Índice de anexos -...

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ÍNDICE DE ANEXOS (disponíveis no CD-ROM na contracapa) Anexo I - Diários de campo Anexo II - Guião da entrevista I Anexo III - Protocolo da entrevista I Anexo IV - Análise da entrevista I Anexo V - Guião da entrevista II Anexo VI - Protocolo da entrevista II Anexo VII - Análise da entrevista II Anexo VIII - Tabela descritiva de atividades de estágio

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ÍNDICE DE ANEXOS

(disponíveis no CD-ROM na contracapa)

Anexo I - Diários de campo

Anexo II - Guião da entrevista I

Anexo III - Protocolo da entrevista I

Anexo IV - Análise da entrevista I

Anexo V - Guião da entrevista II

Anexo VI - Protocolo da entrevista II

Anexo VII - Análise da entrevista II

Anexo VIII - Tabela descritiva de atividades de estágio

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ANEXO I – Diários de campo

3 de outubro de 2016

Podemos encontrar o edifício onde funciona a Rede Valorizar numa das

principais artérias de Angra do Heroísmo, mais concretamente na Rua de São João

(nome atribuído devido ao santo padroeiro da cidade). Este mesmo edifício está

localizado entre uma ourivesaria e uma loja de uma conhecida marca de vestuário

feminino, em frente do lado da rua, encontra-se uma florista e uma loja de bijuteria

também de uma marca conhecida.

As placas colocadas na porta assim como cartazes plastificado que cobrem as

janelas – janelas estas que são duas e são da mesma altura da porta – de imediato nos

indicam que estamos perante a Rede Valorizar. Tanto a porta como as duas janelas são

inteiramente de vidro. Ao entrarmos, então, na Rede encontramos uma sala de

atendimento de público. Essa mesma sala tem três secretárias, sendo que duas estão lado

a lado (separadas por dois biombos de vidro) e a outra está em frente a estas duas. Da

perspetiva de quem entra, na primeira secretária encontramos (regra geral) a técnica

administrativa da Rede, na secretária do lado está a TORV e na secretária da frente

estou eu. Cada uma das secretárias está devidamente equipada com computador,

material de escritório (como furador, agrafador, canetas, marcadores, etc), diversos

dossiês com alguma documentação de formandos assim como alguns objetos pessoais

como telemóvel ou caneca (na hora do lanche). Em frente a cada uma das secretárias

podemos encontrar sempre duas cadeiras, de forma a facilitar o conforto dos utentes que

se dirigem à Rede para informações ou até inscrições. Debaixo de cada secretária

também podemos encontrar um caixote de lixo. Atrás das secretárias vemos placards

com alguns panfletos informativos da atividade da Rede.

À entrada também encontramos um pequeno espaço que contém duas cadeiras

destinadas aos utentes que esperam pelo seu atendimento. Este espaço também é

constituído por uma pequena mesa de apoio onde são fornecidos panfletos informativos

das atividades realizadas pela Rede e também por um bengaleiro onde os utentes

podem, se assim o desejarem, colocar alguns dos seus pertences como malas ou

casacos.

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Na perspetiva da minha secretária, à minha esquerda está um armário com

dossiês relativos aos grupos de formação de ABC (que constituem a grande maioria da

atividade da Rede) devidamente organizados por ano (desde 2014 até ao presente). Do

meu lado direito encontra-se uma impressora que é utilizada regularmente para cópias,

impressões e digitalizações.

Adjacente à impressora vê-se uma porta. Esta porta dá origem a uma zona de

arquivo (três armários) repletos de dossiês também referentes a grupos de formação que

já se encontram encerrados à mais de dois anos. Nesta zona há também um armário que

está trancado (por segurança uma vez que esta zona de arquivo dá acesso a uma sala de

formação) e está repleto de material escolar necessário para o decorrer das formações

(papel, dossiês, canetas, lápis, borrachas, marcadores de quadro e cd's). Estes armários

estão encostados a uma parede uma vez que esta zona serve de corredor para uma sala

de formação (a única existente nas instalações da Rede). Esta sala é constituída por

alguns computadores (cerca de 15 – número máximo de formandos que pode ter um

grupo de formação), um quadro branco e um projetor. A sala também possui uma

secretária para o formador, que está sempre encostada a uma parede dando a ideia que

nunca (ou raramente) é utilizada. Ao fundo da sala temos uma porta que dá acesso a

uma casa de banho.

Voltando à sala de entrada, ao lado desta porta que dá acesso ao arquivo e à sala

dos formandos, encontramos uma outra porta em madeira. Esta porta dá acesso ao

primeiro andar através de uma escadaria. Interessante referir que regra geral, esta porta

encontra-se aberta. Neste primeiro andar pode-se encontrar, então, a sala dos

formadores. Nesta sala estão todos os formadores internos da Rede que no total são seis.

Nesta sala cada formador tem a sua secretária com o respetivo computador

(principalmente instrumento de trabalho – essencial para a leitura e correção de

portefólios de formandos) assim como com outros materiais de escritório. A sala dos

formadores está organizada em forma de U, sendo que ao meio está uma secretária que

quase sempre é preenchida com alimentos para lanches que todos levam e partilham.

Ao sairmos da sala dos formadores e olharmos para a direita encontramos outra

porta. Desta feita, uma porta de vidro que dá acesso a uma zona de cozinha. Esta

cozinha está equipada com um micro-ondas, algumas mesas (secretárias de escola

reutilizadas) com as respetivas cadeiras, frigorífico e também armários. A equipa da

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Rede, regra geral os formadores, almoça todos os dias nesta cozinha, trazendo de casa a

refeição, sendo que por vezes guardam alguns alimentos no frigorífico ou alguns

objetivos (como canecas, copos ou talheres) nos armários desta cozinha.

É este o espaço destinado à Rede Valorizar em Angra do Heroísmo. Estas

instalações são provisórias, sendo que estão a ser realizadas obras para a Rede se

deslocar para um edifício com melhores condições, uma vez que a principal queixa por

parte da equipa é a falta de espaço para as formações. Perante esta situação, nas novas

instalações irão existir várias salas de formação de forma a evitar o aluguer de espaços

de formação fora das instalações, o que acresce de custos à Rede (situação que se

verifica atualmente).

Cheguei pelas 8:55h da manhã e tinha a minha espera uma secretária que incluía

um computador, um suporte de canetas (devidamente preenchido com canetas, lápis,

marcadores), algum material de escritório como post-its, agrafador, assim como um

organizador de papéis que continha três guias de apoio: RVCC escolar secundário,

RVCC profissional e o guia de acolhimento, diagnóstico e encaminhamento. Todos

estes guias são internos, realizados pela própria Rede Valorizar.

Na hora de abertura ao público (9:00h), já se encontravam dois utentes a

aguardar atendimento. Para atender este público, encontram-se duas pessoas. Uma

técnica superior que desempenha as funções de TORV (técnica de orientação,

reconhecimento e validação) e uma das formadoras internas da Rede Valorizar que

auxilia em tudo o que lhe é possível às funções da TORV. Esta formadora está nesta

função até dia 12, dia em regressa das férias, a assistente técnica que dá todo o apoio

logístico e administrativo à Rede Valorizar, fazendo também atendimento de público

sempre que necessário. Entretanto, no espaço de 15 minutos chegam mais três utentes

que aguardam atendimento.

A TORV (pessoa responsável por mim na Rede), ainda não conseguiu ter tempo

para conversar comigo e assim atribuir-me alguma tarefa. Assim sendo, vou observando

e ouvindo o atendimento que está a ser feito aos utentes. Por volta das 9:35h, quando

finalmente não há nenhum utente na Rede, a TORV dá-me oficialmente as boas-vindas

a este projeto indicando que a tarefa até ao fim da manhã seria ler atentamente,

assinalando possíveis questões, os guias que se encontravam na minha secretária.

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Por volta das 10:00 da manhã, a TORV faz uma pausa para café. Esta pausa

termina mais cedo que o previsto uma vez que recebe uma chamada de uma das

formadoras, solicitando que lhe envie uma determinada documentação. Entretanto,

enquanto envia à formadora o solicitado, entra um utente na Rede. Enquanto este

atendimento é feito, chegam mais três utentes que aguardam pacientemente a sua vez.

Rapidamente chega à hora de almoço (12:00h). Por volta das 13:30h, regresso. A

esta hora, a TORV indica-me que durante a tarde vai-se realizar nas instalações da Rede

Valorizar uma sessão de certificação de um grupo de formandos relativo a um processo

de RVCC de nível Secundário. Estes formandos estão inseridos no protocolo realizado

entre a Direção Regional de Emprego e Qualificação Profissional e o Exército, mais

concretamente o RG1 (Regimento de Guarnição nº1). Os formandos chegam todos à

mesma hora, cerca de 10 minutos antes da hora marcada para início de sessão. O

ambiente é bastante descontraído, demonstrando uma relação próxima entre a TORV e

os formandos assim como entre os formadores e os formandos. Estes mostram-se um

pouco nervosos, receando não receber a certificação. No entanto, tanto a TORV como

os formadores rapidamente tranquilizam o grupo, referindo que os seus Portefólios

Reflexivos de Aprendizagem estão bastante ricos e prontos para uma boa certificação. A

TORV distribuiu entretanto aos formandos uns questionários de satisfação, indicando

que estes são referentes a todo o processo de RVCC desde o encaminhamento até ao dia

de hoje. Após o preenchimento destes questionários, os formadores distribuem ainda os

mapas indicativos das competências que cada um validou, indicando que este

documento é só informativo e não podem ficar com o mesmo. Após estes

procedimentos, dá-se então inicio à sessão de certificação. Antes da sessão, a TORV

conversa comigo durante uns minutos explicando que os principais problemas que a

Rede Valorizar enfrenta é a falta de recursos humanos assim como a fraca organização

de documentação, em particular a relativa aos anos de 2015 e anteriores (uma vez que

desde o inicio de 2016 possuem um sistema informático onde toda a documentação é

trabalhada). A TORV aponta que esta falta de organização documental prende-se com o

facto de também possuírem um grande volume de tarefas aliado aos poucos recursos

humanos. Assim sendo, atribuiu-me a tarefa de organizar em dossiês devidamente

identificados, as fichas de inscrição dos utentes, tornando assim facilitada a procura de

formandos aquando da formação das diversas turmas.

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É-me indicado que devo dividir em três dossiês: B2 (utentes que pretendem uma

certificação relativa ao 2ºciclo), B3 (utentes que pretendem uma certificação de 3ºciclo)

e Secundário (utentes que pretendem obter certificação de nível secundário). Dentro de

cada dossiê e com o auxílio de separadores de arquivo, organizo em desempregados e

empregados, colocando sempre por data (da mais antiga à mais recente). Quando forem

realizadas as turmas, estes dossiês serão consultados e os utentes serão contactados

tendo em conta a sua data de inscrição e a sua situação profissional, tendo em

consideração que inscrições mais antigas e desempregados têm prioridade. Até ao fim

do dia (16h) vou realizando esta tarefa, que me deixou bastante satisfeita uma vez que

mobilizo as minhas capacidades para tentar colmatar uma falha da Rede Valorizar (a

pouca organização) ao mesmo tempo que vou conhecendo o processo de inscrição dos

utentes.

É importante, ainda, referir que ao longo do dia fui apresentada a todos os

funcionários da Rede Valorizar que estavam presentes nas instalações da mesma. Fui

recebida por todos com boa disposição e simpatia.

4 de outubro de 2016

Hoje dei início ao dia por volta das 9:30h. Ao chegar ao estágio, retomei o

trabalho de ontem, o de organização dos dossiês com as fichas de inscrição dos utentes.

Ao ter contactado com estas fichas de inscrição, observo que estas incluem dados como

o nome completo, data de nascimento, número do cartão do cidadão, número de

identificação fiscal, habilitações literárias, morada e situação profissional. Anexos à

inscrição estão agrafados o certificado de habilitações literárias assim como a fotocópia

do cartão do cidadão. Estas fichas são também datadas e servem como guia à formação

de turmas. A manhã foi bastante semelhante à de ontem, a TORV por volta das 11:00 da

manhã e após ter feito atendimento a três utentes, refere que agora tem que retribuir as

39 chamadas não atendidas que tem no seu telefone da Rede. O resto da manhã é

marcado por essas pequenas chamadas, sendo que cada uma tem a duração máxima de

10 minutos. Sempre que entra algum utente na Rede, a TORV apressa-se para terminar

a chamada dando assim prioridade ao atendimento pessoal. Importa também referir que

neste dia, não houve tempo para a pausa para café a meio da manhã, sendo que a TORV

não conseguiu sair da sua secretária de trabalho até à hora de almoço.

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Durante o dia dou continuidade à minha tarefa. Na Rede Valorizar existem duas

metodologias para obter equivalências escolares. Os cursos ABC (Aquisição Básica de

Competências) e o processo de RVCC (Reconhecimento, Validação e Certificação de

Competências). Os cursos ABC são de 300 horas, sendo lecionados de segunda a

quinta-feira durante quatro horas diárias. Estes cursos são caraterizados por sessões de

formação com um ou mais formadores, considerando que são realizadas fichas de

avaliação formativa e testes. No caso do RVCC, trata-se de um processo de cerca de

100 horas de formação inicial sendo que no caso dos desempregados procura-se fazer

um acompanhamento quatro vezes por semana, enquanto no caso dos empregados o

acompanhamento por parte dos formadores é feito duas vezes por semana regra geral

das 18:00h às 21:00h. Pelo que me foi explicado, durante o processo de RVCC não

iremos encontrar sessões de formação do mesmo modo que se realizam nos cursos

ABC. O processo de RVCC é caraterizado por um acompanhamento mais informal,

sendo que os formadores têm aqui a função de auxiliar os formandos na escrita do

documento final que lhes irá dar a certificação, o Portefólio Reflexivo de Aprendizagens

(PRA). Qualquer um dos processos tem como função certificar pessoas desde o 1.º ciclo

ao secundário, sendo que é-me explicado que, regra geral, pessoas mais novas e com

pouca experiência profissional são encaminhadas para cursos ABC uma vez que não

possuem experiências de vida (pessoal, profissional e social) que possam eventualmente

ser descritas e validadas num PRA.

Fica-me, assim, a dúvida de como é feita a seleção dos utentes para integrar quer

um processo quer o outro. No entanto, acredito que no decorrer do meu trabalho da

Rede irei com certeza obter resposta a esta questão assim como aprofundar o meu

conhecimento sobre as diferenças entre estes dois processos.

6 de outubro de 2016

O dia de hoje começou com a notícia de que no próximo dia 17 de outubro

(segunda-feira) a Rede Valorizar irá receber uma auditoria externa. Esta notícia foi

recebida de forma natural e tranquila, apenas com a preocupação de organizar todos

dossiês existentes de modo a facilitar assim o processo da auditoria. Ao ver que o

volume de dossiês a organizar é bastante grande, prontamente voluntario-me para vir na

sexta-feira anterior à auditoria (dia 14 de outubro) para ajudar na organização dos

mesmos. Rapidamente, a TORV aceita a minha proposta e contrapõe referindo que na

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semana seguinte apenas venho à Rede na segunda e na terça-feira (dias 17 e 18 de

outubro).

Hoje terminei, então, o trabalho de organização das fichas de inscrição dos

utentes. A meio da manhã, esteve na Rede um técnico a instalar a nova impressora (que

está do meu lado direito) e assim sendo estivemos todos a aprender como se fotocopia,

digitaliza e imprime. A manhã foi igualmente movimentada como tem sido hábito.

Desde diversos utentes para atendimento a chamadas vindas tanto da Agência de

Emprego como do coordenador da Rede Valorizar (que se encontra fisicamente na ilha

de São Miguel). Tal como ontem todas estas chamadas têm uma duração máxima de 10

minutos, sendo que são todas dirigidas para a TORV. Observo também que muitos dos

utentes que se dirigem à Rede Valorizar já vêm com a referência para falar com a

TORV, trazendo muitas vezes pequenos papéis com o nome da mesma. Hoje, a TORV

consegue fazer a habitual pausa para café, por volta das 10:30h com a duração de cerca

de 15 minutos. A manhã termina por volta das 12:00h.

Ao início da tarde, a TORV indica-me que hoje é dia de fazer os mapas de

pagamentos mensais para os formandos que estão de momento a frequentar cursos ABC

e que irei ajudá-la nessa tarefa. Pelas 14:45h damos, então, início a esta tarefa que viria

a terminar pelas 16h.

Para começar é-me explicado que, tal como eu pensava, toda a Rede Valorizar é

financiada pelo Fundo Social Europeu a cada 3 anos. O projeto tem obtido resultados

bastante bons e demonstra que ainda tem muito público onde atuar pelo que a TORV

refere que têm objetivos de que este financiamento não termine em breve (relembrando

que a Rede já existe desde 2009). Assim sendo, a TORV explica-me que todos os

alunos a frequentar cursos ABC recebem todo o material escolar necessário sem ter

qualquer encargo monetário. Os formandos em situação de desemprego recebem

também o subsídio de refeição (cerca de 4,27€ por dia) sendo que apenas é considerado

válido após a presença de pelo menos 3 horas diárias de formação. Este valor acresce a

qualquer outro rendimento que possam receber (como o rendimento social de inserção).

Os formandos desempregados são também reembolsados pela deslocação em

transportes públicos. Para este reembolso é necessário o formando apresentar no final

do mês a fatura do passe do autocarro (devidamente identificada com nome e NIF)

referente a esse mesmo mês. Assim sendo, a TORV consulta os mapas de assiduidade

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(que lhe foram enviados pelos formadores) do mês em questão (neste caso setembro) e

introduz numa folha Excel as horas de formação a que cada um dos formandos

compareceu. Assim, automaticamente é feito o cálculo e de imediato aparece o valor de

subsídio de refeição que cada um dos formandos recebe pelas suas presenças no curso.

No que respeita aos cálculos relativos ao reembolso dos transportes, a situação é um

pouco mais trabalhosa embora simples. Num dossiê em papel relativo a cada turma, a

TORV tem organizado dentro de uma mica todos as faturas que os formandos entregam.

Neste caso, consultamos a mica que indicava “Pagamentos de transportes de setembro”

e aqui importa verificar diversos pontos: data da fatura; nome do formando e respetivo

NIF, assim como se de facto o formando compareceu às sessões de formação durante

aquele mês. Após esta verificação é, então inserido na mesma folha de Excel o valor

que cada um dos formandos dispensou em transportes naquele mês, sendo que por fim é

feito todo o somatório (subsidio de refeição + reembolso dos transportes) e aparece o

valor total que cada formando deverá receber relativamente ao mês de Setembro. Estas

tabelas de valores, depois de concluídas, são enviadas para o coordenador da Rede que

por sua vez faz chegar ao Fundo Regional de Emprego (responsável pela gestão do

financiamento vindo do Fundo Social Europeu). Repetimos este processo quatro vezes

(quatro turmas).

Neste contexto a TORV indica-me alguns aspetos que devemos ter em atenção

ao fazer este trabalho. São eles: o facto de muitos dos formandos constantemente

faltarem à última hora de formação, apenas estando presente em três, o que nos indica

que possivelmente só estarão interessados em receber o valor do subsídio de refeição

(nestes casos, a TORV comunica – via e-mail – com os formadores para que estes falem

com os formandos); é importante também ter em atenção que para os reembolsos dos

transportes públicos não são válidos bilhetes comprados no transporte, ou seja, de forma

a serem reembolsados os formandos têm que comprovar que de facto foram os próprios

que utilizaram aquele serviço. Para este efeito, os formandos podem adquirir o passe

mensal (recomendado) ou comprar um pacote de bilhetes pré-comprados (neste caso os

formandos têm de entregar também o canhoto dos bilhetes utilizados) sendo que em

qualquer um dos casos devem apresentar à Rede a fatura devidamente identificada com

o nome e NIF; para terminar, é ainda reforçada a importância do trabalho articulado

entre formadores e TORV, uma vez que para realizar esta tarefa a TORV depende dos

mapas de assiduidade dos formandos feitos e enviados pelos formadores. A TORV

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refere ainda a importância de realizar esta tarefa de forma atenta e minuciosa, uma vez

que se trata de valores por vezes altos para um público que tem, à partida, bastantes

dificuldades financeiras.

Por fim e de forma descontraída a TORV indica-me que num futuro próximo já

poderei realizar esta tarefa sozinha. Esta recomendação agradou-me bastante pois achei

a tarefa de elevada importância, levando-me a pensar na confiança que a TORV

deposita em mim.

Importa-me também referir que o ambiente de trabalho foi bastante descontraído

apesar de estarmos a lidar com números e de facto ser uma tarefa minuciosa. Por volta

das 16:00h a TORV convida-me para tomar café a fim de descontrairmos, aceitei o

convite dando por terminado o dia de trabalho.

10 de outubro de 2016

Hoje, segunda-feira, a minha tarefa foi colaborar no processamento de uma

metodologia nova que foi implementada internamente na Rede Valorizar (por ordem do

coordenador) no fim do mês de setembro. A Rede Valorizar deliberou que seria

necessário efetuar contratos de formação para cada um dos formandos a frequentar os

cursos ABC da Rede. Neste caso, como este método só teve como data de início o

último dia do mês de setembro e atendendo ao facto de o início do mês de outubro ter

sido particularmente atribulado, estes contratados só hoje foram redigidos. Os contratos

que fiz hoje são referentes aos formandos que neste momento se encontram em cursos

ABC (6 grupos) e que irão terminar as 300 horas de formação no final do próximo mês

de novembro. Assim sendo, a partir desta data a cada grupo novo de ABC que se iniciar

irão ser de imediato redigidos contratos que contam com a assinatura de cada um dos

formandos.

Cada um destes contratos possui a identificação de cada formando (nome

completo e número de identificação civil) assim como as datas de fim e início do curso

que frequentam.

Tal como tem sido habitual, a TORV vai tomar o café a meio da manhã.

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Após a finalização desta tarefa (no final do dia de trabalho), imprimi todos os

contratos e organizei-os por grupo colocando-os numa mica com o intuito de facilitar a

entrega dos contratos aos formandos por parte dos formadores.

Ao longo deste dia consegui observar que a TORV recebe frequentemente (três a

quatro vezes por semana) chamadas ou e-mails dos formadores externos da Rede

reportando algumas situações a ter em atenção sobre determinado formando. Perante

esta situação, a TORV toma uma nota para mais tarde não se esquecer de fazer um

telefonema para esse mesmo formando a fim de averiguar as razões do acontecimento.

Na eventualidade de se tratar de caso de um formando que tenha atingido o número de

faltas máximo, a TORV trata da situação de forma mais cuidada explicando que é

necessário falar com a pessoa em questão e tentar perceber o motivo das faltas. Quando

o motivo prende-se com razões de saúde, mesmo não tendo justificação médica, a

TORV decide que deve então dar-se uma segunda oportunidade a este formando

colocando a condição de que não poderá voltar a faltar sem justificação. No caso dos

formandos que faltam deliberadamente sem quaisquer justificações verbais ou escritas,

estes são excluídos de imediato desse grupo.

Importa-me referir que tenho sido muito bem recebida. Realizo com plena

satisfação as tarefas que me são atribuídas, sendo que a cada dia que passa começo a

compreender cada vez melhor alguns aspetos de funcionamento e logística da Rede. A

minha relação com todos os formadores e funcionários é de bastante descontração,

sendo que estes sempre que passam pela minha secretária cumprimentam-me e muitas

vezes ficam uns minutos à conversa comigo de forma informal e bastante simpática.

11 de outubro de 2016

Com a aproximação da data da auditoria (próxima segunda-feira) todas as tarefas

para o resto da semana têm um único objetivo: verificar que está tudo organizado para

que a auditoria da APCER corra bem e não se encontre nenhuma não conformidade.

Neste caso, a Rede Valorizar possui dossiês físicos assim como um servidor

online, apelidado de SIRV. Os dossiês físicos, no caso dos cursos ABC, contêm tudo o

que podemos encontrar num dossiê pedagógico – sumários (organizados por micas

referente a cada mês de curso) com as respetivas assinaturas dos formadores e dos

formandos, fichas de diagnóstico inicial e respetivos resultados (organizadas por ordem

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alfabética), fichas de inscrições dos formandos (organizadas por ordem alfabética, com

a respetiva documentação em anexo), faturas de pagamentos de transportes dos

formandos (devidamente organizadas em micas referente a cada mês de formação, de

modo a facilitar mensalmente o processo de reembolso de mobilidade a cada um dos

formandos), grelhas de validação (onde é possível verificar que competências foram ou

não validadas por cada formando, assinadas pelos formadores e coordenador da Rede) e

atas de validação e certificação (no caso dos grupos que já tenham terminado todo o

processo, devidamente assinadas pelos formandos, formadores, TORV e coordenador

da Rede, organizadas também por ordem alfabética).

Este dossiê pode também conter algumas fichas de trabalho realizadas ao longo

do curso, assim como relatórios dos formadores reportando alguma situação inesperada

em relação ao decurso da formação, nomeadamente comportamento de determinados

formandos. É importante referir que alguns formadores redigem, de facto, um pequeno

relatório de forma mais formal. No entanto, na maioria dos casos, os formadores apenas

reportam a situação de forma informal via e-mail. Em ambas as situações estes

relatórios são sempre entregues à TORV, que no caso do e-mail, trata de o imprimir

colocando então no respetivo dossiê.

Durante o dia, alguns formadores internos foram entrando e saindo das

instalações da Rede. Consegui observar que, dos 5 formadores presentes neste dia,

apenas dois se voluntariaram para ajudar nas tarefas ao verificar que o volume de

trabalho era de facto bastante. Apesar de conseguir perceber que as relações entre

TORV e formadores são bastantes boas, conclui também que alguns dos formadores

internos apenas realizam as funções para a qual estão destinados, incluindo casos como

o de hoje onde o trabalho de equipa e a união organizacional foi um fator determinante.

13 de outubro de 2016

Ao longo desta semana, as tarefas têm sido bastante rotineiras, sendo que cada

dia acaba por ser bastante semelhante ao anterior. No entanto, apesar disto, o ambiente

de trabalho é caraterizado por vários momentos de descontração entre risos e algumas

brincadeiras, o dia de trabalho chega ao fim sem que se dê por isso.

No dia de hoje, a principal dificuldade foi com o SIRV (sistema informático da

Rede Valorizar). Apesar do SIRV ser um programa bastante intuitivo de trabalhar,

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sendo que facilmente concluímos o que procuramos, verifiquei que o sistema na

realidade ainda tem vários aspetos para aperfeiçoamento. Por exemplo, por diversas

vezes ao procurar por um determinado utente, este no sistema não aparecia associado ao

grupo ao qual pertencia. Muitas vezes também não era possível finalizar o processo de

validação de competências, uma vez que o sistema não reconhece a validação parcial

(em que podem existir mais competências não validadas do que validadas).

Nestes casos, as situações foram reportadas ao coordenador da Rede, que neste

dia em particular se encontrava de visita ao nosso polo, em Angra. As indicações dadas

pelo coordenador foram que se fizessem printscreen’s de modo a poder comunicar a

situação aos técnicos responsáveis pela manutenção do SIRV.

Para este dia, importa referir a importância da técnica administrativa da Rede.

Enquanto eu, a TORV e uma das formadoras realizávamos (sempre que necessário com

a ajuda do coordenador) estas tarefas na sala de formação – de modo a evitar a

interrupções e distrações – a TORV delegou à técnica administrativa as suas funções

durante o dia de hoje e amanhã. Assim sendo, a técnica administrativa ficou sozinha no

atendimento do público assim como de telefonemas e sempre que necessário pedia

auxílio à TORV para alguma questão em esta fosse solicitada em particular.

Importa referir que a relação entre a técnica e a TORV é bastante descontraída.

A técnica administrativa é, carinhosamente, apelidada de mãe pela TORV uma vez que

esta trata-se da pessoa com mais experiência de vida, sendo que está sempre muito

preocupada com o nosso bem estar. Foi também uma das pessoas que, a par da TORV e

outra formadora, melhor me recebeu na Rede, tendo criado logo uma grande empatia

comigo referindo que ali ela era também a minha mãe.

14 de outubro de 2016

O último dia da semana foi marcado pela finalização das tarefas que têm vindo a ser

realizadas desde segunda-feira.

O dia começa com uma pequena conversa entre mim e a TORV sendo que esta

agradece-me por hoje estar presente na Rede, relembrando mais uma vez que na

próxima semana só venho na segunda e na terça-feira.

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Ao início da tarde, verifiquei que deslocaram-se à Rede duas das formadoras

externas. O motivo da deslocação foi a entrega de alguns documentos dos formandos

(justificações de faltas e faturas de despesas com transportes) assim como a necessidade

de material pedagógico para as sessões de formação. Como tal, tanto uma como a outra

estiveram na Rede cerca de uma hora a imprimir e fotocopiar fichas de trabalho.

Aproveitaram, também, a deslocação para reportar algumas situações de alguns

formandos à TORV. Perante a falta de tempo, a TORV apontou num papel tudo o que

foi dito, indicando que segunda-feira após a auditoria iria proceder à resolução dessas

situações.

Importa referir que uma das formadoras está neste momento a formar dois grupos

num curso de ABC de nível 1 (ou seja, obtenção do 1.º ciclo) e a outra está com quatro

grupos, também num curso de ABC mas, neste caso, de nível 2 (obtenção do 2.º ciclo).

Durante toda esta semana, pude observar que as pausas a meio da manhã para o

tradicional café não existiram. Pude concluir que isto deveu-se ao grande volume de

trabalho que surgiu para a preparação da auditoria da APCER, a fim de renovar a norma

ISO 9001.

Assim sendo, importa-me neste momento refletir um pouco sobre a importância

desta certificação. O que permite um sistema de gestão de qualidade, certificado pela

APCER?

“Melhorar o desempenho da Organização;

Melhorar a capacidade de fornecer, de forma consistente, produtos e serviços

que satisfaçam tanto os requisitos dos clientes como as exigências estatutárias e

regulamentares aplicáveis;

Orientar o foco da Organização no aumento da satisfação do cliente;

Fidelizar e captar novos clientes;

Tratar os riscos e oportunidades;

O acesso a novos mercados;

Uma confiança acrescida nos processos de conceção, planeamento, produção

do produto e/ou fornecimento do serviço;

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Maior notoriedade e melhoria de imagem perante o mercado e sociedade em

geral.” (retirado de http://www.apcergroup.com/portugal/en/certificacao/40/iso-

9001)

Assim sendo, a renovação desta norma, garante não só a satisfação e fidelização dos

utentes (neste caso) mas também a promoção e desenvolvimento da competitividade

organizacional.

Bibliografia:

http://www.apcergroup.com/portugal/en/certificacao/40/iso-9001 (consultado a 14 de

outubro de 2016).

17 de outubro de 2016

Hoje o dia começou com algum clima de nervosismo devido à presença do

auditor da APCER. A auditoria estava marcada para as 11:00h da manhã, mas devido a

um atraso da transportadora área açoriana SATA (uma vez que o auditor deslocava-se

da ilha de São Miguel, onde tinha estado a realizar a mesma tarefa nas instalações da

Rede Valorizar de Ponta Delgada), a mesma só teve início por volta das 12:15h tendo

terminado pelas 13:30h.

Ao início da tarde e após a saída do auditor, o clima era de descontração.

Embora a equipa da Rede estivesse segura de que não haveriam motivos para que o

auditor observasse uma não conformidade, o ambiente que se sente após a auditoria é de

puro alívio. O coordenador da Rede (que já se encontra de volta a São Miguel)

telefonou para a Rede, sendo que quem atendeu a chamada foi a TORV. Esta chamada

tinha como objetivo saber um feedback das palavras do auditor e assim a TORV tratou

de explicar minuciosamente ao coordenador como se tinha realizado a auditoria e o que

tinha sido concluído. O coordenador congratulou o trabalho de toda a equipa da Rede,

fazendo votos de um futuro igualmente bem sucedido.

Pouco depois deste telefonema, entra nas instalações da Rede uma antiga

formanda que fez um processo de RVCC para a obtenção do 3.º ciclo, tendo realização

a sua sessão de certificação no passado mês de setembro. Esta formanda deslocou-se à

Rede, pois recebeu um telefonema da nossa técnica administrativa para vir receber o seu

diploma. Nesta deslocação, ofereceu-nos uma travessa com doces tradicionais da ilha

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referindo que era apenas uma forma de agradecer tudo o que a equipa tinha feito durante

todo o processo da mesma. Agradeceu diversas vezes todo o apoio da TORV,

demonstrando um grande carinho por esta que se revelou reciproco. A formanda, ao

despedir-se abraçou a TORV assim como a técnica administrativa, uma das formadoras

e também a mim, revelando que tinha bastante vontade para realizar agora o processo

novamente para obter o ensino secundário (ver imagens).

No final da tarde, outro dos antigos formandos, que fez a sua sessão de

certificação na passada sexta-feira através do protocolo realizado com o RG1, deslocou-

se à Rede para também oferecer brigadeiros como forma de agradecimento pelo

trabalho e dedicação de todos os profissionais da Rede. O modo cuidado e com

excelente apresentação como preparou a oferta revelaram um verdadeiro empenho (ver

imagens).

Deste modo, este dia foi bastante descontraído, marcado não só pelo resultado

positivo da auditoria, mas também pelo reconhecimento do trabalho feito e satisfação

dos utentes que passam pela Rede.

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18 de outubro de 2016

O dia de hoje começou com uma conversa informal entre mim e uma das

formadoras que teve como tema a elevada percentagem de abstenção (59,2%) verificada

nas eleições legislativas regionais realizadas no passado domingo, dia 16. Ao

discutirmos alguns aspetos respeitantes à alfabetização de adultos na região, fiquei a

saber que esta formadora (uma das pessoas mais simpáticas, atenciosas e acessíveis da

Rede) também está neste momento a frequentar o 2.º ano de curso de Mestrado, neste

caso o Mestrado em Ciências da Educação área de especialidade de Sociologia da

Educação e Políticas Educação do Instituto de Educação da Universidade do Minho. De

imediato, iniciamos uma troca de impressões nomeadamente em relação a artigos,

textos e livros lidos. Sabendo que o Instituto de Educação da Universidade do Minho e

o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa têm uma estreita ligação, questionei-

lhe quem era o docente que lhe orientava o trabalho de dissertação à qual me respondeu

que se trata da Professora Doutora Leonor Lima Torres, ao qual respondi que já tinha

lido diversos artigos da mesma. Por outro lado, a colega questionou-me se tinha alguma

bibliografia do Professor Rui Canário que lhe pudesse enviar, uma vez que as suas

abordagens à alfabetização de adultos e à educação popular são bastantes importantes

para o estudo que realiza. Assim ficou combinado, que irei emprestar-lhe o livro

“Educação de Adultos: um campo e uma problemática” de Rui Canário.

A manhã ficou marcada por um entra e sai constante de utentes na Rede. Houve

dois casos em particular que me chamaram a atenção. Um deles foi uma jovem de cerca

de 29/30 anos que é parcialmente surda, que se fazia acompanhar pela mãe e por uma

tia. De logo, a mãe da jovem expôs que esta tem uma condição de saúde particular, mas

que tal não impedia a aprendizagem uma vez que a jovem possui um aparelho auditivo

o que faz com que esta perceba quase todos os sons. A TORV questionou se, se tratava

de um caso de surdez mudez (uma vez que a jovem não tinha falado até ao momento)

pois se assim fosse tinha capacidades de comunicar com a mesma em linguagem gestual

uma vez que tem casos de surdos mudos na família, no entanto a jovem não é muda,

mas tem algumas dificuldades de fala. A mãe da jovem informou, ainda, que a sua filha

desistiu do ensino regular antes de completar o 3.º ciclo porque sofria bullying por parte

dos colegas devido à sua condição tendo acabado por ficar com uma depressão o que a

levou a abandonar o sistema de ensino. A TORV de imediato tranquilizou tanto a jovem

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como a sua mãe, referindo que quando integrasse um grupo de formação da Rede não

iria sentir quaisquer problemas em relação ao seu problema de saúde.

Mais tarde, chegou à Rede uma senhora que foi de imediato reconhecida como

sendo tia de uma das formandas que atualmente frequenta um curso de ABC nível 1 (1.º

ciclo). O caso da sobrinha desta senhora é bastante particular. Trata-se de uma jovem de

27 anos, que viveu desde criança nos Estados Unidos da América onde teve alguns

problemas chegando nomeadamente a estar presa, acabando por ser repatriada para a

sua terra natal. Chegou à ilha terceira, sem qualquer noção da língua portuguesa e por

esta razão foi integrada num grupo de nível básico da Rede, apesar de nos Estados

Unidos ter completado o 12.º ano. A tia compreende o facto de a língua ser um entrave,

no entanto acredita que a sobrinha tem capacidades para alcançar algo maior, a TORV

concorda referindo que a formadora que está encarregue desse grupo já lhe chamou à

atenção desse facto diversas vezes.

Entretanto não consegui assistir ao resto do atendimento, uma vez que tive que

sair dando assim por terminada a semana de trabalho.

24 de outubro de 2016

A manhã desta segunda-feira ficou marcada por problemas técnicos com o novo

computador que me atribuído. Em primeiro lugar, foi necessário reportar aos técnicos de

informática a situação e em seguida revolver a situação consoante as instruções dadas

pelos mesmos. Esta situação prolongou-se durante a manhã praticamente toda, sendo

que ao longo deste período e na impossibilidade de realizar as tarefas que me estavam

destinadas, decidi auxiliar a restante equipa ao tirar fotocópias, fazer digitalizações ou

atender telefonemas.

Ao início da tarde, os problemas informáticos estavam totalmente solucionados e

desta feita comecei então a iniciar as tarefas que me estavam destinadas para este dia.

Fui ao armário onde estão os dossiês de todas as turmas de ABC e peguei em

dois dossiês referentes às cinco turmas de ABC nível 3 que estão de momento a

decorrer e irão terminar no próximo mês de novembro. Em cada um dos grupos vi e revi

atentamente os sumários que haviam sido entregues pelos formadores no final de cada

mês de formação (que teve inicio a 4 de julho do corrente ano) com o objetivo de

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verificar quais os formandos que efetivamente irão terminar o curso e filtrar os que

foram excluídos por desistência ou por terem atingido o limite de faltas.

Esta tarefa tinha como finalidade transcrever as inscrições de cada formando

existentes em papel na respetiva pasta para o SIRV (sistema informação da Rede

Valorizar) assim como digitalizar e anexar no mesmo sistema a respetiva documentação

de cada um (fotocópia do cartão de cidadão, comprovativo de NIB, certificação de

habilitações e ficha de inscrição devidamente assinada pelo formando), de forma a

facilitar a tarefa dos formadores aquando da validação de competências que irá

acontecer dentro de poucas semanas.

O restante dia decorreu com normalidade ao efetuar esta tarefa, dando o dia por

terminado sem que eu me apercebesse.

25 de outubro de 2016

Hoje deslocaram-se à Rede dois utentes, que haviam concluindo à pouco tempo

o 3.º ciclo através de um processo de RVCC através do protocolo entre o RG1 e a

Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional. Estes dois utentes queriam

perceber as razões pelas quais não haviam sido chamados a realizar os testes de

diagnóstico para integrar o novo grupo de RVCC secundário no Regimento.

Assim sendo, a TORV esteve cuidadosamente a expor-lhe as razões pelas quais

não haviam sido selecionados, entre as quais as dificuldades dos mesmos durante o

processo equivalente ao 3.º ciclo. No entanto, a TORV considerou a vontade dos

mesmos em realizar o processo equivalente ao secundário por motivos profissionais,

uma vez que tanto um como o outro estão neste momento a terminar o seu contrato de

sete anos no exército.

A conversa, que teve a duração de cerca de 40 minutos, terminou com o

concordo de que ambos iriam então realizar o teste de diagnóstico para integrar o grupo

de secundário, apenas para ficarem de “consciência tranquila” daquilo que são as suas

capacidades e também para a TORV confirmar ou não as suas expectativas em relação

aos mesmos.

Após a saída destes dois utentes, a TORV envia um e-mail para o RG1 com as

identificações de todo o grupo que irá realizar os testes.

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Para o resto do dia coube-me a tarefa de regularizar as inscrições de utentes que

estão arquivadas em papel, transpondo as mesmas para o SIRV. Ficou acordado entre

mim e a TORV que iria fazendo esta tarefa aos poucos sempre que tivesse tempos em

que não terminasse uma tarefa e a TORV não estivesse na Rede para me atribuir novas

tarefas.

Importa também, referir que tal como tem sido habitual, hoje a TORV a meio da

tarde fez uma pausa para café da qual também a acompanhei. Estes momentos

informais, que se têm repetido cerca de dois dias por semana são, para mim, de

relaxamento e desconstrução da figura e da relação profissional que se dá dentro das

instalações da Rede. De referir, que nestes encontros, as conversas raramente se centram

em assuntos relacionados com a Rede.

27 de outubro de 2016

Nesta quinta-feira, último dia da semana de trabalho para mim, a manhã iniciou-

se com uma chamada da Agência de Emprego. A TORV deu-me indicações para

atender a chamada, e caso fosse necessário, ela depois iria intervir. No entanto, a colega

da Agência apenas necessitava saber informações sobre a data de exclusão de um

formando que foi inserido num curso ABC de nível 3 no passado mês de julho à qual

nunca compareceu.

Este formando deslocou-se à Agência para renovar a sua inscrição e como tal era

necessário saber a data é que foi excluído de formação, uma vez que só podia renovar a

sua inscrição 90 dias após a data de exclusão. Neste caso, eu consegui sem ajuda da

TORV dar a informação necessária à colega da Agência, uma vez que tinha estado no

início desta semana a regularizar as situações dessas mesmas turmas.

Durante o dia de hoje, o que eu fiz foi continuar a tarefa de transpor as inscrições

em papel para o sistema informático, continuando no ponto que tinha terminado ontem.

O dia decorreu de forma tranquila, sem grande volume de trabalho, marcado por

diversas pausas para conversas informais.

31 de outubro de 2016

Nesta segunda-feira o trabalho decorreu de forma relaxada sendo que o dia ficou

marcado por diversos momentos de descontração o que, a meu ver, contribui em boa

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parte para a satisfação e boa disposição que se sente todos os dias quando se chega às

instalações da Rede Valorizar.

No final da manhã chegou à Rede um utente que me foi apresentado como sendo

um formando que acabou a cerca de um ano o curso ABC de nível 3. O ex-formando

apenas passou na Rede para dar notícia que havia arranjado um emprego do qual estava

bastante orgulho e feliz. Fez questão de agradecer diversas vezes à TORV e também à

técnica administrativa por todo o apoio e motivação dado durante o seu percurso na

Rede, referindo que caso não tivesse já empregado iria sujeitar-se ao diagnóstico de

forma a ingressar um percurso RVCC de secundário. Após esta situação, a TORV

referiu que são casos como este que fazem com que esta perceba que na realidade o

trabalho é bem feito e que de facto tem impacto na vida das pessoas. Embora no fim dos

percursos formativos cada formando preencha um inquérito de satisfação que é a prova

efetivamente teórica do impacto do trabalho realizado ao longo daqueles meses, a

TORV realça que quando as pessoas se deslocam à Rede para realmente agradecer todo

o trabalho e até referem “se não fossem vocês, não sei o que seria de mim” é a

verdadeira prova de um trabalho bem feito. Importa reforçar ainda que desde que estou

na Rede não é a primeira vez que assisto a situações desta natureza, o que também me

deixa bastante otimista em relação a ambições futuras de trabalho na Rede.

Para este dia, a TORV atribuiu-me como tarefa corrigir e dar o meu parecer de

alguns testes de diagnóstico para RVCC de secundário que foram realizados na sexta-

feira. A TORV dividiu os testes entre mim e ela sendo que durante a tarde, cada uma

por si, fomos corrigindo os testes consoante os objetivos a serem alcançados pelos

utentes. Apenas que me foi pedido que os corrigisse a lápis de modo a que no final de

todas as correções feitas pudéssemos trocar impressões sobre cada um dos utentes e

depois então passar as correções a caneta uma vez que o teste de diagnóstico terá de ser

posteriormente digitalizado e inserido no processo do utente no SIRV.

A meu ver esta foi uma das tarefas que mais gostei de realizar desde que estou

na Rede, uma vez que foi-me dada uma certa autonomia assim como a oportunidade de

efetivamente fazer parte do processo de diagnóstico movimentando os meus

conhecimentos teóricos, fazendo a aplicação dos mesmos no contexto real de trabalho.

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2 de novembro de 2016

Para a manhã do dia de hoje a tarefa passou por uma reunião conjunta entre mim

e a TORV com o intuito de discutir as correções e pareceres dados aos testes

diagnósticos tratados na passada segunda-feira.

A TORV afirmou que havia concordado com todas as correções e pareceres que

eu dei nos testes. Concordamos também que nos casos em que há dúvidas em relação

aos resultados do teste diagnóstico, irá dar-se especial atenção à entrevista de

diagnóstico.

Tal como já referi, esta função de corrigir e dar parecer aos testes diagnósticos

foi uma das coisas que mais gostei de fazer desde que iniciei o trabalho na Rede. À

medida que ia realizando a tarefa e no final da mesma senti uma certa insegurança por

se tratar de uma atividade que nunca realizei. No entanto, hoje e ao conversar com a

TORV sobre este assunto, fiquei bastante segura e confiante do meu trabalho.

Passado um mês desde o início do estágio, é para mim importante fazer uma

pequena reflexão sobre o decorrer destas últimas semanas.

Pelo pouco contacto que já tinha tido com a TORV (apenas via e-mail e uma

visita pessoalmente com o objetivo de acertar alguns detalhes sobre o inicio do estágio),

fiquei com uma primeira impressão de que iria ser bem recebida e consequentemente

iria ter sucesso com o meu trabalho de estágio.

No entanto, antes de iniciar o trabalho, as minhas preocupações prendiam-se

com o facto de conciliar a escrita do relatório de estágio com o trabalho na Rede sem

descuidar nenhum deles, sendo que ficou combinado com a TORV que eu iria fazer

horário completo (9h – 16h30, com interrupção de uma hora de almoço) de segunda a

quinta-feira e sempre precisasse bastava avisar que iria necessitar de faltar que não

haveria problema algum.

Entretanto, passado um mês de estágio, posso afirmar que a tarefa de conciliar a

escrita com o trabalho tem sido cumprida com muitas dificuldades, sendo que sempre

que preciso mais algum tempo para a escrita falo com a TORV e a mesma diz-me que

posso ficar em casa os dias que necessitar. Assim sendo, o balanço que posso fazer

deste primeiro mês de trabalho é em tudo positivo. O ambiente de trabalho é muito bom,

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a equipa é simpática e atenciosa, e sobretudo, não sou tratada como “apenas” uma

estagiária, sou tratada como um novo membro da equipa.

7 de novembro de 2016

A semana começou, como é habitual, de forma tranquila e sem um volume de

trabalho exagerado. Continuei a tarefa que havia deixado incompleta no final da semana

passada, na quinta-feira. Relembro que durante a quinta-feira passada a minha tarefa foi

consultar os dossiês físicos com inscrições, em papel, de utentes que organizei na minha

primeira semana de trabalho na Rede. Esta consulta tinha como objetivo articular o

dossiê físico com os registos digitais inseridos na plataforma SIRV.

A meio da manhã, um soldado do RG1 apresentou-se na Rede com um envelope

fechado dirigido à TORV. Este envelope continha mais alguns testes diagnósticos para

integração de alguns militares num processo de RVCC de secundário. Desta vez, a

TORV deu-me a total responsabilidade de corrigir, analisar e dar o meu parecer

individualmente sem o auxílio da mesma. Eram dez testes, sendo que ao início da tarde

já tinha concluído com sucesso esta tarefa.

Importa-me, assim, referir mais uma vez que esta tarefa de análise dos testes de

diagnóstico é uma das minhas preferidas enquanto estagiária na Rede. Percebo que

realmente estou a colaborar para o processo de seleção dos utentes para o processo de

RVCC e que também, a TORV já deposita uma certa confiança no meu trabalho.

8 de novembro de 2016

Nesta terça-feira comecei a regularizar situações dos formandos inseridos nos

grupos que estão de momento a terminar os cursos ABC, referentes ao terceiro ciclo.

Neste sentido e após o envio dos registos finais de classificação por parte dos

formadores, a minha tarefa foi verificar o preenchimento da fase de validação de

competências no SIRV, emitindo a ata de validação assim como a ata de certificação.

Para estes efeitos, ao longo desta semana, ficou a meu cargo também entregar as

declarações de conclusão de curso aos formandos que se dirijam à Rede. Fico

encarregue de lhes informar que esta declaração é válida para a Agência de Emprego

durante um período de duas semanas, assim como válida para quaisquer propostas de

emprego a que se queiram candidatar com o nível de escolaridade que agora obtêm.

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Neste sentido, é meu dever também informar que quando o respetivo diploma for

emitido (funções da Rede Valorizar em São Miguel) serão contactados para o virem

levantar.

O resto do dia estive também a preparar uma grelha no Excel com os dados de

cada um dos formandos das turmas em questão para que em breve possa ser enviado

para São Miguel a fim de emitir os diplomas o mais breve possível. Esta tarefa revela-se

de elevada importância, uma vez que não poderá haver erros nas identificações dos

utentes enviadas para São Miguel, correndo o risco dos diplomas serem emitidos com

erros e ser necessário devolver os mesmos, atrasando assim o processo de entrega dos

diplomas aos formandos.

9 de novembro de 2016

Hoje foi o dia de fazer as grelhas dos pagamentos dos formandos referentes ao

passado mês de outubro. Nos primeiros dias de trabalho na Rede, realizei esta tarefa

juntamente com a TORV, auxiliando-a de forma a aprender como fazer para que no

futuro conseguisse realizar esta mesma atividade sozinha.

Neste mês, a TORV decidiu repartir as turmas entre nós as duas, sendo que cada

uma fez as grelhas de pagamentos de forma autónoma. Esta tarefa ocupou-me a manhã

toda e grande parte da tarde, e foi a par da correção dos testes diagnósticos, uma das

minhas tarefas favoritas que já realizei na Rede.

A sua elevada importância pelo facto de conjugar fundos sociais vindo da

Europa (geridos neste caso pelo Fundo Regional de Emprego) com pessoas que tem

bastantes dificuldades financeiras faz com seja necessário mobilizar capacidades

cognitivas que noutras tarefas não são necessárias.

Desta forma, estive o dia todo concentrada nestes pagamentos, verificando os

mapas de assiduidade enviados pelos formadores assim como as faturas de transportes

públicos entregues pelos formandos e assim inserir na grelha Excel todos os números.

Importa também verificar os alunos que haviam sido excluídos da formação durante o

mês de outubro, considerando que apesar de terem sido excluídos irão também receber o

valor do subsídio de refeição referente aos dias que efetivamente frequentaram o curso.

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10 de novembro de 2016

Terminada ontem a tarefa de preencher as grelhas de pagamentos dos formandos

referentes ao passado mês de outubro, que foram enviadas ontem ao final do dia para

São Miguel (via e-mail, para o coordenador da Rede Valorizar) para que os formandos

recebam a mensalidade até ao dia 15 do corrente mês, hoje foi dia de começar uma nova

tarefa.

Assim sendo, a TORV encarregou-me de ir buscar ao arquivo um dossiê relativo

a um curso de inglês de 100 horas que foi realizado no ano passado com alguns

trabalhadores do contingente português da Base Área n.º4 (Base das Lajes). Este dossiê

estava totalmente completo, incluindo inscrições dos formandos e respetiva

documentação até às grelhas de validação de competências, mas nada disto estava

inserido no SIRV. O objetivo do meu trabalho era precisamente esse, inserir tudo no

SIRV e inclusive encerrar o processo de validação e certificação de competências de

língua inglesa.

Para este efeito, imprimi a folha de verificação de tudo o que deverá conter um

dossiê pedagógico com o intuito de ir verificando à medida que for inserindo cada um

dos parâmetros previstos para a construção e organização de um dossiê pedagógico.

Embora esta tarefa possa parecer simples e pouco trabalhosa, não o é. É simples

no sentido em que não será necessário mobilizar capacidades cognitivas complexas, no

entanto, é bastante trabalhoso uma vez que envolve a digitalização de diversa

documentação que terá de ser inserida corretamente correndo o risco de ser obrigada a

refazer tudo desde o começo. Desta forma, esta foi uma atividade que me ocupou todo o

dia de trabalho sendo que a sua finalização será na próxima segunda-feira.

14 de novembro de 2016

Esta semana começou, tal como é habitual, num clima de descontração e boa

disposição. O dia começou com algumas chamadas telefónicas de alguns formandos

com questões sobre qual a data que irão receber o pagamento referente ao passado mês

de outubro, que é também o último, uma vez estes cursos terminaram dia 27 do passado

mês de outubro. Eu atendi todas essas chamadas esclarecendo os formandos de que

provavelmente irão receber o pagamento amanhã, dia 15 de novembro, uma vez as

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tabelas de pagamentos já foram entregues ao Fundo Regional de Emprego na semana

passada.

Hoje, a TORV esteve o dia todo ausente em trabalho na Agência de Emprego.

No entanto ao início do dia, por volta das 9:30h da manhã preocupou-se em perguntar-

me o ponto de situação das tarefas que me tinha atribuído no fim da semana passada. Eu

respondi que ainda não tinha avançado muito, uma vez que muitas vezes sou

interrompida por chamadas ou por algum utente que vem pessoalmente levantar as

declarações referentes aos cursos que agora terminaram. A TORV indicou-me que

continuasse a minha tarefa aos poucos uma vez que não havia pressa e, aproveitou, para

atribuir-me a função de elaborar uma tabela com os pedidos de diplomas de alguns

processos de RVCC terminados há pouco tempo, sendo que neste caso havia uma certa

urgência uma vez que alguns utentes necessitam estes certificados para atualizarem os

seus processos na Agência de Emprego, uma vez que a declaração passada pela Rede

Valorizar apenas pode ser apresentada na Agência durante as duas semanas seguintes à

data final do processo de formação.

15 de novembro de 2016

Ao início da manhã de hoje uma das formadoras externas que atualmente está

com duas turmas de primeiro ciclo da Rede, fez um pedido de 15 exemplares dos dois

manuais de cálculo respeitantes ao 1.º ciclo, o manual de iniciação e o de continuação.

Assim sendo, e como eu ainda não tinha nenhuma tarefa destinada para a manhã de

hoje, voluntariei-me para ser responsável pela impressão e organização dos respetivos

manuais. Esta tarefa ocupou-me a manhã praticamente toda e fez-me compreender que,

de facto, o “mundo real” e o trabalho de campo exigem muito mais do que apenas

competências cognitivas e técnicas. Exige acima de tudo competências transversais

como a disponibilidade para a aprendizagem contínua, a iniciativa e o trabalho em

equipa. Competências estas que, regra geral, não nos são ensinadas na frequência do

ensino superior, com exceção do trabalho de equipa que no caso da Licenciatura em

Ciências da Educação da Universidade de Lisboa é tratado com bastante foco ao logo

dos três anos de frequência letiva.

Durante a tarde de hoje, muitos utentes contactaram via telefone a Rede para

serem informados de qual a data em que irão receber o subsídio a quem direito por

terem frequentado formação durante o mês de outubro. Perante estas questões e

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estranhando o facto dos utentes ainda não terem sido pagos, a TORV contacta o

coordenador da Rede reportando a situação. O coordenador ao ficar ocorrente do caso,

verificou que de facto houve um erro no processamento dos pagamentos daquela turma

em São Miguel, e refere que irá de imediato proceder ao novo envio dos mapas de

pagamentos para o Fundo Regional de Emprego a fim de serem processados de novo.

Apesar de a situação já estar esclarecida e com a solução em curso, os telefonemas por

parte dos utentes foram constantes, sendo que eu atendi a maior parte dos mesmos e

inclusive alguns dos formandos assumiram uma postura arrogante e por vezes até mal-

educada após receberem a informação de que haveria um pequeno atraso com os

pagamentos.

Esta também é uma atividade que ninguém sai da faculdade preparado para

enfrentar. O ensino superior dá competências a diversos níveis mas não dá

competências nem orientações para o atendimento de telefonemas nem de como lidar

com públicos problemáticos. Penso que deveria ser uma matéria transversal a qualquer

plano curricular independentemente da área, pois tanto na saúde como na educação e até

em direito, os profissionais lidam diariamente com pessoas que podem surgir de meios

sociais e culturais muito diversos. Uma vez que nem todas as pessoas estão preparadas

para lidar com estes públicos, os estudantes do ensino superior deveriam ser elucidados

para situações desta natureza para melhorar a integração dos mesmos no mundo laboral.

Bibliografia:

Cabral-Cardoso, C.; Estêvão, C. V.; e Silva, P. (2006) Competências Transversais dos

Diplomados do Ensino Superior – Perspectiva dos Empregadores e Diplomados.

Guimarães, Tecminho.

21 de novembro de 2016

Hoje, ao chegar às instalações da Rede a TORV de imediato dirigiu-se a mim

referindo o prémio que a Rede Valorizar ganhou na II Semana “Aprender ao Longo da

Vida” realizada na Fundação Gulbenkian na passada sexta-feira. A Rede Valorizar foi

premiada com o primeiro lugar, prémio no valor monetário de 1000 euros. A TORV

inclusive referiu-se ao facto de ter conversado com a minha orientadora de escrita do

presente relatório, a Doutora Paula Guimarães, sublinhando a simpatia e simplicidade

da mesma.

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Ainda durante a manhã, o coordenador da Rede enviou um e-mail para toda a

equipa em jeito de agradecimento por todo o trabalho feito que culminou na entrega

deste prémio. Mais tarde e sendo o mesmo responsável pela página de Facebook da

Rede, postou na mesma algumas publicações como as seguintes:

Figura 1: Publicação de

agradecimento a todos os profissionais na rede social Facebook.

Figura 2: Distinção atribuída – publicada na rede

social Facebook.

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Figura 3: Fotografia de grupo incluindo

júri e vencedores. (Retirada de http://www.direitodeaprender.com.pt/artigos/estao-todos-de-

parabens)

Assim sendo, e ultrapassados os festejos relativos a esta distinção, o dia de

trabalho prosseguiu como normalmente acontece. Durante o horário de almoço eu, a

TORV e uma das formadoras fomos tomar café, procedimento que tem sido habitual.

Aproveitamos estes momentos de pausa para descontrair e sobretudo para conversar

informalmente.

O resto da tarde estive ocupada com a tarefa de verificar os grupos que tinham

finalizado formação à pouco tempo fazendo assim as declarações de conclusão para

cada um dos formandos. Estas declarações servem como comprovativo de que

terminaram o nível de escolaridade em questão e são válidas até o diploma dos mesmos

lhes ser entregue. Para a realização destas declarações apenas é necessário ter três

informações: o nome completo do formando, o seu número de identificação civil e o

número de inscrito na base de dados SIRV. Assim sendo, apesar de ser uma atividade

bastante simples, ocupou-me a tarde toda uma vez que tratei de ter todo o cuidado a

verificar os dados pessoais de cada para que não houvesse erros.

22 de novembro de 2016

No âmbito do início do novo grupo de secundário diurno no RG1, hoje durante o

dia eu e a TORV deslocamo-nos ao Regimento para realizar as entrevistas de

diagnóstico feitas com base nos testes de diagnóstico que os respetivos utentes tinham

realizado. Estas entrevistas tiveram como objetivos a orientação e o encaminhamento

para um percurso de reconhecimento de competências equivalente ao nível secundário.

Em alguns casos, considerando que o processo de reconhecimento de competências

apenas se efetua em pessoas com mais de 23 anos, os utentes que eram menores de 23

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foram encaminhados para os cursos Reativar. Os cursos Reativar são realizados nas

escolas secundárias e podem ter a duração máxima de 2 anos letivos consoante o nível

de escolaridade que o utente já tiver completo.

A técnica da entrevista foi uma das técnicas de recolha de dados mais exploradas

durante a minha frequência no ensino superior e por esta razão a atividade do dia hoje

foi de fácil execução. A entrevista é de característica semi diretiva, uma vez que possuía

um guião inicial (sintetizado em tópicos num documento interno da Rede) mas que dava

também um certo espaço de resposta para que o entrevistado pudesse responder

abertamente. Neste caso, interessava saber experiências pessoais e profissionais que

fossem possíveis de mobilizar para o processo de reconhecimento de competências.

Durante a realização desta tarefa confrontei-me com o facto de alguns dos entrevistados

não se abrirem como seria de esperar. Para ultrapassar este constrangimento, tentei em

primeiro lugar fazer as questões de forma mais informal ou simplificada, e também mais

tarde desconstruir-me enquanto entrevistadora criando uma relação de empatia com

alguns dos formandos o que acabou por permitir que estes se abrissem mais perante as

questões colocadas.

23 de novembro de 2016

Para o dia de hoje a tarefa que a TORV me atribuiu foi a de redigir ofícios de

encerramento de processos. Para este efeito, a TORV entregou-me várias folhas com

tabelas feitas pelos formadores onde dão conta da situação de cada um dos formandos

referidos nas respetivas tabelas. Consoante a situação de cada um, é a minha função

redigir um ofício de encerramento de processo, podendo também esse ofício incluir um

pedido de entrega do PRA. Pode também haver casos em que o processo é encerrado

internamente apenas deixando uma nota no SIRV, sendo que poderá ser reaberto

perante vontade do utente.

Antes de iniciar este trabalho de estágio na Rede, nunca tinha feito nenhum

ofício nem sabia como fazê-lo. Quando a TORV me pediu que fizesse ofícios logo nas

minhas primeiras semanas de trabalho, eu não sabia como o fazer, mas antes de poder

colocar as minhas dúvidas, a TORV antecipou-se e mostrou-me um modelo de ofício

explicando-me como deveria fazer. Após esta explicação, fazer um ofício é das tarefas

mais fáceis e simples que realizo na Rede. O trabalho na Rede tem, regra geral,

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caraterísticas administrativas. O que eu destaco em relação a outros locais é que na

Rede, todos os profissionais fazem este tipo de trabalho, não é deixado apenas para a

estagiária e para a administrativa. A TORV realiza as mesmas atividades que me dá,

sendo que antes da minha chegada era ela mesma que fazia todas as tarefas que tenho

vindo a descrever.

Hoje também foi dia de começar a preparar a entrega pública de diplomas que

irá decorrer no próximo mês de dezembro (dia ainda por definir). Assim sendo, dei

início às tabelas de pedidos de diplomas para que estas pudessem ser enviadas para São

Miguel com alguma antecedência a fim de prevenir erros na emissão dos mesmos, uma

vez que se tratam de cerca de 125 diplomas.

24 de novembro de 2016

Na sequência das entrevistas de diagnóstico realizadas na passada terça-feira no

RG1, hoje coube-me a função de organizar todo o dossiê físico e digital deste novo

grupo que irá iniciar-se em breve.

Para esta organização são necessários vários passos, sendo que me ocupou o dia

todo e a finalização do mesmo ficou para segunda-feira uma vez que hoje já não houve

tempo. O primeiro passo é então, verificar quais dos formandos é que foram

encaminhados para o RVCC escolar integrando assim, o grupo 515. Após esta

verificação e troca de impressões com a TORV sobre os mesmos, esta tratou de enviar

para o 2.º comandante a listagem final do grupo que irá dar início a formação na

próxima terça-feira dia 29 de novembro pelas 9:30h.

Enquanto isto, eu procedi às inscrições destes mesmos formandos no SIRV e

digitalizando em simultâneo os documentos que haviam sido entregues pelos mesmos

na passada terça-feira. Este processo de inscrições, apesar de simples, é pormenorizado

uma vez que exige vários passos que devem ser feitos atentamente de modo a evitar

inscrições com erros. É importante também não esquecer de imprimir as fichas de

inscrição para que na próxima ida ao RG1, os utentes as assinem e depois sejam

arquivadas no processo pessoal físico e digital de cada um.

Após realizadas as inscrições no SIRV, faço todo o processo do utente até ao

encaminhamento, inclusive associando-o ao cronograma em questão. A fase de

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encaminhamento implica também a digitalização da ficha de encaminhamento que foi

devidamente preenchida e assinada aquando das entrevistas de diagnóstico na passada

terça-feira.

28 de novembro de 2016

Tal como já tinha previsto na passada quinta-feira, hoje parte do dia foi ocupado

com a finalização da organização do dossiê relativo ao grupo de RVCC secundário do

RG1. O processo físico individual de cada um dos formandos engloba tanto documentos

pessoais (fotocópia de cartão do cidadão e fotocópia do certificado de habilitações

literárias) como de documentos internos (teste de diagnóstico, entrevista de diagnóstico,

ficha de encaminhamento e ficha de inscrição). Assim sendo, hoje comecei por

organizar o dossiê físico colocando por ordem alfabética todos os processos.

Finalizada esta parte, foi tempo de terminar a organização no SIRV, que já

estava praticamente completa. Na quinta-feira passada, faltou-me tempo para associar

alguns dos formandos ao cronograma correspondente a este grupo, portanto hoje

terminei essa atividade. Agora sim, já estava tudo completo e pronto para imprimir o

sumário da primeira sessão que será amanhã, terça-feira dia 29.

Após finalizada toda esta organização física e digital, a TORV convidou-me

para a acompanhar na primeira sessão deste grupo que será da responsabilidade da

mesma. Eu de imediato aceitei, ficando assim combinado que amanhã pelas 9.30h

iriamos juntas para esta sessão.

O resto do dia foi passado a dar auxílio da organização do dossiê do novo grupo

de RVCC escolar de nível secundário em horário noturno que terá início ainda hoje.

Importa referir que enquanto eu estive encarregue de organizar o dossiê respeitante ao

grupo de secundário do RG1, a TORV esteve ocupada com a organização deste dossiê

relativo ao grupo de secundário noturno. Quando eu terminei a organização do dossiê

que me estava destinado, de imediato voluntariei-me para ajudar a TORV com a

organização do outro dossiê.

As atividades levadas a cabo nestes últimos dias são de caráter sobretudo

administrativo, sendo que estas são também necessárias para complementar as tarefas

mais técnicas e cognitivas.

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29 de novembro de 2016

Tal como combinado, a manhã do dia de hoje foi passada no RG1 no âmbito da

primeira sessão do grupo de secundário. A mim coube-me a tarefa de entregar

documentação aos formandos, como fichas de inscrição para que os mesmos verifiquem

se os dados estão todos corretos e em caso afirmativo assinem as respetivas fichas.

Também entreguei aos formandos os inquéritos internos assim como os inquéritos do

Fundo Social Europeu. Outro documento que os formandos também receberam foi o

guia de apoio ao processo de RVCC escolar secundário, documento interno da Rede que

ficará na posse dos formandos.

A reunião decorreu com normalidade, sendo orientada pela TORV. Ao longo da

mesma, a TORV referiu diversos aspetos importantes do percurso de RVCC como

regras, formatação do PRA, sessões de formação com os formadores. Os formandos iam

interrompendo sempre que achavam pertinente colocar alguma questão. Para finalizar a

sessão, a TORV fez uma breve e sucinta descodificação do guia de apoio com particular

enfâse às unidades de competência e núcleos geradores de cada das três áreas chave. Em

conclusão, a TORV referiu que ao longo das sessões de formação, os formandos iriam

ter uma descodificação mais específica por parte de cada um dos formadores.

Esta sessão foi uma das atividades que mais gostei de integrar, uma vez que

tenho acompanhado este grupo desde a correção dos testes de diagnóstico até esta fase,

criando uma certa empatia com o grupo.

Figura 1: Registo fotográfico da sessão

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12 e 13 de dezembro de 2016

Os dias de segunda e terça-feira ficaram marcados pela preparação do dossiê de

documentação para a entrega pública de diplomas que se irá realizar amanhã, quarta-

feira no edifício da Vice-Presidência do Governo Regional, contando com a presença do

Vice-Presidente do Governo Regional assim como da Diretora Regional do Emprego e

Qualificação Profissional.

Eu mobilizei os conhecimentos que adquiri aquando da participação na

organização do Doutoramento Honoris Causa do Professor Sérgio Niza promovida pela

Universidade de Lisboa com auxílio do Instituto de Educação.

A minha tarefa era percorrer os processos no SIRV de todos os utentes a quem

iria ser entregue diploma, cerca de 120 pessoas, e imprimir as respetivas atas de

validação e certificação para que os mesmos as assinassem no final da cerimónia de

entrega de diplomas. No dossiê de documentação há uma mica para cada utente e dentro

dessa mica estão documentos relativos a esse mesmo utente. Enquanto eu fazia esta

organização, a técnica administrativa e uma das formadoras trataram de contactar todos

os utentes que iriam receber o diploma para que pudessem estar presentes na cerimónia.

Esta atividade de organizar o dossiê, embora fosse fácil e simples, era bastante

trabalhosa e demorada uma vez que é grande o número de pessoas que irá receber o

diploma e também deparei-me com diversos problemas a nível informático que foram

atrasando o processo. Assim sendo e considerando que amanhã, a entrega dos diplomas

apenas terá início pelas 15:00 horas, vou dedicar-me a terminar esta tarefa durante toda

a manhã.

14 de dezembro de 2016

Hoje, tal como previsto no final do dia de ontem, a manhã foi inteiramente

dedicada a finalizar a organização do dossiê de documentação que será necessário para

a entrega de diplomas que se irá realizar esta tarde.

Ao realizar esta tarefa e à medida que as horas iam avançando comecei a sentir a

pressão de ter tudo organizado a tempo e horas, que felizmente consegui. Também o

ambiente na Rede era marcado por algum nervosismo, nomeadamente por parte da

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TORV uma vez que esta iria desempenhar um papel fundamental durante a cerimónia

de entrega.

Eu, a TORV e uma das formadoras chegamos às instalações da Vice-Presidência

por volta das 14:30 horas já com tudo preparado e organizado, onde encontramos o

jornalista da RTP Açores que iria fazer a reportagem sobre o evento. Este jornalista fez-

nos questões sobre algum caso entre os utentes que iriam estar presentes, que merecesse

destaque, ao qual a formadora indicou diversos casos. Poucos minutos depois a restante

equipa da Rede chegou às mesmas instalações, tomando o seu lugar na sala. Mais tarde

os utentes também começaram a entrar a sentar-se de forma ordeira para que se pudesse

dar como iniciada a cerimónia.

A tarde decorreu num clima de descontração, orgulho e satisfação tanto da parte

dos profissionais que trabalharam direta ou indiretamente com estes adultos quer por

parte dos mesmos.

Figura 1: Notícia referente à entrega de diplomas no portal do Governo dos Açores

Link direto para a notícia: http://www.azores.gov.pt/Portal/pt/entidades/pgra-

gacs/noticias/Governo+dos+A%C3%A7ores+apoiou+a+melhoria+das+habilita%C3%A

7%C3%B5es+acad%C3%A9micas+de+8000+trabalhadores.htm

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15 de dezembro de 2016

Perante a azáfama da última semana perante toda a documentação para que tudo

estivesse pronto para o dia de ontem, na entrega de diplomas, o restante trabalho ficou

pendente. Assim sendo, durante o dia de hoje as tarefas foram divididas pela TORV,

atribuindo a cada uma (eu, ela e a assistente administrativa) uma função para este dia. A

mim coube-me a atividade de organizar todo o dossiê referente à documentação inerente

à entrega dos diplomas, perceber quem não compareceu e também quem compareceu,

mas por lapso saiu da sessão antes de assinar todos os documentos necessários. Para

complementar esta atividade, eu também teria de fazer o levantamento dos contactos

telefónicos de cada uma destas pessoas, de modo a informá-las que deveriam

apresentar-se na Rede para assim levantarem o seu diploma. E assim o fiz, sendo que a

atividade ficou concluída no final do dia.

4 de janeiro de 2017

Após a pausa para o Natal, é altura de regressar ao trabalho com energias

renovadas pelo ano novo. A Rede Valorizar também está pronta a iniciar este novo ano

com bastante trabalho, tal como tem sido habitual, sendo demonstrada pela TORV cada

vez mais a importância da minha presença. Neste sentido, o ano arranca com uma

atividade nova para mim.

Privilegiando a relação estreita existente entre a Rede e a Agência para a

Qualificação e Emprego (de agora em diante denominada APQE), este dia de trabalho

foi realizado na APQE no âmbito das reuniões de diagnóstico e acolhimento de utentes

para integração em cursos ABC. A APQE convoca os utentes sinalizados com baixa

escolaridade para uma data combinada com a TORV e nessas reuniões está presente um

elemento da APQE e, regra geral, a TORV. Desta vez, eu também fui com a TORV e

com uma das formadoras da Rede. Cada uma das sessões tinha cerca de 30 utentes,

sendo que hoje foram realizadas 4 reuniões (duas de manhã e duas de tarde) para o nível

B2 (utentes que irão frequentar curso ABC com equivalência ao 2.º ciclo de

escolaridade).

Cada uma das reuniões processa-se exatamente da mesma forma, dividida em

três fases: primeira fase, a intervenção da colega da APQE, que esclarece o porquê de

terem sido convocados para frequentar formação e não para emprego; a segunda fase, a

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intervenção da TORV, que explica a importância de frequentarem um curso ABC e

apresenta onde e quando irão iniciar a formação que tem a duração de cerca de 5 meses,

chamando a atenção para quais são os direitos e deveres dos formandos; por fim, a

terceira fase é uma novidade, foi introduzida hoje pela primeira vez, e é a passagem de

um teste diagnóstico aos utentes que se encontram em cada reunião. Esta última fase

serve para nós termos uma noção de qual o nível onde se deve enquadrar aquele utente,

uma vez que em alguns casos apesar das pessoas terem completado o quarto ano no

ensino regular, não implica que a pessoa ainda saiba ler e escrever. Caso isto se

verifique, a pessoa vai então ser encaminhada para um curso ABC B1, para cimentar os

conhecimentos que obteve no ensino regular e que já estão esquecidos. Também foi

possível observar o contrário, ou seja, um utente sinalizado para completar o 2.º ciclo de

escolaridade, no entanto no teste diagnóstico demonstrou ter capacidades para realizar o

nível B3, referente ao 3.º ciclo de escolaridade.

A reunião termina quando os utentes terminam os testes diagnósticos, dirigindo-

se aos grupos de 3 para a nossa mesa. Após eu, a TORV e a formadora da Rede

corrigirmos os testes de cada um, encaminhamos o utente para o nível referente, sendo

que cada um deles assina uma rifa em duplicado, onde contem todas as informações

necessárias para iniciar a formação (hora, local, data e documentação necessária).

5 e 6 de janeiro de 2017

Os dias 5 e 6 de janeiro, decorreu exatamente da mesma forma que o dia 4.

Foram passados na APQE com as mesmas 4 reuniões por dia. Ontem, dia 5, as reuniões

foram referentes ao B3 (3.º ciclo de escolaridade) e hoje, dia 6, referentes ao nível B1

(1.º ciclo de escolaridade). Tanto ontem como hoje, fui eu que fiz a intervenção

destinada à TORV em duas das reuniões, por indicações da própria. Importa-me referir

que fiquei bastante satisfeita não só por esta confiança depositada em mim, mas também

porque estava muito curiosa para também intervir, o que me deixou bastante contente

com o meu trabalho. Desta minha intervenção deixo em baixo um pequeno registo

fotográfico.

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9 de janeiro de 2017

No âmbito das inscrições na Garantia Açores Jovem, hoje realizou-se no

Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, uma sessão de esclarecimento

sobre o programa Ideia Jovem Invest. Desta forma e em representação da Direção

Regional do Emprego e Qualificação Profissional, eu, a TORV e uma colega da APQE

promovemos esta mesma sessão. Como objetivos definidos tínhamos de fazer ver aos

jovens que se encontravam à nossa frente o que era efetivamente o programa Ideia

Jovem Invest e que ao fazerem a sua inscrição neste programa, poderiam ser

selecionados para fazer parte de um projeto promovido pela Câmara Municipal de

Angra de Heroísmo, a StartUp Angra. Aliás, na sessão de hoje estava prevista a

presença de um representante da Startup Angra, mas por razões pessoais não lhe foi

possível comparecer, ficando assim a sessão a cargo de nós as três.

A sessão tinha início marcado para as 10:00 horas, sendo que ficou

combinado entre mim, a TORV e a técnica da APQE que chegaríamos cerca de meia

hora mais cedo para acertar alguns pormenores que fossem necessários. Ora, perante a

ausência de um representante da StartUp Angra, tendo este feito o aviso no próprio dia

da sessão, os pormenores a acertar passaram a ser muitos. Primeiro contratempo estava

ultrapassado. O segundo contratempo chega pouco tempo antes do início da sessão,

quando os funcionários do Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo

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(onde funciona o departamento de cultura da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo)

nos informam que afinal não era possível fornecer nenhum computador para a sessão.

Ou seja, não tínhamos forma de projetar a apresentação PowerPoint que tinha sido

preparada. Desta forma, e não havendo tempo a perder, decidimos avançar sem

PowerPoint, tendo ficado claro que faríamos de tudo para que não fosse uma sessão

aborrecida.

Após ultrapassarmos estes imprevistos, era chegada a hora dos jovens

entrarem na sala para se dar início à sessão. Esta sessão decorreu num clima

descontraído, com algum humor, onde eu também pude intervir comentando um pouco

daquilo que para nós, na qualidade de representantes da DREQP procuramos nestes

candidatos. No final da sessão, cada um é livre de inscrever-se ou não para a fase de

seleção, sendo que obtivemos 12 inscritos, ficando já marcadas as entrevistas para a

próxima quinta-feira, dia 12.

Foi com muita satisfação que participei nesta sessão, ao contactar com

público da minha idade que procura tal como muitos jovens recém licenciados, uma

primeira hipótese no mundo do trabalho. Ao integrarem-se num projeto destes,

primeiramente têm a hipótese de desenvolver durante 2 meses a sua ideia de negócio,

onde lhes é atribuída uma bolsa de apoio financeiro. Ao fim destes dois meses, cada um

destes jovens, terá de realizar um pitch (breve apresentação, cerca de 3 minutos, da ideia

de negócio) perante representantes da CMAH, que irão avaliar se aquela ideia de

negócio tem ou não hipóteses de se vir a desenvolver no município. Os jovens que

forem detentores das melhores ideias têm a oportunidade de continuar mais 6 meses na

incubadora com a mesma bolsa de apoio financeiro, a desenvolver o seu negócio sendo

que este pode ao fim destes 6 meses ser efetivamente implementado.

10 de janeiro de 2017

No fim de 2016 e no início de 2017, arrancaram três novos grupos de RVCC

na Rede. Dois de nível Secundário (um no RG1 e outro noturno) e um de equivalência

ao 3.º ciclo de escolaridade. Assim sendo, durante o dia de hoje dediquei-me

inteiramente à realização dos contratos de formação para estes formandos, tarefa esta

que estava em atrasado desde o início do ano, processo que já expliquei anteriormente.

A TORV informa-me que o coordenador da Rede, virá à Terceira na próxima semana e

poderá assinar estes mesmos contratos.

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Tenho notado que, para mim, os dias e as semanas têm passado com cada vez

mais velocidade, sendo que já me sinto totalmente absorvida pelo ritmo de trabalho.

Este é um ritmo que tenho gostado bastante e tenho-me adaptado muito bem, uma vez

que também vai de encontro àqueles que eram os meus objetivos iniciais para este

trabalho de campo – poder usufruir de uma primeira experiência laboral, mobilizando os

conhecimentos adquiridos ao longo do meu percurso no ensino superior.

11 de janeiro de 2017

Para o dia de hoje tinha agendado desde a semana passada, uma entrevista de

diagnóstico com um utente para possivelmente integrar um grupo de RVCC nível

Secundário. A entrevista estava marcada para o final da tarde, por isso, decidi de forma

autónoma e com aprovação da TORV, começar a preparar os dossiês técnico-

pedagógicos de cada um dos oito grupos que irão iniciar formação na próxima segunda-

feira, dia 16. Desta forma ficou a meu cargo esta organização, que mais tarde foi

interrompida pela chegada do utente para a entrevista. Após o final da entrevista,

terminei a organização destes dossiês.

Ao longo do dia, fui recebendo diversas chamadas de utentes que tinham

comparecido na semana passada às reuniões na APQE com algumas dúvidas ou então

pedidos para mudar de grupo. Um facto que me marcou bastante foi que se

anteriormente os utentes ao contactarem a Rede pediam para falar especificamente com

a TORV, agora como já me conhecem também nas reuniões da semana passada, já

pedem para falar comigo ou com a TORV, colocando-me numa posição de igual

solucionadora de problemas. Na realidade, grande parte das chamadas consegui

solucionar sozinha sem solicitar ajuda da TORV, o que para mim também é um grande

sentimento de satisfação em relação ao trabalho que tenho vindo a desenvolver.

12 de janeiro de 2017

No âmbito da fase de seleção de candidatos para integrar o programa Ideia

Jovem Invest, eu, a TORV e uma técnica de formação da APQE fomos convidadas a

fazer parte do júri de entrevistas de seleção dos jovens. Estas entrevistas foram

realizadas durante o dia de hoje, o júri era constituído por 4 elementos (eu, a TORV, a

técnica de formação da APQE e um representante da StartUp Angra). Foram

entrevistados um total de 11 jovens, numa atividade que se iniciou pela manhã tendo

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sido terminada no fim da tarde. Estes jovens foram os que segunda-feira no final da

sessão de esclarecimento decidiram inscrever-se para este projeto.

No final do dia e após a última entrevista, ficamos em reunião cerca de 15 a

20 minutos de forma a decidir quais os que demonstraram efetivamente competências

para integrar um projeto com estas características. É, para mim, bastante importante

participar neste tipo de projetos, abrangendo cada vez mais competências transversais

(algumas que nem sabia que tinha) e também utilizando técnicas (como a entrevista

semi-diretiva) que foram muito trabalhadas no meu percurso no ensino superior. Por

vezes, ao longo da licenciatura sentia-me que a entrevista era uma técnica demasiado

utilizada, chegando a ser um pouco aborrecido porque acabava por ser quase sempre o

mesmo tipo de abordagem, no entanto neste momento sinto-me totalmente agradecida

por ter tido a oportunidade de trabalhar bastante esta técnica pois tenho utilizado

bastante neste trabalho. Outra técnica que durante o meu percurso no ensino superior foi

muito trabalhada foi a análise SWOT. Curiosamente hoje, durante as entrevistas fui

fazendo algumas intervenções precisamente sobre esta técnica, reforçando a importância

da mesma na apresentação e desenvolvimento de uma ideia de negócio.

16 de janeiro de 2017

Mais uma vez, a manhã do dia de hoje foi passada em trabalho externo. Pelas

9:00 horas começaram os novos grupos ABC (referentes às reuniões realizadas na

APQE), num total de 8 grupos (4 no horário da manhã, 4 no horário da tarde). De modo

a organizar todos estes grupos nas respetivas salas eu e a TORV estivemos presentes

nestas instalações. A manhã decorreu de forma pacífica, sendo que tudo se organizou da

forma esperada.

Durante o período da tarde, eu autonomamente – uma vez que já estou

familiarizada com os procedimentos habituais – optei, com aprovação da TORV, por

redigir despachos para pedido de início de formação. Estes pedidos terão de ser

assinados pela TORV e, posteriormente, autorizados pelo coordenador da Rede.

17 de janeiro de 2017

O dia de hoje caraterizou-se pela realização de uma tarefa que, para mim, já

não é novidade e já faço automaticamente sem quaisquer dúvidas. Esta atividade foi a

redação dos contratos de formação para os formandos que iniciaram ontem os cursos

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ABC. Ou seja, num total de 8 grupos em que cada um conta com um número inicial 20

formandos, somando os 2 grupos que se iniciaram na semana passada no concelho da

Praia da Vitória, também com 20 formandos por grupo, fazendo um total de 200

formandos, equivalente a 200 contratos de formação. Devido ao número elevado de

formandos, esta tarefa ocupou-me todo o dia.

Ao longo destes 3 meses e meio que estou na Rede tenho vindo a aperceber-

me cada vez que as tarefas levadas a cabo pela TORV, e consequentemente por mim,

são de diversas naturezas. Deparo-me com tarefas de caráter administrativo com

bastante frequência, mas também com bastantes tarefas técnicas. O lema que a TORV

segue e que também já incutiu em mim é que faz-se o que houver para fazer, seja de que

caráter for. A assistente administrativa realiza muitas das tarefas dessa mesma natureza,

no entanto, o volume destas é tão grande que a TORV e eu também as fazemos. A partir

desta semana também uma das formadoras da Rede se juntou a nós, realizando também

estas mesmas tarefas, facilitando em muito a diminuir o constante volume de trabalho

existente.

18 de janeiro de 2017

Como atividade para o dia de hoje, a TORV sugeriu-me que organizasse os

dossiês técnico-pedagógicos de todos os grupos de cursos ABC que tinham terminado

no fim de 2016, de modo a conseguir organizar o espaço físico do nosso arquivo para

colocar os dossiês de todos os grupos que agora iniciaram formação. Assim sendo, esta

foi uma atividade que me ocupou o dia todo, tendo ficado concluída.

Durante a execução das tarefas que tenho a meu cargo diariamente, acrescem

as funções de atendimento de público quer pessoalmente quer por via telefónica. Desta

vez, observo que as minhas funções diárias são muitas vezes atrasadas por via destas

outras tarefas que não estão programadas apesar de eu saber que poderão existir.

Sabendo que existe esta possibilidade, a mesma é de difícil controlo no que diz respeito

à organização do dia de trabalho e na relação gestão de tempo/tarefa, uma vez que não é

possível controlar quantas pessoas se irão dirigir à Rede naquele dia e porque motivos

nem quantos telefonemas vamos receber nesse mesmo dia. Desta forma, ao longo de

cada dia e ao planear o que vou fazer nesse mesmo dia, tenho que contar sempre com

estas “interrupções”, criando deste modo uma melhor maneira de gerir o volume de

trabalho dentro das horas laborais.

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19 de janeiro de 2017

Na manhã do dia de hoje e perante a presença do coordenador na Rede nas

nossas instalações, realizou-se uma reunião de equipa comigo, com a TORV e com

todos os formadores internos da Rede. Esta reunião decorreu num clima descontraído,

tal como é característica do próprio coordenador, sendo dadas novas orientações em

relação a alguns procedimentos com o intuito de fazer uma melhor distribuição das

tarefas que cada um executa. No fim da reunião, o clima manteve-se acrescentando-lhe

algum humor também característica do coordenador, sendo que cada um seguiu para o

seu posto de trabalho ocorrente das novas tarefas.

Depois de terminada esta reunião, dirigi-me para a sala de formação onde

estava a decorrer uma sessão de um grupo ABC B1 que está prestes a terminar o curso.

As minhas funções foram entregar e ler com os formandos os inquéritos de satisfação

referentes a todo o processo de formação que agora estão a terminar. Repeti a mesma

tarefa no grupo da tarde. Esta atividade para mim não foi novidade, uma vez que já a

tinha realizado anteriormente com outros grupos, sendo que a partir de agora sou

sempre eu a responsável por passar este questionário junto dos formandos.

20 de janeiro de 2017

Hoje o dia foi, mais uma vez, diferente. Pela manhã eu e TORV

comparecemos no primeiro dia do programa Ideia Jovem Invest. Nesta sessão também

compareceu uma técnica de formação da APQE, a chefe de divisão da APQE e três

elementos da CMAH, incluindo o vereador da cultura que teve a seu cargo um pequeno

discurso de boas-vindas aos jovens integrados no programa. Foi realçado que esta

sessão ainda não será anunciada na imprensa nem nas redes sociais, sendo que apenas

serve para marcar o arranque dos trabalhos do programa. A sessão inaugural oficial será

no início do próximo mês de fevereiro e contará com a presença da Diretora Regional

do Emprego e Qualificação Profissional, sendo que neste momento é que fará sentido

convocar a imprensa. A sessão de hoje foi breve, tendo a duração de cerca de 30 a 40

minutos, sempre num clima de proximidade e descontração.

Mais uma vez, tive muito gosto em comparecer nesta sessão uma vez que já

venho a acompanhar este projeto desde o começo e também já conheço estes jovens e as

suas ideias de negócio. Foi também bastante proveitoso para conversar melhor e de

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forma mais informal com os elementos da CMAH, privilegiando a relação entre o

organismo camarário e a DREQP. Além de tudo isto, o facto de a TORV me ter dado a

oportunidade de participar neste projeto foi muito enriquecedor a vários níveis desde

mobilizar competências técnicas a competências sociais.

26 de janeiro de 2017

Para o dia de hoje foi marcada uma nova reunião de diagnóstico na APQE, de

modo a formar um novo grupo do curso ABC B2. Tal como nas reuniões anteriores,

realizadas no início deste mês, esta contou com a presença de dois elementos da Rede

Valorizar (eu e a TORV) e um elemento da APQE (técnica de formação). A reunião

teve a duração de cerca de duas horas e decorreu da mesma forma que as reuniões

realizadas anteriormente.

No final da reunião conseguimos alcançar o objetivo principal, de formar um

grupo de B2, para iniciar formação na próxima segunda-feira dia 30. Durante o dia, a

tarefa foi de organizar tudo para que amanhã, sexta-feira, os formadores viessem à Rede

buscar todo o material necessário para arrancar com este grupo.

Estas funções revelam, cada vez, a importância do trabalho cooperativo. Se eu e

TORV não cumprirmos com as nossas tarefas, os formadores também não conseguem

cumprir as deles com a eficácia esperada. Em relação ao que é realizado na Rede, estas

tarefas são sempre realizadas de forma meticulosa para que não hajam grandes falhas,

especialmente considerando que neste momento temos bastantes grupos de formação a

começar.

30 e 31 de janeiro de 2017

Esta semana não começou da melhor forma, uma vez que durante o fim de

semana uma falha de luz fez com que o servidor de ficheiros da Rede Valorizar da

terceira ficasse avariado. Esta avaria prejudicou, em muito, o trabalho que tínhamos

planeado para esta segunda e terça feira, uma vez que nem acesso à internet

conseguíamos obter, estes dois dias foram passados completamente sem fazer nada.

Nesta terça-feira ao final do dia chegam à Terceira, dois técnicos de informática da

Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional, que se encontram em São

Miguel.

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1 de fevereiro de 2017

Esta manhã, ao chegar à Rede e ligar o meu computador verifiquei que o

trabalho dos técnicos de informática tinha sido terminado com sucesso. O servidor está

a recuperar e não tinham sido perdidos nenhuns dados. Assim sendo, o dia de hoje foi

inteiramente dedicado a regularizar situações que haviam sido solicitadas tanto segunda

como terça-feira mas não nos foi possível realizar devido à avaria do servidor. Da

minha parte, passei o dia a formular inscrições no SIRV, correspondentes a grupos

novos reforçando cada vez mais a importância das funções da gestão da formação para o

sucesso das funções destinadas à restante equipa, nomeadamente os formadores,

promovendo assim a harmonia laboral entre os elementos da equipa que estão

encarregues de organizar e planificar os cursos os ABC.

Para que um curso ABC arranque são necessárias diversas etapas, sendo todas

estas elaboradas pela Rede Valorizar em articulação com a APQE. A primeira destas

etapas é fazer o levantamento de necessidades: saber quantas pessoas estão inscritas na

Rede para cada um dos três níveis de formação dos cursos ABC; saber junto da APQE

quantas pessoas estão sinalizadas como tendo em falta cada um destes níveis de

escolaridade. De seguida, realizar o diagnóstico: para os utentes sinalizados pela APQE

são realizadas sessões de diagnóstico (as quais já descrevi anteriormente); após as

sessões de diagnóstico, são postas em ação as funções mais genéricas da gestão e

organização da formação: tanto os utentes da APQE como os utentes inscritos na Rede

são divididos por sumários (folhas de presença) de modo a formar turmas. Durante esta

fase do processo é preciso ter em atenção a hora de presença de cada utente, assim como

o número de formandos por turma (cerca de 20 por grupo). Ao mesmo tempo que se

preparam as folhas de presença, é também preparado o material necessário para cada um

dos formandos, regra geral começam sempre duas turmas do mesmo nível ao mesmo

tempo (uma no turno da manhã e outra no turno da tarde), ou seja falando em números

de material: 40 pastas de arquivo (uma por formando); 40 blocos de folhas de linhas; 40

blocos de folhas quadriculadas; 80 canetas (duas por formando); 80 lápis; 40 borrachas;

40 manuais correspondentes ao nível de ensino. À parte deste material destinado aos

formandos, também são distribuídos marcadores de quadro para os formadores. A

requisição e organização de todo este material fica a cargo da técnica administrativa.

Após esta fase, é tempo de confirmar o aluguer das salas (acordo que já tinha sido feito

anteriormente) e proceder às chamadas para os utentes de modo a convocá-los para o

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início de formação. Esta última tarefa pode ocupar cerca de dois dias, uma vez que é

conveniente fazer mais do que uma tentativa em caso de não ser possível o primeiro

contacto. Por fim, e após confirmados todos os formandos, é tempo de organizar a

documentação que terão de preencher no primeiro dia: inquéritos para FSE (Fundo

Social Europeu), fichas de inscrição e também, fichas de diagnóstico. Nesta fase, está

tudo concluído para que se possa dar início a um novo curso ABC.

2 e 3 de fevereiro de 2017

Os últimos dias desta semana foram bastante semelhantes. Na quinta-feira,

ontem, uma das formadoras da Rede sugeriu fazer um levantamento de todos os utentes

que estão inscritos para integração em cursos ABC, uma vez que existem diversas

listagens com essas mesmas inscrições. O objetivo era criar apenas uma listagem para

cada um dos níveis, B1, B2 e B3. Assim sendo, voluntariamente, juntei-me a esta

formadora e em conjunto procedemos a esta tarefa que ocupou os dois dias (quinta e

sexta-feira). Esta atividade, que na teoria poderia parecer bastante monótona e a

aborrecida, foi realizada num clima de descontração e boa disposição como é

caraterística da relação entre os elementos da equipa da Rede. Esta profissional, apesar

de estar na Rede como formadora externa, realiza também funções de organização e

gestão da formação, auxiliando a TORV todos os dias, ausentando-se apenas quando

está a decorrer formação de Cidadania e Empregabilidade da qual é formadora.

Ao fim do dia de ontem, quinta-feira, realizou-se nas instalações da Rede

Valorizar uma reunião de acolhimento e diagnóstico para o novo grupo de RVCC com

equivalência ao 9.º ano, que irá funcionar em horário noturno, sendo direcionado para

empregados. A ordem de trabalhos foi a habitual e bastante semelhante ao guião

utilizado nas reuniões de diagnóstico realizadas na APQE, sendo que este guião é

adaptado ao processo de RVCC e ao público presente na sala. Desta forma, a reunião

dividiu-se em três momentos: um primeiro momento onde cada formando se apresenta e

fala um pouco do seu percurso profissional; um segundo momento caraterizado pela

intervenção da TORV que explica todo o processo de RVCC e quais os requisitos

inerentes ao processo; por fim, um terceiro momento onde cada um dos formandos

realiza individualmente um teste diagnóstico. A sessão contou com a minha presença e

da TORV que me deu orientação para que participasse sempre que me sentisse

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preparada. No final da sessão e à medida que foram terminando os testes diagnósticos,

foram agendadas com os mesmos as entrevistas de diagnóstico para a próxima semana.

Hoje, sexta-feira, ao final do dia eu, a TORV e esta formadora juntamente com

mais duas formadoras externas fomos iniciar uma nova turma ABC B3 numa das

freguesias de Angra do Heroísmo. A junta de freguesia voluntariou-se para oferecer o

espaço de formação, sendo que todas as outras responsabilidades estão a cargo da Rede

Valorizar. Este grupo é sobretudo para empregados, uma vez que irá decorrer em

horário pós-laboral.

6 de fevereiro de 2017

No seguimento do programa Ideia Jovem Invest, a Diretora Regional do

Emprego e da Qualificação Profissional deu hoje as boas-vindas aos jovens inseridos

neste projeto que conta com a parceria da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo,

formando a incubadora de negócios StartUp Angra. A Rede Valorizar, como parte da

Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional, foi convidada a estar

presente nesta sessão, sendo o convite aceite. Assim sendo, a sessão decorreu esta tarde

no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo onde têm decorrido todas as

sessões relativas a este projeto. Na sessão também estiveram presentes alguns membros

da Câmara, entre eles o Vereador responsável pela educação e cultura.

Em seguida, disponibilizo a ligação para a reportagem efetuada pela

comunicação social regional:

http://www.azorestv.com/index.php/video/2218/jovens-lan%C3%A7am-ideias-de-

neg%C3%B3cio-para-o-concelho-terceira-dimens%C3%A3o-762/

7 e 8 de fevereiro de 2017

Tendo em conta que na próxima segunda-feira, dia 13, irão começar mais três

grupos de cursos ABC (dois de B1 e um de B3), ontem (terça-feira) foi necessário

começar a preparar as turmas e todo o processo inerente (processo que já expliquei

anteriormente). Como tal e tendo em conta o grande volume de tarefas para esta

semana, fez-se automaticamente uma distribuição de tarefas entre mim, a TORV e a

formadora que apoia a organização e gestão da formação. Assim sendo, eu fiquei

encarregue de preparar tudo para os dois grupos de B1, a formadora para o grupo de B3

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e a TORV ficou encarregue de fazer os mapas de pagamentos dos formandos relativos

ao mês de janeiro.

Desta forma, as minhas atividades durante esta terça e quarta-feira passaram por

realizar bastantes chamadas telefónicas. Esta atividade desenvolvi com bastante

articulação com uma das técnicas de formação da APQE, uma vez que sempre que eu

precisava de mais alguma forma de contacto, recorria a esta técnica para me auxiliar. A

Rede e a APQE têm uma estreita relação por razões óbvias, e esta relação também é

visível a nível interpessoal com os técnicos da APQE e os da Rede.

9 de fevereiro de 2017

O dia de hoje ficou preenchido com as entrevistas de diagnóstico realizadas aos

formandos que estiveram presentes na reunião de diagnóstico realizada na semana

passada. As entrevistas de hoje decorreram de forma descontraída e com a boa

disposição que já é caraterística dos elementos da Rede. No que me diz respeito e uma

vez que já tinha realizado entrevistas do mesmo tipo no passado mês de novembro, não

enfrentei grandes constrangimentos na realização das mesmas, uma vez que se trata de

uma técnica recorrente. Relembro que a entrevista individual serve, sobretudo, para

complementar o parecer decidido na correção do teste de diagnóstico, sendo que o

resultado final destes dois elementos será o encaminhamento do utente.

Os procedimentos da Rede Valorizar a nível das fases de acolhimento e

diagnóstico já começam a ser, para mim, bastante rotineiros e sem dificuldades a

referenciar. Quanto à fase de encaminhamento, por vezes tenho algumas dúvidas no que

diz respeito ao perfil do utente (questionando se será ou não adequado para um processo

de RVCC). No entanto, sempre que é possível peço uma segunda opinião à TORV ou à

formadora da Rede que também acaba por realizar trabalho de TORV.

13 de fevereiro de 2017

Hoje, segunda-feira, começaram mais três grupos do curso ABC (dois grupos de

B1 e um grupo de B3). Tal como já referi anteriormente, a semana passada estive com a

total responsabilidade de formar estes dois grupos relativos ao B1 (equivalência ao 1.º

ciclo de escolaridade). Como tal, hoje pelas 9:00 horas da manhã estava presente no

Colégio de São Francisco (local onde a Rede Valorizar tem algumas salas alugadas para

cursos ABC) para receber estes formandos assim como dar-lhe as boas-vindas à Rede

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Valorizar e também dar a conhecer algumas regras e procedimentos logísticos desta

formação. A conversa com os formandos teve a duração de cerca de 15 a 20 minutos,

sendo que a restante sessão ficou encarregue da formadora. Para o grupo da tarde (com

início às 13:30 horas) o procedimento foi exatamente o mesmo, sendo que durante este

horário a TORV estava a realizar esta mesma atividade na sala do grupo de B3

(equivalência ao 3.º ciclo de escolaridade).

Durante o processo de preparação destes dois grupos de B1, enfrentei algumas

dificuldades, mas também vários pontos positivos. As duas principais dificuldades

foram o facto de ser um processo com bastante responsabilidade e eu estar com a

preocupação de não errar, e a adaptação do meu discurso ao dirigir-me aos formandos,

nunca esquecendo que estava a lidar com pessoas que não tinham completado nenhum

nível de escolaridade, ainda. Como pontos positivos também vejo a responsabilidade

que já é depositada em mim e que tal acontece porque o trabalho que estou a realizar na

Rede é produtivo. Outro ponto positivo é todo o processo de contactar com as pessoas,

ir recebê-las no início de formação e ter oportunidade de explicar, mais uma vez, o

porquê da formação ser a resposta mais adequada aos mesmos. Todo este processo faz

com que eu sinta que posso efetivamente fazer a diferença na vida das pessoas.

14 a 24 de fevereiro de 2017

Ao contrário do que aconteceu nas semanas anteriores, estas duas semanas

foram inteiramente dedicadas a trabalho mais burocrático. O coordenador da Rede

Valorizar pediu que fizéssemos um levantamento de todos os utentes que estiveram

inseridos no processo de RVCC desde 2014 até ao momento. Para cada um dos utentes

teria de ser referido se o mesmo certificou ou não, a sua morada, número de

identificação civil, número de identificação fiscal, data de nascimento, contactos e

situação profissional. Tal como é possível deduzir, este levantamento ocupou duas

semanas de trabalho intensivo, que apenas foi interrompido para atender alguns

telefonemas e fazer alguns atendimentos.

Este levantamento foi um pedido do Fundo Social Europeu, entidade que

financia a Rede Valorizar.

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2 a 9 de março de 2017

Após a pausa para o Carnaval (época muito tradicional e vivida intensamente na

Ilha Terceira), foi altura de retomar o trabalho para fazer uma das tarefas mais

importantes e que requerem mais atenção: os pagamentos dos formandos. O facto da

Rede Valorizar ter de momento em funcionamento 13 grupos do curso ABC e um grupo

RVCC destinado a desempregados, faz com esta tarefa tome uma dimensão também

muito maior. Por esta razão foram ocupados cerca de 7 dias de trabalho só com estes

pagamentos, uma vez que foram detetados erros nos valores recebidos pelos formandos

no mês passado e tal situação teve que ser verificada e corrigida. Desta forma, eu, a

TORV e uma formadora da Rede estivemos a verificar por diversas vezes estas

situações para que tal não se repetisse. Esta tarefa, acabou por se revelar mais complexa

do que o esperado e daí ter ocupado bastante tempo. No entanto, só demos por

terminada a atividade, quando a certeza era de que todos os formandos iriam receber os

apoios no valor certo e na altura certa do mês.

13 de março de 2017

No âmbito da iniciativa StartUp Angra e dos jovens integrados no programa

Ideia Jovem Invest, realizou-se hoje o primeiro "ad-on" que tinha como convidados

especiais o coordenador da StartUp Lisboa assim como um diretor executivo de uma

das empresas incubadas na StartUp Lisboa. O evento decorreu, como é habitual, no

Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo e contou com a presença de

alguns dos grupos ABC B3 da Rede Valorizar. A StartUp Lisboa fez-se representar não

só através da presença do seu diretor executivo mas também de um jovem que já criou e

colocou em prática a sua ideia de negócio, tendo já a sua empresa incubada na StartUp

Lisboa. Esta empresa abraça dois campos que primeiramente poderão parecer opostos: a

produção agrícola e as tecnologias, tendo sido criada para facilitar o trabalho dos

produtos e consumidores de produtos agrícolas. Precisamente por este motivo, a StartUp

Angra convidou para o painel de discussão, vários representantes de associações

agrícolas da ilha assim como representantes de empresas com a mesma premissa. A

sessão prolongou-se até ao final do dia.

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27 de março de 2017

Durante a tarde de hoje decorreu a primeira sessão do novo grupo de RVCC

Secundário para desempregados, ou seja, o grupo irá funcionar em horário diurno. Esta

primeira sessão conta com alguns esclarecimentos feitos pela TORV, sobre o processo

de RVCC. Esta sessão contou com a minha presença juntamente com a TORV, fazendo

intervenções sempre que oportuno. A sessão teve a duração de três horas, o habitual

para um processo de RVCC.

Nesta sessão ainda foram entregues um manual, onde é possível consultar cada

um dos núcleos geradores de cada área do referencial de aprendizagens. Este manual

também irá servir para as primeiras sessões do processo, feitas pelos formadores, para

descodificação de cada núcleo.

Em relação à minha participação nestas sessões noto que tem sido cada vez mais

ativa, sendo que me sinto cada vez mais à vontade para intervir.

28 de março de 2017

O dia de hoje foi passado em trabalho externo na Praia da Vitória. Eu e TORV

fomos, juntamente com o formador, dar início a dois novos grupos de curso ABC

relativos ao nível B1. Nestas duas sessões (uma de manhã e uma de tarde) as

intervenções ficaram à minha responsabilidade, realçando a importância da entrega

atempadamente da documentação solicitada, os cuidados de higiene, o respeito pelos

colegas e pelo formador, os apoios financeiros aos quais têm direito, entre outras

questões. Nestas sessões também é distribuído todo o material escolar que foi

posteriormente organizado na Rede pela assistente técnica. Cada sessão termina após

todos os formandos procederem ao preenchimento de diversos documentos.

29 e 30 de março de 2017

Devido a um problema informático no servidor da Rede Valorizar, durante estes

dois dias não foi possível fazer quaisquer avanços nas tarefas pendentes. Assim sendo, o

trabalho durante estes dias caraterizou-se apenas pelo atendimento pessoal e telefónico

dos utentes.

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3 de abril de 2017

Hoje, e considerando que é o primeiro dia útil do mês de abril, foi dia de dar

início ao processo dos pagamentos dos formandos. Tal como aconteceu o mês passado,

devido ao grande volume de formandos que estão atualmente em formação ABC na ilha

Terceira aliado ao facto dos poucos recursos humanos existentes na Rede, esta tarefa irá

demorar pelo menos até ao final desta semana. Assim sendo, coube-me a mim a função

de ser a primeira a preencher as grelhas de pagamentos considerando as tabelas de

assiduidade feitas pelos formadores. No entanto, alguns dos formadores por vezes

atrasam-se no preenchimento destas tabelas e como tal estas não estão disponíveis logo

no primeiro dia útil do mês, como foi o caso de hoje.

Desta forma e de modo a contornar da melhor forma possível esta situação,

tentando evitar sempre que haja atrasos no envio das grelhas de pagamentos para o

Fundo Regional de Emprego, optei por fazer um levantamento do material (grelhas de

assiduidade, sumários devidamente assinados pelos formandos e formadores, e faturas

relativas à utilização de transportes públicos) que havia sido entregue na Rede. Assim,

tornou-se bastante mais fácil saber o que estava em falta para contactar com cada

formador e transmitir essa informação.

Após este levantamento, o resto do meu dia foi passado precisamente a verificar

tabelas de presenças e sumários devidamente assinados, para tentar ao máximo

minimizar os erros nos valores que são recebidos pelos formandos.

4 a 6 de abril de 2017

Esta semana foi passada novamente a verificar e completar folhas de

pagamentos dos formandos atualmente inseridos nos cursos ABC na Ilha Terceira. Tal

como tenho referido ao longo destes registos, esta tarefa de verificação de pagamentos

dos apoios financeiros atribuídos aos formandos referentes a cursos ABC tem sido cada

vez mais trabalhosa e detalhada considerando o elevado número de formandos que

atualmente frequentam estes mesmos cursos na Ilha Terceira. Assim sendo, uma tarefa

que anteriormente poderia ficar concluída num dia de trabalho, nesta altura e com a

abertura de várias turmas nos meses de janeiro e fevereiro, esta é uma tarefa que ocupa

bastante mais tempo sendo efetuada sempre por duas pessoas de forma a minimizar a

taxa de erro.

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10 a 13 de abril de 2017

Considerando que a Rede Valorizar é um projeto inserido na orgânica do

Governo Regional dos Açores que depende de fundos comunitários para a sua

sobrevivência, é necessário fornecer ao Fundo Social Europeu todos os dados relativos

aos formandos que frequentam as medidas de formação apoiadas pelo mesmo.

Desta forma, e uma vez que os fundos comunitários são atribuídos a cada três

anos, foi-nos pedido que fizéssemos um levantamento de todos os formandos inseridos

em grupos relativos a cursos ABC durante os anos 2014, 2015 e 2016. Este

levantamento é feito numa grelha em Excel onde deve-se ter atenção os seguintes

aspetos relativos a cada um dos formandos: ano da formação; número do grupo; data de

início da formação; data de fim da formação; aproveitamento; certificação (parcial, total

ou excluído); nome do formando; data de nascimento; número de identificação fiscal;

número da segurança social; número de identificação civil; morada; contacto telefónico;

nível de ensino que possuía anteriormente à formação; nível de ensino que possui

depois da formação; situação profissional. É também necessário ter em atenção os

formandos que foram excluídos da formação (por ultrapassarem o limite de faltas

permitido), assim como os formandos que desistiram do processo, considerando as

respetivas datas de exclusão e desistência como data de fim de formação.

Esta é uma tarefa bastante trabalhosa dado o volume de cursos ABC que se tem

vindo a realizar na Terceira desde o ano de 2014, sendo que é necessário consultar as

pastas digitais de cada um dos grupos de forma a preencher todos os indicadores

pedidos. Esta é uma tarefa que iniciei esta semana em conjunto com a TORV e que se

irá prolongar durante as próximas semanas sendo, naturalmente, intercalada com

diversas tarefas pontuais e fragmentadas.

24 a 27 de abril de 2017

Tal como previ no meu último registo, a realização do levantamento relativo a

formandos inseridos em cursos ABC tem ocupado os dias de trabalho praticamente

todos. Esta semana, além dessa que foi a tarefa principal, também realizei algumas

tarefas fragmentadas.

Desta forma, na segunda-feira dia 24 foi dia de reunião de diagnóstico para dar

início a mais grupo de processo RVCC Secundário, neste caso em horário noturno, ou

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seja, das 18:00 horas às 21:00 horas. Como tem sido já habitual, eu e a TORV

realizamos esta sessão em conjunto articulando entre as duas a informação que seria

necessária transmitir aos formandos. Na última parte da sessão o protagonismo passou

para o lado dos formandos, sendo que estes ficaram a realizar a ficha de diagnóstico

enquanto eu e a TORV regressamos aos nossos postos de trabalho, continuando com a

nossa tarefa principal – preenchimento do levantamento de formandos inseridos em

cursos ABC. À medida que os formandos iam acabando as fichas de diagnóstico iam

saindo e entregam-nos essa mesma ficha enquanto lhes era marcada por nós, uma

entrevista diagnóstica.

Na quarta-feira, dia 26, o dia foi passado a realizar as entrevistas de diagnóstico

do grupo que esteve presente na reunião de diagnóstico na passada segunda-feira. As

quinze entrevistas foram divididas entre mim e a TORV, concluindo o dia com o grupo

completo e pronto para iniciar no próximo dia 3 de maio. O dia de hoje foi sobretudo

marcado por uma eficaz gestão do tempo da minha parte, sendo que aproveitava os

intervalos entre uma entrevista e outra para preencher o levantamento pedido pelo FSE.

Em relação à quinta-feira, dia 27, o dia foi de novo inteiramente dedicado ao

preenchimento do levantamento de formandos inseridos em cursos ABC. Durante este

dia tive a oportunidade de dedicar totalmente o meu dia de trabalho à tarefa principal

destas últimas semanas, sendo que apenas fui interrompida por tarefas fragmentadas e

breves como o atendimento telefónico e presencial.

2 a 4 de maio de 2017

Como tem vindo a ser hábito, as semanas de trabalho começam a ser bastante

rotineiras e com poucas tarefas novas a realizar uma vez que desta fase do meu estágio

já me integrei inteiramente de um pouco de todo o trabalho que é realizado pela Rede.

Esta semana foi, então, bastante semelhante às anteriores.

Durante a semana que passou a tarefa que realizei todos os dias foi o

preenchimento da tabela referente aos formandos inseridos em cursos ABC entre 2014 e

2016. A par desta, que foi novamente a principal tarefa da semana, fui realizando

algumas tarefas fragmentadas como o atendimento.

Ainda assim, na quarta-feira dia 3, conduzi pela primeira vez sozinha a primeira

sessão do novo grupo de RVCC Secundário, contando com a presença da TORV que ia

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intervindo sempre que achava pertinente. Comecei por explicar o que é o processo de

RVCC, referindo que se trata de um processo de reconhecimento de competências que

nada se assemelha às metodologias do ensino regular. Durante este processo vão

reconhecer competências que já adquiriram ao longo da vida através de experiências

não só profissionais e académicas como também pessoais uma vez que se trata de

construir a sua história de vida. Também referi o facto de ao longo da nossa vida

estamos constantemente a aprender e que estas aprendizagens podem ser de três tipos:

formal, informal e não formal. Ou seja, não só é importante referir o que aprenderam na

escola como também o que aprenderam sozinhos, com os filhos ou com os colegas de

trabalho. A sessão foi decorrendo de forma descontraída, abordando as áreas de

competência que teriam de evidenciar e os respetivos núcleos geradores.

Para mim foi muito bom ter a oportunidade para conduzir a sessão sozinha,

assim consegui logo identificar vários aspetos a melhorar na minha prestação. De facto,

ao longo destes meses de estágio na Rede fui sempre tratada como um elemento da

equipa e não apenas como uma estagiária. A TORV, com a autonomia que lhe é dada

pelo coordenador da Rede, deu-me todas as oportunidades possíveis para eu realizar as

tarefas dela de forma autónoma contribuindo desta forma para a minha aprendizagem

profissional e crescimento profissional.

Os restantes dias da semana foram passados a dar continuidade à tarefa de

preencher o levantamento referente aos cursos ABC nos últimos 3 anos. Ainda assim,

dei início à realização dos pagamentos dos formandos atualmente inseridos em cursos

ABC, relativo ao mês de abril.

8 a 11 de maio de 2017

Nesta segunda feira dia 8, terminei a folha de pagamentos dos formandos

relativa ao mês de abril para que pudesse ser enviada o quanto antes para o Fundo

Regional de Emprego.

O resto da semana foi passada a arrumar e embalar todo o material presente no

edifício, uma vez que esta é a semana que a Rede muda de instalações. Como tal,

dedicamos esta semana a encaixotar e desencaixotar com todo o cuidado necessário de

forma que nada ficasse danificado com a transição.

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15 a 18 de maio de 2017

Esta foi a primeira semana nas novas instalações. Este edifício é onde

funcionava até ao momento a Agência de Emprego de Angra do Heroísmo, e é um

edifício mais amplo inclusive com três salas de formação ao contrário do anterior que

apenas tinha uma, o que prolongava o tempo de espera entre cada grupo de RVCC.

Na segunda-feira dia 15 foi o dia de organizar todo o material nos novos

armários e secretárias.

Nos restantes dias da semana as tarefas já voltaram à rotina habitual, sendo que

no meu caso fiquei encarregue de dar continuidade ao preenchimento do levantamento

dos cursos ABC 2014-2016 que está praticamente concluído, ficando ainda por rever

alguns casos pontuais que suscitam mais dúvidas.

30 de maio de 2017

O dia de hoje foi especialmente marcante para mim. Estava marcada desde a

semana passada uma auditoria externa da APCER, no entanto e considerando a ausência

física do coordenador da Rede, a responsável por encaminhar as auditorias na Terceira é

a TORV. Desta feita, a TORV encontrava-se de férias ausente do país pelo que duas das

formadoras da Rede Valorizar (uma delas também faz parte da equipa da gestão de

formação) ficaram encarregues da auditoria.

Dois dias antes da auditoria fiquei ocorrente de que a formadora que substituía a

TORV não iria poder estar presente neste dia por razões pessoais. Por orientações do

coordenador quem ficou responsável por esta auditoria fui eu. Assim sendo, e tentando

não ceder à pressão daquilo que é uma auditoria externa, estava preparada para receber

o auditor hoje pela manhã. Após consultar diversos processos terminados e também

processos a decorrer, o auditor deu por terminada a auditoria congratulando-me pelo

meu trabalho considerando que estou na Rede há poucos meses e como estagiária.

Considerando que este estágio está na sua reta final faço um balanço bastante

positivo destes últimos meses. Foi a minha primeira experiência profissional e aprendi

muito mais do aquilo que inicialmente esperava. Pude aprofundar conhecimentos que já

tinha e aplicar competências aprendidas durante o percurso da licenciatura. No que diz

respeito à gestão da formação penso não poderia ter sido enquadrada numa equipa

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melhor, quer em relação a aspetos pessoais quer profissionais. Nesta reta final, consigo

identificar que o meu trabalho foi valorizado e que consegui efetivamente contribuir

para a evolução da Rede Valorizar.

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ANEXO II - Guião de entrevista

Tema: Caraterização da Rede Valorizar

Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre as caraterísticas da Rede

Valorizar

Objetivos Específicos: Aprofundar a caraterização da Rede Valorizar; Compreender

diferenças entre a caraterização feita pela TORV e a caraterização documental.

Data: 2 de fevereiro de 2017

Local: Rede Valorizar

Duração: 35 minutos

Esta entrevista é confidencial e será utilizada apenas para fins académicos.

Blocos Objetivos

específicos

Questões Tópicos

orientadores

A – O trabalho

realizado na Rede

Valorizar

- Conhecer o ponto

de vista da TORV

sobre a Rede

Valorizar

- Compreender as

vantagens e

desvantagens das

ofertas de educação

de adultos da Rede

Valorizar

- Qual a sua opinião

sobre a Rede

Valorizar?

- Em que medida é

que os cursos ABC

e os processos de

RVCC são uma

melhor oferta do

que o ensino

recorrente?

-No âmbito da

educação de

adultos, porquê

- Finalidades de

intervenção

- A estrutura

- Os recursos

humanos

- O trabalho

realizado

- Mais-valias dos

cursos ABC

- Pontos fortes do

processo de RVCC

- Realçar a

importância do

trabalho de

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- Verificar os pontos

fortes e pontos

fracos da Rede

Valorizar

encaminhar os

adultos para estes

processos e não

para o ensino

recorrente?

- Quais são os

pontos fortes da

Rede Valorizar?

- E pontos a

melhorar?

acolhimento

B – Dificuldades

enfrentadas

- Averiguar que

dificuldades são

enfrentadas e como

são ultrapassadas

- Quais são as

dificuldades que a

Rede Valorizar

enfrenta no âmbito

da educação de

adultos?

- O que se faz no

sentido de

ultrapassar estas

dificuldades?

- Gestão de

conflitos

- Momentos mais

difíceis de

ultrapassar

C – O futuro da

Rede Valorizar

- Saber a perceção

futura da TORV,

em relação à Rede

Valorizar

- O que falta, à

Rede Valorizar,

fazer?

- Obrigada pela

colaboração!

- Projetos futuros

- Para além destes

projetos, o que

ainda falta?

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ANEXO III - Protocolo da Entrevista I

Tema: Caraterização da Rede Valorizar

Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre as caraterísticas da Rede

Valorizar

Objetivos Específicos: Aprofundar a caraterização da Rede Valorizar; Compreender

diferenças entre a caraterização feita pela TORV e a caraterização documental.

Entrevistada: Técnica de Orientação, Reconhecimento e Validação de competências

Data: 2 de fevereiro de 2017

Duração: 35 minutos

Local: Rede Valorizar – Angra do Heroísmo

Entrevistador – Primeiro que tudo, esta entrevista será usada apenas para fins

académicos. Então, a primeira questão é qual é a tua opinião/visão da Rede? E sobre

isto tenho quatro tópicos orientadores, que são: as finalidades de intervenção, a

estrutura, os recursos humanos e o trabalho realizado.

Entrevistado – Relativamente às finalidades de intervenção da Rede Valorizar...

A Rede surge em 2009 em S. Miguel, na Terceira e no Faial (portanto são três polos)

como um projeto da Direção Regional do Emprego, portanto não pertence ao

organograma da Direção Regional do Emprego, mas sim como um projeto. E um

projeto que visava qualificar mais as pessoas. Surge também na sequência dos Centros

de Novas Oportunidades que existiam no continente, mas com uma autonomia diferente

por ter uma legislação própria ao nível do Governo dos Açores. O que também permitiu

que os Centros de Novas Oportunidades no continente encerrassem portas e a Rede se

mantivesse e fosse crescendo cada vez mais. Com quem é que nós trabalhamos?

Trabalhamos com adultos a partir dos 18 anos ao nível do 4.º, 6.º, 9.º e ensino

secundário, sendo que desde 2012 começamos a trabalhar de uma forma mais acentuada

com os níveis de escolaridade mais baixos, 4.º, 6.º e 9.º, mas sobretudo o 4.º e o 6.º que

eram etapas de formação com as quais não tínhamos trabalhado antes. Apesar de estar

na legislação nós ainda não tínhamos aprofundado muito. Trabalhávamos

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essencialmente com 9.º ano e 12.º. Pontualmente apareciam pessoas que necessitavam

fazer o 6.º ano, até 2012 posso te dizer que a esmagadora maioria das pessoas que nos

procurava eram pessoas que trabalhavam. A partir de 2012, houve uma mudança muito

grande da população com que começamos a trabalhar. Porquê? Aumento do

desemprego e as pessoas de muito baixa escolaridade começaram a procurar-nos. Então

aí, surgem os primeiros cursos de Aquisição Básica de Competências adjudicados às

Escolas Profissionais. Na Terceira os primeiros cursos foram adjudicados à Escola

Profissional da Praia da Vitória, nós só tivemos um papel meramente administrativo

porque toda a gestão da formação ficou encarregue à Escola Profissional. No início de

2013 passa para nós com os primeiros ABC B1 e B2. Em março de 2013 iniciaram os

primeiros ABC B1 e B2 em Angra e na Praia, eram cerca de 6 turmas (duas turmas na

Praia e quatro turmas em Angra – posso te confirmar isso depois) e os cursos

arrancaram com formadores que foram contratados para o efeito, eram professores não

colocados como é sempre regra na Rede Valorizar, ir buscar à Agência de Emprego ou

através de candidaturas espontâneas, professores que não estejam colocados exatamente

para minimizar o efeito do desemprego na área do ensino. E a partir daí foi um

crescendo de cursos de Aquisição Básica de Competências. Há relativamente dois anos

começámos também com os cursos ABC B3 de equivalência ao 9.º ano, houve alteração

da legislação da Rede Valorizar também, ou seja, a legislação da Rede Valorizar foi

sendo alterada para fazer face às necessidades que se iam sentindo, tanto que a alteração

mais recente está relacionada com a formação modular para que se possam dar cursos

de línguas devido ao aumento do turismo, cursos que são sempre UFCD's (Unidades de

Formação de Curta Duração) do Catálogo Nacional de Qualificações e vamos crescendo

a esse nível. Finalidades, já falei tanto e não sei se respondi ao que querias...

Entrevistador – Sim sim, está. Agora estrutura.

Entrevistado – Sim, em relação à estrutura, a Rede Valorizar está inserida na

Direção Regional do Emprego e da Qualificação Profissional que pertence à Vice-

Presidência... E agora podes fazer a tua pergunta.

Entrevistador – Desconstruindo a questão, como é que vês a Rede dentro desta

estrutura?

Entrevistado – Cada vez mais forte. Ou seja, a estrutura da Rede vai-se

consolidando cada vez mais. E aquilo que iniciou como sendo um projeto pequeno que

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nós não sabíamos bem que frutos iria dar, a verdade é que está cada vez mais forte e

cada vez a abraçar mais áreas de formação e a crescer. Eu não vejo tão cedo que este

projeto termine, antes pelo contrário acho que vai criar raízes e deixar de ser um projeto

para ser sim um organismo do Governo.

Entrevistador – E agora os recursos humanos?

Entrevistado – Escassos (risos), como sabes. Ao nível dos recursos humanos,

com os cursos ABC e como recorremos a recrutamento externo, há algumas vezes

dificuldades apesar do desemprego na área da educação, há dificuldades a nível regional

por isso também temos professores que têm conhecimento das nossas necessidades e

vêm para os Açores trabalhar. Relativamente aos recursos humanos internos, à equipa

de formação interna... Há necessidade neste momento de um formador de Linguagem e

Comunicação para básico e ao nível dos RVCC's para já parece-me que a equipa

consegue dar resposta, se trabalhar verdadeiramente e quiser cumprir os objetivos,

consegue dar resposta. Relativamente aos ABC's vamos conseguindo também dar

resposta às necessidades de formação. Relativamente à questão mais relacionada com a

gestão da formação, é necessário claramente que sejam contratadas mais pessoas porque

eu como única TORV não consigo dar resposta ao volume de trabalho que existe.

Entrevistador – Agora o trabalho realizado, acho que sobre isto já respondeste.

Vamos passar à frente. Agora, em que medida em que os cursos ABC e os processos de

RVCC são, ou não, uma melhor oferta que o ensino recorrente?

Entrevistado - São, sem dúvida, uma oferta que vai mais ao encontro das

expectativas das pessoas. Eu costumo dizer que o ensino Recorrente não é, atualmente,

a resposta que as pessoas precisam. As pessoas quando se propõe a concluir o 9.º ano ou

o secundário através do Recorrente encontram muitas dificuldades, nomeadamente a

questão temporal. Ao nível no 9.º ano só existe o Recorrente Mediatizado na Escola

Secundária Vitorino Nemésio (Praia da Vitória), ou seja, havendo outras respostas em

que as pessoas conseguem alcançar o mesmo nível de qualificação estando bem

formadas ao nível dos conteúdos, ao nível daquilo que precisam para as suas vidas, o

ensino Recorrente deixa claramente de ser uma resposta. Serve possivelmente para

outras ilhas que não têm as respostas que nós temos cá na ilha, mas não é de todo

resposta nem sei tão pouco se o Mediatizado terá muitas inscrições ao nível do 9.º ano.

Ao nível do secundário, o Recorrente, o Reativar escolar e os processos de RVCC. Os

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processos de RVCC não são para toda a gente, como tu sabes, as pessoas perante um

diagnóstico e uma entrevista têm que demonstrar que têm competências para. Têm que

demonstrar competências ao nível dos núcleos geradores das três áreas e se não têm não

é a resposta adequada para essas pessoas. Daí que a seguir ao RVCC, normalmente a

resposta que as pessoas querem é o Reativar. Porque em dois anos letivos conseguem

terminar o secundário e não em três como no Recorrente. Outra dificuldade que existe, é

o Recorrente abrir duas áreas - área de Ciências e área de Humanidades - não havendo

número suficiente de pessoas (ou seja, um mínimo de dez pessoas) as disciplinas não

abrem, o que significa que um percurso de três anos poderá demorar muito mais, há

uma incerteza sempre relativamente a isso. As pessoas numa fase de vida adulta, que se

propõe a estudar não querem a incerteza de saber se terminam em três anos, ou em

quatro ou em cinco. Quando é que eu recomendo, enquanto TORV, o Recorrente?

Recomendo quando são pessoas mais jovens e quando têm o objetivo de fazer uma

licenciatura na área das ciências (engenharias, nessas áreas), se é uma área das ciências

sociais, um reativar, um RVCC dá-lhes as ferramentas que eles necessitam para fazer

uma licenciatura na área das ciências sociais. Na área das engenharias, eu reconheço

que não, porque é preciso ter bases de Matemática, de Química e de Biologia que as

pessoas não adquirem num processo de reconhecimento de competências nem um

reativar apesar de terem Sociedade, Tecnologia e Ciência, não adquirem as

competências que necessitam. Portanto, é preciso analisar o perfil do adulto que se

apresenta perante nós, perceber quais as ambições daqueles adultos e fazer o

encaminhamento se adeque mais ao perfil dele. Portanto, dentro destas três, não há uma

resposta milagrosa, têm que se analisar perfil a perfil, pessoa a pessoa.

Entrevistador – Aqui também acho que já me respondeste – no âmbito da

educação de adultos, porquê encaminhar os adultos para estas respostas.

Entrevistado – Sim, já está.

Entrevistador – Agora, a Rede. Quais são os pontos fortes?

Entrevistado – A equipa, motivar as pessoas, o acolhimento... Aliás, vamos

recomeçar, antes da equipa, o acolhimento. O acolhimento é muito importante, porque

às vezes as pessoas chegam aqui e não percebem ao que é que vêm, portanto é

importante que o acolhimento seja bem feito e que as pessoas recebam a informação que

necessitam para se entusiasmarem, para se sentirem motivadas a continuar. Se eles

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tiverem uma pessoa à frente que não lhes explica minimamente aquilo que é a Rede

Valorizar, se formos antipáticos, as pessoas não voltam tenho a certeza absoluta porque

custa voltar depois de tantos anos sem estudar, "agora vou estudar," mas chego lá e

encontro barreiras, essas barreiras vão desmotivar as pessoas. Portanto, o atendimento é

fundamental para que as pessoas fiquem entusiasmadas em continuar. Depois, a equipa

de formação é muito importante exatamente para manter esse fio condutor de motivar as

pessoas, não deixar as pessoas "fugir" quando elas já vão a meio do percurso e sentem

os receios naturais que é "eu não vou conseguir fazer isto", se não houver um

acompanhamento por parte de toda a equipa, as pessoas quando começam a sentir as

primeiras frustrações e as primeiras dificuldades têm tendência a desistir, portanto o

acompanhamento durante todo o processo é importante. Mais pontos fortes... Penso que

seja a dinâmica, o relacionamento com as pessoas, penso que passa por aí. E o trabalho,

e as pessoas sentirem que o trabalho é válido e que vão conseguir alcançar os seus

objetivos.

Entrevistador – E agora, pontos a melhorar?

Entrevistado – Atendendo ao número de inscrições que existem, conseguir

fazer mais grupos. Ter capacidade, e aí sim caso seja necessário, aumentar o número de

recursos humanos (formadores) para conseguirmos fazer mais grupos em simultâneo.

Em termos de estrutura física, naturalmente também é preciso mudar, que é uma coisa

que também vai acontecer em pouco tempo esperamos nós, ter mais capacidade, mais

espaço, salas para ter mais grupos a funcionar em simultâneo porque com a realidade

que temos atualmente não é possível, já muito fazemos com o pouco espaço que temos.

E, de alguma forma as pessoas acabam por não ver as falhas do espaço físico muito por

causa do acompanhamento que têm. As pessoas sabem que isto não tem as melhores

condições, mas depois as coisas boas sobrepõe-se às debilidades do espaço físico. Mais?

Entrevistador – Mais algum ponto a melhorar que te lembres?

Entrevistado – Os recursos humanos, como já tínhamos falado, é necessário e

importante.

Entrevistador – Agora, nesta questão também acho que me foste respondendo

um bocadinho. Quais são as dificuldades que a Rede Valorizar enfrenta no âmbito da

educação de adultos?

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Entrevistado – Dificuldades... Quando temos formandos...

Entrevistador – Desculpa interromper, mas se calhar podes responder em

conjunto com a próxima questão: o que se faz no sentido de ultrapassar estas

dificuldades?

Entrevistado – Ok. Uma das dificuldades que nós enfrentamos quando temos

formandos que repetem sucessivamente ações, formações por exemplo de B1 e não

conseguem atingir os objetivos. E temos utentes que já repetiram o B1, o curso de

Aquisição Básica de Competências, três vezes e não conseguem concluir o 4.º ano com

aproveitamento. O que é que nós podemos fazer com estas pessoas? Não há ali um

défice cognitivo, pelo menos que seja reconhecido, há dificuldades e provavelmente

alguns bloqueios internos das pessoas para aprenderem e provavelmente um dos

próximos passos será precisamente criar um curso de alfabetização para dar resposta a

estas pessoas. Ou seja, ainda será uma outra vertente de formação mais de base para que

depois possam integrar uma formação de 4.º ano dignamente para poderem fazer face

àquilo que é um 4.º ano e às exigências do 4.º ano. Relativamente ao 6.º e ao 9.º ano a

mesma coisa, nós já conseguimos fazer alguma coisa uma vez que são pessoas que já

têm algum nível de escolaridade, já têm o 6.º ano ou já têm o 9.º ano ou até mesmo já

têm um diploma de 4.º ano mas não têm as competências daquele nível de escolaridade

e as pessoas aceitam voltar para trás, para o nível anterior por perceberem que precisam

dessa formação para depois poder andar para a frente com capacidade de trabalho e não

chegar para fazer um 6.º ano e ter dificuldades na leitura, não saber ler nem escrever.

Não faz sentido colocar um adulto a fazer formação de 6.º ano ou de 9.º ano quando

aquele adulto mal escreve ou mal sabe ler. Portanto há alguma recetividade por parte

das pessoas nesse sentido, as pessoas nas reuniões acabam por perceber que não faz

sentido e então voltam para trás para aprender e aí podem continuar. Eu acho que há

pessoas que têm sérios problemas que devem vir da infância, professores primários mais

austeros, porque há partida uma pessoa que consegue ter um caderno exemplar sem

erros ortográficos, mas depois não consegue juntar duas sílabas para ler não faz sentido

nenhum. E o que é que se faz com estas pessoas? Que até têm vontade, já demonstraram

que querem melhorar... É a nossa dificuldade, neste momento ainda numa fase muito

embrionária, mas se calhar mais cedo ou mais tarde a gente vai começar a deparar-se

com estas dificuldades... Pessoas que já tentaram formação connosco mas que têm

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bloqueios e o nosso trabalho também não é psicologia, o nosso trabalho é formação, a

verdade é essa.

Entrevistador – Outra questão que não tinha no guião, que estava a pensar

perguntar numa outra oportunidade, mas parece-me interessante perguntar agora. O

nosso público é um bocadinho...

Entrevistado – Difícil?

Entrevistador – Sim, tem caraterísticas especiais. O que se tenta fazer, a nível

da Rede, para que as coisas não...

Entrevistado – Compliquem?

Entrevistador – Sim.

Entrevistado – Olha, se eu enquanto TORV, seguisse todas as orientações da

Rede tal e qual elas estão escritas, nós provavelmente chegaríamos ao fim das

formações e teríamos muito poucas pessoas. Como nós trabalhamos com pessoas e é

essa a minha postura, não trabalhar com números, mas sim com pessoas, nós temos que

atender a todos os casos como sendo casos particulares. Portanto, há orientações

escritas, mas nem sempre aquilo que está escrito é a resposta que as pessoas precisam...

Portanto, o que é que se tenta fazer? É lidar com as pessoas e responder a cada pessoa

como um indivíduo e ir resolvendo os problemas. Seria muito mais fácil resolver os

problemas e cumprirmos as regras tal qual elas estão escritas, chegou às 30 horas de

faltas "arrumou", justificadas ou injustificadas, o que era muito fácil e dava menos

trabalho. É muito mais fácil, o aluno portou-se mal vai-se embora e é excluído, é muito

mais fácil do que tentar perceber o que é que aconteceu, não é?

Entrevistador – Estou a lembrar-me de um dos nossos casos. Há pessoas que se

torna complicado excluir, como é que nós vamos fazer?

Entrevistado – É. Nós trabalhamos com pessoas de todos os níveis

socioeconómicos. A população dos cursos de Aquisição Básica de Competências por

regra é uma população de níveis socioeconómicos muito mais baixos, que recebem RSI

(Rendimento Social de Inserção) e muitas não recebem nada, algumas são subsidiadas e

os subsídios estão a acabar e falta comida em casa e falta comida para os filhos, falta

água, falta luz, falta gás e é também preciso perceber que estas pessoas vivem muitas

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vezes em situação limite em termos económicos e em termos sociais, se nós não

tratarmos estas pessoas com dignidade como elas merecem, não tentarmos fazê-las ver

que elas podem chegar mais além e seguirmos tudo pelas regras e fazer tudo "às três

pancadas" e tratamos as pessoas com frieza, com distância, elas acabam em primeiro

por não nos respeitar, deixam de nos respeitar que é coisa que não acontece muitas

vezes em relação a mim com utentes que são mais complicados, que até desrespeitam os

professores mas depois chegam aqui eu não tenho razão de queixa deles porque de

alguma forma eles também perceberam que eu não as quero prejudicar. Eu não estou

aqui para lhes cortar as pernas, estou aqui para os ajudar e acho que de alguma forma

também depende dos técnicos que estão à frente e que dão a cara pela Rede Valorizar

ter a capacidade de fazer esse trabalho. É o que eu digo, "é mais fácil dizer não, acabou,

vai-te embora" do que estar recorrentemente com problemas com determinados alunos,

mas que acabam por perceber que nós os queremos ajudar e alguns acabam por evoluir

muito positivamente e outros não, é mesmo assim, outros não têm capacidade, não tem

condições sociais, o saber estar... olha o CHA do Chiavenato, conheces?

Entrevistador - Não, acho que não.

Entrevistado - Então vou ensinar-te uma coisa (risos). O Chiavenato é um autor

brasileiro que tem uma sigla que é o CHA. Eu explico sempre isto aos nossos utentes na

reunião de RVCC. São os nossos (C)onhecimentos, (H)abilidades e as nossas

(A)titudes. Os meus conhecimentos são o meu saber-saber, as minhas habilidades são o

meu saber-fazer e as minhas atitudes são o meu saber-ser. Eu costumo dizer que aquilo

que nós queremos num processo de RVCC são as suas competências, que é isto tudo. E

se nós também, enquanto técnicos, não soubermos passar esta mensagem e não

conseguirmos demonstrar que eles são capazes, o trabalho cai um bocadinho por terra,

não dá para toda a gente dá para aqueles que querem, a verdade é essa.

Entrevistador - Só tenho mais uma pergunta. O que é que falta à Rede

Valorizar fazer?

Entrevistado – Tanta coisa! Eu acho que a Rede Valorizar tem um potencial de

sucesso. Eu acho que gradualmente, a Rede Valorizar vai aumentar a sua abrangência

em termos de formação, tenho quase a certeza que isto vai acontecer. Nós começamos

com processos de RVCC, passamos para os cursos de Aquisição Básica de

Competências, já estamos a começar há algum tempo, cá ainda em pouca escala, com

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formação modular e penso que mais cedo ou mais tarde vamos começar com outros

tipos de formação porque há necessidade por parte das pessoas e há pedidos por parte

das pessoas para fazerem. Eu acredito que vamos crescer ainda mais e vamos abrir cada

vez mais o leque de formação, com que orientação ainda não sei bem, mas para já

vamos investir nos cursos de línguas que faz sentido por causa do acréscimo do turismo,

cursos de línguas direcionados para o atendimento ao público. Ou seja, a base, língua

estrangeira iniciação, continuação e depois até UFCD’s de atendimento, atendimento ao

cliente, eu acho que faz todo o sentido investir no inglês sobretudo, eventualmente no

espanhol e no francês. É tudo?

Entrevistador – Sim. Obrigada!

Entrevistado – De nada, sempre que precisares.

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ANEXO IV - Análise de conteúdo - Entrevista I

Tema: Caraterização da Rede Valorizar

Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre as caraterísticas da Rede

Valorizar

Objetivos Específicos: Aprofundar a caraterização da Rede Valorizar; Compreender

diferenças entre a caraterização feita pela TORV e a caraterização documental.

Data: 2 de fevereiro de 2017

Local: Rede Valorizar

Duração: 35 minutos

Categorias Sub-categorias Unidades de Registo

A – O trabalho realizado na Rede

Valorizar

- Conhecer o ponto de vista da

TORV sobre a Rede Valorizar

- Compreender as vantagens e

desvantagens das ofertas de

educação de adultos da Rede

Valorizar

- Verificar os pontos fortes e

pontos fracos da Rede Valorizar

"(…) A Rede surge em 2009 em

S. Miguel, na Terceira e no Faial

(portanto são três polos) como um

projeto da Direção Regional do

Emprego (…)"; "(…) um projeto

que visava qualificar mais as

pessoas. Surge também na

sequência dos Centros de Novas

Oportunidades que existiam no

continente, mas com uma

autonomia diferente por ter uma

legislação própria ao nível do

Governo dos Açores." "(…) A

partir de 2012, houve uma

mudança muito grande da

população com que começamos a

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trabalhar. Porquê? Aumento do

desemprego e as pessoas de muito

baixa escolaridade começaram a

procurar-nos. Então aí, surgem os

primeiros cursos de Aquisição

Básica de Competências (…)";

"(…) Há relativamente dois anos

começámos também com os

cursos ABC B3 de equivalência

ao 9.º ano, houve alteração da

legislação da Rede Valorizar

também, ou seja, a legislação da

Rede Valorizar foi sendo alterada

para fazer face às necessidades

que se iam sentindo (…)"; "(…) a

estrutura da Rede vai-se

consolidando cada vez mais. E

aquilo que iniciou como sendo um

projeto pequeno que nós não

sabíamos bem que frutos iria dar,

a verdade é que está cada vez mais

forte e cada vez a abraçar mais

áreas de formação e a crescer.";

"Relativamente à questão mais

relacionada com a gestão da

formação, é necessário claramente

que sejam contratadas mais

pessoas porque eu como única

TORV não consigo dar resposta

ao volume de trabalho que

existe."; (Sobre os pontos fortes)

"A equipa, motivar as pessoas, o

acolhimento (…) o trabalho, e as

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pessoas sentirem que o trabalho é

válido (…)"; (Sobre os pontos a

melhorar) " (…) conseguir fazer

mais grupos. (…) Em termos de

estrutura física, naturalmente

também é preciso mudar (…) ter

mais capacidade, mais espaço,

salas para ter mais grupos a

funcionar em simultâneo porque

com a realidade que temos

atualmente não é possível (…)"

B – Dificuldades enfrentadas

- Averiguar que dificuldades são

enfrentadas e como são

ultrapassadas

"Uma das dificuldades que nós

enfrentamos quando temos

formandos que repetem

sucessivamente ações, formações

por exemplo de B1 e não

conseguem atingir os objetivos.

(…) Não há ali um défice

cognitivo, pelo menos que seja

reconhecido, há dificuldades e

provavelmente alguns bloqueios

internos das pessoas para

aprenderem (…) um dos próximos

passos será precisamente criar um

curso de alfabetização (…) e o

nosso trabalho também não é

psicologia, o nosso trabalho é

formação (…)"; (Em relação à

questão sobre o público da Rede)

" (…) se eu enquanto TORV,

seguisse todas as orientações da

Rede tal e qual elas estão escritas,

nós provavelmente chegaríamos

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ao fim das formações e teríamos

muito poucas pessoas (…) não

trabalhar com números mas sim

com pessoas, nós temos que

atender a todos os casos como

sendo casos particulares (…) É

lidar com as pessoas e responder a

cada pessoa como um indivíduo e

ir resolvendo os problemas (…) é

também preciso perceber que

estas pessoas vivem muitas vezes

em situação limite em termos

económicos e em termos sociais,

se nós não tratarmos estas pessoas

com dignidade como elas

merecem, não tentarmos fazê-las

ver que elas podem chegar mais

além e seguirmos tudo pelas

regras (…) elas acabam em

primeiro por não nos respeitar,

deixam de nos respeitar que é

coisa que não acontece muitas

vezes em relação a mim com

utentes que são mais complicados,

que até desrespeitam os

professores mas depois chegam

aqui eu não tenho razão de queixa

deles (…)"

C – O futuro da Rede Valorizar

- Saber a perceção futura da

TORV, em relação à Rede

Valorizar

" Eu acho que a Rede Valorizar

tem um potencial de sucesso (…)

Nós começamos com processos de

RVCC, passamos para os cursos

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de Aquisição Básica de

Competências, já estamos a

começar há algum tempo, cá ainda

em pouca escala, com formação

modular e penso que mais cedo ou

mais tarde vamos começar com

outros tipos de formação porque

há necessidade por parte das

pessoas e há pedidos por parte das

pessoas para fazerem (…)"

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ANEXO V - Guião de entrevista II

Tema: As funções, atividades e tarefas do TORV

Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre o seu trabalho

Objetivos Específicos: Aprofundar o conhecimento sobre as tarefas e atividades da

TORV; Compreender as caraterísticas inerentes a este trabalho.

Data: 1 de junho de 2017

Local: Rede Valorizar

Duração: 1 hora

Esta entrevista é confidencial e será utilizada apenas para fins académicos.

Blocos Objetivos

específicos

Questões Tópicos

orientadores

A – Percurso

Académico

- Conhecer melhor a

formação básica da

TORV

- Compreender em

que medida o

percurso

profissional

influenciou a

formação contínua

- Qual a sua

formação base?

- A nível de

formação contínua,

o que já fez?

-Em que medida

essas iniciativas de

formação contínua

se relacionaram

com o seu percurso

profissional?

- Licenciatura

- Pós-graduação

- Ações que não são

formalmente

certificadas – ações

de formação

contínua

-Influência da vida

profissional na

escolha de formação

contínua e da

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formação contínua

na vida profissional

B – Percurso

Profissional

- Perceber que

funções, atividades

e tarefas a TORV

desempenha

-Averiguar como

aprendeu estas

funções, atividades

e tarefas

-Compreender a

gestão de tempo

realizada pela

TORV

-Aprofundar o

conhecimento sobre

as relações inter-

pessoais existentes

na Rede Valorizar

- Onde começou a

trabalhar?

- O que fazia?

- E mais tarde,

ainda antes de vir

para a Rede, outros

trabalhos que

tenham tido? E o

que fazia?

- (Porque é que

considera este um

momento de

viragem?)

-Que tarefas

desempenha

atualmente na Rede

Valorizar?

- Aqui na Rede, o

que faz diferente

hoje no trabalho

que realiza?

- Pode descrever

um dia de trabalho?

- Com quem?

- Momentos de

mudança

- Importância dos

colegas (dos

educandos adultos,

dos chefes) na vida

profissional

- Figuras de

referência

- Formação contínua

- Aprendizagens no

local de trabalho

- O que foi mais

importante no

trabalho

- Modo como vê o

seu trabalho

- Momentos de

pensar no que fazer

durante o trabalho ou

depois do trabalho

- Reuniões formais e

informais

-Mudanças de equipa

-Adaptação e

diferenças

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- Como carateriza a

sua relação com os

colegas? Com as

chefias?

-Opinião

C – Perspetiva

futura

- Saber as ambições

da TORV sobre o

seu futuro

profissional

- No fim do dia

reflete sobre o

trabalho feito?

- O que ainda lhe

falta fazer a nível

de trabalho? Que

projetos possui?

Gostaria de mudar

de trabalho? O que

gostaria ainda de

fazer?

-Obrigada pela

colaboração!

- Questões práticas,

do quotidiano

-Ambições e projetos

futuros

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ANEXO VI - Protocolo da Entrevista II

Tema: As funções, atividades e tarefas do TORV

Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre o seu trabalho

Objetivos Específicos: Aprofundar o conhecimento sobre as tarefas e atividades da

TORV; Compreender as caraterísticas inerentes a este trabalho.

Data: 1 de junho de 2017

Local: Rede Valorizar

Duração: 1 hora

Entrevistador – Tal como na entrevista anterior, esta também será usada apenas para

fins académicos. Em primeiro lugar, esta entrevista será muito focada em ti, no teu

trabalho e como procedes. Para começar, fala-me um bocadinho sobre a tua formação

de base.

Entrevistado – Ora muito bem. Quando fiz a candidatura à Universidade decidi que a

minha formação académica iria passar por Direito. Entrei em Coimbra, na minha

primeira opção, e quando cheguei a Coimbra rapidamente percebi que a metodologia

que a faculdade usava, a postura dos professores para com os alunos e até mesmo entre

os próprios colegas não se coadunava com aquilo que eu era, era um relacionamento

muito distante, muito frio, era muito difícil ter acesso aos professores e era uma coisa

que eu não estava habituada. E isso também permitiu e influenciou de uma maneira

muito forte o meu insucesso. Andei por lá alguns anos até que percebi que tinha que

mudar de curso e tinha que perceber aquilo que me ia fazer feliz. E agora, o que é que

me ia fazer feliz? Então comecei todos os sábados a comprar o Expresso e a tentar

perceber o que é que o mercado de trabalho precisava, porque já estava lá há alguns

anos já não tinha tanto tempo para andar em tentativas erro. Tinha que ser alguma coisa

com empregabilidade para não correr o risco de estar mais quatro ou cinco anos a

estudar e depois não ter trabalho. Fiz a minha pesquisa no Expresso e percebi que a área

da Gestão era uma área com empregabilidade e que o mercado precisava. As

Engenharias também, mas as Engenharias não eram para mim, naturalmente, porque eu

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era de Humanidades, então teria de passar pela área da Gestão. E um curso que eu nunca

tinha pensado e que começou a aparecer recorrentemente no Expresso era Gestão de

Recursos Humanos, e eu comecei a pesquisar mais sobre esta licenciatura. Os planos

curriculares assustaram-me um bocadinho, porque era de Humanidades e estar em

Direito e depois ter cadeiras de Gestão, Contabilidade, Estatística, Gestão Financeira

assustou-me um bocadinho numa fase inicial, mas eu percebi que passava por ali. E o

facto é que fiz a mudança de curso, consegui entrar e na primeira frequência que foi de

Gestão tirei 13 valores, coisa que já não acontecia há algum tempo. E como sucesso

gera sucesso, o bichinho começou a ficar e eu a gostar cada vez. As cadeiras nucleares

de Recursos Humanos eram cadeiras que eu gostava muito, que me davam muito gozo

estudar, não só estudar porque tinha que passar, eram coisas que me davam realmente

gosto saber. E depois foi assim, foi passando, terminei o curso. A minha melhor nota,

por coincidência sem saber que iria trabalhar na área da formação, foi exatamente 19

valores a Gestão e Formação de Recursos Humanos. Nunca me passou pela cabeça

trabalhar nesta área, a minha ideia era mais trabalhar na área de Recrutamento e

Seleção, não sei bem porquê, mas era. No último ano, auto propus-me a fazer um

estágio curricular na SONAE e trabalhei em ambas as áreas, quer na área da formação

quer na área do recrutamento e seleção, e gostei muito das duas. Percebi mais e melhor

o que era a formação, o que eram as necessidades de formação, presenciei por

coincidência através do SONAE learning center a primeira entrega de diplomas dos

processos de RVCC que a empresa tinha proporcionado aos seus trabalhadores e nem

sonhava que iria trabalhar também nesta área. Na minha monografia centrei-me na área

da avaliação de desempenho. Esta é também uma área que gosto muito e que

infelizmente é pouco explorada aqui no trabalho, por um lado, por falta de tempo e

depois porque a avaliação de desempenho na função pública...

Entrevistador – A nível de formação contínua...

Entrevistado – Quando estava ainda a terminar a licenciatura pensei que devia

aproveitar a embalagem e fazer um Mestrado. Inscrevi-me na Universidade dos Açores

para fazer um Mestrado em Ciências Económicas e Empresariais com especialização

em Recursos Humanos. No primeiro ano, de Pós-graduação, estava a trabalhar,

portanto, só me era permitido tirar férias para ir a São Miguel fazer os exames. Estudava

durante uma semana para os exames, ia tirando a matéria e informação através do

Moodle e depois ia para São Miguel fazer os exames. Concluí a Pós-graduação e no ano

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seguinte, o ano da tese. Exatamente por ser uma área que eu gostava muito e por já estar

a fazer o Estagiar L aqui (na Rede Valorizar), achei que seria pertinente que a minha

tese se debruçasse sobre a avaliação de desempenho na função pública. Mas entretanto,

decidi casar, na mesma altura estava a fazer o curso de Formação de Formadores,

portanto entrava no serviço às 9h saía às 17h30 ia para a Formação de Formadores saía

às 22h30 e estava a preparar o casamento ao mesmo tempo. Isto fez com que a tese

fosse ficando para trás e nunca a entreguei. É um projeto para concluir, neste momento

ainda não, porque tendo um filho e acho que é preciso dar-lhe atenção e ele precisa de

atenção. A realidade é que o Mestrado é uma realização pessoal porque em termos

profissionais não me trará neste momento ou a curto prazo qualquer mais valia, a

verdade é essa, portanto, terei tempo para me debruçar sobre essa parte com calma.

Depois anualmente tenho tido oportunidades de fazer formação no âmbito do serviço.

Uma formação muito interessante que fui o ano passado e que senti necessidade de

fazer, foi sobre a gestão de conflitos com os utentes... O nome correto da formação era

Atendimento de pessoas difíceis, e parte do nosso trabalho é exatamente trabalhar com

pessoas difíceis, sobretudo no que diz respeito a dinheiros. Foi uma formação que eu

gostei muito. Outra formação que achei muito interessante foi na área da avaliação da

satisfação dos clientes, ou seja, os inquéritos que nós aplicamos aos nossos utentes no

fim das formações ou na fase inicial dos processos de RVCC após o diagnóstico e

encaminhamento ou mesmo até o inquérito final do processo de RVCC, ajudou-me

também a perceber a necessidade dos mesmos. Também ajudou-me a perceber como os

nossos inquéritos precisam ser melhorados e tenho a certeza que aos poucos vamos

fazendo algumas melhorias.

Entrevistador – Passando para o percurso profissional, onde começaste a trabalhar? O

que fazias?

Entrevistado – A primeira experiência profissional foi o estágio. E tive a sorte de ser

um excelente estágio, tive a sorte de poder estar com uma equipa muito boa, muito

carismática, que me ajudava e que ensinava, um pouco à semelhança daquilo que

também quis fazer contigo no teu estágio. Eu aprendi a atender telefones, fazer

chamadas, convocar pessoas para entrevistas ou convocar as pessoas para aquilo que era

necessário, aprendi a contactar os serviços e as diferentes insígnias da SONAE, a

contactar com pessoas que eu não conhecia e tratar com elas de assuntos que eu ainda

não estava muito segura, toda a parte de recrutamento e seleção, analisar currículos,

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marcar entrevistas, fazer o guião de entrevista, a própria entrevista, a decisão de quem

fica com a vaga. E depois há entrevistas das mais fantásticas às mais estranhas, aquelas

pessoas caricatas que nós temos que conseguir agarrar e perceber a essência daquilo.

Aprendi muito. Na área da formação, na altura, aquilo que hoje em dia é a Well's era a

Área Saúde e estava ainda a começar, e eu trabalhei essencialmente na criação dos

manuais para a formação. A formação era muito cara e era dada pela Lusófona para os

Técnicos que iriam trabalhar na Área Saúde e eu tive a oportunidade de poder trabalhar

exatamente com esses técnicos de construir em equipa aqueles que seriam os conteúdos

da formação. Foi muito interessante apesar de por vezes ter sido um trabalho um

bocadinho chato, monótono mas também faz com que se ganhe resiliência para aquelas

tarefas que todos nós temos que fazer mas que são um bocadinho mais chatas, mas têm

que ser feitas e também aprendi isso. Depois termino o estágio venho para cá,

candidatei-me em agosto ao Estagiar L mas não estava muito fácil de conseguir local,

na altura não era na plataforma digital e não estava muito fácil. A minha ideia era ir para

a DROAP para o início do SIGRAHA e eu queria mesmo era trabalhar naquela área

mas não estavam autorizados estágios para a função pública naquele ano. E agora o que

é que eu vou fazer? Pedi ao contabilista do meu pai se ele aceitava a minha candidatura,

numa área que eu nem gostava mas eu não ia ficar em casa. Entretanto vejo um anúncio

no Diário Insular para uma entrevista, mandei a SMS e contactaram-me para a

entrevista no dia a seguir no Hotel do Caracol e lá fui eu, era também para uma empresa

de contabilidade. Aquilo que me propuseram eu aceitei e trabalhei 6 meses nessa

empresa. Cheguei à conclusão que não gosto de trabalhar com pessoas desonestas, que

não gosto de contabilidade – gosto de trabalhar com pessoas não gosto de trabalhar com

números - e que tenho princípios. Há situações que mexem com os meus princípios e

não suportava certas e determinadas coisas que via e que sentia em termos de tratamento

das pessoas, dos colegas e disse que me ia embora, ainda estava numa fase em que

estava em casa dos meus pais tinha a segurança de poder dizer que me ia embora. Claro

que falei com os meus pais e eles perceberam as razões, concordaram e apoiaram. Fui

para casa e tinha um amigo que trabalhava num aviário e disse-me que eles estavam a

precisar de alguém na área administrativa, recursos humanos, contabilidade. Fui lá

entreguei o currículo, falei com o dono da empresa e ele disse-me que começava no dia

X. Começo lá e estive lá um mês e meio. Um mês e meio que foi a pior experiência

profissional que alguém pode ter, seja formado ou não, fosse quem estivesse nas

baterias com as galinhas ou a colocar os ovos as caixas, ou a limpar os ovos, ou a

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embalar, ou quem estivesse na faturação como eu que fazia a faturação, fazia as notas

de saída, organizava a contabilidade. De recursos humanos não fiz nada porque não me

era permitido mas aquilo bem que precisava e mais uma vez o que eu vi foi um

desrespeito total pelas pessoas mas não diretamente comigo. Eu por ser licenciada tinha

um tratamento mais diferenciado, as outras pessoas de baixa escolaridade que metiam a

mão na massa e que faziam aquilo andar eram completamente desrespeitadas, eu ouvi

coisas horrorosas, a tratarem muito mal as pessoas e era um desrespeito constante e eu a

maior parte dos dias chegava a casa a chorar e completamente frustrada porque não

estava a fazer aquilo que gostava, porque via tanta coisa que podia ser mudada para que

a empresa funcionasse bem e para que as pessoas tivessem gosto em trabalhar mas

quem mandava não tinha abertura para isso e pensava que ser autoritário, mal educado e

não respeitar os direitos das pessoas... Não percebia que quem punha aquela empresa a

andar era quem sujava as mãos. Um mês e pouco depois eu disse ao patrão que ia

embora porque não estava disposta para aquilo e a verdade é que a empresa fechou

algum tempo depois porque uma empresa que funciona desta forma não tem pernas para

andar. Por mais subsídios que se receba da Europa, por mais apoios que tenham, são as

pessoas que fazem o trabalho e as pessoas se não são respeitadas não trabalham bem e

mal arranjem outra coisas para fazer vão-se embora. Aqueles que se mantinham lá eram

exatamente aqueles que não tinham outra possibilidade porque senão iam todos embora

e ele ficava com as galinhas a porem ovos e sem ninguém para trabalhar, a verdade é

essa. Depois, fiquei cerca 4 meses desempregada, inscrevi-me no Centro de Emprego e

chega a altura das candidaturas ao Estagiar L em Agosto. Já me tinha candidatado da

outra vez mas tinha feito uma declaração como estava a estudar para o Mestrado para

não fazer o tal Estagiar L. E depois pude-me candidatar novamente porque ainda estava

dentro do prazo dos 18 meses após o fim da licenciatura. Candidatei-me e na altura

senti-me a desempregada mais desejada do mercado de trabalho, todos os currículos que

tinha enviado até então ninguém queria. Naquela semana eu recebi pelo menos cinco ou

seis propostas de trabalho. Posso-te dizer que tinha quatro propostas para escolher. A

Dr.ª Isabel Berbereia da Agência de Emprego contactou-me para entrevista. Quando

cheguei lá havia também uma outra rapariga para entrevista que era da área da

Sociologia. Ela fez-me a entrevista a mim e à outra rapariga, e achou que o perfil da

outra rapariga adequava-se mais à Agência e o meu mais à Rede. Ligou para Dr. Acir e

falou-lhe em mim, disse que tinha uma pessoa muito interessante para trabalhar com ele

na Rede. Entretanto o Dr. Rui Bettencourt que era o Diretor Regional vê o meu

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currículo na plataforma (nesse ano já era na plataforma digital) e liga para o Dr. Acir e

falou-lhe numa candidata ao Estagiar L e pediu-lhe que me ligasse. Ele falou comigo,

veio cá, convidou-me para vir aqui à Rede, conheci as colegas, na altura era um serviço

muito mais pequenino e com menos valências. E eu estava muito indecisa entre ir para

os recursos humanos do Hospital e vir para aqui porque eu não conhecia a Rede, a

verdade é essa. Fui pesquisar para a Internet, falei com ele, gostei dele e pronto decidi

que ia para a Rede Valorizar e foi assim, cá estou.

Entrevistador – Quando vieste para a Rede, o que começaste a fazer?

Entrevistado – Eu comecei, salvo erro, no dia 1 de outubro de 2010. E o que é que eu

comecei a fazer? A equipa era muito pequenina na altura, tínhamos duas formadoras a

meio tempo, três formadoras a tempo inteiro e eu. Elas ajudaram-me muito na altura,

ensinaram-me tudo. A evolução deste serviço nos últimos anos é uma coisa abismal.

Inicialmente as colegas faziam o atendimento comigo e as inscrições eram folhas de

papel que nós dávamos ao utente para ele preencher ou nós preenchíamos, havia uma

listagem que era uma folhinha com linhas onde se colocava o número do utente à mão e

o nome e depois passava-se para uma folha de Excel com aquele número, o nome, o

contacto telefónico e o nível de escolaridade ao qual o utente se candidatava. A

diferença era abismal em termos de volume de trabalho, era muito menos trabalho e

também a população era muito diferente porque era esmagadoramente trabalhadora.

Durante o primeiro ano de estágio abriu concurso público para a Rede, eu concorri e

fiquei. O período experimental era de 6 meses. Atiraram-me um bocadinho aos leões

porque eu era estagiária mas "não estagiária", ou seja, ninguém sabia que eu era

estagiária porque eu era um bocadinho a cara do serviço. Era preciso ir para a Base

fazer reuniões e explicar os processos, as formas de trabalho e as formas de conclusão

aos trabalhadores da Base Americana lá ia eu, era preciso fazer reuniões sobre os RVCC

Profissionais na Câmara do Comércio lá ia eu. E gradualmente, mas numa escala menor,

o volume de trabalho também foi crescendo. É preciso não esquecer que a Rede é um

projeto da Direção Regional mas um projeto que cresceu muito, ao contrário do que

aconteceu no Continente e daquilo que as pessoas pensavam. A Rede está

continuamente a crescer, a alargar a sua oferta formativa e eu acho que a longo prazo

vamos ter mais áreas de formação que ultrapassam o que temos agora que é apenas de

âmbito escolar, passando também para um âmbito de qualificação. Eu acredito que isso

vai acontecer. Em 2012 o desemprego começa a aumentar substancialmente e é preciso

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criar formação para aumentar os níveis de escolaridade do grande número de pessoas

em situação de desemprego que continuamente se inscreviam nas Agências de Emprego

nomeadamente, as pessoas da construção. Houve um decréscimo na construção civil e

existiam pessoas que tinham começado a trabalhar muito novas e não tinham

escolaridade nenhuma por essa razão criam-se os cursos ABC - Aquisição Básica de

Competências, que são hoje o grande volume de trabalho que temos.

Entrevistador – Esse foi um momento de viragem na Rede?

Entrevistado – Foi, foi sem dúvida. Os primeiros cursos na Terceira foram adjudicados

a uma escola profissional, eu quase não sabia o que estava a acontecer quando percebo

que os cursos ABC já estavam a começar e já estavam a acabar e que era preciso

informaticamente inserir aquelas turmas todas, emitir diplomas e fazer toda a parte

técnica e administrativa daqueles cursos. Em janeiro de 2013 os cursos ABC passam

para nós, e é preciso fazer o recrutamento e seleção de formadores para trabalharem

connosco em regime de prestação de serviços, é preciso arrendar salas, é preciso

trabalhar manuais, material escolar, apoios financeiros aos formandos, convocar

formandos para reuniões... A grande luta ao longo destes anos foi fazer as pessoas

verem que precisavam de formação para poderem melhorar as suas vidas. Felizmente as

reuniões já são um bocadinho mais fáceis hoje em dia porque toda a gente já conhece

alguém que esteve em formação na Rede Valorizar e a maior parte já é mais recetiva, a

verdade é essa. Os cursos respeitam os referenciais de competências de um Reativar ou

de EFA mas têm uma duração mais curta e isso é muito aliciante para as pessoas. As

pessoas pensam que rapidamente vão concluir aquela etapa de ensino e vão estar aptas

para o mercado de trabalho porque aquilo que querem efetivamente é trabalhar. E aqui

estou eu passados 7 anos.

Entrevistador – E o que é que fazes diferente agora do que fazias naquela altura?

Entrevistado – Tudo. Naquela altura eu podia chegar ao serviço, tinha tempo para ler o

jornal, ver as notícias... É tudo completamente diferente. Desde a forma como se

procede ao atendimento das pessoas, a inscrição, o sistema informático... Sim, porque

inicialmente a Rede não tinha um sistema informático, era tudo à mão, era numa folha

de Excel que tínhamos os dados das pessoas. Depois passamos a ter um programa

informático muito arcaico, gostava de saber quem inventou aquilo! E recentemente

alteramos para um novo programa informático que ainda precisa de muitos

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aperfeiçoamentos e isso tudo dá algum trabalho. Na altura que se criou o primeiro

programa informático havia cerca 1000 inscrições e eu tive que as inserir todas no

sistema, depois conseguiu-se passar essas 1000 para o sistema novo não ficando tudo

completo, obviamente, e ainda havendo muito mas muito por fazer em termos de

atualização de dados e de tempo que não temos disponível para isso. Vamos levando o

barco consoante podemos. Atualmente temos mais de 4000 inscrições, faz muita

diferença. O trabalho em si mudou muito. Temos exigências do Sistema de Gestão da

Qualidade, nós não eramos certificados pela APCER, passámos a ser. Acho que na

primeira auditoria, tal como tu, eu também era estagiária, e à tua semelhança também

me safei bem. Passamos a ter essa certificação, o que também obriga a que haja uma

constante atualização dos documentos, um constante melhoramento e quase que parece

que quando nós já nos estamos a habituar a um determinado procedimento, vem um

novo procedimento porque falta sempre qualquer coisa e isso também não nos facilita o

trabalho porque depois temos que estar a recolher dados que não tínhamos. E tudo o que

é gestão da formação mudou, tudo. Não existiam dossiês técnico-pedagógicos, existiam

umas pastas onde estava a documentação. Se fores ver as primeiras inscrições da Rede,

tens inscrições que não têm cartão do cidadão ou não têm número de contribuinte,

número de segurança social era uma coisa que nem pensar pedir, pedias o certificado de

habilitações vias e nem digitalizavas, isto muito no início, depois passou a ser

obrigatória a digitalização dos documentos. Mudou tudo... E tu que estás cá desde

outubro já viste que há sempre mudanças e mais a fazer. E o nosso trabalho vive disso,

constantes mudanças e melhorias.

Entrevistador – Fala-me um pouco de como aprendeste a fazer o que fazes.

Entrevistado – A chefia não estava cá. A minha grande ajuda foi, sem dúvida, a Ana

Paula – uma colega de Cidadania – foi ela que me meteu a mão e que me foi ensinando

as coisas. Tanto que inicialmente nas primeiras saídas ela ia sempre comigo, eu sabia

que tinha que ir porque eu é que era a Profissional de RVC, mas ela ia comigo, tinha

esse cuidado e nós fazíamos as sessões as duas. Mas lembro-me que comecei a 1 de

outubro e a 30 de outubro fiz a minha primeira reunião sozinha, assisti a uma e a partir

daí fiz eu mas sempre com o apoio da Ana Paula. Não é que as colegas não me

ajudassem porque também me explicavam e também me ensinavam quando eu tinha

dúvidas mas o grande pilar e aquela pessoa que estava sempre ali quando eu precisava

era ela. Ainda hoje que já não trabalha connosco quando eu tenho alguma dúvida mais

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pontual é a ela que eu ligo porque além de ser uma excelente colega tornou-se também

uma amiga. De que forma é que a minha formação de base ajudou? Sem dúvida que

ajudou. Claro que também tem a ver com a nossa predisposição para aprender e fazer,

se eu viesse para aqui com o espírito de estagiária não tinha aprendido e se calhar hoje

não estaria aqui. Eu não queria ter esse espírito, queria ser uma trabalhadora e

funcionária como qualquer outra que estivesse aqui e acho que isso também se

percebeu. Era muito fácil trabalhar aqui porque havia trabalho mas era um trabalho que

conseguias fazer com calma, ter as coisas organizadas e direitas porque as exigências

eram muito poucas, nem um quarto das exigências que tens hoje. E depois com o

aumentar do volume de trabalho não houve correspondência com os recursos humanos e

é uma bola de neve, a omnipresença não existe. Há um filho que nasce e que foi uma

decisão minha, em 2013, a quem eu tenho necessariamente que dar atenção e já não

podia trabalhar até as nove da noite porque tinha um bebé em casa que precisava de

mim. Os nórdicos nesse aspeto são muito práticos, se trabalhas mais horas que aquelas

que são o teu horário de trabalho é porque não estás a trabalhar bem. É muito português

aquela coisa de para trabalhares bem tens que trabalhar mais horas do que aquelas que

são o teu horário de trabalho. Mas se nós conseguirmos rentabilizar aquele que é o

nosso volume de trabalho com aquele que é o nosso horário... Pontualmente num

acréscimo justifica-se. Mas por regra, se o teu horário é sair às 17h e ficas

constantemente até às 20h é porque alguma coisa não está a correr bem. E eu também

comecei a pensar assim sobretudo na altura que estava com redução de horário devido à

amamentação, passei a gerir o tempo de outra forma, cortei na hora de almoço - comia

qualquer coisa e continuava a trabalhar – e tenho o orgulho de dizer que não houve nada

que o chefe pedisse que não estivesse feito, tive também essa sorte. Eu não queria

descurar o meu filho, a minha família nem o meu trabalho e por isso tive que trabalhar

muito para compensar aquelas duas horas que tinha de sair. O trabalho é importante, faz

parte da tua vida mas a tua família é tão ou mais importante e que tens que trabalhar

pelos dois mas numa fase em que foste mãe há pouco tempo e tens que dar atenção à

família, sentes uma pressão para continuar a ser a profissional que eras e eu senti um

bocadinho isso. Iam ficando coisas para trás, questões administrativas – o papel ficava

para trás - as pessoas não ficavam para trás, o início da formação, os pagamentos não

ficavam para trás. E muitas das nossas dificuldades atualmente também vêm daí, que é o

faltar "papel"; eu reconheço que muitas das falhas em termos de dossiês pedagógicos

são precisamente porque eu descurei a parte do papel em detrimento das pessoas.

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Entrevistador – Que tarefas fazes atualmente?

Entrevistado – Eu agora partilho muitas tarefas que antes eram só minhas. Nos últimos

meses já me saiu muita coisa de cima, não posso dizer que continuo exatamente como

era antes porque não é verdade. O facto de te ter a ti e ter a Manuela, somos três a

trabalhar e ainda assim chegamos à conclusão que nem sempre conseguimos ter tudo

em dia e somos três. Agora, o que é que eu fazia? Atendimento, inscrições, contactos,

recrutamento e seleção de formadores, pagamentos de formandos e formadores, folhas

de pagamento, organização dos dossiês pedagógicos, organização dos manuais, o que é

que é necessário em termos de material escolar... Serviços externos, reuniões de

acolhimento, procedimentos concursais da administração pública na Agência de

Emprego, contactos com os colegas quer da APQE quer da Segurança Social por causa

dos nossos utentes... Há muitas solicitações, tu sabes, as pessoas também já te começam

a procurar e isso para mim é muito bom. Mais... Tudo o que é gestão da formação nós

estamos a fazer e a conseguir paulatinamente colocar as coisas mais certinhas em

termos de gestão. Toda a organização dos pagamentos dos formandos é feita por nós, os

pagamentos dos formadores e todas as folhas de pagamentos, preocupação com

declarações da Segurança Social e Finanças é da minha responsabilidade, para envio ao

coordenador. O recrutamento e seleção dos formadores, o contacto com as instituições

para o arrendamento de salas para formação, os problemas que surgem com as entidades

também têm que ser resolvidos, os problemas que surgem e decisões em relação aos

limites de faltas também têm que ser tomados pelo coordenador e por uma questão

prática são tomadas por nós. Enfim, também devido ao facto de não haver um chefe

presente fisicamente faz com que o TORV, quer aqui quer no Faial, tenha competências

de coordenação que não deveria ter ou que pelo menos deveria ter o cargo para as

funções que exerce. A diferença entre a Terceira e o Faial é que enquanto nós aqui na

Terceira não conseguimos dar resposta tão rápida quanto gostaríamos apesar do volume

de formação a meio de 2017 já ser superior ao total de formações no ano de 2016, no

Faial, o colega tem outro problema, ele não tem pessoas suficientes, ele tem que ir à

procura delas. Então muito do trabalho dele passa por dinamizar sessões para dar a

conhecer o nosso trabalho e para chamar pessoas à formação - protocolos com Câmaras,

com hospital, com instituições - para ter e dar continuidade ao serviço. Para além de ser

um serviço ainda mais periférico ele ainda tem de fazer deslocações às Flores e ao

Corvo com alguma regularidade que são as ilhas mais ocidentais da Europa.

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Entrevistador – Descreve-me um dia de trabalho.

Entrevistado – Nunca são iguais. Eu penso que nós diariamente aprendemos coisas

novas, pelo contacto com pessoas, pelo trabalho com os formadores externos que têm

diferentes personalidades e nós temos que gerir pessoas. Não é só gerir os formandos

que são difíceis de gerir, mas gerir também uma equipa de formação e tentar ser justo

com todos, tratando por igual na medida da desigualdade. Acho que todos os dias

aprendo a ser uma pessoa melhor... Ou tento aprender a ser uma pessoa melhor, uma

profissional melhor. Há dias que sinto que sou boa profissional outro que sinto que não

sou tão boa profissional, também depende do nosso estado de espírito, de como o dia

flui, há dias que sinto que fiz tanto, há dias que sinto que não fiz nada. Mas isso também

tem a ver com o tipo de trabalho que nós fazemos porque se nós estamos a atender

pessoas não fica nada feito em termos de papel, mas passamos imenso tempo a atender

telefones e pessoas e não se traduz em nada, não tens nada que comprove que atendeste

pessoas, que resolveste problemas que muitas vezes até nem são da competência direta

da Rede, mas tiveste a paciência de ouvir aquela pessoa e encaminhá-la corretamente e

responder aquelas que são as necessidades delas... E o tempo foge, chegamos ao final do

dia e até parece que não fizemos nada. Mas fizemos, há um telefonema, há que

responder a e-mails, há pontas soltas para acabar e há um post-it que está ali para

resolver e isso quase que não se traduz em nada. Eu tenho uma teoria, ninguém produz

100% todos os dias e todos nós temos aqueles dias que produzimos mais e dias em que

produzimos menos mas o que interessa é produzir e que os objetivos sejam atingidos e

os prazos cumpridos. Se nós chegarmos ao final da semana e o que estava planificado

para aquela semana estiver concretizado já vou à sexta-feira à noite para casa mais

tranquila. Claro que muitas vezes planeamos a semana mas depois há qualquer coisa

mais prioritária que se mete à frente e é preciso mudar o trajeto do planeamento e depois

voltar a ele. Vai sendo um pouco assim.

Entrevistador – Como caraterizas a tua relação com os colegas e com as chefias?

Entrevistado – Com as chefias tenho um excelente relacionamento. Sinto que tenho

muito bom relacionamento com a chefia direta, com o Dr. Acir, sinto que a minha

opinião é muito respeitada, que ele ouve e percebe aquilo que eu digo. Faz falta que a

chefia esteja presente mais vezes mas sinto que ele confia muito no meu trabalho e no

trabalho da equipa e que ele sabe que eu estou aqui a orientar as tropas e que não deixo

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que a casa vá abaixo. E eu acho que ele acaba por vir cá menos vezes porque sabe isso;

se ele sentisse que a casa estava em risco de ruir ele tinha que vir mais vezes e acho que

é isso que faz com que ele sinta confiança. Relativamente aos colegas, com a parte da

equipa que trabalha mais diretamente comigo na parte da gestão da formação, o

relacionamento é muitíssimo bom. Conseguimos gerir, ajudar-nos e eu consigo sentir o

verdadeiro espírito de equipa. Com a equipa formativa interna o relacionamento não é

tão bom porque há regras para cumprir, há trabalho que tem que ser feito, há objetivos

que têm que ser atingidos e pelo facto de a chefia não estar cá acabo eu por, de uma

forma subtil porque sou colega não sou chefia, chamar a atenção do que tem que ser

feito e isso acaba por não ser muito bem visto e provoca alguns atritos que não são

muito fáceis de gerir. Mas eu vou gerindo e aguento muito bem com eles, não tenho

problema nenhum. Também sei que seria mais fácil para mim exigir certas e

determinadas coisas se houvesse aqui um cargo de coordenação. Relativamente à equipa

externa de formação, ou seja os formadores que estão em regime de prestação de

serviços, o relacionamento é bom, vêem-me como chefe embora eu já lhes tenha dito

que não sou chefe, sou colega. Penso que me respeitam, no entanto, há sempre arestas

para limar, há sempre melhorias que têm que ser feitas mas a verdade é que todos eles

são recetivos a isso. A equipa de momento é uma boa equipa, temos bons profissionais.

Independentemente dos feitios serem diferentes, a verdade é que o trabalho que é feito é

bem feito, havendo pontos para melhorar como sempre no meu trabalho e no de todos,

neste momento temos a sorte de ter bons profissionais a trabalhar connosco e isso faz

com que o nosso trabalho seja mais fácil.

Entrevistador – Refletes sobre o trabalho feito?

Entrevistado – Vou refletindo ao longo do dia. Depois de sair daqui quando estou a

cozinhar, a tomar duche ou a fazer qualquer tarefa da casa estou a pensar em situações

do trabalho, de como agilizar este processo ou resolver este problema. Acordo durante a

noite e lembro-me que tenho que fazer isto e aquilo, que me esqueci de qualquer coisa.

Mentiria se dissesse que não pensava. Aliás, tu sabes que eu fui de férias para fora do

país e havia uma auditoria que teria de ser feita por ti com um auditor externo da

APCER, era uma auditoria de muita responsabilidade, fui eu que propus que fosses tu a

fazê-la porque sabia que tinhas as condições para isso mas ao mesmo tempo também

estava receosa. Só consegui ter o telemóvel desligado depois desse dia e depois de saber

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que tinha corrido bem. Este serviço também é um bocadinho de mim, é a minha casa

também, e não quero que nada aconteça.

Entrevistador – O que é que ainda te falta fazer a nível de trabalho?

Entrevistado – Tanta coisa! Falta-me fazer muita coisa, nem te sei dizer. Nesta área da

formação, eu gostaria de abrir mais o leque formativo. Acho que era muito importante,

nós abrirmos para além da formação escolar que é essencial e muito importante,

começarmos a termos formações para quem já tem a qualificação mas gostaria de uma

reconversão de carreira. As habilitações que têm não são suficientes para as exigências

do mercado de trabalho, e é preciso melhorar ao nível das línguas estrangeiras porque o

turismo está a crescer e cada vez a ter mais exigências a esse nível. Então vamos ter um

plano de formação que inclua as línguas estrangeiras, as competências a nível das TIC

que são cada vez mais pedidas; não entras numa loja que não tenha um computador e as

pessoas têm que saber trabalhar com um sistema de faturação, introdução dos produtos,

etc. Tens sempre a tecnologia associada a tudo, e eu penso que é importante investir

nessa área. Investir também na área das competências sociais e pessoais, as pessoas às

vezes até têm o 12.º ano mas depois percebes que faltam conhecimentos que deveriam

fazer parte da pessoa, da educação, do saber estar, do saber ser, do saber fazer. Falta

formação de cidadania, de conhecer as coisas e as pessoas, as pessoas não se sabem

apresentar numa entrevista. Falta isso! Em termos profissionais, é engraçado que não

me imagino neste momento a trabalhar noutra área. Mas não vou dizer nunca e se surgir

algum desafio que eu considere que vou estar apta e que vou ser feliz a fazê-lo não

tenho problema nenhum mas para já sou muito feliz a fazer o que faço. Se calhar daqui

a 5 ou 6 anos posso não pensar assim, e a verdade é que sou muito feliz também porque

o nosso trabalho não é monótono. Se neste momento eu fizesse exatamente o mesmo

trabalho, tivesse as mesmas responsabilidades que em 2010, garanto que já não estaria

aqui, já teria pedido transferência para outro serviço. Mas a verdade é que todos os dias

são diferentes, todos os dias aparecem pessoas diferentes. E há um reconhecimento do

nosso trabalho, as pessoas gostam do nosso trabalho. Neste momento posso dizer que

estou muito bem e não sinto necessidade nenhuma de sair daqui.

Entrevistador – Obrigada!

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ANEXO VII - Análise de conteúdo - Entrevista II

Tema: As funções, atividades e tarefas do TORV

Objetivo Geral: Perceber a perspetiva da TORV sobre o seu trabalho

Objetivos Específicos: Aprofundar o conhecimento sobre as tarefas e atividades da

TORV; Compreender as caraterísticas inerentes a este trabalho.

Data: 1 de junho de 2017

Local: Rede Valorizar

Duração: 1 hora

Categorias Sub-categorias Unidades de Registo

A – Percurso Académico

- Conhecer melhor a formação

básica da TORV

- Compreender em que medida o

percurso profissional influenciou

a formação contínua

"Quando fiz a candidatura à

Universidade decidi que a minha

formação académica iria passar

por Direito (…) rapidamente

percebi que a metodologia que a

faculdade usava não se coadunava

com aquilo que eu era (…) um

curso que eu nunca tinha pensado

e que começou a aparecer

recorrentemente no Expresso era

Gestão de Recursos Humanos (…)

A minha melhor nota, por

coincidência sem saber que iria

trabalhar na área da formação, foi

exatamente 19 valores a Gestão e

Formação de Recursos Humanos."

" Inscrevi-me na Universidade dos

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Açores para fazer um Mestrado

em Ciências Económicas e

Empresariais com especialização

em Recursos Humanos (…) É um

projeto para concluir, neste

momento ainda não (…)

anualmente tenho tido

oportunidades de fazer formação

no âmbito do serviço (…) Uma

formação muito interessante que

fui o ano passado e que senti

necessidade de fazer, foi sobre a

gestão de conflitos com os utentes

(…)"

B – Percurso Profissional

-Perceber que funções, atividades

e tarefas a TORV desempenha

-Averiguar como aprendeu estas

funções, atividades e tarefas

-Compreender a gestão de tempo

realizada pela TORV

-Aprofundar o conhecimento

sobre as relações inter-pessoais

existentes na Rede Valorizar

" A primeira experiência

profissional foi o estágio. E tive a

sorte de ser um excelente estágio

(…) aprendi a atender telefones,

fazer chamadas, convocar pessoas

para entrevistas ou convocar as

pessoas para aquilo que era

necessário, aprendi a contactar os

serviços (…) contactaram-me para

a entrevista e lá fui eu, era uma

empresa de contabilidade. Aquilo

que me propuseram eu aceitei e

trabalhei 6 meses nessa empresa.

Cheguei à conclusão que não

gosto de trabalhar com pessoas

desonestas, que não gosto de

contabilidade – gosto de trabalhar

com pessoas não gosto de

trabalhar com números (…) tinha

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um amigo que trabalhava num

aviário e disse-me que eles

estavam a precisar de alguém na

área administrativa, recursos

humanos, contabilidade. Fui lá

entreguei o currículo, falei com o

dono da empresa. Começo lá e

estive lá um mês e meio. Um mês

e meio que foi a pior experiência

profissional que alguém pode ter

(…) o Diretor Regional vê o meu

currículo na plataforma (nesse ano

já era na plataforma digital) e liga

para o Dr. Acir e falou-lhe numa

candidata ao Estagiar L e pediu-

lhe que me ligasse. Ele falou

comigo, veio cá, convidou-me

para vir aqui à Rede, conheci as

colegas, na altura era um serviço

muito mais pequenino e com

menos valências. E eu estava

muito indecisa entre ir para os

recursos humanos do Hospital e

vir para aqui porque eu não

conhecia a Rede, a verdade é essa.

Fui pesquisar para a Internet, falei

com ele, gostei dele e pronto

decidi que ia para a Rede

Valorizar e foi assim, cá estou."

" A equipa era muito pequenina na

altura, tínhamos duas formadoras

a meio tempo, três formadoras a

tempo inteiro e eu. Inicialmente as

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colegas faziam o atendimento

comigo e as inscrições eram

folhas de papel que nós dávamos

ao utente para ele preencher ou

nós preenchíamos, havia uma

listagem que era uma folhinha

com linhas onde se colocava o

número do utente à mão e o nome

e depois passava-se para uma

folha de Excel com aquele

número, o nome, o contacto

telefónico e o nível de

escolaridade ao qual o utente se

candidatava (…) A diferença era

abismal em termos de volume de

trabalho, era muito menos

trabalho e também a população

era muito diferente porque era

esmagadoramente trabalhadora

(…) Era preciso ir para a Base

fazer reuniões e explicar os

processos, as formas de trabalho e

as formas de conclusão aos

trabalhadores da Base Americana

lá ia eu, era preciso fazer reuniões

sobre os RVCC Profissionais na

Câmara do Comércio lá ia eu (…)

Em 2012 o desemprego começa a

aumentar substancialmente e é

preciso criar formação para

aumentar os níveis de

escolaridade do grande número de

pessoas em situação de

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desemprego que continuamente se

inscreviam nas Agências de

Emprego nomeadamente, as

pessoas da construção. Houve um

decréscimo na construção civil e

existiam pessoas que tinham

começado a trabalhar muito novas

e não tinham escolaridade

nenhuma por essa razão criam-se

os cursos ABC - Aquisição Básica

de Competências, que são hoje o

grande volume de trabalho que

temos."

" Foi, sem dúvida, um momento

de viragem para a Rede (…) A

grande luta ao longo destes anos

foi fazer as pessoas verem que

precisavam de formação para

poderem melhorar as suas vidas

(…)"

(Diferenças no trabalho

realizado) "Tudo. É tudo

completamente diferente (…)

inicialmente a Rede não tinha um

sistema informático, era tudo à

mão, era numa folha de Excel que

tínhamos os dados das pessoas.

Depois passamos a ter um

programa informático muito

arcaico (…) recentemente

alteramos para um novo programa

informático que ainda precisa de

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muitos aperfeiçoamentos e isso

tudo dá algum trabalho (…)

Atualmente temos mais de 4000

inscrições, faz muita diferença. O

trabalho em si mudou muito."

" A chefia não estava cá. A minha

grande ajuda foi, sem dúvida uma

colega de Cidadania – foi ela que

me meteu a mão e que me foi

ensinando as coisas (…) lembro-

me que comecei a 1 de outubro e a

30 de outubro fiz a minha

primeira reunião sozinha (…)

também tem a ver com a nossa

predisposição para aprender e

fazer, se eu viesse para aqui com o

espírito de estagiária não tinha

aprendido e se calhar hoje não

estaria aqui (…)"

" O que é que eu faço?

Atendimento, inscrições,

contactos, recrutamento e seleção

de formadores, pagamentos de

formandos e formadores, folhas de

pagamento, organização dos

dossiês pedagógicos, organização

dos manuais, o que é que é

necessário em termos de material

escolar... Serviços externos,

reuniões de acolhimento,

procedimentos concursais da

administração pública na Agência

de Emprego, contactos com os

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colegas quer da APQE quer da

Segurança Social por causa dos

nossos utentes... Há muitas

solicitações (…) Tudo o que é

gestão da formação nós estamos a

fazer (…) a organização dos

pagamentos dos formandos é feita

por nós, os pagamentos dos

formadores e todas as folhas de

pagamentos, preocupação com

declarações da Segurança Social e

Finanças é da minha

responsabilidade, para envio ao

coordenador. O recrutamento e

seleção dos formadores, o

contacto com as instituições para

o arrendamento de salas para

formação, os problemas que

surgem com as entidades também

têm que ser resolvidos, os

problemas que surgem e decisões

em relação aos limites de faltas

também têm que ser tomados pelo

coordenador e por uma questão

prática são tomadas por nós (…)

também devido ao facto de não

haver um chefe presente

fisicamente faz com que o TORV

tenha competências de

coordenação que não deveria ter

ou que pelo menos deveria ter o

cargo para as funções que exerce

(…)"

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(Em relação aos dias de trabalho)

"Nunca são iguais. Eu penso que

nós diariamente aprendemos

coisas novas, pelo contacto com

pessoas, pelo trabalho com os

formadores externos que têm

diferentes personalidades e nós

temos que gerir pessoas. Não é só

gerir os formandos que são

difíceis de gerir, mas gerir

também uma equipa de formação

e tentar ser justo com todos,

tratando por igual na medida da

desigualdade. (…) há dias que

sinto que fiz tanto, há dias que

sinto que não fiz nada. Mas isso

também tem a ver com o tipo de

trabalho que nós fazemos porque

se nós estamos a atender pessoas

não fica nada feito em termos de

papel mas passamos imenso

tempo a atender telefones e

pessoas e não se traduz em nada,

não tens nada que comprove que

atendeste pessoas, que resolveste

problemas que muitas vezes até

nem são da competência direta da

Rede mas tiveste a paciência de

ouvir aquela pessoa e encaminhá-

la corretamente e responder

aquelas que são as necessidades

delas (…)"

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" Com as chefias tenho um

excelente relacionamento. Faz

falta que a chefia esteja presente

mais vezes mas sinto que ele

confia muito no meu trabalho e no

trabalho da equipa e que ele sabe

que eu estou aqui a orientar as

tropas (…) Relativamente aos

colegas, com a parte da equipa

que trabalha mais diretamente

comigo na parte da gestão da

formação, o relacionamento é

muitíssimo bom. Conseguimos

gerir, ajudar-nos e eu consigo

sentir o verdadeiro espírito de

equipa. Com a equipa formativa

interna o relacionamento não é tão

bom porque há regras para

cumprir, há trabalho que tem que

ser feito, há objetivos que têm que

ser atingidos e pelo facto de a

chefia não estar cá acabo eu por,

de uma forma subtil porque sou

colega não sou chefia, chamar a

atenção do que tem que ser feito e

isso acaba por não ser muito bem

visto e provoca alguns atritos que

não são muito fáceis de gerir.

Relativamente à equipa externa de

formação, ou seja os formadores

que estão em regime de prestação

de serviços, o relacionamento é

bom (…)"

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C – Perspetiva futura

- Saber as ambições da TORV

sobre o seu futuro profissional

"Depois de sair daqui quando

estou a cozinhar, a tomar duche ou

a fazer qualquer tarefa da casa

estou a pensar em situações do

trabalho, de como agilizar este

processo ou resolver este

problema. Mentiria se dissesse

que não pensava (…)"

(Sobre o que ainda lhe falta fazer

a nível profissional)

" Falta-me fazer muita coisa, nem

te sei dizer. Nesta área da

formação, eu gostaria de abrir

mais o leque formativo (…)

vamos ter um plano de formação

que inclua as línguas estrangeiras,

as competências a nível das TIC

que são cada vez mais pedidas;

não entras numa loja que não

tenha um computador (…)

pessoas que às vezes até têm o

12.º ano, mas depois percebes que

faltam conhecimentos que

deveriam fazer parte da pessoa, da

educação, do saber estar, do saber

ser, do saber fazer. Falta formação

de cidadania, de conhecer as

coisas e as pessoas, as pessoas não

se sabem apresentar numa

entrevista (…)"

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ANEXO VIII: Tabela descritiva das atividades realizadas no estágio

ATIVIDADES OBJETIVOS DIFICULDADES APOIO

Reuniões de

diagnóstico RVCC

Esclarecer os adultos

inscritos na Rede

Valorizar acerca das

opções de

encaminhamento.

A dificuldade desta

atividade dependia

de cada grupo, sendo

que por vezes, os

grupos

demonstravam mais

dificuldade em

compreender a

informação que

estava a ser

transmitida. Perante

esta situação a

TORV optava

sempre por adaptar o

seu discurso ao

grupo presente ou

fazer um intervalo a

meio da sessão.

Eu estive presente

em todas as reuniões

de diagnóstico

realizadas na Rede

Valorizar durante

todo o período de

estágio, apenas

acompanhando a

TORV ao fazer

pequenas

intervenções

ocasionais. No

último mês em que

estive na Rede

Valorizar, a TORV

deu-me a

oportunidade de

realizar uma sessão

sozinha, contando

apenas com o auxílio

da mesma.

Correção de testes

diagnósticos

Avaliar a escrita e

experiências de vida

de cada formando;

Perceber se o

formando tem perfil

para integrar um

processo RVCC.

Por vezes, apenas

através da escrita

não era possível

definir o perfil do

adulto, sendo que

deixava a decisão

em aberto até

realizar a entrevista

diagnóstica.

De início, a TORV

facultou-me um

exemplo de um teste

diagnóstico

corrigido pela

mesma. De seguida,

sempre que era

necessário, eu

corrigia e dava o

meu parecer

autonomamente.

Entrevistas de

diagnóstico RVCC

Definir o perfil do

adulto para eventual

integração num

processo de RVCC.

Tal como em todas

as entrevistas, o

sucesso da mesma

depende do

entrevistado. Neste

caso, deparei-me

com vários perfis de

adultos: os que têm

experiências de vida

e referem as

mesmas; os que têm

as experiências de

vida mas que não as

referem em

entrevista; os que

As primeiras

entrevistas de

diagnóstico que

realizei na Rede

Valorizar foram no

segundo mês de

estágio - novembro

de 2016. Assisti a

uma entrevista

realizada pela TORV

e de seguida

executei esta

atividade diversas

vezes durante os

meses em que

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não têm experiências

de vida nem

demonstram

motivação de

frequentar um

RVCC; e, os que não

têm experiências de

vida mas que

demonstram uma

forte motivação em

frequentar este

processo. Desta

forma por vezes não

era simples e linear o

processo de

encaminhar o adulto.

frequentei a Rede

Valorizar.

Encaminhamento de

adultos

Dar resposta ao

adulto inscrito na

Rede Valorizar de

acordo com aquilo

que são as suas

expectativas.

O processo de

encaminhamento

torna-se difícil no

sentido em que, por

vezes, as expetativas

do adulto não são

cumpridas. Isto

acontece, em

diversos casos,

porque o adulto quer

a resposta mais

rápida, no entanto

esta pode não ser a

mais adequada ao

mesmo.

Apesar de ter

começado a dar

parecer a

diagnósticos no

segundo mês de

trabalho na Rede

Valorizar, apenas

senti que tinha

autonomia para

encaminhar sozinha

os adultos a partir do

mês de dezembro.

Até esse momento

sempre que realizava

uma entrevista pedia

auxílio à TORV para

encaminhar a pessoa

em questão.

Primeira sessão-

RVCC

Transmitir aos

formandos todas as

informações

necessárias para o

início do processo de

RVCC.

As dificuldades

desta sessão eram

essencialmente duas:

o excesso de

informação

transmitido aos

formandos e a

duração da sessão.

Como primeira

sessão do processo

de RVCC era

necessário transmitir

aos formandos todos

os aspetos

importantes deste

processo, fazendo já

Eu acompanhei a

TORV em todas

estas sessões

realizadas entre

outubro de 2016 e

maio de 2017. Ao

longo destes meses

não me senti

preparada para

realizar nenhuma

destas sessões

sozinha,

considerando o

excesso de

informação a ser

transmitida aos

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uma breve

abordagem de cada

área de competência

e respetivos núcleos

geradores. Desta

forma, a sessão

caraterizava-se por

ser bastante longa, o

que fazia com que

alguns formandos se

sentissem

sobrecarregados pelo

excesso de

informação.

formandos.

Convocatórias

telefónicas

Informar os

formandos do início

de formação; Marcar

reunião diagnóstica.

As principais

dificuldades desta

atividade eram:

compreender o

adulto que está do

outro lado; o local

onde o adulto se

encontra por vezes

dificulta a

comunicação

telefónica; falta de

respeito por parte do

adulto.

Esta foi uma

atividade que fiz

desde o início do

estágio ao fim

sozinha, a TORV

apenas me indicava

que informações

eram necessárias

transmitir aos

adultos.

Reuniões

diagnósticas - cursos

ABC

Apresentar a Rede

Valorizar aos adultos

inscritos na APQE;

Dar a conhecer as

ofertas formativas da

Rede Valorizar;

Definir perfil de

cada adulto de

acordo com o

diagnóstico.

Para estas sessões

eram enviadas

convocatórias da

APQE para adultos

desempregados que

não tenham

completado o 4.º, 6.º

ou 9.º ano de

escolaridade, e eram

conduzidas por uma

técnica de formação

da Agência e a

TORV. A principal

dificuldade destas

sessões era o

comportamento dos

formandos, que não

aceitam a formação

que lhes é oferecida.

As primeiras sessões

desta natureza que se

realizaram durante a

minha presença na

Rede Valorizar

foram em janeiro de

2017. Eu estive

presente em todas,

sendo que a TORV

deu-me a

oportunidade de

conduzir duas delas.

Início dos grupos

ABC

Recolher a

documentação

necessária para a

inscrição dos

A principal

dificuldade desta

atividade foi,

sobretudo, a falta de

Realizei esta

atividade em

conjunto com a

TORV desde o

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formandos no

sistema da Rede

Valorizar;

Relembrar as regras

e normas dos cursos

ABC.

motivação em

frequentar formação

por parte dos

formandos.

início do estágio.

Mais tarde, no mês

de fevereiro e devido

ao volume de

trabalho existente,

conduzi sozinha pela

primeira vez uma

sessão desta

natureza.

Mapas de

pagamentos dos

formandos em

cursos ABC

Gerir o valor dos

apoios financeiros

atribuídos aos

formandos em

cursos ABC;

Monitorizar os

formandos que

frequentam a

formação.

Esta era uma

atividade que apesar

de ser simples exige

bastante atenção e

concentração. Era

necessário ter em

atenção os mapas de

assiduidades

elaborados por cada

formador e verificar

as faturas relativas a

transportes públicos

de cada formando. A

minha principal

dificuldade ao

elaborar esta

atividade foi o facto

de ser interrompida

muitas das vezes.

No meu primeiro

mês na Rede

Valorizar, a TORV

encarregou-se de me

ensinar como

processava estes

mapas, sendo que no

mês seguinte quando

realizei esta

atividade foi com o

apoio da mesma. A

partir desse

momento, no início

de cada mês, eu

estava encarregue de

realizar esta tarefa

autonomamente.

Inquéritos de

avaliação do

processo

Conhecer a opinião

dos formandos sobre

o processo de

formação.

Estes inquéritos

eram realizados no

final da ação de

formação sendo que

muitas vezes os

formandos têm

dificuldade em

compreender o

inquérito,

principalmente

quando nos

referimos aos

formandos inseridos

em cursos ABC.

Esta também foi

uma atividade que

realizei desde o

início do estágio até

ao fim. A primeira

vez, a TORV esteve

comigo a dar-me as

indicações

necessárias, após

esse momento eu

apliquei estes

inquéritos sozinha

sempre que cada

grupo terminava.

Esta passou a ser

uma atividade que

era exclusivamente

da minha

responsabilidade.

Inserir dados no

Sistema Informático

da Rede Valorizar

Completar o

processo digital de

cada formando;

Nesta atividade a

principal dificuldade

que senti foi a nível

Uma das primeiras

tarefas que me foi

proposta na Rede

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Organizar a

informação no

sistema; Gerir as

ações de formação

decorrentes.

informático, uma

vez que o sistema é

novo e muitas das

funcionalidades não

estavam ativas o que

por vezes fazia com

que não fosse

possível colocar as

informações

corretamente e

atempadamente.

Valorizar foi esta. A

TORV ensinou-me

as principais

funcionalidades do

sistema e desde esse

momento sempre fiz

tudo no sistema

sozinha, sendo que,

inclusive, deparei-

me com novos

campos que a

própria TORV ainda

não tinha explorado.

Tabelas com pedidos

de diplomas e

certificados

Preencher uma

tabela em Excel com

os dados de cada

formando que valida

e certifica todas as

competências.

Ao executar esta

atividade não me

deparei com

quaisquer

dificuldades, sendo

que a executei

diversas.

A primeira vez que

realizei esta tarefa

foi sozinha, a TORV

apenas que me deu

um exemplo de

como deveria ser

feito. Após esse

primeiro momento

sempre que era

necessário, eu

realizava esta

atividade de forma

autónoma e rápida.

Atendimento de

chamadas

telefónicas

Esclarecer as

questões colocadas

pelos adultos que

contactam a Rede

Valorizar.

A esta atividade

estavam inerentes

diversas

dificuldades, tais

como: dificuldade

em compreender o

adulto que está do

outro lado; o local

onde o adulto se

encontra por vezes

dificulta a

comunicação

telefónica; falta de

respeito por parte do

adulto.

No começo quando

atendia chamadas

telefónicas muitas

das vezes não

conseguia esclarecer

as dúvidas

necessárias e por

essa razão a TORV é

que acabava por

comunicar com os

adultos. Mais tarde,

sensivelmente a

partir do mês de

dezembro, comecei a

promover em mim

própria a autonomia

e a adquirir os

conhecimentos

necessários para

atender chamadas

sem auxílio.

Atendimento de

público

Dar informações

sobre as ofertas

formativas da Rede

Tal como no

atendimento

telefónico, também

Tal como aconteceu

com o atendimento

telefónico, também

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Valorizar; Inscrever

os formandos na

Rede Valorizar.

no atendimento

pessoal surgiram

alguns

constrangimentos: a

falta de respeito por

parte do público;

dificuldade em

compreender que

informações o

público necessita;

muitas vezes era

necessário explicar a

mesma informação

de formas diversas

para que o adulto

compreenda.

só comecei a fazer

sozinha o

atendimento pessoal

dos adultos a partir

do mês de dezembro.

Até lá, fiz

pontualmente

algumas inscrições

juntamente com a

assistente

administrativa e com

a TORV. Na reta

final do estágio, o

atendimento pessoal

já era para mim uma

das atividades

diárias rotineiras.

Organização de

material pedagógico

Organizar o material

necessário para os

formadores da Rede

Valorizar utilizarem

nas sessões de

formação.

Esta é uma atividade

que não exigia a

mobilização de

conhecimentos

cognitivos, uma vez

que era caraterizada,

sobretudo, pela

execução de

fotocópias e

organização das

mesmas.

Quando cheguei à

Rede Valorizar, esta

atividade era feita

pela assistente

administrativa

exclusivamente. No

entanto, e perante o

volume de trabalho

existente, esta

atividade foi

dividida comigo.

Ofícios Comunicar com os

formandos da Rede

Valorizar.

Esta atividade não

envolvia

dificuldades

relevantes, sendo

bastante rotineira.

Nos primeiros meses

de trabalho fiz, por

diversas vezes,

ofícios endereçados

a formandos da Rede

Valorizar

(encerramento de

processo, envio de

diploma e

certificado,

comunicação de

início de formação).

A primeira vez que

realizei esta

atividade foi a

TORV que me

transmitiu as

indicações de como

teria de ser feito, no

entanto, sempre que

eu tinha alguma

dúvida esclarecia

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com a assistente

administrativa, que

estava encarregue da

realização de ofícios.

Organização de

dossiês técnico-

pedagógicos

Gerir toda a

documentação

relativa a cada grupo

de formação.

A principal

dificuldade em

manter os dossiês

técnico-pedagógicos

organizados era o

atraso na entrega de

documentação por

parte dos

formadores. Para

realizar esta

atividade era

necessário ter em

atenção diversos

fatores, em

particular verificar

que a documentação

presente estava toda

corretamente

assinada e datada.

Esta também foi

uma atividade que

comecei a executar

nos primeiros meses

na Rede Valorizar.

Tal como as

restantes,

primeiramente a

TORV transmitiu-

me como deveria ser

feito e após essa

explicação fiz esta

atividade de forma

autónoma sempre

que necessário.

Reuniões de equipa Transmitir novos

procedimentos à

equipa da Rede

Valorizar.

Estas reuniões eram

realizadas

pontualmente

aquando das visitas

do coordenador à

Rede em Angra do

Heroísmo e eram

caraterizadas

sobretudo pela

transmissão e troca

de ideias entre a

equipa, sendo que

não haviam grandes

dificuldades a

enfrentar.

As reuniões eram

realizadas em equipa

conduzidas pelo

coordenador da

Rede, onde cada

elemento tinha a

liberdade de

apresentar as suas

propostas e fazer o

ponto de situação do

trabalho realizado.

Ideia Jovem Invest -

reunião, entrevistas

Apresentar o

programa Ideia

Jovem Invest aos

jovens inscritos na

APQE; Definir o

perfil dos mesmos

para integração no

programa;

Selecionar doze

jovens para o

programa.

A sessão de

apresentação do

Ideia Jovem Invest

contou com a

presença de jovens

com idades até aos

30 anos

desempregados

inscritos na APQE.

Não identifiquei

dificuldades nesta

sessão, o público

A sessão foi

conduzida por uma

técnica de formação

da Agência e pela

TORV, eu estive

presente e também

pude partilhar uma

experiência pessoal

relacionada com o

programa que estava

a ser apresentado.

Para as entrevistas,

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demonstrou interesse

no que estava a ser

apresentado, a

sessão foi breve e

sucinta. No fim da

sessão cada jovem

era livre de se

candidatar ao

programa. Para os

jovens que se

candidataram foram

realizadas

entrevistas com o

objetivo de definir o

perfil de cada um.

Nas entrevistas,

também não houve

grandes dificuldades

a enfrentar uma vez

que cada jovem

tinha a sua ideia de

negócio bastante

definida.

os entrevistados

apresentaram-se

perante um júri

composto por quatro

elementos: eu, a

TORV, uma técnica

da APQE e um

membro da StartUp

Angra.

Levantamento de

dados dos formandos

ABC 2014-2016

Reunir informações

relativas aos

formandos que

frequentaram cursos

ABC entre 2014 e

2016.

A principal

dificuldade desta

atividade foi a

gestão do tempo

aliada ao volume de

dados que era

necessário recolher.

Este levantamento

foi um pedido feito

pelo Fundo Social

Europeu e como tal

foi imposto uma data

limite para o envio

do mesmo.

Tendo em conta o

grande número de

dados a recolher e o

pouco tempo para o

fazer, esta atividade

foi dividida pelos

membros da equipa

de gestão da

formação da Rede

Valorizar, sendo que

cada uma de nós

estava encarregue de

um certo número de

dados.