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Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 21 ANO 04 FEVEREIRO 2013

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Page 1: Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · O presente estudo teve por objetivo relatar o caso de pacientes com diagnóstico de granulomas de ... – Diretor do Núcleo

Boletim Científico doInstituto de Ensino e Pesquisa

ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 21 ANO 04 FEVEREIRO 2013

Page 2: Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · O presente estudo teve por objetivo relatar o caso de pacientes com diagnóstico de granulomas de ... – Diretor do Núcleo

NORMAS DE PUBLICAÇÃO

1. Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revisão de

literatura, relato de experiência, relato de caso e estudo reflexivo.

2. Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes padrões:

Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, meto-

dologia, trajetória metodológica, construção dos resultados, considerações finais e

referências.

Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, me-

todologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências.

• Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, me-

todologia, revisão de literatura, considerações finais e referências.

• Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo,

metodologia, descrição do relato de experiência, considerações finais e referências.

• Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodolo-

gia, descrição de caso, considerações finais e referências.

• Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, metodo-

logia, descrição de reflexão, considerações finais e referências.

3. Para apresentação dos trabalhos usar fonte Times New Roman, justificado, nu-

meração desde a primeira página, com no máximo 12 páginas, no programa Word,

com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm, margem superior de 3 cm, margem infe-

rior de 2 cm, margens laterais de 2 cm e tamanho de fonte 12.

4. Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de genes e símbolos devem ser

usados utilizando o modelo padrão internacional e de conhecimento geral. Quan-

do for a primeira vez que citar a sigla, deve ser acompanhada do significado por

extenso.

5. Citações e referências devem seguir as normas de Vancouver.

6. Caberá à diretoria científica julgar o excesso de ilustrações, suprimindo redundân-

cias. A ela caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos trabalhos, bem

como a preparação do texto, com a finalidade de uniformizar a produção editorial.

A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva

de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos,

desde que mencionada a fonte.

Sociedade Beneficente São CamiloPresidente: Leocir Pessini

Vice-Presidente: Ariseu Ferreira de Medeiros

1º tesoureiro: Christian de Paul Barchifontaine

2º tesoureiro: Arlindo Toneta

1º secretário: Olacir Geraldo Agnolin

2º secretário: Francisco de Lelis Maciel

Superintendente: Justino Scatolin

Hospitais São Camilo de São PauloSuperintendente: Antônio Mendes Freitas

Redação e AdministraçãoOs manuscritos deverão ser encaminhados para:

IEP - Hospital São Camilo

Rua Tavares Bastos, 651 - Pompeia - CEP 05012-020 - São Paulo - SP

ou enviados para os e-mails: [email protected] ou

[email protected]

Diretor Editorial: Dr. Fábio Luís Peterlini

Diretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva Fonseca

Coordenação Editorial: Érica Maule Paes

Produção Editorial: Érica Maule Paes

Jornalista Responsável: Fran Rodrigues - MTb 41545

Editor de Arte: Felipe Massari

Produção Gráfica: Type Brasil

Tiragem: 1500 exemplares

Diagramação: Ei Viu! Design e Comunicação

Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo02

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SUMÁRIOEXPEDIENTE

Editorial

Microcirurgia Laríngea Associada à Toxina Botulínica no Tratamento dos Granulomas Inespecíficos de Processo Vocal.

Laryngeal Microsurgery Associated With Botulinum

Toxin Treatment for not Specified Vocal Process

Granuloma

José Antônio Pinto

Rodrigo Prestes dos Reis

Thiago Branco Sônego

Henrique Wambier

Élcio Izumi Mizoguchi

Rodrigo Kohler

O Envolvimento do Familiar com a Idosa de Doença de Alzheimer Na Instituição de Longa Permanência Para Idosos.

The Family Involvement With The Elderly Carrier Of

Alzheimer’s Disease In Long-Stay Facility For The

Elderly.

Irmã Sirmonia de Assis Oliveira

Maria Luiza Mazzieri

Malformação Arteriovenosa Uterina Simulando Doença Trofoblástica Gestacional

Uterine Arteriovenous Malformation Simulating

Gestational Trophoblastic Disease

Luciano Nascimento Silva

Paula Minchillo Coelho

Bruno Barcelos da Nóbrega

Leonardo Ellery Marinho

Luiz Carlos Donoso Scoppetta

Paradigma da Assistência de Enfermagem ao Portador de Doença Mental no Hospital Geral: Revisão de Literatura

Paradigm of Nursing Care to The Mental Illness

Carrier in General Hospital: Literature Review

Fabio Junior de Camargo

Adeilsa Mariliana

Adriana da Silva Araújo

Elaine Barrada

Conselho Editorial

Adriano Francisco Cardoso Pinto • Ana Lucia das Graças Gomes

• Ana Maria Furkim • Ariadne da Silva Fonseca • Carlos Augusto

Dias • Carlos Gorios • Claudio Collantonio • Daniela Akemi Costa

• Emanuel Salvador Toscano • Fábio Luís Peterlini • Fabio Sandoli

de Brito • Jair Rodrigues Cremonin Junior • José Antonio Pinto

• José Carlos de Oliveira • José Ribamar Carvalho Branco Filho •

Lucia de Lourdes Leite de Souza Campinas • Luiz Antonio Vianna

Lopes • Marcelo Alvarenga Calil • Marco Aurélio Silvério Neves •

Marcos Frizzarini • Margareth Rose Priel

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O Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa é uma

publicação da Rede de Hospitais São Camilo com periodicidade

bimestral, destinado à divulgação de conhecimento científico da

área de saúde e tem como finalidade contribuir para a constru-

ção do conhecimento através do acesso científico dos diferentes

campos do saber.

Missão

Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

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EDITORIAL

Novo Ano: novas conquistasEste é o primeiro editorial do ano. Um ano que se inicia, para os camilianos, sob a égide da mudança, confirmando o velho dito de “Ano Novo, Vida Nova”! Novas es-truturas administrativas regem a entidade, cargos e pessoas mudam, novos desafios são propostos. Desejando a todos, aos que ficam e aos que vão, o maior sucesso profissional e pessoal, reafirmamos a ideia e a vontade de fazer com que o IEP seja, cada vez mais, uma mola propulsora para o desenvolvimento técnico e científico dos que trabalham na instituição. Teremos grandes desafios a enfrentar: o III Congresso Internacional, em Outubro, é o maior deles e, desde já, convocamos a todos para que se mobilizem no sentido de preparar trabalhos e de participar com entusiasmo durante o mesmo. Temos ainda projetos fundamentais em andamento, dos quais devemos destacar a criação do Centro de Simulação Realística que, sem dúvida, se transformará em polo de difusão de ensino fundamental para profissionais de várias áreas, provenientes de diferentes instituições, incluindo alunos de graduação em medicina e enfermagem. Esperamos para este ano a criação e implantação de fato de uma estrutura de pós-graduação, mediante a criação de Comissão de Residência Médica (COREME) que dê suporte legal para a oferta de cursos de especialização e residência em diferentes áreas. Temos a convicção de que, superadas eventuais di-ficuldades estruturais, poderemos chegar ao nível das maiores instituições médicas ao ultrapassar esta barreira. A definição de “linhas de pesquisa”, ao associar dife-rentes profissionais que tenham o mesmo ponto de interesse, é outro ponto a de-senvolver para diferenciar grupos e equipes dentro das unidades. Enfim, o caminho é promissor e contamos com a participação e a disposição de todos para trilhá-lo.

Encerrando, impossível não dar destaque ao conteúdo do presente boletim. Manten-do seu aspecto habitual temos artigos versando sobre temas específicos, na área de ginecologia e otorrino, ao lado de abordagens extremamente importantes na área de atenção ao paciente. Em momento no qual se discute a atuação da Saúde Pública com relação aos dependentes de “crack”, nada mais oportuno do que apresentar ar-tigo de revisão, elaborado com cuidado e precisão, no qual se abordam exatamente aspectos da internação psiquiátrica nestes pacientes. Parabéns aos autores!

Boa leitura a todos!

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Fabio Ancona LopezCoordenador Científicodo Instituto de Ensino e Pesquisa

Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

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ABSTRACT:

Vocal process granulomas are rare benign lesions manifested in the posterior glottis causing a wide range of symptoms. Caused

by multifactorial etiology, there is no consensus for the treatment of this disease, which makes it a big challenge. To related our

experience in the treatment of vocal process granuloma with microsurgery resection associated with application of botulinum

toxin. Retrospective study which evaluated the results of patients treated with laryngeal microsurgery associated with applica-

tion of botulinum toxin between 1995 to 2010 in our service. Five patients participated in the study, four had healing with our

therapeutic by our criterion succession rate. The combined treatment with laryngeal microsurgery associated with application of

botulinum toxin was effective in symptomatic cases where there is a failure on the clinical treatment.

KEYWORDS

Laryngeal granuloma, Botulinum toxin, Laryngeal microsurgery.

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Microcirurgia Laríngea Associada à Toxina Botulínica no Tratamento dos Granulomas Inespecíficos de Processo Vocal

José Antônio Pinto Rodrigo Prestes dos Reis Thiago Branco Sônego Henrique Wambier Élcio Izumi Mizoguchi Rodrigo Kohler

RESUMO

Os granulomas inespecíficos de processo vocal são lesões benignas raras que se manifestam na glote posterior causando sintomas

variados. De etiologia multifatorial, não há um consenso para o tratamento desta patologia, o que a torna um grande desafio.

O presente estudo teve por objetivo relatar o caso de pacientes com diagnóstico de granulomas de processo vocal. Foi realizado

um estudo retrospectivo em que foram avaliados os resultados de pacientes tratados com microcirurgia de laringe associada

à aplicação de toxina botulínica entre 1995 a 2010 em nosso serviço. Dos cinco pacientes que participaram do estudo, quatro

obtiveram cura com nossa terapêutica, segundo nosso critério para taxa de sucesso. O tratamento combinado com microcirurgia

de laringe e aplicação de toxina botulínica mostrou-se eficaz nos casos sintomáticos em que há falha no tratamento clínico.

PALAVRAS-CHAVE

Granuloma laríngeo, Toxina botulínica, Microcirurgia laríngea.

Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

José Antônio Pinto – Diretor do Núcleo de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço de São Paulo.

Rodrigo Prestes dos Reis, Henrique Wambier, Élcio Izumi Mizoguchi, Rodrigo Kohler – Residente do terceiro ano do Núcleo de Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital São Camilo de São Paulo.

Thiago Branco Sônego – Otorrinolaringologista pós-graduando em Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis.

e-mail: [email protected]

Laryngeal Microsurgery Associated With Botulinum Toxin Treatment for not Specified Vocal Process Granuloma

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I – INTRODUÇÃOOs granulomas inespecíficos de pregas vocais são lesões benig-nas raras da glote posterior localizadas sobre o processo vocal da cartilagem aritenoide1. Descrita pela primeira vez por Chevalier Jackson em 1928 como “úlcera de contato da laringe”2, é conhe-cida também na literatura por outros nomes como: granuloma de contato, granuloma de pregas vocais, granuloma pós-intubação e granuloma de aritenoides3. Os fatores predisponentes mais co-muns do granuloma de pregas vocais incluem o uso abusivo da voz, intubação orotraqueal (IOT) prévia e refluxo laringofaríngeo (RLF). Jackson e Jackson, em 1935, descreveram o mecanismo de sua formação como a ação do ”martelo e bigorna”4, de um pro-cesso vocal atingindo o outro durante a fonação abusiva, causan-do uma inflamação derivada desta fricção, originando lesões que são histologicamente compostas por tecido de granulação hiper-trófico, com a presença de infiltrado de células inflamatórias de resposta aguda e crônica. Uma pericondrite subjacente à mucosa do processo vocal também pode estar presente e ser a causa das frequentes recidivas5.Apresentam-se de várias formas clínicas: ulcerado ou epitelizado, séssil ou pediculado, lesões unilaterais ou bilaterais6. O diagnósti-co é feito pela história clínica e pelo exame otorrinolaringológico. Na história clínica os pacientes podem apresentar uma variedade de sintomas, desde uma disfonia leve à acentuada, dor na laringe, pigarro, otalgia reflexa, sensação de corpo estranho, sintomas es-tes que pioram com o esforço vocal7.Muitas formas de tratamento têm sido usadas para os granulo-mas de pregas vocais, como repouso vocal, terapia vocal, me-dicações antirrefluxo, corticosteroides (injeção tópica, inalatório ou parenteral), antibióticos e remoção cirúrgica, sem vantagens evidentes5. A exérese cirúrgica de granuloma tem recorrência de 20% a 60% dos casos8, por isso, frequentemente há necessidade de vários procedimentos cirúrgicos para sua erradicação, inde-pendente da técnica cirúrgica5. Nos últimos anos a injeção de to-xina botulínica do tipo A tem sido usada para o tratamento desta lesão com bons resultados8.O objetivo deste estudo é relatar caso dos pacientes com diag-nóstico de granuloma de processo vocal.

II – METODOLOGIAFoi realizada avaliação retrospectiva dos prontuários dos pacien-tes atendidos em um hospital privado do município de São Paulo,

com diagnóstico de granuloma de processo vocal, no período de 1995 a 2010 e tratados com associação de exérese da lesão por microcirurgia de laringe, com auxílio de laser de CO2, e aplicação de toxina botulínica no músculo tireoaritenóideo ipsilateral numa dose que variou entre 5 a 12,5 UI. Foram levantados os dados de idade, gênero, ocupação, história de refluxo grastroesofági-co (RLF), história de IOT prévia, localização das lesões (descrição do exame laringoscópico), tratamentos prévios, tratamento rea-lizado na instituição e as recidivas. Excluiu-se do trabalho os pa-cientes com granulomas em outras áereas diferentes do processo vocal e os pacientes que não realizaram acompanhamento pós--tratamento em nossa instituição.

III – RELATOS DOS CASOSDe um total de sete pacientes com o diagnóstico de granuloma de processo vocal entre 1995 a 2010, dois pacientes não realiza-ram acompanhamento pós-tratamento em nosso serviço e foram excluídos deste levantamento. Todos eram do sexo masculino, com idades variando entre 31 até 52 anos com média de 45 anos. A provável etiologia dos granulomas foram: RLF em cinco pacien-tes e IOT prévia em um paciente, o qual apresentava sintomas de RLF associado. Apresentaram sintomas de rouquidão em quatro pacientes; sensação de corpo estranho em dois pacientes; des-conforto/dor em hipofaringe em dois pacientes e odinofagia ape-nas em um paciente (TABELA I). Durante o tratamento e “follow--up”, estes sintomas se intensificaram ou amenizaram sem haver relação com a remissão do granuloma. Quanto à apresentação e topografia das lesões, quatro casos de granuloma eram unila-terais, sendo dois do lado direito e dois do lado esquerdo, e um caso bilateral. Todos os casos se manifestaram no terço posterior da glote, junto ao processo vocal da aritenoide.

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“Por geralmente ter origem em agressões múltiplas,

o tratamento dos granulomas de processo vocal

deve ser multidimensional e a eliminação da causa

ou causas deste é indispensável para a resolução e

prevenção de recorrência.”

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de granuloma de processo vocal, observaram que em 53% dos casos de lesões recidivantes há algum grau de insuficiência glóti-ca subjacente acarretando um maior esforço para atingir um fe-chamento glótico completo e assim aumentando o traumatismo no processo vocal3. Nesta casuística observamos possíveis causas semelhantes às citadas na literatura, tendo também a concomi-tância de RLF em alguns casos. Por geralmente ter origem em agressões múltiplas, o tratamen-to dos granulomas de processo vocal deve ser multidimensional e a eliminação da causa ou causas deste é indispensável para a resolução e prevenção de recorrência. Não há consenso quanto ao tratamento e várias modalidades já foram aplicadas, porém nenhuma com resultado regular e universal. A evolução do granuloma de processo vocal ainda é incerta; em estudo Wang e colaboradores observaram 52 pacientes com gra-nulomas de processos vocais e sem instituir nenhuma forma de tratamento, obtiveram uma remissão total da lesão em 82% dos pacientes em um período de até 70 semanas (média de 30,6 se-manas) sendo que os granulomas pós IOT apresentaram regres-são em menor período6.Apesar de grande parte dos granulomas se resolverem espon-taneamente, o tratamento dos fatores causais se faz necessá-rio. O tratamento clínico do RLF por 8 a 24 semanas com IBP diminui o tempo de remissão dos granulomas quando compa-rado apenas à observação da lesão10,11. Boseley e colaborado-res, que obtiveram cura de granuloma obstrutivo apenas com uso de IBP e mudança de hábitos de vida12 também têm sido

Microcirurgia Laríngea Associada à Toxina Botulínica no Tratamento dos Granulomas Inespecíficos de Processo Vocal

07Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

O tempo médio de tratamento, clínico e cirúrgico, foi de sete me-ses, variando de um mês a 13 meses, e o tempo médio de acom-panhamento pós-operatório (PO) foi de 10,3 meses variando de 4 a 24 meses.Dentre os cinco pacientes do estudo, no caso em que a dose foi de 10 UI de toxina botulínica, houve aparecimeto de recidiva no 10º mês de PO necessitando de terapia adjuvante, optou-se por uma nova aplicação de 10 UI via transcervical ambulatorialmente, com posterior regressão da lesão. Nos dois casos em que a dose foi de 5 UI, um apresentou recidiva da lesão no 3º mês de PO, que desapareceu no 14º mês, com uso de fonoterapia e inibidor de bomba protônica (IBP) neste intervalo. No outro caso, na qual a aplicação foi bilateral, o paciente apresentou melhora clínica e ausência de lesão no 1º ano de PO, porém no 20º mês de PO retornou com novo granuloma na mesma topografia da lesão anterior, sendo tratado IBP com desaparecimento da lesão após quatro meses. Para os outros dois pacientes, em que a dose foi de 12,5 UI, com “follow-up” de 10 meses, foi prescrito fonoterapia e IBP no PO, havendo também regressão da lesão e ausência de recidivas. (QUADRO I)De acordo com a literatura corrente, nossa estatística está de acordo com os dados universais. A prevalência para o sexo mas-culino em relação ao feminino é de 4:1; este fato parece estar rela-cionado ao fechamento glótico incompleto nas mulheres, tendo uma maior frequência em mulheres apenas quando há história de IOT, provavelmente pelo fato da glote feminina apresentar uma menor área respiratória e um mucopericôndrio menos espesso9. Apenas um dos casos apresentou lesão bilateral. Todas as lesões se localizavam na topografia do processo vocal da aritenoide. Quanto às causas dos granulomas, Jackson e Jackson já levanta-vam a hipótese de que o granuloma seria uma reação ao trauma-tismo repetitivo sobre os processos vocais durante o abuso vocal, descrevendo este mecanismo como o bater de martelo sobre a bigorna4. Posteriormente, Chevalier Jackson apresentou o resul-tado de 80 laringoscopias pós-anestesia geral demonstrando o traumatismo na glote posterior, porém o primeiro caso de gra-nuloma de glote pós IOT só foi reportado em 1932 por Clausen1. Hoje sabe-se que o granuloma pode ter causas mecânicas e infla-matórias, sendo o RLF o principal causador de inflamação crônica da glote com posterior formação de granuloma. Outras hipóteses e identificação de fatores de risco têm sido levantadas. Carroll et al, em avaliação de 34 pacientes acompanhados com diagnóstico

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descritos, mas com resultados inconsistentes. A terapia vocal também é relatada como modalidade conserva-dora de tratamento, principalmente naqueles pacientes que apre-sentam ataque vocal e uma laringe hipercinética, apresentando resultados favoráveis em 60% a 80% dos casos não relacionados à IOT13, 14. Ylitalo et al obtiveram 52,6% de cura de granulomas após 8 meses de terapia vocal apenas13. Bloch Cs et al obtiveram taxa de sucesso de 71% com fonoterapia15. O tratamento cirúrgico geralmente elimina a lesão, mas não a causa. Ele é indicado nas lesões obstrutivas volumosas, nos casos que não responderam aos tratamentos conservadores, ou se há dúvidas quanto ao diag-nóstico histopatológico5. As taxas de recorrência pós-cirúrgicas descritas na literatura têm sido de 30 a 40% com alguns autores relatando até 92% de recorrência. Não há distinção em se usar a incisão à frio ou laser de CO2, sendo importante os cuidados necessários na remoção cirúrgica para que não haja exposição do processo vocal subjacente ou maior dano ao mucopericôndrio. Lin et al recentemente relataram a ablação com uso do laser de KTP de 12 casos de granuloma de processo vocal devido à intu-bação prévia, com cura completa e sem apresentar recidivas num “follow-up” com média de 26 meses16. O uso de corticoterapia tópica ou mitomicina também é útil. Pensando na diminuição do traumatismo entre os processos vocais, Nasri e coloboradores aplicaram toxina botulínica tipo A no músculo tireoaritenóideo, causando uma denervação química, diminuindo, desta forma, a tensão e impacto na glote posterior durante a fonação, obten-do sucesso na remissão da lesão nos casos reportados17. O uso da toxina botulínica do tipo A isolada ou concomitantemente ao procedimento cirúrgico é uma opção de tratamento inicial ou em casos de recorrência da lesão. Pham et al obtiveram 100% de re-gressão das lesões com uso isolado de 15 UI de toxina botulínica, em pacientes que já haviam sido submetidos a vários procedi-mentos cirúrgicos anteriormente, sem aparecimento de recidiva em 3 anos de “follow-up”8. Orloff et al também tiveram 100% de sucesso em até 41 meses de “follow- up”, com uso de toxina botulínica em doses que variaram de 2,5 a 30 UI em pacientes que já haviam sido submetidos a diversas formas de tratamento clínico5. Outros autores também relataram o uso desta técnica associada ou não à terapia vocal e tratamento do RLF com taxas de sucesso variáveis1.A associação da excisão cirúrgica com a aplicação de toxina bo-tulínica visa à redução da lesão local e diminuição dos sintomas,

através de menor efeito martelo/bigorna, facilitando a cicatriza-ção local e a resolução da condrite localizada no processo vocal. Com essa terapêutica, usando uma dose de toxina botulínica que variou entre 5 a 12,5 UI, tivemos respostas variáveis. No caso 1, que se usou dose de 5 UI, houve recidiva da lesão com 3 meses de PO. No caso 2, que se usou dose de 5 UI bilateralmente, houve recidiva da lesão no 20º mês de PO, tendo esta apresentando regressão com o uso de IBP por 4 meses. No caso 3, com uso de 10 UI, houve recidiva no 10º mês de PO, sendo optado por uma nova aplicação de 10 UI, ambulatorialmente, com regressão da lesão. Nos casos 4 e 5 em que a microcirurgia foi associada à dose de 12,5 UI de toxina botulínica, houve resolução completa num “follow-up” com mais de 10 meses. Segundo Enami, a presença de lesões residuais assintomáticas após o tratamento clínico po-dem ser acompanhadas, não havendo a necessidade de remissão completa10.A eliminação dos fatores predisponentes dos granulomas deve ser tratada inicialmente e tratamentos mais invasivos só devem ser propostos aos pacientes não responsivos a esta terapêutica e aqueles que se mantêm sintomáticos18. Independente das formas de tratamento dos granulomas de processo vocal, o importante é que elas sejam guiadas pela etiologia19.

IV – CONSIDERAÇÕES FINAISGranulomas inespecíficos de processo vocal são lesões de difícil manejo clínico/cirúrgico e apresentam altas taxas de falha tera-pêutica, sendo necessário um tratamento voltado para os fatores predisponentes da lesão. Na literatura médica encontramos resultados extremamente va-riáveis com as mais diferentes técnicas terapêuticas. Nos pacien-tes que não responderam ao tratamento medicamentoso, fono-terápico e recidivas pós-cirúrgicas, a remoção microcirúrgica do granuloma com aplicação de toxina botulínica mostrou-se eficaz. Além deste tratamento, a eliminação dos fatores predisponentes e o tratamento multidimensional devem ser prescritos, exigindo controle etiopatogênico para evitar as recidivas em longo prazo.

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09Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

REFERÊNCIAS

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4. Jackson C.Jackson CL. Contact ulcer of the larynx. Arch Otolaryngol 1935;22:1-15.

5. Orloff LA, Goldman SN. Vocal fold granuloma: successful with botulinum toxin. Otolaryngol Head Neck Surg 1999;121:410–413.

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9. Hillel AT, Lin LM, Samlan R, Starmer H, Leahy K, Flint PW. Inhaled triamcinolone with proton pump inhibitor for treatment of vocal process granulomas: a series of 67 granulomas. Ann Otol Rhinol Laryngol. 2010 May;119(5):325-30.

10. Emami AJ, Morrison M, Rammage L, Bosch D. Treatment of laryngeal contact ulcers and granulomas: a 12-year retrospective analysis. J Voice 1999;13:612–7.

11. Wani MK, Woodson GE. Laryngeal contact granuloma. Laryngoscope 1999;109:1589–93

12. Boseley ME, Myers KV. Conservative treatment of an obstructing vocal fold granuloma. Ear nose throat j 2003;82:550.

13. Ylitalo R, Hammarberg B. Voice characteristics, effects of voice therapy, and long-term follow-up of contact granuloma patients. J Voice. 2000 Dec;14(4):557-66.

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Microcirurgia Laríngea Associada à Toxina Botulínica no Tratamento dos Granulomas Inespecíficos de Processo Vocal

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ABSTRACT The research aimed to assess the family members’ knowledge regarding Alzheimer’s disease of the elderly in the Long-Stay fa-cilities for the elderly, and verify the involvement of relatives with these elderly ones. This is a qualitative and descriptive survey. Consists on a questionnaire divided into two parts: the first one is to identify the subject, and the second part has open and closed questions, in a total of 37 families. The findings regarding the disease achieved 91,89% in several families, but when argued about how this disease is developed, 5,04% answered that Alzheimer’s disease affects the stomach or it is a circulatory disease, so it’s possible to understand that they do not have a proper understanding. However, regarding Alzheimer’s disease stages, 27,03% said they were aware of it, but can not indicate the phases, and 72,97% of the relatives reported not to know the stages of Alzheimer’s disease. As for nursing care performed in Long-Term facilities for elderly people, the importance of care is acknowledged in 72,97%, reporting that nursing is involved with the elderly. Regarding the family involvement in caring for the elderly, 67,56% get involved and the visits are the most mentioned option when engaging in care. The conclusion of this study brought to the researcher an academic contribution concerning the importance of nurses to be working closely with the family, offering a general scientific knowledge so they can become more involved with the elderly carrier of chronic degenerative diseases, especially the studied disease, Alzheimer’s disease.

KEYWORDSAlzheimer’s disease, Family, Nursing, Long-Stay Facility for the Elderly.

O Envolvimento do Familiar com a Idosa de Doença de Alzheimer Na Instituição de Longa Permanência Para Idosos.

Sirmonia de Assis Oliveira Profa MS. Maria Luiza Mazzieri.

RESUMO Este estudo tem como objetivo avaliar o conhecimento dos familiares sobre a Doença de Alzheimer das idosas na Instituição de Longa Permanência para Idosos. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, descritiva, constituída de 37 familiares. Os conhecimentos encontrados sobre a doença foram de 91,89% em diversas famílias, porém, quando questionado sobre como esta doença se desenvolve, 5,04% responderam que a Doença de Alzheimer afeta o estômago ou é circulatória; quanto às fases da Doença de Alzheimer 27,03% disseram conhecer, mas não conseguem indicar quais as fases e 72,97% relatam desconhecer as fases da Doença de Alzheimer. Quanto aos cuidados de enfermagem é reconhecida a importância dos cuidados em 72,97%, pois relatam que a enfermagem se envolve com a idosa; quanto ao envolvimento do familiar nos cuidados com a idosa 67,56% se envolvem sendo a visita a maneira mais citada de se envolver nos cuidados. Este estudo trouxe contribuição acadêmica sobre a importância de o enfermeiro atuar com os familiares orientando-os para que possam se envolver mais com as idosas portadora das doenças crônico degenerativas, em especial, com Alzheimer.

PALAVRAS-CHAVEMal de Alzheimer, Família, Enfermagem, Instituição de Longa Permanência para Idosos.

Sirmonia de Assis Oliveira – Religiosa Camiliana, graduada em Enfermagem pela Universidade Paulista – Unip.

Profa MS. Maria Luiza Mazzieri – Docente do curso de Enfermagem da Universidade Paulista – Unip.

e-mail: [email protected]

The Family Involvement With The Elderly Carrier of Alzheimer’s Disease in Long-Stay Facility for The Elderly.

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O Envolvimento do Familiar com a Idosa de Doença de Alzheimer Na Instituição de Longa Permanência Para Idosos.

I – INTRODUÇÃOO envelhecimento pode ser entendido como uma etapa do pro-cesso natural da vida, cuja característica principal é acentuada pela perda da capacidade de adaptação e menor expectativa de vida1. Esta condição possibilita a essa população idosa tornar-se mais vulnerável e predisposta a morbidades e mortalidades. Dian-te do crescimento da população idosa mundial e, sobretudo, da brasileira, a doença de Alzheimer (DA) constitui-se em uma das principais doenças crônico-degenerativas que acomete os idosos, tornando-os progressivamente incapacitados para seu autocui-dado e dependente de terceiros, fato este que torna necessária a assistência direta do enfermeiro para os cuidados e orientações à família e apoio do mesmo.O mal de Alzheimer é uma doença que se caracteriza por uma diminuição das atividades mentais, em especial da memória. O risco de contrair Alzheimer aumenta com a idade, por acredita--se que afeta aproximadamente 4% das pessoas com idade entre 65 e 75 anos e 10% das que tem estão entre 75 e 85 anos. A patologia é mais comum no quadro das demências e a 4ª causa de morte em adultos; estima-se que em 2050 poderá atingir 14 milhões de pessoas no mundo1.A demência apresenta prevalência muito alta na população ido-sa, dobrando a cada cinco anos após os 65 anos de idade. Os inúmeros sintomas da Doença de Alzheimer (DA) comprometem significativamente a qualidade de vida dos pacientes e dos fami-liares e constituem a causa mais frequente da presença do idoso em uma Instituição de Longa Permanência para idosos (ILPI). DA é uma das demências que prevalece proporcionalmente ao aumen-to da longevidade2.Cabe à enfermagem, dentro das ILPI’s, buscar a inclusão, baseada no processo de humanização, envolvendo a família no processo de orientação e do cuidado, tornando-a conhecedora da patolo-gia da DA, suas fases e o grau de dependência do paciente. Com isso, visando valores, princípios, ideias e atitudes, a fim de pro-porcionar uma melhora na qualidade de vida desses portadores de DA e familiares. A orientação, elaboração e aplicação do cuidado é responsabi-lidade do enfermeiro que atua com conhecimento científico da patologia, da fase da DA e do grau de dependência. As orien-tações aos familiares visam enfatizar a importância do afeto, da comunicação e da dedicação, com paciência diante do paciente portador de DA; estas orientações são de suma importância por

que os familiares têm sentimentos que se expressam em suas ati-tudes, como visita, interesse em compreender as exigências da equipe de enfermagem, que por sua vez busca os meios que a ciência coloca para aliviar o sofrimento humano e espiritual de acordo com a crença de cada um. Quando o problema for de ordem econômica, a família deve ser orientada quanto às pos-sibilidades de aquisição dos medicamentos pela rede pública. É importante encorajar a família a cuidar de sua saúde física e emocional, reconhecendo seus limites e buscando ajuda quando for necessária. O familiar desempenha um papel fundamental na inclusão do idoso na rotina das ILPI’s; é de suma importância que os membros da família conheçam as fases da DA e o grau de dependência para poder colaborar com a equipe da enfermagem com esses pacientes, haja vista que no decorrer do tempo os cui-dados2 vão mudando conforme a evolução da DA. A família desconhece as fases de evolução da DA dificultando o relacionamento com a equipe de enfermagem. A enfermagem tem certamente uma tarefa árdua, em especial com o paciente com DA. Na convivência com paciente portador de DA, muitas vezes seus familiares não estão preparados para acolher o portador de DA, quando se encontra na fase moderada, grave, no Grau de dependência II e III, e principalmente quando falta conhecimento sobre os cuidados necessários para com os portadores dessa enfermidade. A intervenção da equipe de enfer-magem nestes casos é necessária, pois várias ações estão envol-vidas, exigindo conhecimento específico e habilidades do cuidar; faz-se necessário o preparo adequado de pessoas (familiares) a fim de que se possa atender com competência as várias fases es-pecíficas da doença em questão.

II – OBJETIVOAvaliar o conhecimento e envolvimento dos familiares com as idosas portadoras de Doença de Alzheimer na ILPI.

III – MATERIAIS E MÉTODOEssa pesquisa caracteriza-se como um estudo de campo, de abordagem quantitativa descritiva3. O estudo foi realizado em uma das ILPI das Filhas de São Ca-milo de cunho sem fins lucrativos. Esta Instituição teve sua ori-gem em Roma, na Itália, fundada em 02 de fevereiro de 1892 por Padre Luiz Tezza (camiliano) e Madre Josefina Vannini, com o objetivo de servir os doentes conforme o carisma transmiti-

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respostas relacionadas aos objetivos propostos no estudo.Após a coleta dos dados foram agrupados em tabelas e gráfi-cos mediante o resultado obtido.

IV – RESULTADOS E DISCUSSÃO Para iniciarmos a descrição dos resultados, primeiramente foram descritas as patologias das moradoras da ILPI e a patologia da doença de Alzheimer, conforme figuras abaixo.

do por São Camilo de Lellis. Tal obra expandiu-se por diversas partes do mundo abrangendo quatro continentes com hospi-tais ILPI: Europa; Ásia; África e América chegando ao Brasil em 1946, tornando-se presente em São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Bahia e Mato Grosso. A fonte de nossa pesquisa está situada na região norte de São Paulo, tem como objetivo a assistência integral de 80 idosas in-ternadas; os setores são distribuídos por grau de dependência, com o objetivo de os cuidados serem realizados conforme as necessidades das idosas. Administração e cuidados são realiza-dos pelas religiosas camilianas que possuem suas qualificações profissionais e juntamente com colaboradores qualificados como: Médicos, Enfermeiras, Cuidadoras, Fisioterapeutas, Nu-tricionistas e outros no atendimento diário para com as idosas desta Instituição. Esta pesquisa foi realizada após a autorização do Comitê de Ética da Universidade Paulista, Protocolo 75.160 e as coletas de dados foram iniciadas em 15 de agosto de 2012; o térmi-no deu-se em foi 31 de Outubro de 2012. A população desse estudo foram os familiares das idosas da ILPI. A amostra foi composta de 37 familiares das idosas portadoras da DA, sendo estes familiares os responsáveis legais pelas idosas moradoras da instituição. Para o critério de inclusão foi primeiramente realizado uma pesquisa nos prontuários das idosas, coletando dados nos quais constam a patologia de base da idosa onde incluímos as idosas com a DA, tendo um total de 40 idosas que se encon-tram na faixa etária de 65 anos a 99 anos na referida Casa de Repouso. Foram excluídos os familiares das idosas não porta-doras da D.A. E da população de 40 idosas excluímos 3 porque não foi possível o contato com os responsáveis no período da coleta de dados, ficando com um total da amostra de 37 sujei-tos da pesquisa. Após a aceitação, o entrevistado respondeu o questionário. Este teve um período de 30 minutos para responder às questões. Para a coleta utilizou-se um questionário dividido em duas par-tes, a primeira para identificação do sujeito como a profissão, e a segunda parte consistiu em perguntas fechadas e abertas, sobre o que é DA, as fases, a percepção das mudanças do com-portamento, o conhecimento das medicações, o envolvimento do familiar com a idosa na ILPI e reconhecimento dos cuidados realizados pela equipe de enfermagem, com o intuito de obter

HAS + Dep. +ITU

ICC

AVE

Microcefalia

Esquizofrenia

Hipotiroide + Gast.

DA + Fratura Fêmur

DA + DM

DA + HAS

D.A

12,50%

6,25%

11,25%

2,50%

1,25%

12,50%

12,50%

13,75%

16,25%

11,25%

Gráfico 1 - Distribuição das principais patologias clínicas das idosas moradoras da ILPI. UNIP - São Paulo, 2012.

O gráfico 1 mostra uma visão geral de todas as patologias que normalmente acometem as idosas da ILPI e podemos constatar que 50% (40) das idosas institucionalizadas possuem a doença de Alzheimer, sendo que 11,25% (9) possuem somente a DA sem nenhuma outra patologia associada e 38,75 % (31) são portado-ras de DA com outras patologias associadas como hipertensão, diabetes e fraturas levando a idosa a uma debilidade maior e cui-dados mais intensos de enfermagem. A ILPI tem uma abrangência de várias patologias, portanto a En-fermeira Gerontológica oferece cuidado de enfermagem abran-gente para pessoas idosas ao combinar o Processo de Enferma-gem com o conhecimento especializado sobre o envelhecimento, por meio do planejamento e sistematização do cuidado4.

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No gráfico 2 encontramos o grau de dependência de 40 idosas portadoras da DA. Nenhuma idosa encontra-se no grau I da do-ença 57,50%; 23 idosas estão no grau II e 42,50% (17) em grau III. Como todas as idosas se encontram em grau II ou III da DA, possuem uma dependência maior para as atividades da vida diá-ria, necessitando de cuidados mais diretos e vigilância constante, com isto necessitando de mais envolvimento da equipe de enfer-magem no cuidado e também da família, tornando-se importan-te a enfermagem se envolver com a idosa e o familiar para uma melhor assistência. Segundo a Resolução da Diretoria Colegiada – RDC/ANVISA nº 283, de 26 de setembro de 2005, que define o Grau de Depen-dência do Idoso como5: Grau de Dependência I - idosos independentes, mesmo que re-queiram uso de equipamentos de autoajuda;Grau de Dependência II - idosos com dependência em até três atividades de autocuidado para a vida diária tais como: alimen-tação, mobilidade, higiene; sem comprometimento cognitivo ou com alteração cognitiva controlada;Grau de Dependência III - idosos com dependência que requei-ram assistência em todas as atividades de autocuidado para a vida diária e ou com comprometimento cognitivo;Indivíduo autônomo - é aquele que detém poder decisório e controle sobre a sua vida.

Gráfico 2 - Distribuição do grau de dependência das idosas porta-doras de DA na ILPI. UNIP - São Paulo, 2012.

Gráfico 3 - Distribuição das principais fases das DA das idosas mo-radoras da ILPI. UNIP - São Paulo, 2012.

0%

57,50%

42,50%

Grau de dependência IGrau de dependência IIGrau de dependência III

Na tabela 1 procuramos buscar quantos anos as idosas porta-doras DA estão na ILPI, neste contexto temos um conhecimentos de quantos anos o familiar frequenta a ILPI; nota-se que apenas 30% (12) das idosas estão há menos de 3 anos institucionalizadas, 22,5% (9) estão de 3 a 5 anos na instituição e 47,5% (47) estão há mais de 5 anos. Sabendo-se que a maioria das idosas está institucionalizada há um longo período, com o passar dos anos as famílias também criam uma história significativa na ILPI, onde o envolvimento do familiar com o seu parente e os profissionais na assistência torna--se constante, evidenciando o significado e importância de um familiar conhecer onde a idosa está morando e que a instituição escolhida preste o apoio necessário à idosa e sua família, em rela-ção aos seus questionamentos, anseios e expectativas 6,7.

Tabela 1 Tempo de internação das idosas com DA na ILPI. UNIP - São Paulo, 2012.

ANOS Nº %

1 a 2 2 a 3 3 a 4 4 a5 5 a 6 6 em diante

Total

4 845910

40

10,020,010,012,522,525,0

100

0%

57,50%

42,50% Fase LeveFase ModeradaFase Grave

O Envolvimento do Familiar com a Idosa de Doença de Alzheimer Na Instituição de Longa Permanência Para Idosos.

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Tabela 2 Conhecimento dos familiares sobre a DA das idosas da ILPI. UNIP - São Paulo, 2012. (no 37)

Conhecimento Nº %

SIMNÃO

Tipo de doença

Doença circulatóriaDoença que afeta o estômago Doença que afeta o cérebroDoença degenerativa

Conhecimento das fases da DA

SIM NÃO

343

111025

1027

91,898,11

2,702,7027,0367,57

27,0372,97

No gráfico 3 podemos ver claramente que as idosas não che-garam à ILPI na fase leve e 57,50% (23) chegaram à ILPI na fase moderada da DA; nesta fase, a DA é caracterizada fundamental-mente pelo agravamento dos sintomas presentes na fase inicial e pode durar de 3 a 5 anos. Na fase grave temos uma população de 42,50% (17). No estágio final do mal de Alzheimer, os sinais e sintomas pio-ram a um ponto em que a pessoa já não é capaz de pensar ou raciocinar. A pessoa no estágio final do mal de Alzheimer acaba acamada. Seus sistemas orgânicos podem estar seriamente en-fraquecidos, o que muitas vezes aumenta o risco de desenvolver outros problemas de saúde. Em consequência, a causa da morte raramente é o mal de Alzheimer propriamente dito, e sim, mais amiúde, uma infecção secundária como pneumonia, desnutrição ou desidratação. Na fase mais avançada das demências, com duração média de 8 a 12 anos, e no estágio terminal, todas as funções cognitivas estão gravemente comprometidas e o corpo físico muitas vezes em posição do ventre materno 8,9.

Gráfico 4 - Identificação da profissão do familiar envolvido com a idosa DA na ILPI. UNIP - São Paulo, 2012.

81

19Área da Saúde

Não Área da Saúde

O gráfico 4 está relacionada à profissão dos familiares envol-vidos com a idosa portadora da DA na ILPI. Nesta amostra da pesquisa, os familiares da idosa que são da área da saúde cor-respondem a 19% (7) e 81% (30) que não fazem parte da área da saúde. As profissões dos familiares envolvidos com a idosa na ILPI são bastante diversificadas. Nisto está a riqueza de cada

área: em ver de um ângulo diferente, seja qual for a profissão. Foi possível perceber que o mistério da DA envolve toda a família que tem um membro portador da DA, na qual a ciência explica fisio-logicamente esta doença, mas não há solução para o problema.

A tabela 2 está relacionada ao conhecimento do familiar sobre a DA da idosa na ILPI, 91,89% (34) afirmam que conhecem, e 8,11% (3) afirmam não conhecer nada sobre DA. Mesmo relatando co-nhecer sobre a doença, quando questionado sobre como esta doença se desenvolve, 5,04% (2) responderam que a DA afeta o estômago ou é circulatória, sendo possível perceber que não co-nhecem adequadamente sobre o assunto. Com relação ao conhe-cimento das fases da DA, 27,03 (10) disseram conhecer, porém não conseguem indicar quais as fases da DA e 72,97% (27) dos familiares relatam desconhecer as fases. Neste sentido, nota-se a importância do enfermeiro como edu-cador, onde seu papel transcende o ato de orientar. Verificar que o enfermeiro mesmo consegue envolver o familiar é muito bom. Não podemos esquecer que dentre as diversas áreas de atuação do enfermeiro na sociedade moderna, a prática educativa apli-cada a um contexto de educar-cuidar vem despontando como principal estratégia que é envolver o familiar com a paciente por-tadora da DA para participar dos cuidados de enfermagem, orien-tando sobre a evolução da doença, pois quando se fala em fase de evolução não existe um conhecimento nem um envolvimento destes familiares4.

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A tabela 3 está relacionada ao questionamento sobre as informa-ções recebidas sobre a DA. 72,97% (27) dos familiares receberam informações da DA fora da ILPI no momento em que receberam o diagnóstico médico do seu parente, e apenas 27,03% (10) recebe-ram informações pelos membros na instituição. Os profissionais envolvidos na assistência têm o dever de infor-mar e orientar quanto à situação de seu parente e os familiares têm o direito de receber conhecimento sobre a doença, ou seja, educação e saúde, para que possam tomar decisões inteligentes, minimizando as dificuldades e enfrentamentos sobre os cuidados de enfermagem4,10.

Tabela 3 Informações recebidas pelos familiares sobre a DA das idosas da ILPI. UNIP - São Paulo, 2012.

Informações recebidas sobre a DA Nº %

SIM (recebeu informação da Instituição)NÃO (recebeu informação fora da Instituição)

Total

1027

37

27,0372,97

100,0

Tabela 5 Conhecimento dos familiares sobre a DA das idosas da ILPI. UNIP - São Paulo, 2012. (no 37)

Envolvimento Nº %NÃO SIM

Percebe o cuidado

Diferente das outras idosas que não tem o problemaIgual a todas as idosasEspecial

Mudanças físicas

SIMNÃO

Tipo de mudança

Percebe mudanças na sua maneiraNão identificou nenhuma mudançaIdentifica-se mais com a equipe Não expressa reações

1027

2210 5

32 5

2012 2 3

27,0372,97

59,4627,0310,81

86,4913,51

54,0532,435,418,11

Tabela 4 Conhecimento dos familiares sobre as mudanças na terapia medica-mentosa das idosas com DA na ILPI. UNIP - São Paulo, 2012. (nº 37)

Terapia Medicamentosa Nº %

Conhecimento da medicação

SIMNÃO

Informações sobre alterações da medicação

Espera da ILPI a informaçãoQuestiona ILPI para saber o motivo da mudançaNome e valor do medicamento

1720

101017

45,9554,05

27,0327,0345,95

Observa-se na tabela 4 que 54,05% (20) não conhecem as mu-danças nas medicações utilizadas pelas idosas e 45,05% (17) co-nhecem. E quando questionado se recebem informações sobre as alterações medicamentosas, 27,03% (10) esperam que a institui-ção informe as mudanças das medicações, não questionando se a instituição não informa; 27,03% (10) questionam os motivos da mudança das medicações. Muitos familiares, ao questionar sobre a medicação, enfatizam quanto ao nome do medicamento e o valor 45,95% (17), pois

as drogas utilizadas para o tratamento de DA acabam tendo um custo alto no orçamento familiar e em um tempo prolongado de uso 4,11.

A tabela 5 está relacionada ao envolvimento do familiar com a idosa DA no cuidado da equipe de enfermagem na instituição, onde 72,97% (27) dizem serem envolvidos com os cuidados da equipe de enfermagem e 27,03% (10) não se envolvem. Quando questionados o quanto percebem diferenças nos cuidados pela complexidade e grau de dependência destas idosas 59,46% (22) percebem que os cuidados são diferenciados das outras idosas que não têm o mesmo problema; 27,03% (10) não conseguem ver diferença relatando ser o mesmo cuidado para todas as idosas da instituição, e 10,81% (4) dizem que os cuidados são muito espe-ciais por parte da enfermagem e da instituição para com a idosa, este veem que são cuidados nobres.O familiar que se envolve com os cuidados da idosa é uma chave no enfrentamento dessa doença. A equipe de saúde, em especial o enfermeiro, tem grande função na assistência não só da porta-dora DA, mas também com seus familiares 4,11.Quanto às mudanças da idosa, o familiar percebe mudanças no decorrer do tempo 86,49% (32) e dentre estas mudanças 54,43% (20) as percebem logo quando chegam para visitar as mudanças

O Envolvimento do Familiar com a Idosa de Doença de Alzheimer Na Instituição de Longa Permanência Para Idosos.

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Tabela 6O familiar da idosa institucionalizada relacionado à maneira de en-volver-se com o cuidar. UNIP- São Paulo, 2012. (n 37)

Envolvimento no cuidar Nº %

SIMNÃO

Maneira

Visitas frequentesQuestionando Responsabilidade da instituiçãoFalta de materialTerceiros visitando

2512

20 5255

67,5732,43

54,0513,515,4113,5113,51

em sua maneira de ser; 32,43% (12) não identificam mudanças nenhuma do seu parente. Os familiares de 5,41% (2) percebem que idosa se identifica mais com a equipe da instituição do que como próprio parente e 8,11% (3) relatam não perceber nenhuma expressão da idosa.A tabela 6 diz respeito a como o familiar da idosa Instituciona-

lizada se envolve com o cuidado: 67,57% (25) se envolvem com a idosa, porém, 32,43% (12) preferem não se envolver no cuidar da idosa. Quando questionada a maneira deste envolvimento 54,05% (20) acreditam que se envolvem realizando visitas fre-quentes; 13,51% (5) se envolvem perguntando se está precisando de alguma coisa e sobre seu estado de saúde, há familiares que

acreditam que a ILPI é que deve ter a preocupação total com o cuidar da idosa 5,41% (2), mas também há aqueles familiares que pensam que se envolver com o cuidar é se preocupar com os ma-teriais, principalmente os de uso pessoal se não estão faltando 13,51% (5), e outros 13,51% (5) pedem para outras pessoas visita-rem-nas quando não podem ir, acreditando ser uma maneira de envolver-se com o cuidar da idosa. Existem três tipos de reações da família frente à situação de crise ocasionada pela doença e pelas limitações causadas. O primeiro tipo é a reação em que o sistema mobiliza-se com o intuito de resgate de seu estado anterior. No caso das doenças crônicas, esse estado anterior não pode ser resgatado exigindo que a famí-lia alcance outra identidade. O sistema passa por dificuldades no processo adaptativo, tentando acomodar a enfermidade. O se-gundo tipo de reação é a paralisação frente ao impacto da crise. Essa reação sempre ocorre, sendo superado em maior ou menor tempo. Essa paralisação se dá proporcionalmente à importância que o indivíduo possuía no equilíbrio dinâmico do sistema. O ter-ceiro tipo é quando o sistema identifica benefícios com a crise e se mobiliza para mantê-la. O doente é colocado como bode ex-piatório, sendo o depositário de todas as patologias das relações dentro da família10.

V – CONCLUSÃO Este estudo buscou avaliar o conhecimento e o envolvimento dos familiares relacionado à DA com a idosa na ILPI; os conhecimen-tos encontrados sobre a doença (91,89%) em diversas famílias foram bons, porém mesmo relatando conhecer sobre a doença, quando questionado sobre como esta doença se desenvolve, 5,04% responderam que a DA afeta o estômago ou é circulató-ria, sendo possível perceber que não conhecem adequadamente sobre o assunto. Porém, quanto às fases da DA 27,03% disseram conhecer, mas não conseguem indicar quais são elas e 72,97% dos familiares relatam desconhecer as fases da DA. Quanto aos

“A orientação, elaboração e aplicação do cuidado

é responsabilidade do enfermeiro que atua com

conhecimento científico da patologia, da fase da DA e

do grau de dependência.”

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cuidados de enfermagem realizados com idosa na ILPI é reconhe-cida a importância dos cuidados em 72,97% pois relatam que a enfermagem se envolve com a idosa, e quanto ao envolvimento do familiar nos cuidados com a idosa 67,57% se envolvem, sendo a visita a maneira mais citada de se envolver nos cuidados.A análise deste estudo revelou que apenas o conhecimento do familiar sobre a DA não é suficiente com idosa na ILPI, sendo ne-cessário este familiar se envolver com o paciente e a equipe de enfermagem na ILPI. Diante do que foi pesquisado, podemos considerar que o cuidar de uma pessoa portadora de DA pode ser muito difícil em alguns momentos, mas envolver a família em uma ILPI é um desafio e requer principalmente amor, solidariedade e tudo que estas duas palavras englobam: paciência, dedicação e, sobretudo, um pla-nejamento que envolva os familiares, visto que na assistência ao idoso é o envolvimento da enfermagem e principalmente o envol-vimento familiar nos cuidados das idosas melhora a qualidade de vida das mesmas e de toda equipe de trabalho.

O Envolvimento do Familiar com a Idosa de Doença de Alzheimer Na Instituição de Longa Permanência Para Idosos.

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ABSTRACT

Uterine arteriovenous malformations are rare and diverse clinical presentations and can mimic other gynecological pathologies. We

present a case of a female patient, 35 years, with a history of delayed menstruation and B-HCG weakly positive with a loss of vaginal

discharge. Ultrasound demonstrated the uterine cavity filled with amorphous material showing anechoic vascular images suggestive of

trophoblastic disease. Curettage performed and the patient presented profuse bleeding with subsequent hypovolemic shock. MRI and

digital angiography after curettage showed hypervascular lesions compatible with uterine arteriovenous malformations treated with

selective uterine artery embolization.

KEYWORDS:

Uterine arteriovenous malformations, Trophoblastic disease, Ultrasound.

Malformação Arteriovenosa Uterina Simulando Doença Trofoblástica Gestacional

Luciano Nascimento Silva Paula Minchillo Coelho Bruno Barcelos da Nóbrega Leonardo Ellery Marinho Luiz Carlos Donoso Scoppetta

RESUMO

As malformações arteriovenosas uterinas são entidades raras e de apresentações clínicas diversas, podendo simular outras pa-

tologias ginecológicas. Apresentamos um caso de uma paciente do sexo feminino, 35 anos, com história de atraso menstrual

e B-HCG fracamente positivo com perda de secreção vaginal. Ultrassom demostrou cavidade uterina preenchida por material

amorfo apresentando imagens anecoicas vascularizadas sugestivas de doença trofoblástica. Realizada curetagem uterina

tendo a paciente apresentado sangramento abundante, com choque hipovolêmico subsequente. Ressonância magnética e

angiografia digital pós-curetagem demonstraram lesão hipervascular compatível com malformações arteriovenosas uterinas,

tratada com embolização seletiva de artéria uterina.

PALAVRAS-CHAVE:

Malformações arteriovenosas uterinas, Doença Trofoblástica gestacional, Ultrassonografia.

Luciano Nascimento Silva, Paula Minchillo Coelho, Bruno Barcelos da Nóbrega – Médicos Radiologistas do Hospital São Camilo-SP.

Leonardo Ellery Marinho – Médico Radiologista.

Luiz Carlos Donoso Scoppetta – Médico Responsável pelo Serviço de Diagnósticos por Imagem do Hospital São Camilo.

e-mail: [email protected]

Uterine Arteriovenous Malformation Simulating Gestational Trophoblastic Disease

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Malformação Arteriovenosa Uterina Simulando Doença Trofoblástica Gestacional

19Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

I – INTRODUÇÃOA malformação arteriovenosa (MAV) uterina foi primeiramente descrita em 1926, por Dubreil e Loubat1, 2.Desde então, vários termos têm sido usados para se referir a essas lesões, incluindo hemangioma cavernoso, aneurisma cir-soide, aneurisma racemoso, aneurisma arteriovenoso, angio-ma pulsátil e fístula artériovenosa 1,2.Embora as malformações possam ser congênitas ou adquiri-das, a maioria delas é adquirida1, 2.A forma congênita é extremamente rara e resulta de um de-feito na diferenciação vascular embrionária ou do desenvol-vimento prematuro de um plexo capilar, levando a múltiplas conexões anormais entre artérias e veias3.As MAV são adquiridas após lesão do tecido uterino e resultam de doença trofoblástica, trauma pélvico, abortamento, dilatação e curetagem, cesárea, endometriose, infecção uterina, neoplasia cervical ou endometrial e exposição ao dietilestilbestrol 2.As MAV uterinas adquiridas acometem comumente mulheres acima dos 30 anos de idade2.Consta ser a doença trofoblástica gestacional (DTG) a causa mais importante da MAV uterina adquirida4.Na DTG, apresentando o trofoblasto anaplasia acentuada e atividade mitótica elevada, as vilosidades coriônicas penetram nos vasos uterinos, proliferam e promovem alteração no lei-to vascular. Em algumas pacientes permanecem as alterações vasculares no útero – fístulas arteriovenosas, após a cura da DTG, induzindo a associação de MAV uterina com a moléstia trofoblástica3.

II – OBJETIVORelatar o caso de uma paciente com MAV uterina, primeiramente diagnosticada como doença trofoblástica gestacional que evolui com sangramento transvaginal abundante após curetagem e foi tratada com embolização seletiva de artérias uterinas.

III – METODOLOGIATrata-se de um relato de caso realizado no Hospital São Camilo Santana, em maio de 2011.

IV – DESCRIÇÃO DO RELATO DE CASOPaciente do sexo feminino, 35 anos, com história de atraso menstrual e ß-HcGpositivo, vem ao pronto-socorro por queixa

de perda de secreção transvaginal, sendo solicitada ultrasso-nografia (USG). Foi realizada ultrassonografia transvaginal que apresentou lesão heterogênea na cavidade uterina, com múlti-plos focos hipoecoicos internos. (figura 1)

Após este exame foi realizado ultrassonografia transvaginal com Doppler colorido que apresentou uma intensa vascularização com-prometendo de maneira extensa a lesão uterina demonstrando fluxo com padrão em mosaico, com predomínio arterial (figura 2)

Figura 1 – US transvaginal demonstrando lesão heterogênea cen-trada na cavidade uterina, sem plano de clivagem com o miométrio adjacente. Destacam-se múltiplos focos hipoecoicos internos, fazendo diagnóstico diferencial com vesículas ou vasos proeminentes.

Figura 2 – US transvaginal com Doppler colorido: intensa vasculariza-ção comprometendo de maneira extensa a lesão uterina demonstran-do fluxo com padrão em mosaico, predomínio arterial.

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20 Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

Realizou-se curetagem uterina (CTG) no dia 14/03 apresentan-do sangramento transvaginal abundante e choque hipovolêmi-co, contido com balão intraútero de hemostasia.Após a curetagem, foi solicitada a ressonância magnética (RM de pelve que apresentou sequência sagital de T2 com satu-ração de gordura (figura 3A), com área cística no interior da cavidade uterina relacionada à curetagem. Na figura 3B com a sequência T2 FSE pode-se observar balão hemostático, com endométrio deslocada superiormente.

Figura 3 – RM da pelve, pós-curetagem uterina (CTG). Sequência sagital T2 com saturação de gordura (fig. a): área cística no interior da cavidade uterina relacionada a CTG (seta), circundada pela lesão com baixo sinal em T2, mal delimitada (cabeça de seta). Sequência T2 FSE (fig. b): Observar balão hemostático (seta) e endométrio deslocado superiormente (cabeça de seta).

Figura 5 – Angiografia digital: (fig. a) estudo angiográfico com cateter em aorta, (figs. b e c) com caracterização superseletiva em artérias uterinas direitas e esquerdas respectivamente. Observar intensa vascu-larização arterial da lesão miometrial, parcialmente delimitada, nutrida diretamente pelas artérias uterinas.

Figura 4 – Estudo T1 pós-contraste nos planos sagital (fig. a) e axial (fig. b): Intenso realce do miométrio pós-contraste caracterizando va-sos calibrosos relacionados à MAV (setas), e área de baixo sinal devido a hematoma pós CTG (cabeças de setas).

Em seguida foi injetado contraste que no estudo T1 pós con-traste nos planos sagital (figura 4A) e axial (figura 4B) foi en-contrado intenso do miométrio pós contraste caracterizando vasos calibrosos relacionados à MAV e área de baixo sinal a hematoma pós-curetagem.

Realizou ß-HcG quantitativo demonstrando níveis muito redu-zidos, não compatíveis com doença trofoblástica.A paciente foi então submetida à angiografia digital com em-bolização superseletiva das artérias uterinas por meio de mi-crocateter Progreat (Terumo) e embolização com partículas tipo Embosphere de 500-700 micras e 700-900 micras, que foi eficaz para conter o sangramento e confirmar o diagnóstico de malformação vascular. O controle angiográfico demonstrou desvascularização uterina, com preservação dos troncos arte-riais uterinos. (figura 5A, 5B e 5C)

As MAV’s uterinas são doenças distintas compostas por um emaranhado de vasos que possuem características histológicas de artérias e veias, com a falta de uma rede capilar interposta5.Imagens que sugerem o diagnóstico de MAV uterina devem ser avaliadas com cuidado em associação com informações clíni-cas e laboratoriais, tais como o nível sérico de ß-gonadotrofina coriônica humana, que é útil no diagnóstico de gravidez e con-dições correlacionadas com doença trofoblástica gestacional5.Os principais sinais e sintomas clínicos das MAV’s uterinas são hipermenorreia, anemia e sangramento uterino importante. Dor em baixo ventre é rara2.A curetagem pode piorar o sangramento, podendo causar cho-que e até mesmo a morte. Muitas vezes há apenas uma fina camada de endométrio que recobre a malfomação, que pode ser interrompida5.Vários métodos podem ser utilizados para diagnosticar a MAV uterina, incluindo a ultrassonografia com Doppler colorido, a tomografia computadorizada com contraste, a ressonância magnética e a angiografia4.

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“O controle angiográfico demonstrou

desvascularização uterina, com preservação dos

troncos arteriais uterinos.”

21Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

Atuação do Enfermeiro na triagem classificatória nos serviços de emergência: revisão de literatura

Embora a angiografia seja o padrão de referência para o diag-nóstico de MAV e outras anormalidades vasculares, a RM e a angio-RM estão emergindo como modalidades efetivas para a avaliação não invasiva de tais condições2.A angiografia, atualmente, é reservada para os casos de inter-venção cirúrgica ou embolização terapêutica5.As características ultrassonográficas são inespecíficas e in-cluem presença de estruturas tubulares, serpinginosas ou císti-cas, hipoecogênicas no miométrio5.No estudo Doppler Colorido, esses espaços císticos geram si-nais de cores em um padrão de mosaico representando fluxo turbulento. Análise espectral do vaso arterial no interior da le-são mostra fluxo de alta velocidade com um baixo índice de resistência (aproximadamente 0,51-0,65). Análise espectral do fluxo venoso demonstra um padrão semelhante1.Mostram-se na ressonância magnética através de aumento uterino, massa uterina focal, interrupção da zona juncional, estruturas serpinginosas apresentando “flow-voids”, e veias parametriais proeminentes6.

A angiorressonância magnética permite fácil diferenciação das lesões vasculares daquelas de origem tumoral ou inflamatória, reafirmando os achados da ultrassonografia5.O tratamento agudo consiste de estabilização hemodinâmica e manejo do sangramento ativo. Oclusão com um balão de sonda de Foley pode ser eficaz1.O tratamento final depende do desejo reprodutivo da pacien-te. Se a fertilidade não é uma questão, a histerectomia é o tratamento de escolha1. Às vezes, a hemorragia uterina maciça necessita de histerectomia de urgência1.Mais recentemente, a MAV uterina tem sido tratada com su-cesso com embolização intra-arterial1.A embolização arterial transcateter é considerada segura e efeti-va no tratamento dessas condições, e a paciente pode aguardar o retorno dos ciclos menstruais sem repercussões significantes

na fertilidade de dois a cinco meses após o procedimento7.Os diagnósticos diferenciais encontrados são: hemangioma, sarcoma uterino, neoplasia trofoblástica gestacional (conco-mitante ou não)4.

V – CONSIDERAÇÕES FINAISTendo em vista que a malformação arteriovenosa é uma do-ença rara, a paciente teve diagnóstico inicial de doença tro-foblástica. Após a realização dos exames e a sintomatologia, foi diagnosticada a malformação arteriovenosa uterina sendo tratada com embolização seletiva de artérias uterinas.

REFERÊNCIAS

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2. Pastore AR, Pastore D, Carnevale FC, Moreira AM, Kano A, Cerri GG. Diagnóstico de Malformação Arteriovenosa Uterina por meio de Ultrassonografia com Doppler colorido e achados à angirressonância magnética: Relato de Caso. Radiol Bras 2004;37(5):377-380.

3. Kelly SM, Belli AM, Campbell S. Arterio venous malformation of the uterus associated with secondary post part umhemorrhage. Ultrasound Obstetric Gynecol 2003; 21: 000–000.

4. Belfort P, Braga A, Freire NS. Malformação arteriovenosa uterina após doença trofoblástica gestacional. Ver Bras Ginecol Obstet. 2006; 28(2): 112-21.

5. Kido A, Togashi K, Koyama T, Yamaoka T, Fujiwara T, Fujii S. Diffusely Enlarged Uterus: Evaluation with MR Imaging. Radio Graphics 2003; 23:1423–1439.

6. Huang MW, Muradali D, Thurston WA, Burns PN, Wilson SR. Uterine Arteriovenous Malformations: Gray-Scale and Doppler US Features with MR Imaging Correlation. Radiology 1998; 206:115-123.

7. Poli-Neto OB, Neto JBV, Nogueira AA, Reis FJC. Embolização arterial seletiva em fístula arteriovenosa pós-traumática. RadiolBras 2004;37(4):303-305.

Malformação Arteriovenosa Uterina Simulando Doença Trofoblástica Gestacional

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Paradigma da Assistência de Enfermagem ao Portador de Doença Mental no Hospital Geral: Revisão de Literatura Paradigm of Nursing Care to The Mental Illness Carrier in General Hospital: Literature Review

Fabio Junior de Camargo Adeilsa Mariliana Adriana da Silva Araújo Elaine Barrada

ABSTRACT

This study aims to raise articles in the literature related to nurse care to mental patients in general and psychiatric hospital. This is a literature

review made on LILACS, PubMed, COCHRANE, MEDLINE and SCIELO databases, besides books and theses. Controlled descriptors were

used from Health Science Descriptors: Myocardial Infarction, Nursing Care, Mental Illness, General Hospital.

Fifth eight references were selected and 10 were used for this study. It is very important that the nursing care provided to patients with

mental illness in the general hospital is very important meet the needs of this differentiated clients, which is guaranteed by law. Besides

being mental patients, they are also in risks of other health problems with clinical nature, when the nurses play the role of planning and

providing individualized assistance, security, and free from physical, psychological and social damages.

KEYWORDS

Nursing Care, Mental Illness, General Hospital.

RESUMO

Este estudo tem como objetivo levantar na literatura artigos relacionados à Assistência de Enfermagem ao paciente portador

de doença mental no Hospital Geral e hospital psiquiátrico. Trata-se de uma revisão de literatura realizada nos bancos de dados

LILACS, PUBMED, COCHRANE, MEDLINE e SCIELO, além de livros e teses. Foram utilizados os descritores infarto do miocárdio,

cuidados de enfermagem, doença mental, hospital geral. Foram selecionadas 58 referências e utilizadas para esse estudo 10

delas. A assistência de Enfermagem ao paciente portador de doença mental no Hospital Geral é de tal importância para atender

às necessidades dessa clientela diferenciada garantidos por lei, onde além de ser portador de doença mental estão sujeitos a ou-

tros agravos de saúde de natureza clínica, cabendo ao profissional enfermeiro planejar e prestar uma assistência individualizada,

segura, livre de danos físicos, psicológicos e sociais.

PALAVRAS-CHAVE

Cuidado de Enfermagem, Doença mental, Hospital Geral.

Fabio Junior de Camargo – Enfermeiro Graduado pela Universidade Bandeirante de São Paulo. Especialista em Urgência e Emergência Pela Uniban. Especialista em Saúde Pública pela Universidade Federal de São Paulo. Especializando em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental pela Faculdade de Ciência Médica da Santa Casa de São Paulo.

Adeilsa Mariliana, Adriana da Silva Araújo, Elaine Barrada – Especializandas em Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental pela Faculdade de Ciência Médica da Santa Casa de São Paulo.

e-mail: [email protected]

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cos, em localizações afastadas dos grandes centros urbanos. As políticas de saúde, na maioria dos países, estavam voltadas às doenças infectocontagiosas, atenção materno-infantil e ca-rências alimentares, com pouca atenção para a saúde mental3.Movimentos surgiram, em âmbito mundial, propondo alter-nativas ao modelo hegemônico da psiquiatria, principalmente no período pós-guerra (2ª Guerra Mundial). A partir de então, o Hospital Geral passou a inserir-se, de forma muito tímida, nas práticas de atenção à loucura2.Esse estudo tem como objetivo levantar na literatura artigos, livros e teses relacionados à assistência de Enfermagem ao pa-ciente portador de doença mental no Hospital Geral.

II – METODOLOGIANo sentido de nortear a elaboração desse estudo, foi reali-zada uma revisão de literatura com os seguintes descritores: Cuidado de Enfermagem, doença mental e Hospital Geral. Uti-lizando os descritores controlados dos Descritores em Ciência da Saúde (Decs).No primeiro momento ocorreu a busca bibliográfica nas bases de dados LILACS, PUBMED, COCHRANE, MEDLINE e SCIELO com os descritores mencionados. Foram encontradas 43 refe-rências na base de dados PUBMED e 15 na base de dados SCIE-LO. Devido à falta de especificidade dos artigos encontrados com o tema do estudo, optou-se por complementar a busca bibliográfica através de livros e teses. Foi realizada a leitura dos títulos e dos resumos dos artigos, e selecionados 10 que estavam diretamente ligados ao tema abordado. Dessa forma a amostra final foi composta por 10 referências.

III – REVISÃO DE LITERATURA3.1. Histórico de hospitais gerais com atendimento psiqui-átricoA primeira unidade em Hospital Geral que recebeu pacientes

I – INTRODUÇÃOAtravés da história tem sido registrada a existência de dis-túrbios mentais. Os gregos e romanos tratavam os membros doentes da família (mas não os escravos) com uma razoável tolerância e compreensão. No período em que se deu início ao cristianismo essa atitude mudou, pois pregavam que as doen-ças mentais teriam ligação com o diabo e suas atividades; este conceito chegou ao auge na Idade Média e durante três sécu-los os doentes mentais foram perseguidos, particularmente as mulheres, que eram queimadas como bruxas1.No século XVIII, a loucura passou a ser considerada doença mental e necessitava de um espaço próprio para tratamento. A partir de então, criou-se o hospício como um instrumento básico de intervenção na insanidade mental2. Na América colonial, era costume encaminhar os “alienados” para as chamadas “louquerias” dos hospitais religiosos de en-tão. Os grandes hospícios começaram a proliferar a partir do século XIX3.No Brasil, a exemplo do que ocorria nos territórios espanhóis, o destino dos doentes mentais dependia do estrato social a que pertenciam. Inspirada no modelo da Casa-Mãe de Lisboa, a Irmandade de Misericórdia chegou ao Brasil em 1543, com a fundação da Santa Casa de Santos. Os mais pobres eram enca-minhados às prisões – Casas de Correção – ou às Santas Casas, em cujos porões geralmente havia celas nas quais os doentes mentais permaneciam confinados3.Mais tarde, com a criação de novos hospitais, tornou-se a base assistencial hospitalar da colônia. Muitos hospitais da colô-nia reservavam um espaço “casinha de doudos” (doidos) para acomodação de doentes mentais3.Por muito tempo, o hospício constituiu-se um local de recolhi-mento do louco e acreditava-se que era o lugar ideal para ele. Porém, mais tarde, percebeu-se que o hospício não cumpria o seu papel de melhora e cura do insano, emergindo, então, questionamento sobre essa instituição2.Embora haja diferenças econômicas e culturais marcantes na América do Sul, o desenvolvimento político dos países sul--americanos após a II Guerra foi similar, a maioria deles pas-sou por uma fase de populismo (décadas de 1940 e 1950), de ditadura militar (décadas de 1960 e 1970), seguida por um período de redemocratização. Até a década de 1970, a assis-tência mental ficou a cargo dos grandes hospitais psiquiátri-

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Paradigma da Assistência de Enfermagem ao Portador de Doença Mental no Hospital Geral: Revisão de Literatura

“No século XVIII, a loucura passou a ser

considerada doença mental e necessitava de um

espaço próprio para tratamento.”

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psiquiátricos foi organizada por Thomas Guy, em Londres, no Hospital St. Thomas, no ano de 17282.Nos Estados Unidos, a primeira unidade psiquiátrica em Hos-pital Geral foi em 1902, pelo Dr. J.M. Mosher no Albany Me-dical Center2.Na cidade de Toronto/Canadá, o médico David Campell Meyers liderou um movimento para introduzir a psiquiatria no Hospi-tal Geral, no Toronto General Hospital2.A Itália iniciou o seu processo de mudanças na atenção psi-quiátrica mais tarde; após a aprovação da Lei 180 no ano de 1978, foram planejadas unidades psiquiátricas em hospitais gerais como sendo locais do serviço público adequados para a internação dos pacientes com doença mental na agudização dos sintomas da patologia2.Na América Latina, em 1997, Botega e Dalgalarrondo, citando León, afirmam que a primeira unidade psiquiátrica em Hospi-tal Geral neste continente foi aberta no ano de 1941, em Lima, no Peru2.Os anos 50 marcaram o surgimento das unidades psiquiátricas em Hospital Geral no Brasil. A pioneira foi aberta em 1954, no Hospital das Clínicas da Universidade da Bahia, coordenada pelo professor Nelson Pires2. Alves Brasil coloca que, em 1954, também foi aberta uma unidade psiquiátrica no Hospital dos Comerciários, em São Paulo, organizada por Laertes Ferrão, e outra em 1957 no Hospital Pedro II da Santa Casa da Miseri-córdia, da Universidade Federal de Pernambuco2. As UPHG’s (Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais) cres-ceram numericamente a partir de 1980, o que se acentuou na primeira metade da década seguinte3. Os anos 80 foram deter-minantes na busca de propostas de substituição do manicômio, incluindo os movimentos em defesa dos direitos civis e a intro-dução de novas ideias a respeito da atenção psiquiátrica3. O movimento conhecido como “Reforma Psiquiátrica” ganhou espaço e alimentou discussões que buscavam questionar a atenção prestada ao doente mental; é um processo político e social complexo, composto de atores, instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos territórios do imagi-nário social e da opinião pública4.

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O doente mental, sob o nosso ponto de vista, pode sim ser tratado em Hospital Geral; basta às equipes despirem-se dos preconceitos e resistências e se dispuserem a atendê-los. Além da disponibilidade da equipe, é necessário que a comunidade que frequenta e é atendida no Hospital Geral aprenda a con-viver com a diferença e suporte dividir com o doente mental o mesmo espaço de atenção nessas instituições. Sabemos que não é um processo fácil e que transformações não ocorrerão de uma hora para outra, porém apostamos na capacidade das pessoas em adaptarem-se ao diferente e entenderem tal situ-ação como parte integrante do cotidiano2.

Contudo, a internação psiquiátrica, a despeito das múltiplas controvérsias que a cerca, continua sendo um recurso tera-pêutico indispensável (embora pontual) para muitos pacien-tes, sobretudo os mais graves, e pode-se observar que em municípios onde existem hospitais gerais que atendem esses pacientes há mais tempo - e juntamente estão articulados com a rede extra-hospitalar - têm conseguido diminuir consi-deravelmente o número de internações psiquiátricas em hos-pitais psiquiátricos5.As unidades de internação psiquiátricas em Hospital Geral (UIPHG) oferecem uma alternativa recomendável e compõe a rede de serviços regida por legislação específica e deve estar interligado a outros serviços de acompanhamento, dentro das ações em saúde de promoção, prevenção e recuperação pre-conizadas pelo SUS – Sistema Único de Saúde6.3.2 - Hospital geralO estabelecimento de leitos e unidades psiquiátricas em Hospi-tal Geral objetiva oferecer uma retaguarda hospitalar para os casos em que a internação se faça necessária, depois de esgota-das todas as possibilidades de atendimento em unidades extra--hospitalares e de urgência. Durante o período de internação, a assistência será desenvolvida por equipes multiprofissionais7.

Compreendida como um conjunto de transformações de prá-ticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios4.Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que pro-põe a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país. É o início das lutas do movimento da Reforma Psiquiátrica no campo legislativo e normativo4.Com a Constituição de 1988, é criado o SUS – Sistema Único de Saúde, formado pela articulação entre as gestões federal, estadual e municipal, sob o poder de controle social, exercido através dos “Conselhos Comunitários de Saúde”4. É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no entanto, é de um substitutivo do Projeto de Lei original, que traz modificações importantes no texto normativo. Assim, a Lei Federal 10.216 redireciona a assistên-cia em saúde mental, privilegiando o oferecimento de trata-mento em serviços de base comunitária, e dispõe sobre a pro-teção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios. Ainda assim, a promulgação da lei 10.216 impõe novo impulso e novo ritmo para o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil. É no contexto da promulgação da lei 10.216 e da realização da III Conferência Nacional de Saúde Mental, que a política de saúde mental do Governo Federal, alinhada com as diretrizes da Reforma Psiquiátrica, passa a consolidar-se, ganhando maior sustentação e visibilidade4. Com relação ao paciente com sintomatologia grave, ainda é uma realidade o seu encaminhamento para instituições ma-nicomiais. Muitas razões levam as equipes a não atenderem pacientes agressivos, desorientados, agitados, no Hospital Geral. Parece-nos óbvio que existe certa resistência em tolerar a figura do louco, porém, o que frequentemente é justificado é a falta de estrutura física para acolher esses indivíduos. O hospital psiquiátrico, com unidades fechadas e janelas com grades, no entendimento de muitos trabalhadores e também de familiares, parece constituir-se o local apropriado para re-ceber esses pacientes2.

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Paradigma da Assistência de Enfermagem ao Portador de Doença Mental no Hospital Geral: Revisão de Literatura

“Por muito tempo, o hospício constituiu-se um

local de recolhimento do louco e acreditava-se

que era o lugar ideal para ele.”

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hospital-dia/centro de atenção psicossocial), visando prevenir a ocorrência de outras internações7.3.4. Tipos de internaçãoA partir da lei da reforma psiquiátrica brasileira, na lógica da desospitalização, ocorreu a redução de leitos em hospitais psiquiátricos; em 2001 havia 52.962 leitos, no ano de 2009 esses leitos foram reduzidos para 35.426. Apesar de ter havi-do uma redução no número de internações psiquiátricas em nosso país, na maior parte dos estados, o principal recurso de atenção à crise a pessoas que estão em sofrimento psíquico ainda é a internação psiquiátrica, que ocorre em hospitais es-pecializados 9,10.

A lei 10.216 nos artigos 4º ao 9º estabelece critérios para a internação psiquiátrica, bem como os tipos de modalidades dessas internações que podem ser: voluntária, involuntária ou compulsória 9,10. I - internação voluntária: aquela que se dá com o consen-timento do usuário. A pessoa que consente voluntariamente sua internação deverá assinar no momento da mesma uma declaração de que optou por esse regime de tratamento. O fim desta modalidade de internação dar-se-á por solicitação escrita da pessoa que se submeteu a este modo de tratamen-to, ou por determinação do médico assistente10.II - internação involuntária: aquela que se dá sem o consen-timento do usuário e a pedido de terceiro, como a família, por exemplo. No prazo de setenta e duas horas, essa modalidade de internação deverá ser comunicada ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento, deven-do esse mesmo procedimento ser realizado quando ocorrer à alta da pessoa. O fim dessa modalidade de internação dar--se-á por solicitação escrita do familiar, ou responsável legal,

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O número de leitos psiquiátricos em Hospital Geral não deve-rá ultrapassar 10% da capacidade instalada do hospital, até um máximo de 30 leitos. Deverão, além dos espaços próprios de um Hospital Geral, ser destinadas salas para trabalho em grupo (terapias, grupo operativo, dentre outros). Os pacientes deverão utilizar área externa no hospital para lazer, educação física e atividades socioterápicas7.Estes serviços devem oferecer, de acordo com a necessidade de cada paciente, as seguintes atividades: avaliação médico--psicológico e social; atendimento individual (medicamento-so, psicoterapia breve, terapia ocupacional, dentre outros), atendimento grupal (grupo operativo, psicoterapia em grupo, atividades socioterápicas) e abordagem à família: orientação sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, a alta hospi-talar e a continuidade do tratamento, preparação do paciente para a alta hospitalar garantindo sua referência para a conti-nuidade do tratamento em unidade de saúde com programa de atenção compatível com sua necessidade (ambulatório, hospital-dia/centro de atenção psicossocial), visando prevenir a ocorrência de outras internações7.3.3. Hospital psiquiátrico especializado Entende-se como hospital psiquiátrico aquele cuja maioria de leitos se destine ao tratamento especializado de clientela psiqui-átrica em regime de internação7. Apesar da legislação em saúde mental indicar a redução do número de leitos em hospitais psi-quiátricos e priorizar o tratamento extra-hospitalar na comuni-dade, considerando o doente mental como um cidadão, não é isso que se observa na prática. O grande número de reinterna-ções em hospitais psiquiátricos vai ao encontro com os pressu-postos da Reforma Psiquiátrica. Por isso, emerge a questão so-bre o que acontece com o doente mental após uma internação9.Estes serviços devem oferecer, de acordo com a necessidade de cada paciente, as seguintes atividades: avaliação médico--psicológico e social; atendimento individual (medicamento-so, psicoterapia breve, terapia ocupacional, dentre outros), atendimento grupal (grupo operativo, psicoterapia em grupo, atividades socioterápicas) e abordagem à família: orientação sobre o diagnóstico, o programa de tratamento, a alta hospi-talar e a continuidade do tratamento, preparação do paciente para a alta hospitalar garantindo sua referência para a conti-nuidade do tratamento em unidade de saúde com programa de atenção compatível com sua necessidade (ambulatório,

“O doente mental, sob o nosso ponto de vista,

pode sim ser tratado em Hospital Geral; basta

às equipes despirem-se dos preconceitos e

resistências e se dispuserem a atendê-los.”

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Paradigma da Assistência de Enfermagem ao Portador de Doença Mental no Hospital Geral: Revisão de Literatura

ou quando estabelecido pelo especialista responsável pelo tratamento10.III - internação compulsória: aquela determinada pela Jus-tiça. Este tipo de internação é determinado pelo juiz compe-tente, que deve considerar as condições de segurança do esta-belecimento, à salvaguarda da pessoa que foi internada e dos demais internados e funcionários10.3.5. Papel do enfermeiro em psiquiatria no hospital geral e hospital especializadoA atribuição do enfermeiro evoluiu de uma postura de cus-tódia, centrada no atendimento das necessidades físicas e gerais dos pacientes para, progressivamente, incorporar uma abordagem psicológica e social, o que lhe conferiu reconhe-cimento da equipe na abordagem ao paciente. A reorienta-ção do trabalho do enfermeiro vem exigindo dos profissionais melhores qualificações, uma vez que, se antes suas funções eram precisas e bem definidas, com a inserção em novos mo-delos de atendimento, assume responsabilidades inexploradas e pouco precisas8.Nos serviços de saúde mental, Hospital-Dia, Unidades Psiqui-átricas em Hospitais Gerais (UPHG), Centro de Apoio Psicosso-cial (CAPS), Programa Saúde da Família (PSF) e Serviço de Resi-dência Terapêutica (SRT), o trabalho do enfermeiro é diferente em cada modalidade assistencial. Na atuação em Unidades Psiquiátricas em Hospitais Gerais, a terapêutica utilizada ain-da é centrada quase que exclusivamente no cuidado clínico, curativo e medicamentoso, com contenção verbal, química ou mecânica, medidas de vigilância e controle do relacionamento interpessoal enfermagem-paciente8.As atribuições do enfermeiro estão ligadas ao cuidado de en-fermagem no âmbito individual. A realização das funções de cuidar e administrar ao nível individual atende as necessidades do modelo clínico de assistência à saúde, que marca a enfer-magem hospitalar8.O predomínio das atribuições do enfermeiro nas Unidades Psiquiátricas de Hospital Geral (UPHG) são as atividades buro-cráticas, rotineiras e individualizadas, como cuidados físicos e psicológicos nas 24 horas do dia, elaboração do plano assis-tencial ao doente mental, orientação e supervisão de auxilia-res e técnicos de enfermagem, inter-relacionamento pessoal enfermeiro-paciente e estabelecimento da relação de ajuda e do aconselhamento psicológico terapêutico 8,9.

Page 28: Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · O presente estudo teve por objetivo relatar o caso de pacientes com diagnóstico de granulomas de ... – Diretor do Núcleo

REFERÊNCIAS

1. Souza, A.C., Batista, J.C.C., Araújo, K.P., Costa, K.F.P., Portela, K.M.P , Barreto, L.S., et al . Assistência prestada pela enfermagem aos pacientes com doença mental. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/assistencia-prestada-pela-enfermagem-aos-pacientes-com-doenca-mental/16066 (Acesso: 27/03/2012 às 15:33).

2. Hildebrandt, L.M., Alencastre, M.B. A inserção da psiquiatria no Hospital Geral. Rev. Gaúcha Enferm. Porto Alegre. 2001; 22(1): 167-186.

3. Botega, NJ. Psiquiatria no Hospital Geral: histórico e tendências. In. Prática psiquiátrica no Hospital Geral. 1:17-34.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, novembro de 2005. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf (Acesso: 28/03/2012 às 11:51h).

5. Dalgalarrondo P., Botega NJ, Bonzato CEM. Pacientes que se beneficiam de internação em Hospital Geral. Rev. Saúde Pública 2003; 37(5):629-34.

6. Monteiro J.R., Bellini M.I.B. Acesso à internação psiquiátrica em Hospital Geral. III Mostra de Pesquisa da Pós-Graduação – PUCRS, 2008. Disponível em: http://www.pucrs.br/edipucrs/online/IIImostra/ServicoSocial/62499%20-%20JAQUELINE%20DA%20ROSA%20MONTEIRO.pdf (Acesso: 27/03/2012 às 15:00).

7. PARECER JURÍDICO FINAL – CEPEDISA/CFP - Regulação sobre Saúde Mental no Brasil e suas implicações para os serviços de psicologia na Saúde Suplementar. Disponível: http://www.crppr.org.br/download/177.pdf. (Acesso: 27/03/2012 às 17:15h).

8. Damásio VF, Melo VC, Esteves KB. Atribuições do Enfermeiro nos serviços de saúde mental no contexto da reforma psiquiátrica. Rev. Enferm. UFPE on line. 2008 out./dez.; 2(4):425-33.

9. Salles MM, Sonia B. Reinternação em hospital psiquiátrico: a compreensão do processo saúde/doença na vivência do cotidiano. Escola de Enfermagem da USP, 2007.

10. Moraes, G. F., A permanência do tratamento em saúde mental no hospital psiquiátrico na lógica manicomial: relato de uma experiência. 108f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Psicologia) – Universidade do Sul de Santa Catarina, Palhoça, 2010.

28 Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

IV – CONSIDERAÇÕES FINAISO estudo contribui para proporcionar maior conhecimento e embasamento técnico e científico ao profissional Enfermeiro em sua prática assistencial agregando valores, desmistifican-do crenças, rótulos e julgamentos equivocados ao paciente portador de doença mental, cabendo a esse profissional bus-car maior conhecimento para prestar cuidados específicos a essa clientela diferenciada que possui direito a um adequa-do tratamento nos estabelecimentos de saúde e internação. Além de ser portador de doença mental, o mesmo estará su-jeito a ser acometido por agravos e doenças clínicas cabendo ao profissional Enfermeiro e sua equipe estarem preparados para atendê-lo de maneira adequada, com segurança livre de danos físicos, psicológicos e sociais quando estiver em crise ou necessitar de atendimento clínico nas unidades hospitala-res desmistificando o conceito “da loucura”.

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PREMIAÇÕES DO IEP

NOMETOTAL

EXTERNO

77

0

0

0

0

44,5

0

0

0

0

47

CERTIF. INTERNOS

8

0

0

0

0

0

0

0

0

0

1

REUNIÃO C.

INTERNAS

91,0

104,0

102,0

100,0

98,0

50,0

88,0

86,0

86,0

82,0

29,0

TOTAL

INTERNO

99,0

104,0

102,0

100,0

98,0

50,0

88,0

86,0

86,0

82,0

30,0

TOTAL

GERAL

176,0

104,0

102,0

100,0

98,0

94,5

88,0

86,0

86,0

82,0

77,0

%

140

80

80

80

80

80

80

80

80

80

60

RANKING

10º

11º

CATEGORIA

Ouro

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Bronze

Elcio Izumi Mi-zoguchi Lina

Ana Medeiros Hirsch

Leonardo Mar-ques Gomes

Laila Puranem Mourão Martins

Seliram Barros Fontenele Dias

José Antônio Pinto

Rodrigo Kohler

Renata Couti-nho Ribeiro

Rodrigo Pres-tes dos Reis

Henrique Wambier

Antônio Car-doso Pinto

29Instituto de Ensino e Pesquisa São Camilo

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I Curso de Procedimentos Vasculares com Ultrassom

Instituto de Ensino e Pesquisa

16 de março de 2013

Parte I - Acesso vascular guiado por ultrassom

9h - 9h20 Princípios básicos de ultrassom para procedimentos

9h25 - 9h45 Técnicas de punção ecoguiada

9h50 - 10h10 Ultrassom para radiofrequência

10h15 - 10h45 Cofee Break Parte II – Procedimentos vasculares – princípios

10h45 - 11h05 Escleroterapia com espuma

11h10 - 11h30 Ultrassom intravascular arterial

11h10 - 11h30 Ultrassom intravascular-venoso

12h - 13h Almoço

TARDE – HANDS ON

5 estações:

A - Radiofrequência – imagem em phantom

B - 1 - Ultrassom princípios básicos – 2 Ultrassom princípios básicos

C - 1 - Ivus

D - Acesso vascular – punção ecoguiada

E - Escleroterapia com espuma e Bandagens e elastocompressão

Local do Evento

Hospital São Camilo

Auditórios A e B

Rua Tavares Bastos, 573 – Pompeia

São Paulo – SP – CEP: 05651-901

Organização

Instituto de Ensino e Pesquisa da Rede de Hospitais

São Camilo

Comissão Científica

Dra. Simone Franco (Rede de Hospitais São Camilo)

Este curso vale

• 0,5/h pontos no Programa de Premiação IEP (Instituto

de Ensino e Pesquisa do Hospital São Camilo)

Vagas

• 40

Valor de Investimento

Médicos e Profissionais da Saúde: R$ 120,00

Inscrições

As inscrições deverão ser feitas até o dia 08/03/2013

pelos telefones (11) 3677-4405 / 3677-4502 / 3677-

4503 ou pelo e-mail: [email protected] .

O pagamento deverá ser efetuado via cartão de crédito

ou depósito no Banco Itaú - 341/ agência 0152/ conta

corrente: 27244-9/ Favorecido: Sociedade Beneficente

São Camilo / CNPJ: 60.975.737/0002-32, no prazo

de 3 dias úteis após a efetivação da inscrição, caso

contrário a inscrição será automaticamente cancelada.

Após efetuar o pagamento, por gentileza encaminhar

o comprovante por e-mail: [email protected],

para que possamos confirmar sua inscrição.

Cancelamentos

Cancelamentos somente serão aceitos até o dia

11/03/2013, impreterivelmente. Neste caso, para

reembolso do valor da inscrição paga, será cobrada uma

taxa administrativa de 50% sobre este valor. Após essa

data, poderá única e exclusivamente haver substituição

da pessoa inscrita por outro participante, desde que a

comunicação seja feita até o dia 12/03/2013. Em ambos

os casos, as solicitações deverão ser feitas por escrito e

repassadas pelo e-mail: [email protected] (este

endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você

deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo).

Certificação

Somente receberá certificado o participante que tiver

75% de frequência.

Condições Gerais

• Não é permitido gravar, filmar ou fotografar sem

prévia autorização expressa da comissão organizadora

do evento.

• A comissão organizadora reserva o direito de cancelar

o evento caso o número mínimo de participantes não

seja atingido.

• Não serão aceitas inscrições para o evento por

meio de NOTAS DE EMPENHO emitidas por quaisquer

órgãos públicos.

Outras informações

(11) 3677-4405 / 3677-4502 / 3677-4503

Organização:Patrocinadores:

Dr. Fábio Luís PeterliniResponsável Técnico Corporativo

CRM-SP 54289gráfica

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II Curso Multidisciplinar em Dor da Rede de Hospitais São Camilo

Local do EventoHospital São Camilo - Auditório A e BRua Tavares Bastos, 573 – PompeiaSão Paulo – SP – CEP: 05651-901

OrganizaçãoInstituto de Ensino e Pesquisa do Hospital São Camilo

RealizaçãoGrupo Multidisciplinar de Controle da Dor da Rede São Camilo

Comissão OrganizadoraDr. Alexandre Walter de CamposEnf. Andrea BaldinDr. Bruno Cestari Neto Dr. Marcelo Ribeiro de Magalhães Queiroz

Este curso vale:• 0,5/h pontos no Programa de Premiação IEP (Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital São Camilo)

Vagas• Limitadas

Valor de Investimento

Pacote todas as aulasMédicos: R$ 250,00Profissionais da Saúde: R$200,00Graduandos: R$180,00

Cada AulaMédicos e Profissionais da Saúde: R$50,00Graduandos: R$30,00

Estacionamento• Pagamento diretamente no local

Inscrições• As inscrições deverão ser feitas com até 3 dias úteis da realização de cada aula ou período escolhido, pelos telefones (11) 3677-4503 / (11) 3677-4513 / (11) 3677-4451 ou pelo e-mail: [email protected]

CertificaçãoPara certificação, o aluno deverá ter frequência de 75% de cada aula ou período escolhido.

Cancelamentos• Cancelamentos somente serão aceitos com até 48 horas da realização de cada aula ou do 1º dia do período escolhido, impreterivelmente. Neste caso, para reembolso do valor da inscrição paga, será cobrada uma taxa administrativa de 50% sobre tal valor. Após essa data, poderá única e exclusivamente haver substituição da pessoa inscrita por outro participante, desde que a comunicação seja feita com até 24 horas da data de realização. Em ambos os casos, as solicitações deverão ser feitas por escrito e

repassadas pelo e-mail [email protected]. Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo ou fax (11) 3677-4451.

Público-Alvo• Médicos, Residentes, Profissionais da Saúde e Graduandos.

Condições Gerais• Não é permitido gravar, filmar ou fotografar sem prévia autorização expressa da comissão organizadora do evento.• A comissão organizadora reserva o direito de cancelar o evento caso o número mínimo de participantes não seja atingido.

Outras Informações(11) 3677-4405

Objetivo: Promover capacitação multidisciplinar para os profissionais envolvidos com o atendimento a pacientes e familiares nos diversos temas relacionados ao estudo da dor.

Instituto de Ensino e Pesquisa

28 de março de 2013

19h30 Epidemiologia – Dor como uma questão de saúde pública

Dr. Alexandre Walter de Campos

20h10 Dor como o quinto sinal vital - Enf. Aquila Lopes Gouveia

20h50 Intervalo

21h10 Gerenciamento da dor pela equipe multiprofissional – abordagem

interdisciplinar - Enf. Lívia Azevedo Costa

21h50 Encerramento

25 de abril de 2013

19h30 Fisiopatologia da dor I - Dr. Alexandre Walter de Campos

20h10 Intervalo

20h30 Padronização do tratamento farmacológico

Escada analgésica da OMS e vias de administração de fármacos

Enf. Luciana Silvestre

21h10 Encerramento

23 de maio de 2013

19h30 Fisiopatologia da dor II - Dr. Alexandre Walter de Campos

20h10 Intervalo

20h30 Analgésicos simples e anti-inflamatórios - Dr. Bruno Cestari Neto

21h10 Encerramento

27 de junho de 2013

19h30 Opioides em dor não oncológica

Farmacologia, indicações, efeitos adversos, tolerância e dependência

Dr. Marcelo Ribeiro de Magalhães Queiroz

20h10 Intervalo

20h30 Abordagem Psicossocial em dor e técnicas psicoterápicas

Psicólogo José Guilherme Weinstok

21h10 Encerramento

25 de julho de 2013

19h30 Fármacos adjuvantes

Antidepressivos, anticonvulsivantes, antipsicóticos, relaxantes

musculares, bisfosfonatos e radiofármacos - Dr. Rodrigo Generoso

20h10 Intervalo

20h30 Fisioterapia em dor aguda e crônica - Fisioterapeuta Luciana Vianna Viana

21h10 Encerramento

29 de agosto de 2013

19h30 Dor pós-operatória - Dr. Bruno Cestari Neto

20h10 Intervalo

20h30 Tratamento intervencionista da dor I

Bloqueios diagnósticos e métodos ablativos - Dr. Alexandre Walter de Campos

21h10 Encerramento

26 de setembro de 2013

19h30 Principais síndromes de dor neuropática - Dr. Alexandre Walter de Campos

20h10 Intervalo

20h30 Tratamento intervencionista da dor II

Métodos neuromodulatórios - Dr. Nilton Lara

21h10 Encerramento

31 e outubro de 2013

19h30 Dor oncológica - Dr. José Oswaldo de Oliveira Júnior

20h10 Intervalo

20h30 Cuidados Paliativos: controle de sintomas - Dra. Fabiana Gomes de Campos

21h10 Encerramento

28 de novembro de 2013

19h30 Dor em crianças - Dra. Silvia Maria Macedo Barbosa

20h10 Intervalo

20h30 Dor em idosos - Dra Sandra Caires Serrano

21h10 Encerramento

Organização:Patrocinador Bronze: Patrocinador:

gráfica

Dr. Fábio Luís PeterliniResponsável Técnico Corporativo

CRM-SP 54289

Patrocinador Ouro:

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Atenção! Inscreva seus trabalhos científicos até o dia 09 de agosto.