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CARACTERIZAÇÃO DA SISMICIDADE HISTÓRICA DA ILHA DE S. MIGUEL DINA SILVEIRA Silveira, D. (2007), Caracterização da sismicidade histórica da ilha de S. Miguel. Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 16: 81-102. Sumário: Em virtude do seu enquadramento geotectónico, o arquipélago dos Açores é palco de uma actividade sísmica e vulcânica frequente. A ilha de S. Miguel foi afectada por vários terra- motos e crises sísmicas com significativo impacte em termos de vítimas, estragos materiais e prejuízos socioeconómicos. O estudo da sismicidade histórica, recorrendo à avaliação macros- sísmica, aplicando a Escala Macrossísmica Europeia – 1998 (EMS-98), permitiu produzir um mapa de intensidades máximas históricas para a ilha de S. Miguel, relocalizar os epicentros de alguns dos sismos estudados e detectar a existência de anomalias de intensidade sísmicas. Silveira, D. (2007), Characterization of the historical seismic activity on S. Miguel Island. Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 16: 81-102. Summary: Due to its tectonic setting, the Azores archipelago is affected by frequent seismic and volcanic events. Since the settlement, several earthquakes and seismic swarms of tectonic and volcanic nature struck the Island of S. Miguel causing a significant number of casualties and severe damage. A map of maximum intensities was produced for S. Miguel Island. This map was based on the macroseismic interpretation of historical documents containing coeval descriptions of the events, using the European Macroseismic Scale – 1998 (EMS-98). Isoseismal maps drawn for the studied events allowed the identification of areas characterized by anomalous values of seismic intensity, either positive or negative, and to constrain epicentre location for some seismic events. Dina Silveira – Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos – Universidade dos Açores – Rua da Mãe de Deus – 9500-801 Ponta Delgada. Palavras-chave: sismicidade histórica, macrossísmica, risco sísmico, S. Miguel. Key-words: historical seismicity, macroseismic, seismic risk, S. Miguel.

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CARACTERIZAÇÃO DA SISMICIDADE HISTÓRICA

DA ILHA DE S. MIGUEL

DINA SILVEIRA

Silveira, D. (2007), Caracterização da sismicidade histórica da ilha deS. Miguel. Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 16: 81-102.

Sumário: Em virtude do seu enquadramento geotectónico, o arquipélago dos Açores é palco deuma actividade sísmica e vulcânica frequente. A ilha de S. Miguel foi afectada por vários terra-motos e crises sísmicas com significativo impacte em termos de vítimas, estragos materiais eprejuízos socioeconómicos. O estudo da sismicidade histórica, recorrendo à avaliação macros-sísmica, aplicando a Escala Macrossísmica Europeia – 1998 (EMS-98), permitiu produzir ummapa de intensidades máximas históricas para a ilha de S. Miguel, relocalizar os epicentrosde alguns dos sismos estudados e detectar a existência de anomalias de intensidade sísmicas.

Silveira, D. (2007), Characterization of the historical seismic activity onS. Miguel Island. Boletim do Núcleo Cultural da Horta, 16: 81-102.

Summary: Due to its tectonic setting, the Azores archipelago is affected by frequent seismicand volcanic events. Since the settlement, several earthquakes and seismic swarms of tectonicand volcanic nature struck the Island of S. Miguel causing a significant number of casualtiesand severe damage. A map of maximum intensities was produced for S. Miguel Island.This map was based on the macroseismic interpretation of historical documents containingcoeval descriptions of the events, using the European Macroseismic Scale – 1998 (EMS-98).Isoseismal maps drawn for the studied events allowed the identification of areas characterizedby anomalous values of seismic intensity, either positive or negative, and to constrain epicentrelocation for some seismic events.

Dina Silveira – Centro de Vulcanologia e Avaliação de Riscos Geológicos – Universidade dosAçores – Rua da Mãe de Deus – 9500-801 Ponta Delgada.

Palavras-chave: sismicidade histórica, macrossísmica, risco sísmico, S. Miguel.

Key-words: historical seismicity, macroseismic, seismic risk, S. Miguel.

INTRODUÇÃO

O arquipélago dos Açores localiza-sena zona de fronteira entre as PlacasAmericana, Africana e Eurasiática.Os acidentes tectónicos dominantes naregião são a Crista Média Atlântica,

que cruza o arquipélago entre as ilhasdas Flores e do Faial, com uma orien-tação aproximada N-S (KRAUSE &WATKINS, 1970; STEINMETZ et al.,1976); a Zona de Fractura Este dos

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FIGURA 1

Enquadramento sismo-tectónico da ilha de S. Miguel: a) Principais acidentes tectónicos na região dos Açores(CMA – Crista Média Atlântica; ZFEA – Zona de Fractura Este dos Açores; RT – Rifte da Terceira; FG – FalhaGloria); b) Carta de Sismicidade dos Açores, para o período de 1998 a 2005 (SIVISA, 2006); c) Principais aspectosmorfológicos da ilha de S. Miguel (1 – Vulcão das Sete Cidades; 2 – Região dos Picos; 3 – Vulcão do Fogo;4 – Vulcão das Furnas; 5 – Vulcão da Povoação; 6 – Complexo Vulcânico do Nordeste; quadrícula UTM – 10 Km).

Açores, com uma direcção E-W esten-dendo-se desde a Crista Média Atlân-tica até Gibraltar (KRAUSE, 1965),incluindo a Falha Gloria (LAUGHTON

& WHITMARSH, 1974), e o Rifte daTerceira com direcção NW-SE locali-zado ao longo de uma faixa definidapelas ilhas Graciosa, Terceira e S. Mi-guel (MACHADO, 1959), abrangendoos sistemas de fracturas WNW-ESEdas ilhas Faial, Pico e S. Jorge.A actividade sísmica recente daregião, registada instrumentalmente,distribui-se, preferencialmente, aolongo de uma faixa de direcçãoWNW-ESE que, grosso modo, se es-tende desde a Crista Média Atlânticaaté à Falha Gloria, a ESE da ilha deSanta Maria (FIGURA 1a, b).A ilha de S. Miguel localiza-se no ex-tremo oriental do Rifte da Terceira,apresentando uma grande diversidadede estruturas vulcânicas e tectónicas,designadamente três vulcões centraiscom caldeira (Sete Cidades, Fogo eFurnas) (FIGURA 1c), localizados em

zonas de intersecção de sistemas defalhas de direcção NW-SE a WNW--ESE com um sistema de falhas E-Wprofundas. Ligando estes aparelhosvulcânicos existem diversos alinha-mentos de cones de escórias implan-tados ao longo de fracturas NW-SE aWNW-ESE (Região dos Picos). Naparte oriental da ilha situa-se um vul-cão central inactivo (Povoação) e umantigo complexo vulcânico basáltico(Nordeste) (SILVEIRA et al., 2003).A ilha de S. Miguel foi afectada porvários terramotos e crises sísmicas,quer de natureza tectónica, quer asso-ciados a fenómenos de origem vulcâ-nica, com significativo impacte emtermos de vítimas, estragos materiaise prejuízos socioeconómicos. Por estemotivo considerou-se pertinente alar-gar o conhecimento sobre a sismici-dade que afectou a ilha desde o seupovoamento, recorrendo à reinterpre-tação macrossísmica de descriçõeshistóricas contemporâneas.

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DADOS HISTÓRICOS

Desde os primórdios do povoamentoque fenómenos naturais como os ter-ramotos e as erupções vulcânicas ate-morizam e marcam profundamente opovo açoriano. Os eventos sísmicose vulcânicos mais importantes foramrelatados por alguns cronistas, desig-nadamente FRUTUOSO (1981), CHAGAS

(1989 [1646-1654?]), MONTALVERNE

(1961 [ca. 1700]), CORDEIRO (1981[1717]) e MALDONADO (1990 [1711]).MENDONÇA (1758) publicou umacompilação de breves descrições dosprincipais terramotos ocorridos nomundo, onde incluiu os principaissismos e erupções vulcânicas ocorri-

das nos Açores até à data da sua pu-blicação. Pode considerar-se que esteé o mais antigo catálogo sísmico quefaz referência aos Açores. Outros au-tores se lhe seguiram (ARAÚJO, 1801;ABRANCHES, 1877; CANTO, 1981 a1986 [1878-1888]; BESSONE, 1932;BARATA et al., 1989). A partir de mea-dos do século XIX, a imprensa localtornou-se a principal fonte de relatosda ocorrência de fenómenos naturaisque afectaram as ilhas dos Açores.Efectuou-se uma recolha sistemáticade toda a informação disponível,como relatos de sismos e erupçõespresentes em obras de cronistas aço-rianos, manuscritos, artigos de jornaise revistas locais. Procedeu-se tambémà recolha de informação macrossís-mica existente em catálogos e anuá-rios sismológicos, a partir do iníciodo século XX, bem como em estudosrealizados por diversos autores quereferem aspectos da sismicidade doarquipélago dos Açores, em especialaqueles dedicados à ilha de S. Miguel(CHAVES, 1915; AGOSTINHO, 1936,1960; Anuário Sismológico de Por-tugal, 1955; DIAS, 1952; FERREIRA,1956; SILVA, 1956; COSTA-NUNES etal., 1986; COLE et al., 1995; QUEIROZ,1997; WALLENSTEIN et al., 1998;GUEST et al., 1999; FERREIRA, 2000).A partir da documentação históricarecolhida foi possível enumerar umconjunto de cerca de vinte eventosque tiveram um impacte significativo

nas ilhas dos Açores, dos quais seisafectaram de modo especial a ilha deS. Miguel, desde o seu povoamento.A par da actividade tectónica, a mani-festação de fenómenos vulcânicosnão tem sido rara nos últimos cincoséculos e meio, conhecendo-se aocorrência de cerca de vinte e seteerupções (QUEIROZ et al., 1995). Es-tas tiveram lugar quer em terra, nasilhas de S. Miguel, Terceira, S. Jorge,Pico e Faial, quer no mar, em pontoselevados da Plataforma dos Açores.No caso das erupções localizadas nailha de S. Miguel ou nas suas vizi-nhanças, algumas foram acompanha-das por uma actividade sísmica, sufi-cientemente forte para, por si só,causar danos avultados.No que respeita à análise dos do-cumentos históricos foram diversasas dificuldades encontradas, como sejao facto de frequentemente a informa-ção presente nestes documentos nãoser susceptível de fornecer elementospara realizar uma avaliação macros-sísmica. Mesmo nos casos em que talé possível, a informação é frequente-mente qualitativa. Outras dificuldadesprendem-se com aspectos linguísticos,não só no modo como são descritosos fenómenos naturais e os seus efei-tos, como pelo emprego de expressõesdo Português antigo, já em desuso.Este facto colocou em evidência a ne-cessidade de elaborar um glossáriopara este fim.

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CASOS DE ESTUDO

Para alguns dos casos de estudo, osdados disponíveis não permitiramatribuir, inequivocamente, os danosregistados à acção sísmica uma vezque fenómenos como o tremor e asexplosões vulcânicas, ou a ocorrência

de movimentos de massa poderão tercontribuído para os efeitos observa-dos. Este aspecto torna-se mais evi-dente no caso dos enxames sísmicosassociados à actividade vulcânica.

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A fim de caracterizar a sismicidadehistórica da ilha de S. Miguel, foramseleccionados onze casos de estudocorrespondentes aos eventos sísmicosque causaram danos significativos esobre os quais havia informação dis-ponível que permitisse a avaliaçãomacrossísmica. De entre os principaiseventos de natureza tectónica queatingiram S. Miguel, estudaram-seos sismos de 22 de Outubro de 1522;26 de Julho de 1591; 16 de Abrilde 1852; 5 de Agosto de 1932; 27 deAbril de 1935 e de 26 de Junho de1952 (FIGURA 2).A 22 de Outubro de 1522 a terratremeu com violência cerca de duashoras antes do amanhecer, provocan-do prejuízos em toda a ilha. VilaFranca do Campo foi parcialmentedestruída pelo sismo e quase total-mente soterrada por movimentos demassa desencadeados pelo abalo. EmÁgua de Pau e Lomba de Santa Bár-bara também se registaram estragosconsideráveis. Houve vítimas mortaisem diversas freguesias mas sem dúvi-da que a maioria se registou em Vila

Franca do Campo. Estima-se que nototal tenham perecido entre 3000 e5000 mil pessoas, podendo este nú-mero incluir os mortos provocadospela peste que ocorreu no ano seguin-te (FRUTUOSO, 1981). O sismo e asréplicas que se seguiram desencadea-ram numerosos movimentos de mas-sa em particular na zona central eoriental quer no interior da ilha querao longo da linha de costa, matandoinúmeras cabeças de gado e destruin-do terrenos de cultivo. Admite-se queo epicentro se tenha localizado poucosquilómetros a NW de Vila Franca doCampo e que a intensidade máximaobservada tenha sido de grau X(EMS-98).O sismo de 26 de Julho de 1591, quese fez acompanhar de numerosasréplicas sentidas até 12 de Agostodaquele ano, afectou diversos lugaresda ilha de S. Miguel e provocou danosconsideráveis nas vilas de Água dePau e Vila Franca do Campo, saben-do-se que houve ali numerosas víti-mas que ficaram soterradas nos des-troços das habitações (LINSCHOTEN,

1998 [1596]; TORRES, 1856 in CANTO,1986). Os relatos existentes descre-vem a ocorrência de movimentos demassa, fendas no solo e o surgimentode uma nascente, de carácter tempo-rário. Considerou-se que a intensida-de observada para aqueles dois locaisterá sido grau VIII ou IX (EMS-98).A 16 de Abril de 1852, cerca das22:05 horas um forte sismo foi sentidoem toda a ilha de S. Miguel. Afectoude modo particular a costa NW, desdeos Mosteiros até Santo António, e aLomba de Santa Bárbara (RibeiraGrande) onde atingiu uma intensi-dade máxima de VIII (EMS-98), pro-vocando também prejuízos em toda acosta N e zona central da ilha incluin-do a cidade de Ponta Delgada e asvilas da Ribeira Grande e Lagoa.Contabilizaram-se 9 mortos e váriosferidos graves. O evento desencadeoudiversos movimentos de massa naszonas onde atingiu maior intensidade.Sabe-se que este sismo foi ainda sen-tido em todas as ilhas do Grupo Cen-tral bem como na ilha de Santa Maria(e.g. Revista dos Açores, 1852; Aço-riano Oriental (O), 1852a, 1852b,1852c, 1852d, 1852e, 1852f). O epi-centro ter-se-á localizado no mar acerca de 15 km a ENE de SantoAntónio.O sismo das 19:24 horas de 5 deAgosto de 1932 foi registado nos sis-mógrafos então existentes em PontaDelgada e Angra do Heroísmo e sen-

tido em toda a ilha de S. Miguel.O concelho da Povoação foi o maisafectado, sabendo-se que pelo menos50% das habitações sofreram algumtipo de dano, e se registaram cerca de3000 desalojados. Foram particular-mente afectadas a freguesia de ÁguaRetorta e o lugar da Lomba do Cava-leiro. Também no concelho de Nor-deste ocorreram danos importantesna Salga e na Lomba da Fazenda. Nãose registaram vítimas mortais mashouve vários feridos. Em consequên-cia do abalo, ocorreram movimentosde massa, em especial nas Lombas daPovoação e Ponta Garça. Foram sen-tidas várias réplicas nos dias seguin-tes (e.g. Correio dos Açores, 1932a,1932b, 1932c, 1932d, 1932e, 1932f,1932g, 1932h, 1932i, 1932j, 1932k,1932l, 1932m, 1932n, 1932o; Diáriodos Açores, 1932a, 1932b, 1932c,1932d, 1932e, 1932f, 1932g, 1932h,1932i, 1932j, 1932k, 1932l, 1932m,1932n, 1932o, 1932p, 1932q, 1932r,1932s, 1932t, 1932u). Estimou-se alocalização do epicentro a cerca de 17km a SE de Água Retorta, freguesiaonde se observou a intensidade máxi-ma de VIII (EMS-98).O sismo de 27 de Abril de 1935, re-gistado às 17:04 horas, foi sentido emtoda a ilha. O concelho da Povoaçãovoltou a ser o mais afectado, especial-mente a freguesia da Ribeira Quentee o lugar da Lomba do Cavaleiro ondese observaram intensidades VIII e IX

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respectivamente. Há relatos da ocor-rência de alguns feridos, de um mortoem consequência de uma quebrada eda ocorrência de réplicas sentidas até11 de Maio (e.g. Correio dos Açores,1935a, 1935b, 1935c, 1935d, 1935e,1935f, 1935g, 1935h, 1935i, 1935j,1935k, 1935l, 1935m, 1935n, 1935o,1935p; Diário dos Açores, 1935a,1935b, 1935c, 1935d, 1935e, 1935f,1935g, 1935h). O epicentro locali-zou-se no mar, cerca de 4 km a SSEda Ribeira Quente.A 26 de Junho de 1952 sentiram-sequatro sismos às 13:06, 13:43, 14:27e 15:32 horas, dos quais o primeiro eo quarto provocaram danos significa-tivos. Mais uma vez a costa SE dailha foi fortemente afectada, nomea-damente a Ribeira Quente, onde seobservou a intensidade máxima degrau VIII (EMS-98), e em menorextensão Ponta Garça, Vila Francado Campo e a Lomba do Cavaleiro.Apenas há registo de um ferido ligei-ro. Estes eventos originaram diversosmovimentos de massa ao longo dalinha de costa entre Ponta Garça eRibeira Quente. Sabe-se que a activi-dade sísmica prosseguiu com a ocor-rência de réplicas sentidas até ao mêsde Setembro (e.g. Correio dos Açores,1952a; 1952b, 1952c, 1952d, 1952e,1952f, 1952g, 1952h, 1952i; Diáriodos Açores, 1952a, 1952b, 1952c,1952d, 1952e, 1952f, 1952g, 1952h,1952i, 1952j, 1952k, 1952l, 1952m,

1952n, 1952o, 1952p, 1952q, 1952r,1952s, 1952t, 1952u). O epicentro lo-calizou-se a escassos quilómetros a Sda Ribeira Quente.Relativamente à actividade sísmicaassociada a fenómenos vulcânicosanalisaram-se as crises sísmicas asso-ciadas às erupções do Vulcão doFogo e do Pico Queimado em 1563,do Vulcão das Furnas em 1630, doPico do Paio em 1652, as erupçõessubmarinas de 1811 e ainda a crisesísmica de 1713 que se admite terestado associada a fenómenos denatureza vulcânica, embora não hajaregisto da ocorrência de uma erupçãoem terra naquela data (QUEIROZ,1997) (FIGURA 3).No ano de 1563 ocorreram em S. Mi-guel duas erupções. A primeira ini-ciou-se a 28 de Junho no Pico dasBerlengas, no interior da caldeira doVulcão do Fogo. Originou uma colu-na eruptiva subpliniana, que emitiugrande quantidade de material piro-clástico. Os ventos predominantescondicionaram a sua distribuição,cobrindo a zona central e oriental dailha. A coluna eruptiva cessou a acti-vidade no dia 1 de Julho e no diaseguinte iniciou-se uma segundaerupção no Pico Queimado (ou Picodo Sapateiro) situado no flanco NWdo Vulcão do Fogo (FRUTUOSO, 1981).Esta erupção de estilo havaiano(WALLENSTEIN, 1999) emitiu duasescoadas de lava basáltica, uma para

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E que, descendo pela ribeira Seca,atingiu o mar, e outra para NW aolongo de uma rotura superficial dedirecção NW-SE. Ambas as erupçõesforam precedidas e acompanhadas deintensa actividade sísmica. A 22 deJunho as populações começaram asentir numerosos sismos que progres-sivamente aumentaram de frequênciae intensidade, aos quais se sobrepôsum tremor vulcânico contínuo. A in-formação disponível permitiu avaliaro impacte desta actividade para operíodo de 22 de Junho a 4 de Julho,verificando-se que as freguesias maisafectadas foram Ribeira Grande eRibeira Seca, onde a destruição dashabitações foi quase total, Lagoa eÁgua de Pau. Há registos de uma víti-ma mortal e alguns feridos devido afenómenos vulcânicos.A actividade sísmica associada àerupção de 1630 começou a ser senti-da em várias localidades no dia 2 deSetembro, intensificando-se a partirdas oito horas da noite, tendo sidosentida com violência no Vale dasFurnas, Ponta Garça e Vila Franca doCampo. A erupção iniciou-se na ma-drugada do dia 3 com fortes explo-sões originando fluxos piroclásticosque, condicionados pela topografia,foram canalizados para a costa Saté Ponta Garça e Ribeira Quente(PURIFICAÇÃO, 16?? in CANTO, 1986).Formou-se uma coluna eruptiva quedurante três dias diminuiu drastica-

mente a visibilidade e cobriu de cin-zas uma extensa área. As cinzas trans-portadas pelos ventos atingiram todasas ilhas do arquipélago. Chuvas in-tensas no dia 8 originaram lahares.Na sua fase terminal a erupção pas-sou a evidenciar um carácter efusivo,com extrusão de um doma traquítico.Estima-se que tenham perecido 200 a300 pessoas a maioria das quais emconsequência de fluxos piroclásticos(e.g. HOMEM, 1630? in CANTO, 1986;CHAGAS, 1989 [1646-1654?]).A última erupção subaérea em S. Mi-guel teve início no dia 19 de Outubroe durou cerca de oito dias. Envolveuvários centros eruptivos ao longo deuma fractura de direcção WNW-ESEno Sistema Vulcânico da Região dosPicos, cerca de 3,5 km a NNW da vilade Lagoa (FERREIRA, 2000). A erupçãoiniciou-se com a emissão de materialpiroclástico, ao qual se seguiu a ex-trusão de três domos. Esta erupçãofoi precedida por inúmeros eventossísmicos acompanhados por um tre-mor vulcânico quase contínuo. Estaactividade começou a ser sentida nodia 10 de Outubro sofrendo um incre-mento até aos dias 15 e 16 em quefortes abalos provocaram prejuízoselevados nas freguesias de Rosário eSanta Cruz. Não há registo de vítimase os danos decorrentes dos fenóme-nos sísmicos e vulcânicos circunscre-veram-se ao concelho de Lagoa (e.g.T. K., 1653 in CANTO, 1983; VASCON-CELLOS, 1652 in CANTO, 1982).

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A 14 de Novembro de 1713 obser-vou-se uma importante actividadesísmica em S. Miguel, a qual provo-cou danos consideráveis nas povoa-ções do extremo W da ilha, de modoparticular as freguesias dos Mostei-ros, Ginetes e Candelária. Este enxa-me sísmico foi sentido pelas popula-ções durante três semanas e a 8 deDezembro ocorreu o sismo de maiorintensidade, o qual desencadeou aocorrência de numerosos movimen-tos de massa nas vertentes do maciçodas Sete Cidades (e.g. SILVEIRA, 1713in CANTO, 1982). Não se encontraramregistos da ocorrência de vítimas.Alguns autores admitem que estaactividade estaria associada a umapossível erupção vulcânica submarinaque eventualmente terá passado des-percebida na época (e.g. AGOSTINHO,1936).Em meados do mês de Junho de 1810ocorreu importante actividade sísmicaque se prolongou por cerca de umano. Registaram-se três períodos deincremento da frequência e intensi-dade, nomeadamente de 17 a 24 deJunho de 1810, de 29 de Janeiro a 1de Fevereiro de 1811 e de 13 a 22 deJunho de 1811. Destes, os dois últi-mos estiveram associados a erupçõessubmarinas de estilo surtsiano ao lar-go da costa ocidental de S. Miguel.A actividade de Junho de 1811 foiresponsável pela edificação da ilhaSabrina, que em Outubro daquele ano

acabou por submergir devido à erosãomarinha. Mosteiros, Várzea, Cande-lária, Ginetes e Sete Cidades foram oslugares mais afectados, onde muitosedifícios ficaram destruídos. Associa-dos à actividade sísmica ocorrerammovimentos de massa e observaram--se importantes roturas superficiaisque se estendiam do flanco W doVulcão das Sete Cidades até ao mar(e.g. ANÓNIMO, 1811 in CANTO, 1981;HICHLING, 1811 in WEBSTER, 1821;TILLARD, 1812 in WEBSTER, 1821).Não houve vítimas mortais.Para cada caso de estudo, reuniu-se omaior número de documentos quelhes fazem alusão, tendo-se compila-do as descrições dos acontecimentosno que respeita ao impacte de modo apermitir a caracterização dos eventossísmicos e dos seus efeitos. Analisa-ram-se, ainda, estudos anteriores quese debruçaram sobre estes eventos.Na reinterpretação macrossísmica uti-lizou-se a Escala Macrossísmica Eu-ropeia – 1998 (EMS-98; GRÜNTHAL,1998). Na aplicação desta escala, to-das as habitações foram consideradascomo pertencendo à classe de máximavulnerabilidade – classe A. Emboranão se tenha procedido a qualquerestudo de pormenor para caracteriza-ção do estilo de construção desde oséculo XVI até ao século XX, admite--se que este não terá sofrido altera-ções significativas, consistindo emcasas de pedra não trabalhada, ainda

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hoje comuns nas freguesias rurais ezonas antigas dos centros urbanos.Exceptuam-se algumas casas, cons-truídas com blocos de pedra talhada ereforçadas com cunhais e que podemser incluídas na classe B. Alteraçõesmais significativas no estilo de cons-trução tradicional datam do séc. XXe generalizaram-se após meados dadécada de 70 com introdução denovos materiais e técnicas, na remo-delação de habitações tradicionais, ouna construção de raiz de habitaçõese edifícios públicos. Contudo, estasalterações às técnicas de construçãonão têm qualquer influência no traba-lho realizado pois são posteriores aoscasos de estudo considerados. No quediz respeito à quantificação do núme-ro de habitações afectadas, a informa-ção compilada, salvo raras excepções,era qualitativa, não tendo permitidoque se efectuasse um tratamento esta-tístico.No que se refere aos eventos de natu-reza tectónica, procedeu-se à avalia-ção das intensidades para as váriaspovoações mencionadas nas descri-ções, após o que se efectuou o traçadode cartas de isossistas; exceptua-seo sismo de 26 de Julho de 1591 para o

qual a informação disponível é insu-ficiente (FIGURA 2). Posteriormentesobrepuseram-se as várias cartas deisossistas produzindo-se uma cartade intensidades máximas de sismostectónicos, considerando o períodohistórico.O impacte da sismicidade associadaaos fenómenos vulcânicos correspon-de ao somatório dos efeitos de inúme-ros abalos, assim como de episódiosde tremor vulcânico, facto que invia-biliza o traçado de cartas de isossistasespecíficas para um único evento.Assim, optou-se por realizar umacarta de intensidades locais máximasreferentes aos efeitos cumulativos daactividade sísmica ocorrida num deter-minado intervalo de tempo para cadaum dos casos estudados (FIGURA 3).Da integração destas cartas resultou acarta de intensidades locais máximashistóricas decorrentes da sismicidadeassociada a fenómenos vulcânicos.Integrando toda a informação ma-crossísmica obtida, independente-mente da sua natureza tectónica ouvulcânica, obteve-se para a ilha deS. Miguel a carta de intensidades má-ximas históricas global (FIGURA 4).

ANÁLISE

As cartas de isossistas traçadas paraos sismos de origem tectónica per-mitiram a localização epicentral dossismos e a verificação de que deter-

minadas áreas da ilha de S. Miguel secaracterizam por valores de intensi-dade sísmica anómalos, negativos oupositivos. As anomalias negativas, que

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se verificam nas caldeiras das SeteCidades e Furnas (e.g. 1852, 1932,1935 e 1952) foram também identi-ficadas por DIAS (1952) e MACHADO

(1966). Admite-se, à semelhança do

que defende MACHADO (1966), quetal facto possa dever-se à presençade câmaras magmáticas sob aquelesaparelhos vulcânicos. Efeitos seme-lhantes podem ocorrer relacionados

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FIGURA 2

Sismos de origem tectónica considerados como caso de estudo – breve descrição e cartas de isossistas;l – epicentros (SILVEIRA, 2002).

Data: 1522-10-22Intensidade máx.: XZona mais afectada: Vila Franca do CampoVítimas: Superior a 3000 (até cerca de 5000)Consequências: Grandes destruições.

Data: 1591-07-26Intensidade máx.: VIII-IXZona mais afectada: Vila Franca do CampoVítimas: «Muitos» mortosConsequências: Grandes destruições.

Data: 1852-04-16Intensidade máx.: VIIIZona mais afectada: Bretanha / Santo AntónioVítimas: 9 mortos, vários feridos gravesConsequências: Prejuízos consideráveis.

Data: 1932-08-05Intensidade máx.: VIIIZona mais afectada: PovoaçãoVítimas: Vários feridosConsequências: Grandes destruições.

Data: 1935-04-26Intensidade máx.: IXZona mais afectada: PovoaçãoVítimas: 1 mortoConsequências: Grandes destruições.

Data: 1952-06-26Intensidade máx.: VIIIZona mais afectada: Ribeira QuenteVítimas: 1 feridoConsequências: Grandes destruições.

Intensidade na escala EMS-98

92 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

FIGURA 3

Sismicidade associada aos fenómenos vulcânicos – breve descrição e cartas de intensidades locais relativasaos efeitos cumulativos da actividade sísmica ocorrida nos períodos considerados;

p – focos eruptivos (SILVEIRA, 2002).

Período: 22 Jun. a 4 Jul. 1563Fenómeno vulcânico Erupção subpliniana explosiva na caldeira do

Vulcão do Fogo, seguido de uma erupçãohavaiana no flanco NW (Pico Queimado)

Intensidade máx.: XVítimas: 1 morto, alguns feridosConsequências: Grandes destruições. Rotura superficial no

flanco NW do Vulcão do Fogo.

Período: 2 a 8 Set. 1630Fenómeno vulcânico Erupção traquítica explosiva (subpliniana) no

Vulcão das Furnas seguido de fase de efusivacom extrusão de um doma

Intensidade máx.: VIIIVítimas: *200 mortosConsequências: Grandes destruições. Maioria das vítimas

morreram em consequência de surges.

Período: 10 a 19 Out. 1652Fenómeno vulcânico Erupção no Pico do Paio na Região dos Picos

com extrusão de três domas traquíticosIntensidade máx.: VIIIVítimas: Não houve vítimasConsequências: Prejuízos consideráveis.

Período: 14 Nov. a 8 Dez Dez. 1713Fenómeno vulcânico Não se observaram fenómenos vulcânicos,

possível erupção submarinaIntensidade máx.: IX-XVítimas: Não foram reportadas vítimasConsequências: Destruição generalizada.

Período: 13 a 22 Jun. 1811Fenómeno vulcânico Erupção surtsiana ao largo da costa ocidental,

no flanco do Vulcão das Sete Cidades.Edificação da ilha Sabrina

Intensidade máx.: IXVítimas: Não houve vítimasConsequências: Grande destruição.

Período: 17 a 24 Jun. 1810Fenómeno vulcânico Não se observaram fenómenos vulcânicos,

possível erupção submarinaIntensidade máx.: VIIIVítimas: Não houve vítimasConsequências: prejuízos consideráveis. Rotura superficial na

zonas dos Mosteiros.

Intensidade na escala EMS-98 (efeitos cumulativos).

com o Vulcão do Fogo. Porém, a au-sência de povoações em zonas próxi-mas da sua caldeira e a escassez deinformação para algumas localidadessituadas nos seus flancos junto à linhade costa, não permitiram verificar aocorrência de tal fenómeno. Nas vilasda Ribeira Grande e Povoação (e.g.1522, 1932 e 1935) as anomaliasnegativas poderão relacionar-se comfenómenos de atenuação devidos aefeitos de sítio, podendo considerar--se, também, a possível contribuiçãoda existência de edifícios de vulne-rabilidade mais baixa (classe B).Observou-se, igualmente, que, regrageral, a zona correspondente ao Siste-ma Vulcânico da Região dos Picos(e.g. 1932), essencialmente constituí-do por sequências de escoadas lávicas,apresenta intensidades mais baixas.No que concerne às anomalias posi-tivas, considera-se que as verificadasnas localidades de Santo António,

Lomba do Cavaleiro e Salga (e.g.1932 e 1935) poderão dever-se a efei-tos de sítio de origem topográfica,enquanto que, nos casos da Lombade Santa Bárbara e da Lomba daFazenda, a origem das anomalias nãoé clara podendo estar relacionadacom aspectos geológicos locais.A análise macrossísmica destes even-tos permitiu reinterpretar a localiza-ção de alguns epicentros, nomeada-mente pelo padrão de distribuição dezonas de intensidades anómalas emzonas próximas dos vulcões das SeteCidades e Furnas (e.g. 1852, 1932 e1935).Da carta de intensidades locais máxi-mas históricas decorrentes da sismi-cidade associada a fenómenos vulcâ-nicos verifica-se que os locais ondese identificaram anomalias negativasde intensidades sísmicas para ossismos de origem tectónica, sofreramprejuízos elevados no decurso da acti-

Dina Silveira 93

FIGURA 4

Carta de intensidades máximas históricas integrando dados relativos aos sismos de natureza tectónicae aqueles associados a fenómenos vulcânicos (SILVEIRA, 2002).

vidade sísmica associada a erupçõesvulcânicas. Tal foi o caso registado nafreguesia das Sete Cidades aquandodas crises sísmicas de 1810 e 1811,nas Furnas em 1630 e na Ribeira Secae Ribeira Grande na sequência daserupções do Vulcão do Fogo e doPico Queimado em 1563.O estudo efectuado permitiu verificarque a distribuição dos prejuízos nãofoi homogénea numa área definidapor um determinado raio consideradoa partir dos focos eruptivos (e.g.1563). De igual modo, constatou-setambém que a distância a que se fize-ram sentir os efeitos da actividade

sísmica dependeu do estilo eruptivoem causa.Com a fusão dos resultados destes doisconjuntos de eventos produziu-se acarta de intensidades máximas histó-ricas global para a ilha de S. Miguel(FIGURA 4). Esta é fortemente condi-cionada pelas isossistas do sismo de22 de Outubro de 1522 que apresentauma área de intensidade máxima X,de orientação NW-SE, na zona cen-tral do Vulcão do Fogo. No extremoocidental da ilha, a zona de intensida-de IX deve a sua origem aos enxamessísmicos de 1713 e 1811, ocorridosao largo do Vulcão das Sete Cidades.

94 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

CONCLUSÕES

A carta de intensidades máximashistóricas constitui uma importanteferramenta para a avaliação do riscosísmico da ilha de S. Miguel, poden-do ser utilizada como um documentoorientador, não só no planeamentode acções de prevenção e mitigação,mais concretamente no âmbito dosPlanos de Emergência Municipais,mas também na gestão da ocupaçãodo solo, nomeadamente nos PlanosDirectores Municipais. Os casos deestudo analisados podem ser utili-zados como possíveis cenários paramodelação do impacte de eventosfuturos e para definição de medidasde emergência à semelhança do exer-

cício conduzido pelo Comando Ope-racional dos Açores e o Centro deVulcanologia e Avaliação de RiscosGeológicos em colaboração com oServiço Regional de Protecção Civil eBombeiros dos Açores em S. Miguelem 2005. A metodologia utilizada rela-tivamente à caracterização da sismi-cidade histórica da ilha de S. Miguelfoi já aplicada às ilhas do Grupo Cen-tral por SILVA (2005).As zonas agora identificadas comoapresentando intensidades anómalasdeverão ser eleitas para futuros traba-lhos de campo, no sentido de se inter-pretar o significado da anomalia, pelasimplicações que poderão ter na ava-

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liação do risco. Presentemente estãoem curso trabalhos na área da sismo-logia instrumental e da tectónica os

quais poderão vir a contribuir para aexplicação da origem das anomaliasencontradas.

Dina Silveira 95

AGRADECIMENTOS

Agradece-se a colaboração dos investigadores J. L. Gaspar, T. Ferreira eG. Queiroz (CVARG). Este estudo beneficiou de comparticipação finan-ceira dos projectos DISPLAZOR (Fundação para a Ciência e a Tecnologia),CARIGE (Secretaria Regional da Habitação e Equipamentos) e RETINA(União Europeia).

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Idem (1935a), Ponta Delgada, n.º 4331, 28 deAbril, O abalo de terra de ontem á tardefoi sentido violentamente em toda a ilha.Na Ribeira Quente e Lomba do Cavaleiroregistaram-se importantes prejuisos. Ummorto e varios feridos.

96 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

Idem (1935b), Ponta Delgada, n.º 4332, 30 deAbril, A catastrofe de Sabado: ouvindo ochefe do Distrito – os socorros imediatosa fornecer aos sinistrados.

Idem (1935c), Ponta Delgada, n.º 4332, 30 deAbril, Alguns quadros emocionantes datragédia.

Idem (1935d), Ponta Delgada, n.º 4332, 30 deAbril, O abalo de Domingo.

Idem (1935e), Ponta Delgada, n.º 4332, 30 deAbril, Um fenomeno no mar.

Idem (1935f), Ponta Delgada, n.º 4332, 30 deAbril, Ouvindo o Dr. Franciso Pacheco.

Idem (1935g), Ponta Delgada, n.º 4332, 30 deAbril, Nota sobre o abalo do dia 27.

Idem (1935h), Ponta Delgada, n.º 4332, 30 deAbril, A catastrofe de Sabado em outrospontos da ilha: novos pormenores.

Idem (1935i), Ponta Delgada, n.º 4334, 2 deMaio, A catastrofe de Sabado ultimo.

Idem (1935j), Ponta Delgada, n.º 4335, 3 deMaio, A catastrofe de Sabado ultimo.

Idem (1935k), Ponta Delgada, n.º 4336, 4 deMaio, Ainda o abalo de sabado.

Idem (1935l), Ponta Delgada, n.º 4340, 9 deMaio, O correio nas vilas e aldeias: PontaGarça.

Idem (1935m), Ponta Delgada, n.º 4347, 17 deMaio, O correio nas vilas e aldeias: Cape-las.

Idem (1935n), Ponta Delgada, n.º 4350, 21 deMaio, O correio nas vilas e aldeias: Mos-teiros.

Idem (1935o), Ponta Delgada, n.º 4355, 26 deMaio, O correio nas vilas e aldeias: Can-delaria.

Idem (1935p), Ponta Delgada, n.º 4363, 7 deJunho, Ordem do dia: a proposito do aba-lo de 27 de Abril findo.

Idem (1952a), Ponta Delgada, n.º 9395, 27 deJunho, Os repetidos abalos de terra deontem causaram grandes prejuizos espe-cialmente nos concelhos de Vila Franca ePovoação alarmando a população de todaa ilha.

Idem (1952b), Ponta Delgada, n.º 9396, 28 deJunho, Mais pormenores dos nossos corres-pondentes sobre o sismo de ante-ontem.

Idem (1952c), Ponta Delgada, n.º 9397, 29 deJunho, A actuação do Chefe do Distritonas horas más por que passa esta ilha.

Idem (1952d), Ponta Delgada, n.º 9399, 2 deJulho, Os efeitos dos últimos tremores deterra sentidos nesta ilha: os novos abalosde ontem.

Idem (1952e), Ponta Delgada, n.º 9404, 8 deJulho, Tremores de terra.

Idem (1952f), Ponta Delgada, n.º 9451, 2 deSetembro, Abalos de terra.

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Idem (1952h), Ponta Delgada, n.º 9473, 27 deSetembro, 1.000 contos para os sinistra-dos pobres dos abalos sísmicos de Junhoúltimo: o Governo, pelo Ministério doInterior, fez esta importante e valiosa con-cessão, comunicando a sua deliberação aoChefe do Distrito.

Idem (1952i), Ponta Delgada, n.º 9523, 26 deNovembro, Prevenindo … .

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Idem (1932e), Ponta Delgada, n.º 12043,10 de Agosto, Em Água Retorta: ninhosdesfeitos.

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Idem (1932q), Ponta Delgada, n.º 12075, 17de Setembro, Ao deambular do pensa-mento e das coisas: a linda freguesia doFaial da Terra – olhando as suas ruínas.

Idem (1932r), Ponta Delgada, n.º 12092, 8 deOutubro, Ainda o abalo sísmico do dia 5de Agosto.

Idem (1932s), Ponta Delgada, n.º 12100, 18 deOutubro, A catástrofe do dia 5 de Agosto.

Idem (1932t), Ponta Delgada, n.º 12115, 7 deNovembro, Os prejuízos do terramoto daPovoação.

Idem (1932u), Ponta Delgada, n.º 22128, 22 deNovembro, A catástrofe de 5 de Agosto.

Idem (1935a), Ponta Delgada, n.º 12833, 29 deAbril, Momentos de Angústia: um forteabalo de terra.

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Idem (1935h), Ponta Delgada, n.º 12845, 13de Maio, Os ultimos abalos sismicos emS. Miguel.

Idem (1952a), Ponta Delgada, n.º 22057, 27 deJunho, Durante a tarde de ontem foramsentidos na nossa ilha quatro abalos deterra dois dos quais com maior intensi-dade.

98 Boletim do Núcleo Cultural da Horta

Idem (1952b), Ponta Delgada, n.º 22059, 30de Junho, Os últimos abalos sísmicos:Ribeira Quente freguesia mártir merecea carinhosa solidariedade da populaçãomicaelense.

Idem (1952c), Ponta Delgada, n.º 22060, 1 deJulho, Os últimos abalos sísmicos: naRibeira Quente a vida tende a normalizar--se, em Ponta Garça há 147 habitaçõesdestruidas.

Idem (1952d), Ponta Delgada, n.º 22061, 2 deJulho, Em Vila Franca continuam a regis-tar-se ainda abalos de terra – Preces à Vir-gem de Fátima.

Idem (1952e), Ponta Delgada, n.º 22061, 2 deJulho, Na Ribeira Quente sentiram-seontem e hoje mais abalos sísmicos.

Idem (1952f), Ponta Delgada, n.º 22062, 3 deJulho, Na Ribeira Quente: novo abalosísmico na noite passada.

Idem (1952g), Ponta Delgada, n.º 22063, 4 deJulho, Campanha de solidariedade a favordos sinistrados da Ribeira Quente: o ClubeNaval de Ponta Delgada por intermédiodo «Diário dos Açores» dirige um vee-mente apelo a todas as almas generosas.

Idem (1952h), Ponta Delgada, n.º 22068, 10de Julho, Ponta Garça foi visitada pelossrs. Governador do Distrito e GovernadorMilitar dos Açores.

Idem (1952i), Ponta Delgada, n.º 22070, 12 deJulho, O reconhecimento do povo daRibeira Quente para com todos os seusbenfeitores.

Idem (1952j), Ponta Delgada, n.º 22071, 14 deJulho, A população da Ribeira Quenteduramente castigada pelos abalos sísmicose vivendo entregue a si mesma confia noPoder Central e na solidariedade dos seusconterrâneos para a reconstrução dos seuslares.

Idem (1952k), Ponta Delgada, n.º 22074,17 de Julho, Já passaram três semanas…

Idem (1952l), Ponta Delgada, n.º 22079, 23 deJulho, Fenais da Luz: abalos de terra.

Idem (1952m), Ponta Delgada, n.º 22079,23 de Julho, As freguesias de S. Miguelrespondem ao apelo a favor dos sinis-trados da Ribeira Quente: a subscriçãochegou hoje aos 40 contos, mas é precisomuito mais.

Idem (1952n), Ponta Delgada, n.º 22081, 25de Julho, A Lomba de Santa Bárbara con-tribui galhardamente para a subscrição afavor dos sinistrados da Ribeira Quente.

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Idem (1952p), Ponta Delgada, n.º 22085, 30de Julho, Governo do Distrito Autónomode Ponta Delgada: O Governador informaa população do seguinte – Sobre os abalossísmicos recentemente sentidos em S. Mi-guel, providências tomadas pelas autori-dades e assistência prestada aos sinis-trados.

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Dina Silveira 99

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