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14 ECONOMIA BRASÍLIA, TERÇA-FEIRA, 17 DE FEVEREIRO DE 2009 Editor: Raul Pilati //[email protected] Subeditores: Luciana Otoni, Maísa Moura e Sandro Silveira Tel. 3214-1148 [email protected] CORREIO BRAZILIENSE FUNCIONALISMO Decisão do Supremo Tribunal Federal dá a aposentados da seguridade social o direito de receber gratificação paga aos que estão em atividade. Medida é retroativa a maio de 2004 e atinge cerca de 200 mil Benefício a inativos C M Y K C M Y K A-14 A-14 C M Y K C M Y K DÓLAR EURO BOLSAS Turismo,venda (em R$) na segunda-feira Segunda-feira (em R$) GLOBAL 40 BOVESPA CDB INFLAÇÃO IPCA do IBGE (em %) 12,28% R$ 3,047 ( 0,33%) R$ 2,280 ( 0,71%) US$ 1,233 NÃO FOI NEGOCIADO ONTEM Setembro/2008 0,26 Outubro/2008 0,45 Novembro/2008 0,36 Dezembro/2008 0,28 Janeiro/2009 0,48 Últimas cotações (em R$) 09/fevereiro 2,23 10/fevereiro 2,28 11/fevereiro 2,29 12/fevereiro 2,28 13/fevereiro 2,26 Índice da Bolsa de Valores de São Paulo nos últimos dias (em pontos) 40.845 Prefixado, 30 dias (em % ao ano) 11/02 12/02 13/02 16/02 Na segunda-feira (em %) Título da dívida externa brasileira,na segunda-feira R$ 68,000 ( 0,15%) Na BM&F,o grama (em R$) OURO Nova York (Feriado nos EUA) 41.841 + 0,40% São Paulo Em 2007, provocado por cinco servidores do Ministé- rio dos Transportes, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que não era justo que ativos e inativos recebessem pontuações di- ferentes da Gratificação de Desempenho de Atividade Técnico-Administrativa (Gdata). Na época, os mi- nistros da Suprema Corte entenderam que o paga- mento desigual de gratifi- cações desrespeitava a regra da paridade de proventos entre os servidores. Criada em fevereiro de 2002, a Gdata correspon- dia a um mínimo de 37,5 pontos no contracheque de quem estava na ativa. Já os aposentados recebiam ape- nas 10 pontos. Depois de muita pressão dos sindica- tos, o governo cedeu e ele- vou o saldo mínimo para 60 pontos — válido somen- te para os servidores que estavam em atividade. A Gdata foi extinta em 2006 em meio a centenas de con- testações judiciais movidas por servidores de todo o país. Igualdade A tese jurídica que dá o tom da polêmica sobre a GDASST é semelhante àque- la julgada pelo STF e que envolvia a Gdata. Da mes- ma maneira que agora, há dois anos, o entendimento dos sindicatos era de que o posicionamento do Supre- mo abria precedentes legais para que servidores que se diziam discriminados ques- tionassem seus direitos. A Confederação dos Tra- balhadores no Serviço Público Federal (Condsef ) orientou sua base a ingres- sar com ações na Justiça co- brando não só o pagamen- to daquilo que era devido, como também os atrasa- dos. Outras entidades sin- dicais foram além. Repas- saram aos filiados argu- mentos de que a jurispru- dência aberta pela decisão do STF beneficiava não só os servidores inativos que recebiam a Gdata, mas também outras carreiras que tinham no contrache- que gratificações semelhan- tes. (VC e LP) MEMÓRIA Gdata foi a primeira VÂNIA CRISTINO E LUCIANO PIRES DA EQUIPE DO CORREIO A posentados e pensio- nistas da área da seguri- dade social — que in- clui a Saúde, Previdên- cia, Assistência Social, Trabalho e Funasa — têm direito a rece- ber a Gratificação de Atividade de Seguridade Social e do Traba- lho (GDASST), que é paga a ser- vidores ativos. A decisão do Su- premo Tribunal Federal (STF) é retroativa a 1º de maio de 2004, deve atingir cerca de um terço dos inativos da União e tem tu- do para se transformar em um novo esqueleto. O Ministério do Planejamen- to e a Advocacia-Geral da União não deram informações sobre a abrangência da decisão do Su- premo. Ainda cabe recurso, mas eles serão apenas protelatórios. A assessoria de imprensa do STF explicou que, com a decisão, qualquer ação semelhante que chegar a um tribunal de alçada inferior terá o mesmo acolhi- mento. Isso significa que quem recorrer à Justiça, ganhará. Com base nos dados disponíveis no site do Planejamento, poderão ser beneficiados cerca de 200 mil aposentados e pensionistas de um total de 613 mil inativos do poder executivo. Por ano, os inativos custam R$ 36 bilhões ao governo. Desse total, R$ 17,5 bi- lhões vão para o pagamento dos inativos da seguridade social. A gratificação foi criada pelo governo com a intenção de ava- liar o desempenho da categoria. Segundo a Lei 10.483, de 2002, ficou sob a responsabilidade do Poder Executivo estabelecer os critérios e procedimentos espe- cíficos para a concessão do be- nefício que só os servidores em atividade teriam acesso. Só que o Executivo nunca regulamen- tou a lei, o que possibilitou aos ministros do STF entenderem que a gratificação tem caráter genérico, não podendo ser classificada como de desem- penho. Essa foi a justificativa para que seja estendida aos aposentados e pensionistas na mesma proporção paga aos servidores em atividade. ingressar na justiça, pedindo a extensão dos efeitos da decisão do STF. O advogado chama a atenção para a questão da pres- crição. “ A prescrição contra o governo é de cinco anos e a cada mês que passa os aposentados e pensionistas perdem um mês no cálculo das parcelas atrasa- das”, explicou. No meio sindical, a decisão do STF ainda é motivo de dúvi- das. Entidades que representam os servidores mobilizaram suas assessorias jurídicas nas últimas semanas para tentar traduzir os efeitos da ação que poderá be- neficiar milhares de pensionis- tas e aposentados. Até agora, no entanto, não há consenso. Mes- mo os sindicatos mais engaja- dos não conseguiram chegar a conclusão alguma. Para a Confederação dos Tra- balhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o episódio re- presenta um avanço importante na busca pela paridade entre ati- vos e inativos. A isonomia no funcionalismo é uma bandeira antiga da entidade que prepara para março uma marcha justa- mente em defesa daquilo que é considerado, segundo o ponto de vista dos organizadores, um direito previsto na Constituição. Já o Sindicato dos Trabalha- dores Federais em Saúde, Traba- lho, e Previdência Social no Dis- trito Federal (Sindprev-DF), que também analisa os efeitos da decisão do STF, acredita que o gesto da Justiça é motivo de co- memoração. De acordo com Vai- ner Augusto, diretor jurídico, a ação abre precedentes a todo o funcionalismo. “O governo usa de vários artifícios para negar a paridade”, resumiu. Augusto ad- verte que não é possível estimar quantas pessoas poderiam ser beneficiadas, mas alerta: “Ou o governo resolve isso administra- tivamente ou terá de enfrentar uma enxurrada de ações judi- ciais”, disse. Segundo o STF, a decisão está de acordo com a Emenda Cons- titucional 41, que determina que os proventos de aposenta- dorias e pensões devem ser re- vistos na mesma proporção e na mesma data que a remune- ração dos ativos, devendo ser estendidos aos inativos todos os benefícios e vantagens concedi- dos aos em atividade. Com a de- cisão do Supremo os inativos deixarão de ter apenas 30 pon- tos de gratificação e serão igua- lados aos servidores em ativida- de, que recebem pelo menos 60 pontos. Cada ponto é converti- do em valor pecuniário. Prescrição De acordo com o advogado Lino Cavalcante, a decisão do Supre- mo põe fim a uma “odiosa discri- minação”. “O que os ministros fizeram foi confirmar o entendi- mento anterior, que já tinham externado por ocasião do julga- mento da gratificação de ativi- dade”, observou. Segundo Ca- valcante, para receber os atrasa- dos e ter o contracheque au- mentado, os inativos deverão correiobraziliense.com.br Leia íntegra: Processo sobre a gratificação de atividade de seguridade social e de trabalho

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14 ECONOMIA BRASÍLIA, TERÇA-FEIRA, 17 DE FEVEREIRO DE 2009 Editor: Raul Pilati // [email protected]

Subeditores: Luciana Otoni, Maísa Moura e Sandro Silveira

Tel. [email protected]

CORREIO BRAZILIENSE

FUNCIONALISMODecisão do Supremo Tribunal Federal dá a aposentados da seguridade social o direito de receber gratificação paga aos que estão em atividade. Medida é retroativa a maio de 2004 e atinge cerca de 200 mil

Benefício a inativos

C M Y K C M Y K

A-14A-14

C M Y K C M Y K

DÓLAR EUROBOLSAS Turismo,venda (em R$) na segunda-feiraSegunda-feira (em R$)

GLOBAL 40BOVESPA CDB INFLAÇÃOIPCA do IBGE (em %)

12,28% R$ 3,047( ▼ 0,33%)

R$ 2,280( ▲ 0,71%)

US$ 1,233( ▲0,65%)

NÃO FOI NEGOCIADO ONTEM

Setembro/2008 0,26Outubro/2008 0,45Novembro/2008 0,36Dezembro/2008 0,28Janeiro/2009 0,48

Últimas cotações (em R$)09/fevereiro 2,2310/fevereiro 2,2811/fevereiro 2,2912/fevereiro 2,2813/fevereiro 2,26

Índice da Bolsade Valores deSão Paulo nos últimos dias(em pontos)

40.845Prefixado,30 dias (em % ao ano)

11/02 12/02 13/02 16/02

Na segunda-feira (em %) Título da dívida externa brasileira,na segunda-feira

R$ 68,000( ▲ 0,15%)

Na BM&F,o grama (em R$)

OURO

Nova York(Feriado nos

EUA)

41.841

+ 0,40% São Paulo

Em 2007, provocado porcinco servidores do Ministé-rio dos Transportes, oSupremo Tribunal Federal(STF) decidiu que não erajusto que ativos e inativosrecebessem pontuações di-ferentes da Gratificação deDesempenho de AtividadeTécnico-Administrativa(Gdata). Na época, os mi-nistros da Suprema Corteentenderam que o paga-mento desigual de gratifi-cações desrespeitava a regrada paridade de proventosentre os servidores.

Criada em fevereiro de2002, a Gdata correspon-dia a um mínimo de 37,5

pontos no contracheque dequem estava na ativa. Já osaposentados recebiam ape-nas 10 pontos. Depois demuita pressão dos sindica-tos, o governo cedeu e ele-vou o saldo mínimo para60 pontos — válido somen-te para os servidores queestavam em atividade. AGdata foi extinta em 2006em meio a centenas de con-testações judiciais movidaspor servidores de todo opaís.

IgualdadeA tese jurídica que dá o

tom da polêmica sobre aGDASST é semelhante àque-la julgada pelo STF e queenvolvia a Gdata. Da mes-ma maneira que agora, hádois anos, o entendimentodos sindicatos era de que o

posicionamento do Supre-mo abria precedentes legaispara que servidores que sediziam discriminados ques-tionassem seus direitos.

A Confederação dos Tra-balhadores no ServiçoPúblico Federal (Condsef )orientou sua base a ingres-sar com ações na Justiça co-brando não só o pagamen-to daquilo que era devido,como também os atrasa-dos. Outras entidades sin-dicais foram além. Repas-saram aos filiados argu-mentos de que a jurispru-dência aberta pela decisãodo STF beneficiava não sóos servidores inativos querecebiam a Gdata, mastambém outras carreirasque tinham no contrache-que gratificações semelhan-tes. (VC e LP)

MEMÓRIA

Gdata foi aprimeira

VÂNIA CRISTINOE LUCIANO PIRESDA EQUIPE DO CORREIO

A posentados e pensio-nistas da área da seguri-dade social — que in-clui a Saúde, Previdên-

cia, Assistência Social, Trabalhoe Funasa — têm direito a rece-ber a Gratificação de Atividadede Seguridade Social e do Traba-lho (GDASST), que é paga a ser-vidores ativos. A decisão do Su-premo Tribunal Federal (STF) éretroativa a 1º de maio de 2004,deve atingir cerca de um terçodos inativos da União e tem tu-do para se transformar em umnovo esqueleto.

O Ministério do Planejamen-to e a Advocacia-Geral da Uniãonão deram informações sobre aabrangência da decisão do Su-premo. Ainda cabe recurso, maseles serão apenas protelatórios.A assessoria de imprensa do STFexplicou que, com a decisão,qualquer ação semelhante quechegar a um tribunal de alçadainferior terá o mesmo acolhi-mento. Isso significa que quemrecorrer à Justiça, ganhará. Combase nos dados disponíveis nosite do Planejamento, poderãoser beneficiados cerca de 200mil aposentados e pensionistasde um total de 613 mil inativosdo poder executivo. Por ano, osinativos custam R$ 36 bilhões aogoverno. Desse total, R$ 17,5 bi-lhões vão para o pagamento dosinativos da seguridade social.

A gratificação foi criada pelogoverno com a intenção de ava-liar o desempenho da categoria.Segundo a Lei 10.483, de 2002,ficou sob a responsabilidade doPoder Executivo estabelecer oscritérios e procedimentos espe-cíficos para a concessão do be-nefício que só os servidores ematividade teriam acesso. Só queo Executivo nunca regulamen-tou a lei, o que possibilitou aosministros do STF entenderemque a gratificação tem carátergenérico, não podendo serclassificada como de desem-penho. Essa foi a justificativapara que seja estendida aosaposentados e pensionistas namesma proporção paga aosservidores em atividade.

ingressar na justiça, pedindo aextensão dos efeitos da decisãodo STF. O advogado chama aatenção para a questão da pres-crição. “ A prescrição contra ogoverno é de cinco anos e a cadamês que passa os aposentados epensionistas perdem um mêsno cálculo das parcelas atrasa-das”, explicou.

No meio sindical, a decisãodo STF ainda é motivo de dúvi-das. Entidades que representamos servidores mobilizaram suasassessorias jurídicas nas últimassemanas para tentar traduzir osefeitos da ação que poderá be-neficiar milhares de pensionis-tas e aposentados. Até agora, noentanto, não há consenso. Mes-mo os sindicatos mais engaja-dos não conseguiram chegar aconclusão alguma.

Para a Confederação dos Tra-balhadores no Serviço PúblicoFederal (Condsef), o episódio re-presenta um avanço importantena busca pela paridade entre ati-vos e inativos. A isonomia nofuncionalismo é uma bandeiraantiga da entidade que preparapara março uma marcha justa-mente em defesa daquilo que éconsiderado, segundo o pontode vista dos organizadores, umdireito previsto na Constituição.

Já o Sindicato dos Trabalha-dores Federais em Saúde, Traba-lho, e Previdência Social no Dis-trito Federal (Sindprev-DF), quetambém analisa os efeitos dadecisão do STF, acredita que ogesto da Justiça é motivo de co-memoração. De acordo com Vai-ner Augusto, diretor jurídico, aação abre precedentes a todo ofuncionalismo. “O governo usade vários artifícios para negar aparidade”, resumiu. Augusto ad-verte que não é possível estimarquantas pessoas poderiam serbeneficiadas, mas alerta: “Ou ogoverno resolve isso administra-tivamente ou terá de enfrentaruma enxurrada de ações judi-ciais”, disse.

Segundo o STF, a decisão estáde acordo com a Emenda Cons-titucional 41, que determinaque os proventos de aposenta-dorias e pensões devem ser re-vistos na mesma proporção ena mesma data que a remune-ração dos ativos, devendo ser

estendidos aos inativos todos osbenefícios e vantagens concedi-dos aos em atividade. Com a de-cisão do Supremo os inativosdeixarão de ter apenas 30 pon-tos de gratificação e serão igua-lados aos servidores em ativida-de, que recebem pelo menos 60

pontos. Cada ponto é converti-do em valor pecuniário.

PrescriçãoDe acordo com o advogado LinoCavalcante, a decisão do Supre-mo põe fim a uma “odiosa discri-minação”. “O que os ministros

fizeram foi confirmar o entendi-mento anterior, que já tinhamexternado por ocasião do julga-mento da gratificação de ativi-dade”, observou. Segundo Ca-valcante, para receber os atrasa-dos e ter o contracheque au-mentado, os inativos deverão

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