boletim otcm n.º 1 - 2011, junho

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OBSERVATÓRIO DO TURISMO DA CIDADE DE MAPUTO A ideia de se lançar um Observatório de Turismo para a Cidade de Maputo (OTCM) nasceu no âmbito de conversas entre Ques- sanias Matsombe (presidente da AHSM), Zacarias Sumbana (director do MITUR), João Munguambe (director das Activida- des Económicas do CMCM) e Federico Vignati (Economista Sénior da SNV). Mais tarde, viriam a juntar-se como membros: INATUR (Instituto Nacio- nal do Turismo), AVITUM, Art-Papdel, UNESCO, CPI (Centro de Promoção de Investimentos), CEDARTE, Intercampus (Gfk), Revista Capital, BancABC e CTA (Confederação das Associações Econó- micas de Moçambique). O lançamento deste projecto foi possível graças à colaboração encetada entre 14 organizações público-privadas ligadas à Cadeia de Valor de Turismo, que cons- tituíram um fundo de desenvolvimento, que é gerido pela Associação de Hotéis de Moçambique (AHSM). A importância de se implementar o Observatório surgiu da necessidade de acompanhar de perto o mercado turísti- co e as suas tendências, estimular a ino- vação empresarial e permitir a gestão efi- ciente e concertada do Destino Turístico da Cidade de Maputo. Nesse sentido, o Observatório irá apresen- tar informações, análises e comentários, que possam apoiar as decisões de autori- dades, instituições, empresários e investi- dores e média, contribuindo para a com- petitividade das empresas e de Maputo. Os objectivos que o Observatório do Tu- rismo da Cidade de Maputo persegue são: 1) monitorar e analisar o mercado, a partir de indicadores económicos e da demanda; 2) apoiar a gestão das empre- sas de turismo, oferecendo análises sobre o mercado e suas tendências, e 3) promo- ver a Cidade de Maputo enquanto desti- no atractivo para investimentos. Graças à experiência acumulada pela in- dústria de turismo nas últimas décadas, possuímos o conhecimento necessário para admitir que o turismo desempenha um papel-chave no desenvolvimento económico, contribuindo de forma fun- damental para a geração de empregos, rendimentos e distribuição de renda no nosso País. É precisamente neste contexto que se tornou imprescindível criar uma ferra- menta de inteligência de mercado que acompanhe a contribuição efectiva do turismo na economia. Como tal, o Boletim do Observatório de Turismo da Cidade de Maputo será edi- tado todos os meses e distribuído no País e no Estrangeiro, nas versões em Portu- guês e Inglês. O Editor N.º1 JUNHO.2011 Por quê um Observatório de Turismo? Turismo gera 4.116 empregos directos Maputo gasta 3.3 milhões de USD em bebidas produzidas no País Artesanato cria 730 postos de trabalho Bares e Restaurantes impulsionam Música MAPUTO Investimento Directo Nacional cresce 152% Remunerações crescem e número de trabalhadores diminui Oferta hoteleira garante 38 mil camas MOÇAMBIQUE MUNDO Continente africano domina chegadas internacionais a Moçambique Moçambicanos são os que mais contribuem para o turismo na África do Sul http://observatoriomaputo.blogspot.com/ “É precisamente neste contexto que se tornou imprescindível criar uma ferramenta de inteligência de mercado que acompanhe a contribuição efectiva do turismo na economia.”

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Boletim do Observatório de Turismo da Cidade de Maputo

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Page 1: Boletim OTCM n.º 1 - 2011, Junho

ObservatóriO dO turismOda cidade de maPutO

A ideia de se lançar um Observatório de Turismo para a Cidade de Maputo (OTCM) nasceu no âmbito de conversas entre Ques-sanias Matsombe (presidente da AHSM), Zacarias Sumbana (director do MITUR), João Munguambe (director das Activida-des Económicas do CMCM) e Federico Vignati (Economista Sénior da SNV).Mais tarde, viriam a juntar-se como membros: INATUR (Instituto Nacio-nal do Turismo), AVITUM, Art-Papdel, UNESCO, CPI (Centro de Promoção de Investimentos), CEDARTE, Intercampus (Gfk), Revista Capital, BancABC e CTA (Confederação das Associações Econó-micas de Moçambique).O lançamento deste projecto foi possível graças à colaboração encetada entre 14 organizações público-privadas ligadas à Cadeia de Valor de Turismo, que cons-tituíram um fundo de desenvolvimento, que é gerido pela Associação de Hotéis de Moçambique (AHSM). A importância de se implementar o Observatório surgiu da necessidade de acompanhar de perto o mercado turísti-co e as suas tendências, estimular a ino-vação empresarial e permitir a gestão efi -ciente e concertada do Destino Turístico da Cidade de Maputo.Nesse sentido, o Observatório irá apresen-tar informações, análises e comentários, que possam apoiar as decisões de autori-

dades, instituições, empresários e investi-dores e média, contribuindo para a com-petitividade das empresas e de Maputo.Os objectivos que o Observatório do Tu-rismo da Cidade de Maputo persegue são: 1) monitorar e analisar o mercado, a partir de indicadores económicos e da demanda; 2) apoiar a gestão das empre-sas de turismo, oferecendo análises sobre o mercado e suas tendências, e 3) promo-ver a Cidade de Maputo enquanto desti-no atractivo para investimentos.Graças à experiência acumulada pela in-dústria de turismo nas últimas décadas, possuímos o conhecimento necessário para admitir que o turismo desempenha um papel-chave no desenvolvimento económico, contribuindo de forma fun-damental para a geração de empregos, rendimentos e distribuição de renda no nosso País. É precisamente neste contexto que se tornou imprescindível criar uma ferra-menta de inteligência de mercado que acompanhe a contribuição efectiva do turismo na economia.Como tal, o Boletim do Observatório de Turismo da Cidade de Maputo será edi-tado todos os meses e distribuído no País e no Estrangeiro, nas versões em Portu-guês e Inglês.

O Editor

N.º1 JuNHo.2011

Por quê um Observatório de Turismo?

Turismo gera 4.116 empregos directos

Maputo gasta 3.3 milhões de USD em bebidas produzidas no País

Artesanato cria 730 postos de trabalho

Bares e Restaurantes impulsionam Música

Maputo

Investimento Directo Nacional cresce 152%

Remunerações cresceme número de trabalhadores diminui

Oferta hoteleira garante38 mil camas

MoçaMbique

MuNDo

Continente africano domina chegadasinternacionais a Moçambique

Moçambicanos são os que mais contribuem para o turismo na África do Sul

http://observatoriomaputo.blogspot.com/

“É precisamente neste contexto que se tornou imprescindível

criar uma ferramenta de inteligência de mercado que

acompanhe a contribuição efectiva do turismo na economia.”

Page 2: Boletim OTCM n.º 1 - 2011, Junho

Junho.2011 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO2

Maputo

Turismo gera 4.116 empregos directos em MaputoO turismo envolve directamente pelo menos 5 sub-sec-

tores da economia de nossa cidade. Trata-se dos segmen-tos de Hospedagem, Bares & Restaurantes, Transportes, Artesanato e Comércio.Apesar de nenhum dos empreendimentos turísticos da Ci-dade se encaixarem no conceito de “mega-projetos”, consta-ta-se que a indústria do turismo é extremamente eficiente em termos de geração de trabalho e oportunidades de ren-dimentos. Veja-se que, de acordo com projecções do Observatório do Turismo de Maputo baseadas nos resultados do Estu-

do da Cadeia de Valor de 2009, a economia do turismo de Maputo movimentou 143 milhões de dólares em 2010, ge-rando 4.116 empregos directos na Cidade. Fica assim evi-denciado que o turismo, embora seja constituído na sua maioria por empresas de médio e pequeno porte, quando não mesmo micro, evidenciam uma ampla capacidade para a geração de trabalho.Vale a pena destacar que em termos quantitativos, os Top 3 Maiores Empregadores do sector são: (1) Hospedagem, com 1.804; (2) Bares e Restaurantes, com 1.288; e (3) Artesanato, com 800 empregos.

Destino Maputo gasta 3.3 milhões de dólares em bebidas produzidas pela indústria nacionalDe acordo com um Estudo realizado

pelo Observatório do Turismo da Cidade de Maputo, os segmentos de Hospeda-gem e de Bares & Restaurantes são im-portantes consumidores de bebidas for-necidas pela indústria nacional. Calcula-se que até 57% do total das be-bidas comercializadas nos Hotéis e nos Bares & Restaurantes da Cidade de Ma-puto sejam fornecidas por empresas que produzem no território nacional. A indústria do turismo gastou em 2010

um valor próximo de 3.3 milhões de dóla-res em bebidas, nomeadamente em cer-veja, água e refrigerantes.Existe, portanto, uma correlação directa entre o sucesso das vendas de bebidas na cidade de Maputo e a competitividade da indústria do turismo.Como capitalizar esta relação de modo a que ambas as indústrias possam benefi-ciar-se?Precisamos avançar rumo a um maior entendimento como forma de ambas as

indústrias identificarem uma oportuni-dade de colaboração que contribua para o desenvolvimento do Destino Maputo. Nesse contexto, lança-se aqui a ideia de uma futura parceria na área de formação vocacional, com um particular enfoque para os Serviços de Mesa. Torna-se necessário ter em conta que os empregados de mesa, em última instân-cia, podem ser os ‘embaixadores’ das be-bidas nacionais.

Indicadores Turísticos da Demanda - Destino Maputo 2008 2009 2010* 2011*

Número de Turistas 294.698 333.000 357.310 382.320Nacionais (%) 40 44 44 47Estrangeiros (%) 60 56 56 53Permanência Média (dias) 3 3 4 4Gasto Médio por dia (USD) 95 100 106Taxa de Ocupação Hoteleira (%) 39.5 44.3 55 Contribuição ao PIB de Maputo em (USD) 95.000.000 1.429.240 1.529.280Geração de Emprego Directo 3.880 4.000 4.116 4.239

* Projecção Observatório

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Junho.2011ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 3

Maputo

Artesanato cria 730 empregos na Cidade de Maputo

Maputo passa por um momento importante na estruturação do mercado informal do Artesanato. O Lançamento da FEIMA (Feira de Artesanato, Gastronomia e Flores de Maputo), um projecto co-financiado pelo AECID (Co-operação Espanhola), é uma evidência importante desse esforço. Ao mesmo tempo, é preciso aproveitar esse momentum para engajar outros parceiros na consolidação da FEIMA, procuran-do melhorias estruturantes nos postos de venda, na qualidade da oferta e na realização de actividades que tragam vida à Feira em questão.Com a criação da FEIMA, o Conselho Municipal de Maputo deu um importante impulso ao segmento do Artesanato. De acordo com um estudo realizado pela Unesco sobre o Artesanato em Ma-puto, sabe-se que esta actividade movimenta 1.5 milhões de dóla-

res, criando oportunidades de trabalho a mais de 700 pessoas. O artesanato, não sendo um segmento formado por empre-sas de grande porte, comporta-se assim como um bom meio de geração de trabalho e rendimentos, sendo que a actividade beneficia cerca de 4.400 pessoas indirectamente, assumindo-se também como um importante factor de atracção de turistas para a cidade de Maputo.A esse propósito, estima-se que o crescimento da actividade tu-rística em Moçambique, que conta actualmente com o histórico de crescimento médio na ordem de 6% ao ano (2007-2010), venha a desempenhar um papel relevante na expansão deste mercado. De acordo com pesquisas realizadas, pode-se admitir que a de-manda de turistas (estrangeiros) assume uma contribuição até 46% da demanda por artesanato na Cidade de Maputo.

Bares e Restaurantes impulsionamsegmento da MúsicaO segmento da Música na cidade de Ma-

puto pode estar a beneficiar do aumento de Bares e Restaurantes (B&R) na Cidade. Sabe-se que o segmento de Bares & Res-taurantes movimentou, em 2010, um va-lor próximo dos 20 milhões de dólares. Este segmento, também integrado no turismo, apresenta-se em franca expan-são e, por este mesmo motivo, os B&R têm procurado ofertas complementares, como por exemplo a Música, como forma de se diferenciarem da concorrência.Um facto positivo é que a oferta da Músi-ca tal como a oferta do Artesanato estão a crescer, em parte alavancando-se da ex-pansão do crescimento do país. Este crescimento produz reflexos na capa-cidade de consumo da população da cida-de de Maputo, facto que por si só tem esti-mulado um maior consumo de televisores, rádios assim como a participação em even-tos músicais e espectáculos pagos.

Tendo em conta que a Cidade possui uma quota de 50,1% do investimen-to total nacional feito em Alojamento, Restauração e Similares, esse facto faz antever que uma franca aposta irá im-pulsionar a Música, em 2011 e nos anos seguintes. Cerca de 70% dos 800 músicos em Mapu-to têm na Música a sua principal fonte de rendimento, influenciando um universo de 4.800 pessoas, segundo o Estudo da Cadeia de Valor levado a cabo pela SNV com a colaboração do MITUR, CMMa-puto, Cedarte, ICC e o Programa das In-dústrias Criativas das Nações Unidas.Grosso modo, a Música move um volume de negócios de 1.645 milhões de dólares.Mas até onde este crescimento irá levar a música moçambicana? Será que um dia seremos capazes de om-brear mercados competitivos com outros países como Cabo Verde?

Existem 800 músicos

A música gera

1.6 milhões USD;

O rendimento mensal é de

170 USD

4.800 pessoas

beneficiadas

FONTE: UNESCO

Existem 730 artesãos (657 vendedores e 73 produtores) • O artesanato gera 1.5 milhões USD;

Existem 4.380 pessoas beneficiadas • 92% dos artesãos considera-se auto-empregado

FONTE: Unesco

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Junho.2011 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO4

Maputo

Resultado do Estudo da Cadeia de Valor de Turismo já influenciou a Decisão Estratégica do Município de Maputo De olho nas possibilidades de parcerias com as empresas

operadoras do ramo da hotelaria e turismo bem como nos resultados do Estudo da Cadeia de Valor do Turismo de Ma-puto - ECVT, o Município de Maputo decidiu acelerar o passo no processo de conclusão das obras de construção do Centro Municipal de Formação de Magoanine C. O referido centro, a ser concluído já neste mês de Junho, irá oferecer vários cursos profissionalizantes que irão permitir a criação de capacidades nos bairros periféricos de Maputo para o emprego e auto-em-prego, sobretudo de jovens.Facto importante é que a conclusão deste centro decorre tam-bém de uma parceria entre o Município de Maputo e uma em-presa Moçambicana, a Mirage Lda., que ao longo do último ano e meio investiu recursos financeiros consideráveis para a conclusão da obra.Relativamente aos cursos a serem oferecidos, o destaque vai para os associados à hotelaria e Turismo, nomeadamente, os de Culinária, Empregadas de Mesa, Empregadas Domésticas, Recepcionistas, Guias Turísticos, além de outros comple-mentares a este como Informática, Dactilografia, e Secreta-

riado. De acordo com o ECVT, cerca de 400 mil dólares são despendidos anualmente de forma dispersa na formação dos trabalhadores do sector, e o produto final continua a ser não satisfatório.Para a materialização deste desiderato, o Conselho Municipal espera poder contar com a colaboração das diversas empre-sas que operam no ramo da restauração, hotelaria e turismo, mas também da indústria de bebidas. De acordo com o estu-do mencionado, parte considerável das suas receitas provém deste sector, pelo que acreditamos que um melhoramento significativo dos serviços prestados nos hotéis, restaurantes, bares, entre outros, poderá significar uma maior satisfação do turista e, consequentemente, um maior consumo.Estamos certos que, com toda esta colaboração e com a par-ceria público-privada, o turismo em Maputo está a entrar num novo momento, caracterizado por um maior profissionalismo e qualidade.

João Munguambe, director das Actividades Económicas do Conselho Municipal de Maputo

Visitantes vêm à Capital a negóciosMaputo é o principal destino turístico

de Moçambique em termos de número de hóspedes, quando se sabe que houve 1.836.143 visitantes o ano passado ( fonte: INE/Migração). De acordo com dados fornecidos pelo INE, a cidade recebeu 321.041 hóspedes nacionais e estrangeiros, em 2010, regis-tando uma variação positiva de 38,8%.No que diz respeito à estadia média, a ci-dade de Maputo superiorizou-se uma vez mais em relação às restantes províncias

do País, com 2,1 dias de permanência, sendo que Sofala foi a única província que igualou aquele tempo de permanên-cia média.De acordo com o Estudo da Cadeia de Valor (levado a cabo pela SNV com a colaboração do MITUR, CMMaputo, Ce-darte, ICC e o Programa das Indústrias Criativas das Nações Unidas), e embora a maior parte dos visitantes venha a Mo-çambique motivada pela perspectiva do Lazer & Férias, quase 60% dos visitantes

terão vindo à cidade de Maputo, em 2010, sobretudo devido a razões estritamente profissionais.Este é um dado particularmente im-portante se se pretende incrementar os níveis de oferta turística na cidade de Maputo e gerir um tipo de turismo mais vocacionado para o mundo dos negócios, à semelhança do que fazem outras cida-des como, por exemplo, Nairobi, Cape Town, Nova Iorque, São Paulo, Londres e Tóquio.

espaço CMCM

Que razões levam a que os turistas visitem Maputo?Mais de metade dos visitantes terão vindo à cidade de Maputo, em 2010, sobretudo devido a razões estritamente profissionais.

57%Negócios

34%Eventos e Conferências

4%3%2%

Turismo de lazer, de praia e cultural Visita à família e amigos

SafariFONTE: Estudo da Cadeia de Valor

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Junho.2011ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 5

MoçaMbique

Um interlocutor válido para o sector turísticoA AVITUM – Associação dos Agentes de Viagens e Opera-

dores Turísticos de Moçambique, promove a defesa dos inte-resses económicos dos seus associados.Usando das cinergias que envolvem o sector privado, o Go-verno e as comunidades faz a diferença mediante contribui-ção positiva e pro-activa no desenvolvimento sustentável do turismo moçambicano e dos seus associados.A associação afi rma-se como o interlocutor válido no Turis-mo em Mocambique. Ela liga-se em termos de actividades à FEMOTUR e à Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), estabelecendo assim o canal ideal

para a harmonização e solução dos desafi os deste sector.Abre caminhos para a remoção de barreiras, harmoniza con-ceitos que facilitem o desenvolvimento da actividade e une forças dos seus associados, dando-lhes uma voz activa.A participação de todos os agentes de viagens e operadores turísticos é vital para a sua própria existência. Noor Momade, presidente da AVITUM

Compartilhe informações relevantes ao sector através do Face-book: Mozambique Avitum.Contacto: 84 7138504 – Email: [email protected]

aVituM

Investimento NacionalDirectocresce 152%A variação do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), em dólares, reduziu de 2008 para 2009 em 40,7%, enquan-to o Investimento Directo Nacional (IDN) aumentou 152,3%, de acordo com informações do Centro de Pro-moção de Investimentos (CPI). Essa tendência demonstra que existe um maior nível de envolvimento do sector empresarial nacional no investimento no Turismo, muito embora o valor de IDE ainda seja superior em 30 milhões de dólares.

Turistas e receitas do Turismo Internacional aumentamO número de turistas estrangeiros em

Moçambique passou de cerca de 250 mil no ano 2000 para 580 mil em 2005, sendo que hoje o país regista 1.836.143 milhões de turistas. O número de turistas que visitou Mo-çambique em 2010 aumentou 7,3%, se-gundo dados fornecidos pelo INE, uma

vez que o volume aumentou de 1.711.147 indivíduos para 1.836.143. Decorrente desse aumento verifi cado, as receitas in-ternacionais do turismo foram de cerca de 60 milhões (2000), 130 milhões (2005) e 197 milhões de dólares norte-ameri-canos (2010), segundo dados fornecidos pelo Banco de Moçambique.

197,3195,6190

163,4

139,7

2005 2006 2007 2008 2009 2010

129,6

FONTE: Banco de Moçambique

Receitas do Turismo Internacional(milhoes de USD)

2005 2006 2007 2008 2009

450

400

350

300

250

200

150

100

50

0

Proposta de Projectosde Investimento no Turismo(milhões de USD)

TOTAL

IDE

IDN

FONTE: CPI

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Junho.2011 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO6

MoçaMbique

Saiba sobre a posse e circulação de Arte e ArtesanatoA questão da livre circulação das artes e do artesanato foi

muito levantada em 2009 no âmbito da Análise da Cadeia de Valor do Artesanato realizada pela CEDARTE para o CCI (Centro de Comércio Internacional), no contexto do Progra-ma Conjunto para o Reforço das Indústrias Culturais e Criati-vas e Políticas Inclusivas.Ainda no mesmo ano, um outro estudo da Cadeia de Valor de Turismo ao nível da Cidade Maputo, realizado pela SNV no âmbito do Observatório de Turismo da Cidade de Mapu-to, voltou a evidenciar as perdas do potencial de gasto pelos turistas, devido ao impedimento que estes têm de levar para as suas terras de origem os objectos de arte e artesanato. Este estudo mostrava que o artesanato ao nível da Cidade de Ma-puto tem um potencial de receitas anuais de 1,2 milhões de

USD provenientes do sector de turismo. Mostra também que são perdidos cerca de 40% do potencial de compras pelos tu-ristas devido a esta barreira.A CEDARTE em colaboração com vários parceiros dos quais se destaca a UNESCO, o Projecto ART-PAPDEL baseado no Ministério de Administração Estatal, a SNV, os ADM, o INA-TUR, e implicitamente o Observatório de Turismo da Cidade de Maputo, iniciou a implementação de uma actividade que tem em vista a redução desta barreira não-tarifária que tem estado a inibir os negócios do artesanato. A campanha con-siste na divulgação da Lei 10/81 que, em conjugação com o Diploma Minmisterial 202ª-2002, esclarece a livre circulação de objectos de arte e artesanato e os seus limites.

CeDaRte

Oferta hoteleira garante38 mil camas em 2010A poucos meses da realização da X

Edição dos Jogos Africanos 2011, em Se-tembro - um evento que se espera venha a atrair não só para Maputo mas para as restantes províncias de Moçambique pelo menos 50 mil pessoas, entre des-

portistas , membros do staff e turistas, o parque hoteleiro nacional passou de cer-ca de 10.560 camas, em 2000, para 14.800, em 2005, tendo registado cerca de 38.260 camas, em 2010, segundo dados forneci-dos pelo Dinatur.

Remunerações cresceme número de trabalhadores diminui

O volume de negócios cresceu nominalmente face ao trimestre homólogo de 2009 em 34,7%, segundo informações do INE (SÍNTESE DE CONJUNTURA ECONÓMICA – IV TRIMESTRE 2010). Uma tendência crescente que é explicada fundamentalmente pelo aumento do volume de negócios da Indústria; Restauran-tes e Turismo, em 34,7%; 32,5% e 28,5%, respectivamente.Em relação ao trimestre anterior, também houve um crescimento na ordem dos 13,1%.As remunerações cresceram face ao período homólogo em 4,5% e o número de trabalhadores decres-ceu em 0,4%.

OFERTA HOTELEIRA

Província Nº Estab. Alojam Quartos CamasNiassa 43 574 702

Cabo Delgado 84 866 1.480

Nampula 169 2.023 2.923

Zambézia 124 1.289 1.718

Tete 40 568 875

Manica 53 769 1.088

Sofala 27 991 1.602

Inhambane 386 7.511 15.643

Gaza 21 303 565

Maputo Província 71 953 1.522

Maputo Cidade 157 5.072 10.142

Total 1.175 20.919 38.260

FONTE: DINATUR

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Junho.2011ObservatóriO dO turismO da cidade maPutO 7

MuNDo

Movimento de hóspedes aumenta 23,8%O número de hóspedes total nos estabelecimentos hote-

leiros em Moçambique aumentou, segundo dados do INE, no IV trimestre de 2010, na ordem dos 23,8%, quando com-parado com o mesmo período de 2009. Este comportamento encontra explicação no crescimento de hóspedes estrangeiros, que se registou na ordem dos 48,8%. Em relação ao trimestre anterior, o número de hóspedes to-tal registou um crescimento de 17,7%, influenciado, sobre-tudo, pelo aumento do número de hóspedes estrangeiros em cerca de 28,6%, enquanto a tendência do movimento de hóspedes nacionais cresceu 5,9%. Em 2010, houve 267.720 hóspedes estrangeiros e 254.493 hóspedes nacionais.

África do Sul é o principal mercado emissorA África do Sul continua a liderar o volume de chegadas in-

ternacionais por país de residência permamente em 2010, ano da realização da Copa do Mundo. Não obstante, o Malawi foi o segundo país da lista com um crescimento positivo de 378% (2009-2010). Aliás, o volume de visitantes daquele país cresceu de 48 para 228 mil indivíduos no mesmo período em análise. Apesar da subida registada de visitantes da RAS e do Malawi, a tendência face ao Zimbabwe e à Suazilândia mantêm-se clara-mente negativas, com -72% e -66%, respectivamente.Outro facto curioso é que os Estados Unidos da América apre-sentaram uma variação positiva na ordem dos 190% (2009-2010) em termos de chegadas, tendo assim triplicado o número de pessoas.

Continente africano domina chegadas internacionais a MoçambiqueCerca de 80% das chegadas internacio-

nais a Moçambique são provenientes do continente africano. Ao passo que o continente africano pro-porciona 1.465.793 visitantes, a Europa

assume a segunda posição da lista com 219.089 visitantes ou com 11,9% do volu-me das chegadas internacionais, seguin-do-se a América e a Ásia, com 5,6% e 1,5%, respectivamente.

Este movimento revela que o volume de chegadas regionais impera e que o País po-derá, cada vez mais, dirigir os seus esfor-ços de marketing turístico com a criação de pacotes dirigidos aos países da Região.

100

90

80

70

60

50

40201020092008

Movimento de Hóspedes (milhares)

África 79,8%

FONTE: INE

FONTE: INE/Migração (INDEST 2010)

FONTE: INE/Migração (INDEST 2010)

Europa 11,9%

América 5,6%

Ásia 1,5%

Australásia 1%

Outros 0,2%

Estrangeiros

Nacionais

Page 8: Boletim OTCM n.º 1 - 2011, Junho

Junho.2011 ObservatóriO dO turismO da cidade maPutOObservatóriO dO turismO da cidade maPutO8

MuNDo

Moçambicanos são os africanosque mais contribuem para o turismo na África do SulMoçambique fi gura no Top 3 como principal mercado emis-

sor de turistas para a África do Sul.Em 2009, e somente com o seu cartão de crédito VISA, o turista moçambicano gastou na África do Sul 89 milhões de dólares. Este volume representou um crescimento de 118% em relação ao ano anterior. Um sinal de que a economia do nosso País está a melhorar e que o desejo de viajar está a aumentar, o que é evidentemente positivo.Entre os países africanos, Moçambique ocupa a primeira posi-ção do ranking, seguido pelo Botswana (62 milhões de dólares) e pela Namíbia (55 milhões de dólares).Com esta informação em mente, temos a clareza da importân-cia do mercado regional como emissor de turistas. A título de exemplo, o maior mercado emissor do Brasil é a Argentina, na Espanha é a França e no México são os Estados Unidos. Temos, portanto, no país vizinho um importante mercado emissor, e precisamos medir a sua contribuição. Quem sabe o VISA pos-sa colaborar oferecendo esta informação, assim como o faz na África do Sul. Por outro lado, subsiste uma pergunta: Que en-traves levam a que o turista moçambicano não gaste parte da-quele dinheiro no seu País?

RANKING DOS PAÍSES EMISSORES PARA ÁFRICA DO SUL

Países Milhões USD

Reino Unido 461

EUA 269

Moçambique 89

Alemanha 68

França 67

Botswana 62

Austrália 59

Namíbia 55

Canada 52

Suiça 41

FONTE: VISA Outlook

FICHA TÉCNICAO Observatório do Turismo da Cidade de Maputo (OTCM) é resultado de uma parceria entre as 14 organizações que o integram. Trata-se de um organismo especializado em monitorar e analisar as informações de inteligência de mercado. O Boletim do OTCM é distribuído em Moçambique e em todas as embaixadas do País no exterior.

EQUIPA

Coordenação: Helga Nunes (AHSM)

Assessoria: Federico Vignati (SNV)

Secretariado: Tânia Barbero (AHSM)

Design e Paginação: Rui Batista

Tradução: Muheti Mbazima

Impressão: Omaia – Publifi x

INFORMAÇÕES

Associação de Hotéis do Sul de MoçambiqueRua da Sé, nº 114, 6º andar Porta 608Maputo - MoçambiqueTel. +258 21 31 4970

Subscrições e informações do Boletim:[email protected]://observatoriomaputo.blogspot.com/

MEMBROS DO OTCM