídica em relaão ao naciona

 “Essas normas, em regra, são quali$icadas como de direito p1blico. 8sso signi$ica que a discriminaãoestrangeiro perante o nacional pode $unda%se somente em moti!os de interesse p1blico. *estarterestriões à aquisião de im&!eis que certos países impõem ao estrangeiro pertencem, na realidade, ao dirp1blico, e não ao direito pri!ado, como sustenta parte da doutrina. )s regras jurídicas que limitam o acessoestrangeiro à propriedade imobili#ria no 9rasil objeti!am a de$esa da integridade do territ&rio nacionasegurana do Estaod e a justa distribuião da propriedade, e!identemente atendendo a interesses p1b!itais do Estado." 

 “5s limites desse direito são, entretanto, traados pelo direito internacional p1blico, garantindo ao indi!de nacionalidade estrangeira um mínimo de direitos $undamentais que o Estado de!e respeitar. *e acordo a doutrina mais moderna, o seu contéudo, quando menos, equi!ale aos direitos 3umanos, pelos quais tpessoa é protegida, independentemente de sua nacionalidade."

.................

;. 9ONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

A LEI “) lei é a $onte prim#ria do direito internacional pri!ado na maioria dos países. E é esta que, se existentepr#tica, de!e ser consultada em primeiro lugar diante de uma relaão jurídica de direito pri!ado com coneinternacional." 

 “No 9rasil, as regras b#sicas do direito internacional pri!ado estão disciplinadas na :ei de 8ntroduãoC&digo Ci!il 9rasileiro +:8CC +*ecreto%:ei n. >.=@A, de > de setembro de ;<>?." 

O TRATADO INTERNACIONAL

 “5 tratado internacional é o instrumento para o direito internacional pri!ado uni$orme e para o diruni$orme substanti!o ou material. Buanto à qualidade de $onte jurídica, nosso interesse especí$ico é a relaão com a ordem jurídica interna." 

 “Cada país regula, indi!idualmente, a incorporaão do tratado internacional ao sistema jurídico interno e aordem 3ier#rquica dentro deste sistema." 

 “No 9rasil, um tratado internacional não pode $erir a Constituião, e, inclusi!e, est# sujeito ao controleconstitucionalidade." 

 “) jurisprudncia do 'upremo /ribunal ederal +'/ consagra, atualmente, a teoria da paridade enttratado e a lei nacional. *e acordo com essa teoria, o tratado pre!alece sempre sobre as leis internanteriores à sua promulgaão. Das, existindo con$lito entre o tratado e a lei posterior, pre!alece a lei inteEssa posião, adotada pela Corte 'uprema, contrasta com o pensamento de grande parte da doutrina nacique de$ende a prima(ia dos compromissos externos sobre as leis $ederais ordin#rias em geral." 

 “) possibilidade de tra(er mais segurana às relaões jurídicas, diante das d1!idas existentes, é a de o pr&legislador estabelecer os critérios para de$inir a relaão entre o tratado internacional e legislaão doméscon$litante. Em parte, isso j# ocorre no 9rasil, no ní!el da legislaão ordin#ria." 

 “., p. ex., art. <F do C&digo /ribut#rio Nacional +C/N, :ei n. @.;A?, de ?@ de outubro de ;<==, comalteraões posteriores, que prescre!e- 65s tratados e as con!enões internacionais re!ogam ou modi$icalegislaão tribut#ria interna, e serão obser!adas pela que l3es sobre!en3a. No mesmo intuito, o art. ?;G

C&digo de 2rocesso Ci!il re(a- 6) carta rogat&ria obedecer#, quanto a sua admissibilidade e modo de

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cumprimento, ao disposto na con!enão internacionalH à $alta desta, ser# remetida à autoridade judiciestrangeira, por !ia diplom#tica, depois de tradu(ida para a língua do país, em que 3# de praticar%se o ato7

 “5 tratado não é, ainda, uma $onte jurídica muito signi$icati!a no direito internacional pri!ado brasileiro2aís rati$icou, até a presente data, p. ex., apenas cinco das con!enões elaboradas pela Con$erEspeciali(ada 8nteramericana de *ireito 8nternacional 2ri!ado." 

 “5 tratado mais importante de direito internacional pri!ado, rati$icado pelo 9rasil, $oi o C<!$=oB(s&a#a"&e, de ?G de $e!ereiro de ;<?F, promulgado pelo *ecreto n. ;F.FA;, de ;I de agosto de ;<?<."

 “Esse c&digo +o de 9ustamante tem >IA artigos e trta de quase todas as questões de direito internacipri!ado e direito processual ci!il internacional. J a mais ampla codi$icaão, no Kmbito da nossa disciplina,

tem por base uma con!enão internacional." 

 “)demais, o art. Ao do C&digo +de 9ustamante permite aos países contratantes determinarem o estapessoal da pessoa $ísica com autonomia pr&pria. 8sso signi$ica que aos países contratante é $acultado adli!remente ao elemento de conexão do domicílio ou ao da nacionalidade." 

 “Não produ(indo e$eitos jurídicos erga omnes, o C&digo de 9ustamente tem limitado, considera!elmentsem campo de aplicaão, em !irtude do redu(ido n1mero de causas de direito pri!ado com coneinternacional nos países !inculados juridicamente ao C&digo." 

 “)s normas do direito internacional pri!ado brasileiro encontram%se, basicamente, na :ei de 8ntroduãoC&digo Ci!il. Essa lei é posterior à promulgaão do C&digo de 9ustamante, e uma parte da doutrina

 jurisprudncia dominante entendem que a lei posterior derroga o tratado anterior quando em con$lito este. 2or $im, os juí(es não con3ecem o C&digo de 9ustamante e não querem aplic#%lo." 

)8RISPR8D>NCIA “) jurisprudncia é recon3ecida, tradicionalmente, como $onte jurídica no direito internacional pri!ado." +alguns autores, é apenas um meio auxiliar de interpretaão das normas jurídicas. 

 “)lém dos tribunais estatais, existe um consider#!el n1mero de tribunais internacionais. 'ua jurisprudexerce pouca in$luncia para a e!oluão do direito internacional pri!ado. Lma exceão a essa regrrepresentada pe,a Corte de 0ustia das Comunidades Européias, j# que as decisões desse tribsupranacional estão aptas a in$luenciar o direito internacional pri!ado dos Estados%membros da LEuropéia." 

DO8TRINA “) doutrina é outra $onte recon3ecida de direito internacional pri!ado." +2ara alguns autores, é apenasmeio auxiliar de interpretaão das normas jurídicas.

 “Lma característica pr&pria da doutrina é a sua !isão global. Embora o direito internacional pri!ado basicamente direito interno, e!entualmente uni$ormi(ado em algumas de suas partes, o objeto da discipque trata de relaões jurídicas de direito pri!ado com conexão internacional é estritamente internacional.esse moti!o, a doutrina que le!a em consideraão tal aspecto é indispens#!el para o jui(, j#, para este, nãpossí!el um estudo mais abrangente, por $alta de tempo." 

DIREITO COST8?EIRO “Buanto a nossa disciplina, é preciso distinguir o direito costumeiro interno do direito costuminternacional." 

 “No !igente C&digo Ci!il brasileiro, o direito costumeiro s& se aplica em caso de $alta ou omissão daCon$orme lião do eminente pro$essor Mas3ington de 9arros Donteiro, são condiões indispens#!eis pa!igncia do direito costumeiro no direito brasileiro- a sua continuidade, uni$ormidade, diuturnidmoralidade e obrigatoriedade." 

 “5 direito costumeiro é $onte jurídica também no direito internacional p1blico. 5 direito costuminternacional, contudo, est# perdendo, paulatinamente, a importKncia de outrora como $onte de dirembora desempen3e, ainda, um papel mais signi$icati!o que o direito costumeiro interno na grande mados países." 

@. ESTR8T8RA DA NOR?A DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

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CONSIDERAÇÕES GERAIS “5 direito aplic#!el a uma relaão jurídica de direito pri!ado com conexão internacional é sempre o naciou um determinado direito estrangeiro, con$orme as normas de direito internacional pri!ado da lei do $oro fori . Essas normas, como j# exposto, meramente indicam qual o direito aplic#!el, não solucionandquaestio iuris propriamente dita. 2ara tanto, é mister con3ecer o conte1do do direito aplic#!el. Por e#o&$'o são !e"o#$"a!as "or#as $"!$%a&$'as o( $"!$re&as." 

 “5 jui( executa duas operaões consecuti!as para a aplicaão do direito, ao julgar uma causa de dipri!ado com conexão internacional. 2rimeiro, determina o direito aplic#!el con$orme a norma de dirinternacional pri!ado !igente no seu país. :ogo em seguida, aplica este direito à causa sub judice." 

 “)s normas indicati!as ou indiretas são as principais normas do direito internacional pri!ado." 

 “2aralelamente, um n1mero restrito de normas do direito internacional pri!ado desempen3a $unões auxiliou complementares daquelas que indicam o direito aplic#!el a uma relaão jurídica de direito pri!ado cconexão internacional. A !o(&r$"a !e(2+3es a !e"o#$"a-ão !e "or#as %o"%e$&(a$s o( (a+$$%a!ora

 “Essas normas não designam o direito aplic#!elH elas determinam, basicamente, como uma norma indicaou indireta de direito internacional pri!ado de!e ser interpretada e aplicada ao caso concreto." 

 “Nessa categoria de normas destacam%se aquelas re$erentes à ordem p1blica e $raude à lei, quali$icaelementos de conexão, questão pré!ia ou prejudicial, adaptaão ou aproximaão, alteraão de estatutocon$lito m&!el, reen!io e direitos adquiridos." 

 “Con$orme a nossa concepão, o direito internacional pri!ado abrange as normas do direito processual internacional em sentido amplo +lato sensu. Essas normas são, p. ex., aquelas sobre a competinternacional dos tribunais domésticos e o recon3ecimento das sentenas estrangeiras, sendo exclusi!amenormas diretas, e a elas é aplic#!el o princípio da lei do $oro + lex fori . Conseqentemente, o jui( não preescol3er entre a aplicaão de direito interno e estrangeiro." 

 “5s autores que incluem ainda a aquisião e perda da nacionalidade e a condião jurídica do estrangeiroobjeto do direito internacional pri!ado, citam também essas normas como exemplo de normas diretasdireito internacional pri!ado." 

NOR?A INDICATIVA O8 INDIRETA DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO “Essas normas +as indiretas ou indicati!as são uni ou bilaterais. )s primeiras declaram apenas uma 1

ordem jurídica como aplic#!elH em regra, o direito doméstico. )s bilaterais indicam como aplic#!eis ounormas do direito doméstico ou as do estrangeiro. )tualmente, as normas bilaterais constituem regra peraa nossa disciplina." 

 “/oda norma indicati!a ou indireta +bilateral do direito internacional pri!ado é composta necessariamentesuas partes, a saber, o oe&o !e %o"e0ão e o e+e#e"&o !e %o"e0ão." 

 “O oe&o !e %o"e0ão !es%re'e a #a&r$a (a+ se reere (#a "or#a $"!$%a&$'a o( $"!$re&a!$re$&o $"&er"a%$o"a+ *r$'a!o, abordando dessa $orma, sempre questões jurídicas !inculadas a $atoselementos de $atores sociais como conexão internacional. )ssim sendo, o objeto de conexão alude a conce

 jurídicos, como a capacidade jurídica ou a $orma de um testamentoH a direitos, como o nome de uma pes$ísica ou direitos reais re$erentes a um bem m&!elH pretensões jurídicas, como os decorrentes de um ato ilpraticado ou de um acidente de carro, dentre outros." 

 “) $orma como o jui( enquadrar# os $atos ou os elementos de $atores sociais com conexão internacionaobjeto de conexão de uma norma indicati!a ou indireta denomina%se, na doutrina, (a+$$%a-ão." 

 “)o lado do objeto de conexão, o elemento de conexão $orma a outra parte indispens#!el da norma indicaou indireta do direito internacional pri!adoH é a parte que torna possí!el a determinaão do direito aplic#Elementos de conexão são, entre outros, a nacionalidade, o domicílio e a residncia 3abitual de uma pes$ísica, a lex rei sitae lex , a loci actus, a lex loci delicti commissi , a autonomia da !ontade das partes e afori ." 

 “) aplicaão de uma 1nica ordem jurídica a uma determinada relaão de direito é o ideal. Na pr#tica, porocorre muitas !e(es serem aplic#!eis ordenamentos jurídicos de países di$erentes, ou seja, existe uma di!

em relaão ao direito aplic#!el, denominada, na doutrina internacional, !*e-a=e. 5 direito internaci

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pri!ado brasileiro estabelece, p. ex., com relaão às obrigaões contratuais, que o direito aplic#!el ser# aqdo país em que estas se constituírem, e que o lugar da sua constituião é aquele da residncia do proponeDas, outrossim, a lei do lugar em que $or domiciliada a pessoa !ai determinar a regra sobre sua capacid

 jurídica de celebrar um contrato internacional." 

 “Em regra, a uma norma indicati!a ou indireta de direito internacional pri!ado corresponde tão%s& um 1elemento de conexãoH porém, existem exceões a tal princípio, como é o caso, p. ex., dos e+e#e"&os%o"e0ão a+&er"a&$'os, que permitem a aplicaão de mais de um ordenamento jurídico a uma que

 jurídica, principalmente com o objeti!o de $a!orecer as partes participantes da relaão jurídica de dipri!ado com conexão internacional." 

 “5s elementos de conexão subsidi#rios, por outro lado, destinam%se a garantir um determinado direito a pessoa, como, p. ex., o direito à pensão alimentícia. 'e o direito aplic#!el, con$orme o elemento de coneprincipal, não garante esse direito, o direito indicado ser# um outro, subsidiariamente aplic#!el. ) Con!ende Oaia sobre a :ei )plic#!el às 5brigaões )limentícias, de ? de outubro de ;<AI, é concepcionada de$orma." 

 “Buando é $acultado às pr&prias partes de um neg&cio jurídico escol3er o direito aplic#!el, estamos dianteum e+e#e"&o !e %o"e0ão s(e&$'o."

 “/oda!ia, quando as partes de um neg&cio jurídico não estão autori(adas pela lei a escol3er o direito aplic#ou se tal restrião não existe, mas as partes não se !aleram desta liberdade, o direito internacional pri!adolex fori  de!e determinar os elementos de conexão de uma norma indicati!a ou indireta mediante crité

objeti!os." 8ALI9ICAÇ:O

 “) quali$icaão atinge a norma indicati!a ou indireta do direito internacional pri!ado, a$etando apenas o objeto de conexão, nunca o seu elemento de conexão." 

 “/endo o objeto de conexão de uma norma indicati!a ou indireta de direito internacional pri!ado conte!ago e aberto, a subsunão de uma relaão jurídica de direito pri!ado com conexão internacional perante enorma, e!entualmente, pode causar di$iculdades. 2odem ocorrer d1!idas quanto a determinar se uma rela

 jurídica deste gnero de!e ser subsumida a esta ou a uma outra norma indicati!a ou indireta do dirinternacional pri!ado da lex fori . J justamente este processo de subsunão a uma 1nica norma indicati!aindireta de direito internacional pri!ado que caracteri(a a quali$icaão." 

 “+... o direito brasileiro adota a teoria da lex fori quanto à quali$icaão, es&ae+e%e"!o a*e"as !e0%e-Fes e# e"e/%$o !a lex causae %o"%er"e"&es (a+$$%a-ão !os e"s e !as or$=a-e+e"%a!as "a Le$ !e I"&ro!(-ão ao C<!$=o C$'$+." 

 “) :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il brasileiro, *ecreto%:ei n. >.=@A, de > de setembro de ;<>?, dispõe noart. Fo, caput - 62ara quali$icar os bens e regular as relaões a eles concernentes, aplicar%se%# a lei do paísque esti!erem situados7. 5 art. <o, caput , da mesma lei, ordena- 62ara quali$icar e reger as obrigaões, aplise%# a lei do país em que se constituírem".

 “Buando a quali$icaão tem por re$erncia o objeto de conexão de uma norma indicati!a ou indireta de dirinternacional pri!ado da lex fori , o que é regra, costuma%se $alar em (a+$$%a-ão !e *r$#e$ro =ra(. 5coporém, que em um n1mero consider#!el de países, dos quais o 9rasil não $a( parte, o direito aplicestrangeiro, indicado pela norma de direito internacional pri!ado, abrange não s& o direito substanti!omaterial estrangeiro, mas também as pr&prias normas do direito internacional pri!ado !igentesestrangeiro." 

 “) (a+$$%a-ão !e se=("!o =ra( inter!ém, nesses casos somente, quando, e!entualmente, não est# ccomo de!e ser quali$icada a norma aplic#!el con$orme o direito internacional pri!ado estrangeiro. ) mancomo de!e ser $eita essa quali$icaão de segundo grau é igualmente contro!ertida pela doutrina. No 9rasquestão é sem rele!Kncia pr#tica, j# que o direito estrangeiro aplic#!el, indicado em con$ormidade comnormas de direito internacional pri!ado do 2aís, é sempre direito substanti!o ou material, solucionandoimediato a questão jurídica, mas nunca uma norma indicati!a ou indireta de direito internacional pri!ado."

ELE?ENTOS DE CONE:O

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 “5s elementos de conexão mais analisados e discutidos doutrinariamente são aqueles da nacionalidade edomicílio da pessoa $ísica. 2ois bem, quando um país adota como elemento de conexão a nacionalidade odomicílio da pessoa $ísica, o direito aplic#!el se determina de acordo com esses dois princípios. Nesse %asoe&o !e %o"e0ão %orres*o"!e"&e a esses e+e#e"&os o es&a&(&o *essoa+ !a *essoa /s$%a." 

 “Con$orme nosso entendimento, o estatuto pessoal da pessoa $ísica determina o direito aplic#!el as srelaões pessoais de direito pri!ado com conexão internacional." 

 “) tendncia atual é a de que este elemento de conexão +nacionalidade perca, paulatinamente, a rele!Kde outrora, pois em !irtude da crescente mobili(aão da populaão no mundo inteiro, muitas pessoas possduas ou mais nacionalidades." 

 “5 elemento de conexão do domicílio opõe%se àquele da nacionalidade e é o elemento de conepredominante no direito internacional pri!ado. Na )mérica :atina, p. ex., todos os países atualmente adoo elemento de conexão do domicílio como indicador do direito aplic#!el ao estatuto pessoal da pessoa $ísica

 “+... a Con!enão 8nteramericana sobre o *omicílio das 2essoas ísicas no *ireito 8nternacional 2ri!celebrada em Donte!idéu em F de maio de ;<A<, trata apenas da conceituaão do domicílio, determinaque o domicílio de uma pessoa $ísica ser# $ixado con$orme as seguintes circunstKncias- a pelo lugar da resid=encia 3abitualH b pelo lugar do centro principal dos seus neg&ciosH c na ausncia destas circunstKnco domicílio ser# do lugar da sua residncia simplesH d se não existir uma residncia simples, ser# decisi!lugar onde a pessoa $ísica se encontra." 

 “5 direito brasileiro adotou o elemento de conexão do domicílio para a regncia do estatuto pessoal da pes$ísica, mas não de$ine o conceito de domicílio no seu direito interno. J assunto contro!ertido na doutrina, conceito é o mesmo no direito internacional pri!ado e no direito ci!il ou se de!e ser aplicado um concautPnomo perante a nossa disciplina." 

8#a e0%e-ão re=ra !a a*+$%a-ão !a +e$ !o !o#$%/+$o  é representada, no direito brasileiro, pelo diaplic#!el quanto à %a*a%$!a!e !e (#a *essoa /s$%a %o#*ro#e&er2se *or (#a +e&ra !e %#$o (#a "o&a *ro#$ss<r$a o( *or (# %3e(e. 5 direito aplic#!el, nesses casos, determinar%se%# con$ormelemento de conexão da "a%$o"a+$!a!e. ) ra(ão para tais regras especí$icas é a de que o 9rasil rati$icoCon!enões destinadas a regular certos Con$litos de :eis em Datéria de :etras de CKmbio e N2romiss&rias, de A de setembro de ;<IG, e em Datéria de C3eques, de ;< de maro de ;<I; +..." 

 “) residncia 3abitual con$igura%se quando cumpridos determinados requisitos objeti!os. *esta

caracteri(a%se como sendo o centro da !ida de uma pessoa, ou seja, o lugar em que 3abita ou tem o cede suas ocupaões." 

 “Na $alta de uma residncia 3abitual ou de um domicílio, o direito aplic#!el rege%se, em regra, de acordo a lei do lugar da residncia simples de uma pessoa." 

 “No 9rasil, o art. Ao, par#gra$o Fo, da :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il, de > de setembro de ;<>?, disp 6Buando uma pessoa não ti!er domicílio, cosiderar%se%# domiciliada no ligar da sua residncia ou naquelaque se encontre." 

 “5utro elemento de conexão de longa tradião no direito internacional pri!ado é a lex rei sitae. Esta determser aplic#!el a lei do lugar onde est# situada uma coisa. O oe&o !e %o"e0ão !a lex rei sitae  o re= (r/!$%o =era+ !os e"s. )ssim, designa o direito aplic#!el quanto à aquisião, posse, aos direitos reais, ede tais bens." 

 “5 conceito de bens, quando relacionados ao elemento de conexão da lex rei sitae, abrange tão%somentcorp&reos. 5 direito aplic#!el, concernente à cessão de créditos obrigacionais, p. ex., não é por determinado. /ambém com re$er=encia aos direitos da propriedade imaterial, prescinde%se da aplicaão darei sitae." 

 “5utro elemento de conexão tradicional no direito internacional pri!ado é a regra da lex loci decommissi  a*+$%a"!o2se s or$=a-Fes e0&ra%o"&ra&(a$s (e $"!(ze# res*o"sa$+$!a!e %$'$+ **r,&$%a !e a&os $+/%$&os." 

 “5bser!e%se que o 9rasil não adotou expressamente o princípio da lex  loci delicti commissi  em sua legisla

) doutrina, porém, a$irma a existncia desse elemento de conexão no direito brasileiro." 

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A8TONO?IA DA VONTADE E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

 “) autonomia da !ontade das partes, no direito internacional pri!ado, no direito internacional pri!signi$ica que as pr&prias partes podem escol3er o direito aplic#!el. 5 elemento de conexão aqui é a pr&!ontade mani$estada pelas partes, !inculada a um neg&cio jurídico de direito pri!ado com coneinternacional." 

 “+... é sempre a lex fori  de cada 2aís que decide se admite a autonomia da !ontade das partes coelemento de conexão." 

 “5 princípio da autonomia da !ontade das partes aplica%se, principalmente, às obrigaões contratuais. )squase todas as leis modernas do direito internacional pri!ado e também !#rios tratados internacionais$a(em re$erncia." 

 “)mpliando a abrangncia do princípio, algumas legislaões e tratados internacionais $acultam a autonomi!ontade das partes quanto ao regime de bens e às sucessões, desde que a relaão jurídica seja internacioEsta liberdade das partes, no entanto, sempre est# restrita à escol3a de poucos ordenamentos jurídicostão%s& do direito interno." 

 “) autonomia da !ontade das partes raramente é admitida, e isto com reser!as, ainda quanto aos direitopessoa, de $amília e das coisas e, um pouco mais, quanto às obrigaões ex delicto." 

 “)s regras gerais do direito internacional pri!ado aplicam%se sempre aos casos, perante os quais o diraplic#!el é aquele decorrente da autonomia da !ontade das partes. 'endo assim, a reser!a da ordem p1binter$ere quando o direito escol3ido pelas partes é um determinado direito estrangeiro que !iola princí$undamentais de direito da lex fori . 8gualmente, as leis de aplicaão imediata da lex fori   impedem aplicado in casu o direito estrangeiro escol3ido pelas partes. 2or outro lado, se um Estado estrangeiro exigaplicaão de seu direito p1blico a uma relaão jurídica de direito pri!ado com conexão internacional, sexclusi!amente, o direito da lex fori que decidir# se o direito estrangeiro poder# ser le!ado em consideraã

 “) autonomia da !ontade das partes é limitada, por !e(es, com o $im de proteger a parte mais $racacontrato, como nos contratos de trabal3o e naqueles que protegem o consumidor. Neste sentido, o enuncdo /ribunal 'uperior do /rabal3o n. ?GA di( textualmente- 6) relaão jurídica trabal3ista é regida pelas !igentes no país da prestaão de ser!ios e não por aquelas do local da contrataão7. E o art. ;?G da$ederal suía de direito internacional pri!ado, de ;F de de(embro de ;<FA, p. ex., proíbe às partes esco

li!remente o direito aplic#!el, tendo em !ista um contrato que protege um consumidor." 

) autonomia da !ontade das partes não é recon3ecida ainda como elemento de conexão, juridicame!#lido, que possa reger relaões de direito pri!ado com conexão internacional, em grande parte da )mé:atina.  Nos *a/ses $"&e=ra"&e !o ?er%os(+ a saer Ar=e"&$"a 8r(=(a$ Para=(a$ e Bras$*r$"%/*$o "ão a!#$&$!o *e+a (r$s*r(!J"%$a.K

 “No 9rasil, o elemento de conexão, aplic#!el às obrigaões, est# regido pelo art. <o da :ei de 8ntroduãC&digo Ci!il, o qual é omisso quanto à admissão da autonomia da !ontade das partes como elementoconexão. ) doutrina, por seu lado, est# di!idida e indecisa quanto à a!aliaão de se o direito brasileiro admou não, diante do texto da lei, a escol3a do direito aplic#!el pelas partes." 

 “Na pr#tica, porém, muitos contratos internacionais de comércio, com participaão de empresas brasilecontm cl#usula expressa determinando o direito aplic#!el ao contrato. ) adoão dessa cl#usula no contrali#s, est# largamente di!ulgado no comércio internacional." 

LEX FORI  “Cada Estado possui normas pr&prias de direito internacional pri!ado no seu ordenamento juríd8gualmente, tratados internacionais !igoram dentro de um Estado apenas quando da sua incorporaãodireito interno. ) regra b#sico, portanto, é a de que o jui( aplica sempre as normas de direito internaciopri!ado !igentes no lugar do $oro, ou seja, a lex fori . Essas normas são, na grande maioria, indicati!aindiretas +..." 

 “2or !e(es, a lex fori  exerce também a $unão de elemento de conexão +... denominada pela doutrina defori in oro *r<*r$oM. O se( %a#*o !e a*+$%a-ão *r$"%$*a+#e"&e o !$re$&o !e a#/+$a 4*ro&e-ão

#e"ores e a!o-ão5 e $oi adotada, também, em con!enões elaboradas pela Con$erncia de Oaia. ) gra

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!antagem da lex fori in $oro pr&prio é a de que o jui( pode aplicar sempre o direito que l3e é $amiliaprincipalmente, quando necess#ria sua atuaão mais r#pidaH a aplicaão da lex fori , ademais, $a!orecpartes, bem como ser!e, ainda, à economia processual." 

 “'e o direito, aplic#!el a uma relaão jurídica de direito pri!ado com conexão internacional, $or o estrangepode ocorrer que a sua aplicaão !iole, in casu, a ordem p1blica. 'empre que isso ocorrer, aplica%se a lexem lugar do direito estrangeiro." 

 “5utrossim, quando uma norma de aplicaão imediata inter$erir numa relaão jurídica de direito pri!ado conexão internacional, a lex fori é sempre o direito aplic#!el." 

 “) lex fori   emprega%se, ainda, quando $or aplic#!el o direito estrangeiro con$orme as normas do dirinternacional pri!adoH mas o seu conte1do não é !eri$ic#!el pelo jui( ou pelas partes." ) lex processualis fori , por $im, estabelece a regra b#sica, tradicionalmente recon3ecida, de que o dir

 processual civil se rege de acordo com a lex fori ." 

ESTAT8TO PESSOAL DA PESSOA )8RÍDICA NO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO “5 es&a&(&o *essoa+ !a *essoa (r/!$%a determina a lei aplic#!el nas suas relaões jurídicas internaciode direito pri!ado, e é denominado, pela doutrina, lex societatis." 

 “Consoante &eor$a !a $"%or*ora-ão a*+$%,'e+ a +e$ !o +(=ar !a %o"s&$&($-ão !a *essoa (r/!$%a os s&cios $undadores possuem a $aculdade de constituir a pessoa jurídica con$orme o direito de sua escoembora esta nào desen!ol!a as suas principais ati!idades no país da sua constituião. J sempre decisi!

sede estatut#ria ou aquela designada no contrato social da pessoa jurídica. ) sede social ou e$eti!a, ou saquela da sua administraão real, não é rele!ante." 

 “4 teoria da incorporaão opõe%se aquela da se!e so%$a+. Es&a !e&er#$"a %o#o !$re$&o a*+$%,'e+ a(!o +(=ar !a se!e ee&$'a !a *essoa (r/!$%a, que se situa no lugar da sua administraão real. A ses&a&(&,r$a o( a(e+a !es$="a!a "o %o"&ra&o so%$a+ !a *essoa (r/!$%a &e# !e %o$"%or$=a&or$a#e"&e %o# a se!e ee&$'a *ara (e se re%o"3e-a a s(a %a*a%$!a!e (r/!$%a." 

 “+... o estatuto da sociedade $iliada é regido pela lei do lugar da sua constituião, con$orme a teoriaincorporaão, se bem que esta dependa, na tomada de suas decisões b#sicas da diretri(es da sociedamatri( +..." 

 “+... &eor$a !a sore*os$-ão  +... Esse autor de$ende, em princípio, a teoria da incorporaão par

constituião e o recon3ecimento de uma pessoa jurídica. Das, por outro lado, admite a existncia de norcogentes que o Estado, no qual a sociedade tem a sua sede e$eti!a, pretende aplicar a todas as sociedacom ati!idades dentro do seu territ&rio, sem le!ar em consideraão a locali(aão de sua sede estatut#ria." 

 “Essa teoria tem a !antagem de coadunar%se com os princípios gerais do direito internacional pri!ado, pque cada pa& con3ece no seu ordenamento jurídico normas de direito p1blico com aplicaão imediata, dadseu car#ter imperati!o e cogente, independente do direito aplic#!el à espécie. Normas de aplicaão imedpodem inter$erir, também, com relaão ao estatuto pessoal da pessoa jurídica, particularmente, consideraque a teoria da incorporaão é a mais adequada." 

 “) maioria das con!enões adota a teoria da incorporaão como princípio, mas admite certas exceões a eregra geral, em $a!or da teoria da sede social." 

 “5 C&digo de 9ustamante, rati$icado, pelo 9rasil, mani$esta%se também quanto ao estatuto pessoal da pes jurídica, re$erindo%se a sua nacionalidade para design#%lo. )s disposiões do C&digo de 9ustamante nãoclaras, e o termo 6nacionalidade7 no contexto não $oi $eli(." 

 “) &eor$a !o %o"&ro+e le!a em consideraão, principalmente, a nacionalidade das pessoas $ísicas composião das pessoas jurídicas que $ormam a pessoa jurídica." 

A &eor$a !o %o"&ro+e a*+$%a!a sore&(!o "o !$re$&o *+$%o $"&er"o e "o !$re$&o $"&er"a%$o*+$%o.K

 “Buanto ao direito p1blico interno, a teoria do controle é aplicada, p. ex., à legislaão banc#ria, à legislaque restringe a aquisião de im&!eis por estrangeiros e ao direito econ=omico e do comércio exterior." 

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 “)ntigamente, uma pessoa jurídica estrangeira, em regra, precisa!a de autori(aão especí$ica do Estado poder $uncionar no país. Essa exigncia est# ulrapassada e em desuso na atualidade." 

O !$re$&o ras$+e$ro a*+$%a e# *r$"%/*$o a &eor$a !a $"%or*ora-ão s *essoas (r/!$%as &e"!o '$s&a o se( es&a&(&o *essoa+.K

 “5 estatuto pessoal da pessoa jurídica est# de$inido no art. ;;, caput , da :ei de 8ntroduão ao C&digo +... consagrando, expressamente, a teoria da incorporaão na lei." 

 “2or outro lado, de acordo com o art. ;;, par#gra$o ;o, da mencionada lei, a pessoa jurídica que quiseinstalar no 9rasil, por meio de uma $ilial, uma agncia ou um estabelecimento, de!er# remeter seus

constituti!os às autoridades brasileiras, $icando sujeitas à lei brasileira, no que tange ao seu $uncionamentpaís. 8sso signi$ica que, se uma pessoa jurídica constituída, segundo uma lei estrangeira, desejaestabelecer no 9rail, de!er# atender às normas especí$icas do direito interno que disciplina o $uncionamento no 9rasil." 

 “5 art =>, caput , da mencionada lei +:ei nQ =.@G>, de ;@ de de(embro de ;<A= dispõe que 6as sociedaanPnimas ou compan3ias estrangeiras, qualquer que seja o seu objeto, não podem, sem autori(aãoRo!erno ederal, $uncionar no país, por si mesmas, ou por $iliais, sucursais, agncias, ou estabelecimeque as representem, podendo, toda!ia, ressal!ados os casos expressos em lei, ser acionistas de sociedanPnima brasileira +art. =G7" 

 “2elo entendimento do art. =G, caput , sociedade estrangeira é aquela cuja sede estatut#ria eSou sua sede

est# situada no estrangeiro." “) lei exige ainda que uma sociedade anPnima no 9rasil, além de constituir%se con$orme a lei brasileira, teno 2aís a sede de sua administraão." 

. PRECEITOS BÁSICOS DO DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

ORDE? P6BLICA “Em toda parte do mundo, porém, os juí(es não aplicam o direito estrangeiro, embora sendo o aplic#!eeste !iola, in casu, a ordem p1blica. No direito internacional pri!ado brasileiro, a reser!a da ordem p1best# expressa no art. ;A da :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il +*ecreto%:ei n. >.=@A, de>%<%;<>?, que re

 6)s leis, atos e sentenas de outro país, bem como quaisquer declaraões de !ontade, não terão e$ic#cia9rasil, quando o$enderem a soberania nacional, a ordem p1blica e os bons costumes7".

 “) doutrina distingue as reser'as =era$s das reser'as es*e%$a$s de ordem p1blica. )s primeiras intersempre que é aplic#!el o direito estrangeiro a uma relaão jurídica de direito pri!ado com coneinternacional. Buando a reser!a re$ere%se tão%somente a uma determinada matéria de direito, costuma$alar em reser!a especial de ordem p1blica." 

 “) doutrina di$erencia, também, entre a reser'a "e=a&$'a e *os$&$'a !e or!e# *+$%a. ) primeira impa aplicaão do direito estrangeiro, aplic#!el con$orme as normas de direito internacional pri!ado da lex quando os seus pressupostos estão cumpridos no caso concreto. O &er#o or!e# *+$%a *os$&$'aK #a$s (sa!o %o# &a"&a reJ"%$a. ?o!er"a#e"&e a !o(&r$"a reere2se s +e$s !e a*+$%a$#e!$a&a (a"!o &ra&a !a #a&r$a. Buando uma norma de aplicaão imediata inter!ém numa rela

 jurídica de direito pri!ado com conexão internacional, não é necess#rio !eri$icar o conte1do do direstrangeiro e examin#%lo em seguida sob o aspecto da !iolaão da ordem p1blica. )s normas da lex fori

aplic#!eis de imediato, de!ido ao seu conte1do imperati!o e cogente, e isso, também, no plano internacion

 “Na realidade, apenas a or!e# *+$%a $"&er"a%$o"a+  re$ere%se a nossa disciplina, con$igurando %+,(s(+a (e %orr$=e a a*+$%a-ão !o !$re$&o es&ra"=e$ro quando indu(, no caso concreto, a um resultincompatí!el com os princípios $undamentais da ordem jurídica interna. )s regras da or!e# *+$%a $"&e"ão se a*+$%a# a re+a-Fes (r/!$%as !e !$re$&o *r$'a!o %o# %o"e0ão $"&er"a%$o"a+  e se restringemnormas substanti!as ou materiais do direito interno." 

 “) expressão ordem p1blica internacional tem em !ista que o jui( de!e le!ar em consideraão não s&princípios b#sicos da ordem jurídica interna, mas também aqueles do direito internacional, consubstanciaem tratados internacionais, no direito costumeiro internacional, em princípios gerais de direito e em ou$ontes supranacionais que !inculam juridicamente um Estado." 

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 “) reser!a de ordem p1blica pode inter!ir quer perante a aplicaão do direito estrangeiro substanti!omaterial, quer perante o recon3ecimento e a execuão de decisões judiciais estrangeiras no 2aís. Nesta 1ltacepão, é denominada pela doutrina reser'a !a or!e# *+$%a *ro%ess(a+K.

 “Oaroldo alladão distingue, ainda, a aplicaão direta e indireta da ordem p1blica. Na sua an#lise do dirbrasileiro, entende, o eminente autor, que a aplicaão das “leis" estrangeiras con$igura a or!e# *!$re&a, e o recon3ecimento dos “atos e sentenas" de outro país, a or!e# *+$%a $"!$re&a. 5 mesmo aconclui que o recon3ecimento dos e$eitos jurídicos de direitos adquiridos no estrangeiro de!e ocorrer de $omais liberal do que nos casos de aplicaão direta do direito estrangeiro pelo jui(." 

9RA8DE Q LEI

 “) $raude à lei +fraus legis constitui uma $orma de abuso de direito, não sendo admitida perante o dirinternacional pri!ado." 

 “5s pressupostos para caracteri(ar a $raude à lei no caso concreto são, em princípio, trs. Em primeiro lupretende%se e!itar, basicamente, a aplicaão de determinadas normas substanti!as ou materiais do dirinterno ou, excepcionalmente, também do direito estrangeiro, cujas conseqncias legais não são desejaEm segundo lugar, planeja%se uma manobra legal extraordin#ria par obter o resultado desejado." 

 “Lm outro caso $amoso, mais recente, é o do casamento entre 'op3ia :oren e Carlo 2onti. )mbos adquira nacionalidade $rancesa, para que Carlo 2onti pudesse di!orciar%se de sua primeira esposa e contrair n1pcom 'op3ia :oren. ) 8t#lia, país de origem de Carlo 2onti e 'op3ia :oren, não permitia, à época, o di!&enquanto na rana não existiam restriões neste sentido." 

 “+... não est# restrita às normas do direito interno, abrangendo, também, normas do direito estrangeembora tais casos sejam mais raros na pr#tica." 

 “) reaão mais gra!e é a de que uma sentena, um neg&cio jurídico ou um outro ato jurídico, obtido media pr#tica da fraus legis, não ser# recon3ecido pelo direito interno e, conseqentemente, não surtir# quaisqe$eitos jurídicos no 2aís. 2or outro lado, sempre cabe ao jui( ponderar os interesses con$litantes no cconcreto. )ssim sendo, a reaão adequada contra a $raude à lei nem sempre ser# a desconsideraão total lex fori ." 

 “*entre os casos mais $reqentes de $raude à lei nos tempos atuais pode ser citado, entre outros, o seqede crianas para o exterior, a $im de que seja aplicado o direito da residncia 3abitual ou do domicílioseqestrador, que l3e é mais $a!or#!el do que a lei da residncia 3abitual ou do domicílio anterior da cria

5s aspectos ci!is, concernentes ao seqestro de crianas, ali#s, são objeto de tratados internacionais." 

eja%se, como outro exemplo de con$iguraão de $raude à lei, a constituião de uma sociedade num par$iscal, com a 1nica $inalidade de lesar o $isco no país onde, na realidade, desen!ol!e as suas ati!idacomerciais. 5s países que adotam a teoria da sede social não recon3ecem a personalidade jurídica de sociedades, e isso sem necessidade de in!ocar a exceão de $raude à lei. 2ara os países que aderem à teda incorporaão, como o $im de determinar o estatuto da pessoa jurídica no direito internacional pri!adexceão de $raude à lei, no entanto, ser!e como instrumento jurídico para denegar personalidade jurídicasociedade, estabelecida num paraíso $iscal, com o 1nico objeti!o de burlar o $isco." 

 “No direito internacional pri!ado brasileiro, bem como na grande maioria dos demais países, não exisnormas gerais escritas sobre a exceão de $raude à lei. ) doutrina e a jurisprudncia, toda!ia, recon3ecesse princípio como inerente no direito brasileiro." 

REENVIO “No direito brasileiro, as normas do direito internacional pri!ado designam, como direito aplic#!el estrangetão%s& as normas substanti!as ou materiais, excluindo assim as normas indicati!as ou indiretas de dirinternacional pri!ado de seu Kmbito. 2or esse moti!o, o jui( brasileiro não precisa le!ar em consideraãconte1do do direito internacional pri!ado estrangeiro, con$orme a legislaão em !igor, quando julga uma cade direito pri!ado com conexão internacional." 

 “5 art. ;= da :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il, *ecreto%:ei nQ >.=@A, de > de setembro de ;<>?, disp 6Buando, nos termos dos artigos precedentes, se 3ou!er de aplicar a lei estrangeira, ter%se%# em !isdisposião desta, sem considerar%se qualquer remissão por ela $eita a outra lei." 

 “5 direito internacional pri!ado do país ) designa o direito do país 9 como o aplic#!el. 5 direito internaci

pri!ado do país 9, por seu lado, indica o direito internacional pri!ado do país ) como o aplic#!el. Neste c

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surge o problema do reen!io, *or(e a or!e# (r/!$%a !es$="a!a (e o !$re$&o $"&er"a%$o"a+ *r$'!o *a/s B !e'o+'e a !e%$são e $"!$%a %o#o a*+$%,'e+ o !$re$&o $"&er"a%$o"a+ *r$'a!o !o *a/se0s(r=$"!o !esse a&o o (e a !o(&r$"a !e"o#$"a renvoi +reen!io de primeiro grau, de!oluretorno." 

 “) regra geral é a de que o país ) aceite o reen!io +de!oluão, reotorno do país 9 e aplique a lex fori , ista lei substanti!a ou material do $oro" 

 “5 direito internacional pri!ado do país ) designa o direito do país 9 como o aplic#!el. 5 direito internacipri!ado do país 9, por seu lado, indica o direito internacional pri!ado do país C como o aplic#!el + ree"'$ose=("!o =ra(. ) situaão torna%se problem#tica nestes casos, quando também o direito do país C não

declara aplic#!el. /ais casos são raros na pr#tica. 2ara resol!%los, as di!ersas legislaões e a doutde$ender !#rias soluões." 

 “'e às pr&prias partes é $acultado escol3er o direito aplic#!el, entende%se que essa escol3a re$ere%se sema uma direito substanti!o ou material, a não ser quando $eita uma escol3a expressa do direito internacipri!ado estrangeiro. Esta regra !ale também nos países que, em princípio, admitem o reen!io nas slegislaões." 

 “5utra exceão do mesmo tipo di( respeito à $orma dos atos jurídicos. ) regra de que a $orma dos  jurídicos se rege con$orme a lei do lugar de sua reali(aão + lex loci actus não aceita, em princípio, o reedesta lei para outra, porque o objeti!o da regra é $a!orecer a !alidade do neg&cio jurídico +favor negotii ." 

8EST:O PRVIA “Buestão pré!ia signi$ica que o jui( não pode apreciar a questão jurídica principal sem ter%se pronuncanteriormente à respeito de uma outra que, pela l&gica, a precede. 5 julgamento da questão jurídica princpelo jui( depende de sua decisão anterior, re$erente à questão pré!ia." 

 “Na lei, em regra, não se a$igura como de!e ser solucionado o problema da questão pré!ia no dirinternacional pri!ado. 8gualmente, os tratados internacionais, de modo geral, não se posicionam em relaãquestão. 8nclusi!e, a Con!enão 8nteramericana sobre Normas Rerais de *ireito 8nternacional 2ri!ado, de maio de ;<A<, quando $a( re$erncia expressa à questào pré!ia, não pri!a o jui( da sua $aculdade de aprela li!remente, pois a Con!enão dispõe no seu art. Fo  apenas- 6)s questões pré!ias, preliminaresincidentais, que podem surgir com relaão a uma questão principal não de!em resol!er%se necessariamde acordo com a lei que regula esta 1ltima." 

 “5 legislador, com $reqncia, determina, expressamente, o direito aplic#!el na lei re$erente a aspeparciais de uma relaão jurídica de direito pri!ado com conexão internacional. )ssim sendo, estabelece, p. normas con$lituais sobre a capacidade jurídica de uma pessoa $ísica, sobre a $orma de um neg&cio jurídico 'e uma dessas questões, regulamentadas expressamente pela lei, caracteri(ar%se como questão prédentro de uma relaão jurídica de direito pri!ado com conexão internacional, o direito aplic#!el reger%se%#acordo com a norma de direito internacional pri!ado da lex fori , independentemente do direito aplic#!questão jurídica principal." 

 “) tendncia do jui(, pro!a!elmente, ser# a de aplicar à questão pré!ia o mesmo direito estrangeiro aplicà questão jurídica principal, se a relaão jurídica de direito pri!ado, em si, ti!er conexão, clarampredominante, com a ordem jurídica estrangeira. 'e, por outro lado, os interesses da lex fori   $opreponderantes quanto ao objeto da questão pré!ia, o jui( aplicar%l3e%# esta lei. Não existem, porém, regmais precisas para determinar o direito aplic#!el à questão pré!ia." 

ADAPTAÇ:O O8 APROI?AÇ:O “) doutrina di$erencia trs tipos di$erentes de adaptaão ou aproximaão no direito internacional pri!adsaber, a a%(#(+a-ão !e "or#as, a a+&a !e "or#as e as $"s&$&($-Fes (r/!$%as !es%o"3e%$!as." 

 “) a%(#(+a-ão !e "or#as é caracteri(ada pelo $ato de duas ou mais normas indicati!as ou indiretasdireito internacional pri!ado da lex fori designarem ordenamentos jurídicos di!ersos, cujas normas de dirsubstanti!o ou material aplic#!else contradi(em." 

 “5 direito substanti!o ou material sempre é indicado, mas este pode carecer de normas para a soluãocaso concreto. 5 direito aplic#!el, assim, é lacunoso, e aí encontramos o ponto de re$erncia que caracteria+&a !e "or#as, podendo o impasse ser contornado mediante o instrumento jurídico da adaptaão." 

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 “)s instituiões jurídicas descon3ecidas, quando relacionadas à adaptaão, são examinadas pela doutrina dois aspectos. *e um lado interessa como ocorre a designaão do direito aplic#!el a uma relaão jurídica conexão internacionalH de outro, é examinado o recon3ecimento de sentenas estrangeiras e de atos jurídem geral, praticados no estrangeiro. Nes&a Se=("!a a%e*-ão es&a#os "os a*ro0$#a"!o #a$s$"s&$&(&o (r/!$%o !a s(s&$&($-ão." 

 “Em princípio, sobre este aspecto +o primeiro supra, o $ato de uma instituião jurídica ser con3ecida ou pelo direito interno não tem qualquer rele!o. ) quali$icaão de uma instituião jurídica descon3ecida, porpode ser complicada." 

 “)s instituiões jurídicas descon3ecidas são detectadas com mais $reqncia quando se trata de recon3

atos jurídicos praticados no estrangeiro perante o direito interno, principalmente nos direitos de $amílsucessões. Nesses casos, pode ser necess#ria a adaptaão destes institutos jurídicos ao direito interno." 

 “)té o ad!ento da :ei n. =.@;@, de ?= de de(embro de ;<AA, quando o direito brasileiro não con3ecia aindinstituto de di!&rcio, o 'upremo /ribunal ederal 3omologou as sentenas estrangeiras de di!&rciobrasileiros apenas para e$eitos patrimoniais, equiparando%as às sentenas de desquite, ou seja, de simseparaão judicial perante a lei brasileira." 

 “) jurisprudncia do 'upremo /ribunal ederal, ademais, 3omologa tradicionalmente decisões de quaisqautoridades estrangeiras, mesmo não sendo judici#rias, desde que possam ser equiparadas a uma sentecon$orme o direito brasileiro." 

 “Enquanto a adaptaão ou aproximaão re$ere%se à pr&pria norma indicati!a ou indireta do diinternacional pri!ado, ou seja, aquela que determina o direito aplic#!el a uma relaão jurídica de dirpri!ado com conexão internacional, a &ra"s*os$-ão e a s(s&$&($-ão  são institutos jurídicos !inculadiretamente à aplicaão do direito substanti!o ou material designado por uma norma indicati!a ou indiretadireito internacional pri!ado." 

 “) &ra"s*os$-ão sempre é necess#ria quando o direito nacional é o aplic#!el a um neg&cio jurídico con3ecido no direito interno." 

 “) s(s&$&($-ão, na maioria dos casos, objeti!a a coordenaão do direito substanti!o ou material naci+aplic#!el con$orme as normas indicati!as ou indiretas de direito internacional pri!ado com um ato pratical3ures de acordo com o direito estrangeiro." 

 “) questão é determinar se um requisito legal da norma interna pode ser cumprido ou 6substituído7 por umque não é praticado dentro do territ&rio nacional. 8sso ocorre, normalmente, quando o ato praticadoestrangeiro é equi!alente àquele correspondente ao direito nacional." 

ALTERAÇ:O DE ESTAT8TO O8 CON9LITO ?VEL “5 termo alteraão de estatuto signi$ica, em sentido amplo, toda alteraão do direito aplic#!el a uma rela jurídica de direito pri!ado com conexão internacional." 

 “Em sentido estrito, o mesmo termo expressa que alteram os $atos, mediante os quais se determinelemento de conexão no caso concreto, e por esse moti!o não se considera mais decisi!o o estatuto antmas um estatuto no!o. Lma pessoa, p. ex., muda o seu domicílio para o exterior. 'e este $or o elementoconexão que de!a ser le!ado em consideraão in casu, o a norma do direito internacional pri!ado não mumas sim o direito aplic#!el, em !irtude da mudana do domicílio." 

 “+... no 9rasil é di!ulgada a expressão %o"+$&o #<'e+." 

 “) alteraão do estatuto é possí!el, tão%somente, nos casos em que a alteraão dos $atos, mediante os qse determina o elemento de conexão no caso concreto, causa automaticamente uma mudana do diraplic#!el." 

 “) doutrina di$erencia a alteraão de estatuto ou %o"+$&o #<'e+ !e e"&ra!a e alteraão de estatuto%o"+$&o #<'e+ !e sa/!a." 

 “5 estatuto de entrada é sempre o direito substanti!o ou material interno, quando, anteriormente,

aplic#!el o direito substanti!o ou material estrangeiro +... Como exemplo, podemos citar- um bem m&!e

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origem estrangeira entra no 2aísH uma pesoa $ísica muda%se do exterior para o 2aís e constitui ali domicílioH uma estrangeira se naturali(a, etc." 

 “5 legislador de cada país possui a $aculdade de prescre!er, mediante normas especí$icas de diinternacional pri!ado, como ser# o regime jurídico de direitos j# constituídos no estrangeiro dentro do pr&2aís." 

 “) alteraão do estatuto ou con$lito m&!el de saída constitui o processo in!erso da alteraão de estatutocon$lito m&!el de entrada. Como a relaão jurídica, nesses casos a$asta%se do Kmbito espacial da or

 jurídica interna, esta demonstra, normalmente, um interesse menor perante essa situaão." 

DIREITOS AD8IRIDOS “) noão dos direitos adquiridos no direito internacional pri!ado signi$ica, em síntese, a proteão recon3ecimento dos direitos, !alidamente adquiridos no estrangeiro, pela ordem jurídica interna.

 “+... o direito internacional pri!ado de cada país regula, indi!idualmente, as circunstKncias em que os direobtidos no estrangeiro, são considerados adquiridos e sob quais condiões de!em ser recon3ecidos pela ord

 jurídica interna +..." 

 “Buanto ao interesse da continuidade, o direito internacional pri!ado da lex fori  de!e responder ainda a dquestões- primeiro, se um direito no estrangeiro $oi !alidamente adquirido, e, segundo, se existe o interde recon3ec%lo perante o direito interno ou não." 

 “/ratando%se de atos jurídicos re$erentes ao estado ci!il de uma pessoa $ísica, como, p. ex., casamenrecon3ecimento de $il3os, adoões, di!&rcios etc., reali(ados no estrangeiro, os Estados, em regra, alera(ões da certe(a de direito para justi$icar o seu recon3ecimento no 2aís." 

 “5 exemplo bem ilustra que a teoria abstrata dos direitos adquiridos inexiste no direito internacional pri! j# que l3e $alta o conceito de direito adquirido, geralmente aceito pela doutrina, admitindo a sua aplicadireta a casos concretos, independentemente das regras de ddireito internacional pri!ado da lex fori ." 

 “5 direito internacional pri!ado brasileiro, porém, recon3ece a existncia de direitos !alidamente adquiridoexterior, con$orme lião da doutrina nacional." 

 “0# a pr&pria Constituião brasileira, de @ de outubro de ;<FF, estabelece no seu art. @o, TTT8- 6) lei prejudicar# o direito adquirido, o ato jurídico per$eito e a coisa julgada. )demais, o art. ;A da :e

8ntroduão ao C&digo Ci!il dispõe- 6)s leis, atos e sentenas de outro país, bem como quaisquer declarade !ontade, não terão e$ic#cia no 9rasil, quando o$enderem a soberania nacional, aa ordem p1blica e os bcostumes7. Con$orme a doutrina, esse artigo ser!e de base para a aceitaão de direitos adquiridos no dirinternacional pri!ado brasileiro +..." 

 “) conclusão que se impõe diante desse quadro é de que a teoria dos direitos adquiridos perdeu o seu brde outrora no decorrer deste século, posto que as normas de direito internacional pri!ado j# di(em, por mde suas normas indicati!as ou indiretas, quando de!e ser aplic#!el o direito interno ou o direito estrange)ssim, em princípio, não 3# necessidade de recorrer à teoria dos direitos adquiridos. 5utras d1!idas resol!se pelas regras jurídicas do direito internacional pri!ado sobre a alteraão do estatuto ou o con$lito m&!econcernente ao recon3ecimento de sentenas ou outros atos jurídicos o$iciais estrangeiros, estão ainda!igor normas especí$icas, cuja origem é o direito interno ou o tratado internacional."

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PROCESS8AL CIVIL INTERNACIONAL

1. NOÇÕES BÁSICAS DO DIREITO PROCESS8AL CIVIL INTERNACIONAL “)s normas do direito internacional pri!ado indicam, na sua essncia, qual o direito aplic#!el a uma rela jurídica de direito pri!ado com conexão internacional, dependendo sempre, para serem aplicadas, de autoridade judici#ria ou de um &rgão, com $unões, que seja internacionalmente competente." 

 “+... outras regras processuais $undamentais, igualmente, inter!m diretamente em nossa disciplina e eligadas tão estritamente a elas que, necessariamente, de!em ser le!adas em consideraão para a solupr#tica de cada causa de direito pri!ado com conexão internacional." 

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 “5 conjunto das normas processuais inter%relacionadas diretamente com a nossa disciplina concentra%sedireito processual ci!il internacional +... a doutrina mais moderna inclui essas normas dentro do objetodireito internacional pri!ado, assim concebida a disciplina em lato sensu +..." 

 “J princípio $undamental que às normas de direito processual ci!il internacional, basicamente, é aplic#!el afori , ou seja, a lei do lugar, no qual se desen!ol!e o processo. Essa regra j# $oi estabelecida de longa datatanto na doutrina quanto na jurisprudncia, é recon3ecida como o princípio b#sico do processo, embodoutrina ten3a apontado algumas exceões a tal princípio." 

 “)s normas do direito processual ci!il internacional, basicamente, são, con$orme a sua origem, ainda norde direito interno." 

 “+... o C&digo de 9ustamante, que estabelece normas sobre o direito processual no seu :i!ro 8, arts. I;>IA. Como esse tratado $oi rati$icado pelo 9rasil, a jurisprudncia p#tria, principalmente aquela pro!enient'upremo /ribunal ederal , $a(, por !e(es, re$erncias às suas normas processuais +..." 

 “Na atualidade, a maior in$luncia para a e!oluão do direito processual ci!il internacional na )mérica :ade!e ser atribuída à Con$erncia Especiali(ada 8nteramericana de *ireito 8nternacional 2ri!ado +... 5 9rtoda!ia, mostrou reser!as, até agora, em aderir a tais con!enões, mas recentemente rati$icou dimportantes con!enões, a saber, a Con!enão 8nteramericana sobre )rbitragem Comercial 8nternacionalIG de janeiro de ;<A@ +promulgada pelo *ecreto n. ;.<G?, de <%@%;<<=, publicado no *5L de ;G%@%;<<=,Con!enão 8nteramericana sobre Cartas Uogat&rias, de IG de janeiro de ;<A@ +pelo *ecreto n. ;.<GG, de @%;<<=, publicado no *5L de ?;%@%;<<=." 

 “)lém dos tratados multilaterais, estão também di!ulgados tratados bilaterais sobre o direito processual internacional, notadamente quando re$erentes ao recon3ecimento e à execuão de sentenas estrangeiras

7. VERI9ICAÇ:O DO CONTE6DO E APLICAÇ:O DO DIREITOESTRANGEIRO NO PROCESSO

APLICAÇ:O DAS NOR?AS DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO “Buando o jui( exerce jurisdião, !ale o antigo princípio iura novit curia, o qual signi$ica que o jui( aplidireito de o$ício, ou seja, sem estar !inculado à argumentaão jurídicas das partes no processo ci!il." 

 “/ratando%se de normas indicati!as ou indiretas de direito internacional pri!ado, as quais designexclusi!amente, o direito aplic#!el +... a doutrina anglo%americana tradicional e uma parte minorit#ria

doutrina $rancesa e alemã, particularmente, entendem que o jui( não est# obrigado a aplicar estas normaso$ício. Em apoio da tese, alegam%se ra(ões de ordem processual ou argumenta%se que a nature(a jurídica normas é $acultati!a." 

 “+... por essas mesmas ra(ões, a doutrina e a jurisprudncia internacional predominantes $risam o de!e jui( de aplicar ex officio as normas que designam o direito aplic#!el a uma causa de direito pri!ado conexão internacional."

 “No 9rasil, de acordo com o texto legal m !igor, é incontro!erso ser o jui( obrigado a aplicar tais normaso$ício." 

APLICAÇ:O DO DIREITO ESTRANGEIRO NO PROCESSO “Buanto à aplicaão do direito interno +substanti!o ou material, não 3# d1!ida de que o jui( o apliqueo$ício. No entanto, é assunto contro!ertido na doutrina como o jui( de!e aplicar o direito estrangeiroprocesso." 

 “5 direito brasileiro regula, expressamente, como o jui( de!e aplicar o direito estrangeiro. ) sua interpretacontudo, é contro!ertida na doutrina. Embora o teor da lei não seja muito claro, Oaroldo alladão c3egconclusão de que a lei estrangeira de!e ser con3ecida por todos, e o jui( de!e aplic#%la, em princípioo$ício. 0acob *olinger também é inclinado à mesma tese." 

 “5 art. IIA do C&digo de 2rocesso Ci!il, :ei n. @.F=<, de ;; de janeiro de ;<AI, prescre!e- 6) parte que aldireito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudin#rio, pro!ar%l3e%# o teor e a !igncia, se assideterminar o jui(7. Lm pouco di$erente é o conte1do do art. ;> da :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il, *ecr:ei n. >.=@A, de > de setembro de ;<>?- 6Não con3ecendo a lei estrangeira, poder# o jui( exigir de que

in!oca pro!a do texto e da !igncia." 

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 “) nosso !er, o jui( brasileiro de!e, de lege lata, em princípio, aplicar o direito estrangeiro de o$ício. Ce$eito, se não $or adotada tal regra no processo, as normas de direito internacional pri!ado, designati!adireito aplic#!el, quali$icar%se%iam como imper$eitas, o que na realidade não é o caso." 

 “Como j# realado, aplicar o direito estrangeiro de o$ício não signi$ica que o jui( não ten3a a $aculdaderequerer a colaboraão das partes e determinar%l3es diligncias para apuraão do teor, da !igncia einterpretaão do direito estrangeiro. *e $ato, nen3um jui( con3ece tão bem qualquer ordenamento juríestrangeiro quanto o direito p#trio que l3e é $amiliar. 2or essa ra(ão, justi$ica%se a necessidade da participaati!a das partes no processo, quando inexistir, por parte do jui(, con3ecimento certo do direito estrangaplic#!el a uma causa com conexão internacional." 

 “)s regras ordin#rias do processo sobre a pro!a não são aplic#!eis, quando se trata de a!eriguar o contedo direito estrangeiro aplic#!el, a$inal, o direito estrangeiro é direito e não $ato, estando superada, assimantiga contro!érsia doutrin#ria." 

 “Não parece existir, no 9rasil, esse tipo de discriminaão com relaão ao direito estrangeiro. Para ee$&oa!#$ss$$+$!a!e !o re%(rso e0&raor!$",r$o o S(*re#o Tr$("a+ 9e!era+ , *ro+a&o( (e o !$rees&ra"=e$ro se e($*ara +e=$s+a-ão e!era+ (a"!o !es$="a!o %o#o a*+$%,'e+ %o"or#e"or#as !o !$re$&o $"&er"a%$o"a+ *r$'a!o '$=e"&e "o *a/s." 

 “+... resta demonstrar como de!e ser $eita a interpretaão do direito estrangeiro pelo jui( p#trio. Naspecto, a doutrina e a jurisprudncia são tranqilas em a$irmar que o jui( de!e aplicar o direito de aco

com as regras que o pr&prio jui( estrangeiro obser!aria, em con$ormidade com o ordenamento jurídico !igem seu país, e isso no interesse da concordKncia da decisão com o sistema jurídico alienígena. Contro!ertseriamente na doutrina apenas em que medida o jui( doméstico pode examinar a constitucionalidade de norma estrangeira, quando esta $or aplic#!el em !irtude das regras de direito internacional pri!ado dafori ." 

VERI9ICAÇ:O DO CONTE6DO DO DIREITO ESTRANGEIRO NO PROCESSO

 “No 9rasil, a praxe é utili(ar todos os meios de con3ecimento disponí!eis que condu(em à a!eriguaão cdo direito estrangeiro aplic#!el, enquanto os institutos de direito especiali(ados são menos requisitados." 

 “Na a!aliaão dos di!ersos meios de con3ecimento do direito estrangeiro aplic#!el, de!em sempre ser le!aem consideraão as particularidades de cada caso concreto. 2or !e(es, é su$iciente a demonstraão do te

da !igncia da lei mediante simples c&pia autntica de publicaão o$icial do texto legal. Em outras ocasiõescausas são bem mais complexas, ra(ão pela qual são necess#rias pesquisas abrangentes do direstrangeiro, o que pode acarretar custas ele!adas para as partes interessadas." 

 “2ode ocorrer, excepcionalmente, que o direito estrangeiro, aplic#!el a uma causa com conexão internacionão seja identi$ic#!el para o jui( e as partes. Nestes casos, aplica%se, geralmente, o direito da lex substituindo assim o direito estrangeiro descon3ecido." 

. CO?PET>NCIA INTERNACIONAL E I?8NIDADE DE )8RISDIÇ:O

CONCEITO E PRINCÍPIOS BÁSICOS “5 C&digo de 2rocesso Ci!il brasileiro, por seu lado, nos seus arts. FF a <G, disciplina a competinternacional, e, nos seus arts. <; a ;?>, regulamenta a competncia interna, que de acordo com o pr&C&digo, subdi!ide%se em “competncias"- em ra(ão do !alor e da matéria, $uncional e territorial ou de $oro

 “)s normas sobre competncia internacional determinam a extensão da jurisdião nacional, em $ace daqudos outros Estados, sempre que o jui( ou um tribunal ten3a de decidir uma causa com conexão internacio2or outro lado, as normas de competncia interna são aplic#!eis, tão%somente, se o jui( ou o tribunacompetente internacionalmente. Na aplicaão dessas normas, o jui( de!e examinar, em primeiro lugar, scausa com conexão internacional enquadra%se nos limites que determinam a extensão da jurisdião naciopara depois !eri$icar se, tendo competncia internacional, a causa incluir%se%# entre as que l3e toca!irtude das regras de competncia interna." 

 “)ssim, são possí!eis %o"+$&os *os$&$'os !e %o#*e&J"%$a, situaões em que, com relaão a uma causa conexão internacional, segundo o direito de mais de um país, os tribunais domésticos são internacionalme

competentes. Entretanto, é possí!el também que, segundo o direito interno de nen3um país, nen3um jui

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 “5 art. ;? da :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il também contém regras sobre a competncia internaciodispondo- 6J competente a autoridade judici#ria brasileira, quando $or o réu domiciliado no 9rasil ou aqui tde ser cumprida a obrigaão. 2ar#gra$o ;o  '& à autoridade brasileira compete con3ecer das aões relati!im&!eis situados no 9rasil".

 “5 art. =@;, caput , da Consolidaão das :eis do /rabal3o +C:/, estabelece importante regra quancompetncia internacional, re$erente à jurisdião na #rea de direito do trabal3o. 5 teor desta disposiãoquanto se segue-

 6)rt. =@;. ) compet=encia das 0untas de Conciliaão e 0ulgamento é determinada pela localidade ondempregado , reclamante ou reclamado, prestar ser!ios ao empregador, ainda que ten3a sido contratnoutro local ou no estrangeiro." 

 “Buando a lei se re$ere a domicílio do réu, o conceito coincide com aquele do C&digo Ci!il brasilConsoante esse diploma legal, o domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residcom Knimo de$initi!o +art. I; do C&digo Ci!il. 'e, porém, ti!er di!ersas residncias onde alternati!ame!i!a, ou !#rios centros de ocupaões 3abituais, considerar%se%# seu domicílio qualquer desses ou aquelas +I? do C&digo Ci!il." 

 “'endo pessoa jurídica de direito pri!ado, seu 6domicílio7 é o do lugar onde $uncionarem as respectdiretorias e administraões ou onde elegerem domicílio especial con$orme seus estatutos ou atos constitut+art. I@, 8, do C&digo Ci!il. /endo ela di!ersos estabelecimentos em lugares di$erentes, cada um sconsiderado domicílio para os atos nele praticados +art. I@, par#gra$o Io, do C&digo Ci!il." 

 “inalmente, a lei de claro que o gerente da $ilial ou agncia presume%se autori(ado, pela pessoa juríestrangeira, a receber a citaão inicial para o processo de con3ecimento, de execuão, cautelar e especial."

 “Buanto à regra estabelecida de que à autoridade judici#ria brasileira compete, com exclusão de qualqoutra, con3ecer as aões relati!as a im&!eis situados no 9rasil, *are%e %er&o (e a +e$ ara"a &o!asa-Fes ("!a!as e# !$re$&o *essoa+ e rea+ (e 'erse# sore e"s $#<'e$s." 

 “2or outro lado, quando a lei se re$ere ao procedimento de in!ent#rio ou partil3a de bens situados no 9rasela relaciona%se apenas a sucessào causa mortis, não incluindo, destarte, na competncia exclusi!a da jusbrasileira, a partil3a dos bens situados no 9rasil de um casal por ocasião de seu processo de separaão judou de di!&rcio." 

 “2or outro lado, a enumeraão constante da lei não é exausti!a. 2odem, na pr#tica, surgir casos não regula

na lei, perante os quais a justia se declare competente internacionalmente. Lma importante corrdoutrin#ria p#tria entende que nesses casos omissos são aplic#!eis, como normas supleti!as, aquelascompetncia interna." 

 “Em primeiro lugar, a lei não se mani$esta quanto à competncia internacional da justia brasileira em cade pedido de separaão judicial ou di!&rcio, $ormulado pelo cPnjuge domiciliado no país, de nacionalidbrasileira ou estrangeira, seja na qualidade de marido ou mul3er, contra o outro cPnjuge que esdomiciliado ou residindo no exterior. ) jurisprudncia, nestes casos, é !acilante em a$irmar ou negcompet=encia internacional da justia brasileira." 

 “Con$orme a lião do eminente pro$essor e magistrado Xusse$ 'aid C3ali, a 0ustia 9rasileira não podenegar a tutelar o direito à dissoluão da sociedade conjugal, do cPnjuge domiciliado no 9rasil se a legislap#tria l3e assegura tal direito. Nesse caso, é juridicamente irrele!ante onde esteja domiciliado ou residindcPnjuge demandado, não importando se esteja no exterior, inclusi!e. 5 $undamento da competinternacional, nesses casos, baseia%se na pr&pria norma indicati!a ou indireta de direito internacional pri!!igente no país. ) norma processual sobre a competncia internacional não tem $ora para impedir qudireito material seja exercido de $ato, subordinando%se, destarte, ao que ordena o direito internacional pri!da lex fori ." 

 “)o contr#rio da competncia interna, a competncia internacional é sempre territorial +..." 

 “Buanto aos e$eitos jurídicos da cl#usula de eleião de $oro, distingue%se, na sua dimensão internacional e!erro=a-ão e *rorro=a-ão !o oro. ala%se em derrogaão quando as partes elegem um $oroestrangeiro, para dirimir suas contro!érsias, que não seria internacionalmente competente, con$orme afori , se as partes não ti!essem celebrado o acordo sobre sua eleião. ) questão, neste caso, é determina

o $oro nacional, que segundo a lei é competente, $oi !alidamente excluído ou derrogado mediante a cl#u

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de eleião do $oro, ou se a lei não atribui esta $ora à dita cl#usula. *i(%se prorrogaão quando as paelegem um $oro que, segundo a lex fori , não seria o internacionalmente competente, se as partes ti!essem celebrado o acordo sobre a eleião do $oro. ) questão neste caso é saber se a lex fori aceiprorrogaão." 

 “Enquanto a submissão !olunt#ria expressa pressupõe um $oro eleito pelas partes, antes que uma dinstaure um processo perante a justia, a submissão !olunt#ria t#cita resulta no $ato de que o réu não arga exceão declinat&ria de $oro na $orma e nos pra(os pre!istos na lei, em $ace de um processo j# instauno $&rum." 

 “No que di( respeito à cl#usula de eleião de $oro, que consta principalmente nos contratos internaciona

9rasil, nos dias atuais, a recon3ece amplamente. ) liberdade das partes, entretanto, não é absoluta. A!#se a %+,(s(+a !e e+e$-ão !e oro &ão2so#e"&e se es%r$&a e se a+(!$r e0*ressa#e"&e a !e&er#$""e=<%$o (r/!$%o. /ambém não é permitido que se inclua pretensões sobre as quais, pela lei, as partes poderiam li!remente dispor, e que esta exclua, nestes casos, expressa ou tacitamente, a eleião do $oro ppartes ou determine que um $oro seja exclusi!o, ou seja inderrog#!el. Uessal!as de!em ser $eitas, outrosquanto a cl#usulas inseridas nos contratos de adesão, como aqueles de transporte internacional. Por $#'$o+a-ão !a or!e# *+$%a "o %aso %o"%re&o ae&a (a+(er %+,(s(+a !e e+e$-ão !e oro +a exemde pretensa derrogaão de competncia internacional absoluta W art. F< do C&digo de 2rocesso Ci!il" 

 “'e $or proposta pelo autor uma aão perante o juí(o do domicílio do réu no 9rasil, di!erso do $oro alienígeleito pelas partes, de!e pre!alecer a competncia do jui( brasileiro, não sendo possí!el, neste caso, qucl#usula de eleião do $oro, embora !#lida, a$aste a jurisdião nacional +sal!o existncia de compro!

prejuí(o para o réu, presumi!elmente não existente, dadas as $acilidades de se !er processado em seu pr&domicílio +... 2or outro lado, se o $oro eleito pelas partes $osse no 9rasil, e a autora, domiciliadaestrangeiro pretendesse propor uma aão al3ures contra o réu, domiciliado no 9rasil, pre!aleceria o brasileiro eleito +também em ra(ão do art. FF, inciso 8, do C2C." 

 “0# mais complexa, é a 3ip&tese em que o autor aciona o réu, domiciliado no 9rasil, no $oro eleito pelas pano estrangeiro, e a parte demandada no 9rasil, embora !alidamente citada, não queira se submete

 jurisdião estrangeira. Nesse caso, segundo nosso entendimento, o réu domiciliado no 9rasil não tem crecusar a sua sujeião à jurisdião alienígena se a cl#usula de eleião de $oro é !#lida, resultando deacordo entre as partes a ren1ncia pré!ia ao $oro nacional que seria competente sem a sua derrogaão. Car( !o#$%$+$a!o "o Bras$+ "ão se #a"$es&e *era"&e a a-ão *ro*os&a "o e0&er$or o *ro%e%orrer, a s(a re'e+$a se"!o a se"&e"-a *os&er$or s(s%e&/'e+ !e 3o#o+o=a-ão *e+o S(*reTr$("a+ 9e!era+. /ambém a argião de exceão declinat&ria de $oro pelo réu não le!aria a um o

resultado, por ser a ren1ncia ao $oro derrogado categ&rica e de$initi!a." 

 “) soluão, porém, não é a mesma, se a submissão !olunt#ria perante $oro estrangeiro ocorre de $orma t#Nesse caso, não 3# $oro contratual ou de eleião entre as partes, com ren1ncia pré!ia de ambas delas aoutro $oro nacional, $=(a+#e"&e %o#*e&e"&e *or +e$. 2or essa ra(ão, o réu, domiciliado no 9rasil, pexcepcionar com xito o $oro estrangeiro, caso não pretenda se sujeitar à jurisdião estrangeira." 

 “5 $ato de o direito brasileiro permitir, nesse caso, a exceão declinat&ria de $oro não signi$ica que o estrangeiro a acol3a. ) mani$estaão, nesse sentido, do réu domiciliado no 9rasil impede apenas que usentena pro$erida posteriormente pelo jui( estrangeiro possa ter e$ic#cia jurídica no 9rasil. 5 'upre/ribunal ederal não 3omologar# esta sentena." +por &b!io, a exceão declinat&ria apenas é imprescindpara a não 3omologaão, no 9rasil, de sentena estrangeira, nos casos de competncia internacional relatna medida em que as sentena pro$eridas por juí(es absolutamente internacionalmente incompetentes, àda lei doméstica, não são suscetí!eis de 3omologaão pelo '/, dada a o$ensa à ordem p1blica interna.

 “Contudo, o réu de!e mani$estar%se a respeito da competncia da justia estrangeira para não correr o rde que o processo seja julgado a sua re!elia, o que traria como conseqncia o recon3ecimento, pelo 9rde uma sentena pro$erida pela justia estrangeira +con$orme obser!ado acima, apenas nas 3ip&tesescompetncia relati!a, posto que sentena pro$erida por jui( internacionalmente absolutamente incompetenão é 3omolog#!el no 9rasil, por o$ensa à ordem p1blica interna. 2ara ter esse e$eito, j# é su$iciente udeclaraão $eita pelo réu por ocasião de sua citaão por rogat&ria no 9rasil, a$irmando a incompetncia

 juí(o estrangeiro. Não se exige que o réu, domiciliado no 9rasil, contrate ad!ogados no extecomparecendo destarte em juí(o, especi$icamente para argir a incompetncia da justia estrangeira." 

 “Em certos casos, o direito brasileiro !eda a ambas as partes, seja na qualidade de autor ou réu, recorr

 justia alienígena, porque entende que tal atitude !iola a ordem p1blica. )té a presente data, contrato

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trans$erncia de tecnologia entre uma empresa brasileira e uma empresa estrangeira não são apro!ados 8N28 +8nstituto Nacional de 2ropriedade 8ndustrial, com sede no Uio de 0aneiro, quando as partes elegeum $oro ou um juí(o arbitral estrangeiro para dirimir as contro!érsias oriundas do contrato." 

 “Com !istas à sistem#tica da lei, igualmente por moti!o de ordem p1blica, a justia brasileira é competeinternacionalmente, com exclusão de qualquer outra estrangeira, quando a questão !ersada incidir sodeterminadas situaões, tais sejam aquelas decorrentes de um contrato de representaão comercial autPnou que en!ol!am a tutela do consumidor." 

I?8NIDADES DE )8RISDIÇ:O DO ESTADO ESTRANGEIRO “) possibilidade de ser parte de uma relaão jurídica de direito pri!ado com conexão internacional não

restrita aos particulares. 5 Estado também pode participar, à medida que sua lei interna admita essa atuae, se tal $or o caso, não !iole a legislaão de um outro Estado, a cujo territ&rio a relaão jurídica é !inculad

 “No início do século, os Estados, em geral, go(a!am ainda de imunidade absoluta perante a justia deoutro Estado. Ooje, porém, reina na doutrina internacional e na jurisprudncia dos di$erentes países a teseimunidade relati!a ou limitada de jurisdião do Estado estrangeiro. *esde ;<F<, o supremo /ribunal edrecon3ece ao Estado estrangeiro, tão%somente, imunidade relati!a ou limitada, e os tribunais brasileibaseados na decisão da suprema Corte, orientam%se na mesma direão." 

 “+... se o Estado estrangeiro pratica um a&o iure gestionis, ou seja, um ato negocial como se $osseparticular, estar# sujeito, como qualquer outro estrangeiro, à jurisdião local, enquanto, se o Esestrangeiro a&(ar iure imperii +por intermédio de seu c3e$e de go!erno, estado, ministro das rela

exteriores, diplomatas e cPnsules, ou seja, em car#ter o$icial e em interrelaão direta com o Estado logo(ar# de imunidade de jurisdião no seu territ&rio. Neste 1ltimo caso s& ser# possí!el acionar o Estestrangeiro se este renunciar ao seu pri!ilégio de imunidade." 

 “5rgani(aões internacionais também podem go(ar de imunidade de jurisdião no país da sua sede. 'e $ocumpridos determinados requisitos, empresas estatais, pertencentes a um Estado estrangeiro, go(ammesmo pri!ilégio."

 “*1!idas, suscita, igualmente, a imunidade do Estado estrangeiro quanto à execuão $orada dos seus bsituados num outro Estado. isto sob este Kngulo, a sua imunidade também não é absoluta. No e"&a!e'e# ser res*e$&a!as as "or#as !as Co"'e"-Fes !e V$e"a sore as Re+a-Fes D$*+o#,&$%aCo"s(+ares (e *res%re'e# sere# $s$%a#e"&e $"'$o+,'e$s os +o%a$s !a #$ssão !$*+o#,&$%a %&o!os os e"s a+$ s$&(a!os e# %o#o os +o%a$s res$!e"%$a$s (&$+$za!os *e+os (a!ros !$*+o#,&

a!#$"$s&ra&$'o e &%"$%o. Esses im&!eis e os !alores mobili#rios não podem ser objeto de busca, requisipen3ora ou qualquer outra medida de execuão, sendo que os arqui!os e documentos da missão diplom#são sempre in!iol#!eis. ) imunidade do Estado estrangeiro abrange, também, os créditos em cobanc#rias, destinadas a cobrir as despesas com a sua embaixada em outro país." 

;. HO?OLOGAÇ:O DE SENTENÇA ESTRANGEIRA

CONCEITOS E PRINCÍPIOS BÁSICOS “Con$orme o direito costumeiro internacional, nen3um Estado est# obrigado a recon3ecer no seu territuma sentena pro$erida por jui( o tribunal estrangeiro." 

 “Na pr#tica, porém, os Estados, em regra, recon3ecem sentenas estrangeiras, desde que cumprdeterminados requisitos legais na espécie." 

 “Normalmente, não se reexamina o mérito ou o $undo da sentena estrangeira, isto é, não é objetocognião da autoridade judici#ria interna a aplicaão correta do direito pelo jui( alienígena. ) senteestrangeira somente não ser# recon3ecida quando $erir a ordem p1blica, !iolando princípios $undamentaiordem jurídica interna." 

 “Lma sentena estrangeira apenas pode ter os e$eitos jurídicos dentro do territ&rio nacional que l3e concedpaís de origem. Das esses e$eitos jurídicos jamais podem ir além daqueles que um país admite parasentenas pro$eridas pelos juí(es, com base na lex fori . *essa $orma, a sentena estrangeira, ap&s o recon3ecimento, estar#, no m#ximo, apta a produ(ir os mesmos e$eitos jurídicos de uma sentena naciona

 “/rata%se, notadamente, dos e$eitos jurídicos da coisa julgada, da inter!enão de terceiros e das pr&psentenas constituti!as, condenat&rias e declarat&rias de proced=encia estrangeira em si mesmas, peran

ordem jurídica interna." 

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 “se, p. ex., con$orme o direito de um país estrangeiro, a questão prejudicial também $i(er coisa julgada, usentena estrangeira, recon3ecida no 9rasil, não é apta para surtir os e$eitos jurídicos da coisa julgada quaà questão prejudicial, decidida incidentemente, posto que, segundo o direito brasileiro, isso não ser# possí!

 “Lma !e( recon3ecida uma sentena condenat&ria estrangeira, existe a possibilidade de execut#%la con$oo procedimento pre!isto na lei do país em que se requer instaurar o processo execut&rio. No 9rasil, as norcorrespondentes situam%se na Constituião ederal +art. ;G<, T, da C, no C&digo de 2rocesso Ci!il eUegimento 8nterno do 'upremo /ribunal ederal." 

 “C$. art. >F> do C&digo de 2rocesso Ci!il- 6) execuão $ar%se%# por carta de sentena extraída dos auto

3omologaão e obedecer# às regras estabelecidas para a execuão da sentena nacional da mesma nature

 “C$. art. ??> do Uegimento 8nterno do 'upremo /ribunal ederal- 6) execuão $ar%se%# por carta de senteno juí(o competente, obser!adas as regras estabelecidas para a execuão de julgado nacional da mesnature(a7. E"&e"!e2se *or (/zo %o#*e&e"&eM os (/zes e!era$s "o se"&$!o !o ar&. 1U Co"s&$&($-ão 9e!era+." 

 “2ode ocorrer, e!entualmente, que os pressupostos do recon3ecimento de uma sentena estrangecon$orme um tratado internacional, sejam mais rígidos em relaão àqueles da legislaão de origem inteNesses casos, a doutrina postula, com ra(ão, a aplicaão da legislaão mais liberal de origem interna." 

 “No 9rasil, é indispens#!el o pronunciamento do judici#rio sobre o recon3ecimento de qualquer sente

estrangeira no país, sendo empregado o termo 3omologaão para designar este ato judicial." HO?OLOGAÇ:O DA SENTENÇA ESTRANGEIRA NO DIREITO BRASILEIRO

 “/odo tipo de sentena estrangeira est# sujeita, no 9rasil, à 3omologaão pelo 'upremo /ribunal ederal.que podem ser con$eridas pelo Uegimento 8nterno a seu presidente % art. ;G?, 8, 3, da Constituião ede+5 par#gra$o 1nico do art. ;@, da :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il disciplina que- “Não dependem3omologaão as sentenas meramente declarat&rias do estado das pessoas.

 “Entre as decisões estrangeiras 3omolog#!eis $iliam%se também aquelas da 6jurisdião !olunt#ria7, bem cos laudos arbitrais. 8gualmente, decisões estrangeiras em processos cautelares são equiparadas às sentenestrangeiras, necessitando a pré!ia 3omologaão para que possam ser cumpridas no 9rasil." 

 “+... (#a #e!$!a %a(&e+ar "ão *o!er, ser %(#*r$!a a($ "o Bras$+ #e!$a"&e s$#*+es %a

ro=a&<r$a, !isto que quaisquer atos execut&rios não são passí!eis de cumprimento, sem a pr3omologaão, pelo 'upremo /ribunal ederal, das decisões judiciais estrangeiras em que se baseiem +..." 

 “+... estão sujeitos à 3omologaão, p. ex. decisões estrangeiras re$erentes a di!&rcios por mconsentimento, mesmo quando reali(ados no exterior, perante um &rgão administrati!o em con$ormidade o sistema jurídico do país de origem. 2or outro lado, ob!iamente, não se cuidando de sentenas estrange&/&(+os e0e%(&$'os e0&ra(!$%$a$s %o#o +e&ras !e %#$o e "o&as *ro#$ss<r$as !e *ro%e!Jes&ra"=e$ra "ão !e*e"!erão !e 3o#o+o=a-ão *ara sere# e0e%(&a!as "o Bras$+, desde querequisitos de $ormaão, exigidos pela lei do lugar da sua celebraão, estejam cumpridos e indique o 2aís coo lugar do cumprimento da obrigaão." 

 “)nteriormente à 3omologaão, a sentena estrangeira pode surtir e$eitos jurídicos no territ&rio nacimeramente para $ins probat&rios, e tal apenas como documento. Entretanto, contro!erte%se na doutrina sua $ora probante." 

 “) nature(a do processo de 3omologaão da sentena estrangeira é jurisdicional, e aquele que pro!ocati!idade jurisdicional propõe uma !erdadeira aão, a aão 3omologat&ria com rito especial peran'upremo /ribunal ederal." 

 “:egitimada é, para propor a aão 3omologat&ria, a parte interessada. Esta ser# qualquer pessoa peranqual a sentena 3omologada possa surtir e$eitos jurídicos no 9rasil. )lém das partes no processo estrangou seus sucessores, &a## o &er%e$ro *or'e"&(ra a&$"=$!o (r$!$%a#e"&e *e+a se"&e"-a *roe*or ($z o( &r$("a+ es&ra"=e$ro *o!e &er esse #es#o $"&eresse." 

 “) parte legitimada, con$orme o seu interesse peculiar, pode requerer a 3omologaão total ou parcia

sentena estrangeira." 

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 “+... apenas pode ter no 9rasil, a e$ic#cia jurídica que l3e atribua o ordenamento jurídico de origem. 2or ra(ão, p. ex., uma sentena estrangeira de anulaão de casamento que $ere a ordem p1blica brasileira n3omolog#!el como sentena de di!&rcio, mesmo quando os requisitos legais para tal, na espécie, estecumpridos no 9rasil. 'e o pedido 3omologat&rio $or inde$erido, nada impede à parte interessada reno!#%com ele apresentar os requisitos legais necess#rios à 3omologaão." 

 “) $unão judici#ria do 'upremo /ribunal ederal no processo de 3omologaão limita%se a obser!ar s julgado pro$erido no estrangeiro coaduna%se com os princípios b#sicos do direito !igentes no 9rasil. 2ora(ão, em princípio, não é permitido discutir o mérito da sentena estrangeira para o $im de 3omologaão." 

 “Não ser# 3omologada no 9rasil a sentena que o$enda a soberania nacional, a ordem p1blica e os bcostumes." 

 “) ordem p1blica considera%se !iolada quando o %o"&e!o !a !e%$são  pro$erida pelo jui( ou tribestrangeiro, o( o *ro%e!$#e"&o (!$%$a+ que deu ensejo a prolataão da sentena, $or incompatí!el comprincípios $undamentais da ordem jurídica p#tria. Ass$# !e'e# ser !$ere"%$a!os "o *ro%esso3o#o+o=a-ão os re($s$&os #a&er$a$s !os *ro%ess(a$s "e%ess,r$os *ara (e a se"&ees&ra"=e$ra *ossa &er e$%,%$a (r/!$%a "o Bras$+.K

 “Na jurisprudncia do 'upremo /ribunal são raros os casos em que a Corte inde$ere o pedido 3omologat&por considerar !iolada a ordem p1blica em !irtude de moti!os de direito material." 

 “Buando o 'upremo /ribunal ederal denega a 3omologaão da sentena estrangeira, esta, na grande mados casos, não atende a requisitos processuais , cuja obser!Kncia no processo são indispens#!eis, segunddireito brasileiro." 

 “Constitui requisito b#sico à 3omologaão da sentena estrangeira , a competncia do jui( estrangeiro. /rse de competncia indireta, j# que do seu exame pelo 'upremo /ribunal ederal depender# a 3omologaãosentena estrangeira no país, sendo denegada quando a justia brasileira, de acordo com a legislaão!igor no país, seja internacionalmente competente, com a exclusão de qualquer outra autoridade judici#riaestrangeiro +p. ex., art. F< do C2C. )demais, a 3omologaão da sentena estrangeira não prosperar# casos de competncia concorrente da justia brasileira quando, con$orme o direito p#trio, é lícito ao recusar a jurisdião estrangeira." 

 “) citaão regular da parte domiciliada no 9rasil, perante um processo instaurado no estrangeiro, é de srele!Kncia na pr#tica. 'e o réu ti!er domicílio no 9rasil e este $or certo e sabido, o !$re$&o ras$+e$roa!#$&$r, a %$&a-ão #e!$a"&e %ar&a ro=a&<r$a %o# exequatur %o"%e!$!o *e+o Pres$!e"&e !o S(*reTr$("a+ 9e!era+, e outra não poder# ser a $orma processual aplic#!el, posto !iolar a ordem p1bbrasileira." 

 “E"&re&a"&o s(*re2se a a+&a !a %$&a-ão re=(+ar (a"!o a *r<*r$a *ar&e "ão %3a#a!a ao *ro%e"o e0&er$or or a re(ere"&e !a 3o#o+o=a-ão !a se"&e"-a es&ra"=e$ra. O #es#o o%orrer, se o a%e$&o( %o#o e$%az a se"&e"-a *roer$!a *or ($z es&ra"=e$ro e "ão %o"&es&o( a a3o#o+o=a&<r$a reere"&e (e+a !e%$são. ) jurisprudncia admite, ainda, que o comparecimespontKneo do réu, em processo do qual pro!en3a a sentena estrangeira, a$aste e!entuais irregularidades

 “5utros requisitos, indispens#!eis à 3omologaão da sentena estrangeira, são o seu trKnsito em julgadoseu re!estimento das $ormalidades necess#rias à execuão no lugar em que $oi pro$erida. 5 'upremo /ribederal não 3omologa sentena pro$erida no estrangeiro sem a pro!a de seu trKnsito em julgado. 'egundCorte 'uprema, essa exigncia considera%se j# cumprida, se o trKnsito em julgado da sentena estrangpuder ser dedu(ido de $atos conclusi!os dentro dos autos. 8ndispens#!el para a instauraão da a3omologat&ria ser# ainda, a juntada da certidão ou c&pia autntica do texto integral da sentena estrange+acompan3ada de traduão o$icial ou juramentada ou, ainda, por tradutor designado por jui( de direito9rasil, em atenão às normas do C&digo de 2rocesso Ci!il em !igor.

 “) sentena estrangeira a ser 3omologada nunca pode prescindir da autenticaão pelo cPnsul brasileiro no de origem." 

 “Nos casos que permitem a 3omologaão do laudo arbitral estrangeiro pelo 'upremo /ribunal edera

requisito indispens#!el que este seja moti!ado e de!idamente 3omologado pela 0ustia no lugar de origem

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@. COOPERAÇ:O )8DICIÁRIA INTERNACIONAL E REGI?E DAS PROVAS NOS PROCESSOS CCONE:O INTERNACIONAL

COOPERAÇ:O )8DICIÁRIA INTERNACIONAL “J princípio $undamental no direito internacional p1blico que os tribunais e outra autoridades estadesempen3em suas $unões somente dentro dos limites do territ&rio do pr&prio Estado, sal!o quaautori(ados, expressamente, por outro Estado para atuar no territ&rio al3eio. ) !iolaão da regrdesrespeito à soberania do Estado." 

 “2or essa ra(ão, se num procedimento judicial $orem necess#rias pro!id=encias e dilig=encias $ora do territ

nacional, as autoridades judici#rias dependerão da cooperaão das autoridades estrangeiras." 

 “5bjeto de cooperaão internacional são os atos de comunicaão e dilig=encias de instruão dos processoscurso, como citaões, noti$icaões, intimaões, !istorias, a!aliaões, exames de li!ros, interrogat&inquiriões etc." 

 “5 meio cl#ssico para obter a cooperaão de uma autoridade estrangeira é a carta rogat&ria +tamc3amada de comissão rogat&ria, que é o instrumento que contém o pedido de auxílio +redigido no idioma

 justia rogada, sal!o pre!isão di!ersa em tratado, $eito pela autoridade judici#ria de um Estado, a oEstado estrangeiro." 

 “'e um Estado presta cooperaão judici#ria internacional, !oluntariamente, baseado na sua legislaão inte

é usual transitar a carta rogat&ria pela !ia diplom#tica."  “) autoridade judici#ria rogada aplica a lei processual da lex fori , ou seja, a sua pr&pria lei quantocumprimento das diligncias solicitadas pela justia rogante." 

 “'e um estado não est# !inculado por um tratado ou uma con!enão internacional, é sempre li!re recusar%se a prestar cooperaão judici#ria internacional, a não ser que a legislaão autPnoma internobrigue a agir." 

 “Buanto à %ar&a ro=a&<r$a a&$'a, isto é, aquela expedida por jui( ou tribunal p#trio, a legislaão !igeordena, para sua admissibilidade e modo de cumprimento, seja aplic#!el o que $or estabelecido em con!eninternacional." +art. ?;G, C2C.

 “'e o 9rasil não ti!er !inculado a um tratado internacional, o que é regra, a carta rogat&ria ser# en!iada,!ia diplom#tica, depois de tradu(ida para a língua do país em que 3# de se praticar o ato, à autorid judici#ria estrangeira. ) lei estabelece outros requisitos $ormais, b#sicos para a !alidade da carta rogatati!a +arts. ?G?, ?GI e IIF do C2C. Caso o país recusar cumprir a carta rogat&ria para citaão, expedida

 jui( ou tribunal brasileiro, esta ser# $eita por edital, ensejando os e$eitos da re!elia, con$orme o dirbrasileiro +art. ?I;, par#gra$o ;o, C2C".

 “No direito brasileiro, as normas sobre as cartas rogat&rias passi!as +... estão espal3adas, atualmente,!#rios diplomas legais, como a Constituião, o C&digo de 2rocesso Ci!il, o Uegimento 8nterno do 'upr/ribunal ederal e a :ei de 8ntroduão ao C&digo Ci!il +aplicam%se, também, as disposiões do C&digo9ustamante." 

 “+... a carta rogat&ria tão%somente ser# examinada pelo 'upremo /ribunal ederal ou seu 2residente quaà matéria pertinente ao ato processual rogado pela autoridade estrangeira, e não à outra estran3a +..." 

 “Por %o"s&$&($r (#a '$o+a-ão !a or!e# *+$%a "ão serão %(#*r$!os "o Bras$+ %ar&as ro=a&<res&ra"=e$ras reere"&es a *ro%essos !e %o#*e&J"%$a e0%+(s$'a !os &r$("a$s ras$+e$ros. Entretaé pací$ica a jurisprudncia do 'upremo /ribunal ederal no sentido de que, em se tratando de lide competncia da autoridade judici#ria brasileira é meramente relati!a ou concorrente, a possibilidadeinteressado em não aceitar a jurisdião estrangeira não impede a concessão do exequatur para sua citanoti$icaão ou intimaão." 

 “Na pr#tica, as cartas rogat&rias, transmitidas pela !ia diplom#tica, são a grande maioria , dispensandautenticaão por repartião diplom#tica brasileira no país da justia rogante. )penas aquelas rogat&rias, ingressam no 'upremo /ribunal ederal, diretamente por !ia de particulares, reclamam a c3ancela consu

+requisito da autenticidade.

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 “9$"a+#e"&e *r$"%/*$o ("!a#e"&a+ !o !$re$&o ras$+e$ro (e "ão sea %o"%e!$!o o exequatu

(#a %ar&a ro=a&<r$a es&ra"=e$ra (a"!o a !$+$=J"%$a ro=a!a res(+&ar e# a&o e0e%(&<r$o&err$&<r$o "a%$o"a+ +a exemplo de medidas cautelares que necessitam de pré!ia 3omologaão pelo '/."

REGI?E DAS PROVAS NOS PROCESSOS CO? CONE:O INTERNACIONAL “5 9rasil, até a presente data, contudo, não rati$icou nen3uma dessas con!enões mais modernas." 

 “2or essa ra(ão, ainda se aplicam, na íntegra, as normas sobre a carta rogat&ria ati!a e passi!a, decretapelo legislador p#trio, quando uma autoridade judici#ria brasileira ou estrangeira solicitar diligncia peraautoridade judici#ria noutro país, re$erente à col3eita de pro!as, a não ser que inter$iram normas de trata

internacionais, tendo como objeto a tramitaão das cartas rogat&rias em geral." 

 “*estarte, é aplic#!el a lex fori quando esta estabelece- a quais são os meios probat&rios admitidos pelab qual é a sua $ora probanteH c de que $orma as pro!as de!em ser produ(idasH d se a produão das proé determinada pelo jui( de o$ício ou a requerimento da parteH e quando um $ato é considerado como pro!ou incontro!erso no processoH e $ como o jui( apreciar# as pro!as produ(idas." 

 “J o direito substanti!o ou material que indica, com exclusi!idade, quais são os $atos para que a pretensãoautor de uma demanda possa ser acol3ida pelo jui(. 2ro!ados os pressupostos $#ticos con$orme o dirsubstanti!o ou material +indicado pela norma indicati!a ou indireta de direito internacional pri!ado da lex fa pretensão requerida ser# tutelada jurisdicionalmente. 0# a quali$icaão do Pnus da pro!a e das presunlegais é juridicamente mais complicada." 

 “Na realidade, as regras jurídicas sobre o =onus de pro!a e as presunões legais estão !inculaestreitamente ao direito substanti!o ou material, sendo que uma consider#!el parte da doutrina as qualde direito substanti!o ou material, opinião com a qual consentimos. 'endo assim, é mister a aplicaão dacausae, ou seja, do direito aplic#!el a uma relaão jurídica com conexão internacional, con$orme as nordo direito internacional pri!ado." 

 “5 direito processual também con3ece presunões legais, le!ando em consideraão o comportamento partes durante o processo. Essas normas não são !inculadas diretamente ao direito substanti!o ou mate)plica%se aqui a lex fori ." 

 “Buali$icando%se como norma processual, aplica%se sempre a lex fori ." 

 “/ratando%se, porém, de norma destinada a de$inir os requisitos da $orma extrínseca de um neg&cio jurídinter!m as regras do direito internacional pri!ado, desde a causa, em questão, ten3a conexão internacioEm quase todos os países, inclusi!e no 9rasil, aceita%se, no direito internacional pri!ado, a regra locus ractum, concernente à $orma extrínseca de um neg&cio jurídico, isto é, quanto a sua $orma extrínseca, semé aplic#!el a lei do lugar em que $oi reali(ado. Desmo quando $or aplic#!el a um determinado neg&cio juríum direito que não corresponde àquele do lugar em que $oi reali(ado, admite%se, alternati!amentaplicaão do princípio geral do locus regit actum, a $im de garantir a !alidade $ormal do neg&cio jurídico." 

. O8TROS TE?AS ESPECÍ9ICOS RELACIONADOS AO DIREITOPROCESS8AL CIVIL INTERNACIONAL

LITISPEND>NCIA INTERNACIONAL “J regra b#sica do direito processual ci!il internacional que as prescriões sobre a litispendncia internacise regulem pela lex fori , como, p. ex., o conceito de litispend=encia internacional, a admissão da exceãolitispendncia internacional no processo, a $aculdade do jui( de con3ecer de o$ício ou não a litispend=einternacional, a de$inião do momento que indu( a litispendncia internacional, o conceito de causa idntetc." 

 “+... os países que aceitam a exceão de litispend=encia internacional não o $a(em irrestriti!amente. 'posterior recon3ecimento da sentena estrangeira $or impro!#!el por !iolar a ordem p1blica, a litispendinternacional não ter# os e$eitos jurídicos para um processo pendente perante um juí(o nacional." 

 “J este o caso, p. ex., quando o direito p#trio não recon3ece jurisdião alienígena concorrente, por atribui$oro car#ter exclusi!o." 

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 “No direito brasileiro atual, o art. <G do C&digo de 2rocesso Ci!il cuida da matéria, deliberando que a a$"&e"&a!a *era"&e (# &r$("a+ es&ra"=e$ro "ão $"($z a +$&$s*e"!J"%$a "e# os&a a (e a a(&or$! (!$%$,r$a ras$+e$ra %o"3e-a !a #es#a %a(sa e !as (e +3e são %o"e0asM".

 “'e entre as mesmas partes $oi instaurado um processo no 9rasil e outro no estrangeiro, cujas causas idnticas, e o jui( alienígena, em seguida, pro$eriu uma sentena transitada em julgado, que, ademais3omologada pelo supremo /ribunal ederal enquanto o processo no 9rasil ainda esta!a pendente, o dirbrasileiro admite a argião de coisa julgada, bastando, para isso, a decisão 3omologat&ria ter transitado

 julgado. E quanto a esta argião, não importa se a aão $oi proposta no estrangeiro antes ou depois daqno 9rasil. Nesse caso, o jui( sempre con3ece da coisa julgada de o$ício ou por argião da parte, e issoqualquer tempo ou grau de jurisdião, enquanto não $or pro$erida a sentena de mérito." 

 “2orém, enquanto não $or 3omologada a sentena estrangeira pelo 'upremo /ribunal ederal, esta não poprodu(ir e$eitos jurídicos no 9rasil, não 3a!endo repercussões dessa sentena em relaão a um procependente no 9rasil. )ssim, se no decurso do processo de 3omologaão, transitar em julgado a sentepro$erida sobre a lide perante o jui( brasileiro, no 'upremo /ribunal ederal, aquele processo j# não podprosseguir mais. Lma !e( !eri$icada a coisa julgada da sentena pro$erida pelo jui( brasileiro, o 'upre/ribunal ederal de!er# extinguir o processo de 3omologaão, sem julgamento de mérito ." 

CA8Ç:O DE PROCESSO “) cauão de processo +cautio judicatum solvi  é uma garantia a $a!or da parte contr#ria para cobrir as cudecorrentes de um processo ci!il, inclusi!e os 3onor#rios ad!ocatícios. ia de regra, o Pnus para precauão no processo incumbe ao autor de uma demanda ou ao recon!inte." 

 “5 9rasil não rati$icou nen3uma con!enão multilateral, mas assumiu com a rana, obrigaões concerneà cauão de processo +cautio judicatum solvi  na Con!enão de Cooperaão 0udici#ria em Datéria CComercial, /rabal3ista e )dministrati!a, de IG de janeiro de ;<F;." 

 “Como ainda é pouca a rele!Kncia dos tratados internacionais no 9rasil, o direito de origem interna qusempre é o aplic#!el." 

 “*e acordo com essa legislaão, o autor nacional ou estrangeiro que residir $ora do 9rasil, ou dele se ausena pend=encia da demanda prestar#, nas aões que intentar, cauão su$iciente às custas e aos 3onor#rioad!ogado da parte contr#ria, caso não ten3a bens im&!eis no 9rasil que l3es asseguram o pagamento +FI@ do C&digo de 2rocesso Ci!il. 2orém, não se exigir# cauão na execuão $undada em título execu

 judicial e extrajudicial nem na recon!enão +art. FI= do C2C." 

 “Buem de!e pagar a cauão é tão%somente o autor. 5 recon!inte é expressamente dispensado deste Pnuslei +art. art. FI=, 88, do C2C. )lém do caso de pessoa $ísica não residente no país, a pessoa jurídica com sno exterior também est# obrigada a prestar cauão. ) jurisprudncia é pací$ica nesse sentido +... a regra se aplica caso possua im&!eis no 9rasil, su$icientes para cobrir as custas do processo e os 3onor#rios da pcontr#ria." 

 “) lei permite que a garantia prestada seja de nature(a real ou pessoal. 5utrossim, não impede a garantiaterceiro, não participante da relaão jurídica processual." 

 “Como no direito brasileiro o jui( pode $ixar estes 3onor#rios entre ;GY +de( por cento e ?GY <!intecento, calculados sobre o !alor da condenaão, !alores que podem ser proibiti!os para o autor, por semuito ele!ados, a!entou%se na doutrina a contro!érsia da constitucionalidade do no!o diploma legal." 

 “Na realidade, a norma, em si mesma, não é atingida pelo !ício da inconstitucionalidadeH apenas obriga o a interpret#%la, no caso concreto, de acordo com a Constituião. Este $ixar# para a cauão, destarte, um !correspondente à capacidade econ=omica do autor residente $ora do 9rasil, le!ando em consideraão adisponibilidade de !erbas, como também pra(o su$iciente para o cumprimento do Pnus." 

 “Con$orme a legislaão em !igor, o jui( determinar# a cauão nos pr&prios autos de aão de con3ecimeEsta jurisprudncia, entretanto, não é pací$ica." 

CAPACIDADE PROCESS8AL DA PARTE “) doutrina pretende aplicar um tratamento di$erente à capacidade da pr&pria parte de estar em juí(o. 5que seja aplic#!el a esta a lei reguladora da capacidade de exercício ou de $ato, e isso de acordo comnormas do direito internacional pri!ado da lex fori , designati!as do direito aplic#!el." 

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 “) aplicaão dessa regra, na realidade, constituiria uma exceão à regra geral, que di( ser aplic#!el ao dirprocessual ci!il a lex fori . /ranspondo o preceito ao direito brasileiro, à capacidade processual de estar

 juí(o seria aplic#!el a lei do país em que $osse domiciliada a pessoa +art. Ao, caput , da :8CC." 

 “)nalisando, porém, as normas do C&digo de 2rocesso Ci!il sobre a capacidade processual +arts. Ao  a ;C&digo de 2rocesso Ci!il, parece%nos ser mais oportuno aplicar indistintamente a lex fori , ou seja, o dirbrasileiro, por 3armoni(ar%se mel3or com o texto da lei. )ssim, p. ex., para que o cPnjuge possa propo9rasil aões que !ersem sobre direitos reais imobili#rios, ser# sempre necess#rio o consentimento do ouindependentemente do domicílio dos cPnjuges +art. ;G, caput , C2C." 

 “Estas reputam%se juridicamente capa(es, con$orme o ordenamento jurídico p#trio, quando $orma

!alidamente em consonKncia com a legislaão do lugar de sua constituião. )ssim sendo, tal $ato enseautomaticamente a capacidade de ser parte num processo ci!il +... Na mesma esteira, o pr&prio C&digo2rocesso Ci!il em !igor estabelece que a pessoa jurídica estrangeira ser# representada em juí(o ati!passi!amente pelo gerente, representante ou administrador de sua $ilial, agncia ou sucursal abertainstalada no 9rasil. +art. ;?, 888, do C&digo de 2rocesso Ci!il." 

ASSIST>NCIA )8DICIÁRIA GRAT8ITA “No 9rasil, nos termos da lei, go(arão desse bene$ício todos os nacionais e estrangeiros residentes no país necessitam recorrer à justia cí!el. Contro!erso na doutrina e na jurisprudncia é se uma pessoa jurítambém pode usu$ruir de assistncia judici#ria gratuita." 

 “*as con!enões multilaterais, rati$icadas pelo 9rasil, o C&digo 9ustamante pre! expressamente que

nacionais de cada Estado contratante go(arão, em cada um dos outros, do bene$ício de assistncia judici#nas mesmas condiões dos naturais." 

 “Não obstante, a legislaão interna brasileira re$erir%se apenas aos estrangeiros residentes no 9rasil, Oaralladão sustenta, com ra(ão, que os não residentes no 9rasil, nacionais e estrangeiros, de!eriam go(abene$ício de assistncia judici#ria gratuita, indiscriminadamente, uma !e( compro!ados os requisitos legamesmo quando o estrangeiro nessa condião não seja pri!ilegiado por um tratado internacional especí$ico.

 “2or outro lado, uma pessoa jurídica estrangeira não pode se bene$iciar da assistncia judici#ria gratuita." 

REGI?E )8RÍDICO DOS DOC8?ENTOS DE PROCED>NCIA ESTRANGEIRA “) lei determina que todos os documentos de proced=encia estrangeira, acompan3ados das respecttraduões, estão sujeitos a registro, no Uegistro de /ítulos e *ocumentos, para produ(irem e$eitos em rela

a terceiros em repartiões da Lnião, dos Estados, do *istrito ederal, dos /errit&rios e dos Dunicípios, ouqualquer instKncia, juí(o, ou tribunal +art. ;?<, par#gra$o =o, da :U2. ) lei especi$ica, ainda, que o documeredigido em língua estrangeira s& pode ser juntado aos autos do processo quando acompan3ado de !ersão!ern#culo, $irmada por tradutor juramentado +art. ;@A, C2C." 

 “No 9rasil, o o$ício de tradutor s& pode ser exercido por cidadão brasileiro nato ou naturali(ado." 

 “Não se exige o registro de documento para que ten3a !alidade entre as pr&prias partes, como também dispensado se o documento esti!er autenticado por autoridade consular brasileira no estrangeiro e destinatão%somente, a produ(ir e$eito em juí(o, não sendo utili(ado por outras repartiões p1blicas +'1mula ?@<'/

 “*entre os documentos para os quais o direito brasileiro exige o recon3ecimento da $irma, incluem%se tamos de procedncia estarngeira." 

 “*e acordo com as Con!enões de iena sobre as Uelaões de Nature(a *iplom#tica e Consular, amrati$icadas pelo 9rasil, as representaões diplom#ticas e consulares no exterior, dentro dos limites permitpelo direito internacional e respeitadas as normas internas do Estado estrangeiro, estão autori(adas a exe$unões de not#rio e o$icial de registro ci!il e outras similares, além das de car#ter administrati!o." 

 “2ara a legislaão interna, tratando%se de brasileiros, serão competentes as autoridades consulares brasilepara celebrar o casamento e demais atos do registro ci!il ou de tabelionato, inclusi!e o registro do nascimee do &bito de $il3os de brasileiro ou de brasileira nascidos no país da sede do consulado +art. ;F, da :8CC.