boletim vamos à luta agosto 2011

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Indignados quem somos? o que queremos? Muito prazer! Somos estudantes e estamos indignados com a paralisia e o governismo encastelado na UNE. Por isso, vamos à luta por ensino público e educação de qualidade. Assim como a juventude da Tunísia, Egito, Espanha ou Grécia, nos unimos aos trabalhadores contra os ata- ques dos governos. No RJ estivemos ao lado dos bombeiros em meio a sua greve, nas passeatas, no acampamento em frente à ALERJ, na gi- gantesca passeata de Copacabana. Apoiamos a greve dos servidores das universidades federais, eles de- fendem a universidade pública, rejeitam a privatização dos hospitais universitários, pedem mais verbas e melhores salários. A direção ma- joritária da UNE sustenta o governo ao invés de apoiar a reivindicação do “tio do bandejão” e da “tia da biblioteca”. Nosso coletivo surgiu em 2007, nas ocupações de reitorias, estivemos ativamente na ocupação da UnB que derrubou o Reitor. Hoje, necessitamos de um fórum de DCE’s, que toque as lutas por professores, estrutura, bandejão e bolsas permanência! Contra os aumentos das mensalidades e a cobrança de taxas nas particulares! Por imediato aumento do orçamento para educação, não aos cortes de Dilma. Há mais de dois meses os estudantes chilenos estão protagonizando uma forte luta pela mudança do caráter da educação no país. Desde a cons- tituição de 1980, da era Pinochet, o país tem cerca de 85% da educação nas mãos de empresas privadas. Seja no ensino médio ou no superior estudar no Chile é algo muito caro. Em 2006 ocorreu a primeira leva de mobilizações estudantis que ficou conhecida como “Revolução dos Pinguinos”. Desta vez as mobilizações são ainda mais fortes. Manifestações com mais de 300 mil pessoas já acontece- ram. Há um grupo de estudantes que está em greve de fome há quase um mês. Parte deste grupo também parou de beber água. O Chile é um país que nós costumamos a ouvir que foi onde o “neolibe- ralismo prova que é bom!”. Trata-se de uma grande farsa e o presidente Piñera sintetiza bem isto quando diz: “na vida nada é de graça”. Rico em cobre, há décadas o país vê sua principal riqueza ser devastada enquanto os serviços são extremamente caros. "Chi, Chi, Chi/ Le, Le, Le Yo no quiero educacion de Pinochet" A reforma que os estudantes chilenos querem é anticapitalista. É revolucionária. A combatividade, criatividade e irreverência do movimento. Os estudantes tem dado uma aula em como inovar nas manifestações. Já fizeram de tudo: milhares dançaram o “Thriler pela educação” bem mais criativos que Michael Jackson; fizeram o protesto mudo; beijaço em várias ci- dades; manifestação à fantasia e por aí a fora. Os dados e relatos dão conta do amplo apoio popular que o movimen- to recebe. Na verdade é o despertar de toda a sociedade chilena e mesmo a CUT (Central Unitária dos Trabalhadores) se vê obrigada a chamar mobili- zações. Não está descartada a possibilidade de uma grande greve nacional. Professores e trabalhadores da educação também estão em pé de luta. O governo Piñera passa por uma profunda crise e já tem menos de 30% de aprovação. Sua proposta de “acordo” foi negada pelos estudantes pois tor- nava o lucro com a educação legal. O movimento avança e hoje questiona além dos planos da educação, o governo Piñera e também o regime político. Mas além disso, questiona também o regime. A única maneira dos chilenos terem educa- ção universal, pública e de qualidade é atacando os lucros das grandes empresas da educação e do cobre. É mudando a forma de governo. Derrotando os partidos corruptos e as burocracias. Enviamos uma brigada do Vamos à Luta até o Chile para levar solidariedade e aprendermos com todo este processo. Já realizamos também uma manifestação em frente à embaixada do Chile em Brasília. O exemplo dos indignad@s e também dos estudantes chilenos deve ser seguido por nós em cada universidade e em todo o Brasil. Educação pública, gratuita e de qualidade é uma bandeira anticapitalista. Todo apoio à luta dos estudantes chilenos. coletivo de juventude Agosto/11

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Bolteim Nacional do Coletivo Vamos à Luta - agosto de 2011

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Page 1: Boletim Vamos à Luta agosto 2011

Indignadosquem somos? o que queremos?

Muito prazer! Somos estudantes e estamos indignados com a paralisia e o governismo encastelado na UNE. Por isso, vamos à luta por ensino público e educação de qualidade. Assim como a juventude da Tunísia, Egito, Espanha ou Grécia, nos unimos aos trabalhadores contra os ata-ques dos governos. No RJ estivemos ao lado dos bombeiros em meio a sua greve, nas passeatas, no acampamento em frente à ALERJ, na gi-gantesca passeata de Copacabana.Apoiamos a greve dos servidores das universidades federais, eles de-fendem a universidade pública, rejeitam a privatização dos hospitais universitários, pedem mais verbas e melhores salários. A direção ma-

joritária da UNE sustenta o governo ao invés de apoiar a reivindicação do “tio do bandejão” e da “tia da biblioteca”.Nosso coletivo surgiu em 2007, nas ocupações de reitorias, estivemos ativamente na ocupação da UnB que derrubou o Reitor.Hoje, necessitamos de um fórum de DCE’s, que toque as lutas por professores, estrutura, bandejão e bolsas permanência! Contra os aumentos das mensalidades e a cobrança de taxas nas particulares! Por imediato aumento do orçamento para educação, não aos cortes de Dilma.

Há mais de dois meses os estudantes chilenos estão protagonizando uma forte luta pela mudança do caráter da educação no país. Desde a cons-tituição de 1980, da era Pinochet, o país tem cerca de 85% da educação nas mãos de empresas privadas. Seja no ensino médio ou no superior estudar no Chile é algo muito caro.

Em 2006 ocorreu a primeira leva de mobilizações estudantis que ficou conhecida como “Revolução dos Pinguinos”. Desta vez as mobilizações são ainda mais fortes. Manifestações com mais de 300 mil pessoas já acontece-ram. Há um grupo de estudantes que está em greve de fome há quase um mês. Parte deste grupo também parou de beber água.

O Chile é um país que nós costumamos a ouvir que foi onde o “neolibe-ralismo prova que é bom!”. Trata-se de uma grande farsa e o presidente Piñera sintetiza bem isto quando diz: “na vida nada é de graça”.

Rico em cobre, há décadas o país vê sua principal riqueza ser devastada enquanto os serviços são extremamente caros.

"Chi, Chi, Chi/ Le, Le, LeYo no quiero educacion de Pinochet"

A reforma que os estudantes chilenos querem é anticapitalista. É revolucionária.

A combatividade, criatividade e irreverência do movimento.

Os estudantes tem dado uma aula em como inovar nas manifestações. Já fizeram de tudo: milhares dançaram o “Thriler pela educação” bem mais criativos que Michael Jackson; fizeram o protesto mudo; beijaço em várias ci-dades; manifestação à fantasia e por aí a fora.

Os dados e relatos dão conta do amplo apoio popular que o movimen-to recebe. Na verdade é o despertar de toda a sociedade chilena e mesmo a CUT (Central Unitária dos Trabalhadores) se vê obrigada a chamar mobili-zações. Não está descartada a possibilidade de uma grande greve nacional. Professores e trabalhadores da educação também estão em pé de luta.

O governo Piñera passa por uma profunda crise e já tem menos de 30% de aprovação. Sua proposta de “acordo” foi negada pelos estudantes pois tor-nava o lucro com a educação legal.

O movimento avança e hoje questiona além dos planos da educação, o governo Piñera e também o regime político. Mas além disso, questiona também o regime. A única maneira dos chilenos terem educa-ção universal, pública e de qualidade é atacando os lucros das grandes empresas da educação e do cobre. É mudando a forma de governo. Derrotando os partidos corruptos e as burocracias.

Enviamos uma brigada do Vamos à Luta até o Chile para levar solidariedade e aprendermos com todo este processo. Já realizamos também uma manifestação em frente à embaixada do Chile em Brasília.

O exemplo dos indignad@s e também dos estudantes chilenos deve ser seguido por nós em cada universidade e em todo o Brasil.

Educação pública, gratuita e de qualidade é uma bandeira anticapitalista.

Todo apoio à luta dos estudantes chilenos.

coletivo de juventude

Agosto/11

Page 2: Boletim Vamos à Luta agosto 2011

Indignados Vamos a Luta no Congresso da UNE

“Não nos representa!”. Esse foi o grito que marcou o 52º Congresso da UNE. O sentimento de indignação que tem enfrentado os governos e as buro-cracias na Europa começa a soprar seus ventos no Brasil.

A forte rejeição à direção majoritária da UNE expressa no CONUNE é par-te dos processos que estão em curso. Como o enfrentamento que a vanguarda fez contra a máfia do DCE da PUC-RS; o clima dos indignados que fez surgir marchas contra o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, Belém e teve o ponto alto no Espírito Santo onde se derrubou a tentativa de reajuste.

Participamos da onda vermelha que marcou o “S.O.S bombeiros” no Rio. Na FASUBRA, apoiamos a rebelião dos jovens servidores indignados, ainda em estágio probatório, contra a burocracia encastelada na Federação que garantiu a continuidade da greve das universidades.

Esses exemplos mostram a necessidade fortalecer uma oposição de es-querda que combata o governo Dilma/Temer e as burocracias. A perspectiva é que a luta dos estudantes chilenos influencie a construção de novas lutas no Brasil. Nossa tarefa é impulsionar os embriões existentes de novas ocupações da USP, UnB, contra o REUNI, novos “Fora Arruda”, “agostos do Buzú”, revoltas da catraca ou até mesmo greves estudantis que começam a aparecer.

O CONUNE não começou em Goiânia. Em cada universidade a esquerda disputou diretamente contra o governo; uma disputa real, da qual seria um crime se abster.

Nesse terreno, a majoritária da UNE perdeu nas maiores universidades. Na UNB, onde o DCE é dirigido por um setor do PT, a esquerda teve uma votação muita expressiva tendo o mesmo número de delegados do campo governista.

Numa das maiores universidade privadas que a oposição de esquerda influencia a Universidade da Ama-zônia, no PA, ganhamos com 80% dos votos. E na PUC/RS foi a polarização criada em meio ao CONUNE que deu origem ao movimento “89 de Junho” que está derrubando a máfia que controla o DCE há duas décadas.

Essa disputa, foi fundamental, porque aí se comprovou o nosso espaço. As vitórias são resultado de que há um governo mais fraco.

É muito difícil para um governista explicar à sua base que é correto defender, apoiar e blindar um governo que corta verbas da educação e da saúde, que é correto o novo Código Florestal do Aldo Rebelo e Kátia Abreu. É difícil explicar a um jovem militante que ele é base de apoio de um governo junto com Eike Batista, Sarney, Calheiros e os Palocci´s da vida.

Por isso, a situação da direção majoritária da UNE neste congresso era defensiva. Havia um constrangimen-to maior do que o normal.

A própria ida de Lula ao CONUNE é uma demonstração de debilidade, pois, se fosse fácil para os governistas passarem a política do governo federal, teriam levado Dilma. Foi com medo do debate que o PCdoB implodiu o painel do Código Florestal, para evitar crises em sua base.

Estava tudo preparado para mais um “show” de Lula e do Ministro Ha-dad. A UJS, PT e PMDB, só se esqueceram de combinar com a oposição. Que-riam até nos calar, mas nós do Vamos à Luta e o coletivo “Viramundo” fomos ao centro de convenções estragar a festa governista e disputar na base a alter-nativa de um movimento estudantil combativo e independente. Nas palavras de ordem que conseguiam calar os cerca de 2000 participantes colocávamos a contradição da majoritária da UNE ao defender 10% do PIB para educação e levar ao congresso e bater palma pro presidente que manteve o veto dos 7% do PIB e cortou verbas da Educação, como faz agora Dilma.

A oposição cresceu muito neste congresso. Os números próximos aos 20%, apesar de muito importantes, não refletem o tamanho desse crescimento político.

A dificuldade maior que o “novo” governo passa, onde em 8 meses quatro ministros já caíram, sendo um deles Palocci, para Lula o “Pelé do governo”, fez com que a oposição crescesse e se consolida como o segmento que dirige a maioria do movimento estudantil real no Brasil. Cresceu também a nossa entrada em universidades pagas, uma necessidade cada vez maior.

A oposição se unificou em uma chapa através do seguinte programa: 1 - Oposição de esquerda ao governo Dilma/Temer; 2 - Oposição à direção majoritária da UNE; 3 - Apoio à greve dos servidores; 4 - Realização de um dia nacional de lutas, impulsionado por um “Fórum de DCE´s”; 5 - Democracia na gestão da oposição.

Consolidar este programa e utilizar o capital político que a oposição adquiriu são os desafios colocados na construção de uma nova direção para o movimento estudantil brasileiro.

Juventude Indignada – PRESENTE!

“ô Ô Ô Ô ô, cadê o dinheiro? A Dilma comanda o bonde dos empreiteiros!”

USP, UFRJ, UFMG, Unama... o governo perdeu nas maiores

Os êxitos da oposição de esquerda

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Page 3: Boletim Vamos à Luta agosto 2011

No marco desse êxito, o Vamos à Luta! também quer debater as debilidades da oposição para que possamos avançar. As diferenças políticas e metodológicas existentes entre os vários campos da oposição, não ajudaram numa ação mais contundente e unificada durante o congres-so e antes dele. Com uma articulação nacional, unificada e orgânica nos espaços do movimento, prova disso foi o caráter positivo da plenária que conseguiu ser realizada com a participação da maioria dos coletivos da Oposição.

Se a oposição tivesse incorporado o espírito da juventude indignada desde o início tería-mos polarizado e disputado melhor os painéis com a burocracia da majoritária. Não aceitamos a lógica de alguns grupos que desejam ser meros expectadores dos espaços. Além disso, muitos delegados só chegaram para a plenária final o que tonificou a oposição. Por último, a divergência sobre o caráter da oposição e a polêmica sobre a necessidade de enfrentar o governo Dilma, deu origem a resoluções de Conjuntura, M.E. e Educação que são abstratas e genéricas, conteúdo distinto do programa de nossa chapa.

Esses debates são importantes para a reconstrução da oposição de esquerda, cujo marco são as lutas que deliberamos em nossa chapa na plenária final, atuando nas bases em unidade com todos os lutadores, independente de onde estejam organizados seja na UNE, ANEL, coletivos das Executivas, etc. Isso é importante porque hoje a responsabilidade de reorganizar o M.E. com-bativo é maior da esquerda da UNE por dirigir os DCE’s mais importantes do Brasil.

Ante o momento de debilidade do governo Dilma/Temer está aberto um espaço a ser ocupado pela esquerda, que só aproveitaremos se tomarmos o exemplo da juventude indignada no mundo.

Há mais de 30 DCE`s com a esquerda. Os companheiros da ANEL que não conseguiram aproveitar o crescimento que tiveram todos os coletivos da Oposição na UNE e fizeram um con-gresso cuja principal polêmica passou longe das necessidades dos trabalhadores e da juventude, precisam rever sua política e impulsionar esse fórum com os DCE´s da Oposição da UNE.

O programa da Oposição de Esquerda já começa a se concretizar com um calendário que tem o plebiscito que o ANDES está convocando por 10% do PIB para a educação, o dia 31 de agos-to como um dia de mobilização nas Universidades, ao lado dos servidores em greve e contra os cortes de verbas do governo. Data da votação do orçamento de 2012. Não adianta lutar por 10% do PIB se o governo aprovar um orçamento de ajuste fiscal promovendo um novo corte de verbas das áreas sociais. Para que essa luta não seja abstrata os comitês do plebiscito devem começar agora, em cada universidade, apoiando a greve dos servidores.

A militância indignada do Vamos à Luta está à serviço dessa política e dessa construção.

A oposição levou o Comando Nacional de Greve dos servidores das Universidades no Con-gresso para expor os motivos da greve. De grupo em grupo, painel em painel, o comando fez saudações pedindo o apoio dos estudantes para a greve. Essa greve é em defesa da universidade pública e enfrenta, concretamente, os planos de ajuste do governo e a privatização dos HU’s. Quando anunciado o corte de 3,1 Bilhões da educação, infelizmente, não explodiu nenhuma grande luta, no entanto, há no momento uma greve nacional que nos permite impulsionar mo-bilização para resolver os problemas mais imediatos dos estudantes como bebedouros, R.U´s, livros, bolsas de pesquisa. Enfrentam o governo e a direção traidora da sua federação (FASUBRA), que tenta desmontar o movimento

Nos dias 09, 10 e 11 de agosto ocorreu a Caravana e acampamento dos servidores das Universidades Federais à Brasília.

O governo Dilma ao invés de manter as negociações com os trabalhadores, diz que não vai dar nenhum reajuste salarial e entrou na justiça para tentar acabar com a mobilização. Mas os trabalhadores se mantém firmes na greve, mesmo com a ordem judicial de retorno de 50% dos servidores ao trabalho e com ameças de multa de 50 mil reais para cada sindicato.

Essa é a greve em defesa da Universidade pública, pois são esses trabalhadores que hoje lutam contra os cortes de verbas na Educação, contra a privatização dos Hospitais Universitários (PL 1749/11), contra o congelamento do salário do funcionalismo público (PL 549/09).

O Coletivo Vamós à Luta e Viramundo participaram desta caravana levando sua solida-riedade acampando junto com os servidores, Sentimos faltas de lutadores do movimento es-tudantil neste acampamento como os da ANEL que não passaram por lá. A primeira reunião da Oposição de Esquerda da UNE foi realizada no acampamente e também fizemos com a 1ª reunião da executiva da UNE também acontecesse no acampamento.

“Apoio a greve/Tem erro não/ É por mais verbas para a educação!”

Por que os servidores das Universidades estão em greve?

Oposição de esquerda: superar as debilidades para avançarmos mais

“E quem são eles que não cansam de lutar?/Indignados, Vamos à Luta já!”

“Nas últimas semanas enfrentamos a Judicialização promovida pelas Procuradorias que atuam nas universidades à serviço do governo (este governo, que entendo ser cínicos e do mal aos traba-lhadores e à sociedade) e vencemos, tendo sido julgada legal a nossa greve e como prova do grau de nossa mobilização, reunimos nos dias 09, 10 e 11/08 cerca de 2.000 pessoas em Brasília, entre Servidores Técnico-Administrativos e alunos de todos os estados do Brasil, certamente que os incan-sáveis estudantes do coletivo “Vamos à Luta” estiveram presentes nos apoiando. Mais ainda, estes bravos alunos deram uma grande demonstração de Nacionalismo quando invadiram o Congresso nacional e mostraram ao País que a Bandeira Nacional não podia ser sujada por estes corruptos que ai andam soltos por aí”.

Oscar – Coordenador Geral da ASUNIRIO

“Nossa greve tem o dever e o desafio de conquistar cada estudante, pois estamos lutando pela garantia da universidade pública e de qualidade em um momento que avança a privatização no setor público, exemplo disso é a intenção do governo de privatizar os Hospitais Universitários. A presença do Coletivo Vamos à Luta em nossa caravana foi um exemplo de que nosso luta é uma só, mas sentimos ausência de outros setores do movimento estudantil combativo”.

Pedro Rosa – Coordenador da FASUBRA

Page 4: Boletim Vamos à Luta agosto 2011

Brigada formada por militantes do Vamos à Luta acompanha a mobilização da juventude inglesa. A companheira Júlia Borges está há mais de3 meses moran-do em Londres. O companheiro Denis chegou por lá nos dias em que os protestos explodiam.

Tottenham, subúrbio de Londres, noite de quinta-feira, 4 de agosto. Mark Du-ggan, um negro de 29 anos é assassinado pela polícia. Levou um tiro a queima-roupa no peito. Sábado à noite, no bairro de Mark, aconteceram protestos exigindo justiça em frente à delegacia. Ao serem ignorados decidiram incendiar carros da polícia, ônibus e edifícios. Centenas de pessoas do local, negros, brancos pobres, asiáticos e judeus se somaram a manifestação, que foi brutalmente reprimida. No domingo vários bairros são tomados por uma onda de saques, destruição de lojas e queima de carros. Na segunda e terça, ocorrem protestos semelhantes em Birmingham, Bristol, Leeds e Nottingham. Liverpool contabiliza o lançamento de 200 coqueteis molotov. É a intifada no coração do Reino Unido.

David Cameron, primeiro-ministro britânico, interrompeu as férias na Tosca-na e anunciou uma brutal repressão. A folga dos militares foi suspensa garantindo 16 mil soldados nas ruas. O parlamento levantou o recesso. A Football Association cancelou amistoso entre Inglaterra e Holanda, em Wembley. Os tribunais estão fun-cionando à noite para julgar os manifestantes. As ruas são cobertas pela fumaça e as calçadas tomadas por estilhaços de vidro.

Essa “palestinização” de Londres ocorre no contexto do enfrentamento à crise econômica mundial, das revoluções no mundo árabe, do surgimento dos indignados e intensificação das greves na Europa. Processo mundial como podem ser vistos nas mobilizações em Israel ou no Chile nas últimas semanas.

O assassinato de Mark foi a gota d’água da violência e humilhação cotidiana sofrida pelos britânicos pobres, os negros e imigrantes.

Locais onde a polícia é hostilizada, causa medo, repúdio, por suas constantes patrulhas que criminalizam a pobreza. Lembremos que a famosa Scotland Yard, as-sassinou brutalmente o jovem brasileiro Jean Charles de Menezes em 2005.

O governo considera os protestos como caso de polícia. Os manifestantes são tratados como integran-tes de “gangs” perigosas. Para os mais de 1200 detidos (800 só em Londres), todos jovens, Cameron propõe apenas “a prisão”. Um manifestante declarou que a prisão é um alívio, pois tem garantida “3 refeições por dia”. E para enfrentar “os delinqüentes” a polícia foi autorizada a usar todo aparato repressivo, incluindo blindados. Repressão que conta com apoio dos Trabalhistas.

Nenhuma medida social ou democrática, que resolva o conflito foi anunciada. O combustível que moti-vou a explosão segue nas ruas: fosso crescente que separa os ricos dos pobres, verdadeira divisão da sociedade. Uma situação aprofundada pelas medidas do ajuste fiscal, a serviço dos delinqüentes do mercado financeiro, os que sustentam o regime fascista da rainha Elizabeth.

O governo de David Cameron pretende cortar 134 bilhões de libras do orçamento das áreas sociais até 2015, aumentou o valor das taxas de matrículas universitárias e anunciou 490 mil demissões no setor público nos próximos 4 anos. Os desempregados chegam a 3 milhões de pessoas.

No ano passado foi a greve do Metrô de Londres e em seguida com a rebelião estudantil no segundo semestre contra o aumento das taxas de matrícula. Em 26 de março deste ano meio milhão de pessoas mar-charam pelas ruas de Londres. Foi uma paralisação nacional de 24h que envolveu o setor público.

Nos últimos meses, o escândalo do setor de comunicação comando por Rupert Murdoch, dono do News Of The World, golpeou o governo. Caiu a cúpula da Scotland Yard, pois a polícia corrupta permitiu os “grampos” escutas ilegais do News Of The World. Murdoch e Cameron tiveram que se explicar no parlamento.

Os protestos em Londres são a outra face das mobilizações mundo a fora. A desorganização incendiária é o reflexo da própria condição de vida dos que protestam. Compreendemos essas ações e repudiamos a cam-panha e ações nazistas que tenta criminalizar o método que os jovens suburbanos utilizam para se manifestar. No entanto sabemos que a ausência de uma direção política é um déficit para canalizar essa explosão social contra o governo, principal responsável por essa situação. Mais do que nunca esse movimento necessita se organizar para buscar a unidade com os demais trabalhadores.

Devemos apoiar essa justa rebelião, buscar a unidade, enfrentar a reação nazista e levantar as rei-vindicações mais sentidas: basta de violência policial, discriminação, xenofobia, pelo fim da repressão aos imigrantes, fim do apartheid social existente.

Devemos exigir emprego para a juventude, direito a educação gratuita com qualidade e garantias de políticas públicas de acesso ao lazer, cultura e esporte. Nesse caminho devemos derrotar o ajuste fiscal de Cameron e da Monarquia. Em todos os países do mundo devemos apoiar ativamente a intifada em curso na Inglaterra por meio de protestos, passeatas, notas, debates e reuniões.

No dia 15 de Outubro, data do protesto internacional do 15-M, temos a oportunidade mundial de fazer crescer essas mobilizações. Neste dia, sejamos todos ingleses, espanhóis, gregos, chilenos, brasileiros.... Seja-mos todos INDIGNADOS! Vamos à Luta!

INTIFADAem Londres

Mão de ferro e ajuste

Todo apoio a intifada inglesa!

vamosalutanacional.blogspot.com

Você sabe o que é “15. M”? E “15.O”? Se não, não fique envergonhado, pois a mídia esconde ao máximo essas informações.

15M é o movimento “15 de Maio”, em alusão ao dia em que mais de 70 mil jovens ocuparam a praça Puerta del Sol em Madrid. Estes jovens ficaram conhecidos como “indignados” e desde então seguem mobili-zados para mudar.

Mudar o que?Querem mudar a vida. Eles sentem na pele os efeitos da crise econômica mundial. Os governos tem

realizado cortes nas áreas de educação e saúde. O desemprego aumenta. Os salários diminuem e a carga de trabalho cresce. Os banqueiros e as grandes empresas, lucram cada vez mais. É para mudar isso que eles tem lutado. No Brasil tem ocorrido o mesmo com o governo da Dilma, acrescentando a corrupção.

15.O é uma alusão ao próximo dia 15 de outubro. Este será o Dia Mundial de Ocupações de Praças contra a corrupção e os privilégios dos políticos tradicionais, contra os cortes de verbas e, obviamente, contra os governos.

Nosso coletivo, o Vamos à Luta, só tem razão de existir para contribuir com esses tipos de construção. Você, estudante a mais tempo ou calouro, saiba que vives em um mundo que está mudando. Desde a Tunísia, Egito, Espanha, Grécia, Portugal e Chile a juventude cansou de esperar e de ficar calada. Cabe à nossa geração fazer o mesmo. Temos que passar por cima das burocracias da UNE, da CUT, da Reitoria e de todo este governo corrupto e elitista do PT para termos dias melhores.

Te fazemos um convite, participes de tudo isto que está em gestação. Nas palavras do escritor uruguaio Eduardo Galeano: “este mundo de merda está grávido, grávido de um mundo novo!”.

Conheça o blog: http://www.democraciarealbrasil.org/

15.O: Dia Mundial de Ocupações de Praças

@juvvamosaluta