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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E IMUNIZAÇÃO BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DE DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS E AGUDAS DO DISTRITO FEDERAL - ANÁLISE DOS DADOS DE 2014 - ANO 3, NÚMERO 1 BRASÍLIA, 2015

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GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL

SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE

DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

GERÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E IMUNIZAÇÃO

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DE DOENÇAS

IMUNOPREVENÍVEIS E AGUDAS

DO DISTRITO FEDERAL

- ANÁLISE DOS DADOS DE 2014 -

ANO 3, NÚMERO 1

BRASÍLIA, 2015

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Sumário:

1. Apresentação ........................................................................................................................ 3

2. Tétano Acidental e Neonatal ................................................................................................. 4

3. Poliomielite/Paralisia Flácida Aguda (PFA) ............................................................................ 9

4. Coqueluche .......................................................................................................................... 22

7. Varicela ................................................................................................................................ 34

8. Doenças Exantemáticas Febris (Sarampo e Rubéola) e Síndrome da Rubéola Congênita . 31

9. Meningites ........................................................................................................................... 41

10. Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (MDDA) .................................................... 45

11. Febre Tifóide.......................................................................................................................47

12. Hepatite A...........................................................................................................................51

13. Leptospirose.......................................................................................................................54

14. Imunização..........................................................................................................................56

15. Rede de Frio........................................................................................................................57

EXPEDIENTE:

Boletim Epidemiológico de Doenças Imunopreveníveis e Agudas do Distrito Federal

Ano 4 – Número 1 – 2015.

Informe produzido pela Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização/Diretoria de Vigilância Epidemiológica/Subsecretaria de Vigilância à Saúde/ Secretaria de Estado de Saúde/ Governo do Distrito Federal.

Governador do Distrito Federal: Rodrigo Rollemberg/Secretário de Estado de Saúde: João Batista de Sousa/Subsecretário de Vigilância à Saúde: José Carlos Valença/Diretora de Vigilância Epidemiológica: Ligia Maria Paixão Silva/Gerente de Vigilância Epidemiológica e Imunização: Teresa Cristina Vieira Segatto/Chefe do Núcleo de Controle de Doenças Imunopreveníveis e Agudas: Ana Luiza Sturion Grisoto/Chefe do Núcleo de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar: Rosa Maria Mossri/Chefe do Núcleo de Imunização: Eudóxia Rosa Dantas/Chefe do Núcleo de Rede de Frio: Tereza Luiza Souza Pereira.

Elaboração, textos, revisão final e diagramação: Ana Carolina Tardin Martins, Ana Luiza Sturion Grisoto, Ana Maria Rocha, Cleidiane S. Rodrigues de Carvalho, Eudóxia Rosa Dantas, Geila Menegessi, Marília Higino de Carvalho, Maristela dos Reis Luz Alves, Priscilleyne Ouverney Reis, Rosa Maria Mossri, Rosilene Rodrigues, Suzana Ilha, Teresa Cristina Vieira Segatto, Tereza Luiza Souza Pereira. Apoio: Creiriane de Oliveira, Elizabete Pereira da Costa, Iris Alves, Juliane Miranda da Silva, Maria Inês Barbosa e Suênia Sampaio.

Setor Bancário Norte, quadra 02, bloco P, lote 04, loja 01.

CEP: 70.040-020. Brasília-DF.

Telefone: (61)3905-4639 e 33237461.

[email protected]

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1. Apresentação

A Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização, através dos Núcleos que

compõem a mesma, realizam ações de prevenção e controle de doenças Imunopreveníveis e agudas, supervisiona o fluxo de informações, acompanhamento e análise dos dados produzidos pelas unidades de saúde e regionais de saúde no âmbito do Distrito Federal, além de planejar, normalizar, coordenar, supervisionar e executar as ações e atividades de vigilância epidemiológica e imunização, sendo a capacitação, a orientação e assessoria aos profissionais e instituições de saúde, bem como comunidade em geral, a tarefa macro que devemos realizar como forma de melhorar a qualidade do atendimento prestado aos usuários dos serviços de saúde.

Para que a qualidade seja um atributo relevante é necessário articular com setores intra e interinstitucional envolvido para a integração das ações de prevenção e controle das doenças imunopreveníveis, de transmissão respiratória, de transmissão hídrica e alimentar.

Os dados apresentados a seguir são um compilado de informações com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e outras referências da situação de agravos comunicados pela rede de núcleos de vigilância epidemiológica regionais, Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (LACEN-DF) e da rede privada de saúde do Distrito Federal.

Esta publicação apresenta a situação epidemiológica das doenças imunopreveníveis ocorridas no Distrito Federal ao longo do ano de 2014, exceto para as doenças que não foram notificadas e confirmadas durante o período avaliado.

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1. Tétano Acidental e Neonatal

O tétano é uma doença infecciosa aguda não contagiosa, causada pela ação de exotoxinas produzidas pelo Clostridium tetani, que provocam um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central. Clinicamente, a doença manifesta-se com febre baixa ou ausente, hipertonia muscular mantida, hiperreflexia e espasmos ou contraturas paroxísticas. Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido. O tétano neonatal é uma doença que pode acometer recém-nascidos de dois a vinte e oito dias de vida, independente do sexo, filhos de mães não imunizadas, cuja porta de entrada da contaminação pode ser durante o parto (por ocasião da secção do cordão umbilical com instrumentos inadequados e contaminados) ou após o parto (pelo uso de substâncias contaminadas no coto umbilical). As condições de anaerobiose (necrose do coto, corpo estranho, infecção secundária) faz com que o bacilo do C. tetani produza as toxinas e cause a sintomatologia da doença.

A letalidade do tétano varia em função da faixa etária do paciente, gravidade da forma clínica, tipo de ferimento da porta de entrada, duração dos períodos de incubação e progressão, presença de complicações respiratórias, hemodinâmicas, renais e infecciosas, local onde é tratado e qualidade da assistência prestada.

A doença não confere imunidade; a imunidade conferida pelo soro antitetânico (SAT) dura cerca de 2 semanas e a conferida pela imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT) dura cerca de 3 semanas. A imunidade permanente é conferida pela vacina, desde que sejam observadas as condições ideais inerentes ao imunobiológico e ao indivíduo. A vacina contra o tétano foi desenvolvida em 1924 e está disponível no SUS para pessoas de qualquer idade.

O esquema básico de vacinação na infância é feito com três doses da vacina pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B), que confere imunidade contra difteria, tétano, coqueluche, infecções graves pelo Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B, aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de um reforço com a DTP aos 15 meses e outro aos quatro de idade. Em adolescentes e adultos não vacinados, o esquema vacinal é feito com três doses da dT (vacina dupla), que confere proteção contra a difteria e o tétano. O esquema preconiza um intervalo de um a dois meses entre a primeira e a segunda dose e de seis a doze meses entre a segunda e a terceira dose.

Para os que iniciaram o esquema vacinal e interromperam em qualquer época, basta completar até a terceira dose, independente do tempo decorrido desde a última aplicação. Para assegurar proteção permanente, além da série básica, é necessária a aplicação de uma dose de reforço a cada dez anos, uma vez que os níveis de anticorpos contra o tétano (e contra a difteria) vão se reduzindo com o passar do tempo.

Para as gestantes o reforço é indicado a cada gestação, com a vacina dTpa, esse reforço a cada gestação é necessário devido ao componente pertussis, que previne a coqueluche, anteriormente o reforço do tétano em gestante era feito com a vacina dT, quando a última dose havia sido administrada a mais de 5 anos.

Segundo dados do Ministério da Saúde, no Brasil, entre 2003 e 2013, ocorreram 88 casos de tétano neonatal, com maior registro nas regiões Norte e Nordeste. Nesse período, verificou-se uma tendência decrescente no comportamento da doença, com redução quase 90% no número de casos1. A taxa de incidência no país está abaixo do preconizado pela OMS, porém, em alguns municípios, a meta da OMS ainda não foi alcançada.

Atualmente o tétano é pouco incidente nos países desenvolvidos, na Europa e América do Norte, é considerado uma doença rara. A tabela 1 traz os 15 países com o maior número de casos em 2013, dados da OMS. Destaca-se o Brasil na 13ª posição (Tabela 1).

1 Ministério da Saúde, SVS, A a Z. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php?option=comcontent&view =article&id=11035&Itemid=672. Acesso em 05/02/2015.

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Tabela 1 – Número de casos notificados tétano acidental no mundo, em 2013.

Países Nº de casos

Uganda 2.928 Índia 2.814 Filipinas 1.069 Paquistão 898 Madagascar 556 Nigéria 556 Bangladesh 508 China 492 Nepal 377 Angola 360 Somália 321 Vietnam 306 Brasil 282 Indonésia 225 Chade 176

Fonte: Source: WHO vaccine-preventable diseases: monitoring system 2014 global summary.http://apps.who.int/immunization_monitoring/globalsummary/timeseries/tsincidencettetanshtml. Acesso em 04/02/2015.

Com relação ao tétano acidental, observa-se um declínio do número de casos no Brasil.

Na década de 1990, foram registrados em média mais de 1.000 casos por ano, caindo em média para 460 casos por ano na década de 2000. A maior proporção ocorre na região nordeste e atinge com maior frequência a faixa etária entre 40 e 59 anos, seguida pela faixa acima de 60 anos. A maioria dos casos de tétano acidental ocorre nas categorias dos aposentado-pensionistas, trabalhadores agropecuários, seguida pelos grupos de trabalhador da construção civil (pedreiro) e dona de casa. Na década de 2000, foram registrados em média 141 óbitos por ano com uma letalidade média anual de 31% no Brasil, letalidade essa considerada elevada, quando comparada com a verificada nos países desenvolvidos que é entre 10 e 17% (Figura 1 e 2). Figura 1 – Série Histórica de casos de tétano acidental, Brasil, 1990 – 2014*.

Fonte: Ministério da Saúde. SINAN. *Dados preliminares SE 43.

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Figura 2 – Série história de incidência e taxa de letalidade por tétano acidental, Brasil, 1990 – 2014*. Fonte: Ministério da Saúde. SINAN. *Dados preliminares SE 43.

A vigilância epidemiológica do tétano acidental e neonatal consiste em reduzir a

incidência dos casos. No DF a vigilância do tétano, tanto acidental como neonatal, contempla a notificação dos casos no SINAN além da notificação semanal da ocorrência ou não de casos suspeitos chamado de semana negativa, que é realizada pelas quinze regionais de saúde.

Com relação à semana negativa, no DF, em 2012 tivemos 69,3% de semanas informadas, em 2013, 84% das semanas com notificação negativa e em 2014 tivemos 96,2%.

O último caso de tétano neonatal em morador do DF ocorreu em 2000. De 2000 a 2014 ocorreram 10 casos de tétano acidental em moradores do DF, sendo que o último óbito por tétano acidental ocorreu em 2007 (Figura 3). A cobertura vacinal do DF, com a vacina pentavalente, que protege as crianças menores de 1 ano contra o tétano, foi de 98% em 2014 sendo que a meta estipulada era 95%, já nas gestantes a cobertura contra o tétano com a vacina dT ou dTpa foi de 64%. Figura 3 – Série histórica tétano acidental, DF, 2000 – 2014.

Fonte: SINAN acesso em 04/02/2015.

No final de 2014 o Ministério da Saúde atualizou o esquema de condutas profiláticas para o tétano e a recomendação para a neutralização da toxina tetânica (quadro 1 e 2). Tais informações constam do Guia de Vigilância em Saúde, disponível em http:// portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/27/guia-vigilancia-saude-linkado-27-11-14.pdf.

A área técnica responsável pela vigilância do tétano do Distrito Federal divulgou essa atualização por meio de circular junto as regionais de saúde e ao longo do ano de 2015 pretende realizar reuniões para atualização em parceria com núcleo de imunização e os núcleos de vigilância epidemiológica e imunização das regionais de saúde.

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Quadro 1 – Esquema de condutas profiláticas para o tétano de acordo com o tipo de ferimento e situação vacinal.

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Quadro 2 - Recomendação para a neutralização da toxina tetânica e uso profilático.

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2. Poliomielite/Paralisia Flácida Aguda (PFA)

A vigilância epidemiológica da poliomielite no Brasil ocorre por meio da notificação dos casos de PFA em menores de 15 anos de idade. Apesar de erradicada no Brasil, a Poliomielite permanece como uma doença atual, de grande importância em Saúde Pública, pela sua ocorrência endêmica ou epidêmica em vários países.

Em 2014, segundo dados da Organização Pólio Global Erradication Initiative2 foram relatados 358 casos de pólio em todo o mundo, sendo 305 somente no Paquistão (Tabela 2).

Tabela 2 – Número de casos notificados de paralisia flácida e aguda (PFA) no mundo, em 2014¹.

País Total de casos em 2014 Caso mais recente

Paquistão 305 Janeiro/2015

Afeganistão 28 Dezembro/2014 Nigéria 6 Julho/2014

Somália 5 Agosto/2014 Guiné Equatorial 5 Maio/2014

Iraque 2 Abril/2014

Camarões 5 Julho/2014 Síria 1 Janeiro/2014

Etiópia 1 Janeiro/2014 Fonte: Organização Pólio Global Erradication Initiative. Acesso em 03/02/2015.

A vigilância epidemiológica das PFA é acompanhada por indicadores de qualidade para

identificar casos de paralisia infantil entre as PFA notificadas, destacam – se a notificação negativa ou positiva dos casos, que consiste em no mínimo 80% das unidades de saúde notificante (regionais de saúde) informar semanalmente a ocorrência ou não de casos de PFA.

O DF, nos anos de 2012, 2013 e 2014 não alcançou essa meta. Na semana epidemiológica (SE) 52/2012 somente 8 (53,3%) regionais informaram, em 2013 tivemos 10 (66,6%) regionais que informaram na SE 52 e em 2014, na SE 53, foram 9 (60%). Esse indicador deve ser sempre avaliado pela última semana do ano, o que pode justificar o fato do indicador não ser alcançado, pois se trata de uma época onde as equipes de saúde estão reduzidas. Quando visualizamos todas as semanas do ano de 2012, temos 36 semanas que foram informadas com 80% ou mais das unidades notificantes, em 2013, tivemos 44 das semanas com notificação acima de 80%, e em 2014 foram 51 das 53 semanas com notificação negativa acima de 80%.

O indicador de taxa de notificação de PFA consiste em se obter, no mínimo, a

notificação de um caso de PFA para cada 100 mil habitantes menores de 15 anos. Em 2012 o

DF notificou 17 casos de paralisia flácida aguda, todos residentes do DF. Em 2013, foram 12

casos notificados sendo que cinco residentes em outros estados (Goiás, Bahia e Maranhão).

Considerando que a meta do DF é de notificar no mínimo seis casos ao ano, a meta foi

alcançada, mas, ainda assim, é preciso atenção a todo caso de paralisia flácida aguda em

menores de 15 anos. Em 2014, 6 unidades hospitalares notificaram os 10 casos de PFA (Figura

4), desses sete (70%) residentes no Distrito Federal (figura 5). Considerando que a meta do DF

é de notificar no mínimo seis casos ao ano, a meta foi alcançada em 2014, mas, ainda assim, é

2 Organização Polio Global Erradication Initiative. http://www.polioeradication.org/Dataandmonitoring/Poliothisweek.aspx. Acesso em 03/02/2015.

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preciso atenção a todo caso de paralisia flácida aguda em menores de 15 anos, cuja notificação

deve ser imediata.

Figura 4 – Número de casos notificados de paralisia flácida e aguda (PFA) segundo local de notificação, DF, 2012 – 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 03/02/2015.

Figura 5 – UF de residência dos casos notificados de paralisia flácida e aguda (PFA), DF, 2014*.

Fonte: SINAN. Acesso em 03/02/2015.

A meta do indicador de coleta oportuna de fezes preconizada é de 80% dos casos

notificados. A amostra é considerada oportuna quando ocorre a coleta de uma amostra de fezes até 14 dias do início do déficit motor. Em 2012, o DF alcançou a meta, chegando a 81,7% de coleta oportuna. Em 2013, foram coletadas 90,9% amostras oportunas de fezes para a realização dos exames, e em 2014, conseguiram coletar as fezes de 100% dos pacientes em tempo hábil.

A coleta não oportuna diminui a sensibilidade da vigilância epidemiológica, visto que este exame é de vital importância para diferenciação dos quadros de paralisia flácida aguda devido a outros enterovírus, os quais se manifestam de forma muito semelhante ao causado

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pelo poliovírus selvagem, ou pela mutação do poliovírus vacinal. Em novembro de 2014 foi realizada a campanha nacional de vacinação contra a

poliomielite, onde foram aplicadas 11.952.586 doses da vacina, a indicação eram crianças de 6 meses a menores de cinco anos de idade, alcançando 94% da meta de 95% pactuada pelo Ministério da Saúde. Ainda em 2014 foram vacinadas, na rotina das salas de vacina, com o esquema sequencial da pólio (2 doses de vacina inativada contra a poliomielite e 1 dose da vacina oral contra poliomielite) 97% da população de menor de 1 ano ficando acima da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde ( 95%). Porém, quando analisamos por regional de saúde, 7(46%) não atingiram a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, são elas: Brazlândia (84%), Paranoá (82%), Recanto das Emas (86%), Samambaia (865), Santa Maria (88%), Sobradinho (77%) e Taguatinga (88%).

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3. Coqueluche

Segundo dados da OMS3, desde 2011, observa-se aumento no número de casos confirmados da doença em todo o Brasil. Em 2011 foram 2.248 casos notificados, em 2012 foram 5.418, em 2013, foram confirmados 6.368 casos, conforme dados do Ministério da Saúde4.

O aumento da incidência da coqueluche é um evento observado também em outros países, como Estados Unidos e alguns países da Europa, com os quais o Brasil tem um grande intercâmbio de viajantes.

No DF, em 2014 foram notificados no SINAN 689 casos suspeitos de coqueluche, destes, 301 (43,7%) foram confirmados, 377 (54,7%) descartados e outros 11 (1,6%) ainda não haviam sido encerrados até 2/02/2015. Os casos distribuíram-se ao longo do ano, com maior prevalência nos meses de maio a agosto (Figura 6).

Figura 6 – Casos notificados e confirmados de coqueluche no DF, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

Observa-se um aumento de 110% no número de casos suspeitos notificados e de 73%

nos confirmados, na comparação de 2013 com 2014 (Tabela 1). Em 2014, pouco mais de 80% dos casos notificados eram residentes do DF. Dos não residentes do DF, 59 casos (20,6%) eram provenientes do Estado de Goiás (19,5%) e Minas Gerais 3 (1%.) (Tabela 3)

Tabela 3 – Casos de coqueluche notificados, confirmados e confirmados nos residentes do DF, 2013 – 2014.

Ano Notificados Confirmados Confirmados em residentes do DF

n % n % 2013 328 165 50,3 113 68,5 2014 689 301 43,7 238 79,1

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

Dos 238 casos confirmados de coqueluche em moradores do DF em 2014, 71 (29,8%) foram por critério laboratorial, 150 (63%) por critério clínico e 16 (6,7%) por clínico epidemiológico. Em relação à coleta de swab de nasofaringe para realização de cultura para

3 http://apps.who.int/immunization_monitoring/globalsummary/timeseries/tsincidencemeasles.html. Acesso em 17/01/2014.

4 http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/635-secretaria-svs/ vigilancia-de-a-a-z/coqueluche/11196-situacao-epidemiologica-dados. Acesso em 02/02/2014.

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pesquisa de B. pertussis, a mesma ocorreu em 74% dos casos notificados, abaixo da meta que é de 80%, quando comparado com os dados de 2013, houve um incremento de 61,9% em relação à coleta de swab realizada.

Quanto à faixa etária dos casos confirmados, observa-se que 78,6% (147/172) dos casos ocorreram em menores de um ano de idade, 9,2% dentre as crianças de 1 a 4 anos, conforme tabela 4. Na figura 7, podemos comparar as incidências conforme o ano e a faixa etária.

Tabela 4 – Casos de coqueluche, taxa de incidência, nº de óbitos e letalidade, segundo faixa etária. DF, 2014.

Idade Frequência Incidência Óbitos Letalidade

<1 Ano 187 452,8 4 2,10%

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20-29 5 0,9 0 0

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Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

Figura 7 – Taxa de Incidência e frequência por coqueluche por faixa etária, DF, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

A maior concentração dos casos da doença em menores de um ano deve-se, principalmente, pela ocorrência nos menores de seis meses de idade (176/187) que apresentam o esquema vacinal ausente ou incompleto. Nos menores de seis meses de idade também se concentra os óbitos, pois, nesse grupo, a doença costuma evoluir com maior gravidade.

Conforme a incidência e frequência de casos confirmados de coqueluche no DF, vemos que a maior frequência de casos ocorre em Ceilândia (37), seguida por Planaltina (36), Samambaia (27) e Sobradinho II (20). Quando observamos a incidência, temos Fercal e Varjão como áreas de maior incidência (Figura 8).

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Figura 8 – Frequência e taxa de incidência de casos de coqueluche, segundo Distrito de residência. DF, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

Quanto à realização de medidas de prevenção e controle, observa-se que entre os 238

pacientes confirmados, foi realizada a busca de comunicantes em 150 (63%) pacientes e prescrito a quimioprofilaxia em 108 (45,4%) pacientes (Tabela 5).

Tabela 5 – Identificação de comunicantes íntimos e medidas de prevenção/controle adotadas para os casos confirmados de coqueluche. DF, 2014.

Identificação de comunicantes íntimos n %

Sim 175 73,5

Não 47 19,7

Ignorado 16 6,7

Medidas de Controle/Prevenção n %

Bloqueio Vacinal 1 0,4

Quimioprofilaxia 108 45,4

Ambos (bloqueio vacinal + quimioprofilaxia) 2 0,8

Nenhuma 59 24,8

Ignorado 68 28,6

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

Todos os casos de óbitos em pacientes residentes no DF não apresentavam nenhuma

dose de vacina contra coqueluche, em 191 casos onde o campo de vacinação está em branco ou preenchido como ignorado, cerca de 80% de todos os casos confirmados no DF (Figura 9).

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Figura 9 – Número de doses de vacina e evolução da coqueluche. DF, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

A tosse paroxística foi o sintoma mais comum entre os pacientes, principalmente naqueles nunca vacinados (67% apresentaram tosse paroxística) (Figura 10).

Figura 10 – Casos de coqueluche com sintomas de tosse paroxística associada ao nº de doses da vacina DTP, DF, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

Ao compararmos o número de casos de coqueluche confirmados em moradores do

Distrito Federal no período de 2011 a 2014 (Figura 11), observamos um aumento do número de casos da doença em 2014, durante todo o ano. Esse fato ocorreu pelo aumento da notificação de casos pela rede de saúde (público e privado), melhora da investigação dos casos pela vigilância epidemiológica local e dos núcleos de vigilância epidemiológica regional, com a identificação de comunicantes apresentando sinais e sintomas da coqueluche, coleta de swab oro faringe em tempo oportuno e pelo aumento da incidência da coqueluche, que é um evento observado também em outros países, com os quais o DF e o Brasil têm um grande intercâmbio de viajantes.

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200

Cura Óbito pelo agravo notificado

Ign/Branco UMA

DUAS TRES

TRES + REFORÇO TRES + 2 REFORÇOs

NUNCA VACINADO

Nº doses

3

0

1

1

0

0

4

43

43

12

8

9

5

43

15

10

6

3

1

0

20

Ign/Branco

UMA

DUAS

TRES

TRES + REFORÇO

TRES + 2 REFORÇOs

NUNCA VACINADO

Não Sim Ign/Branco

26

Porém, ao mesmo tempo em que observamos a melhora da sensibilidade, percebemos também que necessitamos de uma melhora da qualidade do preenchimento das fichas, fato esse que temos como meta para 2015.

Figura 11 – Número de casos confirmados de coqueluche por semana epidemiológica em residentes no DF, 2011 a 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 02/02/2015.

A vacina que protege as crianças menores de 1 ano contra a coqueluche é a pentavalente, deve-se administras 3 doses aos 2, 4 e 6 meses de vida; aos 15 meses e aos 4 anos é administrado o reforço com a vacina tríplice bacteriana (DTP) que além de proteger contra a coqueluche protege também contra difteria e o tétano. Em 2014 foram vacinadas 98% das crianças menores de 1 ano com a pentavalente. As regionais de saúde do Paranoá (74%), Recanto das Emas (85%), Samambaia (88%), Santa Maria (93%), Sobradinho (83%) e Taguatinga (88%) ficaram abaixo da meta estabelecida de 95%.

Em novembro de 2014 o Ministério da Saúde iniciou em todo Brasil a vacinação contra coqueluche em gestantes, com a vacina adsorvida de difteria, tétano e coqueluche (pertussis acelular), conhecida como dTpa. No DF a vacina dTpa foi introduzida no calendário de vacinação da gestante, a partir de outubro de 2014, na SE 43, como reforço ou complementação do esquema da vacina dupla adulta (difteria e tétano). A vacinação das gestantes tem como objetivo diminuir a incidência e mortalidade por coqueluche nos menores de 2 meses visto que a doença é cada vez mais relatada em crianças mais velhas, adolescentes e adultos, possibilitando a transmissão para lactentes, que ainda não iniciaram o esquema vacinal ou apresentam esquema incompleto, tendo assim maior risco de desenvolverem complicações por coqueluche e podendo levar a óbito. Esta vacina oferece proteção vacinal indireta nos primeiros meses de vida da criança através da passagem de anticorpos maternos por via transplacentária para o feto5, e direta, uma vez que a mãe não tem o risco de adoecer por coqueluche e transmitir ao filho. Em outubro, novembro e dezembro, de 2014 que ocorreram vacinação com dTpa em gestantes, foram aplicadas 5.402 doses, 148% da meta do trimestre que era 3.624 gestantes.

5 Informe Técnico para Implantação da Vacina Adsorvida Difteria, Tétano e Coqueluche (Pertussis Acelular) Tipo adulto – dTpa. Ministério da Saúde, Setembro de 2014.

0123456789

10

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53

2013 2011 2012 2014 SE

Nº casos

27

4. Influenza

A Vigilância Epidemiológica da influenza no Distrito Federal (DF) é realizada através da vigilância da Síndrome Gripal (SG), pelo monitoramento semanal dos atendimentos de SG e pela investigação epidemiológica de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todas as regionais de saúde. Há também a vigilância sentinela da gripe, até 2013 essa vigilância era composta por duas unidades onde se coletam exames de pacientes com sintomas gripais. Em 2012 iniciou-se o processo para a ampliação dessa vigilância sentinela, o sistema SIVEP_Gripe foi atualizado pelo Ministério da Saúde. Já no final de 2013 passamos a contar com 3 unidades sentinelas para SG e 4 unidades sentinelas para SRAG e essa vigilância se mantém em ampliação.

Segundo dados do Ministério da Saúde na América do norte em 2014 manteve-se o predomínio do vírus influenza A(H3N2) e A não subtipado, assim como de VRS, no caribe a atividade dos vírus respiratórios permaneceu baixa, destaque para a circulação de influenza B na Jamaica. Já na América Central a atividade dos vírus respiratórios permaneceu baixa, e o número de casos de SRAG e SG esteve dentro. Na América do Sul a atividade dos vírus respiratórios permaneceu baixa6.

No Brasil em 2014 a positividade para influenza ou outros vírus respiratórios entre as amostras coletadas em unidades sentinelas foi de 20,3% para SG – com predomínio da circulação de influenza A(H3N2), rinovírus e VRS – e de 22,0% para SRAG em UTI – com predomínio da circulação de VRS e destaque para os vírus influenza A(H3N2) e A(H1N1)pdm09 entre os casos de influenza. Dos casos de SRAG notificados 9,7% foram confirmados para influenza. Houve predomínio do vírus influenza A (H3N2), com proporção de 58,1% e aumento da atividade no final do mês de março. Entre os óbitos por SRAG 14,1% foram confirmados para influenza, dentre os quais 50,0% foram decorrentes do vírus influenza A(H1N1)pdm09. A região Sudeste registrou o maior número de casos e óbitos por influenza, com predomínio do vírus influenza A(H3N2) e destaque para o estado de São Paulo. Também houve grande número de notificações na região Sul, principalmente de SRAG por influenza A(H3N2).

No Distrito Federal no período de 2010 a 2013 foram registrados respectivamente 57.722, 61.198, 61.778 e 51.022 atendimentos de síndrome gripal nas unidades de saúde. Em 2014, foram registrados, 48.564 atendimentos. Verifica-se que, de forma geral, uma mudança no padrão de atendimento durante as semanas epidemiológicas dos anos de 2013 e 2014 onde se observa uma diminuição em relação aos atendimentos nos meses de setembro e outubro (figura 12).

Figura 12 – Atendimento por SG por semana epidemiológica no DF, 2010 – 2014.

Fonte: NCDIA/GEVEI/DIVEP/SVS. Acesso em 25/02/2015.

6 Boletim Epidemiológico, Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde. Influenza: Monitoramento até a Semana Epidemiológica 53 de 2014. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/situacao-epidemiologica-dados-influenza. Acesso em 25/02/2015.

0

500

1000

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2500

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53

de

ate

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s

Semanas Epidemiológicas

2010 2011 2012 2013 2014

28

Em 2014 foram notificados 179 casos de SRAG no SINAN desses 152 (84%) eram moradores do DF, 35 (19,4%) casos foram positivos, sendo que 31 (88%) destes ocorreram em moradores do DF (Figura 13). Mais da metade dos casos confirmados, 21 (67%) foram internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Figura 13 – Casos suspeitos e casos confirmados de SRAG, segundo local de residência. DF, 2014.

Fonte: SINAN Influenza. Acesso em 25/02/2015.

Dentre os casos com resultados positivos, observou-se predomínio de casos positivos

para Influenza A (H1N1)pdm09, tanto entre os residentes como entre os não residentes do DF (Figura 14). Figura 14 – Casos confirmados de SRAG, segundo local de residência e agente etiológico. DF, 20134.

Fonte: SINAN Influenza. Acesso em 25/02/2015.

Em relação aos seis óbitos ocorridos no DF, todos tiveram o PCR positivo para a

influenza A (H1N1)pdm09, sendo cinco residentes no DF. Não ocorreram óbitos por outro agente em 2014 (Tabela 6).

179 152

35

31

0

50

100

150

200

250

Total Residentes no DF

de

cas

os

Suspeito

confirmado

24

5 3 1 2 1

21

4 3 1

1 1

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

Influenza A(H1N1)pdm09

Vírus SincicialRespiratório

(VSR)

Influenza AH3

Influenza B Rhinovírus Parainfluenza1

Total

Residentes no DF

29

Tabela 6 – Distribuição dos casos de SRAG confirmados por PCR e óbitos em moradores do DF, 2014.

Tipo de Vírus Casos Óbitos

n n

Influenza A (H1N1)pdm09 24 6

Influenza A H3 3 0

Influenza B 1 0

Vírus Sincicial Respiratório 6 0

Fonte: SINAN Influenza. Acesso em 25/02/2015.

Em relação à faixa etária dos casos suspeitos em moradores do DF, os adultos

concentraram 61% dos casos e as crianças 38% (Figura 15).

Figura 15 – Distribuição por faixa etária dos casos notificados de SRAG em moradores do DF, 2014.

Fonte: SINAN Influenza. Acesso em 25/02/2015.

As figuras 16 e 17 apresentam a distribuição dos casos notificados e confirmados de

SRAG por regional de saúde e regional de moradia respectivamente.

24%

7%

2% 8%

14%

11%

10%

11%

13% < 2

2 a 4

5 a 9

10 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

≥ 60

30

Figura 16 – Distribuição de casos de SRAG notificados por regional de saúde, no Distrito Federal, em 2014.

Fonte: SINAN Influenza. Acesso em 25/02/2015.

Figura 17 – Distribuição de casos confirmados de SRAG por vírus respiratório, segundo regional de residência, no Distrito Federal, em 2014.

Fonte: SINAN Influenza. Acesso em 25/02/2015.

Dos casos notificados em moradores do DF somente 22 (14,4%) eram vacinados, 76

(50%) não vacinados e 54 (35,5%) tinha a informação ignorada na ficha de

notificação/investigação. Dentre os casos positivos, 8 (22%) pessoas apresentaram fatores de

risco para SRAG dessas apenas 1 apresentava mais de um fator, sendo os mais prevalentes as

penumopatias crônicas, obesidade e doença cardivascular crônica.

Entre 22 de abril a 09 de maio de 2014 foi realizada a 16ª campanha nacional de

vacinação contra a influenza, nesta campanha, além de indivíduos com 60 anos ou mais de

05

101520253035404550

cas

os

No

tifi

cad

os

Regionais de saúde

0

1

2

3

4

caso

s co

nfi

rmad

os

Regional de residência

Influenza A(H1N1)pdm09 Vírus Sincicial Respiratório

Infleunza A H3 Influenza B

Rhinovírus parainfluenza

31

idade, foram vacinados os trabalhadores de saúde, os povos indígenas, as crianças na faixa

etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade, as gestantes, puérperas (até 45 dias após o

parto), os portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas

especiais, a população privada de liberdade e os funcionários do sistema prisional. No DF a

população alvo da campanha foi 603.867 a meta geral alcançada foi de 95,8%, todos os grupos

prioritários ficaram acima da meta estipulada pelo Ministério da Saúde, que foi de 80%.

32

5. Raiva Humana

No Brasil, no período de 2005 a 2014, foram registrados 74 casos de raiva humana. As

maiores incidências ocorreram nas regiões Norte e Nordeste. Neste período, houve uma

tendência de declínio do número de casos notificados. Na região Centro-oeste, no mesmo

período, ocorreu dois casos, um no estado de Goiás e outro em Mato Grosso. O Distrito

Federal não registra caso autóctone de raiva humana desde 1978 (Tabela 7).

Tabela 7 – Casos confirmados de raiva humana no Brasil, região Centro-Oeste e Distrito Federal de 2005 a 2014.

Ano Brasil Região Centro-Oeste Distrito Federal

2005 44 0 0

2006 9 0 0

2007 1 0 0

2008 3 1 0

2009 2 0 0

2010 3 0 0

2011 2 0 0

2012 5 1 0

2013 5 0 0

2014 0 0 0

Total 74 2 0

Fonte: SVS/MS, dados de dezembro de 2014.

Para a profilaxia da raiva humana, o Distrito Federal, tem realizado um número de

atendimentos por agressão ou por pré-exposição em média de 15.000 casos nos últimos 3

anos. Em 2012 foram 14.279 atendimentos, em 2013 foram 14.954 e em 2014, 15.120

atendimentos. Cerca de mais de 96% destes casos decorreram de agressão.

Dentre os casos que sofreram agressão nos anos de 2012 e 2013, a proporção de

pessoas que necessitou de tratamento com vacina foi de 80% e 85,2%, respectivamente. Em

2014, a proporção desse tratamento foi 84,2% e o percentual de abandono de tratamento

específico, de 4,7% (Tabela 8).

33

Tabela 8 – Profilaxia da raiva humana, Distrito Federal, 2012 a 2014.

2012 2013 2014

N % N % N %

Total de Pessoas Atendidas 14.279 -- 15.055 -- 15.120 --

Para tratamento pré-exposição 573 4,0 511 3,4 553 3,6

Total de Pessoas Tratadas com Vacina 11.436 80,1 12.102 82,1 12.738 84,2

Nº de Abandonos de tratamentos 692 6,1 660 5,3 606 4,7

Animal agressor informado 13.743 96,2 14.512 96,4 14.567 96,3

Cão 12.146 88,4 12.658 87 12.524 86

Gato 1.278 9,3 1.595 11 1.764 12,1

Morcego 90 0,7 92 0,6 129 0,9

Animais Agressores Observados ** 9.479 69 10.227 70,6 9.765 67

** São observáveis, por 10 dias, apenas cães e gatos, a fim de verificar sintomas da doença. Os demais animais transmissores da raiva não são observáveis. Um animal pode agredir mais de uma pessoa. Ocorrem também agressões/contato por outros animais transmissores da raiva como macaco, cavalo, boi. Fonte: VE-7/NCDIA/GVEI/DIVEP/SVS/SES-DF.

34

6. Varicela

A varicela tem distribuição universal e, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (ONU), a vacina contra este agravo tem sido introduzida em muitos países, em especial, os industrializados. A organização recomenda ainda que adultos que planejam viagens a países de clima temperado devem considerar vacinar-se previamente. 7

No Brasil, a varicela não é agravo de notificação compulsória nacionalmente, embora alguns estados a realizem. O Ministério da Saúde requer a notificação apenas de surtos e notificação com investigação de casos graves e óbitos. Não há, segundo dados do Ministério da Saúde, dados consistentes sobre a incidência de varicela no país. Considerando a estimativa americana de 15 a 16 casos para cada 1.000 habitantes antes da introdução da vacina, o Brasil teria cerca de três milhões de casos da doença ao ano. No período de 2000 a 2013 no foram registradas 3.244 internações por varicela no Brasil, o maior número ocorreu em 2013 com 406 (12,5%) e em 2000 apenas 112 (3,4%), com a média de 231 casos. ²

A taxa brasileira de internação apresentou valores variando de 2 a 6 por 100.000. Como há mais casos de varicela em crianças, estas apresentam maior quantidade de internações por este agravo. Entretanto, adultos têm proporcionalmente maior risco de evoluir com complicações, hospitalização e óbito. Já o coeficiente de mortalidade no país oscilou entre 0,4 e 0,7 mortes por milhão entre os anos de 2008 a 2012.8

Segundo dados do Ministério da Saúde, no país, o número de casos de varicela eleva-se entre o fim do inverno e a primavera (agosto a setembro). Este fenômeno também é observado no Distrito Federal, onde há notificação de casos individuais de varicela.

Dados do SINAN revelam que de 2008 a 2014, houve um ano considerado com epidêmico que foi em 2010. Analisando os outros anos, foi estabelecido, a partir da média das incidências semanais, o limite superior de dois desvios padrões de endemicidade (Figura 18). Figura 18 – Diagrama de controle da varicela, em residentes no Distrito Federal, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Em 2014, houve 4.730 notificações individuais de casos de varicela no DF (Tabela 9),

correspondendo à incidência acumulada de 169,54 casos para cada 100.000 habitantes, inferior ao observado no ano considerado epidêmico: 472,3 (2010).

7 Fonte: http://www.who.int/ith/diseases/varicella/en/ . Acesso em 19/02/2015. 8 Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=42951&janela=1. Acesso em 20/01/2015.

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5

10

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1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53

Inci

nci

a d

e c

aso

s

Semana Epidemiológica e Início de Sintomas

Limite superior Média 2014

26

Tabela 9 – Frequência de casos de varicela por ano de início de sintomas, de residentes no Distrito Federal.

Ano de início de sintomas Número de casos notificados

2008 5.143 2009 5.581 2010 12.138 2011 6.195 2012 6.754 2013 8.225 2014 4.730

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Analisando as notificações de surto, verifica-se que estes foram notificados com

ocorrência em apenas três regiões administrativas: Samambaia, Gama e Asa Sul. Todos os 5 surtos notificados em 2014, ocorreram em creches ou escolas . Foram realizados vacinação de bloqueio em todas as escolas. A samambaia foi a responsável pela maioria das notificações de surtos (Tabela 10).

Tabela 10 – Distribuição de surtos de varicela notificados em regiões administrativas do Distrito Federal, em 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Com relação à faixa etária, corroborando a literatura, as crianças têm sido mais

acometidas, correspondendo a 3.852 (81%) dos casos em 2014, seguidas pelos adolescentes que representam 598 (13 %) do total (Figura 19). Dentro do grupo correspondente à infância, a maior taxa de incidência foi encontrada entre indivíduos de 1 a 4 anos de idade, e em seqüência vem o grupo com idade entre cinco e nove anos.

Figura 19 – Distribuição de casos notificados de varicela por faixa etária no Distrito Federal, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

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800

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05-09anos

10-19anos

20-39 40-59 60 e +

Inci

nci

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10

0.0

00

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Freq Incidência

Região Administrativa Surtos notificados

Samambaia 3 Gama 1

Asa Sul 1

27

A análise do número de casos por sexo revelou distribuição bastante semelhante entre homens 2457(52%) e mulheres 2272 (48%). A taxa de incidência no sexo masculino (181,5/100.000 hab) mostra-se apenas cerca de 9% superior à do feminino (151,5/100.000 hab.).

Rotineiramente, os casos de internação e casos graves são reportados ao nível central através do Formsus, sistema para criação de formulários do Datasus, o Departamento de Informática do SUS, do Ministério da Saúde. Por esta via, foram informados 83 (1,8 %)casos.

A análise por faixa etária mostra que a internação de crianças (até 9 anos de idade) correspondeu a XX (72 %) dos casos.Em relação ao sexo ocorreram 43 (52%) para o sexo masculino e 40 (48%) para o sexo feminino. A complicação mais relatada nestes casos de internação foi infecção de pele, em 57 (68,6%) dos pacientes.

Planaltina foi a regional de saúde que mais registrou casos, seguida por Paranoá, Asa Sul, Brazlândia e Sobradinho (Tabela 10).

Tabela 10 – Distribuição de casos de internação por varicela, segundo regional de saúde notificante, no Distrito Federal, em 2014.

Regional de Saúde Número de casos

Asa Sul 17 (20,4%) Planaltina 22 (26,5%) Taguatinga 3 (3,6%) Brazlândia 9 (10,8%) Paranoá 18 (21,6%) Sobradinho 7 (8,4%) Santa Maria 3 (3,6%) Asa Norte 3 (3,6%) Ceilândia 1 (1,2%) Gama 0 (0%) Guará 0 (0%)

N. Bandeirante/R. Fundo/Candangolândia 0 (0%)

Recanto das Emas 0 (0%) Samambaia 0 (0%) São Sebastião 0 (0%) Total 83 (100%)

Fonte: Banco de dados do NCDIA/GEVEI/DIVEP/SVS.

Entre as regiões administrativas do Distrito Federal, Planaltina, Ceilândia e Samambaia

apresentam o maior número absoluto de casos notificados de varicela. É importante salientar que estas são respectivamente a quarta, primeira e terceira regiões administrativas mais populosas do DF. O cálculo da incidência, entretanto, evidencia o Varjão como a região com a maior taxa, seguida por Itapoã, Paranoá, Planaltina e São Sebastião (Tabela 11).

28

Tabela 11 – Taxa de Incidência de varicela segundo região administrativa de residência, no Distrito Federal, em 2014.

Distrito Residência Taxa de

Incidência/100.000

Varjão 1134,6

Itapoã 659,2

Paranoá 448

Planaltina 382

São Sebastião 273,2

Brazlândia 267,5

Candangolândia 214,7

Rec. Emas 202,2

Riacho Fundo I 191

Gama 189

Samambaia 176,5

Sobradinho 157,6

Núcleo Bandeirante 153,3

Riacho Fundo II 128,9

Santa Maria 122,2

Fercal 122,1

Sobradinho II 121,5

Guará 114,2

Ceilândia 110,7

Taguatinga 108,1

Estrutural 96,9

Lago Norte 95,8

SIA 74

Cruzeiro 61,3

Vicente Pires 56,64

Park Way 55,5

Asa Norte 51,98

Asa Sul 40,2

Lago Sul 38,5

Águas Claras 32,6

Jardim Botânico 13,5

Sudoeste/Octogonal 3,5

Distrito Federal 165,8 Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Quando se observa, contudo, a distribuição de acordo com o local de residência e casos internados, a região administrativa com maior número de casos foi Planaltina, seguida por Itapoã, Brasília, Brazlândia e São Sebastião (tabela 12). E ainda houve moradores de outras unidades federativas em 5 (6 %) casos.

Não houve notificação de nenhum óbito nos casos de moradores do Distrito Federal em 2014.

30

Tabela 12 – Distribuição de pacientes internados por varicela por região administrativa de residência, no Distrito Federal, em 2014.

RA de residência Número de pacientes internados

Porcentagem (%)

Planaltina 22 28,2

Brasília 6 7,7

Taguatinga 3 3,8

Samambaia 2 2,6

Ceilândia 0 0,0

Brazlândia 5 6,4

Recanto das Emas 2 2,6

São Sebastião 4 5,1

Santa Maria 0 0,0

Sobradinho 3 3,8

Paranoá 4 5,1

Riacho Fundo II 1 1,3

Guará 0 0,0

Águas Claras 0 0,0

Itapoã 8 10,3

Núcleo bandeirante 0 0,0

Estrutural 0 0,0

Varjão 1 1,3

SIA 0 0,0

Riacho Fundo 1 1,3

Gama 0 0,0

Candangolândia 1 1,3

Sobradinho II 0 0,0

Vicente Pires 1 1,3

Cruzeiro 0 0,0

Jardim Botânico 0 0,0

Park Way 0 0,0

Sudoeste/Octogonal 0 0,0

Lago norte 1 1,3

Lago sul 0 0,0

Fercal 0 0,0

Branco 13 16,7

TOTAL 78 100,0

Fonte: Banco de dados do NCDIA/GEVEI/DIVEP/SVS.

A vacina que protege as crianças contra a varicela é a tetra viral, que protege também contra o sarampo, rubéola e caxumba. É administrada em crianças de 15 meses de idade, que tenham recebido a 1ª dose da vacina tríplice viral aos 12 meses. Em 2014 foram vacinadas 43.160 crianças, 99% da população alvo, quando analisamos o DF como um todo, sendo que as regionais do Paranoá (61%), Recanto das Emas (91%), Samambaia (83%), Santa Maria (87%), Sobradinho e Taguatinga (86%) novamente se mantiveram abaixo da meta de 95%.

31

7. Doenças Exantemáticas Febris (Sarampo e Rubéola) e Síndrome da Rubéola Congênita

DOENÇAS EXANTEMÁTICAS FEBRIS (SARAMPO E RUBÉOLA)

Desde 1968, o sarampo é uma doença de notificação compulsória no Brasil, em 1991,

almejando eliminar este agravo, o Brasil, elaborou o Plano Nacional de Controle e Eliminação do Sarampo. O primeiro grande passo foi dado em 1992, com uma campanha nacional de vacinação com cobertura de 96% da população-alvo. Em 1999 houve a elaboração do Plano de Ação Suplementar de Emergência contra o Sarampo com a constituição de um Grupo Tarefa Nacional com atuação nos 27 estados.

Já a rubéola e a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) passaram a ser doenças de notificação compulsória em 1996 e a partir de 1999, a rubéola passou a constituir com o sarampo, a vigilância das doenças exantemáticas febril. Em 2000, a SRC passa a ter um formulário de investigação de casos registrados no SINAN. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a rubéola ainda apresenta altas incidências em alguns países. No ano de 2013, a Polônia esteve em primeiro lugar, seguida pela China, Japão, Uganda e Índia. Paralelamente, ainda há uma grande incidência de casos de Síndrome da Rubéola Congênita em alguns países. Nos primeiros 6 meses de 2014 foram notificados 4935 casos de rubéola na Europa. A maioria desses casos ocorreu na Polônia, país com maior incidência. 9 Nos EUA em 2014 foram relatados 23 surtos sarampo com 383 casos, a maioria desses casos está relacionada com casos proveniente das Filipinas10. De acordo com informações do Ministério da Saúde, nenhum caso de rubéola ou SRC foi confirmado no Brasil, desde 2009. A situação do sarampo tem se revelado bem diferente, desde 2013. Em 2014 foram 724 casos, destes 690 no Ceará, 24 em Pernambuco, 3 no Rio de Janeiro e 7 em São Paulo10. A grande maioria (717) é composta por casos de pessoas residentes no nordeste, particularmente, no estado do Ceará.

Várias medidas para o controle deste surto foram adotadas, incluindo bloqueio e atualização vacinais, busca ativa de casos, sensibilização de profissionais de saúde, entre outras. Os genótipos de vírus do sarampo detectados por isolamento viral nos casos confirmados no Brasil, em 2014, foram D8 (Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo), B3 e sem genótipo (São Paulo).

No Distrito Federal, em 2007, houve um grande número de casos confirmados de rubéola (433 casos), como pode ser verificado na tabela 13, acompanhando a situação, à época, em território nacional. Em 2008 houve uma redução de 76,3% no número de casos confirmados, até que em 2009 foi registrado o último caso confirmado deste agravo.

9 Organização Mundial da Saúde. http://apps.who.int/immunization_monitoring/globalsummary/tubella. Acesso em 15/02/2015. 10 http://www.cdc.gov/measles/cases-outbreaks.html. Acesso em 15/02/2015.

2

Tabela 13 – Frequência de casos notificados de doenças exantemáticas febris, por classificação final segundo ano epidemiológico de sintomas, de residentes no Distrito Federal, 2005 - 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Desde o ano 2000, houve confirmação de apenas dois casos de sarampo no Distrito Federal. O último foi em 2013, importado do continente africano, com genótipo B3. O outro ocorreu em 2011, tratando-se de uma pessoa recém-chegada de viagem ao continente europeu, o vírus isolado foi o D4, o mesmo circulante na Europa.

Em 2014, foram notificados 133 casos suspeitos de sarampo ou rubéola com início dos sintomas no ano corrente. Destes, em 54 (40,6%), a suspeita principal foi de sarampo e em 79 (59,3%), rubéola. A figura 20 mostra a distribuição de casos suspeitos de doenças exantemáticas febris de 2014, divididos por semanas epidemiológicas de início de sintomas. Observa-se que não ocorre padrão de distribuição sazonal.

Figura 20 – Distribuição de casos suspeitos de sarampo e rubéola por semanas

epidemiológicas de início de sintomas de 2014, no Distrito Federal.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Nota-se na figura 21, que ao longo dos anos, houve notória redução na frequência de

casos suspeitos de doenças exantemáticas até 2013, entretanto em 2014 houve com discreta

elevação que pode corresponder ao alerta lançado em decorrência do surto que ocorreu em

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1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51 53

caso

s

Semana Epidemiológica de inicio dos Sintomas

Sarampo Rubéola

Ano epid.sintomas Ign/branco Sarampo Rubéola Descartado Inconclusivo Total

2005 3 - 3 281 1 288 2006 - - 8 184 - 192 2007 5 - 433 946 91 1475 2008 3 - 102 549 69 723 2009 - - 1 320 - 321 2010 - - - 204 - 204 2011 - 1 - 185 - 186 2012 - 0 - 127 - 127

2013 - 1 - 98 - 99 2014 - - - 133 133 Total 26 2 648 5405 161 6242

3

Pernambuco e do que está ocorrendo no Ceará, iniciado em 2013 que se mantém ainda no

início de 2015 (Figura 22).

Figura 21 – Frequência de casos suspeitos de doenças exantemáticas febris por ano de início de sintomas, no Distrito Federal, 207 a 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Figura 22 – Proporção de casos suspeitos de sarampo e rubéola entre doenças exantemáticas

febris por ano de início de sintomas, no Distrito Federal.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

sarampo 12 4 2 10 14 4 23 54

rubeola 1463 719 319 194 172 123 76 79

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

sarampo

rubeola

34

Analisando-se a faixa etária, verifica-se que, em 2014, a maioria dos casos suspeitos de

doenças exantemáticas febris 83 (62,4%) foi notificada em menores de 5 anos de idade

(Tabela 14 e Figura 23), particularmente entre 1 e 5 anos de idade. Este grupo destaca-se

ainda por ser responsável por 18 (33,3%) dos casos de suspeita de sarampo, e em seguida

encontra-se os lactentes até 1 ano de idade 12 ( 22,2%).

Tabela 14 – Frequência de casos suspeitos de sarampo e rubéola, distribuídos por faixa etária, no Distrito Federal, em 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Figura 23 – Distribuição de casos suspeitos de sarampo e rubéola por faixa etária, no Distrito Federal, em 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Embora outras doenças exantemáticas façam parte do diagnóstico diferencial em

lactentes e crianças mais jovens, como o exantema súbito e enteroviroses, havendo critérios

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< 1 ano 1-4 anos 5-9 anos 10-19anos

20-29anos

30-39anos

40-49anos

50 oumais

caso

s

Sarampo Rubeola

Faixa etária

Faixa Etária Sarampo Rubéola Doenças exantemáticas

Menor de 1 ano 12 24 36

1 a 4 anos 18 29 47

5 a 9 anos 4 5 9

10 a 19 anos 6 9 15

20 a 29 anos 5 5 10

30 a 39 anos 4 6 10

40 a 49 anos 3 1 4

50 e mais 2 0 2

Total 54 79 133

36

de suspeita, sarampo e rubéola devem sempre ser investigados laboratorialmente para que possam ser descartados.

Em relação ao sexo, nota-se uma discreta predominância do sexo feminino (Figura 24). Devemos ter uma atenção especial às mulheres em idade fértil pelo risco de transmissão vertical e ocorrência de síndrome da Rubéola Congênita. Em 2014, não houve predominância de notificações nesta faixa etária e sim em menores de 5 anos (Figura 25).

Figura 24 – Distribuição de casos suspeitos de doenças exantemáticas segundo sexo, no Distrito Federal, em 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

Figura 25 – Distribuição de casos suspeitos de rubéola segundo sexo e faixa etária, no Distrito Federal, em 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

44%

56%

Masculino Feminino

0%

10%

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30%

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50%

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1 a 4anos

5 a 9anos

10 a 19anos

20 a 29anos

30 a 39anos

40 a 49anos

50 emais

Femnino

Masculino

37

Com relação à região administrativa de residência, Varjão apresentou a maior incidência de

casos de doenças exantemáticas febris, seguido por Estrutural, Fercal, Candagolândia, Guará e

Planaltina (Figura 26).

Figura 26 – Incidência de casos suspeitos de doenças exantemáticas segundo região administrativa de residência, em 2014, no Distrito Federal.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

0 5 10 15 20 25 30

Águas Claras

Asa Norte

Asa Sul

Brazlândia

Candangolândia

Ceilândia

Cruzeiro

Fercal

Gama

Guará

Itapoã

Jardim Botânico

Lago Norte

Lago Sul

N.Bandeirante

Paranoá

Park Way

Planaltina

Rec. Emas

Riac. Fundo I

Riac. Fundo II

Samambaia

Santa Maria

São Sebastião

Scia (Estrutural)

SIA

Sobradinho

Sobradinho II

Sudoeste/Octog.

Taguatinga

Varjão

Vicente Pires

38

SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA

A SRC passou a ter sua notificação obrigatória, junto com a rubéola, a partir de 1996. Com o fortalecimento da vigilância deste agravo no fim dos anos 90, ações de controle de surtos (como vacinação de bloqueio) e ações preventivas (campanhas de vacinação de mulheres em idade fértil) promoveram um decréscimo no número de casos, no Brasil, a partir de 2002.

O banco de dados do SINAN do Distrito Federal mostra que de 2007 a 2014, 55 casos foram notificados como suspeitos de SRC, com quatro confirmações. O último caso confirmado ocorreu em 2009 (Figura 27).

Em 2014, 13 casos de crianças residentes no Distrito Federal foram notificados. Em dez destes, as crianças apresentavam cardiopatia congênita. Nos três restantes, a suspeita deu-se pela presença de icterícia em dois casos e um com hepatoesplenomegalia. Cinco casos ainda aguardam coleta de amostra de sangue para execução de dosagem de IgG pareado (de três a seis meses após a primeira amostra) para definição do caso.

Em 2011 foi implantado indicador de manutenção da vigilância da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que consiste em notificação de um ou mais casos suspeitos de SRC para cada 10 mil nascidos vivos. No Distrito Federal a meta é ter cinco casos suspeitos de SRC por ano.

Figura 27 – Frequência de casos suspeitos de síndrome da rubéola congênita, segundo ano de diagnóstico, no Distrito Federal.

Fonte: SINAN. Acesso em 19/02/2015.

INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA INTEGRADA DO

SARAMPO, DA RUBÉOLA E DA SRC

Pactua-se notificar dois ou mais casos de doenças exantemáticas para cada 100.000 habitantes. Considerando a população de 2.852.372 de pessoas no Distrito Federal em 2014, a meta seria notificar 57 casos. Atingimos este alvo com a identificação de 133 casos suspeitos notificados e investigados.

Os indicadores de qualidade expressam a situação das ações desenvolvidas, desde a identificação, notificação, investigação até o encerramento do caso suspeito. Permitem conhecer adequadamente a situação vigente e intervir oportunamente no processo de

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2007 2008 2009 2010 2012 2013 2014

Frequência

Confirmados

2

vigilância das doenças exantemáticas febris. Possibilitam, portanto, mudar uma situação insatisfatória existente e orientar os próximos passos11.

Cada um dos oito indicadores será, a seguir, apresentado, bem como suas respectivas metas pactuadas a serem alcançadas.

1. Homogeneidade da cobertura vacinal

O esquema de vacinação que protege as crianças contra o sarampo e a rubéola é

composto de 1ª dose de tríplice viral aos 12 meses e 1º dose de tetra viral aos 15 meses, no Distrito Federal em 2014, a cobertura da vacinação com a vacina tríplice viral em menores de um ano de idade foi de 98%. Quando desmembrada em regionais de saúde, percebe-se que seis, destas regionais não conseguiram atingir uma cobertura vacinal maior ou igual a 95%, são elas: Brazlândia (75%), Paranoá (74%), Samambaia (83%), Santa Maria (66%), Sobradinho (92%) e Taguatinga (87%). Na vacina tetraviral a meta alcançada foi de 99%, sendo que as regionais de saúde da Asa Norte, Asa Sul, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, São Sebastião e Planaltina atingiram cobertura acima de 95%, as restantes não atingiram 90%.

De 08 de novembro a 31 de dezembro de 2014 foi realizada a campanha nacional de seguimento contra o sarampo, essa campanha ocorre de quatro em quatro anos e tem como objetivo resgatar menores de cinco anos ainda não vacinados e corrigir falha primária da vacinação contra sarampo e rubéola dos maiores de 1 ano já vacinados, visando garantir a manutenção do estado de eliminação do sarampo e rubéola no país. No DF a população alvo da campanha foi de 160.462 crianças, na faixa etária de 1 a menores de 5 anos, foram vacinada 128.654 crianças, totalizando 80%, o DF não alcançou a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde para essa campanha, que foi de 95%.

2. Investigação oportuna É considerada oportuna, a investigação do caso em até 48 horas após a notificação.

Preconiza-se que 80% dos casos suspeitos estejam enquadrados neste critério de investigação oportuna. No ano de 2014, esta meta foi atingida, com fechamento de 132 (99,2%) de investigação oportuna dos casos de doenças exantemáticas, no Distrito Federal.

3. Coleta oportuna

Diante de um caso suspeito de sarampo ou rubéola, é de suma importância a coleta de

amostra de sangue para realização de análise sorológica para detecção de anticorpos específicos.

Para que esta coleta seja considerada oportuna, deve ser realizada em até 28 dias após o início do exantema. O Distrito Federal conseguiu concluir o ano de 2014 com 130 (97,7%) de casos com coleta oportuna, tendo sido feita pactuação de, no mínimo, 80%.

11 BRASIL. Ministério da Saúde. Relatório da verificação dos critérios de eliminação da transmissão dos vírus endêmicos do

sarampo e rubéola e da síndrome da rubéola congênita (SRC) no Brasil. Brasília, 2010.

3

4. Envio oportuno Meta a ser avaliada pelo Laboratório Central de Saúde Pública do DF (LACEN-DF).

Representa o nº amostras de sangue com envio oportuno (até cinco dias da coleta) / Nº total de amostras recebidas no mesmo período X 100.

5. Resultado oportuno

Meta a ser avaliada também pelo LACEN-DF. É calculada pelo nº amostras com

resultado oportuno (liberado até quatro dias após a entrada da amostra no laboratório.) / Nº amostras recebidas no mesmo período X 100.

6. Casos encerrados por laboratório

Estando o Brasil, em fase de eliminação de sarampo e rubéola, todos os casos devem

ser confirmados ou descartados por critério laboratorial. O fechamento por critérios clínico ou clínico-epidemiológico revelam falha grave no sistema de vigilância. Em 2014, o Distrito Federal atingiu 133 (100%) de fechamento dos casos por critério laboratorial.

7. Notificação negativa

É preciso definir melhor como será avaliado este indicador, uma vez que a cada

semana epidemiológica, um valor diferente é encontrado. Ele pode ser calculado pelo nº municípios com notificação negativa oportuna/total municípios notificantes X 100. Para o Distrito Federal, no lugar de municípios, utilizamos as quinze regionais de saúde. Na última semana epidemiológica (53/2014) a notificação negativa ficou em 60% no DF. É esperado que no momento em que existe surto de sarampo em uma área, município ou estado que a notificação negativa diminua, devido ao aumento da sensibilidade da notificação de casos suspeitos pela rede de saúde do DF.

8. Investigação adequada

Refere-se ao percentual de casos suspeitos com visita domiciliar realizada em até 48

horas após a notificação e com o preenchimento de, pelo menos, nove variáveis: (i) data de notificação; (ii) data da investigação; (iii) fonte de infecção; (iv) data da vacina; (v) data do início do exantema; (vi) outros sinais e sintomas; (vii) data da 1ª coleta de sangue; (viii) realização de bloqueio vacinal; e (ix) classificação final.

Em 2014, a vigilância epidemiológica de doenças exantemáticas do Distrito Federal conseguiu obter acima da meta preconizada pelo Ministério da Saúde que é de 80%. A média das nove variáveis analisadas foi 130 (97,8%) de casos suspeitos com investigação adequada.

9. Encerramento Oportuno

Adicionalmente, trabalhamos com o encerramento oportuno dos casos suspeitos

notificados. Em 2014, 114 (85,7%) dos casos foram encerrados em até 30 dias após a notificação e 132 (99,2%) do total, em até 60 dias.

41

9. Meningites

O termo Meningite expressa à ocorrência de processo inflamatório das meninges (membranas que recobrem e protegem o cérebro e a medula espinhal). Pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus e fungos, dentre outros, e também pode ser provocada por processos não infecciosos.

Indivíduos de qualquer idade são suscetíveis às meningites, entretanto, o grupo etário de maior risco para adoecimento e óbito é o de crianças menores de cinco anos. É considerada uma doença endêmica, por isso, espera-se a ocorrência de casos da doença durante todo o ano. É de notificação compulsória, sendo os surtos e os aglomerados de casos ou óbitos de doença meningocócica e meningite viral de notificação imediata.

A doença meningocócica tem distribuição global, podendo ocorrer surtos ocasionais e epidemias em qualquer país do mundo. A África é a região com maior número de casos no mundo, principalmente na região semi-árida sub-saariana, conhecida como “cinturão da meningite” que se estende do Senegal até a Etiópia, afetando cerca de 15 países. Nesta região, a doença meningocócica representa uma ameaça há, pelo menos, 100 anos com epidemias recorrentes a cada 8 a 12 anos, frequentemente resultando em uma taxa de ataque 500 a 1000 vezes maior que a de uma população em país desenvolvido.

No Brasil, a doença é endêmica com casos esporádicos durante todo o ano, principalmente no inverno, com surtos e epidemias ocasionais. Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no país, em 2013, foram confirmados 18.705 casos de meningites. Do total de casos 46% foram encerrados como (n=8.547) como meningite viral, 16% (n=3.031) como não especificada, 15% (n=2.781) por outras bactérias e 4% (n=739) de meningite por outra etiologia. Outros 11% dos casos (n=2.088) foram registrados como doença meningocócica, 1% (n=104) como meningite por haemophilus e 6% (n= 1.059) por pneumococos.

No Distrito Federal, entre os anos de 2007 a 2013, observa-se uma redução do número de casos confirmados de meningite. O ano de 2014 apresentou um discreto aumento em relação aos anos anteriores. Observa-se ainda que o número de casos de pacientes atendidos de outras unidades da federação (UF) apresenta comportamento semelhante (Figura 28)

Figura 28 – Casos confirmados de meningite notificados no DF segundo UF de residência, 2007 a 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 09/03/2015.

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os

Ano de Início de Sintomas

DF Goiás Outros

42

Em relação à região de residência dos casos em moradores do DF, as maiores

incidências ocorreram nas regiões de Santa Maria, Riacho Fundo I, Paranoá e Itapoã (Figura 29)

Figura 29 – Taxa de Incidência de casos de meningites por 100 mil habitantes segundo

regional de residência, DF, 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 09/03/2015.

Observa-se que nos últimos anos a maior parte dos casos tem sido de meningite não

especificada, seguido de meningite por outras bactérias e doença meningocócica. Destaca-se a

manutenção da redução do número de casos de DM, conforme observa-se na figura 30.

Figura 30 – Casos confirmados de meningite dos residentes no DF segundo etiologia, 2007-

2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 09/03/2015.

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Regional de Residência

50 33

61 43

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2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

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cas

os

Ano de Início de Sintomas

Doença Meningocócica Outras bactérias TuberculosaViral Pneumocócica HemófiloOutra Etiologia Não especificada

43

O diagrama de controle (figura 31) da doença meningocócica demonstra que no ano de 2014, o número de casos esperados não ultrapassou o limite superior nas semanas epidemiológicas, desta forma podemos verificar a não ocorrência de surto no DF no período analisado.

Figura 31 – Diagrama de controle da doença meningocócica, Distrito Federal, 2007 a 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 09/03/2015.

Com relação à faixa etária da doença meningocócica, observa-se, uma redução do número de casos no grupo de menores de 1 ano e um aumento no grupo de 1 a 3 anos em relação aos anos de 2012 e 2013, o grupo de 5 a 9 anos apresenta um comportamento de redução do número de casos de forma geral (figura 32).

Figura 32 – Faixa etária dos casos de doença meningocócica, DF, 2010 a 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 09/03/2015.

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cas

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N° de casos por SE de início dos sintomas*

Limite Superior Média 2014

0

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Faixa Etária

2010 2011 2012 2013 2014

44

Existem diversas vacinas que protegem contra as diversas formas de meningite e que fazem parte do calendário nacional de vacinação da criança.

A vacina contra a tuberculose (BCG), que é aplicada ao nascer, protege contra a meningite tuberculosa, em 2014 a cobertura vacinal da BCG no DF ficou acima dos 100% com 49.937 doses aplicadas ao longo do ano, sendo que só a regional do Recanto das Emas (84%) não conseguiu alcançar o índice pactuado com o Ministério da Saúde, que é de 90%.

A vacina pentavalente, como dito anteriormente, além de proteger contra a difteria, coqueluche, tétano, hepatite B protege também contra a doença invasiva causada pelo hamemophilus influenzae do tipo B, que também pode causar meningite.

A meningite também pode ser causada pelo vírus do sarampo, o da caxumba e o da rubéola, nesse caso as vacinas tríplice viral e tetra viral protegem contra essas formas da doença.

A vacina pneumocócica 10 valente (pneumo-10) aplicada aos 2, 4 e 6 meses de vida e com reforço aos 12 meses é constituída por 10 sorotipos de pneumococos e protege contra a bactéria pneumococo que também é causadora de meningite. Em 2014 o DF vacinou 45.375 crianças com a penumo-10, ficando com a cobertura vacinal acima de 100%, sendo que as regionais de Ceilândia (94%), Paranoá (86%) e Sobradinho (84%) não alcançaram a meta de 95% de cobertura vacinal pactuada pelo Ministério da Saúde.

Porém de todas as vacinas que protegem contra a meningite, a vacina meningocócica C (meningo C) é a que protege contra a forma mais grave da doença. Aplicada aos 3 e 5 meses com reforço aos 15 meses ela foi introduzida no calendário nacional de vacinação em 2010. Ao longo de 2014 o DF vacinou 44.364 crianças contra a meningite C, obtendo cobertura vacinal acima de 100%, porém observando as regionais de saúde separadamente vimos que mais uma vez tivemos regionais que não atingiram a meta de 95%, forma elas: Paranoá (76%), Recanto das Emas (92%), Sobradinho (87%) e Taguatinga (90%).

45

10. Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (MDDA)

A diarreia aguda é uma síndrome clínica de diversas etiologias que se caracteriza por alterações de volume, consistência e frequência das fezes. Os agentes etiológicos mais comuns são bactérias, vírus, parasitas e outros agentes entéricos. Sua via de transmissão é oro fecal.

A doença diarreica aguda (DDA) é considerada como um grave problema de saúde pública de países em desenvolvimento atingindo, principalmente, crianças menores de cinco anos de idade.

Desde 1994, o Brasil realiza a Monitorização das Doenças Diarreicas Agudas (MDDA), através do Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica das DDA (Sivep-DDA) onde é possível obter dados de agregados dos casos de DDA atendidos em cada unidade sentinela por semana epidemiológica, segundo faixa etária e plano de tratamento.

No Brasil, entre 2013 e 2014 foram notificados ao Ministério da Saúde (MS), através do Sivep-DDA, cerca de nove milhões de casos de diarréia, a maioria em menores de cinco anos de idade. Nos últimos anos, tem sido observada redução dos indicadores de morbimortalidade das diarreias12.

No Distrito Federal, no ano de 2013 foram notificados 60.136 casos sendo 5.863 (9,8%) em menores de um ano, 18.821 (31,6%), de um a quatro anos, 8.567 (14,8) entre cinco e nove anos, 26.400 (43,9%) em maiores de dez anos. Em 2014 foram 82.132 casos, sendo 8.346 (10%) em menores de um ano, 25.190 (31%) de um a quatro anos, 11.388 (14%) entre cinco e nove anos e 36.544 (44%) em maiores de dez anos. (Figura 32).

Figura 32 – Proporção dos casos de doenças diarreicas agudas segundo faixa etária. DF, 2013-2014.

Fonte: SIVEP_MDDA. Acesso em 17/03/2015.

O manejo do paciente com diarréia é composto de três formas de tratamento: o plano

A que consiste na observação domiciliar do paciente e soro de reidratação oral (SRO), o plano B indicado para prevenir a desidratação por via oral (RSO) e na observação do paciente na unidade de saúde e por fim, o plano C para tratar a desidratação grave sendo indicada hidratação venosa.

12 Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Doenças

Diarreicas Agudas. Análise da situação das doenças transmissíveis no Brasil no período de 2000 a 2010, p-59-60. In:

Saúde Brasil 2011: uma análise da situação de saúde e a vigilância da saúde da mulher. Brasília: Editora do Ministério da

Saúde, 2012.444 p.

0

10

20

30

40

50

< 1 1 a 4 5 a 9 10 + IGN

%

Faixa etária

2013 2014

46

No ano de 2013, 20.521 (34,2%) receberam plano de tratamento A, 12.388 (20,5%) plano B, 12.213 (20,3%) plano C e 15.014 (25%) ignorado. Em 2014, 26.723 (33%) receberam plano de tratamento A, 15.875 (19%) plano B, 19.095(23%) plano C e 20.439 (25%) foi tratamento ignorado. (Figura 33). Figura 33 – Proporção dos casos de doenças diarreicas segundo o plano de tratamento. DF, 2013-2014.

Fonte: SIVEP_MDDA. Acesso em 17/03/2015.

Quanto à distribuição dos casos por localidade observa-se que no ano de 2013, as

taxas de incidência mais elevadas foram em Planaltina, São Sebastião e Sobradinho. Em 2014 alem destas Regiões, Brazlândia, Riacho Fundo I e Itapoã também apresentaram taxas de incidências mais elevadas (Tabela 15). Tabela 15 – Taxa de incidência de diarréia por mil habitantes segundo região administrativa. DF, 2013-2014

Região Administrativa

Taxa de incidência

2013 2014

Asa norte 7 10

Asa sul 5 7

Brazlândia 31 52

Candangolândia 16 19

Ceilândia 12 18

Cruzeiro 17 18

Estrutural/SIA 26 28

Gama 18 16

Guará 14 14

Itapoã 20 31

Lago norte 5 5

Lago Sul 3 2

Núcleo Bandeirante 30 48

Paranoá 28 61

Park Way 3 4

Planaltina 40 47

Recanto Das Emas 22 50

0

5

10

15

20

25

30

35

40

A B C IGN

%

Plano tratamento

2013 2014

47

Riacho Fundo I 18 31

Riacho Fundo II 4 25

Samambaia 17 22

Santa Maria 20 12

São Sebastião 40 48

Sobradinho 41 60

Sobradinho II/Fercal 18 5

Taguatinga/V. Pires 8 9

Varjão 12 11

Fonte: SIVEP/DDA, IBGE. Acesso em 17/03/2015.

Entre 2012 e 2014, observa-se um aumento do número de casos nos meses de maio a

outubro, que corresponde ao período seco no Distrito Federal, sendo que em 2014 houve um incremento maior no número de casos nos meses de agosto e setembro (Figura 34).

Figura 14 – Distribuição dos casos de diarréia segundo mês de ocorrência. DF, 2012-2014.

Fonte: SIVEP_MDDA. Acesso em 17/03/2015.

No período de 2013 e 2014 foram registrados 1.222 óbitos em menores de cinco anos

no DF, dos quais cinco (0,4%) foram por diarreia aguda. Em 2013 ocorreram 1.351 internações por diarréia aguda, sendo 653 (48,3%) em menores de cinco anos de idade No ano de 2014 ocorreram 1.119 internações, sendo 620 (55%) em menores de cinco anos de idade.13

Em relação à notificação de surtos de doenças transmitida por alimentos - DTA, no

período de 2013 e 2014 foram notificados 37 surtos e investigados 21 (57%) no DF. Do total de 7.655 pessoas expostas, 518 (7%) apresentaram algum sintoma

gastrointestinal (doente). Dos que ficaram doentes, 111 (21%) precisaram de atendimento médico em unidade

de saúde, 368 (71%) eram do sexo masculino e 301 (58%) na faixa etária de 20 a 49 anos. No período não ocorreram casos graves e nenhum óbito foi registrado.

Foram coletadas 6 amostras clinicas, 7 bromatológicas e encaminhadas para análise no Laboratório de Saúde Pública do Distrito Federal (LACEN-DF), dos micro-organismos pesquisados foram encontrados: Salmonella do grupo D, Bacillus cereus, Aeromonas hydrophila, Plesiomonas shigelloides, Staphylococcus hyicus e Salmonella do grupo D.

13 http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sih/cnv/nrDF.def. Acesso em 20/3/2015.

-

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

caso

s

Mês

2012 2013 2014

48

A vacina contra o Rotavirus (VORH) faz parte do calendário nacional de imunização e protege contra casos graves de diarreia pelo rotavírus. São realizadas duas doses aos 2 e 4 meses de vida e a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é vacinar 90% da população alvo. Em 2014, 89% das crianças até 4 meses de vida forma vacinadas, sendo que a somente as regionais da Asa Norte, Asa Sul, Brazlândia, Gama, Guará,Núcleo Bandeirante, São Sebastião e Planaltina alcançaram a meta acima de 90%.

49

11. Febre Tifóide

Febre tifóide é uma doença bacteriana aguda de distribuição mundial. Está associada a baixos níveis socioeconômicos, relacionando-se, principalmente, com precárias condições de saneamento, de higiene pessoal e ambiental. Pode ser transmitida por contato direto através das mãos do doente ou portador e de forma indireta através de água ou alimentos contaminados com fezes ou urina do doente ou portador. O período de incubação ocorre de uma a três semanas (média de duas semanas). Alguns indivíduos após a enfermidade clínica ou subclínica continuam eliminando a bactéria nas fezes e na urina, por vários meses. Portadores crônicos podem transmiti - lá por até um ano. No Brasil, a febre tifóide ocorre de forma endêmica, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. No período de 2013 a 2014 foram notificados 12 casos suspeitos de Febre tifóide entre os moradores do DF, sendo um caso foi confirmado em 2013 e nenhum em 2014. Dos casos notificados no período, 10 foram do sexo masculino (83%), 2 (17%) do sexo feminino, conforme apresentado na tabela 16. Tabela 16 – Distribuição dos casos notificados para febre tifóide residentes do DF segundo sexo. DF, 2013-2014.

Sexo 2013 2014 Total

F 2 0 2

M 8 2 8

Total 10 2 10

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Em relação a faixa etária, 4 (33%) casos foram entre 20 e 49 anos, a média foi

de 32 anos. (Tabela 17).

Tabela 17 – Distribuição dos casos notificados para febre tifóide residentes do DF segundo faixa etária. DF, 2012-2013.

Faixa etária 2013 2014 Total %

10 a 14 2 1 3 25

15 a 19 1 1 2 17

20 a 49 4 0 4 33

50 e+ 3 0 3 25

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Os principais tipos de exposições estão apresentados na figura abaixo (Figura 35). As exposições a esgoto e alimento suspeito não foram citados nas investigações dos casos.

50

Figura 35 – Percentual de casos notificados segundo a sugestão de vínculo. DF, 2012-2013.

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Dentre os sintomas relatados, os principais foram febre (92%), astenia (75%), náusea (75%), de acordo com a tabela abaixo (Tabela 18).

Tabela 18 – Sintomas apresentados nos casos notificados, DF, 2013-2014

Sintomas 2013 2014 Total %

Febre 9 2 11 92

Astenia 8 1 9 75

Náuseas 7 2 9 75

Vômitos 6 2 8 67

Dor Abdome 6 0 6 50

Diarreia 6 0 6 50

Cefaleia 4 1 5 42

Tosse 2 2 4 33

Esplênio 3 0 3 25

Roséola Tífica 2 0 2 17

Constipa 1 0 1 8

Pulso 0 0 0 0

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

8%

42%

50%

Consumo de água não tratada Deslocamento Ignorado

n=12

51

12. Hepatite A

A Hepatite A é uma doença infecciosa, causada por vírus (VHA). O período de incubação varia de 15 a 50 dias, média de 28 a 30 dias. Os sintomas se caracterizam por febre, mal estar, anorexia, náusea e desconforto abdominal e aparecimento de icterícia dentro de poucos dias, porém muitas infecções podem ser assintomáticas, sem icterícia, especialmente em crianças. O quadro pode ser leve, com duração de 1 a 2 semanas, ou mais grave, podendo durar meses. A transmissão é pessoa a pessoa pela via fecal-oral, e está relacionada às condições de saneamento básico higiene pessoal qualidade da água e alimentos consumidos. Na Região Centro-Oeste, de 1999 a dezembro de 2011, foi notificado no SINAN um total de 16.716 casos de hepatite A, o que corresponde a 12,1% do total de casos no Brasil, a maioria dos quais no estado de Goiás (30,9%) e no Distrito Federal (29,2%; 4.881)14. No ano de 2013 entre os moradores do Distrito Federal, foram notificados 915 casos suspeitos de Hepatite viral e 79 (8%) foram confirmados para Hepatite A e em 2014 foram notificados 771 e 57 (7%) foram confirmados. (Figura 36). Figura 36 – Distribuição dos casos notificados para hepatites virais e confirmados para hepatite A, DF-2012-2013.

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Dos casos confirmados para Hepatite A no período, 70 (51%) do sexo feminino e 66 (49%) do sexo masculino (Tabela 19).

Tabela 19 – Distribuição dos casos confirmados para Hepatite A, segundo sexo, DF, 2012-2014.

Sexo 2013 2014 Total

Feminino 38 32 70

Masculino 41 25 66

Total 79 57 136

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

A maioria era jovem em idade escolar entre 05 e 14 anos (54%) Tabela 20.

14 Ministério da Saúde. Boletim Epidemiológico - Hepatites virais, ano III, nº 1. Disponível em: http://www.aids.gov.br/sites/default/files/anexos/publicacao/2012/51820/boletim_epidemiol_gico_hepatites_virais_2012_ve_12026.pdf. Acesso em 20/3/2015.

0

200

400

600

800

1000

2013 2014

caso

s

Ano

notificados

confirmados

52

Tabela 20 – Distribuição dos casos confirmados para hepatite A segundo faixa etária. DF, 2013-2014.

Faixa etária 2013 2014

n % n % < 1 ano 0 0 3 5 1 a 4 anos 13 16 6 11 5 a 9 anos 26 33 17 30 10 a 14 anos 14 18 16 28 15 a 19 anos 11 14 4 7 20 a 29 anos 3 4 2 4 30 a 49 anos 9 11 5 9 50 anos e+ 3 4 4 7

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Em relação ao local de moradia, 126 (53%) são moradores de área urbana. A

distribuição dos casos por local moradia, segundo as Regiões Administrativas (RA) do DF, está disponível na tabela a seguir Tabela 21. No período não ocorreu nenhum óbito entre os 136 casos de Hepatite A entre os residentes do DF. Tabela 21 – Distribuição dos casos confirmados para hepatite A por local de moradia segundo Região Administrativa. DF, 2013-2014.

Região Administrativa de Moradia 2013 2014 Total

Estrutural 17 3 20 Planaltina 13 8 21 Cinelândia 8 6 14 Samambaia 6 4 10 Guará 5 1 6 Asa Norte 5 0 5 Recanto das Emas 4 3 7 São Sebastião 4 4 8 Santa Maria 3 1 4 Taguatinga 2 1 3 Sobradinho 2 0 2 Riacho Fundo I 2 0 2 Núcleo Bandeirante 2 1 3 Itapoã 2 9 11 Gama 1 1 2 Paranoá 1 6 7 Lago Norte 1 1 2 Asa Sul 1 2 3 Lago Sul 0 1 1 Cruzeiro 0 2 2 Águas Claras 0 1 1 Sobradinho II 0 2 2 Total 79 57 136

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

53

A vacina contra a Hepatite A foi introduzida no calendário nacional de imunização em agosto de 2014, é preconizado uma única doses aos 12 meses de vida. De agosto a dezembro do ano passado foram vacinadas 100% da população alvo, a meta estabelecida pelo Ministério da Saúde de 95% das crianças nessa faixa etária, sendo que a única regional que não atingiu a meta foi a regional do Paranoá (83%).

54

13. Leptospirose

A Leptospirose é uma zoonose causada pela bactéria do gênero Leptospira, sendo a mais importante a L. interrogans, transmitidas pelo contato com urina de animais infectados ou água e lama contaminadas pela bactéria. Animais sinantrópicos, domésticos e selvagens, servem como reservatório para a persistência de focos de infecção. No meio urbano, os principais reservatórios são os roedores (especialmente o rato de esgoto), outros reservatórios são os suínos, bovinos, equinos, ovinos e cães. A transmissão inter-humana é muito rara e de pouca relevância epidemiológica. A leptospirose é uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro clínico pode variar desde quadros oligossintomáticos, leves e de evolução benigna a formas graves. A doença se manifesta com início súbito de febre, cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e vômitos. Geralmente a leptospirose é associada à intensa mialgia, principalmente em região lombar e nas panturrilhas. É frequentemente diagnosticada como uma "síndrome gripal", "virose" ou outras doenças que ocorrem na mesma época, como Dengue, Hantavirose ou Influenza. No Brasil de acordo com os dados do Ministério da Saúde, no período de 2012 a 2013 foram confirmados 7.402 casos com 639 (8%) óbitos15. Entre os moradores do Distrito Federal em 2013 foram notificados 146 casos, 28 (19,2%) confirmados, com 4 óbitos (14,3%). Em 2014 foram notificados 120 casos, 17 (14%) confirmados, com 6 óbitos (35%) (Figura 37). Figura 37 – Proporção de casos confirmados e óbitos de Leptospirose, DF. 2013- 2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Do total de casos confirmados no período, 37 (82%) eram do sexo masculino e 30 (67%) casos estavam na faixa etária de 20 a 50 anos.

Quanto à situação de risco para contrair a doença, ocorrida nos 30 dias que antecederam os primeiros sintomas, observamos que em 2013 e 2014 o local da exposição com sinais de roedores aparece em 50% e 59% dos casos investigados respectivamente. Demais situações estão descrita na tabela abaixo. Tabela 22.

15

Brasil. Ministério da Saúde. Série histórica de leptospirose. Disponível em:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/dezembro/16/Casos-confirmados-Lepto--2000-a-2013-.pdf

0

5

10

15

20

25

30

35

40

2013 (n=146) 2014 (n=120)

%

Ano

confirmados óbitos

55

Tabela 22 – Situação de risco encontrada nos casos confirmados, DF 2013-2014.

Situação de Risco 2013 2014

N % N %

Local com sinais roedores 14 50 10 59 Contato com roedores direto 8 29 4 24 Contato com Rio/Lago 7 25 2 12 Contato com água de lama ou de enchente

8 29 7 41

Criação Animais 10 36 9 53 Local com Lixo/Entulho 11 39 6 35 Limpeza Terreno Baldio 11 39 2 12 Limpeza caixa d água 0 0 0 0 Limpeza Fossa/Caixa de Gordura/Esgoto

5 18 3 18

Local armazenamento de grãos 3 11 3 18 Plantio/Colheita 3 11 1 6

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Em relação aos sintomas no período analisado, 39 (87%) casos apresentaram febre, 38 (84%) mialgia, conforme mostra a figura abaixo. (Figura 38). Figura 38 – Distribuição dos sintomas dos casos confirmados para leptospirose, DF. 2013-2014.

Fonte: SINAN. Acesso em 17/03/2015.

Quanto ao local provável de infecção (LPI), 34 (69%) são autóctones do DF, 3 (7%) de

outras UF. Em 2013 não foi possível determinar o LPI em cinco casos e em 2014 em três casos. Desta maneira, somente os casos com LPI determinado foram incluídos na análise e discriminados na tabela a seguir (Tabela 23). Tabela 23 – Local Provável de Infecção dos casos confirmados Leptospirose, DF. 2013- 2014.

Local Provável de

Infecção

Área infecção Ambiente infecção Relação trabalho

Urbana Rural Peri-urbana

Domicilio Trabalho Lazer Outro Sim Não

2013 17 4 3 11 9 3 1 9 15

2014 6 5 3 6 7 1 0 7 6

Fonte: Núcleo de vigilância de animais vertebrados, sinantrópicos e silvestre - NUVAISS/ GEFAB/DIVAL.

0 20 40 60 80 100

FEBREMIALGIA

CEFÁLEIAPROSTAÇÃO

DOR PANTURILHAICTERÍCIA

ALT.RESPIRATVÔMITO

DIARREIAINSUF.RENAL

%

Sin

tom

as

56

14. Imunização

O Distrito Federal implantou a vacinação contra o HPV em 2013 tendo como público alvo dessa campanha todas as meninas residentes e/ou matriculadas nas escolas do DF e que tenham nascido nos anos de 2000, 2001 e 2002. O objetivo dessa vacinação é a proteção da saúde dessas meninas, uma vez que pesquisas realizadas nos países que já adotaram a vacina contra o HPV são consistentes em demonstrar a diminuição das taxas de incidência do câncer do colo do útero e de suas lesões precursoras nas pacientes vacinadas, ou seja, os benefícios são inegáveis no que tange à imunidade conferida ao organismo após a vacinação.

Em 2013 foram vacinadas aproximadamente 50 mil meninas entre 11 e 13 anos, e na ocasião utilizamos o esquema sequencial de três doses (0,2 e 6 meses). A cobertura vacinal foi de 88,86% da população alvo vacinada. Esse resultado foi alcançado através da parceria entre a Secretaria de Saúde e Secretaria de Educação do DF, e a vacina foi administrada nas escolas públicas e particulares.

Já em 2014 o Ministério da Saúde implantou a vacina na rotina do Sistema Único de Saúde (SUS), no calendário nacional de vacinação para todos os Estados, tendo como população alvo as meninas de 11 a 13 anos de idade. Considerando que o DF já havia vacinado esse grupo, a oferta da vacina foi ampliada para as meninas de 09 e 10 anos. Sendo assim, em 2014 foram aplicadas 71.006 doses de vacina HPV no Distrito Federal, com cobertura vacinal de 20%. A estratégia utilizada mais uma vez foi a vacinação nas escolas.

No entanto, mesmo com todos os esforços envidados para o alcance do nosso objetivo, muitas meninas não concluíram o esquema básico de vacinação contra o HPV. Vale ressaltar que só são consideradas vacinadas as meninas que recebem as 03 doses da vacina.

Em 2015 a oferta da vacina será ampliada para as meninas na faixa etária de nove a 11 anos de idade no Brasil e no DF vacinaremos as meninas de 09 anos, continuará sendo oferecida a vacina para as meninas que iniciaram o esquema em 2013 e 2014 e que não concluíram. A vacina também será ofertada para as mulheres de 14 a 26 anos de idade vivendo com HIV. Esta população foi incorporada como prioritária, considerando que as complicações decorrentes do HPV ocorrem com mais frequência em pacientes portadores de HIV e da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

A vacinação, conjuntamente com as atuais ações para o rastreamento do câncer do colo do útero, possibilitará prevenir a doença nas próximas décadas. Atualmente este agravo representa a terceira causa de morte por neoplasias entre mulheres no Brasil.

57

15. Rede de Frio

A vacina tem como finalidade reduzir a morbimortalidade causada pelas doenças preveníveis através da imunização, mas para que os imunobiológicos possam agir de forma eficiente é preciso que sejam manipulados com segurança, antes e durante sua administração na população. Para manutenção da qualidade da vacina é necessário uma rede de frio eficiente, que compreende todo o processo de armazenamento, conservação, distribuição, transporte, e manipulação dos imunobiológicos.

O principal objetivo da Rede de Frio é assegurar que todos os imunobiológicos administrados mantenham suas características iniciais, a fim de conferir imunidade, haja vista que são produtos termolábeis, isto é, se deterioram depois de determinado tempo quando expostos a variações de temperaturas inadequadas à sua conservação.

Os imunobiológicos são adquiridos pela Coordenação Geral do Programa de Imunização- CGPNI do Ministério de Saúde ficam armazenados na instância nacional na Central Nacional de Distribuição de Insumos (CENADI), sendo sua função receber, armazenar e distribuir os imunobiológicos às Centrais de Rede de Frio dos Estados e Distrito Federal.

Dentre as atribuições da Rede de Frio destacam – se o controle da distribuição de imunobiológicos como a principal atividade para garantir o abastecimento e manutenção nas regionais e das salas de vacina.

Em relação à Regional de Saúde responsável por receber as vacinas, imunobiológicos e soros é de suma importância a previsão adequada do número de doses solicitadas, doses distribuídas e estoque de segurança para que a mesma não fique desabastecida.

Para o efetivo controle do estoque de imunobiológicos utilizamos o Sistema de Informações de Insumos Estratégicos (SIES), do Ministério da Saúde, cujo objetivo geral é agilizar, facilitar e aprimorar o abastecimento de insumos estratégicos, por meio da gestão eficiente dos processos de recebimento, distribuição e acompanhamento de estoques dos insumos estratégicos providos pela Secretaria de Vigilância em Saúde.

A Rede de Frio do Distrito Federal (NRF/DF) é composta por uma Central de Recebimento, Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos, localizada no SGAP Bloco G Lote 6 – Parque de Apoio da Secretaria de Saúde – SIA/DF, no Pátio de Apoio da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF).

Atualmente, o Núcleo de Rede de Frio do DF possui uma Câmara Frigorífica com cerca de 62m3, 10 câmaras frias verticais de 01 porta, 03 câmaras frias verticais de 03 portas e 07 freezers para atender o abastecimento de 48 imunobiológicos, além da vacina contra raiva canina da Diretoria de Vigilância Ambiental - DIVAL, pois a mesma não possui local de armazenagem.

Com relação à logística de distribuição dos imunobiológicos as Regionais de Saúde, esta é feita diariamente, sendo que cada regional recebe as vacinas a cada 15 dias, para a distribuição encontram-se disponíveis 03 (três) veículos, porém nenhum é climatizado, as vacinas são colocadas em caixas térmicas com termômetro digital, preparadas conforme orientação dada pelo Ministério da Saúde. Mesmo distribuindo as vacinas de forma regular, sempre que há necessidade, como surtos ou aumento de demanda, as regionais podem buscar as vacinas diretamente na Central de Rede de Frio. A equipe responsável pelo recebimento, controle de estoque e distribuição das vacinas e insumos é composta por 03 administrativos, 01 agente de portaria, 01 técnico de enfermagem, 01 agente ambiental, 01 motoristas e 01 farmacêutico.

A principal função da Rede de Frio é armazenar e distribuir os imunobiológicos, bem como os insumos necessários a vacinação e campanhas de vacina. Desde 2010 o Ministério da Saúde vem introduzindo novas vacinas no calendário nacional, tais como o HPV, a Tetraviral, a Hepatite A, a dTpa para gestantes, entre outras, e também houve implantação de novas

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estratégias em novos grupos etários, ampliando a demanda por vacina em todo o Brasil, inclusive no Distrito Federal.

A tabela abaixo (tabela 24) mostra a distribuição de imunobiológicos em 2014 juntamente com o consumo médio mensal de cada um.

Tabela 24 – Distribuição e consumo médio mensal de imunobiológicos, DF, 2014.

Imunobiológicos Nº de doses

distribuídas em 2014 Consumo

Médio Mensal

Imunoglobulina Humana Anti-Hepatite B 2.595 217

Imunoglobulina Humana Anti-Rábica 300 Ui 1.418 119

Imunoglobulina Humana Antitetânica 250 Ui 1.390 116

Imunoglobulina Humana Anti-Varicela Zoster 125ui 713 60

PPD-Rt-23 C/ 15 Testes1 8.385 699

Soro Anti-Rábico Humano 1 Ampola 2.954 247

Soro Antitetânico 1 Ampola 240 20

Soro Antiaracnídico/Escorpiônico 05 Ml 93 8

Soro Antibotrópico 1 Ampola 733 62

Soro Antibotrópico/Laquetico 1 Ampola 61 6

Soro Anticrotálico 1 Ampola 245 21

Soro Antielapidico 1 Ampola 90 8

Soro Antiescorpiônico 1 Ampola 263 22

Soro Antilonomia 1 Ampola 48 4

Soro Antiloxoscelico 1 Ampola 5 1

Vacina BCG Intradérmico 10 Doses 167.480 13.957

Vacina Contra Febre Amarela 235.810 19.651

Vacina Contra Febre Tifoide 01 Dose 300 25

Vacina Contra Haemophilus Influenzae Tipo B 05 Doses2

3.920 327

Vacina Contra Hepatite "A" CRIE 01 Dose 1.815 152

Vacina Contra Hepatite "A" (Rotina Pediátrica) 01 Dose3

47.420 3.952

Vacina Contra Hepatite "B" 450.350 37.530

Vacina Contra Influenza (Gripe) 10 Doses 579.980 48.332

Vacina Contra Pneumococo 23 Val. 01 Dose 3.500 292

Vacina Contra Pólio Inativa 83.500 6.959

Vacina Contra Raiva Em Cultivo Celular/Embrião De Galinha 01 Dose

22 2

Vacina Contra Raiva Em Cultura Celular/Vero 01 Dose

34.430 2.870

Vacina Contra Varicela 01 Dose 1.502 126

Vacina Dupla Adulto 10 Doses 188.100 15.675

Vacina Dupla Infantil 01 Dose 30 3

Vacina Meningocócica Conjugada Grupo C 01 Dose 127.430 10.620

Vacina Oral Contra Poliomielite 373.260 31.105

Vacina Oral De Rotavirus Humano Unidose 01 83.460 6.955

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Vacina Papilomavirus Humano 6,11,16,18 (Recombinante)

155.674 12.973

Vacina Pentavalente 01 Dose 124.856 10.405

Vacina Pneumocócica Conjugada - 10 Valente 179.386 14.949

Vacina Tetra Viral 01 Dose – Frasco 47.800 3.984

Vacina Tríplice (Dtp) 10 Doses 91.840 7.654

Vacina Tríplice Acelular (Dtpa) 01 Dose 3.503 292

Vacina Tríplice Acelular (Dtpa) 01 Dose – Reforço4 13.920 1.160

Vacina Tríplice Viral 10 Doses 352.660 29.389

Total De Doses Distribuídas 3.371.181

Fonte: SIES/MS 1- Houve a interrupção no fornecimento pelo Ministério da Saúde em junho 2014. 2- Houve a interrupção no fornecimento pelo Ministério da Saúde em novembro 2014. 3- Vacina implantada em julho de 2014. 4- Vacina implantada em outubro de 2014.

Além dos imunobiológicos, os insumos necessários a sua aplicação também são

distribuídos pela Rede de Frio, a tabela abaixo mostra a distribuição em 2014 e o consumo médio mensal (Tabela 25). Tabela 25 – Distribuição de insumos relacionados à imunização, DF, 2014.

Insumos Nº de unidades

distribuídas em 2014 Consumo

Médio Mensal

Algodão hidrófilo 500 g – um1 0 0

Bloco de notas 01 - um 0 0

Caixa coletora p/ descarte de artigos perfuro/cortante e contaminado 01 -

3.605 300

Caixa coletora p/ descarte de artigos perfuro/cortante e contaminado 1 -

3.680 307

Copo descartável 200 ml - um 62.200 5.183

Copo descartável 50 ml - um 22.400 1.867

FITA ADESIVA 25x50 - UM 430 36

Fita adesiva 50x50 - um 343 29

Impresso boletim mês dose aplica - um 247 21

Impresso boletim mensal crie - um 87 7

Impresso caderneta vacina adulto - um 79.024 6.585

Impresso formulário mapa dia (azul) - um 826 69

Seringa esteril descart. 1ml gr ag13x3,8 - um 66.750 5.563

Seringa esteril descart. 1ml tb ag13x4,5 513.200 42.767

Seringa esteril descart. 3ml c/ag 20x5,5 1.028.000 85.667

Seringa esteril descart. 3ml c/ag 25x6 935.200 77.933

Seringa esteril descart. 3ml c/ag 25x7 192.000 16.000

Seringa esteril descart. 5ml c/ag 25x8 73.500 6.125

60

Água mineral 500 ml - um 0 0

Termometro c/cabo ext.digi - um 10 1

Termometro c/cabo ext.simp - um 4 0

Total distribuído 2.981.511

Fonte: SIES/MS 1- Em falta na SES-DF.

Outra atividade que foi desenvolvida pela Rede de Frio foi a vacinação volante, que em

2013 ela foi restabelecida com o objetivo de vacinar os trabalhadores que atuavam na linha de frente no atendimento aos turistas durante a Copa das Confederações (2013) e Copa do Mundo (2014), formado pelos trabalhadores do setor hoteleiro, dos restaurantes, dos bares, da feira dos importados, dos taxistas, do comércio, profissionais de saúde da rede pública e privada, trabalhadores do aeroporto, rodoviária, policiais civis, militares e federais e bombeiros, com objetivo de evitar a reintrodução dos vírus do sarampo, rubéola e poliomielite antes da realização dos eventos.

Em 2014 mais de 30.000 pessoas foram atendidas e 12.000 doses foram aplicadas. Como o objetivo da vacinação volante foi findado com o fim dos eventos, os funcionários que faziam parte da equipe foram locados nos atuais projetos da Rede de Frio, tais como a implantação do SIES e supervisão da cadeia de frio nas regionais e salas de vacina.

O SIES está implantado no Distrito Federal desde 2010, porém ele só é utilizado efetivamente pelo Núcleo de Rede de Frio e as regionais só utilizam para pedir vacinas e insumos não gerenciando o estoque pelo mesmo. Portanto, o objetivo em 2015 é implantar o SIES nas regionais e em todas as salas de vacina.

As supervisões também iniciarão nas regionais de saúde em 2015, e com base no questionário aplicado, será obtido um diagnóstico da cadeia de frio do Distrito Federal e com base neste diagnóstico se montará projetos de ação para cada Regional.