boletim agosto

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O PROFETA ARLS Profeta Elias nº. 109 Rua Felinto Bento Vianna nº 510 Filiada à MRGrande Loja do Paraná [email protected] Fundado em abril-1995 Junho-Julho-Agosto 2012 Artigo de Capa: MAS AFINAL, O QUE É INTELIGÊNCIA? Isaac Asimov Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada - no dia seguinte eu ainda era um soldado raso da KP - Kitchen Police) Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmen- te muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso. Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha? Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele. Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamen- tos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

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Boletim da Loja Maçônica Profeta Elias, Curitiba, Paraná, Brasil

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Page 1: BOLETIM AGOSTO

O PROFETA ARLS Profeta Elias nº. 109

Rua Felinto Bento Vianna nº 510

Filiada à M∴ R∴ Grande Loja do Paraná [email protected]

Fundado em abril-1995

Junho-Julho-Agosto

2012

Artigo de Capa:

MAS AFINAL, O QUE É INTELIGÊNCIA? Isaac Asimov

 Quando eu estava no exército, fiz um teste de aptidão, solicitado a todos os

soldados, e consegui 160 pontos. A média era 100. Ninguém na base tinha visto uma nota dessas e durante duas horas eu fui o assunto principal. (Não significou nada - no dia seguinte eu ainda era um

soldado raso da KP - Kitchen Police) Durante toda minha vida consegui notas como essa, o que sempre me deu uma ideia de que eu era realmen-te muito inteligente. E eu imaginava que as outras pessoas também achavam isso. Porém, na verdade, será que essas notas não significam apenas que eu sou muito bom para responder um tipo específico de perguntas acadêmicas, consideradas pertinentes pelas pessoas que formularam esses testes de inteligência, e que provavelmente têm uma habilidade intelectual parecida com a minha? Por exemplo, eu conhecia um mecânico que jamais conseguiria passar em um teste desses, acho que não chegaria a fazer 80 pontos. Portanto, sempre me considerei muito mais inteligente que ele. Mas, quando acontecia alguma coisa com o meu carro

e eu precisava de alguém para dar um jeito rápido, era ele que eu procurava. Observava como ele investigava a situação enquanto fazia seus pronunciamen-tos sábios e profundos, como se fossem oráculos divinos. No fim, ele sempre consertava meu carro.

 

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Então, imagine se esses testes de inteligência fossem preparados pelo meu mecânico. Ou por um carpinteiro, ou um fazendeiro, ou qualquer outro que não fosse um acadêmico. Em qualquer desses testes eu comprovaria minha total ignorância e estupidez. Na verdade, seria mesmo considerado um ignorante, um estúpido. Em um mundo onde eu não pudesse me valer do meu treinamento acadêmico ou do meu talento com as palavras e tivesse que fazer algum trabalho com as minhas mãos ou desembaraçar alguma coisa complicada eu me daria muito mal. A minha inteligência, portanto, não é algo absoluto mas sim algo imposto como tal, por uma pequena parcela da sociedade em que vivo. Vamos considerar o meu mecânico, mais uma vez. Ele adorava contar piadas. Certa vez ele levantou sua cabeça por cima do capô do meu carro e me perguntou: "Doutor, um surdo-mudo entrou numa loja de construção para comprar uns pregos. Ele colocou dois dedos no balcão como se estivesse se-gurando um prego invisível e com a outra mão, imitou umas marteladas. O balconista trouxe então um martelo. Ele balançou a cabeça de um lado para o outro negativamente e apontou para os dedos no balcão. Dessa vez o bal-conista trouxe vários pregos, ele escolheu o tamanho que queria e foi embora. O cliente seguinte era um cego. Ele queria comprar uma tesoura. Como o sen-hor acha que ele fez?" Eu levantei minha mão e "cortei o ar" com dois dedos, como uma tesoura. "Mas você é muito burro mesmo! Ele simplesmente abriu a boca e usou a voz para pedir". Enquanto meu mecânico gargalhava, ele ainda falou: "Tô fazendo essa pega-dinha com todos os clientes hoje." "E muitos caíram?" perguntei esperançoso. "Alguns. Mas com você eu tinha certeza absoluta que ia funcionar". "Ah é? Por quê?" "Porque você tem muito estudo doutor, sabia que não seria muito esperto". E algo dentro de mim dizia que ele tinha alguma razão nisso tudo.

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GUIA DOS CURIOSOS Marcelo Buarte

Panda Books QUAL A DIFERENÇA ENTRE PIRATAS E

CORSÁRIOS?

Os piratas atacavam por conta própria, ao contrário dos corsários, que atuavam em nome de um rei. Atacavam navios de países inimigos, usando a bandeira de seu país, e dividiam o saque com o rei, que ficava com a maior parte. Essa não era a regra geral, já que a maioria dos piratas era independente.

"O amor é a melhor música na partitura da vida. Sem ele você será um eterno desafinado no imenso coral da humanidade." (Roque Schneider )

 

Livro, a melhor companhia:

Estude nas melhores Universidades do mundo: Lá no final da página está uma sequência de assuntos. Vale a pena ver, ainda que seja só para ver que, mes-mo nas grandes universidades, o sistema GLS (*) de ensino funciona, e bem:

http://www.veduca.com.br/

(*) Giz, Lousa, Saliva. Pensou besteira?  

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O HOMEM, esse desconhecido.

Nosso trabalho é “desbastar a pedra bruta”. Isso nós declaramos de várias formas, infinitas ve-zes. Mas se queremos passar das palavras à ação, precisamos aprender sobre essa pedra, à me-dida que trabalhamos nela. Saber de sua constituição, suas arestas, as partes duras e as moles, os veios onde colocar nosso cinzel para que não a danifiquemos. Esta a intenção desta coluna: fornecer pistas e subsídios para que, nesse processo de ação-reflexão, le- vemos a termo nossa Obra Prima.

TUDO O QUE VOCÊ PODE SER

Se você já é estudante de Kabbalah há algum tempo, provavelmente já tem con-sciência de como nossa vida se torna melhor quando usamos as ferramentas e aplicamos a sabedoria. E mesmo que você só esteja recebendo essas Sintonias, espero que esteja ficando um pouco mais feliz e inspirado ao lê-las. Mas os kabalistas ensi-nam que o propósito da vida e a chave para a nossa realização não é apenas tornar-se uma pessoa melhor. É tornar-se uma pessoa transformada>! Transformar-se. Na verdade, os sábios dizem que a pessoa que estamos destinados a ser será ir-reconhecível para a pessoa que somos hoje. Todos nós temos uma grande barreira! Uma grande fonte de negatividade, alguma limitação que se entranhou tanto em nós e

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por tanto tempo que parece praticamente impossível livrar-se dela. Seja uma dor, um vazio, um vício, uma culpa, medo, raiva – existe uma arma específica de destruição em massa que o Oponente tem para cada um de nós, que nos paralisa e impede de nos tornarmos tudo o que podemos ser. Na maioria das vezes, quando se trata dessa neg-atividade, temos tanto medo de fracassar, que nem mesmo nos comprometemos a lutar de verdade. Nosso compromisso é fraco. Nós “meio” que tentamos. Trabalhamos um pouquinho mais do que ontem.

Mudança completa é quando abrimos mão até mesmo da nossa negatividade mais arraigada – e o compromisso de lutar é o caminho para a liberdade e para a real-ização.

Enquanto acreditarmos que alguma coisa em nossa natureza é impossível de mudar, nunca seremos capazes de fazê-lo. Podemos fazer qualquer coisa, mas temos que acreditar que temos o poder e que devemos ter vontade de trabalhar para aquele fim. É quase como se vivêssemos nossas vidas como o Clark Kent e tivéssemos que nos tor-nar o Super-homem. Todos nós temos poderes secretos e uma grandeza oculta inter-namente. Para nos tornarmos a pessoa que estamos destinados a ser, precisamos abrir mão de alguma coisa. Algo grande. É diferente para cada um, mas as chances são de que, se você estiver lendo esse texto, provavelmente tenha alguma ideia do que seja no seu caso. Claro, quando nos tornamos um pouco melhores, a vida se torna um pouco melhor. Então por que se acomodar? Dê o salto de um pouco melhor para muito melhor. Kabbalah não é autoajuda. É tornar-se ilimitado. Quando nos comprometemos e fazemos o trabalho – o trabalho realmente duro – não existem limitações, só Luz.

Tudo de bom, Yehuda (http://www.yehudaberg.com/)

postaram  no  facebook  

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Para ler em família:

Mães superprotetoras criam filhos ansiososMães superprotetoras criam filhos ansiosos

ACOMPANHE r Stephanie D’Ornelas19.08.2012 as 18:00

Mães superprotetoras estão sempre dando orientações excessivas aos seus filhos. En-quanto eles são crianças, querem até escolher suas roupas, mesmo quando eles já con-seguem fazer isso sozinhos. O controle é tanto que alguns pais querem escolher os amiguinhos de seus filhos e com quem eles podem brincar. Pais e mães corujas podem até pensar que isso é uma forma de proteção. Mas a falta de independência pode gerar diversos problemas no desenvolvimento infantil. Mães su-perprotetoras logo nos primeiros anos de vida da criança têm maiores chances de fazer com que seus filhos sejam ansiosos, de acordo com um novo estudo. Pesquisadores da Universidade Macquarie, na Austrália, acompanharam 200 crianças ao longo de cinco anos. Eles descobriram que as crianças ansiosas e inibidas eram mais propensas a terem mães superprotetoras. A descoberta surpreende porque mostra que a ansiedade pode começar antes mesmo da adolescência, entre os 4 e 9 anos de idade, logo na época em que muitos pais querem mandar totalmente na vida de seus filhotes. Os resultados do estudo também mostraram que filhos de mães ansiosas ou depres-sivas têm maior risco de desenvolver ansiedade na infância. Os problemas vão além da ansiedade

Alguns pais continuam controlando a vida de seus filhos depois da infância, na ado-lescência e juventude. Os problemas ocasionados por essa proteção excessiva vão ain-da além da ansiedade. Confira outros danos que podem ser gerados no desenvolvi-mento dos filhos de mães e pais corujas: • Além da ansiedade, a superproteção pode fazer com que crianças e adolescentes

desenvolvam depressão, de acordo com um estudo da Universidade do Tennes-see, nos EUA. Ligações constantes para os filhos e até mesmo checagens exces-sivas no Facebook para descobrir o que eles estão fazendo são sinais de alerta;

• As crianças e adolescentes podem ficar neuróticos, menos abertos a novidades e mais vulneráveis, de acordo com um estudo da Keene State College, nos EUA;

• As crianças sentem que não têm controle sobre as coisas. Afinal, seus pais tentam controlar quase todos os aspectos de suas vidas;

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• Filhos de pais coruja são mais propensos a se sentir com baixa autoestima. Isso porque seus pais fazem com que as crianças sintam que não são boas o suficiente para fazer as coisas por conta própria. Quando os pais ajudam demais na realiza-ção de tarefas, privam os filhos da satisfação pessoal de conseguirem realizar algo por si próprios;

• Essas crianças e adolescentes também têm mais chances de ter falta de responsabi-lidade. Os filhos de pais corujas crescem aprendendo que não são responsáveis por suas ações, mas seus pais. Especialistas afirmam que isso faz com que elas tenham dificuldades de autocontrole. Além disso, elas podem tentar intimidar outras pessoas para que não consigam o que querem, ao invés de correrem atrás de seus próprios sucessos;

• Crianças mimadas demais também têm dificuldades de ser autossuficientes. Criar filhos não é uma tarefa fácil. Mas existem várias maneiras de contribuir para que as crianças cresçam de uma maneira saudável psicologicamente.  

 FRANGO AFRICANO

Frango ensopado à moda de África No coração da chamada África Negra estende-se um grande território povoado por mais de 50 milhões de pessoas, constituindo centenas de tribos e algumas dezenas de países. É a África Ocidental, uma vez colônia de Europa, onde o Brasil tem algumas de suas boas raízes. O prato mais tradicional da variada cozinha dessa região é um ensopado, feito com qualquer tipo de carne - aves, gado ou caça - na caçarola, num molho rico de amendoim, cebolas, alho, tomates e gengibre, com variações segundo a região. Antigamente, o clã se reunia em torno a uma grande panela de barro, cheia de arroz, sobre a qual era servido o ensopado, para ser comido com ajuda dos dedos, comunitariamente.

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Acompanhavam as frutas e os legumes que estivessem disponíveis. A moderna classe média dos países como Guiné, Mali e Gabão prefere servir o seu prato nacional como estamos fazendo hoje: em duas terrinas, ladeadas pelos acompanhamentos, que devem ser selecionados de acordo com a criatividade e a fantasia de cada convidado. Aprendi a fazer este prato com meus amigos Nianankoro Fomba (Mali) e Mamadi Keita, (Guiné) em Genebra. As quantidades dos ingredientes variam de acordo com o número de pessoas e a disposição do cozinheiro. Refogue cebola, alho e pimentão picados em óleo de soja. Acrescente o frango cortado em pedaços relativamente pequenos, até dourar. Jogue bastante tomate e o gengibre fresco, descascados e picados. Faça, previamente, no liquidificador, uma mistura de pasta de amendoim e, se quiser, um pouco de grão de bico, com água, sal e pimenta. Jogue na panela e deixe cozinhar, em fogo lento, até o frango (ou a carne que escolheu) ficar bem tenro. Este é um prato prático, pois não precisa servir imediatamente. Às vezes, até, feito de véspera e esquentado antes de servir fica mais gostoso. Sirva numa terrina funda preferivelmente de barro. Acompanhe com bastante arroz branco. Na mesa, distribua cumbucas contendo todos os ingredientes do Gaspacho, acima, menos o pão torrado - cada um na sua cumbuca é claro. Além desses, devem ser servidas frutas em pedaços, como mamão, banana, abacate (o abacate fica especialmente bom temperado com sal, limão e gengibre), melão, etc. Sirva também cumbucas com amendoim torrado e grão de bico cozido, frio. Acrescente uma cumbuca ou vidro com pimenta malagueta, bem forte, se não quiser apimentar muito o prato original. Este é um prato que faz sucesso em forma de buffet, para muitas pessoas se servirem à vontade e comer pelos cantos da casa ou do apartamento. A piadinha de que a receita original era para preparar missionários africanos, pelos canibais, sempre causa frisson entre as dondocas.    

           

LÓGICA PRODUZIDA POR UM BRASILEIRO (OU DIALÉTICA; OU O TERRÍVEL NÚMERO 2...)

César Mendes da Costa Todos os dias encontramos expressões como: é lógico; é uma questão de lógica. Quem já

 

 

CULTIVANDO AS 7 ARTES LI-

BERAIS  

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freqüentou um curso de formação em filosofia, ou outro que requeira o estudo da lógica, já se deparou com essas expressões em diversos livros introdutórios ou nos ditos manuais de lógica. Mas o fato é que expressamos a confirmação de uma informação a algum curi-oso cheio de dúvidas utilizando essa palavrinha mágica, a saber, Lógica. Quando pensamos em lógica nos perguntamos: será que existe algum brasileiro que ten-ha contribuído para a sua elaboração? Ou será que os grandes nomes da lógica, desde Aristóteles, são todos estrangeiros? A considerar pela maioria dos manuais, podemos concluir que sim. Ela é produto de uma época, que foi sendo lapidada por filósofos como Frege, Bertrand Russell, e possui um único corpo. Em minha memória, existe um fato que questiona o dado acima mencionado. Por duas vezes escutei o nome de Newton da Costa sendo apontado como referência internacional dentro da Lógica. Na primeira foi uma enorme novidade, nunca tinha lido ou presenciado uma exposição sobre a obra deste brasileiro, que possuí formação em engenharia civil, bacharelado em matemática, doutorado e livre docência em matemática, e isso me mo-tivou à procura por informações. A segunda situação representou uma maior aproximação à obra dele, numa palestra na qual informaram a real importância de seu trabalho: sua produção não se preocupa com a adaptação da lógica clássica ao nosso tempo, ela se apresenta como paralela a lógica clássica, questionando o princípio de não contradição. Segundo Aristóteles, este princípio ocorre quando duas afirmações são contraditórias, sendo uma a contradição da outra, uma delas é falsa. Este princípio tem sido utilizado a mais de dois milênios, para distinguir raciocínios válidos ou inválidos. Exemplo: Caetano em média afirma que algo é, e logo em seguida diz: “ou não”, essa asserção ex-istencialista possibilita a aplicação do princípio, isto é, com este princípio podemos distin-guir se a informação válida é a que afirma ou a que nega, pois uma afirmação só pode ser verdadeira ou falsa. O contexto no qual a lógica clássica surgiu possuía outro paradigma científico, ou seja, uma dada situação é válida se corresponde aos sentidos, aos fatos, a experiência. No início do século XX esse modelo foi questionado, por descobertas que alcançaram o cam-po macro e microscópico do nosso universo, por meio de uma matematização intensa das pesquisas. A ciência, segundo Einstein, primeiro deduz matematicamente, e só posterior-mente parte para a pesquisa empírica. Dentro deste contexto por volta de 1948, Newton da Costa, conforme a fala dele, por paixão à beleza do cálculo, começou a desenvolver a lógica paraconsistente. A Lógica paraconsistente ou ao Lado da Consistência Para a consistência em direção ao que consiste. Em que consiste a lógica? Em auferir a validade das proposições ou em instrumentalizar um discurso científico válido (Frege)? A matematização da lógica iniciada em meados do século XIX favoreceu um desenvolvi-mento espetacular de ambas. Favoreceu o florescimento de novas formulações lógicas, implicou no surgimento de paradoxos matemáticos. Perante os paradoxos Newton da Costa, provocado por uma expressão de Cantor – para desenvolver matemática requer criatividade – e com base nessa afirmação, Newton começa a ler os paradoxos não a par-tir dos princípios aristotélicos, ou seja, ele inverte o ponto de partida, comum a época,

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ponderando a possibilidade de se desenvolver uma lógica que não necessariamente ten-ha que passar pelo princípio de contradição. Durante o século XX ficou claro que o valor universal da lógica, está mais relacionado à crença, do que a evidência, pois, a demonstração da geometria euclidiana por Hilbert, apresenta a possibilidade de se estabelecer múltiplas geometrias, derrogando a idéia de que o rigor lógico necessariamente tenha que passar por uma via já demarcada ou es-colhida, isto é, o processo de axiomatização depende muito mais da compatibilidade, fo-mentando assim as possibilidades lógicas. Paraconsistência ou ao lado da consistência se insere dentro deste panorama, rico em paradoxos, e problemas incompatíveis com a lógica clássica – robótica, sistemas de monitoramento, sistemas contraditórios como a metereologia entre outros. ( não sei se cabe este trecho ou se suprimindo já esta sufi-ciente) A inversão não significa a negação da lógica Aristotélica, mas uma instrumentalização re-finada, que viabiliza pesquisas que possam ir além da matematização binária. A inconsistência não é um limite Na lógica clássica uma teoria colapsa quando se percebe algum tipo de inconsistência. Nas lógicas paraconsistentes, a inconsistência não representa um empecilho.

" A lógica paraconsistente evidencia que as teorias inconsistentes não devem ser descartadas unicamente por se evidenciarem inconsistentes, por infringirem o princípio de contradição. Este fato tem as mais variadas consequências filosóficas, destruindo um paradigma que vem governando a razão humana há mais de dois milênios.” (CARRION, Rejane. Introdução à lógica elementar, p.12)

Como é lida, na citação acima, a mudança de paradigma? A razão humana não precisa encerrar uma pesquisa por conta de sua inconsistência, “... I.Lakatos chamou a atenção dos filósofos da ciência para a existência de teorias físicas que foram aceitas, mesmo se manifestando inconsistentes; exemplo de teoria desse tipo é a teoria dos átomos de Bohr.” (CARRION, Rejane. Introdução a lógica elementar, p.12). Com o intuito de verificar suas conclusões, Newton da Costa passou a estudar com mais afinco física, filosofia da física, e com auxílio do professor Leopoldo Nachbin, entrou em contato com o professor Francisco Antônio Dória. A parceria dos dois gerou um resultado que pôs em cheque os fundamentos matemáticos da Física, demonstrando que não existe um argumento na física que não seja incompleto. Para Gilles Gaston Granger, a lógica paraconsistente se apresenta como um recurso ao irracional em lógica, mas o que justifica a racionalidade da lógica clássica? Será que a tradição, o hábito da racionalidade pautada nos princípios de identidade, contradição e terceiro excluído, ou a dificuldade para reconhecer a validade de um outro modo de se pensar, as possibilidades de se raciocinar sobre as teorias e práticas científicas possíveis. Diante deste cenário o nosso filósofo fala em quase verdade, ou verdade pragmática, pau-tada na concepção de pragmática de Charles Sanders Peirce, na qual uma teoria se man-tém válida mesmo se for só parcialmente defensável. Em muitos setores da vida humana a lógica paraconsistente vem sendo aplicada. Entre eles, na elaboração de sistemas que viabilizam o funcionamento de aeroportos, trem bala,

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computação, e até mesmo na medicina, entre outros. Portanto, o estudo sério da incon-sistência tem auxiliado pesquisadores a retificar suas pesquisas, ampliando a forma de compreender/ler a realidade. Voltando-se à questão inicial, podemos falar em lógica brasileira. Aliás, o grupo de estu-dantes que correspondem aos discípulos de Newton da Costa, quando participam como conferencistas fora do nosso país, são apresentados como alunos da Escola de da Costa ou Escola de Lógica Brasileira. Considerando o que se afirma planeta afora, temos um novo paradigma, que viabiliza um olhar crítico que potencializa a resolução de problemas contemporâneos.

TIRADAS DO BARÃO

O nome “Barão de Itararé” é uma justa homenagem ao jornalista Aparí-cio Torelli (1895-1971), considerado um dos criadores da imprensa al-ternativa no país e o “pai do humorismo brasileiro”. Criador dos jornais “A Manha” e “Almanhaque”, ele ironizou as elites, criticou a exploração e enfrentou os governos autoritários. Preso várias vezes, nunca perdeu o seu humor. Itararé é o nome da batalha que não houve entre a oligar-quia cafeeira e as forças vitoriosas da Revolução de 1930.

Você sabia?

O "QUINTO DOS INFERNOS" Durante o século 18, o Brasil Colônia pagava um alto tributo para seu colo-nizador, Portugal. Esse tributo incidia sobre tudo o que fosse produzido em nosso país e corre-spondia a 20% (ou seja, 1/5) da produção. Essa taxação altíssima e absurda era chamada de "O Quinto". Esse imposto recaía principalmente sobre a nossa produção de ouro. Era tão odiado que passou a ser chamado de O Quinto dos Infernos. Sua cobrança é que produziu a Inconfidência Mineira. De acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário IBPT, a carga tributária bra-sileira deverá chegar ao final deste ano de 2011 a 43% ou praticamente 2/5

"Quando pobre come frango, um dos dois está doente."

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(dois quintos)de nossa produção. Ou seja, a carga tributária que nos aflige é praticamente o dobro daquela exigida por Portugal à época da Inconfidência Mineira, o que significa que pagamos hoje literalmente "dois quintos dos infer-nos" de impostos... "IIr.'. Gêmeos": curiosidades maçônicas.

               

(A primeira sessão de Humor neste Boletim saiu com UZÉ_O Maçom. UZÉ já está remido e tornou-se Past-Humorável).

 

Irmãos gêmeos de mães diferentes

só na Maçonaria.