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A Associação Brasileira da Propriedade Intelectual - ABPI e a Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade In- dustrial - ABAPI promoveram coquetel e almoço de confra- ternização de fim de ano, no dia 13 de dezembro, em São Paulo. O presidente do INPI foi representado por Luiz Otá- vio Beaklini, atual assessor da presidência, e que já ocupou a presidência interinamente. En- tre outros presentes estavam Clóvis Silveira, presidente da ASPI, e Eliane Yachouh Abrão, que foi palestrante na ABPI em outubro. Página 3. Nº 81 • Dezembro de 2006 Boletim da ABPI 1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL Boletim da Dezembro de 2006 - nº 81 Confraternização ABPI-ABAPI Informatização do INPI Artigo do ex-presidente da ABPI, José Antonio B.L. Faria Correa, refor- ça a ação mandamental da ABAPI contra a intenção de o INPI extinguir o sistema tradicional de petições em formulário de papel. Página 6. Aplicabilidade do artigo 22(1) do PCT O coordenador da Comissão de Estudo de Patentes da ABPI, João Luís d’Orey Facco Vianna assina ar- tigo sobre “Aplicabilidade do artigo 22(1) do PCT - A interpretação do INPI”. Página 7. ABPI entra com petição solidária à demanda da ABAPI No dia 11 de dezembro, a ABPI entrou com uma petição na qualida- de de amicus curiae na demanda da ABAPI contra a intenção do INPI de extinguir os pedidos de registro de marcas em formulários impressos em papel. Na petição, a ABPI anexou a recomendação do Ministério Públi- co Federal. Veja a íntegra da ação na página 5. Os presidentes da ABPI, da ABAPI e da ASPI saudaram os presentes.

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A Associação Brasileira daPropriedade Intelectual - ABPIe a Associação Brasileira dosAgentes da Propriedade In-dustrial - ABAPI promoveramcoquetel e almoço de confra-ternização de fim de ano, nodia 13 de dezembro, em SãoPaulo. O presidente do INPIfoi representado por Luiz Otá-vio Beaklini, atual assessor dapresidência, e que já ocupou apresidência interinamente. En-tre outros presentes estavamClóvis Silveira, presidente daASPI, e Eliane Yachouh Abrão,que foi palestrante na ABPI emoutubro. Página 3.

Nº 81 • Dezembro de 2006 Boletim da ABPI 1

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL

Boletim daDezembro de 2006 - nº 81

Confraternização ABPI-ABAPI

Informatização do INPIArtigo do ex-presidente da ABPI,

José Antonio B.L. Faria Correa, refor-ça a ação mandamental da ABAPIcontra a intenção de o INPI extinguiro sistema tradicional de petições emformulário de papel. Página 6.

Aplicabilidade doartigo 22(1) do PCT

O coordenador da Comissão deEstudo de Patentes da ABPI, JoãoLuís d’Orey Facco Vianna assina ar-tigo sobre “Aplicabilidade do artigo22(1) do PCT - A interpretação doINPI”. Página 7.

ABPI entra competição solidária àdemanda da ABAPI

No dia 11 de dezembro, a ABPIentrou com uma petição na qualida-de de amicus curiae na demanda daABAPI contra a intenção do INPI deextinguir os pedidos de registro demarcas em formulários impressosem papel. Na petição, a ABPI anexoua recomendação do Ministério Públi-co Federal. Veja a íntegra da ação napágina 5.

Os presidentes da ABPI, da ABAPI e daASPI saudaram os presentes.

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Ampliação da sededa ABPI

AABPI adquiriu imóvel na rua daAlfândega, 108, 6º andar, com área de264 m2, onde instalará sua nova sede.Foi adquirida, também, vaga de gara-gem na avenida Presidente Vargas,487. O presidente Gustavo S. Leonar-dos afirmou que a idéia é ampliar asinstalações até para acomodar novosfuncionários que deverão integrar oquadro de pessoal, ter salas para asreuniões das comissões, inclusive reu-niões simultâneas no Rio de Janeiro eSão Paulo. Para isso, a ASPI já colocouà disposição suas instalações em SãoPaulo. As escrituras dos novos imó-veis foram lavradas no 6º Ofício deNotas em 30 de outubro de 2006 e re-gistradas no 2º Ofício de Registro Ge-ral de Imóveis do Rio de Janeiro em 1de dezembro de 2006. Representarama ABPI o presidente e o diretor tesou-reiro Herlon Monteiro Fontes.

Câmara aprovaincentivo fiscal parainovação tecnológica

O projeto de lei 7.514/06, do PoderExecutivo, que cria novos incentivosfiscais para empresas que investiremem pesquisa científica e inovação tec-nológica, quando executados por insti-tuição científica e tecnológica (ICT), foiaprovado em plenária da Câmara dosdeputados no dia 12 de dezembro, al-terando a lei 1.1196/05. O projeto irápara análise do Senado. Pelo projeto, apessoa jurídica tributada pelo lucroreal poderá excluir da apuração desselucro e também da base de cálculo daContribuição Social sobre o Lucro Lí-quido (CSLL) o percentual de 50%, nomínimo, a 250%, no máximo, do quegastou com projetos de pesquisa exe-cutados por uma ICT.

2 Boletim da ABPI Dezembro de 2006 • Nº 81

Editorial

Balanço positivo

José Carlos Tinoco SoaresVice-Presidente da ABPI e da ABAPI

Em grandes traços, sem minúcias, percorrendo apenas os grandes eventose fatos importantes, pode-se afirmar que o balanço da atuação da ABPI em2006 foi positivo, marcando gols relevantes. Partindo do XXIV SeminárioNacional da Propriedade Intelectual, realizado em Brasília em 2004, ocasiãoem que se enfocou o “Impacto Sócio-Econômico da Pirataria”, à realização noRio de Janeiro de um congresso específico sobre o tema “pirataria” com parti-cipação da Interpol, à abordagem do mesmo tema, no XXV Seminário em SãoPaulo e retornando a Brasília, através do XXVI, sobre a mesma égide, quernos parecer que a ABPI, mediante o concurso de personalidades, conseguiucolocar o Brasil em posição de destaque contra esse mal que prejudica, indis-tintamente, os nacionais e os estrangeiros.

Sempre atenta a todos os procedimentos do INPI, não se calou, por oca-sião da instituição da Revista Eletrônica da Propriedade Industrial, to-mando as providências legais que lhe cabia e obtendo a recomendação do Mi-nistério Público Federal para que retornasse ao status quo ante.

De outro lado e em perfeita harmonia com a Asociación Interamericana dela Propiedad Industrial - ASIPI, realizou entre 25 e 29 de novembro último oXVI Congresso Internacional da Propriedade Intelectual. Os temas foram dosmais atuais, contando com personalidades e palestrantes nacionais e estran-geiros que discorreram, dentre outros, sobre: Pirataria e contrafação de produ-tos; Sistema de Negócios - condições de patenteabilidade; Depósito multi-clas-se; Símbolos universais e esportivos; Conflitos entre marcas, nome comerciale nome de domínio; Indicações geográficas; Nome comercial e slogan; Folclo-re, conhecimentos tradicionais etc.

A presença nacional e estrangeira, não só das Américas, como da Europae Ásia, consolidou sobremaneira o interesse que os estrangeiros têm não só pe-los temas versados e o desenvolvimento do Brasil nessa área, como também emconhecer as belezas do Rio de Janeiro, cuja parte social realizada no TeatroMunicipal, no Morro da Urca e no Copacabana Palace chegou ao ápice.

Desejando que todos tenham o Natal sempre almejado e um Ano Novoventuroso e feliz, iniciaremos a nossa faina, sempre atentos à propriedade in-telectual e dedicando nossa atenção ao próximo Seminário a ser realizado noRio de Janeiro.

Notas

Cartas para a redação do Boletim da ABPI

Envie suas mensagens para a redação doBoletim da ABPI pelo e-mail [email protected]

Informações, críticas e sugestões serãoavaliadas e respondidas, podendo ser publi-cadas ou não no Boletim após estudo de ca-da caso.

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Nº 81 • Dezembro de 2006 Boletim da ABPI 3

Matéria de capa

A Associação Brasileira da Pro-priedade Intelectual - ABPI e a Asso-ciação Brasileira dos Agentes da Pro-priedade Industrial - ABAPI realiza-ram o coquetel e almoço de confra-ternização de seus associados, no dia13 de dezembro, no Espaço Solar,Brooklin, São Paulo. O evento con-tou com a participação de Luiz Otá-vio Beaklini, assessor da presidência,representando o presidente do Insti-tuto Nacional da Propriedade Indus-trial, Jorge de Paula Costa Ávila.

O evento contou ainda com aparticipação dos presidentes daABAPI, Raul Hey, da ABPI, GustavoS. Leonardos, da ASPI, Clóvis Silvei-ra, além de Eliane Yachouh Abrão,presidente da Comissão Especial daPropriedade Imaterial da OAB/SP,que proferiu palestra sobre “Quandoa Propriedade Industrial Encontra oDireito Autoral e Vice-versa”, duran-te almoço mensal da ABPI, realizadono dia 25 de outubro (ver matéria de

capa do Boletim da ABPI nº 80). En-cerrando a etapa de trabalhos à fren-te da Comissão, foi lançado o livroDireitos Autorais, Propriedade Indus-trial e Bens de Personalidade, contendoos artigos e materiais analisados pe-la comissão e as palestras proferidasna OAB-SP.

Confraternização ABPI-ABAPI

O almoço de confraternização conjunta ABPI-ABAPI realizou-se dia 13 de dezembro, no Espaço Solar, em São Paulo

O público presente ao almoço deconfraternização.

Visão geral do coquetel.

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4 Boletim da ABPI Dezembro de 2006 • Nº 81

Manifestações

O presidente da ABAPI, Raul Hey,agradeceu a presença de todos e emespecial a Luiz Otávio Beaklini, repre-sentando o presidente do INPI. Eledisse que “a um ano da posse da ABPIe da ABAPI ocorreram muitas coisasboas e coisas ruins também. Mas nestacomemoração vamos registrar as coi-sas boas. O INPI tomou medidas quenos afetaram muito”. E convidou LuizOtávio Beaklini a acompanhar suasobservações: “a) o INPI convidou osque entraram com petições de marcaque ainda não foram examinadas a semanifestarem e confirmarem seu inte-resse no pedido; b) com relação ao sis-tema eletrônico, vimos o cumprimentode promessas que nos agradaram,mas, infelizmente, de forma inadequa-da. Como último recurso impetramosmandado de segurança e pedimos li-minar. O sistema eletrônico em si é be-néfico e estamos de acordo com a bus-ca desses benefícios e de acordo com aidéia, mas contra a forma. O conviteaos usuários para confirmarem o inte-resse no pedido de marcas, não pode-

mos concordar. Não se pode colocaruma exigência sem base legal”.

O presidente Gustavo S. Leonar-dos, da ABPI, disse que a ABPI se so-lidariza com a ABAPI nessa situaçãoperante o INPI. O Ministério PúblicoFederal, através da Procuradoria daRepública no Rio de Janeiro, mani-festou-se sobre uma consulta feitapara a ABPI sobre a extinção da Re-vista da Propriedade Industrial (RPI),impressa em papel, recomendando areedição da revista em papel, semprejuízo da Revista Eletrônica da Pro-priedade Industrial, caso não cumpri-da a recomendação, entrará comuma ação civil pública. Assim, damesma maneira, a ABPI entrou comuma petição, anexando essa reco-mendação do Ministério Público Fe-deral à demanda da ABAPI contra atentativa do INPI de usar exclusiva-mente o sistema eletrônico para ospedidos de marca. A ABAPI e a ABPItrabalham em conjunto para superaressa situação. Afirmou que a classeestá unida neste momento, e mani-festou sua convicção de que se con-

seguirá mudar essa situação no pró-ximo ano. Salientou que nunca osagentes tiveram um relacionamentotão profícuo com o governo federal.E ressaltou que ainda ontem estevecom o ministro da Cultura, GilbertoGil, que abriu um seminário nacionalsobre Direitos Autorais e o Papel doEstado, em Brasília, e mostrou-se in-teressado em encaminhar ao Legisla-tivo uma proposta conjunta ABPI/Ministério da Cultura sobre o artigo46 da Lei do Direito Autoral.

O presidente da ASPI, Clóvis Sil-veira, cumprimentou todos com vo-tos de profícuo trabalho em 2007, eboas festas de final de ano.

Luiz Otávio Beaklini, como as-sessor e representante do presidentedo INPI, Jorge de Paula Costa Ávila,prometeu levar as observações a ele.Destacou os muitos problemas quevive o INPI. Mas afirmou que o pro-cesso do INPI está andando. “Temos450 novas pessoas no quadro de pes-soal e mais um pouco e poderemosresolver todos os pequenos proble-mas, com trabalho e apoio de todos.”

Matéria de capa

O presidente da ABAPI, Raul Hey, saudouos presentes, mas falou sobre dificuldadesdo INPI.

Luiz Otávio Beaklini representou opresidente do INPI e prometeu levar asobservações feitas sobre o órgão.

Clovis Silveira, presidente da ASPI, tambémsaudou os presentes.

Luiz Otávio Beaklini, Diana de Mello Jungmann, Ricardo P. Vieirade Mello e Gustavo S. Leonardos.

Rodrigo S. Bonan de Aguiar, Jorge Knauss de Mendonça, Paulo Parente Marques Mendes, José Carlos Tinoco Soares e sua filhaMarilisa Catozzo Tinoco Soares, Herlon Monteiro Fontes.

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Nº 81 • Dezembro de 2006 Boletim da ABPI 5

Notas

No dia 11 de dezembro, a ABPIentrou com uma petição relativa à de-manda movida pela ABAPI contraato do INPI, impetrando mandado desegurança e pleiteando liminar, com oobjetivo de obter o reconhecimentoda ilegalidade da pretendida extinçãodos formulários impressos em papelcomo meio de exercício regular, fren-te ao INPI, dos direitos fundamentaisde petição, da ampla defesa e de pro-teção à propriedade intelectual. Nes-se ato, a ABPI anexou manifestaçãodo Ministério Público Federal (Reco-mendação nº 01/2006), em resposta aconsulta que havia feito sobre a lega-lidade da supressão da RPI impressaem papel questão idêntica à presente.A íntegra é a que segue:

Exmo. Sr. Dr. Juiz de DireitoAlberto Nogueira Junior da 10ªVara Federal da Seção Judiciária doRio de Janeiro, RJProcesso nº 2006.51.01.021493-8

Associação Brasileira da Proprie-dade Intelectual - ABPI, localizada àAv. Rio Branco, 277, 5º andar, conjunto506, CEP 20047-900, Rio de Janeiro, RJ,vem, através de seu Presidente infra-assinado, na qualidade de amicus cu-riae, solicitar a atenção de V. Excia. pa-ra as seguintes considerações relativasà demanda movida pela AssociaçãoBrasileira dos Agentes da Proprieda-de Industrial (doravante, ABAPI ouAutora) em face do Instituto Nacionalda Propriedade Industrial (doravante,INPI ou Réu), pelos fundamentos defato e de direito que passa a expor:

I. Do objeto da presente açãoA ação mandamental em foco

tem por objetivo, nas palavras daAutora, o reconhecimento da ilegali-dade, a desconstituição e a sustaçãodos efeitos de todo e qualquer ato dapresidência do INPI tendente à ex-tinção dos formulários impressos empapel como meio de exercício regu-lar, frente àquela entidade adminis-trativa, dos direitos fundamentais depetição, da ampla defesa e de prote-ção à propriedade intelectual.

II. Da legitimidadeInicialmente, cumpre esclarecer

que a ABPI é uma associação sem finslucrativos, fundada em 16 de agosto de1963 com o nome de Associação Brasi-

leira para a Proteção da PropriedadeIndustrial. A ABPI conta hoje com cer-ca de 700 associados, congregando em-presas, escritórios de agentes da pro-priedade industrial, escritórios de ad-vocacia e especialistas, e tem como ob-jetivo o desenvolvimento e o estudo dapropriedade intelectual em todos osseus aspectos, pugnando pelo aperfei-çoamento da legislação, doutrina e ju-risprudência desse ramo do Direito.

Sendo órgão cuja finalidade pre-cípua consiste em promover o res-peito à propriedade intelectual nopaís, inclusive no que toca a deman-das judiciais, a ABPI possui plena le-gitimidade para manifestar-se nopresente pleito, uma vez que o mes-mo trata de possível limitação dosdireitos de petição e ampla defesaperante o INPI, o que evidentementeafeta o exercício regular dos direitosde propriedade industrial. (Doc I)

III. Dos fatosConforme aduzido na inicial, em

1º de setembro de 2006, foi publicadano Diário Oficial da União a Resolu-ção nº 127/06, editada pela presidên-cia do INPI e cujo artigo 8º comunica-va que o INPI não mais aceitaria peti-ções em papel relativas à Diretoria deMarcas após 01/10/2006. Tal prazosucessivamente prorrogado até culmi-nar com a edição da Resolução nº133/06, que determinou a extensão dosistema “híbrido” até 30/01/2007. As-sim, o INPI pretende, a partir dessadata, proibir quaisquer petições em pa-pel referentes à Diretoria de Marcas.

IV. Do méritoA tentativa do INPI de estabele-

cer por resolução administrativaproibição de petição em papel, que éo meio de petição habitual de todos,fere o princípio constitucional queestabelece que “ninguém será obri-gado a fazer ou deixar de fazer algu-ma coisa senão em virtude de lei;”(Art. 5º, II, grifamos).

Com muito mais razão, deve-seaplicar tal principío quando a obri-gação em questão implica restrição adireitos fundamentais, como o são odireito de petição a órgão público e odireito à ampla defesa.

Ademais, a Carta Magna consagraem seu art. 37 caput a legalidade comoum dos princípios basilares a seremseguidos pela administração pública,

i.e., a administração pública direta e in-direta deve não apenas obedecer estri-tamente à lei como tem sua liberdadede agir expressamente fixada pela lei.Conseqüentemente, sendo o INPI au-tarquia federal, qualquer ato por elepraticado deve estar claramente res-paldado por lei que o autorize.

Ora, considerando que não exis-te INPI no mundo que tenha proibi-do as petições em papel, resta claroque se trata não apenas de obriga-ção que não encontra fundamentolegal, mas, ainda, de comando quelimita (quando o fim óbvio deveriaser ampliar) os meios usuais e cos-tumeiros de exercício de direitosprevistos na Constituição.

Indo adiante, é fundamental re-cordar que, no que concerne à pro-priedade intelectual, o art 5º, XXIXreafirma o princípio da legalidade aoestabelecer que:

“Art. 5º - ...XXIX - a lei assegurará aos auto-

res de inventos industriais privilégiotemporário para sua utilização, bemcomo proteção às criações indus-triais, à propriedade das marcas, aosnomes de empresas e a outros signosdistintivos, tendo em vista o interessesocial e o desenvolvimento tecnológi-co e econômico do País;” (grifamos)

Dessa maneira, se é límpido queapenas a lei pode definir obrigaçõese restringir o exercício de direitosfundamentais, configura-se aindamais evidente que a reserva legal de-ve ser aplicada sem qualquer ressal-va no que toca aos direitos de pro-priedade intelectual e, insertos nes-tes, os da propriedade industrial.

Portanto, é indiscutível que, pararestringir os meios habituais e cos-tumeiros de exercício de direitos,uma resolução administrativa nãopossui o condão de substituir a lei,já que, para tanto, esta se exige comoexpressão da vontade dos legítimosrepresentantes do povo.

Com a malfadada Resolução127/06, portanto, o INPI usurpa dacompetência legislativa do CongressoNacional e limita infundadamente di-reitos fundamentais de seus usuários.

Nesse sentido, cumpre aduzirque o Ministério Público Federal jáse manifestou acerca de questão es-sencialmente idêntica à presente,qual seja, a legalidade da supressão

Petição da ABPI reforça demanda da ABAPI ABPI entrou com petição em relação à demanda movida pela ABAPI

contra extinção dos pedidos em formulário impresso em papel no INPI

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6 Boletim da ABPI Dezembro de 2006 • Nº 81

José Antonio B.L. Faria CorreaSócio do escritório Dannemann,Siemsen, Bigler & Ipanema Moreira,ex-presidente da associação brasileira dapropriedade intelectual.

Desde alguns anos, o INPI, órgãoresponsável por uma área imprescindí-vel para o país, vem passando por pro-blemas graves, que causaram um atra-so inconcebível sobretudo na conces-são de registros de marcas. Os efeitosdesse atraso são danosos a todos osusuários, que, sem registro, não têmcomo, de forma categórica, fazer valerseus direitos contra infratores. As em-presas estrangeiras ainda têm a opçãode simplesmente evitar o mercado bra-sileiro - mas não é isso, espera-se, o queo governo pretende. As empresas do-miciliadas no Brasil nada mais têm afazer senão aguardar e assistir, impas-síveis, ao festival de contrafações pro-piciado por essa situação de marasmo.

Mais recentemente, o governo,convencido da importância do INPI,fruto, notadamente, das intensas cam-panhas das associações de especialistasna área, como ABPI, ABAPI, ASPI eANEPI, passou a dar atenção ao INPI evem adotando medidas para reapare-lhá-lo. Os dirigentes do INPI, por seuturno, vêm envidando enormes esfor-ços para, através de alterações sistemá-

ticas, enfrentar o impressionante volu-me de processos que se arrastam háanos, notadamente na área de marcas.

Ao contrário do que, estranha-mente, muito se divulgou na im-prensa, os especialistas no campo dapropriedade industrial aplaudem to-do e qualquer movimento no sentidode se promover a eficiência dos ser-viços do INPI e vem colaborandocom o órgão no estudo de medidasnessa direção. O retardo nas decisõesdaquele órgão não interessa a nin-guém e muito menos aos profissio-nais do ramo, agentes de proprieda-de industrial, pois acarreta perda dereceita, aumento de custo operacio-nal e desestímulo aos seus clientes.

Nem por isso os agentes podemdeixar de questionar a forma de exe-cução de determinadas medidas,quando manifestamente inconstitu-cional e ilegal e suscetível de carrearprejuízos aos usuários. Um remédio,ainda que necessário, converte-se emveneno quando administrado em do-se inadequada. E é isso, por exemplo,que ocorre com o sistema de depósitoeletrônico. O sistema constitui umavanço muito bem-vindo, mas semprejuízo do direito do usuário deapresentar, alternativamente, petiçõesem papel sob pena de violar direitoconstitucional. É assim em qualquer

país do mundo, como os Estados Uni-dos, onde o usuário tem a opção deformular pedidos tanto em meio digi-tal como em papel. Por que logo noBrasil, um país com enorme taxa deexclusão digital, deveria ser diferente?

Além disso, o sistema eletrônicoapenas constituirá um grande avan-ço quando feitos os inúmeros ajustesnecessários ao seu funcionamentofluente. Hoje, pois, o sistema apre-senta uma série de deficiências que,se não resolvidas, o tornam impró-prio para diversos atos. E quem sabedisso são justamente os agentes depropriedade industrial, que militamna área no dia-a-dia.

Desse modo, longe de considera-rem os avanços do INPI “rápidos de-mais”, como afirmado recentementena imprensa, os profissionais do ramolouvam a otimização das atividadesdo órgão, desde que não lesiva aos di-reitos dos usuários. Foi isso que levoua Associação Brasileira dos Agentesda Propriedade Industrial a ingressarem juízo, na busca da garantia do di-reito do usuário de peticionar em pa-pel. Não se atacou o sistema eletrôni-co de depósito, que é um progressopelo qual o INPI só merece elogios,mas a não admissão do convívio deambos os sistemas, a exemplo do pro-cedimento feito nos diversos países.

da Revista da Propriedade Industrial(RPI) impressa em papel, através daqual o INPI usualmente publicavaseus atos oficiais e que foi substituí-da pela Revista Eletrônica da Pro-priedade Industrial.

Em conclusão a procedimentoadministrativo que indagava a lega-lidade da dita supressão a Procura-doria da República do Estado do Riode Janeiro concluiu, na Recomenda-ção nº 01/2006 aqui anexada, que omeio eletrônico não pode ser a únicaforma de divulgação dos atos esta-tais e recomendou ao INPI a volta dapublicação da RPI em papel, comodemonstram os trechos abaixo repro-duzidos da referida recomendação:

“Considerando que o regime deInfra-Estrutura de Chaves PúblicasBrasileira tem por finalidade aferir aautenticidade, a integridade e a vali-dade jurídica dos documentos emforma eletrônica, conferindo valorprobatório aos mesmos, não signifi-cando que estes possam ser o único meio

para dar publicidade aos atos estatais la-to sensu, seja por questões legais, se-ja por motivos de ordem social (ex-clusão digital);

Resolve recomendar, com funda-mento no art. 6º, inciso XX, da LeiComplementar nº 75/93, ao Ilustrís-simo Senhor Presidente do InstitutoNacional da Propriedade Industrial,que, sem prejuízo da continuidade daedição da Revista Eletrônica da Pro-priedade Industrial, determine a reedi-ção da Revista da Propriedade Industrial,em meio papel (...)” (grifamos) (Doc II)

A exemplo do que ocorre na pre-sente situção, naquele caso o INPItencionava restringir a divulgação deseus atos ao meio eletrônico, numaclara infração aos princípios da lega-lidade e da publicidade, como foi re-conhecido pelo Ministério Público.

Assim, já se tendo concluído que aescolha do meio eletrônico como for-ma exclusiva de divulgação de atosoficiais do Estado limita a publicidadede tais atos e, ainda, que o INPI não

possuía legitimidade para fazer tal op-ção, outro não pode ser o entendimen-to quanto à forma de petição, uma vezque a proibição da petição em papel,medida inédita no mundo, é igual-mente limitadora do direito de petiçãoe ampla defesa (também direitos cons-titucionais, como o é a publicidade).

Em virtude de todo o acima, aABPI considera que merece deferi-mento a ação mandamental propostapela ABAPI, como forma de impedirlesão a direitos constitucionalmentegarantidos aos usuários dos serviçosdo INPI. Ademais, tendo em vista oprazo de 31/01/2007 para a supres-são da petição em meio físico, a ABPIacredita também deva ser concedidaa liminar declarando a inconstitucio-nalidade de qualquer medida admi-nistrativa tendente a abolir o direitode petição em papel perante a Ré esuspendendo os efeitos do art 8º daResolução 127/06 do INPI.Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2006.Gustavo S. Leonardos

Notas

A Informatização do INPIPublicada no Jornal do Commercio, 15/12/2006, p. A-19, Opinião

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João Luis d’Orey Facco ViannaCoordenador da Comissão de Estudo dePatentes da ABPI

Importante alteração no Trata-do de Cooperação em Matéria dePatentes (Patent CooperationTreaty - PCT) foi introduzida comoresultado da 30ª Sessão (13ª SessãoOrdinária) que transcorreu em Ge-nebra de 24 de setembro a 3 de ou-tubro de 2001.

Por deliberação unânime (com apresença da Delegação Brasileira)aprovou-se a alteração do prazo es-tipulado no artigo 22(1) do tratadode 20 para 30 meses. Trata-se aquido prazo para dar entrada nas fasesnacionais de um pedido de patentedepositado segundo o PCT, prazoeste contado a partir da prioridadereivindicada no pedido de patente.

Até então, o requerente de umpedido de patente internacional,depositado pelo PCT, tinha a facul-dade de optar entre iniciar a fasenacional em 20 meses (conforme aredação anterior do artigo 22(1) doPCT) ou em 30 meses (artigo 39 doPCT) se requeresse o exame preli-minar internacional.

A mudança no artigo 22(1) doPCT passaria a permitir que os re-querentes gozassem de um prazo de30 meses para efetuar os depósitosnacionais/regionais, sem que fossenecessário requerer o exame preli-minar internacional, opção que per-maneceria disponível para aquelesque realmente tivessem interessesubstantivo para tal requerimento.

A modificação do prazo estabe-lecido pelo artigo 22(1) entrou emvigor em 1° de abril de 2002, ressal-vada a hipótese de que a lei de umpaís contratante fosse incompatívelcom tal modificação, caso em que amesma não seria aplicável enquan-to a incompatibilidade persistisse,sendo necessário que a respectivarepartição a notificasse ao Escritó-rio Internacional (International Bu-reau), na OMPI, até 31 de janeiro de2002. Essa notificação seria entãopublicada na Gazeta do PCT.

A Assembléia do PCT prosseguiucomunicando suas decisões reco-mendando que todo o Estado contra-tante que reconhecesse a existênciadessa incompatibilidade deveria agirurgentemente para emendar a sua le-gislação de modo a resolver a sua in-

compatibilidade legal com relação àalteração do artigo 22(1) do PCT.

O governo brasileiro enviou no-tificação à OMPI reservando-sequanto à aplicação dessa alteraçãono artigo 22(1).

A retirada dessa reserva foianunciada apenas quando da 6ª Ses-são do Grupo de Trabalho da Refor-ma do PCT, reunido em Genebra de3 a 7 de maio de 2004. Tal fato foi no-ticiado pela PCT Newsletter 05/2004,informando que a notificação de in-compatibilidade em relação à legis-lação brasileira quanto ao artigo22(1) do PCT fora retirada pelo Insti-tuto Nacional da Propriedade In-dustrial - INPI, na qualidade de re-partição designada, com efeito apartir de 30 de abril de 2004.

Prossegue a Newsletter infor-mando que o novo prazo de 30 me-ses, de acordo com o artigo 22(1) doPCT, seria aplicável a partir de 30 deabril de 2004 com respeito aos pedi-dos internacionais para os quais oprazo de 20 meses tenha expirado naou após aquela data.

A notificação de incompatibili-dade enviada pelo INPI à OMPI foifoco de questões relevantes.

A primeira questão levantada erase haveria necessidade de algum pro-cesso legislativo para internalização damudança do artigo 22(1) do PCT, ou se,uma vez aprovada na Assembléia doPCT, tal alteração seria imediatamenteaplicável também no Brasil.

Num aspecto adicional, relacio-nado ao primeiro, questionou-se aeficácia da notificação de incompa-tibilidade quanto ao artigo 22(1) doPCT feita pelo governo brasileiro àOMPI. De fato, tal notificação foi re-tirada com efeito a partir de 30 deabril de 2004 sem que nenhuma mu-dança tivesse sido feita no nosso ar-cabouço jurídico. Assim, se a mu-dança foi considerada eficaz a partirde 30 de abril de 2004 sem que o go-verno brasileiro promovesse qual-quer alteração da lei, pode-se dedu-zir que não havia qualquer incom-patibilidade legal desde que a mu-dança fora implementada pelo PCT.Ou seja, a alteração do artigo 22(1)do PCT deveria ser aplicável tam-bém no Brasil desde 1° de abril de2002 e o novo prazo de 30 meses de-veria ser aplicável aos pedidos in-ternacionais cujo prazo de 20 mesespara entrada da fase nacional ainda

não havia expirado em 1° de abrilde 2002.

Essas duas questões acima fo-ram extremamente bem abordadase comentadas tanto pela Resoluçãoda ABPI n° 50 (ver em: http://www.abpi.org.br/bibliotecas.asp?idiomas=Português&secao=Resoluções%20da%20ABPI&codigo=3&resolucao=19),quanto por Denis Borges Barbosa emUsucapião de Patentes e Outros Estudosde Propriedade Industrial, Editora Lú-men Júris, às páginas 539 a 581.

Uma terceira questão, e ligadaàs anteriores, de cunho essencial-mente prático foi: “Em face do deci-dido pelo governo brasileiro quan-to à aplicabilidade do artigo 22(1)do PCT, envolvendo a notificaçãode incompatibilidade e retirada damesma com efeito apenas em 30 deabril de 2004, o que ocorrerá com ospedidos de patentes internacionaisnos quais não foi requerido examepreliminar internacional e cujo pra-zo de 20 meses para entrar a fasenacional se encerrou entre 1° deabril de 2002 e 30 de abril de 2004?Vão estes se beneficiar da extensãodo prazo para 30 meses, de formaautomática?”

Pela análise das duas primeirasquestões, éramos levados a crer quetais pedidos iriam se beneficiar doprazo de 30 meses, sem que o examepreliminar internacional tivesse sidosolicitado.

No entanto, recentemente, e comuma intensidade considerável, o INPIvem publicando exigências sob item6.7 quanto a esses pedidos de paten-te depositados conforme o artigo22(1) do PCT (30 meses da priorida-de), solicitando que sejam apresen-tadas cópias de formulários quecomprovem o requerimento do exa-me preliminar internacional, confor-me item 11 do Ato Normativo 1281.Tais exigências iniciam um prazoimprorrogável de sessenta dias paracumprimento.

Notas

Nº 81 • Dezembro de 2006 Boletim da ABPI 7

Aplicabilidade do artigo 22(1) do PCT - A interpretação do INPI

1. 11. Tendo ocorrido a eleição do Brasil, antes daexpiração do 19° (décimo nono) mês a contarda data da prioridade (artigo 39.1(a) do PCT),apresentar dentro do prazo de 30 (trinta) me-ses da data da prioridade, a documentação re-ferida, no item 9 desta resolução, sendo que:

1. -c) tradução para o inglês do relatório deexame preliminar internacional, no caso denão ter sido efetuada a comunicação segun-do o artigo 36.3(a) e regra 72.1 do regula-mento do PCT, facultada sua apresentaçãoem língua vernácula.

Page 8: Boletim ABPI 52abpi.org.br/materiais/boletim/Bol81.pdf · Contribuição Social sobre o Lucro Lí- ... consolidou sobremaneira o interesse que os estrangeiros têm não só pe-

O presidente da República, LuizInácio Lula da Silva, sancionou no dia19 de dezembro, duas importantesleis de agilização de processos e racio-nalização dos trabalhos da Justiça, cu-jos resultados, segundo a ministra El-len Gracie, presidente do SupremoTribunal Federal, na cerimônia desanção das regras da Repercussão Ge-ral do Recurso Extraordinário e daSúmula Vinculante, se farão sentircom drástica redução da quantidadede ações enviadas ao Supremo, e dedemandas na Justiça Federal.

Entre as leis sancionadas estáaquela que regulamenta a informati-zação de processos no Judiciário (Lei

11.419 de 19/12/2006). Como explicao presidente da Associação dos Juí-zes Federais do Brasil (Ajufe), WalterNunes, a partir desta sanção tudopoderá ser informatizado, desde oprotocolo da ação até a divulgaçãodo resultado final.

O presidente da ABPI, Gustavo S.Leonardos ressalta ao fato de que a lei,em seu parágrafo 5º do artigo 11 diz es-pecificamente que aqueles documentoscuja digitalização seja inviável, docu-mento ilegível e difícil de ser escaneado,poderão ser apresentados em papel.“Um dos poderes da República, qualseja, o Judiciário, precisa de lei autori-zando a implantação e uso de um siste-

ma novo, o eletrônico, mas com ressal-vas como o processo pode ser eletrôni-co no seu todo ou em parte, e não extin-gue o sistema tradicional em meio pa-pel “- comentou. O Poder Judiciário res-peitou o princípio constitucional segun-do o qual “ninguém será obrigado a fa-zer ou deixar de fazer alguma coisa se-não em virtude de lei” - artigo 5º, II. Tra-ta-se de mais um exemplo claro de queo INPI não pode substituir o legislativoe tratar de matéria que tem de ser regu-lada por lei que a Legitime. “A Consti-tuição, insiste Gustavo S. Leonardos,resguarda tais matérias para análise doPoder Legislativo, especialmente o di-reito de petição a órgão público.”

8 Boletim da ABPI Dezembro de 2006 • Nº 81

O presidente da ABPI, Gustavo S.Leonardos, foi o moderador relatordo painel “Limitações e Exceções doSeminário Nacional de Direitos Au-torais e o Papel do Estado”, realizadodentro do Plano Nacional de Cultura,do Ministério da Cultura, nos dias 12e 13 de dezembro, em Brasília. Os pa-lestrantes e debatedores desse painelforam: Helenara Avancini (PUC/RS),Guilherme Carboni (Fundação Álva-res Penteado) e Newton Silveira

(NSWS Advocacia). O presidente daABPI levou para debates recente re-solução da ABPI sobre o tema, e le-vantou o interesse do Ministério daCultura no encaminhamento conjun-to com a ABPI para o Legislativo. Opresidente prevê uma reunião no mi-nistério, no início do ano, para tratardo assunto. A cerimônia de aberturafoi presidida pelo ministro GilbertoGil, da Cultura, e com a participaçãodo ministro do Superior Tribunal de

Justiça, Carlos Alberto Menezes Di-reito, o secretário executivo do Minis-tério da Justiça, Luiz Paulo Barreto, eo palestrante José Carlos Costa Netto,que abordou “O Histórico da Atua-ção Estatal na Área de Direitos Auto-rais”. Para o ministro Gilberto Gil, “aLei de Direito Autoral brasileira éuma das mais restritivas do mundo,do ponto de vista do consumidor eem desacordo com a realidade sociale econômica do país”.

Numa grande quantidade de taispedidos não foi requerido o examepreliminar internacional na crençade que o novo prazo de 30 meses acontar da prioridade também os be-neficiaria. Nesses casos, portanto,não será possível atender ao exigidopela Perícia do INPI.

Fica, portanto, a incerteza de comoo INPI se pronunciará em decisão final,com relação ao cumprimento de taisexigências, quando se alega que noBrasil também é aplicável o artigo 22(1)do PCT desde 1° de abril de 2002 e que,por conseguinte, pedidos de patentedepositados pelo PCT se beneficiamdesse novo prazo, desde essa data.

A urgência da questão e a rele-vância da matéria estimularam aComissão de Estudo de Patentes daABPI a criar um grupo de trabalhopara analisá-la, além de outros as-suntos a ela ligados, e em breveuma outra resolução envolvendotambém esse tema deverá ser divul-gada pela ABPI.

Notas

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