boletim do coati n 1

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ANO 8 / N 1 JUNDIAÍ - VÁRZEA PAULISTA - CAMPO LIMPO PAULISTA ABRIL DE 2012 CINTURÃO VERDE AMEAÇADO O que a Serra do Japi e do Mursa (Cristais) têm em comum? Além do fato de ambas estarem ameaçadas pela especulação imobiliária, elas também fazem parte do Cinturão Verde do Estado de São Paulo, um importante corredor ecológico para sobrevivência da vida de animais silvestres. Saiba mais sobre as atuais discussões em Jundiaí e Várzea Paulista que envolvem esses dois ecossistemas. PG 3, 4 e 5 COATI atua em Minas Gerais e oferece opções de lazer e muita aventura em Munhoz PG 7 Visitas monito- radas na Serra do Japi passam a ser de respon- sabilidade de empresa par- ticular PG 6 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Munhoz conta com atrações para aventura A cachoeira do Morungaba está interditada Na zona de transição da Serra dos Cristais para a Serra do Japi existem projetos mirabolantes que nos fazem perguntar, a interesse de quem ? Foto : Divulgação Foto : Mauro Utida Foto : Mauro Utiida

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Boletim do Coati Edição 01

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Page 1: Boletim do Coati N 1

ANO 8 / N 1 JUNDIAÍ - VÁRZEA PAULISTA - CAMPO LIMPO PAULISTA ABRIL DE 2012

CINTURÃO VERDEA M E A Ç A D O

O que a Serra do Japi e do Mursa (Cristais) têm em comum? Além do fato de ambas estarem ameaçadas pela especulação imobiliária, elas também fazem parte do Cinturão Verde do Estado de São Paulo, um importante corredor ecológico para sobrevivência da vida de animais silvestres. Saiba mais sobre as atuais discussões em Jundiaí e Várzea Paulista que envolvem esses dois ecossistemas. PG 3, 4 e 5

COATI atua em Minas Gerais e oferece opções de lazer e muita aventura em Munhoz PG 7

Visitas monito-radas na Serra do Japi passam a ser de respon-sabilidade de empresa par-ticular PG 6

DISTRIBUIÇÃOGRATUITA

Munhoz conta com atrações para aventura A cachoeira do Morungaba está interditada

Na zona de transição da Serra dos Cristais para a Serra do Japi existem projetos mirabolantes que nos fazem perguntar, a interesse de quem ?

Foto : Divulgação

Foto : Mauro U

tidaFoto : M

auro Utiida

Page 2: Boletim do Coati N 1

CENTRO DE ORIENTAÇÃO AMBIENTAL TERRA INTEGRADA

O Centro de Orientação Ambiental Terra Integrada COATI é uma ONG (Organização Não Governamental) ambientalista, sem vínculos partidá-rios e sem fins lucrativos. Seus principais objetivos são a defesa do meio ambiente e preservação das espécies, educação ambiental e valorização humana, promoção e incremento de estudos, pesquisas, propostas, pro-gramas e mobilização popular pacífica para fins específicos de melhoria das condições ambientais e da qualidade de vida. Fundado em agosto de 1992, o COATI atua em duas importantes áreas da Mata Atlântica do Estado de São Paulo: Serra do Japi, através do COATI-Jundiaí, e Estação Ecológica de Juréia-Itatins, através do COATI-Juréia. Além de também desenvolver trabalhos no Sul de Minas Gerais, com um o núcleo COATI--Minas. É administrado por um Conselho Deliberativo e Fiscal e por três diretorias executivas, compostos por profissionais voluntários das mais diversas áreas. É membro da Rede de ONGs da Mata Atlântica, integra o Colegiado Gestor da APA Jundiaí-Cabreúva. Está cadastrado no CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), CONSEMA (Conselho Estadual de Meio Ambiente), CBH-PCJ (Comitê de Bacias Hidrográficas dos rios Piraci-caba, Capivari e Jundiaí) e no PROAONG (Programa de Apoio às ONGs da Secretaria Estadual de Meio Ambiente). CORPO ADMINISTRATIVO CONSELHO DELIBERATIVO E FISCAL - BIÊNIO 2011/2012:Presidente do Conselho: Ivana Rita GramolelliVice-Presidente do Conselho: Ari Osvaldo GalastriConselheiro Titular e Secretário: Fabio Frederico Storari Conselheiro Suplente: Márcia Brandão Carneiro Leão DIRETORIA EXECUTIVA DO COATI-JUNDIAÍ:Diretor Geral: Antonio Cesar Teixeira de Toledo Diretor Financeiro: Flávio Gramolelli Júnior Diretor Administrativo: Ana Lúcia Bergamasco Galas-tri Diretor Técnico: Valtiele Alves dos Santos Diretor Social: Fabio Patelli DIRETORIA EXECUTIVA DO COATI-JURÉIA:Diretor Geral: João Luiz Naldo Diretor Administrativo e Financeiro: Débora Rodrigues Naldo Diretor Técnico: Flávio Gramolelli Júnior DIRETORIA EXECUTIVA DO COATI-MINAS:Diretor Geral: Benedito Vaz dos Santos Diretor Financeiro: Gessem Vazdos Santos Diretor Administrativo: Alessandro Mizobuti EXPEDIENTE BOLETIM DO COATI

Ano 8 – Nº 1 – Abril de 2012Tiragem: 10 mil exemplaresJornalista Responsável: Mauro Utida (MTB 54971-SP)Editoração e Arte: Thomas RomanoAgência : Loro ComunicaçãoImpressão: Gráfica AtlânticaTelefone: (11) 4522-2497 / 8941-0650 Internet: www.coati.org.br

Lá se vão nove anos que a última edição do Boletim do COATI circulou na região de Jundiaí. Muita coisa mudou desde então: a região passou a ser formada na “teoria” por uma Aglomera-ção Urbana composta por oito municípios e Jundiaí se tornou uma das principais econo-mias do Estado, mas a luta pela preservação de nosso maior pa-trimônio ecológico, a Serra do Japi, continua a mesma, talvez ainda mais preocupante. A reportagem principal desta edição mostra bem essa situação e informa também como foi alterado

o Plano Diretor de Várzea Paulista para supostamente favo-recer a instalação de condomínios fechados e indústrias na área do Mursa, localizada na Serra dos Cristais. Mas a volta do Bole-tim do COATI também simboliza a nova fase da entidade, que em agosto completa 20 anos de atuação na defesa do meio ambiente, seu maior compromisso. Hoje possuímos um novo núcleo, o COATI-Minas, com sede em Munhoz, conforme mostra a reportagem da Ação, com atividades por aquela região mon-tanhosa e de belas

cachoeiras. Esta fase inclui novos membros e novas ideias, que possibili-tam a continuidade de um trabalho iniciado em 1992, quando debates sobre a preo-cupação ambiental no país ainda engatinha-va. Neste retorno do nos-so informativo, espera-mos transformá-lo em um respeitável veículo de comunicação que possa divulgar com ética e responsabilida-de os principais as-suntos que envolvem o meio ambiente de nossa região, do país e do mundo.

Desde o início do mês, a ONG COATI está instalada em um novo endereço. Mantendo a parceria com a Delega-cia Regional de Jun-diaí do Sindicato dos Engenheiros no Estado

de São Paulo (SEESP), a entidade passou a atender na rua Pru-dente de Moraes, 596, Centro.A primeira atividade programada para ocorrer na nova sede,

será o programa de es-tágio voluntário, mas em breve o novo escri-tório também concen-trará o programa de ecoturismo, além de reuniões, palestras e seminários.

O Boletim do COATI voltou

EDITORIAL

COATI está com sede nova

2 BOLETIM DO COATIwww.coati.org.brMaio de 2012

Opinião Que a passagem de Aziz Nacib Ab`Saber pela Terra não seja em vão e fique eternizada pela preservaçao da area tombada da Serra do Japi e outras matas mais

Page 3: Boletim do Coati N 1

Atual paisagem pode dar lugar a condomínios e indústrias

Foto : Mauro U

tida

Serra do Mursa perde 2 milhões de metros quadrados Alteração do Plano Diretor de Várzea Paulista possibilita instalação de condomínios e indústrias em área de preservação

Impacto em todo estado Com a alteração, uma área de mais de 2 milhões de metros quadrados foi alterada para permitir a implantação de loteamentos fechados e condo-mínios horizontais. “Criamos mecanismos para evitar um adensamento baixo naquela região”, defendeu o prefeito Eduardo Pereira. O movimento popular “Salve a Serra do Mursa” já garantiu que vai continuar exigindo uma nova revisão na lei. Um dos integrantes, Diego Bue-no, denunciou o caso ao Ministério Público e a Secretaria de Estado do Meio Ambiente. O deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB), responsável pela elaboração do Plano Diretor de Várzea Paulista, criticou a alteração. Ele explica que a iniciativa trará prejuízos não só para Vár-zea Paulista, mas em todo o Estado. “O Mursa faz parte da Serra dos Cristais, uma região estratégi-ca para o Cinturão Verde do Estado de São Paulo como um ponto de ligação entre a Serra do Japi e a Cantareira. A ocupação dessa área prejudica este corredor chamado “Avefauna”, importante para a circulação de animais silvestres”, alerta.

“Já há diretrizes para iniciar a construção de novos loteamentos no Mursa”, Eduardo Tadeu Pereira - prefeito de Varzea Paulista

3BOLETIM DO COATIwww.coati.org.br Maio de 2012

Em Várzea Paulista, a preocupação é geral com a situação da Serra do Mursa. Em novembro passado, o prefeito Eduardo Tadeu Pereira (PT) san-cionou uma lei com-plementar do Plano Diretor, de autoria do presidente da Câma-ra, Silas Zafani (PTB), que altera a Zona de Proteção Ambiental da região do Mursa para Zona de Estruturação Ampliada. A intenção do pro-jeto, aprovado por unanimidade pelos vereadores, é de per-mitir a instalação de empreendimentos e indústrias nesta área

considerada de amor-tecimento do Cinturão Verde do Estado de São Paulo. A alteração sequer teve um debate com a sociedade. Apenas uma audiência foi con-vocada para discutir o projeto, publicado no Diário Oficial quatro dias depois que a alteração já havia sido aprovada. “Não houve divulgação suficiente. Esta lei é irregular”, acusa Fernando Al-drovani, presidente da entidade EcoMursa. O presidente da Câ-mara, Silas Zafani, foi procurado pelo Bole-tim do COATI, mas não quis se pronunciar.

Região No dia 4 de abril passou a vigorar o acordo firmado entre a Apas (Associação Paulista de Supermercados) e o governo do Estado de São Paulo que põem fim a distribuição de sacolas plásticas nos mercados cadastrados.

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Em jogo, a Serra do JapiLegislação do maior patrimônio ecológico da região está em processo de revisão. Ambientalistas exigem mecanismo para intensificar a proteção desta área e evitar que a especulação imobiliária trasforme-a numa grande selva de pedra

Ambientalistas exigem a revisão imediata da lei da SerraE agora ?

Jundiaí vive uma turbulência ambiental que parece não ter fim. E não é para menos: a legislação do maior patrimônio ecológico da cidade, a Serra do Japi, passa por uma nova revisão em meio a denúncias de que a Prefeitura pretendia liberar “empreendimentos sustentáveis” em 7,26 milhões de m², na zona de conservação da Serra. A área em questão é equivalente a aproximadamente 760 campos de futebol e de proprieda-de dos responsáveis pela Fundação Antonio Antonieta Cintra Godinho. Publicada dia 5 de fevereiro no jornal “O Estado de São Paulo”, a informa-ção da construção de hotéis na área de preservação causou uma revira volta no processo de revisão da lei municipal 417/2004, o chamado

“Plano Diretor da Serra do Japi”. Já no dia seguinte à denúncia do Esta-dão, a Prefeitura de Jundiaí anunciou um projeto que congela por um período de cinco anos a construção de obras, hotéis e condomínios na Serra. A iniciativa, contudo, sofreu severas críticas de especialistas durante au-diência pública realizada na Câmara Municipal. A maior delas foi de que a medida era paliativa e com preocupação apenas de “abaixar a poeira” por conta da denúncia feita pelo jornal num ano de eleições municipais. Coincidências à parte, o fato é que após a consulta, os vereadores sequer sabem informar quando o projeto será votado.

O temor de que a re-visão da lei municipal 417/2004 não termine antes das eleições de outubro é real entre ambientalistas. Na opinião de Fábio Sto-rari, ex-presidente do Condema (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente) e conselheiro do COATI, a atual lei 417 não é suficiente para segurar a pressão imobiliária. “Queremos evitar que empreendimentos

imobiliários ocorram na área de proteção, pois já sabemos que há interesse para isso”. Para a Frente de De-fesa da APA, uma das soluções para o entor-no da Serra do Japi é aumentar o módulo de preservação de 60% para 80%. A ONG COATI, inclusive, apoia esta proposta. Patrícia Regina Polli, conselheira da APA e integrante do COATI e da Frente de Defesa,

explica que não adian-ta preservar somente a Reserva Biológica se o restante sofrer impac-tos. “A preservação da zona de conservação é fundamental para a manutenção da fauna e flora existentes”.Já o secretário munici-pal de Planejamento e Meio Ambiente, Ja-derson Spina, diz que a Prefeitura trabalha para que a revisão da lei seja encaminhada até junho à Câmara

Municipal. “Em maio vamos realizar um seminário com espe-cialistas da Fundação Florestal, uma nova audiência pública e depois encaminhar o projeto aos vereado-res”.FRUSTRAÇÃO - Quem acompanha a revisão desde o início descon-fia das promessas do Poder Executivo.“A audiência pública estava marcada para janeiro deste ano,

mas foi cancelada as-sim como a suspensão da revisão. Não realiza-ram seminário com a participação popular.”, diz Yolanda Fernández Páez, da Frente de Defesa da APA.

A denúncia do Esta-dão se transformou em um requerimento de informações proto-colado pelo deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB) na Prefeitura de Jundiaí. “Pedimos esclarecimentos há mais de dois meses e até agora não recebe-mos respostas”, revela.O deputado classificou como “oportunista, paliativa e eleitoreiro” o projeto de lei do “congelamento”.

A área de amortecimento da Serra do Japi sofre com a especulação imobiliária e ambientalistas querem aumento de 60% para 80% de preservação

Foto : Divulgação

4 BOLETIM DO COATIwww.coati.org.brMaio de 2012

EspecialNos últimos três anos foram encontradas oito onças pardas na região de Jundiaí. A fuga dos animais para as áreas urbanas é um grande indicador de interferência humana na Serra do Japi.

Page 5: Boletim do Coati N 1

O ‘Plano Diretor da Serra’

Bigardi defende preservação totalDeputado estadual apresenta alternativa para proteção máxima do Japi

Lei do Tombamento prevê criação do Parque Estadual

Criado pelo deputado estadual Pedro Bigardi (PCdoB), o projeto de lei que cria o Parque Estadual Serra do Japi é uma das alternativas de preservação que mais agrada os espe-cialistas. O objetivo é transformar toda a área tombada em local de preservação máxi-ma, voltada exclusiva-mente para educação ambiental e pesquisas científicas. A proposta já passou por todas as comis-sões permanentes da Assembleia Legislativa e está pronta para ser encaminhada ao Plenário, para votação. Conta, inclusive, com recursos da Secretaria de Estado do Meio Ambiente para criação e manutenção de toda

a área. “São mais de R$16 milhões somente para esta finalidade que foram consegui-dos por meio de nosso mandato”, lembra Bigardi. De acordo com o deputado, a gestão da área do parque passa-rá a ser de responsa-bilidade da Fundação Florestal e também dos municípios que abrigam a reserva (Jundiaí, Caja-mar, Cabreúva e Pirapora do Bom Jesus). “Haverá um Conselho Gestor, formado por representantes do Governo do Estado, das cidades e de enti-dades e organizações não governamentais que tenham como finalidade a defesa e a

preservação do meio ambiente”, comenta.Engenheiro civil e pro-fessor de Planejamen-to Ambiental, Bigardi conta que trabalha a questão da preser-vação na Serra do Japi desde 1979, quando ingressou na Prefeitura de Jundiaí. Já o projeto foi

apresentado em 2009, quando assumiu pela primeira vez a função de deputado estadual. Desde então, cinco audiências públicas já

foram realizadas para debater o tema nos municípios que abri-gam a Serra. “Vamos encaminhar a propos-ta ao plenário após o período eleitoral, para

evitar que o debate sobre a preserva-ção da Serra se torne partidário”,

diz.

A criação da figura do Parque Estadual está prevista na Lei do Tombamento, apro-vada dia 8 de março de 1983, após intenso trabalho de pesquisa do geógrafo Aziz Na-cib Ab’Saber (falecido recentemente). Entre as 19 diretri-zes que o artigo 3º determina para a “conciliação entre os esforços integrados para a preservação da Serra do Japi”, a 13ª é bem explícita: “Fica prevista a possibili-dade de implantação de parques estaduais e municipais, de área restrita, em glebas localizadas em terras devolutas ou desapro-priadas”.Para o diretor finan-ceiro da ONG COATI,

Flávio Gramolelli Jú-nior, o Parque Estadual Serra do Japi garante leis mais rígidas de proteção ambiental e evita que a área seja transformada em “um grande loteamento”. “O COATI já havia encaminhado um projeto parecido para o então deputado federal Durval Orlato, sugerindo a criação de um parque nacio-nal na Serra. Somos totalmente a favor do projeto”.Recentemente, a professora Rozely Ferreira dos Santos, da Unicamp, defendeu a iniciativa do deputado Bigardi. “Sou a favor do Parque porque entendo que esta situ-ação pode trazer mais fundos”, afirmou.

- A lei 417 foi promulgada em 17 de dezembro de 2004, pelo prefeito Miguel Haddad (PSDB);- Por ser municipal, abrange apenas 48% da área total da Serra do Japi.O restante está em Cabreúva, Cajamar e Pirapora do Bom Jesus;- Quando criada, acrescentou ao território da Serra uma parte do entor-no do perímetro tombado (zonas de amortecimento da Ermida, Malota e Terra Nova);- Parte da área serrana e dos corredores ecológicos, no entanto, segue as regras urbanas;- O território é formado pela Reserva Biológica (14,5%), destinada apenas para pesquisas científicas e estudos ambientais; zona de pre-servação/restauração (63,1%), onde está a área tombada; e zonas de conservação/amortecimento (22,4%)

Histórico de Proteção da Serra do Japi

“São mais de R$16 milhões somente

para estafinalidade “ ,Pedro Bigardi - Deputado

A paisagem exuberante da Serra do Japi encanta quem a conhece

Foto : Dago N

ogueira

1969 1991 1998 20111983 1992 2004 Plano Diretor: Alta densidade de preservação na área da mata com mais de 900 metros de altitude

Tombamento pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, e Turístico (Condephaat)

Instituição da Reserva Biológica em Jundiaí

Criação da Área de Preservação Ambiental (APA) em Jundiaí, Cabreúva e Cajamar

ConsórcioIntermunicipalda Serra do Japi entreJundiaí, Cabreúva e Cajamar

Território de Gestão (Lei 417)

Declarada Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do Cinturão Verde da Cidade de São Paulo pela UNESCO

5BOLETIM DO COATIwww.coati.org.br Maio de 2012

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Prefeitura privatiza visitação a Serra do JapiNo lugar dos monitores que trabalharam por 11 anos na Reserva, entrará empresa particular contratada por licitação

Após 11 anos de traba-lho voluntário acom-panhando visitantes pela Serra do Japi, a Prefeitura de Jundiaí excluiu os monitores de suas funções e pre-tende privatizar esse serviço com a con-tratação de empresa especializada. A medida do Executi vo tem o objetivo de conter a insatisfação da população impe-dida de entrar em pontos turísticos há mais de um ano.“Eu me sinto frustrada, enganada e usada. O jurídico, ou foi muito incompetente quando montou o programa de visitação ou a pre-feitura nos usou como tapa-buraco nos últi-mos anos”, desabafa a

ex-monitora Yolanda Fernández Páez. O programa de visi-tação a trilhas e ca-choeiras da Reserva Biológica da Serra do Japi foi criado através de decreto em 2001. Na ocasião, os monito-res foram selecionados através de provas e com exigências pro-fissionais na área de meio ambiente. No total foram seleciona-dos 40 profissionais, que foram credencia-dos após um curso de formação de dois dias. “Como podem tratar deste modo um grupo de monitores, que por onze anos estudou e pesquisou a Serra do Japi, tornando-se especialistas naquele ecossistema”, pergunta

o ex-monitor Osmar. Segundo levantamen-to estatístico da se-cretaria municipal de Planejamento e Meio Ambiente, de 2002 a 2009, o programa recebeu 24.752 visi-tantes, numa média de cerca de três mil/ano.

NOVO PROJETO / A empresa que vencer a licitação será res-ponsável pelas visitas monitoradas por 11 trilhas da Serra, além de se responsabilizar pela manutenção e conservação das mesmas. O programa de visitação também inclui a cachoeira do Morungaba, que será reformada para poder atender um número limitado de visitantes.

DESCULPAS/ O secretário de Planejamento e Meio Ambiente, Jaderson Spina, se desculpou em público pela maneira como a prefeitura exclui os monitores do projeto. Como forma de amenizar a situação, prometeu que os ex-monitores seriam os primeiros a conhecer o edital de licitação para contratação das empresas e que teriam prioridade nas novas contra-tações. Spina diz que um dos motivos do projeto ter sido paralisado, foi o incidente que ocorreu com uma visitante, que passou mal na Serra e não havia estrutura para socorrê-la. “Da maneira como estava não dava para continuar, precisamos garantir mais segurança para quem for visitar a Serra”, declara o secretário Spina.

A cachoeira do Morungaba é um dos pontos que será privatizado

Foto : Mauro U

tida6 BOLETIM DO COATI

www.coati.org.brMaio de 2012

Cidade De 13 a 22 de junho será realizado no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.

Page 7: Boletim do Coati N 1

COATI oferece turismo de aventura em MunhozEntidade vira referência no ecoturismo e coloca a cidade mineira de Munhoz como atração para esportes de aventura

Além da ONG COATI ter um reconhecimen-to nacional com os trabalhos de preserva-ção e conscientização ambiental, a entidade também caminha para se tornar referência no turismo ecológico e de aventura, com atrações que proporcionam contato direto com a natureza e muita emoção. O trabalho de turismo de aventura é realiza-do por meio de uma parceria com a Una EcoAdventure, que conta com profissio-nais afiliados a Abeta (Associação Brasilei-ra das Empresas de

Ecoturismo e Turismo de Aventura). No momento, o principal roteiro disponível aos aventureiros de plan-tão é a cidade mineira de Munhoz, localizada a 130 km de Jundiaí. Suas belas cachoeiras e os grandes paredões de pedra, além de seus vales e montanhas, colocam-na como destino certo para a prática de rafting, bóia cross, cascade, rapel, escalada e tirolesa. Há três anos, a entida-de possui um núcleo em Munhoz e desen-volve as atividades de aventura em parceria com a empresa “Acqua

Serras”, responsável por mapear e iniciar a operação de rafting pelo rio Corrente, principal afluente da cidade. “A parceria entre COATI e Acqua Serras visa desenvolver o turismo de aven-tura e sustentável no município”, informa Fábio Patelli, diretor de Ecoturismo e um dos monitores da Una EcoAdventure. O núcleo do COATI em Munhoz está instalado provisoriamente na pizzaria da familia do diretor Bendito de Vaz dos Santos “Dito”. O local é o ponto certo para fechar o dia.

ATRAÇÕES / Em Munhoz, o rafting é a opção mais procurada pelos turistas. Mas as atrações não param por aí. Na cachoeira do Luiz é possível fazer arborismo, cascade (rapel na cachoeira), além de tirolesa, onde a velocidade pode atingir até 80 km/h. Quem quiser mais emoção, pode passar na cidade vizinha de Pedra Bela, onde há a maior tirolesa da Amé-rica Latina, com 1.900 metros de comprimen-to. O local também é perfeito para a prática de escalada e rapel.

SERVIÇOS Interessados pelo roteiro de Munhoz podem entrar em contato comFábio Patelli, Telefone (11) 9537-0770 ou pelo email : [email protected] Os pacotes são oferecidos para um grupo mínimo de 12 pessoas e inclui transporte, hospedagem e alimentação, além das atrações.

O rafting é uma das principais atrações do roteiro turístico de Munhoz

Cachoeira dos Luiz é símbolo do COATI-Minas

Foto : Divulgação

Foto : Mauro U

tida

7BOLETIM DO COATIwww.coati.org.br Maio de 2012

Ação De 18 a 21 de abril ocorre o Adventure Sports Fair 2012, maior evento de turismo e esporte de aventura da América Latina. O evento será realizado na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.

Page 8: Boletim do Coati N 1

COATI oferece estágio a estudantesAlém de estudantes, o programa atrai, profissionais da área interessados em orientações

O programa de estágio voluntário do COATI e uma ótima oportuni-dade para formação de estudantes de engenharia ambiental e química, publicidade e propaganda, direito, tecnólogos em gestão ambiental e processos químicos e técnicos em meio ambiente e química. Além de estudantes, o programa atrai, profis-sionais da área interes-sados em orientações

sobre assuntos am-bientais específicos ou até mesmo com pro-pósito voluntariado. Esse programa faz parte da política insti-tucional da entidade, que desde sua funda-ção, em 1992, procura aliar suas atividades junto a escolas, uni-versidades e centros de pesquisa, seja por convênios, parcerias ou colaboração com alunos em busca de informações.

“Algumas instituições da região já mantém esse convênio com o COATI”, explica o coor-denador do programa e Diretor Geral da ONG, César Toledo.

ATIVIDADES / Du-rante o período de estágio o aluno recebe toda orientação dos profissionais do COATI. A partir deste ano o programa de estágio também será divul-gado em nosso site

(www.coati.org.br), com informações so-bre períodos de inscri-ção, linhas de pesquisa e demais informações.

César Toledo, coordenador

Foto : Divulgação

8 BOLETIM DO COATIwww.coati.org.brMaio de 2012

SustentabilidadeDicas da Mundo Verde

- O damasco é uma ótima fonte de vitamina A e também de vitamina C, sendo assim, um poderoso antioxidante. - Consuma ao dia pelo menos 5 porções de frutas como laranja, limão, morango, goiaba. - Beba bastante água, pelo menos 2 litros por dia, desta forma as toxinas produzidas são melhores eliminadas. - Evite alimentos muito industrializados, refinados e embutidos, que oferecem poucos nutrientes e grandes quantidades de conser-vantes, corantes e aromatizantes artificiais. - São cuidados simples que proporcionam não só o rejuvenescimento mas saúde e bem estar!Adote uma postura alegre e otimista diante da vida.

A espécie brasileira do Coati é chamado de Nasua nasua e é encontrado em diversas regiões do Brasil