boletim da adunirio 10

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pág 3 Boletim n o 10 | 10 de novembro de 2014 Boletim da ADUNIRIO filiada ao ADUNIRIO Dia do Professor foi comemorado com feira e lançamento de obras Adunirio propõe pauta sobre direitos de docentes da EAD Movimento de resistência a Ebserh critica promessas não cumpridas por reitores pág 6 pág 4

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Page 1: Boletim da Adunirio 10

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Boletim no 10 | 10 de novembro de 2014

Boletim daADUNIRIO

filiada ao

ADUNIRIO

Dia do Professor foi comemorado com feira e

lançamento de obras

Adunirio propõe pauta sobre direitos de docentes da EAD

Movimento de resistência a Ebserh critica promessas não cumpridas

por reitorespág 6pág 4

Page 2: Boletim da Adunirio 10

Diretoria: Presidente: Viviane B. Narvaes | Vice-Presidente: Camila M. Moraes | Secretário Geral: Carla Sartor| 1º Secretário: Bruno oliveira | 2º Secretário: Leonardo Villela de Castro | 1º tesoureiro: rodrigo Castelo | 2º tesoureiro: rafaela de Souza ribeiro CoNSeLho FiSCaL titulares: Willian G. Soares, Dayse Martins hora, enedina Soares | Suplentes: Íris abdallah Cerqueira CoNSeLho De rePreSeNtaNteS: alexandre Magno Carvalho, Clarisse t. Gurgel, elisabeth orletti, Jadir anunciação de Brito, Janaína Bilate Martins, Natália ribeiro Fiche, Pedro rocha de oliveira, rafael Forte Soares e renato almeida de andrade aDMiNiStratiVo: Claudinea Gonçalves CoMUNiCaÇÃo: Bruno Marinoni

Boletim no 10 | 10 de novembro de 2014

ADUNIRIO

Índice

Democracia, a luta por mais direitos e autonomia universitária

página 2

Dia do Professor foi comemorado com feira e lançamento de obras

página 3

Universidades resistem à ofensiva da ebserh contra a autonomia

página 4

Informes das comissões página 5

Seminário sobre Progressão e Promoção na Carreira dos Docentes da Unirio

página 5

Encontros organizam agenda de mobilizações da educação página 6

Adunirio propõe pauta sobre direitos de docentes da EAD

página 6

Democracia é luta, e subversivapágina 7

Reunião internacional aponta ataque à educação

pública como fenômeno mundialpágina 8

Portarias de promoção apresentam problemaspágina 8

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Um grande ato no centro do Rio de Janeiro reafirmou o Dia do Professor como um dia de luta em defesa da educação. Se não faltam motivos para a luta, também não são poucas as coisas que temos para comemorar na Unirio. Tivemos uma Feira de Livros promovida pela Adunirio, que fomentou um momento lúdico de confraternização entre professores e apoiou a divulgação das obras produzidas pela “prata da casa”. A atividade ainda atiçou o interesse docente por políticas de apoio à difusão das produções, como a criação de uma editora universitária e a realização de outros eventos de divulgação das obras. No que diz respeito à carreira docente, também tivemos importantes avanços. A Comissão de Carreira, reivindicada pelo movimento docente no início deste ano, finalizou uma proposta de minuta para normatização das progressões e promoções que foi levada ao Consepe e apreciada pelos representantes da comunidade acadêmica. O documento avança na garantia de direitos, apesar da hierarquiazação e dos ataques a autonomia universitárias constantes na lei n.12.772. Na avaliação da diretoria da Adunirio, as discussões que levaram à redação da minuta foram balizadas pelos princípios formulados pelo Andes-SN. A nossa ênfase recai no combate ao produtivismo, que leva a uma queda na qualidade das produções docentes e ao adoecimento, e na reafirmação de que progressão e promoção são direitos, e não uma corrida de obstáculos entre colegas. Dentre os avanços, destacamos a garantia da progressão e promoção múltiplas, a diminuição da burocracia nos processos, mais autonomia dos departamentos em relação à CPPD e uma resolução única para uma carreira única. Quando se trata de defender os direitos do professor, todavia, “nem tudo são flores”. A resolução aprovada tratou de estabelecer que a mesma pontuação que vale para ensino, pesquisa e extensão valerá também para atividades de gestão. Em aparência, este ponto poderia passar incólume, já que cada vez mais é exigido do professor que desempenhe essas atividades. No entanto, criar uma equivalência entre as atividades de gestão e as atividades-fim da universidade pública implica em contradições que devem

continuar a ser discutidas na Unirio. Outro ponto para se comemorar foi a ação do movimento de professores, técnicos e estudantes que barrou a Ebserh no Consuni de agosto, conseguindo emplacar uma pauta mais propositiva do que simplesmente votar o “sim ou não”. A mobilização garantiu que a decisão sobre o futuro do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) passe, antes de tudo, por um processo de levantamento de informações sobre a situação, formulação e proposição de soluções. As sessões do Conselho retornam agora para apreciar as análises da Comissão Técnica designada para este fim. No segundo semestre de 2014, tivemos também um processo importante de organização das lutas dos movimentos da educação. A realização do Encontro Nacional de Educação, do Conad e da reunião com entidades internacionais do setor expressa um pouco desse momento de articulação das forças em diversos níveis. No Conad, a nossa organização se fez presente, pois apresentamos uma proposta que polarizou esse encontro nacional. Por reconhecermos as ações dos tutores da Educação a Distância (EAD) como exercício efetivo docente, propusemos a filiação deles ao ANDES, o que nos colocou como protagonistas dessa discussão. Embora ainda não se tenha aprovado esta medida, pautamos o assunto para o próximo congresso e já teremos um encontro de representantes de todo o Brasil onde este ponto aparece em destaque. Internamente, nas discussões sobre a carreira docente, conseguimos incluir o trabalho na EAD como atuação docente a ser pontuada para efeito de progressão e promoção. Finalmente, cabe ainda destacar, que há um pano de fundo envolvendo tanto os debates da carreira como o combate à EBSERH: trata-se da luta pelo debate democrático dentro da universidade. Com uma visão não formalista da democracia e dos seus processos, privilegiando a participação e o debate público, onde os enfrentamentos são maiores e reveladores dos projetos de educação em jogo, buscamos colocar em andamento um processo que exige a saída do conforto dos gabinetes para a disputa política da construção da universidade autônoma e popular que queremos.

Democracia, a luta por mais direitos e autonomia universitária

Editorial

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No Dia do Professor deste ano os docentes contaram com uma comemoração especial. A Adunirio promoveu na universidade, nos dias 14 e 15 de outubro, a Feira do Livro da Unirio. O evento contou com exposição e venda de publicações por parte de editoras e com um coquetel de lançamento de obras de professores da instituição. Foram mais de 15 lançamentos de obras produzidas por professores e professoras da Unirio.Vários professores e professoras se disseram muito felizes com a iniciativa e propuseram que seja repetida. O coquetel de lançamento de obras dos professores, no momento do encerramento, foi o ponto alto dos dois dias pelos quais se estendeu o evento.Além de apoiar a divulgação das obras,

Dia do Professor foi comemorado com feira e lançamento de obras

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o lançamento foi um momento de confraternização entre professores. A realização do evento fez ressaltar a importância de políticas voltadas para a divulgação das pesquisas acadêmicas e obras artísticas na Unirio. A professora Andréa Thees, da Escola de Educação, explicou que para “pessoas que produzem o livro de forma independente” como ela, sem o apoio de uma editora, eventos como o promovido pela Adunirio são fundamentais para garantir uma boa divulgação da obra.Nos 25 anos em que foi professora da Escola de Música da Unirio, diz Marília Pinto de Almeida, nunca teve uma oportunidade como essa de divulgar a sua obra, a não ser

Segundo o professor Mário Chagas, da Escola de Museologia, inexiste uma política de divulgação da produção docente.“Muitos de nós professores, e esse é o meu caso pessoal, acabamos publicando em outras universidades e editoras porque nós não temos na Unirio uma editora. Além disso, a Unirio não tem investido na divulgação do material produzido. Nesse sentido, a Feira organizada pela Adunirio é crucial. É um evento que valoriza os professores, divulga os trabalhos realizados e, mais ainda, contribui para que um conheça o trabalho do outro, para isso que é uma característica da nossa universidade: a interdisciplinaridade.”

Unirio não investe em divulgação de produção docente

“que fosse por iniciativa própria”.Walder Virgolino, professor da Escola de Teatro, defendeu que a Unirio deveria ter uma editora que pudesse publicar pesquisas realizadas por professores e estudantes da instituição. Ele explicou que, apesar de realizar sua pesquisa como professor da universidade, foi com o auxílio de organismos internacionais que pôde divulgar o seu trabalho.A realização da Feira de Livros rendeu também outros frutos. A Editora da UERJ doou, ao fim do evento, dois livros sobre redação de trabalhos acadêmicos e projetos de pesquisa para a biblioteca da Unirio, os quais já foram entregues pela diretoria da Adunirio.

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Universidades resistem à ofensiva da Ebserh contra a autonomiaA Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) assumiu no dia 30 de outubro, véspera do Halloween, a gestão dos hospitais universitários da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Indiferentes às denúncias de privatização e perda de autonomia, os reitores estiveram na sede da empresa em Brasília (DF) para confirmar a assinatura dos contratos com a Ebserh.De acordo com Celeste Pereira, presidente da Associação dos Docentes da Ufpel (Adufpel), a assinatura do contrato foi uma traição à comunidade universitária. “O reitor [Mauro Del Pino] tinha uma posição em sua campanha, e passou a ter outra depois de eleito. Ele está descumprido o que ele mesmo tinha proposto, que era realizar debates sobre a adesão”, afirmou a docente.A presidente da Adufpel afirma que “a adesão à Ebserh representa não só a possibilidade de investimento privado e de mercantilização da saúde no HU da Ufpel, mas também a cessão do patrimônio da universidade a uma empresa pública de direito privado”.Na UFPR, a sessão do Conselho Universitário realizada em agosto que “aprovou” a adesão à Ebserh foi marcada por enorme repressão e por uma insólita participação dos membros do

conselho por telefone. O tesoureiro-geral da Associação dos Professores da Universidade (Apufpr), Cláudio Tonegutti, lembra que “em 2012, conseguimos aprovar no Conselho Universitário a posição contrária à adesão à Ebserh”. “No entanto, a reitoria mudou de posição e, a partir de maio desse ano, começou as tentativas de aprovar a Ebserh para o Hospital de Clínicas (HC)”, continua o docente.

Na Unirio

A sessão do Consuni da Unirio do dia 7 de agosto decidiu por acatar a pauta apresentada pela comissão dos três segmentos (professores, técnicos e estudantes), que define como pontos de discussão:(1) a apresentação dos resultados elaborados pela comissão técnica encarregada de analisar a real situação do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG);(2) a apresentação de propostas alternativas e legais que fortaleçam requisição feita pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Justiça Federal por dotação orçamentária destinada à Unirio para composição de quadro de pessoal;(3) a apresentação de propostas para atender a solicitação do MPF de que haja um plano

emergencial de reabertura das enfermarias fechadas no HUGG.A apresentação da proposta dos três segmentos aconteceu no contexto de uma ampla mobilização de professores, estudantes e técnicos que questionavam a imposição de uma votação sobre Ebserh sem a devida discussão. A comunidade acadêmica mobilizada defende que seja considerada a decisão do MPF que orienta a universidade a recompor o seu quadro de funcionários do hospital universitário com pessoas concursadas, além de exigir que seja debatida com profundidade a ameaça que a empresa representa à autonomia da instituição, ao serviço de saúde pública e à interdependência entre ensino, pesquisa e extensão.Com a decisão do Consuni, se fortalece o movimento para a barrar a Ebserh, tendo o Rio de Janeiro como um dos focos de resistência (UFRJ e UFF também têm obtido vitórias nessa frente de luta). Tivemos pela segunda vez na Unirio, em menos de um ano, a interrupção da tentativa de impor a Ebserh. Houve acordo de que seria importante fazer a discussão sobre uma proposta alternativa à privatização e heteronomia impostas pelo Governo Federal.

*Com informações do Andes-SN

Na sessão de agosto do Consuni da Unirio, os conselheiros decidiram pela elaboração de uma análise técnica da situação do HUGG

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As reivindicações constantes da pauta local apresentada pelos professores na paralisação do dia 21 de maio encontra-se paralisada desde o dia 4 de agosto. A reitoria desmarcou por tempo indeterminado o encontro previsto para o dia 2 de setembro, que daria prosseguimento aos trabalhos, desorganizando assim o cronograma construído nos acordos anteriores.A pauta local foi construída em assembleia pelos docentes da Unirio no início do ano e trata em grande medida das más condições de trabalho enfrentadas pelos profissionais da educação na instituição, resultado de sucessivas políticas de sucateamento e de ampliação sem investimento na qualidade, como foi o caso do Reuni.Entre os principais temas que constam na pauta local encontram-se a reivindicação por espaço para a realização das atividades pedagógicas, reabertura das enfermarias do HUGG, realização de concursos para docentes e técnicos, segurança nos laboratórios e abertura do bandejão, dentre outras. Fruto do mesmo movimento em defesa da pauta local, o movimento docente conseguiu ainda no primeiro semestre deste ano fazer com que a reitoria apressasse o processo de regularização do pagamento das Retribuições por Titulação (RTs) que se encontravam irregulares.

Informes das comissõesNegociação da Pauta local Comissão Técnica do HUGG

O debate da minuta que define as regras para a progressão e promoção na Unirio foi finalizado no mês de setembro pela comissão nomeada para esse fim. Foram cerca de dois meses de encontros e trabalho intenso da Adunirio com a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe), a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd) e a CPPD para definir os parâmetros de aplicação local da legislação específica. A finalização do processo se deu no Consepe, que apreciou a proposta durante três sessões. A diretoria da Adunirio avalia que houve avanços importantes na garantia dos direitos, destacando-se a garantia da progressão e promoção múltiplas, a diminuição da burocracia nos processos, mais autonomia dos departamentos em relação à CPPD e uma resolução única para uma carreira única.

Dois seminários sobre Progressão e Promoção na Carreira dos Docentes da Unirio foram promovidos pela Adunirio no mês de outubro. Os eventos tiveram como objetivo principal compartilhar com os professores os resultados produzidos pela comissão responsável e apresentar o processo de formulação que levou à redação de uma minuta apreciada pelo

A Comissão Técnica responsável pela produção de um diagnóstico e elaboração de uma proposta para o HUGG inicia seus trabalhos com muita dificuldade, pois foram mais de 40 dias no aguardo do retorno do diretor do hospital aos seis ofícios que lhe foram enviados solicitando informações necessárias à produção do relatório. No último dia 30, a comissão apresentou algumas análises preliminares e deu informes sobre o andamento dos trabalhos em sessão do Conselho Universitário.

Comissão de Carreira

Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe).Além de esclarecer questões referentes aos processos locais que devem ser observados no momento da progressão e da promoção, os debates do seminário serviram para aperfeiçoar alguns pontos da proposta inicial e leva-los à reunião do Consepe.

Seminário sobre Progressão e Promoção na Carreira dos Docentes da Unirio

Campanha em defesa da Carreira do Andes-SN na Unirio

Professores da Unirio apoiaram a campanha em defesa da carreira promovida pelo Andes-SN e posaram para serem fotografados. O tema foi escolhido como foco da luta docente no mês de outubro. Confira abaixo algumas manifestações desse apoio.

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O mês de agosto deste ano foi um importante período de reflexão e debate. Além do Encontro Nacional de Educação (ENE), realizado no Rio de Janeiro entre os dias 8 e 10 de agosto, seguido pela Reunião Internacional em Defesa da Educação Pública e de Qualidade, tivemos o 59º Conad em Aracaju (SE), entre os dias 21 a 24 de agosto.O ENE, que reuniu mais de 2 mil pessoas, aprovou a realização, nos estados, de um dia de Luta em Defesa da Educação Pública, na segunda quinzena de outubro. Ficou indicado também que se realize um II Encontro Nacional de Educação em 2016, precedido de encontros estaduais preparatórios.O manifesto produzido pelos participantes do evento reafirma “a luta sem tréguas contra a mercantilização da educação, em defesa do financiamento pelo Estado, na ordem de 10% do PIB, Já! exclusivamente para a educação pública, que possibilite condições democráticas de acesso e permanência em todos os níveis de ensino”. Além disso, repudia “todas as formas de precarização das condições de trabalho que os setores

financistas querem impor à educação, bem como a lógica da avaliação meritocrática e produtivista do ensino e do trabalho docente”.Entre os principais temas que foram abordados nas discussões do ENE e do Conad se encontra o desrespeito à autonomia universitária. Foi apontado também como um grande problema a ser enfrentado o Plano Nacional de Educação (PNE) sancionado pelo governo, por se tratar de “uma legislação que atende aos interesses privatistas do empresariado da educação, aprofunda a precarização dos trabalhadores em educação e promove uma expansão sem adequadas condições que preservem a qualidade do ensino público”.O Conad, que contou com a participação de 202 docentes (46 delegados), também produziu um texto com uma síntese dos debates realizados intitulado “Carta de Aracaju”. Entre os pontos destacados, o documento defende “o PNE da sociedade brasileira” como orientador da luta pela educação, “denunciando a tentativa de ressignificação do conceito de educação pública por meio do PNE oficial aprovado e a utilização da verba pública para fins privados”.A Carta de Aracaju afirma também que “a implementação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares em algumas universidades, expressão contundente da privatização, da mercantilização e do ataque à autonomia universitária, já evidencia resultados negativos para os técnico-administrativos, docentes, estudantes e usuários do Sistema Único de Saúde”.O 59º Conad atualizou também o plano geral de lutas. A agenda deliberada traz temas prioritários para todos os meses do segundo semestre de 2014, e iniciou em setembro, com a defesa dos direitos na aposentadoria. Outubro será a vez da luta pela carreira docente.

Encontros organizam agenda de mobilizações da educação

Um dos assuntos polêmicos que esquentou o 59º Conad foi levado pela diretoria da Adunirio. De acordo com o que foi discutido e decidido em assembleia, os delegados defenderam que tutores da Educação a Distância (EAD) realizam efetivamente o exercício de docência e, logo, devem, como os demais docentes universitários, se filiar ao Andes-SN.O tema gerou controvérsias relativas, entre outras coisas, ao tipo de vínculo que esses(as) trabalhadores(as) possuem com as instituições, à forma como são incorporados nos sistemas de gestão de recursos humanos das universidades, aos impactos que representariam na organização sindical, às formas jurídico-estatutárias que dariam condições a tal filiação e ao direito de sindicalização.Embora não tenha ainda sido aprovada, a proposta inaugura um importante debate para o movimento docente, confrontando de frente a polêmica questão sobre a precarização do trabalho na educação e as práticas relacionadas às novas tecnologias da comunicação. A diretoria da Adunirio, de acordo com o professor Leonardo Castro, entende que “já temos um indicativo de que esse debate prossegue no próximo congresso, sendo um ponto chave para os desdobramentos futuros das lutas do movimento docente”.A iniciativa de debater o tema já gerou alguns avanços no que diz respeito à sua compreensão e prática. Na Unirio o movimento docente conseguiu sensibilizar o Consepe nesse sentido, e os trabalhos em EAD passam a contar como critérios de pontuação nas progressões e promoções na carreira.

Adunirio propõe pauta sobre direitos de docentes da EAD

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É repetitivo, trágico e banal o jargão: serão acusadas de golpismo todas as lutas populares e ameaçadas com a criminalização. Somente serão aceitos como democráticos os que vierem de terno, gravata e altos financiamentos empresariais nos bolsos. Serão considerados grosseiros os que gritam aos quatro ventos as atrocidades do poder e se movimentam contra ele; serão recebidos com tapetes vermelhos os que aceitam negociar suas diferenças nas salas refrigeradas, falando aos sussuros para que ninguém os ouça. Aos outros, spray de pimenta.A democracia, historicamente, é a luta das grandes massas por liberdade e igualdade. É portanto, acima de tudo, uma luta para impedir que os grupos dominantes assenhorem-se de todos os espaços, decretem todos os decretos, definam as estreitas linhas onde a grande maioria deverá deter-se.A democracia não se limita a um “procedimento eleitoral”, a um conjunto de regras e não deriva de uma decorrência lógica da expansão do capitalismo. Ela é fruto histórico de lutas, frequentemente derrotadas, mas que arrancaram algumas ínfimas – mas importantes – conquistas. Todo o pensamento liberal do século XIX dedicou-se a combater permanentemente qualquer fundamento das reivindicações propriamente democráticas. De maneira simples, poderíamos dizer que a separação de poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e a estrutura representativa lastreada no mercado configuram o núcleo fundamental da política burguesa. E ela nada tem de democrática. Política burguesa é aqui

Democracia é luta, e subversivaVirgínia Fontes - professora da Universidade Federal Fluminense, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio da Fiocruz e da Escola Nacional Florestan Fernandes do MST

Artigos

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tomada tanto no sentido de corresponder a uma sensibilidade meritocrática quanto no sentido de cristalizar uma certa homologia com os ajustes internos necessários para acalmar as contradições inter-capitalistas e para assegurar a contenção/formação da classe trabalhadora.Ora, essa sociabilidade burguesa é dominante na pequeníssima parcela de altos rendimentos de nossa sociedade (5% da população controlam 44% da renda total). Vivem acima dos demais e sentem-se flanando num espaço peculiar. Gostam de eleições mas desprezam a democracia: sua sensibilidade predominante é de que as grandes maiorias expressam sempre um comportamento perigoso e, no limite, bestial. Além dessa sociabilidade burguesa, acrescenta-se a herança colonial, racista e sexista.A democracia foi – e segue sendo – uma reivindicação perigosa, emanando das carências das grandes massas e precisando permanentemente desfazer o jogo surdo no qual impera a política dos poderosos. Uma importante luta burguesa é reduzir diariamente democracia a “regras formais”, esvaziando-a de todo o conteúdo. O intuito, em grande parte, é exatamente impedir o acesso dos “informais” aos reservados âmbitos de deliberação real. Lembram-se das declarações contra os “rolezinhos”? Eles deveriam saber o seu lugar, assim como os Amarildos... Os professores que insistem em recusar imposições desigualitárias e que corrompem a liberdade, são frequentemente acusados. Estamos em boa companhia!A luta pela democracia, a luta pela igualdade e pela liberdade, é profundamente subversiva.

Foto: Don McCullin

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Boletim no 10 | 10 de novembro de 2014

Agenda Política Adunirio

14 a 16/11 - Seminário Nacional dos Ser-vidores Federais “Unificar o Funciona-lismo Federal em Defesa dos Serviços Púlicos Contra: As privatizações, as ter-ceirizações e a precarização” (Brasília) 18/11 - 1ª Reunião da Comissão de EAD

29/11 - Confraternização de 35 anos da Adunirio e de Fim de Ano

As dificuldades pelas quais passa a educação pública não são “privilégio” brasileiro. Em todo mundo se tem enfrentado os ímpetos privatizantes, mercantis e a precarização das condições de trabalho nesse setor. Foi o que ficou evidente nas discussões entre representantes da luta em defesa da educação público de vários países ocorridas logo após o Encontro Nacional de Educação, no dia 11 de agosto. A Reunião Internacional em Defesa da Educação Pública e de Qualidade, promovida pela CSP-Conlutas e pela Rede Internacional Sindical de Solidadariedade e Lutas, reuniu no Rio de Janeiro cerca de 25 pessoas, representando Brasil, México, Equador, Colômbia, França e Palestina e produziu um manifesto que aponta para a realização de ações conjuntas. Entre os representantes

brasileiros, estava a presidente da Adunirio, professora Viviane Narvaes.“Tínhamos direitos sociais que eram uma herança da revolução de 1920. Não foram presentes. Foi uma conquista que custou sangue, morte e muitas lutas”, disse a professora mexicana Mariluz Arriaga, da Universidad Nacional Autónoma de México, ao discorrer sobre a investida liberal que vem derrubando direitos no Mexico após 30 anos de resistência. “A educação está vivendo um tsunami que está arrasando tudo. Tínhamos educação pública, laica e gratuita”, completou.“Os objetivos que temos todos nós aqui são os mesmos, precisamos de propostas concretas para que possamos caminhar”, defendeu Nara Cladero, uma das representantes do sindicato francês, o SUD Education, que integra a central Unión Syndicale Solidaires.

Reunião internacional aponta ataque à educação pública como fenômeno mundial

8Fotos: Luis Fernando Nabuco

Alguns professores da Unirio identificaram que as portarias referentes às suas progressões e promoções encontram-se com datas incorretas. Esse erro pode acarretar alguns prejuízos nos benefícios vinculados à carreira, prejudicando assim alguns professores.A diretoria da Adunirio, dando sequência à luta pela correção nas distorções da carreira docente, está realizando um esforço de listar os professores que se encontram nessa situação e levar o caso para dialogar com a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progepe).Caso o professor identifique que se encontra nessa situação deve enviar email para a Adunirio ([email protected])relatando o seu caso. Uma comissão composta pela administração da universidade e o sindicato dos professores deve coordenar os esforços para sanar esse problema.

Portarias de progressão e promoção apresentam problemas