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editorial B O L E T I M *19 dezembro 2011 . boletim trimestral . ano 4 A Igreja alimenta-se da Palavra! Uma Palavra que não é apenas para conhecer mas também, e sobretudo, para viver e fazer dela vida. E quando se acolhe e vive a Palavra ela dá frutos. No nosso caso, catequistas, o grande fruto é a beleza da transmissão da fé. Estamos ao serviço da transmis- são da fé, não por obrigação, mas porque fizemos uma grande descoberta: Deus ama-nos e queremos dizê-lo a todos, ajudando os catequizandos a descobrir esse dom. Muito são os resultados e os frutos, com alguns agraços também, mas quando nos deixamos interpelar, alimentar e transformar pela escuta orante da Palavra, a nossa missão torna-se mais leve e agradável, até porque se tornam evidentes as palavras do Apóstolo São Paulo quando diz: «Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja conheci- da por todos. O Senhor está próximo.» (Fl 4, 4-5).

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BOLETIM 1

editorial

B O L E T I M *19dezembro 2011 . boletim trimestral . ano 4

A Igreja alimenta-se da Palavra! Uma Palavra que não é apenas para conhecer mas também, e sobretudo, para viver e fazer dela vida. E quando se acolhe e vive a

Palavra ela dá frutos. No nosso caso, catequistas, o grande fruto é a beleza da transmissão da fé. Estamos ao serviço da transmis-são da fé, não por obrigação, mas porque fizemos uma grande descoberta: Deus ama-nos e queremos dizê-lo a todos, ajudando os catequizandos a descobrir esse dom.Muito são os resultados e os frutos, com alguns agraços também, mas quando nos deixamos interpelar, alimentar e transformar pela escuta orante da Palavra, a nossa missão torna-se mais leve e agradável, até porque se tornam evidentes as palavras do Apóstolo São Paulo quando diz: «Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja conheci-da por todos. O Senhor está próximo.» (Fl 4, 4-5).

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BOLETIM 2

Secção NOTÍCIAS

Com o tema Coordenar ao estilo de Deus, realizou-se, no passado dia 1 de dezembro, mais um encontro de formação para coorde-

nadores da Arquidiocese de Braga.Nas instalações do Centro Pastoral, os participan-tes inscritos foram calorosamente recebidos pela equipa coordenadora, com uma oração matinal, que despertou os sentidos para o dia de trabalho que os esperava a todos.Desta forma, e com a colaboração do P.e Luís Miguel Figueiredo Rodrigues que orientou a oração matinal, os coordenadores das diversas áreas da Pastoral, predispuseram espírito, mente e corpo para mais uma enriquecedora formação no âmbito catequético.A manhã prosseguiu com a intervenção do P.e Sérgio Torres, secretário da Pastoral, que abordou, de forma objetiva, sintética e clara, toda a estrutu-ra e teorização que envolve o Conselho Pastoral Paroquial (CPP), com uma comunicação intitulada Conselho Pastoral, uma representação do povo de Deus. Para esta, baseou-se em documentos do Magistério como Christus Dominus, Lumen Gentium, Apostolicam Actuositatem, Ad Gentes, Presbyterorum Ordinis, Código do Direito Canónico, Christisfideles Laici, Conselho Pastoral da Diocese de Milão( 1989), Novo Millenio Ineunte.O Secretário da Pastoral começou por definir o Conselho como sinal e instrumento de uma Igreja que se compreende como comunhão e fraternidade, lugar de corresponsabilidade e figura da visibilidade e comunicação eclesiais. No seguimento desta perspetiva, todos se aperce-beram que o CPP tem como função ser instrumento de comunhão de iguais e distintos, em comunidade, sendo uma importante ferramenta na criação desta. Mostra, no seu serviço, o leigo cristão como homem de sinodalidade, que não se move por uma lógica de eficientismo, mas, sobretudo, para servir (à ima-

gem de Cristo) num lugar de permuta e estima.Neste entendimento, todos foram capazes de perceber que, perante a realidade pluriforme que se lhes apresenta diariamente, o compromisso eclesial que cada um firmou, reveste-se de uma importân-cia ainda maior do que a que, no imediato, teriam discernido.Na verdade, a necessidade de formação dos leigos é premente, no sentido em que a maturidade eclesial e espiritual dos participantes advém da sua autêntica experiência de fé, e da sua paixão pelo Evangelho e pela Igreja. Como tal, a postura desejada será a da participação como serviço, oferecendo-se para car-regar a fé dos outros, considerando (e respeitando) maiorias e minorias que connosco convivem e co-mungam diariamente. Demonstra o Rev. P.e Sérgio que o leigo deve ser, no Conselho Pastoral Paroquial, um bom recetor e um bom emissor, superando toda e qualquer pertença eclesial, amadurecendo a sua sensibilidade [eclesial]. A estas características – acres-centa-, deve adicionar o bom trabalho de equipa, porque apenas deste modo fará sentido a meta a atingir. Deve, ainda, ser um animador competente, porque se dedica a colocar os outros apaixonados, a estimular, mas que permite, em simultâneo (e sobretudo porque não trabalha sozinho), que os elementos assumam responsabilidades. Finalizava o Rev. P.e Sérgio: “No Conselho Pastoral Paroquial, a teoria torna-se prática real.”Depois desta exposição, em que todos os partici-pantes se sentiram impulsionados a fazer mais e melhor, nas respetivas comunidades, seguiu-se um breve período de questionamento, uma vez que, em algumas das diversas paróquias representadas, o CPP é já uma realidade em ação.Terminado este momento inquisitivo, interveio o Rev. P.e Luís Rodrigues, que apresentou o documen-to Critérios evangélicos e pastorais para a liderança e para a gestão de pessoas e administração dos

Dia de formação para coordenadores

COORDENAR AO ESTILO DE DEUS

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BOLETIM 3

bens ao serviço da Igreja “Comunhão e Missão”. Este documento, da autoria de D. António Marto, Bispo de Leiria- Fátima, abriu os espíritos para o trabalho de grupo que esperava os participantes durante a tarde, de modo a aplicar toda a formação teórica recebida durante a manhã.Deste documento foram destacadas, pelo vigário para a Educação Cristã, as visões da Igreja nos nossos dias, a saber: teocrática, clerical, empírica ou como Reino de Deus.

Questionando os coordenadores sobre a visão ideal de entre as apresentadas, obteve como escolha geral, de forma unânime, a Igreja como estando ao serviço do Reino de Deus, hic et nunc, numa lógica de caridade.Neste âmbito, tanto a experiência quanto o ensino (elementos essenciais da formação e preparação para o serviço) deverão estar baseados na Palavra de Deus, sob ação do Espírito Santo. É portanto, neste segui-mento, que poderemos entender a «economia» (em

Dia de formação para coordenadores

COORDENAR AO ESTILO DE DEUS

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BOLETIM 4

Secção NOTÍCIAS

sentido etimológico de plano orientado segundo de-terminado princípio) da salvação: a comunhão («Assim, o caminho missionário da Igreja exige, concretiza-se e frutifica como caminho de comunhão.»). A comunhão há de partir da unidade na fé, esperan-ça e caridade (vida teologal, portanto), reforça-se na Eucaristia e refaz-se pelo sacramento da reconciliação com Deus e com a Igreja (sacramento da Penitência), traduzida na vida fraterna (partilha de bens). Contu-do, e ao contrário do que muitas vezes é a prática hodierna, a comunhão não é um afeto vago, indefini-do, mas uma realidade, espiritual e visível, relacional e orgânica que se “toca” na comunhão eclesial e que a faz.À luz do exposto, ficou claro que a comunhão ecle-sial não pode senão ser a harmonia vital no funcio-namento de todos os seus membros e sistemas. Para melhor entendimento desta função essencial da Igreja (evangelizar, em comunhão, num sentido missionário), foram apresentados três exemplos: o ícone de Moisés, o ícone, por excelência, do líder (Jesus que lava os pés dos apóstolos) e o ícone da Igreja dos Apóstolos. Em todos estes se destacaram aspetos considerados fulcrais para o entendimento do do-cumento, mobilizando informação que seria objeto de discussão do trabalho de grupos, durante a tarde.Em jeito de conclusão, e depois desta reflexão, haveria que colocar desafios aos coordenadores: «O que é ser líder?»Não sendo esta uma resposta que se obtivesse de ânimo leve, os participantes foram convidados a fazer uma pausa para almoço e reflexão, retempe-rando forças para as conclusões que se almejavam frutíferas e de qualidade.Depois de divididos por grupos diferentes, os agen-tes da pastoral elaboraram os trabalhos, partindo de diferentes leituras da Sagrada Escritura (Ex 18, 13-26; Nm 11, 11-17. 24-29; Jo 13, 3-20; Act 6, 1-7; 2Cor 8, 10-24; 9, 6-14). As conclusões deveriam servir de resposta para elaborar uma descrição do coorde-

nador, para identificar orientações para a missão de coordenar, terminando com a construção de um «slogan» sobre a coordenação, estando todos os itens inspirados pela e na Palavra.Aquando da apresentação final dos trabalhos, esta-vam todos animados, notando-se o entendimento geral e a boa disposição que pautou, não apenas o trabalho prático dos grupos, mas todo o feriado.As conclusões dos diversos grupos mostraram-se comuns. No que ao perfil do coordenador respeita, todos os grupos focaram características como hu-mildade, discernimento dos dons e carismas de cada um, homem/mulher de oração, capacidade de escuta, testemunho, e dupla fidelidade (a Deus e ao Homem).Na identificação de orientações para a missão de coordenar, os aspetos mais focados passaram por definir o conhecimento da missão e do grupo com quem se trabalha, delegar responsabilidades e estimular a criatividade dentro do grupo, ser elo de comunhão, capacidade de cuidar e guiar o «rebanho». Finalmente, deixando-se levar pela Palavra e sopro do Espírito que a todos inspirou, os grupos escolhe-ram os seguintes «slogans» sobre a coordenação:

• Grupo A És coordenador? Sabes o caminho? Procura Ex 18, 13-26 Escola de Humildade;• Grupo B Converte-te e constrói! ;• Grupo C Serviço e Comunhão é o Segredo de uma boa coordenação! ;• Grupo D Acredita, Guia, Constrói!;• Grupo E Coordenar é «dar-se» com alegria!

Em jeito de conclusão e, simultaneamente, envian-do cada um dos coordenadores participantes nesta jornada formativa para desempenhar com maior capacidade e entusiasmo a missão de cada um, nas suas comunidades, o Rev. P.e Luís Miguel destacou a qualidade das reflexões produzidas, reiterando a sua confiança no sucesso desta missão eclesial que a todos envolve e mobiliza.

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BOLETIM 5

Secção PONTES dOS ArCIPrESTAdOS

AMARES

Equipa Arciprestal de Amares apresenta propostas para o novo ano pastoral

No passado 02 de outubro de 2011, no âmbito da abertura do novo ano pastoral, a Equipa de Coordenação de Catequese de Amares,

apresentou à comunidade algumas propostas para o novo ano que se avizinha.Com o objetivo de redescobrir a identidade da catequese no arciprestado de amares, a Equipa está a estudar a melhor forma de identificar as principais necessidades dos catequistas, não só ao nível da for-mação, mas também no decorrer da sua missão de Catequistas. Para que isto se torne possível, a equipa pondera a aplicação de um inquérito aos catequis-tas, que já estará a ser trabalhado.Para além disto, os coordenadores de Amares pretendem dar seguimento a algumas iniciativas

de oração, reflexão e também de convívio entre os catequistas. As datas das próximas atividades são as seguintes:18 de outubro – Lectio divina para Coordenadores (ver próxima noticia).24 de novembro – Lectio divina para Catequistas (preparação para o Advento)08 de março – Lectio divina para Catequistas (pre-paração para a Quaresma)24, 25 e 26 de fevereiro de 2012 – Retiro Arci-prestal 21 de abril de 2012 – Dia Arciprestal do Catequista(Mais informações sobre as atividades serão divul-gadas em tempo oportuno)

(da Equipa Arciprestal de Amares)

No passado dia 18 de outubro de 2011, decor-reu em Amares a primeira Lectio divina só para coordenadores, cujo tema principal foi

“O Mandamento do Amor “ (Mt 22, 34-40). O Objeti-vo desta atividade era proporcionar aos coordena-dores paroquiais uma oportunidade de oração, de reflexão e de apoio na sua missão de coordenação.�gConsidero que é muito importante esta Lectio só para coordenadores porque torna-se necessá-rio, por vezes, parar e fazer uma introspeção sobre esta missão de coordenação. Todos os meses esta Equipa se reúne para planificar, coordenar e or-ganizar as atividades Arciprestais da Catequese e é muito fácil começar a olhar para estas reuniões como “tarefas” ou “obrigações enquanto coor-denadores”. O objetivo é assim parar um pouco com uma possível rotinização e dar à oração o papel que ela merece na nossa vida de cristãos. A

1ª Lectio divina só para Coordenadores de Catequese

oração individual é fundamental para o encontro com Cristo, mas é na oração em comunidade que esta atinge a sua plenitude. Rezar em comunida-de realiza o pressuposto da Igreja de nos unir em Cristo.Nestes tempos em que o tema crise económica e tudo o que dai advém atinge de uma forma profun-da as nossas comunidades, é imprescindível olhar para Jesus como uma solução plenamente válida, atual e única para enfrentar todas as dificuldades. Este é o tempo em que a fé, a esperança e a carida-de assumem uma importância superior, tornando assim esta Igreja ainda mais atual. A participação dos coordenadores foi bastante positiva e esta experiencia é para repetir.

(Pedro Antunes, um dos membros da Equipa de Coordenação Arciprestal)

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BOLETIM 6

Secção PONTES dOS ArCIPrESTAdOS

CAbECEiRAS dE bASto

Encontro de coordenadores paroquiais

GuiMARãES E VizElA

A vinha nivelada pelo amor

Decorreu no dia 3 de novembro um novo encontro de coordenadores paroquiais, do Arciprestado de Cabeceiras de Basto,

subordinado ao tema “Gestos e Sinais da Eucaris-tia”. Dada a complexidade do tema, este encontro focou-se mais na temática dos Sinais da Eucaris-tia. O próximo encontro abordará, com mais ênfa-se, a temática dos gestos presentes na Eucaristia. O encontro decorreu num ambiente salutar de

partilha de conhecimentos e emoções. Começou por uma pequena ambientação, seguindo-se um enrolar de desafios. Perante estes, os participan-tes sentiram-se, por breves momentos, autênticos detetives a decifrar os fantásticos sinais da Euca-ristia como verdadeiros enigmas. No final seguiu-se uma oração, como é hábito nestes encontros, havendo ainda tempo para um chá convívio entre todos.

No passado dia 13 de novembro de 2011 realizou-se, em S. João (Vizela), uma manhã de reflexão para todos catequistas, subor-

dinada ao tema do Advento, sendo intitulada de A vinha nivelada pelo amor.A equipa organizadora estruturou esta reflexão de forma a possibilitar uma partilha profunda e profícua entre os seus participantes, além da esperada reflexão.Com o tempo do Advento muito próximo, os catequis-tas refletiram sobre a temática da espera e a importân-cia do silêncio; da necessidade de alegria nos corações de cada um de nós e da purificação, bem como da (re)aprendizagem da beleza e da ternura, do otimismo.

Desta forma, concretizaram-se propostas de oração, escuta proativa de Deus, adequando à mensagem principal de cada um dos domingos do Advento: vigiai (Mc 13, 37), preparai (Mc 1, 3); acreditar (Jo 1, 22); confiar (Lc 1, 38).Depois destas reflexões, surge o momento de ora-ção: inicia-se pela invocação do Espírito Santo, sem o qual a nossa tarefa estaria muito mais dificultada, para, em seguida, se proceder à proclamação da Palavra (Is 40, 1-5.9-11).Enquanto a Palavra ecoava no coração de cada um dos presentes, no silêncio de cada um, preparam-se as questões de reflexão para este Advento: Consigo

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BOLETIM 7

reconhecer a consolação de Deus em alguma situa-ção/momento a minha vida? e como preparo a vinda do Senhor? O que posso aplanar em mim?.Com a manhã a chegar ao fim, é chegado o mo-mento de dar graças e de apresentarmos ao Senhor as nossas intenções, para que aqueles que ali não puderam estar, pelas mais diversas razões e todos quantos fazem parte das nossas vidas não sejam esquecidos nesta partilha tão profunda.Como compromisso, os catequistas foram levados a responder, durante esta caminhada que constitui o Advento a dois desafios: O que levo deste encontro para a minha caminhada do Advento e O que é que Deus me desafia a fazer neste Advento?.No final do encontro, a equipa organizadora congratulou-se por poder verificar a satisfação e a alma alegre de todos quantos quiseram e puderam participar na reflexão.Que Deus nos auxilie na missão e nos proporcione muitos momentos como este!

A equipa organizadora

V.N. FAMAliCão

Coordenadores Paroquiais de Catequese de V. N. Famalicão preparam novo Ano Pastoral

Tal como tem vindo a acontecer nos últimos anos, a Equipa Arciprestal de Catequese de V. N. Famalicão promoveu um encontro destina-

do aos Catequistas Coordenadores Paroquiais de Catequese de todas as paróquias do Arciprestado, com vista à preparação deste novo Ano Pastoral 2011-2012.Desta feita, este encontro teve lugar no dia 24 de outubro, pelas 21h30, mas, pela primeira vez, acon-teceu em simultâneo em dois locais diferentes, no Centro Pastoral de V. N. de Famalicão e no Salão Pa-roquial de Landim, numa linha de maior proximida-de, facilitando a presença de um maior número de paróquias, tendo o P.e Paulino Carvalho, Assistente da Equipa Arciprestal de Catequese, passado pelos

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BOLETIM 8

dois locais, de forma a agradecer e estar com todos os catequistas presentes. O encontro contou, assim, com a presença de cerca de 40 catequistas, no total, provenientes de grande parte das paróquias do Arciprestado. Num primeiro momento, depois das habituais palavras de acolhimento e boas-vindas, os catequistas coordenadores foram convidados a rezar, percorrendo os diferentes passos de uma Lectio Divina, realizada a partir do “cântico de amor à vinha” retirado do livro do Profeta e Isaías, texto este que serviu de inspiração ao programa pastoral da Arquidiocese de Braga!Seguiu-se o momento de apresentar e/ou recordar todos os objetivos propostos pelo Departamento Arquidiocesano da Catequese (DAC) para o Ano Pastoral 2011-2012. Assim, neste ano subordinado ao tema “A Igreja alimenta-se da Palavra: um povo que produza os seus frutos”, o plano do DAC tem como título “Catequese, responsabilidade da Co-munidade Cristã”. O objetivo geral passa agora por “Reconhecer e potenciar os sinais de comunhão na

Secção PONTES dOS ArCIPrESTAdOS

comunidade”, concretizável depois via objetivos es-pecíficos: potenciar o grupo de catequistas; poten-ciar a Eucaristia como ponto de encontro; potenciar laços com a família e grupos da comunidade.Foram também apresentadas algumas datas impor-tantes para este ano pastoral, destacando-se desde já o Encontro Arciprestal de Catequistas, a realizar a 28 de janeiro de 2012. Além disso, foram ainda trata-das algumas questões de âmbito mais prático, com o objetivo de facilitar e promover o contacto entre a Equipa Arciprestal e a Catequese das diferentes paróquias, salientando-se a divulgação do blog da Equipa (http//catequesefamalicao.blogs.sapo.pt), assim como a respetiva página no Facebook, para se aproximar mais de todos os catequistas e vice-versa.Seguiu-se um tempo aberto ao diálogo onde todos tiveram oportunidades de colocar questões, esclare-cer dúvidas e/ou apresentar sugestões, terminando o encontro com um novo momento de oração.

Departamento Arciprestal da Comunicação Social

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BOLETIM 9

No quotidiano somos confrontados com inúmeras perguntas. A pergunta é um atentado à nossa identidade, pois destrói a

nossa quietude existencial, levando-nos a redefinir constantemente a nossa diferença. Neste momento em que chegamos ao fim do Tem-po Comum, surge um novo tempo: Advento. Trata-se de um tempo com exigências pastorais peculiares, uma nova cor litúrgica, reformulação do reportório musical e uma espiritualidade específica. Um tempo que não se fecha em si mesmo, pois tem como horizonte o mesmo desejo dos pastores: “ver o que aconteceu em Belém” (Lc 2,15). E um tempo que, neste ano Pastoral, se transforma também numa pergunta sobre a nossa identidade (diferença) eclesial: Quem somos?1 Neste sentido, subscrevo esta mensagem para o Tempo de Advento em três pon-tos: teologia, espiritualidade e itinerário pastoral.

1. A História da Salvação resume-se a um jogo dialético entre as perguntas (propostas) divinas e as respostas humanas. O Advento, por seu turno, evidencia-nos a dimensão messiânica e escatológi-ca desta História. É um tempo de espera (esperança) na vinda de Jesus Cristo! Contudo, o Advento não é somente o tempo em que esperamos a chegada deste Messias. Ele também espera por nós: pela nossa chegada à sua proposta de salvação. Aliás, Ele não se importa de perder tempo connosco, isto é, de esperar pela nossa resposta. Daqui provém um outro caráter do Advento: a dimensão missionária.

2. Toda a missão tem por base uma espiritualidade. E o Advento vivifica essencialmente três valores cristãos: a esperança, a alegria (Domingo Gaudete) e a pobreza. Porque vivemos tempos austeros, a partilha gera ale-gria naqueles que passam dificuldades, restitui-lhes a esperança para continuar a viver e educa-nos a todos para a pobreza: viver com o essencial. Neste sentido, Partilhar com Esperança é o nosso fundo que recebe e dá para testemunhar o amor. O anúncio da vinda do Messias passa pelo amor. Por isso, os Con-selhos Pastorais Paroquiais devem ter essa sensibilida-

1 cf. Programa Pastoral 2011-12 (Arquidiocese de Braga), pp. 4-6.

Secção OPINIãO

de para ver e fazer mostrar tal amor, através de grupos sócio-caritativos nas suas mais variadas denomina-ções, a nível paroquial ou interparoquial. Esta “missão social” é um dos rostos mais visíveis da Igreja, sempre guiados pelo desejo de edificar “no-vos céus e nova terra” (2Pe 3,13). Porque quando se escuta “com ânimo disponível a Palavra de Deus na Igreja, desperta-se a caridade e a justiça para com todos, sobretudo para com os pobres” (VD 103).

3. Alimentados pela mesma Palavra, a liturgia do-minical apresenta-nos um itinerário adventício ao ritmo de quatro perguntas: I Domingo: Porventura sabeis “a que horas virá o dono da casa”? (vigiar) II Domingo: Quem é esse que “vai chegar depois de mim”? (preparar) III Domingo: “Então quem és tu?” (acreditar) IV Domingo: “Como será isto, se eu não o conheço?” (confiar)

Este é um itinerário a ser refletido nos Conselhos Pastorais, nas reuniões dos movimentos, nas sessões de catequese, na homilia, na oração pessoal… Cada pergunta dominical remete para uma atitude bíbli-ca, a qual deverá ajudar-nos a responder à pergunta sobre a nossa identidade eclesial (Quem somos?). Ver o que aconteceu de perene novidade em Belém necessita de alguém que nos “explique” o modo de entender “coisas” diferentes do pensar comum. Maria é o testemunho eloquente de quem se disponibiliza para servir segundo a Palavra: “Eis a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Que Maria, a Senhora do Advento, que acreditou nas promessas do anjo Gabriel, no compromisso assumido pelo seu esposo José e na gravidez da sua prima Isabel, nos ensine também a acreditar na verdadeira Encarnação do próprio Deus na pes-soa de Jesus e na Sua vinda escatológica, de modo a passarmos assim do enigma daquela pergunta (identidade eclesial) à alegria de uma resposta comprometedora (vivência eclesial).

+ Jorge Ortiga, A.P. 8 de novembro de 2011

Para ver o que aconteceu em Belém (Lc 2,15)

Uma pergunta do Advento

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BOLETIM 10

O apelo à conversão é uma constante da Pala-vra de Deus. Jesus começa o seu ministério público com este apelo: “Arrependei-vos,

porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4,17). E quando Pedro terminou o discurso que fez no dia de Pentecostes, perguntaram-lhe: “Que havemos de fazer?” E Pedro respondeu: “Convertei-vos e peça cada um o Batismo em nome de Jesus Cristo, para a remissão dos pecados; recebereis então o dom do Espírito Santo” At 2,38.A Igreja, por seu turno, continua a missão de Jesus, como nos diz a Liturgia: “Deus de infinita bondade, que nos mandais ouvir o vosso amado Filho, fortalecei-nos com o alimento interior da vossa palavra, de modo que, purificado o nosso olhar espiritual, possamos alegrar-nos um dia na visão da vossa glória. Por Nosso…”(2º Domingo Quaresma)

Como apreender este apelo?A conversão é, antes de mais, decisão e ato de voltar-se para Deus: “Convertei-vos a mim de todo o cora-ção” (Jl 2,12). E de voltar para Deus: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o Céu e contra ti, já não sou digno de ser chamado teu filho, trata-me como um dos teus jornaleiros. E, levantando-se, foi ter com o pai” (Lc 15,18-20a; Cf. Sab 11, 16).A conversão é arrependimento e abandono dos ca-minhos contrários ao amor de Deus: “Por minha vida – oráculo do Senhor – não tenho prazer na morte do ímpio, mas antes na sua conversão, de maneira que ele tenha vida. Convertei-vos! Desviai-vos desse mau caminho que seguis” (Ez 33,11; cf. Is 1,16-17ª).A conversão é mudança de mentalidade: “Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, a fim de conhecerdes a vontade de Deus” (Rom 12,2;cf. Ef 4,23-24; Is 55,8-9; Sl 102,11). Porque “Em Vós está a fonte da vida e na vossa luz é que vemos a luz” (Sl 36,10).A conversão é mudança de coração: “Darei a todos um só coração e os animarei de um espírito novo; arrancarei do seu corpo o seu coração de pedra para o substituir por um coração de carne, a fim de que observem as minhas leis, guardem e pratiquem

os meus mandamentos: serão o meu povo e Eu serei o seu Deus” (Ez 11,19-20).A conversão é mudança de atitudes e comportamen-tos: ”Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos muito amados. Comportai-vos como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste na bondade, na justi-ça e na verdade” (Ef 5,1-8; cf. Is 1,17a).A conversão implica uma transformação, pela força do Espírito, do nosso ser: “Revesti-vos do homem novo, criado em conformidade com Deus na justiça e santidade verdadeiras” (Ef 4,24), o que implica um nascer de novo (Cf. Jo 3,1-21).A conversão é processo de cristificação do nosso ser: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gal 2,20a; cf. 2Cor 15,17a).

A conversão implica deixar-se encontrar por Cristo, na Sua PalavraA Palavra faz-nos descobrir, antes de uma doutrina, uma Pessoa: Jesus Cristo e, por Ele, o Deus Trindade. Na Palavra vemos o Verbo de Deus feito carne (cf. Jo 1,1-18). Por isso:- A Palavra de Deus é viva e eficaz: “A palavra de Deus é viva e eficaz e mais penetrante que uma espada de dois gumes; penetra até dividir a alma e o corpo, as junturas e as medulas e discerne os pensamentos e intenções do coração” (Heb 4,11-12; cf. Is 55,11; At 20,32; 1Tes 2,13).- A Palavra de Deus é interpelativa: “Toda a Escritura é divinamente inspirada e útil para ensinar, para convencer, para corrigir, para instruir na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e apto para toda a boa obra” )2Tim 3,16-27).- A Palavra de Deus é fonte de verdade e de liberdade: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verda-deiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8,31b-32).

Secção OPINIãO

Conversão

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BOLETIM 11

Em Igreja nunca estamos sós, por isso nos unimos para celebrar a fé que professamos e colhermos o alimento que precisamos, não só para sobre-

vivermos mas, sobretudo para sermos com os demais: mensageiros da vida, do perdão e da paz!Foi a ideia com que nos «despedimos» no nosso último contacto sobre as notas que vamos divul-gando entre nós. O propósito é reavivar a vivência da cultura cristã nos diferentes espaços de vida da pessoa humana ou, se preferirem, contribuir para a educação cristã dos adultos sobre as grandes realidades da nossa fé. É apontar um dinamismo de orientação que permita inspirar o planeamento particular de cada comunidade paroquial, que torne possível uma colaboração mais estreita entre todas as comunidades, sempre aberta a um real enrique-cimento recíproco que a Igreja nos oferece a todos enquanto «pedras vivas» do mundo nos dias de hoje.Procuramos evitar os «complicados» meandros que por vezes surgem nas investigações, que louvamos e apoiamos no domínio académico, para sermos acessíveis e compreensíveis por todos os cristãos.Todas as etapas da vida são fundamentais e exigem de nós atenção, estudo, reflexão e compromisso. Gostaríamos de louvar e apoiar a continuidade do trabalho que se faz no campo específico da cate-quese estruturada (10 anos) a nível da diocese. No entanto, como sublinha o nº 1229 “desde o tempo

dos Apóstolos que tornar-se cristão requer um caminho e uma iniciação com diversas etapas. (…) Mas deverá sempre incluir elementos essenciais: o anúncio da Palavra, o acolhimento do Evangelho que implica a conversão, a profissão de fé, o Batis-mo, a efusão do Espírito Santo, o acesso à comu-nhão eucarística” (CCE).Desde o começo que a Igreja enfrentou desafios e não caiu, antes pelo contrário, pelo poder do Espí-rito Santo que a anima, eleva-se a novos conheci-mentos, a novas práticas, a novas oportunidades de sermos Igreja viva: “A Diocese como vinha amada pelo Senhor, que deve produzir frutos. Num tempo de confusão, os cristãos devem consciencializar-se de que são «vinha eleita e cuidada por Deus» (LG 6), através dum conjunto de sinais que denotam uma presença amorosa, capaz de dar sentido e esperan-ça à vida” (D. Jorge, Dia da Arquidiocese).Todos os judeus foram escolhidos e educados para serem o povo de Deus - “Eu sou o Senhor, sou santo, e separei-vos dos povos para serdes Meus” (Lv 20, 26) – mas, uns por desobediência, outros por ganân-cia afastaram-se e outros permaneceram na fé.Também todos os cristãos pela água do Batismo são acolhidos numa nova vida, na Igreja que se alimenta da Palavra “um povo que produza os seus frutos” (Mt 21, 43), como consta no Programa Pastoral 2011 – 2012 e “em sintonia com o pensar do Papa que, com a Exortação Verbum Domini, nos ajudará na formação

- A Palavra de Deus é fonte de purificação: “Vós já es-tais limpos, devido à palavra que vos tenho dirigido” (Jo 15,3).- A Palavra de Deus é fonte de santificação: “Santi-fica-os na verdade. A tua palavra é a verdade” (Jo 17,17).- A Palavra de Deus é fonte de salvação: “É poder de Deus para salvação de todo o crente” (Rom 1,16). - Urge, por isso, acolher a Palavra: “Recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas” (Tg 1,21b; cf. Lc 2,51b).- E urge pô-la em prática: “Minha mãe e meus irmãos

são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21).- Construindo, assim, a nossa vida sobre a Rocha: “Quem escuta as minhas palavras e as põe em prá-tica é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha” (Mt 7,24; cf. Lc 6,46-49).- Por fim, é fonte de Felicidade: “Feliz daquela que acreditou que teriam cumprimento as coisas que lhe foram ditas da parte do Senhor!” (Lc 1,45).

P.e Luís Miguel Figueiredo [email protected]

Notas para uma educação (catequese) cristã de adultos III

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BOLETIM 12

Secção OPINIãO

que queremos abrangente e permanente para este ano pastoral” (D. Jorge).A nossa resposta de educação, no contexto da nova evangelização para a transmissão da fé cristã, é a de “promover uma cultura profundamente enraizada no Evangelho” (Plano Pastoral). Jesus Cristo é “o Alfa e o Omega” é “O que é, que era e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap 1, 8) na comunidade eclesial. Há “uma única fé” (Ef 4, 5) em Jesus Cristo. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e uma demonstração das que não se veem” (Heb 11, 1) e, como fundamento, implica uma prática. Uma prática implica um saber escutar a Palavra para querer educar-se na comunhão, partilha e alegria de sermos filhos muito amados.Jesus serviu-se de coisas simples e concretas para ensinar. A «barca» de Pedro, enquanto Igreja Católica, continua a ensinar a verdade pela boca dos seus Su-cessores. A pesca milagrosa que se seguiu aos ensina-mentos de Jesus continua: o mar é o mundo em que vivemos, a rede é a Igreja, os pescadores são os Pres-bíteros e os peixes são os fiéis que espontaneamente entram na Igreja para sua santificação e salvação.Jesus continua a ensinar com autoridade que todo aquele que ouve as Suas Palavras e as põe em práti-ca é semelhante ao homem prudente que construiu a casa sobre a rocha. Vem a chuva, os ventos mas a casa não cai (Mt 7, 24 e ss) porque descobre e agradece o dom e a felicidade que o Espírito Santo derrama nos corações que O acolhem. Pois sabemos que, se permanecermos na Sua Palavra, seremos verdadeiramente Seus discípulos (Jo 15, 7.- 8) e Ele edificará a Sua Igreja (Mt 16, 18).A educação cristã não pode comparar-se unicamen-te a uma viagem de iniciação, mas a um percurso de aprofundamento e construção ao longo da vida.A ciência ensina-nos que como seres capazes de conhecer, de fazer, de amar, de dizer, de rezar… estamos em constantes situações de mudança, de descobertas, de tomadas de decisões… mesmo no que diz respeito à nossa fé. Neste nosso peregrinar na descoberta de Deus e da nossa humanidade, o Catecismo da Igreja Católica (CCE) reúne a unidade da educação cristã para a diversidade das pessoas e para os diferentes contextos. É como o «guia» que nos indica as diferentes etapas para o percurso de cada um, bem como, aquelas a que temos que prestar maior atenção para não perdermos o rumo do nosso caminhar.É urgente mantermo-nos em rede com os nossos superiores hierárquicos e todos escutarmos a

mesma Palavra. Neste sentido de estarmos em rede, gostaríamos de pedir que a nível da família arcipres-tal e paroquial se designe um responsável para a Educação Cristã de Adultos.A diversidade das atuais formas de estar em Igreja, organismos, departamentos, comissões, movimen-tos… com programas específicos de formação, são uma riqueza que muito estimamos e a quem pedimos que procurem providenciar o plano de formação pastoral adequado aos seus colaborado-res e membros mas segundo o espírito Episcopal e mais concretamente com o Programa Pastoral da nossa Diocese com o propósito de glorificar a Deus e permanecermos nEle. Pensarmos em viver diaria-mente com Ele. Para isso, precisamos de aprender a fazer uma leitura dos acontecimentos da vida à luz da fé, a prosseguirmos a nossa caminhada com consciência de que Deus nos chama a assumirmos a nossa vocação e a darmos frutos no Seu projeto, a darmos continuidade ao projeto de amor que Deus quer para o mundo. João Paulo II dizia-nos que acreditar na família era construir o futuro. Precisamos de construir o futuro enquanto “vinha amada e moldada pela Palavra” (P. P.) a começar pela família, passando à família paro-quial até à Igreja no seu todo. É preciso unir a fé e a razão para seguir em frente. Deus não se contenta com uma religião aparente, de «ir à missinha», «de ir à catequese» … de «ir por ir», mas de sermos verda-deiros crentes, que se educam para lhe oferecerem um coração puro, humilde e comprometido com a Vida no verdadeiro sentido da Palavra.Neste sentido, é de salientar que a apresentação sumária das quatro divisões do Catecismo da Igreja Católica (CCE) se articula com as quatro dimensões fundamentais da fé: a Conhecida, a Celebrada, a Vivida e a Orada.

António Joaquim Galvão

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BOLETIM 13

No último número do Boletim PONTES ficou claro que o catequista é um agente pastoral que pretende ser mediador da voz de Deus

que chama ao Seu serviço pelas vocações de espe-cial consagração, ou seja, um verdadeiro animador vocacional na comunidade cristã – “o ministério do apelo vocacional diz respeito a todo o cristão: aos pais, aos catequistas, aos educadores, aos professores, em especial os professores de Educação Moral e Religiosa Católica, e não apenas aos bispos, presbíteros e diá-conos ou aos consagrados da vida religiosa e secular” (CEP - Bases para a Pastoral Vocacional, nº 22).Talvez surjam logo algumas perguntas: como posso ser animador vocacional? O que devo fazer? Preciso frequentar algum curso especial? Existe alguma técnica específica? Dinâmicas a implementar? … “O catequista é alguém chamado por Deus, vocacionado; que acredita no Senhor, com uma fé profunda; e consciente do seu ser Igreja, com uma clara identidade eclesial” (Catequistas – Século XXI). Mais do que algumas orientações práticas ou “coisas a fazer” para desempenhar bem este ministério numa comunidade cristã, creio que o primeiro e mais importante contributo que um catequista pode dar é ser alguém feliz e realizado na sua vocação! Na Carta Pastoral dos Bispos Portugueses – Para um rosto missionário da Igreja em Portugal, nº9, a respeito da Evangelização: o primeiro e melhor serviço, diz-se que “não podemos, portanto, deixar de testemunhar que também hoje é possível, belo, bom e justo viver a existência humana de acordo com o Evangelho, e empenhar-nos, por isso e para isso, em «viver uma vida

verdadeira, plena, bela de tal modo bela, que não seria possível explicá-la se Cristo não tivesse morrido e se não tivesse verdadeiramente ressuscitado».” Também o Papa Bento XVI, na visita ao nosso país, no encontro com os Bispos, disse: “aquilo que fascina é sobretudo o encontro com pessoas crentes que, pela sua fé, atraem para a graça de Cristo, dando testemunho d’Ele”.Consequentemente, a pergunta essencial que um catequista e animador vocacional deve fazer é: Sou verdadeira testemunha de Cristo Ressuscitado em toda a parte? Procuro que a minha vida seja um verdadeiro livro onde Deus escreve? Vivo a minha fé?Na mesma Carta Pastoral dos Bispos Portugueses, nº11, diz-nos a este propósito: “Se não tivermos entusiasmados pela profundidade e pela beleza da nossa fé, não podemos verdadeiramente transmiti-la nem aos vizinhos, nem aos filhos, nem às gerações futuras”. A mensagem, então, é bem clara: sou catequista, em primeiro lugar com a minha vida (atitudes, gestos…). Antes mesmo de chegar a uma sala para um encontro de catequese com crianças, adolescentes ou jovens eu já comecei o tema. Não bastam as palavras bonitas, os cânticos modernos ou as dinâmicas mais radicais! O melhor testemunho cristão, vocacional e missionário é dado não por palavras, mas com a vida! Esta é uma missão importante e exigente: “converter a nossa vida, expondo-nos permanentemente àquela rajada de verbos do Senhor Jesus: «vai», «vende», «dá», «vem» e «segue-me».”!

Pe. Hugo VenturaDepartamento Arquidiocesano das Vocações

Sou um Animador Vocacional?!

Eucaristia como partilha

Sentar-se ao redor de uma mesa significa partici-par e partilhar, para que ninguém seja excluído.As palavras de Jesus são claras: «Quando deres

um banquete, convida os pobres, os aleijados, os co-xos e os cegos. E serás feliz por eles não terem com que te retribuir; ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos.» (Lc 14, 13-14).Eucaristia é compromisso por isso não pode haver Eucaristia se não houver unidade, partilha, solidarie-dade, igualdade, justiça.

Partilhar é o grande desafio eucarístico. Somos chamados a fazer o mesmo gesto que Jesus fez: tornar-se pão repartido para a humanidade. Fazer da vida uma Eucaristia, que se reparte em gestos eucarísticos, no dia a dia.É tempo de ousar pedir a Jesus que, através da Eucaristia, converta o nosso ser para o amor serviço, o amor compromisso, o amor partilha, o amor mise-ricórdia para saciar a fome de tantos. Uma vez que a Eucaristia é a expressão mais nobre

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BOLETIM 14

Secção OPINIãO

do amor misericordioso de Deus, ela foi oferecida aos homens como um meio fortíssimo que exige, necessariamente, a comunhão com o próximo. Quando o mundo se interroga e debate o grave problema da pobreza, a Eucaristia faz-nos tomar consciência do grande contraste que existe entre o acumular de bens nas mãos de alguns, e a fome e a falta de tudo para a maioria. Celebrando a Eucaristia, proclamamos a justiça do pão partilhado igualmen-te para todos.A Eucaristia tem um profundo sentido missionário. Jesus, doando-se totalmente, ensina-nos a irmos ao encontro do outro e a comprometer-nos com os pobres lutando por justiça e igualdade. Sem isso, celebrar a Eucaristia será uma farsa.Não se pode participar na Eucaristia com o coração indiferente ao que sucede no mundo: a fome dos pobres, as correntes dos escravizados, o sofrimento dos inocentes. A Eucaristia exige, pois, o compromis-so da comunhão fraterna. Na Eucaristia vive-se intensamente essa ânsia de fraternidade que reside no coração humano e, ao mesmo tempo, eleva a experiência humana da fra-ternidade, própria da participação comum na mesa eucarística. A Eucaristia constitui o verdadeiro alimento do Povo de Deus, na sua peregrinação pelo mundo. Mas, o pão e o vinho que os cristãos apresentam no altar, ao mesmo tempo que nos remetem para essa comida ou bebida que deveria estar sobre a mesa de todo o ser humano, denuncia a injustiça de haver muitos homens que não podem desfrutar desse direito, porque não têm que comer ou lhes falta com quem partilhar. Quando os apóstolos ao cair da tarde viram a mul-tidão com fome, pediram a Jesus que mandasse em-bora aquele povo. Queriam adiar o problema. Jesus diz não a essa solução e surpreende os apóstolos dizendo: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. A solução não está no comércio mas na partilha do que existe: cinco pães e dois peixes. Quando colocamos o que temos e o que somos e Deus abençoa, acontece o milagre como acontece no seio de tantas famílias e de tantas comunidades todos os dias. Os primeiros cristãos entenderam assim e por isso a oração do Pai Nosso tornou-se uma oração

Eucarística. Nós rezamos o Pai Nosso pedindo o pão necessário para todos.Ao multiplicar o pão e os peixes, Jesus chama os discípulos à responsabilidade e mostra que parti-lhando o que Deus abençoa, a comida se multipli-ca e ainda sobra. Ele quer que continuemos esse trabalho porque a fome de Deus e a fome do pão material só se saciam com a partilha da vida.O memorial desta última refeição está presente até hoje nas nossas celebrações litúrgicas, acontecen-do não como uma simples lembrança, mas como um facto vivo, que representa um Deus que pela força de Seu espírito se faz presença no meio dos homens. É a fé despertada em nós pelo Espírito Santo prometido naquela ceia, que nos permite, não somente acreditar na presença de Deus no pão e no vinho, mas, sobretudo, sermos capazes de experimentar essa intimidade transformadora e realizadora.Deus torna-se presença no mistério insondável do pão e do vinho. Deus não abandonou seu povo no exílio e também não nos abandona hoje. Participar da Eucaristia é celebrar essa participação ativa de Deus na história do homem. Participação que desa-loja, que surpreende, que move estruturas, que nos leva a entender mistérios tão grandes quanto o de um amor que é serviço, serviço que é traduzido em alimento que nos dá força no nosso caminhar.A Eucaristia é partilha! Celebrar a Eucaristia é cele-brar Jesus como o Caminho, a Verdade e a Vida.A Eucaristia ensina e dá força para abater as barrei-ras que impedem ou dificultam o desenvolvimento da vida: primeiro, ensina a defender a vida de cada pessoa, na convicção de que «ninguém está a mais» na aldeia global da humanidade; segundo, dá força para vencer a espiral de violência, mediante o diálo-go, o perdão e o sacrifício; terceiro, impele a quebrar as cadeias do monopólio dos bens, promovendo a partilha, a solidariedade e relações mais justas entre as pessoas e os povos.“Em tempos de forte individualismo e de carên-cias alimentares, a eucaristia deve avivar em nós a atenção e a partilha fraterna para com todos os que necessitam de ajuda”. D. Manuel Pelino

Ana Isabel Almeida

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Palavras Cruzadas

Sinais da Eucaristia12

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3 P A

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4 O - -

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5

6 - D -

1 – Desde o princípio do mundo, é a fonte de vida e fecundidade. A Sagrada Escritura vê-a como «incubada» pelo Espírito de Deus. De nascente, simboliza a vida, do mar, simboliza morte. (CCE 1217-1222). «… que dá a vida eterna.» (Jo 4, 14)2 – Significa purificação e fortalecimento; exprime cura e conforto; sinal duma consagração; por esta, recebe «a marca», o selo do Espírito Santo. (CCE 1293-1296). Encontrei David meu servo e … com óleo santo. (Sl 89, 21)3 – Maná do deserto; fruto da terra prometida, penhor da fidelidade de Deus às suas promessas. (CCE 1333-1336). Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória. (Mc 22, 19)4 – Ação sagrada realizada conforme as regras; termo usado para designar uma celebração litúrgica ou um elemento dessa celebração; | memorial, proclamação das maravilhas que Deus fez pelos homens; Sacrifício que Cristo ofereceu na cruz, uma vez por todas. (CCE 1362.1366). «Enquanto comiam, tomou um pão e, depois de pronunciar a bênção partiu-o e entregou-o aos discípulos dizendo: «Tomai: isto é o meu corpo.» depois, tomou o cálice, deu graças e entregou-lho. Todos beberam dele. E Ele disse-lhes: «isto é o meu sangue da aliança, que vai ser derramado por todos.» (Mc 14, 22-24)5 – Ablução; Jesus mostra que estará entre nós como aquele que serve (Lc 22, 27); depois deitou água numa bacia e começou a … os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que atara à cintura. (Jo 13, 5)6 – Móvel à volta do qual nos reunimos para comer; | Sobre ela torna-se presente, na celebração eucarística, a imolação da cruz e a ressurreição de Jesus Cristo;. (youcat 191); altar.7 – Gesto pelo qual os discípulos reconhecem Jesus depois da ressurreição; Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, … e distribuiu-o por eles, dizendo «Isto é o meu corpo que vai ser entregue por vós, fazei isto em minha memória.» (Lc 22, 19)8 – Nome dado a Cristo pela Escritura e pela Liturgia; Símbolo, inseparável da nuvem, nas manifestações do Espírito Santo (CCE 697); Eu vim ao mundo como …, para que todo o que o que crê em mim não fique nas trevas. (Jo 12, 46)9 – «O Pai que está nos céus vem amorosamente ao encontro dos seus filhos, a conversar com eles» (CCE 104). Foi escrita sob a inspiração do Espírito Santo; foi confiada aos apóstolos por Cristo e pelo Espírito Santo e transmitida pela tradição. (DV9)10 – Causa de alegria (Sl 104,15); recordação do dom da terra concedido pelo Senhor (Dt 6, 11), símbolo de vida; «este cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós». (Mc 22, 20)11 – Simboliza a energia transformadora dos atos do Espírito Santo; símbolo da ação do Espírito Santo. (CCE 696)12 - «A dignidade da Palavra de Deus requer na igreja um lugar próprio para a sua proclamação. Durante a liturgia da Palavra, é para lá que deve convergir espontaneamente a atenção dos fiéis» (CCE 1184)

Solução: 1 - Água; 2 - Ungir; 3 - Pão; 4 - Ritos da Páscoa; 5 – Lavar; 6 – Mesa do Pão; 7 – Partir o pão; 8 – Luz; 9 – Palavra; 10 – Vinho; 11 – Fogo; 12 – Mesa da Palavra.

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centro cultural e pastoral da arquidioceserua de S. Domingos, 94 B • 4710-435 Braga • tel. 253 203 180 • fax 253 203 190 [email protected] • www.diocese-braga.pt/catequese

impressão: empresa do diário do minho lda.

O meu adventoOiço uma voz que recoa no meu coração:

Prepara-te.Estou em silêncio.

Oro com o coração.Sim, eu quero preparar o caminho do meu coração para a tua vida meu Senhor.

Tu dizes que para nasceres no meu coração, eu tenho que aplanar o meu egoismo, a minha vaidade, o meu comodismo, o meu descuido, o meu pouco empenho.

Assim eu te respondo:Vou esforçar-me por descobrir no meu dia a dia, os Teus projetos para mim,

na escuta e na oração da Tua Palavra, e tentar concretizá-los com alegria e entusiasmo.Vou fazer da minha vida um dom aos irmãos no serviço, na partilha e no amor.

Àquele velhinho que está carente de amor e afeto, com o meu abraço.Àquele doente que sofre a sua dor, com as palavras de esperança.

Na dor e na solidão daquela pessoa depressiva, com um sorriso de esperança.Nas lágrimas da pessoa que sofre, com o meu carinho.

Na solidão, na fome, no isolamento daquela criança, com o meu regaço.Na alegria daquelas que já Te descobriram.

Se eu assim viver, então a Tua glória se manisfestará e toda a gente sentirá e admirará o Teu Reino que todos esperamos.

Anseio por ti, Senhor Jesus!

Amen

Anabela Pereira da Silva

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