boletim n.o 21resources.bgs.ac.uk/sadcreports/angola1972bull21marques..." 7.63 x 10-4 e para 0...

47
BOLETIM N.o 21 DOS SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS DE ANGOLA iN DICE ESTUDOS: /' !'AULA DOS SANTOS N,G de pagina FORMATIONS CHARBONNIFtRES DU SYSTi!:ME DU KALAHARI DE L'ANGOLA ................... '" ... ... ... ... ... ... ... ... 5 MANUEL DA MOTTA MARQUES, FERNANDO ESTEVES DA COSTA E JOAO ADALBERTO T. AMARAL BRITES DETERMINA9AO DAS CONSTANTES HIDRODINAMICAS DE ALGUNS AQUIFEROS DA REGIAO DOS GAMBOS ... ... ... ... ........ 17 JlRANCISCO ARTUR N. GRlLO OCORRitNCIAS DE DIS1'ENA NAS REQIOES DE CAr;OSSO E MICA- QUANZA SUL ... '" ... ... .. , ... ... ... ... ... ... ... ...... 65 mlRARDO VALLEJO DOS SANTOS PAES JAZIGOS DE MANGANllS A NORTE DO RIO CUANZA (ANGOLA) .. 89 _ LUANDA - IMPRENSA NACIONAL DE ANGOLA - 1972

Upload: others

Post on 12-Mar-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

BOLETIM N.o 21

DOS

SERVICOS DE GEOLOGIA E MINAS DE ANGOLA

iN DICE

ESTUDOS:

/' !'AULA DOS SANTOS

N,G de pagina

FORMATIONS CHARBONNIFtRES DU SYSTi!:ME DU KALAHARI DE L'ANGOLA ................... '" ... ... ... ... ... ... ... ... 5

IO~I\ MANUEL DA MOTTA MARQUES, FERNANDO ESTEVES DA COSTA E JOAO ADALBERTO T. AMARAL BRITES

DETERMINA9AO DAS CONSTANTES HIDRODINAMICAS DE ALGUNS AQUIFEROS DA REGIAO DOS GAMBOS ... ... ... ... ..• ...... 17

JlRANCISCO ARTUR N. GRlLO

OCORRitNCIAS DE DIS1'ENA NAS REQIOES DE CAr;OSSO E MICA-QUANZA SUL • ... '" ... ... .., ... ... ... ... ... ... ... ...... 65

mlRARDO VALLEJO DOS SANTOS PAES

JAZIGOS DE MANGANllS A NORTE DO RIO CUANZA (ANGOLA) .. 89

11~1/71 _ LUANDA - IMPRENSA NACIONAL DE ANGOLA - 1972

[)etermina<;:ao das mIcaS de alguns

dos

Constantes Aquiferos Gambos

Por

Hidrodina­da Regiao

JOSE MANUEL DA MOTTA MARQUES FERNANDO ESTEVES DA COSTA

JOAO ADALBERTO T. AMARAL BRITES (Geologos)

RESUMO

Ap6s a fase inicial de Abastecimcnto de Agua as Regioes Pastoris do suI de Angola, !I 11(0111;[[0 dos hidroge61ogos comcCa a concentrar~se no comportamento das capta90es cons­il'llldns, corn vista ao cantrcle das reservas aqulferas reguladoras.

Intcressa verificar se nas zonas de cinselamento e alterac;ao das rochas cristalinas, onde Iw IIllUn 0 maior numerO de capta90es, era viavel a aplicac;ao do me~odo de Theis de Hie larga ftllllc(lCll0 nas formac;oes sedimentares detriticas.

Embora se tivessem utilizado bombas corn motores termicos, as quais nao sao as mais 1IIIIlcndas para este tipo de ensaios, juJgamos que os resultados obtidos permitem considerar vAHlIas as conclusoes a que chegamos.

As conclusoes obtidas com os ensaios, efectuados nas estruturas que afectam as rochas 1Jr/!lII\linas, podem considerar-se dignas de confian<;a, visto que as distancias consideradas e 0 IltlfOllrso meandrizado da agu~ que se move para 0 potyo, pode ser descrito estatisticamente ~III conformidade com 0 fluxo radial.

Os gra.ficos solo identicos aos melhorcs que se encontram em publicatyoes da especia­Ildildc. Os valores obtidos para 0 coeficiente de transmissividade variam de 3,52 X lOA " 7.63 X 10- 4 e para 0 coeficiente de armazenagcm de 0,58 x 10_2 a 3,04 x 10_2• Concluiu-se 1~!lU os aquiferos se comportam coma mantos livres.

Comparando os valores obtidos pelo metodo de Theis com valores dados pelos metodos Idln!!cP) e «Slug-injection» verifica-se que estes mctodos podem ser aplicados coma expeditos 11111 trabalhos preliminares.

Cartas de resistividade e levantamentos geo16gicos de pormenor, permitirao determinar n volume dos aquiferos, 0 que, conjugado cam 0 coeficiente de armazenagem conduzjr-nos-a, 1111 futuro, ao calculo das reservas reguladoras.

ABSTRACT (1)

FoHowing the initial stage of «Abastecimento de agua as Regioes Pastoris do sui de AH~O!a», hydrogeologists began to be fixed upon the behaviour of the wells already built, III order to achieve the control of the regulating reserves.

rt is interesting to be verified if in the areas of fracture and alteration in crystalline rocks, Will)!'C are located the most part of the wells, wJuld b~ possible to apply the Theis'method !If Nuch a large application in drcggy sedimentary formations.

(1) Versao em ingles do Engenheiro de Minas F. Almcida Flores.

L

18 BOLETIM DOS SERVI90S DE (JEOLO(JIA E MINAS

Although have been used, pumps driven by diesel engines, which are not the most suitable for this sort of tests, it Was assumed that results aChieved will allow to consider valid the conclu­sions attained.

The conclusions reached with the tests accomplished on the structures Which affect the crystalline rocks, may be regarded as reliable since the spaces considered and the meandrous course of the Water toWard the Well, may be described statistically according to the radial flux.

The diagrams are exactly alike to the best that may be find in the hydrologic publica~ tions. The values obtained for the transmissibility coefficient vary from 3,52 x lOA to 7,63 x x lOA and for the storage coefficient between 0,58 x 10_ 2 and 3,04 x 10.2 , It Was accepted

that the aquifer behave as free mantles. Making the comparison between the values obtained from the Theis'method With the

values furnished by the Bailer's and slug injection's methods, it Was verified that, these ones may be applied as expeditious, in preliminary Works.

The resistivity maps and Geological Survey of details, Will permit to compute the volume of the aquifer, and this, together With the storage' coefficient Will lead us, in the future, to the computation of the regulatory reserves.

1- INTRODU<;:XO

o conhecimento dos recursos em aguas subterraneas, a avaliayao das reservas e 0 seu aproveitamento racional, sac de importancia extraordinaria e devem constituir, hoje em dia, uma das principais preocupa90es do hidro­geologo, especialmente, quando se trata de capta,oes de aguas subterraneas, em regi6es semiaridas.

Nos ultimos vinte anos, tern sido desenvolvidas novas teorias hidrogeo-16gicas, que revolucionaram, quase completamente, os conceitos e tecnicas anteriores. No entanto, a necessidade do conhecimento completo da hidro­geologia de determinada regiao, e urn facto que nos obriga a colheita de todos os elementos e dados que e possivel obter, os quais, analisados em conjunto, conduzem a concretizay8.o desse conhecimento.

Assim, em regi6es em que a necessidade de agua e premente e nao existam aguas superficiais ou possibilidade de as reter, a unica solu,ilo e a pesquisa de " aguas subterraneas, baseada na geologia de superflcie e na fotointerpreta,1io",1 acampanhada, quando necessaria, de prospecyao geofisica. Em fase maiS:i ,/' a~anyada, qua!!do ess~s nece,ssidades primarias estao quase totalmente satis~:t~ feltas, a aten,ao do hldrogcologo deve concentrar-se no c~mportamento da~·~l obras efectuadas, corn 0 fim de controlar as reservas aqmferas reguladoras .. :~1

Para tal, dever" 0 hidrogeologo, entre outros trabalhos, ensaiar o~~j; aquiferos, analisar os dados obtidos e a partir deste estudo, determinar as .. il.Li caracterlsticas hidrodinamicas. ·1./

Corn esta finalidade construimos piezometros na area dos Gambos, juntq:' as cap:a,oes julgadas mais representativas, que permitiram efectuar ensaio~: de aqmfero., i

Ao mesmo tempo e tendo cm linha de conta, 0 ca!culo e control' I das reservas hidricas reguladoras, equipou-se a regiao corn uma Estayao Hidro: ;' geologica que nos possibilitou dispor de dados respeitantes it pluviometria, evapotranspira,1io, evapora,ao, temperaturas e velocidade do vento a super ficie, dados absolutamente necessarios para 0 ca!culo do balan,o hidric<1' Para uma completa informa,ao sabre a precipita,ao regional, foram distr( buidos pela area pluviometros totalizadores. 'i

vidac dado com

!ipos consi

gc6Ic dcsen

Gam' pnnc

11 "

2.1. -

- m~

cxtcn CSPCS! homb

dcscri Ill<lnt.

ncim[

nffo e Ilquffe

aq Llife Ma,

pndcn ( )ra,

Se lal 11 flaO

r:ipcss pOyO

bJc lll~

the )llS

llX. ca­

x tcd

the ncs

lnlC

the

da~;

.'m a Iro-cas,

seo~

icas lro­so:.; 11to,

,tarn 1 de 9aO,

nais atis~

das )ras. r os r as

unto ,aio;.;

trole idro~

~tria, .lpcr~

!rico. ,istri~

1970-NOMERO 21 19

Efectuaram-se levautamentos geol6gicos de pormenor e cartas de resisti­vidades, it escala 1:1000, com vista a relacionar a geologia de superficie com os dudas estruturais obtidos das cartas de resistividade e relacianar as estruturas, com os dados dos ensaios de aquiferos.

o estudo geoquimico e a correla9ao dos tipos de aguas, corn os diversos I i pos lito16gicos, sera mais um elemento de muito valor que teremos de c{)llsiderar.

E este trabalho de «equipe» e todo 0 contributo v"lido que deve preocupar I!,,,\logos e outros tecnicos, trabalhando noutras regiaes, que permitira 0 futuro dcsenvolvimento da hidrogeologia em Angola.

A determina9ao das constantes hidrodinamicas de aqulferos na area dos (Jambos, em que inicialmente estivemos empenhados, sera pois 0 objectivo pl'incipal deste relat6rio.

11 .- SINOPSE TE6RICA DOS METODOS APLICADOS

2. I. - EQUA<;:AO DE THEIS

2.1.1 - Theis deduziu uma equa9ao de urn escoamento transit6rio - movimento nao permanente - de urn manto cativo, nao realirnentado, de

extensilo lateral infinita, homogeneo, isotropo, inicialrnente em repouso, de llspessura uniforme, captado sabre toda a sua espessura e submetido a uma hombagem de debito constante.

E impossivel encontrar na natureza, urn rnanta nas condi96es acima dcscritas. Contuda, urn estudo mais atento, leva-nos a conduir que diversos IllHntos, rnediante determinadas condir;oes, se podem aproximar do caso lirnite, lIcima mencionado.

Assim:

2.1.1.1 - Len,ol infinito e nao realimentado - De facto tal aquifero nno existe na natureza, mas para ensaios de bombagem de curta durac;ao, 0

uquifero comporta-se como infinito e nao realimentado.

2.1.1.2 - 0 aquifero e homogeneo e is6tropo - No conjunto, as forma90es uquiferas nunca sao is6tropas e homogeneas, sobretudo em pormenor. Mas na priltica pode-se desprezar esta anisotropia e esta heterogeneidade.

As forma95es sedimentares sao depositadas em camadas horizontais, podendo, portanto, ser consideradas coma meios isotropos no pIano horizontal. Ora, a imensa maioria dos escoamentos subterraneos, tern lugar neste pIano.

2.1.1.3 - 0 len,ol deve estar em repouso antes do ensaio - E uma condi9ao que se pode verificar em quaJquer aqulfero.

2.1.1.4 - 0 aquifero deve ser atravessado sobre toda a sua espessura­Se tal condiyao nao se verificar, 0 comportamento do manto sera diferente, 11 nao ser que 0 Cone de bombagem ultrapasse uma distancia igual ao dobro da cHpessura do aquifero. Nestas circunstancias, ja 0 furo se comportani como urn ,,090 completo.

- ---_._--- ..

20 BOLETIM DOS SERVlr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

2.1.1.5 - Manto cativo - 0 manto cativo satisfaz as condi,oes exigidas pela equa,iio de Theis. Contudo, e apesar desta equa,ilo ter sido deduzida para os mantos cativos, tambem ela podera ser aplicada a mantos livres, mediante hipoteses simplificadoras e condi,oes limitadas. Assim, supoe-se que 0

escoamcnto e horizontal e que a espessura do aquifcro se mantem constante em tada a sua extensiLo. Estas hip6teses limitam, no entanto, a aplicavao do metodo e exigem a presenya de piezometros, uma vez que naG se aproveitam as mediyoes efectuadas directamente nos pOyOS, que, coma facilmente se compreende, silo afectadas pelas perdas de carga resultantes da bombagem.

Sendo assim, podemos entiio afirmar, que a aplica,iio da formula de Theis aos mantas livres, exige 0 conhecimento da espessura do aquifero, bem como da sua espessura constante em toda a extensiio da toalha. Se a raziio

dh for compreendida entre 2 % e 25 %, podem-se ainda obter valores correc­h

tamente aproximados, acrescentando it formula de Theis 0 factor correctivo S2

- -- ,em que s represcnta 0 rebaixamento e h a espessura do manta. 2h

2.1.1. 6 - 0 aquifero tem espessura constante - A espessura de uma camada varia gradualmente e, se na vizinhan,a imediata da bombagem niio houver varia90es bruscas de espessura, pode-se considerar 0 aquifero coma tendo uma espessura constante.

De acordo corn a lei de Darcy, 0 fluxo atraves de qualquer sec,iio cilfn­drica concentrica do material aqu[fero, sera dado pelas equa,oes seguintes:

Q= K S I Q=TIL

Q-e 0 caudal

(I) (2)

K - 0 coeficiente de permeabilidade S - superficie da sec,ilo transversal do fluxo I - gradiente hidraulico

T - coeficiente de transmissividade L - frente de escoamento

A equa,ao (I), tomando r para raio de um cilindro qualquer e h a altura do cone de depressiio it distancia r do po,o, pode escrever-se: i

i

logo

sendo

I = dh dr

S = 2n r h

Q = K2n rh dh

dr

dh -- 0 gradiente hidniulico. dr

(3)

r ,

as dil:

dand

Illteg

nws

saiUi Iwra

s a :, o e o s e

e 1

J

)

1 )

)

,

I I I L

1970-NOMERO 21 21

Mudando a ordem das variltveis e integrando entre os limites r, er" ,tH distancias respectivas dos pocos de observaciio ao poco bombeado, teremos:

r Q=Khdh2-

dr

r Q dr Kit dh 2n

dando outra forma, vem:

dr Kh dh 2n

r Integrando

jr,

r,

Jr ,

" r,

log -­e r,

r, log -­

e r,

r, log ---

e r,

r, log --

e r,

dr

r

dr

r

Q

2n K

2Q

2n Kh dh

Q

hdh

-~~- [h 2 ' - h"J Q.. -

nK

Q (h2 + h,) (h, - h,)

nK

Q (h2 + h,) (s, - 3,)

Se 0 total do rebaixamento for pequeno, em comparaciio com a espessura saturada de itgua, h, e h, serao quase iguais e aproximam-se do valor da espes­sura saturada 11

cnUio h, + h, = 2 H

r2 log -­

e r, nK

Q 2H (s,- S2)

22 BOLETlM DOS SERVIr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

r, 2nKH (SI - 0',) log -- ----

e r, Q

coma T=KH

r, 2n T (SI - s,) log --

e rl Q

Convertendo 0 logarftmo neperiano em logaritmos decimais e resolvendo em ordem a T, teremos:

r, log -- Q

e rl T= __ --' __ 2n (SI - S,)

2,30 Q loglO r,

T= (4) Formula de Thiem

2.l.2-Formula de desiquilibrio-Theis e Jacob

klrUdlillllUlltlcl ~

y' !."""fflUh , I

~ I 1 dr t I

: I , I : I , I

-------' : I I I I

QI-QZ =

Ql = T 11 Ll

dv

dt

r »raio do p090

,/

Ill!

,1)'.11.

il _I)

,illll

1970-NOMERO 21 23

A figura mostra um diagrama gencrico do sistcma do f1uxo, na vizinhanya d" 11 III pOyO de descarga. Admitindo-se que 0 sistema c limitado no topo e no 1IIIIdo por pIanos impermeaveis e que todo 0 fluxo e radial, verifica-se, pelo I\dncipio da conserva9ao da materia, que a difercm;a da taxa de escoamento 1III'llVCS das superficies interna e externa de uma casca cilindrica, deve ser devida ~ IIcumulayao dentro da casca.

o f1uxo atraves da face interna sera:

T ds 2re I'

dr

Como a segunda derivada define a taxa de vanayao da declividade, gradiente hidrlmlico - podemos determinar a inclinayao da superficie

plozometrica na face externa do cilii1dro.

I, = 08

or

OS lz= ---- -r or

0 28 -,--' dr

Entao 0 fiuxa atraves da face externa sera:

iI v

ilt

Q2= 08 -T (--. +

or

dv ----

dt

T os2re I' -----

or

01'2 dr) 2re (r+dr)

08 + T (--- + or 028

01'2 dr) 2 re (r + dr)

11 taxa de variayao do volume dentro da casca cilfndrica e dada pe la expressiio:

dv

d t

08 2nrdr-·- S

o t

1':111 que S e 0 coeficicnte de armazenagem. Nos mantas artesian os, quando Cl

(1j;:ua e extraida do reservat6rio por compressao da camada aquifera) S c igual 1'\ {Igua obtida de uma coluna de material aquifero tendo por base 1 1112 C por HIlum a esp~ssura do aquifero.

24 BOLETIM DOS SERVIr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

Substituindo entao os valores clv

de ----- na clf

equac;ao anterior, temos:

OS 2" I' Ol'---S =-T o I

OS

01' -2"I'+T .. -- + ---cll' (

OS IPS)' o I' 01'2

2 n (I' + clr)

o sos 2n I' cll' ---- S = - T -- 2 nr + T

o I 0 I' r- 0 S 02S 2" I' --- + 2nrclr --- +

_ 0 I' 01'2

+ 2nrclr ----- + 2nr(cll')2 ---8s o~ -, 8 I' clr2

dividindo por 2 n I' T clr e desprezando os diferenciais de ordem superior ao primeiro, vem:

S os _ ... ,._---T 01

OS

I' 8 I' (5) equa9ao diferencial do fluxo radial de

agua num manto artesiano ehlstico.

Para uma taxa constante de bombagem, a solu9ilo da equa9ilo e dada pela expressao seguinte:

onde

s=

U=

Q 4" T

I' 2 S

4TI

.. u e

U clu

I --- tempo decorrido 11a bombagem Q --- debito do P090 em m'/dia

Esta expressao nao e integravel directamente com~ uma fun9ao elementar, porem 0 seu valor pode ser calculado por meio da s"rie seguinte:

e- u -- clu=W(4)=-O,577161oge

U

U 2 u+u----- +

2.2!

u' ---,' .. 3.3 !

o integral exponencial e representado simbolicamente por W (u) e enunciado como «fu119ao u do P090».

Existem tabelas corn os valores de W (u) para U compreendido entre

dl; r ( pl'l~'icr

('i'!-clu

PllS!(,:J Il:ltbs pIlI" V

()I l".;cr

" 1,,·,\'.1b

1(1)"IT\

• 1.1

10- 15 e 9,9. 1)11(" I

r

0S:

dr)

+

ao

de

,da

:ar,

""

e

tre

1970-NOMERO 21 25

o exame da equa9ao mostra que se s for rnedido para urn ou mais valores d" r e t e se 0 debito for eonheeido, podemos determinar SeT. Contudo, a prcsetwa destas incognitas e a natureza do integral exponencial torna impossivel ol'cetuar uma soluyao analitica exacta.

Theis resolveu 0 problema par meio de um metodo grafieo de sobre­pl)siyao. Construiu uma «curva tipica», em papel transparente e de coordc­IlItdas logaritmieas, reeorrendo aos valores das tabelas de W (u) organizadas pm Wenze!'

A equavao

s~ Q

411: T

U= r2 S

4Tt

e- U

--du U

I'odcm transformar-se respectivamente em:

s= [ /}T] W (u)

r2 [TJ U -

Se for mantido constante 0 debito Q, os valores das equavoes anteriores Imlrc os parentesis rectos sao constantes para urn determinado cnsaio.

Ohserva-se que a relavao entre s e -t'- e semelhante it que existe entre W (u)e U.

Consequentemente, se os valores de rebaixamento s, forem colocados cm reiayao

11 r/_, em papel transparente de coordenadas logaritmicas, e nas mesmas

lI~calas da eurva tipiea dos valores de W (u) em relavao a U, a curva dos dados obscrvados sera semelhante it tipiea.

t 1.3 - Formula de desiquilibrio modificada

Jacob verificou que a soma dos termos da: sene

6 U, U, ._, .- 0,57721 loge u -I- U - -- -I- -- + ....

2.2! 3.3! que U se torna pequeno, nao assume valor apreciavel.

da equa9uo W (u)=

a partir do termo em

'---'~-~----------~----r

26 BOLETlM DOS SERVIr;:OS DE GEOLOGIA E MINAS

Verifica-se na equa,ao que U diminui, it medida que 0 tempo cresce. De acordo corn isto, para grandes valores de t, os term os que se seguem aqueJe em que U se torna pequeno, na serie exponencial, podem ser desprezados e a equa,ao pode entao escrever-se:

-~ [_w (U)J Q

s= ~- (-0,5772 - Log u) 41t T 41t T e

ou Q

[ Loge 1 J s= (-U-) - 0,5772 41t T

porem

U= r 2 S

4TI

e 1 4TI

--U r2 S

entao

Os rebaixamentos sao medidos nOS piez6metros que estao a uma distancia r, constante, do po,o bombeado.

Consequentemente, no tempo t~

no tempo 12

Q

41t T

Q 4 1t T

4 T 11

S r2

4 T 12

S r2

-0,5772]

-0,5772J

EnHio a diferen9a de rebaixamentos entre t1 e t2 sera:

Q 10ge

12 S2- S 1 =

41t T 11

Passando para a base 10

2,30 Q log

12 82- S 1=

4 1t T 11

I ".".. ,," o

! 11I1,>istc ' 1'111 COIl\

h'll .. lrllmi

Em 11'I'.:lrl!mi

Ai 1,·h.lix:Ull

~resce.

lquele os e a

uma

1970-NOMERO 21

l'III'rl qualquer tempo decorrido vem:

8= 2,30Q

4nT log

2,25 Tt S r2

27

o processo mais conveniente para a aplicayao da equa9ao precedente ,'rI,wistc em colocar os dados de obserVa9aO em coordenadas semi-logaritmicas, I'HI' conveniencia tt e t2 SaD tornados corn 0 afastamento igual a urn modulo lonnl'itmico, entao:

log 1

82-81=A.8= 2,30 Q

4 n T

T= 2,30 Q ----4n "'S

Em que '" sea diferen9a de rebaixamento correspondente a urn modulo I"w'ritmico,

A intersep9aO do troyo recto da curva de rebaixamento corn a linha de !ll\lUixamento nulo permite calcular S, coeficiente de armazenagem.

paras=O

Q

4n T -,--- - 0,5772

( 4 T to ) ] S r 2

s = 0 => log e (_ 4 T to)' = 0,5772

, S r2

p"is que

4 T to 0,5772 =e

S r2

o factor -Q--4nT

s= 4 T to

s= 2,25 T to (7)

=0

----~-----,

---·--·~·--·-··--r 28 BOLETlM DOS SERVJ(;OS DE GEOLOGIA E MINAS '

! Pode-se determinar 0 raio de ac,i\o ou seja 0 raio que limita a zona de chamada, I

i

r=

(8)

2.1.4 - Analise da equafao de Theis - A equa,i\o

2,30 Q, log ,2,25 '!:!., 41t T S r2

s=

po de escrever-se da seguinte forma:

s ~30_log~ + log 2,30 t ---

Q 41tT Sr2 41tT

Simplificando

s .<J..2,82, log ~5 T -I-0,183

log t Q T S r2 T

Nesta formula desconhecem-se somente T e S, ou seja as caracteristicas aqulfero.

Q - e 0 debito que se deven\ manter constante durante 0 ensaio S - 0 rebaixamento que se medini no piez6metro t - 0 tempo decorrido desde 0 inicio da bombagem r - a distancia que separan\ 0 po,o ern estudo do piezometro (po,o

observa,ao)

Destes valores llotamos que r e Q sao fixos, sendo portanto set as variaveis.

Se na equa,ao anterior igualarmos:

y= s

Q

0,183 I 2,25 T a= -- og

T S r 2

b= 0,183

T

x = log t

i

i I

do !

1

Fn IlIjllil"cra.

As

Qu

11', v:llof Pa

lilt"'! rlcas o

2. [ 11,\1:;\0 d

(1)lllt)

h'1 ',\ -;\

2.1 IIIHJlllo

Ne

re"

',I'I:! ,11 11'

s

!jIlt' '1',

chamad".

I ;ticas ([(I I.

'I :P090 (I<-

io

18 (micas

1970-NOMERO 21 29

Bm que a e b dependem apenas das caracteristicas constantes da forma9ao '''IIIII'"m.

Assim com estas novas anota90es, a equa9i:io pode escrever-se

Y=bx+a

Quc afinal e a equa9ao duma recta, representada num sistema de coorde­

IIIItllIH rectangulares, sendo as ordenada~ os valores de Y = - ~ e as abcissas

!Iq vulores correspondentes de x = log t. Para facilitar utiliza-se papel semi-logaritmico, corn as ordenadas mili­

!II~II'i"us e as abcissas logaritmicas. o estabelecimento desta recta permite 0 c"!culo de T e S.

2.1.5 - Determinariio da Transmissividade (T) - Determina-se a incli­IIIIVAo da recta.

tHlmo

b = d slQ d log t

b=~'!~ T

IOI'-Nc-a imediatamente T = 0,183 (9) b

2.1.6 - Determinariio do coeficiente de armazenagem (S) - Determina-se !I I'Ollto de intercep,ao da curva de rebaixamento corn 0 eixo das abcissas (to).

Nesse ponto Y = 0

Entao

a + b xo = 0

a Xo=- --

b

"'111 ainda log 2,25 T

to = - log --.­S r2

S

que T,

S r2 to = -.....,--

2,25 T

2,25 Tto(f' I ormu a que r 2

toe r sac conhecidos.

por outro meio se tinha ja deduzido) em

30 BOLETIM DOS SERVH';OS DE (;EOLOGIA E MINAS

2.1 .7 - Concluslio - A aplica,ao da equa,ao de Theis ao estudo de mantas cativQs, par observa9ao dos rebaixamentos a uma distancia fixa do po,o ensaiado, sob 0 efeito de uma bombagem, a debito constante, permite a determinac;ao da transmissividade e do coeficicnte de annazenagem.

Uma consequencia imediata da determinayao destas caracteristicas, e a possibilidade de ca!cular 0 rebaixamento do aqulfero, a uma distancia qualquer do local de bombagem, aplicando a formula:

s = 0,183 Q Tt .~ log 2,25 ~-

T S r2

As demonstra,oes destas equa,oes, foram estabelecidas a partir de obser· va90es feitas num s6 piez6metro. BIas sao tambem verdadeiras para varios, apresentando ate a vantagem de se poder fazer uma melhor aprecia,ao dos valores de T e de S, no espa,o. Contudo, para se utilizarem as medi,oes efec­tuadas nos divers os piezometros, teremos que efectuar algumas alterayoes, que sao:

a= 0,183

T I

2,25 T og~--

S

t X= log-­

r2

Esta equa9ao, representa de igual modo, a equay8.o de uma recta, cujos pontos representativQs, se colocam num sistema de coordenadas rectangulares, em que os valores slQ se colocam em ordenadas milimetricas e os valores corres­

t pondentes a -- em abcissas logaritmicas.

r2

2.1.8 - Considera,ifes gerais

o ensaio de aqulfero e efectuado numa sondagem a debito Q, que se mantera constantc.

Observam-se num piezometro, situado it distancia r, do pOyO em estudo, os rebaixamentos s do aquifero, sob 0 efeito da bombagem, bem como dos tempos em que SaD efectuadas as varia90es dos rebaixamentos.

Os periodos de tempo separando cada medi,ao sao fun,ao, por urn lado, da velocidade de descida do manto e por outro da possibilidade de representa,ao no pape! semi-Iogaritmico.

2.1.8.1 - Operarifes no local de trabalho - Elaboram-se quadros corn colunas correspondentes aos tempos, medi90es de nivel, rebaixamcntos, caudal, re baixamento especHico, etc.

2.

2. I il r-se-a 111)L;issa~

1'111.:\0 d

do aqu C

Il~ro, n

.1" 1.9--

! V:llllm 1);lra t;: 110 ins Illcnlo

(

11 sub

studo de l fixa d(l , permilc n. icas, cS ;1

qualqllel

le obser­·a varios, iyao dos 5es efc~­tera95c~,

a, cujos gulares, , corres-

que se

cstudo, no dos

[1 lado, ntayao

s cam :audal,

r 1970-NOMERO 21 31

2.1.8.2 - Opera,iJes de gabinele - No gabinete serao efeetuadas, as

ilpera90es detel'minando 0 rebaixamento s = h - ho e Y = _s_ Q

2.1.8.3 - Conslru,ao do diagrama - Em papel semi-Iogarltmico implan-11l1'~Se-ao em ordenadas milim6tricas os rabaixamentos especificos, s/Q e cm Hhclssas logaritmicas os tempos relativos ao rebaixamento do manta, Oll a

I'IIZ~O do tempo total pelo tempo de recupera9ao, _1_ no estudo da reeupera9uo I'

tlo aqulfero. Como antes vimos a transmissividade e dada pda formula seguinte:

T= 0,183

----b

'elldo b o'coeficiente angular da recta que e dado par:

b= ~s/Q d log t

A recta corta 0 eixo das abcissas ou seja 0 eixo do rebaixamento igual a /,el'O, no tempo 10. Conhecendo T e r, pode-se calcular, S segundo a formula:

S=2,25~ r2

2.1.9 - Analise da equa,ao de Theis apos a paragem da bomba

Antel'iormente foi estudado 0 comportamento da dcscida do man to. Vamos agoI'a, examinar a aplicayao da formula de Theis, na recupcra<;uo. Para tal, consideramos que a bombagem continua, com 0 caudal Q e tem illkio 1\0 instante preciso da paragem da bomba. Chamamos t ao tempo de escoa­mento desde 0 inicio e ~ 0 tempo contado a partir da paragem da bomba.

o rebaixamento;;I devido it continua9ao fictleia da bombagem ao debito Q,

e dado par:

2,30Q ----- log

41t T

2,25 Tt

S r'

A subida s" devida it injec,ao ficticia, de debito Q, e dada por:

S2 =-2,30 Q 2,25 T t' ------ log -----41tT S r 2

32 BOLETlM DOS SERVlr;:OS DE GEOLOGIA E MINAS

o rebaixamento residual, s sera dado pela soma algebrica

SI + S2 = S

donde

S = SI + 82 = 2,30 Q

simplificando

s=

4"T

0,183 Q ------- log T t'

Que se pode escrever sob a forma

(10)

s ~~ 0,18~ log _I_ T t' Q

Se fizermos

b

y=

x

0,183

T

s

Q

log t'

~3_0 ~. log -.:2"",2=-:S.-:T:c.-t ' 4"T S r 2

Ficaria Y = b x que ainda e, a equacao de uma recta, cuja inclinacao permlte determinar a transmissividade T

T= 0,183

b

2.1.10 - Em conclusao, podemos afirmar que a aplica,ao da equacao de Theis na recuperacao de um aquifero, pode confirmar os valores obtidos no rebaixamento.

Como ja anteriormente foi dito, a formula de Theis foi deduzida para forma,5es sedimentares. A area, onde se tern desenvolvido a accao do PIano

r i

I i

il,' ('Ilt

AIIJ',ld:1 Ill- ";c r

111l"!<ltll

I It I1 1:01 (

11;lft'U>

!l1.II'; d; 11.1'; r()(

11111 ilK!

(,'IkllH

Idl.'I'" F PW/(')Il)

T I ,11 1l:1(':(1 I I 1I1t'I (IS

I' I( 'II:\S

I;\II("I:IS

111 '\,'1) P'

, , (,

1

I11 ',I:II)(;~

1I11 (;Ivid

1("111 H:JH

I '.1 ,);ldn

I", IW\,l! r ill' ,kix; 11_ ,11. l("\/ P rld.1 p;:! !I ('lIrva

IIWI,) gl

Ik Illll

M I k 1l:1()

I, I" (le

I' 1"1 "-'~C

lIte

ao 10

ra 10

1970-NOMERO 21 33

110 Coordena,ao para Abastecimento de Agua as Regi5es Pastoris do Sui de Angola, e ocupada em grande parte por rochas cristalinas. Dai, a necessidade do sc estudar 0 eomportamento dos aquiferos, nestas rochas. Sabemos que os lI1~t()dos de ensaios de aquifero, tern sido apJieados corn exito em zonas carsticas,

IlOrtallto onde ° escoamento das aguas subterraneas dificilmente sent laminar. '1I1'cce-nos ate, que 0 escoamento subterraneo no calea.rio carsificado, se afasta

1I1111s das condic;oes teoricas ja mencionadas, do que 0 escoamento subterraneo liII! rochas cristalinas alteradas. Quando se fez 0 levantamento geologico de

Ihll'll1cnor, da area cireundante as captac;oes observamos que 0 material estava IH'lcmente desagregado, chegando meSrnO a apresentar aspeeto gresoso, 0 que

1I1111s, ja antes se tinha verificado, a quando da constru,ao das capta,6es e dos IJl0z,\metros.

Tendo em vista, 0 estudo hidraulico comparativo do comportamento das llllptar;oes, pareee-nos nao set arriseado aplicar este metodo, ate porque as t.Jonc!usoes obtidas eom os ensaios efeetuados nas estruturas que afectam as fllchas cristalinas podem considerar-se dignas de confian,a, visto que as dis­fflllclas consideradas e 0 percurso meandrizado da agua, que se move para 0

Jlo~o pode ser descrito estatisticamentc em conformidade com 0 fluxo radial.

l.2- "SLUG-INJECTION»

2.2.1 - Theis desenvo!veu para os aquiferos artesian os corn escoamento In~tllnUl.neo vertical, uma equac;ao que permite calcular 0 coeficiente de trans­IIII,sividade do material na vizinhan,a imediata dum po,o.

Se injectarmos instantaneamente um volume de agua relativamente 1).,qucllo, num pOyO, pode considerar-se este, coma uma nascente vertical ou i}~~!()ador linear.

Este metodo so dove sef aplicado quando a captayao atravessa toda a Vipc"ura do aquifero e estiver completamente desenvolvida. De igual modo 10 deixa de aplicar a aqulferos cuja transmissividadc seja superior a 50000 "1IIOcs/pe/dia (4,4 X 10- 2 m 3/m/s), porque a eleva,ao do nlvel estatico, produ­/,idll pela introdu,ao de agua na capta,ao, desaparece taG rapidamente, que II cllrva resultante dos dados observados, nao po de ser definida com preeisao.

Embora, a apliearyao deste metodo, seja limitada, a equaryao pCl'mite por /lidos graficos, cstimar 0 coeficicntc de transmissividade na vizinhanrya imcdiata ,It, lIID pOyO, 0 qual e uma aproximaryao te6rica de urn escoamento vertical hH~J'ico.

Muitos ensaios de campo, evidenciaram ja a aplicabilidade da formula dl' Hilo equilibrio, ao problema da desearga de urn pOyO, que atravessa um aqui­lpI'll de extensao infinita.

Contudo, 0 cocficiente de transmissividade determinado por este mctodo, wf"l.lfC-Se somente ao material contiguo ao pOyO, 0 que pode levar a conclusoes Iq I'(JIlC:1S, quando usado indiscriminadamente.

34 BOLETIM DOS SERVIt;OS DE GEOLOGIA E MINAS - -----r-Deve haver grande cuidado na conduyao dos ensaios, na analise dos ),2.3

dados c, muito particulannente, na aplicar;ao dos resultados, it soluyao dos problemas de campo.

Todavia, a simplicidade do metodo justifica 0 seu uso, desde que as hipoteses cm que a formula se baseia scjam satisfeitas e que as limita90es do ensaio sejam rigorosamente cumpridas.

2.2.2 - A equa91io para 0 nivel residual num escoamento vertical instan­taneo e:

onde

s= q. e 4T t

--------- (I) Tt

s - nivel residual depois da injec91io de um «Slug»

r - distancia do POl'O injectado ao POl'O de observa91io

t - tempo decorrido desde a injcc,ao do «Slug»

q - volume do «Slug»

Somente urn pequeno volume de agua, pode ser injectado instanM

tilneamente numa captar;ao. Por esta razao, a reacryao a injecryao do «Slug}), geralmente nao e mensunlvel no aquifero, para alem da vizinhan9a imediata da citada captac;.ao. POl'tanto, as mediryoes dos niveis sao feitas somcnte nO pOyO injectado, sendo a distancia r, 0 raia efectivo do POyO, 'w.

Para valores dC!..,.Hio pequenos como l'W' especialmente quando i tambcIU

e pequeno (como para os aquiferos artesianos) 0 expoente de £0 na equa91io 1 aproxima-se de zero se !... fOr grande. Nestas circunstancias, 0 valor do exponencial, aproxima-se da unidade.

Se '1 IS expresso em gal5es, 10 em minutos e ~fc em pes, a equa9ao (I)

ser escrita sob a forma:

onde

T = J!4,6. q (I/tm)

s

T - e a transmissividade expressa em gal5es/pe/dia

tm - tempo em minutos, medido a partir da media dos tempos, m"rcan,dc o come90 e 0 fim da injec9ao.

do «; 1'111 b) H illj<

I' () 11

1;(~rHJo

36 BOLETIM DOS SERVlt;OS DE GEOLOGIA E MINAS

5 - Constroi-se um grafico utilizando coordenadas rectangulares e implantam-se os valores correspondentes a s em ordenadas e os valores correspondentes a l/tm em abcissas. Se os valores observados num ensaio «Slug Injection» nao se distribuirem segundo uma linha recta, a capta,ao pode considerar-se mal desenvolvida ou por deficiente constru,ao do dreno a entrada da agua na captayao nao obedece ao regime laminar.

6 - Calcula-se 0 coeficiente de transmissividade, T, a partir das coordenadas de qualquer ponto, existente sobre a hnha recta.

2.3 - METODO DE «BAILLER»

2.3.1 - S. Kibitz (I958) desenvolveu urn metodo para determinar 0

coeficiente de transmissividade a partir do nivel estatico de urn POyO, que tenha sido explorado it hmpadeira (BaiUer).

2.3.2 - A qualquer ponto da curva de recupera,iio aplica-se a equa(:iio seguinte:

onde

s= v (I)

s - e 0 rebaixamento residual V - 0 volume de ligua removido pela retirada de uma limpadeira

(Bailler) S - 0 coeficiente de armazenagem

- 0 espayo de tempo a partir da retirada do «Baillen> rW - raio efectivo do po,o

o raia efectivo do POyO, rW' e muito pequeno, em comparay8o corn a

extensao do aquifero. Assim, 0 termo entre parentesis na equa9ao (1), aproxima-se da unidade, quando I aumenta. Para grandes valores de I, a equayiio referida pode ser modificada e escrita como se segue:

s= V

4n Tt

V

12,57 T I (2)

Se 0 rebaixamento residual, 6 observado algum tempo depois de comple­tados n ciclos «Bailler», entaD aplica-se a seguinte expressao:

s = 12,~7T (~,' ) + (~: -) + (~33) + ... + Vn

In

onde cada fracyao entre parentesis, identifica cad a cielo dos a~~~~~c~~~~;;~! '1/ em sequencia. Sendo assim, V 3 representa 0 volume de ligua removido

r () 3,° ci ilgua f( rcsidua

S (dlaille:

s

2.3.2 -

A n:lmixal Olll litro exprcss(

A, o

(\ a dife

U.4-

~ulares c 'denadas :> valores ~ibuirem ~derar-sc

dreno a laminar. .rtir das la recta.

ninar 0

le tenha

equayao

Ipadeira

com a

ao (I), 'qua,ao

;omple-

mentos Jurante

1970 - NOMERO 21 37

n J.!l cielo «Bailler» e t3 0 lapso de tempo decorrido entre 0 instante em que a AIIIIU foi removida e 0 instante em que se faz a observa,ao do rebaixamento fUMldual.

Se 0 volume de agua extraido for senslvelmente igual para todos os "Unilieo), entaD a equa,ao (2) pode tomar a seguinte forma:

+ + ... t~-J (4)

~,3,2 - APLICA<;:AO PRATICA

A transmissividade e caIculada substituindo na formula (4) 0 valor do I'cbnixamento residual, expresso em cm, 0 volume de agua extraido, expresso om litros e 0 inverso do tempo, em dias. A transmissividade vira par conseguinte, UKpresso, em I/cm/dia.

As medi,oes devem ser feitas rilpidamente, apos a recolha da agua. o nivel residual em qualquer instantc, cam a ja antcriormente fai dito,

d U diferen,a entre 0 nivel observado e 0 nivel inicia!.

2.3.4 - OPERA<;:OES

1 - Extrai-se a agua do po,o por meio de limpadeira, registando-se os tempos e os volumes de cada ciclo «Baille]'», Poe-se a a funcionar a cronometro, no instante, em que a limpadeira, ao subir, no primeiro cielo, aparece no topo da capta~ao.

2 - Procede-se de igual maneira para os cielos seguintes. 3 - Acabamos estas opera,oes, quando julgarmos que a quantidade

de agua extraida, e suficiente, para nos permitir efectuar as medi90es de rebaixamento.

4 - Iniciada a rccupera~ao, fazem-se as medi96es e determinam-se os niveis residuais.

5 - Para um tempo Ix correspondente a um nivel residual (s),

determinam-se as diferen~as tx - tL' em que ti e 0 tempo

correspandente a cada cicla «Baillen>. Reduz-se, cad a dife­ren,a de tempos, a dias e calcula-se a razao V/I para cada ciclo «Bailleo).

6 - Faz-se a soma das varias V

parcelas '--, I

7 - CaIcula-se 0 coeficiente de transmissividade aplicando a formula:

s= V/I

12,57 T ou T = __ ,!/I

12,57.s

38 BOLETlM DOS SERVIC;OS DE GEOLOGIA E MINAS

CAPTA<;AO N.o 41/63 - RIO DE AREIA

(1.0 ensaio)

Metodo «BAILLER»

T ~ 38 m 55 s

Tempo Djferen~a~tempo

VI' m ,

------

741 to, 00 00 t,

837 to, 04 32 t2

901 to, 07 00 t,

1015 to, 10 37 t,

1105 tos 12 54 ts

1250 to, 15 55 t,

1299 t07 16 48 t7

I 351 to, 17 37 t,

1408 to, 18 25 t,

1460 tOtO 19 15 tlO

1538 tOll 20 08 tl1

12905

s= V/I

12,57 T

s = 0,03 m 3=

T = 3,53 X 10' litros/cm/dia

T = 3,96 x 10-' m '/cm/s

T = 3,96 X 10-' m'/m/s

m

---

38

34

31

28

26

23

22

21

20

19

18

12905

12,57 T

,

55

23

55

18

01

()()

07

18

30

40

47

Tempo (dias)

0,0270

0,0239

0,0222

0,0197

0,0181

0,0160

0,0154

0,0148

0,0142

0,0137

0,0130

r 1

Vjt

1970-NOMERO 21

CAPTAQKO N." 41/63 - RIO DE AREIA

(2,0 ensaio)

Metodo «BAILLER»

T~20m lis

Tampo Djfcreno;a-tempo

m , m , Tempo (dias)

-------------.

1429 to, 00

1481 to, 00

1 538 to, 01

1587 to, 02

1653 tos 02

1724 to, 03

1802 to, 04

1887 to, 04

2000 t09 05

2151 t010 06

17252

s=

00 t,

42 t2

25 t,

05 t4

45 ts

26 t6

10 t,

59

1

t,

48 t9

441

I tlO

V/I

12,57 T

20

19

18

18

17

16

16

15

14

13

s = 0,02 m 2 = 17252 12,57 T

T = 6,86 X 10' litros/em/dia

T = 7,94 X 10- 6 m '/em/s

T = 7.94 X 10-' m '/m/s

11 0,0140

29 0,0135

46 0,0130

06 0,0126

26 0,0121

45 0,0116

01 0,0111

12 0,0106

23 0,0100

27 0,0093

39

40 BOLETIM DOS SERVf(;OS DE CEOLOCIA E MINAS

OA,PTAQilO 48/63 - MONCADA

(1.0 ensaio)

Mctodo «BA ILLER»

T=17mOOs

Tempo Difcrenrya-tcmpo

VI' ---~-~---- ------- "".~.~ .. ------ Tempo (dias)

III I s m

1695

1754

1802

1942

2000

2033

t02

::: 11

to,

t06 I 2151 t07

13 4271

---1-1----00100 t, 17

00 1 36 t2 16

01 03 t, 15

02

02

03

03

s=

11

40

08

33

V/I

12,57 T

14

14

13

s = 0,01 m 1=~2. 12,57 T

T = 1,068 X 10' litros/cm/dia

T = 1,24 X 10-' m'/cm/s

T= 1,24 X IO-'m'/m/s

00

24

57

49

20

52

27

0,0118

0,0114

0,0111

0,0103

0,0100

0,0096

0,0093

r

I J

~~

1970-NOMERO 21

!CAPTACAO N,0 48/63 -MONCANDA

(2,0 ensaio)

Metodo «BAILLER)

T ~ 13 m 00 s

Tempo I Diferen,,:a-tempo I V/I

m I ' I Tompo (d!,,) m ,

--~- --_. -- .~ .... - _._---. ,

2222 to'1 00 00 'I 13'

2299 to, 00 31 t, 12 , 2381 to, 00 I 56 t, 12

2469 to, 01 21 t, 11

2564 tos 01 44 ts 11

2632 t06 02 07 t6 10

14567

s= V/I

12,57 T

s = 0,02 m 2 = _14567. 12,57 T

T = 5,79 X 10'litros/cm/dia

T = 6,7 X 1O~6 m 3/cm/s

T = 6,7 X lO~' m3/m/s

00 0,0090

19 0,0037

04 0,0084

39 0,0081

16 0,0078

53 0,0076

,

41

42 BOLETIM DOS SERVIr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

CAPTACAO N." 53/63-PALEQUE

Mctodo «BAILLER»

T~14m38s

Tempo Djfercn~a.tempo

VI' -----_.--. _.

m , ----._-

I 961 t01 00 00 t1

2055 to, 00 37 t,

2146 to, 01 13 t,

2252 to, 01 50 t,

2358 to, 02 25 t,

2475 to, 03 00 t,

2608 t07 03 35 t7

15855

V/I s= -....:..-12,57 T

s = 0,04rn 4=

T = 3,15 X 10'litros/ern/dia

T = 3,65 X 10" rn '/ern/s

T = 3,65 X 10-' rn'/rn/s

m , -_. ._-

14

14

31

12

12

11

II

15855

12,57 T

38

01

25

48

13

38

03

Tempo (dias)

0,0102

0,0097

0,0093

0,0088

0,0084

0,0080

0,0076

I

r !

I ti

1970-NOMERO 21

CAPTACAO N.o 38/63-TCHlOCO

Metodo «BA ILLER»

T = 14m 46,

Tempo Diferen.;a-tempo

Vlt .-~ ... -~-

m , -------

1942 tOt 00 00 t1

2041 to, 00 35 t1

2128 to, 01 13 t,

2222 t04 01 51 t4

2326 to, 02 26 ts

2439 t06 03 00 t6

13 098

s= V/I

12,57 T

s = 0,03 m 3=

T = 3,47 X lO'litros/em/dia

T = 4,02 X 10- 6 m '/em/s

T = 4,02 X 10" 4 m '/m/s

m , -_.

14 46

14 II

13 33

12 55

12 20

II 46

13098

12,57 T

43

Tempo (dias)

0,0130

0,0098

0,0094

0,0090

0,0086

0,0082

44 BOLETIM DOS SERVU;OS DE GEOLOGIA E MINAS

GAPTACAO N" 51/63-TANDUA

Metodo «BAILLER»

T~17m31s

Tempo Diferen(,':a·tempo

VI' --I-m 1-;- --_._----

.. -----~ .. - ._-- "-.- -----~ ..... _1

1 639 to, 00 00 t,

1 695 t02 00 30 t2

1739 tOJ 01 00 tJ

1802 t04 01 32 t4

1 869 tos 02 05 ts

1942 to, 02 37 t,

10686 ,

s= V/I

12,57 T

s = 0,02 m 2=

T = 4,25 X 10 2 Iitros/cm/dia

T = 4,92 X 10-' mJ/cmis

T = 4,92 X 10- 4 m J/m/s

m ,

17 31

17 01

16 31

15 59

15 26

14 54

10 686

12,57 T

Tempc (dias)

0,0122

0,0118

0,0115

0,0111

0,0107

0,0103

I

r I

1970-NOMERO 21

CAPTACAO N° 47/63-TCHIMUCUA

M6todo <<BA1LLER»

T~23m20s

Tempo Diferen~a-tempo

VI' -~---

m , m , ----,--.. ~ -------- ----.~ -- ----

I 235 to, 00 00 t, 23 20

1266 t02 00 30 t2 22 50

1290 to, 01 04 t, 22 16

1 325 t04 01 32 t4 21 48

1 351 t05 01 58 t5 21 22

1 379 t06 02 23 t6 20 57

7846 , I

V/I s ~ ~---12,57 T

I ~----.--~ .. --"----------

s ~ 0,055 m 7846

5,5~ -----12,57 T

T = 1,134 X 10 2 litros/cm/dia

T= 1,31 X 1O-6

m 3/cm/s

T = 1,31 X 10-4

m'/m/s

45

Tempo (dias)

0,0162

0,0159

0,0155

0,0151

0,0148

0,0145

,

46 BOLETlM DOS SERVIr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

III - GENERALIDADES SOBRE A REGIAO DOS GAMBOS

A detenninac;ao das caracteristicas hidrodinamicas efectuada, interessa a regiao compreendida entre os paralelos 15° 20' e 16° 00' e os meri· dianos 13' 45' e 14' 10', com uma area aproximada de 4000 km'.

Trabalhos de prospecc;.ao anteriores, permitiram a elaborac;ao duma eartH geologica, it escala de I: I 00 000.

Na area onde foram efectuados os estudos, podemos considerar dois tipos morfologicos: a leste a zona aplanada, de maiores cotas, (tunda) correspondc as formac;oes arenosas e greso-argilosas do Kalahari; ao centro e oeste uma zona acidentada cam «mulolas», + bem definidas e aIgumas elevac;5es impor­tantes, correspondendo as rochas do complexo gabro-anortositico e a granitoli intrusivos nas rochas daquele complexo.

A area e drenada pela bacia do Caculuvar. Este riD corre de norte paru suI, tendo caudal elevado na epoca das chuvas, apresentando, contudo, um caudal insignificante all nulo, na epoca seca.

Nesta regiao ocorrem principalmente dois tipos litol6gicos:

Na parte oriental, areias e gres argilosos, cuja forma,ao base e urn gres silicificado compacto esverdeado ou branco, por vezes, conglomeratico, consti­tuindo este conjunto 0 sistema Kalahari, na regiao. Em alguns locais, as" areias e gres argilosos assentam directamente, em discord an cia, sabre as rochas do complexa grabro-anortositico. Por sondagens, ja efectuadas, na «tunda». verificou-se que a espessura do Kalahari, aumenta de oeste para Jeste, atingindo no maximo cerca de 100 m.

o complexo gabro-anortositico ocupa, quase totalmente, a zona central e ocidental. No entanto, na zona Chiange-Pocolo, ocorrem granitos intrusivos nos gabros.

Da degrada9aO das rochas do complexo gabro-anortosltico, resulta umu argiIa negra, mas, muitas vezes e principalmente, em zonas de grande fracturayao ou proximo do contacto corn a intrusao granitica, 0 material de degradayao e branco, ou amarelado e constituido, na sua quase totalidade, por saussurite,

o complexo gabro-anortositico en contra-se muito fracturado e falhado. Os diferentes tipos de fracturas, podem agrupar-se em quatro com as direc,5es aproximadas N-S; E-O; NW-SE e NE-SW. AIgumas destas sao preenchidas por fi15es dolerfticos.

Pelos dados colhidos nos postos meteorologicos da Chibemba e da Qtlihita, , relativos aos an os de 1963/69, verifica-se que a precipita,ao na regiao em CdU"'", e da ordem dos 650 mm.

Estando a funcionar actualmente nesta mesma regiao, a Esta,ao HidT<)·'i geologica n.' 2 (Rio de Areia), obtivemos no 1.' semestre do seu funcionamento, (inicio em Setembro de 1969) a precipita,ao total de 670 mm.

A evapotranspira,ao potencial anual, medida nos referidos postos meteo· rologicos, atinge valores proximos dos 1000 mm.

+ - Cursos de agua temporarios.

C( 111I1llCnt(

Ira Ilspir;

L

E

E

Cc rlllH.:iona pt)r dife]

p,

51,

R

E( (/IVHlllOS

Sal pura 5 (

En 'le aflrma Ihlrquan" A partir dn prcci] ,hiS «m\.",

A (\ altera~

A lllllnento

intercsS;1 os mer;

uma car!a

dois tipo.'; rrespoJl(le )este U 1ll;1 es impOf o

1 granjt{)~,

;orte par;1 ludo, tllll

i

, urn grc.~ I !

~, cons!i·· I as ·arci,l.~ I ochas do

I «tund':l », Itingind{)

a centr,d ntrusiv{)s

.llta U 111;1 i ctura<;Jo

I ~rada<;Jo ~ussurjtc.

falhado. I Com ;]S

ractufns, !

Quihi{", ! n caUS<i,

Hidro~ I amen to, '.

metco- I l

l

r 1970-NOMERO 21 47

Corn os valores observados durante os primeiros sete meses de funcio­",IIIlCnto da Esta,ao Hidrogeologica n.O 2 (Rio de Areia), calcula-se a evapo­illlllspira,ao real, pela formula de L. Turc.

E= p

VO,9+-L = 300 +- 25 T +- 0,005 T' = 1465,2

Tp=

E = 468,1 mm

514,9

1,01

Conhecida a evapotranspira,ao real para os primeiros sete meses de 1'1IIlcionamento da esta<;ao, podemos, aplicando a expressao do balan<;o, calcular I'"I' direren,a 0 valor da soma da infiltra,ao eficaz e do escoamento superficial.

p= E+ R+-IW

514,9 = 468,1 +- IW +- R

R +- IW == 46,8 mm

E c1aro que este valor d" apenas uma ordem de grandeza pois que necessi­!{tvamos de algurrs arros de observa<;oes, para 0 calcular.

Sao tambem ja conhecidas, as fiutua<;oes da superficie piezometrica, pllra 5 capta<;oes da regiao e referentes aos meses de Outubro a Abril.

Embora seja prematuro tirar concius5es, nao andaremos longe da verdade, 110 nfirmarmos que 0 ana hidrologico nesta zona, comc<;a cm Outubro(Novembro, p{)rq uanto e neste perlodo que sao atingidos os niveis piezometricos minim os. /\ partir desta data, come,a a fazer-se a realimenta,ao dos aqufferos, por meio tin precipita<;ao e durante breves periodos, peIo escoamento superficial, atraves dll~ «mulolas>}.

A ocorrencia de aguas subterraneas verifica-se nas zonas de fractuf(,wao " altera,ao associada das rochas do complexo gabro-anortosftico,

A area em referencia esta sujeita a urn clima semi-irido, verificando-se 11lIl11ento de disponibilidades em agua de suI para norte .

. .. _ .. - .. _-------------

48 BOLETIM DOS SERVIr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

IV - CARACTERISTlCAS GEOL6GICAS E HIDROGEOL6GICAS DAS CAPTA~OES ESTUDADAS

Rio de A reia (41/63) - Localizada junto ao contacto Kalahari-complexo gabro-anortositico, proximo de uma fractura, foto-interpretada, nas formac;5cs Ka;' corn a direcgao aproximada E.-W. 0 compIexo gabro-anortositico en contra-se metamorfizado dcvido it injec9ao de filoes de albititos e micro· pertititos.

o caudal obtido foi de 12700 I/h, sendo 0 nivel estatico 26,47 m.

A ocorrencia de agua verifica-se no gabro alterado e fracturado.

Peljil geo16gico do sondagem

00,00 - 00,60 m - solo arenoso

00,60 - 11,70 m - gres argiloso muito fino, friavel, amarelo-torrado

11,70 - 28,70 m - material gresoso argiloso com elementos gabroicos

28,70 - 36,60 m - gabro fracturado e alterado injectado por fi15es de micropertitito e albitito

36,60 - 40,00 ill - gabro compacto

Moncanda (48/63) - Na area onde se situa esta capta9ao afloram rochas do complexo gabro-anortositico, fracturado segundo dais sistemas corn direc-90es E-W e NE-SW. A capta9ao foi efectuada junto a uma destas zonas de fractura9ao.

A produ9ao foi de 6600 l/h, sendo 0 nivel estatico 12,58 m.

A ocorrencia de agua verifica-se no gabro fracturado.

Perfil geo16gico da sondagem

00,00 - 02,00 m - solo argiloso escuro e amarelo torrado 02,00 - 12,50 m - material muito argiloso corn intercala90es de

blocos de gabro. 12,50 - 14,50 m - gabro diaclasado, ocorrendo a agua dos 14,00

aos 14,50 m. 14,50 - 20,00 m - gabro compacto.

Paleque (53/63) - Na area onde se localiza esta capta9ao afloram rochas do complexo gabro-anortositico, muito alteradas e fracturadas. 0 contacto corn forma90es do Kalahari esta nas proximidades da sondagem.

Foram foto-interpretados dois sistemas de fracturas com direc90es NE-SW e NW-SE.

o caudal e de cerca de 3100 I/h, sendo 0 nivel estatico 28,08 m

I I

A 0

1I1l11t'ia de Iit' :dhitit<

Pc

i'dm dll (',Hnpk dll ),,;Ihro,

OCOJ

N.'>, NW A s(

llddllras. A p', A OC

,1I1<lrlnsiti

v APL I'I'U

Ncc( 1.111)'.(' dl0 S

"" Illllllig ,., Icvt'sliu

" j "11 C()I1~

" 11'1 Ih)nt

,1.1 ('quipa li .11 ~dgUl

:AS DAS

complexo ·orma90cs ortositic() e micro-

m.

l-torrado

ementos

or tildes

1 roehas n direc­onas de

5cs de

, 14,00

rochas lI1tacto

"eq;5es

1970-NOMERO 21 49

A ocorrencia de agua verifica-se numa zona de fractura9ao corn alter­HAncia de gabros saos e alterados atravessados por dois filoes, possivelmente ,In nlbitito ou de mieropertitito.

Perfi/ geo16gico da sondagem

00,00 - 01,00 m - solo arenoso 01,00 - 38,60 m - rocha alterada de cor rosada resultante da

degrada,ao dos gabros e veios de rochas acidas (micropertititos e albititos?), 0 primeiro dos 26,00 aos 28,80 m e 0 segundo dos 35,00 aos aos 38,60 m. A zona aquiferacsta compreendida entre 32,30 e 38,60 m.

38,60 - 41,00 m - gabro compacto.

Tdndua (51163) - Esta capta,ao situa-se numa zona onde afloram rochas ,10 complexo gabro-anortositico, cobertas por argilas resultantes da degrada,ao tI" gabro, com espessura de alguns metros.

Ocorrem tres sistemas de fracturayao corn as direc90es aproximadas N-S, NW-SE e E-W.

A sondagem localizou-se proximo do ponto de intercep,ao das referidas l'rIlcturas.

A proju,ao da capta,ao 6 de 6000 11h, sendo 0 nivel estatico 18,68 m. A oeorrencia de agua verifica-se no gabro fracturado do complexo gabro­

-lIllortositico.

Perfi/ ge%gico da sondagem

00,00 - 03,00 m - forma,ao argilo-arenosa superficial 03,00 - 06,50 m - areia. 06,50 - 19,00 m - forma,ao argilo-arenosa onde se distinguem

pequenos fragmentos de rocha negra (gabro). 19,00 - 24,30 m - gabro fracturado. 24,30 - 30,00 m - gabro alterado.

v - APLICA<;AO E DISCUSSAO DOS VALORES DETERMINADOS PELOS METODOS

Necessaria se tor11a observar que os testes efectuados estiveram muito 1'"lge de satisfazer as exigencias julgadas ideais. Desde 0 sistema de bombagem "" limnigrafo, passando pela pnltica expedita de calculo de debito, tudo Ill' rcvestiu de imprecisoes, que concerteza se idio refiectir no trayado dos graficos i) POI' conseguinte no ca.lcuIo das caracterlsticas hidrodinamicas. Tcntou-se, ate {'Mlo panto, eliminar algumas destas imprecisoes corn a apIica93.0 e boa vontadc dll cquipa encarregada de efectuar os ensaios, que puderam porventura neutra­lit,llt· algumas das deficiencias acima referidas. Par outro lad 0 admitiu-se, a

50 BOLETIM DOS SERVlr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

priori, que nas capta95es nao existiam perdas de carga; pena foi, que na altu!':1 nao se tivessem efectuado ensaios, tendentes a verificar a existencia ou ausencin dessas perdas c, em easo afirmativo, atenua-Ias DU mesmo anula-las.

~

Das capta90es atnis mencicnadas nao tern piez6metro a captac;ao do Rio de Areia e e inoperante 0 piezometro da Tilndua. Assim come,amos os os ensaios pelo Rio de Areia, corn finalidade de treinar 0 pessoal. Contudo 0

apesar de na citada capta9ao nao existir piez6metro, julgamos riao errar an aproveitar 0 valor da transmissividadc, calculado peIa curva de recupera9ao. que coma e logico e construida cam os valores obtidos apcs paragem do moto]' e consequentemente da bombagem. Seguindo 0 mesmo raciocinio, foram [eitas medic;oes de nivel tambem nas captac;oes, mesmo nas que tinham piezometro, mas como ja referimos, s6 atribuimos importancia aos valores de transmissi· vidade, calculados a partir da curva de recupera,iio.

Os ensaios tiveram a durayao de 18 horas a proximadamente; 12 h oras do bombagem e cerca de 6 horas de recupera,ao. Para os caudais fixados, parece-noH agora, depois de tra,armos as curvas, que 0 tempo de bombagem foi curto, poi, em nenhum dos ensaios conseguimos 0 equilibrio debito do aquifero-debito de bombagem. 0 mesmo podemos afirmar quanto it recupera,ao do aquifero; ficamos sempre aquem do nivel estatico cerca de 15 cm.

Mas, como 0 programa visava somente determinar as caracteristicas hidrodinamicas do aquifcro, os tempos de ensaio foram suficientes para consc· guirmos os pantos necessarios a determinayao da inclinayao do troyo recto das curvas. '

Corn as mediyoes efectuadas no piezometro construimos graficos, implan· tando os valores do caudal especifico s/Q em ordenadas e os rebaixamentos em abcissas. Pelo comportamento da curva deduzimos que os aquiferos se apro· ximam das caracteristicas dos mantos livres, 0 que alias nao deve constituil' surpresa, uma vez que 0 material de cobertura e proveniente da degradayao do gabro e como tal permite a alimenta,ao.

Verificamos a existencia de pantos anornalos, coma era de esperar, nas curvas de rebaixamento dos piezometros e ainda mais, par maioria de razao, nas curvas de rebaixamento das captayoes, os quais sao 'devidos a variayoes do debito de bombagem. So nos foi possivel utilizar urn motor t"rmico, poueo aconselhavel na execu,ao destes ensaios.

Em algumas curvas de rebaixamento, podem observar-se rectas cam inclinayoes variaveis, 0 que pode levar a interpretar 0 material como hetero· geneo - mudalwa de facies, de permeabilidade -, 0 que podera nao corres­ponder it realidade, porque tais anomalias nao sao observadas nas curvas do recuperayaO dos piezometros e das captac;oes, pois, como se sabe, nestas nao se fazem sentir os efeitos da bombagem. Para melhor real,ar esta anomalia trayamos a recta correspondente e determinamos as constantes hidrodinamicas.

Tra,amos tambem as curvas de rebaixamento nas capta,oes e fizemo, mesmo calculos para determinar T e S, a partir destas curvas. Estes valores 'nao entram em considera,fio no nosso trabalho, ate porque no calculo do coefi­ciente de armazenagem (S) atribuimos ao raio efectivo do POl'O urn valor igual it distancia capta,ao-piezometro, 0 que e urn exagero.

s, Igual a h()l11bag n:ldos I

"'Of/can

MOl/cm;

l'fI/el/ue

'/ '(hioco

V, I.~ 110f<l

!If oilcan

Moncan

I'oh'que

/'cliioco

A t" ;lprese

le na alt ur;1 ou allscnci;! s. aptay30 (r~1 ,1e<;amos tl.\

Contudo (' iO crrar <1(1

;cupera<;ao, 1 do molol Jram fcil;l~ )iczOmcln), transmissi

2 horas dc parecc-Il( 1.\

curto, puis .:Cro-debih) ) aquifcro;

1cterlsticas ara consc­'090 rcct(l

s, implall­nentos CIll

; se apro­constitllir ~gradayi!(\

)crar, n;ls de razJo, variayocs

:::0, POl.1CO

etas com o hetero-o COlTCS­

;llrvas de %tas nao anoma!ia nflInicas.

fizemos } valorcs do eoeli­lor igual

I I

r 1970-NOMERO 21 51

Se admitirmos que 0 debito de bombagem foi uniforme e se manteve Igual a 3 m'/h, podemos caIeular os rebaixamentos ao fim das 12 horas de bombagem,' substituindo na equa9ao de Theis os valores de T e B, ja determi­/ludos para· cada capt,a9aO.

MOl1canda (I.' ensaio)

s = 0,46 m

M ol1canda (2.' ensaio)

s = 0,53 m

I'aleque

s = 0,41 m

TeMoco

s = 0,47 m

Vamos agora calcular 0 raiode infiuencia para cada capta9ao ao fim de 12 haras de bombagem.

/-­

R= 1,5 \ / ~ . V S

M oncallda (I.' ensaio)

R = 100,3 m

MOllcallda (2.' ensaio)

R = 86,1 m

I'aleque

R = 87,751ll

'I'chioco

R = 38,67111

A cOmpara9ao entre os rcsultados obtidos e as caracteristicas das capta95es 6 apresentada no quadro I. .

__ ellll.'!l!IIt!llo..-__________________________ _

/

QUADRO .J

I Nivcl estactico

I Transmissivi. Coeficicnte Caudal ·Rebaixamento dade de Raio

Captao;:iio Rocha armazcm Q. (m3/b) T de influencia

s (m) m3/mfs

annazcnagem R (m) S

Rio de Areia ... ... ... Gabro alterado e fractu-I _4 rado 26,47 3.0m3/h 7,63.10 _4

6,78.10

_4 0,58.10-

2 Moncanda .. ... ... ... Gabro fracturado 12,80 3,0 m 3/h I 0,46 m 6,0.10 100,3

12,82 0,53 m 4,82.10-4

0,63.10-2 86,1

-----

Paleque ... ... ... ... Gabro alterado e fractu- _4 _2

rado 26.94 3,Om 3/h 0,41 m 6,42.10 0,81.10 87,75

i

I Tchioco ... ... .. . ... Gabro fracturado 19,66 3,Om3/h 0,47 m 4,11.10-

4 [ _2 3,04.10 38,67

I I

Tandua. .. ! Gabro fracturado _4/

... ... ... 18,68 3,0 m 3/h 3,52.10

I ,

I , I

,i/,'

"g < G ~' § i ~ ~ ~ ;; -t ~ ~ ~ 1-l ~ .. :!....... (l> '"0 6 n c ~::O c ~ ~ '"' 0" (J":.';::: ~ .c; ~ e; ::J:l 2. ~ 2 0 0 0 g g '"1 Q'1 0, ~ S(-l Q _ 0 (l> ~. fT1 . ~ ~! Cl

~

'" Cl t-< t>l

~ tl Cl v,

v, t>l ~

" o?i ~

&;

~ b c;)

~ t>l

i;::

~ v,

00

'" 00

r

f

1

1970-NOMERO 21 53

Do quadro anterior podemos concluir que as caracterlsticas de cada cHptacao sao muito semelhantes, pais somente 0 Tchioco se afasta ao apresentar lUll valor mais elevado para 0 coeficiente de armazenagem e consequentemente menor raio de influencia para as 12 horas de bombagem.

Este facto nao nos e estranho por termos verificado pelo reconhecimento Ileologico e durante a sondagem que 0 material se apresentava mais desagre­Wldo e alterado do que nas restantes capta,6es.

Observa-se uma anomalia no 2.0 ensaio efectuado na Moncanda, possivel~ Illente proveniente da mudan,a de motor, a qual tambem foi verificada no Tehioco.

Sendo conhecidos os raios de infiuencia e os coeficientes de armazenagem de cada capta,ao podemos calcular 0 volume de itgua libertado do cone de depressao, utilizando a formula:

,endo

v~ 1

- 1t R2 S S 3

R '" 0 raia de infiuencia s .. ,0 rebaixamento maxima S ... 0 coeficiente de armazenagem

Elaborando um quadro COm os calculos efectuados podemos estabelecer melhor a compara,ao.

Volume libertado pelo Volume Capta~ao

cone de depressao extraldo Difcren<;:as Percentagem (calcu]adO) rn3 rn3 de crro

rn3

-----Moncanda (1.°) '" ... ... 36,6 37,2 0,6 1,61

~-~.---

Moncanda (2.°) '" ... ... 36,7 I 40,8 4,1 10.04 , ---- ---... ---Jta!cque .. ... '" ... ... 29,38 32,04 2,66 8,3

.. _ . ---_._---

Tchioco ... '" ... ... 24,5 28,8 4,3 14,9

Como se verifica os volumes de itgua libertada pelo cone de depressao suo sempre inferiores aos valores extraidos na realidade, 0 que e 16gico uma vez que partimos da hip6tese que a forma do material enxuto e urn cone, quando na verdade esta forma representa urn caso de limite minima.

Partindo dos valores extraidos ao fim das 12 horas de bombagem, vamos calcular os coeficientes de armazenagem para cada captayao, para assim obtermos uma confirma,ao dos valores determinados pelo exame das curvas.

~~~~~-~~~~~~~--------'r········"'-54 BOLETIM DOS SERVlr;OS DE GEOLOGIA E MINAS

Aplicando a eqna,iio v = ~.~ R 2 S S e substituindo os simbolos pclos 3

valores respcctivos nas diversas captayoes, obtemos, os seguintcs valores de S:

M O,ncanda (1. 0 ensaio)

S = 0,59 X 102

Moncanda (2. 0 ellsaio)

S = 0,7 X 102

Paleque

S ~c 0,88 X 10 2

Tchioco

S = 3,57 X 10 2

A partir da equa91io R = 1,5 T t -~~~- podemos

S detcrmillar 0 coeficiente

de Transmissividade. E certa que vamos introduzir um crro ao atribuir a R os valores ja calculados anteriormentc, mas julgamos nao sel' significatiYo.

Assim para cada capta91io, aplicando a formula

R= 1,5 I ! L~ . V S

Obtemos os seguintcs valores:

Moncanda (1. 0 ensaio)

T = 6,1 X 10-4 m'imis

M oncanda (2.0 ensai 0)

T = 4,80 X 10-4 m'imis

Paleque

T = 6,42 X 10-4 m'imis

Tchioco

T = 4,68 X 10-4 m'imis

i I

r\ IIII:I/.C

(' (1\ \,<11

li\{r:lido

11 :illlll";[S

11', \ :il( )r(

j 11 ,I \ 11110:

lle d,"', :lqUI f d.I'> GIi

IIIII !cVil

1'1,,1111."111;

1I CC

"la d,,", {res

No IIII.HIIIS I

11' I', Illal

111("1", vi~

1,'11,1 de 1IIIIIlfll)s.

illd'l(lns

I "II',llicril

1,11,1.1. 1'0

Pc1{ I I, 1,klllOS

)los pelos

'res de S:

)cficiente

if a R os o.

r

,

I I \

\

I I

1970-NOMERO 21 55

Como anteriormente, varnos elaborar um quadro corn os coeficientes de t\ flllazenagem e Transmissivldade determinados peJas curvas de rebaixamento " 0.\ valores destas constantes hidrodinamicas calculados pelo volume de agua ,'xlmido durante as 12 horas de bombagem (quadro Ill .

. Coecifiente Coeficicnte de Transmissividadc Transmissividade

Captaq6es de armazenagem armazenagem calculado pe!a ca!cu!ado a partir cuJculado pela calculado a partir curva do volume extraido curva do volume extrafdo

M()l1canda (1.') . ... ... 0,58 X 10-2 0,59 X 10-2 6,00 X 10-4 6,10 X 10-4 --_._---

M()llcanda (2.') . ... ... 0,63 X 10-2 0,70 X 10-2 4,82 X 10-4 4,80 X 10-4

-- --~~--'-'-"------- --,-.----~ ._.,,-_ .... _._-

Jlldcquc ... ... .. . ... 0,81 X 10-2 0,88 X 10-2 6,42 X 10-4 6,42 X 10-4 .. _-- . ._--_._._--- ----- .. --- - .. --'~ --.. --~-.-.~

j'\:hioco ... ... ... ... 3,04 X 10-2

I 3,57 X 10-2 4,11 X 10-4 4,68 X 10-4

Pelo estudo do quadro Il verificamos quc 0 calculo das constantes hidrodi­IIOmicas a partir da equa9ao de Theis pareee ser viavel para 0 cristalino, ja que lIS valorcs daquelas constantes determinadas por dois processos distintos sao tao pl'I)ximos, que os podemos considerar concordantes.

Determinado 0 coeficiente de armazenagem, seria facil calcular as reservas dos aquiferos. Contudo 0 estudo dos levantamentos geo16gicos de pormcnor 1\ dtls cartas de resistividades, nao permite delimitar as estruturas, pelo que 56 11111 levantamento geol6gico abrangendo maior area podera solucionar este problema.

VI- CONCLUSOES

Elaboramos urn, quadro, corn os valores determinados peJa aplica9aO dos tres metodos: Theis, «Slug-Injection» e «Bailie!'».

Notamos, que ha divergencias, por vezes acentuadas, entre os valores cal­culados por cada urn dos metodos para 0 mesmo aquifero. Destes, merecem­-nos maior confianya os valores determinados peIa aplica9ao do metodo de '!'hcis, visto que, os tempos de durayao dos ensaios por este mCfodo, foram de cc rea de 18 horas, enquanto que pelos outros metodos, foram de escassos minutos. Par outro lado, 0 sistema de extraCyaO e introdw;ao de {\gua pelos mlStodos «BailIer» e «Slug-Injection» e rudimentar, resultando perdas de tempo l'llllsideraveis, quando estas opera90es deveriam sel' instantaneas. Disto, resul­I Hl'fi 0, fOf90samentc, euos que se irao reflectir nos cftlculos.

Pclo metodo de Theis, alem da avalia9ao das constantes hidrodinamicas, plldcmos ainda abter autras informa90es, tais coma: tipo de man ta, perdas

56 BOLETlM DOS SERVI(:OS DE GEOLOGIA E MINAS

de carga, debito do aquifero, comportamento dos mantas, etc., etc., enquanto que pela aplicayao dos outros dois m"todos, s6 nos foi possivel ca!cular, 0

coeficiente de Transmissividade. Julgamos, por conseguinte, que devemos reservar os metodos de «BailIen)

e «Slug-Injection» para ca!culos expeditos, ou para se obter uma primeirll informayao, para dcpois ser confirmada e completada, pelo m"todo de Theis, visto que a transmissividade determinada por aqueles metodos, e a do material na proximidade da captayao.

Para urn estudo ponnenorizado, mais rigoroso e mais completo, utiliza­femos portanto 0 metodo de Theis, que corn urn raia de aCyao muito maior, envolvera uma maior extensilo do material aquifero.

Por outre lado, torna-se oneroso, equipar tadas as capta<;5es Corn piez6. metros, 0 que limita a aplicayao do metodo de Theis. 0 «Bailleo) e 0 «Slug, -Injection» dispensam~nos, 0 que por razces economicas e simplicidade de processos, lhes confere vincada importancia. r

Pela observayao do quadro HI, verifica-se que, os valores correspondentes ! aos metodos de «Bailleo) e «Slug-Injection», sac quase sempre inferiore! I (com excep9ao para 0 valor de T ca!culado por «Slug-InjectioI1», na Moncanda), aos valores obtidos pelo metodo de Theis.

Parece-nos, que tal facto, DaO deveria suceder, mas sim, 0 oposto, poig o material nas vizinhan<;:as das capta<;:oes deve apresentar-se corn maior transrnis­sividade, devido por urn lado, aos desenvolvimentos efectuados e por outro ao! filtros colocados, ao construir-se uma captayaO, a nao ser que as capta90es estejam insuficientemente desenvolvidas.

A ser verdadeira aquela objec<;:ao, mais uma razao teremos, para acredi. I'

tarmos no maior rigor do m"todo de Theis. , j

Luanda, 1970 I f

Ilitl d

l'nk'lll

.-., enquan/(I calcular, (l

de «BaiIler» na primeir:1 o de Theis, do materi,d

eta, uti!iZ,I­uito maior,

corn piezb· e 0 «Slug lieidade d('

spondentc~

inferion:s 1oneand<l),

Josto, poi:, r transmis­outro am capta,ocs

tra acredi·

I

Cl\pta~5cs

~-.-.-

Rio de Areia

Moncanda., ...

I'nloque ... ... . " -

Tchioco .. , ... -----"._-

'I'l\ndua ... ...

'I'cbimucua. .. ,

1970-NOMERO 21 57

QUADRO III

Transmissividade cm m3/m/s --_ .. -.~-,- Coeficicntc de

Armazcnagcm (8) Metodo de Theis Metodo do M6todo «Baillcr

«Slug - Injectiom>

-

1.° ensaio - T = 1,° ensaio - T = 1,° ensaio - T =

~ 7,63.10 _4

~ 4,57,10 -' ~ 3,96.10-' 2.° ensaio -T = 2.° ensaio - T = 2.° ensaio - T =

~ 6,78.10 -,

~ 5,18,10 _4

=6, 7.10 -,

._--_._--

1,° ensaio - T = _4 -, 1.° ensaio - S = 0.10-'

T = 7,94.10 T = 0,12.10 = 0,58.10-

2 = 6, 2.° ensaio - T = 2.° ensaio - S =

= 4,82.10 _4

= 0,63,10-2

.- -

T = 6,42,10 _4

T = 2,02,10 -' T = 3,65,10 _4 _2

S = 0,18,10 ,_ ... _ ...

T = 4,11.10 -,

T = 1,92,10 -,

T = 4,02,10-' S ~ 3,04.10 "2

----

T = 4,52.10 -, -,

T ~ 4,77.10 T ~ 4,92.10 -,

._.-" .. -

T = 1,79,10 -, _4

T = 1,31.10

58 BOLETlM DOS SERVU;:OS DE GEOLOGIA E MINAS

MONCANDA-GAMBOS

CAPTACAO N,o 48/63

Q/, Ill! /h /w-

150

110

130

120

110

100

9D

" 70

• 50

'" JO

20

10

DETERMINAcAO DO TIPO DE MANTO PIEZ6METRO

Q/s mS/h/m

----

15,5 77,5 44,3 38,8 31 25,8 22,1 19,4 17,2 15,5 12,4 10,3

8,9 7,8 6,9 6,2 5,Q

MANTO

0,1 0,2 O,J 0,1 0,5 0,6

EM 24/10/1969

• (m)

-----0,02 0,04 0,07 .0,08 0,10 0,12 0,14 0,16 0,18 o,ao 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 0,50 .0,60

LIVRE

1'(111)

0 0 " f-<

~ '" /, :E f-< 0 .:) '2 N

d • '" ., s: I: <J

/, 0 0 (~! '" El " /,

w 0

" I ~ f-< z w

I" ", ~ :E 0, ;;) ~

,

" " >< I~ :;

I;) ", '" , v w '" '(, Q '" ),; '" " 0

" " A

0 < f-< 'w > ;;: " '" ()

r'''''''''''' 'IQ

,,' " ~

m

"

'"

m

'~l ,,'

PALEQlO:'>= ~,_

CAPTACAO S3{63 - J.6 ElSSATO

METODO DE THEIS SEMILOGARfTMICO

CURVA DE REBAIXAMENTO NO PIEZOMETRO

, , , : , : , , , , ,

;;; I ~_~~ ______________________ J

,,' ,,' to.I.15 x 1$'

is I',Q ,-I .

/

T = 0,183 = 0,183 b ds/Q

0,183 T= 310-25

dlog t

T = 6.42 x JO-4 m3 /m/s

s~ 2,2SxTxto

,2 r2 = 144

S 2,25 x 6,41 x 10-4 x 8,05 x 102

144

S = 0,81 x 10-2

.' I" I

;,;;

'" "" ~ 0 ~

'" "' ~

to

-~ I <:

~ o

'" -

~

'"

60

"

" ,;

• "' ~ • ~

BOLETlM DOS SERVI90S DE GEOLOGlA E MINAS

CAPTA(:AO 41/63 RIO DE AREIA

ENSAIQ DO AQufFERO EM 21/10/1969 METODO «SLUG - INJECTION»

2.· ENSAIQ

Q"'"120 1 = 31,74 galO~1

s =9,2 cm = 0,302 p!!!

- -- ------------ - - -- - -- - - - -- - - - - --6

, • , , ,

I I I I I

• I I I I I I I I I I I I

1,1 .., 1,1

T = 114,6x~74xO,3

0,302

T=.~£ 0,302

T = 3613,2 galocs/pc/dia

T = 13657,9l/pc/dia

T = 44797,9 l/m/dia

T = 5,18 x 10 4 m3/m/s

11]1

1,1

IIIUIMOND, R· dalls /es

j'Ml'ANY, G

t '~HrANY, G

1'lInltls E OUTI Gcoiogi(

M!!ITA MAR( regiiio d ·-Luanl

WINUIR, C. 0

4S

/ 20 1= 31,74 &alo',,',

2 cm = 0,302 I)("~

,1,74xO,3

102

116es/pc/dia

I/pc/din

fm/dia

4 m3/mfs

IJ

r

BIBLIOGRAFIA

IIltI!MOND, R -1965 - «Gontribuitioll a ['interpretation des mesures de dibit et de rabattement dans les napes SouterraineS». - Paris.

(fMiTANY, G -1963 - «Traifl} Pratique des Eaux SOllterraines» Paris.

(~ANTANY, G -1965 - «Prospectioll et Exploitation des Eaux Souterraines» - Paris

111II\ltlS E OUTROS - 1962 - «Theory of Aquifer». - Water Supply Paper n.<' 1536M B - U. S. Geological Survey - Washington.

MO'I'rA MARQ'JES, I. M. - 1966 - «Colltribui9fio para 0 conhecimellfo hidrogeologica da regiiio dos Gambos». - Boletim dos Servi<;os de Geologia e Minas de Angola n,o 13 -Luanda.

WmLBlt, C. O. E BRATES, E. F. -1959 - <<Hydrology» - Londres.

'"''''''''>.·''~''·~''''''''''~~'·_~''S''~~-''"''''''~' ___ >~'''''>"''';'''''_~~''_''''"

DIREC<;AO PROYI:'ClAL DOS SERYI<;OS DE GEOLOGIA E MINAS

REPARTr<;:AO DE GEOLOGIA APLICADA DIVISAO DE HIDROGEOLOGIA

CAPTA<;:AO N.' __ I ______ _ REGIAO

DATA __ ,1 __ 1 __ ENSAIO DE AQUlFERO

METODO DE THEIS (OU JACOB)

NjVEL { CAPT. ____ _ ESTATICO ---

PlEZ.

r= _____ _

I I - i 'I REBAIXAMENTO

TEMPOS I 1 ~5DJ,'f:E'i. I REBAIXAMENTO ESPECfFICO t t' CAUDAL I I m!m3/s

I i S,gundo, I S,gundo, I rn", ! I I 1 I

H m! i I I Captao;ao 11 Piez6met. Captao;ao i Piczomct. \ Captao;ao ! Piezomct.

=1-11 I I I I ,

-Ill I -1'1 -I I I _1111'

. 1

-! 'I I 1 ' .

-11 i 'I -I

! '

tft, OBSERVACOES tf r2

OPERADORES :

... -~

~ 'C

~ I <: ~ '" ;" Cl .., ~

eJ