boletim otcm n.º 4 - 2012, janeiro

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OBSERVATÓRIO DO TURISMO DA CIDADE DE MAPUTO N.º4 JANEIRO.2012 Portugal é segundo no ranking de turistas Turistas domésticos vêm mais da Zambézia e de Tete 70% dos turistas ficam mais de 7 dias em Maputo MAPUTO Número de hóspedes estrangeiros decresce 4% Hotelaria e restauração cresce 6,1% Moçambique entre os melhores destinos turísticos MOÇAMBIQUE MUNDO Entrada de turistas em Cabo Verde sobe 27,5% País vai candidatar Reserva Marinha da Ponta do Ouro a Património Mundial da Humanidade http://observatoriomaputo.blogspot.com/ É importante observar, medir e avaliar o mercado Para permitir a análise objectiva da importância e significado das correntes turísticas e, simultaneamente, dispor de um barómetro da actividade turística, torna-se imprescindível medir e avaliar permanentemente as tendências que emergem do mercado. O turismo alcançou uma dimensão e im- portância de tamanha envergadura para a economia nacional, quer dos países emissores quer receptores, e, em especial, para as regiões visitadas, que se torna ne- cessário acompanhar meticulosamente não apenas a evolução mas também os efeitos que a mesma provoca. Uma evolução menos favorável do sector turístico pode causar sérios problemas económicos e sociais nas regiões recep- toras (neste caso em particular, da pro- víncia e cidade de Maputo) e uma evolu- ção mais favorável do que o previsto da demanda pode gerar desiquilíbrios e de- sajustamentos, em particular no tocante às infraestruturas e à ocupação dos espa- ços que – mais cedo ou mais tarde – se transformarão em factores críticos que podem conduzir ao insucesso. Uma procura superior à oferta não é um cenário agradável tal como não o é quando a oferta é superior à procura de hospedagem e soluções de turismo. Nesse sentido, é indispensável que o Ob- servatório proporcione neste espaço ou em outros um conhecimento aprofun- dado da evolução das correntes turísti- cas, das suas características e das suas tendências. O Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (como resultado duma aliança público-privada que une 18 empresas e instituições através da manutenção de sinergias) está a levar a cabo a recolha, selecção, tratamento e divulgação de informações de inteligência de mercado que possibilitem uma melhor gestão do sector a que respeita. Já foram realizados o I e II Estudo de Sa- tisfação do Turista da Cidade de Maputo, um em Agosto e outro em Novembro e, neste preciso momento, está a ser con- cluída a terceira vaga do mesmo estudo mediante a orientação dos membros do Observatório, actores sempre atentos ao que se passa no Turismo em Maputo, Moçambique e no Mundo. Em adição, dados de outras fontes são compilados no sentido de proporcionar um conhecimento mais profundo do sec- tor, certos de que o conhecimento do tu- rismo não se limita aos movimentos das pessoas entre os diversos países, ou entre as várias províncias do mesmo país, mas que abrange igualmente os efeitos de diferente natureza que provocam, facto que conduz a uma permanente recolha de elementos e a uma investigação deta- lhada e rigorosa. Já foram realizados o I e II Estudo de Satisfação do Turista da Cidade de Maputo, um em Agosto e outro em Novembro e, neste preciso momento, está a ser concluída a terceira vaga

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Boletim do Observatório de Turismo da Cidade de Maputo

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ObservatóriO dO turismOda cidade de maPutO

N.º4 JaNEIRo.2012

Portugal é segundono ranking de turistas

Turistas domésticos vêm mais da Zambézia e de Tete

70% dos turistas fi cam mais de 7 dias em Maputo

Maputo

Número de hóspedes estrangeiros decresce 4%

Hotelaria e restauração cresce 6,1%

Moçambique entre os melhores destinos turísticos

MoÇaMBIQuE

MuNDo

entrada de turistas em cabo verde sobe 27,5%

País vai candidatar reserva Marinha da Ponta do ouro a Património Mundial da Humanidade

http://observatoriomaputo.blogspot.com/

É importante observar, medir e avaliar o mercadoPara permitir a análise objectiva da

importância e signifi cado das correntes turísticas e, simultaneamente, dispor de um barómetro da actividade turística, torna-se imprescindível medir e avaliar permanentemente as tendências que emergem do mercado.O turismo alcançou uma dimensão e im-portância de tamanha envergadura para a economia nacional, quer dos países emissores quer receptores, e, em especial, para as regiões visitadas, que se torna ne-cessário acompanhar meticulosamente não apenas a evolução mas também os efeitos que a mesma provoca.Uma evolução menos favorável do sector turístico pode causar sérios problemas económicos e sociais nas regiões recep-toras (neste caso em particular, da pro-víncia e cidade de Maputo) e uma evolu-ção mais favorável do que o previsto da demanda pode gerar desiquilíbrios e de-sajustamentos, em particular no tocante às infraestruturas e à ocupação dos espa-ços que – mais cedo ou mais tarde – se transformarão em factores críticos que podem conduzir ao insucesso. Uma procura superior à oferta não é um cenário agradável tal como não o é quando a oferta é superior à procura de hospedagem e soluções de turismo. Nesse sentido, é indispensável que o Ob-servatório proporcione neste espaço ou em outros um conhecimento aprofun-

dado da evolução das correntes turísti-cas, das suas características e das suas tendências.O Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (como resultado duma aliança público-privada que une 18 empresas e instituições através da manutenção de sinergias) está a levar a cabo a recolha, selecção, tratamento e divulgação de informações de inteligência de mercado que possibilitem uma melhor gestão do sector a que respeita.Já foram realizados o I e II Estudo de Sa-tisfação do Turista da Cidade de Maputo, um em Agosto e outro em Novembro e, neste preciso momento, está a ser con-cluída a terceira vaga do mesmo estudo mediante a orientação dos membros do Observatório, actores sempre atentos ao que se passa no Turismo em Maputo, Moçambique e no Mundo. Em adição, dados de outras fontes são compilados no sentido de proporcionar um conhecimento mais profundo do sec-tor, certos de que o conhecimento do tu-rismo não se limita aos movimentos das pessoas entre os diversos países, ou entre as várias províncias do mesmo país, mas que abrange igualmente os efeitos de diferente natureza que provocam, facto que conduz a uma permanente recolha de elementos e a uma investigação deta-lhada e rigorosa.

Já foram realizados o i e ii estudo de satisfação do Turista da

cidade de Maputo, um em agosto e outro em Novembro e,

neste preciso momento, está a ser concluída a terceira vaga

Janeiro.2012 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO2

Maputo

Portugal é segundo no ranking de turistasDa primeira vaga para a segunda do Estudo de Satisfação ao Turista na Cidade de Maputo, realizada pelo Observatório do Turismo, com o apoio técnico da empresa Intercam-pus, registaram-se algumas mudan-ças significativas.Se a África do Sul vem consolidan-do a sua posição cimeira no top de países emissores de turistas para Moçambique (tendo registado um aumento de 19 para 26% de visitan-tes), já Portugal que era o terceiro no ranking com 9%, de acordo com o I Estudo de Satisfação ao Turista na Cidade de Maputo, passou para a se-gunda posição com 13% no II Estudo. Uma tendência que vem confirmar a chegada cada vez mais constante de portugueses ao solo moçambicano, no sentido da procura de melhores condições de vida e de fugir à crise que assola neste momento não só o seu país como uma boa parte do con-tinente europeu.Entretanto, o segmento dos Outros Países Africanos registaram uma quebra de 14 para 10% de visitantes em Maputo, assumindo a terceira posição, ao passo que Angola e Brasil somam pontos.Aliás, resultados do II Estudo de Sa-tisfação referem que o Brasil salta da sétima para a quarta posição e que o Estado angolano sobe da sexta para

a quarta posição da lista de turistas, assumindo um lugar em aexequo com o Brasil. Ou seja, ambos os pa-íses possuem uma quota de 7% e a intenção voltada para os negócios parece ser um factor comum e deter-minante para a sua vinda à cidade de Maputo.Por último, se os Outros Países Eu-ropeus registaram uma descida de 7 para 5%, já os Outros Países Asiáti-cos aumentaram o número de turis-tas de 4 para 5%.

Maputo regista aumento de camas e estabelecimentos turísticos

O sector de turismo, na província de Mapu-to, conseguiu alcançar, no primeiro semes-tre de 2011, receitas avaliadas em 23.738 mil meticais. A área de alojamento de turistas estrangeiros e nacionais foi a que mais con-tribuiu ao registar mais de 13.7 milhões de meticais, seguida da área de restaurantes e bebidas com 7.3 milhões.Fanieta Manjate, directora provincial de Indústria, Comércio e Turismo de Maputo, refere que esta região do País está a registar um aumento significativo de estabelecimen-tos turísticos. De acordo com a mesma res-ponsável, passou-se de 1.240, em 2010, para 1.249 estabelecimentos, em 2011. Ao mesmo tempo, o número de camas passou de 1.870, no final de 2010, para 1.965 no final do pri-meiro semestre (registando um aumento de cerca de 5%). Manjate salientou ainda que houve um cres-cimento do número de trabalhadores no sector, tendo o número passado dos anterio-res dois mil para cerca de três mil. Em termos do movimento turístico, a região registou 87.585 entradas de turistas, sendo 37.834 nacionais e 49.751 estrangeiros. No mesmo período, ou seja, no primeiro semestre, foram registadas 72.828 saídas, sendo 27.952 de nacionais e 44.876 de es-trangeiros. Por último, e no que diz respeito à acomodação, verificaram-se 35.627 dormi-das, sendo que 33.159 foram concretizadas por estrangeiros e 2.468 por nacionais.

África do Sul

Angola

Botswana

Zimbabwe

Outro Países Africanos

Portugal

Itália

Espanha

Outro Países Europeus

Brazil

EUA

Chile

Outros Países Americanos

China

Outros Países Asiaticos

Continente Australiano

26%

1%

7%

5%4%

10%

13%

3%2%

5%

7%3%2%

5%2%

5%

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (Novembro 2011)

Nacionais visitam Maputo motivados por amigos e familiaresOs turistas domésticos, de acordo com o Estudo do Observatório do Turismo da Cidade de Maputo, visitam mais a capital de Moçambique movitados pe-los amigos e família. O propósito principal da vinda dos na-cionais à cidade de Maputo reúne 65% das preferências, deixando os restan-tes 35% para Passeio e Turismo, Férias,

Negócios, Missão de Serviço, Estudos e Outros. Curiosamente, as visitas a ami-gos e familiares cresceram em termos de intenções, ou seja, dos 34% para os 61%, entre o I e o II Estudo de Satisfa-ção, levados a cabo entre Agosto e No-vembro do ano passado. À semelhança do que se passou com os estrangeiros, os nacionais decidiram

fazer mais Passeio e Turismo (subindo a tendência de 6% para 24%), mas en-quanto vieram menos estrangeiros em missão de serviço, os nacionais aumen-taram ligeiramente nesta categoria (de 7% para 10%).

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Ma-puto (Novembro 2011)

Janeiro.2012ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 3

Maputo

Turistas domésticos vêm mais da Zambézia e de TeteSe a maior parte dos turistas domésti-cos, segundo o I Estudo de Satisfação do Turista na Cidade de Maputo, encetado pelo Observatório do Turismo, provinha com maior prevalência de províncias como Manica (19%); Tete (17%) e Sofala (14%), para Maputo, a 2ª vaga do mesmo Estudo revela que Manica é substituída pela província da Zambézia (Quelimane) com 28% da origem dos entrevistados; sendo que Tete continua no segundo lu-gar do ranking, mas desta feita com 19% dos turistas (manifestando uma descida).

Já em terceiro lugar, surge a província de Manica (Chimoio) com 17%, e Sofala (Beira) salta do terceiro para o quarto lu-gar, com 15%. A Zambézia, que surgia no 4º lugar do ranking com 10%, registou uma subida de emissão de turistas domésticos na ordem dos 18%, tendo Maputo como destino. In-teresses manifestados no sentido de visitar amigos e familiares poderão estar na base desta subida, assim como a motivação para as actividades de passeio e turismo.Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (Novembro 2011)

Turistas estrangeiros: Passeio e turismo acima dos negóciosA caracterização dos turistas estrangei-ros, entrevistados no âmbito do II Estu-do de Satisfação do Turista na Cidade de Maputo, indica que o propósito principal da sua vinda à capital do País prende-se com o Passeio e Turismo (47%). A categoria dos negócios surge logo a seguir na lista de intenções, com 41%, e em terceiro e quarto lugares aparecem as Férias (32%) e as Visitas a amigos e fami-liares (25%) como objectivos principais. A primeira vaga do Estudo de Satisfação

indicava que os estrangeiros vinham a Maputo mais a negócios (36%) e, numa segunda perspectiva, a Passeio e Turismo (18%). Outro dado curioso é que enquan-to o I Estudo referia que 10% dos turis-tas vinham em Missão de Serviço, agora apenas 2% preenchem essa categoria. Tal inversão de propósitos poderá colocar-se com a época particularmente devotada à realização de passeio, turismo e férias, uma vez que o Estudo foi levado a cabo no final do ano de 2011.

Não obstante, Maputo não deixa de possuir as carcterísticas ideais para o incremento da realização de eventos em-presariais e organizacionais ao longo do ano, pois a leitura deixa antever que os negócios continuam em alta nas inten-ções dos turistas estrangeiros (subindo de 36% para 41%), apesar da época ser mais propícia à realização de actividades de lazer. Aliás, as férias, que registavam apenas 15% das preferências dos estran-geiros, subiram para 32%.

Manica (Chimoio)

Tete

Sofala (Beira)

Zambézia (Quelimane)

Nampula

Cabo Delgado (Pemba)

Niassa (Lichinga)

Inhambane

Gaza(Xai-Xai)

17%

19%

15%

28%

8%

7%4%

ESTrANGEIrOS NACIONAIS

PriNciPal MoTivo de visiTa a MaPuTo

65%

PASSEIO/TUrISMO

FérIAS

NEGóCIOS

VISITAS A AMIGOS E FAMILIArES

ESTUDOS

MISSãO DE SErVIçO

OUTrOS

24%

18%

16%

10%

2%

3%

47%

32%

41%

25%

2%

1%

2%Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (Novembro 2011)

Janeiro.2012 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO4

Maputo

«Maputo e inhambane Hospitaleiros» vão formar 800 ‘informais’A Comissão Europeia irá desembolsar 271 mil euros para formar 800 trabalhadores do mercado informal nas

províncias de Maputo e Inhambane. Com a designação de ‘Maputo e Inhambane Hospitaleiro’, a iniciativa é imple-mentada pelo Instituto Nacional do Emprego e Formação Profissional (INEFP), juntamente com o Ministério do Tu-rismo e a Cooperação Holandesa para o Desenvolvimento (SNV), e em parceria com o Conselho Municipal da Cidade de Maputo.Segundo Mualua Muchaca, responsável do INEFP pela ini-ciativa, Maputo e Inhambane hospitaleiros é um projecto que tem tudo para dar certo. Os implementadores do projecto pretendem que as 800 va-gas sejam repartidas em 50 por cento para cada província, Maputo e Inhambane. Por outro lado, a iniciativa pretende criar melhores condições de vida para os vendedores infor-mais, segundo o responsável do INEFP. A parceria firmada com o Conselho Municipal de Maputo permitiu que este organismo soubesse que existe um refor-ço nas acções de consciencialização dos vendedores infor-mais, considerados os maiores produtores de lixo. Aliás, os mentores do projecto empreenderam já uma aproximação junto dos vendedores informais, facto que permitiu que es-tes falassem das suas limitações e sobre a necessidade de melhoria das suas condições de vida.

A resolução das limitações do público-alvo chamou a con-jugação de esforços da SNV, do INEFP, do Ministério do Tu-rismo e do Conselho Municipal, entre outros organismos. O presidente do Conselho Municipal já sugeriu que o pro-jecto envidasse esforços no sentido de transformar os ven-dedores informais em formais. Segundo Federico Vignati, assessor económico e de desen-volvimento da SNV (Cooperação Holandesa para o Desen-volvimento), a indústria do turismo permite que os micro e pequenos empreendedores, e os próprios informais, entrem no circuito deste sector, enquanto as demais indústrias exi-gem um investimento em maquinaria e recursos humanos provenientes do Estrangeiro. A indústria do turismo é um dos poucos sectores onde o ca-pital humano possui um peso muito forte. No mesmo âm-bito, a hospitalidade das pessoas é um factor tão importan-te quanto a própria gastronomia. E este é um dos diversos aspectos que será largamente transmitido aos formandos. Por outro lado, a limpeza e higiene por parte dos vendedo-res informais será a tónica dominante, durante o decorrer de toda a iniciativa.Embora a formação seja o ponto de partida, a promoção de uma reflexão e o desenvolvimento de micro-pólos onde os trabalhadores informais possam trabalhar constitui o ob-jectivo estabelecido a longo termo.

MItuR, INEFp, CoNSELHo MuNICIpaL Da CIDaDE DE Maputo, SNV

70% dos turistas ficam mais de 7 dias em MaputoO II Estudo de Satisfação do Turista da Cidade de Maputo, orientado pelo Ob-servatório do Turismo e realizado em Novembro de 2011, revela que 65% dos entrevistados nacionais fica entre 10 ou mais dias na capital do País. De igual modo, a selecção de dados per-mitiu chegar à conclusão de que 84% dos turistas domésticos fica mais de 7 dias em Maputo, o que corresponde a um número

significativo de inquiridos. Ao mesmo tem-po, mais de metade dos estrangeiros (57% ) permanece mais de 7 dias na mesma cida-de, um dado francamente positivo. O I Estudo de Satisfação do Turista da Cidade de Maputo, realizado em Agosto de 2011, havia revelado que 78% dos tu-ristas nacionais e estrangeiros fica mais de 4 dias em Maputo. Actualmente, e de acordo com a 2ª vaga do mesmo Estudo

realizado em Novembro, chega-se à con-clusão de que 70% dos turistas (nacionais e estrangeiros) permanecem mais de 7 dias em Maputo.Neste âmbito, o desafio coloca-se no sen-tido de aumentar estes tempos de per-manência não só face aos turistas que vêm da África do Sul como de Portugal, Brasil, Inglaterra e outros países euro-peus e asiáticos.

Fonte: Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (Novembro 2011)

39% 4% 20% 37%

65%19%9%7%

ESTrANGEIrOS

NACIONAIS

23% 7% 20% 50%TOTAL

+

Tempo de permanência na cidade de Maputo

1 a 3 dias 4 a 6 dias 7 a 9 dias mais de 10 dias

Janeiro.2012ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 5

MoÇaMBIQuE

Número de hóspedes estrangeiros decresce 4%

O número total de hóspedes nos estabe-lecimentos hoteleiros aumentou no III trimestre de 2011, se comparado com o mesmo período de 2010, na ordem de 5,2%, de acordo com dados do INE. Este com-portamento encontra explicação no cresci-mento de hóspedes nacionais na ordem de 11,5%. Note-se, contudo, que o número de

hóspedes estrangeiros diminuiu em 0,5%. Em relação ao trimestre anterior, o número de hóspedes total registou uma queda na ordem de 0,4%, infl uenciado sobretudo, pela redução do número de hóspedes es-trangeiros em cerca de 4,1%. Já o número de hóspedes nacionais cresceu cerca de 3,4% em relação ao trimestre anterior.

Transporte ferroviário e aéreo em altaO transporte ferroviário teve no III trimes-tre de 2011 um crescimento em termos homólogos tanto da carga transportada como de passageiros transportados na ordem de 64,5% e 5,7%, respectivamente. Relativamente ao período anterior, os da-dos indicam que houve um crescimento tanto da carga assim como dos passagei-

ros transportados na ordem de 38,60% e 3,69%, respectivamente. O transporte aé-reo, tanto de carga como de passageiros, cresceu em termos homólogos na ordem de 27,3% e 1,4%, respectivamente. Face ao trimestre anterior, o transporte de car-ga cresceu 8,2% e o de passageiros 9,6%.

Hotelaria e restauração cresce 6,1%O desempenho da actividade económica no II trimestre de 2011 é atribuído em primeiro lugar ao sector terciário que cresceu 8.5%, impulsionado pelos ramos dos transportes e comunicações; comér-cio e reparação e o sector de restauração, com 8.5%; 7.8% e 6.1%, respectivamente. Segue-se o sector primário, que cresceu 7.5%, com maior destaque para o ramo agro-pecuário caça e silvicultura e pelo sector das pescas com 7.8% e 6.1%, res-pectivamente.

Sectores mais dinâmicos na economia no II trimestre de 2011

Fonte: INE (Setembro de 2011)

entre os melhores destinos turísticosPara o jornal ‘Financial Times’, Moçam-bique é uma das grandes atracções do mercado turístico do ano. O jornal re-colheu a opinião de vários agentes de viagens que apontaram alguns dos des-tinos que deverão ser mais procurados pelos turistas. “Com uma linha costeira de 2.500 km inexplorada, plena de bele-zas, Moçambique é o último grito dos destinos litorais”. Quem o diz é Will Jones da agência de viagens Journeys by Design. Mas Joel Zack, da agência Heritage Tours, não lhe fi ca atrás: “Mo-çambique oferece o luxo sem perder a sensação de se estar em África. As praias são fantásticas e as pessoas mui-to amáveis”.No que diz respeito ao turismo de topo, ou de luxo, o destaque vai para Azura na ilha de Quilalea (www.azura--retreats.com), situada no arquipélago das Quirimbas, no norte do País. Uma noite neste paraíso do Índico não fi ca por menos de 595 dólares/noite por pessoa. Poucos deverão ter ouvido falar deste complexo turístico, pois só abriu no passado mês de Dezembro. Ofere-ce nove villas situadas no lado menos habitado da pequena ilha, cercadas por um verdadeiro santuário marinho. Ainda neste arquipélago, há a opção do resort Vamizi (www.vamizi.com), com diárias a 590 dólares/noite por pessoa e o lodge da Ilha de Ibo (www.ibois-land.com), um pouco mais acessíveis às carteiras, por 335 dólares/noite por pessoa. A ilha do Bazaruto, mais a sul, atrai também as atenções das agências de viagem, “para aqueles que procuram praias paradisíacas”, que inclui o segun-do Azura, na ilha de Benguerra.Outro dos destinos mais procurados é o Parque Nacional da Gorongosa (www.gorongosa.net). Com um efecti-vo que possui menos animais do que os parques da vizinha África do Sul, a Gorongosa tem muito menos visitas e por isso se encontra menos explorada. A agência Explore Gorongosa (www.ex-ploregorongosa.com) oferece, por 440 dólares/noite por pessoa, alojamento em tendas e programas de visitas de exploração ao Parque.

ITrim

IITrim

IIITrim

IVTrim

ITrim

IITrim

IIITrim

IVTrim

ITrim

IITrim

2009 2010 2011

90 000

80 000

70 000

60 000

50 000

2009 2010 20112008J NM J J AN MJ NS JM SJ M MS JA DA AD A AA DO F J OF J JO F M

72 000

92 000

112 000

132 000

152 000

172 000

192 000

212 000

232 000

Fonte: INE (Conjuntura Económica III Trimestre de 2011)

ESTrANGEIrOSNACIONAIS

Fonte: INE (Janeiro de 2012)

— Nº PASSAGEIrOS TrANSPOrTE AérEO— Nº PASSAGEIrOS TrANSPOrTE FErrOVIÁrIO

7,86,1 5,6

7,86,1

8,5

0,01,02,03,04,05,06,07,08,09,0

Agrpecsilv Pesca Electric.  Agua

Comer  Repar

HotRest Transp  Comun

Prim.  7.5% Secund.  0.3%

Terciár.8.5%

Gráfico 1.2 Sectores mais dinâmicos na economia no II trimestre de 2011

 

Janeiro.2012 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO6

MoÇaMBIQuE

oportunidade de investimento na zona de interesse Turístico de inhassoro - Mapanzene e chipongo - com 2.750 hectaresO Local identifi cado, na zona sul

de Moçambique para Resort Inte-grado é o Distrito de Inhassoro, na Província de Inhambane.

CARACTERÍSTICAS DA ZONAGrande variedade e qualidade dos atributos naturais (praias de areia branca, águas transparentes e cal-mas que oferecem condições segu-ras para os banhistas, vistas atracti-vas das ilhas, zonas húmidas).Viabilidade de desenvolvimento: Oferece a possibilidade de se de-senvolver uma variedade de esta-belecimentos hoteleiros e zonas residenciais de alta qualidade. O reconhecimento internacional atri-buído à área, a qualidade das atrac-ções e o tamanho do local contribui para a viabilidade fi nanceira e de marketing do desenvolvimento.Atributos turísticos: Em Moçambi-que, a zona de Vilanculos/Bazaruto já atrai um mercado de turismo do mais alto nível e é internacional-

mente reconhecida criando uma forte sinergia entre a procura e a demanda. A área possui uma variedade de atracções turísticas de alta quali-dade: reserva marinha, ilhas, locais de mergulho de nível internacional, dugongos, águas transparentes e extensas praias de areia branca.Pretende-se desenvolver um úni-co Resort de turismo integrado de densidade baixa a média com um leque de serviços dirigidos a uma variedade de segmentos do merca-do turístico incluindo o internacio-nal, regional e doméstico. O objec-tivo é realizar um desenvolvimento sustentável e uma construção eco-lógica com base na topografi a natu-ral e ambiental do local.

Para mais informações contacte o Instituto Nacional do Turismo - INATUR Direcção de Investimento e Desenvolvimento Tel: +258 21 307320/1/3;Fax: +258 21 307322/4www.visitmozambique.net

oe consignaverbas para ProJecTocaPulaNa

O Orçamento do Estado de Moçambique para o ano de 2012 tem disponibilizados 48 milhões de meticais (1,7 milhões de dólares) para o projecto turístico Capulana.O projecto foi lançado em 2008 e destina-se a criar acomodação condigna nos distri-tos. A primeira unidade foi inaugurada em 2009 no distrito de Moamba, na província de Maputo. Destinado às zonas rurais em Moçambique, o projecto prevê a construção de pequenas estâncias hoteleiras de padrão médio-alto em 64 distritos, em locais com maior carência de acomodação. Algumas unidades estão a ser erguidas de forma fa-seada, embora com atrasos devido a difi -culdades fi nanceiras. Para 2011 previa-se a construção de cinco unidades Capulana nos distritos de Mueda (Cabo Delgado), Go-rongosa (Sofala), Funhaloro (Inhambane), Chókwè e Mwadjahane (Gaza). Neste momento, estão em curso obras de construção de três unidades nos distritos de Mandimba (Niassa), Alto-Molocué (Zam-bézia) e Guijá (Gaza), embora esta última es-teja parada devido à falta de recursos.O Instituto Nacional de Turismo (INATUR) de Moçambique encontra-se à procura de formas alternativas de fi nanciamento para retomar o projecto turístico “Capulana”, se-gundo o ministro do Turismo, citado pela Rádio Moçambique. Lançado em 2008, o projecto “Capulana”, destinado às zonas rurais em Moçambique, prevê a construção de pequenas estâncias hoteleiras de padrão médio-alto em 64 distritos, em localidades com maior carência de acomodação. Algu-mas unidades deverão terminar em 2014, obedecendo a critérios de distribuição re-gional, mas devido a difi culdades fi nancei-ras o projecto está comprometido, não ten-do o Governo consignado qualquer verba no Orçamento Geral do Estado para este ano.O ministro do Turismo, Fernando Sumbana, salientou ter o governo do seu país conse-guido na Índia um fi nanciamento de cinco milhões de dólares e informou terem sido encetados contactos com a banca a operar no país, mas adiantou que “o pacote de fi -nanciamento ainda está em aberto”.

PontaInhagondzo

24

Inhassoro

Vilankulos

Bazaruto

Zona±2500Ha

Rio Chuambo

Linha de Baixa Extensao

Inhassoro

Vilankulos

31 km

25 km

N1 13 km

Local de SASOL

Poco de Gas

PontaChuambo

Informação do Local

 

INatuR

Janeiro.2012ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 7

MuNDo

relações comerciais entre Brasil e Moçambique duplicam

O ano de 2011 foi marcado pela dupli-cação das relações comerciais entre o Brasil e Moçambique, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio Ex-terior brasileiro.De acordo com o levantamento, as exportações brasileiras para o país africano subiram 101 por cento em 2011, em relação ao ano anterior, al-cançando 81,2 milhões de dólares (64,1 milhões de euros). Já as importa-ções de produtos moçambicanos pelo Brasil cresceram 104 por cento, para 4,1 milhões de dólares (3,2 milhões de euros). Esta tendência poderá constituir um excelente catalizador para o turismo em Moçambique, se se pensar no seg-mento do turismo de negócios.

Turismo brasileiro cresce 17,9% em Portugal

O Brasil foi o mercado emissor que mais cresceu entre os países que mais turistas enviam para os estabeleci-mentos hoteleiros portugueses. O número de dormidas de turistas brasileiros nos estabelecimentos hoteleiros portugueses teve em No-vembro um crescimento de 17,9% em comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo o Instituto Na-cional de Estatística (INE). O turismo proveniente do Brasil foi mesmo o que mais cresceu em Por-tugal no penúltimo mês de 2011, um mês marcado por comportamentos distintos entre os principais merca-dos emissores: as dormidas dos cida-dãos alemães em Portugal cresceram 3,2%; as dos espanhóis desceram 2,8%; as dos franceses subiram 1,6% e as dos italianos caíram 3,1%.

África e américa do sul distinguem a TaP na Grande Final dos World Travel awards

A TAP Portugal foi eleita em Doha, no Qatar, a “Companhia Aérea Líder Mundial para África” e, pela terceira vez consecutiva, viu renovado o títu-lo de “Líder Mundial para a América do Sul”, acumulando agora os dois prémios. A entrega dos troféus foi fei-ta durante a festa de gala da grande final dos WTA, World Travel Awards, considerados os “óscares” do Turismo mundial, informa a companhia aérea em comunicado divulgado, no Brasil.Instituídos com o objetivo de reco-nhecer, premiar e celebrar a excelên-cia em todos os sectores de activida-de da indústria global de viagens e turismo, os World Travel Awards são o mais prestigiado galardão da indús-tria de viagens.

entrada de turistas em cabo verde sobe 27,5% A entrada de turistas em Cabo Verde su-biu 27,5% no primeiro semestre de 2011 em relação a idêntico período de 2010, com o Reino Unido, França e Itália, Ale-manha e Portugal entre os principais mercados emissores.Os dados são avançados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-ver-diano, que adiantam que, nos primeiros seis meses de 2011, entraram em Cabo Verde 219.042 turistas, mais 47.291 que no semestre homólogo anterior.O Reino Unido é responsável por 16,6% das entradas, seguido pela França e Itália (com 16%), Alemanha (13,8%) e Portugal (13,2%).De Portugal foram oriundos 28.857 turis-

tas - 9.654 para a ilha de Santiago, 9.087 para a do Sal, 8.037 para a da Boavista e 1.587 para a de São Vicente, com os res-tantes 492 a repartirem pelas restantes ilhas.Em relação às dormidas, em que se regis-tou um aumento de 17,8 % face ao pri-meiro semestre de 2010, também o Reino Unido continua em primeiro lugar, com 24,5% do total, seguido da Itália (19,6%), Alemanha (16%), França (11,9%) e Portu-gal (11,5%).Segundo dados do INE, os hotéis conti-nuam a ser os mais procurados, repre-sentando 84% do total, seguidos das pensões (5,5%) e das residenciais (4,9%). Em relação às dormidas, os hotéis repre-

sentam 91,5%, os aldeamentos turísticos 3,2% e as pensões 2,2%.A ilha do Sal continua a ser a que maior número de turistas recebe, com 37,7%, seguida pela Boavista (35,6%), Santia-go (13,4%) e São Vicente (6,2%), com as restantes cinco ilhas - Santo Antão, São Nicolau, Maio, Fogo e Brava - a represen-tarem 7,1% do total.Durante o primeiro semestre de 2011, em média, a taxa de ocupação/cama, a nível geral, foi de 55%, aumento de 10 pontos percentuais em relação aos primeiros seis meses de 2010.As ilhas do Sal, com 76%, e da Boavista, com 74 %, foram as que tiveram maior taxa de ocupação/cama.

Janeiro.2012 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO8

MuNDo

ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO

FICHA TéCNICAO Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (OTCM) é resultado de uma parceria entre as 18 organizações que o integram. Trata-se de um organismo especializado em monitorar e analisar as informações de inteligência de mercado. O Boletim do OTCM é distribuído em Moçambique e em todas as embaixadas do País no exterior.

eQuiPa

coordenação / concepção de textos:Helga Nunes (AHSM)assessoria / concepção de textos:Federico Vignati (SNV)secretariado: Tânia Barbero (AHSM)design e Paginação: rui BatistaTradução: Pedro Amaralimpressão: Kamatsolo, Lda.

iNForMaÇÕes

Associação de Hotéis do Sul de Moçambiquerua da Sé, nº 114, 6º andar Porta 608Maputo - MoçambiqueTel. +258 21 31 4970

Subscrições e informações do Boletim:[email protected]://observatoriomaputo.blogspot.com/

MEMBrOS DO OTCM

País vai candidatar reserva Marinha da Ponta do ouro a Património Mundial da HumanidadeO Governo de Moçambique está a pre-parar a candidatura da Reserva Mari-nha da Ponta do Ouro, em Maputo, a Património Mundial da Humanidade.De acordo com a informação, confi rma-da à Rádio ONU, a proposta deverá ser submetida à Organização para Educa-ção, Ciência e Cultura, Unesco, dentro de dois anos.Segundo o Governo, a iniciativa visa ga-rantir a conservação da biodiversidade e protecção dos recursos marinhos e costeiros existentes na região.De acordo com o ministro Fernando Sumbana, as autoridades moçambica-nas garantem estar a criar as infraes-truturas necessárias para restabelecer o parque antes da submissão da proposta de candidatura.“Fizemos todo o empreendimento, de-fi nindo claramente onde há actividade económica, onde fi ca simplesmente para conservação, a reserva marinha

com meios neste momento, desde bar-cos para fi scalização, a sede ao nível da Ponta d’Ouro, portanto, há muito inves-timento que foi realizado. Mas, mais do que o investimento do ponto de vista monetário, é a estabilização da Reser-va Especial de Maputo e de toda aquela área”, referiu o titular da pasta do Tu-rismo.A Reserva Marinha da Ponta do Ouro cobre uma superfície de cerca de 700 quilómetros quadrados.As inscrições para Património Mundial da Humanidade são analisadas pela Unesco com base num processo crite-rioso e que estabelece pré-requisitos para análise. As candidaturas, aprova-das neste primeiro momento, são le-vadas adiante e submetidas à votação pela agência. Todos os anos, a Unesco anuncia, publicamente, os nomes dos seus novos patrimónios materiais e imateriais.

 

 

oMT prevê 1 bilião de chegadas internacionais de turistas em 2012Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), a previsão das chegadas de turistas internacionais em todo o mundo deverão atingir a marca histórica de um bilião este ano. Segundo dados do último Ba-rómetro OMT do Turismo Mundial, em 2011 o crescimento foi de 4% face a 2010, alcançando 980 milhões de chegadas internacionais. Embo-ra a um ritmo mais lento, as chega-das devem aumentar entre 3% e 4% este ano. As economias emergentes devem recuperar a liderança com um crescimento mais forte na Ásia, no Pacífi co e África (4% a 6%), se-guida pelas Américas e Europa (2% a 4%). O Médio Oriente (0% a +5%) deve começar a recuperar parte das suas perdas de 2011.