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CONTEÚDOS

IM

01 Resumo Mensal 04 Resumo das Condições

Meteorológicas 06 Caracterização Climática Mensal 06 Temperatura do Ar 07 Precipitação Total 09 Outros elementos 10 Fenómenos Relevantes

Figura 1 – Representação espacial da duração (dias) da onda de calor em Junho 2009

RESUMO MENSAL

Boletim Climatológico Mensal de Junho 2009 Produzido por Instituto de Meteorologia, I.P. Também disponível em www.meteo.pt

Junho com ondas de calor O mês de Junho caracterizou-se por valores médios da temperatura do ar, média, máxima e mínima, superiores aos respectivos valores normais 1971-2000 em todo o território do Continente, com anomalias de +1.5ºC, +1.6ºC e +1.4ºC respectivamente. Destaca-se a ocorrência de duas ondas de calor, nos períodos de 27 de Maio a 3 de Junho e de 10 a 22 de Junho e o registo de elevado número de dias com temperatura máxima superior a 25°C (dias de Verão) e a 30°C (dias muito quentes), superior aos respectivos valores médios no mês de Junho. A média da quantidade de precipitação em Portugal Continental, foi superior ao valor médio 1971-2000, classificando-se este mês como normal a chuvoso nas regiões do Norte e Centro e no litoral oeste da região Sul, sendo mesmo muito chuvoso no Minho e na Estremadura. Nas restantes regiões do Sul o mês classifica-se como seco a normal. Desta forma apesar de todo o País continuar em situação de seca meteorológica, verificou-se um desagravamento, em particular nas regiões do litoral Norte e Centro, encontrando-se 18% do território em seca fraca, 38% em seca moderada, 34% em seca severa e 10% em seca extrema. [Mais informação na pág. 02]

Boletim Climatológico Mensal – Junho 2009

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Na Madeira o valor médio da temperatura do ar (máxima, mínima e média) foi superior ao valor médio (1971-2000). Os valores da quantidade de precipitação foram bastante superiores aos normais (1971-2000) no Funchal e Porto Santo, com desvios de +41.9 mm e +35.2 mm, respectivamente. De salientar também que o valor mensal registado na estação do Funchal, 48.5 mm, foi o 5º valor mais elevado desde 1960 para o mês de Junho (o maior valor registado, 67.8 mm, ocorreu em 1964). Também o valor do total diário de precipitação de 17 mm ocorrido no dia 28 de Junho, corresponde ao 3º valor mais elevado desde 1980 (o maior valor registado foi de 43.3 mm em 15 Junho 1985). Em Porto Santo o total de precipitação registado, 42.2 mm, foi o 2º valor mais elevado desde 1940 para o mês de Junho (o maior valor registado, 43.4 mm, ocorreu em 2006). Também nesta estação meteorológica se registou um valor elevado do total de precipitação diário, 19.0 mm no dia 16, que corresponde ao 2º valor mais alto desde 1961 (o maior valor registado foi de 32mm em 13 Junho 2006).

Nos Açores o valor médio da temperatura do ar (máxima, mínima e média) foi inferior ou próximo do valor médio (1971-2000) em todos os grupos do Arquipélago. Os valores da quantidade de precipitação foram superiores aos normais (1971-2000) em todo o Arquipélago, excepto em Ponta Delgada e Flores onde foram inferiores.

Tabela 1_Resumo Climatológico Mensal – Junho 2009

Estações Temp. Máx.

Ocorrida (ºC) Dia

Temp. Min. Ocorrida (ºC)

Dia Prec. Máx. Diária (mm)

Dia

Bragança 33.8 19 9.0 6 e 9 9.9 10

Porto/P. Rubras (*) -- -- -- -- -- --

Penhas Douradas 27.2 19 3.9 9 17.5 7

Coimbra/Cernache 35.0 22 12.1 9 15.5 28

Castelo Branco 37.4 14 10.2 9 6.3 7

Lisboa/Geofísico 35.7 22 14.0 9 15.2 28

Évora/ CC 39.4 22 8.9 9 5.2 9

Faro 33.7 15 13.0 7 1.6 16

Funchal 26.4 30 16.7 16 17.0 28

Ponta Delgada 23.6 18 12.5 15 12.7 28

Temp. Máx. Ocorrida / Dia - Maior valor da Temperatura máxima ocorrida neste mês e respectiva data - valor ocorrido entre as 09 UTC do dia anterior as 09UTC do próprio dia Temp. Min. Ocorrida / Dia - Menor valor da Temperatura mínima ocorrida neste mês e respectiva data - valor ocorrido entre as 09 UTC do dia anterior as 09UTC do próprio dia Prec. Máx. Diária / Dia - Maior valor da Precipitação diária ocorrida neste mês e respectiva data – valor acumulado desde as 09 UTC doa dia anterior às 09UTC do próprio dia

(*) Ausência de dados por vários dias, devido a avaria

Resumo Mensal

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Tabela 2_Climatologia Mensal Comparada – Junho 2009

Estações Temp.

Máx. Mês (ºC)

Média 71-00

Temp. Min. Mês

(ºC)

Média 71-00

Prec. Total Mês

(mm)

Média 71-00

Nº dias Tmax>30ºC

Média 71-00

Bragança 26.5 24.3 13.1 11.4 23.1 38.7 9 4

Porto/P. Rubras -- (*) 22.3(1) -- (*) 13.5 (1) -- (*) 46.2 (1) -- (*) 2 (1)

Penhas Douradas 19.9 18.1 11.8 9.6 61.5 69.3 0 0

Coimbra/Cernache 26.0 25.6(2) 15.0 13.6 (2) 66.2 50.9 (2) 6 --- (2)

Castelo Branco 29.2 27.3 16.3 14.6 24.9 25.2 12 10

Lisboa/Geofísico 27.1 24.8 18.0 15.9 49.1 17.2 8 4

Évora/ CC 30.7 26.3 (4) 15.5 14.0(4) 24.9 20.4 (4) 15 8 (4)

Faro 26.9 25.6 18.4 15.9 2.2 6.6 10 3

Continente(3) 27.0 25.4 14.9 13.5 43.2 32.2 9.1 6

Funchal 24.1 22.6 18.7 16.9 48.5 6.6 0 0

Ponta Delgada 20.7 21.0 15.5 15.2 33.1 39.2 0 0

(1) Normais 71-2000 da estação meteorológica de Porto/S. Gens (2) Normais 61-90 de Coimbra/Geofísico – Mudança de estação (3) Valor médio calculado com base em 54 estações meteorológicas do Continente (4) Normais 71-2000 da estação meteorológica de Évora/Cidade

Na Figura 2 apresenta-se a evolução da precipitação total e da temperatura média em Junho, em Portugal Continental e os correspondentes desvios em relação à média 1971-2000

Figura 2. Precipitação Total em Junho (esq.2a) e Temperatura máxima em Junho em Portugal Continental (dir.2b). Desvios em relação à média 1971-2000

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Continente O estado do tempo no Continente foi influenciado por um anticiclone, por uma depressão de origem térmica centrada na Península Ibérica e por regiões depressionárias localizadas a oeste e sudoeste do Continente. A influência destes centros de acção foi sendo alternada ao longo do mês. O céu apresentou-se ora pouco nublado ou limpo ora com períodos de muito nublado. Durante todo o mês ocorreram neblinas ou nevoeiros, em especial no litoral oeste e, por vezes, apenas dissipando ao final da manhã. Ocorreu precipitação, em especial em regime de aguaceiros, de 4 a 10, 14 a 16 e 25 a 29. A precipitação foi por vezes forte e acompanhada de trovoada. O vento foi fraco a moderado, predominando do quadrante oeste, soprando por vezes em regime de nortada moderada no litoral oeste na primeira metade do período.

Tabela 3_Resumo Sinóptico Mensal –Continente – Junho 2009

Período Regime Tempo

1 a 3 Céu pouco nublado, com neblinas no litoral oeste

4 a 10 Precipitação a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e, em geral, céu pouco nublado a sul

11 a 13 Céu pouco nublado ou limpo com neblinas ou nevoeiros.

14 a 16 Aguaceiros, localmente acompanhados de trovoadas.

17 a 20 Céu pouco nublado ou limpo e subida da temperatura.

21 a 24 Descida da temperatura e céu com períodos de muito nublado.

25 a 29 Aguaceiros, por vezes fortes e acompanhados de trovoada

30 Céu pouco nublado, mas muito nublado no litoral Norte e Centro

Resumo das Condições Meteorológicas

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Madeira

De 1 a 14 e de 20 a 26, o estado do tempo foi condicionado por um anticiclone. De 15 a 19 e a partir de dia 27 o Arquipélago foi condicionado por uma depressão. De 1 a 14 e de 20 a 26, o céu apresentou-se com períodos de muito nublado, excepto na região

do Funchal onde o céu esteve pouco nublado e o vento soprou fraco a moderado do quadrante oeste. Ocorreram por vezes aguaceiros fracos nas vertentes viradas a norte.

De 15 a 19 o céu esteve em geral muito nublado e ocorreram aguaceiros pontualmente fortes nos dias 16 e 17. O vento soprou nestes referidos dias do quadrante leste, tendo nas zonas montanhosas soprado forte a muito forte e com rajadas que atingiram os 100 km/h.

A partir de dia 27 o céu esteve em geral muito nublado, ocorreram períodos de chuva ou aguaceiros fracos e o vento soprou de sudoeste, por vezes moderado.

Açores

De 1 a 3 e de 15 a 24 o estado do tempo foi influenciado por um anticiclone. De 4 a 14 e de

25 a 30, depressões às quais por vezes estiveram associadas superfícies frontais condicionaram o estado do tempo neste Arquipélago

De 1 a 3 e de 15 a 24, o céu esteve por vezes muito nublado e ocorreram pontualmente aguaceiros fracos.

Nos restantes dias, o céu esteve muito nublado, alternando por vezes com abertas. Ocorreram períodos de chuva ou aguaceiros.

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1. Temperatura do Ar Os valores médios da temperatura do ar, média, máxima e mínima foram superiores aos

respectivos valores normais em todo o território, com anomalias de +1.5ºC, +1.6ºC e +1.4ºC respectivamente. Os valores médios mensais da temperatura máxima variaram entre 19.9°C em Penhas Douradas e 33.1°C em Amareleja; os desvios em relação à normal variaram entre +1.1ºC em Montalegre e +3.3ºC em Amareleja; os valores médios mensais da temperatura mínima variaram entre 11.0°C em Montalegre e 18.4°C em Faro e Castro Marim; os desvios em relação à normal variaram entre +1.2ºC em Mir. Douro, Guarda e Alcobaça e +3.1ºC em Amareleja (Fig 3).

Figura 3 Distribuição espacial da temperatura mínima, média e máxima do ar em Junho e respectivos desvios em relação à média 1971-2000

Caracterização Climática Mensal

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2. Precipitação Total A média regional da quantidade de precipitação em Portugal Continental foi superior ao valor

médio (1971-2000) para o mês, classificando-se este mês como normal a chuvoso nas regiões do Norte e Centro e no litoral oeste da região Sul, sendo mesmo muito chuvoso no Minho e na Estremadura. Nas restantes regiões do Sul o mês classifica-se como seco a normal.

Os valores da quantidade de precipitação em Junho de 2009 variaram entre 0.3 mm em Sagres e 163 mm em Cabril e foram superiores ao valor médio em quase todas as regiões do território, excepto no Algarve e no interior do Baixo Alentejo onde foram inferiores. (Figura 4).

Em termos de percentagem, em relação ao período 1971-2000, a quantidade de precipitação foi superior a 100% em grande parte do território, excepto nalguns locais do Sul e do Nordeste Transmontano.

Figura 4 Precipitação total em Junho (esq.) e respectiva percentagem em relação à média 1971-2000 (dir.).

Nota: Para a análise da precipitação foram utilizadas 43 estações do INAG e 50 do IM.

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2.1. Precipitação acumulada desde 1 de Outubro de 2008

Os valores da quantidade de precipitação acumulada no período entre 1 de Outubro de 2008 e

30 de Junho 2009 continuam inferiores aos valores médios de 1971-2000 em todo o território do Continente (Figura 5).

Variaram entre 280 mm em Faro e 1260 mm em Cabril e em termos de percentagem da quantidade de precipitação acumulada, em relação aos valores médios é inferior a 80% em quase todo o território.

Figura 5 Precipitação acumulada desde 1 de Outubro 2008 (esq.) e percentagem em relação à média 1971-2000 (dir.)

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3. Outros Elementos Climáticos Insolação Os valores da insolação variaram entre 225 horas em Lamas de Mouro e 330 horas em Castro Marim e foram inferiores aos valores normais (71-00) em todo o território (Figura 6).

Figura 6 Insolação em Junho 2009.

Água no solo Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, em 30 de Junho de 2009 eram inferiores a 40% em todo o território, sendo mesmo inferiores a 5% nas regiões do Sul. Os valores continuam inferiores aos normais para a época em todo o território do Continente.

Figura 7 Percentagem de água no solo em Junho 2009.

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1 - Situação de Seca Meteorológica

Em 30 de Junho de 2009 e segundo o índice de seca meteorológica PDSI1, apesar de todo o País continuar em situação de seca meteorológica, verificou-se um desagravamento em particular nas regiões do litoral Norte e Centro, encontrando-se 18% do território em seca fraca, 38% em seca moderada, 34% em seca severa e 10% em seca extrema (Figura 8).

Figura 8 Distribuição espacial do Índice de Seca Meteorológica em Junho de 2009

1 PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detectar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema).

Fenómenos Climáticos Relevantes

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2 - Tempo Quente

O mês de Junho caracterizou-se por valores altos da temperatura do ar, nomeadamente entre o período de 12 a 23 de Junho com registo de valores de temperatura muito superiores aos respectivos valores médios, e superiores aos correspondentes valores do percentil 90 (dias quentes).

Na tabela 4 apresentam-se os locais e respectivos dias com valores mais elevados da temperatura máxima do ar no mês de Junho.

Tabela _4 Maiores valores da Temperatura Máxima em Junho 2009

Local Temp. Máx.

(°C) Dia

Amareleja 41.3 22 Neves Corvo 40.3 13 Beja 40.2 22 Portel 39.9 22 Elvas 39.8 13 Mértola 39.7 13

Em 27 de Maio iniciou-se uma onda de calor, que se prolongou até dia 2 e 3 de Junho, e que afectou sobretudo as regiões do interior. A distribuição geográfica da duração (em dias) desta onda de calor apresenta-se na Figura 9.

Figura 9 Representação espacial da duração (dias) da onda de

calor de 27-Maio a 3-Junho 2009

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Neste mês de Junho verificou a ocorrência de outra onda de calor (entre 10 e 22 de Junho) com maior incidência nas regiões do Sul. Na tabela 5 apresentam-se as estações em onda de calor e o respectivo período de início e fim.

Tabela 5 _Duração da onda de calor em Junho de 2009

Início Fim

N.º de dias onda calor

Setúbal 11/06 21/06 11 Amareleja 11/06 21/06 11 Sines 12/06 21/06 10 V. R Sto António 10/06 17/06 8 Faro 10/06 16/06 7 Sagres 12/06 18/06 7 Dois Portos 16/06 21/06 6 Sintra 16/06 21/06 6 Mértola 16/06 21/06 6 Guarda 17/06 22/06 6 Penhas Douradas 17/06 22/06 6

Também se registou em Junho um número de dias com temperatura máxima > 25°C bastante superior ao valor médio, que variou entre 0 dias em Cabo Carvoeiro e 27 dias em Beja, Amareleja e Mértola (Figura 10a).

O número de dias com temperatura máxima > 30°C também foi bastante superior aos valores médios (Figura 10b), registando-se os valores mais altos no interior do Alentejo, sendo o maior numero de dias registado em Amareleja com de 22 dias.

Figura 10 Número de dias com temperatura máxima do ar > 25°C (a – esq.) e > 30°C (b – dir.) em Junho 2009

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Há a destacar também o número de dias com temperatura mínima superior a 20 °C (noites tropicais), que foi superior ao valor médio 1971-2000 e ocorreu principalmente nas regiões do interior Centro e Sul (Figura 11).

A estação meteorológica que registou mais noites tropicais foi a de Faro com 11 dias com temperatura mínima superior a 20 °C. Figura 11 Número de dias com temperatura mínima do ar > 20°C (noites tropicais) em Junho 2009