boletim informativo cij – família · boletim informativo do centro de apoio operacional da...

13
BOLETIM BOLETIM INFORMATIVO INFORMATIVO CIJ – Família CIJ – Família Florianópolis/SC Bimestral Nº 03/2012 Maio e Junho de 2012 Fernando Botero - Una Família” 1 4 Sumário 1. Eventos 2. Notícias 3. Legislação 4. Jurisprudências 5. Iniciativas 6. Artigo 7. Você Sabia... 8. Nossas Campanhas 9. Expediente Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a área de Direito Civil – Família . (art. 3º, IV, do Ato nº 346/2009/PGJ)

Upload: others

Post on 24-Jul-2020

7 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

BOLETIM BOLETIM INFORMATIVO INFORMATIVO CIJ – Família CIJ – Família

Florianópolis/SC Bimestral Nº 03/2012 Maio e Junho de 2012

Fernando Botero - “Una Família”

1

4

Sumário

1. Eventos 2. Notícias 3. Legislação 4. Jurisprudências 5. Iniciativas 6. Artigo 7. Você Sabia... 8. Nossas Campanhas 9. Expediente

Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a área de Direito Civil – Família. (art. 3º, IV, do Ato nº 346/2009/PGJ)

Page 2: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

EventosEventos

• DISTRITO FEDERAL:Em Brasília, nos dias 07 a 09 de junho, ocorreu o “17º Encontro Nacional de Apoio à

Adoção – ENAPA”. A abertura do evento deu-se no dia 07 de junho do corrente ano, às 14h, no Salão Azul do Hotel Nacional (Setor Hoteleiro Sul – Quadra 01 – Bloco A – Brasília/DF), no mesmo local dos dias 08 e 09 de junho.

• SÃO PAULO:A “I Jornada Paulista de Direito de Família e Sucessões” teve a sua realização nos dias 15 e

16 de junho, em São Paulo, no EPD Salão Nobre.

• PARÁ:A “Jornada Jurídica Professor Zeno Veloso” teve a sua realização nos dias 19 a 21 de junho,

em Belém.

• SANTA CATARINA:O “I Encontro Catarinense de Direito de Família” foi realizado pelo IBDFAM mediante

parceria com o Ministério Publico de Santa Catarina, nos dias 21 e 22 de junho, no Centro de Estudos do MPSC.

• RIO GRANDE DO SUL: No dia 30 de junho, na cidade de Porto Alegre, foram realizados os “Colóquios de Direito

de Família – Alienação Parental”.

• A partir do dia 10.07.2012 - SÃO PAULO :Nos dias 10 a 17 de julho, na cidade de Araraquara, a Escola Superior de Advocacia do

Estado de São Paulo (ESA/OABSP) oferecerá o “Curso da Teoria e Prática no Direito das Sucessões com Ênfase na Concorrência Sucessória”, o qual é destinado aos advogados e aos estagiários inscritos na OAB, aos bacharéis em Direito e, inclusive, aos profissionais de outras áreas. Obtenha mais informações, acionando os seguintes links: OAB/SP ou IBDFAM.

• A partir do dia 22.08.2012 – PERNAMBUCO:O “II Congresso Nacional de Direito Homoafetivo” acontecerá nos dias 22 a 24 de agosto,

em Recife. As inscrições já estão abertas e podem ser efetuadas, por meio do seguinte endereço eletrônico: CONGRESSO HOMOAFETIVO RECIFE. Para maiores informações, acesse o BLOG - CONGRESSO HOMOAFETIVO RECIFE ou o próprio site do IBDFAM.

• A partir do dia 23.08.2012 – SÃO PAULO:

2

Page 3: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

Nos dias 23, 24 e 25 de agosto, a capital do estado sediará o “V Congresso Paulista de Direito da Família”, o qual abordará, de forma específica, o tema “Patrimônio e Sucessões: Acertos e Desacertos”. O evento será realizado no Teatro Frei Caneca cujo endereço é: Rua Frei Caneca, nº 569, Shopping Frei Caneca, 6º andar. Tire suas dúvidas, enviando um e-mail para: [email protected].

• A partir do dia 30.08.2012 – CEARÁ:Nos dias 30 e 31 de agosto, Fortaleza receberá o “IV Congresso do IBDFAM – Ceará”. Em

breve, maiores informações serão disponibilizadas no site do IBDFAM.

• A partir do dia 30.08.2012 – PIAUÍ:Nos dias 30 de agosto a 1º de setembro, a cidade de Teresina sediará o “II Congresso

Piauiense de Direito das Famílias e Direitos Fundamentais”. Para obter maiores informações, acesse: IBDFAM.

• A partir do dia 18.10.2012 – RIO GRANDE DO SUL: Nos dias 18, 19, 20 e 21 de outubro, acontecerá o “IV Congresso Internacional do IBDFAM

e IV Congresso de Direito de Família do Mercosul”, tendo por tema central “Família e Seus Desafios: Reflexões Pessoais e Patrimoniais”. O evento será sediado em Gramado no Hotel Serra Azul. Para obter maiores informações, telefone para (51) 3388-4949 ou acesse IBDFAM.

• A partir do dia 25.10.2012 – ACRE:O “I Congresso de Direito de Família do Acre” ocorrerá nos dias 25 e 26 de outubro do

corrente ano. Em breve, mais informações serão disponibilizadas por este Centro de Apoio, através do Boletim Informativo CIJ – Família.

• A partir do dia 07.12.2012 – RIO DE JANEIRO:O “III Congresso de Direito de Família do IBDFAM” será realizado nos dias 7 e 8 de

dezembro, no município de Armação de Búzios, no Hotel Atlêntico Búzios Convention & Resort. Obtenha informações mais detalhadas, acessando: IBDFAM.

3

Page 4: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

NotíciasNotícias

Em decisão inédita, STJ condena pai por abandono afetivo

Em decisão inédita no Superior Tribunal de Justiça (STJ), um pai foi condenado a pagar indenização de R$ 200 mil (duzentos mil reais) por abandono afetivo. De acordo com a assessoria de imprensa do STJ, a filha entrou com uma ação contra o pai após ter obtido reconhecimento judicial da paternidade e alegou ter sofrido abandono material e afetivo durante a infância e adolescência. A autora da ação argumentou que não recebeu os mesmos tratamentos que seus irmãos, filhos de outro casamento do pai.

A decisão da Ministra Nancy Andrighi, da Terceira Turma do STJ, é do último dia 24 de abril, mas foi divulgada apenas nesta quarta-feira, dia 2 de maio do corrente ano. “Amar é faculdade, cuidar é dever”, disse a Magistrada ao garantir a indenização por dano moral. Em 2005, a Quarta Turma do STJ, que também analisa o tema, havia rejeitado a possibilidade de ocorrência de dano moral por abandono afetivo.

O caso em questão foi julgado improcedente na primeira instância judicial, tendo o juiz entendido que o distanciamento deveu-se ao comportamento agressivo da mãe em relação ao pai. A autora recorreu, e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) reformou a sentença, reconhecendo o abandono afetivo e afirmando que o pai era “abastado e próspero”. Na ocasião, o TJSP condenou o pai a pagar o valor de R$ 415 mil (quatrocentos e quinze mil reais) como indenização à filha.

Foi, então, a vez de o pai recorrer da decisão, afirmando que a condenação violava diversos dispositivos do Código Civil e divergia de outras decisões do tribunal. Ele afirmava ainda não ter abandonado a filha. Ao julgar o caso, o STJ admitiu a condenação por abandono afetivo como um dano moral e estipulou indenização em R$ 200 mil (duzentos mil reais) – os Ministros mantiveram o entendimento, mas consideraram o valor fixado pelo TJSP elevado.

Para a Ministra Nancy Andrighi, “não existem restrições legais à aplicação das regras relativas à responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar, no direito de família”. Ainda, segundo ela, a interpretação técnica e sistemática do Código Civil e da Constituição Federal apontam que o tema dos danos morais é tratado de forma ampla e irrestrita, regulando inclusive “os intrincados meandros das relações familiares”.

Em sua decisão, a Ministra ressaltou que a filha vivenciou as dificuldades sentimentais ocasionadas pelo tratamento como “filha de segunda classe”, sem que fossem oferecidas as mesmas condições de desenvolvimento dadas aos outros filhos.

Em entrevista à Rádio CBN, a Ministra afirmou que os pais têm o dever de "fornecer apoio para a formação psicológica dos filhos". Andrighi ressalta, ao longo da entrevista, que a decisão do STJ "analisa os sentimentos das pessoas” e disse que “novos caminhos e novos tipos de direitos subjetivos estão sendo cobrados". "Todo esse contexto resume-se apenas em uma palavra: a humanização da Justiça", finalizou.

Fonte: Em decisão inédita, STJ condena pai por abandono afetivo

4

Page 5: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

MARA POFFO: • O Caso do Menino Sean Goldman• Ser Mãe

FAMÍLIAS E SUCESSÕES: • Pai, por que me abandonaste?• Uma Lei para a População LGBT• Projeto de Estatuto da Diversidade Sexual• Convivência Familiar e Visitas• Prestação de Contas em Alimentos• Pressuposto, Elementos e Limites do Dever de Indenizar por Abandono Afetivo

REVISTA VISÃO JURÍDICA:• Prisão Civil pelo Não Pagamento de Pensão Alimentícia

TJRS:• Lei Previdenciária não pode estabelecer diferença entre companheira e esposa para

concessão de benefício• Reconhecido casamento entre homens registrados no exterior

UOL NOTÍCIAS:• Em decisão inédita, STJ condena pai por abandono afetivo

LegislaçãoLegislação

Lei nº 12.647/2012

5

Page 6: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

JurisprudênciasJurisprudências

STF. 1. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL (ADPF). PERDA PARCIAL DE OBJETO. RECEBIMENTO, NA PARTE REMANESCENTE, COMO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. UNIÃO HOMOAFETIVA E SEU RECONHECIMENTO COMO INSTITUTO JURÍDICO. CONVERGÊNCIA DE OBJETOS ENTRE AÇÕES DE NATUREZA ABSTRATA. JULGAMENTO CONJUNTO. Encampação dos fundamentos da ADPF nº 132-RJ pela ADI nº 4.277-DF, com a finalidade de conferir “interpretação conforme à Constituição” ao art. 1.723 do Código Civil. Atendimento das condições da ação. 2. PROIBIÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO DAS PESSOAS EM RAZÃO DO SEXO, SEJA NO PLANO DA DICOTOMIA HOMEM/MULHER (GÊNERO), SEJA NO PLANO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL DE CADA QUAL DELES. A PROIBIÇÃO DO PRECONCEITO COMO CAPÍTULO DO CONSTITUCIONALISMO FRATERNAL. HOMENAGEM AO PLURALISMO COMO VALOR SÓCIO-POLÍTICO-CULTURAL. LIBERDADE PARA DISPOR DA PRÓPRIA SEXUALIDADE, INSERIDA NA CATEGORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO INDIVÍDUO, EXPRESSÃO QUE É DA AUTONOMIA DE VONTADE. DIREITO À INTIMIDADE E À VIDA PRIVADA. CLÁUSULA PÉTREA. O sexo das pessoas, salvo disposição constitucional expressa ou implícita em sentido contrário, não se presta como fator de desigualação jurídica. Proibição de preconceito, à luz do inciso IV do art. 3º da Constituição Federal, por colidir frontalmente com o objetivo constitucional de “promover o bem de todos”. Silêncio normativo da Carta Magna a respeito do concreto uso do sexo dos indivíduos como saque da kelseniana “norma geral negativa”, segundo a qual “o que não estiver juridicamente proibido, ou obrigado, está juridicamente permitido”. Reconhecimento do direito à preferência sexual como direta emanação do princípio da “dignidade da pessoa humana”: direito a auto-estima no mais elevado ponto da consciência do indivíduo. Direito à busca da felicidade. Salto normativo da proibição do preconceito para a proclamação do direito à liberdade sexual. O concreto uso da sexualidade faz parte da autonomia da vontade das pessoas naturais. Empírico uso da sexualidade nos planos da intimidade e da privacidade constitucionalmente tuteladas. Autonomia da vontade. Cláusula pétrea. 3. TRATAMENTO CONSTITUCIONAL DA INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA. RECONHECIMENTO DE QUE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO EMPRESTA AO SUBSTANTIVO “FAMÍLIA” NENHUM SIGNIFICADO ORTODOXO OU DA PRÓPRIA TÉCNICA JURÍDICA. A FAMÍLIA COMO CATEGORIA SÓCIO-CULTURAL E PRINCÍPIO ESPIRITUAL. DIREITO SUBJETIVO DE CONSTITUIR FAMÍLIA. INTERPRETAÇÃO NÃO-REDUCIONISTA. O caput do art. 226 confere à família, base da sociedade, especial proteção do Estado. Ênfase constitucional à instituição da família. Família em seu coloquial ou proverbial significado de núcleo doméstico, pouco importando se formal ou informalmente constituída, ou se integrada por casais heteroafetivos ou por pares homoafetivos. A Constituição de 1988, ao utilizar-se da expressão “família”, não limita sua formação a casais heteroafetivos nem a formalidade cartorária, celebração civil ou liturgia religiosa. Família como instituição privada que, voluntariamente constituída entre pessoas adultas, mantém com o Estado e a sociedade civil uma necessária relação tricotômica. Núcleo familiar que é o principal lócus institucional de concreção dos direitos fundamentais que a própria Constituição designa por “intimidade e vida privada” (inciso X do art. 5º). Isonomia entre casais heteroafetivos e pares homoafetivos que somente ganha plenitude de sentido se desembocar no igual direito subjetivo à formação de uma autonomizada família. Família como figura central ou continente, de que tudo o mais é conteúdo. Imperiosidade da interpretação não-reducionista do conceito de família como instituição que também se forma por vias distintas do casamento civil.

6

Page 7: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

Avanço da Constituição Federal de 1988 no plano dos costumes. Caminhada na direção do pluralismo como categoria sócio-político-cultural. Competência do Supremo Tribunal Federal para manter, interpretativamente, o Texto Magno na posse do seu fundamental atributo da coerência, o que passa pela eliminação de preconceito quanto à orientação sexual das pessoas. 4. UNIÃO ESTÁVEL. NORMAÇÃO CONSTITUCIONAL REFERIDA A HOMEM E MULHER, MAS APENAS PARA ESPECIAL PROTEÇÃO DESTA ÚLTIMA. FOCADO PROPÓSITO CONSTITUCIONAL DE ESTABELECER RELAÇÕES JURÍDICAS HORIZONTAIS OU SEM HIERARQUIA ENTRE AS DUAS TIPOLOGIAS DO GÊNERO HUMANO. IDENTIDADE CONSTITUCIONAL DOS CONCEITOS DE “ENTIDADE FAMILIAR” E “FAMÍLIA”. A referência constitucional à dualidade básica homem/mulher, no §3º do seu art. 226, deve-se ao centrado intuito de não se perder a menor oportunidade para favorecer relações jurídicas horizontais ou sem hierarquia no âmbito das sociedades domésticas. Reforço normativo a um mais eficiente combate à renitência patriarcal dos costumes brasileiros. Impossibilidade de uso da letra da Constituição para ressuscitar o art. 175 da Carta de 1967/1969. Não há como fazer rolar a cabeça do art. 226 no patíbulo do seu parágrafo terceiro. Dispositivo que, ao utilizar da terminologia “entidade familiar”, não pretendeu diferenciá-la da “família”. Inexistência de hierarquia ou diferença de qualidade jurídica entre as duas formas de constituição de um novo e autonomizado núcleo doméstico. Emprego do fraseado “entidade familiar” como sinônimo perfeito de família. A Constituição não interdita a formação de família por pessoas do mesmo sexo. Consagração do juízo de que não se proíbe nada a ninguém senão em face de um direito ou de proteção de um legítimo interesse de outrem, ou de toda a sociedade, o que não se dá na hipótese sub judice. Inexistência do direito dos indivíduos heteroafetivos à sua não-equiparação jurídica com os indivíduos homoafetivos. Aplicabilidade do §2º do art. 5º da Constituição Federal, a evidenciar que outros direitos e garantias, não expressamente listados na Constituição, emergem “do regime e dos princípios por ela adotados”, verbis: “Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. 5. DIVERGÊNCIAS LATERAIS QUANTO À FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO. Anotação de que os Ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Cezar Peluso convergiram no particular entendimento da impossibilidade de ortodoxo enquadramento da união homoafetiva nas espécies de família constitucionalmente estabelecidas. Sem embargo, reconheceram a união entre parceiros do mesmo sexo como uma nova forma de entidade familiar. Matéria aberta à conformação legislativa, sem prejuízo do reconhecimento da imediata auto-aplicabilidade da Constituição. 6. INTERPRETAÇÃO DO ART. 1.723 DO CÓDIGO CIVIL EM CONFORMIDADE COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (TÉCNICA DA “INTERPRETAÇÃO CONFORME”). RECONHECIMENTO DA UNIÃO HOMOAFETIVA COMO FAMÍLIA. PROCEDÊNCIA DAS AÇÕES. Ante a possibilidade de interpretação em sentido preconceituoso ou discriminatório do art. 1.723 do Código Civil, não resolúvel à luz dele próprio, faz-se necessária a utilização da técnica de “interpretação conforme à Constituição”. Isso para excluir do dispositivo em causa qualquer significado que impeça o reconhecimento da união contínua, pública e duradoura entre pessoas do mesmo sexo como família. Reconhecimento que é de ser feito segundo as mesmas regras e com as mesmas consequências da união estável heteroafetiva. (ADPF 132 /RJ, Rel.Min. Ayres Britto, Tribunal Pleno)

STJ. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOS. PRORROGAÇÃO DA PENSÃO FIXADA EM ACORDO JUDICIAL EM FAVOR DA EX-ESPOSA. TUTELA ANTECIPADA.

7

Page 8: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

VERIFICAÇÃO DA PRESENÇA DOS REQUISITOS. ART. 273 DO CPC. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. 1. A análise dos requisitos autorizadores do deferimento da antecipação dos efeitos da tutela, prevista no art. 273 do CPC, exige a incursão em aspectos fático-probatórios dos autos, portanto, inviável em sede de recurso especial, a teor do que dispõe a Súmula n. 7/STJ. 2. A violação do art. 535 do CPC não resulta configurada na hipótese em que o Tribunal de origem, ainda que sucintamente, pronuncia-se sobre a questão controvertida nos autos, não incorrendo em omissão, contradição ou obscuridade. 3. No caso concreto, consoante assentado pelo Tribunal local, a pretensão veiculada nos embargos de declaração ostentava nítido caráter infringente, sendo certo, ademais, que o agravo interposto contra o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela initio litis não comporta análise exauriente do mérito da causa. Ao revés, deve limitar-se ao exame dos requisitos autorizadores da medida deferida, sob a ótica do art. 273 do CPC. 4. Agravo regimental desprovido (AgRg no AREsp 119375 / SC 2012/0023581-7. Rel. Min. Antônio Carlos Ferreira. 4ª Turma. Pub. 25/05/2012)

STJ. SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA. MUDANÇA DE PATRONÍMICO. ALTERAÇÃODO NOME DE FAMÍLIA. IMPOSSIBILIDADE.1. Inviável a alteração de sobrenome quando se tratar de hipótese não prevista na legislação brasileira. 2. O art. 56 da Lei de Registros Públicos autoriza, em hipóteses excepcionais, a alteração do nome, mas veda expressamente a exclusão do sobrenome. 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg na SEC 3999 / EX. Rel. Min. João Otávio de Norinha. Corte Especial. Pub. 18/05/2012)

STJ. ADMINISTRATIVO. HABEAS CORPUS. EXPULSÃO DE ESTRANGEIRO DO TERRITÓRIO NACIONAL POR CONDENAÇÃO CRIMINAL. FILHO NASCIDO NO BRASIL APÓS A CONDENAÇÃO PENAL E O ATO EXPULSÓRIO. ARTIGO 75 DA LEI 6.815/90. CONVIVÊNCIA SÓCIO-AFETIVA E DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NÃO DEMONSTRADAS. INEXISTÊNCIA DAS HIPÓTESES DE EXCLUSÃO DE EXPULSABILIDADE. ART. 75, II, DA LEI N. 6.815/80. 1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça flexibilizou a interpretação do art. 65, inciso II, da Lei 6.815/80, para manter no país o estrangeiro que possui filho brasileiro, mesmo que nascido posteriormente à condenação penal e ao decreto expulsório, no afã de tutelar a família, a criança e o adolescente. 2. Todavia, o acolhimento desse preceito não é absoluto e impõe ao impetrante que efetivamente comprove, no momento da impetração, a dependência econômica e a convivência sócio-afetiva com a prole brasileira, a fim de que o melhor interesse do menor seja atendido. 3. Sob esse ângulo, os documentos juntados pelo impetrante, quais sejam: certidão de nascimento da menor (fl. 12), carteira de identidade da menor (fl. 13), comprovantes de depósito em conta poupança de titularidade da genitora (fls. 14 e 18) e notas fiscais de despesas com fraldas e com vestuário da menor (fls. 17, 19, 20 e 21), não ostentam a propriedade de evidenciar a dependência financeira e afetiva da menor relativamente ao paciente. 4. Logo, diante da ausência de prova evidente no sentido de que a situação do paciente encontra abrigo nas excludentes de expulsabilidade, previstas no inciso II do artigo 75 da Lei n. 6.815/80, a

8

Page 9: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

ordem deve ser denegada. Precedentes: AgRg no HC 115603/DF, Relator Ministro Castro Meira, Primeira Seção, DJ de 18 de setembro de 2009 e HC 98.735/DF, Relatora Ministra Denise Arruda, Primeira Seção, DJ de 20 de outubro de 2008. 5. O habeas corpus deve, no momento do seu ajuizamento, estar guarnecido com a efetiva comprovação do constrangimento ilegal, sendo certo, outrossim, que não se admite dilação probatória na escorreita via do remédio heróico. Precedente: HC 121.414/DF, Relator Ministro Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJ de 3 de agosto de 2009. 6. Ordem denegada. (HC. Rel. Min. Benedito Gonçalves 1ª SEÇÃO. Pub.02/05/2012)

TJSC. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO CUMULADA COM PEDIDOS DE ALIMENTOS E GUARDA DE FILHA MENOR. DECISÃO AGRAVADA QUE DEFERIU A GUARDA PROVISÓRIA À AGRAVADA, DEFINIU O DIREITO DE VISITAS DO PAI E FIXOU PENSÃO MENSAL PROVISÓRIA À AGRAVADA, SUA FILHA MENOR E AO NASCITURO. AGRAVANTE QUE JÁ HAVIA INTERPOSTO AGRAVO NA MODALIDADE RETIDA CONTRA TODOS OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. PRECLUSÃO CONSUMATIVA. PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE DOS RECURSOS. PRECEDENTES DESTA CORTE ESTADUAL DE JUSTIÇA E DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO NÃO CONHECIDO. ( Agravo de Instrumento. Rel. Min. Nelson Schaefer Martins. 2ª Câmara de Direito Civil. Pub. 29/03/2012)

TJRJ. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ROMPIMENTO DE NOIVADO. NÃO COMPARECIMENTO DO NOIVO AO MATRIMÔNIO. DANO MORAL CONFIGURADO. AUSÊNCIA DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA O QUE EVITARIA MAIORES CONSTRANGIMENTOS. DANOS MATERIAIS, COMPROVADOS. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. SENTENÇA MANTIDA. NEGADO PROVIMENTO AO RECURSO. (TJRJ. Apelação Cível nº 0000813-45.2010.8.19.0075, 6ª Câmara Cível, Rel. Des. Cláudia Pires dos Santos Ferreira).

TJRS. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO ORDINÁRIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. BLOQUEIO DE VALORES EM CONTA CORRENTE. IMPOSSIBILIDADE. A antecipação de tutela pressupõe, além da urgência, prova inequívoca da verossimilhança dos fatos alegados. Disposições do art. 273 do CPC. NEGADO SEGUIMENTO LIMINARMENTE. (Agravo de Instrumento Nº 70049269020, 7ª Câmara Cível, TJRS, Rel. Min. Liselena Schifino Robles Ribeiro. Pub. 06/06/2012)

9

Page 10: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

IniciativasIniciativas

SÃO MIGUEL DO OESTE:O Promotor de Justiça, Alexandre Estefani, propôs Representação para Aplicação

de Medida Protetiva para resguardar os direitos de E.F.L. e sua condição de pessoa em desenvolvimento. Dessa forma, solicitou: a inclusão dos genitores do infante em tratamento psicológico, a ser providenciado pelo CREAS do Município de São Miguel do Oeste/SC; a declaração de ocorrência de alienação parental; e a advertência do genitor da criança, para que se conscientize de que a guarda unilateral é conferida àquele que possui maior aptidão para propiciar aos filhos relações de afeto com o outro genitor e com seus familiares.

CONCÓRDIA:O Promotor de Justiça, Renee Cardoso Braga, propôs Ação Civil Pública a fim de

pedir Alimentos Ressarcitórios, no montante correspondente a 15% (quinze por cento) da receita líquida de cada um dos requeridos, haja vista a situação de duplo abandono a que foi submetido(a) o(a) filho(a) do casal.

ArtigoArtigo

Direito de Família e Alienação Parental

10

Page 11: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

Você sabia...Você sabia...

Que a Lei Previdenciária não pode estabelecer diferença entre companheira e esposa para a concessão de benefícios?

Em decisão unânime, a 21ª Câmara Cível concedeu benefício previdenciário à companheira que convivia em união estável com servidor público, mesmo não havendo comprovação de dependência econômica. Segundo o entendimento dos Magistrados, com as alterações na legislação, equiparando a união estável ao casamento, não é mais possível impor condições diferenciadas para a companheira, como é o caso da Lei estadual que dispõe sobre o IPERGS (Lei Estadual nº 7.672/1982).

Em 1º Grau, a pensão por morte foi negada à autora, baseada na Lei Estadual nº 7.672/1982, que exige a comprovação de dependência econômica para a concessão de benefício previdenciário. Dessa forma, a companheira recorreu ao TJRS.

Na análise da Apelação, o Relator, o Desembargador Genaro José Baroni Borges, salientou que, à época da edição da lei eram outros tempos – tempo em que a proteção à união duradoura entre homem e mulher, então estigmatizada pelo epíteto �relação concubinária�, ainda não havia conquistado status constitucional.

Ademais, sublinhou que a Constituição de 1988 reconhece a união estável como entidade familiar, que também é regulada pela Lei nº 9.278/1996, modificada pelo Código Civil de 2002. Enfatizou que, a partir de então, a união estável passou a receber os mesmos tratamento e proteção dispensados ao casamento. Lembrou ainda que a Constituição cria uma nova ordem jurídica à qual deverão ajustar-se os efeitos dos atos ou fatos nascidos tanto no passado quanto no futuro.

Por fim, considerou derrogada a parte da Lei do IPERGS, que exige a comprovação de dependência econômica para fazer jus ao benefício previdenciário, votando pela concessão de pensão à autora, o que foi acompanhado pelos Desembargadores Arminio José Abreu Lima da Rosa e Francisco José Moesch. O julgamento ocorreu no dia 25 de abril do corrente ano.

Fonte: Lei Previdenciária não pode estabelecer diferença entre companheira e esposa para concessão de benefício

11

Page 12: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

Nossas Campanhas e PortaisNossas Campanhas e Portais

vol. I vol. II

Manual do Promotor de Justiça da Infância e da Juventude vol. IManual do Promotor de Justiça da Infância e da Juventude vol. II

Portal do Bullying, isso não é brincadeira!

Trabalho infantil? Não!

Exploração Sexual e Trafico de Crianças e Adolescentes. Denuncie. Disque 100

Navegação Segura na Internet e Combate à Pedofilia

Crianças e adolescentes desaparecidos em SC

Informações para quem quer adotar uma criança ou adolescente

Portal de Combate à Violência Sexual Infantojuvenil

Cadastro Único Informatizado de Adoções e Abrigos – CUIDA

Rede Piá - Reciclagem Digital Educativa Pró-Infância e Adolescência

12

Page 13: BOLETIM INFORMATIVO CIJ – Família · Boletim Informativo do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, com informações sobre a ... Nos dias 10 a 17 de julho, na

COORDENAÇÃODra. Priscilla Linhares Albino

Coordenadora Titular e Promotora de JustiçaDra. Helen Crystine Corrêa Sanches

Coordenadora Em Exercício e Promotora de Justiça

EQUIPE TÉCNICAPsicólogo: Marlos Gonçalves Terêncio

Analista do MP: Nicolle Mattos Corrêa Técnica do MP: Mayra Silveira

Técnico do MP: Bruno Silva CunhaTécnico do MP: Randerson Cavanholi

Técnica do MP: Patricia Martins MatteiTécnica do MP: Kathlyn Schlemper Kiquio

MP Residente: José Carlos Loitey Bergamini MP Residente: Marília Palma Viola SoaresColaboradora : Betina Michielin Rosa Silva

Colaboradora : Deise Lourdes da SilvaColaboradora : Caroline de Oliveira Pereira

OBRA DE ARTEFernando Botero - “Una Família”

Pintor e Escultor Colombiano

13