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Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 37 ANO 06 OUTUBRO 2015

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Page 1: Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · Este estudo tem com objetivo relatar a experiência do simulado de atendimento intra-hospitalar a múltiplas vítimas em situação

Boletim Científico doInstituto de Ensino e Pesquisa

ISSN 2238-3042 EDIÇÃO 37 ANO 06 OUTUBRO 2015

Page 2: Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa · Este estudo tem com objetivo relatar a experiência do simulado de atendimento intra-hospitalar a múltiplas vítimas em situação

NORMAS DE PUBLICAÇÃO

1 • Serão aceitos trabalhos originais (pesquisa qualitativa ou quantitativa), revi-

são de literatura, relato de experiência, relato de caso e estudo reflexivo.

2 • Para cada estudo, a metodologia segue nos seguintes padrões:

Pesquisa qualitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, me-

todologia, trajetória metodológica, construção dos resultados, considerações

finais e referências.

Pesquisa quantitativa: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo,

metodologia, material e método, resultado e discussão, conclusão e referências.

• Revisão de literatura: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo,

metodologia, revisão de literatura, considerações finais e referências.

• Relato de Experiência: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objeti-

vo, metodologia, descrição do relato de experiência, considerações finais e

referências.

• Relato de caso: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, meto-

dologia, descrição de caso, considerações finais e referências.

• Estudo reflexivo: Título, resumo, palavras-chave, introdução, objetivo, meto-

dologia, descrição de reflexão, considerações finais e referências.

3 • Para apresentação dos trabalhos usar fonte Times New Roman, justificado,

numeração desde a primeira página, com no máximo 12 páginas, no programa

Word, com espaçamentos entre linhas de 1,5 cm, margem superior de 3 cm,

margem inferior de 2 cm, margens laterais de 2 cm e tamanho de fonte 12.

4 • Siglas, abreviaturas, unidades de medidas, nomes de genes e símbolos

devem ser usados utilizando o modelo padrão internacional e de conhecimento

geral. Quando for a primeira vez que citar a sigla, deve ser acompanhada do

significado por extenso.

5 • Citações e referências devem seguir as normas de Vancouver.

6 • Caberá à diretoria científica julgar o excesso de ilustrações, suprimindo

redundâncias. A ela caberá também a adaptação dos títulos e subtítulos dos

trabalhos, bem como a preparação do texto, com a finalidade de uniformizar

a produção editorial.

A responsabilidade pelos dados e conteúdo dos artigos é exclusiva

de seus autores. Permitida reprodução total ou parcial dos artigos,

desde que mencionada a fonte.

Sociedade Beneficente São Camilo

Presidente: João Batista Gomes de Lima

Vice-Presidente: Anísio Baldessin

1º tesoureiro: Mateus Locatelli

2º tesoureiro: Zaqueu Geraldo Pinto

1º secretário: Niversindo Antônio Cherubin

2º secretário: Marcelo Valentim De Oliveira

Superintendente: Justino Scatolin

Hospitais São Camilo de São Paulo

Superintendente: Antônio Mendes Freitas

Redação e Administração

Os manuscritos deverão ser encaminhados para:

IEP - Hospital São Camilo

Rua Tavares Bastos, 651 - Pompeia - CEP 05012-020 - São Paulo - SP

ou enviados para os e-mails:

[email protected]

Diretor Editorial: Dr. Marcelo Ricardo de Andrade Sartori

Diretora Científica: Profa. Dra. Ariadne da Silva Fonseca

Coordenação Editorial: Amanda Ilkiu

Produção Editorial: Amanda Ilkiu

Jornalista Responsável: Hugo Pacífico

Editor de Arte: Felipe Massari

Produção Gráfica: Type Brasil

Tiragem: 1000 exemplares

Diagramação: Ei Viu! Design e Comunicação

02 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

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Expediente Sumário

Editorial

Simulado de Atendimento Intra-Hospitalar a Múltiplas Vítimas em Situação de Catástrofe: relato de experiência

Intra-Hospital Care Simulation of Multiple Victims in a Catastrophic Situation: an experience report

Simulación en Atención Intrahospitalaria a Múltiples Víctimas en Situación de Catástrofe: relato de experiencia

Douglas Ribeiro Rocha Nascimento

Assistência de Enfermagem em Oncologia Pediátrica: relato de experiência

Nursing Care in Oncology Pediatric: experience report

Cuidados de Enfermería en Oncología Pediátrica: relato de experiencia

Sandra Andrade de Melo SilvaAdriana Aparecida de Jesus MarianoAna Paula Pereira

Avaliação do Conhecimento do Graduando de Enfermagem Sobre Aspectos Normativos da Profissão

Assessment of Nursing Undergraduates Knowledge on Regulatory Aspects of the Profession

Evaluación del Conocimiento del Graduando de Enfermería Sobre Aspectos Normativos de la Profesión

Camila Ferreira da SilvaRita de Cássia Tapie MartinsHellen Gouveia Jacinto

Tratamento Tópico da Epidermólise Bolhosa por Equipe de Enfermagem: uma revisão sistemática

Treatment by Team Multidisciplinary Epidermolysis Bullosa: a systematic review

Tratamiento Tópico de la Epidermólisis Bullosa por Equipo de Enfermería: una revisión sistemática

Daniele Aguiar de Souza Andrade Renato Ribeiro Nogueira Ferraz

CONSELHO EDITORIAL

Adriano Francisco Cardoso Pinto • Ana Lucia das Graças Gomes •

Ariadne da Silva Fonseca • Carlos Augusto Dias • Carlos Gorios

• Jair Rodrigues Cremonin Junior • José Antônio Pinto • José

Ribamar Carvalho Branco Filho • Leonardo Hiroki Kawasaki •

Lucia de Lourdes Leite de Souza Campinas • Luiz Carlos Bordin

• Marcelo Alvarenga Calil • Marcelo Ricardo de Andrade Sartori •

Marco Aurélio Silvério Neves • Renato José Vieira • Vânia Ronghetti

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O Boletim Científico do Instituto de Ensino e Pesquisa é uma

publicação da Rede de Hospitais São Camilo com periodici-

dade bimestral, destinado à divulgação de conhecimento cien-

tífico da área de saúde e tem como finalidade contribuir para a

construção do conhecimento através do acesso científico dos

diferentes campos do saber.

MISSÃO

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04 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

Um dos desafios que tem se destacado no campo da saúde é a busca de novos caminhos

em que se possa repensar a saúde de uma forma ampliada, uma vez que o modelo ins-

tituído e praticado, que enfatiza a abordagem biológica e orgânica vem se mostrando

insuficiente para dar conta das questões complexas que envolvem a saúde na atualidade.

Nessa perspectiva, a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade aparecem como estraté-

gias de enfrentamento dos múltiplos problemas de saúde que têm afetado as populações

nas últimas décadas, propondo a articulação de saberes técnicos e científicos e a mobiliza-

ção de recursos institucionais, comunitários, públicos e privados.

Considerando a abordagem interdisciplinar e transdisciplinar é importante refletir acerca

de seus limites e possibilidades como instrumento para a construção de um modelo assis-

tencial em saúde.

A experiência tem demonstrado que é necessário não somente uma preparação técnico-

-científica específica, mas também que este se apoie numa concepção de saúde que norteie

o modo de assistir e colocar-se frente às questões que envolvem a saúde como um todo e,

que permita pensar em bases mais sólidas, a fim de investir na construção, de conhecimen-

tos e informações acrescidos de uma formação/capacitação educacional ética, responsável

e integral. Isso acarretará uma postura profissional mais aberta à realidade, estimulando o

profissional a refletir sua atuação, proporcionando-lhe melhores condições para o exercício

profissional.

Acreditando na integração do conhecimento, convidamos a todos a participarem do

4º Congresso Internacional de Urgência e Emergência, 1º Congresso de Hotelaria

Hospitalar e 1º Congresso de Nutrição da Rede de Hospitais São Camilo que ocorre-

rão nos dias 23, 24 e 25 de novembro, no Hotel Maksoud Plaza, com a presença de pa-

lestrantes nacionais e internacionais, propiciando importantes momentos de discussões

multidisciplinares.

Boa Leitura a todos!

Ariadne da Silva FonsecaCoordenadora de Publicações do Instituto de Ensino e Pesquisa

A Busca pelo Conhecimento Profissional

Editorial

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One of the uppermost challenges in the health area has been the search for new paths allowing thinking it through, since the es-tablished applied model that puts emphasis on a biological and organic approach has shown to be insufficient to take care of the complex matters involving health nowadays.Along this perspective, interdisciplinarity and transdisciplinarity appear as strategies to face the multiple health problems that have beset people over the last decades, opening the way for merging technical and scientific knowledge and for tapping into institu-tional, community and public and private resources.Having in mind the interdisciplinary and transdisciplinary approach, it is important to ponder about its limits and possibilities as a tool to build a health assistance model.Experience has shown that not only a specific technical-scientific preparation is necessary, but also that it be based on a health concept that points to how to assist and face up to health-related questions as a whole, allowing to think from more solid bases in order to invest in building knowledge and provide information alongside an ethical, responsible and full qualification/training. This will lead to a professional standing more open to reality, encouraging the professional to think over his/her work, and bringing him/her better conditions to carry out his/her professional duty.Believing in integrating knowledge, we invite all of you to participate in the 4th International Urgency & Emergency Congress, the 1st Hospital Hospitality Congress and the 1st Nutrition Congress of the São Camilo Hospital Network to take place on No-vember 23, 24 and 25 at Hotel Maksoud Plaza, with national and international speakers, for important multidisciplinary discussions.

Good reading!

Uno de los desafíos que se ha destacado en el campo de la salud es la búsqueda de nuevos caminos en que se pueda repensar la salud de una manera ampliada, una vez que el modelo instituido y practicado, que enfatiza el abordaje biológico y orgánico se viene mostrando insuficiente para dar cuenta de las cuestiones complejas que involucran la salud en la actualidad.En esa perspectiva, la interdisciplinaridad y la transdisciplinariedad aparecen como estrategias de enfrentamiento de los múltiples problemas de salud que han afectado a las poblaciones en las últimas décadas, proponiendo la articulación de saberes técnicos y científicos y la movilización de recursos institucionales, comunitarios, públicos y privados.Considerando el abordaje interdisciplinario y transdisciplinario es importante reflejar acerca de sus límites y posibilidades como ins-trumento para la construcción de un modelo asistencial en salud.La experiencia ha demostrado que es necesario no sólo una preparación técnico-científica específica, pero también que éste se apoye en una concepción de salud que oriente el modo de asistir y colocarse adelante de las cuestiones que involucren a la salud como un todo y que permita pensar en bases más sólidas con la finalidad de invertir en la construcción de conocimientos e informa-ciones agregados de una formación/capacitación educacional ética, responsable e integral. Eso acarreará una postura profesional más abierta a la realidad estimulando al profesional a reflejar su actuación proporcionándole mejores condiciones para el ejercicio profesional.Creyendo en la integración del conocimiento, invitamos a todos a participar del 4º Congreso Internacional de Urgencia y Emer-gencia, 1er Congreso de Hotelería Hospitalaria y 1er Congreso de Nutrición de la Red de Hospitales São Camilo que ocurrirán los días 23, 24 y 25 de noviembre en el Hotel Maksoud Plaza, con la presencia de conferencistas nacionales e internacionales, propi-ciando importantes momentos de discusiones multidisciplinares.

¡Buena Lectura a todos!

The Search for Professional Knowledge

La Búsqueda por el Conocimiento Profesional

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06 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

Douglas Ribeiro Rocha Nascimento

Simulado de Atendimento Intra-Hospitalar a Múltiplas Vítimas em Situação de Catástrofe: relato de experiência

Intra-Hospital Care Simulation of Multiple Victims in a Catastrophic Situation: an experience report

Simulación en Atención Intrahospitalaria a Múltiples Víctimas en Situación de Catástrofe: relato de experiencia

DOUGLAS RIBEIRO ROCHA NASCIMENTO • Bacharel em Enfermagem pela Universidade Nove de Julho. Pós

Graduação em Urgência e Emergência pela Universidade Nove de Julho. Pós Graduação em Docência para o Ensino

em Enfermagem em Nível Técnico e Superior pela Universidade Nove de Julho.

RESUMO Este estudo tem com objetivo relatar a experiência do simulado de atendimento intra-hospitalar a múltiplas vítimas em situação de catástrofe no Pronto-Socorro

Adulto. Trata-se de um relato de experiência realizado no Pronto Socorro Adulto de um Hospital Particular na cidade de São Paulo, no mês de janeiro. No dia 18

de janeiro, no período das 08h00 – 13h00, foi realizado um simulado de atendimento a múltiplas vítimas em uma das unidades da rede hospitalar. Este simulado

contou com a participação multiprofissional. Foi possível vivenciar algo muito próximo da realidade e apesar de termos atingido o objetivo, ficou claro que sempre

temos algo para aprimorar. A experiência foi muito valiosa e todos aprenderam muito.

PALAVRAS-CHAVEAtendimento a Múltiplas Vítimas, Simulação Realística, Catástrofe.

ABSTRACT The purpose of this study is to report the experience of the intra-hospital care simulation of multiple victims in a catastrophic situation in the Adult Emergency Room.

It is the report of the experience carried out in the Adult Emergency room of a Private Hospital in the City of São Paulo in January. On the 18th of that month, from

08:00 a.m. to 1:00 p.m., a simulation of care of multiple victims in one of the units of the hospital network was carried out. The simulation involved professionals in

multiple disciplines. It was possible to experience something very close to reality and, although the goal was achieved, it became clear that there was still room for

improvement. The experience was very valuable, and all individuals involved learned a lot.

KEYWORDSCare of Multiple Victims, Realistic Simulation, Catastrophe.

RESÚMEN Este estudio tiene como objetivo relatar la experiencia de la simulación en atención intrahospitalaria a múltiples víctimas en situación de catástrofe en Primeros

Auxilios de Adultos. Se trata de un relato de experiencia realizado en enero en Primeros Auxilios de Adultos de un Hospital Privado en la Ciudad de São Paulo. En el

día 18 de enero, en el período de las 08h00 – 13h00, se realizó una simulación de atención a múltiples víctimas en una de las unidades de la red hospitalaria. Esta

simulación contó con una participación multiprofesional. Fue posible experimentar algo muy cercano a la realidad y a pesar de haber logrado el objetivo, quedó

claro que siempre tenemos algo por perfeccionar. La experiencia fue muy valiosa y todos aprendieron mucho.

PALABRAS-CLAVEAtención a Múltiples Víctimas, Simulación Realística, Catástrofe.

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I • INTRODUÇÃOSituações de emergência geradas por acidentes, infelizmente tem se tornado cada vez mais comum

em nosso dia a dia. Temos em nossa cidade equipes especiais capacitadas para este tipo de realidade, atuando de forma organizada e eficaz nos diversos momentos onde é necessária a assistência médica imediata, equipes que são responsáveis pelo Atendimento Pré-Hospitalar (APH). Para essas equipes compete, prestar atendimento emergencial no campo pré-hospitalar, atendimento este que responda às necessidades prementes do paciente crítico1. Uma vez estabilizado, este paciente será encaminhado para a unidade hospitalar onde deverá receber a continuidade dos cuidados e tratamento adequado.

Hoje, porém, temos observado através dos noticiários acidentes que envolvem um grande número de vítimas, que para fins de organização recebem classificações diferentes, sendo elas: Acidentes com Múltiplas Vítimas, Desastres e Catástrofes. Os acidentes com múltiplas vítimas são aqueles que apre-sentam desequilíbrio entre os recursos disponíveis e as necessidades, e que, apesar disso, podem ser atendidos com eficiência desde que se adote a doutrina operacional protocolada2, não devendo por-tanto haver prejuízo no atendimento a vítima. Desastre é qualquer evento que sobrecarrega os recursos disponíveis do sistema médico de emergência, em um determinado momento e em uma determinada jurisdição3. A Catástrofe pode ser de causa ecológica súbita ou humana, que gera um desequilíbrio en-tre os recursos disponíveis e os prescindíveis para o atendimento, de modo que quanto maior for esse desequilíbrio, mais sérias serão as conseqüências às vítimas do evento. Em situações como estas, a equipe de saúde deverá realizar um enquadramento de clientes/pacientes, ou seja, uma classificação deles para dar cuidados específicos, especializados e acompanhamento durante o transporte, baseada na gravidade dos traumas ou doença. O sistema START (Triagem Simples e Tratamento Rápido) é um exemplo de sistema de triagem disponível. Neste sistema a classificação é feita por cores que sinalizam o grau de prioridade para o atendimento, dispostas da seguinte maneira: Cor vermelha – Prioridade Máxima; Cor Amarela – Prioridade Moderada; Cor Verde – Prioridade Mínima e Cor Preta – Óbito.

Não podemos esquecer casos como o da região serrana do Rio de Janeiro em que contabilizaram mais de 800 mortos em conseqüência das enchentes de janeiro de 2011, ou do incêndio na casa noturna de Santa Maria (RS) em janeiro de 2013 que matou 241 pessoas4. Para que o atendimento a uma catástrofe alcance o maior número de vitimas de modo satisfatório, é necessário o envolvimento determinado e dedicado de diversas áreas de atuação. O primeiro atendimento deverá ser prestado ainda no local, pelas equipes de APH, devendo remover as vítimas para os hospitais de referência com segurança o mais breve possível. No hospital, que deverá ser previamente comunicado, os profissionais deverão estar preparados para receber essas vítimas, incluindo a equipe de segurança, enfermagem, médica, fisioterapeuta e especialmente os setores de pronto-socorro, centro cirúrgico e unidade de terapia intensiva.

Com foco no pronto-socorro (PS), é importante ressaltar que todo serviço de emergência é porta de entrada de um hospital. Por isso, atitudes e decisões são tomadas constantemente sobre a vida do pa-ciente. Desta maneira espera-se que toda atuação profissional neste setor seja de qualidade, realizada com eficiência e conhecimento, para assim tratar cada indivíduo de forma adequada com vistas à sua complexidade5.

No Brasil, a Política Nacional de Atenção às Urgências possui em sua composição a Portaria GM n. 2.048, de 5 de novembro de 2002, que descreve pronto-socorros como Unidades de Referência de Tipo III, que são aquelas instaladas em hospitais gerais e que contam com recursos tecnológicos e humanos adequados para o atendimento das urgências/emergências de natureza clínica, cirúrgi-ca e traumatológica6. A equipe multiprofissional deste setor, por estar sempre diante de casos onde o atendimento rápido, preciso e eficaz fará grande diferença no prognóstico e cuidados posteriores, deve periodicamente ser submetida a treinamentos e atualizações prestados pela equipe de educação continuada, responsável por um processo permanente que promove o desenvolvimento integral dos

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08 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

Simulado de Atendimento Intra-Hospitalar a Múltiplas Vítimas em Situação de Catástrofe: relato de experiência

profissionais do setor, empregando os acontecimentos do trabalho, o ambiente normal das atividades em saúde e os estudos dos problemas reais e do cotidiano e situações mais apropriadas para atingir uma aprendizagem significativa7. Figura importante neste cenário, o enfermeiro desta unidade necessita ter conhecimento científico, prático e técnico, afim de que possa tomar decisões rápidas e concretas, transmitindo segurança a toda equipe e principalmente diminuindo os riscos que ameaçam a vida do paciente8.

Em uma situação de catástrofe, a rotina e organização do hospital previamente preparado deverão sofrer alterações, para tanto o plano deve prever uma redistribuição de áreas tanto no PS quanto em setores do hospital. Por exemplo, uma área de tratamento para os pacientes de risco menor (os verdes) deve ser prevista9. O atendimento nessas condições sofrerá uma série de mudanças no contexto geral, que por não se tratar da rotina diária dos profissionais tende a gerar algumas dificuldades relacionadas especialmente a espaço físico, alto número de atendimentos, aglomeração de familiares e imprensa, entre outros, que deixa clara a importância de encontros periódicos, revisões e simulados para que seja possível um atendimento multidisciplinar no P.S. com qualidade e segurança também diante de uma catástrofe.

II • OBJETIVO

O objetivo do estudo foi relatar a experiência do simulado de atendimento intra-hospitalar a múltiplas vítimas em situação de catástrofe no Pronto-Socorro Adulto.

III • MÉTODOTrata-se de um Relato de Experiência realizado no Pronto-Socorro Adulto de um Hospital Particular

na cidade de São Paulo. O relato foi realizado no mês de janeiro de 2015. O Pronto-Socorro Adulto possui 2 leitos de emergência, 17 leitos de observação (sendo 2 isolamentos) e 24 leitos de medicação.

IV • RELATO DE EXPERIÊNCIAEm um hospital de grande porte da cidade de São Paulo, foi implantado o plano de contingência para

atendimento de catástrofe, onde se desenvolveu um protocolo que envolve o pronto-socorro adulto e infantil, internação, PABX e demais áreas envolvidas no atendimento.

Este plano tem como objetivo nortear as equipes multiprofissionais a prestarem um atendimento eficaz e organizado, contendo soluções integradas, a fim de atender primeiramente a expectativa de melhora com base no conhecimento dos riscos, meios, recursos e calamidade que possam vir ocorrer. Contempla ainda, suporte e apoio a seus familiares, interação com autoridades civis e militares, moradores da região e a imprensa.

No momento que houver a comunicação de acionamento do plano de contingência pelo coordenador do PS a telefonista/PABX deverá tomar medidas, tais como: acionar o diretor administrativo do hospital; acionar a chefia e supervisor do setor; acionar todos os líderes e agentes para suporte de orientação do fluxo pelo hospital; comunicar o início do plano de contingência ao setor de internação; auxiliar o setor de internação nos contatos telefônicos que se fizerem necessários.

Como já vimos anteriormente, é de extrema importância o treinamento periódico para que o sucesso seja alcançado em ocasiões que o uso deste protocolo se fizer necessário10. No dia 18 de janeiro, no período das 08h00 – 13h00, foi realizado um simulado de atendimento a múltiplas vítimas em uma das unidades da rede hospitalar. Este simulado contou com a participação multiprofissional onde todas as equipes foram envolvidas, sendo elas: diretoria, comunicação, atendimento ao cliente, médicos, enfermei-ros, técnicos de enfermagem, hotelaria, manutenção, nutricionistas, equipe da qualidade, entre outros.

No primeiro momento, voluntários que fariam o papel de vítimas foram maquiados e orientados quanto a sua atuação. Este momento ocorreu em um prédio próximo à unidade de pronto socorro. Fizeram parte do cenário pessoas que atuavam como familiares, curiosos e profissionais da imprensa. (Figuras 1, 2, 3, e 4)

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FIGURA 1: Lesão no Joelho FIGURA 2: Trauma Torácico em Criança

FIGURA 3: Fratura Exposta FIGURA 4: Trauma Abdominal

Após o preparo de cada “vítima”, foi acionada a ambulância que removia este paciente, em algumas situações acompanhadas por “familiar”, até o pronto-socorro onde os profissionais estavam esperando para dar inicio ao atendimento.

Para dar realismo ao cenário os pacientes foram transferidos um a um em uma velocidade que pro-piciava um ambiente com muita gente, dando aos profissionais a sensação de um evento externo de grande proporção. Foram selecionados diferentes patologias e familiares com diferentes condições emocionais.

Em números reais, para este simulado foram envolvidos 29 familiares, 5 profissionais da imprensa, além de 16 vítimas, sendo estas classificadas e divididas da seguinte maneira: 2 vítimas classificadas com a cor preta/Óbito, 5 como vermelho/Emergência, 3 como Laranja/Urgência Absoluta, 3 como amarelo/Urgência Relativa e 3 como verde/Fluxo Normal.

O atendimento aos pacientes reais acontecia de forma normal e toda a organização deste simulado tomou as devidas precauções para que não houvesse prejuízo neste sentido. A chegada da primeira vítima fez com que todo o plano de contingência começasse a funcionar, independente da gravidade, ainda de modo bastante tranqüilo não muito diferente da nossa rotina diária. Conforme as demais víti-mas foram chegando, o processo de triagem classificava cada paciente que imediatamente era encami-nhado ao local adequado de atendimento. O número de familiares ansiosos em busca de informações aumentava a todo instante, muitos deles visivelmente preocupados com seus entes faziam de tudo para burlar a segurança patrimonial que controlava o acesso para facilitar o atendimento. Em deter-minado momento, uma dessas pessoas ao receber a noticia sobre o estado de saúde de seu familiar,

Com foco no pronto-

socorro (PS), é importante

ressaltar que todo serviço

de emergência é porta de

entrada de um hospital. Por

isso, atitudes e decisões são

tomadas constantemente

sobre a vida do paciente.

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10 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

apresentou sintomas típicos de Infarto Agudo do Miocárdio, tornando-se mais um paciente grave que prontamente foi atendido com medidas protocoladas que confirmaram e trataram a suspeita inicial. Havia ainda “repórter” e “curiosos” que questionavam todos os profissionais com quem tinham contato sobre o que estava acontecendo, dificultando, mas, não impedindo que o cuidado fosse continuado.

A Sala de emergência manteve seu foco na assistência multiprofissional das vítimas mais graves, com um trabalho ainda mais dinâmico, porém, não menos seguro. Dali, depois de estabilizados os pacientes foram encaminhados para os setores de observação, centro cirúrgico e unidade de terapia intensiva.

Ao término de todo o simulado, houve um encontro no auditório deste hospital com boa parte das pessoas envolvidas em todo o processo, onde foi possível fazer uma avaliação de tudo que havia acon-tecido para reflexão de todos.

V • CONSIDERAÇÕES FINAISHoje não é possível descartar a possibilidade de uma catástrofe em nosso país, quer seja de causa

ecológica súbita ou humana. Deste modo, é importante a discussão e preparação prévia das institui-ções de saúde que servirão de referência caso um evento como este venha a ocorrer11,12.

Uma vez preparado e implantado qualquer tipo de protocolo de atendimento, para que este seja re-almente funcional, é preciso que todos os envolvidos tenham conhecimento do seu papel, além de trei-namentos constantes para que não haja dúvidas no momento em que for necessário o uso deste plano.

No simulado que aqui relatamos, foi possível vivenciar algo muito próximo da realidade e apesar de termos atingido o objetivo, ficou claro que sempre temos algo para aprimorar. A experiência foi muito valiosa e todos aprenderam muito.

Simulado de Atendimento Intra-Hospitalar a Múltiplas Vítimas em Situação de Catástrofe: relato de experiência

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REFERÊNCIASLopes SLB, Fernandes RJ. Uma Breve Revisão Do Atendimento Médico Pré-Hospitalar. Medicina Ribeirão Preto[internet]. 1999[acesso em 2015 ago. 01]; 32(4): 381-387. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/7740Paraná. Casa Militar. Coordenadoria estadual de Proteção e Defesa Civil. Catástrofes Ou Acidentes Com Múltiplas Vítimas[internet]. Paraná.[acesso em 2015 ago. 01]. Disponível em: http://www.defe-sacivil.pr.gov.br/arquivos/File/primeiros_socorros_2/cap_28_amuvi.pdfStone CK, Humphries RL. Medicina de Emergência[internet]. 7.ed. Porto Alegre: AMGH; 2013. p.29.[acesso em 2015 ago. 08]. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=l4-ufJPDT7IC&pg=PT25&dq=desastre+catastrofe+defini%C3%A7%C3%A3o&hl=pt-BR&sa=X&ved=0CEgQ6AEwCGoVChMIg6T3oIymxwIVRA6QCh1HWQ41#v=onepage&q=desastre%20catastrofe%20defini%C3%A7%C3%A3o&f=falseTragédia em boate no RS: o que já se sabe e as perguntas a responder[internet]. G1. 2013 mar. 22 [acesso em 2015 ago. 18]. Disponível em: http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2013/01/tragedia-em-santa-maria-o-que-ja-se-sabe-e-perguntas-responder.htmlMontezeli JH. O Trabalho do Enfermeiro no Pronto-Socorro: Uma Análise na Perspectiva das Com-petências Gerenciais [dissertação] [internet]. Paraná: Universidade Federal do Paraná; 2009. [aces-so em 2015 ago. 19] Disponível em: http://www.ppgenf.ufpr.br/Disserta%C3%A7%C3%A3oJulianaMontezeli.pdfBRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048, de 5 de novembro de 2002. Política Nacional de Atenção às Urgências. Brasília, DF.Haddad J, Mojica MJ, Chang MI. Processo de educación permanente en salud. Educ Med Salud; 1989. 21(1): 11-29. Martin RC. Na unidade de emergência. Anais do 1º Ciclo de Debates sobre Assistência de Enfer-magem. São Paulo; 1988.Organização da Atenção à Saúde no Âmbito Pré- Hospitalar e Hospitalar para Enfrentamento de Si-tuações de Múltiplas Vítimas, Desastres e Catástrofes no Estado de Minas Gerais: Legislação, Es-trutura Física, e Capacitação De Profissionais. p:60 http://ftp.conass.org.br/Notas%20tecnicas%202014/NT54-FINAL-site.pdfA Dinâmica da Catástrofe: http://www.abp.org.br/download/REV_PSQ_HOJE_1_Janeiro_Feverei-ro2009_light_NOVO2.pdf#page=7 . A maior catástrofe climática do brasil sob a visão operacional do cptec/inpe: file:///C:/Users/Usua-rio/Downloads/Pinheiro_A%20maior.pdfVolpato ACB, Abelha CSV, Santos MAM. Enfermagem em Emergência. 1.ed. São Paulo: Martinari; 2010. p. 161.

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12 • INSTITUTO DE ENSINO E PESQUISA SÃO CAMILO

Sandra Andrade de Melo SilvaAdriana Aparecida de Jesus MarianoAna Paula Pereira

Assistência de Enfermagem em Oncologia Pediátrica: relato de experiência

Nursing Care in Oncology Pediatric: experience report

Cuidados de Enfermería en Oncología Pediátrica: relato de experiencia

SANDRA ANDRADE DE MELO SILVA • Enfermeira pleno da UTI Pediatrica do Hospital São Camilo, pôs graduada em

cuidados de enfermagem em Uti Neonatal e Pediátrica, graduada em enfermagem pela FMU.

ADRIANA APARECIDA DE JESUS MARIANO • Enfermeira pleno do pronto socorro infantil do Hospital São Camilo, pôs

graduação em administração hospitalar pelo são Camilo, graduada em enfermagem pela UniNove.

ANA PAULA PEREIRA • Enfermeira chefe do departamento pediátrico do Hospital São Camilo, pôs graduada em

gerenciamento em enfermagem pela Sao Camilo, cuidados de urgência e emergência em pediatria, adolescentes com

módulo Neonatal no Instituto da criança e graduada em enfermagem pela Universidade do grande ABC

RESUMO O objetivo deste estudo é relatar a experiência do envolvimento da equipe de enfermagem à criança oncológica e seu familiar na Unidade de Terapia Intensiva

Pediátrica. Trata-se de um relato de experiência realizado em um hospital privado da cidade de São Paulo, com início em Janeiro de 2014. Percebemos que

no cuidar da criança e família oncológica, existe a importância de estabelecer o vínculo de confiança, e que através do mesmo, poderemos interagir melhor, ter

maior percepção de suas necessidades, proporcionando um atendimento clínico, humanizado e individualizado e interdisciplinar. Por conta desse vínculo hoje

conseguimos uma adesão melhor da criança oncológica e sua família, fazendo com que melhore a qualidade da assistência e o resultado do tratamento. Como

parte da assistência à criança oncológica, queremos relatar a importância desse envolvimento que irá gerar impacto direto no resultado do cuidado em oncologia

pediátrica, transcendendo questões técnicas e rotinas, levando ao desenvolvimento de competências para atender a singularidade e as necessidades da criança

e seu familiar.

PALAVRAS-CHAVEOncologia pediátrica, Assistência de enfermagem em crianças oncológicas, Enfermagem.

ABSTRACT The objective of this study is to report the experience of the involvement of the nursing team to cancer child and his family in the Pediatric Intensive Care Unit. This

is an experience report performed at a private hospital in São Paulo, starting in January 2014. We realize that the child's care and oncology family, there is the

importance of establishing the bond of trust, and that through even we can better interact, have greater awareness of their needs, providing clinical care, humanized

and individualized and interdisciplinary. Because of this link now got a better adhesion of cancer children and their families, causing improve the quality of care and

treatment outcome. As part of the assistance to cancer child, we report the importance of this involvement that will generate direct impact on the outcome of care

in pediatric oncology, transcending technical issues and routines, leading to the development of skills to meet the uniqueness and the child's needs and your family.

KEYWORDSPediatric Oncology Nursing care in children with cancer, Nursing.

RESÚMEN El objetivo de este estudio es reportar la experiencia de la participación del equipo de enfermería al niño el cáncer y su familia en la Unidad de Cuidados Intensivos

Pediátricos. Se trata de un relato de experiencia realizada en un hospital privado de São Paulo, a partir de enero de 2014. Somos conscientes de que el niño la

atención y la familia de oncología, está la importancia de establecer el vínculo de confianza, y que a través aun que mejor podemos interactuar, tener un mayor

conocimiento de sus necesidades, la prestación de atención clínica, humanizado e individualizado e interdisciplinario. Debido a este enlace ahora tiene una mejor

adherencia de los niños con cáncer y sus familias, lo que mejorará la calidad de la atención y el tratamiento resultado. Como parte de la asistencia a los niños el

cáncer, nos informan de la importancia de esta participación que genere impacto directo en el resultado de la atención en oncología pediátrica, que trasciende las

cuestiones técnicas y rutinas, lo que lleva al desarrollo de habilidades para cumplir con la singularidad y las necesidades del niño y su familia.

PALABRAS-CLAVEOncología Pediátrica Cuidados de enfermería en los niños con cáncer, Enfermería.

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I • INTRODUÇÃOO câncer infantil corresponde a um grupo de várias patologias, tendo em comum a proliferação

descontrolada de células anormais, podendo aparecer em qualquer local do organismo1.Os tumores pediátricos apresentam menores períodos de latência e, em geral tem um crescimento

mais rápido e são mais invasivos, porém respondem melhor ao tratamento e possuem bom prognósti-co. Até a década de 1960, o câncer pediátrico era considerado uma doença de evolução fatal, porém avanços científicos e tecnológicos aumentaram a eficiência dos recursos terapêuticos disponíveis, promovendo importante aumento nos índices de sobrevida ao longo das últimas décadas1,2.

Sendo os tipos mais comuns de câncer na infância: as leucemias, os tumores cerebrais, os linfomas, tumores dos rins, sarcomas, entre outros3.

O câncer é uma patologia geralmente associada à dor e a um tratamento também muito doloroso pela maioria das pessoas, sem dúvida todo o processo que envolve o tratamento do câncer infantil é extremamente desagradável e causador de muito sofrimento, tornando a hospitalização um momento que merece mais cautela, pois além de submeter-se aos procedimentos tão incômodos, comuns deste processo, a criança se vê afastada de sua família, amigos, ambiente habitual e de suas atividades. O câncer traz efeitos físicos, psicológicos e emocionais devastadores, causando desorganização na vida dos que são diretamente atingidos por ele, e consequentemente sua família. Requer portanto, dos profissionais de saúde, sensibilidade e preparo para atender as crianças acometidas pela doença e capacidade de estabelecer objetivos realistas para o enfrentamento dos desafios ligados aos cuidados com pacientes portadores de neoplasias. A enfermagem oncológica tem grandes responsabilidades, compromissos e metas, bem como cuidados complexos e diversificados a serem desenvolvidos 1,4,5.

O tratamento de câncer pediátrico representa custos emocionais e instrumentais elevados para os pacientes, familiares e profissionais de saúde2.

No momento em que ocorre a hospitalização a criança passa a vivenciar uma realidade desconhe-cida para e ela e para sua família, se torna difícil compreender a necessidade de estar em um lugar di-ferente, ao lado de pessoas estranhas que passam a maioria do tempo transportando objetos, equipa-mentos que não fazem parte do seu cotidiano, como por exemplo, uma injeção de medicação, troca de soro, de curativos, instrumentos para medir pressão, temperatura, etc. Dependendo da maneira com que esse procedimento é realizado, a criança sente-se invadida, além de ser um processo doloroso4.

A criança apresenta dificuldades em entender à doença, os procedimentos diagnósticos e terapêu-ticos que são realizados, como em lidar com seu corpo doente. A equipe de saúde por sua vez, deve ter sensibilidade em prestar assistência além das técnicas, mas compreendendo todo o processo pelo qual passa a criança com câncer1.

As ações de cuidado não devem somente envolver atribuições técnicas de realização de procedi-mentos, mas também devem representar um elo, informando, orientando, dedicando um tempo para a família e para a criança, deixando-as expressar seus sentimentos, medos, anseios e esperanças, permitindo assim, que vivenciem e criem condições para o enfrentamento do processo6.

O cuidar envolve atitudes e ações simples como o toque, a escuta, estar sensível e perceptivo ao so-frimento do outro, ajudando-o na realização de suas atividades diárias, que a criança, nesse momento não consegue realizar. Este precisa ser oferecido com carinho e atenção, sendo assim vista como um cuidado pleno, encorajador, afetuoso e comprometido em auxiliar na adaptação às novas condições de vida6,7.

Assim, o cuidado implica em empatia, carinho, proporcionar medidas de conforto e com isso bem--estar, envolve doação, apoio, conversas, momentos juntos, sendo assim, contribuindo para um cui-dado ampliado e humano e não restrito a técnica. A equipe de enfermagem deve educar, cuidar, promover, advogar e coordenar o seu cuidado7.

Portanto, a assistência à criança com câncer deve abranger as necessidades físicas, psicológicas e sociais, incluindo personalização da assistência, promoção de cuidados traumáticos, preparação de

O cuidar envolve atitudes e

ações simples como o toque,

a escuta, estar sensível e

perceptivo ao sofrimento

do outro, ajudando-o na

realização de suas atividades

diárias, que a criança, nesse

momento não consegue

realizar.

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procedimentos e adoção de medidas para alívio da dor e desconforto, e incluir a família no processo de cuidar6.

O papel assistencial do enfermeiro abrange ações que este realiza quanto assume às necessidades de cuidados de enfermagem nos níveis preventivo, curativo e de manutenção da saúde dos pacientes, suas famílias e pessoas significativas. Este é um papel que o enfermeiro realiza por meio da utilização do processo de enfermagem, que é a base de toda a prática de enfermagem8.

O cuidado deve ser sentido, vivido, e para que o cuidado seja integrado no nosso dia a dia é preciso absorvê-lo, permitir que ele faça parte de nós mesmos, transformá-los em estilo de vida. Os enfermei-ros também deve prestar assistência ao entendimento, as necessidades e às preocupações da família e devem ajuda-los nas suas preferências e prioridades no plano de tratamento, envolvendo assim o controle da dor e demais sinais e sintomas, da ansiedade e depressão, além de compartilhar das de-cisões do cuidar com a criança e sua família4,9.

A doença e a internação hospitalar determinam para a criança o distanciamento de suas famílias e uma aproximação e convivência com os profissionais, que cuidam como se constituíssem uma família. A construção de uma relação da equipe de enfermagem com as crianças e seus familiares é inevitável, na maioria das vezes, pelo longo período de tratamentos e hospitalizações frequentes9.

Ao receber um diagnóstico de câncer, não só a criança, mas também, a família sofre em todo o processo de enfermidade, visto que essa é uma das doenças mais temidas pela humanidade, assim a inserção da família, durante todo o processo de assistência, torna-se fundamental para os cuidados necessários à criança e, também, para ter espaço de expressão e escuta do seu sofrimento e apren-dizado para lidar com o problema4,6.

A assistência de enfermagem a criança com câncer deve ser holística, mesmo sabendo das dificul-dades na sua implementação. Os cuidadores necessitam de recursos de apoio e segurança, revisão de seus conhecimentos sobre a doença e atividades de enfermagem nesta área e ainda tenham infor-mações sobre a evolução de crianças que cuidaram, minimizando sentimentos negativos, reduzindo incertezas sobre a efetividade do tratamento, levando-os a oferecer um cuidado otimizado e humani-zado4.

Os profissionais de saúde que cuidam de crianças com câncer enfrentam situações com os mais variados sentimentos, desde impotência frente à certeza de um prognóstico sombrio, até um bem estar no momento da alta pela possibilidade de cura. Para o enfermeiro, o ato de cuidar em oncologia pediátrica significa envolvimento, respeito, ética, satisfação e negociação. E quanto à percepção, os enfermeiros, mesmo reconhecendo que a doença é um evento da família e que cada criança vive esse momento de modo muito particular, demonstram que é um desafio para a assistência1.

Ao brincar e interagir com a criança o profissional enfermeiro estabelece uma relação afetuosa e, então, passa a ser a pessoa a quem a criança procura para brincar novamente, ou quando se sente ameaçada pelos inúmeros procedimentos aos quais é submetido1.

É necessário que o profissional enfermeiro compreenda a dor do outro, a fim de aliviá-la, buscando a recuperação e um bom padrão de qualidade de vida do paciente pediátrico1.

Muitas vezes o profissional tem limitações para lidar com cuidados paliativos e morte de crianças. Os autores ressaltam que cuidar de uma criança com cuidados paliativos é um processo de mobiliza-ção intensa, em que os profissionais experimentam emoções ambivalentes em um contexto que deve estar voltado para a promoção de conforto, alívio de dor e atendimento às necessidades da família. O fornecimento de suporte social, a humanização e a interdisciplinaridade são elementos fundamentais para diminuir os custos emocionais vivenciados pelos profissionais2.

Cabe aos profissionais estabelecerem uma relação de ajuda com paciente e família, por meio da comunicação efetiva, controle dos sintomas, medidas para alívio do sofrimento e apoio aos familiares frente à morte. O enfermeiro tem papel fundamental nos cuidados paliativos como na aceitação do diagnóstico e auxílio para conviver com a doença. Assim, desenvolve assistência integral ao paciente e

Assistência de Enfermagem em Oncologia Pediátrica: relato de experiência

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familiar, por meio da escuta atenta com o objetivo de diminuir a ansiedade devido ao medo da doença e do futuro10.

É necessário que a enfermagem ajude a família reconhecer seus problemas e caso possível, encon-trar soluções para os mesmos. Esta ajuda acontece por meio da comunicação eficaz que influência na melhor adaptação da criança e família aos sintomas apresentados. A tomada de decisões quando compartilhadas pode reduzir ansiedade e depressão, sintomas comumente apresentados10.

Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dispensada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança está inserida no contexto de família10.

É de extrema importância que o enfermeiro e sua equipe conheçam sobre o câncer, os sentimentos manifestados pelas crianças em tratamento e seus familiares, a fim de nortear a conduta para uma assistência que atenda as necessidades, tanto biológicas, quanto psicológicas destas crianças1.

O cuidar vai além de executar técnicas, ele envolve presença, confiança e atitude do profissional enfermeiro com o paciente que está sendo cuidado. Para cuidar, é preciso, em muitos momentos, colocar-se no lugar do outro e perceber, mesmo na linguagem não verbal, as necessidades fisiológicas e emocionais, proporcionando ao outro conforto e segurança, para que ele possa conviver melhor com os momentos difíceis, de forma mais amena e tranquila7.

Um simples gesto, um toque, o estar atento, um olhar, um sorriso carinhoso são considerados maneiras de expressar interesse pelo outro. Esta expressividade é considerada um instrumento impor-tante para recuperação e bem estar dos seres cuidados, bem como para própria saúde e felicidade dos cuidadores, assim, a relação de cuidado é acompanhada de uma troca, um compartilhar de expe-riências vividas entre cuidadores a seres cuidados7.

A atenção humanizada na prestação do cuidado prepassa pelo acolhimento da experiência singular do adoecimento observada durante o cuidar e tratamento prescrito aos pacientes e como é entendi-da pela sua rede social. A realização do cuidado depende da conjução de algumas ações, sendo a fundamental investir na qualidade da relação entre aquele que cuida, e aquele que é cuidado, isto é, o paciente e sua família7.

Entende-se que para cuidar, precisa-se ter por base o sistema de valores humanísticos e de sensibi-lidade a fim de considerar os sentimentos diante da doença do paciente hospitalizado, do tratamento e da esperança de vida7.

Cuidar significa se apegar à criança devido ao tempo de tratamento, apoiar a família e, por vezes, colocar-se no lugar da mãe por também ser mãe. Conclui-se que o cuidado em oncologia pediátrica transcende questões técnicas e rotinas e demanda competências para atender às singularidades e necessidades da criança e da família9.

Diante da observação do trabalho cotidiano do enfermeiro e da percepção das necessidades e com-plexidades do cuidado às crianças e adolescentes com câncer infantil, compreendeu-se a evidente importância de uma equipe de saúde multiprofissional no acompanhamento da saúde da criança. So-mente dessa maneira é possível desenvolver uma assistência individualizada e de qualidade, tendo em vista a possibilidade de integrar a objetividade e a subjetividade, tanto à criança quanto à sua família, a partir de uma abordagem humanizada11.

II • OBJETIVOO objetivo do estudo foi relatar a experiência do envolvimento da equipe de enfermagem à criança

oncológica e seu familiar na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

III • METODOLOGIATrata-se de um Relato de Experiência realizado na UTI Pediátrica de um Hospital Particular na cidade

de São Paulo. O relato foi realizado no mês de Janeiro de 2014. A UTI Pediátrica possui 17 leitos, sendo 3 isolamentos.

Os profissionais de saúde

que cuidam de crianças

com câncer enfrentam

situações com os mais

variados sentimentos, desde

impotência frente à certeza

de um prognóstico sombrio,

até um bem estar no momento

da alta pela possibilidade

de cura.

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IV • RELATO DE EXPERIÊNCIAEm Janeiro de 2014 na UTI Pediátrica de um hospital de grande porte da cidade de São Paulo

mudou-se a rotina de internações.Internava-se em sua maioria crianças com problemas respiratórios e muito raramente crianças onco-

lógicas ou cardíacas, porem essa rotina começou a mudar, quando resolveu-se tornar essa UTI Pediá-trica referência em crianças oncológicas.

Primeiramente a enfermagem demonstrou muito medo e receio por essa mudança, muitas questões foram levantadas, como daríamos conta de um atendimento adequado, se saberíamos trabalhar com os cateteres, quimioterápicos, com tantas medicações e condutas novas, nosso emocional como fica-ria, como seria lidar com o emocional dessas crianças e seus familiares.

Como toda situação nova, estávamos com medo e inseguros, porém vieram as primeiras internações e com elas os aprendizados, não só teóricos, mas também dos valores da vida, da força de viver, da coragem, da simplicidade e da pureza.

Foi através do cuidado com essas crianças com câncer e seus familiares que aprendemos trabalhar além da teoria, mas sim sermos mais humanos, mais humildes e ver a vida de outra maneira. Aprende-mos a cada dia com cada criança uma nova medicação, um novo cateter, uma nova forma de quimio-terápicos e principalmente uma nova forma de cuidar.

Buscamos o aprendizado sobre novos quimioterápicos e medicações através de discussões, ques-tionamentos com as oncologistas e bibliografias, a partir dessas discussões foi criado e inserido um novo protocolo nessa UTI Pediátrica, para a utilização exclusiva da via branca do cateter central para administração de determinada medicação, pois a mesma impregna-se na via do cateter impossibili-tando a coleta de exames laboratoriais nessa via, com a implementação desse protocolo evitou-se a necessidade da punção venosa para coleta de exames laboratoriais, evitando assim mais dano, trauma e sofrimento à criança.

Cuidado esse que só obtivemos a partir das reuniões multidisciplinares realizadas diariamente, onde discutimos os casos, as alterações de condutas, a melhor maneira de aplicá-las, foi montando assim um planejamento terapêutico, pelas oncologistas, garantindo a assistência multidisciplinar, planejamen-to esse que foi elogiado e destacado na avaliação da JCI em 2015.

Vivenciamos que cada cuidado é individualizado, que cada criança precisa ser vista como única, que um simples gesto com uma alimento diferenciado pode fazer toda diferença para sua estadia hospitalar, muitas vezes tão dolorosa.

Como resultado das reuniões multidisciplinares foi acordado com a nutrição e equipe que a alimenta-ção dessas crianças seria diferenciadas, a nutricionista realiza sua visita diária e pergunta o que a crian-ça deseja comer e dentro do possível o que ela desejar comer, independente do horário será oferecida para ela, como várias vezes aconteceu, uma tapioca no meio da noite, uma batata frita, uma pipoca e muitos outros casos, que trazem momentos de alegria e satisfação.

Nota-se então a importância do vínculo criado, tanto com a criança como com sua família, vínculo esse que transcende a teoria e a prática e até mesmo o cuidado humanizado, através de um sorriso, um abraço apertado, uma brincadeira, torna toda internação menos dolorosa, levando confiança e alívio da dor para a criança com câncer e sua família.

Por muitas vezes transcendemos esse cuidado humanizado, liberando que as crianças andassem pelos corredores, tivessem contato entre si, utilizassem os computadores para brincar, esquecendo-se dos riscos que isso poderia oferecer como infecção cruzada, a partir de um caso ocorrido em nos-sas reuniões ficou estabelecida, onde houve a intervenção da DCIH que os isolamentos deveriam ser respeitados a risca, e que não deveria transcender o cuidado humanizado, que colocasse em risco a integridade e segurança da criança.

A cada dia que se passava e a cada internação, tornávamos mais confiantes e mais experientes, conseguindo realizar um atendimento mais adequado e individualizado.

Assistência de Enfermagem em Oncologia Pediátrica: relato de experiência

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A equipe multidisciplinar interagia entre si, discutindo cada caso, procurando buscar a melhor manei-ra de atender a singularidade de cada criança.

As oncologistas nos ensinaram a cada dia com paciência e confiança, sempre incentivando e elo-giando a cada melhora.

O vínculo foi criado com cada criança e vimos a olho nú a importância desse vínculo.Hoje conseguimos ver tudo com mais clareza, que aquele medo do desconhecido não existe mais,

que fomos capazes de aprender e transcender as nossas capacidades e expectativas, tornou-se uma patologia cotidiana e levamos de uma forma clara, leve e segura, porém sem perder o referencial de que o atendimento de cada criança deve ser humanizado, individualizado não perdendo a importância da gravidade do seu cuidado.

Foi através da implantação e implementação de protocolos e alterações dos planos de cuidados, que avaliamos de uma nova forma o paciente para o preenchimento dos documentos institucionais, devido a novos riscos oferecidos a essas crianças, garantindo a segurança, evitando danos e eventos adversos.

Criamos expectativas e por vezes nos decepcionamos, torcemos juntos, sofremos juntos, até chora-mos juntos, acabamos nos tornando uma grande família, muitas vezes nos colocando no lugar do outro,

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porém não nos esquecendo da importância da busca do aprendizado, das atualizações e inovações.Por fim, despertou-se a vontade de aumentar esse conhecimento, aprofundamento da oncologia

pediátrica, onde algumas enfermeiras hoje possuem o desejo da busca do conhecimento através de uma pós-graduação específica em oncologia pediátrica.

V • CONSIDERAÇÕES FINAIS Contudo chegou-se a conclusão da importância do cuidado especializado da enfermagem e da

equipe multidisciplinar no tratamento da criança com câncer e seu familiar.Onde através de reuniões multidisciplinares, discussões dos casos, toda a equipe pode pensar e

trabalhar juntos, criando protocolos, planejamento terapêutico, que levou a proporcionar um tratamento humanizado e eficaz.

Cuidado esse que implica em compreensão do cuidado individualizado, humano que busca o equilí-brio entre teoria e humanização.

O entendimento da necessidade da criança e do seu familiar através do vínculo criado proporciona uma melhora da qualidade de vida dessas crianças, trazendo confiança, fazendo com que o tratamento seja menos doloroso e com melhor resultado.

Assistência de Enfermagem em Oncologia Pediátrica: relato de experiência

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Camila Ferreira da SilvaRita de Cássia Tapie MartinsHellen Gouveia Jacinto

Avaliação do Conhecimento do Graduando de Enfermagem Sobre Aspectos Normativos da Profissão

Assessment of Nursing Undergraduates Knowledge on Regulatory Aspects of the Profession

Evaluación del Conocimiento del Graduando de Enfermería Sobre Aspectos Normativos de la Profesión

CAMILA FERREIRA DA SILVA • Bacharel em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi.

RITA DE CÁSSIA TAPIE MARTINS • Bacharel em Enfermagem pela Universidade Anhembi Morumbi.

HELLEN GOUVEIA JACINTO • Doutora em Enfermagem pela Universidade de São Paulo.

RESUMO Enfermeiros vivenciam situações que exigem conhecimentos de legislações que normatizam a enfermagem. Ética profissional nos cursos de graduação em

enfermagem é administrada em uma única disciplina com baixa carga horária no início do curso. O trabalho avaliou o conhecimento dos graduandos sobre

instrumentos normativos, Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, Código de Ética em Enfermagem e as Resoluções do Cofen. Resultados demonstram

desconhecimento dos conteúdos normativos profissionais.

PALAVRAS-CHAVEGraduando em Enfermagem

ABSTRACT Nurses go through situations that require knowledge of the legislations that regulate the nursing profession. Nursing graduation courses teach professional ethics

in a single, low load-hour discipline early in the course. The assessment work gauged the knowledge of the undergraduates on regulatory instruments, the Nursing

Professional Exercise Law, the Code of Ethics in Nursing, and the Cofen Resolutions. The results have shown ignorance of the professional regulatory contents.

KEYWORDSMajoring in Nursing

RESÚMEN Enfermeros experimentan situaciones que exigen conocimientos de legislaciones que normalizan la enfermería. La ética profesional en los cursos de graduación

en enfermería es administrada en una única disciplina con baja carga horaria en el inicio de la carrera. El trabajo evaluó el conocimiento de los graduandos sobre

instrumentos normativos, Ley del Ejercicio Profesional de Enfermería, Código de Ética en Enfermería y las Resoluciones del Consejo Regional de Enfermería -

COFEN. Los resultados demuestran el desconocimiento de los contenidos normativos profesionales.

PALABRAS-CLAVEEspecialización en Enfermería

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I • INTRODUÇÃOA enfermagem surgiu em 1854 com estudos de Florence Nightingale, que posteriormente fundou a

escola de enfermagem do hospital Saint Thomas1. No Brasil, a primeira escola de enfermagem foi fun-dada em meados de 1890, inicialmente chamada de Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, sendo coordenada por médicos, hoje é conhecida por Escola de Enfermagem Alfredo Pinto e pertence à Universidade do Rio de Janeiro (UNIRIO)2.

Posteriormente em 1923, o Departamento Nacional de Saúde Pública juntamente com a Fundação Rockfeller trouxe ao Brasil um grupo de enfermeiras norte americanas que iniciaram um curso inten-sivo e criaram a atual Escola de Enfermagem Ana Nery, que seguia os padrões de ensino de Florence Nightngale2.

Em 1926 fundou-se a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras, atual ABEn3. O exercício da profissão foi regulamentado pelo decreto Nº 20.109 em 1931, e também instituiu a

Escola Anna Nery como escola padrão, instituindo normas para obtenção do diploma3.Somente em 1973 foram criados os Conselhos Federais e Regionais de Enfermagem, através da Lei

5.905, definidos como órgãos disciplinadores da profissão de auxiliares, técnicos e enfermeiros4. E em 1949 através da Lei Nº775, a profissão foi fragmentada, dando espaço as categorias de auxiliar, técnico de enfermagem e enfermeiro, cada categoria com um curso distinto5. E em 1986 foi sancionada a Lei do exercício Profissional de enfermagem, Lei Nº7.498/86, reconhecendo as categorias e regulamentando a profissão6.

Em 1996, estabeleceram-se as diretrizes e bases para educação nacional, através da aprovação da Lei Nº9394/86, possibilitando a adoção de diretrizes curriculares específicas para cada curso, dentre as quais as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em enfermagem, em 20015.

Estas diretrizes descrevem que o enfermeiro deve possuir competências que permitam entre outras atividades assumir compromisso ético, humanístico e social com o trabalho multiprofissional em saúde, gerenciar o processo do trabalho em enfermagem com princípios de ética e bioética, respeitar os prin-cípios éticos, legais e humanísticos da profissão e reconhecer o papel social do enfermeiro para atuar em atividades de política e planejamento em saúde, assim a ética deve estar presente em todas as ações do enfermeiro e para tanto é necessário que o conhecimento deste profissional sobre o assunto seja amplo, possibilitando respaldar-se em suas práticas profissionais, prevenindo e minimizando erros7.

Descrever o trajeto da criação da profissão de enfermagem visa mostrar a importância da existên-cia do código de ética, das leis e resoluções existentes, objetos aqui avaliados, bem como incentivar o graduando a procurar conhecer seus direitos enquanto profissional e os órgãos regulamentadores existentes, pois conhecendo os documentos que respaldam suas atividades profissionais, o graduando de enfermagem torna-se um profissional mais seguro no desenvolver de suas atividades profissionais.

II • OBJETIVOAvaliar o conhecimento do graduando de enfermagem sobre os aspectos normativos da profissão:

Lei do exercício profissional, código de ética em enfermagem e resoluções Cofen.

III • MÉTODOPesquisa descritiva e exploratória de natureza quantitativa realizada em uma escola de ciências da

saúde de uma universidade privada do bairro da Móoca na Zona Leste do município de São Paulo.A população foi constituída de jovens adultos com idade acima de 19 anos de ambos os sexos, matri-

culados entre o 5º e 8º semestre do curso de graduação em enfermagem da escola de ciências da saú-de, amostra não probabilística intencional, tendo como critério de intencionalidade a matrícula no curso de graduação em enfermagem entre o 5º e o 8º Semestre nos períodos matutino, vespertino e noturno,

O instrumento de coleta de dados é um questionário com perguntas abertas e fechadas. O instru-mento divide-se em cinco etapas, a primeira está direcionada aos dados biopsicossociais, a segunda

O Código de Ética dos

Profissionais de Enfermagem

(CEPE), em sua última

revisão e publicação de

2007, lista em seus 132

artigos, os direitos, deveres

e proibições dos profissionais

de enfermagem em diversos

assuntos pertinentes à

prática de enfermagem.

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avalia o nível de conhecimento do graduando sobre a lei do exercício profissional, a terceira avalia o nível de conhecimento sobre o código de ética em enfermagem, a quarta avalia o nível de conhecimento so-bre as resoluções normativas editadas pelo Cofen e a quinta está direcionada às opiniões e sugestões do pesquisado sobre o ensino de legislações nos cursos de graduação em enfermagem.

IV • TRAJETÓRIA METODOLÓGICAApós aprovação do projeto pelo Comitê de ética em pesquisa da Universidade, foi realizada a apre-

sentação do projeto, seus objetivos e metodologia em sala de aula aos alunos, convidando-os a parti-ciparem da pesquisa.

Os sujeitos que se enquadraram aos requisitos do estudo e por livre e espontânea vontade aceitaram participar da pesquisa preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e após entrega do termo aos pesquisadores devidamente assinado, foi entregue o instrumento de coleta de dados.

Dentre o público alvo estipulado, foram avaliados cento e três alunos, matriculados entre o quinto e oitavo semestre do curso de graduação em enfermagem dos períodos matutino, vespertino e noturno.

A análise de dados foi realizada através de um procedimento estatístico de classificação, codificação e tabulação de resultados, que foram apresentados por meio de gráficos e tabelas, com posterior dis-cussão a luz dos referenciais teóricos pertinentes ao tema da pesquisa.

Os resultados produzidos foram apresentados em cinco etapas: perfil biossocial do sujeito, avaliação do conhecimento sobre a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem (LEPE), avaliação do conheci-mento sobre o Código de Ética em Enfermagem (CEPE), avaliação do conhecimento sobre as Resolu-ções do COFEN e percepção do sujeito sobre os conteúdos avaliados.

V • APRESENTAÇÃO DE RESULTADOSCom relação ao perfil biossocial dos sujeitos, houve uma incidência maior com relação ao sexo femi-

nino, que representou 85% do total de avaliados, contra somente 15% do sexo masculino. Além disso, houve prevalência de sujeitos com idade entre 19 e 29 anos, representando 81% dos avaliados, sendo que dentre o total avaliado 46% dos alunos não trabalham na área, enquanto 21% estão inseridos no mercado de trabalho.

Houve uma adesão maior ao projeto nos alunos matriculados no sexto semestre que representam 53% do público da pesquisa. Válido observar que são sujeitos que já vivenciaram a prática profissional de enfermagem em estágio curricular obrigatório, o que os incita a questionar as experiências éticas que vivencia.

Amorin descreve que a divisão do trabalho levou a uma construção social das mulheres, onde tarefas que envolvem sensibilidade, carinho e afetuosidade são consideradas femininas8. Portanto, ao cuidado de enfermagem são vinculadas conotações de debilidade, doença, dependência, dentre outras, o que sem dúvidas ajuda a justificar a predominância do sexo feminino na escolha da profissão de enferma-gem e portanto também justifica a prevalência de mulheres no perfil biossocial do presente estudo.

Quando se trata do conhecimento sobre a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem (LEPE), 49% dos sujeitos referem conhecer a LEPE, contrastando com outros 48% que referem não conhecer, e ain-da outros 3% que deixaram de responder a pergunta, em contrapartida, quando questionados sobre o conteúdo da LEPE, o resultado foi ‘negativo’, visto que somente 38% dos avaliados sabem o conteúdo, enquanto 45% refere não saber e outros 14% respondem a pergunta incorretamente, confundem o conteúdo da LEPE com o conteúdo do CEPE.

Ramos em seu trabalho que avaliou a ética que se constrói no processo de formação do enfermeiro, evidenciou que apesar de organizada em conteúdos específicos, por convenção, a ética foi apontada pelos professores como tema transversal, que permeia todo processo de formação dos alunos de gra-duação em enfermagem. Dessa forma, a inclusão da discussão ética em todos os assuntos da teoria e da prática configurou-se como principal estratégia para o ensino9.

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Apesar disto, evidencia-se que o tema ética e legislação não é abordado de forma contínua na gra-duação, pois o conteúdo é abordado em somente um semestre do curso, em uma única disciplina,com 40h semestrais, 2h semanais, fazendo com que os alunos posteriormente demonstrem carência de aprendizado sobre o mesmo.

Os sujeitos foram questionados sobre o número de artigos presentes na LEPE, 85% referem não saber responder contra 11% que souberam responder, por fim foi solicitado que os sujeitos descreves-sem um artigo da LEPE, somente 3% souberam descrever um artigo de forma correta, contra 64% que deixou de responder e ainda 28% que refere não saber responder. É válido ressaltar que neste estudo, quando os sujeitos deixam de responder alguma pergunta, subentende-se que existe um desconheci-mento sobre o assunto.

Dentre os 5% que conseguiram descrever um artigo, o artigo mais descrito foi o Art. 1º que diz “É livre o exercício da enfermagem em todo o território nacional, observadas as disposições desta lei”, mostrando que dentre todos os artigos da lei, onde alguns podem ser considerados de maior relevância técnico-científica para o profissional de enfermagem, o sujeito pesquisado só descreve o primeiro artigo da lei, o que novamente aponta seu desconhecimento sobre este instrumento.

A LEPE, descreve em seus 27 artigos, as funções do enfermeiro, sejam estas exclusivas ou como membro da equipe de saúde, e ainda as atividades pertinentes aos técnicos e auxiliares de enferma-gem, devendo servir como instrumento de orientação e respaldo, em relação a prática clínica da enfer-magem, o que justifica o dever do enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem ter pleno domínio de tal conteúdo, sendo dever da Instituição de Ensino, conforme previsto nas diretrizes curriculares dos cursos de enfermagem, instituídas através do MEC, fornecer estes conteúdos e avaliar a retenção deste conteúdo nos alunos. Prevenindo assim erros de conduta, direcionando estes profissionais a atentar--se às suas funções e ainda minimizando o número de processos éticos registrados nos respectivos órgãos de classe.

Corroborando com a afirmação descrita no parágrafo acima, Dantas et al., afirma em seu trabalho que os profissionais de enfermagem devem ter a obrigação de interessar-se por estudar as legislações que normatizam e regulamentam a profissão, sendo este dever reforçado através do art. 3º do Código Civil e 21º do Código Penal que demonstram o princípio da indesculpabilidade na legislação brasileira10. Sendo que as instituições de ensino devem corroborar para que a formação universitária não permita que o enfermeiro alegue desconhecimento como um motivo para furtar-se do cumprimento das leis11.

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), em sua revisão e publicação de 2007, lista em seus 132 artigos, os direitos, deveres e proibições dos profissionais de enfermagem em diver-sos assuntos pertinentes à prática de enfermagem.

Os profissionais de Enfermagem constituem atualmente o maior contingente da Área da Saúde, sen-do suas atividades orientadas por princípios e normas contidas no Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), cabendo à fiscalização do exercício da profissão ao Conselho Federal de En-fermagem (COFEN) na abrangência nacional e aos Conselhos Regionais de Enfermagem, no contexto estadual. Esta fiscalização é pautada pelas decisões sobre assuntos atinentes à ética profissional a qual orienta os profissionais a respeitarem os seus limites e reconhecerem seus direitos bem como as penalidades a que estarão submetidos, diminuindo assim o número de ocorrências movidas contra esses profissionais12.

Observa-se, atualmente, que embora orientada pelo CEPE aprovado através da Resolução COFEN Nº 311/2007, os profissionais das categorias Auxiliares, Técnicos e Enfermeiros, na realidade brasileira são submetidos a Processos Éticos, sendo crescente o número desses processos nos últimos anos, haja vista a ocorrência de processos judiciais e administrativos envolvendo o paciente e outros profissionais.

Conforme dados disponibilizados pelo COREN-SP,entre os anos de 2004 a 2007, foram julgados 232 processos éticos13, isso sem contar os processos que foram instaurados, porém não foram julgados e ain-da os processos omitidos, ou seja, a ocorrência do erro e a não divulgação deste, seja por medo das pe-

O princípio do Código de

Ética é estabelecer qual a

forma de um profissional

se conduzir no exercício

profissional, de maneira a

não prejudicar terceiros e

a garantir uma qualidade

eficaz de trabalho.

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nalidades descritas nas legislações ou por falta de conhecimento sobre como instaurar o processo em si. Numa segunda etapa, os sujeitos foram avaliados sobre os conteúdos presentes no Código de Ética

dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), onde deveriam responder, sim ou não, se conheciam ou des-conheciam o CEPE, resultando em 93% que afirmaram conhecer o instrumento, contra 7% que afirmam desconhecer o CEPE.

O Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE), em sua última revisão e publicação de 2007, lista em seus 132 artigos, os direitos, deveres e proibições dos profissionais de enfermagem em diversos assuntos pertinentes à prática de enfermagem.

Os sujeitos também foram questionados sobre os assuntos abordados no CEPE, em uma pergunta fechada, com somente uma alternativa correta, e a possibilidade de referir não saber o assunto, resul-tando em 83% dos sujeitos que responderam a pergunta incorretamente, contra somente 11% que souberam o conteúdo e ainda 6% que referem não saber responder, sendo assim se somarmos os 83% que responderam incorretamente a pergunta, com os 6% que não souberam responder, totalizamos 89% de sujeitos que desconhecem o conteúdo do CEPE.

Novamente observa-se que quando questionados sobre conhecer ou desconhecer o instrumento, os sujeitos subentendem que já ter ouvido falar sobre tal instrumento em algum momento da graduação significa conhecer, porém quando confrontados com o conteúdo presente no instrumento, observam seu desconhecimento, evidenciado no resultado de 89% obtido na questão sobre o conteúdo do CEPE.

O princípio do Código de Ética é estabelecer qual a forma de um profissional se conduzir no exercício profissional, de maneira a não prejudicar terceiros e a garantir uma qualidade eficaz de trabalho14.

Fernandes e Freitas (2007) afirmam que o sucesso da aprendizagem depende de estar presente em situações reais de vida e também de se utilizar de experiências reais para aprender15. Novamente reforça a ideia de atrelar conteúdo à prática, e a necessidade de abordar os conteúdos normativos da profissão durante todo o período da graduação, acentuando-se essa abordagem após o inicio da vi-vência clínica do sujeito, afim de que ao término da graduação, o mesmo esteja seguro de seus direitos, deveres e proibições enquanto profissional de enfermagem, bem como ciente das situações e conflitos éticos o qual poderá encontrar durante sua prática profissional.

Assim como com LEPE, os alunos foram questionados sobre o número de artigos e capítulos presen-tes no CEPE, o resultado foi 83% dos alunos não souberam responder, 9% responderam incorretamen-te, e somente 6% responderam corretamente ao assinalar a alternativa correta.

É importante ressaltar que ao ser incapaz de atender a demanda de pacientes, pela ineficácia de sua estrutura e déficit de profissionais, os profissionais de Enfermagem, ao estarem, diretamente envolvidos, nos cuidados dos pacientes, quando desconhecem seus deveres e direitos, ficam mais vulneráveis a imperícia, negligência e imprudência, tentando muitas vezes cobrir déficits de pessoal, estrutura, entre tantas outras questões amplamente divulgadas na Mídia Nacional.

Silva, M.E.D.C. et al. (2012) em seu trabalho de análise das infrações em processos éticos con-tra profissionais de enfermagem, refere que um dos fatores apontados nas justificativas contidas nos processos éticos, diz respeito à baixa escolaridade e a qualificação inadequada dos profissionais de enfermagem. Sendo que a falta de acesso aos conhecimentos éticos, técnicos e científicos, induz os profissionais a esses erros, tornando-os coniventes à desobediência e /ou a inobservância às dispo-sições legais contidas no artigo Nº 113 do CEPE que considera: Infração Ética é aação, omissão ou conivência que implique em desobediência e/ou inobservância às disposições do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem16.

Por fim, observa-se um aumento do número de processos éticos instaurados contra os profissio-nais de enfermagem, consequência do aumento da ocorrência de erros, bem como do aumento de notificação destes erros. Neste contexto, destacamos o despreparo dos profissionais no que se refere à conhecer os documentos que o amparam em sua conduta ética e prática profissional e evidencia a necessidade de ampliação e intensificação do ensino destes conteúdos, afim de diminuir os processos

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instaurados e contribuir com o crescimento da profissão.No que tange as Resoluções do Cofen, avaliou-se o conhecimento dos sujeitos com seis questões

simples, sem focar em uma resolução específica, objetivando somente saber se o sujeito conhece o significado da sigla COFEN e se sabe a finalidade das resoluções.

É válido ressaltar que Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) foi instituído através da Lei Nº 5.905/73, que em seu artigo Nº08, define que compete ao COFEN baixar provimentos e expedir instru-ções, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais e dirimir as dúvidas suscitadas pelos Conselhos Regionais17.

Assim, as resoluções publicadas pelo COFEN possuem um caráter esclarecedor, no intuito de firmar condutas especificar e esclarecer dúvidas sobre funções, procedimentos, técnicas e outros assuntos pertinentes à enfermagem.

Quando questionados sobre conhecer ou não conhecer o COFEN, onde deveriam descrever o signi-ficado da sigla, 76% dos sujeitos conseguiram descrever corretamente o significado, enquanto outros 22% deixaram de responder a pergunta e ainda outros 2% descreveu o significado de forma incorreta. Considerando-se que neste estudo os sujeitos que deixam de responder são considerados de forma semelhante aos que respondem errado, ou seja, desconhecem a resposta e portanto ou deixam de responder ou respondem incorretamente.

Em seguida foi perguntado aos sujeitos se conheciam a finalidade das resoluções do COFEN, onde poderiam responder sim ou não, e caso a resposta fosse sim, deveriam descrever a finalidade das re-soluções. O resultado foi um total de 56% dos sujeitos que referiu desconhecer a finalidade, 33% referiu conhecer porém não soube descrever, 5% não respondeu a questão e somente 6% referiu conhecer e descreveu corretamente a finalidade das resoluções.

No contexto atual, onde os profissionais de enfermagem têm sido constantemente expostos na mí-dia, conseqüência do aumento de infrações éticas, e tendo como base a finalidade das resoluções aprovadas pelo COFEN, que possuem um caráter esclarecedor visando dirimir as dúvidas pertinentes à vivência de enfermagem, conhecer algumas resoluções torna-se fundamental para desenvolver um prática segura enquanto enfermeiro e ainda direcionar as ações de sua equipe de forma correta, afim de minimizar a ocorrência das infrações éticas.

Novamente, cabem às instituições de ensino a formação de um profissional técnico-científico, ético--político e crítico-reflexivo conforme predisposto nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação em enfermagem, que norteiam tais instituições na elaboração do projeto pedagógico dos cursos, portanto se atualmente o profissional que as instituições estão formando não apresentam o perfil determinado por estas diretrizes, faz-se necessário uma revisão nas grades curriculares, a fim de restaurar o perfil previamente determinado.

Silva e Sena (2006) afirmam que o currículo dos cursos de graduação em enfermagem estão organi-zados por disciplinas, conformando uma grade curricular que aborda os temas e conteúdos do ciclo bá-sico e do ciclo profissional em dois blocos separados e descontextualizados18. Sendo assim, é eminente a fragmentação entre teoria e prática, entre assistir e ensinar, entre abordagem clínica e social, entre gerência e assistência, onde se ressalta que desde a graduação o profissional de enfermagem é dire-cionado a fragmentar os conteúdos aprendidos, fragmentando também a assistência prestada, quando a realidade é que estes deveriam ser direcionados a atrelar todos os conteúdos de forma homogênea.

Ocorre que a fragmentação dos conteúdos dos cursos de graduação em enfermagem e a diminuta carga horária disponível para alguns conteúdos geram os resultados encontrados nesta pesquisa, onde os sujeitos declaram conhecer os conteúdos, porém não conseguem argumentar quando ques-tionados sobre os mesmos.

Corroborando com o resultado obtido, Dantas et al, em 2013, realizou um estudo com enfermeiros atuantes em diversos cargos de nível hospitalar, e concluiu que os enfermeiros participantes possuem conhecimento insatisfatório acerca dos documentos que regem a sua profissão, carecendo de capaci-

Frente às transformações

que acontecem no cenário

profissional da enfermagem,

evidencia-se a necessidade

de preparar profissionais

capacitados para

desenvolver suas funções

de forma segura e com

qualidade.

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tação face às bases legais. A enfermagem, em especial, o enfermeiro, é um profissional com grandes responsabilidades. É o profissional responsável, em caráter privativo, pela equipe de enfermagem. Seja na assistência ao cliente, seja na administração dos serviços de enfermagem e de saúde, cabe a este profissional a constante atualização e revisão de suas habilidades e competências pessoais, de modo a realizar assistência de qualidade10.

Em um último momento, os sujeitos foram convidados a opinarem sobre os conteúdos avaliados ao longo do questionário, onde 66% dos sujeitos declaram-se inseguros sobre os conteúdos avaliados no questionário e outros 30% consideram-se seguros sobre os conteúdos.

O ensino da ética na formação de enfermeiros representa uma esfera essencial na construção do papel dos futuros profissionais. Questões éticas permeiam as experiências pessoais, as vivências nos cenários de ensino e de trabalho, merecendo atenção que contemple as dúvidas e conflitos próprios do processo de formação. Os docentes são responsáveis por proporcionar espaços e construir estratégias que deem visibilidade à ética em todos os momentos da formação e promovam a reflexão ética a partir dos problemas práticos9.

Alguns declaram que o conteúdo foi fracamente abordado em sala de aula e outros declaram não ter conhecimento necessário sobre os temas, o que corrobora com o resultado encontrado em alguns poucos estudos realizados sobre o tema.

Batista et al (2014) afirma que o ensino da ética e da bioética nos cursos de graduação em Enferma-gem freqüentemente apresentam abordagens estritamente conceituais, fazendo que a disciplina seja menosprezada em detrimento àquelas de aplicabilidade prática.

O mesmo autor supracitado em um relato de experiência sobre o ensino de ética nos cursos de graduação em enfermagem afirma que o ensino da ética para acadêmicos de enfermagem possui uma pequena carga horária e poucas simulações de situações onde a conduta ética deve estar presente, desta forma corroborando com as questões levantadas através das justificativas apresentadas pelos sujeitos desta pesquisa, “poucas aulas e conhecimento”, ressaltando a necessidade de uma revisão na carga horária disponibilizada para o ensino de ética/bioética e ética profissional.

Em contrapartida, os alunos que referem que seu conhecimento sobre os assuntos avaliados é segu-ro o bastante para exercer uma prática segura, apresentam uma argumentação fraca, que se justifica, por exemplo, em: “Pois para ser um bom profissional, nem sempre é preciso saber leis”. Como ser um bom profissional sem saber o que compete à sua profissão especificamente? Como distribuir tarefas à equipe sem saber se o profissional o qual será incumbido de realizar a tarefa tem respaldo legal para fazê-lo?

Dantas et. al. (2013) afirma que cabe ao enfermeiro, em especial, o conhecimento das bases legais que norteiam a profissão. Para este profissional, responsável por conduzir eticamente os profissionais de enfermagem, seja no âmbito do ensino, pesquisa, assistência ou administração, será necessário a ele o conhecimento das bases teóricas, técnicas, ética e legal, de modo que sua atuação tenha respal-do e visibilidade10.

Oguisso e Schmidt (1999) afirmam que os estudantes de graduação devem ser mobilizados desde o momento em que escolheram a Enfermagem como profissão para participarem na vida social e política da enfermagem, através das organizações profissionais da classe, a fim de influenciar efetivamente nos destinos da profissão11.

Os autores ainda vão além do conhecer as legislações que permeiam a profissão da enfermagem e afirmam que o profissional de enfermagem deve ter interesse em conhecer o processo para elaboração de normas jurídicas para tornar a profissão socialmente mais reconhecida e valorizada, além de torná-la mais visível, o que em última instância será benéfica para todos, sejam os profissionais ou a sociedade que eles devem servir11.

Saber o que é certo ou errado, conforme citado por alguns sujeitos, não é o bastante para exercer um prática profissional segura, afinal, o discernimento entre certo e errado é algo que tange a esfera

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do caráter do ser humano, influenciando em qualquer outra esfera da vida pessoal e profissional de qualquer indivíduo.

E ainda, o conhecimento da esfera ética-política da enfermagem, com foco nas legislações perti-nentes à profissão, influencia no desenvolvimento do percurso histórico da profissão, que se constrói lentamente ao longo dos anos.

VI • CONSIDERAÇÕES FINAISEste estudo evidenciou o desconhecimento dos sujeitos no que tange os aspectos normativos da

profissão. Através dos conteúdos avaliados, CEPE, LEPE e Resoluções Cofen, os mesmos referem conhecer, porém possuem argumentação fraca, não conseguem comprovar esse conhecimento, pois quando questionados sobre conhecer o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, o número de sujeitos que referem conhecer é maior, isso quando comparados com os que referem não saber, porém no momento seguinte, quando são questionados sobre o assunto, conteúdo e artigos abordados nos respectivos documentos, o número de sujeitos que não sabem responder corretamente é exacerbadamente maior do que os que respondem corretamen-te as perguntas. Ainda, com relação às resoluções COFEn, os sujeitos referem conhecer o órgão que aprova as resoluções, porém afirmam não conhecer e não saber descrever nenhuma resolução.

Ao fim da pesquisa, os sujeitos reconhecem a insuficiência de seus conhecimentos sobre os aspec-tos normativos da bem como a necessidade existente de buscar a releitura e revisão constante de tais conteúdos.

Frente às transformações que acontecem no cenário profissional da enfermagem, onde há aumento no número de erros e consequentemente aumento no número de processos éticos julgados, evidencia--se a necessidade de preparar profissionais capacitados para desenvolver suas funções de forma se-gura e com qualidade.

Conclui-se a necessidade de que os conteúdos referente à legislações que norteiam a prática profis-sional da enfermagem sejam abordados em todos os momentos da graduação, desde a sala de aula até as práticas clínicas em estágios curriculares, pois é neste momento em que os alunos irão se deparar com situações que confrontam a ética profissional.

E ainda conclui-se também a necessidade de mais estudos sobre o tema, visto os poucos estudos publicados.

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Daniele Aguiar de Souza Andrade Renato Ribeiro Nogueira Ferraz

Tratamento Tópico da Epidermólise Bolhosa por Equipe de Enfermagem: uma revisão sistemática

Treatment by Team Multidisciplinary Epidermolysis Bullosa: a systematic review

Tratamiento Tópico de la Epidermólisis Bullosa por Equipo de Enfermería: una revisión sistemática

DANIELE AGUIAR DE SOUZA ANDRADE • Enfermeira da UTI infantil do Hospital São Camilo Santana, pós graduada em

enfermagem dermatológica e docência. Membro da Sobende e Sobenfee.

RENATO RIBEIRO NOGUEIRA FERRAZ • Programa de Mestrado Profissional em Administração – Gestão em Sistemas

de Saúde (PMPA-GS) – Universidade Nove de Julho (UNINOVE) – São Paulo – SP.

RESUMO A epidermólise bolhosa refere-se a um grupo raro de doenças cutâneas hereditárias e é caracterizada por pele frágil, na qual lesões que geralmente contêm fluido (vesículas), que se desenvolvem após trauma mínimo. Conhecer e revisar as formas de cuidado na realização dos curativos torna-se importante tendo em vista a complexidade da doença. O objetivo foi realizar uma revisão sistemática com o intuito de verificar qual forma de tratamento com curativos pela enfermagem mostrou-se mais eficaz, apresentando melhora significativa nas lesões. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica na base de dados PubMed / MEDLINE, no período de fevereiro de 2013. Foram incluídos na avaliação apenas quatro artigos, que efetivamente comparavam os resultados entre tratamentos com curativos pela equipe de enfermagem. Concluiu-se que a atuação da equipe multidisciplinar e o uso de coberturas antiaderentes são essenciais para a melhora nas lesões. As coberturas não aderentes à base de substância polimérica possuem melhor capacidade de absorção do excesso de exsudato e promovem o desbridamento autolítico.

PALAVRAS-CHAVEGestão em Saúde. Epidermólise bolhosa. Enfermagem. Dermatologia. Coberturas.

ABSTRACT Introduction: Bullosa epidermolysis refers to a group of rare inherited skin diseases and is characterized by fragile skin where lesions usually containing fluid (vesicles), develop following minor trauma. To review the forms of care in performing the dressing is important in view of the complexity of the disease. Objective: To conduct a systematic review in order to find what form of curative treatment by nursing proved more effective with significant improvement in the lesions. Method: A literature search was performed in PubMed / MEDLINE database, from February 2013. Results: We included only four review articles, which effectively comparing the results between treatments with curative by the nursing staff. Conclusion: The role of the multidisciplinary team and the use of non-stick covers are essential to the improvement in the lesions. Non-adherent coverage of the base polymer material has improved ability to absorb excess exudates and promote autolytic debridement.

KEYWORDSManagement in Health. Bullosa Epidermolysis. Nursing. Dermatology. Skin Coverage.

RESÚMEN La epidermólisis bullosa se refiere a un raro grupo de enfermedades cutáneas hereditarias y está caracterizada por piel frágil, en la cual hay lesiones que generalmente contienen fluido (vesículas), que se desarrollan después de un mínimo trauma. Es importante conocer y revisar las formas de cuidado al realizar las curaciones, teniendo en vista la complejidad de la enfermedad. El objetivo fue realizar una revisión sistemática con la intención de verificar qué forma de tratamiento con curaciones realizadas por la enfermería se mostró más eficaz, presentando relevante mejora en las lesiones. Se realizó una investigación bibliográfica en la base de datos PubMed / MEDLINE, en el período de febrero de 2013. Fueron incluidos en la evaluación sólo cuatro artículos, que efectivamente comparaban los resultados entre tratamientos con curaciones por el equipo de enfermería. Se concluyó que, la actuación del equipo multidisciplinario y el uso de recubrimientos antiadherentes son esenciales para la mejora de las lesiones. Los recubrimientos de sustancia polimérica no adherentes a la base tienen mejor capacidad de absorción del exceso de exsudado y promueven el desbridamiento autolítico.

PALABRAS-CLAVEGestión en Salud. Epidermólisis bullosa. Enfermería. Dermatología. Recubrimientos.

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Tratamento Tópico da Epidermólise Bolhosa por Equipe de Enfermagem: uma revisão sistemática

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I • INTRODUÇÃOSegundo Boeira, a epidermólise bolhosa (EB) refere-se a um grupo raro de doenças cutâneas he-

reditárias e é caracterizada por pele frágil, na qual lesões que geralmente contêm fluido (vesículas), desenvolvem-se após trauma mínimo1.

Na EB ocorrem flictenas relacionadas a traumatismos cutâneos, além das deformidades em forma de luva de pés e mãos, fusão de quirodáctilos e contraturas músculo-cutâneas2. As lesões cutâneas são comparáveis a queimaduras de 3º grau, ocorre flictenas em qualquer parte do corpo com grande pre-disposição à infecção. Segundo Vergara, há muitas formas clínicas de epidermólise, o que se constitui em um importante para obter a sua classificação e permitir que se preveja um prognóstico. Um ponto vital para o tratamento do paciente é o entendimento adequado da doença, especialmente pelos pais, que são aqueles que mais deverão fornecer apoio a essa crianças de futuro sombrio2,3.

Na atualidade, a maior parte dos curativos é realizada com uma cobertura não aderente à lesão, e que podem ser removidos sem trauma. Identificou-se a utilização de curativos com gazes vaselinadas, pomada de sulfadiazina de prata 1%, e membranas poliméricas. Sendo assim, faz-se necessário co-nhecer e revisar as formas de tratamento disponíveis, visando a escolha de um tratamento mais eficaz tendo em vista a complexidade da doença.

II • MÉTODOUma revisão sistemática foi realizada em diferentes bases de dados utilizando-se a ferramenta Goo-

gle Acadêmico e a seguinte estratégia de busca: “epidermólise bolhosa, tratamento”. Foram selecio-nados artigos utilizando-se os seguintes critérios de inclusão: textos integrais livres, publicados nos últimos cinco anos, tendo humanos como fonte do estudo.

III • RESULTADOSA revisão de literatura foi finalizada no dia 28 de fevereiro de 2014. Um total de 26 artigos foram encon-

trados. Porém, somente 4 se adequaram aos critérios de inclusão. Com relação às exclusões, não foram revisados, de acordo com os critérios já expostos, artigos com mais de cinco anos de publicação, pagos, ou que não incluíam estudos com seres humanos4.

Santos elaborou um estudo de caso sobre uma criança de 12 anos, com EB distrófica recessiva, seve-ra e generalizada, presente desde o nascimento. Concluiu que doentes com as formas mais severas da EB distrófica recessiva geralmente sobrevivem até à idade adulta e vão necessitar de cuidados contínuos durante toda a vida, necessitando ainda de avaliação a cada seis meses por uma equipe multidisciplinar. As bolhas formadas “de novo” devem ser lancetadas e drenadas, prevenindo desta forma que se alar-guem devido à pressão do fluido. Na maioria dos casos, a colocação de curativos nas lesões bolhosas divide-se em três camadas: a primeira, não aderente, geralmente é impregnada com um emoliente ou um antisséptico tópico; a segunda camada deverá estabilizar a primeira e conferir uma espécie de acolcho-amento para permitir maior atividade física (usam-se geralmente rolos de gase); por fim, a terceira deverá ter características elásticas para assegurar a integridade do conjunto (ex-ataduras de crepe).

Ângelo et al analisaram revisão da literatura acerca da epidermólise bolhosa enfatizando suas manifes-tações clínicas e os principais aspectos que interferem com a saúde dos pacientes acometidos por essa condição5. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que antes de iniciar o tratamento, é fundamental entrar em contato com a equipe de saúde multidisciplinar responsável pelo acompanhamento clínico do paciente, e os cuidados devem ter início desde o nascimento. O suporte clínico objetiva a prevenção e o tratamento das bolhas, infecções, retrações e sinéquias. Com esta concepção, são utilizados curativos emolientes, e antibióticos nas feridas. Nos casos de adesão dos tecidos causada por excessivas bolhas, como na sindactilia das mãos, pés e estenose esofágica, são realizadas correções cirúrgicas.

Seabra e Palermo, conduziram um estudo de caso comparando a eficácia da membrana polimérica diante do tratamento convencional, com gaze vaselinada no processo de cicatrização das lesões de-

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correntes da EB distrófica, realizado no ambulatório de um Hospital Universitário na cidade do Rio de Janeiro - RJ6. O trabalho mostrou que O tratamento tópico com membrana polimérica mostrou-se mais eficaz no processo de cicatrização comparativamente ao tratamento convencional com gaze vaselinada, visto que foi capaz de realizar desbridamento autolítico, mantendo limpeza e umidade contínua em interface com a lesão, devido à presença de glicerina (umectante e emoliente) e do surfactante.

Cortês e colaboradores conduziram um estudo de caso com um paciente do sexo masculino, 20 anos de idade, acompanhado no serviço de dermatologia desde 2005 devido à extensas lesões de-correntes da epidermólise bolhosa distrófica. O estudo ainda demonstrou que o tratamento das lesões ulceradas era feito com sulfadiazina de prata 1%, já que o paciente tem úlceras crônicas com padrão de colonização bacteriana. Apesar do conhecimento sobre os efeitos colaterais do uso prolongado deste medicamento e a própria absorção sistêmica, ele vinha sendo utilizado diante da escassez de informações acerca da abordagem dessas lesões. Optou-se por usar uma cobertura classificada como membrana hidropolimérica tipo espuma que possui vantagens por ser permeável ao vapor, ter alta ca-pacidade de absorver e reter exsudato, manter o equilíbrio térmico, conter glicerina que é umidificante e emoliente, e surfactante que auxilia a remoção de debris. Após uma semana de uso da espuma com prata, observou-se redução da fase inflamatória, controle da umidade e redução importante da dor7.

IV • SÍNTESE DE EVIDÊNCIAApós a análise dos estudos verificou-se que há divergências entre os autores em relação à utilização

de antibióticos tópicos, pois se questiona a resistência bacteriana e a absorção da prata pelo organis-mo. A maioria dos autores concorda com a utilização de curativos antiaderentes e na atuação da equipe multidisciplinar no tratamento das lesões. Dois autores relatam melhora significativa nas lesões tratadas com curativos antiaderentes a base de membrana hidropolimérica.

Dessa forma, pode-se concluir que a atuação da equipe multidisciplinar e o uso de coberturas antia-derentes são essenciais para a melhora nas lesões. As coberturas não aderentes à base de substância polimérica possuem melhor capacidade de absorção do excesso de exsudato e promovem o desbri-damento autolítico.

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REFERÊNCIASBoeira VSY. Epidermólise bolhosa hereditária: uma revisão de literatura. Rev. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2012.Vergara E; Solaque H. Pseudosindactilia en epidermólisis bullosa / Pseudosyndactylia in bullous epidermolysis Rev. Fac. Med. (Bogotá); v. 57, n.3, p.274-280, 2009.Sampaio R. Doenças Bolhosas Hereditárias. Dermatologia, 2.ed. São Paulo: Artes Médicas, 2001. Pp. 787-94.Santos, ASF. Dissertação – Artigo tipo Case Report Mestrado Integrado em Medicina, Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar - Universidade do Porto. Porto, Portugal, 2010.Angelo MMFC; França DCC; Lago DBR; Volpato LER. Manifestações Clínicas da Epidermólise Bo-lhosa: Revisão De Literatura. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, n.12, p,135-142, 2012.Seabra L; Palermo M; Avaliação Comparativa Entre Membrana Polimérica e Gaze Vaselinada no Tratamento das Lesões por Epidermólise Bolhosa Distrófica. Recomed Trading Ltda. www.recome-dtrading.com.br. Publicação 2011 acessado em 22/02/2014 às 05:00.Côrtes JG; Di Piero KC; Lim C; Fernandes N. Abordagem da úlcera de difícil cicatrização na epi-dermólise bolhosa. Trabalho apresentado no 67º. Congresso da Sociedade Brasileira de Derma-tologia, Rio de Janeiro – Setembro 2012. Acessado em 24/02/2014 http://www.dermato.med.br/ufrj2012/2012-Epidermolise-bolhosa.pdf.

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NOME RANKING CATEGORIA

Leonardo Marques Gomes

Milena Nathalia Shingu Funai

José Antônio Pinto

Fabiola Esteves Garcia Caldas

André Freitas Cavallini da Silva

Laila Puranem Mourão Martins

Heloisa dos Santos Sobreira Nunes

Adma R. Y. Zaianela

Lina Ana Medeiros Hirsch

Gabriel S. Freitas

Antonio Abel Pierre Paupério

Rodrigo Kohler

Mariana Carneiro Barbosa de Brito

Larissa S. Barrero

Janaína Johnsson

Natália Sacchi Campozana

Renan Rocha da Nóbrega

Lara Marinho Reis

Luiz Eduardo Barreto

Marcio Luis Duarte

André de Queiroz Pereira da Silva

Luiz Carlos Donoso Scoppetta

1

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3

4

5

6

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8

9

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11

12

13

14

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16

17

18

19

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21

22

Ouro

Ouro

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Prata

Bronze

Bronze

Bronze

Bronze

Bronze

Bronze

Premiações do IEPRESULTADO 2014/2015

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ATIVIDADE

BENEFÍCIOS DIAMANTE OURO PRATA BRONZE

Nº DE PONTOS

Congresso nacional da especialidade

Congresso da especialidade no exterior

Congresso/jornada regional/estadual da especialidade

Congresso relacionado à especialidade com apoio da sociedade nacional da especialidade

Outras jornadas, cursos e simpósios

Programa de educação à distância por ciclo

Artigo publicado em revista médica

Capítulo em livro nacional ou internacional

Edição completa de livro nacional ou internacional

Conferência em evento nacional apoiado pela Sociedade de Especialidade

Conferência em evento internacional

Conferência em evento regional ou estadual

Apresentação de tema livre ou pôster em congresso ou jornada da especialidade

Participação em banca examinadora (mestrado, doutorado, livre-docência, concurso, etc.).

Mestrado na especialidade

Doutorado ou livre docência na especialidade

Coordenação de programa de residência médica

Projetos de pesquisa aprovado

Elaboração de manual de rotinas

Congresso internacional

Apresentação congresso internacional (São Camilo)

Reuniões Científicas

Coordenação de Eventos

Pontos mínimos para atingir a premiação

Confecção de Banner / Assessoria

Inscrição em Congresso Nacional

Inscrição em Congresso Internacional

Viagem (passagem)

Pacote completo para Congresso Nacional (passagem, inscrição, banner)

Pacote completo para Congresso Internacional (passagem, inscrição, banner)

Intercambio internacional

Somente terão direito à premiação todos aqueles que atingirem 40% da cota mínima exigida por categoria em atividades internas.Cada cota permite ao vencedor escolher um dos benefícios oferecidos.

200

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

140

Sim

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

80

Sim

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

60

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não

Não

Eventos

Atividades científicas

Atividades acadêmicas

Atividades institucionais

TOTAL OBRIGATÓRIO ANUALMENTE Do total obrigatório anualmente, 20 pontos deverão ser em atividades institucionais. 40

20

05

15

10

0,5/h (mín.1 e máx.10)

0,5/h (máx.10)

05

05

10

05

05

02

02 (máx. 10)

05

15

20

5/ano

20

10

+15

+03

1,0/h

5,0 (máx. 20)

Regras de Premiação

Cotas para Premiação

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