boletim de pneumologia sanitária v.13 n.1...

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Boletim de Pneumologia Sanitária v.13 n.1 2005 Sumário Editorial Centenário da American Thoracic Society 5 Gilmário M. Teixeira Artigos originais Controle da tuberculose: uma proposta de integração ensino-serviço. Experiência da Universidade Federal de Goiás 7 Maria Auxiliadora Carmo Moreira, Vicenza Lorusso, Aline Sampaio Bello Ana Lourdes P S Melo e Maria Conceição C A M Queiroz Análise do sistema de pontuação para o diagnóstico de tuberculose pulmonar na infância preconizado pelo Ministério da Saúde 15 Claudia T S Orfaliais, Mônica T Rangel Tura, Maria de Fatima B Pombo March e Clemax C Sant’ Anna Epidemiologia da tuberculose no Município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul Ana Maria Campos Marques, Ana Carolina Salveti Della Vecchia, Elisa Nagassaki, Perla Dominga Argüello e Vanessa Paiva Colman Intercorrências na interface doente-visitador sanitário durante a supervisão do tratamento no domicílio em um serviço de saúde do município de Ribeirão Preto-SP 27 Adelita Maria Accácio Mazzei Ações do Programa Saúde da Família em um distrito do interior do Ceará e o controle da tuberculose 35 Elmo Morais Firmino Informes Relatório de Gestão do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga 41 Errata 51 Instruções para autores 53 19

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1 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Boletim de Pneumologia Sanitária

v.13 n.1 2005 Sumário

Editorial

Centenário da American Thoracic Society 5Gilmário M. Teixeira

Artigos originais

Controle da tuberculose: uma proposta de integração ensino-serviço. Experiência daUniversidade Federal de Goiás 7Maria Auxiliadora Carmo Moreira, Vicenza Lorusso, Aline Sampaio Bello

Ana Lourdes P S Melo e Maria Conceição C A M Queiroz

Análise do sistema de pontuação para o diagnóstico de tuberculose pulmonar na infânciapreconizado pelo Ministério da Saúde 15Claudia T S Orfaliais, Mônica T Rangel Tura, Maria de Fatima B Pombo March e Clemax C Sant’ Anna

Epidemiologia da tuberculose no Município de Campo Grande, Mato Grosso do SulAna Maria Campos Marques, Ana Carolina Salveti Della Vecchia, Elisa Nagassaki,

Perla Dominga Argüello e Vanessa Paiva Colman

Intercorrências na interface doente-visitador sanitário durante a supervisão do tratamentono domicílio em um serviço de saúde do município de Ribeirão Preto-SP 27Adelita Maria Accácio Mazzei

Ações do Programa Saúde da Família em um distrito do interior do Ceará eo controle da tuberculose 35Elmo Morais Firmino

Informes

Relatório de Gestão do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga 41

Errata 51

Instruções para autores 53

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Ficha Técnica

RevisãoLúcia CadilheIrlan Tartaglia

Coordenação e DiagramaçãoLúcia Cadilhe

CapaElias Pereira

Fotolito e ImpressãoZoomgraf-k Ltda.

PeriodicidadeQuadrimestral

Tiragem3000 exemplares

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Editorial

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Este ano de 2005 vê passar os cem anos de uma dasmais fortes sociedades médicas já conhecidas – a AmericanThoracic Society. Dando um repasse na história, percebe-se que ao final do século XIX, a grande carga desofrimento e morte determinada pela epidemia detuberculose, gerava, nos grandes centros urbanos domundo, a organização de sociedades de combate àchamada peste branca. Nos Estados Unidos, por essaépoca, havia muitas dessas sociedades atuando de formaindependente. Bem ao começo dos anos mil novecentos,em Nova York, certamente buscando a aglutinação deforças, forma-se um comitê nacional integrado portisiologistas e expoentes da medicina do país.Seqüencialmente, em 1904, em Atlantic City, surgia sob apresidência de Edward Livingstone Trudeau, a NationalAssociation for the Study and Prevention of Tuberculosis(NASPT), cujos propósitos iniciais mais contemplavamatividades de saúde pública. A NASPT dá lugar a doisgrandes ramos: o primeiro, aquele em que ela setransforma – a American Lung Association (ALA) – quese converteria na mais poderosa organização americanade luta contra a tuberculose e outras doenças respiratórias,envolvendo médicos, voluntários, comunidades e o poderpúblico; o segundo, formado ainda em l905, sob adenominação de American Sanatorium Association (ASA),abrigando, ao começo, médicos dos sanatórios e, logoapós, ampliando seu espectro para incluir médicos epesquisadores em geral. Em homenagem àquele que seriauma legenda da ação anti-tuberculose nos Estados Unidos– Edward Livingstone Trudeau, ele próprio uma vítimada doença – em 1939, a ASA passa a denominar-seAmerican Trudeau Society (ATS). Por último, e paracorresponder à abertura de seu campo de ação que hátempo saíra dos limites da tuberculose para abarcar ouniverso das doenças respiratórias, a ATS, sem mudar asigla, assume, em l960, sua denominação atual – AmericanThoracic Society. Poderia ser oportuno referir que a ATS,até então uma seção médica da ALA, só em 1999 torna-se independente, graças a um processo de negociação quese arrastou por três anos.

O envolvimento da ATS com a luta contra atuberculose, tanto no âmbito nacional quanto no mundial,está marcado por iniciativas como as campanhas deeducação em saúde, as ações para envolver o setor públicocom a prevenção e o tratamento, o empenho junto ao

Centenário da American Thoracic Society

poder legislativo para a aprovação de fundos, o trabalhopara comprometer as organizações filantrópicas e asagências internacionais com o problema da tuberculose,o apoio à investigação científica, por fim, o compromissocom as políticas de parcerias de que é exemplo a atualStop-TB que, amparada pela Organização Mundial daSaúde, compreende uma rede de países, e mais deduzentas organizações - governamentais, não-governamentais, agências internacionais de ajuda,sociedades científicas – para, no que concerne àtuberculose, assegurar: o acesso ao diagnóstico e aotratamento, a interrupção da transmissão, a redução dasperdas econômicas e sociais e o desenvolvimento denovos instrumentos de prevenção, diagnóstico e terapia ede estratégias para eliminá-la.

Nessa mesma linha de ação e com a experiência demanejar a tuberculose como questão médico-social, a ATSestende suas atividades a outros grandes problemas dapneumologia sanitária – infecções respiratórias agudas dainfância, asma, tabagismo, DPOC.

A pretender-se destacar compartimentos da estruturade atuação da ATS, além daquele de ser um espaço deapoio à pesquisa e de aplicação de suas conquistas, dois,são de notável expressão – a Revista e as Conferências.

Sem sombra de dúvida, hoje, aquela que é apublicação de maior peso científico na área das doençasrespiratórias, - o atual American Journal of Respiratoryand Critical Care Medicine – surgiu em 1917 sob o títulode American Review of Tuberculosis, editada pelaAmerican Sanatorium Association. Mais tarde, com apreocupação de abarcar os novos conhecimentos daespecialidade e, por certo, marcar a passagem da tisiologiapara a pneumologia, passa a denominar-se AmericanReview of Tuberculosis and Pulmonary Disease e, logo,American Review of Respiratory Disease. A agregaçãode “Critical Care” ao título, veio com a ampliação daespecialidade, nos Estados Unidos, para cobrir a medicinados cuidados intensivos, um campo desenvolvido a partirdas novas técnicas de tratamento das síndromes deinsuficiência respiratória aguda, ponto de partida para asatuais unidades de terapia intensiva.

As conferências da ATS datam do começo de suaformação quando ainda denominava-se AmericanSanatorium Association. Essas reuniões cresceramrapidamente em número de participantes e prestígio e

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não tardaram a ultrapassar as fronteiras dos EstadosUnidos, com a conferência de 1933 realizada em Toronto,Canadá, país que, por duas vezes mais, sediou a reunião.A partir de 1990 essa assembléia anual passa a chamar-seAmerican Thoracic Society International Conference, títuloque bem lhe cabe, já que são estrangeiros cerca de quarentapor cento de sua assistência. Nos dias atuais, a Conferência,com mais de catorze mil participantes, é o grande fórumde apresentação dos avanços mundiais no campo dasdoenças respiratórias e, ao mesmo tempo, oportunidadede atualização e aperfeiçoamento, através dos numerososcursos e seminários que ela desenvolve.

A comemoração do centenário da ATS, tem comoponto alto a Conferência Internacional a realizar-se emSan Diego, California, em maio de 2005, que conhecerácerca de cinco mil trabalhos sobre os mais variados temasda pneumologia, que vão desde o progresso no manejode doenças como tuberculose, asma, DPOC, até osúltimos avanços que envolvem a genética, a genômica e aproteômica. Mas, por justiça, deve destacar-se a publicaçãodo livro “Colleagues in Discovery – one hundred yearsof improving respiratory health”, que foi distribuídocomo um presente da ATS a todos os seus sócios, emhonra do centésimo aniversário, um trabalho de inspiraçãodo comitê de planejamento das festividades que contoucom a colaboração de muitos membros da ATS e escritopor Joseph Wallace. Trata-se de uma obra apurada, artística,que faz uma síntese do progresso registrado nesses cemanos, pela medicina respiratória e o conhecimentocientífico em que se apóia, com destaque para os nomesque, membros da ATS ou não, conquistaram um lugarnessa história por suas contribuições e descobertas.

Essa é a American Thoracic Society, uma organizaçãorobusta, com mais de catorze mil sócios espalhados portodos os recantos do mundo que estimula a pesquisa,difunde conhecimentos e defende a saúde respiratóriamediante a aplicação dos recursos da ciência, observandoa ética e o respeito à dignidade do doente.

Gilmário M.TeixeiraEditor-Chefe

BIBLIOGRAFIA

1. Melle FDu and Hopewell PC. The ATS: an enduring historyof advocacy for global tuberculosis control.ATS News 2005;vol 31, n.3, pag.2

2. Wallace J. Colleagues in discovery – one hundred years of

improving respiratory health. San Diego, California. Tehabi

Books; 2005.

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Teixeira GM

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Artigo OriginalControle da Tb: integração ensino-serviço

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Resumo

Os autores relatam a experiência do Serviço de Pneumologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal deGoiás (UFG), na realização do curso: Controle da Tuberculose – Uma Proposta de Integração Ensino-Serviço. Descrevema avaliação dos cursos realizada pelos facilitadores e pelos alunos, assim como, o resultado de avaliações objetivas dosalunos, realizadas através de testes de conhecimento feitos no início e após o término do curso. Concluem enfatizando aavaliação positiva da qualidade do curso, sugerindo a continuidade do mesmo e a extensão para as diversas universidadesbrasileiras, por ser uma das mais importantes estratégias para o controle da tuberculose (TB).

Palavras-chave: tuberculose, educação, ação interinstitucional

Summary

The authors report the experience of the Pneumology Department of Federal Medicine’s University of Goiânia (UFG) on realization of

course: “Tuberculosis Control – A proposal of Teaching-Service Integration”. They describe the course evaluation performed by teachers and

students and the results an objective evaluation realized at the beginning and at the end of the course. They conclude, emphasizing the positive

evaluations of the course, suggesting the continuity of it and the extension to the others Universities in Brazil, being the training one of most

important strategies in tuberculosis’s control.

Key words: tuberculosis, education, interinstitucional action.

Artigo recebido em 10/02/2005. Aceito em 21/02/2005.1. Faculdade de Medicina (FM) da Universidade Federal de Goiás (UFG); 2. Representante no Brasil da ONG Fundação Damien; 3. Departamento de

Epidemiologia. Divisão de Doenças Transmissíveis da Secretária Municipal da Saúde de Goiânia, Gerência de Epidemiologia da Secretaria Estadual da

Saúde de Goiás; 4. Gerência de Epidemiologia da Secretaria Estadual da Saúde de Goiás; 5. Serviço de Pneumologia da FM/ UFG. E-mail: [email protected]

Controle da Tuberculose: Uma Proposta de Integração Ensino-

Serviço. Experiência da Universidade Federal de Goiás

Maria Auxiliadora Carmo Moreira1, Vicenza Lorusso2 , Aline Sampaio Bello3 ,

Ana Lourdes P S Melo4 , Maria Conceição C A M Queiroz5

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INTRODUÇÃO

As ações educativas específicas no âmbito da saúde,determinam mudanças expressivas no desempenho dosprofissionais da área e podem influenciar positivamenteno controle das enfermidades.

No ensino médico brasileiro, há um distanciamentodas ações implementadas na rede de saúde e da própriarealidade do quadro sanitário do Brasil. A abordagem datuberculose nas faculdades de medicina no país se faz,em geral, em carga horária restrita e insuficiente, além deestar dissociada da prática dos profissionais e do conceitoda tuberculose como problema de saúde pública.1

A partir de 1987, o Centro de Referência Prof. HélioFraga (CRPHF), órgão da Fundação Nacional de Saúde/Ministério da Saúde, vem editando material educativo parao ensino da tuberculose, visando especialmente o alunode graduação médica. Desde a sua primeira edição foielaborado por professores universitários e técnicos doPrograma de Controle da Tuberculose (PCT), buscandopromover a integração ensino-serviço e dar ao aluno umavisão holística da tuberculose, com ênfase nesta doençacomo problema de saúde pública. Na 5a edição domaterial, ampliaram-se as parcerias na efetivação doprojeto, incluindo-se a participação da Sociedade Brasileirade Pneumologia e Tisiologia e o apoio financeiro de umaOng, a Fundação Damien.

No prefácio da 5a edição do livro1 que compõe omaterial educativo, Miguel Aiub, diretor do CRPHF,cita o objetivo que norteia a continuidade do projeto:“Ao apresentar a nova edição, os parceiros da suaorganização, buscaram manter a proposta pedagógicaoriginal, centrada na diretriz de que cabe à universidadepreparar profissionais e cientístas que tenham comoobjetivo de vida os temas de interesse da sociedadebrasileira’’.

Em abril de 2003, representantes do CRPHF,Fundação Damien, Serviço de Pneumologia daFaculdade de Medicina/Universidade Federal de Goiás(FM/UFG), diretor da FM/UFG e do Núcleo deVigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual deSaúde de Goiás, promoveram uma reunião queconsolidou as parcerias para introdução do curso nafaculdade, inicialmente como atividade extracurricular.Durante os anos 2003 e 2004, após treinamento defacilitadores pelo CRPHF, o curso foi ministrado paraturmas de alunos de cursos de graduação de medicina ede enfermagem e de pós-graduação (residência médica).Em 2005, foi incorporado ao currículo da graduaçãoem medicina, na modalidade de núcleo livre.2

A Fundação Damien teve papel decisivo naimplantação do curso ensino-serviço em Goiânia, desdeque aceitou financiá-lo e participou ativamente das fasesde planejamento e de implementação e da avaliação,juntamente com os coordenadores do curso na UFG.Por outro lado, a atual incorporação ao currículo ocorreupor uma forte sugestão daquela Fundação para assegurara continuidade.

O objetivo deste manuscrito é descrever estaexperiência, seus resultados imediatos em termos deaprendizado, a análise crítica realizada através de avaliaçõesfeitas pelos facilitadores e pelos alunos, os pontos positivosidentificados e dar eventuais sugestões. A escassez depublicações sobre cursos padronizados e específicos parao ensino e aprendizagem da tuberculose, justifica este relato.

EQUIPE DE FACILITADORES,MATERIAL DIDÁTICO,

ESTRUTURA DO CURSOE CARGA HORÁRIA

� Equipe: Composta por um médico(a) e umaenfermeira(o). Para efetivar-se o objetivo de integraçãoentre ensino e serviço, a equipe foi composta por umprofissional da universidade e outro com experiência emPCT nos serviços de saúde.� Material didático: Livro - Controle da Tuberculose:Uma Proposta de Integração Ensino-Serviço, CompactDisk (CD) e fita de Vídeo.O livro foi entregue aos alunos, no ato da matrícula nocurso, para propiciar leitura prévia do conteúdo.As exposições-síntese sobre os diversos tópicos, um filmecaracterizando o atendimento do paciente em um PCT, oroteiro para discussão do mesmo, o livro digitalizado e oplano didático do curso, constam do CD que foi entreguea cada facilitador. A fita de vídeo contem, também, ofilme do CD, constituindo-se em mais uma opção paraprojeção.� Estrutura do curso:

Seis blocos onde se distribuem as seguintes atividades:� Filme: “Volta Landico”.- Leitura prévia, feita pelo aluno fora da sala de aula,e discussão.- Exposições-síntese abordando a tuberculose quanto àepidemiologia, patogenia, diagnóstico, tratamento,prevenção, Programa Nacional de Controle daTuberculose: programação, supervisão e avaliação.- Discussão de casos clínicos de tuberculose no adulto, nacriança, e de TB-Aids, no total de 16 casos.

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Moreira MAC, et all

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- Interpretação de imagens de radiografias de casos detuberculose pulmonar.• Carga horária: 40 h, incluindo as leituras prévias(20 h).

Os seis blocos foram ministrados no período noturno,em 5 dias não consecutivos, para facilitar as leituras prévias.

CLIENTELA

Alunos do 60 ano de medicina (internato) e do 50

ano, (último) de enfermagem.Os alunos de internato de medicina foram priorizados, jáque estavam no último ano da graduação, sendo aquelaprovavelmente a única oportunidade para participar docurso na universidade. A clientela foi estendida para oscursos de enfermagem, tanto da UFG como de outrasuniversidades, dado a participação efetiva de enfermeirosno PCT. Foram destinadas, em 2003, vagas para residentesde clínica médica da UFG e de outras instituições, porserem profissionais prestes a se inserir no mercado detrabalho, inclusive nos serviços públicos de saúde.Participaram também alunos da Liga Acadêmica doPulmão do Serviço de Pneumologia – FM/UFG, quedesenvolvem um projeto no Hospital das Clínicas /UFG,sobre biossegurança em tuberculose.

No ano de 2004, foram treinadas, pela equipe defacilitadores de Goiânia, 16 professoras da Faculdade deEnfermagem da UFG (FEN) e da Universidade Católicade Goiás (UCG), visando a incorporação do curso aocurrículo dos alunos daquelas instituições.Para não comprometer o aprendizado e facilitar o caráterinterativo que se pretendia dar aos cursos, as turmas serestringiam, em média, a 25 alunos.

O quantitativo de alunos, sua distribuição, percentagemde conclusão do curso, nos anos de 2003 e 2004,encontram-se nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1. Quantitativo, distribuição dos alunos e percentualde concluintes em 2003.

Participantes Inscritos Concluintes %

Alunos do Internato de Medicina 103 100 97,0

Alunos do 50 ano de Enfermagem 244 220 90,0

Residentes 60 54 90,0

Alunos da Liga Acadêmico do Pulmão 30 29 97,0

Total 437 403 92,0

Tabela 2. Quantitativo, distribuição dos alunos e percentualde concluintes em 2004.

Participantes Inscritos Concluintes %

Alunos do internato de medicina 101 88 87,0

Alunos do 50 ano de enfermagem 171 146 85,0

Profs. da fac. de enfermagem 16 16 100,0

Total 287 250 87,0

AVALIAÇÃO DO CURSO

Uma reunião de avaliação do curso foi realizada apóso primeiro ano de sua realização, com a participação dosfacilitadores e de todos os parceiros do projeto. Osfacilitadores, na sua maioria, citaram como pontospositivos: o ótimo teor científico do Livro, a abrangênciae qualidade técnica dos slides das exposições-síntese, ométodo didático do Bloco 6 - “A Imagem em tuberculosepulmonar”, - e a participação, na dupla de facilitadores,de profissional com experiência no PCT. Os pontosnegativos salientados pela maioria dos facilitadores foram:o conteúdo e carga horária excessiva para alunos deenfermagem; a não realização, pela quase totalidade dosalunos, das leituras prévias de trechos do livro, previstaspara decorrerem no curso e a falta de guia do facilitadorsobre o texto contido nos slides, o que ajudariana exposição.

No segundo ano de realização dos cursos (2004),considerando a sugestão para que houvesse adaptação docurso para alunos de enfermagem, a carga horária, paraestes alunos, foi reduzida para 16 h em sala de aula. Adiscussão de casos clínicos ficou limitada a três casos e adiscussão de imagens radiológicas restringiu-se a exporas imagens típicas de Tb em atividade e residual.Considerando a pertinência para o pessoal deenfermagem, foi incluída uma oficina de treinamento parapreenchimento dos livros e fichas de registro utilizadosno PCT, ou seja: Livro de Sintomáticos Respiratórios,Livro de Registro e Controle de Tratamento dos Casosde Tuberculose, Ficha de Acompanhamento doTratamento Diretamente Observado (TDO), RelatórioMensal de Pacientes com Tuberculose e Ficha deTransferência.

Para compensar a deficiência na leitura prévia, optou-se pela realização de dinâmica de grupo em sala de aulapara temas básicos como epidemiologia, diagnóstico etratamento, com a utilização do livro do curso como textode referência.

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Controle da Tb: integração ensino-serviço

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Com o objetivo de avaliar o curso em 2003 e 2004,nos dois anos de sua realização, foi elaborado um bancode dados através do programa Microsoft Excel paraWindows™.Para a análise estatística utilizou-se doprograma STSS para Windows™, versão 8.0. Foramaplicados os seguintes testes paramétricos: a) T para dadospareados, quando se comparou os índices de acertos dosalunos no pré-teste e pós-teste; b) teste T para dadospareados, quando se confrontou os resultados dos alunosde enfermagem e de eedicina no pré e pós-teste. Foi fixadoem 95% o nível de confiança nos testes utilizados.Houve um alto percentual de concluintes em relação aosinscritos (92% e 87%), respectivamente, em 2003 e 2004.A avaliação do curso pelos alunos de enfermagem e demedicina, constituiu-se de questionário contendocaracterísticas que permitiam a avaliação global do cursoe dos facilitadores (Tabela 3), e as críticas e as sugestõesdos alunos (Tabela 4).

Observam-se médias variando de 72,1% a 96,5%no grau de satisfação nos itens relacionados à adequaçãodidática e de carga horária, ao conteúdo do curso e àcapacidade de transmissão do conteúdo, pelo facilitador.

Tabela 3. Distribuição dos alunos segundo avaliação decaracterísticas do curso e dos facilitadores

Característica Alunos

nº %

Didática

Boa 292 72,10

Regular 107 26,42

Ruim 6 1,48

Metodologia

Boa 301 74,32

Regular 92 22,72

Ruim 8 1,98

Satisfação quanto

à transmissão do conteúdo

Sim 389 96,05

Não 14 3,46

Suficiência do conteúdo para

conhecimento do assunto

Sim 380 93,83

Não 19 4,69

Carga horária

Suficiente 296 73,09

Insuficiente 84 20,74

Excessiva 20 4,94

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Moreira MAC, et all

Tabela 4. Sugestões mais freqüentes dos alunos

Criticas e Sugestões Alunos (n = 162)

n %

Aumentar a carga horária 46 28,40

Dividir melhor a carga horária 34 20,99

Excluir o filme 32 19,75

Diversificar metodologia 22 13,58

Que o curso fosse pela manhã 14 8,64

Maior freqüência na realização de cursos 9 5,56

Relacionar a pratica com a teoria 5 3,09

AVALIAÇÃO DO APRENDIZADO

Durante o segundo ano de realização dos cursos foiimplantada a avaliação objetiva, para os alunos deenfermagem e de medicina, em forma de pré e pós-testes,ambos de igual teor, cuja desvinculação com aprovaçãoou obtenção de certificado, foi devidamente informada.O teste continha questões de múltipla escolha sobre itensbásicos. A modificação no conteúdo do curso dos alunosde enfermagem não obrigou a mudanças na abrangênciado teste. Quando se comparou o número de acertos dos256 alunos que fizeram ambos os testes (Tabela 5 e Figura1), observou-se média de acertos das questões de 7,74 e10,91 no pré e pós-teste, respectivamente, sendo estadiferença altamente significante. t= 20914 (p=0,000).

Tabela 5. Comparação entre número de acertos no pré e nopós- teste dos alunos de medicina e de enfermagem.

Variável Período Estatística

Pré Pós t P

Média 7,74 10,91

20,914 0,000

Desvio padrão 1,94 1,97

Figura 1. Média de acertos no pré e pós-teste

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A comparação entre os alunos de enfermagem e demedicina em relação ao número de acertos no pré e pós-teste (Tabela 6 e Figura 2), revelou diferença estatisticamentesignificante, no pré-teste t= 5,816 (p= 0,000) e nãosignificante no pós-teste t=0,897 (p= 0,371).

Tabela 6. Comparação entre alunos de medicina e deenfermagem em relação à média de acertos pré e pós-teste.

Período Variável Estatística

Média D – P t P

Pré

Medicina 8,58 1,81 5,816 0,000

Enfermagem 7,19 1,87

Pós

Medicina 11,08 1,69 0,897 0,371

Enfermagem 10,86 2,12

Figura 2. Comparação entre alunos de medicina e deenfermagem quanto a acertos no pré e pós-teste.

COMENTÁRIOS

O Curso de Integração Ensino-Serviço, representauma oportunidade ímpar para suprir, na UFG, o déficitde carga horária teórica concentrada no ensino/aprendizado da tuberculose, que se reduzia a,aproximadamente, 6 horas/aula, ministradas pelos serviçosde Patologia, Pneumologia e Infectologia. Em nenhumadestas ocasiões, a visão da tuberculose, como problemade saúde pública e o seu controle através do PCT, eratratada de maneira sistemática. Considerando-se quegrande parte dos nossos alunos serão os futuros médicose enfermeiros que irão trabalhar em unidades de SaúdePública, e que alguns poderão ser, inclusive, gestores neste

serviço, esta deficiência na formação era, sobremaneira,preocupante.

A avaliação dos facilitadores dos cursos ministradosna UFG foi, de maneira geral, positiva e algumas dascríticas e sugestões citadas foram discutidas comrepresentantes do CRPHF, e poderão ser utilizadas naspróximas edições do curso. Uma das característicasbastante ressaltada como muito positiva, foi o fato dasduplas de facilitadores serem formadas por uma pessoacom experiência no Serviço Público de Saúde e a outracom experiência acadêmica proveniente da Universidade.Isto foi fundamental para se atingir o objetivo de integraçãoensino-serviço. A interação mostrou-se positiva paraambos e houve ganhos, em qualidade, do processo ensino-aprendizagem.

O percentual de inscritos que concluíram o curso foialto, demonstrando boa adesão e sugerindo bom grau desatisfação em relação ao curso.

A avaliação dos alunos foi satisfatória. Um total de162 alunos apresentaram sugestões relevantes, algumas commaior freqüência como o aumento e a melhor distribuiçãoda carga horária do curso e a exclusão do filme “VoltaLandico”. Esta última sugestão era justificada pelos alunoscomo devida à duração excessiva e por haver trechos dofilme considerados desnecessários aos objetivos propostos.Embora o pré e o pós-teste tenham as limitações de umaavaliação objetiva de múltipla escolha, a evolução doconhecimento foi relevante estatisticamente. Nota-se queo número de acertos dos alunos do curso de enfermagem,foi menor no pré-teste, em relação aos alunos do cursode medicina. Uma explicação plausível para isto, pode sera oportunidade dos alunos de medicina vivenciarem odiagnóstico e o tratamento da tuberculose, itens queconstaram nas questões dos testes da avaliação, com maiorfreqüência e profundidade durante o curso de medicinanas diversas disciplinas clínicas e mesmo cirúrgicas que osalunos de enfermagem. Constata-se, por outro lado que,os alunos de ambos os cursos, experimentaram progressoequivalente em relação ao conhecimento sobre a doença.Ressalta-se que a adaptação do curso para alunos deenfermagem pode ter influenciado positivamente nesteresultado.

Relatos que remontam ao século passado, na décadade 30, citam o ensino primeiramente da Tisiologia nasFaculdades de Medicina e sua posterior incorporação àPneumologia, com o advento do tratamentoquimioterápico da tuberculose. Após isto, cita-se a luta dealguns eméritos professores pela obrigatoriedade doensino da Tisiologia, naquelas faculdades.3

Estudo realizado por Belo e colaboradores,4 em 11

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Controle da Tb: integração ensino-serviço

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instituições de ensino médico do Rio de Janeiro, revelouque 33% delas dedicavam menos que 5 horas ao ensinoda tuberculose.

Uma oficina nacional sobre ensino da TB nagraduação foi realizada pela Rede Brasileira de Pesquisaem Tuberculose (Rede-Tb),5 no Rio de Janeiro, em abrilde 2004, incluindo 18 IES de oito estados, onze gestoresde serviços de saúde do Programa Nacional de Controleda Tb, uma Ong (Fórum-TB), e representantes do MECe do MS. Os principais problemas identificados foram:treinamento prioritariamente em hospitais, ensino centradono professor, foco nas questões biológicas subestimandoquestões humanísticas e sociais. As alternativas propostasincluíram estreitamento das relações serviços/IES,mobilização discente em experiências de campo, criaçãode equipes multidisciplinares nas IES para avaliarpermanentemente programas educacionais e de controleda TB. Transformações curriculares focais e materialdidático padronizado foram considerados soluçõesrelevantes.

A participação de uma Ong no controle datuberculose, pressupõe intervenções de cooperação dediversas naturezas. Entre estas, a capacitação dosprofissionais de saúde fundamental para a sustentabilidadedas ações de controle da tuberculose, é consideradaimprescindível pela Fundação Damien. A parceria com oCRPHF e com a UFG, possibilitou a criação de uma basepara que o desenvolvimento do PCT possa ser sustentávelatravés do treinamento dos médicos e enfermeirosbrasileiros que se formam nas academias no nosso país.A Fundação solicita como contrapartida dos parceiros, aintegração do curso nos currículos das faculdades e acontinuidade de fornecimento do material pelo CRPHF,para assegurar sua sustentabilidade, após findar aparticipação da Fundação.

Na visão do serviço, é relevante a integração com auniversidade, proporcionando aos futuros profissionaisde saúde, formação prática na rotina dos serviços desaúde, permitindo um melhor desempenho profissional,quer na rede pública quer na rede privada. Tendo emvista que muitos desses alunos irão incorporar–se à redepública, principalmente nas Equipes de Saúde da Família,o curso permite capacitá-los e reproduzir novosconhecimentos no desenvolvimento da atenção básica,para melhor cumprirem as suas atribuições funcionais, comreflexo positivo junto aos usuários do SUS. O serviçopúblico necessita do estabelecimento de parcerias e estas,favorecem o apoio estratégico de desenvolvimento derecursos humanos, comunicação e educação em saúde.

A experiência da UFG sugere a importância dos cursosde Integração Ensino-Serviço e a necessidade de continuara implementá-los e avaliá-los à medida que forem sendoministrados em outras regiões do país.

O curso Integração Ensino-Serviço atende àssugestões da Oficina Nacional sobre Ensino da TB nagraduação, realizada pela Rede-TB, que preconiza aintegração ensino-serviço e a utilização de material didáticopadronizado.5

CONCLUSÃO

O curso Ensino-Serviço cria possibilidades para queos alunos possam se motivar para o estudo da tuberculosee, uma vez motivado, ir construindo o conhecimentoprogressivamente, como sugere a pedagogia moderna.6

A UFG teve a primeira experiência com o curso,realizando-o de maneira global e sistemática. Não existem,portanto, na literatura, outros relatos para comparações.Todavia, os resultados mostram a relevância dos cursos epodem incentivar a utilização deste instrumento de ensinoe aprendizagem em tuberculose no país, como um recursode valia entre as diversas ações na luta contra a doença.Relembrando o grande pedagogo Paulo Freire:6 “Ensinarexige alegria, esperança e compreensão de que educaçãoé uma forma de intervenção e mudança”. Assim,implementando o ensino, é possível que possamos mudar,no país, a preocupante realidade epidemiológica datuberculose.

Agradecimentos

Agradecemos ao CRPHF, nas pessoas de dra Maria José Procópio e dr.Miguel Aiub, bem como à Fundação Damien, sem os quais não seriapossível a realização da importante experiência ora relatada.Somos, também, gratas ao prof. dr. Paulo César Brandão da VeigaJardim, diretor e sra. Deusa José de Sousa, coordenadora administrativa

da Faculdade de Medicina da UFG, pelo apoio e colaboração naimplantação do curso e na incorporação ao currículo.

REFERÊNCIAS

1. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centrode Referência Professor Hélio Fraga. Sociedade Brasileira dePneumologia e Tisiologia. Controle da Tuberculose - Uma Propostade Integração Ensino-Serviço. 5a ed. Rio de Janeiro: FUNASA/CRPHF/SBPT; 2002: 11-12.

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Moreira MAC et all

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13 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

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5. Trajman A, Ribeiro CE, Kritski A, Mello FQ, Villa TC, Silva JRL,Conde M, Netto AR. educmed.org.br/cbem/2004/trabalhos_vitoria/temas/14.htm; (citado em 15/04/2005).Disponível em: www.abem-educmed.org.br/cbem/2004/

trabalhos_vitoria/ temas/14.htm.

6. Freire P. Pedagogia da Autonomia. 30a ed. São Paulo: Paz e Terra;2004: 47- 98.

7-13

Controle da Tb: integração ensino-serviço

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15 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Artigo OriginalAnálise do sistema de pontuação para diagnóstico da TB

15-18

Resumo

As normas vigentes do Ministério da Saúde preconizam um sistema de pontuação para diagnóstico de tuberculosepulmonar na infância, dada a dificuldade de comprovação bacteriológica da doença nessa faixa etária.O estudo caso-controle (casos = 45 e controles = 96) foi realizado em um hospital universitário pediátrico com pacientesque haviam sido investigados para tuberculose através de lavado gástrico.Foram adotados dois pontos de corte da pontuação do sistema para o diagnóstico de tuberculose: 30 e 40. O ponto decorte de 30 foi mais adequado. Obteve-se sensibilidade de 88,9% (IC95%=75,2%-95,8%) e especificidade de 86,5%(IC95%=77,6%-92,3%).O sistema de pontuação mostrou-se útil para o diagnóstico de tuberculose pulmonar na infância em nosso meio.

Palavras-chave: tuberculose, diagnóstico, criança

Summary

The Minisdtry of Health – Brazil ́ s guidlines adopted a score system for pulmonary tuberculosis in children face the dificulty of bacteriological

confirmation of TB in pediatric age.

This case-control study (cases n+45 and controls = 96) was realized in a pediatric universitary hospital with pacients who were investigated for

TB by gastric lavage.

We used two cut-off points: 30 and 40. The cutt-off 30 was more useful for diagnostic of pulmonay TB.

The sensitivity of the score system was 88,9% (IC95%=75,2%-95,8%) and the sensitivity was 86,5% (IC95%=77,6%-92,3%). The

system was useful for children in Brazil.

Key words: tuberculosis,diagnosis,children

Artigo recebido em 04/04/2005. Aceito em 20/04/2005.1Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPMG- UFRJ).

*Resumo da dissertação de mestrado do primeiro autor, apresentada à Universidade Federal Fluminense (UFF). E-mail: [email protected]

Análise do sistema de pontuação para o diagnóstico de tuberculose

pulmonar na infância preconizado pelo Ministério da Saúde*

Claudia TS Orfaliais1, Mônica T Rangel Tura1, Maria de Fátima B Pombo March1,

Clemax C Sant’ Anna1

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16 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima queum terço da população mundial esteja infectada peloM.tuberculosis e que, anualmente, ocorram cerca de oitomilhões de casos novos (um milhão e trezentos mil emcrianças) e três milhões de óbitos (450.000 na infância)por tuberculose (TB).1,2.

Na última década, o ritmo de aumento na incidênciade TB em crianças (33%) foi maior do que o observadoem todas as faixas etárias (13%). Os casos em menoresde 15 anos representam 15% da incidência total. Estaselevadas taxas traduzem um alto índice de transmissão nacomunidade, já que a maioria dos casos de TB em criançasé conseqüente à rápida progressão de infecçãorecentemente adquirida.3

No Brasil crianças com menos de dois anos de idadetêm o dobro das taxas de adoecimento de criançasmaiores. A taxa de TB entre crianças de zero a quatroanos no município do Rio de Janeiro, em 1996, foi de28,3 por 100.000 habitantes.4,5

Diagnosticar TB na infância implica em valorizar

aspectos clínicos, radiológicos e epidemiológicos. Tendoem vista a dificuldade diagnóstica da TB na infância, forampropostos alguns sistemas de pontuação que permitemchegar ao diagnóstico pela soma de dados positivos ounegativos referentes a aspectos clínicos, laboratoriais eepidemiológicos.6 Os principais sistemas de pontuaçãoutilizados são os de Kenneth Jones, o proposto pela OMSe o de Keith Edwards, cuja comparação em nosso meiojá foi realizada.7

Existem vários sistemas propostos e utilizados emdiversos países mas a maioria não foi validada. Além disso,incluem, entre seus ítens fundamentais, dados referentes àbacteriologia e histopatologia, cuja realização torna-seinviável em centros de menor complexidade, e dão ênfasea um aspecto pouco freqüente na TB infantil, a positividadebacteriológica.8

Criou-se no Brasil um sistema de pontuação paradiagnóstico de TB pulmonar na infância, preconizado peloMinistério da Saúde (MS)9 (Quadro 1). Visando contribuirpara o diagnóstico de TB na infância, o presente trabalhoavaliou esse sistema de pontuação, através de estudo dotipo caso-controle.

Quadro clínico

radiológico

Quadro 1. Diagnóstico de tuberculose pulmonar em crianças e adolescentes negativos à baciloscopia

Contato com adulto

tuberculoso

Teste tuberculínico*

e vacinação BCG

Estado

nutricional

Febre ou sintomas

como: tosse, adinamia,

expectoração,

emagrecimento,

sudorese > 2 semanas

Adicionar15 pts

Adenomegalia hilar

ou padrão miliar

• Condensação ou infiltrado

(com ou sem escavação)

inalterado > 2 semanas

• Condensação ou infiltrado

(com ou sem escavação) > 2

semanas evoluindo com piora

ou sem melhora com

antibióticos para germes

comuns

Adicionar 15 pts

Condensação ou infiltrado de

qualquer tipo < 2 semanas

Adicionar 5 pts

Próximo, nos

últimos 2 anos

Adicionar10 pts

Vacinados há mais de

2 anos

• menor de 5mm

0 pts

• 5mm a 9mm

Adicionar

5 pts·

• 10mm a 14mm

Adicionar10 pts

• 15mm ou mais

Adicionar 15 pts

Vacinados há menos

de 2 anos

• menor de 10mm

0 pts

• 10 mm a 14mm

Adicionar5 pts

•15mm ou mais

Adicionar15 pts

Desnutrição grave ou

peso abaixo do

percentil 10 SISVAN**

Adicionar5 pts

Assintomático ou com

sintomas < 2 semanas

0 pts

15-18

Orfaliais CTS, et all

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17 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

MATERIAL E MÉTODOS

Realizou-se um estudo tipo caso-controle, para aavaliação do sistema de pontuação para o diagnóstico deTB pulmonar em crianças internadas em hospitaluniversitário pediátrico no Rio de Janeiro (IPPMG-UFRJ).

Foram incluídos todos os pacientes de 0 a 12 anosinternados no hospital que haviam sido submetidos aexame de cultura para M.tuberculosis no lavado gástrico,segundo critério clínico, no período de abril de 1987 adezembro de 1994. Dos 1326 exames de cultura paraBAAR de amostras de lavado gástrico, 75 foram positivos,correspondendo a 45 crianças. Procedeu-se, então, arevisão de seus prontuários com base em dados clinico-radiológicos, epidemiológicos e evolutivos, todos foramconsiderados casos de TB.

Das culturas para BAAR realizadas nas 1251amostras de lavado gástrico restantes, 145 haviam sidocontaminadas e foram excluídas e 1106 foram negativas.Estas pertenciam a 425 pacientes cuja análise do prontuáriopermitiu afastar o diagnóstico de TB.

Houve pareamento dos pacientes por faixa etáriadentro do mesmo ano de realização do exame,alcançando-se 96 pacientes para compor o grupo controle.A relação controle/caso foi de 2,13.

Aos 45 casos e 96 controles foi aplicando oformulário clínico, elaborado a partir dos critériosdiagnósticos contidos no sistema de pontuação.8

Os dados obtidos através dos formulários clínicosforam armazenados, tabulados e analisados com auxíliodo programa EPI.INFO versão 6.04. Os dados foramapresentados na forma de tabelas de contingência. Foram

Infecção respiratória com

melhora após uso de

antibióticos para germes

comuns ou sem

antibióticos

Subtrair 10 pts

Radiografia normal

Subtrair5 pts

Ocasional

ou negativo

0 pts

Não vacinados

• menor de 5mm

0 pts

• 5mm a 9mm

Adicionar5 pts

• 10mm ou mais

Adicionar 15 pts

Peso igual

ou

acima do

percentil 10

0 pts

Legenda: pts – pontos; Esta interpretação não se aplica a revacinados em BCG;

** SISVAN - Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (MS/1997)

Interpretação: Maior ou igual a 40 pontos 30 a 35 pontos Igual ou inferior a 25 pontos

Fonte: Ministério da Saúde, 2002

Diagnóstico muito provável Diagnóstico possível Diagnóstico pouco provável

calculados sensibilidade, especificidade, razão dechances ou odds ratio (OR) e seus intervalos de confiançade 95% (IC95%).

DISCUSSÃO

O sistema de pontuação estudado propõe umaclassificação da amostra de acordo com a pontuação final(somatório dos pontos de cada variável): > ou = 40pontos, diagnóstico muito provável de TB pulmonar; 30– 35 pontos, diagnóstico possível; < ou = 25 pontos,diagnóstico pouco provável.

Observa-se que 57,8% dos casos e 2,1% doscontroles atingiram a pontuação igual ou superior a 40,indicando risco bastante elevado de apresentarTB(OR=64,32 e p=0,00001). Com o diagnóstico de TBpossível (30 a 35 pontos) foram observados 31,1% doscasos e 11,4% dos controles. Analisando os pacientes queobtiveram pontuação superior a 30, observa-se ainda umrisco elevado de probabilidade de doença (OR=51,08 ep=0,00001). Com pontuação inferior ou igual a 25,mostraram-se 86,5% dos controles e 11,1% dos casos.

Estabeleceram-se dois pontos de corte distintospara o cálculo da sensibilidade e especificidade do teste:30 e 40 pontos. Definindo como teste positivo para odiagnóstico de TB a pontuação superior a 40, observou-se sensibilidade de 57,8% (IC95%=42,2%-72,0%) eespecificidade de 97,8% (IC95%=92,0%-99,6%). Emcontrapartida, sendo o teste considerado positivo compontuação superior a 30, obteve-se sensibilidade de 88,9%(IC95%=75,2%-95,8%) e especificidade de 86,5%(IC95%=77,6%-92,3%).

15-18

Análise do sistema de pontuação para diagnóstico da TB

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18 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

4. Alves R, Sant´Anna CC, Cunha AJLA. Tuberculous epidemiology

in children, Brazil. Rev Saúde Pública, 2000;34:409-410.

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Brazil. Int J Tuberc Lung Dis 2003;7:198-201.

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Beyers N. Childhood tuberculosis: clinical research needs. Int J

Tuberc Lung Dis 2004;8:648-657.

7. Carreira MN, Sant’ Anna CC. Estudo comparativo de critérios

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de saúde. J Pneumol 2000;26:219-226.

8. Hesseling AC, Schaaf HS, Gie RP Starke JR, Beyers N et al. A

critical review of diagnostic approaches used in the diagnosis of

childhood tuberculosis. Int J Tuberc Lung Dis 2002;61038-45.

9. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.

Tuberculose: guia de vigilância epidemiológica [Tuberculosis: a

epidemiological vigilance guide]. Brasília, DF. 2002.

Tabela 1. Pontuação final do sistema de diagnóstico detuberculose na infância em casos e controles. IPPMG-UFRJ

Pontos Casos (n=45) Controles (n=96) OR

n (%) n (%) (CI 95%)

>40 26 (58) 2 (2) 64.3 (13.0 - 429.9)

> 30 40 (89) 13 (13.5) 51.1 (15.5 – 181.7)

Mostrou-se em 30 pontos o melhor ponto de corte,já que a sensibilidade elevou-se substancialmente emdetrimento de pequena diminuição da especificidade,aumentando a acurácia do teste. Deve-se salientar tambémque o grupo controle por nós empregado – pacientesinternados com pneumonia - poderia aumentar o númerode falso-positivos e diminuir a especificidade do teste.Esta foi uma das limitações deste estudo, pois não avalioucrianças em nível ambulatorial. O teste apresentou boaespecificidade tanto no ponto de corte em 30 quanto em40 pontos.

Logo, pode-se concluir que o sistema de pontuaçãoestudado mostrou resultados bastante satisfatórios, comelevada acurácia, especialmente considerando o ponto decorte em 30 pontos, trazendo grande contribuição para odiagnóstico de TB pulmonar em crianças. No programade computador que vem sendo desenvolvido pelo Centrode Referência Prof. Hélio Fraga – MS, como sistema deapoio ao diagnóstico da TB pulmonar na infância,recomenda-se que tal pontuação já possa ser decisiva, acritério clínico, para se iniciar o tratamento de umdeterminado paciente que esteja sendo investigado.

AgradecimentosOs autores agradecem aos drs: Valéria Jordão, Gesmar V. Haddad,

Marilene A R. Santos, Miguel Aiub Hijjar, Paulo Moreira Camargos

e Marcus B. Conde pela colaboração prestada em diversas etapas

do trabalho.

REFERÊNCIAS

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tuberculosis. Morbidity and mortality of a worldwide epidemic.

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diagnosis. Special Suplent, Apr./Jun. London: AHRTAG; 1996.

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among children in USA. Pediatr Infect Dis J 1996;15:683-697.

15-18

Orfaliais CTS, et all

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19 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Artigo OriginalEpidemiologia da TB em Campo Grande-MS

19-25

Resumo

A tuberculose é considerada atualmente doença emergente acometendo grande número de pessoas no mundo. NoBrasil, apesar dos esforços do Ministério da Saúde para seu controle, persiste como grave problema de saúde pública.Através de estudo retrospectivo de dados da ficha de notificação arquivada na secretaria municipal de saúde, analisou-sea epidemiologia da tuberculose notificada no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2003, pelo município deCampo Grande, Mato Grosso do Sul, buscando caracterizar variáveis epidemiológicas relevantes para o comportamentodessa patologia. No período estudado não houve aumento significativo do número de casos de TB, sendo notificados,em média, 291 casos por ano, perfazendo um total de 1.455. Houve predomínio da faixa etária entre 20 a 49 anos (60%),do sexo masculino (64%) e da forma pulmonar (71%). A baciloscopia de escarro foi positiva em 43% dos casos, opercentual de co-infecção com HIV, chegou a 28% e somente 16% tiveram o tratamento sob regime supervisionado. Naanálise dos dados concluiu-se que a detecção dos casos de tuberculose (87%) esteve próxima dos objetivos do Ministérioda Saúde (90%). Entretanto, os percentuais de cura (75%) e de abandono do tratamento (9%) não alcançam as metas doPrograma Nacional de Controle da Tuberculose.

Palavras chave: tuberculose; epidemiologia; Campo Grande.

Summary

Tuberculosis is considered nowadays as emergent disease that attack many people in the world. In Brazil, despite efforts of the Health

department for its control, it persists as a serious problem of public health.Trough retrospective study of datas provided by City Helth

Department it was analysed the epidemiology of tuberculosis’ cases notified since January 1999 until December 2003 by Campo Grande, Mato

Grosso do Sul, trying to characterize relevant epidemiologic variables of patology behavior. During the period it wasn’t noticed an increase of

tuberculosis´ cases, it was notified in average 291 cases per year, in total 1.455 cases. Those are distributed with predominance of age between

20 and 49 years (60%), masculine sex (64%) and pulmonary form (71%). The positive sputum smears was positive in 43% of the cases, the

percentage of co-infection with HIV, 28% and 16% only had the treatment under supervised regimen. Analysing the data it can conclude that

the detention of the tuberculosis cases (87%) was next to Health Department goals (90%). However, the percentage of cure (75%) and 9%

of abandonment of the treatment do not reach the objectives of this agency.

Key words: tuberculosis; epidemiology; Campo Grande.

Recebido em 01/04/2005. Aceito em 15/04/20051. Curso de Medicina - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – MS. E-mail: [email protected]

Epidemiologia da tuberculose no Município de Campo Grande, Mato

Grosso do Sul

Ana Maria Campos Marques1, Ana Carolina Salveti Della Vecchia1, Elisa Nagassaki1,

Perla Dominga Argüello Vera1, Vanessa Paiva Colman1

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20 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

INTRODUÇÃO

A tuberculose (TB) sempre esteve ligada à históriada humanidade. Até a metade do século passado a visãoa seu respeito era de uma doença incurável, fatal, quedizimava a vida de muitos. Somente quando surgiram asdrogas antituberculosas, a partir de 1944, essa realidadese modificou.

Em 1993, a Organização Mundial da Saúde (OMS)declarou a TB em estado de emergência no mundo, sendoainda hoje a maior causa de morte por doença infecciosaem adultos.1 É estimado que dois bilhões de pessoas, istoé, 1/3 da população mundial está infectada peloMycobacterium tuberculosis. Destas, oito milhõesdesenvolverão a doença e dois milhões morrerão a cadaano.2

Em torno de 95% dos registros de casos ocorremem países subdesenvolvidos, nos quais a TB constitui umproblema sócio-econômico.3 Várias doenças,principalmente as que afetam o sistema imunológico, comoa aids, afetam o curso da doença.1

O Brasil está entre os 22 países onde se concentram80% dos casos de tuberculose no mundo.4 No país,segundo dados do Sistema de Informação de Agravosde Notificação (SINAN/MS) são notificados anualmente85.000 casos novos (47/100.000) e a mortalidade é decerca de seis mil óbitos anuais; em relação ao resultadodo tratamento, em 2001, foram notificados 81.432 casosnovos, sendo que 72,2% receberam alta por cura, 11,7%abandonaram o tratamento, 7,0% faleceram e 9,1% foramtransferidos.2

A maioria dos doentes de tuberculose (64,5%) é dosexo masculino;6 80% são analfabetos ou fizeram o ensinofundamental e 20% têm ensino médio ou superior.5

A distribuição por faixas etárias evidenciaconcentração de casos entre os 20 e os 49 anos de idade,sendo de 36 anos a idade média do doente de TB.5 NoBrasil, nas últimas décadas, tem-se observado umatransição do predomínio de casos de tuberculose da faixaetária adulta para a idosa, segundo o estudo de Avaliaçãoda Transição Etária da Incidência e Mortalidade daTuberculose no período de 1986 a 1996.7

O Ministério da Saúde através do Plano Nacional deControle da Tuberculose (PNCT), estabelece metasespecíficas, entre as quais estão a de detectar 90% doscasos estimados da doença, a de curar pelo menos 85%dos casos diagnosticados e a de reduzir a taxa de abandonodo tratamento e mantê-la abaixo de 5%.8

O Plano Nacional de Mobilização e Intensificaçãodas ações para o Controle da Tuberculose configura ocontrole da TB como ação essencialmente deresponsabilidade municipal, visto que pode e deve ocorrerno nível da atenção básica de saúde. O controle da doençacompreende necessariamente o diagnóstico precoce e acontinuidade do tratamento, condição básica para a curaque, atualmente, alcança pouco mais de 70% dos casosdiagnosticados.8,9

Devido à magnitude do problema da TB nomunicípio de Campo Grande, Mato Grosso do Sul,apresentamos o estudo de suas característicasepidemiológicas, no período de janeiro de 1999 adezembro de 2003, analisando os casos de tuberculosesegundo idade, sexo, forma clínica, baciloscopia de escarro,co-infecção com HIV, tratamento supervisionado esituação de encerramento.

MATERIAL E MÉTODO

O presente trabalho é um estudo retrospectivo, comanálise de dados secundários obtidos das fichas denotificação de tuberculose - modelo padronizado peloMinistério da Saúde, arquivadas no setor de GerênciaTécnica de Tuberculose e Hanseníase, na Coordenadoriade Assistência aos Programas de Saúde (CAPS), daSecretaria Municipal de Saúde (SESAU) de CampoGrande, Mato Grosso do Sul. Os casos de tuberculoseforam notificados por 46 Unidades Básicas de Saúde, quecompõem a rede básica do município, acrescidos dasnotificações dos Centros de Referência para tuberculose(Hospital Dia, Hospital Esterina Corsini, Hospital SãoJulião e Centro de Especialidades Médicas - CEM).

Caracterização do Município

Como cidade, Campo Grande foi criada em 26 deagosto de 1899, passando a ser capital do Estado de MatoGrosso do Sul, em 11 de outubro de 1977. Possui umapopulação de 663.621 habitantes (Censo 2000), com áreade 8.096,0 km2, e densidade demográfica de 81,97habitantes/km2. Está a uma altitude de 542 metros, naregião centro do Estado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No período de janeiro de 1999 a dezembro de 2003, foram notificados 1455 casos de tuberculose no

19-25

Marques AMC, et all

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Município de Campo Grande, com uma média de 291casos por ano, atingindo o máximo de 316 casos em 1999.

Faixa Etária

Na caracterização dos pacientes em relação à idade,os casos de tuberculose se concentraram na faixa de 20 a49 anos, representando 60% do total (n=1.455). A faixaabaixo dos 15 anos foi a que apresentou menor prevalência,correspondendo a 6% dos casos (Tabela 1). Watanabe e

Tabela 1. Distribuição dos casos notificados de tuberculose, segundo faixa etária e ano, em Campo Grande – MS, 1999 a 2003.(n=1.455)

Ruffino-Netto6 encontraram resultados similares na cidadede Ribeirão Preto, SP, no período de 1993 a 1997.

Em 2001, Chaimowicz7 observou no Brasil umdeslocamento da prevalência da tuberculose para os gruposde idosos. Essa transição reflete a influência da melhoriado perfil sócio-econômico no Brasil resultando num enve-lhecimento da população e, conseqüentemente, um aumentodos casos de tuberculose nas idades mais avançadas, eventoobservado também em Campo Grande.

Nº %

0 a 4

5 a 9

10 a 14

15 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

60 a 69

70 ou mais

Ano

1999 2000 2001 2002 2003 TotalFaixa

etária

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

10

9

5

19

67

60

50

40

28

28

3

3

2

6

20

19

16

13

9

9

3

5

5

18

50

59

41

29

22

15

1

2

2

7

20

24

17

12

9

6

5

10

4

12

60

69

59

30

28

20

2

8

1

4

20

24

20

10

9

7

13

5

3

22

56

74

55

27

26

25

4

2

1

7

18

25

18

9

8

8

8

6

1

15

54

77

48

46

20

14

3

2

0

5

19

26

17

16

7

5

39

35

18

86

287

339

253

172

124

102

3

2

1

6

20

23

17

12

9

7

Sexo

Em relação ao sexo houve predomínio do masculino,correspondendo a 64% dos casos, como o achado naliteratura. Quanto à proporção há uma relação de 2:1,diferindo dos valores encontrados por Watanabe eRuffino-Netto,6 cuja relação foi de 3:1.

Fonte: SESAU

Pode-se observar uma falha na operacionalidade dosistema de notificação, pela presença do dado“desconhecido” quanto ao sexo, embora o mesmo tenhaexpressão percentual desprezível. (Tabela2)

Tabela 2. Distribuição dos casos notificados de tuberculose, segundo sexo e ano, em Campo Grande – MS, 1999 a 2003.

Nº %

Masculino

Feminino

Desconhecido

Total

Ano

Sexo

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

198

117

1

316

63

37

0

100

157

84

6

247

64

34

2

100

188

109

-

297

63

37

0

100

181

125

-

306

59

41

0

100

201

88

-

289

70

30

0

100

925

523

7

1455

64

36

0

100

Fonte: SESAU

1999 2000 2001 2002 2003 Total

19-25

Epidemiologia da TB em Campo Grande-MS

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22 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

Forma clínica

Durante o período de estudo não houve variaçõesrelevantes da distribuição percentual dos casos por formaclínica, por ano. Os resultados obtidos em Campo Grande- 71% de forma pulmonar - foram inferiores à médiabrasileira cuja forma pulmonar representa cerca de 80%a 85% do total6 .(Figura 1)

Figura 1. Distribuição dos casos de tuberculose, segundo formaclínica, em Campo Grande – MS, 1999-2003. (n=1.455)

Baciloscopia do escarro

Não se notou variação significativa da positividadeda baciloscopia durante o período estudado (média de43%), enquanto que a baciloscopia negativa sofreuaumento em 2001 e posterior decréscimo nos anos de2002 e 2003. Conforme já especificado, a baciloscopiado escarro detecta entre 70 e 80% dos casos de TBpulmonar.2 Considerando o valor já citado nesse estudode que a forma pulmonar correspondeu a 71% das formasclínicas nesse período, esperava-se maior percentual debaciloscopia positiva (49% a 57%).

Como a variável baciloscopia engloba todas asformas clínicas dos casos de tuberculose, o relevante valorde exames não realizados (33%), tende a subestimar apositividade do exame. Os exames não realizados podemconter tanto pacientes com a forma pulmonar como coma extrapulmonar, deixando-se de diagnosticar os casospulmonares bacilíferos.(Tabela 3)

Co-infecção TB-HIV

A associação da tuberculose com o vírus daimunodeficiência humana (HIV) modifica a epide-miologia da TB e dificulta seu controle. A infecção porHIV é o maior fator de risco para adoecer por TB emindivíduos previamente infectados pelo bacilo. Em 1999,a Organização Mundial da Saúde estimava a existênciade 33,6 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids ede 637 mil casos de TB associada com HIV, no mundo,o que corresponderia a cerca de 8% dos casos detuberculose.1

Pelos resultados da tabela 4, nota-se que a associaçãode casos de tuberculose com a infecção pelo HIV,

Tabela 3. Distribuição dos casos notificados de tuberculose, segundo baciloscopia e ano, em Campo Grande – MS, 1999-2003.(n=1.455)

Nº %

Positiva

Negativa

Não realizada

Total

Ano

Baciloscopia

Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %

127

64

125

316

40

20

41

100

120

53

74

247

49

21

30

100

128

92

77

297

43

31

26

100

122

77

107

306

40

25

35

100

134

62

93

289

47

21

32

100

631

348

476

1455

43

24

33

100

Fonte: SESAU

1999 2000 2001 2002 2003 Total

mantém-se muito acima da média estimada pelaOrganização Mundial da Saúde (8%). Watanabe eRuffino-Netto6 em estudo realizado no Hospital dasClínicas de Ribeirão Preto, no período de 1993 a 1997,encontraram 50,7% de co-infeccção.

Diante da elevada taxa de co-infecção TB-HIV edo grande número de exames não realizados (664 de 1455casos) encontrados em Campo Grande, denota-se queapenas os pacientes suspeitos de serem soropositivos estãosendo submetidos aos exames anti-HIV, não atendendoàs normas do Ministério da Saúde de realizar este exameem todos os pacientes com TB.(Tabela 4)

Fonte: SESAU

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Marques AMC, et all

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23 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Situação de encerramento

Observa-se, durante o período estudado, que todasas variáveis relacionadas ao encerramento se comportaramde maneira quase linear. De acordo com as metas doMinistério da Saúde, os valores de 75% para cura estãoabaixo do preconizado (85%), porém semelhante à médiabrasileira de 70%, citada na literatura.9

Observa-se uma taxa de abandono do tratamentoelevada (média de 9%) durante todo o período, em relação

23

77

100

21

79

100

34

66

100

172

446

618

28

72

100

Positiva

Negativa

Total

37

81

118

31

69

100

20

66

86

28

106

134

34

66

100

53

127

180

29

71

100

Tabela 4. Distribuição dos casos notificados de tuberculose, segundo co-infecção-HIV e ano, em Campo Grande – MS, 1999-2003.

Nº %

Ano

Co-infecção

com HIVNº % Nº % Nº % Nº % Nº %

1999 2000 2001 2002 2003 Total

NOTA: As categorias em “andamento”, “não realizado” e “desconhecido”, não foram incluídas na análise dessa variável.

Fonte: SESAU

Tratamento supervisionado

Observa-se uma tendência ao crescimento do númerode casos em tratamento supervisionado, partindo de zeroem 1999 e atingindo 54% em 2003. Esse crescimento éimportante, pois significa maior atenção das Unidades deSaúde ao cumprimento da proposta do Ministério da Saúde,que é realizar o tratamento supervisionado em todos oscasos pulmonares com baciloscopia positiva (média de

43%). O ano de 2003 se adequou às metas do Ministérioda Saúde, pois o tratamento supervisionado (54%) superouo percentual de 47% das baciloscopias de escarro positivasnesse ano. A supervisão do tratamento evita o abandono,aumenta a adesão, interfere na transmissão e no risco dedesenvolvimento de resistência aos medicamentosantituberculose e garante maiores percentuais de cura.10

(Figura 2)

à meta do Ministério da Saúde, que é de 5%.9

Entretanto com o aumento do tratamento super-visionado e das equipes do Programa de Saúde da Família,há a expectativa de diminuir o índice de abandono, fatoobservado em 2003 (2%). (Tabela 5)

A análise feita se refere aos pacientes que fizeram otratamento no período de seis meses, ou seja, queutilizaram o esquema I e IR; os casos de meningitetuberculosa e de falência do tratamento do esquema IR eII são encerrados em um período diferente do nono mês.

Figura 2. Distribuição dos casos de tuberculose, segundo tratamento e ano, em Campo Grande – MS, 1999-2003.

NOTA: Os casos ignorados quanto à supervisão do tratamento foram considerados como não supervisionados.

Fonte: SESAU

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Epidemiologia da TB em Campo Grande-MS

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24 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

Tabela 6. Número de casos de TB previstos e detectados emCampo Grande, 1999 a 2003.

TB 2002 2003

Número de casos previstos 348 337

Número de casos detectados 306 289

% de detecção 88% 86%

NOTA: Para o cálculo das porcentagens de detecção, segundo orientação do Guia de

Vigilância Epidemiológica, utiliza-se o número de casos existentes dos três anos anteriores;

diante disto, não foi possível obter os valores para 1999, 2000 e 2001.

A média de detecção dos casos de tuberculose emCampo Grande (87%), esteve próxima à meta doMinistério da Saúde de detectar 90% dos casos esperados.A cura, cuja porcentagem obtida foi de 75%, esteve abaixoda meta estabelecida pelo PNCT (85%), assim como oabandono, cuja média de 9%, esteve acima do esperado(<5%). (Tabela 7)

73

12

10

3

2

100

81

4

6

8

1

100

73

13

10

4

0

100

882

99

122

47

6

1156

75

9

11

4

1

100

Cura

Abandono

Óbito

Falência

Total

181

30

32

3

-

246

74

12

13

1

0

100

145

23

20

5

3

196

201

11

16

21

3

252

158

29

22

9

0

218

197

6

32

9

-

244

81

2

13

4

0

100

Tabela 5. Distribuição de freqüência dos casos notificados de tuberculose, segundo situação de encerramento e ano, em CampoGrande – MS, 1999 a 2003. (n=1.455).

Nº %

Ano

Situação de

encerramentoNº % Nº % Nº % Nº % Nº %

1999 2000 2001 2002 2003 Total

NOTA: As categorias em “andamento”, “não realizado” e “desconhecido”, não foram incluídas na análise dessa variável.

Fonte: SESAU

Mudança dediagnóstico

Detecção

Cura

Abandono

87%

75%

9%

90%

85%

< 5%

Análise comparativa dos dados encontrados em

Campo Grande em relação às metas do Programa

Nacional de Controle da Tuberculose.

Segundo as orientações do Guia de VigilânciaEpidemiológica da FUNASA9 o número de casos de TBprevistos para determinado ano pode ser calculadoacrescentando-se 10% ao maior número de casosencontrados nos últimos três anos, ou seja, multiplicandoo maior número de casos por 1,10.

Utilizando os dados disponíveis no presente trabalho, foipossível calcular o número de casos previstos para os anos de2002, acrescentando-se 10% aos 316 casos de 1999 e para2003, acrescentando-se 10% aos 306 casos de 2002, cujosvalores foram 348 e 337 casos respectivamente. (Tabela 6)

Tabela 7. Análise comparativa entre dados encontrados emCampo Grande e metas do PNCT.

TB Média Meta do

obtida Ministério da Saúde

CONCLUSÃO

A partir da análise dos dados, pode-se concluir queao longo do período estudado não houve uma variaçãosignificativa do número de notificações de tuberculoseem Campo Grande, sendo notificados em média 291casos por ano.

Os casos de tuberculose se concentraram na faixaetária dos 20 a 49 anos (60%) e no sexo masculino (64%),concordando com os dados da literatura. A forma clínicamais encontrada foi a pulmonar (71%), porém a mesmaapresentou valores inferiores à média nacional (80-85%).

Quanto à baciloscopia de escarro predominou apositividade (43%); entretanto esperavam-se valoresmaiores (49% a 57%) visto a sensibilidade da baciloscopiaem detectar 70 a 80% dos casos da forma pulmonar.

A co-infecção TB-HIV (28%) apresentou valor acimado estimado pela Organização Mundial da Saúde (8%).Diante dessa elevada taxa e do grande número de examesnão realizados no município, pressupõe-se a realizaçãoda sorologia para HIV apenas nos pacientes suspeitos deserem soropositivos, e não em todos os casos notificadosde TB, conforme orientação do Ministério da Saúde.

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Marques AMC, et all

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25 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Em relação ao regime de tratamento observou-seuma tendência ao crescimento do tratamentosupervisionado, adequando-se às metas do Ministério daSaúde em 2003, com percentual de 54% e baciloscopiapositiva de 47% nesse ano.

A detecção dos casos de TB em Campo Grande(87%), está próxima da meta do PNCT de diagnosticar90% dos casos estimados no período. O percentual decura (75%) ainda dista dos 85% preconizados, porémsemelhante à média brasileira de 70% em 2001. Oabandono do tratamento (9%) foi praticamente o dobrodo proposto pelo PNCT para o controle nacional da TB(<5%), porém há expectativa de melhora desse percentualem Campo Grande devido à tendência de crescimentoda estratégia de tratamento supervisionado.

Campo Grande ainda não vive a realidade dodiagnóstico e tratamento precoces, que constitui o meioessencial de controle da doença.

REFERÊNCIAS

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da tuberculose: uma proposta de Integração Ensino-Serviço. 5.

ed. Rio de Janeiro: FUNASA/CRPHF/SBPT, 2002.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância

Epidemiológica. Tuberculose, 2001. Disponível em: <http://

d t r 2 0 0 1 . s a u d e . g o v. b r / s v s / e p i / T u b e r c u l o s e /

tuberculose_00.htm.>. Acesso em: 18 mar. 2005.

3. Brasil. Ministério da Saúde. Assessoria de imprensa do Ministério

da Saúde. Dia nacional de combate à tuberculose, 2005. Disponível

em: <http://www.unisite.com.br/saúde/tuberculose.shtml>.

Acesso em: 18 mar. 2005.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Governo investe no tratamento da

tuberculose, 2005. Disponível em: <http://portal.saúde.gov.br/

aplicações/busca/buscar.cfm? inicio =16>. Acesso em: 18 mar.

2005.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Saúde apresenta ações contra

tuberculose, 2005. Disponível em: <http://portal.saúde. gov.br/

portal/aplicacoes/noticias/noticias_detalhe.cfm?co_seq_notícia

=13508>. Acesso em: 18 mar. 2005.

6. Watanabe A, Ruffino-Netto A. O perfil epidemiológico dos casos

de tuberculose notificados em hospital terciário. Ribeirão Preto -

São Paulo. Bol Pneumol Sanit 2001; 9(1): 10-34.

7. Chaimowicz F. Transição etária da incidência e mortalidade por

tuberculose no Brasil. Rev Saúde Pública 2001; 35(1): 81-7.

Disponível em: <http://hygeia.fsp.usp.br/rsp/>. Acesso em:

6 abr. 2005.

8. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde.

Tuberculose: Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília:

FUNASA, 2002.

9. Ruffino-Netto A. Tuberculose: a calamidade negligenciada. Revista

da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Uberaba, 2002;

35(1):51-58.

10. Pinho JL, Nogueira PA. Tratamento supervisionado em tuberculose

no município de Taboão da Serra, São Paulo 1998-1999. Ribeirão

Preto-São Paulo. Bol Pneumol Sanit 2001; 9(1):13-18.

19-25

Epidemiologia da Tb em Campo Grande-MS

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26 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

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27 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Artigo OriginalIntercorrências na interface doente-visitador

27-34

Resumo

A tuberculose poderia estar controlada, considerando-se que os recursos diagnósticos e os esquemas terapêuticos disponíveissão altamente eficazes. Porém é comum acontecerem intercorrências ao longo do tratamento. O presente estudo visaaprofundar o conhecimento da prática do Tratamento Supervisionado (TS) em um Programa de Controle da Tuberculose(PCT) no município de Ribeirão Preto-SP. O objetivo é analisar, no componente “desempenho”, as intercorrências nainterface doente - visitador sanitário, durante a supervisão do tratamento no domicílio. Trata-se de um estudo de naturezadescritiva que utiliza o enfoque da estrutura, processo e resultado proposto por Donabedian (1980), modificado porTanaka & Melo (2001); e Starfield (2002). A análise tem como foco o componente processo ou desempenho. Os dadosforam coletados pela técnica de observação sistemática através do acompanhamento das supervisões diárias no PCT,durante o período de um mês. Os resultados obtidos permitem-nos concluir que a avaliação permanente dos aspectoscomportamentais de adesão do paciente portador de tuberculose, constitui-se em uma atividade indispensável durante oprocesso do TS. Esta atividade permite identificar sinais de não adesão ao tratamento, tais como: doente deixou de tomarmedicação por opção própria, desinteresse em continuar a terapêutica, rejeição às orientações do visitador sanitário,dentre outros. A identificação deste tipo de eventos permitirá intervir oportunamente, no intuito de prevenir interrupçõesou mesmo abandono ao tratamento.

Palavras Chaves: tuberculose, Tratamento Supervisionado, intercorrência.

Summary

Tuberculosis could be controlled, considering that the diagnostic resources and the available therapeutic schemes are highly effective. Nonetheless,

intercurrences are common during treatment. This study has the aim improving the knowledge of Supervised Treatment (ST) in a Tuberculosis

Control Program (TCP) in the city of Ribeirão Preto - São Paulo State. The goal is to analyze in the “performance” the intercurrences during

the interface ill patient– sanitary visitor during the supervision of home treatment. It is a descriptive study that uses the focus of structure,

process, and result, proposed by Donabedian (1980), modified by Tanaka & Melo (2001); and Starfield (2002). The analysis is focused on

the process or performance. The data were collected using the systematic observation technique by following the daily supervisions at the TCP

during one month. The results allow to conclude that the permanent evaluation of the tuberculosis patient’s behavioral aspects is an essential

activity during the ST process. This activity allows the identification of signs of non-adhesion to treatment, such as: the ill patient did not take

his/her medication on his/her will, no interest in continuing the therapy, rejection to the orientations of the sanitary visitor, among others. The

identification of these types of events will permit to opportunely intervene, with the intent of preventing interruptions or the abandonment of the

treatment

Key words: Tuberculosis, Supervised Treatment, Intercurrence.

Recebido em 04/04/2005. Aceito em 20/04/2005.1Rede Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Tuberculose – Rede TB; Curso Técnico em Enfermagem do Centro de Educação Profissional do

Sindicato de Saúde de Ribeirão Preto-SP. E-mail: [email protected]

Intercorrências na interface doente-visitador sanitário durante a

supervisão do tratamento no domicílio em um serviço de saúde do

município de Ribeirão Preto-SP

Adelita Maria Accácio Mazzei1

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INTRODUÇÃO

O Brasil é o país com maior carga de tuberculose naAmérica, condição que o habilita a integrar o grupo dos22 países priorizados pela Organização Mundial da Saúde,para o combate dessa doença. Assim, foi um dosassinantes da Declaração de Amsterdã, no dia 24 de marçode 2000, onde se comprometeu a expandir a estratégiaDOTS (Directly Observed Therapy Short-Course) ouTratamento Supervisionado (TS), para que os 70% doscasos com baciloscopia positiva sejam detectados etratados adequadamente para o ano 2005.1

A estratégia DOTS tem sido implementada comsucesso em situações distintas, demonstrando, no geral,resultados positivos em termos de cumprimento daquimioterapia e de redução da resistência.

Muniz e cols.2 mostraram, em estudo realizado emRibeirão Preto, que a implantação do TratamentoSupervisionado configura-se como uma possibilidadecapaz de modificar a estrutura de trabalho da equipeenvolvida, pois, aponta para novas relações de trabalho,impõe uma redefinição das funções e papéis dosprofissionais, possibilita a revalorização da função dovisitador sanitário, permite ampliar o estabelecimento derotinas internas tais como elaboração de instrumento pararegistro de visitas e possibilita maior interação entre aequipe devido à necessidade freqüente de discussões sobreos casos em tratamento.

A implantação do Tratamento Supervisionado podeser considerada como um avanço no Programa deControle da Tuberculose (PCT), principalmente porproporcionar maior integração da equipe, estimulandoos profissionais de saúde a retomarem com empenhosua função educativa no controle da tuberculose, assimcomo repensar a prática cotidiana.3

Quanto à prática do TS propriamente dito, inicia-sea partir de um critério de seleção para o paciente serinserido nesta modalidade de tratamento. O processodecisório de inclusão ao tratamento supervisionado, exigeuma avaliação individual e domiciliar de cada caso, segundoalguns fatores de risco. Dentre os fatores pode-se listar:abandono anterior ao tratamento, alcoolismo, uso dedrogas, dificuldade de entendimento ou devido à idadeavançada, menores de idade cujos responsáveis nãoassumem o tratamento, situação social precária.2

O princípio norteador da proposta, caracterizadopelo ato de supervisionar a ingestão medicamentosa,continua sendo a finalidade central da intervenção. Oprocesso desponta-se como capaz de ampliar os espaços

e formas de intervenção, no âmbito individual e coletivo,possibilitando às equipes de cada Unidade de Saúdecriarem suas próprias dinâmicas de trabalho, permitindoo desenvolvimento de ações que resultem em redução natransmissão da tuberculose, seja através do controle doscomunicantes, seja privilegiando ações educativas noâmbito familiar.

Diversos tipos de abordagens podem ser utilizadospara a realização do TS, porém, é necessário que haja aavaliação individual dos casos, para determinar qual aforma de supervisão que deverá ser adotada.

Embora o progresso seja considerável, ainda não temsido o suficiente. Observa-se que nos últimos 5 anos, acobertura do TS nas unidades de saúde apresentaconsideráveis diferenças de uma unidade para outra.

O estudo realizado em Ribeirão Preto–SP, trazaspectos operacionais apontando o desempenho do PCT.Este estudo identificou que a história de tratamentoanterior, as intercorrências patológicas, a Aids e oalcoolismo contribuíram para o não cumprimento corretoda terapêutica, prolongando assim o tempo de tratamentoentre os indivíduos curados.4

Fatores relacionados à própria organização doserviço de saúde, os recursos humanos e materiaisdisponíveis, a realidade existente em cada unidade de saúdee equipe do PCT, as características do paciente/família,dentre outros fatores, poderiam estar explicando adificuldade de se estar ampliando a cobertura do TS e omelhor desempenho da estratégia.

Diante do exposto, considera-se necessário arealização de estudos operacionais que permitam ummaior aprofundamento do conhecimento do processode execução do TS no domicilio, com o intuito deidentificar estratégias para seu melhor desempenho.

MATERIAIS E MÉTODOSTrata-se de um estudo prospectivo transversal que utilizou o

referencial dos componentes da avaliação Estrutura – Processo -Resultado (E-P-R).5,6,7

A análise teve como foco o processo que refere-se ao núcleode atividades essenciais que caracterizam o TS do PCT.6 O processotambém denominado como desempenho, envolve tanto as açõespor parte dos profissionais de saúde no sistema como aquelas daspopulações e dos pacientes.7 Nesse sentido, neste estudo foramutilizados os termos processo e desempenho como sinônimos para nosreferirmos ao mesmo componente de avaliação.

O desempenho da assistência prestada, através do

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TS, enquanto uma tecnologia de gestão do cuidado,planejada pela equipe do PCT e executada pelo visitadorsanitário, inclui as seguintes atividades: identificar a formacomo o doente interage com o serviço de saúde prestadopelo PCT, sua aceitação e participação no plano terapêuticoe a adesão ao tratamento. Nesse processo a interface entreo doente e o visitador sanitário assume um papelimportante, uma vez que, o resultado dessa mediaçãodeterminará a maior ou menor participação do doenteno tratamento.

Para alcançar o objetivo do estudo foram elaboradosalguns indicadores:

nº de supervisões com intercorrênciasnº de supervisões realizadas no TS do PCT

nº de supervisões com intercorrências relacionadas ao serviço

nº de supervisões realizadas no TS do PCT

nº de supervisões com intercorrências relacionadas ao doente

nº de supervisões realizadas no TS do PCT

Considerando que em serviço de saúde e, mesmo,em um programa específico há sempre uma relaçãointrínseca e complexa entre as atividades realizadas, osindicadores selecionados foram construídos com númerosabsolutos e na relação entre variáveis.

A população do estudo constitui-se de pacientesportadores de tuberculose que estavam inscritos no TSno mês de julho de 2003, os quais foram caracterizadosde acordo com as seguintes variáveis: sócio-demográficas:sexo, idade, procedência, escolaridade, ocupação;diagnóstico; forma clínica; esquema de tratamento;tratamento anterior; doenças associadas e mês detratamento. Para o levantamento destas informações,foram utilizados os registros do PCT (ficha de notificaçãoe registro de acompanhamento diário da ingestãomedicamentosa), os prontuários dos doentes e o SistemaEPI-TB da Secretaria Municipal de Saúde.

Os dados relacionados ao desempenho do TS foramcoletados pela Técnica de Observação Sistemática atravésdo acompanhamento das supervisões diárias, durante operíodo de um mês. Foi utilizado um formulárioespecifico cujas questões estavam relacionadas à obtençãode dados sobre as intercorrências durante a interface entredoente e visitador sanitário, na supervisão de tratamentono domicílio.

O presente estudo foi realizado na Unidade de SaúdeNúcleo de Gestão Ambulatorial 59 (NGA -59) no mêsde julho de 2003.

O número de pacientes em tratamento de tuberculoseno período da coleta de dados foi de 23 sendo que 19estavam em TS.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Caracterização do perfil da população em estudo, segundo as variáveissociodemográficas.Os dados que possibilitaram a apresentação dessascaracterísticas estão apresentados nas Tabelas de 1 a 4.

Tabela 1. Distribuição dos pacientes portadores de tuberculose,segundo o sexo, no mês de julho de 2003, no NGA-59 domunicípio de Ribeirão Preto-SP.

Tabela 2. Distribuição dos pacientes portadores de tuberculose,segundo a idade, no mês de julho de 2003, no NGA-59 do municípiode Ribeirão Preto-SP.

Tabela 3. Distribuição dos pacientes portadores de tuberculose,segundo a escolaridade, no mês de julho de 2003, no NGA-59do município de Ribeirão Preto-SP.

Escolaridade N

Sem escolaridade/analfabeto 01

Sem escolaridade/alfabetizado 00

Ensino fundamental incompleto 13

Ensino fundamental completo 02

Ensino médio incompleto 00

Ensino médio completo 00

Superior incompleto 00

Superior completo 00

Ignorado 03

Total 19

Sexo

Masculino Feminino Total

14 5 19

Idade

0-19 a 20-64 a 65 e mais Total

03 13 03 19

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Intercorrências na interface doente-visitador

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Tabela 4. Distribuição dos pacientes portadores de tuberculose,

segundo a ocupação, no mês de julho de 2003, no NGA-59 domunicípio de Ribeirão Preto-SP.

Ocupação N

Nível superior 00

Nível médio 00

Braçal 03

Vive de renda 00

Auxílio doença 00

Aposentado 03

Estudante 03

Do lar 01

Desempregado 07

Ignorado 00

Outros 02

Total 19

Os resultados encontrados quanto ao perfil dos doentesde tuberculose não diferem da distribuição encontrada noslevantamentos epidemiológicos em geral.8-12

A caracterização dos doentes, de acordo com ogênero, mostrou uma ampla predominância do sexomasculino – 73,6% (Tabela 1). A preponderância datuberculose no homem é explicada pelos hábitos de vidaque favorecem o aparecimento desta doença mais nestesexo. Estes mesmos autores destacam também, apossibilidade da mulher ser mais resistente que o homeme de ter mais cuidado com a sua saúde.13

Quanto à faixa etária, os casos de tuberculoseconcentraram-se na idade produtiva entre 20 e 64 anos,representando 68,4% do total, o que comprova a maiorincidência entre adultos (Tabela 2).

No Estado de São Paulo, os menores de 20 anosrepresentam cerca de 10% dos casos, proporção essa quevem decrescendo nos últimos anos.12

Em relação ao nível de escolaridade, o ensinofundamental incompleto correspondeu a 68,4% do total,sendo que 1 paciente não tinha escolaridade, 2 tinhamensino fundamental completo e 3 tiveram sua escolaridadeignorada. A baixa escolaridade revela um aspectoimportante da população atingida pela tuberculose quedeve ser considerado tanto no tratamento do doentequanto nos trabalhos preventivos realizados.

Quanto à ocupação dos pacientes portadores detuberculose, em estudo, verificou-se que 7 (36,8%) estavamdesempregados, 3 estavam aposentados, 3 eram

estudantes, 3 realizavam atividades braçais, 2 realizavamoutro tipo de atividade e 1 era do lar. Estes pacientesfreqüentemente tendem a se depararem com dificuldadesfinanceiras o que acaba por repercutir no estilo de vida,como condições precárias de moradia e alimentaçãoirregular, provocando por sua vez um desequilíbrio noseu estado de saúde.

Caracterização do perfil da população em estudo,

segundo as variáveis relacionadas ao diagnóstico,

tratamento e doenças associadas

Na distribuição percentual dos casos, de acordo coma forma clínica, houve o predomínio da tuberculosepulmonar, correspondendo aos 19 casos estudados(100%) (Tabela 5); 16 (84,2%) eram casos novos, 2 (10,5%)estavam em retratamento de recidiva e 1 em retratamentopor caso de falência; 15 (78,9%) estavam no Esquema I,01 no Esquema Especial e 03 no Esquema IR.

Tabela 5. Distribuição dos pacientes portadores de tuberculose,segundo o mês de tratamento, no mês de julho de 2003, no NGA-59do município de Ribeirão Preto-SP.

Mês N

1º mês 08

2º mês 02

3º mês 0

4º mês 0

5º mês 03

6º mês 04

7º mês 0

8º mês 0

9º mês 0

10º mês 0

11º mês 02

12º mês 0

Total 19

Na avaliação da co-infecção TB/ HIV, a sorologiafoi negativa para o vírus em 18 pacientes portadores detuberculose (94,7%) e 01 não tinha informação.Observamos que 2 pacientes eram diabéticos, 3hipertensos, 1 epiléptico e 09 (47,3%) faziam uso debebida alcoólica. Estudo de caso/controle, concluiu queexiste a associação entre alcoolismo e tuberculosepulmonar.12 No período de 2 a 4 anos que precede àdoença, é mais forte a associação entre tuberculosepulmonar e dependentes de álcool. No período menorque 2 anos que precede ao diagnóstico da doença, é mais

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forte a associação entre tuberculose pulmonar e alcoolistasexcessivos.

A alta percentagem de alcoolismo entre doentes detuberculose pulmonar poderia ser o resultado da baixaresistência à infecção, quer endógena ou exógena, levando acrer que o indivíduo que consome grande quantidade deálcool fica mais exposto à infecção por Mycobacterium tuberculosis

do que o indivíduo com consumo baixo de álcool.11

Pode-se observar que os pacientes portadores detuberculose, em estudo, possuem as mais diversificadas

características, tanto sociodemográficas e econômicas,como referentes ao diagnóstico, tratamento, intercorrências“patológicas” e doenças associadas.

Em relação aos eventos ou ocorrências durante oTS relacionados ao serviço, (Tabela 6) observamos que anecessidade em transportar pacientes/materiais nãorelacionados ao TS ocorreu em 2 dias (3 e 5 de julho);viatura chegou com atraso no serviço de saúde ocorreuem 2 dias (8 e 15 de julho) e endereço errado ou confusoocorreu em 3 dias (1, 12 e 16 de julho).

Tabela 6. Eventos ou ocorrências durante o TS relacionados ao serviço.

Eventos ou situações n. de dias no mês

Funcionário faltou ao trabalho. 0

Muita demanda de pacientes no serviço de saúde. 01

Necessidade em transportar pacientes/ materiais não relacionados ao TS. 02

Viatura chegou com atraso no serviço de saúde. 02

Problemas com a viatura (mecânicos, pneu furado, falta de combustível, trânsito). 0

Endereço errado e ou confuso. 03

Atendimento de emergência solicitado pela comunidade. 01

Ausência de funcionário devido à reunião do sindicato dos trabalhadores. 01

Visita a paciente acamada não relacionada com o Programa. 01

Visitadora esqueceu que o paciente já havia sido medicado. 01

Ajuda à pessoa alcoolizada no trajeto da viatura. 01

Desencontro entre o motorista e a visitadora. 01

Bolsa de medicação foi esquecida na unidade. 01

Entrega de cesta básica (endereço confuso). 01

Visitadora entra em contato com a unidade para verificar agendamento do paciente. 01

Falta de medicação. 0

Outros. 02

Total 19

A atividade externa, no domicilio ou em outros locais,para a realização do TS no PCT, dispõe de uma viaturade segunda a sexta-feira por um período deaproximadamente 2 horas ao dia para a realização dasvisitas domiciliares. O tempo disponível da viatura para arealização do TS, ainda que restrito, também é partilhadocom as atividades de vigilância da tuberculose (visitas detratamentos iniciais, busca de casos e de comunicantes),entrega de cestas básicas aos pacientes inscritos noprograma, entrega de materiais em outras unidades desaúde, dentre outras atividades. Observamos então, que aviatura disponibilizada para o programa, a visitadorasanitária e o motorista acabam sendo utilizados para odesenvolvimento de outras atividades que não asrelacionadas ao TS. A disponibilidade de tempo que é de

aproximadamente 2 horas para a realização das visitasdiminui e isto compromete o TS, uma vez que o tempodespendido em outras atividades poderia estar sendomelhor utilizado com os pacientes supervisionados peloprograma. O mesmo ocorre quando a viatura chega comatraso no serviço de saúde.

Podemos concluir, que a medida que o TS do NGA-59 atende a outras demandas é porque tem recursosdemais ou então o faz por necessidade do serviço queexige que o TS atenda obrigatoriamente a outrasnecessidades não relacionadas ao PCT.

Cada sistema de serviços de saúde possui umaestrutura (ou capacidade) propícia à prestação destesserviços. Seus elementos capacitadores consistem dosrecursos necessários para oferecer os serviços. Existem,

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Intercorrências na interface doente-visitador

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pelo menos, dez componentes estruturais principais:pessoal, instalações e equipamentos, gerenciamento ecomodidades, variedade de serviços, organização,continuidade/sistemas de informação, acesso, finan-ciamento, população eletiva e administração.7

Para que haja uma Atenção Primária à Saúde (APS)de qualidade é necessário que os atributos estruturaisestejam em seu devido lugar para que as importantesatividades possam ser realizadas.7

Em relação ao endereço errado ou confuso daresidência do paciente, é necessário que haja areconfirmação das informações relevantes, sempre que omesmo comparecer ao serviço de saúde por ocasião daconsulta médica.

Pôde-se observar que o processo (ou desempenho)caracterizado pelas ações que constituem a oferta e orecebimento de serviços foi prejudicado com os eventosou ocorrências relacionados ao serviço de saúde.

Em relação aos eventos ou ocorrências durante otratamento supervisionado relacionados ao paciente,(Tabela 7) observamos: “o paciente não estava nodomicílio” – ocorreram 12 casos distribuídos em 7 dias;“endereço inexistente” - ocorreram 3 casos em 3 dias;“paciente estabelece o horário da medicação após oalmoço” - ocorreram 3 casos em 3 dias; e “visitadoraentrega a medicação para familiar responsável pelasupervisão do paciente” - ocorreram 2 casos em 2 dias.

Tabela 7. Eventos ou ocorrências durante o TS relacionados ao paciente.

Eventos ou situações n. de casos no mês

Paciente não estava no domicílio. 12

Paciente mudou de endereço. 02

Endereço inexistente. 03

Dificuldade para engolir a medicação. 0

Paciente estabelece horário da medicação após almoço. 03

Visitadora entrega a medicação para familiar responsável pela supervisão do paciente. 02

Paciente internado. 01

Reações adversas relacionadas com a medicação. 0

Paciente alcoolizado sem condições de tomar a medicação. 0

Paciente dormindo. 01

Visita para avaliar o estado de saúde do paciente. 01

Comportamento agressivo. 0

Reações adversas não relacionadas ao tratamento. 0

Doente tomou a medicação antes do VS chegar. 09

Total 34

Quanto aos pacientes que não foram encontradosem seus domicílios, pudemos constatar que tal fatoocorreu devido ao desemprego (paciente não estava emcasa porque foi procurar emprego ou porque foi recolherpapelão para poder sobreviver), desinteresse ou falta deinformação em relação ao tratamento.

Ao analisarmos o perfil do paciente portador detuberculose e sua família, podemos dizer que trata-se depessoas cuja inserção lhes confere possibilidades restritasem termos de qualidade de vida. A minoria destapopulação encontra-se engajada no mercado de trabalhoformal. As residências situam-se em sua maioria embairros periféricos da cidade, caracterizados pela pobrezae violência; as condições das moradias são precárias e,

muitas delas, desprovidas de infra-estrutura adequada.Muitos pacientes relataram sofrer com o preconceito

das próprias condições de vida, tais como o desemprego.É bem verdade que o número de pessoas é limitado

para que se possa proceder a comparação com outrasrealidades. Trata-se de uma população específica, sendoque algumas pessoas encontram-se nos limites da exclusãosocial. Os que encontram-se fora do mercado de trabalhoapresentam possibilidades reduzidas de acesso aoconsumo, mesmo com o auxílio de familiares. Trata-seportanto de uma parcela da população que sofre asconseqüências da forma como trabalha e vive.14

Portanto, aspectos como a questão social, odesinteresse e a falta de informação em relação ao

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tratamento, demostram a complexidade da assistência aopaciente portador de tuberculose inscrito no TS.

Em relação ao endereço inexistente reforçamosnovamente a necessidade de reconfirmação dasinformações relevantes do paciente.

Quanto ao horário da medicação estabelecido pelopaciente após o almoço e a entrega da medicação pelavisitadora para familiar responsável pela supervisão dopaciente, observamos o respeito da visitadora aos direitosdo paciente, a negociação estabelecida entre ambas aspartes e a co-responsabilidade da família pela ingestãomedicamentosa.

No entanto, é importante ressaltar que para garantiro sucesso terapêutico, a estratégia DOTS prevê aimplantação do TS, e este, consiste na administração diretado medicamento por uma segunda pessoa, que entrega,observa e registra a ingestão de cada dose da medicação.

Esse profissional tem a responsabilidade de contactare convencer o paciente a realizar o acompanhamentomédico e medicamentoso, bem como conscientizá-losobre a sua importância. A harmonia entre as pessoasenvolvidas é fator importante para o sucesso dotratamento.15 Trata-se de um aspecto importante poisobservamos que no dia 1 de julho, 2 pacientes já haviamtomado a medicação quando a visitadora sanitária chegouno domicílio, nos dias 2, 7 e 16 de julho este fato ocorreucom 1 paciente e no dia 11 de julho com 4 pacientes.

O observador não precisa, necessariamente, ser umprofissional de saúde. Desde que treinado e motivado, oTS pode ser realizado por agentes de saúde ou voluntários.

CONCLUSÕES

Este estudo procurou analisar, no componente“desempenho”, as intercorrências na interface doente -visitador sanitário, durante a supervisão do tratamentono domicílio numa unidade de saúde do município deRibeirão Preto-SP, que desenvolve um Programa deControle da Tuberculose.

O programa conta com uma equipe constituída poruma médica infectologista, uma enfermeira, duas auxiliaresde enfermagem, sendo que uma delas é visitadora sanitáriae um motorista. Possui uma viatura disponível poraproximadamente 2 horas diárias, no período da manhã,de segunda a sexta-feira. Fornece aos doentes, tanto aosdo TS quanto aos do auto administrado, incentivos/benefícios como vale-transporte, leite integral e cestabásica, importantes para o processo de adesão aotratamento da tuberculose.

Os resultados obtidos permitem-nos concluir que aavaliação permanente dos aspectos comportamentais daadesão do paciente portador de tuberculose constitui-seem uma atividade indispensável durante o processo doTS. Esta atividade permite identificar sinais de não adesãoao tratamento, tais como: doente deixou de tomarmedicação por opção própria, desinteresse em continuara terapêutica, rejeição às orientações do visitador sanitário,dentre outros. A identificação deste tipo de eventospermitirá intervir, oportunamente, no intuito de prevenirinterrupções ou mesmo abandono ao tratamento.

Ocorrências como: hospitalização, viagem, trabalho,dentre outras, podem influenciar na freqüência dassupervisões semanais.

A avaliação do processo do TS permitiu identificar,também, aspectos educacionais que precisam serreforçados para garantir maior esclarecimento sobre adoença, o tratamento, ou qualquer dúvida ou preocupaçãovinda do doente.

A estrutura do sistema de serviços de saúde é o quepropicia a prestação destes serviços. Seus elementoscapacitadores consistem dos recursos necessários paraoferecer os serviços.

O paciente portador de tuberculose incluído no TSnão é capaz de lidar com a responsabilidade que representao processo ao longo do tratamento.

Trabalhadores de saúde, funcionários de saúdepública, governo e comunidade devem compartilhar aresponsabilidade e providenciar acesso aos serviços deapoio, em função das necessidades do doente, para queeste continue e finalize o seu tratamento.

Agradecimentos

À equipe do Programa de Controle da Tuberculose do Núcleo

de Gestão Ambulatorial (NGA-59) de Ribeirão Preto-SP e

ao prof. dr. José Antonio Thomazini, da Faculdade de

Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo

que colaborou na revisão deste trabalho.

Este trabalho, contou com o apoio financeiro da Fundação

de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP),

na forma de bolsa de Iniciação Científica pelo período de 6

meses, vinculada ao projeto FAPESP no 02/03691-0.

REFERÊNCIAS

1. Organización Panamericana de la Salud. Reunión regional de los

Programas Nacionales de Control de TB. Oficina Sanitária

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Intercorrências na interface doente-visitador

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Artigo OriginalAções do PSF e o controle da tuberculose

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Resumo

Apesar dos inúmeros avanços diagnósticos e terapêuticos observados nas últimas décadas, a tuberculose continua sendoum relevante problema de saúde pública. Relacionada com fatores adversos como a pobreza, a desnutrição, o alcoolismoe a falta de acesso a serviços de saúde adequados, este problema, para ser combatido, requer, além da melhoria daqualidade de vida, a mudança de postura dos profissionais e dos serviços de saúde, pois medidas básicas que fazem parteda atenção primária, trariam um impacto positivo na situação atual desta doença. Neste sentido, a estratégia Saúde daFamília, quando coloca em prática os seus princípios - planejamento, serviços de saúde organizados, profissionais capacitadose motivados - constitui um elo fundamental para o controle de doenças como a tuberculose, pois o melhor conhecimentoda comunidade e de seus problemas, a continuidade da atenção, as oportunidades para as atividades educativas e aproximidade para uma melhor vigilância em saúde, facilitam o reconhecimento dos obstáculos e as ações para as soluçõesdos problemas encontrados durante o tratamento. Neste trabalho, descreveremos as ações desenvolvidas por uma Equipede Saúde da Família para o controle da tuberculose, tendo em foco a busca ativa de casos suspeitos e a transmissão deinformações sobre a doença, ressaltando a importância do processo de vigilância e da promoção da saúde na busca deuma melhor qualidade de vida da comunidade, objetivo principal daqueles que trabalham em saúde pública.

Palavras-chave: controle da tuberculose; Programa Saúde da Família; busca ativa; educação em saúde.

Summary

In spite of the countless progresses diagnoses and therapeutic observed in the last ones decades, the tuberculosis still continues being a great problem

of public health. Related to you factor adverse as the poverty, malnutrition, alcoholism and it lacks of access to services of health appropriate,

to face this great problem, besides the improvement of the life quality in several aspects, it is done necessary also a change of the professionals’

posture and of the services of health, because basic measures that are part of the primary attention, seeking the precocious diagnosis and the

appropriate treatment, he would bring one positive impact in the current situation of this disease.

In this sense, the strategy Health of the Family when addressed to place in practice the your beginnings, with planning, services of health

organized, professionals qualified and motivated, it constitutes a fundamental link for the control of diseases as the tuberculosis, because the

community’s best knowledge and of your problems, the continuity of the attention, the opportunities for the educational activities and the

proximity for a better surveillance to the health, they facilitate the recognition of the obstacles and the actions for the solutions of the problems

found during the treatment.

In this work, we will describe the actions developed by a Team of Health of the Family for the control of the tuberculosis, tends in focus the active

search of suspicious cases and the transmission of information on the disease, pointing out the importance of the surveillance process and of the

promotion of the health in the search of a better quality of the community’s life, objective main of those that work in public health.

Key words: control of the tuberculosis; Program Health of the Family; search active; education in health.

Recebido em 20/04/2005. Aceito em 30/04/2005Escola de Saúde Pública do Ceará. A.C. de Limoeiro do Norte, Caixa Postal 25 – Centro; 62.930-000 Limoeiro do Norte, CE – Brasil. E-mail:

[email protected]

Ações do Programa Saúde da Família em um distrito do interior do

Ceará e o controle da tuberculose

Elmo Morais Firmino

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INTRODUÇÃO

Se estivéssemos no início do século passado eprocurássemos contemplar a situação da tuberculose,iríamos observar elevado número de casos, altamortalidade, ausência de tratamento eficaz e muitomedo e tabus sobre a doença, pela sociedade. Nesteinício do século 21, apesar de meios diagnósticos eterapêuticos altamente eficazes, ainda podemosperceber números desfavoráveis, devido à deterioraçãodas condições sócio-econômicas, co-infecçãotuberculose/Aids e deficiência no acesso e organizaçãodos serviços de saúde.

A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa,de distribuição universal, que ocorre com maiorfreqüência em áreas de grande concentraçãopopulacional e com precárias condições sanitárias esócio-econômicas. Sendo uma doença que estárelacionada com as condições de vida da população(habitação, al imentação), 80% dos casos estãoconcentrados em cerca de 21 países, como aqueles daÁfrica, da Ásia e da América Latina.¹ A OrganizaçãoMundial da Saúde, com base na tendência danotificação de casos, estimou, para o ano 2002, umaincidência mundial de 8,8 milhões de casos detuberculose, dos quais, 3,9 milhões (44%) tinhambaciloscopia positiva.2 Segundo o Ministério da Saúde,no Brasil, há uma expectativa de 129 mil casos porano, sendo notificados 90 mil.

O programa denominado Saúde da Família,oficialmente estabelecido em 1994 pelo Ministério daSaúde, dentro de um plano de reorganização daassistência à saúde no país, fortalecendo a atençãoprimária, constitui um elemento importante nasestratégias do Plano Nacional de Controle daTuberculose, onde as equipes de saúde, com um grandepotencial de conhecimento e vínculo com acomunidade, em articulação com a Vigi lânciaEpidemiológica do Município, devem desenvolveratividades para o controle da doença. Neste contexto,entendendo o controle da tuberculose como uma dasáreas prioritárias (assim como a el iminação dahanseníase, a saúde materno-infantil, a imunização, ocontrole do Diabetes e da Hipertensão e a Saúde Bucal),descreveremos, e analisaremos, as ações desenvolvidaspor uma Equipe de Saúde da Família na zona rural domunicípio de Mombaça, no interior do Ceará, querealizou a busca ativa de casos suspeitos e promoveuações educativas sobre a doença.

MATERIAL E MÉTODOS

Os objetivos principais do estudo foram aidentificação de casos suspeitos de tuberculose naUnidade de Saúde e na comunidade do distrito deCangati, e a transmissão de informações sobre a doença,através de atividades educativas, na área de abrangênciada Equipe de Saúde da Família.

O Distrito de Cangati faz parte do município deMombaça. Este, que está situado na região centro-sul doestado do Ceará, a 293 Kms de Fortaleza, tem uma áreaterritorial de 2.119 Km² e uma população estimada, parao ano de 2004, de 41.411 habitantes, dos quais 16.052residem na zona urbana. O rendimento médio mensal éde 236,48 reais, por pessoa, e a economia baseia-se naagricultura, pecuária, avicultura, apicultura e extração demadeira.3 O clima é quente e seco. O município contacom 104 escolas públicas de ensino fundamental, três deensino médio e 93 de ensino pré-escolar. 9.112 pessoasde 10 anos ou mais têm menos de um ano de estudo ounão possui instrução. Existem 10 estabelecimentos desaúde, sendo que oito são públicos. O Hospital da cidadepossui 61 leitos e até o final de 2004 o município contavacom seis equipes do Programa Saúde da Família. Alémdo Hospital Municipal, a população dispõe de umaparelho de Raios-X, um aparelho de USG, um aparelhode eletrocardiografia, um laboratório de análises clínicasde um Centro de Saúde e dois laboratórios particularesque prestavam serviços à secretaria de saúde.

A área de abrangência da Equipe de Saúde deCangati, com 673 famílias4, compreende a sede doDistrito e as localidades de Nova União, Cajazeiras dosIvo e Sabonete, sendo que a busca ativa foi realizadaapenas na sede, com 183 famílias e um número de 700pessoas4, e as atividades educativas em toda a área deabrangência.

A população alvo da pesquisa foi a de pessoascom mais de 12 anos de idade, de ambos os sexos,pesquisando-se, principalmente, a tosse com mais de trêssemanas de duração e outros sintomas como a febrevespertina e o emagrecimento. A técnica de baciloscopiaempregada foi a de Ziehl Nielsen e não se contou comRaios-X na pesquisa.

Naqueles pacientes considerados suspeitos realizou-se um registro para controle com a devida identificação,fatores de risco - tabagismo, desnutrição, infecção porHIV, diabetes e uso de corticóides - e antecedentespessoais e familiares sobre a tuberculose e tratamentorealizado. Assim, nesses pacientes, realizou-se a coleta de

35-39

Firmino EM

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37 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

escarro, precedida de orientação para o paciente e a famíliasobre a primeira coleta e a da manhã do dia seguinte, aser recolhida pelo Agente Comunitário de Saúde e enviadaao laboratório para a devida análise.

Nos domicílios com pessoas ausentes foi questionadosobre a presença de tossidores crônicos, com orientaçãopara que estes procurassem a Unidade de Saúde da Famíliade Cangati para realização de coleta de escarro.

No período de 12 a 30 de abril de 2004, as seguintesações foram desenvolvidas:

a) Exposições sobre fundamentos e metodologia,abordando com a Equipe de Saúde, aspectos referentes àtuberculose: conceito, epidemiologia, quadro clínico,diagnóstico, tratamento e técnica de coleta de escarro.

b) Busca ativa no Distrito de Cangati. A sede da área,com 183 famílias, foi escolhida para o estudo por ali haverum maior aglomerado de casas e pessoas, por lá estarlocalizada a Unidade de Saúde da Família e por nãodepender de transporte para a realização das atividades,visto que naquele período não havia transporte exclusivopara a Equipe de Saúde. Foram visitados todos osdomicílios do Distrito e abordados os indivíduos presentesacima de 12 anos de idade. As atividades, realizadas semprejuízo do atendimento na Unidade de Saúde, eramcoordenadas pelo médico e acompanhadas pelos agentesde saúde.

c) Busca ativa na Unidade de Saúde. Esta atividadefoi desenvolvida no período de 12 a 30 de abril de 2004,nos turnos da manhã e da tarde, durante o atendimentona Unidade de Saúde de Cangati.

No mês de abril de 2004 foram atendidas 284pessoas, sendo 216 (76%) da faixa etária da pesquisa, ouseja, indivíduos acima de 12 anos de idade. A média deatendimento geral foi de 12 pacientes por dia, dos quais,nove, tinham 12 anos ou mais4. Independentemente domotivo da consulta, todos os pacientes dentro dessa faixaetária, eram interrogados, de forma sistemática, sobresintomas respiratórios. Além da pesquisa dos sintomas edo exame físico foram transmitidas informações sobre atuberculose e distribuídos folders explicativos.

d) Palestras sobre tuberculose no Distrito de Cangatie nas localidades de Nova União, Cajazeiras e Sabonete.Como parte da programação, realizaram-se palestras sobretuberculose e distribuição de folders explicativos, na áreade abrangência da equipe.

Para a realização das atividades planejadas contou-secom o apoio da Secretaria Municipal de Saúde queforneceu o material básico, como recipientes para a coletade escarro, e deu apoio ao diagnóstico, através do

Laboratório de Referência do município (baciloscopia).Também foram importantes os instrumentos de pesquisa(formulários de busca ativa e de suspeitos), foldersexplicativos sobre a doença, e convites e avisos para aspalestras, elaborados pelo coordenador das atividades.

RESULTADOS

Em todo o período das atividades, o número totalde pessoas examinadas, ou seja, a soma da busca ativa nacomunidade e na Unidade de Saúde de Cangati, foi de320 pessoas. Deste total, 16 (5%) foram consideradossuspeitos, respondendo positivamente que tossiam há maisde três semanas seguidas. Na busca ativa realizada nacomunidade (Distrito de Cangati), examinaram-se 193pessoas, com 10 consideradas suspeitas. Como na sederesidem 183 famílias, com cerca de 700 pessoas, a pesquisaabrangeu 27,5% da população do Distrito.

Na Busca ativa realizada na Unidade de Saúde deCangati, com 127 pacientes examinados (101 nas consultasmédicas e 26 nas de enfermagem), também foramatendidos pacientes de outras localidades da área deabrangência e, desse total, seis foram consideradossuspeitos (4,72%), com realização de coletas de escarropara a baciloscopia.

Tabela 2. Cronograma e resultado da busca ativa naUnidade de Saúde de Cangati

Tabela 1. Cronograma e resultado da busca ativa de casos detuberculose no distrito de Cangati

Pessoas

Dias Profissionais Examinadas Suspeitos

13/04

14/04

27/04

28/04

Manhã – Enfermeira e ACS 2

Tarde – Médico e ACS 1

Manhã – Enfermeira e ACS 2

Tarde – Médico e ACS 1

Manhã – Enfermeira e ACS 2

Tarde – Médico e ACS 1

Manhã – Enfermeira

Tarde – Médico e ACS 1

Total: 193 10

52

27

16

23

22

21

12

20

02

04

01

01

01

00

00

01

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Ações do PSF e o controle da tuberculose

Pessoas

Período Profissionais Examinadas Suspeitos

Médico 101 05

12 – 30/04/04

Enfermeira 26 01

Total: 127 06

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Mesmo tendo sido abordado na discussão clínica coma equipe e nas orientações aos pacientes, dados doLaboratório informaram que algumas amostras continhammaterial insuficiente.

Todas as baciloscopias foram negativas e os resultadosentregues aos pacientes com esclarecimentos e novasorientações sobre a doença.

Em relação à faixa etária, dos 16 pacientes suspeitos,10 eram idosos (60 anos ou mais) e, em relação ao hábitode fumar, nove declararam ser fumantes.

Após prévia e ampla divulgação, 161 pessoasparticiparam das atividades educativas na área deabrangência.

DISCUSSÃO

As atividades para o controle da tuberculosedesenvolvidas pela Equipe de Saúde de Cangati, assimcomo aquelas acontecidas no mês de janeiro para ocontrole da hanseníase, além de ter sido uma oportunidadede aproximação entre a equipe de saúde e a comunidade,constituiu-se num elemento de fortalecimento do sentidode cidadania percebido pela própria comunidade, bemcomo na co-participação, na busca de uma melhorqualidade de vida, aspecto fundamental no processo depromoção da saúde.

Sendo um estudo de prevalência, e assimrepresentando apenas a situação do momento em que foirealizado, seu mérito está em alertar a comunidade para aimportância da tuberculose e demonstrar, para toda aequipe, no contexto da vigilância em saúde, a prática da

busca de casos, que deve ser uma ação permanente.Na essência da Atenção Básica à Saúde as equipes

não devem esperar os doentes na Unidade de Saúde, masdesenvolver ações que propiciem não só o controle dosagravos, como também conhecer a população a que seestar servindo, onde conhecer seja muito mais que “tomarnota”, e servir muito mais que “dar assistência”.

Apesar dos agentes comunitários de saúde, durantesua formação e experiência, participarem de abordagenssobre a tuberculose, a discussão clínica realizada comorevisão e preparo para as atividades planejadas,demonstrou a necessidade de reciclagens sobre temasrelevantes para sua prática, fato este verificado pelas dúvidassurgidas e desconhecimento de algumas informações. Asamostras, por exemplo, com material insuficiente, mesmocom as orientações dadas aos pacientes, foram justificadaspela dificuldade encontrada por estes no momento dacoleta.

Pelo número observado de fumantes - nove entre16 suspeitos - percebe-se que este fator esteja relacionadocom a presença da tosse por mais de três semanas nessespacientes, visto que, apesar de não registrado, osacometidos não estavam com infecções respiratórias(gripe, resfriado) nesse período.

Visto que a área de abrangência da equipe de saúdeinclui outras localidades, a busca ativa de casos suspeitosdeveria ter sido mais extensa, o que não foi possível devidoà falta de transporte.

Apesar de ser mais comum em locais de extremapobreza e de população aglomerada, como nas periferiasdos grandes centros urbanos, a tuberculose também podeestar presente em áreas rurais, onde grassam pobreza edeficiências no acesso aos serviços de saúde, apesar denão haver muito o fator de aglomeração. Nesse contexto,têm influência a desnutrição, o etilismo e o tabagismo,fatores de risco para a tuberculose, que devem ser alvode plano de ação para as equipes nessas áreas.

Também importantes nessas atividades foram aspalestras, pois a falta de informação sobre a doençacertamente contribui para o diagnóstico tardio e odesenvolvimento de complicações. A presença de umnúmero expressivo de participantes nas ações educativasrealizadas nas localidades, demonstra a motivação dapopulação para os problemas da saúde, condição quepode contribuir para o reconhecimento da doença e,conseqüentemente, para o diagnóstico precoce etratamento adequado. Sobre essa questão é oportunoreferir que, atualmente, o Brasil apresenta apenas 70% deíndice de cura e cerca de 12% de abandono dotratamento¹, mostrando que é preciso haver uma

Total: 161

Tabela 3. Cronograma de Palestras sobre Tuberculose.

Data e

Horário Local Palestrante Participantes

Igreja do Distrito

de Cangati

Distrito de Cajazeiras

(Prédio da Associação)

Igreja do Distrito

de Nova União

Distrito Sabonete

(Grupo Escolar)

15/04/04

(15:00 Hs.)

19/04/04

(15:00 Hs.)

22/04/04

(15:00 Hs.)

23/04/04.

(09:00 Hs.)

Médico

Enfermeira

Enfermeira

Médico

73

32

31

25

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Firmino EM

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intensificação das atividades de educação em saúde, decapacitação e motivação de profissionais. Também éessencial uma maior interação entre as equipes de saúde ea Vigilância Epidemiológica, bem como uma melhorano processo de vigilância em saúde, por parte dessesserviços.

Certamente, a não descoberta de casos de tuberculosedurante as atividades deste estudo,não representa a ausênciade casos na população, pois apesar de todos os domicíliosda sede do distrito terem sido visitados nem todos osmembros das famílias estavam presentes, já que, tratando-se de uma comunidade rural, os homens, principalmente,se encontravam trabalhando na agricultura no momentodas visitas; além disso, algumas amostras de escarro nãotinham material suficiente e as outras localidades da áreade abrangência não foram alvo da pesquisa. Não obstante,é imperativa a necessidade da busca ativa de casos, deforma continuada e sistemática, elemento fundamental naprática das equipes do Programa Saúde da Família.

CONCLUSÃO

Considerando a situação epidemiológica atual datuberculose e a relativa simplicidade nas atividadesdesenvolvidas para o seu controle - busca ativa de casossuspeitos, ações educativas sobre a doença, diagnósticoprecoce e tratamento adequado - e, principalmente, oimpacto que estas ações determinam sobre os indicadoresda doença, nos surpreende a inexistência de açõesespecíficas efetivas, planejadas e articuladas, visto que essepanorama é, por certo, o principal responsável pelasituação desfavorável em que se encontra a tuberculose.

Como sabemos, a tuberculose está diretamenterelacionada com as condições de vida da população.Mudar os aspectos envolvidos neste contexto é missãonão só de um governo, não só de uma ciência e não apenasde uma classe de profissionais, mas de todo o conjuntode uma sociedade. A existência de recursos e detecnologias adequados pode envergonhar a alguns quandopouco ou nada se faz ou, ao contrário, mostrar que muitopode ser feito, bastando apenas que estejamos conscientese preparados para cumprirmos a nossa missão comoprofissionais de saúde – melhorar a qualidade de vida dacomunidade a que servimos.

Agradecimentos

À comunidade de Cangati e de localidades adjacentes,que além de participar e compreender a importância das

atividades desenvolvidas, serviu permanentemente deestímulo positivo para a persistência, a conclusão e o sonhode continuar lutando, apesar das adversidades.

REFERÊNCIAS

1. Secretaria de Políticas de Saúde. Ministério da Saúde. Manual

técnico para o controle da tuberculose: cadernos de atenção básica.

Departamento de Atenção Básica. 6ª ed. rev. e ampl. - Brasília

(Brasil): MS; 2002.

2. WHO. Global Tuberculosis Control: Surveillance, Planning,

Financing. WHO Report 2004. Geneva.

3. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário

Estatístico do Brasil, 2004 .

4. SIAB – Sistema de Informações de Atenção Básica – DATASUS

– Ministério da Saúde, 2004.

35-39

Ações do PSF e o controle da tuberculose

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41 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Relatório de Gestão do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga

– Exercício de 2004

PLANO ANUAL DE TRABALHO

O Centro de Referência Professor Hélio Fraga - CRPHF, unidade de abrangência nacional, integrante da estruturaorganizacional da Secretaria de Vigilância em Saúde/MS, cumpre a importante missão de atuar como referência nacionalna área de pneumologia sanitária, e em especial no controle da tuberculose e de outras doenças pulmonares ambientais eocupacionais, oferecendo cursos e treinamentos para profissionais do SUS de todo o país, produzindo estudos, pesquisas,teses acadêmicas, estágios, publicações, insumos e desenvolvimento de tecnologia para diagnóstico da tuberculose e decontrole de qualidade dos métodos bacteriológicos, abrigando o Laboratório de Referência Nacional.

No Plano Anual de Trabalho-PAT da Secretaria de Vigilância em Saúde/SVS, o CRPHF desenvolveu 07 ações eforam propostas 15 metas físicas e uma previsão orçamentária de R$5.216.199,00 para execução das ações, no exercíciode 2004.

O instrumento de avaliação de desempenho das ações encontra-se especificado no item Indicadores ou Parâmetrosde Gestão.

Plano anual de trabalho/PAT/SVS/CRPHF

Programa Ação Objetivos Beneficiários

SVS CRPHF

VIGILÂNCIA

EPIDEMIOLÓGICA E

PREVENÇÃO E

CONTROLE DE

DOENÇAS E OUTROS

AGRAVOS

• Aperfeiçoamento da vigi-

lância epidemiológica da tuber-

culose e outras pneumo-patias

de interesse em saúde pública.

• Fortalecimento da capacidade

de diagnóstico laboratorial para

ações de vigilância em saúde

• Produção e distribuição

de insumos laboratoriais e

biológicos.

• Desenvolvimento de pesquisas

aplicadas em epidemiologia e

controle de doenças.

•Inquérito nacional de resis-

tência às drogas utilizadas no

tratamento da tuberculose no

Brasil 2003-2004.

•Desenvolvimento de programa

de capacitação de recursos

humanos em vigilância em

saúde para estados e municípios.

• Publicação Técnico-Científica.INFORMAÇÃO E

DIVULGAÇÃO

DESENVOLVIMENTO

DE RECURSOS

HUMANOS

ESTUDOS E

PESQUISAS

• Controlar e tratar os casos notificados

de tuberculose multirresistente.

• Ampliar a capacidade já instalada das

redes laboratoriais para o diagnóstico

das doenças de notificação compulsória

e de outros agravos de interesse da saúde

pública

• Implantar áreas laboratoriais de nível

de biossegurança 3.

• Apoiar laboratórios da rede de

diagnósticos de agentes infecciosos.

• Produzir conhecimentos técnicos para

aperfeiçoar as ações de vigilância em

saúde.

• Estimar a prevalência de resistência

primária e secundária às drogas anti-

tuberculose segundo região brasileira nos

anos 2003 e 2004.

• Capacitar recursos humanos dos estados

e municípios visando ao fortalecimento

institucional, desenvolvendo a capaci-

dade de análise epidemiológica e o uso

de evidências para a gestão em saúde.

• Divulgar conhecimento epidemio-

lógico por meio de artigos científicos

para o aprimoramento dos serviços de

saúde do SUS.

• Os pacientes multirresistentes do

país e o Ministério da Saúde para

intervenções mais adequadas no

controle destes casos.

•Os laboratórios de saúde pública

que ofertarão exames mais acurados

e com a qualidade controlada,

atuando com contenção de riscos na

execução do trabalho protegendo o

trabalhador e o meio ambiente.

•Os laboratórios que conseguem

manter regularidade de insumos para

garantir a continuidade e a qualidade

do diagnóstico laboratorial para sua

clientela.

•Os conhecimentos gerados por

estes estudos beneficiam diretamente

o paciente e subsidiam as decisões

da vigilância da tuberculose e outras

pneumopatias a nível nacional .

•Os conhecimentos gerados por

estes estudos beneficiam diretamente

o paciente e subsidiam as decisões

da vigilância da tuberculose a nível

nacional em relação ao tratamento.

•Os profissionais que atuam na

vigilância da tuberculose e de outras

pneumopatias de interesse sanitário.

•Os profissionais que atuam na

vigilância da tuberculose e de outras

pneumopatias de interesse sanitário.

41-50

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INDICADORES OUPARÂMETROS DE GESTÃO

Para a avaliação de desempenho das açõesexecutadas pelo Centro de Referência Professor HélioFraga foi aplicado o parâmetro de gestão elaborado eestabelecido pela Coordenação-Geral de Planejamento eOrçamento – CGPLO da Secretaria de Vigilância emSaúde – SVS, que utiliza percentual e intervalos depercentuais para definir as metas atingidas, as atingidasparcialmente e as não atingidas, sendo que cada um dessesintervalos são representados por uma cor. A fórmula de

Parâmetro de Gestão

Meta atingida - 100%

Meta parcialmente atingida - 80% - 99,9%

Meta parcialmente atingida - 60%-79,9%

Meta parcialmente atingida - 40%-59,9%

Meta não atingida - 0-39,9%

Sem informação

Metas físicasAção CRPHF Descrição das metas Unidade de medida Índice esperado 2004

Aperfeiçoamento da vigilância

epidemiológica da tuberculose

e outras pneumopatias de

interesse em saúde pública.

Fortalecimento da capacidade

de diagnóstico laboratorial

para ações de vigilância em

saúde.

Produção e distribuição de

insumos laboratoriais e

biológicos.

Desenvolvimento de pes-

quisas aplicadas em vigilância

em saúde.

Realização do inquérito

nacional de resistência às

drogas utilizadas no tratamento

da tuberculose no Brasil 2003-

2004.

Desenvolvimento de programa

de capacitação de recursos

humanos em vigilância

em saúde para estados

e municípios.

Publicação

Técnico Científica.

•Manter 100 % dos casos de tuber-culose multirresistente -TBMRdescobertos sob controle evigilância epidemiológica.•Implantar o novo sistema deinformação da tuberculosemultirresistente em 27 UF.

•Aperfeiçoar o sistema de registrodas baciloscopias e culturas nas27 UF.•Implantar laboratório de nível 3de biossegurança -1º fase e 2º fasedo CRPHF.

•Produzir e distribuir 1000 meiosde cultura para o diagnóstico datuberculose.•Produzir e distribuir 200 testesde sensibilidade às drogas anti-tuberculose.

•Executar o plano de pesquisa doCRPHF.•Divulgar os resultados alcan-çados pelas pesquisas executadasno CRPHF.

•Realizar inquérito nas áreaspiloto (RJ e RS).•Realizar o inquérito no estadode São Paulo.

•Realizar 13 cursos de curtaduração pelo CRPHF Controle deTuberculose - uma proposta deintegração ensino- serviço.·•Realizar IX Curso Nacional deBacteriologia da Tuberculose.·•Realizar 1 curso de especia-lização em pneumologia sanitária.

•Publicar 2 edições do Boletimde Pneumologia Sanitária.•Publicar 3 manuais técnicos doCRPHF

• caso de TBMR descoberto sobcontrole e vigilância.

• UF com sistema de informação daTBMR implantado

• UF com sistema de registroaperfeiçoado

• laboratório implantado.

• meio de cultura produzido edistribuído.

• teste de sensibilidade produzido edistribuído.

• pesquisa realizada.·

• resultado divulgado.

• área piloto com inquérito realizado.

• inquérito realizado.

• curso realizado·

• curso realizado·

• curso realizado

• boletim publicado.·

• manual publicado

2.000

27

27

0

1.000

200

15

10

2

1

13

1

1

2

3

cálculo é representada pela equação meta realizada/metaprevista.

O cálculo e medição de cada ação é de responsa-bilidade do seu respectivo gerente.

41-50

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43 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Os 1700 pacientes inscritos, até dezembro, noPrograma de Vigilância Epidemiológica, foram mantidossob vigilância epidemiológica garantindo o fornecimentode esquema medicamentoso padronizado para todos oscasos.

O sistema de informação da tuberculose multir-resistente foi desenvolvido e implantado na região Sudeste(RJ), com o treinamento de profissionais de saúde doCentro de Referência.

Durante o ano de 2004 foi assinado um acordo decooperação técnica entre o Centro de Referência ProfessorHélio Fraga e a Management Sciences For Health-MSHdo Brasil, para o desenvolvimento de um programa devigilância epidemiológica da tuberculose multirresistente(TBMR). O projeto visa descentralizar este sistema, alémde controlar a qualidade dos tuberlostáticos, conduzirestudo para avaliar o esquema de retratamento e explorarmecanismos para introdução da associação de drogas emuma única formulação.

Este projeto foi considerado um avançometodológico e gerencial buscando garantir a assistência

ANÁLISE CRÍTICADOS RESULTADOS ALCANÇADOS

O Centro de Referência Professor Hélio Fraga -CRPHF, em 2004, recebeu uma dotação orçamentária deR$6.131.320,95 , sendo deste total R$4.009.621,60 da ação“Pesquisas e Inovações tecnológicas em Tuberculose eoutras Pneumopatias no Centro de Referência ProfessorHélio Fraga”(4363) e os outros R$2.121.699,35 de outrasfontes. Do total, o CRPHF executou R$5.241.747,06,sendo que, deste total, foram gastos, em Outras DespesasCorrentes, R$2.650.740,31 e em InvestimentosR$2.591.006,75. O percentual de execução em relação aorecebido alcançou 85,4%.

• UF com sistemade informação daTBMRimplantado

Da execução orçamentária foi liquidado e pago aimportância de R$2.839.583,82 e registrado em restos apagar a importância de R$2.402.163,24.

Das 15 metas propostas no Plano Anual deTrabalho/PAT – CRPHF/SVS 07 foram atingidasintegralmente, 04(quatro) parcialmente atingidas e 04 nãoatingidas.

No Plano Plurianual – PPA o percentual deatingimento da meta física foi de 78,95% e 89,06% deexecução financeira, conforme informação do Sistema eInformações Gerenciais e de Planejamento/SIGPLANdo Ministério de Planejamento Orçamento e Gestão.

Ação Descrição Unidade Índice Índice % de atingimento

das metas de medida esperado 2004 alcançado 2004 da meta

Aperfeiçoamento

da vigilância

epidemiológica

da tuberculose

e outras

pneumopatias

de interesse

em saúde pública

• Manter 100% dos casosde tuberculosemultirresistente - TBMRdescobertos sobcontrole e vigilânciaepidemiológica.

• caso de TBMRdescoberto sobcontrolee vigilância.

2.000 1700

• Implantar o novosistema deinformação datuberculose multirre-sistente em 27 UF.

85%

4%27 1

integral, através de equipe multidisciplinar e aporte dasdrogas recomendadas para todos os doentes do país e agarantia da qualidade das drogas oferecidas pelo governoa todos os pacientes de tuberculose, uma vez que é umcompromisso ético, pois os pacientes não podem comprá-las no mercado, apenas o estado as produz e distribui.

Com a mesma parceria, iniciamos o projeto decontrole de qualidade das drogas usadas no tratamentoda tuberculose, projeto este pioneiro no país, emarticulação com o Instituto Nacional de Controle deQualidade em Saúde (INCQS) e a Agência de VigilânciaSanitária (ANVISA). Foram realizadas oficinas de trabalhocom os atores do Ministério da Saúde (ANVISA eINCQS), envolvidos com a política nacional de controlede qualidade dos medicamentos.

As atividades desenvolvidas neste período foram aelaboração e produção do “Guia de VigilânciaEpidemiológica da Tuberculose Multirresistente” que tratadas normas técnicas e competências; aperfeiçoamento daficha de acompanhamento trimestral dos casos de TBMR;atualização do banco de dados existente; o

41-50

Relatório de Gestão do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga - Exercício 2004

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44 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

• laboratório

implantado

Ação Descrição Unidade Índice Índice % de atingimento

das metas de medida esperado 2004 alcançado 2004 da meta

• Aperfeiçoar o sistema

de registro das bacilos-

copias e culturas nas 27

UF.

• UF com sistema

deregistro

aperfeiçoado

27 27

• Implantar laboratório

de nível 3 de biosse-

gurança 1º fase e 2º fase

do CRPHF.

100%

4%

1 0

desenvolvimento de um sistema de informaçãoinformatizado; revisão dos fluxos existentes e otreinamento de profissionais de saúde dos centros dereferência estaduais.

O Laboratório Nacional de Referência do CRPHFmantém atividades permanentes de apoio, controle dequalidade e supervisão aos Laboratórios Centrais de SaúdePública (LACEN) e realiza exames de alta complexidadede forma complementar.

O Centro de Referência Professor Hélio Fraga juntocom os Laboratórios Centrais implementou o sistema deinformação de dados laboratoriais da tuberculose,denominado de Sistema de Informação Laboratorial daTuberculose (SILTB), nas 27 Unidades Laboratoriais dosEstados com formação de equipe de multiplicadores e odesdobramento destas atividades pela equipes formadas.

A concretização do término da primeira fase e inícioda segunda etapa de construção, adequação, modernizaçãoe transformação do Laboratório de Referência Nacionalde Tuberculose em laboratório de nível de segurança 3(NB3), neste ano de 2004, marca o início de realização deprojeto absolutamente necessário e relevante para oCRPHF e seu papel de referência federal em tuberculose

Fortalecimento da

capacidade de

diagnóstico

laboratorial para

ações de vigilância

em saúde

e outras pneumopatias. Para tal realização contamoscom o apoio técnico e orçamentário da Secretaria deVigilância em Saúde/SVS. A meta deste ano foi cumpridaem 50%, porque o orçamento previsto estava aquém doque foi gasto.

Em 2004 foram realizados 3080 exames de altacomplexidade, incluindo diagnóstico de multirresistênciae de micobacterioses. Foram distribuídos 370 testes,contendo cada teste 6 tubos com meio de cultura, paraos estados de Alagoas, Amapá e Maranhão. O Institutode Infectologia São Sebastião, responsável pelo controleda meningite tuberculosa no Rio de Janeiro, recebeu 1100tubos de cultura para realizar suas rotinas.

Assessorias técnicas foram prestadas aos LACEN eao laboratório do Sanatório Penal do Rio de Janeiro, comfornecimento de insumos e meios de cultura para odiagnóstico de 8000 pacientes.

Foram realizadas supervisões nos LaboratóriosCentrais de Saúde Pública de Pernambuco, Mato Grosso,Sergipe, Rio Grande do Sul, Bahia, Paraíba, Distrito Federal,Espírito Santo, Paraná, Amazonas, Sergipe, Alagoas, Goiás,Amapá, Piauí, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, SantaCatarina, Pará e Instituto Evandro de Chagas.

• teste desensibildadeproduzido edistribuído

Ação Descrição Unidade Índice Índice % de atingimento

das metas de medida esperado 2004 alcançado 2004 da meta

• Produzir edistribuir 1000meios de culturapara o diagnósticoda tuberculose

• meio de culturaproduzido edistribuído

1000 1100

• Produzir edistribuir 200 testesde sensibilidade`as drogas anti-tuberculose

100%

100%200 370

Produção e

distribuição de

insumos

laboratoriais e

biológicos

41-50

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45 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Produção e distribuição de 1100 meios de culturapara o Instituto Estadual de Infectologia São Sebastião/RJ e Hospital Municipal Raphael de Paula Souza/RJ.

O CRPHF realizou 15 pesquisas nas áreas deepidemiologia da tuberculose; microbiologia datuberculose; ensaios clínicos terapêuticos e diagnósticos eestudos de efetividade das estratégias de controle datuberculose. Estas pesquisas foram divulgadas emCongressos científicos nacionais e internacionais de saúde,inclusive no Boletim de Pneumologia Sanitária, deresponsabilidade desta unidade. O Centro de Referênciadesenvolve pesquisas para produzir o conhecimentonecessário à adoção de ações que promovam o controleda tuberculose no Brasil.

Pesquisas Realizadas/2004

• Estudo do padrão molecular de cepas obtidas duranteo inquérito nacional de resistência efetuado durante osanos de 1995 e 1997.• Estudo da confiabilidade dos exames baciloscópicos detuberculose realizados no Brasil.• Estudo da deficiência da vitamina A como fator de riscopara a tuberculose no Brasil.• Tuberculose pulmonar nos presídios do Rio de Janeiro:estudo seccional.• Perfil epidemiológico da tuberculose pulmonar napopulação carcerária recém admitida nos presídios doRio de Janeiro.• Estudo da resistência às drogas anti-tuberculose nosSanatórios penais do Rio de Janeiro.• Estudo de confiabilidade dos testes de sensibilidade àsdrogas utilizadas no tratamento da tuberculose no Brasil.• Desenvolvimento de nova tuberculina.• Estudo do perfil epidemiológico dos casos detuberculose multirresistente do Brasil.• Estudo do padrão molecular de amostras de pacientes

• resultado

divulgado

Ação Descrição Unidade Índice Índice % de atingimento

das metas de medida esperado 2004 alcançado 2004 da meta

• Executar o plano

de pesquisa do

CRPHF.

• pesquisa

realizada

15 15

• Divulgar os

resultados alcançados

pelas pesquisas

executadas no

CRPHF.

100%

70%

10 07

Desenvolvimento

de pesquisas

aplicadas em

vigilância

em saúde

de tuberculose multirresistente do Brasil.• Diagnóstico da subnotificação da tuberculose no Brasil.• Avaliação da cromatografia líquida de alta performance(HLPC) na identificação das principais espécies demicobactérias isoladas no Brasil.• Caracterizar genotipicamente a multirresistência.• Identificar micobactérias por métodos rápidos.• Estudo da efetividade do regime de retratamento datuberculose no Brasil.

Pesquisas com resultados divulgados

• Estudo de confiabilidade dos testes de sensibilidade àsdrogas utilizadas no tratamento da tuberculose no Brasil.• Avaliação da cromatografia líquida de alta performance(HLPC) na identificação das principais espécies demicobactérias isoladas no Brasil.• Estudo do padrão molecular de amostras de pacientesde tuberculose mutirresistente do Brasil.• Estudo da confiabilidade dos exames baciloscópicos deTuberculose realizados no Brasil.• Estudo do perfil epidemiológico dos casos detuberculose multirresistente do Brasil.• Caracterizar genotipicamente a multirresistência.• O estudo do padrão molecular de cepas obtidas duranteo inquérito nacional de resistência, efetuado durante osanos de 1995 e 1997, encontra-se em análise final pelaFIOCRUZ.

Em relação aos estudos em epidemiologia molecularque compreendem os projetos em parceria com aFundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ, toda parteexperimental concernente ao isolamento e caracterizaçãogenotípica já foram realizados e os mesmos encontram-se em fase de análise para a produção de um relatório final.

41-50

Relatório de Gestão do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga - Exercício 2004

Produção e distribuição de 370 testes de sensibilidadepara os LACEN do Maranhão, Alagoas, Amapá edistribuição de 14.000 frascos de PPD.

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46 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

Sobre o estudo “Caracterização genotípica damultirresistência”, foram obtidos resultados preliminarescom publicação de resumo em congresso (ver Siqueira etal 2004).

Os resultados finais do “Estudo de confiabilidadedos testes de sensibilidade às drogas utilizadas no ratamentoda tuberculose no Brasil”, foram apresentados emcongresso (ver Barreto et al 2004a), as análises dos estados(ver Ferreira et al 2004, Rovaris et al 2004 e Neves et al2004 e) e serão publicados no próximo número do Boletimde Pneumologia Sanitária (ver Barreto et al 2004 b).

Com a avaliação e a introdução na rotina das técnicasmoleculares (PRA) e químicas (HPLC) para a “Identificaçãode micobactérias por métodos rápidos” e a “Avaliação dacromatografia líquida de alta performance na identificaçãodas principais espécies de micobactérias isoladas no Brasil”,algumas espécies que ainda não tinham sido descritas emnosso meio puderam figurar no cenário brasileiro; nosresumos do Congresso Brasileiro de Pneumologia eTisiologia, deste ano, aparecem os resultados de oito anosde observações (ver Campos et al 2004a, b), estando apublicação final em fase de conclusão.

O projeto “Desenvolvimento de modelo deintervenção na população carcerária”, iniciado junto coma Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) e o Departamentodo Sistema Penitenciário do Rio de Janeiro (DESIPE),deve ser considerado como especial para o controle datuberculose no Rio de Janeiro. Este projeto teve origemna reunião de 03 pesquisas voltadas para a populaçãocarcerária que são:

• Tuberculose pulmonar nos presídios do Rio de Janeiro:Estudo seccional

• Perfil epidemiológico da tuberculose pulmonar napopulação carcerária recém admitida nos presídios doRio de Janeiro.

• Estudo da resistência às drogas anti-tuberculose nosSanatórios penais do Rio de Janeiro .

“Estudo da deficiência da Vitamina A como fatorde risco para a tuberculose”, encontra-se em fase final decoleta de dados.

“Desenvolvimento de nova tuberculina” em fase detrabalho de campo.

“Diagnóstico da subnotificação da tuberculose noBrasil” em fase de coleta e análise exploratória dos dadosatualizados para 2003.

“Estudo da efetividade do regime de retratamentoda tuberculose no Brasil” encontra-se em fase deProtocolo e estudo piloto.

“Os Estudos do padrão molecular de cepas obtidasdurante o inquérito nacional de resistência, efetuadodurante os anos de 1995 e 1997”; “Estudo do padrãomolecular de amostras de pacientes de tuberculosemutirresistente do Brasil” e “Estudo do perfilepidemiológico dos casos de tuberculose multirresistentedo Brasil”, encontram-se em análise final sendo concluídaem parceria com a Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ.

Trabalhos Publicados

• Siqueira HR, Freitas FAD, Albano TAS, Oliveira DN,Cidade DA.P, Mota FLOC, Caldas PCS, Barreto AMW,Dalcolmo MP, Albano RM. Mutações no gene rpoB decepas de Mycobacterium tuberculosis multiressistentes isoladasem pacientes em tratamento no ambulatório demultirresistência do Centro de Referência Professor HélioFraga,MS. J.Bras. Pneumol. 2004, 30 (Supl.3): S 171.

• Barreto AMW, Martins FM, Caldas PCS, Porreca MC,Mota FLOC, Lima DC, Mariano J, Santos LM, AraújoJBM, Medeiros RFM, Luchi BMM, Silva OS, Ferreira ML,Sarmento ALVA, Vieira FD, Neves MMC, Cosme LMSS,Rovaris DB, Augusto CJ, Jardim SBV, Ribeiro MO, ÁvilaSL, Pereira MM, Brockelt SR, Campelo CL, Almeida ZGS,Mota CO, Cardoso VS, Lopes ML. Análise da qualidadedos testes de sensibilidade as drogas para M.tuberculosis

realizadas no Brasil: Confiabilidade da rifampicina eisoniazida. J.Bras. Pneumol. 2004, 30 (Supl. 3): S 163

• Ferreira ML, Moura LCAC, Caldas PCS, Barrreto AMW,Porreca MC, Martins FM. Estudo da confiabilidade dostestes de sensibilidade de M.tuberculosis no estado dasParaíba. J.Bras. Pneumol. 2004, 30 (Supl.3): S 488.

• Rovaris DB, Nauck R, Severino JL, Cruz NSO, CaldasPCS, Barreto AMW, Porreca MC, Martins FM. Estudoda qualidade dos testes de sensibilidade as drogas paraM.tuberculosis realizados no Laboratório Central de SantaCatarina. J.Bras. Pneumol. 2004, 30 (Supl.3): S 489.

41-50

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47 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

• Neves MMC, Souza FC, Santo Filho CE, Souza MV,Caldas PCS, Barreto AMW, Porreca MC, Martins FM.Avaliação da qualidade dos testes de sensibilidade as drogaspara M.tuberculosis realizados no Laboratório Central dePernambuco. J. Bras. Pneumol. 2004, 30 (Supl.3): S164.

• Barreto AMW, Martins FM, Caldas PCS. Análise daconfiabilidade dos testes de sensibilidade a Mycobacterium

tuberculosis no Brasil no período de 2000 a 2004. Bol.Pneumol. Sanit. 2004, in press.

• Campos CED, Barreto AMW, Caldas PCS, Silva MVB,Martins FM. Isolamento de micobactérias não tuberculosas

de espécimes não pulmonares no Brasil – 8 anos deobservação. J. Bras. Pneumol. 2004, 30 (Supl.3): S170.

• Campos CED, Barreto AMW, Silva MVB, Caldas PCS,Martins FM. Estudo das micobactérias não tuberculosasde espécimes pulmonares, por região geográfica. J.Bras.Pneumol. 2004, 30 (Supl.3): S167.

• Sanchez A, Gerhardt G, Natal S, Capone D, EspínolaAB, Costa W, Pires J, Barreto AMW, Biondi E, Larouze B.Prevalence of pulmonary tuberculosis and comparativeevaluation of screening strategies in a Brazilian prision.Int. J. Tuberc. Lung Dis. 2004, in press.

Trata-se de um grande estudo epidemiológico ondeserão arrolados cerca de 15.000 pacientes bacteri-ologicamente positivos para tuberculose, nas 27 unidadesfederadas. Destes pacientes serão conhecidos, entre outros,o perfil de sensibilidade às drogas utilizadas no tratamentono Brasil e a condição de soropositividade para o vírusda imunodeficiência.

Com este estudo pretende-se secundariamentefortalecer as instituições participantes, pois exigir-se-ágrande apuro técnico nas informações dos exames quefarão parte do escopo principal do inquérito. Para tal, oslaboratórios estaduais (LACEN) sofrerão um ensaioprobatório para avaliação de sua proficiência em testar aresistência dos pacientes “in vitro”. Como houve atrasona realização desta fase, considerada como condição “sinequa non” para que os laboratórios participem ou não,pelo grande grau de dificuldade na sua operacionalização,esta meta não foi alcançada.

A proficiência foi realizada nos LACEN de SantaCatarina-SC, Minas Gerais-MG, São Paulo-SP, CRPHF eDistrito Federal.

• inquérito

realizado

Ação Descrição Unidade Índice Índice % de atingimento

das metas de medida esperado 2004 alcançado 2004 da meta

• Realizar inquérito

nas áreas piloto (RJ

e RS)

• área piloto com

inquérito realizado

0 0

• Realizar

o inquérito

no estado

de São Paulo

100%

100%1 0

Realização do

inquérito nacional

de resistência às

drogas utilizadas

no tratamento

da tuberculose

no Brasil

2003-2004

Inquérito nacional de resistência às drogas utilizadas no tratamento da tuberculose

O ensaio de proficiência dos laboratórios das áreaspiloto Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul encontram-seem fase de finalização.

O protocolo do inquérito nacional foi elaborado eencaminhado ao Comitê Nacional de Ética em Pesquisapara aprovação. A primeira fase preparatória do inquéritocompreendeu a avaliação da proficiência dos LACEN narealização dos testes de sensibilidade aos antimicrobianos.

Foi fornecido pelo laboratório de referência daOrganização Mundial da Saúde, um painel com 37 cepasde M .tuberculosis com padrões diversos de resistência paraser repicado e distribuído a 16 unidades federadas(Amazonas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo,Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará - InstitutoEvandro Chagas, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio deJaneiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo).Este procedimento foi acompanhado de visita a 14laboratórios dos Estados do Amazonas, Bahia, Ceará,Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará -Instituto Evandro Chagas, Paraíba, Paraná, Pernambuco,Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e do

41-50

Relatório de Gestão do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga - Exercício 2004

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48 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

Distrito Federal, com uma avaliação in loco da viabilidadedos mesmos (capacidade instalada e pessoal treinado)para realização dos testes. Os LACEN do Rio de Janeiro,São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio Grandedo Sul e Santa Catarina enviaram resultados paraavaliação.

Foi elaborado um Manual de Bacteriologia da Tuberculose com os procedimentos a serem realizadostanto na proficiência quanto no inquérito.

Foram enviados insumos para realização de 8000tubos culturas para cada um desses 16 LACEN, alémdas drogas que serão utilizadas no antibiograma.

Curso “Controle da tuberculose - Uma Proposta

de Integração Ensino Serviço”

Objetivando a elaboração do curso foram realizadasoficinas nos estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,Minas Gerais, Amazonas, Paraíba, Mato Grosso, MatoGrosso do Sul, Bahia, Paraná, Pará, Ceará e Pernambuco.

Foram realizados 19 cursos nos Estados: Paraíba (4),Bahia (4), Minas Gerais (4) Amazonas (3) e Rio de Janeiro(4). Estes cursos são realizados em parceria com aSociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia – SBPT

A realização de cursos de curta duração pelo CRPHFControle de Tuberculose - Uma Proposta de IntegraçãoEnsino- Serviço representa um marco de qualidade paraa capacitação dos profissionais do SUS. Este produto temcomo objetivo mobilizar alunos de graduação da área desaúde, profissionais em formação (residentes, internos epós-graduandos) e profissionais da atenção básica à saúdepara desenvolverem ações de prevenção e controle datuberculose, junto à população em geral.

Curso de Especialização em Pneumologia

Sanitária

O Curso de Especialização em Pneumologia Sanitáriaé realizado em parceria com a Escola Nacional de Saúde

Ação Descrição Unidade Índice Índice % de atingimento

das metas de medida esperado 2004 alcançado 2004 da meta

• Realizar 13 cursos

de curta duração

pelo CRPHF

Controle de

Tuberculose - uma

proposta de

integração ensino-

serviço

• curso realizado 13 19

• Realizar

IX Curso Nacional

de Bacteriologia

da Tuberculose

1 0

Desenvolvimento

de programa

de capacitação

de recursos

humanos em

vigilância

em saúde para

estados e

municípios

• Realizar 1 curso

de especialização em

pneumologia sanitária

• curso realizado

• curso realizado 1 1

Pública/ENSP, e tem como objetivo capacitarprofissionais de nível superior para atividades de controlede pneumopatias de interesse sanitário, visando a melhoriada qualidade de vida e saúde da população. Este cursotem uma carga horária de 395 horas-aula e foi realizadono período de 23/8 a 8/10/2004, com a participação de38 profissionais de saúde, vindos dos diversos estados dafederação, tais como: AM (1); AP (2); PE (2); BA (3); MS(1); MT (2); PR (1); DF (1); RS (1); ES (2); PA (3); SP (4);MG (2); RJ (12) e CE (1).O Curso é composto de quatro unidades didáticas(Módulos):

I – Medidas de controle de pneumologia sanitária;II – Vigilância epidemiológica: conceitos,indicadores – sistema de informação;II – Administração dos programas de pneumologiasanitária em especial a tuberculose;IV – Gerenciamento das atividades de controle.

Treinamento para Gerentes de Controle da

Tuberculose

Foram realizados 2 treinamentos sendo, 1(um) noMódulo IV do Curso de Especialização em PneumologiaSanitária realizado em outubro/2004 e 1(um) oferecido para

41-50

100%

100%

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49 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

membros da força tarefa, contratada pela ATPS/CGDENe representantes dos Programas estaduais e municípiosprioritários, tendo sido realizado no Rio de Janeiro de 22 a26/11/04, no Hotel Glória, com a participação de 38profissionais de saúde de vários estados brasileiros.

Este treinamento tem como objetivo a busca damelhoria da capacidade gerencial em nível estadual emunicipal, preparando o responsável pelo Programa deControle da Tuberculose a planejar, implantar e avaliar asatividades de controle da tuberculose, em sua área de atuação.

Curso Nacional de Bacteriologia da Tuberculose

O curso não foi realizado devido a clientela domesmo estar envolvida em diversas atividades detreinamento propostas por outros órgãos da Secretariade Vigilância em Saúde, como o curso de gerenciamento

de rede de laboratórios, sistema de informação, curso deespecialização em biossegurança. Este curso tem grandetradição e vai ser oferecido no primeiro trimestre de 2005,na sua nona edição, pois, através dele foram preparadosos profissionais que gerenciam as redes estaduais, navigilância laboratorial da tuberculose.

Na divulgação do conhecimento epidemiológico pormeio de artigos científicos para o aprimoramento dosserviços de saúde do SUS, o Boletim de PneumologiaSanitária – revista científica semestral, é considerada umadas publicações mais importantes realizadas pelo CRPHF.Além desta publicação, foram produzidos e distribuídosmaterial instrucional sobre tuberculose: cartilhas, folders,vídeos e ainda desenvolvidos instrumentos e metodologiaspara a educação em saúde e mobilização social na área depneumologia sanitária, em especial a tuberculose.

• manual

publicado

Ação Descrição Unidade Índice Índice % de atingimento

das metas de medida esperado 2004 alcançado 2004 da meta

• Publicar 2

edições do Boletim

de Pneumologia

Sanitária

• boletim

publicado

2 3

• Publicar

3 manuais

técnicos

do CRPHF

100%

67%3 2

Publicação

Técnico

Científica

Foram realizadas 03 palestras sobre prevenção etratamento da tuberculose nas escolas públicas e 16 visitasde escolares nas dependências do CRPHF para divulgaçãoe conscientização sobre prevenção e controle datuberculose. Foram realizadas 2 exposições sobre aMemória da Tuberculose no Rio de Janeiro.

Foram elaborados o Manual de Bacteriologia daTuberculose com os procedimentos a serem realizadosno inquérito nacional de resistência às drogas utilizadasno tratamento da tuberculose no Brasil 2003-2004 e oManual do Sistema de Informação Laboratorial daTuberculose – SILTB. Os manuais de treinamento emaplicação de PPD e de treinamento em aplicação de BCGnão foram publicados por se encontrarem em fase derevisão de conteúdo.

Material instrucional produzido e/ou distribuído:

Boletim de Pneumologia Sanitária, três ediçõescom tiragem de 3.000 exemplares por edição, num totalde 9.000 exemplares, distribuídos aos assinantes da mala-

direta do CRPHF, no curso de Especialização emPneumologia Sanitária e divulgado em eventos.

Cartilha Educando o Cidadão Sobre Tuber-

culose, com tiragem de 10.000 exemplares, (1.000) paraa Semana de Mobilização e Luta Contra a TuberculoseSES-PB, (2.000) Comitê da Tuberculose da AP4, (100)Prefeitura Municipal de São Gonçalo/RJ, (1.000) EspaçoCultural Chico Belo, (50) Hospital Universitário deSergipe/SE, Coordenação Geral do Sistema de DefesaCivil/RJ (500), Lions Clube/RJ (100), FUNASA/RJ (100),Escola de Saúde Pública de Porto Alegre (100),GestãoComunitária na luta contra aids (500), Hospital Santa Maria(300), Aids- ONG Cidade Vida (500) e SES de S. Catarina(1000). Foram fornecidos ainda fotolitos da cartilha paravárias secretarias de Saúde, para reprodução do material

Folder sobre tuberculose - 10.000 exemplares;1.000 para a Semana de Mobilização e Luta Contra aTuberculose SES-PB, (4.000) Comitê da Tuberculose daAP4, (1.000) Prefeitura municipal de São Gonçalo/RJ,

41-50

Relatório de Gestão do Centro de Referência Prof. Hélio Fraga - Exercício 2004

Page 50: Boletim de Pneumologia Sanitária v.13 n.1 2005bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/bps_v13n1_2005.pdf · Perla Dominga Argüello e Vanessa Paiva Colman ... O envolvimento da ATS com

50 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

(2.000) Espaço Cultural Chico Belo, Lions Clube/RJ (100),Defesa Civil (100) e Aids- ONG Cidade Vida (500)

Boletim Informativo Hélio Fraga, três ediçõescom tiragem de 3.000 exemplares por edição, num totalde 9.000 exemplares, que foram distribuídos entre assecretarias estaduais e municipais de Saúde, FUNASA,profissionais de saúde, no curso de Especialização emPneumologia sanitária, Lions Clube/RJ e em eventos.

Vídeo Volta Landico 10 fitas para a SES-PE, 22fitas para BEMFAM.

MEDIDAS ADOTADAS PARA SANEARDISFUNÇÕES DETECTADAS

Há mais de dez anos não obtivemos renovação denossos quadros e, em 2003/2004, perdemos 8 servidoresde nível superior e 2 de nível médio, por conta dareestruturação do MS, que optaram em permanecer naFundação Nacional de Saúde - FUNASA, além de 4remoções e 2 redistribuições. Quanto às aposentadorias,nos últimos anos, totalizam 12 servidores (9permaneceram na FUNASA e 5 compõem nosso quadrode inativos); e as previstas para os próximos 3 anos somam8 servidores. Contamos ainda com 3 servidores atualmenteafastados por graves problemas de saúde pela JuntaMédica do MS, e que muito provavelmente não retornarãoa suas atividades.

Todos estes eventos ocasionaram prejuízo namanutenção das atividades de nossos projetos, com atrasosem seus cronogramas e sobrecarga de trabalho paradiversos setores – a exemplo: os setores de Planejamento,Informática, Seção de Insumos, Seção de RecursosHumanos, Biblioteca, estão funcionando com apenas 1servidor, ocasionando inúmeros problemas por ocasiãode afastamentos legais dos mesmos. Exigências legais quedeterminam rodízios e execução de tarefas isoladas comoCPL, Pregão, Seção de Recursos Humanos e Seção deExecução Financeira vêm dificultando ainda mais nossacapacidade de cumprimento da missão institucional efuncionamento.

Para executar nossas atividades contamos com umaestrutura provida de gratificações, de 3 Serviços(Administração, Estudos e Pesquisas e de Laboratório 3DAS 101.1 para serviços e 1 DAS 102.2 de assistente) e 4seções com FG1 ( Financeira, Recursos Humanos,Educação e Promoção à Saúde e Produtos e Insumos).

Quanto ao quadro de pessoal contamos atualmente com70 servidores.

No intuito de repor a nossa força de trabalho e paramantermos com qualidade os serviços prestados epodermos alcançar as metas previstas, propusemosquantitativos e categorias profissionais mediante realizaçãode concurso público pelo Ministério da Saúde.

- farmacêutico-bioquímico: 02- químico: 01- microbiologista: 02- pesquisador área de saúde ou pneumologia: 05- sanitarista: 02- pedagogo: 01- bibliotecário: 01- analista de sistemas:01- administrador: 01- analista de planejamento:01- programador: 01- contador - 01- técnico de contabilidade: 01- técnico de laboratório: 02- agente administrativo: 08

Total = 30 ( NS = 18 NM = 12)

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51 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

No artigo intitulado “Investigação de contatos de tuberculose em local de trabalho”, publicado no Bol PneumolSanit 2004; 12(3): 159-161, a afiliação dos autores Claudia Bastos da Silveira, Lidiane Nogueira Rebouças e CarolineBastos da Silveira, é Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e não Universidade Estadual do Ceará como, por erro,ali aparece.

Errata

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52 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

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53 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Instruções para Autores

O Boletim de Pneumologia Sanitária (BPS),revista oficial do Centro de Referência Professor HélioFraga (CRPHF/SVS/MS), tem por finalidade publicartrabalhos relacionados à Pneumologia Sanitária, emespecial a Tuberculose, e outras pneumopatias de interessesanitário, bem como artigos atinentes à saúde pública e àspolíticas de saúde do país. Entre seus propósitos está o deconcorrer para a educação continuada dos técnicos doPrograma Nacional de Controle da Tuberculose (PNCT).

Serão considerados para publicação os seguintes tiposde manuscritos:

• Artigos Originais - trabalhos resultantes de pesquisacientífica apresentando dados originais de descobertas comrelação a aspectos experimentais ou observacionais decaracterísticas médica, bioquímica e social, e inclui análisedescritiva e ou inferências de dados próprios. Sua estruturadeve ser a convencional que traz os seguintes itens:Introdução, Métodos, Resultados, Discussão eConclusão;

• Artigos de Revisão ou Mini-Revisões – sãotrabalhos que têm por objetivo resumir, analisar, avaliarou sintetizar trabalhos de investigação já publicados emrevistas científicas;

• Artigos de Atualização ou Divulgação – sãotrabalhos que relatam informações geralmente atuais sobreo tema de interesse para determinada especialidade, umanova técnica, por exemplo, e que têm característicasdistintas de um artigo de revisão;

• Relato de Casos – são artigos que apresentam dadosdescritivos de um ou mais casos explorando um métodoou problema através de exemplo. Apresenta ascaracterísticas do indivíduo estudado, com indicação desexo, idade e pode ser realizado em humano ou animal;

• Opiniões - opinião qualificada sobre tema específicoem pneumologia sanitária;

• Notas e/ou Notícias - informações objetivas deinteresse da comunidade médico-científica;

• Debates - artigo teórico que se faz acompanhar decartas críticas assinadas por autores de diferentesinstituições, seguidas de resposta do autor do artigoprincipal;

• Resumos de Teses - é a informação sob a formasucinta, do trabalho realizado. Deve conter a natureza eos propósitos da pesquisa e um comentário sobre ametodologia, resultados e conclusões mais importantes.Seu objetivo é a transmissão aos pesquisadores de maneirarápida e fácil sobre a natureza do trabalho, suascaracterísticas básicas de realização e alcance científicoafirmado;

• Cartas ao Editor - crítica a artigo publicado emfascículo anterior do Boletim.

Os textos devem ser inéditos e destinar-seexclusivamente ao BPS, não sendo permitida suaapresentação simultânea a outro periódico. A submissãodo artigo ao BPS deve ser seguida de carta, assinadapor todos os autores concordando com o envio e possívelpublicação do mesmo no periódico. A publicação dostrabalhos dependerá da observância das normas do BPSe da decisão do seu Conselho Editorial. Os manuscritosnão aceitos serão devolvidos ao autor. Os trabalhospublicados passarão a ser propriedade do BPS, sendovedada tanto sua reprodução, mesmo que parcial, emoutros periódicos, como sua tradução para publicaçãoem outros idiomas, sem prévia autorização deste.

As afirmações e opiniões contidas nos artigospublicados pelo Boletim, são de inteira responsabilidadedos respectivos autores e não expressam,necessariamente, o pensamento do CRPHF.

Os trabalhos aceitos para publicação poderão sermodificados para se adequar ao estilo editorial-gráficodo Boletim, sem que, entretanto, nada de seu conteúdotécnico-científico seja alterado. No caso de o trabalhoincluir tabelas e ilustrações previamente publicadas poroutros autores e em outros veículos, é dever do autorfornecer comprovante de autorização de reprodução,assinado pelos detentores do copyright dos mesmos.

Os trabalhos devem ser enviados para:

Boletim de Pneumologia SanitáriaCentro de Referência Professor Hélio FragaEstrada de Curicica 2000 - Jacarepaguá22710-552 Rio de Janeiro, RJ - Brasile-mail: [email protected]

[email protected]@saude.gov.br

Aspectos a considerar antes de submeter ummanuscrito:

Na submissão de estudos experimentais éobrigatório a inclusão de declaração de que todos osprocedimentos propostos tenham sido aprovados peloComitê de Ética em Pesquisa da Instituição a que sevinculam os autores ou, na falta deste, por um outro.

Comitê de Ética em Pesquisa indicado pelaComissão Nacional de Ética em Pesquisa do Ministérioda Saúde.

Deve-se também lembrar que a inclusão de fotos,dados ou relato de casos de pacientes deve possuir

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54 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

autorização assinada para sua divulgação.Os leitores de periódicos biomédicos merecem ter

a confiança de que o que estão lendo é original, a menosque exista uma declaração clara de que o artigo estásendo republicado por escolha do autor e do editor. Asbases para esta posição são as leis internacionais dedireito autoral, a conduta ética e o uso de recursos,obedecendo a uma lógica de custo efetividade. Umapublicação prévia ou duplicada é a publicação de umartigo que se superpõe substancialmente a outro jápublicado.

Proteção dos direitos e privacidade dospacientes*

Os pacientes têm direito à privacidade, fato que nãodeve ser infringido sem um consentimento informado.As informações de identificação pessoal não devem serpublicadas em descrições escritas, fotografias egenealogias, a menos que a informação seja essencialpara propósitos científicos e que o paciente (ou seus paisou tutores) outorgue um consentimento informado porescrito, autorizando a publicação. O consentimentoinformado para este propósito requer que o pacienteconheça o manuscrito a ser publicado.

Devem omitir-se detalhes de identificação se nãoforem essenciais, mas os dados do paciente nuncadeverão ser alterados ou falsificados numa tentativa deconseguir o anonimato. O anonimato completo é difícilde conseguir, devendo-se obter o consentimentoinformado se houver alguma dúvida. Por exemplo,mascarar a região ocular em fotografias de pacientes éuma proteção inadequada para o anonimato.

Requisitos para a apresentação demanuscritos*

Resumo dos requisitos técnicos• Usar espaço duplo em todas as partes do

documento;• Começar cada seção ou componente em uma nova

página;• Revisar a seqüência: página-título, resumo e

palavras-chave, abstract e key words, texto,agradecimentos, referências bibliográficas, tabelas (cadauma em páginas separadas), e legendas;

• Apresentar ilustrações, fotos ou desenhosseparados, sem montar (20 x 25cm máximo);

• Incluir permissão para reproduzir materialpreviamente publicado ou para usar ilustrações quepossam identificar indivíduos;

• Submeter o número requerido de cópias (3) doartigo;

• Submeter cópia do artigo gravado em formatoeletrônico (disquete ou CD).

Preparação do manuscritoO original deve ser enviado em três cópias

impressas, em folha, tamanho A4 (210 x 297mm); commargens de 30mm em ambos os lados e espaço duploem todas as seções; fonte Times New Roman, tamanho12 e páginas numeradas. Utilizar o processador de textosMicrosoft Word. Enviar cópia digital (disquete ou CD).

O original, incluindo tabelas, ilustrações e referênciasbibliográficas, deve seguir os requisitos uniformes paraoriginais submetidos a revistas biomédicas (InternationalCommitee of Medical Journal Editors. UniformRequeriments for Manuscripts Submitted to BiomedicalJournals. New Engl J Med 1997;336(4):309-15).

Para permitir maior clareza na exposição do assuntoe localização direta de cada item, divide-se o texto empartes lógicas, ordenadas por assuntos consideradosafins.

Exemplo:INTRODUÇÃO (SEÇÃO PRIMÁRIA)MATERIAL E MÉTODO (SEÇÃO PRIMÁRIA)Coleta de dados (Seção secundária)Formulários (Seção terciária)

Na apresentação dos títulos das seções deve-se dardestaque gradativo ao tipo e corpo das letras, observandoque todas as seções primárias devem estar escritas damesma maneira, assim como todas as secundárias eassim por diante.

O texto de cada seção de um documento podeincluir uma série de alíneas, que devem ser caracterizadaspelas letras minúsculas do alfabeto (a, b, c, ...) seguidasde parênteses e precedem imediatamente a primeirapalavra de seu texto.

Exemplo:a) escrever um artigo científico;b) ilustrar o texto.

Principais orientações sobre cada seção:Página de título ou folha de rosto*Deve conter: a) título do artigo, na língua original e

em inglês; b) nome(s) do(s) autor(es), com seu mais altograu acadêmico e a filiação institucional; c) nome(s) do(s)departamento(s) e instituição(ões) a que o trabalhodeverá ser atribuído; d) esclarecimentos, se houver; e)

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55 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

nome e endereço do autor responsável pelacorrespondência sobre o manuscrito; f) patrocinador enúmero de processo (se houver); g) título abreviado dotrabalho com não mais de 40 caracteres.

Resumo e palavras-chaveDevem ser apresentados dois resumos: um em

português ou espanhol - este, no caso de trabalhosapresentados neste idioma - e outro em inglês. Cadaresumo deve conter no mínimo 150 palavras e no máximo250 e vir acompanhado de no máximo seis palavras-chave em português ou espanhol e a tradução para oinglês (key words). Não devem ser feitas citações dereferências bibliográficas no resumo.

Introdução*Apresentar o propósito do artigo e resumir os

fundamentos utilizados no estudo ou observação.Oferecer somente referências estritamente pertinentese não incluir dados ou conclusões do trabalho que estásendo relatado.

Métodos*Descrever claramente a seleção dos indivíduos dos

estudos observacionais ou experimentais (pacientes ouanimais de laboratório, incluindo controles), bem comodos estudos qualitativos. Identificar a idade, sexo e outrascaracterísticas importantes. As categorias raça e etniadevem ser apresentadas de acordo com a relevânciapara o objeto de estudo, evitando ambigüidade.

Identificar os métodos, equipamentos (entreparênteses dar o nome e endereço do fabricante), eprocedimentos em detalhes suficientes para permitir queoutros pesquisadores reproduzam os resultados. Darreferências de métodos estabelecidos, incluindo métodosestatísticos; oferecer referências e descrições brevespara métodos que tenham sido publicados, mas aindanão sejam bem conhecidos; descrever métodos novosou substancialmente modificados, dar as razões para usá-los e avaliar suas limitações. Identificar com precisãotodas as drogas e substâncias químicas utilizadas,incluindo: nome(s), genérico(s), dose(s), e via(s) deadministração.

Os relatos de ensaios clínicos devem apresentarinformação de todos os elementos principais do estudo,incluindo o protocolo (população estudada, intervençõesou exposições, resultados - e a lógica da análiseestatística), atributos das intervenções (métodos dealeatorização, indicação dos grupos de tratamento) e os

métodos de mascaramento.Os autores que enviarem artigos de revisão deverão

incluir uma seção descrevendo os métodos usados paralocalizar, selecionar, extrair e sintetizar os dados.

Ética*Quando forem relatados experimentos com seres

humanos, indicar se os procedimentos seguidos estiveramde acordo com os padrões éticos do comitê de pesquisaem seres humanos (seja institucional ou regional) e coma Declaração de Helsinky de 1975, revisada em 1983.Não usar os nomes dos pacientes, iniciais ou númerosde histórias clínicas, especialmente no material ilustrativo.No caso de experimentos envolvendo animais, indicarse foram seguidas as normas das Instituições, dosConselhos Nacionais de Pesquisa ou de alguma leinacional sobre uso e cuidado de animais de laboratório.

Estatísticas*Descrever os métodos estatísticos com suficientes

detalhes, para permitir que leitores com conhecimentodo tema e com acesso aos dados originais verifiquem osresultados relatados. Quando for possível, quantificar osachados e apresentá-los com indicadores apropriadosde medida de erro ou incerteza (como intervalos deconfiança). Evitar apoiar-se unicamente nas hipótesesestatísticas, como o uso de valores “p”, que falham emoferecer importante informação quantitativa. Discutir aelegibilidade dos sujeitos de experimentação. Dardetalhes sobre a aleatorização.

Descrever os métodos e sucesso de procedimentosduplo cego. Informar sobre complicações do tratamento.Dar os números das observações. Relatar perdas deobservação (i.e. perdas num ensaio clínico). Quandopossível, as referências para o desenho do estudo e osmétodos estatísticos devem referir-se a trabalhos padrão(especificando número de página) e não a trabalhos nosquais os desenhos ou métodos foram originalmentepublicados. Especificar qualquer programa decomputador de uso geral utilizado.

Colocar uma descrição geral dos métodos na seçãoMétodos. Quando os dados forem resumidos na seçãoResultados, especificar os métodos estatísticos utilizadospara analisá-los. Restringir tabelas e ilustrações àquelasnecessárias para explicar o argumento do artigo e parasustentá-lo. Usar gráficos como uma alternativa àstabelas com muitas entradas; não duplicar os dados emgráficos e tabelas. Evitar uso de termos técnicos deestatística, tais como “random” (que implica uma fonte

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Instruções para Autores

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56 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

de aleatorização), “normal”, “significante”, “correlação”e “amostra” de forma não-técnica. Definir os termosestatísticos, abreviações e a maior parte dos símbolos.

Resultados*Apresentar os resultados em seqüência lógica no

texto, tabelas e ilustrações. Não repetir no texto todosos dados das tabelas ou ilustrações; enfatizar ou resumirunicamente observações importantes.

Discussão*Enfatizar os aspectos novos e importantes do estudo

e as conclusões derivadas. Não repetir em detalhe dadosou outros materiais colocados nas seções de Introduçãoou Resultados. Incluir na seção de Discussão asimplicações dos achados e suas limitações, incluindosugestões para pesquisas futuras. Relacionar asobservações a outros estudos relevantes.

Relacionar as conclusões com os objetivos do estudo,mas evitar afirmações não qualificadas e conclusões nãoapoiadas por completo pelos dados. Em particular, osautores devem evitar fazer afirmações sobre benefícioseconômicos e custos, a menos que seu manuscrito incluadados e análises econômicos. Evitar fazer alusão aestudos que não tenham sido concluídos. Estabelecernovas hipóteses, quando estiverem justificadasclaramente como tais. Recomendações, quandoapropriadas, poderão ser incluídas.

Agradecimentos*Em um lugar apropriado do artigo (antes de

Referências Bibliográficas) deve-se especificar: a)contribuições que precisam de agradecimento mas nãojustificam autoria, como no caso de apoio geral por umchefe de departamento; b) agradecimentos de ajudatécnica; c) agradecimentos de apoio financeiro e material,devendo especificar a natureza do apoio; e d) relaçõesque possam gerar conflitos de interesse.

Referências Bibliográficas*As referências devem ser numeradas de acordo

com a ordem que são mencionadas pela primeira vez notexto. Identificar as referências no texto, tabelas elegendas de ilustrações com numerais arábicossobrescritos (ex.: ...o trabalho de Levy et al.1 ...Aextensão da sobrevivência, entre outros.2). Asreferências citadas somente em tabelas ou em legendasdevem ser numeradas em concordância com a seqüênciaestabelecida pela primeira identificação no texto da

tabela ou ilustração particular. Não devem ser incluídasno Resumo e constar apenas referências relevantes eque realmente foram utilizadas no estudo.

Usar o estilo dos exemplos que se seguem, os quaisestão baseados nos formatos usados pela BibliotecaNacional de Medicina dos Estados Unidos, para listar asReferências Bibliográficas. Os títulos dos periódicosdevem ser abreviados de acordo com o estilo usado noIndex Medicus.

O uso de resumos como referências deve serevitado. As referências a artigos aceitos mas ainda nãopublicados podem ser designadas como “no prelo”, “aser publicado” ou “in press”.

Evitar citar uma “comunicação pessoal” a menosque ela ofereça informação essencial não disponível deuma fonte pública, caso em que o nome da pessoa e adata de comunicação deverão ser citados entreparênteses no texto. Para artigos científicos, os autoresdevem obter autorização escrita e confirmar a veracidadeda fonte de uma comunicação pessoal.

As referências bibliográficas devem ser verificadasnos documentos originais.

O estilo requisitos uniformes (o estilo Vancouver)está baseado quase por completo no estilo padrão daAmerican National Standards Institute - ANSI,adaptado pela Biblioteca Nacional de Medicina dosEstados Unidos (BNM) para suas bases de dados (i.e.MEDLINE).

Artigos em periódicos1. Artigo padrão em periódicoListar seis autores, seguido por “et al” se o número

exceder seis.Vega KJ, Pina I, Krevsky B. Heart transplantation

is associated with an increased risk for pancreatobiliarydisease. Ann Intern Med 1996 Jun 1;124(11):980-3.

Como uma opção, se a revista usa uma paginaçãocontínua através de um volume (como muitos periódicosmédicos fazem) o mês e número podem ser omitidos.

Vega KJ, Pina I, Krevsky B. Heart transplantationis associated with an increased risk for pancreatobiliarydisease. Ann Intern Med 1996;124:980-3.

Mais de seis autores:Parkin DM, Clayton D, Black RJ, Masuyer E, Friedl

HP, Ivanov E, et al. Childhood leukaemia in Europe afterChernobyl: 5 year follow-up. Br J Cancer 1996;73:1006-12.

2. Instituição como autor:The Cardiac Society of Australia and New Zealand.

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57 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Clinical exercise stress testing. Safety and performanceguidelines. Med J Aust 1996;164:282-4.

3. Nenhum autor especificadoCancer in South Africa [editorial]. S Afr Med J

1994;84:15.

4. Artigo em outra línguaRyder TE, Haukeland EA, Solhaug JH. Bilateral

infrapatellar seneruptur hos tidligere frisk kvinne. TidsskrNor Laegeforen 1996;116:41-2.

5. Volume com suplementosShen HM, Zhang QF. Risk assessment of nickel

carcinogenicity and occupational lung cancer. EnvironHealth Perspect 1994;102 Suppl 1:275-82.

6. Fascículo com suplementoPayne DK, Sullivan MD, Massie MJ. Women’s

psychological reactions to breast cancer. Semin Oncol1996;23(1 Suppl 2):89-97.

7. Partes de um volumeOzben T, Nacitarhan S, Tuncer N. Plasma and urine

sialic acid in non-insulin dependent diabetes mellitus. AnnClin Biochem 1995;32(Pt 3):303-6.

8. Parte de um fascículoPoole GH, Mills SM. One hundred consecutive cases

of flap lacerations of the leg in ageing patients. N Z MedJ 1994;107(986 Pt 1):377-8.

9. Fascículo sem volumeTuran I, Wredmark T, Fellander-Tsai L. Arthroscopic

ankle arthrodesis in rheumatoid arthritis. Clin Orthop1995;(320):110-4.

10. Nenhum fascículo ou volumeBrowell DA, Lennard TW. Immunologic status of

the cancer patient and the effects of blood transfusionon antitumor responses. Curr Opin Gen Surg 1993:325-33.

11. Paginação em numerais romanosFisher GA, Sikic BI. Drug resistance in clinical

oncology and hematology. Introduction. Hematol OncolClin North Am 1995 Apr;9(2):xi-xii.

12. Tipo de artigo (indicado se necessário)

Enzensberger W, Fischer PA. Metronome inParkinson’s disease [letter]. Lancet 1996;347:1337.

Clement J, De Bock R. Hematological complicationsof hantavirus nephropathy (HVN) [abstract]. Kidney Int1992;42:1285.

13. Artigo com retrataçãoGarey CE, Schwarzman AL, Rise ML, Seyfried TN.

Ceruloplasmin gene defect associated with epilepsy inEL mice [retraction of Garey CE, Schwarzman AL, RiseML, Seyfried TN. In: Nat Genet 1994;6:426 31]. NatGenet 1995;11:104.

14. Artigo retratadoLiou GI, Wang M, Matragoon S. Precocious IRBP

gene expression during mouse development [retractedin Invest Ophthalmol Vis Sci 1994;35:3127]. InvestOphthalmol Vis Sci 1994;35:1083 8.

15. Artigo com erratas publicadasHamlin JA, Kahn AM. Herniography in

symptomatic patients following inguinal hernia repair[published erratum appears in West J Med 1995;162:278].West J Med 1995;162:28 31.

Livros e outras monografias16. Autor(es) pessoal(ais)Ringsven MK, Bond D. Gerontology and leadership

skills for nurses. 2nd ed. Albany (NY): DelmarPublishers; 1996.

17. Editor(es). Compiladores) como autor(es)Norman IJ, Redfern SJ, editors. Mental health care

for elderly people. New York: Churchill Livingstone; 1996.

18. Organização como autora e editoraInstitute of Medicine (US). Looking at the future of

the Medicaid program. Washington: The Institute; 1992.

19. Capítulo de livroPhillips SJ, Whisnant JP. Hypertension and stroke.

In: Laragh JH, Brenner BM, editors. Hypertension:pathophysiology, diagnosis, and management. 2nd ed.New York: Raven Press; 1995. p. 465 78.

20. Anais de eventos científicosKimura J, Shibasaki H, editors. Recent advances in

clinical neurophysiology. Proceedings of the 10thInternational Congress of EMG and Clinical

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Instruções para Autores

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58 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

Neurophysiology; 1995 Oct 15 19; Kyoto, Japan.Amsterdam: Elsevier; 1996.

21. Artigos apresentados em eventos científicosBengtsson S, Solheim BG. Enforcement of data

protection, privacy and security in medical informatics.In: Lun KC, Degoulet P, Piemme TE, Rienhoff O, editors.MEDINFO 92. Proceedings of the 7th World Congresson Medical Informatics; 1992 Sep 6 10; Geneva,Switzerland. Amsterdam: North Holland; 1992. p. 1561 5.

22. Relatório científico ou técnicoPublicado pela agência de apoio / patrocínio:Smith P, Golladay K. Payment for durable medical

equipment billed during skilled nursing facility stays. Finalreport. Dallas (TX): Dept. of Health and Human Services(US), Office of Evaluation and Inspections; 1994 Oct.Report No.: HHSIGOEI69200860.

Publicado pela agência executora:Field MJ, Tranquada RE, Feasley JC, editors. Health

services research: work force and educational issues.Washington: National Academy Press; 1995. Contract No.:AHCPR282942008. Sponsored by the Agency for HealthCare Policy and Research.

23. DissertaçãoKaplan SJ. Post hospital home health care: the

elderly’s access and utilization [dissertation]. St. Louis(MO): Washington Univ.; 1995.

24. PatenteLarsen CE, Trip R, Johnson CR, inventors; Novoste

Corporation, assignee. Methods for procedures related tothe electrophysiology of the heart. US patent 5,529,067.1995 Jun 25.

Outros materiais publicados25. Artigo de jornalLee G. Hospitalizations tied to ozone pollution: study

estimates 50,000 admissions annually. The WashingtonPost 1996 Jun 21;Sect. A:3 (col. 5).

26. Material audiovisualHIV+/AIDS: the facts and the future [videocassette].

St. Louis (MO): Mosby-Year Book; 1995.

27. Documentos legaisLeis publicadas:Preventive Health Ammendments of 1993, Pub. L.

No. 103 183, 107 Stat. 2226 (Dec. 14, 1993).Projetos de lei:Medical Records Confidentiality Act of 1995, S.

1360, 104th Cong., lst Sess. (1995).Código de regulamentações federais:Informed Consent, 42 C.F.R. Sect. 441.257 (1995).Audiência:Increased Drug Abuse: the Impact on the Nation’s

Emergency Rooms: Hearings Before the Subcomm. onHuman Resources and Intergovernmental Relations ofthe House Comm. on Government Operations, 103rdCong., lst Sess. (May 26, 1993).

28. MapaNorth Carolina. Tuberculosis rates per 100,000

population, 1990 [demographic map]. Raleigh: NorthCarolina Dept. of Environment, Health, and NaturalResources, Div. of Epidemiology; 1991.

29. Textos da bíbliaThe Holy Bible. King James version. Grand Rapids

(MI): Zondervan Publishing House; 1995. Ruth 3:1 18.

30. Dicionários e referências similaresStedman’s medical dictionary. 26th ed. Baltimore:

Williams & Wilkins; 1995. Apraxia; p. 119 20.

31. Obras clássicasThe Winter’s Tale: act 5, scene 1, lines 13 16. The

complete works of William Shakespeare. London: Rex;1973.

Material não publicado32. No preloLeshner AI. Molecular mechanisms of cocaine

addiction. N Engl J Med. In press 1996.

Material eletrônico33. Artigo de revista em formato eletrônicoMorse SS. Factors in the emergence of infectious

diseases. Emerg Infect Dis [serial online] 1995 Jan Mar[cited 1996 Jun 5];1(1):[24 screens]. Available from:URL: http://www.cdc.gov/ncidod/EID/ eid.htm

34. Monografia em formato eletrônicoCDI, clinical dermatology illustrated [monograph on

CD ROM]. Reeves JRT, Maibach H. CMEA MultimediaGroup, producers. 2nd ed. Version 2.0. San Diego:CMEA; 1995.

53-59

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59 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

35. Programa de computadorHemodynamics III: the ups and downs of

hemodynamics [computer program]. Version 2.2.Orlando (FL): Computerized Educational Systems; 1993.

NomenclaturaDevem ser observadas rigidamente as regras de

nomenclatura médica biomédica, assim comoabreviaturas e convenções adotadas em disciplinasespecializadas.

Manuscritos em disquetes*Ao enviar disquetes os autores deverão:• Ter certeza de ter incluído uma cópia impressa da

versão do artigo que está no disquete;• Colocar só a última versão do manuscrito no

disquete;• Identificar claramente o arquivo;• Etiquetar o disquete com o formato do arquivo e o

nome do arquivo;• Fornecer informação sobre o hardware e o

software usados.

Tabelas*Imprimir cada tabela em espaço duplo em uma folha

separada. Não enviar as tabelas em forma de fotografias.Numerar as tabelas em ordem consecutiva de acordocom a primeira citação no texto e dar um título curto acada uma. Definir para cada coluna um cabeçalhoabreviado ou curto. Colocar as explicações em rodapés,não no cabeçalho. Explicar em notas de rodapé todas asabreviações não padronizadas usadas em cada tabela.Para notas de rodapé, utilizar numeração romana.

Identificar medidas estatísticas de variações, taiscomo desvio padrão e erro padrão.

Não usar linhas internas, horizontais ou verticais.Constatar que cada tabela esteja citada no texto

por sua numeração e não por citação como: tabela aseguir, tabela abaixo.

Se forem usados dados de outra fonte, publicada ounão, obter autorização e agradecer por extenso.

O uso de tabelas em excesso em relação ao textopode produzir dificuldade na forma de apresentação daspáginas.

Ilustrações*Enviar o número requerido de ilustrações ou

“figuras”. Não são aceitáveis desenhos à mão livre oulegendas datilografadas. Enviar cópias fotográficas em

papel acetinado, em branco e preto, usualmente de 12 x17 cm, não maiores do que 20 x 25 cm, filmes de raios Xou outros materiais. As letras, os números e símbolosdevem ser claros e de tamanho suficiente, de tal formaque quando reduzidas para a publicação, ainda sejamlegíveis. Colocar os títulos e explicações abaixo daslegendas e não nas próprias ilustrações.

Cada figura deve ter uma etiqueta colada no verso,indicando seu número, o nome do primeiro autor e qual éa parte superior. Não escrever no verso das figuras nemarranhar ou juntá las usando clips para papel. Não dobraras figuras nem colar em cartolina.

As fotomicrografias devem ter marcadores deescala internos. Os símbolos, setas ou letras usadasnestas fotografias devem contrastar com o fundo.

Se forem usadas fotografias de pessoas, os sujeitosnão devem ser identificáveis ou suas fotografias devemestar acompanhadas por consentimento escrito parapublicação.

As figuras devem ser numeradas de acordo com aordem em que foram citadas no texto. Se uma figura jáfoi publicada, agradecer à fonte original e enviar aautorização escrita do detentor dos direitos autorais parareproduzir o material. A autorização é requerida, seja doautor ou da companhia editora, com exceção dedocumentos de domínio público.

O BPS é uma publicação em preto e branco e todasas ilustrações serão reproduzidas em preto e branco. Asilustrações devem ser fornecidas da seguinte forma:

• Arquivo digital em formato .TIFF, .JPG, .GIFF, comresolução mínima de 300 dpi, medindo no mínimo 12 x17cm e no máximo 20 x 25cm e somente em preto ebranco;

• As ilustrações poderão ser enviadas em fotografiaoriginal ou cópias fotográficas em papel acetinado pretoe branco.

Nota: todos os itens marcados com asterisco, foramtranscritos do “Requisitos uniformes para manuscritossubmetidos a periódicos biomédicos” de autoria doComitê Internacional de Editores de Periódicos Médicos,publicado no Informe Epidemiológico do SUS, v 8, n 2, p5-16, 1999.

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Instruções para Autores

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60 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

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61 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):61-61

Carta de Encaminhamento

Boletim de Pneumologia Sanitária

Título do Artigo:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Autores:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em vista do desejo do(s) autor(es) em ter seu trabalho publicado no Boletim de Pneumologia Sanitária, tanto emveículo impresso quanto em formato eletrônico, faz-se necessário constar o consentimento do autor (ou de todos osautores) com o envio e versão submetida do trabalho tendo sido feito a verificação do mesmo conforme as instruçõesestabelecidas e aceite do Conselho Editorial.O(s) autor(es) se compromete(m) a estar enviando texto inédito, bem como a não apresentá-lo simultaneamente aoutro periódico.

Assinatura de todos os autores em concordância com o envio do artigo e versão submetida (adicionar folha separada,se necessário).

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

1) Classificação do manuscrito:( ) Artigo Original( ) Breve Comunicado( ) Relato de Casos( ) Revisão (Mini-Revisão)( ) Opinião (Nota; Notícia)( ) Debate( ) Resumo de Tese( ) Carta ao Editor

3) Título resumido (máximo de 40 caracteres):__________________________________________________________________________________

Por favor, preencha e envie este formulário, juntamente com o original do seu trabalho para:Boletim de Pneumologia SanitáriaCentro de Referência Professor Hélio Fraga/SVS/MSEstrada de Curicica 2000 - Jacarepaguá22710-552 Rio de Janeiro, RJ - Brasile-mail: [email protected]

[email protected]@saude.gov.br

2) Autor Correspondente:____________________________________________________________e-mail:________________________

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62 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):

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63 Bol Pneumol Sanit 2005; 13(1):

Carta de Encaminhamento

Boletim de Pneumologia Sanitária

Título do Artigo:________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Autores:____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Em vista do desejo do(s) autor(es) em ter seu trabalho publicado no Boletim de Pneumologia Sanitária, tanto emveículo impresso quanto em formato eletrônico, faz-se necessário constar o consentimento do autor (ou de todos osautores) com o envio e versão submetida do trabalho tendo sido feito a verificação do mesmo conforme as instruçõesestabelecidas e aceite do Conselho Editorial.O(s) autor(es) se compromete(m) a estar enviando texto inédito, bem como a não apresentá-lo simultaneamente aoutro periódico.

Assinatura de todos os autores em concordância com o envio do artigo e versão submetida (adicionar folha separada,se necessário).

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

Autor______________________________ Data ___/___/___ Assinatura ___________________

1) Classificação do manuscrito:( ) Artigo Original( ) Breve Comunicado( ) Relato de Casos( ) Revisão (Mini-Revisão)( ) Opinião (Nota; Notícia)( ) Debate( ) Resumo de Tese( ) Carta ao Editor

3) Título resumido (máximo de 40 caracteres):__________________________________________________________________________________

Por favor, preencha e envie este formulário, juntamente com o original do seu trabalho para:Boletim de Pneumologia SanitáriaCentro de Referência Professor Hélio Fraga/SVS/MSEstrada de Curicica 2000 - Jacarepaguá22710-552 Rio de Janeiro, RJ - Brasile-mail: [email protected]

[email protected]@saude.gov.br

2) Autor Correspondente:____________________________________________________________e-mail:________________________

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64 Bol Pneumol Sanit 2005; 12(3):