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Boletim 14/10/2019

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Boletim

14/10/2019

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Boletim CONT-TRIB em 14.outubro.2019

"Não tentes ser bem-sucedido, tenta antes ser um homem de valor."

Albert Einstein

e-PTA visa modernizar processos em MG

Postado por José Adriano em 11 outubro 2019 às 11:30

O governador Romeu Zema acompanhou de perto, na última quarta-feira, os detalhes do Processo Tributário

Administrativo eletrônico (e-PTA), recém-implantado em Minas Gerais pela Secretaria de Estado de Fazenda

(SEF). Idealizada pela Superintendência de Crédito e Cobrança da SEF, em conjunto com a Superintendência de

Tecnologia da Informação e o Conselho de Contribuintes do Estado de Minas Gerais, a ferramenta garante a modernização

do processo administrativo tributário mineiro, ao possibilitar a eliminação do documento físico, permitindo maior controle

e automação dos fluxos de trabalho, e facilitar o acesso pela internet, garantindo sigilo e segurança na inclusão de dados.

Todo o projeto foi elaborado tendo como base a ferramenta de Gerenciamento Eletrônico de Documentos que abrange a

formação, a instrução, a decisão e o controle de processos administrativos no formato digital, desde a lavratura do auto de

infração às demais etapas que envolvem pagamento, parcelamento, contencioso administrativo, até o envio do e-PTA para

o controle de legalidade da Advocacia-Geral do Estado (AGE).

Com a nova ferramenta, a inclusão de documentos por servidores, contribuintes ou representantes legais passa a ter

controle de autoria e inviolabilidade, que garantem validade legal do processo. O e-PTA também permite maior

interatividade entre as partes envolvidas, disponibilizando ao interessado acesso aos dados do processo, de forma ágil,

segura e com sigilo garantido.

Durante a reunião com os representantes da SEF, Romeu Zema elogiou a iniciativa. “Todos estão de parabéns! Estamos

caminhando realmente para simplificar a vida do contribuinte, que vai ganhar tempo e ter todos os seus processos

agilizados e acessados pela internet aqui no Estado. É mais um grande passo para Minas se desenvolver”, enfatizou.

O secretário de Estado de Fazenda, Gustavo Barbosa, também ressaltou as qualidades do novo sistema que, segundo ele,

segue a orientação do governador de promover uma necessária simplificação nos processos em Minas Gerais.

“A implantação do e-PTA significa que teremos uma celeridade maior e também uma melhor capacidade de governança,

uma vez que todas as regras estarão inseridas no sistema. Outro ganho importante é a interatividade com o contribuinte

que, a qualquer momento, vai poder acessar o site da Fazenda para anexar documentos, apresentar defesas etc”, comentou.

Segundo o superintendente de Crédito e Cobrança, Leonardo Guerra Ribeiro, o novo sistema representa ainda ganhos para

o meio ambiente, ao eliminar o uso de papel. Ele também destacou o comprometimento dos servidores envolvidos no

desenvolvimento da ferramenta.

“O desafio era grande e sabíamos da importância desse projeto, porém a exiguidade de prazo e a limitação de recursos se

impunham como barreiras. Por isso, acho necessário destacar o elevado grau de compromisso e envolvimento de toda

equipe, que não mediu esforços para que o e-PTA se tornasse uma realidade”, disse.

Benefícios – O e-PTA apresenta uma série de vantagens, se comparado ao atual modelo físico de processos. Dentre os

principais benefícios, destacam-se: eliminação do processo em papel, com redução de custos financeiros e ambientais

associados à impressão; celeridade e redução de custos operacionais relacionados à tramitação, arquivamento e

desarquivamento de processos; acesso às informações em tempo real com facilidade na realização de atos processuais de

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quaisquer lugar e horário, independentemente do funcionamento das unidades fazendárias, com segurança da assinatura

eletrônica e certificação digital; segurança na guarda de documentos e maior transparência (com trilhas de auditoria e

prevenção de acesso não autorizado); aumento de controle dos processos, eliminando os riscos de perda, roubo e extravio;

racionalização dos processos de trabalho com padronização dos documentos que compõem o e-PTA e redução do índice de

erros; quebra das barreiras geográficas, facilitando o trabalho em parceria ou a supervisão, independentemente da

localização física dos membros da equipe; diminuição do tempo de solução dos litígios entre Fisco e contribuinte e ganhos

sociais com a melhoria dos serviços prestados.

Além desses benefícios, a interface de comunicação entre a Secretaria de Fazenda e o contribuinte se dará por meio do

Domicilio Tributário Eletrônico (DT-e) ou de caixa de mensagens disponibilizada no Siare para os representantes legais

constituídos.

O contribuinte poderá credenciar procurador para intervir no processo eletrônico como seu representante legal, mediante

utilização de funcionalidade própria desenvolvida no módulo e-PTA no Siare, denominada “Manutenção de Procurador”,

sob responsabilidade exclusiva do contribuinte, o que também se traduz em enorme ganho de agilidade e eficiência.

O e-PTA proporcionará maior comodidade ao cidadão, permitindo o recebimento das intimações, apresentação de recursos

e juntada de documentos, saneamento de pendências, bem como consulta aos despachos e andamento do processo, tudo em

tempo real, via internet. (Agência Minas)

http://diariodocomercio.com.br/e-pta-visa-modernizar-processos-em-mg/

EFD-CONTRIBUIÇÕES - Publicação da nova versão do Guia Prático

10 out 2019 - IR / Contribuições

Versão 1.32 do Guia Prático da EFD Contribuições.

As principais alterações da versão 1.32 do Guia Prático da EFD Contriuições são as seguintes:

1. Tabela Versão de Leiaute: adição do leiaute 006, aplicável às escriturações de período de apuração a partir de janeiro de

2020

2. Tabela do Bloco 0: Adição do registro 0900

3. Tabela do Bloco C: Alteração do nome do registro C500 para “Nota Fiscal/Conta de Energia Elétrica (Código 06), Nota

Fiscal de Energia Elétrica Eletrônica – NF3e (Código 66), Nota Fiscal/Conta de fornecimento D‟água Canalizada (Código

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com Crédito”

4. Tabela do bloco 1: Adição do registro 1011

5. Registro 0900: Leiaute e regras de validação

6. Registro C500: Atualização do nome do registro e adição do campo 15 - CHV_DOCe - Chave da Nota Fiscal de Energia

Elétrica Eletrônica e do modelo de documento fiscal 66 - Nota Fiscal de Energia Elétrica Eletrônica

7. Registro 1010: Adição de novos códigos no campo 05 (IND_NAT_ACAO)

8. Registro 1011 (Detalhamento das Contribuições com Exigibilidade Suspensa): Leiaute e regras de validação

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9. Registro D100: Correção dos valores válidos do campo 06 (COD_SIT): [00, 02, 04, 05, 06, 08]

10. Registros 1300 / 1700: Adequação das regras de validação, em conformidade com a IN RFB 1.540, de 2015.

11. Seção 9 – Retificação de Escrituração já transmitida: esclarecimento sobre a possibilidade de retificação de arquivos de

empresa baixada por incorporação, por parte de empresa sucessora

12. Registros M210/M610: atualização das orientações de preenchimento do campo 03, 04 e 06, contemplando campos já

existentes na escrituração e que não estavam considerados apenas nas orientações

13. Registros M211/M611: atualização das orientações de preenchimento do campo 03, contemplando campos já

existentes na escrituração e que não estavam considerados apenas nas orientações

14. Registros de Processo Referenciado e registro 1010: Vínculo com o registro 1011, a partir de janeiro de 2020, nos

casos de decisão judicial que autoriza a suspensão da exigibilidade de parte do valor das contribuições, ou de seu valor

integral, porém sem o trânsito em julgado.

15. Complemento de informação (campos VL_PIS/VL_COFINS) sobre a recuperação de valores dos documentos e

operações dos blocos A, C, D, F e I, para fins de apuração da contribuição/crédito mensal no bloco M

NF-e e NFC-e - Publicada versão atualizada em 02/10/2019 da

Tabela de Código de Benefícios Fiscais.

Postado por José Adriano em 3 outubro 2019 às 14:49

Publicada versão atualizada em 02/10/2019 da Tabela de Código de Benefícios Fiscais.

Assinado por: Coordenação Técnica do ENCAT

http://www.nfe.fazenda.gov.br/portal/informe.aspx?ehCTG=false#296

MDF-e - Ativadas as regras do QRCode em Produção

Postado por José Adriano em 7 outubro 2019 às 17:28

Comunicamos que as regras de preenchimento do QRCode do MDF-e passaram a ser obrigatórias no ambiente de

produção desde as 09:00 de hoje (07/10)

https://dfe-portal.svrs.rs.gov.br/

CT-e - Ativadas as regras do QRCode em Produção e

desativação da regra G234

Postado por José Adriano em 7 outubro 2019 às 18:00

Comunicamos que as regras de preenchimento do QRCode do CT-e passaram a ser obrigatórias no ambiente de produção

desde as 09:00 de hoje (07/10). Também informamos que a regra de validação G234 (Rej. 786) que verifica a EC87 está

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suspensa na SVRS conforme definido em reunião do grupo técnico do CT-e realizada em BH no dia 01/10/2019.

https://dfe-portal.svrs.rs.gov.br/

Onde Deverão ser publicadas os Informes Exigidos pela

Lei das S/A?

03/10/2019 Portal Tributário

A partir de 14.10.2019, as publicações contábeis e informações exigidas, nos termos do art. 289 da Lei 6.404/1976 (Lei das

S/A), serão realizadas:

1) no caso de companhia aberta: no Sistema Empresas.NET, nos termos da Deliberação CVM 829/2019; ou

2) no caso de companhia fechada: na Central de Balanços (CB) do Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED), nos

termos da Portaria ME 529/2019.

Diferença de Depreciação Contábil x Fiscal

01/10/2019 Portal Tributário

Se a empresa utilizar na contabilidade taxa de depreciação inferior àquela prevista na legislação tributária, a diferença

poderá ser excluída do lucro líquido na apuração do Lucro Real, com registro na Parte B do e-LALUR, inclusive a parcela

da depreciação dos bens aplicados na produção, no momento em que a depreciação foi contabilmente registrada, mesmo

quando tenha como contrapartida lançamento em conta de estoques.

A partir do período de apuração em que o montante acumulado das quotas de depreciação apurado com base na legislação

fiscal atingir o custo de aquisição do bem depreciado, o valor da depreciação registrado na escrituração comercial deverá

ser adicionado ao lucro líquido para efeito de determinação do Lucro Real com a respectiva baixa na parte B do e-LALUR.

A exclusão também é admissível para a base de cálculo da CSLL.

Base: Solução de Consulta Cosit 174/2018.

O que muda no Registro das Empresas com as Novas

Normas da Lei de Liberdade Econômica?

04/10/2019 Portal Tributário

O Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração – DREI divulgou um resumo das alterações,

simplificações e desburocratizações da Lei 13.874/2019 – Lei da Declaração de Direitos de Liberdade Econômica):

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Os desconhecidos créditos presumidos de IRRF na

exportação de serviços

Como se sabe, as pessoas jurídicas brasileiras estão sujeitas à tributação no Brasil em bases universais (worldwid basis

taxation) independentemente da localização da fonte de geração ou pagamento da renda. Assim, os rendimentos recebidos

por sociedades brasileiras de fontes localizadas no exterior estão sujeitos à incidência pelo IRPJ e CSL no país. Ocorre

que, a depender da legislação da jurisdição localiza a fonte pagadora, pode haver também incidência do imposto de renda a

ser retido e recolhido pela fonte pagadora naquele país.

Nas hipóteses em que a fonte pagadora está estabelecida em um país com o qual o Brasil possui um Acordo de

Bitributação e, pelas regras desse acordo, o país onde se localiza a fonte pagadora possui competência para tributar esse

rendimento, a própria convenção prevê métodos para que o imposto pago no exterior possa ser compensado com o valor do

IRPJ e da CSL devidos no Brasil.

Os Acordos de Bitributação também podem prever benefícios convencionais aos residentes dos países contratantes, a fim

de exonerar ou reduzir a carga fiscal incidente no país de residência do investidor e preservar inventivos tributários

concedidos, pelo país da fonte, para atrair investimentos. Para tanto, esses Acordos possuem as chamadas cláusulas

de matching credit ou tax sparing.

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Por meio do matching credit, por exemplo, o Estado de residência do beneficiário do rendimento concede ao contribuinte o

direito de compensar um crédito presumido calculado com base em um percentual pré-definido sobre o valor do

rendimento recebido de uma fonte residente no outro Estado, independentemente do montante do imposto efetivamente

pago no Estado onde reside a fonte pagadora.

Já no caso do tax sparing, o crédito presumido é correspondente ao imposto que deixou de ser pago em razão da concessão

de determinado incentivo fiscal e, portanto, pode variar conforme o benefício concedido ao investidor. Esse crédito

presumido evita que os benefícios decorrentes de eventuais renúncias fiscais concedidas pelo Estado onde está localizada a

fonte dos pagamentos sejam anulados pela tributação incidente no Estado de residência do prestador de serviço.

As cláusulas de matching credit ou tax sparing foram introduzidas em diversos tratados internacionais desde a década de

50, quando foi inicialmente sugerida pela Comissão de Assuntos Fiscais do Governo Britânico visando preservar o direito

de antigas colônias de concederem benefícios fiscais para atrair investimentos, bem como a competitividade as empresas

inglesas. Por meio desses mecanismos, então, os Estados contratantes buscam facilitar o fluxo de investimentos produtivos

para países em desenvolvimento – sendo essas cláusulas incluídas prioritariamente em tratados firmados por países que

possuem uma clara relação de investidor-investido – e assegurar a competitividade de investidores estrangeiros em países

cujo nível de tributação fosse reduzido (e, portanto, o custo fiscal de operação é menor).

O Brasil tornou as cláusulas de matching credit e tax sparing parte de sua política de negociação de tratados internacionais

visando garantir que o investidor estrangeiro tivesse direito a um crédito presumido de imposto no seu país de residência

quando realizar negócios ou transações com empresas residentes no Brasil. O objetivo era estimular a entrada de

investimentos estrangeiros no país e preservar a competência tributária brasileira para o desenho de políticas fiscais

internacionais.

Mais da metade dos Acordos firmados pelo Brasil possuem essa previsão, sendo que alguns deles preveem não apenas a

obrigação do Estado estrangeiro de conceder um crédito presumido em relação a rendimentos pagos a partir do Brasil, mas

também a obrigação de conceder, aos seus residentes, um matching credit e tax sparing correspondente ao imposto pago

no exterior quando do recebimento de determinados rendimentos pagos residentes no outro estado.

As cláusulas recíprocas de matching credit estão previstas nos Acordos de Bitributação com a Espanha, Índia, a Coréia do

Sul, o Equador, as Filipinas e a Itália, sendo este último apenas em relação a dividendos. Esses Acordos, ratificados para

atrair investimentos para o país e garantir uma maior segurança jurídica em relação ao custo fiscal aplicável às operações

dos investidores, podem representar novas oportunidades de expansão para grupos brasileiros que estão

internacionalizando suas operações e pretendem operar em novos mercados.

Recentemente, a RFB publicou a Solução de Consulta COSIT nº 82/19 reconhecendo o direito de o contribuinte

compensar esse matching credit no Brasil no valor de 25% dos royalties pagos por residentes da Espanha a pessoas físicas

ou jurídicas residentes no Brasil, com base no Acordo de Bitributação firmado entre os países.

No caso analisado, a sociedade consulente era prestadora de serviços de consultoria, focada em pesquisa de mercado e

elaboração de relatórios técnicos. No entendimento do contribuinte que realizou a consulta, o artigo 12(3) do Acordo de

Bitributação entre o Brasil e a Espanha e do item 5 do Protocolo definiria que os pagamentos por serviços técnicos e de

assistência técnica baseados em “informações correspondentes à experiência adquirida [pelo prestador] no setor

industrial, comercial ou científico” devem ser qualificados como royalties, nos termos do acordo internacional.

A consulente sustentou ainda que o artigo 23(2) da Convenção autorizaria o beneficiário de tais royalties no Brasil a

compensar um crédito presumido de imposto pago no exterior equivalente a 25% do valor do rendimento, seja qual for o

valor do tributo efetivamente retido na Espanha.

Na Solução de Consulta, a RFB não analisou se os rendimentos recebidos pela sociedade brasileira poderiam ser

considerados royalties, tendo declarado o questionamento ineficaz nesse ponto. Entretanto, a RFB confirmou que, quando

determinado rendimento se qualificar como royalties nos termos do acordo, o beneficiário desse pagamento no Brasil faria

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jus a um crédito presumido equivalente a 25% do valor bruto do rendimento (e não do valor líquido, descontado o imposto

pago no exterior), a ser convertido com base na taxa de câmbio da data do balanço no qual os valores forem contabilizados

para fins da incidência do IRPJ e da CSL.

Vale destacar que a conclusão da RFB quanto à base de cálculo do crédito presumido não decorreu de uma análise

pormenorizada do artigo 23(2) do Acordo, mas do fato de que não havia qualquer imposto a pagar na Espanha e, portanto,

não havia uma diferença prática entre o valor do rendimento bruto e líquido. Diferentemente de outras Convenções

assinadas pelo Brasil, o Acordo de Bitributação firmado com a Espanha não define uma fórmula para determinar o crédito

presumido, de modo que há amplo espaço para a interpretação das autoridades fiscais.

A Consulta COSIT nº 82/19 é bastante relevante, pois, entre 2014 e 2017, a exportação de serviços de empresas brasileiras

para o exterior aumentou em 43% (de aproximadamente R$ 20 bilhões para cerca de R$ 29 bilhões), ao passo que

o déficit do balanço de pagamentos de serviços foi reduzido a menos da metade, no mesmo período. Desconsiderados os

pagamentos realizados a título de arrendamento de bens e equipamentos, efetuados particularmente pelo setor de petróleo e

gás, a atividade de exportação de serviços por empresas brasileiras teve um saldo positivo de quase R$ 3 bilhões em

faturamento. Esse saldo decorre tanto do fortalecimento do setor de serviços no Brasil, hoje responsável por mais de 50%

do PIB nacional, como do aumento do estoque de investimentos brasileiros no exterior, que saltou de R$ 111 bilhões para

R$ 307 bilhões entre 2007 e 2016.

Particularmente na Espanha, o estoque de investimento direito brasileiro aumentou de R$ 4,083 bilhões para R$ 12,536

bilhões (valor cerca de três vezes maior) e o valor dos serviços exportados passou de R$ 169 milhões em 2014 para R$ 323

milhões em 2017, um aumento de 91%. Evidente que o aumento no estoque de capitais brasileiros na Espanha e o

resultado das exportações ainda são insuficientes para equilibrar a relação econômica entre os países, porém indicam uma

mudança progressiva na composição dos fluxos econômicos de parte a parte.

Espera-se que que esse movimento de expansão e internacionalização da economia brasileira continue sendo incentivado

por uma política tributária internacional proativa, calcada na expansão de rede de acordos internacionais e um maior

respeito às regras acordadas com os países parceiros, conforme se observou na Solução de Consulta COSIT nº 82/19.

Diego Alves Amaral Batista – advogado associado do Pinheiro Neto Advogados.

Paula Zugaib Destruti – associada do Pinheiro Neto Advogados.

Fonte: Portal do SPED

STJ discute correção monetária de crédito fiscal

A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça começou a analisar nesta quinta-feira (10/10) a definição sobre o termo

inicial incidência de correção monetária no pedido administrativo de ressarcimento de créditos tributários.

O julgamento foi suspenso após pedido de vista da ministra Regina Helena Costa. Até o momento votou apenas o relator,

ministro Sérgio Kukina, para fixar um marco inicial mais benéfico à Fazenda Nacional.

“A lei 11.457/2007 determina que a Receita Federal tem 360 dias para proferir uma decisão administrativa sobre os

pedidos de ressarcimento. Além disso, a súmula 411 do STJ determina que é devida a correção monetária ao creditamento

do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do fisco”, disse o ministro.

O ministro Sérgio Kukina propôs fixar a seguinte tese: “O termo inicial da correção monetária de ressarcimento de crédito

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escritural excedente de tributo sujeito ao regime não cumulativo ocorre somente após escoado o prazo de 360 dias para

análise do pedido administrativo pelo fisco”.

A questão a ser dirimida no julgamento está descrita como “definição do termo inicial da incidência de correção monetária

no ressarcimento de créditos tributários escriturais: a data do protocolo do requerimento administrativo do contribuinte ou

o dia seguinte ao escoamento do prazo de 360 dias previsto no artigo 24 da Lei 11.457/2007”.

Benefício Fiscal No caso, a Fazenda Nacional argumenta que a taxa Selic só deve incidir a partir do 361º dia após o protocolo. Isso porque,

na visão da procuradoria, o crédito escritural é um benefício fiscal e a correção monetária só incide em casos excepcionais

em que há resistência ilegítima do fisco.

Para a Fazenda, o prazo de um ano é razoável e adequado para a Receita Federal analisar se os pedidos administrativos são

justos e se há direito ao ressarcimento.

Os contribuintes defendem a correção monetária dos valores a partir da data do protocolo do requerimento administrativo.

Há, segundo o STJ, pelo menos 345 processos em tramitação no tribunal sobre o assunto.

REsp 1.767.945

REsp 1.768.060

REsp 1.768.415

Fonte: Conjur

Contra a corrupção, Compliance impõe desafios às

empresas

Para participar de licitações, companhias do DF deverão adotar normas rígidas de conduta.

Medida é avanço no combate à corrupção, mas pode restringir a concorrência

SK Simone Kafruni

A Operação Lava-Jato desencadeou grandes transformações no país. Além de desvendar escândalos de corrupção, a

força-tarefa obrigou as empresas a melhorarem seus processos internos e a tornarem a relação com entes públicos mais

transparente. No mundo corporativo, a mudança de cultura atende pelo nome de compliance, cujo conceito nada mais é do

que agir conforme as regras e com integridade. A Lei nº 12.846/2013, conhecida como Lei Anticorrupção, foi um

começo, mas estados, municípios e o Distrito Federal estão implementando regulamentações próprias.

No DF, a Lei 6.308/2019 começará a valer em 1º de janeiro de 2020. A partir dela, todas as empresas que têm contratos

com o governo distrital deverão se enquadrar em normas de compliance se quiserem continuar fornecendo produtos e

serviços para o poder público. Na verdade, as novas regras são uma atualização da Lei nº 6.112/2018, que acabou adiada

para dar tempo para a iniciativa privada se adaptar.

As mudanças representam um avanço no combate à corrupção no país. De acordo com o advogado Rodrigo Badaró de

Castro, sem programas de compliance, as empresas não poderão participar de licitações. Significa, portanto, que elas

deverão adotar rígidos padrões de ética, além de criar canais de denúncias que garantam aos denunciantes o direito ao

anonimato. Castro também destaca que as companhias deverão submeter suas ações a auditores externos e independentes,

que possam identificar possíveis irregularidades. “As exigências são elevadas”, ressalta o advogado.

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A Lei também estabelece que, para participar das concorrências, as empresas terão de responder a um questionário,

informando se há ligações com membros de órgãos públicos ou do Poder Judiciário “A vantagem é que, se ocorrer algum

tipo de irregularidade e a empresa tiver um programa de compliance comprovado, há atenuante na penalidade”, explica o

advogado. No DF, a multa seria reduzida de 0,1% do faturamento por dia para 0,08%. As regras são válidas para pessoas

jurídicas com contratos acima de R$ 5 milhões e por prazo igual ou superior a 180 dias.

Apesar dos avanços que a nova legislação traz, algumas de suas deliberações são questionadas por especialistas. “Uma das

críticas é que a lei favorece grandes empresas”, afirma o advogado Badaró de Castro. “Ela obriga pequenas e médias a

implementarem programas que têm um custo. A tese é que o excesso de zelo acaba restringindo a concorrência.” O

advogado amplia a discussão. “Quem tem cinco funcionários, como vai implementar um programa que custa mais do que a

receita mensal?”, questiona.

Análise da Solução de Consulta Cosit n. 276: o requisito

do benefício mútuo

10 de outubro de 2019

Foi publicada na semana passada a Solução de Consulta Cosit n. 276, de 26 de setembro de 2019, que trata dos aspectos

tributários de um contrato de compartilhamento de custos.

O documento não é muito claro na explicação da natureza das atividades realizadas pela consulente, mas, ao que parece,

ela integra um grupo empresarial da área de industrialização e de comercialização de produtos do gênero alimentício, com

matriz estabelecida no exterior, tendo firmado contrato de compartilhamento de custos com sua matriz sediada nos Estados

Unidos, com o fim de: a) reduzir os custos através do rateio e concentração da execução de determinadas atividades

(atividades-meio) de benefício comum, ao invés de deixar a tarefa para cada unidade de negócios ou para ser desenvolvida

por terceiros; b) reduzir o tempo despendido na execução de atividades não relacionadas à atividade principal do negócio,

pois ao concentrar determinadas tarefas administrativas em uma empresa (no caso, a matriz nos Estados Unidos), seria

possível focar exclusivamente na atividade-fim voltada ao mercado brasileiro.

A consulente explicou que a atividade é executada internamente pela matriz americana e não por um terceiro contratado, e

que há expressa previsão no contrato de que os custos das atividades previstas no rateio não representam prestação de

serviços entre empresas do mesmo grupo. Destacou, por fim, que no contrato de rateio está expressamente prevista a

vedação à inclusão de qualquer margem de lucro.

Em uma leitura dos fatos, é possível inferir que o caso trata de um contrato de compartilhamento de custos internacional e

que foram cumpridos pelos contratantes todos os requisitos estipulados na Solução de Consulta Cosit n. 8/2012 e na

Solução de Divergência Cosit n. 23/2013, que estabeleceram alguns parâmetros e diretrizes sobre os acordos de rateio,

nomeadamente: a) existência de contrato escrito; b) previsão de critério objetivo e razoável; c) rateio de atividade-meio e

não de atividade-fim; d) inexistência de margem de lucro.

Analisando os termos da Solução de Consulta Cosit n. 276/2019, as atividades objeto do contrato de compartilhamento

estão ligadas ao departamento de engenharia e o departamento de sistemas de informação, como segue:

i) Departamento de sistemas de informação: a) desenvolvimento de atividades de tecnologia da informação, incluindo

atividades de suporte aos usuários do sistema interno corporativo; b) resolução de problemas relacionados à tecnologia da

informação; c) identificação de necessidades relacionadas à infraestrutura virtual; d) desenvolvimento de aplicações; e e)

design de sistemas e implantação de sistemas relacionados à tecnologia da informação.

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ii) Departamento de Engenharia: a) atividades relacionadas à engenharia, incluindo a melhoria do processo produtivo; b)

auxílio à consulente na escolha de compra da melhor máquina ou equipamento destinado à fabricação de produtos

específicos; c) auxílio à consulente a determinar a fórmula apropriada a ser utilizada na fabricação de produtos cuja

fórmula tenha sido criada pela General Mills Inc; d) design de planta fabril e introdução de novos produtos às plantas

fabris; e) resolução de problemas relacionados aos produtos e gereciamento de perdas.

A consulente questionou os efeitos tributários do contrato de compartilhamento para dois departamentos

distintos: departamento de sistemas de informação e departamento de Engenharia. E aqui é importante deixar registrado

que o modo como a contratação é realizada difere, e muito, em um e outro modelo.

De fato, enquanto o compartilhamento do sistema de informação traduz-se claramente em um típico contrato de

compartilhamento de custos, no qual as partes se obrigam a assumir uma quota-parte dos custos centralizados, necessários

à fruição de bens ou direitos ou à realização de atividades do interesse comum de todos, incorrendo a entidade

centralizadora com as despesas para depois ser reembolsada, no compartilhamento do Departamento de engenharia há –

pelo menos essa é a impressão – um verdadeiro contrato de prestação de serviços intragrupo, no qual a empresa no exterior

auxilia a consulente, por exemplo, na escolha de compra da melhor máquina e a determinar a fórmula apropriada a ser

utilizada na fabricação de produtos.

A solução jurídica, portanto, deve ser diferente para cada modelo de contratação.

Na Solução de Consulta Cosit n. 276/2019, porém, a RFB não fez essa diferenciação. Para a RFB, o contrato firmado pela

consulente carece de um elemento caracterizador do contrato de compartilhamento de custos, que é o benefício mútuo

entre as empresas participantes.

De fato, o requisito do benefício mútuo é corrente na doutrina internacional e, como apontado pela RFB na Solução de

Consulta Cosit n. 276/2019, foi um conceito que apareceu no paper “OECD Transfer Pricing Guidelines for Multinational

Enterprises and Tax Administrations”, tanto na versão de 2017 quanto em suas versões anteriores. Ocorre que, analisando

o paper, verifica-se que o conceito de benefício mútuo empregado pelo documento da OCDE é muito mais direcionado

para um contrato de compartilhamento de custos em que as partes têm a intenção de desenvolver um projeto de R&D,

esperando um benefício futuro e alocando riscos entre as empresas participantes, do que no contrato firmado pela

consulente no caso em análise, que é o acordo de compartilhamento de atividades-meio, administrativas, como um RH,

serviços jurídicos, marketing etc.

Com efeito, o requisito do benefício mútuo, mencionado na Solução de Consulta Cosit n. 276/2019, é considerado pela

OCDE como um atributo dos contratos em que as partes, em comum esforço, buscam inovar no seu ramo, criando

intangíveis, desenvolvendo pesquisas, enfim, rateando um projeto de interesse em comum. Nesse contexto, é

imprescindível que de fato haja um benefício mútuo para as partes contratantes.

Ocorre que em um contrato de compartilhamento que se limite à execução material de um serviço administrativo, de RH,

de call center, no âmbito de um “centro de custos”, em que as partes não comungam esforços, mas apenas buscam

diminuir os custos desses serviços, não há como inferir outro benefício ao “centro de custos” – que no caso em análise

era executado pela empresa matriz – senão a redução dos custos dos serviços prestados, o que é inerente a esse modelo de

contratação.

Dessa forma, não é possível aplicar os preceitos estabelecidos no paper “OECD Transfer Pricing Guidelines for

Multinational Enterprises and Tax Administrations 2017” para esses modelos de contratos. Alberto Xavier[1], no clássico

livro “Direito Tributário Internacional do Brasil”, já apontava que os serviços de execução no âmbito de um “centro de

custos” não se incluíam dentre aqueles modelos comparticipativos identificados pela OCDE no referido paper. Como

esclarece aquele autor “a OCDE visualiza modelos comparticipativos apenas em matéria de investimentos para produção,

desenvolvimento ou aquisição de bens, direitos ou serviços, realizados em pool, enquanto toda a execução de serviços

correntes recairia no conceito de serviços intragrupo, independentemente do modo de execução de tais serviços, isto é, quer

sejam prestados profissionalmente, através de contrato, quer se limitem a uma execução material no âmbito do centro de

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custos”.

Portanto, no paper “OECD Transfer Pricing Guidelines for Multinational Enterprises and Tax Administrations 2017” a

OCDE não aprofunda os requisitos para o reconhecimento de um contrato de compartilhamento nos moldes firmados pela

consulente (frisa-se, o contrato referente ao departamento de sistemas de informação, já que o compartilhamento

do departamento de engenharia parece ser, realmente, um contrato de prestação de serviços intragrupo).

Dessa forma, bastaria que o contribuinte cumprisse com os requisitos previstos na Solução de Consulta Cosit n. 8/2012 e

na Solução de Divergência Cosit n. 23/2013 (existência de contrato escrito, previsão de critério objetivo e razoável, rateio

de atividade-meio e não de atividade-fim, inexistência de margem de lucro) para que o contrato de compartilhamento de

custos devesse ser validado pelo Fisco (requisitos esses, diga-se de passagem, que foram cumpridos pela consulente), pois

trata-se de critérios vinculantes para as autoridades fiscais.

Vale apontar, por fim, que outro argumento para descaracterizar o contrato de compartilhamento sustentado na Solução de

Consulta Cosit n. 276, em análise, foi o fato de a vantagem individual ter sido medida através de métodos diretos, como

acontece na prestação de serviços individualizados. Ocorre que esse critério foi determinante para afastar a caracterização

do contrato apenas para o departamento de engenharia, conforme se infere no documento. Assim, o único critério para

descaracterizar o contrato no tocante ao departamento de sistemas de informação foi, de fato, a ausência de um benefício

mútuo para os contratantes, o que, como se viu, não pode prevalecer por ser manifestamente inaplicável ao caso concreto.

A conclusão, por isso, é que a RFB, na Solução de Consulta Cosit n. 276, não decidiu o caso da melhor maneira, seja

porque aplicou a mesma solução para modelos de contratação distintos, seja porque se baseou em um conceito de benefício

mútuo consagrado em paper da OCDE o qual é absolutamente inaplicável ao o modelo clássico de compartilhamento de

custos de atividades-meio em que as partes contratantes têm unicamente o propósito de dividir os custos de serviços que

não constituem a sua atividade-fim.

Fonte: ConJur

Por Gabriel Bez Batti e Roberto Duque Estrada

11/10/2019 POSTADO EM: Artigos Contabilidade

Abertura de escritório de advocacia exige cuidados

contábeis específicos

Embora muitos advogados foquem na atuação e esqueçam que estão criando uma empresa, a etapa de abertura do negócio

é fundamental para que o escritório de advocacia tenha bons alicerces desde o início.

O atual cenário competitivo, comprovado por números da OAB, deixa claro que quanto mais o advogado entender do

negócio antes de começar, melhores são as chances de sucesso. É recomendável que o empreendedor elabore um plano de

negócio em conjunto com um contador especializado e busque conhecimento não só para atuar nas matérias de Direito,

mas também para gerir o escritório e competir no mercado.

Certificado digital, registro, regime tributário e constituição societária são alguns dos primeiros a passos para que um

profissional do Direito abra seu empreendimento da forma correta.

Antes de tudo, o advogado precisa ter um registro ativo e regular na OAB, sem pendências na Receita Federal, decidir se

atuará sozinho ou em sociedade e seguir as regras da Ordem. A questão societária deve obedecer a lei de sociedade de

advogados, que é muito específica e exige atenção especial.

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Os trâmites contábeis também exigem cuidados.

É importante obter um certificado digital para representante legal (e-CPF), reconhecer a personalidade jurídica

e registrar a empresa nos órgãos competentes (OAB, Receita Federal, Prefeitura Municipal, Previdência Social e Caixa

Econômica Federal). Em seguida, escolher o regime tributário.

Assim como em todos os processos de abertura, um contador é imprescindível para auxiliar a fazer a escolha certa, dar

mais tranquilidade na relação com o Fisco e fazer um planejamento de forma estratégica tomando as melhores decisões.

A sociedade pode optar por qualquer um dos regimes tributários existentes: Simples Nacional, Lucro Presumido ou Lucro

Real. Tudo depende da estratégia do negócio, de como os advogados, que também são empresários, planejam o

desempenho do escritório.

Vale lembrar que o ISS tem tratamento diferenciado em Sociedades Uniprofissionais. O Imposto Sobre Serviço de

Qualquer Natureza é cobrado de acordo com o número de profissionais e não é baseado no valor do serviço prestado, como

exige a regra geral.

Ou seja, como a maioria dos escritórios de advocacia se estrutura como Sociedades de Profissionais, é preciso ficar atento

para apurar o ISS a cada trimestre.

Os empresários também vão precisar abrir uma conta bancária para o CNPJ que for constituído e aportar o valor do capital

social. É importante que os sócios separem totalmente seus gastos de pessoa física da pessoa jurídica para evitar erros na

hora de prestar contas para a Receita.

Organizar e controlar a movimentação financeira da empresa desde o primeiro momento é essencial para manter os

controles internos em dia. Arquivar documentos importantes, mesmo que digitalmente, e utilizar um sistema de gestão

podem ser estratégias interessantes para não ter dor de cabeça depois.

Um contador terceirizado ativo e regular no Conselho Regional de Contabilidade garante que a empresa comece os

trabalhos regularizada e não tenha problemas com o Fisco, além de ficar atento às especificidades do segmento e poder

prestar consultorias regulares que apontem o andamento do negócio no aspecto financeiro, fiscal e tributário. Daí a

relevância de escolher um escritório que consiga atender o negócio de forma personalizada e que seja um verdadeiro

parceiro do empreendimento.

MARCIA RUIZ ALCAZAR – Sócia-diretora comercial da Seteco Consultoria Contábil. Atua no segmento há 30 anos e

preside o Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo (CRC-SP)

R$ 2,3 bilhões de renúncia

Carf está dividido na aplicação da decisão do STF sobre

insumos da zona franca

Jota

Mesmo após a publicação do acórdão pelo STF os entendimentos no Carf não são uniformes. PGFN propôs embargos

Flávia Maia

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Brasília - 09/10/2019 13:33 Atualizado em 09/10/2019 às 21:34

O aproveitamento de créditos relacionados a itens saídos da Zona Franca de Manaus é tema que continua controverso no

Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). As turmas do tribunal vem adotando diferentes entendimentos sobre

o assunto mesmo após a publicação do acórdão por meio do qual o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que

empresas tomem créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ao comprarem insumos, matérias-primas e

embalagens isentas saídas da zona franca.

O acórdão foi publicado no dia 20 de setembro, mas parte dos conselheiros defende que, de acordo com o artigo 62 do

regimento interno do Carf, o tribunal estaria vinculado apenas a decisões definitivas. O processo relacionado

à zona franca ainda não transitou em julgado, e portanto, para esses julgadores, não seria necessário aplicar a decisão do

STF tomada em repercussão geral.

No dia 4 de outubro o argumento recebeu um novo reforço quando a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN)

entrou com embargos de declaração contra o acórdão do STF.

Segundo fontes ouvidas pelo JOTA, isso significa que o processo judicial tomou um novo fôlego e não tem data para ser

encerrado. A disputa envolve perda de arrecadação anual de R$ 2,3 bilhões aos cofres públicos, segundo estimativas do

Ministério da Economia.

Ambev e Coca-Cola

O assunto chegou ao Carf entre os dias 24 e 26 de setembro, e as turmas ordinárias seguiram entendimentos distintos:

algumas optaram por não seguir o acórdão da corte máxima, e outras entenderam pela vinculação à decisão publicada.

Em 25 de setembro, a 1ª Turma da 2ª Câmara da 3ª Seção aplicou o entendimento do STF. O posicionamento foi tomado

após a análise de processos da Norsa, fabricante de Coca-Cola, e da Ambev e, nos dois casos, por maioria de votos, o

colegiado acompanhou o acórdão do STF.

A Ambev, entretanto, perdeu um processo semelhante na 1ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção. No dia 24 de setembro, a

unanimidade dos conselheiros considerou que ainda não está vinculada à decisão do STF. A relatora do caso, conselheira

Mara Cristina Sifuentes, entendeu que o precedente do STF ainda não é definitivo. “A decisão do STF optou pelo

creditamento. Mas a decisão não transitou em julgado”, informou no voto.

Em agosto, antes da publicação do acórdão, a 2ª Turma da 4ª Câmara da 3ª Seção optou por sobrestar processos da Spal e

da Ambev até o trânsito em julgado da ação do STF.

Na Câmara Superior de Recursos Fiscais, última instância do processo administrativo do Carf, ainda não ocorreram

julgamentos após as últimas movimentações no processo judicial. Antes da publicação do acórdão e dos embargos, o

colegiado optava por não seguir a determinação do STF.

Advogados de empresas ouvidos pelo JOTA estão ansiosos para saber se a 3ª Turma vai continuar adotando o

entendimento contrário ao STF, ou se ela renderá ao acórdão já publicado. O colegiado se reunirá entre 15 e 17 de outubro.

Trâmite judicial e administrativo

No dia 26 de abril deste ano, ao analisar o RE 592.891, o plenário do STF entendeu pela constitucionalidade do

creditamento de IPI na entrada de insumos, matéria-prima e material de embalagem adquiridos junto à Zona Franca de

Manaus sob o regime da isenção, “considerada a previsão de incentivos regionais constante do art. 43, § 2º, III, da

Constituição Federal, combinada com o comando do art. 40 do ADCT”.

Segundo especialistas, a indefinição no Carf deve permanecer com os embargos de declaração assinados pela procuradora

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Luciana Miranda Moreira. A procuradoria afirma que o acórdão do STF é omisso e obscuro, pedindo esclarecimentos.

Para a PGFN, não é possível a aplicação do direito ao crédito para aquisições de insumos não tributados ou de alíquota

zero. Assim, o acórdão do STF geraria créditos não previstos em legislação. “O creditamento pretendido, ao invés de

diminuir os custos de produção do fabricante da Zona Franca, autoriza um benefício fiscal em valores a serem livremente

manejados pelos contribuintes, em explícita discrepância da regra da não-cumulatividade”.

A PGFN, nos embargos, sugere uma nova redação para o item 322 da repercussão geral, em que retira o creditamento de

itens não tributados ou tributados à alíquota zero, saídos da Zona Franca de Manaus. Esse item é a principal disputa entre a

Fazenda Nacional e os contribuintes. Fontes consultadas pelo JOTA acreditam que é uma tentativa de mudar o teor da

decisão do STF, no entanto, a probabilidade disso acontecer é pequena.

Insegurança jurídica

Enquanto houver trâmite processual no STF, os conselheiros do Carf continuam amparados pelo regimento para votarem

em divergência ao acórdão da corte máxima. Além disso, os fiscais da Receita poderão continuar as autuações. Segundo

fontes ouvidas pelo JOTA, na prática, a situação continua instável para os contribuintes com lides nesse sentido.

“O Supremo já julgou a questão. Os embargos de declaração, por lei, não têm efeitos infringentes [modificativos]. Tudo foi

muito apreciado [no acórdão]”, analisa Daniella Zagari, sócia do escritório Machado Meyer. “ Os embargos de declaração

aqui são muito mais protelatórios do que qualquer outra coisa. O próprio Supremo tem diversos precedentes dizendo que

após a publicação da ata, a decisão já se torna aplicável”, complementa.

Especialistas ponderam que a escolha de conselheiros do Carf por votar em discordância com a decisão do STF pode gerar

judicialização e trazer danos futuros à própria União, já que as empresas que perderam na instância administrativa deverão

levar o assunto ao Judiciário. Na Justiça, os magistrados devem julgar conforme o precedente do STF, e, com isso, a União

pode ter de arcar com a sucumbência no Judiciário, o que vai impactar o orçamento público da União. Muitos dos

processos têm valores milionários.

“À medida em que os contribuintes vão perdendo na esfera administrativa, vão ao Judiciário e vão ganhar medida

antecipatória em uma tutela antecipada. O magistrado vai fazer valer a decisão do STF porque tem acórdão publicado”,

explica Gustavo Fossati, professor da FGV Direito Rio. “É preciso uma análise econômica do fato. Hoje a PGFN está

ganhando no Carf, mas olhando para frente o fisco pode perder no Judiciário e ter o ônus das custas processuais e dos

honorários de sucumbência”.

O professor lembra que a Lei da Liberdade Econômica alterou a Lei nº 10.522/2002, liberando a PGFN de contestar,

oferecer contrarrazões e interpor recursos em algumas situações, dentre elas a existência de posicionamento do Supremo

em repercussão geral. A PGFN também pode desistir de recursos já interpostos.

Tributaristas defendem que a melhor decisão, no momento, seria a suspensão dos processos relativos à tomada de créditos

de IPI de insumos, matéria-prima e embalagem saídos da Zona Franca de Manaus até a esperada decisão definitiva.

“A decisão do STF tem que ser, no mínimo, um balizador. Se o Carf não quer adotá-la porque ela não está transitada em

julgado, tem que se adotar pelo menos uma postura intermediária de sobrestar o processo. O que não pode é cada colegiado

entender de uma forma”, analisa Leandro Bettini Lins de Castro, advogado do escritório Mattos Filho.

Flávia Maia – Repórter

A cultura da multa tributária

9 de outubro de 2019

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As infrações devem ser repreendidas, mas a penalização excessiva, inclusive daqueles que agem de boa-fé, apenas acirra a

relação já polarizada entre Fisco e contribuinte.

Em 16 de agosto deste ano, foi publicada a Solução de Consulta Cosit n° 233, por meio da qual a Receita Federal

manifestou seu entendimento de que a denúncia espontânea não é aplicável a contribuintes que se utilizem do instrumento

da compensação para quitar tributos em atraso. Desta forma, tais compensações deveriam considerar também a multa de

mora de 20%, além do tributo devido.

O tema pode parecer muito específico ou de menor repercussão (a multa é de “apenas” 20%), mas merece atenção porque

serve de diagnóstico para uma de nossas várias distorções tributárias: a aplicação excessiva de multas.

As infrações devem ser repreendidas, mas a penalização excessiva apenas acirra a relação já polarizada entre Fisco e

contribuinte.

O instituto da denúncia espontânea está previsto no artigo 138 do Código Tributário Nacional (CTN) e afasta a aplicação

de multa ao contribuinte que, antes de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, pague e confesse

débitos já vencidos. Este benefício não afasta, porém, a incidência de juros de mora relativos ao período do atraso.

A ideia da denúncia espontânea é justamente premiar o contribuinte de boa-fé que, por vontade própria, admite o

inadimplemento e quita seus tributos – poupando, a administração tributária dos esforços, custos e tempo relacionados às

medidas de fiscalização e cobrança.

É verdade que a posição externada pela SRF está em linha com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e também

com a jurisprudência atual da Câmara Superior de Recursos Fiscais (o órgão tinha entendimento favorável aos

contribuintes, mas foi recentemente revertido por voto de qualidade). Em linhas gerais, prevaleceu o argumento de que

“pagamento” e “compensação” são institutos diversos e, tendo o artigo 138 se referido apenas ao primeiro, a denúncia

espontânea não seria aplicável às compensações.

Embora o CTN realmente empregue tais expressões com significados distintos, a leitura do artigo 138 por essa ótica

consiste em interpretação excessivamente literal e formal, que acaba por contrariar um valor maior prestigiado pelo

Código: o princípio da boa-fé. O resultado disso acaba sendo um reforço da cultura de contencioso fiscal, que é muito ruim

e precisa ser reduzida.

Além disso, da forma como regulada atualmente pela Lei nº 9.430/96, a compensação tributária ganhou grande agilidade e

simplificação (a entrega é feita on-line), o que em muito a aproxima, em termos práticos e financeiros, de um pagamento

em dinheiro. Aliás, a compensação nada mais é do que um pagamento; não em dinheiro, mas em créditos oponíveis ao

Fisco. Por estas razões, o uso da compensação se tornou muito frequente no dia a dia das empresas, especialmente no

âmbito dos tributos federais. Sua principal vantagem é a preservação do fluxo de caixa.

Sob o aspecto econômico, então, a Solução de Consulta tem como efeito negativo o encarecimento da compensação

enquanto instrumento à disposição dos contribuintes. Por consequência, estimula-se o pagamento de tributos com os

recursos em caixa e o acúmulo de créditos fiscais no ativo das empresas. Isso tira recursos que poderiam ser aplicados nas

atividades empresariais e restringe investimentos, o que é naturalmente prejudicial à economia como um todo e chega até

mesmo a afetar a competitividade internacional de nossas empresas.

Há ainda outros dois sinais que evidenciam a cultura punitiva, ainda no âmbito das compensações. Por incrível que pareça,

quando a compensação não é aceita pelo Fisco, a SRF cobra do contribuinte a multa de mora mesmo nos casos em que a

compensação foi feita antes do prazo de vencimento do tributo. Ou seja, pune-se até mesmo o contribuinte que estava em

dia!

O segundo exemplo é a aplicação adicional de multa isolada de 50% em toda e qualquer compensação que não é aceita

pelo Fisco. Ou seja, considerando-se as duas multas (de mora e isolada), chega-se a uma penalidade total de 70% do valor

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do tributo compensado. Esta multa isolada foi criada apenas em 2009 e vem sendo afastada pelo Poder Judiciário. É

inclusive alvo de uma ação direta de inconstitucionalidade do STF, que já conta com parecer do Ministério Público Federal

favorável às empresas.

É evidente que infrações devem ser repreendidas, mas a penalização excessiva, inclusive daqueles que agem de boa-fé,

apenas acirra a relação já polarizada entre Fisco e contribuinte. Melhor seria prestigiar o princípio da boa-fé e evitar a

imposição desproporcional de penalidades. Isto contribuiria para a construção de uma relação tributária mais justa e

saudável.

O Brasil precisa de uma reforma tributária, mas também (e talvez até mais) de uma melhoria da cultura tributária. Isso não

virá automaticamente. Precisa ser construído. A penalização do contribuinte de boa-fé é um exemplo do que pode e precisa

mudar.

Fonte: Valor Econômico

Diferença entre Produção e Fabricação de Bens para PIS

e COFINS

9 de outubro de 2019

A Receita Federal dispõe no inciso II do artigo 3º da Lei 10.637 e 10.833:

“II – bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos

destinados à venda.”

É de praxe entendermos que fabricação e produção são sinônimos. Entretanto, a RFB no Parecer Normativo 5/2018 tópico

1, buscou diferenciar os termos “fabricação” e “produção”.

Para fins da legislação do PIS e da COFINS (10.637/2002 e 10.833/2003), “fabricação de produtos” é equivalente ao

conceito e às hipóteses de industrialização definidas na legislação do IPI. (Art. 4º do RIPI 2010).

Já a “produção de bens” na legislação em comento é atividade não industrial que acarretam na transformação de insumo

em um bem novo destinado a venda ou desenvolvimento de seres vivos até alcançarem a condição de mercancia.

O exemplo de produção de bens destinados a venda que não são considerados industrialização trazido pela RFB é a

preparação de alimentos não acondicionados em embalagem de apresentação (Art. 5º, inciso I do RIPI 2010), outros

exemplos de atividades que desenvolvem o bem até que esses alcancem condições de venda são a agricultura, pecuária,

piscicultura entre outras.

Para que não incorra em restrição do termo produção, é oportuno atentarmos ao trecho abaixo do parecer:

“Nesse contexto, a interpretação pugnada nesta seção (distinção de significados, para os fins deste Parecer Normativo, dos

termos “produção” e “fabricação”) é a única capaz de fazer contemplar na não cumulatividade das contribuições diversas

atividades que não são consideradas industrialização pela legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (por

disposição normativa ou por inadequação típica) e que também não constituem revenda de mercadorias. ”

Desse modo, as empresas que não se enquadra como industrial, por não praticarem as atividades de industrialização,

podem apropriar-se de créditos sobre o conceito de insumos, desde que pratiquem as atividades de produção de bens.

Fonte: Portal Contábeis

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Você realmente domina as normas contábeis

(IFRS/CPC)?

Postado por José Adriano em 10 outubro 2019 às 9:08

Por Marcelo José de Aquino

Ao se encerrarem as divulgações e análises das demonstrações contábeis de 2018, completaremos 11 anos que se iniciou o

processo de convergência das práticas contábeis brasileiras com as normas internacionais de contabilidade, as chamadas

Internacional Financial Reporting Standard (IFRS), que são emitidas pelo Internacional Financial Standard Board

(IASB). Provavelmente, um volume importante de empresas, principalmente pequenas e médias, ainda não concluiu esse

processo de convergência.

O processo de convergência foi iniciado com a promulgação da Lei nº 11.638/07, que instituiu, também, via

pronunciamentos contábeis emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), diversas mudanças nas

demonstrações contábeis, na medida em que foram substancialmente alteradas a forma de avaliar, mensurar e divulgar os

ativos, os passivos e os instrumentos patrimoniais, bem como a divulgação em notas explicativas. Valor justo na

mensuração de ativos e passivos em substituição ao custo de aquisição, ajuste a valor presente, teste de imparidade, revisão

da vida útil dos ativos imobilizado e intangíveis, mudanças nos critérios de reconhecimento de receitas e uma alta dosagem

de subjetivismo nas práticas contábeis, entre outros temas, passaram a estar presentes na vida dos profissionais da

contabilidade e usuários das demonstrações contábeis. Soma-se a isso a possibilidade de escolhas de políticas contábeis,

tais como mensurar e reconhecer as propriedades para investimentos ao custo ou valor justo ou adotar ou não o hedge

accounting entre outras escolhas.

Fatores econômicos também passaram a impactar de forma relevante as demonstrações contábeis. Inflação, PIB, taxa de

juros, taxa de crescimento da empresa, prêmios de riscos, entre outros fatores, passaram a gerar grandes debates e embates,

como, por exemplo, na definição da taxa de desconto para o teste de imparidade e no reconhecimento das estimativas

contábeis.

Nesse processo de convergência, muitos desafios foram impostos para profissionais, empresas, professores, entre outros

profissionais envolvidos nesse processo. Foram alterados e ou excluídos alguns conceitos tradicionais, como custo ou

mercado, dos dois o menor, reavaliação de ativos imobilizados e obrigatoriedade de amortização do ágio. Saímos de uma

contabilidade baseada em regras detalhadas para uma contabilidade substancialmente ancorada em princípios com regras

gerais. Passamos a ter o fator julgamento presente nas decisões. E quanto julgamento!

Antes da convergência, o foco era maior no atendimento aos reguladores do que nos usuários das demonstrações

contábeis. Diversos estudos acadêmicos apontam que houve substancial melhora na qualidade das informações contábeis,

com a convergência às normas internacionais. Outros levantamentos também indicaram que uma contabilidade baseada em

princípios pode ser considerada de maior utilidade para o entendimento da performance das empresas. É claro que a

contabilidade assumiu uma posição de maior protagonismo no processo de tomada de decisão por parte dos gestores e no

relacionamento com as instituições financeiras e investidores. Embora as regras anteriores engessassem as práticas

contábeis e nem sempre representassem a realidade das empresas, os princípios embora com uma qualidade melhor, podem

dar uma ênfase exagerada no poder discricionário dos gestores, o que aumenta a possibilidade da utilização das práticas

contábeis com o viés da “conveniência”, não obstante as normas ressaltarem sempre a necessidade de demonstrações

verdadeiras e fidedignas (True e Fair View).

Se regras e/ou o formalismos, muitas vezes, podem não representar a essência econômica da transação, o que dizer do

excesso de subjetividade nas normas? Como os preparadores e os usuários podem interpretar certas normas que trazem

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termos genéricos como substancialmente, normalmente, provável, possível, entre outros? Não existe um padrão definido e

cada empresa e administração precisa alcançar a divulgação de uma demonstração verdadeira e fidedigna, o que não é fácil

devido ao alto grau de subjetividade. Podemos citar alguns exemplos como os seguintes: no reconhecimento das provisões

para demandas judiciais, como definir o momento correto de “mais provável que sim do que não” para reconhecer uma

provisão? Qual o momento para segregar a fase de pesquisa da de desenvolvimento no reconhecimento de um ativo

intangível? Somente podemos capitalizar os custos dos empréstimos para ativos qualificáveis que são os que demandam

tempo substancial para ficarem prontos para o uso, mas qual é esse tempo, uma vez que a norma não o define? O

pagamento de juros sobre empréstimos e financiamentos pode ser classificado tanto como atividades operacionais quanto

na linha de financiamento na demonstração de fluxo de caixa, mas qual é o julgamento necessário por parte da

Administração para essa definição?

Esses são apenas alguns itens dos diversos que requerem um alto grau de julgamento e subjetividade na aplicação das

práticas contábeis. Nesse caso, fica a dúvida de como os analistas das demonstrações contábeis conseguem avaliar tais

quesitos se nem sempre as notas explicativas são claras e explicativas? Os enlatados de indicadores econômicos divulgados

em livros e na Internet provavelmente não irão ajudar a capturar esses detalhes. Se para o preparador já é difícil julgar,

imagina para quem tem o papel de analisar esses julgamentos? Para aumentar o desafio dos analistas, não é incomum

encontrar notas explicativas em um volume de copy and paste realizado pelas empresas quando da elaboração das notas

explicativas com base nos “modelos padronizados”. Essas cópias padronizadas acabam não explicando aquilo que de fato é

relevante para o contexto da empresa responsável pela elaboração das demonstrações contábeis, tornando o texto pouco

interessante principalmente aos usuários.

Um nova onda de alterações ocorreu em 2018, com mudanças importantes no reconhecimento de receitas de contatos de

clientes (CPC 47), e na classificação e na mensuração dos instrumentos financeiros (CPC 48). Já neste ano, a

implementação do CPC 06 (R2), sobre arrendamento mercantil, muda substancialmente a leitura dos balanços de diversas

empresas, como, por exemplo, as do setor de varejo. A aplicação de determinados critérios contábeis pode afetar

diretamente a performance financeira das empresas e quando levam a uma tomada de decisão incorreta por falhas na

aplicação das práticas contábeis o resultado não é somente o prejuízo ao investidor, mas também uma redução no nível de

confiança nos demonstrativos financeiros.

Preparador ou usuário nas demonstrações contábeis, você domina as normas contábeis com propriedade ?

http://fenacon.org.br/noticias/voce-realmente-domina-as-normas-cont...

Simples Nacional: Como Tratar as Vendas Sujeitas a Regime

Especial de Tributação no PGDAS?

10 out 2019 Carolina Oliveira

Atenção especial deve ser dada às informações de vendas de mercadorias e serviços no sistema gerador da Guia

do Simples Nacional (PGDAS).

Em relação às mercadorias com substituição tributária/tributação monofásica/antecipação com encerramento de tributação:

Nesta opção, o usuário deverá informar a receita decorrente da atividade de revenda de mercadorias com substituição

tributária do ICMS, e/ou com tributação monofásica do PIS e da COFINS e/ou antecipação com encerramento de

tributação do ICMS, bem como o(s) tributo(s) sujeito(s) à respectiva especificidade.

Pelo menos uma das opções abaixo deverá ser selecionada, para que o aplicativo prossiga:

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COFINS – Tributação Monofásica;

ICMS – Antecipação com Encerramento de Tributação;

ICMS – Substituição Tributária, e

PIS – Tributação Monofásica.

Informar também, para o ICMS, se possui isenção/redução, selecionando na coluna do imposto a opção desejada. Neste

caso, preencherá os campos com as parcelas de receitas sujeitas à isenção e/ou redução.

Quanto ao ISS, deverá ser informado as receitas do estabelecimento decorrentes da prestação de serviços que tenham o ISS

devido a outro município, bem como aqueles com retenção do respectivo imposto.

Procedendo desta forma, o programa calculará corretamente a guia, evitando que o contribuinte pague 2 vezes pelo mesmo

imposto (por exemplo: ICMS substituição tributária + ICMS do Simples Nacional) .

Imunidades tributárias aplicáveis à exportação não se

estendem a toda cadeia produtiva

10 out 2019 Carolina Oliveira

O procurador-geral da República, Augusto Aras, opinou pela improcedência das Ações Diretas de

Inconstitucionalidade 6.040 e 6.055, que questionam a devolução de resíduos tributários remanescentes na cadeia de

produção de manufaturados destinados à exportação, no âmbito do Regime Especial de Reintegração de Valores

Tributários para Empresas Exportadoras (Reintegra). Para o PGR, as imunidades tributárias aplicáveis à

exportação, previstas na Constituição, são restritas às operações e aos rendimentos diretamente relacionados à

exportação e não podem ser estendidas a toda cadeia produtiva. Ele também defendeu que o Executivo pode fixar

os percentuais de devolução dos créditos por meio de decreto.

A ADI 6.055 foi proposta pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), enquanto a ADI 6.040 é de autoria do Instituto

Aço Brasil. As duas ações questionam dispositivos da lei de criação do Reintegra (Lei 13.043/2014) e dos decretos

posteriores que fixaram os percentuais para cálculo do crédito (Decretos 8.415/2015, 8.543/2015, 9.148/2017 e

9.393/2018). As ações tramitam apensadas e estão sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes.

O Reintegra foi criado pela Lei 13.043/2014 para estimular a produção de bens destinados à exportação. A norma prevê

que as empresas exportadoras podem apurar crédito tributário sobre a receita auferida com a venda de bens manufaturados

ao exterior, mediante percentual estabelecido pelo Poder Executivo, variando entre 0,1% e 3% dos ganhos obtidos com a

exportação. Excepcionalmente, esse percentual poderá ser acrescido em até dois pontos para bens em cuja cadeia de

produção se verifique a ocorrência de resíduo tributário capaz de justificar a devolução adicional. Isso, no entanto, deve ser

comprovado por estudo ou levantamento realizado conforme critérios e parâmetros definidos em regulamento, como

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determina a lei. Decretos posteriores fixaram os valores dos percentuais de cálculo do crédito, reduzindo-os até atingir o

patamar mínimo previsto na lei (0,1%).

Na ADI 6.055, a CNI defende que a desoneração da atividade exportadora deveria ser a mais ampla possível, já que o

Reintegra não seria incentivo fiscal, mas sim reposição das perdas dos exportadores com o excesso de tributos incidentes

na cadeia. Ainda pede que o Poder Executivo seja impedido de reduzir os percentuais por meio de decreto, já que as

imunidades às exportações seriam garantias em prol da liberdade de comércio internacional e não poderiam sofrer

retrocessos. Na ADI 6.040, o Instituto do Aço também questiona a redução da alíquota por ato discricionário do Poder

Executivo e pede que seja admitido o crédito correspondente à integralidade da cadeia produtiva de bens destinados à

exportação.

Augusto Aras lembra que o Reintegra é sim benefício fiscal, criado para “contornar as dificuldades encontradas pelas

empresas brasileiras exportadoras de competir em igualdade de condições em um ambiente de competição cada vez mais

acirrada”. O PGR salienta que as imunidades tributárias à exportação estão previstas na Constituição, mas com alcance

limitado às operações diretamente relacionadas com a venda para o exterior do bem, mercadoria ou serviço. Tanto é assim

que a Constituição usa expressões como “receitas decorrentes de exportação” (CF, art.149, §2º, I), “produto industrializado

destinado ao exterior” (CF, art. 153, §3º, III); e “operações que destinem mercadorias para o exterior” (CF, art. 155, §2º, X,

“a”). Isso restringe o benefício às operações e rendimentos diretamente gerados na exportação.

“Vê-se, portanto, que o único parâmetro instituído pela Constituição é a operação/destinação do produto, mercadoria ou

serviço para o exterior ou o fato de as receitas serem decorrentes da exportação, o que torna evidente que as demais

operações, ainda que ostensivamente busquem a própria exportação, são tributados normalmente, sem nenhuma cláusula

restringente”, diz o parecer. Ele afirma que o próprio Supremo já estabeleceu entendimento nesse sentido e alerta que a

extensão da imunidade tributária para toda a cadeia produtiva de bens destinados ao exterior pode resultar em perda

importante de arrecadação.

Aras ressalta que a lei de criação do Reintegra prevê expressamente que os percentuais de cálculo serão definidos por ato

do Poder Executivo – portanto, os decretos que reduzem os percentuais de cálculo são válidos. Além disso, no caso da ADI

6.040, o PGR afirma que o Instituto Aço Brasil não tem abrangência nacional nem representa a totalidade do segmento

econômico atingido pelas normas impugnadas (siderurgia). Por isso, a entidade de classe não teria legitimidade para propor

ADI ao Supremo.

Íntegras das manifestações

ADI 6.040

ADI 6.055

Secretaria de Comunicação Social

Procuradoria-Geral da República

Fonte: MPF

Associação Paulista de Estudos Tributários, 9/10/2019 18:12:55

Títulos de crédito passam a contar com emissão

eletrônica

Fonte: Contabilidade na TVLink: http://www.contabilidadenatv.com.br/2019/10/titulos-de-credito-passam-a-contar-com-

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emissao-eletronica/

O Governo Federal estabeleceu a possibilidade de escrituração (emissão eletrônica) para diversos títulos utilizados no

Sistema Financeiro Nacional (SFN). A mudança veio com a Medida Provisória nº 897, de 1º de outubro, que também

estabelece uma série de medidas que permitirão ampliar o volume de recursos privados aplicados no crédito rural. A MP,

elaborada em conjunto pelos ministérios da Economia, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pelo Banco Central, faz

parte da ação Digitalização de Títulos de Crédito – Legislação incluída na dimensão Competitividade da Agenda BC#, que

norteará o trabalho da Autoridade Monetária durante os próximos anos.

Entre os títulos que passam a contar com o novo tipo de escrituração, estão a Cédula de Crédito Imobiliário (CCI), que

trata de créditos imobiliários; a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), lastreada por créditos imobiliários garantidos por

hipoteca ou por alienação fiduciária de coisa imóvel; e a Cédula de Crédito Bancário (CCB), título de crédito emitido, por

pessoa física ou jurídica, em favor de instituição financeira ou de entidade a esta equiparada, que representa promessa de

pagamento em dinheiro decorrente de operação de crédito de qualquer modalidade.

“A MP uniformizou o processo de escrituração, registro e depósito de diversos títulos de crédito, modernizando a

legislação e conferindo segurança jurídica para diversas inovações que vem sendo desenvolvidas no mercado financeiro”,

disse o chefe-adjunto no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro, Felipe Derzi.

Setor rural

A MP também adequou tradicionais fontes de financiamento do crédito rural à realidade atual. Títulos como a Cédula de

Produto Rural (CPR), por exemplo, agora tem a possibilidade de emissão escritural (eletrônica). “Esse é um título bastante

utilizado pelo setor, mas que na forma física e sem amplo registro, não permitia que se identificasse o volume financeiro

envolvido e nem a quantidade de produtores que o emitiam. Com a digitalização e registro, o instrumento ganhará em

agilidade e facilidade de acesso, além de confiança por parte do mercado”, explicou o chefe do Departamento de

Regulação, Supervisão e Controle das Operações do Crédito Rural e do Proagro, Cláudio Filgueiras (foto ao lado).

Também se enquadram na possibilidade de emissão escritural (eletrônica) de títulos os seguintes instrumentos de fomento

à atividade rural: o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), o Certificado de Recebíveis do

Agronegócio (CRA) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), sendo que o CDCA e o CRA poderão ser emitidos com

cláusula de variação cambial e o CRA poderá ser registrado no exterior. Essas medidas, segundo Filgueiras, tem o condão

de atrair mais investimentos para o agronegócio, em especial os investidores estrangeiros.

MEI só emitirá nota eletrônica a partir de 2020

11 out 2019 Evelin Oliveira

A emissão de Nota Fiscal de Serviços eletrônica (NFSe), no município do Recife, para o Microempreendedor Individual

(MEI), será obrigatória a partir de 1º de janeiro de 2020. A portaria n°19 publicada pela Secretaria de Finanças, no Diário

Oficial do Recife, inclui a categoria na relação dos prestadores de serviços localizados no município do Recife com

autorização para emitirem a NFSe. Contudo, até o dia 31 de dezembro deste ano, a emissão ainda acontecerá de forma

facultativa.

De acordo com a Prefeitura do Recife, a medida atendeu a um pleito de muitos Microempreendedores Individuais,

permitindo-os a partir de agora a emissão da NFSe. O município também sentia a necessidade de disciplinar a

obrigatoriedade dessa emissão da NFSe para essa categoria. Atualmente, cerca de 77 mil Microempreendedores

Individuais estão ativos no Recife, sendo, aproximadamente, 48 mil prestadores de serviços no Recife.

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O secretário de Tributação da Prefeitura do Recife, Márcio Carvalho explica que a fiscalização do faturamento do MEI

poderá ser automatizada a partir desta inovação. “Com isto, será permitido ao fisco acompanhar o enquadramento ao limite

legal de maneira mais rápida e eficaz”, detalha ainda dizendo que a medida provoca uma maior facilidade na emissão, pois

o MEI consegue verificar pelo próprio sistema o faturamento mensal entre outras coisas. “Além disto, o consumidor

pessoa física ganha na medida em que não precisa lidar com documentação em papel, podendo arquivar as notas fiscais

recebidas de forma eletrônica”, acrescenta.

Para o analista do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-PE), Luiz Nogueira, muitos

empreendedores que prestam serviço na cidade do Recife serão beneficiados com a medida. “Muitos clientes só contratam

se houver nota fiscal. Em razão disto, alguns empreendedores chegaram a mudar o endereço da empresa para outros

municípios que já forneciam esse sistema de emissão da NFSe. Além disto, com a emissão eletrônica é reduzido o custo de

impressão do talão”, ressalta Nogueira.

Como emitir A Nota Fiscal de Serviços eletrônica NFS-e deve ser emitida on-line, por meio da Internet, no endereço eletrônico

https://nfse.recife.pe.gov.br, somente pelos prestadores de serviços estabelecidos no Município, mediante a utilização da

senha web ou certificado digital. O passo a passo para a emissão de uma NFS-e também está disponível no mesmo link em

“Manuais de ajuda”.

Fonte: FENCON/FOLHA ECONOMIA PE

SP - CMS: Procedimentos para baixa de estoque em

razão de perda ou consumo no estabelecimento

Fisco paulista exige emissão de Nota Fiscal para regularizar baixa de estoque em razão

de perda ou consumo de insumo ou produto no estabelecimento

Autor(a): Jo NascimentoFonte: Siga o FiscoLink: http://sigaofisco.com.br/icms-procedimentos-para-baixa-de-estoque-

em-razao-de-perda-ou-consumo-no-estabelecimento/

Fisco paulista exige emissão de Nota Fiscal para regularizar baixa de estoque em razão de perda ou consumo de

insumo ou produto no estabelecimento

Contribuinte do ICMS perdeu ou consumiu no estabelecimento insumos, produtos ou mercadorias que estava no estoque?

Fisco paulista exige emissão de Nota Fiscal para baixa do estoque, quando ocorre perda ou consumo de insumos ou

produtos no estabelecimento.

Exemplo: insumo adquirido para uso na produção foi perdido, pereceu, furtado, roubado ou consumido no

estabelecimento.

Emissão de documento fiscal

Para baixa de insumos ou produtos em estoque, que forem perdidos ou consumidos no estabelecimento, o contribuinte

deve emitir Nota Fiscal.

Regulamentação do CFOP 5.927 em São Paulo

Ainda que a regulamentação do uso do CFOP 5.927 tenha ocorrido em 18-12-2015, com o advento da publicação do

Decreto nº 61.720 de 2015, até hoje ainda pairam dúvidas acerca da necessidade de emissão do documento fiscal.

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O Decreto nº 61.720 de 2015 instituiu a obrigatoriedade de emissão de Nota Fiscal nos casos de perecimento, deterioração,

roubo, furto, extravio, autoconsumo ou utilização em fim alheio à atividade do estabelecimento de mercadoria em estoque.

Para esclarecer mais uma vez a questão, o fisco paulista publicou a Resposta à Consulta Tributária 19906/2019.

Confira os procedimentos para emissão de Nota Fiscal com o CFOP 5.927 para baixa do estoque.

Exemplo contribuinte do RPA – Regime Periódico de Apuração:

Valor do estoque consumido no estabelecimento: R$ 10.000,00

Crédito de ICMS realizado na entrada do insumo: R$ 1.800,00

Dados para emissão da Nota Fiscal

– CFOP: 5.927

– Natureza da Operação: Lançamento efetuado a título de baixa de estoque

– Descrição do produto

– Quantidade (100)

– Valor unitário (R$ 100,00)

– Total da Nota Fiscal (100 x R$ 100,00 = R$ 10.000,00)

– Dados do destinatário: informar neste campo da Nota Fiscal, seus próprios dados cadastrais

– Dados adicionais: Nos termos do inciso VI do Art. 125 do RICMS/00, Baixa de estoque em razão de consumo no

próprio estabelecimento – ICMS a estornar: R$ 1.800,00

Confira código que deve ser informado no documento fiscal:

RPA – CST ICMS: 90

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Simples Nacional – CSOSN de ICMS: 400

Estorno do crédito do ICMS

A Nota Fiscal serve apenas para baixa do estoque, o estorno do crédito do ICMS realizado por ocasião de entrada do

insumo no estabelecimento, deve ser feito direto na apuração do imposto (item 2 do parágrafo 8º do Art. 125 e art. 67 do

RICMS/00).

Precisa baixar estoque?

Confira os procedimentos trazidos pela Ementa da Resposta à Consulta Tributária 19906/2019 do fisco paulista:

ICMS – Obrigações Acessórias – Perda e consumo de produtos fabricados no estabelecimento – Emissão de Nota Fiscal.

I. Para registrar tanto o descarte, quanto o consumo dos produtos em seu próprio estabelecimento, o contribuinte deverá

emitir Nota Fiscal sem destaque do ICMS, conforme estabelece o artigo 125, VI e § 8º, item 1 do RICMS/2000, devendo

informar no campo do destinatário, seus próprios dados cadastrais.

II.Conforme o item 2 do parágrafo 8º do RICMS/2000, deve também estornar eventual crédito do imposto, nos termos do

artigo 67, relativo à entrada dos insumos utilizados na fabricação dos produtos.

Deixou de emitir documento fiscal para baixa de estoque?

O contribuinte que deixar de emitir Nota Fiscal para baixa de estoque, está sujeito a multa equivalente a 50% do valor da

operação, no exemplo representa R$ 5 mil reais (R$ 10.000,00 x 50%).

Deixou de estornar o crédito do ICMS?

O contribuinte que deixar de estornar o crédito do ICMS está sujeito a multa de 100% do valor do crédito não estornado,

no exemplo corresponde a R$ 1.800,00 (R$ 1.800,00 x 100%).

Fundamentação legal das infrações e penalidades do Art. 527 do Regulamento do ICMS de São Paulo

Artigo 527 – O descumprimento da obrigação principal ou das obrigações acessórias, instituídas pela legislação do

Imposto sobre Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços, fica sujeito às seguintes penalidades (Lei

6.374/89, art. 85, com alteração da Lei 9.399/96, art. 1°, IX, da Lei 10.619/00, arts. 1º, XXVII a XXIX, 2°, VIII a XIII, e 3º,

III e da Lei 13.918/09, art.11, XIII e art. 12, XVIII):

Alínea a do inciso V – falta de emissão do documento fiscal

V – infrações relativas a documentos fiscais e impressos fiscais:

a) falta de emissão de documento fiscal – multa equivalente a 50% (cinqüenta por cento) do valor da operação ou

prestação;

Alínea J do Inciso II – manutenção do crédito indevido

II – infrações relativas ao crédito do imposto:

j) crédito indevido do imposto, em hipótese não prevista nas alíneas anteriores, incluída a de falta de estorno – multa

equivalente a 100% (cem por cento) do valor do crédito indevidamente escriturado ou não estornado, sem prejuízo do

recolhimento da respectiva importância;

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CFOP: 5.927 Lançamento efetuado a título de baixa de estoque decorrente de perda, roubo ou deterioração

O CFOP 5.927 de que trata o inciso VI do Art. 125 do RICMS/00, será utilizado para emitir NF-e nos casos em que a

mercadoria entrada no estabelecimento para industrialização ou comercialização vier:

a) a perecer, deteriorar-se ou for objeto de roubo, furto ou extravio;

b) a ser utilizada em fim alheio à atividade do estabelecimento;

c) a ser utilizada ou consumida no próprio estabelecimento

Esta matéria versa apenas sobre o ICMS, porém o contribuinte deve observar para fazer o estorno do crédito dos tributos

federais, tais como IPI, PIS e COFINS.

NCM incorreta – você pode ter o seu crédito glosado!

Postado por José Adriano em 9 outubro 2019 às 10:59

Por Karen M. Semeone

A classificação fiscal de um produto ou sua “NCM” (Nomenclatura Comum do Mercosul/Sistema Harmonizado –

NCM/SH) está intimamente relacionada aos tributos e sua exigência no documento fiscal existe desde meados da década

de 90.

É dever do contribuinte observar todos os requisitos legais para emissão do documento fiscal de forma correta, sob pena de

ter o seu documento declarado inidôneo (ilegal) quando:

I) omitir indicações;

II) não seja o legalmente exigido para a respectiva operação;

III) não guarde as exigências ou requisitos previstos na legislação;

IV) contenha declarações inexatas, esteja preenchido de forma ilegível ou apresente emendas ou rasuras que lhe

prejudiquem a clareza.

Por vezes, no dia a dia das empresas, é possível que ocorra a aquisição de uma mesma mercadoria, de fornecedores

distintos, que utilizam NCM diversas para o produto. Isso é um equívoco, visto que não é possível um mesmo produto ser

classificado em NCM´s distintas, ou seja, só existe uma única classificação fiscal para cada produto. Logo, é possível

identificar que um dos fornecedores tem se utilizado de NCM incorreta, o que, por vezes, pode gerar tributação indevida, a

maior ou a menor, já que diversos tributos, tais como o IPI, ICMS, PIS e COFINS, tem sua tributação fortemente

influenciada pela NCM, ainda que não seja elemento suficiente, em alguns casos, para determiná-la.

O que deve fazer então o contribuinte adquirente que se encontre nesta situação? Caberia a emissão de uma carta de

correção, pelo fornecedor? Vejamos!

A Legislação (Convênio s/nº de 15/12/1970 e Ajuste Sinief nº 7/2005) dispõe que fica permitida a utilização de carta de

correção, para regularização de erro ocorrido na emissão de documento fiscal, desde que o erro não esteja relacionado

com:

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1) As variáveis que determinam o valor do imposto tais como: base de cálculo, alíquota, diferença de preço, quantidade,

valor da operação ou da prestação;

2) A correção de dados cadastrais que implique mudança do remetente ou do destinatário;

3) A data de emissão ou de saída.

Assim, a Carta de Correção poderá ser utilizada para correção da NCM, desde que não implique em alteração de tributação

(base de cálculo e alíquota). Caso a NCM correta a ser indicada no documento fiscal implique em alteração da tributação,

esta informação deve ser detectada o quanto antes, seja no recebimento do XML pelo adquirente, seja pelo recebimento

físico da mercadoria. Neste caso, a NF-e poderá ser cancelada dentro do prazo previsto pela legislação estadual ou a

mercadoria ser recusada pelo adquirente, por erro na emissão do documento fiscal.

Este assunto deve ser encarado pelas empresas com a seriedade que merece, visto que o Fisco se utiliza de diversos meios

para cruzamento das informações, no âmbito do SPED, de forma a gerar um passivo tributário para a empresa.

Importante compreender o entendimento do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) sobre a atividade de

classificar mercadorias, exposto na ementa do Processo nº 11762.720096/201515:

“CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS. FUNDAMENTO. SISTEMA HARMONIZADO (SH). NOMENCLATURA

COMUM DO MERCOSUL (NCM).

Qualquer discussão sobre classificação de mercadorias deve ser feita à luz da Convenção do SH (com suas Regras Gerais

Interpretativas, Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição), se referente aos primeiros seis dígitos, e com base no

acordado no âmbito do MERCOSUL em relação à NCM (Regras Gerais Complementares e Notas Complementares), no

que se refere ao sétimo e ao oitavo dígitos.

CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS. ATIVIDADE JURÍDICA. ATIVIDADE TÉCNICA. DIFERENÇAS.

A classificação de mercadorias é atividade jurídica, a partir de informações técnicas. O perito, técnico em determinada

área (mecânica, elétrica etc.) informa, se necessário, quais são as características e a composição da mercadoria,

especificando-a, e o especialista em classificação (conhecedor das regras do SH e de outras normas complementares),

então, classifica a mercadoria, seguindo tais disposições normativas.”

No mesmo processo o CARF apresentou decisão favorável ao Fisco, de forma a “glosar” o crédito do contribuinte quando

da entrada de insumo com classificação fiscal incorreta, que gerou crédito indevido ao adquirente:

“GLOSA DE CRÉDITOS ILEGÍTIMOS TOMADOS PELO ADQUIRENTE EM RAZÃO DE ERRO DE CLASSIFICAÇÃO

FISCAL COMETIDO PELO FORNECEDOR. Constatado pela fiscalização que a classificação fiscal de insumos no

fabricante estava errada, reduzindo a zero o IPI destacado nas notas fiscais de saída, legítima a glosa do IPI creditado a

maior no comprador. Recurso Especial do Procurador provido e Recurso Especial do Contribuinte negado.”

Além da provável glosa do crédito, poderá ainda o adquirente da mercadoria ser considerado responsável solidário por

interesse comum em relação ao tributo devido, por força do art. 124, inciso I do CTN (Código Tributário Nacional), in

verbis:

“Art. 124. São solidariamente obrigadas:

I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;

(…)”

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Finalmente, considerando a sensibilidade sobre o tema, as empresas devem buscar elaborar e praticar processos e

procedimentos rígidos de compliance tributário, por meio de equipe qualificada na atribuição ou revisão das classificações

fiscais existentes no cadastro de seus produtos, de modo a aumentar a confiabilidade das operações praticadas com

terceiros, bem como maior segurança no aproveitamento de créditos tributários.

https://www.systax.com.br/ncm-incorreta-voce-pode-ter-o-seu-credito...

Prazo para parcelamento de débitos tributários é

prorrogado

09 out 2019 Alessandra Chieregato

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional prorrogou na última semana o prazo para parcelamento de débitos junto ao

órgão com benefício de redução do valor mínimo da parcela. A nota foi divulgada através da Portaria 4.456/2019.

Desta forma, para os pedidos de parcelamento de débitos inscritos em dívida ativa, efetuados até 31 de março de 2020, os

valores mínimos de cada parcela serão reduzidos para R$ 100,00 quando o devedor for pessoa física, ou quando se tratar

de débito relativo a obra de construção civil sob responsabilidade de pessoa física; e R$ 10,00 na hipótese de débito de

pessoa jurídica em recuperação judicial.

Anteriormente, o prazo previsto para esta redução era até 30 de setembro.

Parcelamento de débitos

O parcelamento de débitos é um benefício oferecido pelos órgãos de arrecadação e fiscalização tributária. O objetivo

principal da prática é recuperar impostos apurados, informados e não pagos.

Devido à alta carga tributária e à série de adversidades que as empresas enfrentam na execução de suas atividades, alguns

tributos podem não ter sido recolhidos em seu vencimento. Isso gera autuações fiscais, bloqueios de certidão e outras

sanções.

Neste contexto, o parcelamento de débitos tributários surge como alternativa para que o contribuinte possa regularizar sua

situação perante o fisco e os demais órgãos de arrecadação.

Fonte: Portal Contábil SC

Perdão de dívidas e tributos

A receita não operacional advinda do perdão de dívidas não pode ser

considerada receita/lucro a atrair a incidência tributária.

Fonte: IBETLink: https://www.ibet.com.br/perdao-de-dividas-e-tributos/

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A receita não operacional advinda do perdão de dívidas não pode ser considerada receita/lucro a atrair a incidência

tributária.

A redução do passivo, resultante do perdão de dívida pelo credor de pessoa jurídica, deve ser reconhecida pela

empresa como uma receita não operacional, impactando no faturamento para fins de incidência das contribuições

destinadas ao Programa de Integração Social (PIS) e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), bem

como na tributação pelo Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e na Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL).

Ao menos em duas ocasiões, o Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu favoravelmente ao contribuinte. No

julgamento de um recurso extraordinário, em maio de 2013, a Corte definiu receita como „ingresso financeiro que

se integra no patrimônio na condição de elemento novo e positivo‟, afastando a incidência das contribuições PIS e

Cofins sobre valores auferidos em decorrência da cessão de créditos acumulados de ICMS (RE nº 606.107).

A receita não operacional advinda do perdão de dívidas não pode ser considerada receita/lucro a atrair a incidência

tributária.

Anos depois, em 2017, ao enfrentar a incidência de ICMS na base de cálculo da Cofins – tese que há décadas se arrastava

nos corredores do Judiciário – o STF novamente se posicionou pela diferenciação entre faturamento e receita declarando a

máxima „embora todo faturamento seja receita, nem toda receita é faturamento‟ (RE 574.706).

Tais precedentes, apesar de não versarem acerca da exação incidente sobre receita advinda de perdão de dívida, descrevem

linha de pensamento válida para argumentação relativa à baixa de passivos.

Isto porque, a baixa do passivo advinda da contabilização do perdão de dívida não dá origem a um ingresso financeiro para

a empresa beneficiada, bem como não gera um novo direito que incrementa positivamente o patrimônio da empresa,

tratando-se de modalidade de receita que se oriunda da baixa de passivos ao invés da atividade da empresa como

percepção de valores, não devendo, portanto, ser ofertado à tributação.

Apesar do reconhecimento contábil se dar pela escrituração de receita, não se reveste desta natureza para fins

tributários, visto que, em precedentes exarados sobre o assunto, o Poder Judiciário e a própria esfera

administrativa, através de recente decisão do Carf, em sentido contrário à ânsia do Fisco em alargar os conceitos de

grandeza para fins de tributação, já decidiram pela adoção de preceito que analisa a fundo o efeito da entrada da

receita em relação ao patrimônio da sociedade.

Desse modo, para efeitos de lucro e renda, pressuposta a existência de riqueza nova que se adiciona a um capital

preexistente, participação positiva no resultado da empresa, ingresso de valores.

Por consequência, a receita não operacional advinda do perdão de dívidas não pode ser considerada receita/lucro a atrair a

incidência tributária, até porque, tal possibilidade outorgaria status de base de cálculo à baixa de passivos, exorbitando a

necessidade de previsão constitucional expressa para a fixação das bases imponíveis de qualquer tributo ou contribuição,

nos termos do artigo 154, inciso I, da Constituição Federal. Tal prática afronta princípios caros ao direito tributário, tais

como: da capacidade contributiva, da isonomia e da vedação ao confisco.

Assim conclui-se que, a exigência de tributação incidente sobre IRPJ, CSLL, PIS e Cofins sobre a receita não operacional

oriunda de baixa de passivo em razão do perdão de dívidas, não pode ser entendida como grandeza sujeita a tributação, nos

termos dos critérios eleitos pelo direito tributário em interpretação à legislação regência, conforme discorrido.

Dilema na reforma tributária: como taxar os serviços

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digitais?

Em meio ao debate sobre reforma tributária, há uma pergunta inescapável, mas sem resposta

clara: qual é a melhor forma de mirar a economia digital e tributar serviços como Netflix e

Spotify?

Fonte: Exame.comLink: https://exame.abril.com.br/economia/reforma-levanta-dilema-como-tributar-servicos-como-

spotify-e-netflix/

Em meio ao debate sobre reforma tributária, há uma pergunta inescapável, mas sem resposta clara: qual é a melhor forma

de mirar a economia digital e tributar serviços como Netflix e Spotify?

Hoje, como essas empresas são caracterizadas como prestadoras de serviços e tem sede no Brasil, arcam com impostos

como o municipal ISS, além dos federais PIS e Cofins. No entanto, parlamentares e integrantes da equipe econômica vem

sugerindo que elas poderiam pagar mais.

Por enquanto, nenhuma das propostas em tramitação no Congresso Nacional prevê alternativas específicas para a

economia digital.

O IVA resolve?

A reforma mais bem aceita, a PEC 45, de autoria do economista Bernard Appy, tramita na Câmara e propõe a criação de

um Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) nos moldes do IVA, usado na maior parte dos países desenvolvidos. Ele

substituiria os impostos federais PIS, Cofins, IPI e os estaduais ICMS e ISS.

Esse tipo de tributação é a ideal para o setor digital, segundo o economista Marcos Lisboa, presidente do Insper. Isso

porque ela já define a cobrança no destino, ou seja, onde o bem é consumido, e também porque trata de todos os bens e

serviços a serem consumidos da mesma maneira.

“Mesmo que os serviços digitais evoluam com rapidez, um IVA dá conta tranquilamente. É um imposto que você paga ao

consumir alguma coisa. Só isso”, diz Lisboa.

A importação do modelo IVA resolveria em grande parte as questões da economia digital, diz Breno Ferreira Martins

Vasconcelos, pesquisador do Insper e sócio do Mannrich e Vasconcelos Advogados.

“O sistema atual é um gerador de insegurança para o setor digital, que tem como característica a multiplicidade de entes

com competência para tributar. São mais de 5 mil municípios com o poder de legislar sobre essa tributação”, diz.

Em 2016, o estão presidente Michel Temer sancionou a Lei Complementar 157, que alterou as regras de cobrança do ISS,

o Imposto Sobre Serviços, especificamente para empresas de streaming. Com piso de 2% e teto de 5%, o imposto poderia

ser regulamentado por qualquer município.

A medida abriu caminho para que o então prefeito de São Paulo, João Doria, aprovasse uma lei para regulamentar a

cobrança às plataformas, que passaram a pagar ISS de 2,9% em 2018. Ele disse que as empresas eram ricas e que não

precisariam aumentar o preço; bastava tirar das margens de lucro.

Determinar onde é o local do consumo de serviços é um dos principais desafios da economia digital. Rita de la Feria,

professora da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e uma das maiores especialistas do mundo em IVA, diz que o

desafio é quando a empresa não tem sede no país onde fornece o serviço.

“A economia digital permite que as vendas sejam feitas à distância quando não há presença física no país. Esse é o desafio

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da economia digital em termos de imposto sobre o consumo”, diz.

A reforma de Appy gera resistência entre entes federativos pois ao invés de receber os recursos diretamente, eles teriam

que participar de uma comissão para decidir, em conjunto com a União, qual parte lhes cabe do dinheiro de um fundo

único.

Essa possível nova dinâmica ataca em cheio a receita crescente que os municípios tem com o Imposto sobre Serviços, e da

qual eles não querem abrir mão.

Pode ficar mais caro

O setor de serviços é o maior crítico à criação de imposto que incida sobre o consumo, justamente porque devem sentir um

aumento significativo da carga num primeiro momento.

“Num cenário muito extremo, a companhia pode sair de uma tributação de 2% para uma de 15%, 20%. Não tem uma saída

boa para as empresas do setor sendo considerada na proposta em tramitação”, diz Fagner Souza, líder da área de tributação

da Mazars, auditoria e consultoria empresarial.

Bernard Appy tem dito que a simplificação tributária será tão grande que vai estimular a atividade econômica e beneficiar

empresas de todos os setores, já que haverá uma redação no esforço necessário para elas conseguirem se manter em dia

com suas obrigações tributárias.

Mas como a reforma propõe uma mudança da base tributária, é esperado que alguns vão sofrer mais do que outros.

Um levantamento recente da consultoria Prospectiva com 196 deputados federais e 21 senadores, com amostra

proporcional ao tamanho das bancadas partidárias, mostra que 49% são a favor da criação de uma taxa específica para

serviços digitais de grandes empresas de tecnologia enquanto 41% são contra.

Discussão global

Apesar de o Brasil ter um dos sistemas tributários mais complexos do mundo, a discussão sobre como tributar serviços

digitais não acontece só aqui.

Lá fora, e especialmente na Europa, o debate vai além do consumo e chega na renda das empresas envolvidas, que muitas

vezes, alocam suas sedes em países com regimes fiscais mais brandos, como a Irlanda, por exemplo, e acabam pagando

menos impostos nos países onde ficam seus consumidores.

“Essa empresa paga royalties sobre essa patente, registrada muitas vezes em paraísos fiscais, onde não paga quase nenhum

imposto. Ou seja, essa renda não está sendo tributada. Por isso, alguns países estão discutindo fazer um imposto sobre a

venda desse serviço para poder compensar o fato de essa renda estar em outro país e não onde o consumidor está”, explica

Lisboa.

“Se o consumidor dá os dados de seu cartão para comprar um produto diretamente na Apple americana, por exemplo, o

país onde ele mora não recebe nenhuma tributação e nem identifica essa relação jurídica. Foi esse ponto que causou

barulho na Europa. A França estava vendo um volume gigantesco de produtos sendo consumidor por residentes franceses e

o país não via nada disso”, diz Rodrigo Brunelli, sócio do escritório Ulhôa Canto Advogados.

Um caminho possível é tentar atrair o registro da patente para o seu próprio país, já que é ali que está o maior valor da

empresa de tecnologia.

“Para elas não é a produção do bem em si que gera valor, é a patente. Montar um iPhone tem muito pouco valor. O grande

valor das peças desse aparelho é a marca”, diz Marcos Lisboa.

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Mesmo reconhecendo que é uma solução imperfeita, o Reino Unido anunciou no ano passado que começaria a taxar a

receita de plataformas online como Google, Facebook e Amazon.

Mais recentemente, a França anunciou que vai tributar em 3% as receitas geradas de fontes francesas por empresas com

mais de € 750 milhões (R$ 3,2 bilhões) em receita anual mundial, como é o caso do Google ou da Amazon.

Nesta quarta-feira (09), a Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou uma proposta

para que os países possam taxar os lucros mundiais das gigantes da tecnologia, mesmo que as patentes estejam registradas

em outro lugar.

A reforma é necessária pois “as regras atuais datam dos anos 20 e não são mais suficientes para garantir uma alocação

justa dos direitos de tributação em um mundo cada vez mais globalizado”, diz o texto.

Ele ainda precisa ser discutido no fim do ano e será adotado apenas se houver consenso entre os membros, de forma a

evitar que os países imponham esse tipo de tributação de forma unilateral.

CARF considera serviços de publicidade como insumos e

poderão ser aproveitados créditos de PIS e COFINS

30/09/2019

Em recente decisão, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) entendeu que serviços relacionados a

marketing e propaganda são considerados insumos em determinadas atividades e poderão ser aproveitados créditos de PIS

e COFINS incidentes nos gastos com esses serviços, observadas as peculiaridades existentes no desenvolvimento de cada

tipo de atividade e análise de caso concreto.

O conceito de insumo já é um entendimento fixado pela legislação e por decisões jurisprudências. O Superior Tribunal de

Justiça (STJ) adota o posicionamento de que o conceito de insumo deve ser avaliado levando em consideração a

essencialidade ou relevância do bem ou serviço, ou seja, considerando-se sua necessidade ou a relevância para o

desenvolvimento da atividade econômica desempenhada. O CARF utiliza o mesmo entendimento do STJ para conceituar

insumos.

Na legislação pertinente, é possível encontrar o conceito de insumo nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003, como também

nas Instruções Normativas SRF 247/2002 e 404/2004, ressaltando o art. 8°, § 4°m II, “b” desta última. Por meio dessa

legislação, é possível extrair que o insumo consiste nos bens e serviços adquiridos, utilizados, aplicados ou consumidos

pelo contribuinte na prestação de seus serviços à sua clientela.

A Receita Federal mostrou-se não compactuar com o entendimento do CARF, pois entende que serviços

relacionados à propaganda e ao marketing, não são considerados insumos, mas sim serviços de custos gerais.

O caso que levou à decisão inédita do CARF foi um processo que tinha como parte a empresa de cartões de crédito

Visa do Brasil Empreendimentos Ltda., no qual a mesma foi patrocinadora da Copa do Mundo 2014 e em

contraprestação teve sua propaganda veiculada no evento esportivo. Dessa forma, a Visa aproveitou-se de créditos

de PIS e COFINS decorrentes de tal operação, recebendo posteriormente dois autos de infração, no valor de mais

de 29 milhões, justificando-se a Receita que os créditos estavam em desacordo com os preceitos legais de definição

de insumo.

Em sede de recurso no CARF a empresa Visa adotou a seguinte linha de defesa: explicou que sua atividade fim é a

promoção de sua marca, como uma bandeira de cartão, para que seus clientes tenham mais êxito em suas vendas.

Dessa forma, os gastos provenientes com publicidade e marketing são indispensáveis para que sua atividade

econômica atinja sua finalidade.

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A relatora conselheira do caso Tatiana Belisário entendeu que, no caso de contribuintes que prestam serviços relacionados

às áreas de marketing e publicidade, inclusive o desenvolvimento de marcas e de mercado, e que também utilizam serviços

de marketing prestados por terceiros, podem considerar esses serviços como insumos essenciais à sua própria prestação de

serviços, gerando o direito de crédito de PIS e COFINS no regime de não cumulatividade.

Insta salientar que não é qualquer dispêndio com propaganda e marketing que será considerado insumo para fins de direito

a crédito. Observa a decisão do CARF que, se tais valores forem utilizados apenas para despesas aplicadas para estimular

as vendas, não serão considerados insumos para fins de crédito de PIS e COFINS.

Ressalta-se que é necessário, para que possam conferir direito a crédito, que tais dispêndios com publicidade e marketing

sejam utilizados como custo aplicado na própria prestação de serviços a que a empresa contratada ofereça a seus clientes.

Para tal conferência de enquadramento, pode-se verificar o objeto social da empresa, previsto no contrato social. Para

exemplificar, usando o caso que levou a essa decisão, a empresa Visa tem como objeto social “ações gerais de marketing

relacionadas à divulgação e/ou promoção dos produtos da marca „VISA‟”, dentre uma série de serviços que presta a seus

clientes.

Com esse posicionamento do CARF, as empresas terão precedentes para a recuperação de créditos de PIS e COFINS

referentes à publicidade e ao marketing, lembrando que cada caso deve ser avaliado, de forma cotejar o enquadramento em

linha com os conceitos firmados pelo CARF.

Fonte: https://www.blbbrasil.com.br/blog/servicos-publicidade-marketing-

insumos/?utm_campaign=auditores_blb_noticias_111019&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

Digitalização dos Documentos Fiscais - ADI 4/2019

Postado por José Adriano em 11 outubro 2019 às 10:26

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO

Publicado em: 11/10/2019 | Edição: 198 | Seção: 1 | Página: 25

Órgão: Ministério da Economia/Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil/Subsecretaria-Geral da Receita Federal do

Brasil

ATO DECLARATÓRIO INTERPRETATIVO Nº 4, DE 9 DE OUTUBRO DE 2019

Declara a interpretação a ser dada ao parágrafo único do art. 195 do Código Tributário Nacional.

O SUBSECRETÁRIO-GERAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que lhe confere o Anexo I

da Portaria RFB nº 1.098, de 8 de agosto de 2013, tendo em vista o disposto no art. 1º da Medida Provisória nº 2.200-2, de

24 de agosto de 2001, no art. 2º-A da Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012, nos arts. 147-A, 147-B e 147-C do Decreto nº

7.574, de 29 de setembro de 2011, e no Parecer SEI nº 145/2019/CAT/PGACTP/PGFN-ME, de 2 de agosto de

2019, declara:

Art. 1º Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes de lançamentos neles efetuados podem

ser armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente para fins do disposto no parágrafo único do art. 195 da Lei nº

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5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN).

§ 1º O documento digital e sua reprodução terão o mesmo valor probatório do documento original para fins de

prova perante a autoridade administrativa em procedimentos de fiscalização, observados os critérios de integridade e

autenticidade estabelecidos pelo art. 2º-A da Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012, e pelo art. 1º da Medida Provisória nº

2.200-2, de 24 de agosto de 2001.

§ 2º Os documentos originais poderão ser destruídos depois de digitalizados, ressalvados os documentos de valor

histórico, cuja preservação é sujeita a legislação específica.

§ 3º Os documentos armazenados em meio eletrônico, óptico ou equivalente poderão ser eliminados depois de transcorrido

o prazo de prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que eles se referem.

Art. 2º Fica revogado o Parecer Normativo CST nº 21, de 30 de maio de 1980, publicado no Diário Oficial da União nº

106, de 9 de junho de 1980.

Art. 3º Publique-se no Diário Oficial da União.

JOSÉ DE ASSIS FERRAZ NETO

https://portalspedbrasil.com.br/forum/digitalizacao-dos-documentos-...

Direto do Carf

Efeitos do estorno de ajustes de superveniência de depreciação

no leasing

9 de outubro de 2019, 8h00

Por Carlos Augusto Daniel Neto

Hoje trataremos de uma matéria recentíssima na jurisprudência do Carf, mas que tem tido diversas autuações julgadas, em

valores vultosos, ao longo dos últimos meses: o efeito dos ajustes de superveniência ou de insuficiência de depreciação

sobre a base de cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS, nos casos de empresas dedicadas à realização de

arrendamentos mercantis (leasing)[1]. Passemos à colocação da problemática.

Para fins tributários, a Lei 6.099/74 estabelece, em seu artigo 4º, que o arrendador manterá registro individualizado que

permita a verificação do fator determinante da receita e do tempo efetivo de arrendamento. Em outras palavras, além do

tempo do contrato, o arrendador deverá manter discriminar os recebimentos relativos às operações de leasing, que podem

corresponder a i) recuperação do capital investido no bem arrendado ou ii) lucro da operação, ambos recebidos por meio

das contraprestações contratuais e dos VRG (Valor Residual Garantido). Essa segregação dos valores correspondentes ao

resultado operacional da arrendadora e a recuperação do seu capital é assaz relevante, pois apenas o primeiro deverá ser

computado na base de cálculo do PIS/COFINS.

O Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional (COSIF)[2] estabelece, em seu item 1.11.8.2, que

se registre os bens objetos de leasing em conta do Ativo Imobilizado (Bens Arrendados), pelo seu custo de aquisição,

correspondente ao “preço normal da operação de compra acrescido dos custos de transporte, seguros, impostos e

gastos para instalação necessários à colocação do bem em perfeitas condições de funcionamento, deduzido das

perdas decorrentes de redução ao valor recuperável de ativos”, reconhecendo-se mensalmente a sua depreciação.

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Entretanto, para que a demonstração financeira demonstre de forma mais fidedigna o resultado das baixas dos bens

arrendados, refletindo a natureza do leasing financeiro de financiamento (e não aluguel), o item 1.11.8.5 exige que se

calcule, mensalmente, o valor presente das contraprestações dos contratos, utilizando-se a taxa interna de retorno de

cada contrato. A diferença apurada entre o valor presente e saldo residual contábil dos bens arrendados será objeto

de ajuste da carteira, em cada mês.

Esse ajuste é feito por complemento ou estorno, na conta de “Despesas de Arrendamento” ou “Rendas de

Arrendamento”, tendo como contrapartida o lançamento em conta de “Insuficiência de Depreciações” ou

“Superveniência de Depreciações”, respectivamente.

Desse modo, pode se dar o seguinte: i) em sendo o saldo contábil inferior ao valor presente do arrendamento, registra-se a

diferença como superveniência de depreciação, tendo como contrapartida o lançamento a crédito em “rendas do

arrendamento”; e ii) caso o saldo contábil seja superior ao valor presente do arrendamento, registra-se a diferença como

insuficiência de depreciação, tendo como contrapartida o lançamento a débito em “despesas de arrendamento”, ambos a

título de complemento[3].

Além disso, o resultado na venda de valor residual é contabilizado i) a crédito de “Lucros na alienação de bens

arrendados”, se positivo; ou ii) a débito de “Perdas em arrendamentos a amortizar”, se negativo.

Entretanto, na parte específica sobre “Elenco e Função das Contas”. O item relativo à conta 2.3.2.30.00-8 (superveniências

de depreciações), estabelece que na ocasião da baixa do bem arrendado, com lucro, esta conta deve ser creditada pelo valor

do lucro, em contrapartida com “Disponibilidades”. Em relação à conta 2.3.2.40.00-5 (insuficiências de depreciações),

quando da baixa do bem arrendado, com prejuízo, esta conta deverá ser debitada pelo valor do prejuízo, em contrapartida

com “Bens Arrendados”.

No caso de conflito entre normas do COSIF, deve prevalecer o disposto nas “Normas Básicas”, conforme item 1.1.4 desse

Plano Contábil, que dispôs categoricamente que “Os capítulos deste Plano estão hierarquizados na ordem de apresentação.

Assim, nas dúvidas de interpretação entre Normas Básicas e Elenco de Contas, prevalecem as Normas Básicas. (Circ

1273).”.

Portanto, com o encerramento do contrato, o saldo das contas de superveniência ou insuficiência deverá ser estornado,

respectivamente, i) a débito em conta de rendas do arrendamento, com redução da base de cálculo do mês correspondente;

ou ii) a crédito da conta de perdas no arrendamento, ampliando a base de cálculo do mês.

Diante disso, a fiscalização entendeu que o contribuinte estaria diminuindo indevidamente a base de cálculo do

PIS/COFINS, ao realizar o estorno do saldo de superveniência de depreciação (em atendimento às regras contábeis que

lhe são próprias) no final do contrato de arrendamento, pois não caberia ao Banco Central do Brasil estabelecer uma

isenção às contribuições sociais em questão, por meio das regras contábeis a serem adotadas.

O primeiro julgamento, paradigmático não apenas pela novidade, mas também pela robustez técnica do voto proferido, se

deu com o Acórdão 3301-004.760[4], no qual o relator fez um amplo levantamento sobre a matéria, tanto sob a perspectiva

legal quanto contábil. Aduziu inicialmente que a ADN SRF 34/87 estabelecera que os ajustes decorrentes do Plano de

Contas aprovado pelo Banco Central não deveriam ter efeitos sobre a base tributável do IRPJ, ressaltando assim a sua

“neutralidade fiscal”, posição esta ampliada para a CSLL pelo Carf (Acórdãos 1402-002.074 e 1103-00.684).

Seguindo pelo argumento da neutralidade, pontuou que os ajustes de superveniência e insuficiência de depreciação são

meramente escriturais e temporais, tendo como única finalidade aperfeiçoar a qualidade da informação prestada pelas

demonstrações financeiras, de modo que tais ajustes não devem afetar o resultado econômico-financeiro das operações.

Desse modo, deve haver a sua neutralidade para fins tributários, pois da mesma forma que o ajuste decorrente da diferença

positiva entre o valor presente do contrato de arrendamento e o valor contábil do bem (registrado como superveniência de

depreciação) afetou positivamente a renda do arrendamento, seria correto que, no estorno desse saldo ocorrido com a baixa

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definitiva do bem, o valor reduzisse essa mesma conta, afetando a base de cálculo das contribuições sociais.

Essa mesma matéria foi apreciada pela 2ª Turma da 3ª Câmara da 3ª Seção, por meio dos acórdãos nº 3302-005.747 e

3302-005.746[5], cujo voto vencedor reproduziu ipsis literis o teor da decisão mencionada acima. Nesses dois casos, vale

destacar a presença do voto vencido do Cons. Fenelon Moscoso, que aduziu que cálculos e apurações estritamente

contábeis, a título de estorno do saldo de superveniência de depreciações, não teria o condão de afetar a base de cálculo do

PIS/COFINS, definido por lei.

Os Acórdãos 3301-005.179[6] e 3301-005.804[7] e, essa questão foi enfrentada de forma tangente, com a aderência do

relator aos precedentes apontados acima, mas enfrentou, no cerne da controvérsia, a possibilidade das partes avençarem

livremente o VRG dos bens arrendados, e a oponibilidade dessa escolha à fiscalização, bem como a abrangência da isenção

de PIS/COFINS sobre ganhos de capital na venda de bens do ativo imobilizado.

A mesma posição foi reafirmada no Acórdão 3003-000.397[8], com nova remissão integral ao voto proferido pelo

Conselheiro Marcelo Costa.

Por fim, cabe mencionar que o tema se encontra atualmente em julgamento no Carf, pela 1ª Turma da 4ª Câmara da 3ª

Seção, no Processo 16327.720004/2018-01, de relatoria do Conselheiro Leonardo Branco, tendo aduzido este relator que

os ajustes de superveniência e insuficiência são apenas escriturais e temporários, não alterando o resultado do leasing, de

modo que o seu estorno é necessário para anular os seus efeitos tributários ao longo do contrato, dando provimento integral

ao Recurso do Contribuinte[9].

Como se vê, trata-se de uma matéria que, a despeito da complexidade técnica que encerra, vem recebendo um

entendimento homogêneo no âmbito do Carf, o que reputamos a excelência do voto do primeiro relator. Além disso, diante

do atual cenário, os casos julgados não têm como ser objeto de recursos especiais, em razão da inexistência de dissídio

jurisprudencial.

* * *

Na última semana, entre os dias 2 e 4 de outubro, a ABRADT fez o XXIII Congresso Internacional de Direito Tributário,

em Belo Horizonte/MG, no qual diversos temas relevantes, relacionados ao Carf, foram tratados por especialistas nas

matérias.

Na ocasião, tratei sobre o tema das “Multas Qualificadas na Jurisprudência da CSRF”, tema que deve ocupar textos

futuros.

A despeito da qualidade ímpar de todas as palestras que assisti, gostaria de ressaltar, mormente em razão da pertinência

temática com esta coluna, a qualidade do Painel 14 – Limites do Planejamento Tributário, que contou com palestras

brilhantes da Conselheira Maysa Pittondo, dos Conselheiros Alexandre Evaristo (que escreve conosco aqui) e Rodrigo

Mineiro, do PFN Marco Aurélio Zortea, e da Advogada Karem Jureidini Dias, todos profundos conhecedores dos

relevantes temas que permeiam os debates no Carf.

Apenas em ambientes qualificados de debate, como este Congresso da ABRADT, é que o Direito Tributário pode avançar

em boas direções.

Este texto não reflete a posição institucional do Carf, mas sim uma análise dos seus precedentes publicados no sítio

virtual do órgão, em estudo descritivo, de caráter informativo, promovido pelos seus colunistas.

[1] No presente caso, vamos nos referir exclusivamente ao leasing financeiro, em razão de ser o objeto dos precedentes analisados.

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[2] Disponível em https://www3.bcb.gov.br/aplica/cosif

[3] Não há que confundir aqui a superveniência ou insuficiência de depreciação com as chamadas despesas de depreciação: as

primeiras têm o condão de afetar, positiva ou negativamente, o resultado do arrendamento mercantil, enquanto a segunda é uma

previsão legal de dedução da receita bruta operacional, sem que eles se confundam, a despeito da terminologia utilizada.

[4] Relator Cons. Marcelo Costa, julgado em 21/06/2018, unânime. O mesmo contribuinte teve caso idêntico julgado no Acórdão nº

3301-006.040, julgado em 28/03/2019.

[5] Ambos com voto vencedor do Cons. Walker Araújo, e julgados em 27/08/2018, por maioria.

[6] Relator Cons. Salvador Brandão, julgado em 26/09/2018, unânime.

[7] Relator Cons. Marcelo Costa, julgado em 27/02/2019, unânime.

[8] Relator Cons. Márcio Robson, julgado em 18/07/2019, unânime na parte referente ao estorno do saldo de superveniência de

depreciação.

[9] Como noticiado pela ConJur: https://www.conjur.com.br/2019-set-26/relator-Carf-rejeite-multa-192-bilhao-itaucard

Carlos Augusto Daniel Neto é sócio do Daniel & Diniz Advocacia Tributária, doutor em Direito Tributário pela Universidade de São

Paulo (USP), mestre em Direito Tributário pela PUC-SP, ex-conselheiro titular da 1ª e 3ª Seções do Carf, e professor em cursos de

pós-graduação."

Revista Consultor Jurídico, 9 de outubro de 2019, 8h00

Consultor Tributário

Agronegócio sujeita-se a imposto travestido de contribuição voluntária

9 de outubro de 2019, 10h20

Por Igor Mauler Santiago

A soja em vagem ou batida de produção mato-grossense goza de diferimento do ICMS nas operações internas àquele

Estado (artigo 7º do Anexo VII do RICMS/MT). O diferimento é qualificado pelo Regulamento como opcional (idem,

parágrafo 3º), ficando condicionado, segundo o parágrafo 6º, “a que os contribuintes remetentes da mercadoria, antes de

iniciada a saída, contribuam para as obras e serviços do Sistema Rodoviário e Habitacional do Estado de Mato Grosso, na

forma, prazos e valores previstos na legislação específica”.

A referência é ao Fundo Especial de Transporte e Habitação – Fethab, criado pela Lei estadual 7.263/2000. O artigo 7º,

parágrafo 1º, inciso I, da lei institui a contribuição para o gozo do diferimento, fixando-a em 10% do valor da UPF/MT por

tonelada de soja transportada.

Após as alterações promovidas pela Lei estadual 10.818/2019, o diferimento ficou também condicionado ao pagamento de

contribuição ao Instituto Mato-grossense do Agronegócio – Iagro, de 1,15% do valor da UPF/MT por tonelada de soja

transportada (artigo 7º, parágrafo 1º, inciso II-A[1]). A Lei de 2019 reinstituiu ainda adicional de 100% ao Fethab (artigo

7º-D-1), sujeitando o diferimento à satisfação também dessa parcela.

O artigo 8º, incisos I e II, reitera o caráter facultativo das contribuições e a necessidade de seu pagamento para o gozo do

diferimento, acrescentando o artigo 11, caput e parágrafo 1º, que o contribuinte que não o efetuar estará obrigado a quitar o

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ICMS “no ato”, quiçá “antes da saída da mercadoria do seu estabelecimento”.

Até aqui tratou-se apenas das contribuições incidentes sobre as saídas internas de soja. Pois bem: segundo os artigos 7º-C-

1, caput e incisos I e II, e 7º-D (c/c o artigo 7º-D-1, inciso I e parágrafos 1º e 2º), as contribuições ao Fethab (inclusive

adicional) e ao Iagro gravam também as exportações de soja e as operações a elas equiparadas pelo artigo 3º, parágrafo

único, da Lei Complementar 87/96 (inclusive quando destinadas a empresas comerciais exportadoras). O artigo 7º-C-1 (c/c

o artigo 7º-D-1, inciso I e parágrafos 1º e 2) submete ainda às três contribuições as operações interestaduais com soja.

Quanto às exportações e às saídas interestaduais, o pagamento das contribuições é “condição para manutenção de regime

especial para apuração e recolhimento mensal do ICMS nas operações interestaduais e para remessa da mercadoria para

exportação com suspensão ou não incidência do imposto” (artigo 8º, inciso III e parágrafo 1º).

Anote-se, por fim, que a receita das contribuições é destinada ao Fundo Especial de Transporte e Habitação – Fethab

(artigos 7º, parágrafo 1º, inciso I, e 7º-D-1, parágrafos 1º e 2º) e ao Instituto Mato-grossense do Agronegócio – Iagro

(artigos 7º, parágrafo 1º, inciso II-A e parágrafo 1º-B, e 7º-C-1, parágrafo 2º), havendo vinculação direta do Fethab e

respectivo adicional a despesas predeterminadas pelo legislador (artigos 14-I e 18-D).

Sabe-se que o Estado só pode impor prestações pecuniárias ao particular na qualidade de receitas patrimoniais (royalties

do petróleo e da mineração, etc.), multas por atos ilícitos e tributos. Sendo inaplicáveis ao caso concreto as duas primeiras

hipóteses, restaria apenas a terceira. Porém, a Constituição prevê que os Estados e o Distrito Federal podem instituir

apenas quatro espécies de tributos: i) impostos (ITCMD, ICMS e IPVA – artigos 145, inciso I, e 155, incisos I a III); ii)

taxas de serviço e de fiscalização (artigo 145, inciso II); iii) contribuição de melhoria decorrente de obras públicas (artigo

145, inciso III); e iv) contribuição cobrada dos seus servidores para custeio da respectiva seguridade social (artigo 149,

parágrafo 1º).

Nem se diga que as contribuições ao Fethab e ao Iagro não seriam tributos, por serem opcionais. Facultativas seriam se não

houvesse consequências para o seu inadimplemento, o que claramente não é o caso. Não podendo enquadrar-se em

qualquer outra figura tributária à disposição dos Estados, as contribuições são parcelas de ICMS exigidas como condição

(válida ou não, isso o que se discutirá) para o afastamento de obrigações mais onerosas do próprio imposto. A prática,

aliás, tem-se revelado corriqueira, como prova o Convênio ICMS 42/2016, que condiciona a fruição de incentivos e

benefícios fiscais “a que as empresas beneficiárias depositem em fundo (...) o montante equivalente a, no mínimo, dez por

cento” do valor por eles reduzido ou dispensado (cláusula primeira, inciso I).

De fato, existem benefícios tributários que são condicionados a contraprestações materiais do contribuinte (gerar

determinado número de empregos, instalar-se em determinada região, etc.). Mas uma contrapartida pecuniária ao gozo de

um benefício fiscal (ou de que algo que, mal ou bem, é assim qualificado pelo Fisco) nada mais é do que uma parte do

próprio tributo dispensado.

Firmada a premissa de que as contribuições para o Fethab e adicional e ao Iagro têm natureza de ICMS, decorre a

inconstitucionalidade de todas as suas incidências, por violação ao artigo 167, IV, da Constituição, que proíbe a vinculação

da receita de impostos a órgão (o Iagro), fundo (o Fethab) ou despesa: as previstas nos artigos 14-I e 18-D da lei, que só

em pequena parte coincidem – e mesmo assim sem garantia de efetividade, pois a lei fala em aplicação “preferencial”

dessa parcela em saúde e educação, ao lado de outras finalidades sociais – com as exceções admitidas pela Constituição.

Reconhecida a invalidade da vinculação, impõe-se a anulação das próprias exações – que nada mais são do que parcelas de

ICMS disfarçado, repita-se –, como reconhece o STF (Pleno, RE 183.906/SP, Relator Ministro Marco Aurélio, DJ

30.04.98).

A esse fundamento geral, e sempre partindo da premissa de que as exações em análise são ICMS travestido de

contribuições voluntárias, somam-se razões específicas para a sua inconstitucionalidade nas seguintes hipóteses:

saídas interestaduais: ofensa ao artigo 155, parágrafo 2º, inciso IV, da Constituição, que veicula uma “reserva de

resolução do Senado Federal para determinar as alíquotas do ICMS para operações interestaduais” (STF, Pleno,

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ADI 4.565-MC/PI, Relator Ministro Joaquim Barbosa, DJe 27.06.2011). Em consequência, descabe aos Estados e

ao Distrito Federal manipular de qualquer maneira a alíquota interestadual, sendo inválidas quaisquer parcelas

impostas em lei local que se somem a ela, caso das contribuições em estudo;

exportações: ofensa ao artigo 155, parágrafo 2º, inciso X, alínea a, da Constituição. A contrariedade é evidente e

dispensa maior elaboração;

operações equiparadas a exportações: ofensa aos artigos 146, inciso III, alínea a, que atribui à lei complementar

definir o fato gerador dos impostos, e 155, parágrafo 2º, inciso XII, alínea e, da Constituição, que autoriza a lei

complementar a alargar a não incidência de ICMS nas exportações. É com apoio nessas regras que a Lei

Complementar 87/96 equipara a exportações as saídas com fim específico de exportação (artigo 3º, parágrafo

único). E o STF considera inconstitucionais, por invasão da esfera de competência da lei complementar tributária –

e não apenas ilegais por contraste com o teor desta –, as normas editadas por qualquer ente político que a

contrariem. Nesse sentido, o RE-RG nº 940.769/RS (Pleno, Relator Ministro Edson Fachin, DJe 11.09.2019) e o

RE-RG nº 562.276/PR (Pleno, Relatora Ministra Ellen Gracie, DJe 09.02.2011), entre inúmeros outros.

Todas as considerações acima partem da premissa de que as contribuições em estudo mascaram verdadeiro ICMS.

Contudo, ainda que tal assimilação seja rejeitada, e que se referende a sua singular definição como parcelas voluntárias,

impõe-se a invalidação dos comandos legais que ligam ao seu inadimplemento as seguintes consequências:

pagamento do ICMS a cada saída interna e interestadual de soja, e não segundo o regime de apuração mensal, com

cotejo de débitos e créditos; e

pagamento do ICMS nas saídas de soja equiparadas a exportações pelo artigo 3º, parágrafo único, da Lei

Complementar 87/96.

É que tais sanções atingem direitos que são garantidos ao contribuinte diretamente pela Constituição e pela lei

complementar, cuja eficácia não pode ser submetida a condição imposta por lei local. No que diz respeito às duas

primeiras, tem-se que o artigo 155, parágrafo 2º, inciso I, da Carta dispõe que o ICMS “será não-cumulativo,

compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o

montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal”.

Ora, a não cumulatividade pressupõe a apuração do imposto por período de tempo, e não operação a operação, pois nesse

último caso o valor devido equivalerá ao produto do preço praticado pela alíquota vigente, com o abatimento no máximo

dos créditos decorrentes da entrada da mercadoria (na hipótese de revenda), mas não daqueloutros impassíveis de

vinculação direta com cada mercadoria saída, como os ligados ao ativo fixo e, para o produtor rural, também os

decorrentes da aquisição de insumos tais como sementes, fertilizantes, defensivos agrícolas, etc.

Diz ainda a Constituição que cabe à lei complementar “disciplinar o regime de compensação do imposto” (artigo 155,

parágrafo 2º, inciso XII, alínea c). Isso foi o que fez a Lei Complementar 87/96, que regulou em detalhe a geração e a

utilização de créditos, sempre valorizando a sua contraposição aos débitos nascidos em dado período (ou nos períodos

subsequentes, caso haja saldo credor acumulado a ser utilizado no futuro). Assim sendo, não cabe exigir o pagamento do

ICMS interno ou interestadual a cada saída, medida rechaçada pelo STF até mesmo quanto a contribuintes com dívida

elevada (2ª Turma, RE 195.691/GO, Relator Ministro Marco Aurélio, DJ 10.08.2001), e que se revela ainda mais

inadmissível ante a simples recusa ao pagamento de contribuições soi-disant “voluntárias”.

Já quanto às operações equiparadas a exportações, a não incidência é veiculada por lei complementar cujo campo de

atuação exclusiva não pode ser invadido pelo legislador estadual, como já demonstrado.

Em suma, caso acolhida a tese sucessiva, as regras instituidoras das contribuições “voluntárias” restarão mantidas, mas o

seu inadimplemento acarretará como único efeito a perda do direito ao diferimento das operações internas, mas com

apuração mensal do ICMS pelo contribuinte (débito e crédito). As demais sanções, chocando-se com disposições expressas

da Constituição ou da lei complementar, não poderão ser aplicadas em razão de sua inconstitucionalidade material ou

formal, respectivamente.

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Para simplificar, esta coluna tratou apenas das operações com soja, mas o Fethab e contribuições “voluntárias”

semelhantes ao Iagro incidem sobre produtos tão diversos como gado, carnes, madeira, feijão, algodão e outros – aos quais

se aplicam os mesmos argumentos aqui desenvolvidos. E mais: o caso do Mato Grosso está longe de ser isolado, havendo

fundos e contribuições congêneres em outros Estados, a denunciar a total deformidade de nosso sistema tributário, que sem

dúvida exige reforma, embora não nos termos propostos nas PECs 45 e 110 – mas isso já é tema para outros artigos.

[1] Saldo indicação em contrário, todas as referências subsequentes são a dispositivos da Lei estadual nº 7.263/2000.

Igor Mauler Santiago é sócio-fundador do Mauler Advogados, mestre e doutor em Direito Tributário pela Universidade

Federal de Minas Gerais e membro da Comissão de Direito Tributário do Conselho Federal da OAB.

Revista Consultor Jurídico, 9 de outubro de 2019, 10h20

Solução de Consulta 7ª Região Fiscal Nº 7054 DE 09/09/2019

Publicado no DOU em 11 out 2019

Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

GASOLINA. ÓLEO DIESEL. COMERCIANTE VAREJISTA. CRÉDITO.

O sistema de tributação monofásica não se confunde com os regimes de apuração cumulativa e não cumulativa da Cofins.

A partir de 01.08.2004, com a entrada em vigor do art. 37 da Lei nº 10.865, de 2004, as receitas obtidas por uma pessoa

jurídica com a venda de produtos monofásicos passaram a submeter-se ao mesmo regime de apuração a que a pessoa

jurídica esteja vinculada.

Assim, desde que não haja limitação em vista da atividade comercial da empresa, a uma pessoa jurídica comerciante

varejista de gasolina (exceto gasolina de aviação) e óleo diesel que apure a contribuição pelo regime não cumulativo, ainda

que a ela seja vedada a apuração de crédito sobre esses bens adquiridos para revenda, porquanto expressamente proibida

nos art. 3º, I, "b", c/c art. 2º, § 1º, I da Lei nº 10.833, de 2003, é permitido o desconto de créditos de que trata os demais

incisos do art. 3º desta mesma Lei, desde que observados os limites e requisitos estabelecidos em seus termos.

Para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Cofins somente podem ser considerados insumos bens e

serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à

venda. Por conseguinte, na atividade de revenda de bens, inclusive revenda de combustíveis, não é possível a apuração de

créditos sobre insumos para fins de apuração da Cofins.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 218, DE 6 DE AGOSTO DE 2014.

Sobre a possibilidade de algumas despesas gerarem crédito da Cofins no caso de pessoa jurídica comerciante varejista de

gasolina e óleo diesel, produtos sujeitos à tributação concentrada, pode-se afirmar:

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO CONSULTA COSIT Nº 2, DE 14 DE JANEIRO DE 2016; À

SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 6, DE 13 DE JUNHO DE 2016; SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº

2, DE 13 DE JANEIRO DE 2017.

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a) não geram crédito as despesas com frete e armazenamento suportadas pelo vendedor varejista de gasolina e óleo diesel,

por serem produtos sujeitos à tributação concentrada da Cofins;

b) a pessoa jurídica pode apurar créditos em relação à despesa de energia elétrica consumida em seus estabelecimentos e

também em relação à despesa de aluguel de prédios, máquinas e equipamentos utilizados na atividade da empresa, desde

que atendidos os demais requisitos exigidos na legislação pertinente;

c) é vedada à pessoa jurídica varejista a apuração de crédito sobre as despesas de depreciação de máquinas, equipamentos e

outros bens incorporados ao ativo imobilizado, tendo em vista esses bens não serem aplicados na locação a terceiros, na

produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;

d) a pessoa jurídica varejista de gasolina e óleo diesel não pode apurar crédito sobre as despesas de royalties e sobre as

despesas com a evaporação dos produtos, por falta de previsão legal.

Dispositivos Legais: Lei nº 9.718, de 1998, art. 4º; Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 42, I e Lei nº 10.833, de

2003, art. 3º.

Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep

GASOLINA. ÓLEO DIESEL. COMERCIANTE VAREJISTA. CRÉDITO.

O sistema de tributação monofásica não se confunde com os regimes de apuração cumulativa e não cumulativa da

Contribuição para o PIS/Pasep. A partir de 01.08.2004, com a entrada em vigor do art. 37 da Lei nº 10.865, de 2004, as

receitas obtidas por uma pessoa jurídica com a venda de produtos monofásicos passaram a submeter-se ao mesmo regime

de apuração a que a pessoa jurídica esteja vinculada.

Assim, desde que não haja limitação em vista da atividade comercial da empresa, a uma pessoa jurídica comerciante

varejista de gasolina (exceto gasolina de aviação) e óleo diesel que apure a contribuição pelo regime não cumulativo, ainda

que a ela seja vedada a apuração de crédito sobre esses bens adquiridos para revenda, porquanto expressamente proibida

nos art. 3º, I, "b", c/c art. 2º, § 1º, I da Lei nº 10.637, de 2002, é permitido o desconto de créditos de que trata os demais

incisos do art. 3º desta mesma Lei, desde que observados os limites e requisitos estabelecidos em seus termos.

Para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep somente podem ser

considerados insumos bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de

bens ou produtos destinados à venda. Por conseguinte, na atividade de revenda de bens, inclusive revenda de combustíveis,

não é possível a apuração de créditos sobre insumos para fins de apuração da Contribuição para o PIS/Pasep.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 218, DE 6 DE AGOSTO DE 2014.

Sobre a possibilidade de algumas despesas gerarem crédito da Contribuição para o PIS/Pasep no caso de pessoa jurídica

comerciante varejista de gasolina e óleo diesel, produtos sujeitos à tributação concentrada, pode-se afirmar:

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO CONSULTA COSIT Nº 2, DE 14 DE JANEIRO DE 2016; À

SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 6, DE 13 DE JUNHO DE 2016; SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº

2, DE 13 DE JANEIRO DE 2017.

a) não geram crédito as despesas com frete e armazenamento suportadas pelo vendedor varejista de gasolina e óleo diesel,

por serem produtos sujeitos à tributação concentrada da Contribuição para o PIS/Pasep;

b) a pessoa jurídica pode apurar créditos em relação à despesa de energia elétrica consumida em seus estabelecimentos e

também em relação à despesa de aluguel de prédios, máquinas e equipamentos utilizados na atividade da empresa, desde

que atendidos os demais requisitos exigidos na legislação pertinente;

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c) é vedada à pessoa jurídica varejista a apuração de crédito sobre as despesas de depreciação de máquinas, equipamentos e

outros bens incorporados ao ativo imobilizado, tendo em vista esses bens não serem aplicados na locação a terceiros, na

produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços;

d) a pessoa jurídica varejista de gasolina e óleo diesel não pode apurar crédito sobre as despesas de royalties e sobre as

despesas com a evaporação dos produtos, por falta de previsão legal.

Dispositivos Legais: Lei nº 9.718, de 1998, art. 4º; Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 42, I, e Lei nº 10.637, de

2002, art. 3º.

JOSÉ CARLOS SABINO ALVES

Chefe

Solução de Consulta 7ª Região Fiscal Nº 7055 DE 11/09/2019

Publicado no DOU em 11 out 2019

Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep

CRÉDITO. INSUMOS. REVENDA DE BENS. IMPOSSIBILIDADE.

Para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep somente podem ser

considerados insumos bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de

bens ou produtos destinados à venda, excluindo-se do conceito itens utilizados nas demais áreas de atuação da pessoa

jurídica, como administrativa, jurídica, contábil, etc., bem como itens relacionados à atividade de revenda de bens.

As despesas de publicidade e propaganda não geram direito a crédito da Contribuição para o PIS/Pasep para as

pessoas jurídicas que exercem atividades de revenda de bens, por não serem consideradas insumos nem se

enquadrarem em qualquer outra hipótese de creditamento prevista na legislação vigente.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 218, DE 6 DE AGOSTO DE

2014.

Dispositivos Legais: Lei nº 10.637, de 2002, art. 3º; Parecer Normativo Cosit/RFB nº 5, de 2018.

Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

CRÉDITO. INSUMOS. REVENDA DE BENS. IMPOSSIBILIDADE.

Para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Cofins somente podem ser considerados insumos bens e

serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à

venda, excluindose do conceito itens utilizados nas demais áreas de atuação da pessoa jurídica, como administrativa,

jurídica, contábil, etc., bem como itens relacionados à atividade de revenda de bens.

As despesas de publicidade e propaganda não geram direito a crédito da Cofins para as pessoas jurídicas que exercem

atividades de revenda de bens, por não serem consideradas insumos nem se enquadrarem em qualquer outra hipótese de

creditamento prevista na legislação vigente.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 218, DE 6 DE AGOSTO DE

2014.

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Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º; Parecer Normativo Cosit/RFB nº 5, de 2018.

JOSÉ CARLOS SABINO ALVES

Chefe

Solução de Consulta 7ª Região Fiscal Nº 7058 DE 12/09/2019

Publicado no DOU em 11 out 2019

Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ

INDENIZAÇÃO POR DANO PATRIMONIAL. INCIDÊNCIA.

Não se sujeita à incidência do Imposto sobre a Renda a indenização destinada a reparar danos até o montante da efetiva

perda patrimonial. O valor recebido excedente ao dano objeto da indenização é acréscimo patrimonial e deve ser

computado na base de cálculo do imposto.

Não se caracteriza como indenização por dano patrimonial o valor deduzido como despesa ou custo e recuperado

em qualquer época, devendo esse valor recuperado ser computado na apuração do lucro presumido.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 97, DE 17 DE AGOSTO DE

2018.

Dispositivos Legais: Lei nº 4.506, de 1964, arts. 44, inciso III; Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário

Nacional), art. 43; Lei nº 9.430, de 1996, art. 53; Lei nº 9.718, de 1998, art. 9º; Decreto nº 3.000, de 1999 (Regulamento do

Imposto de Renda - RIR/1999), art. 521, § 3º; Decisão Cosit nº 8, de 2000; Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017,

art. 215, § 3º, inciso IV.

Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL

INDENIZAÇÃO POR DANO PATRIMONIAL. INCIDÊNCIA.

Não se sujeita à incidência da contribuição a indenização destinada a reparar danos até o montante da efetiva

perda patrimonial. O valor recebido excedente ao dano objeto da indenização é acréscimo patrimonial e deve ser

computado na base de cálculo da contribuição.

Não se caracteriza como indenização por dano patrimonial o valor deduzido como despesa ou custo e recuperado em

qualquer época, devendo esse valor recuperado ser computado na apuração do resultado presumido.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 97, DE 17 DE AGOSTO DE

2018.

Dispositivos Legais: Lei nº 7.689, de 1988, art. 2º; Lei nº 9.718, art. 9º; Instrução Normativa SRF nº 390, de 2004, arts. 39

e 88, inciso III, alínea "g"; Instrução Normativa RFB nº 1.700, de 2017, arts. 63 e 215, §§ 1º e 3º, inciso IV.

Assunto: Processo Administrativo Fiscal

CONSULTA TRIBUTÁRIA. INEFICÁCIA PARCIAL.

Não produz efeitos a consulta formulada que não descreve, completa e exatamente, as hipóteses a que se refere, não

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contendo assim os elementos necessários à sua solução; quando não demonstre vinculação com o fato.

Dispositivos Legais: Decreto nº 7.574, de 2011, artigos 88 e 94; IN RFB nº 1.396, de 2013, artigos 2º, 3º e 18.

JOSÉ CARLOS SABINO ALVES

Chefe

Solução de Consulta 7ª Região Fiscal Nº 7059 DE 16/09/2019

Publicado no DOU em 11 out 2019

Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

GASOLINA. ÓLEO DIESEL. COMERCIANTE VAREJISTA. CRÉDITO.

O sistema de tributação monofásica não se confunde com os regimes de apuração cumulativa e não cumulativa da Cofins.

A partir de 01.08.2004, com a entrada em vigor dos arts. 21 e 37 da Lei nº 10.865, de 2004, as receitas obtidas por uma

pessoa jurídica com a venda de produtos monofásicos passaram a submeter-se ao mesmo regime de apuração a que esteja

vinculada a pessoa jurídica.

À uma pessoa jurídica comerciante varejista de gasolina (exceto gasolina de aviação) e óleo diesel que apure a Cofins pelo

regime não cumulativo, ainda que lhe seja vedada a apuração de crédito sobre esses bens adquiridos para revenda,

porquanto expressamente proibida no art. 3º, I, "b", c/c art. 2º, § 1º, I da Lei nº 10.833, de 2003, é permitido o desconto de

créditos de que trata os demais incisos do art. 3º desta Lei, desde que observados os limites e requisitos estabelecidos em

seus termos.

Para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Cofins, somente podem ser considerados insumos bens e

serviços que, atendidos os critérios de essencialidade e relevância, sejam aplicados na prestação de serviços e na produção

ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Por conseguinte, na atividade de revenda de bens, inclusive revenda

de combustíveis, não é possível a apuração de créditos sobre insumos para fins de apuração da Contribuição para o

PIS/Pasep e da Cofins.

É vedada à pessoa jurídica que explore atividade exclusivamente comercial a apuração de crédito sobre as despesas de

depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, tendo em vista que, nesta

hipótese, tais bens não serão aplicados na locação a terceiros, na produção de bens destinados à venda ou na prestação de

serviços, conforme estabelecido pela legislação.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 218, DE 6 DE AGOSTO DE 2014.

É vedada a apuração de crédito sobre despesas com armazenagem e frete para o comerciante varejista de produtos sujeitos

anteriormente à cobrança concentrada ou monofásica das contribuições (§ 1º do art. 2º da Lei nº 10.833, de 2003), exceto

no caso em que pessoa jurídica produtora ou fabricante de tais produtos os adquire para revenda de outra pessoa jurídica

importadora, produtora ou fabricante desses mesmos produtos. ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE

DIVERGÊNCIA COSIT Nº 2, DE 2017.

A pessoa jurídica que tenha por objeto atividade a revenda de produtos pode apurar créditos em relação à despesa de

energia elétrica consumida em seus estabelecimentos e também em relação à despesa de aluguel de prédios, máquinas e

equipamentos utilizados na atividade da empresa, desde que atendidos os demais requisitos exigidos na legislação

pertinente.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 7, de 2016, E À SOLUÇÃO DE

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CONSULTA COSIT Nº 2, DE 2016.

Os valores pagos a título de royalties ou as perdas com a evaporação de produtos não geram direito a crédito da Cofins, por

falta de previsão legal.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 100, DE 2015.

Dispositivos Legais: Lei nº 9.718, de 1998, Lei nº 9.718, de 1998, art. 4º; Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 42,

I e Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º. e Parecer Normativo Cosit/RFB nº 5, de 2018.

Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep

GASOLINA. ÓLEO DIESEL. COMERCIANTE VAREJISTA. CRÉDITO.

O sistema de tributação monofásica não se confunde com os regimes de apuração cumulativa e não cumulativa da

Contribuição para o PIS/Pasep. A partir de 01.08.2004, com a entrada em vigor dos arts. arts. 21 e 37 da Lei nº 10.865, de

2004, as receitas obtidas por uma pessoa jurídica com a venda de produtos monofásicos passaram a submeter-se ao mesmo

regime de apuração a que esteja vinculada a pessoa jurídica.

À uma pessoa jurídica comerciante varejista de gasolina (exceto gasolina de aviação) e óleo diesel que apure a

Contribuição para o PIS/Pasep pelo regime não cumulativo, ainda que lhe seja vedada a apuração de crédito sobre esses

bens adquiridos para revenda, porquanto expressamente proibida no art. 3º, I, "b", c/c art. 2º, § 1º, I da Lei nº 10.833, de

2003 Lei nº 10.637, de 2002, é permitido o desconto de créditos de que trata os demais incisos do art. 3º desta Leis desde

que observados os limites e requisitos estabelecidos em seus termos.

Para fins de apuração de créditos da não cumulatividade da Contribuição para o PIS/Pasep, somente podem ser

considerados insumos bens e serviços que, atendidos os critérios de essencialidade e relevância, sejam aplicados na

prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Por conseguinte, na atividade

de revenda de bens, inclusive revenda de combustíveis, não é possível a apuração de créditos sobre insumos para fins de

apuração da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

É vedada à pessoa jurídica que explore atividade exclusivamente comercial a apuração de crédito sobre as despesas de

depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, tendo em vista que, nesta

hipótese, tais bens não serão aplicados na locação a terceiros, na produção de bens destinados à venda ou na prestação de

serviços, conforme estabelecido pela legislação.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 218, DE 6 DE AGOSTO DE 2014.

É vedada a apuração de crédito sobre despesas com armazenagem e frete para o comerciante varejista de produtos sujeitos

anteriormente à cobrança concentrada ou monofásica das contribuições (§ 1º do art. 2º da Lei nº 10.637, de 2002), exceto

no caso em que pessoa jurídica produtora ou fabricante de tais produtos os adquire para revenda de outra pessoa jurídica

importadora, produtora ou fabricante desses mesmos produtos. ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE

DIVERGÊNCIA COSIT Nº 2, DE 2017.

A pessoa jurídica que tenha por objeto atividade a revenda de produtos pode apurar créditos em relação à despesa de

energia elétrica consumida em seus estabelecimentos e também em relação à despesa de aluguel de prédios, máquinas e

equipamentos utilizados na atividade da empresa, desde que atendidos os demais requisitos exigidos na legislação

pertinente.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA COSIT Nº 7, de 2016, E À SOLUÇÃO DE

CONSULTA COSIT Nº 2, DE 2016.

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Os valores pagos a título de royalties ou as perdas com a evaporação de produtos não geram direito a crédito da

Contribuição para o PIS/Pasep, por falta de previsão legal.

ENTENDIMENTO VINCULADO À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 100, DE 2015.

Dispositivos Legais: Lei nº 9.718, de 1998, Lei nº 9.718, de 1998, art. 4º; Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 42,

I e Lei nº 10.833, de 2003, art. 3º. e Parecer Normativo Cosit/RFB nº 5, de 2018.

JOSÉ CARLOS SABINO ALVES

Chefe

Solução de Consulta 7ª Região Fiscal Nº 7060 DE 26/09/2019

Publicado no DOU em 11 out 2019

Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL.

REDES DE ÁGUA E ESGOTO. REGIME CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO.

APLICAÇÃO.

A expressão "obras de construção civil", para fins de aplicação do inciso XX da Lei nº 10.833, de 2003, compreende os

trabalhos de engenharia que, mediante construção, reforma, recuperação, ampliação, reparação e outros procedimentos

similares, transformam o espaço no qual são aplicados.

Os serviços de construção civil submetem-se ao regime de apuração não cumulativa da Cofins, porém, quando aplicadas

em obra de construção civil e vinculados ao mesmo contrato de administração, empreitada ou subempreitada dessa última,

suas receitas estão abrangidas pelo inciso XX do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, devendo submetê-las ao regime de

apuração cumulativa.

A vinculação de serviço de construção civil a contrato de administração, empreitada ou subempreitada de obra de

construção civil estará comprovada quando nesse contrato estiver estipulado que a pessoa jurídica contratada é responsável

pela execução e entrega, por meios próprios ou de terceiros, de tal prestação de serviço.

A construção de redes de abastecimento de água tratada ou de redes de coleta e de sistemas de tratamento de esgoto é

considerada obra de construção civil, devendo submeter as receitas dela decorrentes ao regime de apuração cumulativa da

Cofins.

Os serviços de manutenção em redes de abastecimento de água tratada ou em redes de coleta e de sistemas de tratamento

de esgoto são considerados serviços de construção civil, devendo as receitas deles decorrentes serem submetidas, em regra,

ao regime de apuração não cumulativa da Cofins. Tais receitas só serão abarcadas pelo regime de apuração cumulativa do

inciso XX do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, quando os referidos serviços de manutenção estiverem vinculados a um

mesmo contrato de administração, empreitada ou subempreitada de obra de construção civil e a realização de tal obra for

incondicional.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 293, DE 26 DE DEZEMBRO DE

2018.

Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, inciso XX; Lei nº 9.718, de 1998; Lei Complementar nº 116, de 2003;

Lei nº 8.666, de 1993; Lei nº 5.194, de 1966.

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Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep

OBRAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. REDES DE ÁGUA E ESGOTO.

REGIME CUMULATIVO E NÃO CUMULATIVO. APLICAÇÃO.

A expressão "obras de construção civil", para fins de aplicação do inciso XX do art. 10 c/c o inciso V do art. 15 da Lei nº

10.833, de 2003, compreende os trabalhos de engenharia que, mediante construção, reforma, recuperação, ampliação,

reparação e outros procedimentos similares, transformam o espaço no qual são aplicados.

Os serviços de construção civil submetem-se ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep,

porém, quando aplicadas em obra de construção civil e vinculados ao mesmo contrato de administração, empreitada ou

subempreitada dessa última, suas receitas estão abrangidas

pelo inciso XX do art. 10 c/c o inciso V do art. 15 da Lei nº 10.833, de 2003,, devendo submetê-las ao regime de apuração

cumulativa.

A vinculação de serviço de construção civil a contrato de administração, empreitada ou subempreitada de obra de

construção civil estará comprovada quando nesse contrato estiver estipulado que a pessoa jurídica contratada é responsável

pela execução e entrega, por meios próprios ou de terceiros, de tal prestação de serviço.

A construção de redes de abastecimento de água tratada ou de redes de coleta e de sistemas de tratamento de esgoto é

considerada obra de construção civil, devendo as receitas dela decorrentes serem submetidas ao regime de apuração

cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep.

Os serviços de manutenção em redes de abastecimento de água tratada ou em redes de coleta e de sistemas de tratamento

de esgoto são considerados serviços de construção civil, devendo as receitas deles decorrentes serem submetidas, em regra,

ao regime de apuração não cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep. Tais receitas só serão abarcadas pelo regime de

apuração cumulativa do inciso XX do art. 10 c/c o inciso V do art. 15 da Lei nº 10.833, de 2003, quando os referidos

serviços de manutenção estiverem vinculados a um mesmo contrato de administração, empreitada ou subempreitada de

obra de construção civil e a realização de tal obra for incondicional.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 293, DE 26 DE DEZEMBRO DE

2018.

Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 10, inciso XX; Lei nº 9.718, de 1998; Lei Complementar nº 116, de 2003;

Lei nº 8.666, de 1993; Lei nº 5.194, de 1966.

JOSÉ CARLOS SABINO ALVES

Chefe

Solução de Consulta 7ª Região Fiscal Nº 7063 DE 30/09/2019

Publicado no DOU em 11 out 2019

Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep

EXPORTAÇÃO. ROYALTIES. INCIDÊNCIA.

Os royalties recebidos do exterior, em pagamento pelo licenciamento de tecnologia, não configuram receita de venda de

mercadorias ou de prestação de serviços, razão pela qual não se enquadram nas hipóteses de não incidência da

Contribuição para o PIS/Pasep previstas no art. 5º da Lei nº 10.637, de 2002.

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SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 431, DE 13 DE SETEMBRO DE

2017.

Dispositivos Legais: Lei nº 10.637, de 2002, art. 5º.

Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins

EXPORTAÇÃO. ROYALTIES. INCIDÊNCIA.

Os royalties recebidos do exterior, em pagamento pelo licenciamento de tecnologia, não configuram receita de venda de

mercadorias ou de prestação de serviços, razão pela qual não se enquadram nas hipóteses de não incidência da Cofins

previstas no art. 6º da Lei nº 10.833, de 2003.

SOLUÇÃO DE CONSULTA VINCULADA À SOLUÇÃO DE CONSULTA COSIT Nº 431, DE 13 DE SETEMBRO DE

2017.

Dispositivos Legais: Lei nº 10.833, de 2003, art. 6º.

Assunto: Processo Administrativo Fiscal

CONSULTA TRIBUTÁRIA. AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO DETALHADA. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE

DISPOSITIVO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. ASSESSORIA. INEFICÁCIA.

Não produz efeitos a consulta formulada que não apresentar descrição detalhada de seu objeto, não indicar os dispositivos

da legislação tributária que suscitaram as dúvidas, ou tiver por objetivo a prestação de assessoria jurídica ou contábil-fiscal

pela RFB.

Dispositivos Legais: IN RFB nº 1.396, de 2013, arts. 3º e 18.

JOSÉ CARLOS SABINO ALVES

Chefe

Solução de Consulta COSIT Nº 261 DE 24/09/2019

Publicado no DOU em 10 out 2019

Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário

De acordo com o § 6º do art. 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012, as entidades beneficentes de assistência

social previstas nos incisos III e IV do caput do art. 4º que atuam nas áreas da saúde, da educação e da assistência social

deverão apresentar, juntamente com a declaração de que trata o caput, o Certificado de Entidade Beneficente de

Assistência Social (CEBAS) de que trata a Lei nº 12.101, de 2009.

Com base no disposto no § 8º do art. 6º da Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 2012, combinado com o seu § 6º, no

caso de a prestadora de serviço declarar que é entidade beneficente de assistência social (prevista nos incisos III ou IV do

caput do art. 4º que atua na áreas da saúde, da educação ou da assistência social) e não apresentar o CEBAS, na forma

prevista no § 6º do art. 6º, o órgão ou a entidade pagadora obriga-se a efetuar a retenção do IRPJ e das contribuições sobre

o valor total do documento fiscal ou fatura apresentada pela entidade.

Dispositivos Legais: CF, art. 150, VI, "c", art. 195, § 7º; Lei nº 9.532, de 1997, arts. 12 e 15; Lei nº 12.101, de 2009, arts.

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1º e 12; IN RFB nº 1.234, de 2012, art. 2º, II, art. 4º, III e IV, art. 6º, §§ 6º e 8º.

Assunto: Normas de Administração Tributária

Reputa-se ineficaz a consulta que versa sobre reconhecimento de isenção ou imunidade, quando os fatos não forem

descritos detalhadamente e não forem identificados os dispositivos da legislação tributária de que se tem dúvida de sua

interpretação, bem como aquela em que os fatos estejam disciplinados em ato normativo publicado na Imprensa Oficial

antes da apresentação da consulta.

Dispositivos Legais: IN RFB nº 1.396, de 2013, ementa e art. 18, incisos II, VII e XI.

FERNANDO MOMBELLI

Coordenador-Geral

Solução de Consulta COSIT Nº 281 DE 27/09/2019

Publicado no DOU em 10 out 2019

Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ

AGENCIAMENTO DE CARGA. MULTA POR ATRASO. DESPESA DEDUTÍVEL.

Para fins de determinação do lucro real, constitui despesa dedutível a multa, contratualmente prevista, pelo atraso na

entrega de carga, quando incorrida por pessoa jurídica, que explore atividade de agenciamento de cargas.

Tal despesa deve ser deduzida no mesmo período de apuração em que tenham sido registradas as receitas pela prestação

dos serviços a que essas multas se refiram.

Dispositivos Legais: Lei nº 4.506, de 1964, art. 47; Decreto nº 9.580, de 2018, art. 311; Parecer Normativo CST nº 32, de

1981; Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 7º, caput.

Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL

AGENCIAMENTO DE CARGA. MULTA POR ATRASO. DESPESA DEDUTÍVEL. Para fins de determinação da base

de cálculo da CSLL, constitui despesa dedutível a multa, contratualmente prevista, pelo atraso na entrega de carga, quando

incorrida por pessoa jurídica, que explore atividade de agenciamento de cargas.

Tal despesa deve ser deduzida no mesmo período de apuração em que tenham sido registradas as receitas pela prestação

dos serviços a que essas multas se refiram.

Dispositivos Legais: Lei nº 4.506, de 1964, art. 47; Decreto nº 9.580, de 2018, art. 311; Parecer Normativo CST nº 32, de

1981; Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 7º, caput; IN RFB nº 1.700, arts. 61, § 2º, e 69.

FERNANDO MOMBELLI

Coordenador-Geral

A recuperação de ativos como alternativa diante da crise

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No atual momento político e econômico em que o Brasil se encontra, podemos citar alguns fatores que contribuem para

que nosso país continue com elevados índices de inadimplência. São eles: sinais de fraqueza da economia que desacelerou

no primeiro semestre de 2019, 13 milhões de desempregados, alta volatilidade do dólar e da bolsa de valores, divisão

política, insegurança jurídica devido às difusas decisões do STF, reforma da previdência em apreciação pelo congresso

nacional, dentre outros.

Segundo pesquisa da CNC (Confederação Nacional de Bens, Serviços e Turismo) divulgada em setembro, durante o mês

de agosto o percentual de famílias endividadas subiu e é o maior em seis anos. Com este cenário, a tendência é de que estes

indicadores não diminuam, ou seja, as famílias tenderão a priorizar seus gastos mais importantes como despesas com

alimentação, aluguel, escola, vestuário, e aquelas despesas como prestação de carro, seguro, consórcios e quem sabe até o

plano de saúde serem relegadas a um segundo momento aguardando uma reversão deste quadro. Diante deste cenário,

quais alternativas os credores podem adotar para reaverem seus créditos e não verem prejudicado seu fluxo de caixa?

Uma alternativa de bastante sucesso já adotada pelo segmento bancário desde início dos anos 1990 é a terceirização de

suas carteiras em atraso junto aos escritórios jurídicos que possuem expertise em recuperação de ativos. Algumas empresas

de outros segmentos como indústrias, instituições de ensino, operadoras de planos de saúde, comércio, consórcios,

operadoras de telefonia entre outros segmentos também adotam, mas em escala inferior ao segmento bancário, portanto

ressalvo alguma política de governança, percebe-se que ainda tem espaço para a indústria da cobrança atuar nestes

segmentos da economia.

Quem contrata um escritório de recuperação de ativos terá ao seu lado uma empresa especializada em tratar sua

inadimplência podendo dar maior foco ao seu negócio, inclusive com diminuição de custos operacionais, pois as despesas

e os investimentos com recrutamento e seleção, treinamento, tecnologia, telefonia, monitoria, relatórios, estratégias,

logística, dentre outros que a empresa teria para tratar sua carteira inadimplente e com elevados índices de recuperação é

assumida pelo escritório contratado.

Entre as alternativas encontradas pelas empresas para realocação de recursos que seriam dispendidos com cobrança

própria, é converter estes em setores ou células para monitorar de forma estratégica a atuação dos escritórios, com isso

agregando seu conhecimento do produto ou serviço e do cliente, o que potencializa os índices de recuperação, além de

forma mais ágil poder acompanhar o andamento dos processos de cobrança terceirizados, o que lhe auxiliará em alguma

tomada de decisão devido ao que poderá lhe impactar os resultados. Importante ressaltar que, no atual contexto em que nos

encontramos, onde o acesso às informações são rápidos e fáceis, e as pessoas tem maior conhecimento de seus direitos e

deveres, os escritórios jurídicos especialistas em recuperação de ativos tiveram que se adaptar em não recuperar apenas o

crédito e sim o cliente, ou seja, mesmo sendo devedor deve ser fidelizado e continuar fiel a marca, pois o cliente que no

momento está inadimplente vê o escritório praticamente como uma extensão da empresa No tocante a remuneração do

escritório, dependendo do modelo de parceria, se dará apenas com o sucesso das recuperações.

Portanto, o empresário ou gestor que está estudando estratégias para diminuir custos e melhorar seus índices de

inadimplência e que ainda não conhece o modelo de parceria junto a um escritório de recuperação de ativos, talvez seja

interessante analisar os ganhos e efetividade dos serviços prestados para alcance de melhores resultados e estruturação

negocial.

Marcus Vinícius Crusius Filho – Diretor da Munhoz de Quadros Advogados Associados