boletim ecetistas em luta n° 927 - 4/12/13
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Boletim desta quarta-feiraTRANSCRIPT
Boletim
Ecetistas em LutaÓrgão da corrente nacional Ecetistas em Luta- Distribuição gratuita -
EMPRESA REPRODUZ CONCILIAÇÃO ENTRE
PELEGOS DO PT/ARTICULAÇÃO E DO PCDOB
Direção dos Correios quer ressuscitar a aliança entre os pelegos para acabar com o convênio médico dos trabalhadores
Os sindicalistas trai-dores do PT e do PCdoB, com o apoio fiel do PSTU/Conlutas, sempre integra-ram uma “Santa Aliança” na Fentect contra os tra-balhadores e em defesa da política dos patrões. A luta da categoria levou a uma crise completa des-sa aliança, o que culmi-nou no rompimento do PCdoB/CTB (nos sindica-tos de São Paulo e Rio de Janeiro) com a Fentect.
O resultado dessa crise foi a vitória da oposição no congresso da federa-ção e a derrota dos trai-dores em vários sindica-tos.
Querem destruir o convênio médico
A direção da ECT con-tava com essa coligação de pelegos para passar, com a ajuda do movimen-to sindical, todos os ata-ques aos trabalhadores. Por isso, a empresa está promovendo a conciliação de PT-PCdoB. Está fazen-do isso com a chamada “Mesa Nacional de Nego-ciação Permanente”, um golpe da ECT para aprovar o Postal Saúde, ou seja, destruir o plano de saúde dos trabalhadores.
Esse “mesa de nego-ciação” é formada apenas pelos presidentes e se-cretários-gerais dos sin-dicatos, sem a federação. Somente os sindicatos mais pelegos decidiram participar. Basicamen-te, quem participa dessa mesa são os sindicalistas do PT e do PCdoB.
Vão repetir o golpe do PCCS da escravidão
O golpe da Mesa de Negociação Permanen-te consiste no seguinte: a empresa vai oferecer alguma migalha para os sindicalistas em troca do Plano de Saúde. Vão ten-tar impor o Postal Saúde. Enquanto os pelegos ten-tam iludir a categoria de que foi con-quistada a migalha, os trabalhado-res vão ter perdido o pla-no de saúde.
Esse golpe já foi dado várias vezes pela empresa e os sindica-listas traido-res. No caso do PCCS 2008 da escravidão
foi assim. Os sindicalistas assinaram o documen-to que institucionalizou a terceirização, extinguiu o cargo de motorista, insti-tuiu o cargo amplo, entre vários outros absurdos contra a categoria. Para distrair os trabalhadores em relação à derrota que foi o PCCS da escravidão, a empresa deu os 30% para os carteiros. E é bom que se diga: mesmo para isso foram necessá-rias três greves no ano de 2008.
A ECT quer ressuscitar a aliança dos traidores para passar por cima dos inte-resses dos trabalhadores, destruir o movimento na-cional da categoria e aca-bar com o plano de saúde dos trabalhadores.
MESA DE NEGOCIAÇÃO PERMANENTE DA ECT
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013Edição São Paulo - ano IX- nº 727 -
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SINDICALISMO PATRONALDIRETOR DO SINTECT-SP AMEAÇA DE
DEMISSÃO CARTEIRO NO CDD CAPÃO RODONDOO dirigente sindical do Sintect-
-SP, membro do PCdoB, conhe-cido por Guiné, ameaçou demitir um carteiro do CDD Capão Redon-do, após um entrevero do mesmo com o trabalhador na porta da unidade de trabalho.
O entrevero se deu quando o carteiro foi questionar o sindica-lista do PCdoB, pelo fato da dire-ção deste sindicato ter entrega-do a greve da campanha salarial deste ano, levando a categoria amargar apenas 8% de reajuste salarial. Dizendo ao sindicalista que a direção do sindicato estava “tirando” a categoria de otário.
O sindicalista mostrando que não se importa minimamente com a opinião dos trabalhadores, disse ao carteiro no maior debo-che “... mas eu nem coloquei ain-da, para tirar”.
Devido o total desrespeito, o
trabalhador avisou a Guiné que se ele continuasse a tratá-lo como moleque, a situação poderia ir para um confronto físico, o que não intimidou o sindicalista pe-lego do PCdoB, que continuou a ofender a honra do trabalhador.
Resultado, o trabalhador deu uma lição ao pelego, que apa-nhou em frente a unidade do CDD Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo, tendo os demais trabalha-dores da unidade concordado com a surra levada pelo pelego.
Como todo sindicalista pelego nos Correios e que mantem atra-vés de relações diretas com a di-reção da ECT, Guiné prometeu que irá demitir o trabalhador por ter sido maltratado nesta unidade.
Provavelmente o sindicalista do PCdoB, que nunca defende os trabalhadores do assédio moral da chefia, das perseguições poli-
ticas, dos diversos abusos da ECT, agora vai usar toda sua influência com os patrões para exigir uma punição ao trabalhador, que não se conformou com o peleguismo da direção da ECT na campanha salarial.
Devemos denunciar ampla-mente este sindicalista e deixar avisado que se a ECT por qualquer motivo, demitir este trabalhador, a categoria vai cobrar a fatura
Em primeiro lugar deste sin-dicalista patronal e em segun-do lugar da direção deste Sindi-cato, que na campanha salarial de 2013, esteve do lado da ECT o tempo todo a fim de retirar a categoria de São Paulo da greve nacional unificada, chamada pela Fentect. A única legitima organi-zação sindical que pode negociar em âmbito nacional pela categoria dos trabalhadores dos Correios.
DIREITOS DOS ANIMAIS OU REPRESSÃO À POPULAÇÃO?Vem crescendo, no País e no
mundo todo, uma campanha de-magógica envolvendo o que o sen-so comum tem difundido como “di-reitos dos animais”. Pelo volume de matérias da imprensa capitalista sobre o assunto, inclusive o aumen-to do sensacionalismo diante de ca-sos de supostos maus tratos, por exemplo, dá para se ter uma ideia do tamanho dessa campanha e da origem dela.
Mas o que significa, então, essa campanha?
É parte de um determinado sen-timento comum nas pessoas não sair por aí maltratando os animais. Mas o que está em jogo não é isso. É nítido que a burguesia e a direita nacional estão aproveitando a cam-panha de determinados grupos da sociedade, ambientais, em “defesa dos animais” etc, para aumentar a repressão contra a população.
São ideologias de setores mino-ritários, mas que a burguesia está explorando contra os direitos da po-pulação.
Como a burguesia faz isso? Atra-vés dos projetos de leis os mais ab-surdos que tramitam nas câmaras, assembleias legislativas e no con-gresso. Essas leis são apresentadas como uma “evolução” social, como se os seres-humanos estivessem mais evoluídos pois agora existem leis que reprimem um cidadão que maltratar um animal. Mas é bem di-ferente disso.
Existem projetos para aumentar
as penas para quem maltrata ani-mais. Em outubro, a Câmara Muni-cipal de São Paulo aprovou em pri-meira votação um projeto de lei que “proíbe a produção e a comerciali-zação de foie gras (patê de fígado gordo de ganso, iguaria da culinária francesa) e artigos de vestuário fei-tos com pele animal no âmbito da cidade de São Paulo.”
A direita e a burguesia querem transformar o Brasil num Estado re-ligioso, como os Mulçumanos, nos quais se proíbe, por exemplo, a co-mercialização e consumo da carne de porco, independente da vontade de cada um. São proibições por me-ros valores morais, e isso é exata-mente o que caracterisa um Estado religioso. Se eu acho que o boi sofre no abate, então isso justifica a proi-bição de carnes e assim por diante.
São leis que servem apenas para aumentar a repressão. Nessa se-mana, um vídeo circulou na internet com um mulher que teria abando-nado o cachorro na rua. O resultado da “comoção” causada pelo vídeo foi que a mulher perdeu o empre-go e foi obrigada a mudar de bair-ro e será indiciada por maus-tratos ao animal. Quer dizer, colocaram em prática uma caça às bruxas por conta do abandono de um cachorro. Agora, qual saída tinha a mulher? O cachorro teria ficado agressivo e ela não soube o que fazer. É bom lem-brar que existem penas também por deixar o cachorro preso, bem como penas por deixar o cachorro
solto e este atacar alguém. Não tem muito para onde correr. Sem con-dições de consertar a situação, ela optou por abandonar o cachorro. Não maltratou, não matou. Aban-donou na esperança de que outro pudesse cuidasse dele.
O clima de histeria em relação a problemas como esse, histeria essa promovida pela própria imprensa burguesa, é um sinal da tendência a um Estado religioso, ou seja, ba-seado em leis morais.
Enquanto a burguesia aprova leis em nome da defesa dos ani-mais para aumentar a repressão, os maiores assassinos e poluidores estão agindo livremente. Os lati-fundiários estão livres, os donos de grandes indústrias também. As leis não são para os capitalistas, são para os indivíduos, e portanto, pu-ramente repressivas. É uma manei-ra de encurralar ainda mais os ci-dadãos, que ficam cada vez mais à mercê do Estado. Não esqueçamos das detenções de mães porque os filhos não estão indo regularmente à escola ou simplesmente porque os filhos sofreram acidentes. E, ob-viamente, a maior parte da repres-são se dá contra as pessoas mais pobres, que tem maior dificuldade de se manter dentro de todas as re-gras impostas.
Ao contrário do que poderia pa-recer, não há evolução social. As leis em defesa dos “direitos dos ani-mais” nas mãos do Estado capitalis-ta levam à desumanização.