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PÁSCOA? QUE PÁSCOA? Dou comigo a pensar o que muitos estarão a pen- sar: como será a Páscoa este ano? Não exisrá o tradicional almoço de família, nem visitas para deixar as amêndoas, nem o compasso, nem se- quer celebrações litúrgicas. Ficará talvez a decisão de não perdermos as celebrações pela televisão, embora não seja a mesma coisa. E, mesmo essas, apenas terão o padre e duas ou três pessoas, cada uma estrategicamente afastada das outras a pelo menos dois metros de distância social. Páscoa este ano? Que Páscoa? Recordamos tantas vigílias pascais que já vivemos no passado, com a igreja cheia de gente às escuras e o círio a avançar, a acen- der as velas e a iluminar aos poucos toda a igreja. “Eis a luz de Cristo!” Recordamos as missas de 5ª-Feira Santa e o comovente Lava-Pés. Recordamos as vias-sacras de 6ª-feira e a celebração da morte do Senhor com o sendo beijo ou abraço da cruz, cada um com a sua cruz unida à de Jesus. Para a quase totalidade dos católicos nada disto exisrá este ano. E nunca pensámos que tal pudes- se acontecer. Por outro lado, creio que seria errado deixar agora entrar dentro de nós uma espécie de resignação a uma “Páscoa diminuída” comparando-a nostalgicamente com as Páscoas do pas- sado. Se acreditamos que, de tudo, Deus ra bem (se acreditamos que até da morte Ele ra vida!) devemos então procurar a Graça escondida na Páscoa deste ano. Será certamente uma Páscoa dife- rente, mas isso não quer dizer que não possa ser uma Páscoa muito marcante, uma Páscoa tão bem vivida que marque para sempre as nossas histórias de fé. Ao vermos fechadas as portas das igrejas devemos perguntar-nos: que portas novas Deus nos está a abrir para a redescoberta da Páscoa? Aqui vai o meu contributo com algumas sugestões de graças que podem estar condas nesta Páscoa diferente que nos espera: 1. Viver uma Páscoa ainda mais interior [...] O facto de não exisrem celebrações litúrgicas públicas pode ser, para cada um de nós, uma por- ta aberta para uma vivência mais interiorizada da Páscoa. [...] Privados das celebrações do Tríduo Pascal nos nossos templos, este ano a Páscoa tem de ser vivida mais dentro de nós. Podemos assis- r às celebrações na televisão ou no tablet mas é no coração, e não nos écrans, onde temos de as viver. Se calhar é assim todos os anos, todas as Páscoas têm de ser vividas interiormente por cada um de nós, mas este ano não dá para fingir nem fugir. Se esta Páscoa não for vivida interiormente ela não exisrá, passará ao nosso lado como uma saudade, um tempo que não faz história a não ser pela negava. Custará muito não poder comungar na 5.ª-Feira Santa, o dia da instuição da Eucaris- a. Mas Jesus saberá chegar pessoalmente ao interior de cada um através da comunhão espiritual. Não foi isso precisamente que Jesus inaugurou na úlma ceia, uma forma nova de presença e de comunhão interior com cada pessoa? Para vivermos assim a Páscoa precisamos (ainda mais este ano) de espaços interiores. Quanto mais as portas dos templos se fecham tanto mais devem estar abertas, para a oração, as portas dos nossos templos interiores, dos nossos corações. Refugiemo- -nos nos cantos dos nossos quartos para rezar, levantemo-nos de manhã cedo ou acordemos a meio da noite e acendamos uma vela para entrar no nosso santuário interior onde Cristo nos espera com a Sua Presença próxima e amiga. Nº 323 – DOMINGO DE PÁSCOA DO SENHOR 12/04/2020 | Edição Semanal | Distribuição Gratuita Boletim Paroquial de Torres Novas e Meia Via

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PÁSCOA? QUE PÁSCOA?

Dou comigo a pensar o que muitos estarão a pen-sar: como será a Páscoa este ano? Não existirá o tradicional almoço de família, nem visitas para deixar as amêndoas, nem o compasso, nem se-quer celebrações litúrgicas. Ficará talvez a decisão de não perdermos as celebrações pela televisão, embora não seja a mesma coisa. E, mesmo essas,

apenas terão o padre e duas ou três pessoas, cada uma estrategicamente afastada das outras a pelo menos dois metros de distância social. Páscoa este ano? Que Páscoa? Recordamos tantas vigílias pascais que já vivemos no passado, com a igreja cheia de gente às escuras e o círio a avançar, a acen-der as velas e a iluminar aos poucos toda a igreja. “Eis a luz de Cristo!” Recordamos as missas de 5ª-Feira Santa e o comovente Lava-Pés. Recordamos as vias-sacras de 6ª-feira e a celebração da morte do Senhor com o sentido beijo ou abraço da cruz, cada um com a sua cruz unida à de Jesus. Para a quase totalidade dos católicos nada disto existirá este ano. E nunca pensámos que tal pudes-se acontecer. Por outro lado, creio que seria errado deixar agora entrar dentro de nós uma espécie de resignação a uma “Páscoa diminuída” comparando-a nostalgicamente com as Páscoas do pas-sado. Se acreditamos que, de tudo, Deus tira bem (se acreditamos que até da morte Ele tira vida!) devemos então procurar a Graça escondida na Páscoa deste ano. Será certamente uma Páscoa dife-rente, mas isso não quer dizer que não possa ser uma Páscoa muito marcante, uma Páscoa tão bem vivida que marque para sempre as nossas histórias de fé. Ao vermos fechadas as portas das igrejas devemos perguntar-nos: que portas novas Deus nos está a abrir para a redescoberta da Páscoa? Aqui vai o meu contributo com algumas sugestões de graças que podem estar contidas nesta Páscoa diferente que nos espera:

1. Viver uma Páscoa ainda mais interior[...] O facto de não existirem celebrações litúrgicas públicas pode ser, para cada um de nós, uma por-ta aberta para uma vivência mais interiorizada da Páscoa. [...] Privados das celebrações do Tríduo Pascal nos nossos templos, este ano a Páscoa tem de ser vivida mais dentro de nós. Podemos assis-tir às celebrações na televisão ou no tablet mas é no coração, e não nos écrans, onde temos de as viver. Se calhar é assim todos os anos, todas as Páscoas têm de ser vividas interiormente por cada um de nós, mas este ano não dá para fingir nem fugir. Se esta Páscoa não for vivida interiormente ela não existirá, passará ao nosso lado como uma saudade, um tempo que não faz história a não ser pela negativa. Custará muito não poder comungar na 5.ª-Feira Santa, o dia da instituição da Eucaris-tia. Mas Jesus saberá chegar pessoalmente ao interior de cada um através da comunhão espiritual. Não foi isso precisamente que Jesus inaugurou na última ceia, uma forma nova de presença e de comunhão interior com cada pessoa? Para vivermos assim a Páscoa precisamos (ainda mais este ano) de espaços interiores. Quanto mais as portas dos templos se fecham tanto mais devem estar abertas, para a oração, as portas dos nossos templos interiores, dos nossos corações. Refugiemo--nos nos cantos dos nossos quartos para rezar, levantemo-nos de manhã cedo ou acordemos a meio da noite e acendamos uma vela para entrar no nosso santuário interior onde Cristo nos espera com a Sua Presença próxima e amiga.

Nº 323 – DOMINGO DE PÁSCOA DO SENHOR 12/04/2020 | Edição Semanal | Distribuição Gratuita

Boletim Paroquial de Torres Novas e Meia Via

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2. Levar mais a sério as feridas de Jesus ressuscitadoCreio que por vezes temos uma visão demasiado simplista do mistério pascal como se a paixão de Jesus, a Sua morte e o Seu túmulo vazio tivessem sido momentos transitórios do passado depois definitivamente suplantados pela Sua ressurreição. Fazemos a adoração da cruz na 6.ª-Feira Santa e meditamos aí as Suas feridas (e as nossas) mas depois celebramos a ressurreição e pode parecer que a cruz e as feridas desapareceram.[...] Este ano, porém, não haverá celebrações públicas de adoração da cruz (nem, provavelmente, grandes almoços de Páscoa). Talvez Jesus nos esteja a querer dizer: “não tenhas pressa a abraçar as feridas e não são tanto as Minhas feridas que Eu quero que tu abraces mas as dos outros e as tuas”. Esta pode ser uma Páscoa de abraçar feridas de uma maneira ressuscitada: não para nos lastimar-mos depressivamente nelas nem para as pretendermos simplisticamente curar (há feridas que nem se curam) mas para ensaiarmos novos modos de as viver em compaixão e fecundidade.O abraço que daríamos à cruz de Jesus na cerimónia de 6ª-Feira Santa podemos dá-lo à cruz do vizinho doente, deixando à sua porta uns biscoitos calmamente feitos com amor, à cruz da amiga abandonada pelo marido, fazendo-lhe um telefonema sem pressa, ou à cruz do nosso coração vazio unindo os nossos sofrimentos aos da Paixão de Cristo para a salvação do mundo.E, fazendo assim, falaremos a voz da ressurreição, que é a voz da resistência contra a falta de esperança, mesmo nas dificuldades: “Luta porque tudo acabará bem, Deus tem mais poder que o mal. Tem mais poder até que a própria morte! Não baixes os braços. Não vês como o Seu amor consegue tirar bem do mal? Não vês como a Sua presença até já se faz sentir, mesmo no meio das feridas?

3. Deixar-se transformar pessoalmenteA vida nova que nos vem da ressurreição de Jesus e do baptismo há de ser uma nova maneira de estar na vida. (Não uma experiência “espiritual” que se acrescenta sobre a nossa vida velha de sempre, o que seria uma falsidade e uma alienação). S. Paulo fala do “homem velho” que entrou no túmulo com Cristo para daí ressurgir com Ele um “homem novo”. A Páscoa exige, por isso, uma transformação pessoal criativa para que essa vida nova, essa nova maneira de estar na vida, possa realmente surgir. A palavra de Jesus é clara: “Não se deita vinho novo em odres velhos”. O vinho novo da ressurreição do Senhor exige “odres novos”, novas atitudes, da nossa parte.Este ano sentimos isso mais do que nunca. O facto de não podermos sair de casa para participar nas celebrações do Tríduo deixa mais a nu esta verdade crua de que a Páscoa consiste precisamente em deixar-se transformar pessoalmente com Cristo. Os ritos litúrgicos são expressão e ajuda mas não são uma substituição deste processo pascal individual. Tradicionalmente chamamos a este processo de “conversão”, a busca de uma versão melhorada de nós mesmos e das nossas relações. A Páscoa nua deste ano remete-nos assim para o essencial. Mas pôr-se em causa a si mesmo é difícil (para quem tem fé e para quem não tem)…Como seria uma versão melhorada de nós mesmos com Cristo? Demos largas ao sonho porque toda a mudança começa na imaginação. Já Santo Inácio, na sua convalescença, se punha a imaginar novas versões de si mesmo e foi aí que começou a surgir um homem novo (“E se eu fosse a pé à Terra Santa?”, “E se eu fizesse como fez Santo Onofre?”). Também nós podemos imaginar para nós padrões diferentes de relação com os outros, com o tempo, com os bens materiais, etc. “E se eu agora…?”.Talvez um bom exercício para a nossa noite de Aleluias, a noite da Vigília Pascal, depois de assistir-mos à transmissão da celebração na televisão ou no computador, pudesse ser este mesmo de nos sentarmos com papel e caneta na presença de Cristo ressuscitado para completarmos com Ele esta frase: “E se eu agora… ?” E ir tentando finais e mais finais diferentes para esta frase até sentirmos entrar em nós a profunda paz, alegria e entusiasmo da ressurreição.Em suma: diz-se que “quando se fecha uma porta Deus abre uma janela”. Que janelas se abrem para nós nesta Páscoa? Talvez, este ano, Ele possa estar mesmo a deitar paredes abaixo… Santa Páscoa de 2020! (P. Nuno Tovar de Lemos, sj)

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D. JOSÉ TRAQUINA CELEBROU O DOMINGO DE RAMOS NA SÉ DE SANTARÉMNo Domingo de Ramos, o Bispo de Santarém celebrou privada-mente com o Bispo emérito D. Manuel Pelino, e com alguns dos sacerdotes residentes no Seminário de Santarém. Reproduzi-mos parte da sua homilia nesta Eucaristia: “Era suposto estar-mos a celebrar nesta catedral com uma grande assembleia de fiéis. Não sendo possível, celebramos em comunhão espiritual com todos os cristãos da Diocese, privados de participar no grande privilégio a que estão habituados que é participar, livre e presencialmente, nas celebrações da Semana Santa e Tríduo Pascal. Quem é Jesus para todas as pessoas que se encontram em sofrimento? É o profeta Isaías que o indica, na primeira lei-

tura: “O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos” (Is 50,4). Jesus é o discípulo fiel de Deus, é a Palavra de alento para todos os doentes e para os que andam abatidos; e quer estar identificado com todos os que dirigem palavras de alento a quem necessita de as ouvir. Jesus dirigiu palavras de alento, curou doentes e ressuscitou falecidos, mas não o fez para se colocar em grau de superioridade; foi por amor e ser-viço à humanidade. Jesus é o Servo, o Bom Samaritano da humanidade. De tal modo que, na sua Paixão, Jesus identifica-se com todas as pessoas abandonadas ou deprimidas. No seu caminho de fidelidade para com o Pai e para com os homens, Jesus assumiu as consequências conforme escre-vera o Profeta Isaías acerca do Servo de Deus. Nestes dias somos convidados a retomar a narração da Paixão de São Mateus, para num momento de silêncio procurarmos ver com qual dos figurantes mais nos identificamos. O outro exercício é reconhecermos que, na sua Paixão, Jesus quer estar identificado com todos os que sofrem, também por violência das injustiças deste mundo. E no mun-do são muitas as situações atuais de sofrimento, injustiças, violências, abandono, exploração huma-na e escravatura que não são indiferentes ao coração de Cristo, e não podem ser indiferentes aos seus atuais discípulos. Hoje, especialmente, confiemos ao Senhor os doentes e todos os que deles cuidam. E confiemos-lhe também os jovens que têm neste dia uma referência especial. Não podem estar em Roma, com o Papa, a receber os símbolos da Jornada Mundial da Juventude, mas de certo estão bem presentes no coração do Papa Francisco.”

PAPA: NO DRAMA DA PANDEMIA, PEDIR A GRAÇA DE VIVER PARA SERVIR“O drama que estamos atravessando impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Palavras do Papa Francisco na homilia da missa neste Domingo de Ramos, celebra-da na Basílica de São Pedro onde o Papa Francisco presidiu à celebração eucarística com um número reduzido de pessoas. Na homilia, o convite do Papa foi para se deixar guiar pela Palavra de Deus na Sema-na Santa, que, quase como um refrão, mostra Jesus como servo. Geralmente pensamos que somos nós que servimos a Deus. Mas não; foi Ele que nos serviu gratuitamente, porque nos amou primeiro. É difícil amar, sem ser amado; e é ainda mais difícil ser-vir, se não nos deixamos servir por Deus.”Traição e abandonoO Senhor, explicou o Papa, nos serviu dando a sua vida por nós, a ponto de experimentar as situa-ções mais dolorosas para quem ama: a traição e o abandono. Jesus sofreu a traição do discípulo que O vendeu e do discípulo que O renegou, foi traído pela multidão, pela instituição religiosa e pela instituição política. Quando sofremos traições, a vida parece deixar de ter sentido. Isso porque nascemos para ser amados e para amar. “Olhemos dentro de nós mesmos; se formos sinceros para connosco, veremos as nossas infidelidades. Tanta falsidade, hipocrisia e fingimento! Tantas boas intenções traídas! Tantas promessas quebradas! Tantos propósitos esmorecidos! O Senhor conhece melhor do que nós o nosso coração; sabe como somos fracos e inconstantes.”

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O que Ele faz para nos servir é tomar sobre Si as nossas infidelidades, removendo as nossas traições. Assim, nós, em vez de desanimarmos com medo de não ser capazes, podemos levantar o olhar para o Crucificado e seguir em frente.Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste?Sobre o abandono de Jesus, nada é mais impressionante do que as palavras pronunciadas por Ele na cruz: Meu Deus, meu Deus, por que Me abandonaste? “Hoje, no drama da pandemia, perante tantas certezas que se desmoronam, diante de tantas expetativas traídas, no sentido de abandono que nos aperta o coração, Jesus diz a cada um: Coragem! Abre o coração ao meu amor.”Estamos no mundo para O amar e aos outros, disse ainda o Papa: “o resto passa, isto permanece. O drama que estamos atravessando impele-nos a levar a sério o que é sério, a não nos perdermos em coisas de pouco valor; a redescobrir que a vida não serve, se não se serve. Porque a vida mede-se pelo amor”.Jovens: viver para servirA exortação do Pontífice, nestes dias da Semana Santa, em casa, é permanecer diante do Crucifi-cado. Diante de Deus, pedir a graça de viver para servir. “Procuremos contactar quem sofre, quem está sozinho e necessitado. Não pensemos só naquilo que nos falta, mas no bem que podemos fazer.” A senda do serviço, concluiu Francisco, é o caminho vencedor, que nos salvou e salva a vida. E essas palavras foram dedicadas aos jovens, que hoje celebram a 35ª Jornada Mundial da Juventu-de: “Queridos amigos, olhem para os verdadeiros heróis que vêm à luz nestes dias: não são aqueles que têm fama, dinheiro e sucesso, mas aqueles que se oferecem para servir os outros. Sintam-se chamados a arriscar a vida. Porque a maior alegria é dizer sim ao amor, sem “se” nem “mas”... Como fez Jesus por nós.” (in Vatican News)

CELEBRAÇÃO DE DOMINGO DE RAMOS NA IGREJA DE S. TIAGOEm Torres Novas, a celebração do Domingo de Ramos decorreu na igreja de S. Tiago e foi transmitida online. O Padre Ricardo Madeira celebrou em privado, auxiliado pelo diácono Luís Miguel e pela Ir. Almerinda, da Congrega-ção S. José de Cluny. Sem a presença física dos fiéis na igreja, a celebração não foi por isso menos especial, foi diferente, mas igualmente vivida e sentida por quem acompanhou.Aos pés da Cruz o Pe. Ricardo invocou a prote-ção do Senhor Jesus dos Lavradores e continu-ará a invocar o auxílio e proteção para a comunidade, para a cidade e para o mundo.Nenhuma celebração da Semana Santa este ano poderá ter a presença dos fiéis nas igrejas, mas existem inúmeras propostas e subsídios (celebrações familiares, Via-Sacra, etc.) disponíveis, quer na televisão, no facebook ou páginas de paróquias, dioceses, do Patriarcado ou do Vaticano. Cada pessoa ou família pode escolher a que melhor ajudar a viver estes tempos.

PÁSCOA EM FAMÍLIAEm algumas paróquias e dioceses do país e também na nossa Diocese, foi proposto aos pa-roquianos que no Domingo de Ramos fosse co-locado na porta de casa ou em local visível, um ramo e uma cruz durante a semana. A cruz será enfeitada este domingo. A catequese de Torres Novas propôs igualmente aos seus catequizan-dos e pais/EE esta atividade. Alegramo-nos pela adesão a esta proposta, sinal de que, apesar das circunstâncias de isolamento social que todos vivemos atualmente, em virtude da pandemia

do novo coronovírus, neste tempo quaresmal e pascal estamos juntos e em comunhão, manifestan-do com estes pequenos gestos uma profunda e intensa vivência interior.

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CELEBRAÇÃO E VIVÊNCIA DA SEMANA SANTA NAS IGREJAS DOMÉSTICAS E FAMILIARESApresentamos algumas su-gestões para a celebração e vivência da Semana Maior da nossa fé, que é a celebração anual da Paixão, Morte e Res-surreição do Senhor Jesus. São isso mesmo: sugestões. Cada um individualmente, ou cada família, fará aquilo que mais os pode ajudar a uni-rem-se a Jesus, conforme as

possibilidades. Não se trata de fazer tudo. Sejam estas ou outras propostas, o mais importante será sempre a união de cada um e de cada família ao Mistério Pascal Jesus. Para isso, individualmente ou em família, convém decidir o que se vai fazer e como se pode fazer para celebrar o mistério pascal na “igreja doméstica”. No site www.liturgia.pt podem encontrar celebrações bem estruturadas que podem adaptar à realidade familiar.

A PREPARAR: O cantinho/espaço/lugar de oração ou altar familiar: Uma cruz, uma vela, um retrato de Jesus, uma imagem de Nossa Senhora e/ou do santo de devoção familiar. É preciso ter o cuidado para não encher demasiado o cantinho de oração e, assim, causar dispersão. Mais vale ir mudando as imagens ou objetos de devoção conforme as celebrações. Usar de criatividade e implicar toda a família no processo da elaboração do cantinho ou altar, con-forme a sensibilidade de cada um. Por exemplo, convidar as crianças a colaborar, através de um desenho da passagem bíblica do Evangelho de Domingo. Usar o espaço de oração para fazer o jogo do “amigo secreto”. É importante ter presente também alguma oração de comunhão espiritual para rezar durante e missa, bem como alguma oração a pedir pelo fim desta pandemia.

QUINTA-FEIRA SANTA Neste dia, a Igreja recorda a instituição do sacerdócio ministerial e da Eucaristia. Em condições normais, de manhã, os presbíteros da nossa diocese iriam reunir-se com o Bispo diocesano para a Missa Crismal. Nessa celebração fariam a renovação das suas promessas sacerdotais, bem com a bênção dos óleos dos catecúmenos e enfermos e a consagração do óleo do Crisma. Sugerimos que, de manhã, a família lembre na sua oração o Bispo e os presbíteros da diocese, em particular o pároco e outros presbíteros que tenham acompanhado a família em momentos espe-ciais, tanto felizes como mais tristes. Podem também lembrar as datas do Batismo, Primeira Comunhão e Crisma de cada membro da família. Bem como lembrar algum familiar doente que precise de uma palavra de consolação e ora-ção. Ao final da tarde ou noite, a família pode assistir à Missa da Ceia do Senhor. Escolham a hora e preparem a disposição interior e o espaço exterior. Antes ou depois da Missa da Ceia, a família pode preparar uma refeição para lembrar a Última Ceia de Jesus com os seus discípulos. Sejam criativos na ementa. Por exemplo, haja um pão grande para ser repartido por todos. Um dos membros da família, em nome de todos, pode fazer uma oração de bênção sobre a família e a comida. Ou então cada membro da família faz a sua oração de bênção. Se quiserem ser mais audazes, poderão até incluir o gesto do Lava-Pés entre os membros da família antes de comer. Assim, estarão a mostrar que a família se faz de amor, serviço e entrega uns aos outros, tal como Jesus fez na sua vida até à entrega na Cruz por nós. Durante a ceia ou jantar, podem ler o evangelho da instituição da Eucaristia (sugerimos Mt 26,17- 19.26-29) e/ou do gesto do Lava--Pés (Jo 13,1-15). Habitualmente, no final da Missa da Ceia do Senhor, teríamos a trasladação do Santíssimo Sacra-mento e um momento de adoração eucarística. Individualmente ou em família, depois da ceia ou jantar, podem fazer uma oração de adoração, louvor e ação de graças a Deus pela Eucaristia com orações espontâneas.

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SUGESTÕES PAROQUIAIS

Podem terminar o momento de adoração com estas orações:

Para as crianças: Oh Jesus, que tanto nos amais. Fazei com que Vos ame cada vez mais.

Para jovens e adultos: Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, lavai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. Dentro das vossas Chagas, escondei-me. Não permitais que de Vós me separe. Do espírito maligno, defendei-me. Na hora da minha morte, chamai-me. E mandai-me ir para Vós, para que Vos louve com os vossos Santos, por todos os séculos. Ámen.

Face à situação vivida em emergência nacional, este ano não poderemos celebrar a Semana Santa e a Páscoa em comunidade. Assim, para nos mantermos unidos e próximos convidamos os cate-quistas, catequizandos, pais/EE, familiares, amigos e restante comunidade a viver a Semana Santa de forma diferente. Tem circulado nas redes sociais uma proposta que achámos interessante para marcarmos esta Semana com tanto significado para nós cristãos e que passamos a apresentar. No Domingo de Páscoa enfeitamos a nossa cruz com flores, assinalando, desta forma, a alegria da Res-surreição de Cristo. Tirem foto e partilhem no facebook da catequese, das paróquias de Torres Novas ou pelo mail da catequese ([email protected]).

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MISSA CRISMAL ADIADA

Fica adiada parao dia 16 de julho,

pelas 19h, a Missa Crismal,em Santarém

TRÍDUO PASCAL - PROPOSTAS DE CELEBRAÇÕES FAMILIARES:

https://post-it.sdpjsantarem.com/…/pascoa-2020-carta-as-f…/…

https://post-it.sdpjsantarem.com/…/semana-santa-das-igrej…/…

http://www.liturgia.pt/

Celebrações do Tríduo Pascal transmitidas em direto

Quinta-feira Santa (dia 9) – Missa da Ceia do Senhor

Com o Papa Francisco: 17.00h – Televisão TVI 24https://www.youtube.com/channel/UCGYSq4b4DXmtK4jyq6r-FYgSantuário de Fátima: 18.00hhttps://www.youtube.com/watch?v=z8vtDnXvEvY&feature=youtu.beIgreja de Santiago de Torres Novas, com o Padre Ricardo Madeira: 19.00hhttps://www.facebook.com/ricardo.madeira.165

Sexta-feira Santa (dia 10) – Celebração da Paixão do Senhor (Mesmos canais atrás indicados)

Com o Papa Francisco: 17.00h – Televisão TVI 24Santuário de Fátima: 15.00hIgreja de Santiago de Torres Novas, com o Padre Ricardo Madeira: 17.00hVia-Sacra com o Papa Francisco: 20.00h – Televisão RTP 2 e TVI 24

Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor (dia 11) (Mesmos canais atrás indicados)

Solene Vigília PascalCom o Papa Francisco: 20.00h – Televisão RTP Memória e TVI 24Santuário de Fátima: 21.30h

Missa do Dia de Páscoa (dia 12):Com o Papa Francisco: 11.00h – Televisão TVI 24Lisboa: Televisão na RTP 1 às 10.30h e TVI às 11.00hSantuário de Fátima: 11.00hIgreja de Santiago de Torres Novas, com o Padre Ricardo Madeira: 12.00hPadre Ricardo Conceição: 16.00h (página de Facebook)

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Transmissãodas celebrações On-line

a partir da igreja de Santiago*

Quinta-Feira SantaCeia do Senhor19h00Sexta-Feira SantaPaixão do Senhor17h00Domingo de PáscoaRessurreição do Senhor12h00

facebook.com/ricardo.madeira.165e no Grupo Cidade de Torres Novas

* De acordo com as normas em vigor devido ao Covid-19