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INFOMAIL BOLETIM INFORMATIVO | JUNHO 2014 Identidade reforçada De volta à terra IZA FERREIRA

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INFOMAIL

BOLETIM INFORMATIVO | JUNHO 2014

Identidade reforçada

De volta à terra

IZA

FER

REIR

A

2Caros amigos,

Começámos em outubro uma nova e desafiante aventura – a gestão de um território imenso em riqueza humana e com recursos naturais emblemáticos. A união das freguesias de Lousã e Vilarinho foi uma aventura imposta por forças a que somos alheios, mas que cumprimos com dedicação e empenho. Em primeiro lugar estão e estarão sempre as pessoas. É por elas que trabalhamos. Estamos no terreno para cumprir o que de nós é esperado: intervir nas pequenas, mas importantes necessidades que em tudo melhoram o conforto e o bem-estar do dia-a-dia da população.

Como já acontecia antes, todas as aldeias mantêm a sua identidade, querem ver resolvidas situações específicas de cada local, organizam as festas e romarias locais aos santos de devoção, animam as coletividades e organizam-se de acordo com hábitos e tradições há muito adquiridos. Não há legislação que altere esta situação! Nem é esse o objetivo desta reorganização. Desde logo, apesar de os serviços se terem unificado, os postos de atendimento foram mantidos e a delegação de Vilarinho funciona nos moldes e horários habituais. O que muda é mesmo para melhor já que os nossos fregueses usufruem dos mesmos serviços em locais diferentes.

A atividade diária da Junta de Freguesia continua a ser a resposta às solicitações de quem nos procura, quer no âmbito administrativo, quer nas intervenções e limpezas das aldeias e dos caminhos. Não podemos, ainda assim, deixar de destacar algumas das intervenções que para nós são emblemáticas e que nos enchem de orgulho (passando a imodéstia!). Mantemos e acarinhamos projetos de cidadania e de responsabilidade social e ambiental, sobretudo vocacionados para as crianças em idade escolar como os Jogos da Freguesia e o Crescer com as Árvores.

São projetos que cresceram connosco e que nos ajudam a crescer. Vão seguramente ficar na memória das nossas crianças e ajudá-las a ser adultos participativos e mais democráticos. Mas outros há: com o projeto Voltar à Terra vamos contribuir para a sustentabilidade das nossas famílias, incentivando o cultivo e consumo de bens que vão desafogar o orçamento familiar e patrocinar o regresso à pequena agricultura, à utilização dos quintais e ao uso consciente e racional da água. É por essa mesma razão que o investimento nos regadios e nas levadas tem sido uma prioridade. A sustentabilidade ambiental e o uso racional da água são também uma questão cultural que se insere plenamente no Voltar à Terra. Mas também a limpeza e manutenção dos tanques e lavadouros, a colocação de grelhas, a manutenção de valetas e aquedutos…

Sem dúvida que é BOM VIVER AQUI. Gostaria a Junta de Freguesia que todos os nossos residentes tivessem asseguradas iguais condições de acesso a habitação condigna, a escola e ao sistema de saúde. Sabendo que assim não acontece e que a situação das famílias se tem agravado por força da situação do país, é nosso dever estar perto e acionar toda a nossa criatividade (e parcos recursos económicos) para ajudar a colmatar algumas situações.

O projeto Abrigar o Futuro arrancou com a construção e reparação de paragens e abrigos escolares para que as crianças pudessem ter condições. Evolui para a intervenção em casas de agregados familiares, sobretudo com crianças e idosos. Agora, e apelando ao mecenato social, esse trabalho continua – é primordial que as empresas e negócios locais se unam ao esforço e, por exemplo, em ações de team building, se comprometam também na reconstrução de uma casa ou até na preparação e cultivo de um terreno.

O facto de o nosso concelho estar a viver uma situação de mudança em relação à educação devido ao fecho de algumas escolas e à abertura da escola nova, permite repensar o conceito de escola e de educação para toda a nossa comunidade. As mudanças incomodam, mas podem “vir por bem”. Da nossa parte tudo faremos para que esta mudança seja pacífica e vantajosa, sem sobressaltos para as nossas crianças e para toda a comunidade educativa que os acompanha. Não podemos deixar de fazer aqui uma breve referência aos transportes já que é assunto que preocupa a maior parte dos pais. Não sendo da competência da Junta, o nosso compromisso é mesmo o de acompanhar atentamente toda a questão, nomeadamente garantindo o facto de nenhuma criança do primeiro ciclo poder ficar sozinha numa paragem de transporte escolar.

Em tempos de crise e de contenção orçamental, em tempos de navegar à vista e ir fazendo, importa assegurar as necessidades mais básicas dos nossos residentes. Ainda assim, e porque queremos sempre mais, atrevemo-nos a alargar o passo e ir mais longe, ambicionamos entrar noutros campos e contribuir para o desenvolvimento integrado do nosso concelho nas áreas culturais - investigação histórica e arqueológica, organização e divulgação da história da freguesia e do acervo a documenta, participação e organização de eventos de índole variada.

Marcamos a diferença e fazemos da(s) nossa(s) freguesia(s) um espaço onde É Bom Viver!

António Marçal,

Presidente da Junta de Freguesia da Lousã e Vilarinho

NOTÍCIAS 3-7

SOLIDARIEDADE 7Antiga escola das raparigasrecuperada já abriu como incubadora social

DESTAQUE“ABRIGAR O FUTURO” 10Campanha de mecenato social

AGRICULTURA E FLORESTA 12Regresso à terra ajuda famílias

GERAÇÕES 14Crianças crescem com as árvores que plantam

Nova escola básicaabre em setembro

IDENTIDADE 18Lousã poderá ser território com grande valor arqueológico

3notícias

Passeio pedestre em convívio saudável

Em Vilarinho abre Escola de Parapente

Realiza-se em Vilarinho a 21 e 22 de junho um Encontro de Parapente que inclui a receção aos pilotos no local de aterragem, nas Regadas, e transporte para a zona de início do voo, no Cabeço da Ortiga.

No mesmo dia é formalizado pela Junta de Freguesia da Lousã e Vilarinho o protocolo de parcerias para a criação da Escola de Parapente. As entidades que fazem parte do projeto Escola

de Parapente, aprovado no âmbito do Orçamento Participativo Jovem Municipal, são a Câmara Municipal da Lousã, como entidade promotora, Baldios de Vilarinho como gestor da maior parte da área geográfica, e o Montanha Clube como promotor da modalidade de parapente na Lousã através da organização, dinamização de eventos ou atividades e formação de pilotos de parapente em parceria com a Federação Portuguesa de Voo Livre.

O parapente é uma atividade de aventura aérea muito praticada na zona de Vilarinho, local que reúne as condições ideais devido ao declive acentuado entre a serra e a zona mais plana, nas Regadas.

Há alguns anos que se tornou numa atividade regular em Vilarinho, sendo bem acolhido por este órgão autárquico e irá continuar a ser uma mais valia para a atração dos praticantes e turistas para a região.

Mais de trezentas pessoas caminharam cerca de treze quilómetros numa atividade das Caminhadas 2014, que também ajudou a di-vulgar a campanha “Dou mais tempo à Vida”, da Liga Portuguesa Contra o Cancro.

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A população residente e circulante da Rua Vicente Ferrer escolheu a continuidade dos dois sentidos de trânsito.

A solução, escolhida por maioria dos cidadãos em reunião ConJunta a 11 de junho com os órgãos autárquicos, inviabiliza a criação de passeios e simultaneamente de estacionamento para residentes.

“A solução mais cómoda para uma via de perfil urbano, com enfoque na comodidade e segurança de quem cá vive, é a de um só sentido de trânsito” afirmou António Marçal, presidente da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho, durante a primeira Reunião ConJunta com a população,

realizada na Escola do Freixo.

” O presidente da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho acrescentava: “atendendo aos equipamentos que vão estar na proximidade, como a Escola Nova e a Unidade de Saúde, e o consequente aumento do tráfego, automóvel e de peões, surge a necessidade da criação de passeios, passadeiras e lombas de redução da velocidade. Os dois sentidos não permitem a criação de ambos. “

Na mesma reunião, o vice-presidente da Câmara Municipal da Lousã, Rui Lopes, apresentou as três soluções possíveis para o tráfego naquela via. A primeira com dois sentidos de trânsito e mais duas com um sentido,

ascendente e descendente.

No primeiro encontro com a população participou o presidente da Câmara Municipal, Luís Antunes, que afirmou que a base da intervenção é a infraestrutura básica de saneamento, águas residuais, redes de energia e abastecimento de água. Antunes afirmou que “não existe uma solução que agrade a todos”, reconhecendo também que “é natural a resistência à solução de um só sentido”, mas que é a mais adequada e segura para “uma via que carateriza como avenida urbana”.

A Reunião ConJunta faz parte de uma série de iniciativas da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho que visa descentralizar para aproximar e privilegia a informação e auscultação de opiniões e sentir das pessoas, “realizando em pleno o conceito de política local”.

António Marçal afirma que “é importante ir ao terreno de forma a responsabilizar os órgãos autárquicos e também as pessoas que participam, ouvindo opiniões sobre os seus interesses diretos”.

notícias

População prefere dois sentidos de trânsito na Vicente Ferrer

Gon

çalo

Mar

tins

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Fontanários e espaços de lazer recuperados para os cidadãos

Os espaços públicos dos lugares e aldeias têm vindo a ser melhorados pela Junta de Freguesia. Foram renovados e limpos chafarizes, fontanários, espaços de lazer e lavadouros de diversos locais da Lousã e de Vilarinho.

Trata-se de um número elevado de pequenas obras que abrangerão as estruturas com estas tipologias, por toda a freguesia.

Ceira dos Vales, Sra. das Barraquinhas, Ramalhais e Prilhão são alguns exemplos de locais que se tornaram mais aprazíveis, promovendo o convívio entre cidadãos e a atratividade dos lugares.

Todas as obras e limpezas foram efetuadas com recursos, humanos e materiais, da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho.

notícias

Orçamento da Junta para 2014No total do orçamento para 2014, a JFLV conta com 262.177,73€, sendo a maior fatia da despesa o investimento com pessoal, que totaliza quase 40 por cento (102.006,50€). As transferências do Orçamento de Estado através do Fundo de Financiamento das Freguesias continuam a diminuir, este ano. O presidente da Junta, António Marçal afirma que, “num período de grande exigência, é fundamental assegurar a consolidação orçamental pelo lado da redução da despesa. É obrigação do Executivo e sua função primeira, reconhecer as dificuldades, adaptar-se e reinventar receitas que permitam solver os compromissos assumidos.”

6 assembleia de freguesia

Lousã e Vilarinho realiza assembleias descentralizadas

A Assembleia de Freguesia de Lousã e Vilarinho reuniu-se a 21 de abril tendo aprovado as contas do ano anterior, efectuado a apreciação do inventário dos bens, direitos e obrigações patrimoniais da freguesia e eleito António Lima como novo vogal da junta.

A sessão decorreu na delegação de Vilarinho e aprovou a primeira revisão do orçamento, bem como alterações à toponímia na Rua do Meiral agora Rua José Augusto Soares, na Rua dos

Carvalhos, para a distinguir do Caminho dos Carvalhos - ambas no bairro com o mesmo nome -, e na Rua dos Matinhos.

No início da reunião o presidente do executivo, António Marçal, apresentou informação sobre a atividade da junta no que toca a obras e limpezas; manutenção de estradas e caminhos; lenha, árvores e fl oresta; atividades do estaleiro da Junta, entre outros serviços prestados aos cidadãos. Marçal informou ainda o órgão deliberativo da freguesia da importância de manter

em funcionamento a delegação de Vilarinho, antiga sede de freguesia, onde são prestados serviços dos CTT, nomeadamente pagamentos e vales postais.

Pela relevância dos serviços e pelo papel de responsabilidade social manter-se-á a funcionar aquela delegação.

Da informação constou ainda um relatório sobre os pagamentos da JFLV a fornecedores, que rondam os 30 dias.

Ficha técnica | Boletim InformativoProdução de conteúdos

editoriais e coordenaçãoMaria da Graça Polaco

Fotografi aJunta de Freguesia,

Daniel Rocha, Gonçalo Martins,

José Silvestre, Maria da Graça Polaco Filipe Paiva e arquivo

Fotografi a do tema de capa

(Crescer com as Árvores)Izabel Ferreira

Grafi smo e paginaçãoZART

Tiragemcusto por exemplar 0,38€

Propriedade e edição

Largo Alexandre Herculano, 20 3200-220 Lousã

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Foi recuperada pela Junta de Freguesia a antiga escola das raparigas da vila da Lousã, denominada Escola Conde de Ferreira, onde funciona atualmente o Microninho Incubadora Social, Espaço Solidário e a sede do Agrupamento dos Escuteiros da Lousã, entre outras mais valias.

O Microninho é um projeto de apoio ao empreendedorismo social, que se baseia na criação de micro-empresas com o objetivo de dinamizar a população desempregada ou que procure um meio de subsistência ou complemento do orçamento familiar. O projeto funciona através de candidaturas ao Microninho, gerido pela Associação dos Cinco Lugares (ADSCCL), que seleciona e acompanha os projetos.

A Fundação EDP é a entidade fi nanciadora do projeto, cuja defi nição extravasa o conceito de criação de empresa ou negócio, envolvendo toda a família no desenvolvimento de cada projeto aprovado com base nos rendimentos do agregado familiar.

Pretende-se apoiar pequenos negócios, a formalizar depois de um período de teste de seis meses, com o apoio técnico da ADSCCL, no que toca às

questões jurídicas, contabilísticas e ainda, numa esfera mais humana, sociológicas e psicológicas do micro-empreendedor.

Funciona também o Espaço Solidário, da responsabilidade da mesma associação, que dá apoio ao estudo e ajuda na capacitação e aumento de competências a crianças em idade escolar. O centro de recursos, da rede social, presta apoio na angariação e entrega de materiais como cadeiras de rodas, carrinhos de bebé, camas e outros produtos doados à ADSCCL.

Na antiga escola existe ainda uma sala de reuniões ao dispor dos

emprendedores e empresários, que será cedida por marcação.

O edifício foi construído em 1868 e baseia-se no projeto comum de escolas primárias, conhecidas por escolas Conde de Ferreira, que foram construídas até 1880 em todo o país, sendo a primeira tipologia de escolas a ser utilizada em Portugal.

Em 1979, foi jardim de infância e anos mais tarde albergou o Museu Etnográfi co da Lousã, funcionou como local de formação da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho, entidade proprietária das instalações agora recuperadas.

Escola antiga recuperada para espaço social

solidariedade

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Construção de muros de suporte para alargamento da via e passeios em Ceira dos Vales

Limpeza de espaços públicos, valetas e ruas em Vale da Velha

Limpeza em Vale de Maceira

Reparação de barreira em Vilarinho, provocada pela intempérie do inverno

Vias públicas e passeios

Corte de plátanos prejudiciais ao meio urbano e plantação de mag-nólias, em colaboração com a CML

obras

Obras de manutenção na Rua do Chão Novo enquanto se aguarda pela pavimentação e saneamento

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Recuperação do regadio no Covão, Prilhão e Casais

Limpeza de bermas com colocação de grelhas em Marco do Espinho e Cova do Lobo

Reconstrução da Capela do Cruzeiro

obras

Saneamento e águas

Limpeza e manutenção do regadio em Cacilhas

Limpeza e manutenção do lava-douro e fonte de Vale de Maceira

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Ter uma casa não signifi ca ter con-forto. Viver numa casa degradada, sem condições dignas é a realidade de mui-tos proprietários de habitações antigas, aos quais a vida trouxe difi culdades e a impossibilidade de fazer obras e consertos.

Muitos são idosos, muitos outros são crianças que vivem com os pais de-sempregados, mesmo ao nosso lado, na nossa rua, na nossa aldeia, no lugar mais próximo. São famílias identifi ca-

das, com problemas reais e sociais que merecem a nossa solidariedade. Vamos “Abrigar o Futuro” da Lousã e Vilarinho, apoiando esta campanha de mecenato social com donativos, que podem ser enquadrados na contabili-dade das empresas.

A Junta de Freguesia da Lousã e Vila rinho lança uma campanha de recolha de bens e materiais de construção para arranjo das habitações. A campanha pretende colmatar as restrições orça-

Empresas são mecenas sociais para arranjar habitações

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Empresas são mecenas sociais para arranjar habitações

mentais com que a junta se depara para este tipo de intervenção social prioritária, que está cada vez mais desprezada pelas transferências do Or-çamento de Estado para as freguesias.

Solicitamos às empresas que não pre-tendam ajudar com donativos que se-jam solidárias e disponibilizem os seus recursos humanos para pintar, construir muros e fazer pequenas reparações em habitações de pessoas que não podem fazê-las.

Aos particulares solicitamos voluntari-ado e donativos de materiais de cons-trução que tenha sobrado de alguns arranjos nas suas próprias casas.As empresas que colaborem na cam-panha terão a sua marca as-sociada à campanha em todos os materiais de comunicação

O início da recolha dos dona-tivos realiza-se no stand da JFLV no Parque Municipal de Exposições, durante o S. João.

Pretendemos encher o espaço da junta com cimento, tijolos, areias, tintas, fer-ramentas, entre outros bens. Visite-nos.

Obra de voluntariado iniciada pelo último executivo da Freguesia de Vilarinho, no âmbito do programa de recuperação de habitaçõesdegradadas

12floresta

A certifi cação fl orestal continua a ser um dos objetivos da Junta de Freguesia que participa no desenvolvimento do processo.

A defesa e a proteção da fl oresta têm sido também uma linha de atuação, incluindo a construção e manutenção de tanques de água, para além das nor-

mais funções de limpeza e reparação de estradas fl orestais, corte de mato e vegetação.

O executivo propõe-se a organizar ações de voluntariado jovem para a preservação da natureza e da fl oresta, contribuindo para o combate aos incên-dios fl orestais.

Também tem sido efetuada frequen-temente a limpeza de caminhos e carreiros - sempre que possível em arti-culação com promotores de percursos pedonais -, que são um dos principais atrativos turísticos da freguesia e do concelho.

A JFLV apoia também a elaboração de candidaturas para a construção de acessos a propriedades rústicas e rurais, facilitando o acesso e a sua exploração.

Em relação aos terrenos baldios, conti-nua a ser efetuado o levantamento das áreas dos Baldios de Alfocheira e de Vale de Neira, sob gestão da Junta, com vista à reabilitação e gestão sustentável do espaço fl orestal.

A fl oresta forneceu lenha para aqueci-mento das escolas primárias do conce-lho, até 2014 que por serem instaladas em edifi cios antigos, eram aquecidas por fogões.

Os colaboradores da junta empenha-ram-se na recolha de lenha para forne-cimento às escolas, num ano letivo em que o inverno foi muito frio.

Amor à �loresta, seus recursos e certi�icação

13agriculturafloresta

“Voltar à Terra” é um programa de reintegração na agricultura de subsistência ou complementar, nos hábitos das famílias da freguesia, com métodos realistas e de forma sustentada. A Junta de Freguesia colocará terrenos à disposição de pessoas selecionadas, por um período determinado, para que possam ser cultivados em benefício próprio. A cedência de terrenos só é possível com a colaboração de privados e da ADSCCL.

O conceito de hortas urbanas também é parte integrante do “Voltar à Terra”, que vai fornecer ferramentas para serem criados os meios. As hortas urbanas são o recurso a porções de terreno, dentro do espaço urbano, para a produção de alimentos.

Estas assumem um papel importante enquanto espaços verdes, que permitem melhorar o ambiente na zona urbana, bem como criar espaços económicos para obter alimentos de forma segura.

“O conceito de desenvolvimento sustentável alerta que é do interesse geral preservar, integrar e estimular o elemento Natureza ao longo do processo gradual de evolução do tecido urbano. Numa era em que os sinais de

instabilidade de uma economia global se refl etem de forma direta nas camadas mais frágeis da sociedade, a ideia de um retorno à prática da agricultura para fi ns de subsistência torna-se urgente”, afi rma o presidente da JFLV, António Marçal. A iniciativa também envolve a recuperação de infra-estruturas naturais, por exemplo a intervenção nos regadios.

A agricultura complementar é importante a diversos níveis, para além dos benefícios ambientais. Este tipo de agricultura representa uma vantagem económica para os agricultores que,

enquanto reduzem a compra de bens alimentares, abrem a possibilidade de obter proveitos monetários pela venda dos produtos.

No âmbito da vertente pedagógica deste projeto, foi cedido pela Dra. Maria Manuela Padilha Sollon Allegro Resende Cardoso um terreno destinado à promoção dos hábitos de agricultura sustentável e de subsistência nas nossas crianças e jovens.

Um bem haja Dra Manuela pela sua disponibilidade em acreditar no projeto.

Regresso das famílias à agricultura de subsistência

LOUSÃ E V I LAR INHO

14 gerações

Freguesia entrega futuro ambiental às crianças

Uma criança que planta uma árvore nunca se esquecerá de que o ambiente é frágil e que tem de ser preservado.

É a cada uma destas crianças que a Junta de Freguesia entrega o futuro do ambiente e da fl oresta do território, através do projeto “Crescer com as Árvores”.

Carvalhos, sobreiros, azinheiras e castanheiros são as espécies autócnes plantadas que recriam o habitat natural da fauna e da restante fl ora da Lousã e Vilarinho.

Estas árvores folhosas são menos vulneráveis à propagação de incêndios fl orestais. Evita-se ainda o crescimento

das espécies ditas invasoras, como por exemplo a acácia.

As crianças da Escola Básica de Santa Rita, integradas no projeto, plantaram, a 2 de maio, as pequenas árvores nativas, que já haviam semeado e visto nascer em casa ou na escola, em vasos improvisados a partir de garrafões de

15gerações

plástico - um material reciclável.

Durante a manhã dedicada à plantação das árvores nas Reguengas, junto ao Rio Arouce, e à primeira rega cuidada, para que os rebentos peguem na terra e cresçam ao mesmo tempo que os seus pequenos plantadores, o presidente da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho, António Marçal, sublinhou a importância de “alterar hábitos e práticas de modo a garantir a sobrevivência do planeta, numa perspetiva de sustentabilidade”.

Marçal apelou a cada criança para cuidar da sua árvore e crescer com ela em harmonia com o ambiente, realçando a atual tendência de regresso à terra, como necessidade de subsistência.

O plantio de novas áreas em terrenos baldios sob a gestão delegada da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho com a criação de parcelas fl orestais devidamente demarcadas e estudadas, de forma a utilizar sustentavelmente os recursos naturais e as tecnologias agro-ambientais, são também objetivos do “Crescer com as Árvores” que interage de forma direta com outros projetos como o Voltar à Terra.

“Crescer com as Árvores” nasceu em 2005, com as comemorações do Dia Mundial da Árvore que se centraram na refl orestação da zona do Castelo. Foi o ponto de partida para uma iniciativa contínua, agora alargada a Vilarinho, que visa “fomentar a gestão equilibrada dos recursos fl orestais, através da criação de zonas com espécies

folhosas, características da fl oresta mediterrânica”.

O Agrupamento de Escolas da Lousã, Câmara Municipal, Dueceira, Afl opinhal e Floresta Unida são parceiros da Junta de Freguesia da Lousã e Vilarinho no “Crescer com as Árvores”. Pode ver a reportagem sobre o projeto, realizada pelo professor Carlos Sêco, na página de facebook da junta, em www.facebook.com/lousanevilarinho

ÁrvoresÁrvoresÁrvoresÁrvoresÁrvoresCrescer com asÁrvoresFREGUE S I A DE LOUSÃ E V I L AR INHO

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“Esta é a oportunidade para dar uma nova vitalidade ao conceito de Escola, que vai muito para além de edifícios” afi rma o presidente da Fre-guesia de Lousã e Vilarinho. António Marçal falava na primeira das cinco reuniões da Comunidade Educativa, no âmbito da reorganização escolar do concelho, numa visita à nova Escola Básica 1,2,3 que abrirá no próximo ano letivo.

Na Sarnadinha, a reunião teve participantes das co-munidades das escolas que vão encerrar na freguesia, Lousã (mercado), Levega-das e Vilarinho, bem como da comunidade escolar da Freguesia de Foz de Arouce e Casal de Ermio.

Uma visita aos vários blocos da escola foi conduzida pelo vereador da Educação, Hél-der Bruno Martins, acom-panhado pelos presidentes das juntas de Freguesia de Lousã e Vilarinho, António

Marçal, e Foz de Arouce e Casal de Ermio, José Padrão.

Durante a visita foram sendo apresentadas modifi -cações ao projeto inicial da escola ao longo dos anos, entre estas, a criação de espaços verdes, hortas pe-dagógicas, salas para alunos com necessidades especiais e a criação de um bloco social, onde se encontram a biblioteca, o bar e outros espaços de convívio. Foi apresentada a possibilidade de criação de uma entrada exclusiva para o primeiro ciclo.

Seguiu-se uma reunião com pais e encarregados de educação, dirigida pelo vice-presidente da Câmara Municipal da Lousã, Rui Lopes, que explicou as exigências que a autarquia formalizou junto do Minis-tério da Educação, nome-adamente, a criação de turmas com um máximo de 23 alunos, existência de só

um ano de ensino em cada turma, transferência em bloco das turmas, de forma a proporcionar a continui-dade das relações de afeto entre os alunos, e ainda a manutenção de professores e auxiliares das escolas.

Os autarcas presentes explicaram aos pais e encar-regados de educação que também estão “preocupados com a existência de três ciclos de ensino no mesmo espaço” (uma exigência do ministério), e que por isso mesmo os horários de en-trada, dos “intervalos e das refeições serão desencon-trados no tempo e existirá um reforço de auxiliares principalmente na área em que se interligam os ciclos”, com atenção especial para os alunos mais novos.

Admitiram ainda ter sido considerada a colocação de barreiras físicas, mas a hipó-tese terá sido descartada por ser promotora de uma

separação forçada, muito mais prejudicial do que a promoção da convivência.

António Marçal afi rmou com realismo que antevê “cenários problemáticos ao início, devido ao maior número de pessoas na escola, mas afi rma que as entidades autárquicas “estão preparadas para encontrar as respostas adequadas de forma a promover toda a se-gurança e minorar os riscos”.

Arranque do anoem defi nição pelo CMEL

O presidente da Freguesia de Lousã e Vilarinho reafi r-mou que os transportes estão a ser cuidadosamente planeados.

Disse que uma das suas preocupações, para além da coordenação na recolha dos alunos de manhã, é a necessidade de encontrar soluções de forma a que nenhuma criança fi que

“Esta mudança é a vitalidadedo conceito de Escola”

gerações

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entregue a si própria numa paragem de autocarro no regresso da escola.

Para a resolução deste pro-blema existe a possibilidade dos alunos mais novos serem entregues a responsáveis nos jardins de infância ou ATL pú-blicos do concelho. Trata-se ainda de uma possibilidade em estudo, afi rma Hélder Bruno Martins reiterando que “só depois da rede escolar estar fechada é que se podem defi nir as Atividades de Tem-pos Livres públicas.

Todos os pormenores do arranque do novo ano letivo estão a cargo do Conselho Municipal de Educação, representado na reunião por Fátima Costa e pelo Agrupamento de Escolas que vai continuar sediado na Escola Secundária e que terá a responsabilidade de defi nir as turmas consoante as necessidades dos alunos, os transportes e horários e a nova realidade escolar na EB 1,2,3. As reuniões seguintes com a Comunidade Escolar realizaram-se na Escola Básica

n.1 (Mercado), Escola Básica n. 2 de Santa Rita, EB 2,3 e Escola Secundária.

Destas escolas encerrará a do Mercado, transferindo as tur-mas para a actual EB2.3, que acolherá assim o primeiro e segundo ciclos.

No resto da Freguesia de Lousã e Vilarinho fecham as escolas do primeiro ciclo de Freixo, Levegadas e Vila-rinho. Nas freguesias vizinhas fecham as escolas básicas das Fontaínhas (Gândaras), Foz de

Arouce, Ponte Velha e Casal de Ermio.

A nova Escola Básica 1,2,3 está equipada com um sistema de videovigilância, que será acompanhado por uma pessoa a tempo inteiro, e terá cartões eletrónicos para controlo das entradas e saídas na escola.

Todas estas mudanças cum-prem o lema orientador da educação no concelho: 1.º ciclo de qualidade, jardins de infância de proximidade.

gerações

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Foram descobertos na Lousã vestígios da presença “humana” que remontam ao período Paleolítico pelo mestre em Arqueologia Pré Histórica e Arte Rupestre, Filipe Paiva, que continua a investigação científi ca no âmbito de projeto da Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho, em parceria com as Universidades por onde tem

passado durante os estudos e nas fases posteriores de investigação, nomeadamente a Universidade de Tarragona (Catalunha), Universidade de Ferrara (Itália) e o Instituto Politécnico de Tomar, com o apoio principal de Luiz Oosterbeek, professor doutorado. Filipe é também conhecido pelas provas de trial que tem ganho um pouco

por todo o país e piloto assíduo na Selecção Nacional de Portugal da modalidade. Filipe Paiva é natural da Lousã e cedo se dedicou ao estudo das rochas, passando muito tempo em contacto com a terra e com as pedras que compõem o solo do concelho. Numa entrevista ao Jornal Público, em 2013, que trouxe projeção nacional ao seu trabalho, Paiva explica que “estava em Foz de Arouce a treinar quando apareceu a primeira pedra talhada”, num terreno elevado - hoje uma vinha -, mas onde terão passado as águas do Rio Ceira, há centenas de milhares de anos.

Apesar de ainda não ser possível datar com precisão as descobertas de Filipe Paiva, uma vez que ainda não foram encontradas ossadas humanas de forma a permitirem atribuir um período temporal às descobertas, nem feitas datações aos antigos terraços, o arqueólogo lousanense está convicto de que o nosso território tem muita história para contar através das pedras.

identidade

Em busca da pré-história na Lousã e terraços do Ceira

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Aponta um número: 500 mil anos, que espera vir a comprovar em breve, fazendo assim com que a Lousã tenha o mais antigo sítio arqueológico de Portugal conhecido até aos dias de hoje.

É através dos artefactos dos hominídeos que encontra - anteriores ao Homo sapiens e ao Neanderthal que já não usavam esta tecnologia -, que Filipe Paiva presume atribuir-se ao Paleolitico Inferior (provavelmente, elaboradas pelo Homo erectus ou pelo Homo antecessor), ou seja há pelo menos 300 mil anos. Acredita que com a continuidade das investigações no terreno irá encontrar mais artefactos em pedra talhada que serão fulcrais para a investigação.

“Pelo tamanho e peso dos artefactos, poderemos deduzir que foram elaborados a pensar no descarne de animais de grande porte como, por exemplo, elefantes, rinocerontes, hipopótamos, entre outra mega fauna pleistocénica já extinta e documentada, durante o período de elaboração desta tecnologia, por toda a Península Ibérica, sendo uma importante fonte de subsistência para os caçadores recoletores que deambulavam pela Lousã.”

Os artefactos recolhidos por Filipe Paiva estão guardados na reserva do Museu Municipal Álvaro Viana de Lemos, mas o objectivo é criar uma exposição permanente sobre a Pré-História da Lousã, contada pelos achados arqueológicos na Serra da Lousã e nos antigos terraços fl uviais do rio Ceira. Filipe Paiva “considerava desde sempre muito estranho não ser conhecido qualquer artefacto pré-histórico numa zona onde o quartzito abunda nos inúmeros terraços fl uviais do Ceira”.

Devido à sua formação académica, identifi cou vestígios pré-históricos que contrariam o pressuposto referido por Álvaro Viana Lemos, na obra “A Lousã e o seu concelho”, de 1956, reeditado em 2001, onde se lê que não existem vestígios da Pré-História nem seria possível

viver por aqui em tão recuadas épocas, devido às “feras” que por aqui existiriam. O projeto “Subsídios para a Carta Arqueológica do Concelho da Lousã”, em que Filipe Paiva foi co-responsável, pretendeu colmatar a pouca investigação numa região com muitas potencialidades arqueológicas e, consequentemente, turísticas. Este projeto terminou em 2012 com excelentes resultados, a avaliar pelos relatórios entregues à tutela.

Paiva afi rma que “para aprender há que fazer e para sentir como os grupos de caçadores recoletores viviam por aqui há milhares de anos”, sempre que pode passa dias na Serra da Lousã, dorme em grutas e cozinha à fogueira da mesma forma que os hominídeos faziam. “Só assim poderemos experienciar

e analisar, de uma outra forma, os artefactos que encontramos.” A investigação que iniciou em 2005 continua e, segundo o arqueólogo, haverá mais novidades sobre a Pré História na Lousã, algumas muito surpreendentes, que serão divulgadas brevemente.

identidade

Filipe Paiva explica os achados arqueológicos

“Sempre que uma rocha tem fraturas concoidais – semelhantes a uma concha – é porque teve a mão do homem. Quando encontramos uma fratura concoidal, sabemos que aquela rocha foi talhada para uso humano. A natureza não faz nas rochas fraturas em concha nem retoques. Quando pegamos num destes machados vemos que está um fi lo preciso e que o gume está adaptado a uma tarefa específi ca.”

Um antigo terraço fl uvial do Rio Ceira

Ceira dos Vales

Quinta do Freixo

PóvoaCasal da Póvoa

Cornaga

Freixo Rogela

Gândara

Casal do Espírito Santo

Poças

Ramalhais

Favariça

Lousã

Casais

Boque

Prilhão

CovãoReguengo

Cabanões

Vilarinho

Póvoa de Fiscal

Fiscal

Sarnadinha

Alfocheira

Cabo do Soito

Casal Novo

Talasnal

Chiqueiro

Vaqueirinho

Catarredor

Ponte Quadiz

Cacilhas

Fórnea

Ponte do Areal

Vale de Pereira do ArealPadrão

Ribeiro Branco

Vale de Maceira

Vale Domingos

Vale de Nogueira

Picoto

Vale de NeiraPorto da Pedra

Pegos

Levegadas

Eira de CalvaCova do Lobo

Candal

Meiral

Cerdeira

Póvoa de Fiscal

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