Índice de anexos -...
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ÍNDICE DE ANEXOS
(disponíveis no CD-ROM na contracapa)
Anexo I - Diários de campo
Anexo II - Guião da entrevista I
Anexo III - Protocolo da entrevista I
Anexo IV - Análise da entrevista I
Anexo V - Guião da entrevista II
Anexo VI - Protocolo da entrevista II
Anexo VII - Análise da entrevista II
Anexo VIII - Tabela descritiva de atividades de estágio
ANEXO I – Diários de campo
3 de outubro de 2016
Podemos encontrar o edifício onde funciona a Rede Valorizar numa das
principais artérias de Angra do Heroísmo, mais concretamente na Rua de São João
(nome atribuído devido ao santo padroeiro da cidade). Este mesmo edifício está
localizado entre uma ourivesaria e uma loja de uma conhecida marca de vestuário
feminino, em frente do lado da rua, encontra-se uma florista e uma loja de bijuteria
também de uma marca conhecida.
As placas colocadas na porta assim como cartazes plastificado que cobrem as
janelas – janelas estas que são duas e são da mesma altura da porta – de imediato nos
indicam que estamos perante a Rede Valorizar. Tanto a porta como as duas janelas são
inteiramente de vidro. Ao entrarmos, então, na Rede encontramos uma sala de
atendimento de público. Essa mesma sala tem três secretárias, sendo que duas estão lado
a lado (separadas por dois biombos de vidro) e a outra está em frente a estas duas. Da
perspetiva de quem entra, na primeira secretária encontramos (regra geral) a técnica
administrativa da Rede, na secretária do lado está a TORV e na secretária da frente
estou eu. Cada uma das secretárias está devidamente equipada com computador,
material de escritório (como furador, agrafador, canetas, marcadores, etc), diversos
dossiês com alguma documentação de formandos assim como alguns objetos pessoais
como telemóvel ou caneca (na hora do lanche). Em frente a cada uma das secretárias
podemos encontrar sempre duas cadeiras, de forma a facilitar o conforto dos utentes que
se dirigem à Rede para informações ou até inscrições. Debaixo de cada secretária
também podemos encontrar um caixote de lixo. Atrás das secretárias vemos placards
com alguns panfletos informativos da atividade da Rede.
À entrada também encontramos um pequeno espaço que contém duas cadeiras
destinadas aos utentes que esperam pelo seu atendimento. Este espaço também é
constituído por uma pequena mesa de apoio onde são fornecidos panfletos informativos
das atividades realizadas pela Rede e também por um bengaleiro onde os utentes
podem, se assim o desejarem, colocar alguns dos seus pertences como malas ou
casacos.
Na perspetiva da minha secretária, à minha esquerda está um armário com
dossiês relativos aos grupos de formação de ABC (que constituem a grande maioria da
atividade da Rede) devidamente organizados por ano (desde 2014 até ao presente). Do
meu lado direito encontra-se uma impressora que é utilizada regularmente para cópias,
impressões e digitalizações.
Adjacente à impressora vê-se uma porta. Esta porta dá origem a uma zona de
arquivo (três armários) repletos de dossiês também referentes a grupos de formação que
já se encontram encerrados à mais de dois anos. Nesta zona há também um armário que
está trancado (por segurança uma vez que esta zona de arquivo dá acesso a uma sala de
formação) e está repleto de material escolar necessário para o decorrer das formações
(papel, dossiês, canetas, lápis, borrachas, marcadores de quadro e cd's). Estes armários
estão encostados a uma parede uma vez que esta zona serve de corredor para uma sala
de formação (a única existente nas instalações da Rede). Esta sala é constituída por
alguns computadores (cerca de 15 – número máximo de formandos que pode ter um
grupo de formação), um quadro branco e um projetor. A sala também possui uma
secretária para o formador, que está sempre encostada a uma parede dando a ideia que
nunca (ou raramente) é utilizada. Ao fundo da sala temos uma porta que dá acesso a
uma casa de banho.
Voltando à sala de entrada, ao lado desta porta que dá acesso ao arquivo e à sala
dos formandos, encontramos uma outra porta em madeira. Esta porta dá acesso ao
primeiro andar através de uma escadaria. Interessante referir que regra geral, esta porta
encontra-se aberta. Neste primeiro andar pode-se encontrar, então, a sala dos
formadores. Nesta sala estão todos os formadores internos da Rede que no total são seis.
Nesta sala cada formador tem a sua secretária com o respetivo computador
(principalmente instrumento de trabalho – essencial para a leitura e correção de
portefólios de formandos) assim como com outros materiais de escritório. A sala dos
formadores está organizada em forma de U, sendo que ao meio está uma secretária que
quase sempre é preenchida com alimentos para lanches que todos levam e partilham.
Ao sairmos da sala dos formadores e olharmos para a direita encontramos outra
porta. Desta feita, uma porta de vidro que dá acesso a uma zona de cozinha. Esta
cozinha está equipada com um micro-ondas, algumas mesas (secretárias de escola
reutilizadas) com as respetivas cadeiras, frigorífico e também armários. A equipa da
Rede, regra geral os formadores, almoça todos os dias nesta cozinha, trazendo de casa a
refeição, sendo que por vezes guardam alguns alimentos no frigorífico ou alguns
objetivos (como canecas, copos ou talheres) nos armários desta cozinha.
É este o espaço destinado à Rede Valorizar em Angra do Heroísmo. Estas
instalações são provisórias, sendo que estão a ser realizadas obras para a Rede se
deslocar para um edifício com melhores condições, uma vez que a principal queixa por
parte da equipa é a falta de espaço para as formações. Perante esta situação, nas novas
instalações irão existir várias salas de formação de forma a evitar o aluguer de espaços
de formação fora das instalações, o que acresce de custos à Rede (situação que se
verifica atualmente).
Cheguei pelas 8:55h da manhã e tinha a minha espera uma secretária que incluía
um computador, um suporte de canetas (devidamente preenchido com canetas, lápis,
marcadores), algum material de escritório como post-its, agrafador, assim como um
organizador de papéis que continha três guias de apoio: RVCC escolar secundário,
RVCC profissional e o guia de acolhimento, diagnóstico e encaminhamento. Todos
estes guias são internos, realizados pela própria Rede Valorizar.
Na hora de abertura ao público (9:00h), já se encontravam dois utentes a
aguardar atendimento. Para atender este público, encontram-se duas pessoas. Uma
técnica superior que desempenha as funções de TORV (técnica de orientação,
reconhecimento e validação) e uma das formadoras internas da Rede Valorizar que
auxilia em tudo o que lhe é possível às funções da TORV. Esta formadora está nesta
função até dia 12, dia em regressa das férias, a assistente técnica que dá todo o apoio
logístico e administrativo à Rede Valorizar, fazendo também atendimento de público
sempre que necessário. Entretanto, no espaço de 15 minutos chegam mais três utentes
que aguardam atendimento.
A TORV (pessoa responsável por mim na Rede), ainda não conseguiu ter tempo
para conversar comigo e assim atribuir-me alguma tarefa. Assim sendo, vou observando
e ouvindo o atendimento que está a ser feito aos utentes. Por volta das 9:35h, quando
finalmente não há nenhum utente na Rede, a TORV dá-me oficialmente as boas-vindas
a este projeto indicando que a tarefa até ao fim da manhã seria ler atentamente,
assinalando possíveis questões, os guias que se encontravam na minha secretária.
Por volta das 10:00 da manhã, a TORV faz uma pausa para café. Esta pausa
termina mais cedo que o previsto uma vez que recebe uma chamada de uma das
formadoras, solicitando que lhe envie uma determinada documentação. Entretanto,
enquanto envia à formadora o solicitado, entra um utente na Rede. Enquanto este
atendimento é feito, chegam mais três utentes que aguardam pacientemente a sua vez.
Rapidamente chega à hora de almoço (12:00h). Por volta das 13:30h, regresso. A
esta hora, a TORV indica-me que durante a tarde vai-se realizar nas instalações da Rede
Valorizar uma sessão de certificação de um grupo de formandos relativo a um processo
de RVCC de nível Secundário. Estes formandos estão inseridos no protocolo realizado
entre a Direção Regional de Emprego e Qualificação Profissional e o Exército, mais
concretamente o RG1 (Regimento de Guarnição nº1). Os formandos chegam todos à
mesma hora, cerca de 10 minutos antes da hora marcada para início de sessão. O
ambiente é bastante descontraído, demonstrando uma relação próxima entre a TORV e
os formandos assim como entre os formadores e os formandos. Estes mostram-se um
pouco nervosos, receando não receber a certificação. No entanto, tanto a TORV como
os formadores rapidamente tranquilizam o grupo, referindo que os seus Portefólios
Reflexivos de Aprendizagem estão bastante ricos e prontos para uma boa certificação. A
TORV distribuiu entretanto aos formandos uns questionários de satisfação, indicando
que estes são referentes a todo o processo de RVCC desde o encaminhamento até ao dia
de hoje. Após o preenchimento destes questionários, os formadores distribuem ainda os
mapas indicativos das competências que cada um validou, indicando que este
documento é só informativo e não podem ficar com o mesmo. Após estes
procedimentos, dá-se então inicio à sessão de certificação. Antes da sessão, a TORV
conversa comigo durante uns minutos explicando que os principais problemas que a
Rede Valorizar enfrenta é a falta de recursos humanos assim como a fraca organização
de documentação, em particular a relativa aos anos de 2015 e anteriores (uma vez que
desde o inicio de 2016 possuem um sistema informático onde toda a documentação é
trabalhada). A TORV aponta que esta falta de organização documental prende-se com o
facto de também possuírem um grande volume de tarefas aliado aos poucos recursos
humanos. Assim sendo, atribuiu-me a tarefa de organizar em dossiês devidamente
identificados, as fichas de inscrição dos utentes, tornando assim facilitada a procura de
formandos aquando da formação das diversas turmas.
É-me indicado que devo dividir em três dossiês: B2 (utentes que pretendem uma
certificação relativa ao 2ºciclo), B3 (utentes que pretendem uma certificação de 3ºciclo)
e Secundário (utentes que pretendem obter certificação de nível secundário). Dentro de
cada dossiê e com o auxílio de separadores de arquivo, organizo em desempregados e
empregados, colocando sempre por data (da mais antiga à mais recente). Quando forem
realizadas as turmas, estes dossiês serão consultados e os utentes serão contactados
tendo em conta a sua data de inscrição e a sua situação profissional, tendo em
consideração que inscrições mais antigas e desempregados têm prioridade. Até ao fim
do dia (16h) vou realizando esta tarefa, que me deixou bastante satisfeita uma vez que
mobilizo as minhas capacidades para tentar colmatar uma falha da Rede Valorizar (a
pouca organização) ao mesmo tempo que vou conhecendo o processo de inscrição dos
utentes.
É importante, ainda, referir que ao longo do dia fui apresentada a todos os
funcionários da Rede Valorizar que estavam presentes nas instalações da mesma. Fui
recebida por todos com boa disposição e simpatia.
4 de outubro de 2016
Hoje dei início ao dia por volta das 9:30h. Ao chegar ao estágio, retomei o
trabalho de ontem, o de organização dos dossiês com as fichas de inscrição dos utentes.
Ao ter contactado com estas fichas de inscrição, observo que estas incluem dados como
o nome completo, data de nascimento, número do cartão do cidadão, número de
identificação fiscal, habilitações literárias, morada e situação profissional. Anexos à
inscrição estão agrafados o certificado de habilitações literárias assim como a fotocópia
do cartão do cidadão. Estas fichas são também datadas e servem como guia à formação
de turmas. A manhã foi bastante semelhante à de ontem, a TORV por volta das 11:00 da
manhã e após ter feito atendimento a três utentes, refere que agora tem que retribuir as
39 chamadas não atendidas que tem no seu telefone da Rede. O resto da manhã é
marcado por essas pequenas chamadas, sendo que cada uma tem a duração máxima de
10 minutos. Sempre que entra algum utente na Rede, a TORV apressa-se para terminar
a chamada dando assim prioridade ao atendimento pessoal. Importa também referir que
neste dia, não houve tempo para a pausa para café a meio da manhã, sendo que a TORV
não conseguiu sair da sua secretária de trabalho até à hora de almoço.
Durante o dia dou continuidade à minha tarefa. Na Rede Valorizar existem duas
metodologias para obter equivalências escolares. Os cursos ABC (Aquisição Básica de
Competências) e o processo de RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de
Competências). Os cursos ABC são de 300 horas, sendo lecionados de segunda a
quinta-feira durante quatro horas diárias. Estes cursos são caraterizados por sessões de
formação com um ou mais formadores, considerando que são realizadas fichas de
avaliação formativa e testes. No caso do RVCC, trata-se de um processo de cerca de
100 horas de formação inicial sendo que no caso dos desempregados procura-se fazer
um acompanhamento quatro vezes por semana, enquanto no caso dos empregados o
acompanhamento por parte dos formadores é feito duas vezes por semana regra geral
das 18:00h às 21:00h. Pelo que me foi explicado, durante o processo de RVCC não
iremos encontrar sessões de formação do mesmo modo que se realizam nos cursos
ABC. O processo de RVCC é caraterizado por um acompanhamento mais informal,
sendo que os formadores têm aqui a função de auxiliar os formandos na escrita do
documento final que lhes irá dar a certificação, o Portefólio Reflexivo de Aprendizagens
(PRA). Qualquer um dos processos tem como função certificar pessoas desde o 1.º ciclo
ao secundário, sendo que é-me explicado que, regra geral, pessoas mais novas e com
pouca experiência profissional são encaminhadas para cursos ABC uma vez que não
possuem experiências de vida (pessoal, profissional e social) que possam eventualmente
ser descritas e validadas num PRA.
Fica-me, assim, a dúvida de como é feita a seleção dos utentes para integrar quer
um processo quer o outro. No entanto, acredito que no decorrer do meu trabalho da
Rede irei com certeza obter resposta a esta questão assim como aprofundar o meu
conhecimento sobre as diferenças entre estes dois processos.
6 de outubro de 2016
O dia de hoje começou com a notícia de que no próximo dia 17 de outubro
(segunda-feira) a Rede Valorizar irá receber uma auditoria externa. Esta notícia foi
recebida de forma natural e tranquila, apenas com a preocupação de organizar todos
dossiês existentes de modo a facilitar assim o processo da auditoria. Ao ver que o
volume de dossiês a organizar é bastante grande, prontamente voluntario-me para vir na
sexta-feira anterior à auditoria (dia 14 de outubro) para ajudar na organização dos
mesmos. Rapidamente, a TORV aceita a minha proposta e contrapõe referindo que na
semana seguinte apenas venho à Rede na segunda e na terça-feira (dias 17 e 18 de
outubro).
Hoje terminei, então, o trabalho de organização das fichas de inscrição dos
utentes. A meio da manhã, esteve na Rede um técnico a instalar a nova impressora (que
está do meu lado direito) e assim sendo estivemos todos a aprender como se fotocopia,
digitaliza e imprime. A manhã foi igualmente movimentada como tem sido hábito.
Desde diversos utentes para atendimento a chamadas vindas tanto da Agência de
Emprego como do coordenador da Rede Valorizar (que se encontra fisicamente na ilha
de São Miguel). Tal como ontem todas estas chamadas têm uma duração máxima de 10
minutos, sendo que são todas dirigidas para a TORV. Observo também que muitos dos
utentes que se dirigem à Rede Valorizar já vêm com a referência para falar com a
TORV, trazendo muitas vezes pequenos papéis com o nome da mesma. Hoje, a TORV
consegue fazer a habitual pausa para café, por volta das 10:30h com a duração de cerca
de 15 minutos. A manhã termina por volta das 12:00h.
Ao início da tarde, a TORV indica-me que hoje é dia de fazer os mapas de
pagamentos mensais para os formandos que estão de momento a frequentar cursos ABC
e que irei ajudá-la nessa tarefa. Pelas 14:45h damos, então, início a esta tarefa que viria
a terminar pelas 16h.
Para começar é-me explicado que, tal como eu pensava, toda a Rede Valorizar é
financiada pelo Fundo Social Europeu a cada 3 anos. O projeto tem obtido resultados
bastante bons e demonstra que ainda tem muito público onde atuar pelo que a TORV
refere que têm objetivos de que este financiamento não termine em breve (relembrando
que a Rede já existe desde 2009). Assim sendo, a TORV explica-me que todos os
alunos a frequentar cursos ABC recebem todo o material escolar necessário sem ter
qualquer encargo monetário. Os formandos em situação de desemprego recebem
também o subsídio de refeição (cerca de 4,27€ por dia) sendo que apenas é considerado
válido após a presença de pelo menos 3 horas diárias de formação. Este valor acresce a
qualquer outro rendimento que possam receber (como o rendimento social de inserção).
Os formandos desempregados são também reembolsados pela deslocação em
transportes públicos. Para este reembolso é necessário o formando apresentar no final
do mês a fatura do passe do autocarro (devidamente identificada com nome e NIF)
referente a esse mesmo mês. Assim sendo, a TORV consulta os mapas de assiduidade
(que lhe foram enviados pelos formadores) do mês em questão (neste caso setembro) e
introduz numa folha Excel as horas de formação a que cada um dos formandos
compareceu. Assim, automaticamente é feito o cálculo e de imediato aparece o valor de
subsídio de refeição que cada um dos formandos recebe pelas suas presenças no curso.
No que respeita aos cálculos relativos ao reembolso dos transportes, a situação é um
pouco mais trabalhosa embora simples. Num dossiê em papel relativo a cada turma, a
TORV tem organizado dentro de uma mica todos as faturas que os formandos entregam.
Neste caso, consultamos a mica que indicava “Pagamentos de transportes de setembro”
e aqui importa verificar diversos pontos: data da fatura; nome do formando e respetivo
NIF, assim como se de facto o formando compareceu às sessões de formação durante
aquele mês. Após esta verificação é, então inserido na mesma folha de Excel o valor
que cada um dos formandos dispensou em transportes naquele mês, sendo que por fim é
feito todo o somatório (subsidio de refeição + reembolso dos transportes) e aparece o
valor total que cada formando deverá receber relativamente ao mês de Setembro. Estas
tabelas de valores, depois de concluídas, são enviadas para o coordenador da Rede que
por sua vez faz chegar ao Fundo Regional de Emprego (responsável pela gestão do
financiamento vindo do Fundo Social Europeu). Repetimos este processo quatro vezes
(quatro turmas).
Neste contexto a TORV indica-me alguns aspetos que devemos ter em atenção
ao fazer este trabalho. São eles: o facto de muitos dos formandos constantemente
faltarem à última hora de formação, apenas estando presente em três, o que nos indica
que possivelmente só estarão interessados em receber o valor do subsídio de refeição
(nestes casos, a TORV comunica – via e-mail – com os formadores para que estes falem
com os formandos); é importante também ter em atenção que para os reembolsos dos
transportes públicos não são válidos bilhetes comprados no transporte, ou seja, de forma
a serem reembolsados os formandos têm que comprovar que de facto foram os próprios
que utilizaram aquele serviço. Para este efeito, os formandos podem adquirir o passe
mensal (recomendado) ou comprar um pacote de bilhetes pré-comprados (neste caso os
formandos têm de entregar também o canhoto dos bilhetes utilizados) sendo que em
qualquer um dos casos devem apresentar à Rede a fatura devidamente identificada com
o nome e NIF; para terminar, é ainda reforçada a importância do trabalho articulado
entre formadores e TORV, uma vez que para realizar esta tarefa a TORV depende dos
mapas de assiduidade dos formandos feitos e enviados pelos formadores. A TORV
refere ainda a importância de realizar esta tarefa de forma atenta e minuciosa, uma vez
que se trata de valores por vezes altos para um público que tem, à partida, bastantes
dificuldades financeiras.
Por fim e de forma descontraída a TORV indica-me que num futuro próximo já
poderei realizar esta tarefa sozinha. Esta recomendação agradou-me bastante pois achei
a tarefa de elevada importância, levando-me a pensar na confiança que a TORV
deposita em mim.
Importa-me também referir que o ambiente de trabalho foi bastante descontraído
apesar de estarmos a lidar com números e de facto ser uma tarefa minuciosa. Por volta
das 16:00h a TORV convida-me para tomar café a fim de descontrairmos, aceitei o
convite dando por terminado o dia de trabalho.
10 de outubro de 2016
Hoje, segunda-feira, a minha tarefa foi colaborar no processamento de uma
metodologia nova que foi implementada internamente na Rede Valorizar (por ordem do
coordenador) no fim do mês de setembro. A Rede Valorizar deliberou que seria
necessário efetuar contratos de formação para cada um dos formandos a frequentar os
cursos ABC da Rede. Neste caso, como este método só teve como data de início o
último dia do mês de setembro e atendendo ao facto de o início do mês de outubro ter
sido particularmente atribulado, estes contratados só hoje foram redigidos. Os contratos
que fiz hoje são referentes aos formandos que neste momento se encontram em cursos
ABC (6 grupos) e que irão terminar as 300 horas de formação no final do próximo mês
de novembro. Assim sendo, a partir desta data a cada grupo novo de ABC que se iniciar
irão ser de imediato redigidos contratos que contam com a assinatura de cada um dos
formandos.
Cada um destes contratos possui a identificação de cada formando (nome
completo e número de identificação civil) assim como as datas de fim e início do curso
que frequentam.
Tal como tem sido habitual, a TORV vai tomar o café a meio da manhã.
Após a finalização desta tarefa (no final do dia de trabalho), imprimi todos os
contratos e organizei-os por grupo colocando-os numa mica com o intuito de facilitar a
entrega dos contratos aos formandos por parte dos formadores.
Ao longo deste dia consegui observar que a TORV recebe frequentemente (três a
quatro vezes por semana) chamadas ou e-mails dos formadores externos da Rede
reportando algumas situações a ter em atenção sobre determinado formando. Perante
esta situação, a TORV toma uma nota para mais tarde não se esquecer de fazer um
telefonema para esse mesmo formando a fim de averiguar as razões do acontecimento.
Na eventualidade de se tratar de caso de um formando que tenha atingido o número de
faltas máximo, a TORV trata da situação de forma mais cuidada explicando que é
necessário falar com a pessoa em questão e tentar perceber o motivo das faltas. Quando
o motivo prende-se com razões de saúde, mesmo não tendo justificação médica, a
TORV decide que deve então dar-se uma segunda oportunidade a este formando
colocando a condição de que não poderá voltar a faltar sem justificação. No caso dos
formandos que faltam deliberadamente sem quaisquer justificações verbais ou escritas,
estes são excluídos de imediato desse grupo.
Importa-me referir que tenho sido muito bem recebida. Realizo com plena
satisfação as tarefas que me são atribuídas, sendo que a cada dia que passa começo a
compreender cada vez melhor alguns aspetos de funcionamento e logística da Rede. A
minha relação com todos os formadores e funcionários é de bastante descontração,
sendo que estes sempre que passam pela minha secretária cumprimentam-me e muitas
vezes ficam uns minutos à conversa comigo de forma informal e bastante simpática.
11 de outubro de 2016
Com a aproximação da data da auditoria (próxima segunda-feira) todas as tarefas
para o resto da semana têm um único objetivo: verificar que está tudo organizado para
que a auditoria da APCER corra bem e não se encontre nenhuma não conformidade.
Neste caso, a Rede Valorizar possui dossiês físicos assim como um servidor
online, apelidado de SIRV. Os dossiês físicos, no caso dos cursos ABC, contêm tudo o
que podemos encontrar num dossiê pedagógico – sumários (organizados por micas
referente a cada mês de curso) com as respetivas assinaturas dos formadores e dos
formandos, fichas de diagnóstico inicial e respetivos resultados (organizadas por ordem
alfabética), fichas de inscrições dos formandos (organizadas por ordem alfabética, com
a respetiva documentação em anexo), faturas de pagamentos de transportes dos
formandos (devidamente organizadas em micas referente a cada mês de formação, de
modo a facilitar mensalmente o processo de reembolso de mobilidade a cada um dos
formandos), grelhas de validação (onde é possível verificar que competências foram ou
não validadas por cada formando, assinadas pelos formadores e coordenador da Rede) e
atas de validação e certificação (no caso dos grupos que já tenham terminado todo o
processo, devidamente assinadas pelos formandos, formadores, TORV e coordenador
da Rede, organizadas também por ordem alfabética).
Este dossiê pode também conter algumas fichas de trabalho realizadas ao longo
do curso, assim como relatórios dos formadores reportando alguma situação inesperada
em relação ao decurso da formação, nomeadamente comportamento de determinados
formandos. É importante referir que alguns formadores redigem, de facto, um pequeno
relatório de forma mais formal. No entanto, na maioria dos casos, os formadores apenas
reportam a situação de forma informal via e-mail. Em ambas as situações estes
relatórios são sempre entregues à TORV, que no caso do e-mail, trata de o imprimir
colocando então no respetivo dossiê.
Durante o dia, alguns formadores internos foram entrando e saindo das
instalações da Rede. Consegui observar que, dos 5 formadores presentes neste dia,
apenas dois se voluntariaram para ajudar nas tarefas ao verificar que o volume de
trabalho era de facto bastante. Apesar de conseguir perceber que as relações entre
TORV e formadores são bastantes boas, conclui também que alguns dos formadores
internos apenas realizam as funções para a qual estão destinados, incluindo casos como
o de hoje onde o trabalho de equipa e a união organizacional foi um fator determinante.
13 de outubro de 2016
Ao longo desta semana, as tarefas têm sido bastante rotineiras, sendo que cada
dia acaba por ser bastante semelhante ao anterior. No entanto, apesar disto, o ambiente
de trabalho é caraterizado por vários momentos de descontração entre risos e algumas
brincadeiras, o dia de trabalho chega ao fim sem que se dê por isso.
No dia de hoje, a principal dificuldade foi com o SIRV (sistema informático da
Rede Valorizar). Apesar do SIRV ser um programa bastante intuitivo de trabalhar,
sendo que facilmente concluímos o que procuramos, verifiquei que o sistema na
realidade ainda tem vários aspetos para aperfeiçoamento. Por exemplo, por diversas
vezes ao procurar por um determinado utente, este no sistema não aparecia associado ao
grupo ao qual pertencia. Muitas vezes também não era possível finalizar o processo de
validação de competências, uma vez que o sistema não reconhece a validação parcial
(em que podem existir mais competências não validadas do que validadas).
Nestes casos, as situações foram reportadas ao coordenador da Rede, que neste
dia em particular se encontrava de visita ao nosso polo, em Angra. As indicações dadas
pelo coordenador foram que se fizessem printscreen’s de modo a poder comunicar a
situação aos técnicos responsáveis pela manutenção do SIRV.
Para este dia, importa referir a importância da técnica administrativa da Rede.
Enquanto eu, a TORV e uma das formadoras realizávamos (sempre que necessário com
a ajuda do coordenador) estas tarefas na sala de formação – de modo a evitar a
interrupções e distrações – a TORV delegou à técnica administrativa as suas funções
durante o dia de hoje e amanhã. Assim sendo, a técnica administrativa ficou sozinha no
atendimento do público assim como de telefonemas e sempre que necessário pedia
auxílio à TORV para alguma questão em esta fosse solicitada em particular.
Importa referir que a relação entre a técnica e a TORV é bastante descontraída.
A técnica administrativa é, carinhosamente, apelidada de mãe pela TORV uma vez que
esta trata-se da pessoa com mais experiência de vida, sendo que está sempre muito
preocupada com o nosso bem estar. Foi também uma das pessoas que, a par da TORV e
outra formadora, melhor me recebeu na Rede, tendo criado logo uma grande empatia
comigo referindo que ali ela era também a minha mãe.
14 de outubro de 2016
O último dia da semana foi marcado pela finalização das tarefas que têm vindo a ser
realizadas desde segunda-feira.
O dia começa com uma pequena conversa entre mim e a TORV sendo que esta
agradece-me por hoje estar presente na Rede, relembrando mais uma vez que na
próxima semana só venho na segunda e na terça-feira.
Ao início da tarde, verifiquei que deslocaram-se à Rede duas das formadoras
externas. O motivo da deslocação foi a entrega de alguns documentos dos formandos
(justificações de faltas e faturas de despesas com transportes) assim como a necessidade
de material pedagógico para as sessões de formação. Como tal, tanto uma como a outra
estiveram na Rede cerca de uma hora a imprimir e fotocopiar fichas de trabalho.
Aproveitaram, também, a deslocação para reportar algumas situações de alguns
formandos à TORV. Perante a falta de tempo, a TORV apontou num papel tudo o que
foi dito, indicando que segunda-feira após a auditoria iria proceder à resolução dessas
situações.
Importa referir que uma das formadoras está neste momento a formar dois grupos
num curso de ABC de nível 1 (ou seja, obtenção do 1.º ciclo) e a outra está com quatro
grupos, também num curso de ABC mas, neste caso, de nível 2 (obtenção do 2.º ciclo).
Durante toda esta semana, pude observar que as pausas a meio da manhã para o
tradicional café não existiram. Pude concluir que isto deveu-se ao grande volume de
trabalho que surgiu para a preparação da auditoria da APCER, a fim de renovar a norma
ISO 9001.
Assim sendo, importa-me neste momento refletir um pouco sobre a importância
desta certificação. O que permite um sistema de gestão de qualidade, certificado pela
APCER?
“Melhorar o desempenho da Organização;
Melhorar a capacidade de fornecer, de forma consistente, produtos e serviços
que satisfaçam tanto os requisitos dos clientes como as exigências estatutárias e
regulamentares aplicáveis;
Orientar o foco da Organização no aumento da satisfação do cliente;
Fidelizar e captar novos clientes;
Tratar os riscos e oportunidades;
O acesso a novos mercados;
Uma confiança acrescida nos processos de conceção, planeamento, produção
do produto e/ou fornecimento do serviço;
Maior notoriedade e melhoria de imagem perante o mercado e sociedade em
geral.” (retirado de http://www.apcergroup.com/portugal/en/certificacao/40/iso-
9001)
Assim sendo, a renovação desta norma, garante não só a satisfação e fidelização dos
utentes (neste caso) mas também a promoção e desenvolvimento da competitividade
organizacional.
Bibliografia:
http://www.apcergroup.com/portugal/en/certificacao/40/iso-9001 (consultado a 14 de
outubro de 2016).
17 de outubro de 2016
Hoje o dia começou com algum clima de nervosismo devido à presença do
auditor da APCER. A auditoria estava marcada para as 11:00h da manhã, mas devido a
um atraso da transportadora área açoriana SATA (uma vez que o auditor deslocava-se
da ilha de São Miguel, onde tinha estado a realizar a mesma tarefa nas instalações da
Rede Valorizar de Ponta Delgada), a mesma só teve início por volta das 12:15h tendo
terminado pelas 13:30h.
Ao início da tarde e após a saída do auditor, o clima era de descontração.
Embora a equipa da Rede estivesse segura de que não haveriam motivos para que o
auditor observasse uma não conformidade, o ambiente que se sente após a auditoria é de
puro alívio. O coordenador da Rede (que já se encontra de volta a São Miguel)
telefonou para a Rede, sendo que quem atendeu a chamada foi a TORV. Esta chamada
tinha como objetivo saber um feedback das palavras do auditor e assim a TORV tratou
de explicar minuciosamente ao coordenador como se tinha realizado a auditoria e o que
tinha sido concluído. O coordenador congratulou o trabalho de toda a equipa da Rede,
fazendo votos de um futuro igualmente bem sucedido.
Pouco depois deste telefonema, entra nas instalações da Rede uma antiga
formanda que fez um processo de RVCC para a obtenção do 3.º ciclo, tendo realização
a sua sessão de certificação no passado mês de setembro. Esta formanda deslocou-se à
Rede, pois recebeu um telefonema da nossa técnica administrativa para vir receber o seu
diploma. Nesta deslocação, ofereceu-nos uma travessa com doces tradicionais da ilha
referindo que era apenas uma forma de agradecer tudo o que a equipa tinha feito durante
todo o processo da mesma. Agradeceu diversas vezes todo o apoio da TORV,
demonstrando um grande carinho por esta que se revelou reciproco. A formanda, ao
despedir-se abraçou a TORV assim como a técnica administrativa, uma das formadoras
e também a mim, revelando que tinha bastante vontade para realizar agora o processo
novamente para obter o ensino secundário (ver imagens).
No final da tarde, outro dos antigos formandos, que fez a sua sessão de
certificação na passada sexta-feira através do protocolo realizado com o RG1, deslocou-
se à Rede para também oferecer brigadeiros como forma de agradecimento pelo
trabalho e dedicação de todos os profissionais da Rede. O modo cuidado e com
excelente apresentação como preparou a oferta revelaram um verdadeiro empenho (ver
imagens).
Deste modo, este dia foi bastante descontraído, marcado não só pelo resultado
positivo da auditoria, mas também pelo reconhecimento do trabalho feito e satisfação
dos utentes que passam pela Rede.
18 de outubro de 2016
O dia de hoje começou com uma conversa informal entre mim e uma das
formadoras que teve como tema a elevada percentagem de abstenção (59,2%) verificada
nas eleições legislativas regionais realizadas no passado domingo, dia 16. Ao
discutirmos alguns aspetos respeitantes à alfabetização de adultos na região, fiquei a
saber que esta formadora (uma das pessoas mais simpáticas, atenciosas e acessíveis da
Rede) também está neste momento a frequentar o 2.º ano de curso de Mestrado, neste
caso o Mestrado em Ciências da Educação área de especialidade de Sociologia da
Educação e Políticas Educação do Instituto de Educação da Universidade do Minho. De
imediato, iniciamos uma troca de impressões nomeadamente em relação a artigos,
textos e livros lidos. Sabendo que o Instituto de Educação da Universidade do Minho e
o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa têm uma estreita ligação, questionei-
lhe quem era o docente que lhe orientava o trabalho de dissertação à qual me respondeu
que se trata da Professora Doutora Leonor Lima Torres, ao qual respondi que já tinha
lido diversos artigos da mesma. Por outro lado, a colega questionou-me se tinha alguma
bibliografia do Professor Rui Canário que lhe pudesse enviar, uma vez que as suas
abordagens à alfabetização de adultos e à educação popular são bastantes importantes
para o estudo que realiza. Assim ficou combinado, que irei emprestar-lhe o livro
“Educação de Adultos: um campo e uma problemática” de Rui Canário.
A manhã ficou marcada por um entra e sai constante de utentes na Rede. Houve
dois casos em particular que me chamaram a atenção. Um deles foi uma jovem de cerca
de 29/30 anos que é parcialmente surda, que se fazia acompanhar pela mãe e por uma
tia. De logo, a mãe da jovem expôs que esta tem uma condição de saúde particular, mas
que tal não impedia a aprendizagem uma vez que a jovem possui um aparelho auditivo
o que faz com que esta perceba quase todos os sons. A TORV questionou se, se tratava
de um caso de surdez mudez (uma vez que a jovem não tinha falado até ao momento)
pois se assim fosse tinha capacidades de comunicar com a mesma em linguagem gestual
uma vez que tem casos de surdos mudos na família, no entanto a jovem não é muda,
mas tem algumas dificuldades de fala. A mãe da jovem informou, ainda, que a sua filha
desistiu do ensino regular antes de completar o 3.º ciclo porque sofria bullying por parte
dos colegas devido à sua condição tendo acabado por ficar com uma depressão o que a
levou a abandonar o sistema de ensino. A TORV de imediato tranquilizou tanto a jovem
como a sua mãe, referindo que quando integrasse um grupo de formação da Rede não
iria sentir quaisquer problemas em relação ao seu problema de saúde.
Mais tarde, chegou à Rede uma senhora que foi de imediato reconhecida como
sendo tia de uma das formandas que atualmente frequenta um curso de ABC nível 1 (1.º
ciclo). O caso da sobrinha desta senhora é bastante particular. Trata-se de uma jovem de
27 anos, que viveu desde criança nos Estados Unidos da América onde teve alguns
problemas chegando nomeadamente a estar presa, acabando por ser repatriada para a
sua terra natal. Chegou à ilha terceira, sem qualquer noção da língua portuguesa e por
esta razão foi integrada num grupo de nível básico da Rede, apesar de nos Estados
Unidos ter completado o 12.º ano. A tia compreende o facto de a língua ser um entrave,
no entanto acredita que a sobrinha tem capacidades para alcançar algo maior, a TORV
concorda referindo que a formadora que está encarregue desse grupo já lhe chamou à
atenção desse facto diversas vezes.
Entretanto não consegui assistir ao resto do atendimento, uma vez que tive que
sair dando assim por terminada a semana de trabalho.
24 de outubro de 2016
A manhã desta segunda-feira ficou marcada por problemas técnicos com o novo
computador que me atribuído. Em primeiro lugar, foi necessário reportar aos técnicos de
informática a situação e em seguida revolver a situação consoante as instruções dadas
pelos mesmos. Esta situação prolongou-se durante a manhã praticamente toda, sendo
que ao longo deste período e na impossibilidade de realizar as tarefas que me estavam
destinadas, decidi auxiliar a restante equipa ao tirar fotocópias, fazer digitalizações ou
atender telefonemas.
Ao início da tarde, os problemas informáticos estavam totalmente solucionados e
desta feita comecei então a iniciar as tarefas que me estavam destinadas para este dia.
Fui ao armário onde estão os dossiês de todas as turmas de ABC e peguei em
dois dossiês referentes às cinco turmas de ABC nível 3 que estão de momento a
decorrer e irão terminar no próximo mês de novembro. Em cada um dos grupos vi e revi
atentamente os sumários que haviam sido entregues pelos formadores no final de cada
mês de formação (que teve inicio a 4 de julho do corrente ano) com o objetivo de
verificar quais os formandos que efetivamente irão terminar o curso e filtrar os que
foram excluídos por desistência ou por terem atingido o limite de faltas.
Esta tarefa tinha como finalidade transcrever as inscrições de cada formando
existentes em papel na respetiva pasta para o SIRV (sistema informação da Rede
Valorizar) assim como digitalizar e anexar no mesmo sistema a respetiva documentação
de cada um (fotocópia do cartão de cidadão, comprovativo de NIB, certificação de
habilitações e ficha de inscrição devidamente assinada pelo formando), de forma a
facilitar a tarefa dos formadores aquando da validação de competências que irá
acontecer dentro de poucas semanas.
O restante dia decorreu com normalidade ao efetuar esta tarefa, dando o dia por
terminado sem que eu me apercebesse.
25 de outubro de 2016
Hoje deslocaram-se à Rede dois utentes, que haviam concluindo à pouco tempo
o 3.º ciclo através de um processo de RVCC através do protocolo entre o RG1 e a
Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional. Estes dois utentes queriam
perceber as razões pelas quais não haviam sido chamados a realizar os testes de
diagnóstico para integrar o novo grupo de RVCC secundário no Regimento.
Assim sendo, a TORV esteve cuidadosamente a expor-lhe as razões pelas quais
não haviam sido selecionados, entre as quais as dificuldades dos mesmos durante o
processo equivalente ao 3.º ciclo. No entanto, a TORV considerou a vontade dos
mesmos em realizar o processo equivalente ao secundário por motivos profissionais,
uma vez que tanto um como o outro estão neste momento a terminar o seu contrato de
sete anos no exército.
A conversa, que teve a duração de cerca de 40 minutos, terminou com o
concordo de que ambos iriam então realizar o teste de diagnóstico para integrar o grupo
de secundário, apenas para ficarem de “consciência tranquila” daquilo que são as suas
capacidades e também para a TORV confirmar ou não as suas expectativas em relação
aos mesmos.
Após a saída destes dois utentes, a TORV envia um e-mail para o RG1 com as
identificações de todo o grupo que irá realizar os testes.
Para o resto do dia coube-me a tarefa de regularizar as inscrições de utentes que
estão arquivadas em papel, transpondo as mesmas para o SIRV. Ficou acordado entre
mim e a TORV que iria fazendo esta tarefa aos poucos sempre que tivesse tempos em
que não terminasse uma tarefa e a TORV não estivesse na Rede para me atribuir novas
tarefas.
Importa também, referir que tal como tem sido habitual, hoje a TORV a meio da
tarde fez uma pausa para café da qual também a acompanhei. Estes momentos
informais, que se têm repetido cerca de dois dias por semana são, para mim, de
relaxamento e desconstrução da figura e da relação profissional que se dá dentro das
instalações da Rede. De referir, que nestes encontros, as conversas raramente se centram
em assuntos relacionados com a Rede.
27 de outubro de 2016
Nesta quinta-feira, último dia da semana de trabalho para mim, a manhã iniciou-
se com uma chamada da Agência de Emprego. A TORV deu-me indicações para
atender a chamada, e caso fosse necessário, ela depois iria intervir. No entanto, a colega
da Agência apenas necessitava saber informações sobre a data de exclusão de um
formando que foi inserido num curso ABC de nível 3 no passado mês de julho à qual
nunca compareceu.
Este formando deslocou-se à Agência para renovar a sua inscrição e como tal era
necessário saber a data é que foi excluído de formação, uma vez que só podia renovar a
sua inscrição 90 dias após a data de exclusão. Neste caso, eu consegui sem ajuda da
TORV dar a informação necessária à colega da Agência, uma vez que tinha estado no
início desta semana a regularizar as situações dessas mesmas turmas.
Durante o dia de hoje, o que eu fiz foi continuar a tarefa de transpor as inscrições
em papel para o sistema informático, continuando no ponto que tinha terminado ontem.
O dia decorreu de forma tranquila, sem grande volume de trabalho, marcado por
diversas pausas para conversas informais.
31 de outubro de 2016
Nesta segunda-feira o trabalho decorreu de forma relaxada sendo que o dia ficou
marcado por diversos momentos de descontração o que, a meu ver, contribui em boa
parte para a satisfação e boa disposição que se sente todos os dias quando se chega às
instalações da Rede Valorizar.
No final da manhã chegou à Rede um utente que me foi apresentado como sendo
um formando que acabou a cerca de um ano o curso ABC de nível 3. O ex-formando
apenas passou na Rede para dar notícia que havia arranjado um emprego do qual estava
bastante orgulho e feliz. Fez questão de agradecer diversas vezes à TORV e também à
técnica administrativa por todo o apoio e motivação dado durante o seu percurso na
Rede, referindo que caso não tivesse já empregado iria sujeitar-se ao diagnóstico de
forma a ingressar um percurso RVCC de secundário. Após esta situação, a TORV
referiu que são casos como este que fazem com que esta perceba que na realidade o
trabalho é bem feito e que de facto tem impacto na vida das pessoas. Embora no fim dos
percursos formativos cada formando preencha um inquérito de satisfação que é a prova
efetivamente teórica do impacto do trabalho realizado ao longo daqueles meses, a
TORV realça que quando as pessoas se deslocam à Rede para realmente agradecer todo
o trabalho e até referem “se não fossem vocês, não sei o que seria de mim” é a
verdadeira prova de um trabalho bem feito. Importa reforçar ainda que desde que estou
na Rede não é a primeira vez que assisto a situações desta natureza, o que também me
deixa bastante otimista em relação a ambições futuras de trabalho na Rede.
Para este dia, a TORV atribuiu-me como tarefa corrigir e dar o meu parecer de
alguns testes de diagnóstico para RVCC de secundário que foram realizados na sexta-
feira. A TORV dividiu os testes entre mim e ela sendo que durante a tarde, cada uma
por si, fomos corrigindo os testes consoante os objetivos a serem alcançados pelos
utentes. Apenas que me foi pedido que os corrigisse a lápis de modo a que no final de
todas as correções feitas pudéssemos trocar impressões sobre cada um dos utentes e
depois então passar as correções a caneta uma vez que o teste de diagnóstico terá de ser
posteriormente digitalizado e inserido no processo do utente no SIRV.
A meu ver esta foi uma das tarefas que mais gostei de realizar desde que estou
na Rede, uma vez que foi-me dada uma certa autonomia assim como a oportunidade de
efetivamente fazer parte do processo de diagnóstico movimentando os meus
conhecimentos teóricos, fazendo a aplicação dos mesmos no contexto real de trabalho.
2 de novembro de 2016
Para a manhã do dia de hoje a tarefa passou por uma reunião conjunta entre mim
e a TORV com o intuito de discutir as correções e pareceres dados aos testes
diagnósticos tratados na passada segunda-feira.
A TORV afirmou que havia concordado com todas as correções e pareceres que
eu dei nos testes. Concordamos também que nos casos em que há dúvidas em relação
aos resultados do teste diagnóstico, irá dar-se especial atenção à entrevista de
diagnóstico.
Tal como já referi, esta função de corrigir e dar parecer aos testes diagnósticos
foi uma das coisas que mais gostei de fazer desde que iniciei o trabalho na Rede. À
medida que ia realizando a tarefa e no final da mesma senti uma certa insegurança por
se tratar de uma atividade que nunca realizei. No entanto, hoje e ao conversar com a
TORV sobre este assunto, fiquei bastante segura e confiante do meu trabalho.
Passado um mês desde o início do estágio, é para mim importante fazer uma
pequena reflexão sobre o decorrer destas últimas semanas.
Pelo pouco contacto que já tinha tido com a TORV (apenas via e-mail e uma
visita pessoalmente com o objetivo de acertar alguns detalhes sobre o inicio do estágio),
fiquei com uma primeira impressão de que iria ser bem recebida e consequentemente
iria ter sucesso com o meu trabalho de estágio.
No entanto, antes de iniciar o trabalho, as minhas preocupações prendiam-se
com o facto de conciliar a escrita do relatório de estágio com o trabalho na Rede sem
descuidar nenhum deles, sendo que ficou combinado com a TORV que eu iria fazer
horário completo (9h – 16h30, com interrupção de uma hora de almoço) de segunda a
quinta-feira e sempre precisasse bastava avisar que iria necessitar de faltar que não
haveria problema algum.
Entretanto, passado um mês de estágio, posso afirmar que a tarefa de conciliar a
escrita com o trabalho tem sido cumprida com muitas dificuldades, sendo que sempre
que preciso mais algum tempo para a escrita falo com a TORV e a mesma diz-me que
posso ficar em casa os dias que necessitar. Assim sendo, o balanço que posso fazer
deste primeiro mês de trabalho é em tudo positivo. O ambiente de trabalho é muito bom,
a equipa é simpática e atenciosa, e sobretudo, não sou tratada como “apenas” uma
estagiária, sou tratada como um novo membro da equipa.
7 de novembro de 2016
A semana começou, como é habitual, de forma tranquila e sem um volume de
trabalho exagerado. Continuei a tarefa que havia deixado incompleta no final da semana
passada, na quinta-feira. Relembro que durante a quinta-feira passada a minha tarefa foi
consultar os dossiês físicos com inscrições, em papel, de utentes que organizei na minha
primeira semana de trabalho na Rede. Esta consulta tinha como objetivo articular o
dossiê físico com os registos digitais inseridos na plataforma SIRV.
A meio da manhã, um soldado do RG1 apresentou-se na Rede com um envelope
fechado dirigido à TORV. Este envelope continha mais alguns testes diagnósticos para
integração de alguns militares num processo de RVCC de secundário. Desta vez, a
TORV deu-me a total responsabilidade de corrigir, analisar e dar o meu parecer
individualmente sem o auxílio da mesma. Eram dez testes, sendo que ao início da tarde
já tinha concluído com sucesso esta tarefa.
Importa-me, assim, referir mais uma vez que esta tarefa de análise dos testes de
diagnóstico é uma das minhas preferidas enquanto estagiária na Rede. Percebo que
realmente estou a colaborar para o processo de seleção dos utentes para o processo de
RVCC e que também, a TORV já deposita uma certa confiança no meu trabalho.
8 de novembro de 2016
Nesta terça-feira comecei a regularizar situações dos formandos inseridos nos
grupos que estão de momento a terminar os cursos ABC, referentes ao terceiro ciclo.
Neste sentido e após o envio dos registos finais de classificação por parte dos
formadores, a minha tarefa foi verificar o preenchimento da fase de validação de
competências no SIRV, emitindo a ata de validação assim como a ata de certificação.
Para estes efeitos, ao longo desta semana, ficou a meu cargo também entregar as
declarações de conclusão de curso aos formandos que se dirijam à Rede. Fico
encarregue de lhes informar que esta declaração é válida para a Agência de Emprego
durante um período de duas semanas, assim como válida para quaisquer propostas de
emprego a que se queiram candidatar com o nível de escolaridade que agora obtêm.
Neste sentido, é meu dever também informar que quando o respetivo diploma for
emitido (funções da Rede Valorizar em São Miguel) serão contactados para o virem
levantar.
O resto do dia estive também a preparar uma grelha no Excel com os dados de
cada um dos formandos das turmas em questão para que em breve possa ser enviado
para São Miguel a fim de emitir os diplomas o mais breve possível. Esta tarefa revela-se
de elevada importância, uma vez que não poderá haver erros nas identificações dos
utentes enviadas para São Miguel, correndo o risco dos diplomas serem emitidos com
erros e ser necessário devolver os mesmos, atrasando assim o processo de entrega dos
diplomas aos formandos.
9 de novembro de 2016
Hoje foi o dia de fazer as grelhas dos pagamentos dos formandos referentes ao
passado mês de outubro. Nos primeiros dias de trabalho na Rede, realizei esta tarefa
juntamente com a TORV, auxiliando-a de forma a aprender como fazer para que no
futuro conseguisse realizar esta mesma atividade sozinha.
Neste mês, a TORV decidiu repartir as turmas entre nós as duas, sendo que cada
uma fez as grelhas de pagamentos de forma autónoma. Esta tarefa ocupou-me a manhã
toda e grande parte da tarde, e foi a par da correção dos testes diagnósticos, uma das
minhas tarefas favoritas que já realizei na Rede.
A sua elevada importância pelo facto de conjugar fundos sociais vindo da
Europa (geridos neste caso pelo Fundo Regional de Emprego) com pessoas que tem
bastantes dificuldades financeiras faz com seja necessário mobilizar capacidades
cognitivas que noutras tarefas não são necessárias.
Desta forma, estive o dia todo concentrada nestes pagamentos, verificando os
mapas de assiduidade enviados pelos formadores assim como as faturas de transportes
públicos entregues pelos formandos e assim inserir na grelha Excel todos os números.
Importa também verificar os alunos que haviam sido excluídos da formação durante o
mês de outubro, considerando que apesar de terem sido excluídos irão também receber o
valor do subsídio de refeição referente aos dias que efetivamente frequentaram o curso.
10 de novembro de 2016
Terminada ontem a tarefa de preencher as grelhas de pagamentos dos formandos
referentes ao passado mês de outubro, que foram enviadas ontem ao final do dia para
São Miguel (via e-mail, para o coordenador da Rede Valorizar) para que os formandos
recebam a mensalidade até ao dia 15 do corrente mês, hoje foi dia de começar uma nova
tarefa.
Assim sendo, a TORV encarregou-me de ir buscar ao arquivo um dossiê relativo
a um curso de inglês de 100 horas que foi realizado no ano passado com alguns
trabalhadores do contingente português da Base Área n.º4 (Base das Lajes). Este dossiê
estava totalmente completo, incluindo inscrições dos formandos e respetiva
documentação até às grelhas de validação de competências, mas nada disto estava
inserido no SIRV. O objetivo do meu trabalho era precisamente esse, inserir tudo no
SIRV e inclusive encerrar o processo de validação e certificação de competências de
língua inglesa.
Para este efeito, imprimi a folha de verificação de tudo o que deverá conter um
dossiê pedagógico com o intuito de ir verificando à medida que for inserindo cada um
dos parâmetros previstos para a construção e organização de um dossiê pedagógico.
Embora esta tarefa possa parecer simples e pouco trabalhosa, não o é. É simples
no sentido em que não será necessário mobilizar capacidades cognitivas complexas, no
entanto, é bastante trabalhoso uma vez que envolve a digitalização de diversa
documentação que terá de ser inserida corretamente correndo o risco de ser obrigada a
refazer tudo desde o começo. Desta forma, esta foi uma atividade que me ocupou todo o
dia de trabalho sendo que a sua finalização será na próxima segunda-feira.
14 de novembro de 2016
Esta semana começou, tal como é habitual, num clima de descontração e boa
disposição. O dia começou com algumas chamadas telefónicas de alguns formandos
com questões sobre qual a data que irão receber o pagamento referente ao passado mês
de outubro, que é também o último, uma vez estes cursos terminaram dia 27 do passado
mês de outubro. Eu atendi todas essas chamadas esclarecendo os formandos de que
provavelmente irão receber o pagamento amanhã, dia 15 de novembro, uma vez as
tabelas de pagamentos já foram entregues ao Fundo Regional de Emprego na semana
passada.
Hoje, a TORV esteve o dia todo ausente em trabalho na Agência de Emprego.
No entanto ao início do dia, por volta das 9:30h da manhã preocupou-se em perguntar-
me o ponto de situação das tarefas que me tinha atribuído no fim da semana passada. Eu
respondi que ainda não tinha avançado muito, uma vez que muitas vezes sou
interrompida por chamadas ou por algum utente que vem pessoalmente levantar as
declarações referentes aos cursos que agora terminaram. A TORV indicou-me que
continuasse a minha tarefa aos poucos uma vez que não havia pressa e, aproveitou, para
atribuir-me a função de elaborar uma tabela com os pedidos de diplomas de alguns
processos de RVCC terminados há pouco tempo, sendo que neste caso havia uma certa
urgência uma vez que alguns utentes necessitam estes certificados para atualizarem os
seus processos na Agência de Emprego, uma vez que a declaração passada pela Rede
Valorizar apenas pode ser apresentada na Agência durante as duas semanas seguintes à
data final do processo de formação.
15 de novembro de 2016
Ao início da manhã de hoje uma das formadoras externas que atualmente está
com duas turmas de primeiro ciclo da Rede, fez um pedido de 15 exemplares dos dois
manuais de cálculo respeitantes ao 1.º ciclo, o manual de iniciação e o de continuação.
Assim sendo, e como eu ainda não tinha nenhuma tarefa destinada para a manhã de
hoje, voluntariei-me para ser responsável pela impressão e organização dos respetivos
manuais. Esta tarefa ocupou-me a manhã praticamente toda e fez-me compreender que,
de facto, o “mundo real” e o trabalho de campo exigem muito mais do que apenas
competências cognitivas e técnicas. Exige acima de tudo competências transversais
como a disponibilidade para a aprendizagem contínua, a iniciativa e o trabalho em
equipa. Competências estas que, regra geral, não nos são ensinadas na frequência do
ensino superior, com exceção do trabalho de equipa que no caso da Licenciatura em
Ciências da Educação da Universidade de Lisboa é tratado com bastante foco ao logo
dos três anos de frequência letiva.
Durante a tarde de hoje, muitos utentes contactaram via telefone a Rede para
serem informados de qual a data em que irão receber o subsídio a quem direito por
terem frequentado formação durante o mês de outubro. Perante estas questões e
estranhando o facto dos utentes ainda não terem sido pagos, a TORV contacta o
coordenador da Rede reportando a situação. O coordenador ao ficar ocorrente do caso,
verificou que de facto houve um erro no processamento dos pagamentos daquela turma
em São Miguel, e refere que irá de imediato proceder ao novo envio dos mapas de
pagamentos para o Fundo Regional de Emprego a fim de serem processados de novo.
Apesar de a situação já estar esclarecida e com a solução em curso, os telefonemas por
parte dos utentes foram constantes, sendo que eu atendi a maior parte dos mesmos e
inclusive alguns dos formandos assumiram uma postura arrogante e por vezes até mal-
educada após receberem a informação de que haveria um pequeno atraso com os
pagamentos.
Esta também é uma atividade que ninguém sai da faculdade preparado para
enfrentar. O ensino superior dá competências a diversos níveis mas não dá
competências nem orientações para o atendimento de telefonemas nem de como lidar
com públicos problemáticos. Penso que deveria ser uma matéria transversal a qualquer
plano curricular independentemente da área, pois tanto na saúde como na educação e até
em direito, os profissionais lidam diariamente com pessoas que podem surgir de meios
sociais e culturais muito diversos. Uma vez que nem todas as pessoas estão preparadas
para lidar com estes públicos, os estudantes do ensino superior deveriam ser elucidados
para situações desta natureza para melhorar a integração dos mesmos no mundo laboral.
Bibliografia:
Cabral-Cardoso, C.; Estêvão, C. V.; e Silva, P. (2006) Competências Transversais dos
Diplomados do Ensino Superior – Perspectiva dos Empregadores e Diplomados.
Guimarães, Tecminho.
21 de novembro de 2016
Hoje, ao chegar às instalações da Rede a TORV de imediato dirigiu-se a mim
referindo o prémio que a Rede Valorizar ganhou na II Semana “Aprender ao Longo da
Vida” realizada na Fundação Gulbenkian na passada sexta-feira. A Rede Valorizar foi
premiada com o primeiro lugar, prémio no valor monetário de 1000 euros. A TORV
inclusive referiu-se ao facto de ter conversado com a minha orientadora de escrita do
presente relatório, a Doutora Paula Guimarães, sublinhando a simpatia e simplicidade
da mesma.
Ainda durante a manhã, o coordenador da Rede enviou um e-mail para toda a
equipa em jeito de agradecimento por todo o trabalho feito que culminou na entrega
deste prémio. Mais tarde e sendo o mesmo responsável pela página de Facebook da
Rede, postou na mesma algumas publicações como as seguintes:
Figura 1: Publicação de
agradecimento a todos os profissionais na rede social Facebook.
Figura 2: Distinção atribuída – publicada na rede
social Facebook.
Figura 3: Fotografia de grupo incluindo
júri e vencedores. (Retirada de http://www.direitodeaprender.com.pt/artigos/estao-todos-de-
parabens)
Assim sendo, e ultrapassados os festejos relativos a esta distinção, o dia de
trabalho prosseguiu como normalmente acontece. Durante o horário de almoço eu, a
TORV e uma das formadoras fomos tomar café, procedimento que tem sido habitual.
Aproveitamos estes momentos de pausa para descontrair e sobretudo para conversar
informalmente.
O resto da tarde estive ocupada com a tarefa de verificar os grupos que tinham
finalizado formação à pouco tempo fazendo assim as declarações de conclusão para
cada um dos formandos. Estas declarações servem como comprovativo de que
terminaram o nível de escolaridade em questão e são válidas até o diploma dos mesmos
lhes ser entregue. Para a realização destas declarações apenas é necessário ter três
informações: o nome completo do formando, o seu número de identificação civil e o
número de inscrito na base de dados SIRV. Assim sendo, apesar de ser uma atividade
bastante simples, ocupou-me a tarde toda uma vez que tratei de ter todo o cuidado a
verificar os dados pessoais de cada para que não houvesse erros.
22 de novembro de 2016
No âmbito do início do novo grupo de secundário diurno no RG1, hoje durante o
dia eu e a TORV deslocamo-nos ao Regimento para realizar as entrevistas de
diagnóstico feitas com base nos testes de diagnóstico que os respetivos utentes tinham
realizado. Estas entrevistas tiveram como objetivos a orientação e o encaminhamento
para um percurso de reconhecimento de competências equivalente ao nível secundário.
Em alguns casos, considerando que o processo de reconhecimento de competências
apenas se efetua em pessoas com mais de 23 anos, os utentes que eram menores de 23
foram encaminhados para os cursos Reativar. Os cursos Reativar são realizados nas
escolas secundárias e podem ter a duração máxima de 2 anos letivos consoante o nível
de escolaridade que o utente já tiver completo.
A técnica da entrevista foi uma das técnicas de recolha de dados mais exploradas
durante a minha frequência no ensino superior e por esta razão a atividade do dia hoje
foi de fácil execução. A entrevista é de característica semi diretiva, uma vez que possuía
um guião inicial (sintetizado em tópicos num documento interno da Rede) mas que dava
também um certo espaço de resposta para que o entrevistado pudesse responder
abertamente. Neste caso, interessava saber experiências pessoais e profissionais que
fossem possíveis de mobilizar para o processo de reconhecimento de competências.
Durante a realização desta tarefa confrontei-me com o facto de alguns dos entrevistados
não se abrirem como seria de esperar. Para ultrapassar este constrangimento, tentei em
primeiro lugar fazer as questões de forma mais informal ou simplificada, e também mais
tarde desconstruir-me enquanto entrevistadora criando uma relação de empatia com
alguns dos formandos o que acabou por permitir que estes se abrissem mais perante as
questões colocadas.
23 de novembro de 2016
Para o dia de hoje a tarefa que a TORV me atribuiu foi a de redigir ofícios de
encerramento de processos. Para este efeito, a TORV entregou-me várias folhas com
tabelas feitas pelos formadores onde dão conta da situação de cada um dos formandos
referidos nas respetivas tabelas. Consoante a situação de cada um, é a minha função
redigir um ofício de encerramento de processo, podendo também esse ofício incluir um
pedido de entrega do PRA. Pode também haver casos em que o processo é encerrado
internamente apenas deixando uma nota no SIRV, sendo que poderá ser reaberto
perante vontade do utente.
Antes de iniciar este trabalho de estágio na Rede, nunca tinha feito nenhum
ofício nem sabia como fazê-lo. Quando a TORV me pediu que fizesse ofícios logo nas
minhas primeiras semanas de trabalho, eu não sabia como o fazer, mas antes de poder
colocar as minhas dúvidas, a TORV antecipou-se e mostrou-me um modelo de ofício
explicando-me como deveria fazer. Após esta explicação, fazer um ofício é das tarefas
mais fáceis e simples que realizo na Rede. O trabalho na Rede tem, regra geral,
caraterísticas administrativas. O que eu destaco em relação a outros locais é que na
Rede, todos os profissionais fazem este tipo de trabalho, não é deixado apenas para a
estagiária e para a administrativa. A TORV realiza as mesmas atividades que me dá,
sendo que antes da minha chegada era ela mesma que fazia todas as tarefas que tenho
vindo a descrever.
Hoje também foi dia de começar a preparar a entrega pública de diplomas que
irá decorrer no próximo mês de dezembro (dia ainda por definir). Assim sendo, dei
início às tabelas de pedidos de diplomas para que estas pudessem ser enviadas para São
Miguel com alguma antecedência a fim de prevenir erros na emissão dos mesmos, uma
vez que se tratam de cerca de 125 diplomas.
24 de novembro de 2016
Na sequência das entrevistas de diagnóstico realizadas na passada terça-feira no
RG1, hoje coube-me a função de organizar todo o dossiê físico e digital deste novo
grupo que irá iniciar-se em breve.
Para esta organização são necessários vários passos, sendo que me ocupou o dia
todo e a finalização do mesmo ficou para segunda-feira uma vez que hoje já não houve
tempo. O primeiro passo é então, verificar quais dos formandos é que foram
encaminhados para o RVCC escolar integrando assim, o grupo 515. Após esta
verificação e troca de impressões com a TORV sobre os mesmos, esta tratou de enviar
para o 2.º comandante a listagem final do grupo que irá dar início a formação na
próxima terça-feira dia 29 de novembro pelas 9:30h.
Enquanto isto, eu procedi às inscrições destes mesmos formandos no SIRV e
digitalizando em simultâneo os documentos que haviam sido entregues pelos mesmos
na passada terça-feira. Este processo de inscrições, apesar de simples, é pormenorizado
uma vez que exige vários passos que devem ser feitos atentamente de modo a evitar
inscrições com erros. É importante também não esquecer de imprimir as fichas de
inscrição para que na próxima ida ao RG1, os utentes as assinem e depois sejam
arquivadas no processo pessoal físico e digital de cada um.
Após realizadas as inscrições no SIRV, faço todo o processo do utente até ao
encaminhamento, inclusive associando-o ao cronograma em questão. A fase de
encaminhamento implica também a digitalização da ficha de encaminhamento que foi
devidamente preenchida e assinada aquando das entrevistas de diagnóstico na passada
terça-feira.
28 de novembro de 2016
Tal como já tinha previsto na passada quinta-feira, hoje parte do dia foi ocupado
com a finalização da organização do dossiê relativo ao grupo de RVCC secundário do
RG1. O processo físico individual de cada um dos formandos engloba tanto documentos
pessoais (fotocópia de cartão do cidadão e fotocópia do certificado de habilitações
literárias) como de documentos internos (teste de diagnóstico, entrevista de diagnóstico,
ficha de encaminhamento e ficha de inscrição). Assim sendo, hoje comecei por
organizar o dossiê físico colocando por ordem alfabética todos os processos.
Finalizada esta parte, foi tempo de terminar a organização no SIRV, que já
estava praticamente completa. Na quinta-feira passada, faltou-me tempo para associar
alguns dos formandos ao cronograma correspondente a este grupo, portanto hoje
terminei essa atividade. Agora sim, já estava tudo completo e pronto para imprimir o
sumário da primeira sessão que será amanhã, terça-feira dia 29.
Após finalizada toda esta organização física e digital, a TORV convidou-me
para a acompanhar na primeira sessão deste grupo que será da responsabilidade da
mesma. Eu de imediato aceitei, ficando assim combinado que amanhã pelas 9.30h
iriamos juntas para esta sessão.
O resto do dia foi passado a dar auxílio da organização do dossiê do novo grupo
de RVCC escolar de nível secundário em horário noturno que terá início ainda hoje.
Importa referir que enquanto eu estive encarregue de organizar o dossiê respeitante ao
grupo de secundário do RG1, a TORV esteve ocupada com a organização deste dossiê
relativo ao grupo de secundário noturno. Quando eu terminei a organização do dossiê
que me estava destinado, de imediato voluntariei-me para ajudar a TORV com a
organização do outro dossiê.
As atividades levadas a cabo nestes últimos dias são de caráter sobretudo
administrativo, sendo que estas são também necessárias para complementar as tarefas
mais técnicas e cognitivas.
29 de novembro de 2016
Tal como combinado, a manhã do dia de hoje foi passada no RG1 no âmbito da
primeira sessão do grupo de secundário. A mim coube-me a tarefa de entregar
documentação aos formandos, como fichas de inscrição para que os mesmos verifiquem
se os dados estão todos corretos e em caso afirmativo assinem as respetivas fichas.
Também entreguei aos formandos os inquéritos internos assim como os inquéritos do
Fundo Social Europeu. Outro documento que os formandos também receberam foi o
guia de apoio ao processo de RVCC escolar secundário, documento interno da Rede que
ficará na posse dos formandos.
A reunião decorreu com normalidade, sendo orientada pela TORV. Ao longo da
mesma, a TORV referiu diversos aspetos importantes do percurso de RVCC como
regras, formatação do PRA, sessões de formação com os formadores. Os formandos iam
interrompendo sempre que achavam pertinente colocar alguma questão. Para finalizar a
sessão, a TORV fez uma breve e sucinta descodificação do guia de apoio com particular
enfâse às unidades de competência e núcleos geradores de cada das três áreas chave. Em
conclusão, a TORV referiu que ao longo das sessões de formação, os formandos iriam
ter uma descodificação mais específica por parte de cada um dos formadores.
Esta sessão foi uma das atividades que mais gostei de integrar, uma vez que
tenho acompanhado este grupo desde a correção dos testes de diagnóstico até esta fase,
criando uma certa empatia com o grupo.
Figura 1: Registo fotográfico da sessão
12 e 13 de dezembro de 2016
Os dias de segunda e terça-feira ficaram marcados pela preparação do dossiê de
documentação para a entrega pública de diplomas que se irá realizar amanhã, quarta-
feira no edifício da Vice-Presidência do Governo Regional, contando com a presença do
Vice-Presidente do Governo Regional assim como da Diretora Regional do Emprego e
Qualificação Profissional.
Eu mobilizei os conhecimentos que adquiri aquando da participação na
organização do Doutoramento Honoris Causa do Professor Sérgio Niza promovida pela
Universidade de Lisboa com auxílio do Instituto de Educação.
A minha tarefa era percorrer os processos no SIRV de todos os utentes a quem
iria ser entregue diploma, cerca de 120 pessoas, e imprimir as respetivas atas de
validação e certificação para que os mesmos as assinassem no final da cerimónia de
entrega de diplomas. No dossiê de documentação há uma mica para cada utente e dentro
dessa mica estão documentos relativos a esse mesmo utente. Enquanto eu fazia esta
organização, a técnica administrativa e uma das formadoras trataram de contactar todos
os utentes que iriam receber o diploma para que pudessem estar presentes na cerimónia.
Esta atividade de organizar o dossiê, embora fosse fácil e simples, era bastante
trabalhosa e demorada uma vez que é grande o número de pessoas que irá receber o
diploma e também deparei-me com diversos problemas a nível informático que foram
atrasando o processo. Assim sendo e considerando que amanhã, a entrega dos diplomas
apenas terá início pelas 15:00 horas, vou dedicar-me a terminar esta tarefa durante toda
a manhã.
14 de dezembro de 2016
Hoje, tal como previsto no final do dia de ontem, a manhã foi inteiramente
dedicada a finalizar a organização do dossiê de documentação que será necessário para
a entrega de diplomas que se irá realizar esta tarde.
Ao realizar esta tarefa e à medida que as horas iam avançando comecei a sentir a
pressão de ter tudo organizado a tempo e horas, que felizmente consegui. Também o
ambiente na Rede era marcado por algum nervosismo, nomeadamente por parte da
TORV uma vez que esta iria desempenhar um papel fundamental durante a cerimónia
de entrega.
Eu, a TORV e uma das formadoras chegamos às instalações da Vice-Presidência
por volta das 14:30 horas já com tudo preparado e organizado, onde encontramos o
jornalista da RTP Açores que iria fazer a reportagem sobre o evento. Este jornalista fez-
nos questões sobre algum caso entre os utentes que iriam estar presentes, que merecesse
destaque, ao qual a formadora indicou diversos casos. Poucos minutos depois a restante
equipa da Rede chegou às mesmas instalações, tomando o seu lugar na sala. Mais tarde
os utentes também começaram a entrar a sentar-se de forma ordeira para que se pudesse
dar como iniciada a cerimónia.
A tarde decorreu num clima de descontração, orgulho e satisfação tanto da parte
dos profissionais que trabalharam direta ou indiretamente com estes adultos quer por
parte dos mesmos.
Figura 1: Notícia referente à entrega de diplomas no portal do Governo dos Açores
Link direto para a notícia: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/pgra-
gacs/noticias/Governo+dos+A%C3%A7ores+apoiou+a+melhoria+das+habilita%C3%A
7%C3%B5es+acad%C3%A9micas+de+8000+trabalhadores.htm
15 de dezembro de 2016
Perante a azáfama da última semana perante toda a documentação para que tudo
estivesse pronto para o dia de ontem, na entrega de diplomas, o restante trabalho ficou
pendente. Assim sendo, durante o dia de hoje as tarefas foram divididas pela TORV,
atribuindo a cada uma (eu, ela e a assistente administrativa) uma função para este dia. A
mim coube-me a atividade de organizar todo o dossiê referente à documentação inerente
à entrega dos diplomas, perceber quem não compareceu e também quem compareceu,
mas por lapso saiu da sessão antes de assinar todos os documentos necessários. Para
complementar esta atividade, eu também teria de fazer o levantamento dos contactos
telefónicos de cada uma destas pessoas, de modo a informá-las que deveriam
apresentar-se na Rede para assim levantarem o seu diploma. E assim o fiz, sendo que a
atividade ficou concluída no final do dia.
4 de janeiro de 2017
Após a pausa para o Natal, é altura de regressar ao trabalho com energias
renovadas pelo ano novo. A Rede Valorizar também está pronta a iniciar este novo ano
com bastante trabalho, tal como tem sido habitual, sendo demonstrada pela TORV cada
vez mais a importância da minha presença. Neste sentido, o ano arranca com uma
atividade nova para mim.
Privilegiando a relação estreita existente entre a Rede e a Agência para a
Qualificação e Emprego (de agora em diante denominada APQE), este dia de trabalho
foi realizado na APQE no âmbito das reuniões de diagnóstico e acolhimento de utentes
para integração em cursos ABC. A APQE convoca os utentes sinalizados com baixa
escolaridade para uma data combinada com a TORV e nessas reuniões está presente um
elemento da APQE e, regra geral, a TORV. Desta vez, eu também fui com a TORV e
com uma das formadoras da Rede. Cada uma das sessões tinha cerca de 30 utentes,
sendo que hoje foram realizadas 4 reuniões (duas de manhã e duas de tarde) para o nível
B2 (utentes que irão frequentar curso ABC com equivalência ao 2.º ciclo de
escolaridade).
Cada uma das reuniões processa-se exatamente da mesma forma, dividida em
três fases: primeira fase, a intervenção da colega da APQE, que esclarece o porquê de
terem sido convocados para frequentar formação e não para emprego; a segunda fase, a
intervenção da TORV, que explica a importância de frequentarem um curso ABC e
apresenta onde e quando irão iniciar a formação que tem a duração de cerca de 5 meses,
chamando a atenção para quais são os direitos e deveres dos formandos; por fim, a
terceira fase é uma novidade, foi introduzida hoje pela primeira vez, e é a passagem de
um teste diagnóstico aos utentes que se encontram em cada reunião. Esta última fase
serve para nós termos uma noção de qual o nível onde se deve enquadrar aquele utente,
uma vez que em alguns casos apesar das pessoas terem completado o quarto ano no
ensino regular, não implica que a pessoa ainda saiba ler e escrever. Caso isto se
verifique, a pessoa vai então ser encaminhada para um curso ABC B1, para cimentar os
conhecimentos que obteve no ensino regular e que já estão esquecidos. Também foi
possível observar o contrário, ou seja, um utente sinalizado para completar o 2.º ciclo de
escolaridade, no entanto no teste diagnóstico demonstrou ter capacidades para realizar o
nível B3, referente ao 3.º ciclo de escolaridade.
A reunião termina quando os utentes terminam os testes diagnósticos, dirigindo-
se aos grupos de 3 para a nossa mesa. Após eu, a TORV e a formadora da Rede
corrigirmos os testes de cada um, encaminhamos o utente para o nível referente, sendo
que cada um deles assina uma rifa em duplicado, onde contem todas as informações
necessárias para iniciar a formação (hora, local, data e documentação necessária).
5 e 6 de janeiro de 2017
Os dias 5 e 6 de janeiro, decorreu exatamente da mesma forma que o dia 4.
Foram passados na APQE com as mesmas 4 reuniões por dia. Ontem, dia 5, as reuniões
foram referentes ao B3 (3.º ciclo de escolaridade) e hoje, dia 6, referentes ao nível B1
(1.º ciclo de escolaridade). Tanto ontem como hoje, fui eu que fiz a intervenção
destinada à TORV em duas das reuniões, por indicações da própria. Importa-me referir
que fiquei bastante satisfeita não só por esta confiança depositada em mim, mas também
porque estava muito curiosa para também intervir, o que me deixou bastante contente
com o meu trabalho. Desta minha intervenção deixo em baixo um pequeno registo
fotográfico.
9 de janeiro de 2017
No âmbito das inscrições na Garantia Açores Jovem, hoje realizou-se no
Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, uma sessão de esclarecimento
sobre o programa Ideia Jovem Invest. Desta forma e em representação da Direção
Regional do Emprego e Qualificação Profissional, eu, a TORV e uma colega da APQE
promovemos esta mesma sessão. Como objetivos definidos tínhamos de fazer ver aos
jovens que se encontravam à nossa frente o que era efetivamente o programa Ideia
Jovem Invest e que ao fazerem a sua inscrição neste programa, poderiam ser
selecionados para fazer parte de um projeto promovido pela Câmara Municipal de
Angra de Heroísmo, a StartUp Angra. Aliás, na sessão de hoje estava prevista a
presença de um representante da Startup Angra, mas por razões pessoais não lhe foi
possível comparecer, ficando assim a sessão a cargo de nós as três.
A sessão tinha início marcado para as 10:00 horas, sendo que ficou
combinado entre mim, a TORV e a técnica da APQE que chegaríamos cerca de meia
hora mais cedo para acertar alguns pormenores que fossem necessários. Ora, perante a
ausência de um representante da StartUp Angra, tendo este feito o aviso no próprio dia
da sessão, os pormenores a acertar passaram a ser muitos. Primeiro contratempo estava
ultrapassado. O segundo contratempo chega pouco tempo antes do início da sessão,
quando os funcionários do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo
(onde funciona o departamento de cultura da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo)
nos informam que afinal não era possível fornecer nenhum computador para a sessão.
Ou seja, não tínhamos forma de projetar a apresentação PowerPoint que tinha sido
preparada. Desta forma, e não havendo tempo a perder, decidimos avançar sem
PowerPoint, tendo ficado claro que faríamos de tudo para que não fosse uma sessão
aborrecida.
Após ultrapassarmos estes imprevistos, era chegada a hora dos jovens
entrarem na sala para se dar início à sessão. Esta sessão decorreu num clima
descontraído, com algum humor, onde eu também pude intervir comentando um pouco
daquilo que para nós, na qualidade de representantes da DREQP procuramos nestes
candidatos. No final da sessão, cada um é livre de inscrever-se ou não para a fase de
seleção, sendo que obtivemos 12 inscritos, ficando já marcadas as entrevistas para a
próxima quinta-feira, dia 12.
Foi com muita satisfação que participei nesta sessão, ao contactar com
público da minha idade que procura tal como muitos jovens recém licenciados, uma
primeira hipótese no mundo do trabalho. Ao integrarem-se num projeto destes,
primeiramente têm a hipótese de desenvolver durante 2 meses a sua ideia de negócio,
onde lhes é atribuída uma bolsa de apoio financeiro. Ao fim destes dois meses, cada um
destes jovens, terá de realizar um pitch (breve apresentação, cerca de 3 minutos, da ideia
de negócio) perante representantes da CMAH, que irão avaliar se aquela ideia de
negócio tem ou não hipóteses de se vir a desenvolver no município. Os jovens que
forem detentores das melhores ideias têm a oportunidade de continuar mais 6 meses na
incubadora com a mesma bolsa de apoio financeiro, a desenvolver o seu negócio sendo
que este pode ao fim destes 6 meses ser efetivamente implementado.
10 de janeiro de 2017
No fim de 2016 e no início de 2017, arrancaram três novos grupos de RVCC
na Rede. Dois de nível Secundário (um no RG1 e outro noturno) e um de equivalência
ao 3.º ciclo de escolaridade. Assim sendo, durante o dia de hoje dediquei-me
inteiramente à realização dos contratos de formação para estes formandos, tarefa esta
que estava em atrasado desde o início do ano, processo que já expliquei anteriormente.
A TORV informa-me que o coordenador da Rede, virá à Terceira na próxima semana e
poderá assinar estes mesmos contratos.
Tenho notado que, para mim, os dias e as semanas têm passado com cada vez
mais velocidade, sendo que já me sinto totalmente absorvida pelo ritmo de trabalho.
Este é um ritmo que tenho gostado bastante e tenho-me adaptado muito bem, uma vez
que também vai de encontro àqueles que eram os meus objetivos iniciais para este
trabalho de campo – poder usufruir de uma primeira experiência laboral, mobilizando os
conhecimentos adquiridos ao longo do meu percurso no ensino superior.
11 de janeiro de 2017
Para o dia de hoje tinha agendado desde a semana passada, uma entrevista de
diagnóstico com um utente para possivelmente integrar um grupo de RVCC nível
Secundário. A entrevista estava marcada para o final da tarde, por isso, decidi de forma
autónoma e com aprovação da TORV, começar a preparar os dossiês técnico-
pedagógicos de cada um dos oito grupos que irão iniciar formação na próxima segunda-
feira, dia 16. Desta forma ficou a meu cargo esta organização, que mais tarde foi
interrompida pela chegada do utente para a entrevista. Após o final da entrevista,
terminei a organização destes dossiês.
Ao longo do dia, fui recebendo diversas chamadas de utentes que tinham
comparecido na semana passada às reuniões na APQE com algumas dúvidas ou então
pedidos para mudar de grupo. Um facto que me marcou bastante foi que se
anteriormente os utentes ao contactarem a Rede pediam para falar especificamente com
a TORV, agora como já me conhecem também nas reuniões da semana passada, já
pedem para falar comigo ou com a TORV, colocando-me numa posição de igual
solucionadora de problemas. Na realidade, grande parte das chamadas consegui
solucionar sozinha sem solicitar ajuda da TORV, o que para mim também é um grande
sentimento de satisfação em relação ao trabalho que tenho vindo a desenvolver.
12 de janeiro de 2017
No âmbito da fase de seleção de candidatos para integrar o programa Ideia
Jovem Invest, eu, a TORV e uma técnica de formação da APQE fomos convidadas a
fazer parte do júri de entrevistas de seleção dos jovens. Estas entrevistas foram
realizadas durante o dia de hoje, o júri era constituído por 4 elementos (eu, a TORV, a
técnica de formação da APQE e um representante da StartUp Angra). Foram
entrevistados um total de 11 jovens, numa atividade que se iniciou pela manhã tendo
sido terminada no fim da tarde. Estes jovens foram os que segunda-feira no final da
sessão de esclarecimento decidiram inscrever-se para este projeto.
No final do dia e após a última entrevista, ficamos em reunião cerca de 15 a
20 minutos de forma a decidir quais os que demonstraram efetivamente competências
para integrar um projeto com estas características. É, para mim, bastante importante
participar neste tipo de projetos, abrangendo cada vez mais competências transversais
(algumas que nem sabia que tinha) e também utilizando técnicas (como a entrevista
semi-diretiva) que foram muito trabalhadas no meu percurso no ensino superior. Por
vezes, ao longo da licenciatura sentia-me que a entrevista era uma técnica demasiado
utilizada, chegando a ser um pouco aborrecido porque acabava por ser quase sempre o
mesmo tipo de abordagem, no entanto neste momento sinto-me totalmente agradecida
por ter tido a oportunidade de trabalhar bastante esta técnica pois tenho utilizado
bastante neste trabalho. Outra técnica que durante o meu percurso no ensino superior foi
muito trabalhada foi a análise SWOT. Curiosamente hoje, durante as entrevistas fui
fazendo algumas intervenções precisamente sobre esta técnica, reforçando a importância
da mesma na apresentação e desenvolvimento de uma ideia de negócio.
16 de janeiro de 2017
Mais uma vez, a manhã do dia de hoje foi passada em trabalho externo. Pelas
9:00 horas começaram os novos grupos ABC (referentes às reuniões realizadas na
APQE), num total de 8 grupos (4 no horário da manhã, 4 no horário da tarde). De modo
a organizar todos estes grupos nas respetivas salas eu e a TORV estivemos presentes
nestas instalações. A manhã decorreu de forma pacífica, sendo que tudo se organizou da
forma esperada.
Durante o período da tarde, eu autonomamente – uma vez que já estou
familiarizada com os procedimentos habituais – optei, com aprovação da TORV, por
redigir despachos para pedido de início de formação. Estes pedidos terão de ser
assinados pela TORV e, posteriormente, autorizados pelo coordenador da Rede.
17 de janeiro de 2017
O dia de hoje caraterizou-se pela realização de uma tarefa que, para mim, já
não é novidade e já faço automaticamente sem quaisquer dúvidas. Esta atividade foi a
redação dos contratos de formação para os formandos que iniciaram ontem os cursos
ABC. Ou seja, num total de 8 grupos em que cada um conta com um número inicial 20
formandos, somando os 2 grupos que se iniciaram na semana passada no concelho da
Praia da Vitória, também com 20 formandos por grupo, fazendo um total de 200
formandos, equivalente a 200 contratos de formação. Devido ao número elevado de
formandos, esta tarefa ocupou-me todo o dia.
Ao longo destes 3 meses e meio que estou na Rede tenho vindo a aperceber-
me cada vez que as tarefas levadas a cabo pela TORV, e consequentemente por mim,
são de diversas naturezas. Deparo-me com tarefas de caráter administrativo com
bastante frequência, mas também com bastantes tarefas técnicas. O lema que a TORV
segue e que também já incutiu em mim é que faz-se o que houver para fazer, seja de que
caráter for. A assistente administrativa realiza muitas das tarefas dessa mesma natureza,
no entanto, o volume destas é tão grande que a TORV e eu também as fazemos. A partir
desta semana também uma das formadoras da Rede se juntou a nós, realizando também
estas mesmas tarefas, facilitando em muito a diminuir o constante volume de trabalho
existente.
18 de janeiro de 2017
Como atividade para o dia de hoje, a TORV sugeriu-me que organizasse os
dossiês técnico-pedagógicos de todos os grupos de cursos ABC que tinham terminado
no fim de 2016, de modo a conseguir organizar o espaço físico do nosso arquivo para
colocar os dossiês de todos os grupos que agora iniciaram formação. Assim sendo, esta
foi uma atividade que me ocupou o dia todo, tendo ficado concluída.
Durante a execução das tarefas que tenho a meu cargo diariamente, acrescem
as funções de atendimento de público quer pessoalmente quer por via telefónica. Desta
vez, observo que as minhas funções diárias são muitas vezes atrasadas por via destas
outras tarefas que não estão programadas apesar de eu saber que poderão existir.
Sabendo que existe esta possibilidade, a mesma é de difícil controlo no que diz respeito
à organização do dia de trabalho e na relação gestão de tempo/tarefa, uma vez que não é
possível controlar quantas pessoas se irão dirigir à Rede naquele dia e porque motivos
nem quantos telefonemas vamos receber nesse mesmo dia. Desta forma, ao longo de
cada dia e ao planear o que vou fazer nesse mesmo dia, tenho que contar sempre com
estas “interrupções”, criando deste modo uma melhor maneira de gerir o volume de
trabalho dentro das horas laborais.
19 de janeiro de 2017
Na manhã do dia de hoje e perante a presença do coordenador na Rede nas
nossas instalações, realizou-se uma reunião de equipa comigo, com a TORV e com
todos os formadores internos da Rede. Esta reunião decorreu num clima descontraído,
tal como é característica do próprio coordenador, sendo dadas novas orientações em
relação a alguns procedimentos com o intuito de fazer uma melhor distribuição das
tarefas que cada um executa. No fim da reunião, o clima manteve-se acrescentando-lhe
algum humor também característica do coordenador, sendo que cada um seguiu para o
seu posto de trabalho ocorrente das novas tarefas.
Depois de terminada esta reunião, dirigi-me para a sala de formação onde
estava a decorrer uma sessão de um grupo ABC B1 que está prestes a terminar o curso.
As minhas funções foram entregar e ler com os formandos os inquéritos de satisfação
referentes a todo o processo de formação que agora estão a terminar. Repeti a mesma
tarefa no grupo da tarde. Esta atividade para mim não foi novidade, uma vez que já a
tinha realizado anteriormente com outros grupos, sendo que a partir de agora sou
sempre eu a responsável por passar este questionário junto dos formandos.
20 de janeiro de 2017
Hoje o dia foi, mais uma vez, diferente. Pela manhã eu e TORV
comparecemos no primeiro dia do programa Ideia Jovem Invest. Nesta sessão também
compareceu uma técnica de formação da APQE, a chefe de divisão da APQE e três
elementos da CMAH, incluindo o vereador da cultura que teve a seu cargo um pequeno
discurso de boas-vindas aos jovens integrados no programa. Foi realçado que esta
sessão ainda não será anunciada na imprensa nem nas redes sociais, sendo que apenas
serve para marcar o arranque dos trabalhos do programa. A sessão inaugural oficial será
no início do próximo mês de fevereiro e contará com a presença da Diretora Regional
do Emprego e Qualificação Profissional, sendo que neste momento é que fará sentido
convocar a imprensa. A sessão de hoje foi breve, tendo a duração de cerca de 30 a 40
minutos, sempre num clima de proximidade e descontração.
Mais uma vez, tive muito gosto em comparecer nesta sessão uma vez que já
venho a acompanhar este projeto desde o começo e também já conheço estes jovens e as
suas ideias de negócio. Foi também bastante proveitoso para conversar melhor e de
forma mais informal com os elementos da CMAH, privilegiando a relação entre o
organismo camarário e a DREQP. Além de tudo isto, o facto de a TORV me ter dado a
oportunidade de participar neste projeto foi muito enriquecedor a vários níveis desde
mobilizar competências técnicas a competências sociais.
26 de janeiro de 2017
Para o dia de hoje foi marcada uma nova reunião de diagnóstico na APQE, de
modo a formar um novo grupo do curso ABC B2. Tal como nas reuniões anteriores,
realizadas no início deste mês, esta contou com a presença de dois elementos da Rede
Valorizar (eu e a TORV) e um elemento da APQE (técnica de formação). A reunião
teve a duração de cerca de duas horas e decorreu da mesma forma que as reuniões
realizadas anteriormente.
No final da reunião conseguimos alcançar o objetivo principal, de formar um
grupo de B2, para iniciar formação na próxima segunda-feira dia 30. Durante o dia, a
tarefa foi de organizar tudo para que amanhã, sexta-feira, os formadores viessem à Rede
buscar todo o material necessário para arrancar com este grupo.
Estas funções revelam, cada vez, a importância do trabalho cooperativo. Se eu e
TORV não cumprirmos com as nossas tarefas, os formadores também não conseguem
cumprir as deles com a eficácia esperada. Em relação ao que é realizado na Rede, estas
tarefas são sempre realizadas de forma meticulosa para que não hajam grandes falhas,
especialmente considerando que neste momento temos bastantes grupos de formação a
começar.
30 e 31 de janeiro de 2017
Esta semana não começou da melhor forma, uma vez que durante o fim de
semana uma falha de luz fez com que o servidor de ficheiros da Rede Valorizar da
terceira ficasse avariado. Esta avaria prejudicou, em muito, o trabalho que tínhamos
planeado para esta segunda e terça feira, uma vez que nem acesso à internet
conseguíamos obter, estes dois dias foram passados completamente sem fazer nada.
Nesta terça-feira ao final do dia chegam à Terceira, dois técnicos de informática da
Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional, que se encontram em São
Miguel.
1 de fevereiro de 2017
Esta manhã, ao chegar à Rede e ligar o meu computador verifiquei que o
trabalho dos técnicos de informática tinha sido terminado com sucesso. O servidor está
a recuperar e não tinham sido perdidos nenhuns dados. Assim sendo, o dia de hoje foi
inteiramente dedicado a regularizar situações que haviam sido solicitadas tanto segunda
como terça-feira mas não nos foi possível realizar devido à avaria do servidor. Da
minha parte, passei o dia a formular inscrições no SIRV, correspondentes a grupos
novos reforçando cada vez mais a importância das funções da gestão da formação para o
sucesso das funções destinadas à restante equipa, nomeadamente os formadores,
promovendo assim a harmonia laboral entre os elementos da equipa que estão
encarregues de organizar e planificar os cursos os ABC.
Para que um curso ABC arranque são necessárias diversas etapas, sendo todas
estas elaboradas pela Rede Valorizar em articulação com a APQE. A primeira destas
etapas é fazer o levantamento de necessidades: saber quantas pessoas estão inscritas na
Rede para cada um dos três níveis de formação dos cursos ABC; saber junto da APQE
quantas pessoas estão sinalizadas como tendo em falta cada um destes níveis de
escolaridade. De seguida, realizar o diagnóstico: para os utentes sinalizados pela APQE
são realizadas sessões de diagnóstico (as quais já descrevi anteriormente); após as
sessões de diagnóstico, são postas em ação as funções mais genéricas da gestão e
organização da formação: tanto os utentes da APQE como os utentes inscritos na Rede
são divididos por sumários (folhas de presença) de modo a formar turmas. Durante esta
fase do processo é preciso ter em atenção a hora de presença de cada utente, assim como
o número de formandos por turma (cerca de 20 por grupo). Ao mesmo tempo que se
preparam as folhas de presença, é também preparado o material necessário para cada um
dos formandos, regra geral começam sempre duas turmas do mesmo nível ao mesmo
tempo (uma no turno da manhã e outra no turno da tarde), ou seja falando em números
de material: 40 pastas de arquivo (uma por formando); 40 blocos de folhas de linhas; 40
blocos de folhas quadriculadas; 80 canetas (duas por formando); 80 lápis; 40 borrachas;
40 manuais correspondentes ao nível de ensino. À parte deste material destinado aos
formandos, também são distribuídos marcadores de quadro para os formadores. A
requisição e organização de todo este material fica a cargo da técnica administrativa.
Após esta fase, é tempo de confirmar o aluguer das salas (acordo que já tinha sido feito
anteriormente) e proceder às chamadas para os utentes de modo a convocá-los para o
início de formação. Esta última tarefa pode ocupar cerca de dois dias, uma vez que é
conveniente fazer mais do que uma tentativa em caso de não ser possível o primeiro
contacto. Por fim, e após confirmados todos os formandos, é tempo de organizar a
documentação que terão de preencher no primeiro dia: inquéritos para FSE (Fundo
Social Europeu), fichas de inscrição e também, fichas de diagnóstico. Nesta fase, está
tudo concluído para que se possa dar início a um novo curso ABC.
2 e 3 de fevereiro de 2017
Os últimos dias desta semana foram bastante semelhantes. Na quinta-feira,
ontem, uma das formadoras da Rede sugeriu fazer um levantamento de todos os utentes
que estão inscritos para integração em cursos ABC, uma vez que existem diversas
listagens com essas mesmas inscrições. O objetivo era criar apenas uma listagem para
cada um dos níveis, B1, B2 e B3. Assim sendo, voluntariamente, juntei-me a esta
formadora e em conjunto procedemos a esta tarefa que ocupou os dois dias (quinta e
sexta-feira). Esta atividade, que na teoria poderia parecer bastante monótona e a
aborrecida, foi realizada num clima de descontração e boa disposição como é
caraterística da relação entre os elementos da equipa da Rede. Esta profissional, apesar
de estar na Rede como formadora externa, realiza também funções de organização e
gestão da formação, auxiliando a TORV todos os dias, ausentando-se apenas quando
está a decorrer formação de Cidadania e Empregabilidade da qual é formadora.
Ao fim do dia de ontem, quinta-feira, realizou-se nas instalações da Rede
Valorizar uma reunião de acolhimento e diagnóstico para o novo grupo de RVCC com
equivalência ao 9.º ano, que irá funcionar em horário noturno, sendo direcionado para
empregados. A ordem de trabalhos foi a habitual e bastante semelhante ao guião
utilizado nas reuniões de diagnóstico realizadas na APQE, sendo que este guião é
adaptado ao processo de RVCC e ao público presente na sala. Desta forma, a reunião
dividiu-se em três momentos: um primeiro momento onde cada formando se apresenta e
fala um pouco do seu percurso profissional; um segundo momento caraterizado pela
intervenção da TORV que explica todo o processo de RVCC e quais os requisitos
inerentes ao processo; por fim, um terceiro momento onde cada um dos formandos
realiza individualmente um teste diagnóstico. A sessão contou com a minha presença e
da TORV que me deu orientação para que participasse sempre que me sentisse
preparada. No final da sessão e à medida que foram terminando os testes diagnósticos,
foram agendadas com os mesmos as entrevistas de diagnóstico para a próxima semana.
Hoje, sexta-feira, ao final do dia eu, a TORV e esta formadora juntamente com
mais duas formadoras externas fomos iniciar uma nova turma ABC B3 numa das
freguesias de Angra do Heroísmo. A junta de freguesia voluntariou-se para oferecer o
espaço de formação, sendo que todas as outras responsabilidades estão a cargo da Rede
Valorizar. Este grupo é sobretudo para empregados, uma vez que irá decorrer em
horário pós-laboral.
6 de fevereiro de 2017
No seguimento do programa Ideia Jovem Invest, a Diretora Regional do
Emprego e da Qualificação Profissional deu hoje as boas-vindas aos jovens inseridos
neste projeto que conta com a parceria da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo,
formando a incubadora de negócios StartUp Angra. A Rede Valorizar, como parte da
Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional, foi convidada a estar
presente nesta sessão, sendo o convite aceite. Assim sendo, a sessão decorreu esta tarde
no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo onde têm decorrido todas as
sessões relativas a este projeto. Na sessão também estiveram presentes alguns membros
da Câmara, entre eles o Vereador responsável pela educação e cultura.
Em seguida, disponibilizo a ligação para a reportagem efetuada pela
comunicação social regional:
http://www.azorestv.com/index.php/video/2218/jovens-lan%C3%A7am-ideias-de-
neg%C3%B3cio-para-o-concelho-terceira-dimens%C3%A3o-762/
7 e 8 de fevereiro de 2017
Tendo em conta que na próxima segunda-feira, dia 13, irão começar mais três
grupos de cursos ABC (dois de B1 e um de B3), ontem (terça-feira) foi necessário
começar a preparar as turmas e todo o processo inerente (processo que já expliquei
anteriormente). Como tal e tendo em conta o grande volume de tarefas para esta
semana, fez-se automaticamente uma distribuição de tarefas entre mim, a TORV e a
formadora que apoia a organização e gestão da formação. Assim sendo, eu fiquei
encarregue de preparar tudo para os dois grupos de B1, a formadora para o grupo de B3
e a TORV ficou encarregue de fazer os mapas de pagamentos dos formandos relativos
ao mês de janeiro.
Desta forma, as minhas atividades durante esta terça e quarta-feira passaram por
realizar bastantes chamadas telefónicas. Esta atividade desenvolvi com bastante
articulação com uma das técnicas de formação da APQE, uma vez que sempre que eu
precisava de mais alguma forma de contacto, recorria a esta técnica para me auxiliar. A
Rede e a APQE têm uma estreita relação por razões óbvias, e esta relação também é
visível a nível interpessoal com os técnicos da APQE e os da Rede.
9 de fevereiro de 2017
O dia de hoje ficou preenchido com as entrevistas de diagnóstico realizadas aos
formandos que estiveram presentes na reunião de diagnóstico realizada na semana
passada. As entrevistas de hoje decorreram de forma descontraída e com a boa
disposição que já é caraterística dos elementos da Rede. No que me diz respeito e uma
vez que já tinha realizado entrevistas do mesmo tipo no passado mês de novembro, não
enfrentei grandes constrangimentos na realização das mesmas, uma vez que se trata de
uma técnica recorrente. Relembro que a entrevista individual serve, sobretudo, para
complementar o parecer decidido na correção do teste de diagnóstico, sendo que o
resultado final destes dois elementos será o encaminhamento do utente.
Os procedimentos da Rede Valorizar a nível das fases de acolhimento e
diagnóstico já começam a ser, para mim, bastante rotineiros e sem dificuldades a
referenciar. Quanto à fase de encaminhamento, por vezes tenho algumas dúvidas no que
diz respeito ao perfil do utente (questionando se será ou não adequado para um processo
de RVCC). No entanto, sempre que é possível peço uma segunda opinião à TORV ou à
formadora da Rede que também acaba por realizar trabalho de TORV.
13 de fevereiro de 2017
Hoje, segunda-feira, começaram mais três grupos do curso ABC (dois grupos de
B1 e um grupo de B3). Tal como já referi anteriormente, a semana passada estive com a
total responsabilidade de formar estes dois grupos relativos ao B1 (equivalência ao 1.º
ciclo de escolaridade). Como tal, hoje pelas 9:00 horas da manhã estava presente no
Colégio de São Francisco (local onde a Rede Valorizar tem algumas salas alugadas para
cursos ABC) para receber estes formandos assim como dar-lhe as boas-vindas à Rede
Valorizar e também dar a conhecer algumas regras e procedimentos logísticos desta
formação. A conversa com os formandos teve a duração de cerca de 15 a 20 minutos,
sendo que a restante sessão ficou encarregue da formadora. Para o grupo da tarde (com
início às 13:30 horas) o procedimento foi exatamente o mesmo, sendo que durante este
horário a TORV estava a realizar esta mesma atividade na sala do grupo de B3
(equivalência ao 3.º ciclo de escolaridade).
Durante o processo de preparação destes dois grupos de B1, enfrentei algumas
dificuldades, mas também vários pontos positivos. As duas principais dificuldades
foram o facto de ser um processo com bastante responsabilidade e eu estar com a
preocupação de não errar, e a adaptação do meu discurso ao dirigir-me aos formandos,
nunca esquecendo que estava a lidar com pessoas que não tinham completado nenhum
nível de escolaridade, ainda. Como pontos positivos também vejo a responsabilidade
que já é depositada em mim e que tal acontece porque o trabalho que estou a realizar na
Rede é produtivo. Outro ponto positivo é todo o processo de contactar com as pessoas,
ir recebê-las no início de formação e ter oportunidade de explicar, mais uma vez, o
porquê da formação ser a resposta mais adequada aos mesmos. Todo este processo faz
com que eu sinta que posso efetivamente fazer a diferença na vida das pessoas.
14 a 24 de fevereiro de 2017
Ao contrário do que aconteceu nas semanas anteriores, estas duas semanas
foram inteiramente dedicadas a trabalho mais burocrático. O coordenador da Rede
Valorizar pediu que fizéssemos um levantamento de todos os utentes que estiveram
inseridos no processo de RVCC desde 2014 até ao momento. Para cada um dos utentes
teria de ser referido se o mesmo certificou ou não, a sua morada, número de
identificação civil, número de identificação fiscal, data de nascimento, contactos e
situação profissional. Tal como é possível deduzir, este levantamento ocupou duas
semanas de trabalho intensivo, que apenas foi interrompido para atender alguns
telefonemas e fazer alguns atendimentos.
Este levantamento foi um pedido do Fundo Social Europeu, entidade que
financia a Rede Valorizar.
2 a 9 de março de 2017
Após a pausa para o Carnaval (época muito tradicional e vivida intensamente na
Ilha Terceira), foi altura de retomar o trabalho para fazer uma das tarefas mais
importantes e que requerem mais atenção: os pagamentos dos formandos. O facto da
Rede Valorizar ter de momento em funcionamento 13 grupos do curso ABC e um grupo
RVCC destinado a desempregados, faz com esta tarefa tome uma dimensão também
muito maior. Por esta razão foram ocupados cerca de 7 dias de trabalho só com estes
pagamentos, uma vez que foram detetados erros nos valores recebidos pelos formandos
no mês passado e tal situação teve que ser verificada e corrigida. Desta forma, eu, a
TORV e uma formadora da Rede estivemos a verificar por diversas vezes estas
situações para que tal não se repetisse. Esta tarefa, acabou por se revelar mais complexa
do que o esperado e daí ter ocupado bastante tempo. No entanto, só demos por
terminada a atividade, quando a certeza era de que todos os formandos iriam receber os
apoios no valor certo e na altura certa do mês.
13 de março de 2017
No âmbito da iniciativa StartUp Angra e dos jovens integrados no programa
Ideia Jovem Invest, realizou-se hoje o primeiro "ad-on" que tinha como convidados
especiais o coordenador da StartUp Lisboa assim como um diretor executivo de uma
das empresas incubadas na StartUp Lisboa. O evento decorreu, como é habitual, no
Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo e contou com a presença de
alguns dos grupos ABC B3 da Rede Valorizar. A StartUp Lisboa fez-se representar não
só através da presença do seu diretor executivo mas também de um jovem que já criou e
colocou em prática a sua ideia de negócio, tendo já a sua empresa incubada na StartUp
Lisboa. Esta empresa abraça dois campos que primeiramente poderão parecer opostos: a
produção agrícola e as tecnologias, tendo sido criada para facilitar o trabalho dos
produtos e consumidores de produtos agrícolas. Precisamente por este motivo, a StartUp
Angra convidou para o painel de discussão, vários representantes de associações
agrícolas da ilha assim como representantes de empresas com a mesma premissa. A
sessão prolongou-se até ao final do dia.
27 de março de 2017
Durante a tarde de hoje decorreu a primeira sessão do novo grupo de RVCC
Secundário para desempregados, ou seja, o grupo irá funcionar em horário diurno. Esta
primeira sessão conta com alguns esclarecimentos feitos pela TORV, sobre o processo
de RVCC. Esta sessão contou com a minha presença juntamente com a TORV, fazendo
intervenções sempre que oportuno. A sessão teve a duração de três horas, o habitual
para um processo de RVCC.
Nesta sessão ainda foram entregues um manual, onde é possível consultar cada
um dos núcleos geradores de cada área do referencial de aprendizagens. Este manual
também irá servir para as primeiras sessões do processo, feitas pelos formadores, para
descodificação de cada núcleo.
Em relação à minha participação nestas sessões noto que tem sido cada vez mais
ativa, sendo que me sinto cada vez mais à vontade para intervir.
28 de março de 2017
O dia de hoje foi passado em trabalho externo na Praia da Vitória. Eu e TORV
fomos, juntamente com o formador, dar início a dois novos grupos de curso ABC
relativos ao nível B1. Nestas duas sessões (uma de manhã e uma de tarde) as
intervenções ficaram à minha responsabilidade, realçando a importância da entrega
atempadamente da documentação solicitada, os cuidados de higiene, o respeito pelos
colegas e pelo formador, os apoios financeiros aos quais têm direito, entre outras
questões. Nestas sessões também é distribuído todo o material escolar que foi
posteriormente organizado na Rede pela assistente técnica. Cada sessão termina após
todos os formandos procederem ao preenchimento de diversos documentos.
29 e 30 de março de 2017
Devido a um problema informático no servidor da Rede Valorizar, durante estes
dois dias não foi possível fazer quaisquer avanços nas tarefas pendentes. Assim sendo, o
trabalho durante estes dias caraterizou-se apenas pelo atendimento pessoal e telefónico
dos utentes.
3 de abril de 2017
Hoje, e considerando que é o primeiro dia útil do mês de abril, foi dia de dar
início ao processo dos pagamentos dos formandos. Tal como aconteceu o mês passado,
devido ao grande volume de formandos que estão atualmente em formação ABC na ilha
Terceira aliado ao facto dos poucos recursos humanos existentes na Rede, esta tarefa irá
demorar pelo menos até ao final desta semana. Assim sendo, coube-me a mim a função
de ser a primeira a preencher as grelhas de pagamentos considerando as tabelas de
assiduidade feitas pelos formadores. No entanto, alguns dos formadores por vezes
atrasam-se no preenchimento destas tabelas e como tal estas não estão disponíveis logo
no primeiro dia útil do mês, como foi o caso de hoje.
Desta forma e de modo a contornar da melhor forma possível esta situação,
tentando evitar sempre que haja atrasos no envio das grelhas de pagamentos para o
Fundo Regional de Emprego, optei por fazer um levantamento do material (grelhas de
assiduidade, sumários devidamente assinados pelos formandos e formadores, e faturas
relativas à utilização de transportes públicos) que havia sido entregue na Rede. Assim,
tornou-se bastante mais fácil saber o que estava em falta para contactar com cada
formador e transmitir essa informação.
Após este levantamento, o resto do meu dia foi passado precisamente a verificar
tabelas de presenças e sumários devidamente assinados, para tentar ao máximo
minimizar os erros nos valores que são recebidos pelos formandos.
4 a 6 de abril de 2017
Esta semana foi passada novamente a verificar e completar folhas de
pagamentos dos formandos atualmente inseridos nos cursos ABC na Ilha Terceira. Tal
como tenho referido ao longo destes registos, esta tarefa de verificação de pagamentos
dos apoios financeiros atribuídos aos formandos referentes a cursos ABC tem sido cada
vez mais trabalhosa e detalhada considerando o elevado número de formandos que
atualmente frequentam estes mesmos cursos na Ilha Terceira. Assim sendo, uma tarefa
que anteriormente poderia ficar concluída num dia de trabalho, nesta altura e com a
abertura de várias turmas nos meses de janeiro e fevereiro, esta é uma tarefa que ocupa
bastante mais tempo sendo efetuada sempre por duas pessoas de forma a minimizar a
taxa de erro.
10 a 13 de abril de 2017
Considerando que a Rede Valorizar é um projeto inserido na orgânica do
Governo Regional dos Açores que depende de fundos comunitários para a sua
sobrevivência, é necessário fornecer ao Fundo Social Europeu todos os dados relativos
aos formandos que frequentam as medidas de formação apoiadas pelo mesmo.
Desta forma, e uma vez que os fundos comunitários são atribuídos a cada três
anos, foi-nos pedido que fizéssemos um levantamento de todos os formandos inseridos
em grupos relativos a cursos ABC durante os anos 2014, 2015 e 2016. Este
levantamento é feito numa grelha em Excel onde deve-se ter atenção os seguintes
aspetos relativos a cada um dos formandos: ano da formação; número do grupo; data de
início da formação; data de fim da formação; aproveitamento; certificação (parcial, total
ou excluído); nome do formando; data de nascimento; número de identificação fiscal;
número da segurança social; número de identificação civil; morada; contacto telefónico;
nível de ensino que possuía anteriormente à formação; nível de ensino que possui
depois da formação; situação profissional. É também necessário ter em atenção os
formandos que foram excluídos da formação (por ultrapassarem o limite de faltas
permitido), assim como os formandos que desistiram do processo, considerando as
respetivas datas de exclusão e desistência como data de fim de formação.
Esta é uma tarefa bastante trabalhosa dado o volume de cursos ABC que se tem
vindo a realizar na Terceira desde o ano de 2014, sendo que é necessário consultar as
pastas digitais de cada um dos grupos de forma a preencher todos os indicadores
pedidos. Esta é uma tarefa que iniciei esta semana em conjunto com a TORV e que se
irá prolongar durante as próximas semanas sendo, naturalmente, intercalada com
diversas tarefas pontuais e fragmentadas.
24 a 27 de abril de 2017
Tal como previ no meu último registo, a realização do levantamento relativo a
formandos inseridos em cursos ABC tem ocupado os dias de trabalho praticamente
todos. Esta semana, além dessa que foi a tarefa principal, também realizei algumas
tarefas fragmentadas.
Desta forma, na segunda-feira dia 24 foi dia de reunião de diagnóstico para dar
início a mais grupo de processo RVCC Secundário, neste caso em horário noturno, ou
seja, das 18:00 horas às 21:00 horas. Como tem sido já habitual, eu e a TORV
realizamos esta sessão em conjunto articulando entre as duas a informação que seria
necessária transmitir aos formandos. Na última parte da sessão o protagonismo passou
para o lado dos formandos, sendo que estes ficaram a realizar a ficha de diagnóstico
enquanto eu e a TORV regressamos aos nossos postos de trabalho, continuando com a
nossa tarefa principal – preenchimento do levantamento de formandos inseridos em
cursos ABC. À medida que os formandos iam acabando as fichas de diagnóstico iam
saindo e entregam-nos essa mesma ficha enquanto lhes era marcada por nós, uma
entrevista diagnóstica.
Na quarta-feira, dia 26, o dia foi passado a realizar as entrevistas de diagnóstico
do grupo que esteve presente na reunião de diagnóstico na passada segunda-feira. As
quinze entrevistas foram divididas entre mim e a TORV, concluindo o dia com o grupo
completo e pronto para iniciar no próximo dia 3 de maio. O dia de hoje foi sobretudo
marcado por uma eficaz gestão do tempo da minha parte, sendo que aproveitava os
intervalos entre uma entrevista e outra para preencher o levantamento pedido pelo FSE.
Em relação à quinta-feira, dia 27, o dia foi de novo inteiramente dedicado ao
preenchimento do levantamento de formandos inseridos em cursos ABC. Durante este
dia tive a oportunidade de dedicar totalmente o meu dia de trabalho à tarefa principal
destas últimas semanas, sendo que apenas fui interrompida por tarefas fragmentadas e
breves como o atendimento telefónico e presencial.
2 a 4 de maio de 2017
Como tem vindo a ser hábito, as semanas de trabalho começam a ser bastante
rotineiras e com poucas tarefas novas a realizar uma vez que desta fase do meu estágio
já me integrei inteiramente de um pouco de todo o trabalho que é realizado pela Rede.
Esta semana foi, então, bastante semelhante às anteriores.
Durante a semana que passou a tarefa que realizei todos os dias foi o
preenchimento da tabela referente aos formandos inseridos em cursos ABC entre 2014 e
2016. A par desta, que foi novamente a principal tarefa da semana, fui realizando
algumas tarefas fragmentadas como o atendimento.
Ainda assim, na quarta-feira dia 3, conduzi pela primeira vez sozinha a primeira
sessão do novo grupo de RVCC Secundário, contando com a presença da TORV que ia
intervindo sempre que achava pertinente. Comecei por explicar o que é o processo de
RVCC, referindo que se trata de um processo de reconhecimento de competências que
nada se assemelha às metodologias do ensino regular. Durante este processo vão
reconhecer competências que já adquiriram ao longo da vida através de experiências
não só profissionais e académicas como também pessoais uma vez que se trata de
construir a sua história de vida. Também referi o facto de ao longo da nossa vida
estamos constantemente a aprender e que estas aprendizagens podem ser de três tipos:
formal, informal e não formal. Ou seja, não só é importante referir o que aprenderam na
escola como também o que aprenderam sozinhos, com os filhos ou com os colegas de
trabalho. A sessão foi decorrendo de forma descontraída, abordando as áreas de
competência que teriam de evidenciar e os respetivos núcleos geradores.
Para mim foi muito bom ter a oportunidade para conduzir a sessão sozinha,
assim consegui logo identificar vários aspetos a melhorar na minha prestação. De facto,
ao longo destes meses de estágio na Rede fui sempre tratada como um elemento da
equipa e não apenas como uma estagiária. A TORV, com a autonomia que lhe é dada
pelo coordenador da Rede, deu-me todas as oportunidades possíveis para eu realizar as
tarefas dela de forma autónoma contribuindo desta forma para a minha aprendizagem
profissional e crescimento profissional.
Os restantes dias da semana foram passados a dar continuidade à tarefa de
preencher o levantamento referente aos cursos ABC nos últimos 3 anos. Ainda assim,
dei início à realização dos pagamentos dos formandos atualmente inseridos em cursos
ABC, relativo ao mês de abril.
8 a 11 de maio de 2017
Nesta segunda feira dia 8, terminei a folha de pagamentos dos formandos
relativa ao mês de abril para que pudesse ser enviada o quanto antes para o Fundo
Regional de Emprego.
O resto da semana foi passada a arrumar e embalar todo o material presente no
edifício, uma vez que esta é a semana que a Rede muda de instalações. Como tal,
dedicamos esta semana a encaixotar e desencaixotar com todo o cuidado necessário de
forma que nada ficasse danificado com a transição.
15 a 18 de maio de 2017
Esta foi a primeira semana nas novas instalações. Este edifício é onde
funcionava até ao momento a Agência de Emprego de Angra do Heroísmo, e é um
edifício mais amplo inclusive com três salas de formação ao contrário do anterior que
apenas tinha uma, o que prolongava o tempo de espera entre cada grupo de RVCC.
Na segunda-feira dia 15 foi o dia de organizar todo o material nos novos
armários e secretárias.
Nos restantes dias da semana as tarefas já voltaram à rotina habitual, sendo que
no meu caso fiquei encarregue de dar continuidade ao preenchimento do levantamento
dos cursos ABC 2014-2016 que está praticamente concluído, ficando ainda por rever
alguns casos pontuais que suscitam mais dúvidas.
30 de maio de 2017
O dia de hoje foi especialmente marcante para mim. Estava marcada desde a
semana passada uma auditoria externa da APCER, no entanto e considerando a ausência
física do coordenador da Rede, a responsável por encaminhar as auditorias na Terceira é
a TORV. Desta feita, a TORV encontrava-se de férias ausente do país pelo que duas das
formadoras da Rede Valorizar (uma delas também faz parte da equipa da gestão de
formação) ficaram encarregues da auditoria.
Dois dias antes da auditoria fiquei ocorrente de que a formadora que substituía a
TORV não iria poder estar presente neste dia por razões pessoais. Por orientações do
coordenador quem ficou responsável por esta auditoria fui eu. Assim sendo, e tentando
não ceder à pressão daquilo que é uma auditoria externa, estava preparada para receber
o auditor hoje pela manhã. Após consultar diversos processos terminados e também
processos a decorrer, o auditor deu por terminada a auditoria congratulando-me pelo
meu trabalho considerando que estou na Rede há poucos meses e como estagiária.
Considerando que este estágio está na sua reta final faço um balanço bastante
positivo destes últimos meses. Foi a minha primeira experiência profissional e aprendi
muito mais do aquilo que inicialmente esperava. Pude aprofundar conhecimentos que já
tinha e aplicar competências aprendidas durante o percurso da licenciatura. No que diz
respeito à gestão da formação penso não poderia ter sido enquadrada numa equipa
melhor, quer em relação a aspetos pessoais quer profissionais. Nesta reta final, consigo
identificar que o meu trabalho foi valorizado e que consegui efetivamente contribuir
para a evolução da Rede Valorizar.
ANEXO II - Guião de entrevista
Tema: Caraterização da Rede Valorizar
Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre as caraterísticas da Rede
Valorizar
Objetivos Específicos: Aprofundar a caraterização da Rede Valorizar; Compreender
diferenças entre a caraterização feita pela TORV e a caraterização documental.
Data: 2 de fevereiro de 2017
Local: Rede Valorizar
Duração: 35 minutos
Esta entrevista é confidencial e será utilizada apenas para fins académicos.
Blocos Objetivos
específicos
Questões Tópicos
orientadores
A – O trabalho
realizado na Rede
Valorizar
- Conhecer o ponto
de vista da TORV
sobre a Rede
Valorizar
- Compreender as
vantagens e
desvantagens das
ofertas de educação
de adultos da Rede
Valorizar
- Qual a sua opinião
sobre a Rede
Valorizar?
- Em que medida é
que os cursos ABC
e os processos de
RVCC são uma
melhor oferta do
que o ensino
recorrente?
-No âmbito da
educação de
adultos, porquê
- Finalidades de
intervenção
- A estrutura
- Os recursos
humanos
- O trabalho
realizado
- Mais-valias dos
cursos ABC
- Pontos fortes do
processo de RVCC
- Realçar a
importância do
trabalho de
- Verificar os pontos
fortes e pontos
fracos da Rede
Valorizar
encaminhar os
adultos para estes
processos e não
para o ensino
recorrente?
- Quais são os
pontos fortes da
Rede Valorizar?
- E pontos a
melhorar?
acolhimento
B – Dificuldades
enfrentadas
- Averiguar que
dificuldades são
enfrentadas e como
são ultrapassadas
- Quais são as
dificuldades que a
Rede Valorizar
enfrenta no âmbito
da educação de
adultos?
- O que se faz no
sentido de
ultrapassar estas
dificuldades?
- Gestão de
conflitos
- Momentos mais
difíceis de
ultrapassar
C – O futuro da
Rede Valorizar
- Saber a perceção
futura da TORV,
em relação à Rede
Valorizar
- O que falta, à
Rede Valorizar,
fazer?
- Obrigada pela
colaboração!
- Projetos futuros
- Para além destes
projetos, o que
ainda falta?
ANEXO III - Protocolo da Entrevista I
Tema: Caraterização da Rede Valorizar
Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre as caraterísticas da Rede
Valorizar
Objetivos Específicos: Aprofundar a caraterização da Rede Valorizar; Compreender
diferenças entre a caraterização feita pela TORV e a caraterização documental.
Entrevistada: Técnica de Orientação, Reconhecimento e Validação de competências
Data: 2 de fevereiro de 2017
Duração: 35 minutos
Local: Rede Valorizar – Angra do Heroísmo
Entrevistador – Primeiro que tudo, esta entrevista será usada apenas para fins
académicos. Então, a primeira questão é qual é a tua opinião/visão da Rede? E sobre
isto tenho quatro tópicos orientadores, que são: as finalidades de intervenção, a
estrutura, os recursos humanos e o trabalho realizado.
Entrevistado – Relativamente às finalidades de intervenção da Rede Valorizar...
A Rede surge em 2009 em S. Miguel, na Terceira e no Faial (portanto são três polos)
como um projeto da Direção Regional do Emprego, portanto não pertence ao
organograma da Direção Regional do Emprego, mas sim como um projeto. E um
projeto que visava qualificar mais as pessoas. Surge também na sequência dos Centros
de Novas Oportunidades que existiam no continente, mas com uma autonomia diferente
por ter uma legislação própria ao nível do Governo dos Açores. O que também permitiu
que os Centros de Novas Oportunidades no continente encerrassem portas e a Rede se
mantivesse e fosse crescendo cada vez mais. Com quem é que nós trabalhamos?
Trabalhamos com adultos a partir dos 18 anos ao nível do 4.º, 6.º, 9.º e ensino
secundário, sendo que desde 2012 começamos a trabalhar de uma forma mais acentuada
com os níveis de escolaridade mais baixos, 4.º, 6.º e 9.º, mas sobretudo o 4.º e o 6.º que
eram etapas de formação com as quais não tínhamos trabalhado antes. Apesar de estar
na legislação nós ainda não tínhamos aprofundado muito. Trabalhávamos
essencialmente com 9.º ano e 12.º. Pontualmente apareciam pessoas que necessitavam
fazer o 6.º ano, até 2012 posso te dizer que a esmagadora maioria das pessoas que nos
procurava eram pessoas que trabalhavam. A partir de 2012, houve uma mudança muito
grande da população com que começamos a trabalhar. Porquê? Aumento do
desemprego e as pessoas de muito baixa escolaridade começaram a procurar-nos. Então
aí, surgem os primeiros cursos de Aquisição Básica de Competências adjudicados às
Escolas Profissionais. Na Terceira os primeiros cursos foram adjudicados à Escola
Profissional da Praia da Vitória, nós só tivemos um papel meramente administrativo
porque toda a gestão da formação ficou encarregue à Escola Profissional. No início de
2013 passa para nós com os primeiros ABC B1 e B2. Em março de 2013 iniciaram os
primeiros ABC B1 e B2 em Angra e na Praia, eram cerca de 6 turmas (duas turmas na
Praia e quatro turmas em Angra – posso te confirmar isso depois) e os cursos
arrancaram com formadores que foram contratados para o efeito, eram professores não
colocados como é sempre regra na Rede Valorizar, ir buscar à Agência de Emprego ou
através de candidaturas espontâneas, professores que não estejam colocados exatamente
para minimizar o efeito do desemprego na área do ensino. E a partir daí foi um
crescendo de cursos de Aquisição Básica de Competências. Há relativamente dois anos
começámos também com os cursos ABC B3 de equivalência ao 9.º ano, houve alteração
da legislação da Rede Valorizar também, ou seja, a legislação da Rede Valorizar foi
sendo alterada para fazer face às necessidades que se iam sentindo, tanto que a alteração
mais recente está relacionada com a formação modular para que se possam dar cursos
de línguas devido ao aumento do turismo, cursos que são sempre UFCD's (Unidades de
Formação de Curta Duração) do Catálogo Nacional de Qualificações e vamos crescendo
a esse nível. Finalidades, já falei tanto e não sei se respondi ao que querias...
Entrevistador – Sim sim, está. Agora estrutura.
Entrevistado – Sim, em relação à estrutura, a Rede Valorizar está inserida na
Direção Regional do Emprego e da Qualificação Profissional que pertence à Vice-
Presidência... E agora podes fazer a tua pergunta.
Entrevistador – Desconstruindo a questão, como é que vês a Rede dentro desta
estrutura?
Entrevistado – Cada vez mais forte. Ou seja, a estrutura da Rede vai-se
consolidando cada vez mais. E aquilo que iniciou como sendo um projeto pequeno que
nós não sabíamos bem que frutos iria dar, a verdade é que está cada vez mais forte e
cada vez a abraçar mais áreas de formação e a crescer. Eu não vejo tão cedo que este
projeto termine, antes pelo contrário acho que vai criar raízes e deixar de ser um projeto
para ser sim um organismo do Governo.
Entrevistador – E agora os recursos humanos?
Entrevistado – Escassos (risos), como sabes. Ao nível dos recursos humanos,
com os cursos ABC e como recorremos a recrutamento externo, há algumas vezes
dificuldades apesar do desemprego na área da educação, há dificuldades a nível regional
por isso também temos professores que têm conhecimento das nossas necessidades e
vêm para os Açores trabalhar. Relativamente aos recursos humanos internos, à equipa
de formação interna... Há necessidade neste momento de um formador de Linguagem e
Comunicação para básico e ao nível dos RVCC's para já parece-me que a equipa
consegue dar resposta, se trabalhar verdadeiramente e quiser cumprir os objetivos,
consegue dar resposta. Relativamente aos ABC's vamos conseguindo também dar
resposta às necessidades de formação. Relativamente à questão mais relacionada com a
gestão da formação, é necessário claramente que sejam contratadas mais pessoas porque
eu como única TORV não consigo dar resposta ao volume de trabalho que existe.
Entrevistador – Agora o trabalho realizado, acho que sobre isto já respondeste.
Vamos passar à frente. Agora, em que medida em que os cursos ABC e os processos de
RVCC são, ou não, uma melhor oferta que o ensino recorrente?
Entrevistado - São, sem dúvida, uma oferta que vai mais ao encontro das
expectativas das pessoas. Eu costumo dizer que o ensino Recorrente não é, atualmente,
a resposta que as pessoas precisam. As pessoas quando se propõe a concluir o 9.º ano ou
o secundário através do Recorrente encontram muitas dificuldades, nomeadamente a
questão temporal. Ao nível no 9.º ano só existe o Recorrente Mediatizado na Escola
Secundária Vitorino Nemésio (Praia da Vitória), ou seja, havendo outras respostas em
que as pessoas conseguem alcançar o mesmo nível de qualificação estando bem
formadas ao nível dos conteúdos, ao nível daquilo que precisam para as suas vidas, o
ensino Recorrente deixa claramente de ser uma resposta. Serve possivelmente para
outras ilhas que não têm as respostas que nós temos cá na ilha, mas não é de todo
resposta nem sei tão pouco se o Mediatizado terá muitas inscrições ao nível do 9.º ano.
Ao nível do secundário, o Recorrente, o Reativar escolar e os processos de RVCC. Os
processos de RVCC não são para toda a gente, como tu sabes, as pessoas perante um
diagnóstico e uma entrevista têm que demonstrar que têm competências para. Têm que
demonstrar competências ao nível dos núcleos geradores das três áreas e se não têm não
é a resposta adequada para essas pessoas. Daí que a seguir ao RVCC, normalmente a
resposta que as pessoas querem é o Reativar. Porque em dois anos letivos conseguem
terminar o secundário e não em três como no Recorrente. Outra dificuldade que existe, é
o Recorrente abrir duas áreas - área de Ciências e área de Humanidades - não havendo
número suficiente de pessoas (ou seja, um mínimo de dez pessoas) as disciplinas não
abrem, o que significa que um percurso de três anos poderá demorar muito mais, há
uma incerteza sempre relativamente a isso. As pessoas numa fase de vida adulta, que se
propõe a estudar não querem a incerteza de saber se terminam em três anos, ou em
quatro ou em cinco. Quando é que eu recomendo, enquanto TORV, o Recorrente?
Recomendo quando são pessoas mais jovens e quando têm o objetivo de fazer uma
licenciatura na área das ciências (engenharias, nessas áreas), se é uma área das ciências
sociais, um reativar, um RVCC dá-lhes as ferramentas que eles necessitam para fazer
uma licenciatura na área das ciências sociais. Na área das engenharias, eu reconheço
que não, porque é preciso ter bases de Matemática, de Química e de Biologia que as
pessoas não adquirem num processo de reconhecimento de competências nem um
reativar apesar de terem Sociedade, Tecnologia e Ciência, não adquirem as
competências que necessitam. Portanto, é preciso analisar o perfil do adulto que se
apresenta perante nós, perceber quais as ambições daqueles adultos e fazer o
encaminhamento se adeque mais ao perfil dele. Portanto, dentro destas três, não há uma
resposta milagrosa, têm que se analisar perfil a perfil, pessoa a pessoa.
Entrevistador – Aqui também acho que já me respondeste – no âmbito da
educação de adultos, porquê encaminhar os adultos para estas respostas.
Entrevistado – Sim, já está.
Entrevistador – Agora, a Rede. Quais são os pontos fortes?
Entrevistado – A equipa, motivar as pessoas, o acolhimento... Aliás, vamos
recomeçar, antes da equipa, o acolhimento. O acolhimento é muito importante, porque
às vezes as pessoas chegam aqui e não percebem ao que é que vêm, portanto é
importante que o acolhimento seja bem feito e que as pessoas recebam a informação que
necessitam para se entusiasmarem, para se sentirem motivadas a continuar. Se eles
tiverem uma pessoa à frente que não lhes explica minimamente aquilo que é a Rede
Valorizar, se formos antipáticos, as pessoas não voltam tenho a certeza absoluta porque
custa voltar depois de tantos anos sem estudar, "agora vou estudar," mas chego lá e
encontro barreiras, essas barreiras vão desmotivar as pessoas. Portanto, o atendimento é
fundamental para que as pessoas fiquem entusiasmadas em continuar. Depois, a equipa
de formação é muito importante exatamente para manter esse fio condutor de motivar as
pessoas, não deixar as pessoas "fugir" quando elas já vão a meio do percurso e sentem
os receios naturais que é "eu não vou conseguir fazer isto", se não houver um
acompanhamento por parte de toda a equipa, as pessoas quando começam a sentir as
primeiras frustrações e as primeiras dificuldades têm tendência a desistir, portanto o
acompanhamento durante todo o processo é importante. Mais pontos fortes... Penso que
seja a dinâmica, o relacionamento com as pessoas, penso que passa por aí. E o trabalho,
e as pessoas sentirem que o trabalho é válido e que vão conseguir alcançar os seus
objetivos.
Entrevistador – E agora, pontos a melhorar?
Entrevistado – Atendendo ao número de inscrições que existem, conseguir
fazer mais grupos. Ter capacidade, e aí sim caso seja necessário, aumentar o número de
recursos humanos (formadores) para conseguirmos fazer mais grupos em simultâneo.
Em termos de estrutura física, naturalmente também é preciso mudar, que é uma coisa
que também vai acontecer em pouco tempo esperamos nós, ter mais capacidade, mais
espaço, salas para ter mais grupos a funcionar em simultâneo porque com a realidade
que temos atualmente não é possível, já muito fazemos com o pouco espaço que temos.
E, de alguma forma as pessoas acabam por não ver as falhas do espaço físico muito por
causa do acompanhamento que têm. As pessoas sabem que isto não tem as melhores
condições, mas depois as coisas boas sobrepõe-se às debilidades do espaço físico. Mais?
Entrevistador – Mais algum ponto a melhorar que te lembres?
Entrevistado – Os recursos humanos, como já tínhamos falado, é necessário e
importante.
Entrevistador – Agora, nesta questão também acho que me foste respondendo
um bocadinho. Quais são as dificuldades que a Rede Valorizar enfrenta no âmbito da
educação de adultos?
Entrevistado – Dificuldades... Quando temos formandos...
Entrevistador – Desculpa interromper, mas se calhar podes responder em
conjunto com a próxima questão: o que se faz no sentido de ultrapassar estas
dificuldades?
Entrevistado – Ok. Uma das dificuldades que nós enfrentamos quando temos
formandos que repetem sucessivamente ações, formações por exemplo de B1 e não
conseguem atingir os objetivos. E temos utentes que já repetiram o B1, o curso de
Aquisição Básica de Competências, três vezes e não conseguem concluir o 4.º ano com
aproveitamento. O que é que nós podemos fazer com estas pessoas? Não há ali um
défice cognitivo, pelo menos que seja reconhecido, há dificuldades e provavelmente
alguns bloqueios internos das pessoas para aprenderem e provavelmente um dos
próximos passos será precisamente criar um curso de alfabetização para dar resposta a
estas pessoas. Ou seja, ainda será uma outra vertente de formação mais de base para que
depois possam integrar uma formação de 4.º ano dignamente para poderem fazer face
àquilo que é um 4.º ano e às exigências do 4.º ano. Relativamente ao 6.º e ao 9.º ano a
mesma coisa, nós já conseguimos fazer alguma coisa uma vez que são pessoas que já
têm algum nível de escolaridade, já têm o 6.º ano ou já têm o 9.º ano ou até mesmo já
têm um diploma de 4.º ano mas não têm as competências daquele nível de escolaridade
e as pessoas aceitam voltar para trás, para o nível anterior por perceberem que precisam
dessa formação para depois poder andar para a frente com capacidade de trabalho e não
chegar para fazer um 6.º ano e ter dificuldades na leitura, não saber ler nem escrever.
Não faz sentido colocar um adulto a fazer formação de 6.º ano ou de 9.º ano quando
aquele adulto mal escreve ou mal sabe ler. Portanto há alguma recetividade por parte
das pessoas nesse sentido, as pessoas nas reuniões acabam por perceber que não faz
sentido e então voltam para trás para aprender e aí podem continuar. Eu acho que há
pessoas que têm sérios problemas que devem vir da infância, professores primários mais
austeros, porque há partida uma pessoa que consegue ter um caderno exemplar sem
erros ortográficos, mas depois não consegue juntar duas sílabas para ler não faz sentido
nenhum. E o que é que se faz com estas pessoas? Que até têm vontade, já demonstraram
que querem melhorar... É a nossa dificuldade, neste momento ainda numa fase muito
embrionária, mas se calhar mais cedo ou mais tarde a gente vai começar a deparar-se
com estas dificuldades... Pessoas que já tentaram formação connosco mas que têm
bloqueios e o nosso trabalho também não é psicologia, o nosso trabalho é formação, a
verdade é essa.
Entrevistador – Outra questão que não tinha no guião, que estava a pensar
perguntar numa outra oportunidade, mas parece-me interessante perguntar agora. O
nosso público é um bocadinho...
Entrevistado – Difícil?
Entrevistador – Sim, tem caraterísticas especiais. O que se tenta fazer, a nível
da Rede, para que as coisas não...
Entrevistado – Compliquem?
Entrevistador – Sim.
Entrevistado – Olha, se eu enquanto TORV, seguisse todas as orientações da
Rede tal e qual elas estão escritas, nós provavelmente chegaríamos ao fim das
formações e teríamos muito poucas pessoas. Como nós trabalhamos com pessoas e é
essa a minha postura, não trabalhar com números, mas sim com pessoas, nós temos que
atender a todos os casos como sendo casos particulares. Portanto, há orientações
escritas, mas nem sempre aquilo que está escrito é a resposta que as pessoas precisam...
Portanto, o que é que se tenta fazer? É lidar com as pessoas e responder a cada pessoa
como um indivíduo e ir resolvendo os problemas. Seria muito mais fácil resolver os
problemas e cumprirmos as regras tal qual elas estão escritas, chegou às 30 horas de
faltas "arrumou", justificadas ou injustificadas, o que era muito fácil e dava menos
trabalho. É muito mais fácil, o aluno portou-se mal vai-se embora e é excluído, é muito
mais fácil do que tentar perceber o que é que aconteceu, não é?
Entrevistador – Estou a lembrar-me de um dos nossos casos. Há pessoas que se
torna complicado excluir, como é que nós vamos fazer?
Entrevistado – É. Nós trabalhamos com pessoas de todos os níveis
socioeconómicos. A população dos cursos de Aquisição Básica de Competências por
regra é uma população de níveis socioeconómicos muito mais baixos, que recebem RSI
(Rendimento Social de Inserção) e muitas não recebem nada, algumas são subsidiadas e
os subsídios estão a acabar e falta comida em casa e falta comida para os filhos, falta
água, falta luz, falta gás e é também preciso perceber que estas pessoas vivem muitas
vezes em situação limite em termos económicos e em termos sociais, se nós não
tratarmos estas pessoas com dignidade como elas merecem, não tentarmos fazê-las ver
que elas podem chegar mais além e seguirmos tudo pelas regras e fazer tudo "às três
pancadas" e tratamos as pessoas com frieza, com distância, elas acabam em primeiro
por não nos respeitar, deixam de nos respeitar que é coisa que não acontece muitas
vezes em relação a mim com utentes que são mais complicados, que até desrespeitam os
professores mas depois chegam aqui eu não tenho razão de queixa deles porque de
alguma forma eles também perceberam que eu não as quero prejudicar. Eu não estou
aqui para lhes cortar as pernas, estou aqui para os ajudar e acho que de alguma forma
também depende dos técnicos que estão à frente e que dão a cara pela Rede Valorizar
ter a capacidade de fazer esse trabalho. É o que eu digo, "é mais fácil dizer não, acabou,
vai-te embora" do que estar recorrentemente com problemas com determinados alunos,
mas que acabam por perceber que nós os queremos ajudar e alguns acabam por evoluir
muito positivamente e outros não, é mesmo assim, outros não têm capacidade, não tem
condições sociais, o saber estar... olha o CHA do Chiavenato, conheces?
Entrevistador - Não, acho que não.
Entrevistado - Então vou ensinar-te uma coisa (risos). O Chiavenato é um autor
brasileiro que tem uma sigla que é o CHA. Eu explico sempre isto aos nossos utentes na
reunião de RVCC. São os nossos (C)onhecimentos, (H)abilidades e as nossas
(A)titudes. Os meus conhecimentos são o meu saber-saber, as minhas habilidades são o
meu saber-fazer e as minhas atitudes são o meu saber-ser. Eu costumo dizer que aquilo
que nós queremos num processo de RVCC são as suas competências, que é isto tudo. E
se nós também, enquanto técnicos, não soubermos passar esta mensagem e não
conseguirmos demonstrar que eles são capazes, o trabalho cai um bocadinho por terra,
não dá para toda a gente dá para aqueles que querem, a verdade é essa.
Entrevistador - Só tenho mais uma pergunta. O que é que falta à Rede
Valorizar fazer?
Entrevistado – Tanta coisa! Eu acho que a Rede Valorizar tem um potencial de
sucesso. Eu acho que gradualmente, a Rede Valorizar vai aumentar a sua abrangência
em termos de formação, tenho quase a certeza que isto vai acontecer. Nós começamos
com processos de RVCC, passamos para os cursos de Aquisição Básica de
Competências, já estamos a começar há algum tempo, cá ainda em pouca escala, com
formação modular e penso que mais cedo ou mais tarde vamos começar com outros
tipos de formação porque há necessidade por parte das pessoas e há pedidos por parte
das pessoas para fazerem. Eu acredito que vamos crescer ainda mais e vamos abrir cada
vez mais o leque de formação, com que orientação ainda não sei bem, mas para já
vamos investir nos cursos de línguas que faz sentido por causa do acréscimo do turismo,
cursos de línguas direcionados para o atendimento ao público. Ou seja, a base, língua
estrangeira iniciação, continuação e depois até UFCD’s de atendimento, atendimento ao
cliente, eu acho que faz todo o sentido investir no inglês sobretudo, eventualmente no
espanhol e no francês. É tudo?
Entrevistador – Sim. Obrigada!
Entrevistado – De nada, sempre que precisares.
ANEXO IV - Análise de conteúdo - Entrevista I
Tema: Caraterização da Rede Valorizar
Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre as caraterísticas da Rede
Valorizar
Objetivos Específicos: Aprofundar a caraterização da Rede Valorizar; Compreender
diferenças entre a caraterização feita pela TORV e a caraterização documental.
Data: 2 de fevereiro de 2017
Local: Rede Valorizar
Duração: 35 minutos
Categorias Sub-categorias Unidades de Registo
A – O trabalho realizado na Rede
Valorizar
- Conhecer o ponto de vista da
TORV sobre a Rede Valorizar
- Compreender as vantagens e
desvantagens das ofertas de
educação de adultos da Rede
Valorizar
- Verificar os pontos fortes e
pontos fracos da Rede Valorizar
"(…) A Rede surge em 2009 em
S. Miguel, na Terceira e no Faial
(portanto são três polos) como um
projeto da Direção Regional do
Emprego (…)"; "(…) um projeto
que visava qualificar mais as
pessoas. Surge também na
sequência dos Centros de Novas
Oportunidades que existiam no
continente, mas com uma
autonomia diferente por ter uma
legislação própria ao nível do
Governo dos Açores." "(…) A
partir de 2012, houve uma
mudança muito grande da
população com que começamos a
trabalhar. Porquê? Aumento do
desemprego e as pessoas de muito
baixa escolaridade começaram a
procurar-nos. Então aí, surgem os
primeiros cursos de Aquisição
Básica de Competências (…)";
"(…) Há relativamente dois anos
começámos também com os
cursos ABC B3 de equivalência
ao 9.º ano, houve alteração da
legislação da Rede Valorizar
também, ou seja, a legislação da
Rede Valorizar foi sendo alterada
para fazer face às necessidades
que se iam sentindo (…)"; "(…) a
estrutura da Rede vai-se
consolidando cada vez mais. E
aquilo que iniciou como sendo um
projeto pequeno que nós não
sabíamos bem que frutos iria dar,
a verdade é que está cada vez mais
forte e cada vez a abraçar mais
áreas de formação e a crescer.";
"Relativamente à questão mais
relacionada com a gestão da
formação, é necessário claramente
que sejam contratadas mais
pessoas porque eu como única
TORV não consigo dar resposta
ao volume de trabalho que
existe."; (Sobre os pontos fortes)
"A equipa, motivar as pessoas, o
acolhimento (…) o trabalho, e as
pessoas sentirem que o trabalho é
válido (…)"; (Sobre os pontos a
melhorar) " (…) conseguir fazer
mais grupos. (…) Em termos de
estrutura física, naturalmente
também é preciso mudar (…) ter
mais capacidade, mais espaço,
salas para ter mais grupos a
funcionar em simultâneo porque
com a realidade que temos
atualmente não é possível (…)"
B – Dificuldades enfrentadas
- Averiguar que dificuldades são
enfrentadas e como são
ultrapassadas
"Uma das dificuldades que nós
enfrentamos quando temos
formandos que repetem
sucessivamente ações, formações
por exemplo de B1 e não
conseguem atingir os objetivos.
(…) Não há ali um défice
cognitivo, pelo menos que seja
reconhecido, há dificuldades e
provavelmente alguns bloqueios
internos das pessoas para
aprenderem (…) um dos próximos
passos será precisamente criar um
curso de alfabetização (…) e o
nosso trabalho também não é
psicologia, o nosso trabalho é
formação (…)"; (Em relação à
questão sobre o público da Rede)
" (…) se eu enquanto TORV,
seguisse todas as orientações da
Rede tal e qual elas estão escritas,
nós provavelmente chegaríamos
ao fim das formações e teríamos
muito poucas pessoas (…) não
trabalhar com números mas sim
com pessoas, nós temos que
atender a todos os casos como
sendo casos particulares (…) É
lidar com as pessoas e responder a
cada pessoa como um indivíduo e
ir resolvendo os problemas (…) é
também preciso perceber que
estas pessoas vivem muitas vezes
em situação limite em termos
económicos e em termos sociais,
se nós não tratarmos estas pessoas
com dignidade como elas
merecem, não tentarmos fazê-las
ver que elas podem chegar mais
além e seguirmos tudo pelas
regras (…) elas acabam em
primeiro por não nos respeitar,
deixam de nos respeitar que é
coisa que não acontece muitas
vezes em relação a mim com
utentes que são mais complicados,
que até desrespeitam os
professores mas depois chegam
aqui eu não tenho razão de queixa
deles (…)"
C – O futuro da Rede Valorizar
- Saber a perceção futura da
TORV, em relação à Rede
Valorizar
" Eu acho que a Rede Valorizar
tem um potencial de sucesso (…)
Nós começamos com processos de
RVCC, passamos para os cursos
de Aquisição Básica de
Competências, já estamos a
começar há algum tempo, cá ainda
em pouca escala, com formação
modular e penso que mais cedo ou
mais tarde vamos começar com
outros tipos de formação porque
há necessidade por parte das
pessoas e há pedidos por parte das
pessoas para fazerem (…)"
ANEXO V - Guião de entrevista II
Tema: As funções, atividades e tarefas do TORV
Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre o seu trabalho
Objetivos Específicos: Aprofundar o conhecimento sobre as tarefas e atividades da
TORV; Compreender as caraterísticas inerentes a este trabalho.
Data: 1 de junho de 2017
Local: Rede Valorizar
Duração: 1 hora
Esta entrevista é confidencial e será utilizada apenas para fins académicos.
Blocos Objetivos
específicos
Questões Tópicos
orientadores
A – Percurso
Académico
- Conhecer melhor a
formação básica da
TORV
- Compreender em
que medida o
percurso
profissional
influenciou a
formação contínua
- Qual a sua
formação base?
- A nível de
formação contínua,
o que já fez?
-Em que medida
essas iniciativas de
formação contínua
se relacionaram
com o seu percurso
profissional?
- Licenciatura
- Pós-graduação
- Ações que não são
formalmente
certificadas – ações
de formação
contínua
-Influência da vida
profissional na
escolha de formação
contínua e da
formação contínua
na vida profissional
B – Percurso
Profissional
- Perceber que
funções, atividades
e tarefas a TORV
desempenha
-Averiguar como
aprendeu estas
funções, atividades
e tarefas
-Compreender a
gestão de tempo
realizada pela
TORV
-Aprofundar o
conhecimento sobre
as relações inter-
pessoais existentes
na Rede Valorizar
- Onde começou a
trabalhar?
- O que fazia?
- E mais tarde,
ainda antes de vir
para a Rede, outros
trabalhos que
tenham tido? E o
que fazia?
- (Porque é que
considera este um
momento de
viragem?)
-Que tarefas
desempenha
atualmente na Rede
Valorizar?
- Aqui na Rede, o
que faz diferente
hoje no trabalho
que realiza?
- Pode descrever
um dia de trabalho?
- Com quem?
- Momentos de
mudança
- Importância dos
colegas (dos
educandos adultos,
dos chefes) na vida
profissional
- Figuras de
referência
- Formação contínua
- Aprendizagens no
local de trabalho
- O que foi mais
importante no
trabalho
- Modo como vê o
seu trabalho
- Momentos de
pensar no que fazer
durante o trabalho ou
depois do trabalho
- Reuniões formais e
informais
-Mudanças de equipa
-Adaptação e
diferenças
- Como carateriza a
sua relação com os
colegas? Com as
chefias?
-Opinião
C – Perspetiva
futura
- Saber as ambições
da TORV sobre o
seu futuro
profissional
- No fim do dia
reflete sobre o
trabalho feito?
- O que ainda lhe
falta fazer a nível
de trabalho? Que
projetos possui?
Gostaria de mudar
de trabalho? O que
gostaria ainda de
fazer?
-Obrigada pela
colaboração!
- Questões práticas,
do quotidiano
-Ambições e projetos
futuros
ANEXO VI - Protocolo da Entrevista II
Tema: As funções, atividades e tarefas do TORV
Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre o seu trabalho
Objetivos Específicos: Aprofundar o conhecimento sobre as tarefas e atividades da
TORV; Compreender as caraterísticas inerentes a este trabalho.
Data: 1 de junho de 2017
Local: Rede Valorizar
Duração: 1 hora
Entrevistador – Tal como na entrevista anterior, esta também será usada apenas para
fins académicos. Em primeiro lugar, esta entrevista será muito focada em ti, no teu
trabalho e como procedes. Para começar, fala-me um bocadinho sobre a tua formação
de base.
Entrevistado – Ora muito bem. Quando fiz a candidatura à Universidade decidi que a
minha formação académica iria passar por Direito. Entrei em Coimbra, na minha
primeira opção, e quando cheguei a Coimbra rapidamente percebi que a metodologia
que a faculdade usava, a postura dos professores para com os alunos e até mesmo entre
os próprios colegas não se coadunava com aquilo que eu era, era um relacionamento
muito distante, muito frio, era muito difícil ter acesso aos professores e era uma coisa
que eu não estava habituada. E isso também permitiu e influenciou de uma maneira
muito forte o meu insucesso. Andei por lá alguns anos até que percebi que tinha que
mudar de curso e tinha que perceber aquilo que me ia fazer feliz. E agora, o que é que
me ia fazer feliz? Então comecei todos os sábados a comprar o Expresso e a tentar
perceber o que é que o mercado de trabalho precisava, porque já estava lá há alguns
anos já não tinha tanto tempo para andar em tentativas erro. Tinha que ser alguma coisa
com empregabilidade para não correr o risco de estar mais quatro ou cinco anos a
estudar e depois não ter trabalho. Fiz a minha pesquisa no Expresso e percebi que a área
da Gestão era uma área com empregabilidade e que o mercado precisava. As
Engenharias também, mas as Engenharias não eram para mim, naturalmente, porque eu
era de Humanidades, então teria de passar pela área da Gestão. E um curso que eu nunca
tinha pensado e que começou a aparecer recorrentemente no Expresso era Gestão de
Recursos Humanos, e eu comecei a pesquisar mais sobre esta licenciatura. Os planos
curriculares assustaram-me um bocadinho, porque era de Humanidades e estar em
Direito e depois ter cadeiras de Gestão, Contabilidade, Estatística, Gestão Financeira
assustou-me um bocadinho numa fase inicial, mas eu percebi que passava por ali. E o
facto é que fiz a mudança de curso, consegui entrar e na primeira frequência que foi de
Gestão tirei 13 valores, coisa que já não acontecia há algum tempo. E como sucesso
gera sucesso, o bichinho começou a ficar e eu a gostar cada vez. As cadeiras nucleares
de Recursos Humanos eram cadeiras que eu gostava muito, que me davam muito gozo
estudar, não só estudar porque tinha que passar, eram coisas que me davam realmente
gosto saber. E depois foi assim, foi passando, terminei o curso. A minha melhor nota,
por coincidência sem saber que iria trabalhar na área da formação, foi exatamente 19
valores a Gestão e Formação de Recursos Humanos. Nunca me passou pela cabeça
trabalhar nesta área, a minha ideia era mais trabalhar na área de Recrutamento e
Seleção, não sei bem porquê, mas era. No último ano, auto propus-me a fazer um
estágio curricular na SONAE e trabalhei em ambas as áreas, quer na área da formação
quer na área do recrutamento e seleção, e gostei muito das duas. Percebi mais e melhor
o que era a formação, o que eram as necessidades de formação, presenciei por
coincidência através do SONAE learning center a primeira entrega de diplomas dos
processos de RVCC que a empresa tinha proporcionado aos seus trabalhadores e nem
sonhava que iria trabalhar também nesta área. Na minha monografia centrei-me na área
da avaliação de desempenho. Esta é também uma área que gosto muito e que
infelizmente é pouco explorada aqui no trabalho, por um lado, por falta de tempo e
depois porque a avaliação de desempenho na função pública...
Entrevistador – A nível de formação contínua...
Entrevistado – Quando estava ainda a terminar a licenciatura pensei que devia
aproveitar a embalagem e fazer um Mestrado. Inscrevi-me na Universidade dos Açores
para fazer um Mestrado em Ciências Económicas e Empresariais com especialização
em Recursos Humanos. No primeiro ano, de Pós-graduação, estava a trabalhar,
portanto, só me era permitido tirar férias para ir a São Miguel fazer os exames. Estudava
durante uma semana para os exames, ia tirando a matéria e informação através do
Moodle e depois ia para São Miguel fazer os exames. Concluí a Pós-graduação e no ano
seguinte, o ano da tese. Exatamente por ser uma área que eu gostava muito e por já estar
a fazer o Estagiar L aqui (na Rede Valorizar), achei que seria pertinente que a minha
tese se debruçasse sobre a avaliação de desempenho na função pública. Mas entretanto,
decidi casar, na mesma altura estava a fazer o curso de Formação de Formadores,
portanto entrava no serviço às 9h saía às 17h30 ia para a Formação de Formadores saía
às 22h30 e estava a preparar o casamento ao mesmo tempo. Isto fez com que a tese
fosse ficando para trás e nunca a entreguei. É um projeto para concluir, neste momento
ainda não, porque tendo um filho e acho que é preciso dar-lhe atenção e ele precisa de
atenção. A realidade é que o Mestrado é uma realização pessoal porque em termos
profissionais não me trará neste momento ou a curto prazo qualquer mais valia, a
verdade é essa, portanto, terei tempo para me debruçar sobre essa parte com calma.
Depois anualmente tenho tido oportunidades de fazer formação no âmbito do serviço.
Uma formação muito interessante que fui o ano passado e que senti necessidade de
fazer, foi sobre a gestão de conflitos com os utentes... O nome correto da formação era
Atendimento de pessoas difíceis, e parte do nosso trabalho é exatamente trabalhar com
pessoas difíceis, sobretudo no que diz respeito a dinheiros. Foi uma formação que eu
gostei muito. Outra formação que achei muito interessante foi na área da avaliação da
satisfação dos clientes, ou seja, os inquéritos que nós aplicamos aos nossos utentes no
fim das formações ou na fase inicial dos processos de RVCC após o diagnóstico e
encaminhamento ou mesmo até o inquérito final do processo de RVCC, ajudou-me
também a perceber a necessidade dos mesmos. Também ajudou-me a perceber como os
nossos inquéritos precisam ser melhorados e tenho a certeza que aos poucos vamos
fazendo algumas melhorias.
Entrevistador – Passando para o percurso profissional, onde começaste a trabalhar? O
que fazias?
Entrevistado – A primeira experiência profissional foi o estágio. E tive a sorte de ser
um excelente estágio, tive a sorte de poder estar com uma equipa muito boa, muito
carismática, que me ajudava e que ensinava, um pouco à semelhança daquilo que
também quis fazer contigo no teu estágio. Eu aprendi a atender telefones, fazer
chamadas, convocar pessoas para entrevistas ou convocar as pessoas para aquilo que era
necessário, aprendi a contactar os serviços e as diferentes insígnias da SONAE, a
contactar com pessoas que eu não conhecia e tratar com elas de assuntos que eu ainda
não estava muito segura, toda a parte de recrutamento e seleção, analisar currículos,
marcar entrevistas, fazer o guião de entrevista, a própria entrevista, a decisão de quem
fica com a vaga. E depois há entrevistas das mais fantásticas às mais estranhas, aquelas
pessoas caricatas que nós temos que conseguir agarrar e perceber a essência daquilo.
Aprendi muito. Na área da formação, na altura, aquilo que hoje em dia é a Well's era a
Área Saúde e estava ainda a começar, e eu trabalhei essencialmente na criação dos
manuais para a formação. A formação era muito cara e era dada pela Lusófona para os
Técnicos que iriam trabalhar na Área Saúde e eu tive a oportunidade de poder trabalhar
exatamente com esses técnicos de construir em equipa aqueles que seriam os conteúdos
da formação. Foi muito interessante apesar de por vezes ter sido um trabalho um
bocadinho chato, monótono mas também faz com que se ganhe resiliência para aquelas
tarefas que todos nós temos que fazer mas que são um bocadinho mais chatas, mas têm
que ser feitas e também aprendi isso. Depois termino o estágio venho para cá,
candidatei-me em agosto ao Estagiar L mas não estava muito fácil de conseguir local,
na altura não era na plataforma digital e não estava muito fácil. A minha ideia era ir para
a DROAP para o início do SIGRAHA e eu queria mesmo era trabalhar naquela área
mas não estavam autorizados estágios para a função pública naquele ano. E agora o que
é que eu vou fazer? Pedi ao contabilista do meu pai se ele aceitava a minha candidatura,
numa área que eu nem gostava mas eu não ia ficar em casa. Entretanto vejo um anúncio
no Diário Insular para uma entrevista, mandei a SMS e contactaram-me para a
entrevista no dia a seguir no Hotel do Caracol e lá fui eu, era também para uma empresa
de contabilidade. Aquilo que me propuseram eu aceitei e trabalhei 6 meses nessa
empresa. Cheguei à conclusão que não gosto de trabalhar com pessoas desonestas, que
não gosto de contabilidade – gosto de trabalhar com pessoas não gosto de trabalhar com
números - e que tenho princípios. Há situações que mexem com os meus princípios e
não suportava certas e determinadas coisas que via e que sentia em termos de tratamento
das pessoas, dos colegas e disse que me ia embora, ainda estava numa fase em que
estava em casa dos meus pais tinha a segurança de poder dizer que me ia embora. Claro
que falei com os meus pais e eles perceberam as razões, concordaram e apoiaram. Fui
para casa e tinha um amigo que trabalhava num aviário e disse-me que eles estavam a
precisar de alguém na área administrativa, recursos humanos, contabilidade. Fui lá
entreguei o currículo, falei com o dono da empresa e ele disse-me que começava no dia
X. Começo lá e estive lá um mês e meio. Um mês e meio que foi a pior experiência
profissional que alguém pode ter, seja formado ou não, fosse quem estivesse nas
baterias com as galinhas ou a colocar os ovos as caixas, ou a limpar os ovos, ou a
embalar, ou quem estivesse na faturação como eu que fazia a faturação, fazia as notas
de saída, organizava a contabilidade. De recursos humanos não fiz nada porque não me
era permitido mas aquilo bem que precisava e mais uma vez o que eu vi foi um
desrespeito total pelas pessoas mas não diretamente comigo. Eu por ser licenciada tinha
um tratamento mais diferenciado, as outras pessoas de baixa escolaridade que metiam a
mão na massa e que faziam aquilo andar eram completamente desrespeitadas, eu ouvi
coisas horrorosas, a tratarem muito mal as pessoas e era um desrespeito constante e eu a
maior parte dos dias chegava a casa a chorar e completamente frustrada porque não
estava a fazer aquilo que gostava, porque via tanta coisa que podia ser mudada para que
a empresa funcionasse bem e para que as pessoas tivessem gosto em trabalhar mas
quem mandava não tinha abertura para isso e pensava que ser autoritário, mal educado e
não respeitar os direitos das pessoas... Não percebia que quem punha aquela empresa a
andar era quem sujava as mãos. Um mês e pouco depois eu disse ao patrão que ia
embora porque não estava disposta para aquilo e a verdade é que a empresa fechou
algum tempo depois porque uma empresa que funciona desta forma não tem pernas para
andar. Por mais subsídios que se receba da Europa, por mais apoios que tenham, são as
pessoas que fazem o trabalho e as pessoas se não são respeitadas não trabalham bem e
mal arranjem outra coisas para fazer vão-se embora. Aqueles que se mantinham lá eram
exatamente aqueles que não tinham outra possibilidade porque senão iam todos embora
e ele ficava com as galinhas a porem ovos e sem ninguém para trabalhar, a verdade é
essa. Depois, fiquei cerca 4 meses desempregada, inscrevi-me no Centro de Emprego e
chega a altura das candidaturas ao Estagiar L em Agosto. Já me tinha candidatado da
outra vez mas tinha feito uma declaração como estava a estudar para o Mestrado para
não fazer o tal Estagiar L. E depois pude-me candidatar novamente porque ainda estava
dentro do prazo dos 18 meses após o fim da licenciatura. Candidatei-me e na altura
senti-me a desempregada mais desejada do mercado de trabalho, todos os currículos que
tinha enviado até então ninguém queria. Naquela semana eu recebi pelo menos cinco ou
seis propostas de trabalho. Posso-te dizer que tinha quatro propostas para escolher. A
Dr.ª Isabel Berbereia da Agência de Emprego contactou-me para entrevista. Quando
cheguei lá havia também uma outra rapariga para entrevista que era da área da
Sociologia. Ela fez-me a entrevista a mim e à outra rapariga, e achou que o perfil da
outra rapariga adequava-se mais à Agência e o meu mais à Rede. Ligou para Dr. Acir e
falou-lhe em mim, disse que tinha uma pessoa muito interessante para trabalhar com ele
na Rede. Entretanto o Dr. Rui Bettencourt que era o Diretor Regional vê o meu
currículo na plataforma (nesse ano já era na plataforma digital) e liga para o Dr. Acir e
falou-lhe numa candidata ao Estagiar L e pediu-lhe que me ligasse. Ele falou comigo,
veio cá, convidou-me para vir aqui à Rede, conheci as colegas, na altura era um serviço
muito mais pequenino e com menos valências. E eu estava muito indecisa entre ir para
os recursos humanos do Hospital e vir para aqui porque eu não conhecia a Rede, a
verdade é essa. Fui pesquisar para a Internet, falei com ele, gostei dele e pronto decidi
que ia para a Rede Valorizar e foi assim, cá estou.
Entrevistador – Quando vieste para a Rede, o que começaste a fazer?
Entrevistado – Eu comecei, salvo erro, no dia 1 de outubro de 2010. E o que é que eu
comecei a fazer? A equipa era muito pequenina na altura, tínhamos duas formadoras a
meio tempo, três formadoras a tempo inteiro e eu. Elas ajudaram-me muito na altura,
ensinaram-me tudo. A evolução deste serviço nos últimos anos é uma coisa abismal.
Inicialmente as colegas faziam o atendimento comigo e as inscrições eram folhas de
papel que nós dávamos ao utente para ele preencher ou nós preenchíamos, havia uma
listagem que era uma folhinha com linhas onde se colocava o número do utente à mão e
o nome e depois passava-se para uma folha de Excel com aquele número, o nome, o
contacto telefónico e o nível de escolaridade ao qual o utente se candidatava. A
diferença era abismal em termos de volume de trabalho, era muito menos trabalho e
também a população era muito diferente porque era esmagadoramente trabalhadora.
Durante o primeiro ano de estágio abriu concurso público para a Rede, eu concorri e
fiquei. O período experimental era de 6 meses. Atiraram-me um bocadinho aos leões
porque eu era estagiária mas "não estagiária", ou seja, ninguém sabia que eu era
estagiária porque eu era um bocadinho a cara do serviço. Era preciso ir para a Base
fazer reuniões e explicar os processos, as formas de trabalho e as formas de conclusão
aos trabalhadores da Base Americana lá ia eu, era preciso fazer reuniões sobre os RVCC
Profissionais na Câmara do Comércio lá ia eu. E gradualmente, mas numa escala menor,
o volume de trabalho também foi crescendo. É preciso não esquecer que a Rede é um
projeto da Direção Regional mas um projeto que cresceu muito, ao contrário do que
aconteceu no Continente e daquilo que as pessoas pensavam. A Rede está
continuamente a crescer, a alargar a sua oferta formativa e eu acho que a longo prazo
vamos ter mais áreas de formação que ultrapassam o que temos agora que é apenas de
âmbito escolar, passando também para um âmbito de qualificação. Eu acredito que isso
vai acontecer. Em 2012 o desemprego começa a aumentar substancialmente e é preciso
criar formação para aumentar os níveis de escolaridade do grande número de pessoas
em situação de desemprego que continuamente se inscreviam nas Agências de Emprego
nomeadamente, as pessoas da construção. Houve um decréscimo na construção civil e
existiam pessoas que tinham começado a trabalhar muito novas e não tinham
escolaridade nenhuma por essa razão criam-se os cursos ABC - Aquisição Básica de
Competências, que são hoje o grande volume de trabalho que temos.
Entrevistador – Esse foi um momento de viragem na Rede?
Entrevistado – Foi, foi sem dúvida. Os primeiros cursos na Terceira foram adjudicados
a uma escola profissional, eu quase não sabia o que estava a acontecer quando percebo
que os cursos ABC já estavam a começar e já estavam a acabar e que era preciso
informaticamente inserir aquelas turmas todas, emitir diplomas e fazer toda a parte
técnica e administrativa daqueles cursos. Em janeiro de 2013 os cursos ABC passam
para nós, e é preciso fazer o recrutamento e seleção de formadores para trabalharem
connosco em regime de prestação de serviços, é preciso arrendar salas, é preciso
trabalhar manuais, material escolar, apoios financeiros aos formandos, convocar
formandos para reuniões... A grande luta ao longo destes anos foi fazer as pessoas
verem que precisavam de formação para poderem melhorar as suas vidas. Felizmente as
reuniões já são um bocadinho mais fáceis hoje em dia porque toda a gente já conhece
alguém que esteve em formação na Rede Valorizar e a maior parte já é mais recetiva, a
verdade é essa. Os cursos respeitam os referenciais de competências de um Reativar ou
de EFA mas têm uma duração mais curta e isso é muito aliciante para as pessoas. As
pessoas pensam que rapidamente vão concluir aquela etapa de ensino e vão estar aptas
para o mercado de trabalho porque aquilo que querem efetivamente é trabalhar. E aqui
estou eu passados 7 anos.
Entrevistador – E o que é que fazes diferente agora do que fazias naquela altura?
Entrevistado – Tudo. Naquela altura eu podia chegar ao serviço, tinha tempo para ler o
jornal, ver as notícias... É tudo completamente diferente. Desde a forma como se
procede ao atendimento das pessoas, a inscrição, o sistema informático... Sim, porque
inicialmente a Rede não tinha um sistema informático, era tudo à mão, era numa folha
de Excel que tínhamos os dados das pessoas. Depois passamos a ter um programa
informático muito arcaico, gostava de saber quem inventou aquilo! E recentemente
alteramos para um novo programa informático que ainda precisa de muitos
aperfeiçoamentos e isso tudo dá algum trabalho. Na altura que se criou o primeiro
programa informático havia cerca 1000 inscrições e eu tive que as inserir todas no
sistema, depois conseguiu-se passar essas 1000 para o sistema novo não ficando tudo
completo, obviamente, e ainda havendo muito mas muito por fazer em termos de
atualização de dados e de tempo que não temos disponível para isso. Vamos levando o
barco consoante podemos. Atualmente temos mais de 4000 inscrições, faz muita
diferença. O trabalho em si mudou muito. Temos exigências do Sistema de Gestão da
Qualidade, nós não eramos certificados pela APCER, passámos a ser. Acho que na
primeira auditoria, tal como tu, eu também era estagiária, e à tua semelhança também
me safei bem. Passamos a ter essa certificação, o que também obriga a que haja uma
constante atualização dos documentos, um constante melhoramento e quase que parece
que quando nós já nos estamos a habituar a um determinado procedimento, vem um
novo procedimento porque falta sempre qualquer coisa e isso também não nos facilita o
trabalho porque depois temos que estar a recolher dados que não tínhamos. E tudo o que
é gestão da formação mudou, tudo. Não existiam dossiês técnico-pedagógicos, existiam
umas pastas onde estava a documentação. Se fores ver as primeiras inscrições da Rede,
tens inscrições que não têm cartão do cidadão ou não têm número de contribuinte,
número de segurança social era uma coisa que nem pensar pedir, pedias o certificado de
habilitações vias e nem digitalizavas, isto muito no início, depois passou a ser
obrigatória a digitalização dos documentos. Mudou tudo... E tu que estás cá desde
outubro já viste que há sempre mudanças e mais a fazer. E o nosso trabalho vive disso,
constantes mudanças e melhorias.
Entrevistador – Fala-me um pouco de como aprendeste a fazer o que fazes.
Entrevistado – A chefia não estava cá. A minha grande ajuda foi, sem dúvida, a Ana
Paula – uma colega de Cidadania – foi ela que me meteu a mão e que me foi ensinando
as coisas. Tanto que inicialmente nas primeiras saídas ela ia sempre comigo, eu sabia
que tinha que ir porque eu é que era a Profissional de RVC, mas ela ia comigo, tinha
esse cuidado e nós fazíamos as sessões as duas. Mas lembro-me que comecei a 1 de
outubro e a 30 de outubro fiz a minha primeira reunião sozinha, assisti a uma e a partir
daí fiz eu mas sempre com o apoio da Ana Paula. Não é que as colegas não me
ajudassem porque também me explicavam e também me ensinavam quando eu tinha
dúvidas mas o grande pilar e aquela pessoa que estava sempre ali quando eu precisava
era ela. Ainda hoje que já não trabalha connosco quando eu tenho alguma dúvida mais
pontual é a ela que eu ligo porque além de ser uma excelente colega tornou-se também
uma amiga. De que forma é que a minha formação de base ajudou? Sem dúvida que
ajudou. Claro que também tem a ver com a nossa predisposição para aprender e fazer,
se eu viesse para aqui com o espírito de estagiária não tinha aprendido e se calhar hoje
não estaria aqui. Eu não queria ter esse espírito, queria ser uma trabalhadora e
funcionária como qualquer outra que estivesse aqui e acho que isso também se
percebeu. Era muito fácil trabalhar aqui porque havia trabalho mas era um trabalho que
conseguias fazer com calma, ter as coisas organizadas e direitas porque as exigências
eram muito poucas, nem um quarto das exigências que tens hoje. E depois com o
aumentar do volume de trabalho não houve correspondência com os recursos humanos e
é uma bola de neve, a omnipresença não existe. Há um filho que nasce e que foi uma
decisão minha, em 2013, a quem eu tenho necessariamente que dar atenção e já não
podia trabalhar até as nove da noite porque tinha um bebé em casa que precisava de
mim. Os nórdicos nesse aspeto são muito práticos, se trabalhas mais horas que aquelas
que são o teu horário de trabalho é porque não estás a trabalhar bem. É muito português
aquela coisa de para trabalhares bem tens que trabalhar mais horas do que aquelas que
são o teu horário de trabalho. Mas se nós conseguirmos rentabilizar aquele que é o
nosso volume de trabalho com aquele que é o nosso horário... Pontualmente num
acréscimo justifica-se. Mas por regra, se o teu horário é sair às 17h e ficas
constantemente até às 20h é porque alguma coisa não está a correr bem. E eu também
comecei a pensar assim sobretudo na altura que estava com redução de horário devido à
amamentação, passei a gerir o tempo de outra forma, cortei na hora de almoço - comia
qualquer coisa e continuava a trabalhar – e tenho o orgulho de dizer que não houve nada
que o chefe pedisse que não estivesse feito, tive também essa sorte. Eu não queria
descurar o meu filho, a minha família nem o meu trabalho e por isso tive que trabalhar
muito para compensar aquelas duas horas que tinha de sair. O trabalho é importante, faz
parte da tua vida mas a tua família é tão ou mais importante e que tens que trabalhar
pelos dois mas numa fase em que foste mãe há pouco tempo e tens que dar atenção à
família, sentes uma pressão para continuar a ser a profissional que eras e eu senti um
bocadinho isso. Iam ficando coisas para trás, questões administrativas – o papel ficava
para trás - as pessoas não ficavam para trás, o início da formação, os pagamentos não
ficavam para trás. E muitas das nossas dificuldades atualmente também vêm daí, que é o
faltar "papel"; eu reconheço que muitas das falhas em termos de dossiês pedagógicos
são precisamente porque eu descurei a parte do papel em detrimento das pessoas.
Entrevistador – Que tarefas fazes atualmente?
Entrevistado – Eu agora partilho muitas tarefas que antes eram só minhas. Nos últimos
meses já me saiu muita coisa de cima, não posso dizer que continuo exatamente como
era antes porque não é verdade. O facto de te ter a ti e ter a Manuela, somos três a
trabalhar e ainda assim chegamos à conclusão que nem sempre conseguimos ter tudo
em dia e somos três. Agora, o que é que eu fazia? Atendimento, inscrições, contactos,
recrutamento e seleção de formadores, pagamentos de formandos e formadores, folhas
de pagamento, organização dos dossiês pedagógicos, organização dos manuais, o que é
que é necessário em termos de material escolar... Serviços externos, reuniões de
acolhimento, procedimentos concursais da administração pública na Agência de
Emprego, contactos com os colegas quer da APQE quer da Segurança Social por causa
dos nossos utentes... Há muitas solicitações, tu sabes, as pessoas também já te começam
a procurar e isso para mim é muito bom. Mais... Tudo o que é gestão da formação nós
estamos a fazer e a conseguir paulatinamente colocar as coisas mais certinhas em
termos de gestão. Toda a organização dos pagamentos dos formandos é feita por nós, os
pagamentos dos formadores e todas as folhas de pagamentos, preocupação com
declarações da Segurança Social e Finanças é da minha responsabilidade, para envio ao
coordenador. O recrutamento e seleção dos formadores, o contacto com as instituições
para o arrendamento de salas para formação, os problemas que surgem com as entidades
também têm que ser resolvidos, os problemas que surgem e decisões em relação aos
limites de faltas também têm que ser tomados pelo coordenador e por uma questão
prática são tomadas por nós. Enfim, também devido ao facto de não haver um chefe
presente fisicamente faz com que o TORV, quer aqui quer no Faial, tenha competências
de coordenação que não deveria ter ou que pelo menos deveria ter o cargo para as
funções que exerce. A diferença entre a Terceira e o Faial é que enquanto nós aqui na
Terceira não conseguimos dar resposta tão rápida quanto gostaríamos apesar do volume
de formação a meio de 2017 já ser superior ao total de formações no ano de 2016, no
Faial, o colega tem outro problema, ele não tem pessoas suficientes, ele tem que ir à
procura delas. Então muito do trabalho dele passa por dinamizar sessões para dar a
conhecer o nosso trabalho e para chamar pessoas à formação - protocolos com Câmaras,
com hospital, com instituições - para ter e dar continuidade ao serviço. Para além de ser
um serviço ainda mais periférico ele ainda tem de fazer deslocações às Flores e ao
Corvo com alguma regularidade que são as ilhas mais ocidentais da Europa.
Entrevistador – Descreve-me um dia de trabalho.
Entrevistado – Nunca são iguais. Eu penso que nós diariamente aprendemos coisas
novas, pelo contacto com pessoas, pelo trabalho com os formadores externos que têm
diferentes personalidades e nós temos que gerir pessoas. Não é só gerir os formandos
que são difíceis de gerir, mas gerir também uma equipa de formação e tentar ser justo
com todos, tratando por igual na medida da desigualdade. Acho que todos os dias
aprendo a ser uma pessoa melhor... Ou tento aprender a ser uma pessoa melhor, uma
profissional melhor. Há dias que sinto que sou boa profissional outro que sinto que não
sou tão boa profissional, também depende do nosso estado de espírito, de como o dia
flui, há dias que sinto que fiz tanto, há dias que sinto que não fiz nada. Mas isso também
tem a ver com o tipo de trabalho que nós fazemos porque se nós estamos a atender
pessoas não fica nada feito em termos de papel, mas passamos imenso tempo a atender
telefones e pessoas e não se traduz em nada, não tens nada que comprove que atendeste
pessoas, que resolveste problemas que muitas vezes até nem são da competência direta
da Rede, mas tiveste a paciência de ouvir aquela pessoa e encaminhá-la corretamente e
responder aquelas que são as necessidades delas... E o tempo foge, chegamos ao final do
dia e até parece que não fizemos nada. Mas fizemos, há um telefonema, há que
responder a e-mails, há pontas soltas para acabar e há um post-it que está ali para
resolver e isso quase que não se traduz em nada. Eu tenho uma teoria, ninguém produz
100% todos os dias e todos nós temos aqueles dias que produzimos mais e dias em que
produzimos menos mas o que interessa é produzir e que os objetivos sejam atingidos e
os prazos cumpridos. Se nós chegarmos ao final da semana e o que estava planificado
para aquela semana estiver concretizado já vou à sexta-feira à noite para casa mais
tranquila. Claro que muitas vezes planeamos a semana mas depois há qualquer coisa
mais prioritária que se mete à frente e é preciso mudar o trajeto do planeamento e depois
voltar a ele. Vai sendo um pouco assim.
Entrevistador – Como caraterizas a tua relação com os colegas e com as chefias?
Entrevistado – Com as chefias tenho um excelente relacionamento. Sinto que tenho
muito bom relacionamento com a chefia direta, com o Dr. Acir, sinto que a minha
opinião é muito respeitada, que ele ouve e percebe aquilo que eu digo. Faz falta que a
chefia esteja presente mais vezes mas sinto que ele confia muito no meu trabalho e no
trabalho da equipa e que ele sabe que eu estou aqui a orientar as tropas e que não deixo
que a casa vá abaixo. E eu acho que ele acaba por vir cá menos vezes porque sabe isso;
se ele sentisse que a casa estava em risco de ruir ele tinha que vir mais vezes e acho que
é isso que faz com que ele sinta confiança. Relativamente aos colegas, com a parte da
equipa que trabalha mais diretamente comigo na parte da gestão da formação, o
relacionamento é muitíssimo bom. Conseguimos gerir, ajudar-nos e eu consigo sentir o
verdadeiro espírito de equipa. Com a equipa formativa interna o relacionamento não é
tão bom porque há regras para cumprir, há trabalho que tem que ser feito, há objetivos
que têm que ser atingidos e pelo facto de a chefia não estar cá acabo eu por, de uma
forma subtil porque sou colega não sou chefia, chamar a atenção do que tem que ser
feito e isso acaba por não ser muito bem visto e provoca alguns atritos que não são
muito fáceis de gerir. Mas eu vou gerindo e aguento muito bem com eles, não tenho
problema nenhum. Também sei que seria mais fácil para mim exigir certas e
determinadas coisas se houvesse aqui um cargo de coordenação. Relativamente à equipa
externa de formação, ou seja os formadores que estão em regime de prestação de
serviços, o relacionamento é bom, vêem-me como chefe embora eu já lhes tenha dito
que não sou chefe, sou colega. Penso que me respeitam, no entanto, há sempre arestas
para limar, há sempre melhorias que têm que ser feitas mas a verdade é que todos eles
são recetivos a isso. A equipa de momento é uma boa equipa, temos bons profissionais.
Independentemente dos feitios serem diferentes, a verdade é que o trabalho que é feito é
bem feito, havendo pontos para melhorar como sempre no meu trabalho e no de todos,
neste momento temos a sorte de ter bons profissionais a trabalhar connosco e isso faz
com que o nosso trabalho seja mais fácil.
Entrevistador – Refletes sobre o trabalho feito?
Entrevistado – Vou refletindo ao longo do dia. Depois de sair daqui quando estou a
cozinhar, a tomar duche ou a fazer qualquer tarefa da casa estou a pensar em situações
do trabalho, de como agilizar este processo ou resolver este problema. Acordo durante a
noite e lembro-me que tenho que fazer isto e aquilo, que me esqueci de qualquer coisa.
Mentiria se dissesse que não pensava. Aliás, tu sabes que eu fui de férias para fora do
país e havia uma auditoria que teria de ser feita por ti com um auditor externo da
APCER, era uma auditoria de muita responsabilidade, fui eu que propus que fosses tu a
fazê-la porque sabia que tinhas as condições para isso mas ao mesmo tempo também
estava receosa. Só consegui ter o telemóvel desligado depois desse dia e depois de saber
que tinha corrido bem. Este serviço também é um bocadinho de mim, é a minha casa
também, e não quero que nada aconteça.
Entrevistador – O que é que ainda te falta fazer a nível de trabalho?
Entrevistado – Tanta coisa! Falta-me fazer muita coisa, nem te sei dizer. Nesta área da
formação, eu gostaria de abrir mais o leque formativo. Acho que era muito importante,
nós abrirmos para além da formação escolar que é essencial e muito importante,
começarmos a termos formações para quem já tem a qualificação mas gostaria de uma
reconversão de carreira. As habilitações que têm não são suficientes para as exigências
do mercado de trabalho, e é preciso melhorar ao nível das línguas estrangeiras porque o
turismo está a crescer e cada vez a ter mais exigências a esse nível. Então vamos ter um
plano de formação que inclua as línguas estrangeiras, as competências a nível das TIC
que são cada vez mais pedidas; não entras numa loja que não tenha um computador e as
pessoas têm que saber trabalhar com um sistema de faturação, introdução dos produtos,
etc. Tens sempre a tecnologia associada a tudo, e eu penso que é importante investir
nessa área. Investir também na área das competências sociais e pessoais, as pessoas às
vezes até têm o 12.º ano mas depois percebes que faltam conhecimentos que deveriam
fazer parte da pessoa, da educação, do saber estar, do saber ser, do saber fazer. Falta
formação de cidadania, de conhecer as coisas e as pessoas, as pessoas não se sabem
apresentar numa entrevista. Falta isso! Em termos profissionais, é engraçado que não
me imagino neste momento a trabalhar noutra área. Mas não vou dizer nunca e se surgir
algum desafio que eu considere que vou estar apta e que vou ser feliz a fazê-lo não
tenho problema nenhum mas para já sou muito feliz a fazer o que faço. Se calhar daqui
a 5 ou 6 anos posso não pensar assim, e a verdade é que sou muito feliz também porque
o nosso trabalho não é monótono. Se neste momento eu fizesse exatamente o mesmo
trabalho, tivesse as mesmas responsabilidades que em 2010, garanto que já não estaria
aqui, já teria pedido transferência para outro serviço. Mas a verdade é que todos os dias
são diferentes, todos os dias aparecem pessoas diferentes. E há um reconhecimento do
nosso trabalho, as pessoas gostam do nosso trabalho. Neste momento posso dizer que
estou muito bem e não sinto necessidade nenhuma de sair daqui.
Entrevistador – Obrigada!
ANEXO VII - Análise de conteúdo - Entrevista II
Tema: As funções, atividades e tarefas do TORV
Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre o seu trabalho
Objetivos Específicos: Aprofundar o conhecimento sobre as tarefas e atividades da
TORV; Compreender as caraterísticas inerentes a este trabalho.
Data: 1 de junho de 2017
Local: Rede Valorizar
Duração: 1 hora
Categorias Sub-categorias Unidades de Registo
A – Percurso Académico
- Conhecer melhor a formação
básica da TORV
- Compreender em que medida o
percurso profissional influenciou
a formação contínua
"Quando fiz a candidatura à
Universidade decidi que a minha
formação académica iria passar
por Direito (…) rapidamente
percebi que a metodologia que a
faculdade usava não se coadunava
com aquilo que eu era (…) um
curso que eu nunca tinha pensado
e que começou a aparecer
recorrentemente no Expresso era
Gestão de Recursos Humanos (…)
A minha melhor nota, por
coincidência sem saber que iria
trabalhar na área da formação, foi
exatamente 19 valores a Gestão e
Formação de Recursos Humanos."
" Inscrevi-me na Universidade dos
Açores para fazer um Mestrado
em Ciências Económicas e
Empresariais com especialização
em Recursos Humanos (…) É um
projeto para concluir, neste
momento ainda não (…)
anualmente tenho tido
oportunidades de fazer formação
no âmbito do serviço (…) Uma
formação muito interessante que
fui o ano passado e que senti
necessidade de fazer, foi sobre a
gestão de conflitos com os utentes
(…)"
B – Percurso Profissional
-Perceber que funções, atividades
e tarefas a TORV desempenha
-Averiguar como aprendeu estas
funções, atividades e tarefas
-Compreender a gestão de tempo
realizada pela TORV
-Aprofundar o conhecimento
sobre as relações inter-pessoais
existentes na Rede Valorizar
" A primeira experiência
profissional foi o estágio. E tive a
sorte de ser um excelente estágio
(…) aprendi a atender telefones,
fazer chamadas, convocar pessoas
para entrevistas ou convocar as
pessoas para aquilo que era
necessário, aprendi a contactar os
serviços (…) contactaram-me para
a entrevista e lá fui eu, era uma
empresa de contabilidade. Aquilo
que me propuseram eu aceitei e
trabalhei 6 meses nessa empresa.
Cheguei à conclusão que não
gosto de trabalhar com pessoas
desonestas, que não gosto de
contabilidade – gosto de trabalhar
com pessoas não gosto de
trabalhar com números (…) tinha
um amigo que trabalhava num
aviário e disse-me que eles
estavam a precisar de alguém na
área administrativa, recursos
humanos, contabilidade. Fui lá
entreguei o currículo, falei com o
dono da empresa. Começo lá e
estive lá um mês e meio. Um mês
e meio que foi a pior experiência
profissional que alguém pode ter
(…) o Diretor Regional vê o meu
currículo na plataforma (nesse ano
já era na plataforma digital) e liga
para o Dr. Acir e falou-lhe numa
candidata ao Estagiar L e pediu-
lhe que me ligasse. Ele falou
comigo, veio cá, convidou-me
para vir aqui à Rede, conheci as
colegas, na altura era um serviço
muito mais pequenino e com
menos valências. E eu estava
muito indecisa entre ir para os
recursos humanos do Hospital e
vir para aqui porque eu não
conhecia a Rede, a verdade é essa.
Fui pesquisar para a Internet, falei
com ele, gostei dele e pronto
decidi que ia para a Rede
Valorizar e foi assim, cá estou."
" A equipa era muito pequenina na
altura, tínhamos duas formadoras
a meio tempo, três formadoras a
tempo inteiro e eu. Inicialmente as
colegas faziam o atendimento
comigo e as inscrições eram
folhas de papel que nós dávamos
ao utente para ele preencher ou
nós preenchíamos, havia uma
listagem que era uma folhinha
com linhas onde se colocava o
número do utente à mão e o nome
e depois passava-se para uma
folha de Excel com aquele
número, o nome, o contacto
telefónico e o nível de
escolaridade ao qual o utente se
candidatava (…) A diferença era
abismal em termos de volume de
trabalho, era muito menos
trabalho e também a população
era muito diferente porque era
esmagadoramente trabalhadora
(…) Era preciso ir para a Base
fazer reuniões e explicar os
processos, as formas de trabalho e
as formas de conclusão aos
trabalhadores da Base Americana
lá ia eu, era preciso fazer reuniões
sobre os RVCC Profissionais na
Câmara do Comércio lá ia eu (…)
Em 2012 o desemprego começa a
aumentar substancialmente e é
preciso criar formação para
aumentar os níveis de
escolaridade do grande número de
pessoas em situação de
desemprego que continuamente se
inscreviam nas Agências de
Emprego nomeadamente, as
pessoas da construção. Houve um
decréscimo na construção civil e
existiam pessoas que tinham
começado a trabalhar muito novas
e não tinham escolaridade
nenhuma por essa razão criam-se
os cursos ABC - Aquisição Básica
de Competências, que são hoje o
grande volume de trabalho que
temos."
" Foi, sem dúvida, um momento
de viragem para a Rede (…) A
grande luta ao longo destes anos
foi fazer as pessoas verem que
precisavam de formação para
poderem melhorar as suas vidas
(…)"
(Diferenças no trabalho
realizado) "Tudo. É tudo
completamente diferente (…)
inicialmente a Rede não tinha um
sistema informático, era tudo à
mão, era numa folha de Excel que
tínhamos os dados das pessoas.
Depois passamos a ter um
programa informático muito
arcaico (…) recentemente
alteramos para um novo programa
informático que ainda precisa de
muitos aperfeiçoamentos e isso
tudo dá algum trabalho (…)
Atualmente temos mais de 4000
inscrições, faz muita diferença. O
trabalho em si mudou muito."
" A chefia não estava cá. A minha
grande ajuda foi, sem dúvida uma
colega de Cidadania – foi ela que
me meteu a mão e que me foi
ensinando as coisas (…) lembro-
me que comecei a 1 de outubro e a
30 de outubro fiz a minha
primeira reunião sozinha (…)
também tem a ver com a nossa
predisposição para aprender e
fazer, se eu viesse para aqui com o
espírito de estagiária não tinha
aprendido e se calhar hoje não
estaria aqui (…)"
" O que é que eu faço?
Atendimento, inscrições,
contactos, recrutamento e seleção
de formadores, pagamentos de
formandos e formadores, folhas de
pagamento, organização dos
dossiês pedagógicos, organização
dos manuais, o que é que é
necessário em termos de material
escolar... Serviços externos,
reuniões de acolhimento,
procedimentos concursais da
administração pública na Agência
de Emprego, contactos com os
colegas quer da APQE quer da
Segurança Social por causa dos
nossos utentes... Há muitas
solicitações (…) Tudo o que é
gestão da formação nós estamos a
fazer (…) a organização dos
pagamentos dos formandos é feita
por nós, os pagamentos dos
formadores e todas as folhas de
pagamentos, preocupação com
declarações da Segurança Social e
Finanças é da minha
responsabilidade, para envio ao
coordenador. O recrutamento e
seleção dos formadores, o
contacto com as instituições para
o arrendamento de salas para
formação, os problemas que
surgem com as entidades também
têm que ser resolvidos, os
problemas que surgem e decisões
em relação aos limites de faltas
também têm que ser tomados pelo
coordenador e por uma questão
prática são tomadas por nós (…)
também devido ao facto de não
haver um chefe presente
fisicamente faz com que o TORV
tenha competências de
coordenação que não deveria ter
ou que pelo menos deveria ter o
cargo para as funções que exerce
(…)"
(Em relação aos dias de trabalho)
"Nunca são iguais. Eu penso que
nós diariamente aprendemos
coisas novas, pelo contacto com
pessoas, pelo trabalho com os
formadores externos que têm
diferentes personalidades e nós
temos que gerir pessoas. Não é só
gerir os formandos que são
difíceis de gerir, mas gerir
também uma equipa de formação
e tentar ser justo com todos,
tratando por igual na medida da
desigualdade. (…) há dias que
sinto que fiz tanto, há dias que
sinto que não fiz nada. Mas isso
também tem a ver com o tipo de
trabalho que nós fazemos porque
se nós estamos a atender pessoas
não fica nada feito em termos de
papel mas passamos imenso
tempo a atender telefones e
pessoas e não se traduz em nada,
não tens nada que comprove que
atendeste pessoas, que resolveste
problemas que muitas vezes até
nem são da competência direta da
Rede mas tiveste a paciência de
ouvir aquela pessoa e encaminhá-
la corretamente e responder
aquelas que são as necessidades
delas (…)"
" Com as chefias tenho um
excelente relacionamento. Faz
falta que a chefia esteja presente
mais vezes mas sinto que ele
confia muito no meu trabalho e no
trabalho da equipa e que ele sabe
que eu estou aqui a orientar as
tropas (…) Relativamente aos
colegas, com a parte da equipa
que trabalha mais diretamente
comigo na parte da gestão da
formação, o relacionamento é
muitíssimo bom. Conseguimos
gerir, ajudar-nos e eu consigo
sentir o verdadeiro espírito de
equipa. Com a equipa formativa
interna o relacionamento não é tão
bom porque há regras para
cumprir, há trabalho que tem que
ser feito, há objetivos que têm que
ser atingidos e pelo facto de a
chefia não estar cá acabo eu por,
de uma forma subtil porque sou
colega não sou chefia, chamar a
atenção do que tem que ser feito e
isso acaba por não ser muito bem
visto e provoca alguns atritos que
não são muito fáceis de gerir.
Relativamente à equipa externa de
formação, ou seja os formadores
que estão em regime de prestação
de serviços, o relacionamento é
bom (…)"
C – Perspetiva futura
- Saber as ambições da TORV
sobre o seu futuro profissional
"Depois de sair daqui quando
estou a cozinhar, a tomar duche ou
a fazer qualquer tarefa da casa
estou a pensar em situações do
trabalho, de como agilizar este
processo ou resolver este
problema. Mentiria se dissesse
que não pensava (…)"
(Sobre o que ainda lhe falta fazer
a nível profissional)
" Falta-me fazer muita coisa, nem
te sei dizer. Nesta área da
formação, eu gostaria de abrir
mais o leque formativo (…)
vamos ter um plano de formação
que inclua as línguas estrangeiras,
as competências a nível das TIC
que são cada vez mais pedidas;
não entras numa loja que não
tenha um computador (…)
pessoas que às vezes até têm o
12.º ano, mas depois percebes que
faltam conhecimentos que
deveriam fazer parte da pessoa, da
educação, do saber estar, do saber
ser, do saber fazer. Falta formação
de cidadania, de conhecer as
coisas e as pessoas, as pessoas não
se sabem apresentar numa
entrevista (…)"
ANEXO VIII: Tabela descritiva das atividades realizadas no estágio
ATIVIDADES OBJETIVOS DIFICULDADES APOIO
Reuniões de
diagnóstico RVCC
Esclarecer os adultos
inscritos na Rede
Valorizar acerca das
opções de
encaminhamento.
A dificuldade desta
atividade dependia
de cada grupo, sendo
que por vezes, os
grupos
demonstravam mais
dificuldade em
compreender a
informação que
estava a ser
transmitida. Perante
esta situação a
TORV optava
sempre por adaptar o
seu discurso ao
grupo presente ou
fazer um intervalo a
meio da sessão.
Eu estive presente
em todas as reuniões
de diagnóstico
realizadas na Rede
Valorizar durante
todo o período de
estágio, apenas
acompanhando a
TORV ao fazer
pequenas
intervenções
ocasionais. No
último mês em que
estive na Rede
Valorizar, a TORV
deu-me a
oportunidade de
realizar uma sessão
sozinha, contando
apenas com o auxílio
da mesma.
Correção de testes
diagnósticos
Avaliar a escrita e
experiências de vida
de cada formando;
Perceber se o
formando tem perfil
para integrar um
processo RVCC.
Por vezes, apenas
através da escrita
não era possível
definir o perfil do
adulto, sendo que
deixava a decisão
em aberto até
realizar a entrevista
diagnóstica.
De início, a TORV
facultou-me um
exemplo de um teste
diagnóstico
corrigido pela
mesma. De seguida,
sempre que era
necessário, eu
corrigia e dava o
meu parecer
autonomamente.
Entrevistas de
diagnóstico RVCC
Definir o perfil do
adulto para eventual
integração num
processo de RVCC.
Tal como em todas
as entrevistas, o
sucesso da mesma
depende do
entrevistado. Neste
caso, deparei-me
com vários perfis de
adultos: os que têm
experiências de vida
e referem as
mesmas; os que têm
as experiências de
vida mas que não as
referem em
entrevista; os que
As primeiras
entrevistas de
diagnóstico que
realizei na Rede
Valorizar foram no
segundo mês de
estágio - novembro
de 2016. Assisti a
uma entrevista
realizada pela TORV
e de seguida
executei esta
atividade diversas
vezes durante os
meses em que
não têm experiências
de vida nem
demonstram
motivação de
frequentar um
RVCC; e, os que não
têm experiências de
vida mas que
demonstram uma
forte motivação em
frequentar este
processo. Desta
forma por vezes não
era simples e linear o
processo de
encaminhar o adulto.
frequentei a Rede
Valorizar.
Encaminhamento de
adultos
Dar resposta ao
adulto inscrito na
Rede Valorizar de
acordo com aquilo
que são as suas
expectativas.
O processo de
encaminhamento
torna-se difícil no
sentido em que, por
vezes, as expetativas
do adulto não são
cumpridas. Isto
acontece, em
diversos casos,
porque o adulto quer
a resposta mais
rápida, no entanto
esta pode não ser a
mais adequada ao
mesmo.
Apesar de ter
começado a dar
parecer a
diagnósticos no
segundo mês de
trabalho na Rede
Valorizar, apenas
senti que tinha
autonomia para
encaminhar sozinha
os adultos a partir do
mês de dezembro.
Até esse momento
sempre que realizava
uma entrevista pedia
auxílio à TORV para
encaminhar a pessoa
em questão.
Primeira sessão-
RVCC
Transmitir aos
formandos todas as
informações
necessárias para o
início do processo de
RVCC.
As dificuldades
desta sessão eram
essencialmente duas:
o excesso de
informação
transmitido aos
formandos e a
duração da sessão.
Como primeira
sessão do processo
de RVCC era
necessário transmitir
aos formandos todos
os aspetos
importantes deste
processo, fazendo já
Eu acompanhei a
TORV em todas
estas sessões
realizadas entre
outubro de 2016 e
maio de 2017. Ao
longo destes meses
não me senti
preparada para
realizar nenhuma
destas sessões
sozinha,
considerando o
excesso de
informação a ser
transmitida aos
uma breve
abordagem de cada
área de competência
e respetivos núcleos
geradores. Desta
forma, a sessão
caraterizava-se por
ser bastante longa, o
que fazia com que
alguns formandos se
sentissem
sobrecarregados pelo
excesso de
informação.
formandos.
Convocatórias
telefónicas
Informar os
formandos do início
de formação; Marcar
reunião diagnóstica.
As principais
dificuldades desta
atividade eram:
compreender o
adulto que está do
outro lado; o local
onde o adulto se
encontra por vezes
dificulta a
comunicação
telefónica; falta de
respeito por parte do
adulto.
Esta foi uma
atividade que fiz
desde o início do
estágio ao fim
sozinha, a TORV
apenas me indicava
que informações
eram necessárias
transmitir aos
adultos.
Reuniões
diagnósticas - cursos
ABC
Apresentar a Rede
Valorizar aos adultos
inscritos na APQE;
Dar a conhecer as
ofertas formativas da
Rede Valorizar;
Definir perfil de
cada adulto de
acordo com o
diagnóstico.
Para estas sessões
eram enviadas
convocatórias da
APQE para adultos
desempregados que
não tenham
completado o 4.º, 6.º
ou 9.º ano de
escolaridade, e eram
conduzidas por uma
técnica de formação
da Agência e a
TORV. A principal
dificuldade destas
sessões era o
comportamento dos
formandos, que não
aceitam a formação
que lhes é oferecida.
As primeiras sessões
desta natureza que se
realizaram durante a
minha presença na
Rede Valorizar
foram em janeiro de
2017. Eu estive
presente em todas,
sendo que a TORV
deu-me a
oportunidade de
conduzir duas delas.
Início dos grupos
ABC
Recolher a
documentação
necessária para a
inscrição dos
A principal
dificuldade desta
atividade foi,
sobretudo, a falta de
Realizei esta
atividade em
conjunto com a
TORV desde o
formandos no
sistema da Rede
Valorizar;
Relembrar as regras
e normas dos cursos
ABC.
motivação em
frequentar formação
por parte dos
formandos.
início do estágio.
Mais tarde, no mês
de fevereiro e devido
ao volume de
trabalho existente,
conduzi sozinha pela
primeira vez uma
sessão desta
natureza.
Mapas de
pagamentos dos
formandos em
cursos ABC
Gerir o valor dos
apoios financeiros
atribuídos aos
formandos em
cursos ABC;
Monitorizar os
formandos que
frequentam a
formação.
Esta era uma
atividade que apesar
de ser simples exige
bastante atenção e
concentração. Era
necessário ter em
atenção os mapas de
assiduidades
elaborados por cada
formador e verificar
as faturas relativas a
transportes públicos
de cada formando. A
minha principal
dificuldade ao
elaborar esta
atividade foi o facto
de ser interrompida
muitas das vezes.
No meu primeiro
mês na Rede
Valorizar, a TORV
encarregou-se de me
ensinar como
processava estes
mapas, sendo que no
mês seguinte quando
realizei esta
atividade foi com o
apoio da mesma. A
partir desse
momento, no início
de cada mês, eu
estava encarregue de
realizar esta tarefa
autonomamente.
Inquéritos de
avaliação do
processo
Conhecer a opinião
dos formandos sobre
o processo de
formação.
Estes inquéritos
eram realizados no
final da ação de
formação sendo que
muitas vezes os
formandos têm
dificuldade em
compreender o
inquérito,
principalmente
quando nos
referimos aos
formandos inseridos
em cursos ABC.
Esta também foi
uma atividade que
realizei desde o
início do estágio até
ao fim. A primeira
vez, a TORV esteve
comigo a dar-me as
indicações
necessárias, após
esse momento eu
apliquei estes
inquéritos sozinha
sempre que cada
grupo terminava.
Esta passou a ser
uma atividade que
era exclusivamente
da minha
responsabilidade.
Inserir dados no
Sistema Informático
da Rede Valorizar
Completar o
processo digital de
cada formando;
Nesta atividade a
principal dificuldade
que senti foi a nível
Uma das primeiras
tarefas que me foi
proposta na Rede
Organizar a
informação no
sistema; Gerir as
ações de formação
decorrentes.
informático, uma
vez que o sistema é
novo e muitas das
funcionalidades não
estavam ativas o que
por vezes fazia com
que não fosse
possível colocar as
informações
corretamente e
atempadamente.
Valorizar foi esta. A
TORV ensinou-me
as principais
funcionalidades do
sistema e desde esse
momento sempre fiz
tudo no sistema
sozinha, sendo que,
inclusive, deparei-
me com novos
campos que a
própria TORV ainda
não tinha explorado.
Tabelas com pedidos
de diplomas e
certificados
Preencher uma
tabela em Excel com
os dados de cada
formando que valida
e certifica todas as
competências.
Ao executar esta
atividade não me
deparei com
quaisquer
dificuldades, sendo
que a executei
diversas.
A primeira vez que
realizei esta tarefa
foi sozinha, a TORV
apenas que me deu
um exemplo de
como deveria ser
feito. Após esse
primeiro momento
sempre que era
necessário, eu
realizava esta
atividade de forma
autónoma e rápida.
Atendimento de
chamadas
telefónicas
Esclarecer as
questões colocadas
pelos adultos que
contactam a Rede
Valorizar.
A esta atividade
estavam inerentes
diversas
dificuldades, tais
como: dificuldade
em compreender o
adulto que está do
outro lado; o local
onde o adulto se
encontra por vezes
dificulta a
comunicação
telefónica; falta de
respeito por parte do
adulto.
No começo quando
atendia chamadas
telefónicas muitas
das vezes não
conseguia esclarecer
as dúvidas
necessárias e por
essa razão a TORV é
que acabava por
comunicar com os
adultos. Mais tarde,
sensivelmente a
partir do mês de
dezembro, comecei a
promover em mim
própria a autonomia
e a adquirir os
conhecimentos
necessários para
atender chamadas
sem auxílio.
Atendimento de
público
Dar informações
sobre as ofertas
formativas da Rede
Tal como no
atendimento
telefónico, também
Tal como aconteceu
com o atendimento
telefónico, também
Valorizar; Inscrever
os formandos na
Rede Valorizar.
no atendimento
pessoal surgiram
alguns
constrangimentos: a
falta de respeito por
parte do público;
dificuldade em
compreender que
informações o
público necessita;
muitas vezes era
necessário explicar a
mesma informação
de formas diversas
para que o adulto
compreenda.
só comecei a fazer
sozinha o
atendimento pessoal
dos adultos a partir
do mês de dezembro.
Até lá, fiz
pontualmente
algumas inscrições
juntamente com a
assistente
administrativa e com
a TORV. Na reta
final do estágio, o
atendimento pessoal
já era para mim uma
das atividades
diárias rotineiras.
Organização de
material pedagógico
Organizar o material
necessário para os
formadores da Rede
Valorizar utilizarem
nas sessões de
formação.
Esta é uma atividade
que não exigia a
mobilização de
conhecimentos
cognitivos, uma vez
que era caraterizada,
sobretudo, pela
execução de
fotocópias e
organização das
mesmas.
Quando cheguei à
Rede Valorizar, esta
atividade era feita
pela assistente
administrativa
exclusivamente. No
entanto, e perante o
volume de trabalho
existente, esta
atividade foi
dividida comigo.
Ofícios Comunicar com os
formandos da Rede
Valorizar.
Esta atividade não
envolvia
dificuldades
relevantes, sendo
bastante rotineira.
Nos primeiros meses
de trabalho fiz, por
diversas vezes,
ofícios endereçados
a formandos da Rede
Valorizar
(encerramento de
processo, envio de
diploma e
certificado,
comunicação de
início de formação).
A primeira vez que
realizei esta
atividade foi a
TORV que me
transmitiu as
indicações de como
teria de ser feito, no
entanto, sempre que
eu tinha alguma
dúvida esclarecia
com a assistente
administrativa, que
estava encarregue da
realização de ofícios.
Organização de
dossiês técnico-
pedagógicos
Gerir toda a
documentação
relativa a cada grupo
de formação.
A principal
dificuldade em
manter os dossiês
técnico-pedagógicos
organizados era o
atraso na entrega de
documentação por
parte dos
formadores. Para
realizar esta
atividade era
necessário ter em
atenção diversos
fatores, em
particular verificar
que a documentação
presente estava toda
corretamente
assinada e datada.
Esta também foi
uma atividade que
comecei a executar
nos primeiros meses
na Rede Valorizar.
Tal como as
restantes,
primeiramente a
TORV transmitiu-
me como deveria ser
feito e após essa
explicação fiz esta
atividade de forma
autónoma sempre
que necessário.
Reuniões de equipa Transmitir novos
procedimentos à
equipa da Rede
Valorizar.
Estas reuniões eram
realizadas
pontualmente
aquando das visitas
do coordenador à
Rede em Angra do
Heroísmo e eram
caraterizadas
sobretudo pela
transmissão e troca
de ideias entre a
equipa, sendo que
não haviam grandes
dificuldades a
enfrentar.
As reuniões eram
realizadas em equipa
conduzidas pelo
coordenador da
Rede, onde cada
elemento tinha a
liberdade de
apresentar as suas
propostas e fazer o
ponto de situação do
trabalho realizado.
Ideia Jovem Invest -
reunião, entrevistas
Apresentar o
programa Ideia
Jovem Invest aos
jovens inscritos na
APQE; Definir o
perfil dos mesmos
para integração no
programa;
Selecionar doze
jovens para o
programa.
A sessão de
apresentação do
Ideia Jovem Invest
contou com a
presença de jovens
com idades até aos
30 anos
desempregados
inscritos na APQE.
Não identifiquei
dificuldades nesta
sessão, o público
A sessão foi
conduzida por uma
técnica de formação
da Agência e pela
TORV, eu estive
presente e também
pude partilhar uma
experiência pessoal
relacionada com o
programa que estava
a ser apresentado.
Para as entrevistas,
demonstrou interesse
no que estava a ser
apresentado, a
sessão foi breve e
sucinta. No fim da
sessão cada jovem
era livre de se
candidatar ao
programa. Para os
jovens que se
candidataram foram
realizadas
entrevistas com o
objetivo de definir o
perfil de cada um.
Nas entrevistas,
também não houve
grandes dificuldades
a enfrentar uma vez
que cada jovem
tinha a sua ideia de
negócio bastante
definida.
os entrevistados
apresentaram-se
perante um júri
composto por quatro
elementos: eu, a
TORV, uma técnica
da APQE e um
membro da StartUp
Angra.
Levantamento de
dados dos formandos
ABC 2014-2016
Reunir informações
relativas aos
formandos que
frequentaram cursos
ABC entre 2014 e
2016.
A principal
dificuldade desta
atividade foi a
gestão do tempo
aliada ao volume de
dados que era
necessário recolher.
Este levantamento
foi um pedido feito
pelo Fundo Social
Europeu e como tal
foi imposto uma data
limite para o envio
do mesmo.
Tendo em conta o
grande número de
dados a recolher e o
pouco tempo para o
fazer, esta atividade
foi dividida pelos
membros da equipa
de gestão da
formação da Rede
Valorizar, sendo que
cada uma de nós
estava encarregue de
um certo número de
dados.