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1 Análise de Conjuntura BOLETIM EconomiABC Panorama A economia brasileira deveria deverá fechar 2018 com crescimento de 1,3%, ao passo que a economia mundial deverá expandir 3,7%. A expectativa do mercado é que o Brasil apresentará desempenho melhor em 2019 alimentado não só pela probabilidade de realização de algumas reformas, cujos efeitos se dão a médio e longo prazo, como pela existência de capacidade econômica em curto prazo. A economia do Grande ABC A economia do Grande ABC tem apresentado indicadores que apontam para a melhora da atividade econômica regional, a exemplo dos dados do mercado de trabalho, do fluxo de crédito e do comércio exterior. Chama atenção ao longo da década de 2010, porém, a redução da participação dos bens de alta intensidade tecnológica na composição das exportações do ABC paulista. Destaques desta 18ª Edição - DEZEMBRO 2018 Panorama Econômico: p.02 Movimentação Financeira: p.04 Inflação: p.06 Mercado de Trabalho: p.08 Comércio Exterior p.10 Opinião p.12 Na segunda semana de dezembro o IBGE divulgou o PIB dos municípios do Brasil de 2016. O Grande ABC apresentou pequeno recuo, indicando a finalização do período de retração que se mostrou mais intenso nos anos anteriores. Esta 18ª edição do Boletim EconomiABC traz indicadores ATÉ OUTUBRO de 2018 que apontam para trajetória de retomada, ainda que lenta, da economia do Grande ABC. Prof. Me. Sandro Renato Maskio

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Page 1: BOLETIM EconomiABCportal.metodista.br/.../economiabc/CinciasEconomicasEconomiABC2… · ABC apresentou pequeno recuo, indicando a finalização do período de retração que se mostrou

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Análise de Conjuntura

BOLETIM

EconomiABC

Panorama

A economia brasileira deveria deverá fechar

2018 com crescimento de 1,3%, ao passo que a

economia mundial deverá expandir 3,7%.

A expectativa do mercado é que o Brasil

apresentará desempenho melhor em 2019

alimentado não só pela probabilidade de realização

de algumas reformas, cujos efeitos se dão a médio e

longo prazo, como pela existência de capacidade

econômica em curto prazo.

A economia do Grande ABC

A economia do Grande ABC tem

apresentado indicadores que apontam para a

melhora da atividade econômica regional, a exemplo

dos dados do mercado de trabalho, do fluxo de

crédito e do comércio exterior.

Chama atenção ao longo da década de 2010,

porém, a redução da participação dos bens de alta

intensidade tecnológica na composição das

exportações do ABC paulista.

Destaques desta 18ª Edição - DEZEMBRO 2018

Panorama Econômico: p.02

Movimentação Financeira: p.04

Inflação: p.06

Mercado de Trabalho: p.08

Comércio Exterior p.10

Opinião p.12

Na segunda semana de dezembro o IBGE divulgou

o PIB dos municípios do Brasil de 2016. O Grande

ABC apresentou pequeno recuo, indicando a

finalização do período de retração que se mostrou

mais intenso nos anos anteriores.

Esta 18ª edição do Boletim EconomiABC traz

indicadores ATÉ OUTUBRO de 2018 que apontam

para trajetória de retomada, ainda que lenta, da

economia do Grande ABC.

Prof. Me. Sandro Renato Maskio

maria.marcoccia
Realce
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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM

EconomiABC

Panorama Econômico

Passados 10 anos da crise financeira de

2008, o estudo “The Global Recovery 10 Years After

the 2008 Financial Meltdown”, publicado pelo Fundo

Monetário Internacional (FMI), aponta que as perdas

de produção no período pós-crise mostram-se

persistentes. Estes sinais têm sido transmitidos pela

lenta recuperação dos níveis de investimentos, pela

longa duração dos déficits de capital e pela

deficiência de produtividade.

Segundo o FMI, países com maiores

vulnerabilidades financeiras nos períodos anteriores

à crise sofreram maiores perdas, ao passo que

países com posições fiscais mais sólidas e regimes

cambiais mais flexíveis sofreram menos dada a maior

possibilidade de adotar mecanismos macro

prudenciais, inclusive protecionista.

Na edição de outubro do Panorama

Econômico Mundial, a instituição projetava

crescimento econômico de 3,7% em 2018 e em 2019

puxado pelos países emergentes, em especial da

Ásia, com destaque para Índia e China.

Contudo, há grande expectativa em torno do

embate comercial entre EUA e China ante a ofensiva

protecionista dos norte-americanos que tem grande

potencial de impactar as perspectivas de crescimento

mundial, conforme observado em recente entrevista

pelo professor de Finanças da Universidade de

Pequim, Michael Pettis.

Para o cenário brasileiro, a expectativa da

instituição internacional é de crescimento de 1,4%

em 2018 e 2,4% em 2019. O relatório FOCUS da

segunda semana de dezembro, divulgado pelo

Banco Central do Brasil com a avaliação dos agentes

do mercado, projeta crescimentos de 1,3% em 2018

e 2,53% em 2019, inferiores às expectativas

apontadas no início deste ano.

Nos últimos quatro trimestres encerrados em

setembro, a economia brasileira apresentou

expansão de 1,4%, com destaque para a melhora

nos investimentos (+4,3%), do consumo das famílias

(+2,3%) e do PIB industrial (+1,3%).

Em outubro o desemprego registrou leve

queda, dando prosseguimento ao movimento de

redução observado desde abril de 2017, com breve

interrupção entre janeiro e março de 2018, mas

registrando ainda uma taxa de 11,7% da PEA

(População Economicamente Ativa). Isso representa

mais de 12 milhões de trabalhadores

desempregados, segundo a PNAD Contínua do

IBGE. Outros sinais da leve melhora na trajetória da

economia são a ampliação da massa de renda

gerada no mercado de trabalho, que apresentou o

17º aumento seguido no trimestre móvel encerrado

em outubro último, assim como a pequena

recuperação no salário médio que tem sido

observada mensalmente desde dezembro de 2016.

Apesar da leve tendência de avanço

apontada no mercado de trabalho, fruto da melhora

na taxa de crescimento econômico, o Brasil ainda

apresenta taxa de desocupação combinada com sub-

ocupação de 18,4% da PEA.

Com o fim do ciclo de retração, seu efeito

sobre os níveis de preços se neutralizou.

Pressionados pelos preços administrados, segundo

o relatório FOCUS da segunda semana de

dezembro, a inflação deverá fechar o ano próximo a

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Análise de Conjuntura

BOLETIM

EconomiABC

4%, acima da taxa de 2,9% apresentada em 2017

(IPCA/IBGE). Mesmo com este aumento da inflação,

a meta para a taxa básica de juros da economia

(SELIC) persiste em 6,5%.

Em outubro último, as contas públicas

registraram déficit primário (não contam as despesas

financeiras do governo) de 1,24% do PIB, acumulado

em 12 meses. O ajuste das contas públicas sem

dúvida será o principal desafio do novo governo que

se inicia em janeiro de 2019. Há de se lembrar que,

via de regra, crises fiscais têm forte potencial de

deflagrar crises econômicas.

Nos últimos 12 meses, o setor público

brasileiro pagou o equivalente a 5,55% do PIB em

juros. Sem o equilíbrio das contas públicas, a dívida

pública líquida deverá se ampliar. Dado o elevado

custo de carregamento da dívida (taxa de juros), as

despesas com juros deverão se ampliar

simultaneamente à redução da capacidade de

investimento do setor público.

.

Fonte: IBGE, SEADE, FMI

Há expectativa de que a reforma da

Previdência seja votada no próximo ano, embora seu

efeito sobre a redução das contas públicas seja a

longo prazo. Assim como outras reformas, incluindo

a tributária. Entretanto, esta não será tarefa

fácil ao novo governo, que terá de provar capacidade

de negociação com o legislativo nacional.

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2013 2014 2015 2016 2017 2018

Crescimento Trimestral do PIB (%)(comparado a igual período do ano anterior)

Brasil - % a.trim São Paulo - % a.trim Mundo - % a.a.

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM

EconomiABC

Movimentação Financeira

Mesmo com pequena elevação da inflação

entre 2017 e 2018, o Banco Central tem mantido a

taxa básica de juros (SELIC) em 6,5% a.a. Em

especial por entender que a pressão sobre os preços

não vem da ampliação da demanda, tendo em vista

a lenta retomada do mercado de trabalho e a elevada

capacidade ociosa do setor produtivo. Ademais, são

os preços administrados que têm influenciado com

maior intensidade a inflação.

Comparado a meados de 2016, a taxa de

juros média para o tomador de crédito em outubro

reduziu cerca de 10 pontos percentuais para pessoas

jurídicas e 20 pontos percentuais para pessoas

físicas. O que não significa que os juros praticados

estejam em níveis amigáveis. A taxa média de juros

para crédito de capital de giro às pessoas jurídicas foi

de 17,4% a.a. em outubro. Às pessoas físicas a

média de juros registrada em outubro foi de 51,88%

a.a., tendo a taxa média do cheque especial

registrado em torno de 300% a.a.

No Grande ABC, nos últimos 12 meses

encerrados em agosto deste ano o volume de

operações de crédito aumentou aproximadamente

11%, somando R$ 37 bilhões, o maior valor

registrado desde novembro de 2016. Cabe destacar,

no entanto, que as operações de financiamento

imobiliário diminuíram cerca de 4% na mesma

comparação, registrando o menor valor desde

outubro de 2014.

Fonte: Banco Central

Na outra ponta, o Grande ABC registrou

ampliação no volume de depósito em poupança em

5,78%, somando R$ 17 bilhões, o maior valor desde

dezembro de 2015. Os dois indicadores são positivos

em relação à trajetória de retomada da atividade

econômica.

Fonte: Banco Central

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Operações de Crédito no Grande ABC (milhões de R$ de mar/2018 - deflacionado pelo IPCA)

OPERAÇÕES DE CRÉDITO FINANCIAMENTOS IMOBILIÁRIOS

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Depósito em Poupança no Grande ABC (milhões de R$ de mar/2018 - deflacionado pelo IPCA)

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Análise de Conjuntura

BOLETIM

EconomiABC

Nos últimos 12 meses encerrados em

setembro, a atividade comercial aumentou 2,8%,

dando continuidade à retomada iniciada no primeiro

semestre de 2017. No terceiro trimestre deste ano, a

ampliação da atividade comercial foi de 1%. No

Estado de São Paulo, nos últimos 12 meses

encerrados em setembro, a ampliação da atividade

comercial foi de 2,7%, ao passo que no terceiro

quadrimestre deste ano foi 2%.

A melhora no setor comercial foi

acompanhada da ampliação do volume da massa

salarial, do salário médio e do volume de crédito.

Embalada também pelo impulso da demanda, a

indústria de transformação ampliou em 2,1% o

volume de produção física entre outubro de 2017 e

setembro de 2018.

No Estado de São Paulo, a produção física

aumentou 2,4% nos 12 meses encerrados em

setembro. Para alguns analistas, tendo em vista a

trajetória de retomada da atividade econômica ainda

que lenta, 2019 deverá apresentar desempenho mais

favorável dada a melhora na dinâmica interssetorial.

Segundo avaliação do SERASA EXPERIAN,

entre os segmentos que registram maior ampliação

da atividade comercial ao longo de 2018 estão

móveis e utilitários domésticos, seguidos de

automóveis, motos e peças.

Fonte: IBGE

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Atividade Comercial(média de 2014 = 100)

IBGE - Brasil IBGE - São Paulo

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM

EconomiABC

Inflação

Em setembro último a inflação acumulada

em 12 meses, medida pelo IPCA/IBGE, foi de 4,56%.

Desde julho, a inflação acumulada tem se

posicionado em torno do centro da meta, de 4,5%

a.a. Tendo em vista essa trajetória, 2018 deverá

terminar com inflação próxima ao centro da meta,

acima dos 2,95% de 2017.

Segundo expectativas do mercado, nas

últimas edições do relatório FOCUS do Banco

Central, a inflação deverá persistir próxima a 4% ao

ano até 2021.

A inflação acumulada neste ano apresentou

repique após o mês de maio influenciada pelo

aumento do custo com transportes, cujo efeito se

espraia por diversos segmentos da economia.

Mediante o aumento da inflação e das

expectativas para os próximos meses, bem como da

valorização do dólar, a perspectiva de elevação da

meta colocada para a SELIC no segundo semestre

de 2018 não se concretizou.

Entretanto, a nova equipe econômica,

composta por um perfil mais liberal, poderá adotar

medidas mais ortodoxas, em especial no que tange

ao controle da base monetária e da expansão do

crédito, frente a persistência dos níveis medianos de

inflação. O não equacionamento das contas públicas

e a consequente pressão sobre o endividamento

poderão ampliar a probabilidade de ocorrência deste

evento.

A política macroeconômica do novo governo,

ao menos nos primeiros meses, deverá ser pautada

pela busca do equilíbrio fiscal, com possibilidades de

medidas para aumento da arrecadação tributária e

para diminuição das despesas públicas e

estabilidade da inflação em níveis baixos. Quanto à

política cambial e de comércio exterior, se o governo

seguir o projeto liberal de ampliar unilateralmente a

abertura econômica, esta não deverá persistir com a

desvalorização do real, o que poderá ajudar a

pressionar os preços internos para baixo, conforme

já assistimos em outros momentos da história

recente do Brasil.

As implicações destas alterações sobre o

setor produtivo, incluindo os efeitos regionais,

derivam da transmissão dos efeitos da política

monetária, sentidos, em especial, no mercado de

crédito via alteração da disponibilidade e do custo

desse crédito. Com relação à política externa e

cambial, a vertente liberal tenderá a levar em curto e

médio prazos a uma ampliação dos níveis de

concorrência e menor espaço no mercado interno

para produtores locais. Os possíveis efeitos

benéficos à dinâmica econômica e produtiva advêm

de eventual aumento de competitividade do setor

produtivo instalado no País, e não apenas da adoção

de estratégias defensivas por parte dos empresários

para sobreviverem ao novo ambiente de competição.

Filme este que já assistimos em especial na década

de 1990.

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Análise de Conjuntura

BOLETIM

EconomiABC

Fonte: IBGE

Na Região Metropolitana de São Paulo a

inflação acumulada, em 12 meses, atingiu 5,21% em

outubro, acima da inflação nacional. Assim como no

plano nacional, os grupos que apresentaram maiores

elevações de preço foram transporte, habitação,

alimentação e saúde.

A elevação dos preços no setor de transporte

apresenta componente de igual elevação dos preços

nos demais setores da economia, que utilizam o

transporte como insumo logístico fundamental.

No Grande ABC, o preço da cesta básica

apresentou aumento entre setembro e novembro,

atingindo pouco mais de R$ 610, após um salto entre

maio e junho com o efeito da variação do preço do

frete, seguido de uma pequena retração.

Fonte: CRAISA

.

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Inflação Acumulada em 12 meses (IPC A- IBGE; em % a.a)

Brasil Região Metropolitana de São Paulo Meta

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Cesta Básica -Região do ABC (em R$)

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM

EconomiABC

Mercado de Trabalho

A taxa de desemprego chegou a 18,8% da

PEA em setembro registrada pelo SEADE -- o índice

mais elevado de 2018 no Grande ABC. Nos últimos

meses não há evidências sólidas de redução do

desemprego no ABC paulista tendo em vista a

flutuação apresentada no período. Ao longo de 2018,

a taxa média de desemprego na região mostrou-se

semelhante ao ano anterior.

Ao mesmo tempo, o ABC voltou a apresentar

saldo positivo na geração de empregos formais,

segundo informações do Ministério do Trabalho.

Foram mais de 10 mil empregos formais nos 10

primeiros meses do ano, puxados por serviços e

construção civil. Um dos pontos de destaque refere-

se aos mais de 1.200 empregos formais gerados no

setor industrial da região, o que não ocorria desde

2011. O ABC registrou perda de mais de 68 mil

postos de trabalho entre 2012 e 2017.

Segundo informações do CAGED e RAIS do

Ministério do Trabalho, a massa de renda dos

trabalhadores formais do Grande ABC somou R$ 2,3

bilhões em outubro deste ano, 2,3% maior do que em

outubro de 2017.

Fonte: SEADE / DIEESE

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Desemprego no Grande ABC (% da PEA)

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Análise de Conjuntura

BOLETIM

EconomiABC

Outubro último registrou renda média de R$ 3.164,79

por trabalhador em emprego formal na região, 6,13%

maior do que em outubro de 2017. O gráfico abaixo

apresenta o salário médio por setor da economia no

mercado de trabalho formal, com significativa

diferença a maior no setor industrial e de serviços.

Fonte: RAIS/CAGED – MTE, deflacionados pelo IPCA.

Na comparação entre os sete municípios da

região, nos 12 meses encerrados em outubro, São

Caetano foi o único a apresentar redução real da

renda média, de 1,4%. Os maiores aumentos foram

registrados em Rio Grande da Serra (7,3%) e

Diadema (4,4%), que passou a ter a segunda maior

renda média do ABC paulista.

Fonte: RAIS/CAGED – MTE, deflacionados pelo IPCA.

O Grande ABC apresentou aumento real de

2,6% na renda média, sinalizando pequena melhora

na dinâmica do mercado de trabalho. Entretanto, a

melhora sólida só será observada em médio prazo,

com a recuperação mais robusta da atividade

econômica. Outro fato a ser observado é que

empregos não são criados por decretos, dado que a

mudança na legislação trabalhista não trouxe, em

curto prazo, alterações significativas à dinâmica do

mercado de trabalho agregado.

4.409

3.774

2.314

2.236

3.165

Industria

Serviços

Comércio

Construção Civil

Grande ABC

Renda do Emprego Formal por SetorGrande ABC - out/2018

out/18

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2.502

2.821

2.946

2.973

3.157

3.653

Grande ABC

Rio Grande da Serra

Ribeirao Pires

Santo Andre

Maua

Sao Caetano do Sul

Diadema

Sao Bernardo do…

Renda do Emprego Formal por Município - out / 2018

out/17 out/18

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Região do Grande ABC / SP

BOLETIM

EconomiABC

Comércio Exterior

No acumulado de janeiro a novembro deste

ano a balança comercial do ABC registrou superávit

de US$ 417,4 milhões, 63,5% menor do que em igual

período do ano passado. Após dois anos de

elevação, o saldo comercial voltou a registrar queda.

Tal queda foi resultado do aumento de 3% no volume

de exportações, que somaram US$ 5,02 bilhões,

frente ao crescimento de 23% das importações, que

registram US$ 4,6 bilhões.

Esse período registrou alta de 11,9% na

corrente de comércio exterior, o que demonstra maior

relação da economia local com a economia

internacional.

Mas, por que, mesmo com a desvalorização

do real, as importações cresceram mais?

A resposta está no fato de o setor produtivo

do ABC ter se tornado importador de insumos

industriais. Quando há melhora na dinâmica

produtiva, há uma elevação do volume de

importações mesmo com o real desvalorizado, o que

aumenta o custo de importação e, consecutivamente,

de produção. Esse resultado é fruto de um longo

período, desde a década de 1990, em que o setor

produtivo, em especial a indústria, se aproveitou de

uma taxa de câmbio favorável à importação, o que

desmobilizou boa parte da cadeia de fornecedores

locais.

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Análise de Conjuntura

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Fonte: MDIC

Os cinco produtos mais exportados na

região, que respondem por pouco mais de 80% do

total, são veículos, caminhões e suas partes (58%),

máquinas e equipamentos mecânicos (13,4%),

borracha e suas obras (4,8%), cobre e suas obras

(3,5%) e plástico e suas obras (3,1%). Do lado das

importações estão as partes e acessórios de

automóveis (25%), máquinas, aparelhos mecânicos

e elétricos (15%), insumos de cobre e borracha

natural (5%).

Ao avaliar o período entre 2000 e 2017, as

exportações de produtos de média-alta e alta

tecnologia têm mantido participação no total

embarcado na região, de aproximadamente 70%.

Houve elevação da participação dos bens de média-

alta tecnologia e redução dos bens de alta

intensidade tecnológica.

Do ponto de vista estratégico, essa trajetória

caminha na contramão do atual contexto

internacional, que busca inserção cada vez mais

acentuada nas principais cadeias globais de valores.

Fonte: MDIC

O Suprávit acumulado em 2015

soma US$ 418 milhões

2,04

2,00

2,37

2,20 2,20

3,21

3,97

3,59

3,13

3,86

4,14

3,86

-300

-200

-100

0

100

200

300

400

1,4

1,9

2,4

2,9

3,4

3,9

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-08

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10

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11

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-12

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-14

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14

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4ja

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-16

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16

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7ab

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-18

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18

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18

ou

t-1

8

Sald

o e

m m

ilhõ

es

de

US$

Câm

bio

R$

: U

S$

Saldo da Balança Comercial do Grande ABC - milhões de US$

saldo câmbio

1,43

211,17

543,74

606,74

613,15

1.012,43

6.639,12

Rio Grande daSerra

Ribeirão Pires

Diadema

São Caetanodo Sul

Mauá

Santo André

São Bernadodo Campo

Corrente de Comércio Exteriormilhões de US$

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Frente ao comportamento dos fluxos de

comércio exterior do ABC paulista, a recomposição

da cadeia de fornecedores internos, com vistas a

diminuir a dependência regional da importação de

insumos industriais, pode trazer dois benefícios. O

primeiro é ampliar o volume de produção local e o

potencial de crescimento regional. O segundo é

reduzir a vulnerabilidade dos custos de produção

diante da flutuação cambial, pois a adoção de uma

taxa de câmbio favorável à exportação pode trazer

redução da competitividade em função do aumento

dos custos de produção, com impactos sobre o preço

praticado no mercado interno.

Outro fato a ser observado é a necessidade

de estimular a ampliação dos produtos de média-alta

e alta intensidade tecnológica no fluxo de

exportações da região, com objetivo de ampliar o

valor adicionado proporcionado pelo esforço de

exportação local.

Entretanto, em que pese a possível adoção

de uma política de cunho liberal no próximo governo,

a política macroeconômica apostará que estas

mudanças sejam proporcionadas pelo processo

competitivo do mercado. Essa expectativa é

derrubada pelos fatos históricos recentes, seja dos

países que ampliaram o grau de liberalização, seja

dos países que optaram por mecanismos de

intervenção e utilizaram o comércio exterior como

importante eixo de promoção do crescimento da

economia.

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Universidade Metodista de São Paulo

Escola de Gestão e Direito

Curso de Ciências Econômicas

Observatório Econômico

Reitor

Dr. Paulo Borges Campos Júnior

Diretora da Escola de Gestão e Direito

Dra. Alessandra Maria Sabatine Zambone

Coordenadora do Curso de Ciências Econômicas

Ma. Silvia Cristina da Silva Okabayashi

Coordenador de Estudos do Observatório

Econômico

Me. Sandro Renato Maskio

Professor Pesquisador

Dr. Moisés Pais dos Santos

Estagiário

Lucas Rodrigues dos Santos

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