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1 Região do Grande ABC / SP BOLETIM Ano I - Maio/2016 IndústriABC A economia brasileira em 2015 retraiu 3,8%, puxado especialmente pela retração de 6,2% no PIB industrial. Desde 1947, quando as contas nacionais começaram a ser apuradas, 2015 registrou a menor participação da indústria na formação do PIB nacional. Outro fator que chama atenção no resultado das contas nacionais do ano passado é a queda de 14,1% na Formação Bruta de Capital Fixo (Investimento). Este é resultado da baixa utilização da capacidade de produção já instalada na economia em especial na indústria, que reduziu mais de 10 pontos percentuais em 2015, o que amplia a capacidade ociosa disponível para ser utilizada, juntamente com as condições econômicas desfavoráveis a realização de novos investimentos. A expectativa para 2016 apontada pelo relatório Focus na segunda semana de maio é que o PIB indústria recue 5,6%, junto a uma retração de 3,8% do PIB nacional. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou em seu relatório trimestral no último mês de abril previsão de queda de 5% do PIB industrial, e retração de 3,1% da economia nacional. Ao menos no primeiro semestre deste ano, os dados captados pela Sondagem Industrial corroboram com as expetativas acima. As informações colhidas tanto a nível nacional como regional mostram um setor produtivo retraído. Tendo em vista o ambiente econômico e político atual, o Índice de Confiança do Setor Industrial (ICEI) não apresentou melhoras neste primeiro trimestre. A Sondagem Industrial (SI) e o Índice de Confiança (ICEI) são elaborados e divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) desde 1998, sendo realizado em realizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) no estado paulista. A Universidade Metodista, por meio do Observatório Econômico, a partir do segundo semestre de 2015, vem realizando a análise conjuntural da indústria do Grande ABC, em parceria com a CNI e FIESP. A amostra estudada foi obtida por meio das informações das pesquisas de SI e ICEI, considerando a amostra específica para o GABC. A pesquisa tem frequência mensal com respostas qualitativas, colhidas por meio de questionário enviado às empresas industriais pela CNI. O indicador para cada item questionado é formado a partir da ponderação pelas respectivas frequências relativas das respostas, que apresentam escores iguais a 0, 25, 50, 75 e 100. Ao realizarmos a análise dos resultados da pesquisa, temos que considerar a seguinte regra, considerando o escore X: X = 50 50 ≤ X < 100 0 ≤ X < 50 - avaliação otimista - estoque acima do planejado - UCI acima do usual - avaliação pessimista - estoque abaixo do planejado - UCI abaixo do usual - indiferente - estoque dentro do planejado - UCI dentro do usual

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC A economia brasileira em 2015 retraiu 3,8%,

puxado especialmente pela retração de 6,2% no PIB

industrial. Desde 1947, quando as contas nacionais

começaram a ser apuradas, 2015 registrou a menor

participação da indústria na formação do PIB

nacional.

Outro fator que chama atenção no resultado

das contas nacionais do ano passado é a queda de

14,1% na Formação Bruta de Capital Fixo

(Investimento). Este é resultado da baixa utilização

da capacidade de produção já instalada na economia

em especial na indústria, que reduziu mais de 10

pontos percentuais em 2015, o que amplia a

capacidade ociosa disponível para ser utilizada,

juntamente com as condições econômicas

desfavoráveis a realização de novos investimentos.

A expectativa para 2016 apontada pelo

relatório Focus na segunda semana de maio é que o

PIB indústria recue 5,6%, junto a uma retração de

3,8% do PIB nacional. A Confederação Nacional da

Indústria (CNI) divulgou em seu relatório trimestral no

último mês de abril previsão de queda de 5% do PIB

industrial, e retração de 3,1% da economia nacional.

Ao menos no primeiro semestre deste ano,

os dados captados pela Sondagem Industrial

corroboram com as expetativas acima. As

informações colhidas tanto a nível nacional como

regional mostram um setor produtivo retraído. Tendo

em vista o ambiente econômico e político atual, o

Índice de Confiança do Setor Industrial (ICEI) não

apresentou melhoras neste primeiro trimestre.

A Sondagem Industrial (SI) e o Índice de

Confiança (ICEI) são elaborados e divulgados pela

Confederação Nacional da Indústria (CNI) desde

1998, sendo realizado em realizado em parceria com

a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo

(FIESP) no estado paulista. A Universidade

Metodista, por meio do Observatório Econômico, a

partir do segundo semestre de 2015, vem realizando

a análise conjuntural da indústria do Grande ABC,

em parceria com a CNI e FIESP. A amostra

estudada foi obtida por meio das informações das

pesquisas de SI e ICEI, considerando a amostra

específica para o GABC.

A pesquisa tem frequência mensal com

respostas qualitativas, colhidas por meio de

questionário enviado às empresas industriais pela

CNI. O indicador para cada item questionado é

formado a partir da ponderação pelas respectivas

frequências relativas das respostas, que apresentam

escores iguais a 0, 25, 50, 75 e 100.

Ao realizarmos a análise dos resultados da

pesquisa, temos que considerar a seguinte regra,

considerando o escore X:

X = 50

50 ≤ X < 100

0 ≤ X < 50

- avaliação otimista - estoque acima do planejado - UCI acima do usual

- avaliação pessimista - estoque abaixo do planejado - UCI abaixo do usual

- indiferente - estoque dentro do planejado - UCI dentro do usual

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC Produção Industrial no Brasil tem o pior 1º trimestre desde 2003

Após retração de 8,3% na produção em

2015, o primeiro trimestre de 2016 apresentou

queda de 11,67%, comparado a igual período do

ano passado segundo dados da Pesquisa Industrial

Mensal do IBGE. No primeiro trimestre de 2015 a

redução foi de 5,6% em igual análise.

Em nível nacional, este é o segundo ano

seguido em que o primeiro trimestre aponta queda

na produção industrial.

No estado de São Paulo, este é o terceiro

ano em que o primeiro trimestre apresenta queda no

volume de produção industrial. Nos anos de 2016,

2015 e 2014 a queda na produção no período foi de

-13,52%, -5,92% e -3,22% respectivamente.

A retração na atividade industrial do Estado

de São Paulo, responsável por aproximadamente

29% do PIB industrial brasileiro, tem forte efeito

sobre o resultado nacional.

Fonte: Pesquisa Industrial Mensal / IBGE

Sondagem Industrial – Região do Grande ABC

As empesas pesquisadas na região do

Grande ABC são, em sua maioria, de grande e

médio porte.

Os principais setores das empresas

respondentes são: veículos automotores,

metalurgia, produtos de metal e borracha.

50

60

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jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 jan/15 jan/16

Pesquisa sobre Produção Física Mensal na Industrial - IBGE

Brasil São Paulo

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC O índice de evolução da produção das

empresas da região do Grande ABC demonstrou

uma avaliação negativa no primeiro trimestre de

2016, ainda que melhor do que o apurado no último

trimestre de 2015, com especial atenção ao último

mês de fevereiro. Esta dinâmica é esperada, dado

que sazonalmente a atividade produtiva tende a ser

menos intensa no final do ano, quando a atividade

de comércio ganha força.

Este mesmo comportamento também foi

observado no índice de evolução da produção junto

às indústrias pesquisadas no Brasil, assim como no

Sudeste e no estado de São Paulo. Ainda assim, o

indicador aponta uma queda na produção em

comparação ao mês anterior, tendo em vista que a

pergunta a partir da qual o mesmo é montado pede

para as empresas realizarem esta avaliação.

50,8

45,4

38,3

42,7

40,1

48,2

42,7 42,7

40,3

48,2

42,7 42,0

44,6

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35,5

39,7

42,2

47,2

42,4

30

50

70

out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16

Evolução da Produção - Brasil Índice de difusão (0 a 100)

Re

cup

era

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R

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ação

40,7 44,8

40,2

30,2

39,8 42,2 45,9 43,0

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set-15

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dez-15

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SÃO PAULO Índice de difusão (0 a 100)

45,2 41,4

34,3

22,7 34,2

53,4

45,1 39,3

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set-15

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GABC Índice de difusão (0 a 100)

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC A pequena melhora no índice de evolução

da produção refletiu em um leve aumento na

Utilização da Capacidade Instalada (UCI) de 62%

em dezembro de 2015 para 64% em março de

2016.

Entretanto, se comparado ao primeiro

trimestre de 2015, a utilização da capacidade

instalada apresenta uma diminuição de mais de 6

pontos percentuais.

Mesmo com o leve aumento no início deste

ano, é importante visualizarmos que a utilização da

capacidade instalada vem diminuindo na indústria

brasileira desde meados de 2014, conforme aponta

o gráfico abaixo.

A Utilização da Capacidade Instalada

também se mostra baixa nas regiões Sudestes e no

estado de São Paulo.

Na região do GABC, o uso a capacidade

instalada diminuiu de aproximadamente 61% entre

os meses de setembro e novembro, para 54% no

mês de fevereiro e 56% em março.

Esse dado reflete o ambiente de baixa

atividade produtiva no setor e pela elevação do

estoque efetivo e relação ao planejado. Uma das

consequências desta conjuntura é a queda no nível

de emprego, apontada pela elevação do índice de

desemprego apurado pelo SEADE para a região,

que voltou a registrar níveis acima de 16% da PEA.

O índice referente à evolução do número de

empregados na indústria levantado pela Sondagem

Industrial continua mostrando-se mais pessimista na

75 74 75

73

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50

55

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jan-11 jul-11 jan-12 jul-12 jan-13 jul-13 jan-14 jul-14 jan-15 jul-15 jan-16

Utilização de Capacidade Instalada Brasil (em %)

64

64

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Sudeste

São Paulo

ABC

Utilização da Capacidade Instalada - Abril/2016 (em %)

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC região do GABC, comparativamente ao estado de

São Paulo e ao Brasil.

O indicador de estoque de produtos finais

aponta uma redução dos estoques no primeiro

trimestre de 2016 no Brasil e no estado de São

Paulo. Com isso, houve uma redução do volume de

estoque efetivo em relação ao planejado.

Combinado com a avaliação negativa da

evolução da produção, isso indica maior volume de

venda possibilitando a redução dos estoques.

Na região do GABC, a trajetória de aumento

dos estoques no final de 2015 foi revertida em

redução do estoque, interrompida apenas no mês

de março. Entre setembro e novembro houve uma

elevação dos estoques, com redução apenas em

dezembro. Entretanto, ao mesmo tempo os

empresários da indústria da região têm apontado

um aumento dos estoques efetivos em relação aos

estoques planejados, o que indica uma redução nas

vendas planejadas e relação à produção.

48,2 48,4

49,8

50,1

51,4 51,5

51,7

50,6 50,4 50,2 50,5 50,0

47,5

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51,4

50,0 50,0 50,0

52,1

50,7 51,0

49,7

50,8

48,7

46,6

48,4 48,2

48,9 48,9

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52,0

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49,8 50,3

49,7

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dez-13 mar-14 jun-14 set-14 dez-14 mar-15 jun-15 set-15 dez-15 mar-16

Evolução dos Estoques Efetivos e sua comparação com o Planejado Brasil

Evolução Estoque Efetivo - Planejado

53,1 52,2

50,6

47,9

50,2

48,1

49,4 48,9

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50,8 51,1

49,6 49,8 49,9

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set-15

out-15

nov-15

dez-15

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mar-16

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SÃO PAULO

53,5 53,1

63,6

50,7 48,7

45,7

55,6

36,9

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54,6 51,6

50,6

54,6 57,4

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75

set-15

out-15

nov-15

dez-15

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mar-16

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GABC

Re

du

ção

Ele

vaçã

o

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC Neste cenário, a intenção de investimentos

para os próximos seis meses continua em baixa,

permanecendo abaixo dos 40 pontos nos primeiros

meses deste ano. O empresário do setor tem

revelado diminuição na intenção de investimentos

desde o início de 2015 no plano nacional.

Na região Sudeste e no estado de São

Paulo a intenção de investimento tem apresentado

desempenho semelhante ao observado no plano

nacional.

Entre outros fatores, este comportamento

explica grande parte da redução de 14,1% na

Formação Bruta de Capital Fixo da economia

brasileira no passado. Caso persista a baixa

disposição a investir ao longo de 2016, como

observado em seu primeiro trimestre,

provavelmente registrar-se-á outra redução no

volume de investimentos no Brasil.

Na região do Grande ABC o indicador de

intenção de investimento caiu mais de 10 pontos

neste primeiro trimestre de 2016, comparado ao

último trimestre de 2015.

Entre outros fatores, a incerteza quanto aos

rumos da economia, em especial com relação às

diretrizes da política econômica, envolvidas no

conturbado cenário político deste início de 2016,

tem impactado negativamente a intenção de

investimento do setor industrial, juntamente a atual

baixa utilização da capacidade instalada no setor.

Os empresários do setor industrial

continuam apontando perspectivas pessimistas para

o setor industrial nos próximos seis meses. As

avaliações deste neste primeiro trimestre referente à

evolução da demanda, compra de matéria-prima e

contratação de empregados apontam tendência de

redução para os próximos meses.

Assim como no plano nacional, na região,

os empresários industriais da região sudeste e do

estado de São Paulo também apontam perspectivas

semelhantes, ainda que menos pessimistas que no

último trimestre de 2015.

52,4 52,0

49,3 47,2 46,5

44,2 41,3

42,4 41,6 39,8

39,4 39,0 39,4

41,5

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45,1 44,9

34,4 35,3

39,5 40,7

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35

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dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16

Intenção de Investimento pela Indústria

Brasil Sudeste São Paulo ABC

Índice de difusão (0 a

Ele

vaçã

o

Re

du

ção

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC Ao avaliar os dados referentes à região do

GABC, observamos uma redução do pessimismo

quando à demanda interna no último trimestre de

2015. Comportamento semelhante ao observado

nos cenários estadual ou nacional.

As perspectivas para a evolução da

demanda, do número de empregos e o volume de

compras de matéria-prima na indústria do GABC,

apresentou leve melhora na avaliação dos

empresários da região, que se mostraram menos

pessimistas neste primeiro trimestre.

Região do GABC Perspectivas do Setor Industrial

As perspectivas para a evolução da

quantidade exportada para os próximos seis meses

têm apontado leve tendência de elevação na região

do Grande ABC, o que difere da avaliação

observada nos planos nacional e estadual. Nestes,

embora os empresários apontem para uma

perspectiva favorável quanto ao aumento das

exportações, este otimismo tem diminuído no

primeiro trimestre de 2016.

A definição de uma política externa clara e a

redução das flutuações cambiais observadas neste

início de ano, com períodos de valorização do Real,

podem surtir efeitos positivos sobre as exportações

do setor industrial, e com isso melhorar as

25,837,2 38,1

35,738,6

44,9

41,144

25

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set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16

Evolução de Demanda

3937 37,1 37,8

39,8 40,6

41,8 42,9

25

50

set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16

Evolução do número de empregados

39,737,4

35,9

4041,7

42,945 45,8

25

50

set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16

Evolução das compras de mátéria prima

60,256,9

60,7

55,9 54,8

60,7

53,6

63,7

25

50

set/15 out/15 nov/15 dez/15 jan/16 fev/16 mar/16 abr/16

Evolução da quantidade exportada

Ne

gati

vo

Po

siti

vo

Po

siti

vo

Neg

ativ

o

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC perspectivas dos empresários quanto ao tema.

Entretanto, no atual cenário brasileiro, outras

questões estão na pauta de prioridades do governo,

em especial a questão do equilíbrio fiscal.

Com relação à condição financeira das

empresas do setor, a sondagem industrial aponta a

permanência das condições empresariais referentes

à margem de lucro, situação financeira e acesso ao

crédito.

De um lado, a retração econômica e a

respectiva redução no volume de demanda,

impactam na redução de receita, ao mesmo tempo

em que os custos de produção têm sofrido efeitos

do aumento de preços, como energia elétrica,

transporte e outros.

Inevitavelmente, a redução da margem de lucro

operacional reduz a expectativa de retorno, em um

período de baixa utilização da capacidade instalada,

o que diminui a necessidade de investimento nos

próximos meses.

A política monetária restritiva também contribui

para a condição financeira apontada pelas

empresas ao promover a elevação no custo do

financiamento, além de reduzir o volume de

recursos disponível para crédito.

Ao comparar as condições financeiras das

indústrias da região do GABC, neste primeiro

trimestre de 2016 a sondagem industrial revela uma

situação levemente menos favorável, segundo a

avaliação dos gestores das empresas locais.

Especialmente no que tange às condições de

acesso ao crédito e à margem de lucro operacional.

Em grande parte, essa situação é reflexo da

própria conjuntura econômica do país, que tem

afetado empresas de outros segmentos, que não só

do ramo industrial.

As perspectivas de melhora da condição

financeira das empresas estão atreladas a melhoria

do volume de vendas, retomada da produção e

geração de receitas. O principal desafio do governo

neste ano está na consolidação das bases

macroeconômicas que estimulem, ao menos em

médio prazo, a retomada da atividade econômica do

país.

10

30

50

Brasil Sudeste São Paulo ABC

Condição Financeira das Empresas - março 2016

Margem de lucro operacional Situação Financeira Acesso ao crédito

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC

Os principais problemas apontados pelas

empresas da região do GABC que afetam suas

operações no primeiro trimestre de 2016 foram a

falta de demanda interna, a elevada carga tributária,

taxa de juros e a falta de capital de giro, seguidos

da inadimplência dos clientes e da falta ou alto

custo da matéria prima e também da energia

elétrica. Comparativamente ao último trimestre de

2015, as questões ligadas ao custo ou falta de

energia elétrica deixaram de estar entre os 5

principais problemas apontados.

Em nível nacional e estadual, os principais

problemas apontados são semelhantes aos

pontuados pelos empresários do Grande ABC, com

pequenas diferenças.

Em virtude da recessão interna, com

redução no consumo das famílias, no consumo do

governo e no fluxo de investimentos, o problema da

falta de demanda interna tem afetado de forma

intensa o setor industrial.

Com relação ao comércio exterior, a

preocupação tem sido maior com a taxa de câmbio,

do que com a falta de demanda externa. Atrelado às

dificuldades financeiras pontuadas pelas empresas,

nunca é demais ressaltar a já propalada observação

de que se não houver uma taxa de câmbio que

garanta competitividade a produção industrial e nem

mecanismos de financiamento adequados ao

mesmo, a competitividade da indústria brasileira

ficará seriamente comprometida.

Para além das questões conjunturais, o

setor industrial depara-se com problemas estruturais

que afetam seu desempenho, como os problemas

de infraestrutura, qualificação de mão de obra, cuja

solução depende de planejamento e trabalho a

longo prazo.

20,0%

5,0%

10,0%

10,0%

15,0%

15,0%

15,0%

15,0%

15,0%

15,0%

25,0%

25,0%

55,0%

80,0%

Outros. Descreva:

Demanda externainsuficiente

Insegurança jurídica

Burocracia excessiva

Falta de financiamentode longo prazo

Competição desleal(informalidade,

contrabando, dumping,etc.)

Taxa de câmbio

Falta ou alto custo deenergia

Falta ou alto custo damatéria prima

Inadimplência dosclientes

Falta de capital de giro

Taxas de juros elevadas

Elevada carga tributária

Demanda internainsuficiente

Principais problemas enfrentados pelas empresas -

março 2016

ABC

SãoPaulo

Brasil

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC Indicadores de Confiança da Indústria

Na análise da composição do Índice de

Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da região

do GABC, assim como no final de 2015, percebe-se

que os empresários estão mais pessimistas em

relação às condições atuais e expectativas futuras

da economia, comparadas às expetativas

apontadas no recorte para o Brasil e para o estado

de São Paulo, que também são negativas.

No primeiro trimestre deste ano o ICEI geral

mostrou-se estável no Brasil, bem como no estado

de São Paulo. Os fatores que mais tem influenciado

a baixa confiança do empresário tem sido a

avaliação sobre as condições atuais da economia e

as expetativas futuras em relação à mesma.

Neste cenário, o empresário revela baixa

confiança sobre as atuais condições empresa, com

pequena melhora relacionada às expectativas sobre

a mesma.

Indicador de Confiança da Indústria – abr./2016

Brasil Sudeste São Paulo GABC

ICEI 36,2 32,6 33,1 29,2

Indicador de Condições 27,3 24,5 25,6 25,4

Indicador de Expectativas 40,7 36,9 36,9 31,8

Condições da Economia 18,3 16,0 17,2 16,9

Condições da Empresa 31,9 28,9 20,0 29,6

Expectativas da Economia Brasileira 30,6 26,7 28,7 22,5

Expectativas da Empresa 46,0 42,4 41,0 36,5

No Grande ABC os empresários

apresentaram uma pequena redução no índice de

confiança, especialmente nos meses de janeiro,

fevereiro e março, influenciada com maior

intensidade pela avaliação das condições atuais da

economia e relativas à expectativa sobre a mesma.

Está claro, a partir dos resultados

apontados, pela sondagem industrial, que a

melhoria do nível de confiança dos empresários do

setor industrial depende especialmente da melhoria

das condições da economia brasileira.

Certamente os empresários estão vigilantes

quanto às mudanças que devem ocorrem na

condução da política econômica nos próximos

meses, com a nova equipe econômica.

As avaliações referentes às condições da

empresa foram menos pessimistas, embora tenham

sido desfavoráveis, diante da retração da produção,

da falta de demanda interna e da baixa expectativa

de investimentos para os próximos períodos.

A avaliação dos empresários do grande

ABC quanto às condições atuais da empresa

apresentou poucas alterações. Entretanto, a

expectativa quando às condições da empresa nos

próximos seis meses pioraram, comparativamente a

avaliação realizada no final de 2015. Muito

provavelmente em função do conturbado período

político do país. A definição da nova política

econômica a ser implementada, bem como a

definição de um novo horizonte político serão

essenciais para a retomada da atividade do setor.

Page 11: BOLETIM IndústriABC · BOLETIM Ano I - Maio/2016 IndústriABC A economia brasileira em 2015 retraiu 3,8%, puxado especialmente pela retração de 6,2% no PIB industrial. Desde 1947,

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC ANEXO

Evolução nº Empregados

47,1 46,444,2 44,4 44,7

46,444,4 44,4

40,7

43,641,2 41,4 42,2 42,0 41,5 41,4

42,8 43,1 43,3

30

50

70

out-14 dez-14 fev-15 abr-15 jun-15 ago-15 out-15 dez-15 fev-16 abr-16

Evolução nº Empregados - BrasilÍndice de difusão (0 a 100)

40,3 41,3 41,4 39,9 40,9 41,2 41,343,8

30

50

70

set-15

out-15

nov-15

dez-15

jan-16

fev-16

mar-16

abr-16

SÃO PAULO

42,636,4

39,7 37,938,0 34,5

36,8

45,7

30

50

70

set-15

out-15

nov-15

dez-15

jan-16

fev-16

mar-16

abr-16

ABC

40,8 41,3 41,7 41,0 40,3 41,7 41,6 39,530

50

70

set-15

out-15

nov-15

dez-15

jan-16

fev-16

mar-16

abr-16

Índice de difusão (0 a 100)

SUDESTE

BRASIL

Perspectivas do Setor Industrial

46,345,8

44,243,5

41,8

44,845,6

46,947,7 47,8

40

50

60

jul/15 ago/15 set/15 out/15nov/15dez/15 jan/16 fev/16mar/16abr/16

Evolução de Demanda

42,2 41,840,5 40,5 40,3

41,3 42,1 43 43,4 43,6

40

50

60

jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16

Evolução do número de empregados

4442,8 42,8

41,440,5

43,6 43,6

45,246,7

45,7

40

50

60

jul/15 ago/15 set/15 out/15nov/15dez/15 jan/16 fev/16mar/16abr/16

Evolução das compras de mátéria prima

50 50,2

52,5

50,6 50,1

52,4 53,5 52,6 52,150,7

40

50

60

jul/15 set/15 nov/15 jan/16 mar/16

Evolução da quantidade exportada

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM Ano I - Maio/2016

IndústriABC

Universidade Metodista de São Paulo

Escola de Gestão e Direito

Curso de Ciências Econômicas

Observatório Econômico

Reitor

Dr. Márcio de Moraes

Diretor da Escola de Gestão e Direito

Dr. Fúlvio Cristofoli

Coord. do Curso de Ciências Econômicas

Ma. Silvia Cristina da Silva Okabayashi

Coordenador de Estudos

Me. Sandro Renato Maskio

Professor Pesquisador

Me. Moisés Pais dos Santos

Funcionária

Bruna Romualdo Teixeira

Estagiário

Lucas Sanson Bellot

URL:http://www.metodista.br/observatorio-economico

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