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Boa tarde,

hoje é um dia muito importante para o Brasil.

Teve início o Censo 2000.

Nos próximos meses, mais de duzentas mil pessoas vão percorrertodo o país, de norte a sul, de leste a oeste, para realizar umatarefa importantíssima: saber quantos somos e como vivemos.

Para concluir com sucesso essa tarefa, precisamos desua ajuda.

Peço a você que receba bem essas pessoas em sua casa. Eles sãoos recenseadores.

Esses recenseadores vão fazer algumas perguntas e as respostasajudarão a traçar o perfil da população brasileira.

É importante que todas as perguntas sejam respondidas.O sigilo das respostas é garantido por lei.

Com estas informações, os brasileiros conhecerão melhor oseu bairro, a sua cidade, o seu estado e, portanto, o nosso país.

O Censo 2000 vai revelar características da populaçãobrasileira, como sexo, idade, escolaridade, renda, entre outras.

Vamos ter mais informações sobre a realidade do nosso país:educação, moradia, saneamento básico, energia elétrica.

Vamos conhecer melhor os problemas da população.

O Censo permite aos governos municipal, estadual e federalplanejarem melhor suas ações.

Precisamos destas informações para direcionar os investimentospúblicos e melhorar a qualidade de vida de nosso povo.

A iniciativa privada também será beneficiada. Poderá usar os dadosdo Censo para orientar seus investimentos, importantes para ageração de emprego.

O IBGE é o órgão responsável pelo Censo 2000 e vem se pre-parando para essa tarefa há três anos.

Graças aos recursos tecnológicos que temos hoje, o IBGE vaiconcluir a contagem da população do país em tempo recorde.E ainda este ano saberemos exatamente quantos somos.

Responder com clareza e correção é muito importante.

Colabore e atenda ao recenseador do Censo 2000.

Nós, brasileiros, só temos a ganhar.

Muito obrigado.

Algum tempo se pas-sou desde que os recen-

seadores saíram emcampo, entrevistando

gente aqui, acolá, emtodo canto deste Brasil.

Naquele 1o de agosto,começava o Censo 2000

e o ministro do Plane-jamento, Orçamento e

Gestão, Martus Tavares,lançava a maior ope-

ração de recenseamentodo país em rede nacional

de rádio e televisão. Leiaagora o discurso que a

revista reproduz na íntegra e

tenha uma boa leitura.

Pronunciamentodo MinistroMartus Tavaressobre o Censo 2000

Pronunciamentodo MinistroMartus Tavaressobre o Censo 2000

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sumário

Vou te contar – Revista do Censo 2000 - Publicação bimestral do Instituto Brasileiro de Geografia e EstatísticaCentro de Documentação e Disseminação de Informações – CDDI - Gerência de Promoção e Publicidade – GEPOMRua General Canabarro, 706/4o andar – Maracanã – Rio de Janeiro – RJ - 20271-201Tel.: (21) 514-0123 r. 4789/3547 Fax.: (21) 514-0123 r. 3549http://www.ibge.gov.br ou http://www.ibge.nete-mail: [email protected]

Gerente de Promoção e Publicidade: Lúcia Regina Dias GuimarãesCoordenadora do projeto e editora: Rose Barros (Mtb. RJ 20.342)Redação: Agláia Tavares, Elizabeth Amsler e Valéria ViannaProjeto Gráfico: Jorge Luís P. RodriguesCapa: Renato J. AguiarIlustração da capa: Roberto StoeterauDiagramação: Helga SzpizTiragem: 6 000 exemplares

Permitida a reprodução das matérias e das ilustrações desta edição, desde que citada a fonte.

Editorial – mensagem do presidente do IBGE, SérgioBesserman Vianna

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Espaço aberto – saiba como foi a coleta de dados doCenso 2000 nas Unidades Regionais

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Gente contando gente – o coordenador técnico doCenso 2000, Marco Antônio Alexandre, fala de tudoum pouco sobre a operação censitária

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Registro – poesias, histórias dos recenseamentos de1940 e 1950 e uma crônica de Carlos Drummond deAndrade sobre o Censo nesta seção

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Censo em foco – leia tudo sobre a campanhapublicitária do Censo 2000 e o pronunciamento doMinistro do Planejamento, Orçamento e Gestão,Martus Tavares, no lançamento do Censo 2000

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Ponto de vista – Fanny Elisabete Moore, da DIPEQ/SP,fala sobre os contrastes da cidade de São Paulo

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Matéria de capa – o Sistema de IndicadoresGerenciais de Coleta (SIGC) na visão do chefe daDivisão de Desenvolvimento de Sistemas do CensoDemográfico, Ataíde Venâncio, e da coordenadora doComitê do Censo 2000, Alicia Bercovich

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Reportagem – desde o dia 1o de agosto, o Disque-Censotira dúvidas e esclarece a população sobre o recenseamento

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Atualidades – cobertura completa da I Reunião deAvaliação do Andamento da Coleta do Censo 2000

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expediente

Conta-gotas – curiosidades sobre o Censo no mundo11

Nos estados – a divulgação do Censo 2000 em doisestados

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Sérgio Besserman ViannaPresidente do IBGE

editorial

, caros leitores, estamos satisfeitos. Satisfeitos com a revista e, mais ainda,com o que ela apresenta para vocês nesta edição. Vocês, com certeza, já perceberam a aberturadiferente, com o pronunciamento do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, MartusTavares, lançando o Censo 2000. Foi no primeiro dia do mês de agosto, o primeiro diatambém do Censo 2000. De lá para cá, o trabalho foi intenso. E o resultado positivo quetemos hoje com a coleta é fruto do esforço e do trabalho incansável de centenas de milharesde pessoas, que de alguma forma participaram desta operação. Desde os recenseadores, atéos chefes de DEREs e DIPEQs, passando pelos supervisores, agentes municipais e outrostantos técnicos e profissionais. Dando suporte à coleta, um dos importantes instrumentosque revelaram sua eficácia na fase de acompanhamento da coleta, foi o Sistema de IndicadoresGerenciais de Coleta – o SIGC, matéria de capa desta edição. Além de entrevistar a equiperesponsável pelo seu funcionamento bem sucedido, composta por Ataíde Venâncio, chefe daDivisão de Desenvolvimento de Sistemas do Censo Demográfico; Antonio Oliveira, gerentede projeto, e Davi Faria Rocha, analista responsável pelo desenvolvimento do sistema, arevista ouviu também Alicia Bercovich, coordenadora do Comitê do Censo 2000 da Diretoriade Pesquisas, que aponta os benefícios do sistema para o trabalho do Comitê.

Na seção “Gente contando gente”, o coordenador técnico do Censo Demográfico, MarcoAntônio Alexandre, fala sobre a importância da publicidade para conscientizar a população esobre a exclusão e inclusão de perguntas nos questionários da pesquisa censitária. Aproveitandoa deixa, sugiro que vocês pulem umas páginas - depois voltem, não tem problema - e leiamsobre como foi pensada a campanha publicitária do Censo, na entrevista com o diretor deMídia da Standard, Ogilvy & Mather, Newton Crespo, e com a diretora de Atendimento damesma agência, Vivian Ferraz. A parceria Standard-IBGE deu mesmo certo, como vocês poderãoperceber, ao saber a opinião do presidente da Standard, Sérgio Amado, e da dupla de criação,Rubens Filho e Vitor Azambuja.

Na seção “Nos estados”, as chefias dos SDDIs de Mato Grosso e Rio Grande do Norteavaliam como conseguiram apoio e parceria para a divulgação do Censo, enquanto os chefesde DIPEQs e DEREs fazem uma análise sobre a coleta em seus estados no “Espaço aberto”.O “Alô, Alô!” do Disque-Censo vai lhes mostrar as perguntasmais freqüentes que foram feitas pelos usuários do serviço0800 do IBGE e a seção “Registro” lhes apresenta curio-sidades de Censos anteriores - casos que ocorreram princi-palmente nas décadas de 40 e 50 - além de poesias, fatospitorescos e uma crônica de Carlos Drumond de Andrade.

Não esqueçam de conferir também como foi a I Reu-nião de Avaliação do Andamento da Coleta. Para terminartem o ponto de vista da técnica da Divisão de Pesquisa deSão Paulo, Fanny Elisabete Moore, sobre a cidade deSão Paulo.

Tenham uma boa leitura!

ÉÉTarefa cumpridaTarefa cumprida

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matéria de capa

Sistema de IndicadoresGerenciais de Coleta - SIGC - surgecomo a grande revelação do Censo2000.

Na reportagem com a equiperesponsável pelo sistema, queapresentou as facilidades e osbenefícios do SIGC, ficou visível asua mais importante característica:a integração. Ele aproxima asunidades do IBGE em todo o país.Sem falar na eficiência. Todos osimprevistos que costumam apa-recer na fase de coleta podem serresolvidos com imediatismo.

“O SIGC é um grande avan-ço, porque permite um geren-ciamento em tempo real daoperação de coleta, permitindo,desta forma, tomadas de decisão esolução de problemas em tempohábil” - diz o chefe da Divisão deDesenvolvimento de Sistemas doCenso Demográfico, Ataíde José deOliveira Venâncio.

Ataíde explica, com umaimagem, como as coisas acon-teciam antes do SIGC. Segundoele, “antes, você tinha um sapatoque o pé não entrava e tentava-secolocar o pé nele a qualquer custo,ainda que fosse necessário cortaros dedos. Hoje, não. Hoje vocêsabe exatamente porque o pé nãoestá entrando”.

Ele ressalta a última reuniãoda direção do IBGE com os chefesdos DEREs e das DIPEQs que, porconta do novo sistema, transcorreuleve, tranqüila, sem maiores ten-sões, uma vez que os problemaseram analisados com dados reais,recém-saídos das circunstânciasvividas e já transformados emgráficos e tabelas. O sistema érápido, eficaz.

Ainda dentro deste “novoconceito de se trabalhar”, comoenfatizou o gerente de projeto,Antônio José de Oliveira, mu-dando radicalmente as relações detrabalho, percebe-se todos osníveis do processo sendo aten-didos, com relatórios gerenciaisprestando auxílio tanto ao postode coleta, quanto às subáreas,DIPEQs e à direção.

São mil microcomputadoresespalhados por todo o Brasil e milpalms - equipamentos móveis, umaespécie de computador portátil -interligados pela mesma infor-mação referente aos números e aoandamento do trabalho do Censo.E daí a mudança. “Antes, umcoordenador de área, por exemplo,pegava seu carro e ia de lugar emlugar, para detectar problemas eprocurar solucioná-los. Hoje, com

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SistemaindispensávelSistemaindispensável

SIGC -SIGC -

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um micro e um telefone, ele ge-rencia seu serviço, sem sair dolugar. Só sai em casos emer-genciais”, explica Oliveira.

Como ressaltou muito bem oanalista responsável pelo desenvol-vimento do sistema, Davi FariaRocha, com isso, “nós consegui-mos romper as barreiras geográ-ficas”. Sonho antigo da Diretoriade Informática (DI). Desde oCenso de 1991, eles buscavamdesenvolver algo parecido, o que,na época, se apresentava “tecno-logicamente inviável”. A internete sua recente popularização,segundo Rocha, “facilitou, semdúvida nenhuma, a implantação deum sistema desse porte”.

Por incrível que pareça, apesarda imensa facilidade de trabalho queo SIGC trouxe, no início, houvecerta resistência. “Tivemos muitadificuldade de vender o novomodelo conceitual ao usuário,vender o sistema, mesmo” - enfatizaOliveira - “você sabe que o novosempre assusta. As pessoas, em geral,preferem ficar com o que jáconhecem”. Mas depois de vencidosos receios iniciais, atualmente não seconsegue pensar o acompanhamentodo serviço de coleta como era feitoantes, sem o SIGC.

Outro benefício apontado éem relação ao pagamento dosrecenseadores. Como se sabe exa-tamente o que o recenseador fez,em tempo real, pelo sistema, há

também como viabilizar opagamento em no máximo cincodias. Funciona assim: coleta,gerenciamento do SIGC, consis-tência e qualidade, pagamento einformações a outros De-partamentos. Além do mais, coma centralização do sistema noRio, a manutenção fica extre-mamente facilitada, uma vez quetudo é feito pela web. De acordocom Rocha, o programa workflowpermite solucionar qualquer tipode problema via internet,com o máximo de segurança,trabalhando com tecnologia deponta e visando sempre àperformance, “tendo na ponta doprocesso, ferramenta simples, masque funciona”.

Ataíde (ao centro) e sua equipe (da esquerda para adireita), Michelle Silva, Antonio José e Davi Faria,avaliam o SIGC como um grande avanço noacompanhamento da coleta.

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Ataíde, por sua vez, fezquestão de ressaltar o auxílio daEmbratel, que disponibilizou umprovedor só para o IBGE - IP-Office Dial - possibilitando manterseguras todas as informações. Eledestaca também o trabalho doanalista de sistemas, responsávelpelo desenvolvimento do site deconsulta, Antônio Manoel, que,utilizando o programa cristalreport, ferramenta importantíssimano recolhimento de dados, analisao conteúdo das informações, paragerar gráficos, relatórios e tabelas.

Uma equipe bonita, feito osquatro mosqueteiros, que se afina,se entende e, acima de tudo, vemrealizando com determinação eafinco o que sonhou.

O gerenciamentopasso a passo

O desafio do trabalho decoordenação da coleta para oCenso 2000 exigiu da Diretoria deInformática novos conceitostecnológicos. A aplicação destesconceitos abarcou desde equipa-mentos móveis tipo Palm até oreconhecimento inteligente decaracteres para a entrada de dadosvia escaneamento e armazena-mento de imagens.

Em todo país, mil postosavançados foram equipados commicrocomputadores conectadosem rede com a área central do Riode Janeiro, além de mais milequipamentos Palm (Compaq -Aero 1550) distribuídos estrate-gicamente para os lugares de difícilacesso. Tudo isso no intuito dequalificar ainda mais o gerencia-mento da coleta.

Essas ferramentas tecnoló-gicas constituem a base de acessoao sistema gerencial da coleta,implantado com tecnologia Notes- WEB/Internet. Isto significa que

supervisores locais puderam passarinformações em tempo real, dadosquantitativos do andamento dacoleta, como total de domicílios epopulação por sexo.

As informações, uma vez passa-das, eram automaticamente criticadasde forma quantitativa e qualitativa,permitindo aos supervisores locaisanalisarem o andamento e providen-ciarem, se preciso fosse, as devidascorreções na operação de campo.

O pagamento da produção decada recenseador era feito combase nas informações gerenciais, jáque a integração com o sistema depagamento permitia a execuçãoimediata da produção no instanteda liberação do setor.

Assim, com esse novomodelo, o IBGE coloca à dispo-sição, em dezembro deste ano(tempo recorde), os números dapopulação brasileira por sexo.No Censo anterior, sem o SIGC,tanto o gerenciamento da operaçãoquanto o pagamento dos recen-seadores e a divulgação dos re-sultados eram feitos em processosmenos automatizados, com trans-missão de arquivos e envio deplanilhas em folhas de papel.O processo de acompanhamentotambém era mais lento. As corre-ções, por sua vez, não tinham comoser viabilizadas em tempo hábil.

As assinaturas eletrônicas doSIGC vieram substituir toda aburocracia dos Censos anteriores.Para pagamento, o processo au-tomático reduziu de 20 para cincodias, no máximo, a liberação dodinheiro no banco. Quanto aosresultados preliminares da conta-gem da população por sexo, o quedemorava três meses para acon-tecer depois do término da coleta,hoje pode ser divulgado ime-diatamente após os trabalhos teremsido fechados.

É o Censo 2000 e suas novastecnologias.

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Coleta comqualidade

Além de ser um sistemaindispensável ao Censo 2000, oSIGC é também fundamentalpara se atingir o controle de qua-lidade da coleta. Na opinião deAlicia Bercovich, coordenadorado Comitê do Censo 2000 daDiretoria de Pesquisas, a idéia é

buscar a “quali-dade total” se oassunto é acom-panhar a coletade dados doCenso 2000.Em entrevistaà ,ela aponta usos eas vantagens dosistema para oComitê, outrasáreas de coorde-nação do Censo epara as Divisõesde Pesquisas(DIPEQs), alémde mostrar quegraças a ele é pos-sível acompanhara coleta não sóem tempo real,como em tempohábil, ou seja,quando os recen-seadores aindaestão em campo.

Vou te contar - Qual aimportância do SIGC para oCenso 2000?

Alicia - Fundamental, poisgraças a ele estamos acompa-nhando praticamente em temporeal as atualizações que todos osestados fazem em relação àcoleta. Ao mesmo tempo, osistema nos permite já fazer asprimeiras análises e verificar a

consistência dos primeirosresultados. Nós, do comitê doCenso 2000, por exemplo,utilizamos o SIGC em váriosníveis. No nível macro (GrandesRegiões e Unidades da Fede-ração), vemos o andamento doCenso em seu conjunto para fa-zer as primeiras análises, já queos resultados são suficientementerobustos para serem comparadoscom a série histórica. No nívelmicro, destacamos os municípios,ou os seus setores, que têm umcomportamento diferente. E envia-mos para a CTD as notificações,problemas ou discrepâncias. Paranós o que é importante são osdados como, por exemplo, se ataxa de crescimento do municípioestá coerente; se a mesma écoerente com a estimativa depopulação já feita; se o municípiojá concluído é coerente com asérie histórica, para aqueles emandamento; ou ainda, se osparâmetros são razoáveis. Desce-mos a nível de setor caso encon-tremos discrepância e a mesmaprecisa ser elucidada. Se obser-vamos um problema num muni-cípio, fazemos uma análise explo-ratória e identificamos o setor noqual reside o problema.

Vou te contar - De que formao SIGC auxilia o controle dequalidade de coleta?

Alicia - A idéia é dequalidade total. Com o SIGC,podemos detectar problemas queainda estamos em tempo deresolver. Por isso analisamos ossetores ainda em andamento. Enos baseamos no conhecimentojá adquirido em outros censos.Tanto no Censo de 1980 comona Contagem de 1996 nóstivemos um sistema de acompa-nhamento de coleta. Então apartir desse sistema e de outras

Segundo Alicia, o SIGC auxiliano controle de qualidadeda coleta de dados.

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análises, a gente já sabe quais sãoos problemas mais comuns nocampo. A idéia é resolver osproblemas antes de concluir acoleta, por isso temos o acom-panhamento em tempo real paracada setor em andamento. Em1980, toda semana as UnidadesRegionais enviavam um telexpassado aos digitadores quedigitavam as informações emcartões perfurados. Então, todasemana acompanhávamos quemnão tinha atualizado o sistema.Uma coisa é o acompanhmentoem tempo real e outra é acorreção em tempo hábil (antesde fechar a coleta). Agora, como arcabouço informático, temostudo em tempo real: depois queo dado é processado no sistemaSIGC nós recebemos esse dado.O SIGC também vai permitirentregar resultados preliminaresdo Censo com muita antece-dência. Em dezembro, por exem-plo, entregaremos resultadoscom algumas análises. Sem oSIGC teríamos muito maisdificuldades em fazer as análisesque fazemos. Não posso deixarde levar em conta que a realidadeque eu tenho não é a da coletamas a realidade dos estados queatualizam o SIGC. A sensaçãoque a gente tem é que, cada vezmais, os estados têm consciênciada necessidade de se atualizar osdados, os quais estão sendoatualizados permanentemente.É claro que nas zonas rurais émais difícil uma atualizaçãosemanal porque os recenseadoresvão a campo e até voltarem podedemorar mais de uma semanaque é o intervalo entre atuali-zações que temos solicitado.

Vou te contar - Que tipos deproblemas o SIGC pode apontar?

Alicia - Podemos dar uma

série de indicadores que permi-tem dar uma visão global dacoleta. Se eu achasse um pro-blema de nível global, o que nãoé o caso pois está tudo muitocoerente, eu passaria a discuti-lono âmbito da CPO - Comissão dePlanejamento e Organização doCenso 2000. Em geral, há pro-blemas localizados. Quandoachamos esse tipo de problema,que parece suspeito, nós aces-samos a informação do setor.Quando há um erro de digitaçãonum setor é muito simples.Tradicionalmente, na semanaseguinte está corrigido. Se vemosque não é um erro de digitação,passamos o dado para a Coor-denação Técnica do CensoDemográfico (CTD), que temcondição de solicitar o trabalhode campo para verificar a causado problema. Um erro dedigitação se torna um problemagrave se permanecer quando omunicípio já estiver concluído.Mas trata-se de um erro quedificilmente chega ao final domunicípio porque na hora deconcluir, o município seráanalisado com uma série deindicadores que detectam esseerro de digitação. Um motivopara alerta, é quando se encon-tram informações comparadascom o que a gente conhece dedemografia. Quando se acha umadiscrepância com um tendênciaobservada para o município, onormal é discutir ou questionarporque essa tendência não severifica. Caso se ache uma expli-cação demográfica para essadiscrepância, é perfeito, senãodevemos continuar analisando.Um exemplo típico é o cres-cimento desmedido da zona ruralde um município. Devido aoprocesso de urbanização do país,tradicionalmente, as zonas rurais

vão diminuindo, ficando comuma população cada vez menor.Ou, pelo menos, a populaçãonessa área não aumenta. Quandoaumenta muito, a populaçãorural pode ter um erro. Nessecaso, se vai ao campo e severifica. Há também a possi-bilidade da zona rural ser umpólo de atração e neste caso nãohá erro.

Vou te contar - Qual autilidade do SIGC para os chefesda DIPEQs?

Alicia - Para os chefes deDIPEQs, acho que é fundamentalpois eles conseguem ver ondeestão os gargalos, possíveisproblemas e se têm condições ounão de atacá-los. A partir decruzamentos e tabelas, elespodem chegar ao nível de setorou de subárea e podem definir seo problema está localizado numasubárea específica ou se ésetorial. Também podem dirigiro foco para as suas unidades detrabalho e localizar os problemasde atraso ou pressa na coleta, oque faz o SIGC ser uma ferra-menta da maior importância.

“Com o SIGC, podemos

detectar problemas

que ainda estamos em

tempo de resolver.

Por isso, analisamos

os setores ainda em

andamento.”

Alicia Bercovich

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Saindo do forno

conta-gotas

Fincando a bandeira

Rodando o paíscom o Censo

Além do endereço do morador no diaem que é recenseado, o Censo da Repúblicada Estônia, realizado este ano, também quersaber quando os habitantes chegaram aopaís, que conquistou a independência em 20de agosto 1991 com a queda do comunismo

na antiga União Soviética, dividida em estados independentes. Deacordo com os dados mais recentes sobre migração e população,pesquisados em janeiro deste ano, 13.237 pessoas deixaram o país em1991 contra 5.203 imigrantes legalmente registrados. A Estônia tem1.439.197 habitantes, 669.583 homens e 769.614 mulheres, sendo65% estonianos, 28% russos, 3% ucranianos e 1% bielorussos.

Para promover o Censo, oBureau de Censo norte-americano (USA Bureau ofCensus) criou uma campanha demobilização nacional deno-minada How America knowswhat America needs (Como aAmérica sabe do que a Américaprecisa). A campanha inclui osprogramas Road Tour (Tourpelas estradas), ’90 Plus Five(Noventa mais cinco) e Becauseyou count (Por que você conta).Idealizado como um programade divulgação itinerante, o RoadTour contou com 12 veículosequipados com vídeos e foldersque percorreram os quatrocantos do país espalhandomensagens sobre a importânciado Censo. Já o ’90 Plus Fivelançou um desafio às comu-nidades cujos representantes,previamente escolhidos, deve-riam estimular o envio do maiornúmero possível de questio-nários preenchidos. Quanto aoBecause you count, pesqui-sadores do bureau visitaramresidências de diversos estadoscom o objetivo de ajudar osmoradores a responder aosquestionários corretamente.

O Censo 2000 da Tailândianão só começou como játerminou. No dia 1º de abril, foiiniciada a coleta de dados e osresultados preliminares já estãodisponíveis no site do bureauoficial de estatística, NationalStatistical Office of Thailand(www.nso.go.th). Os dadosmostram que o país tem60.606.947 habitantes, dosquais 29.844.487 são homens e30.762.077 são mulheres.A Tailândia é o quarto país maispopuloso do Sudeste Asiático,atrás das Filipinas, com 74milhões, Vietnam, com 79milhões e Indonésia, com 209

milhões. A taxa de crescimento dapopulação do país foi de 1,05 e adensidade populacional, 118,1habitantes por Km2.

Contando a população palestinaO território da Palestina também possui um instituto de estatística

- Palestinian Central Bureau of Statistics - que é responsável pororganizar periodicamente recenseamentos da população. O últimoCenso foi realizado em 1998 e contabilizou um total de 2.895.638habitantes, incluindo a parte de Jerusalém ocupada pelos palestinos.Desse total, 1.470.506 são homens e 1.425.177 mulheres. Na Faixade Gaza - pomo da discórdia entre israelenses e palestinos - foramcontados 1.022.207 habitantes. Quanto ao número de domicílios,407.265 foram recenseados, sendo 116.445 só na Faixa de Gaza.

Cingapura faz Censo via internetCingapura é o primeiro país

a usar a Internet para a coleta dedados do Censo 2000,iniciado em março. Apopulação pode res-ponder ao questio-nário, disponívelno site do institutooficial de estatísticado país, a hora emque desejar. Doponto de vista ope-racional, a principalvantagem do recenseamento on-line é a codificação eletrônica dosdados, garantindo sua confi-dencialidade. Quem não res-ponder ao Censo via internet,

será contatado e recenseado pelotelefone através do CATI

(Computer AssistedTelephone Intervie-wing) - sistema deentrevistas telefôni-cas monitoradaspor computador,inaugurado no Cen-

so de 1995, quando40 mil cidadãos foram

recenseados por tele-fone. E se o sistema

CATI falhar, está previsto o recen-seamento em todos domicílioscujos habitantes não responderamao Censo - tudo para não deixarninguém de fora da pesquisa.

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Aniberto Mendonçade Melo

Antônio José Biffi

Daniel - Tudo está dentro doprevisto, com as dificuldades efacilidades inerentes a uma ope-ração censitária.

Aniberto - Na verdade, essasatividades têm fluído de forma atésurpreendente, considerando-se ograu de conscientização e sensibi-lização da população para os traba-lhos do Censo. Outro importantealiado é a imprensa paraibana quetem sempre aberto espaço para adivulgação do nosso trabalho.

Maurício - A fase inicial dacoleta de dados do Censo 2000está sendo uma das melhores deque já participei. Acredito que oplanejamento e as contrataçõesantecipadas tenham sido fatoresimportantes para isto, além é claro

Vou te contar - Como o (a)Sr. (a) analisa essa fase inicial dacoleta de dados do Censo 2000 nosmunicípios que a sua unidadeabrange?

Biffi - Por este departamentoestar situado na Região Amazônica,posso afirmar que a fase inicial doCenso é muito delicada e requermuito “jogo de cintura”, poiscolocar os recenseadores em cam-po é muito difícil, principalmentequando se leva em conta a dispo-nibilidade orçamentária.

Adão - Consideramos lenta,principalmente na zona rural, peladificuldade de acesso à maioriados setores. Há falta de estradas erios com as águas muito baixasnesta época.

espaço aberto

DDesde agosto, recenseadorespercorrem o país de ponta a pon-ta, contando casa, contando gen-te para o Censo 2000. E quemvai contar a quantas anda estafase de coleta, iniciada no dia 1o,são os chefes das unidadesregionais - Departamentos Regio-nais (DEREs) e Divisões de Pes-quisa (DIPEQs) - entrevistadospela que abriuespaço para contarem de tudo umpouco nesses meses que o Censoganhou as ruas.

Sem aumentar um ponto,Antônio José Biffi, chefe do DERE- Norte; Adão Delfino dos Santos,chefe da DIPEQ do Acre; DanielRibeiro Oliveira, chefe da DIPEQde Goiás; Aniberto Mendonça deMelo, chefe da DIPEQ da Paraíba,Maurício Batista, chefe da DIPEQde Santa Catarina; Pedro JamesGuedelha, chefe da DIPEQ doMaranhão, Marilene SanchesSimões, chefe do DERE - São Pau-lo; César Serrato, chefe da DIPEQdo Amazonas; Maria AntoniaEsteves, chefe da DIPEQ de MinasGerais; Walker Roberto Moura,chefe da DIPEQ do Distrito Fede-ral; José Renato de Almeida Bra-ga, chefe da DIPEQ do Rio Grandedo Sul; Fátmato Ezzahrá Shabib,chefe da DIPEQ do Mato Grossodo Sul; Romualdo Pereira deRezende, chefe da DIPEQ do Rio deJaneiro; Argemiro Carvalho, chefeda DIPEQ de Rondônia; AntonioMoreira Leles, chefe do DERE/Centro-oeste e Sinval Dias Santos,chefe da DIPEQ do Paraná “contamum conto” e falam sobre os erros eacertos da fase inicial da coleta, amobilização da população para oCenso 2000 e a participação dasComissões Censitárias Municipaisna maior operação de recen-seamento já organizada no país.

O Censo pelo país aforaO Censo pelo país afora

Daniel RibeiroOliveira

Adão Delfinodos Santos

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César Serrato

MarileneSanches Simões

Maurício Batista

de outros como a mídia, a expe-riência do nosso corpo técnico/administrativo, a criação dasComissões Censitárias em todos osmunicípios e do próprio cresci-mento cultural da população, quehoje vê a importância das infor-mações no seu dia a dia.

Guedelha - Eu diria que foirazoável, nem ruim e nem boa. Nósconseguimos fazer no Maranhão olançamento da coleta na primeirasemana. Devido ao pequeno atrasono envio do material, não foi pos-sível lançar a coleta na mesma dataem todos os municípios. Conse-guimos entrevistar diversas autori-dades para o lançamento, como,por exemplo, a governadora doestado, Roseana Sarney. Entre-vistamos também o presidente doTribunal de Justiça, Jorge Rachid,além do vice-governador.

Marilene - Nós realmentetivemos problema de atraso dematerial para os municípios dointerior, mas o mesmo foi contor-nado pelo nosso pessoal com muitaeficiência e este fato não impactouna fase inicial de coleta. E se houvealgum impacto, nós conseguimostirar essa diferença.

César - O material detreinamento chegou com atraso,mas não foi o problema principal.Já os questionários só chegaram aoAmazonas no dia 1o de agosto - odia em que começaria o Censo2000. Simbolicamente, o eventofoi iniciado no dia 1o, mas, efeti-vamente, foi iniciado no dia 14 de

agosto. E alguns municípios sócomeçaram a coleta no final daagosto. Na Região Amazônica, acarência principal é de transporte.Por isso, para que a fase de coletanão tivesse atrasos, teríamos queter recebido o material com pelomenos 1 mês de antecedência, paraque o mesmo fosse remetido aosmunicípios. Poderíamos até terescolhido o caminho mais curto -do CDDI direto para os municípios- mas consideramos que seriamenos complicado e trabalhoso virpara Manaus e daqui ser encami-nhado para os lugares.

Maria Antonia - O início foimeio tumultuado porque houveum atraso na coleta em alguns lu-gares. O que tentamos fazer foiatenuar o problema e avançar. Porfim, houve um prejuízo que nãocausou muitos danos ao estadocomo um todo, ou seja, a falta domaterial foi regionalizada, tanto naetapa do treinamento, quanto nafase da coleta. Em ambas assituações, implementamos meca-nismos necessários para a soluçãodo problema, buscando alter-nativas internas, ou contando como apoio do Centro de Documen-tação e Disseminação de Infor-mações do IBGE (CDDI).

Walker - A fase inicial decoleta do Censo 2000 no DistritoFederal foi, de um modo geral, bemsucedida. Obtivemos o acesso e oapoio fundamental dos meios decomunicação local tais como,

jornais, televisão, veículos dasassociações comunitárias, órgãosde classe e das administraçõesregionais do estado. Toda aimprensa ofereceu apoio ao lança-mento do Censo 2000. A nossaexpectativa é de que consigamosmanter o bom relacionamento comos veículos de comunicação locale, por conseguinte, ter as comu-nidades esclarecidas, já que temsido considerável a participaçãodos representantes comunitáriosdo Distrito Federal.

José Renato - O Censo paramim começa lento, tem um des-lanche, e depois você retorna parao processo mais lento em funçãodos domicílios fechados e a pro-dução fica reduzida. Dentro destaavaliação, nós, do Rio Grande doSul, tivemos um período bom detrabalho, tendo sido dentro do quea gente esperava. No início, foialém da nossa expectativa.Prevíamos um início mais lento,mas, felizmente, o trabalho sedesenvolveu com uma certa tran-quilidade e rapidez.

Pedro JamesGuedelha

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Romualdo - Em todo oCenso, 100% da infra-estrutura de-veria estar montada para começara coleta. Mas, na verdade, pratica-mente, nunca conseguimos. Possodizer que em termos de infra-estru-tura, nós começamos com 90% noRio de Janeiro. E nesse Censo, oproblema operacional que houvefoi a falta de material para começarem todos os municípios.

Fátmato - Acho que tivemosum desgaste grande em relação àatraso de material. Faltou álbumseriado na hora exata e issodesgastou o pessoal da casa queestava coordenando os trabalhosnas pontas. Mas acho que essedesgaste também é exagero dopessoal em função de que hoje agente conta com uma equiperestrita para cobrir um estado tãoextenso. Atrasos em Censo énormal, porém na situação em queo nosso estado se encontra, achoque isso causou problemas.

Argemiro - Foi complicada,levando-se em consideração a faltade material de coleta nessa fase.Nós tivemos material para aprimeira semana, faltando nas duassemanas seguintes. O envio dequestionários das subáreas para osmunicípios, por exemplo, foi com-plicado, o que acarretou a parali-

sação da coletaem algumas áreas.

Leles - Ini-cialmente, a genteviu um pequenoatraso na coleta,além de um certoreceio do pessoalem alimentar o

SIGC. Agora o SIGC estádeslanchando.

Sinval - Na fase inicial,tivemos um pequeno problema quefoi o recebimento do material detreinamento e o material de coletaque atrasou para algumas regiões.Passado este período, o Censopassou a fluir bem.

Vou te contar - Foi registradaalguma dificuldade que possa teratrasado ou prejudicado a coleta?

Biffi - Ocorreu atraso naentrega do material para o treina-mento dos recenseadores e, assim,a conseqüência imediata foi o retar-damento do início da coleta emalguns municípios da região Norte,principalmente no interior.

Adão - Sim, a falta de recen-seadores habilitados para o treina-mento, com isto tivemos quetreinar novas turmas.

Daniel - Sim. O atraso na entre-ga do material de treinamento e decoleta prejudicou o início da mesma.

Aniberto - O atraso na entregado material de coleta fez com queatrasássemos o início do Censo,por uma semana, com exceção dosmunicípios de João Pessoa,Campina Grande e Bayeux. Aspesquisas eleitorais, freqüentesneste período, contribuíram paraconfundir as pessoas menos escla-recidas, pois, muitas vezes, alega-vam que já haviam prestado ainformação ao IBGE, quando, naverdade, haviam prestado a alguminstituto de pesquisa eleitoral.

As pessoas vinculadas a estasentidades, muitas vezes, tentavamse identificar como sendo do IBGEpara assim obterem mais facil-mente as informações desejadas.Tivemos, então, que usar a impren-sa para esclarecer as situações.

Maurício - Sim. O envio domaterial de treinamento e daprópria coleta nos criou uma sériede dificuldades no início damesma. E, principalmente, asfortes chuvas por semanas segui-das, que quase colocou toda a ope-ração a perder, pois houve um de-sestímulo muito grande por partedos recenseadores.

Guedelha - O pequeno atrasona disponibilização do material foium fato marcante. Uma coisa é omaterial chegar na capital e a outracoisa é chegar na ponta, ou seja, emtodos os 217 municípios. A soluçãofoi usar o pouco material de treina-mento que já tínhamos para fazer acoleta. Outro fator problemáticoque dificultou a coleta no estado foia base cartográfica que revela aquestão das fronteiras. Esse pro-blema causou um transtornoimenso no gerenciamento da coleta.

Marilene - O problema de SãoPaulo é que se trata de um estadomuito grande e isso causa algunstranstornos. Por exemplo, tivemosque informatizar 192 postos decoleta num tempo recorde, com onosso pessoal trabalhando 24 horaspara dar conta disso. Se tivéssemostido tempo teríamos tido um re-sultado melhor.

César - A coleta está transcor-rendo de acordo com asdificuldades próprias da região.Têm locais que a coleta foicomplicada, por conta da seca dosrios, os quais só permitemnavegação numa embarcação cha-mada “rabetinha”. O rio Juruá, porexemplo, nessa época do ano, temmuitos bancos de areia porque aseca começa muito cedo. Os Andes

Maria Antonia Esteves

Walker Roberto Moura

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José Renato deAlmeida Braga

Censitários Municipais (ACMs)para resolver os problemas, o queacabou não precisando. Fora isto,correu tudo com normalidade.

Sinval - No caso específico daRegião Sul, o problema foi a quan-tidade de chuvas. Nas duassemanas de chuvas que tivemos, acoleta só pode ser feita em um oudois dias. Acho que as chuvas nãochegam a atrasar a coleta, maspodem atrapalhar a velocidade damesma. Outro problema queatrapalhou um pouco também foio atraso na locação de veículos, osquais só chegaram no dia 14 desetembro, 44 dias depois do Censoiniciado.

Vou te contar - Qualestá sendo, na sua opinião, o meiomais eficiente para conscientizara população da importância dereceber bem o recenseador eresponder corretamente aoquestionário?

Biffi - Continua sendo atelevisão o meio de comunicaçãomais eficiente. As inserções nasnovelas e depoimentos de artistastêm ajudado bastante nadivulgação do Censo.

Adão - Divulgação através dorádio e televisão.

Daniel - A veiculação demerchandising na televisão, prin-cipalmente as cenas apresentadasdurante novelas, que têm grandealcance junto aos telespectadores.

Aniberto - O uso intensivoda mídia.

Maurício - O que maisinfluencia a população parareceber bem o recenseador, logi-camente após a mídia nacional,são as ações de caráter local,através das Rádios AM e FM, emprogramas populares e noticiários,por usarem uma linguagemmais simples e direta. As rádios

do recenseador à noite ou nos finsde semana porque são pessoas ocu-padas, que estão nos ministérios ouestão viajando. Sendo assim, orecenseador fica sem espaço. Elebate à porta várias vezes e nada.É significativo o número de recen-seadores que desistem dessas áreas.Eles começam a trabalhar edesistem, pois não acham osmoradores.

José Renato - Tivemos pro-blemas de deslocamento (trans-porte), áreas indígenas, chuvas eacesso a algumas áreas restritas,mas nada que não esteja dentro dasprevisões iniciais. Os problemasque surgem estão sendo resolvidos.

Romualdo - O que impactouo início da coleta foi o atraso dematerial.

Fátmato - Eu tive problemascom as áreas distantes que ficamno Pantanal, em relação à dis-tribuição de material, pois é bemmais distante. Além disso, têmáreas de difícil acesso e perigosaspor causa do tráfico de drogas. Osrecenseadores ficaram receosos emtrabalhar nelas.

Argemiro - Houve falta derecenseadores em alguns muni-cípios e não conseguimos contrataro número previsto no edital doconcurso. Além do atraso do enviode recursos financeiros para pagara ajuda de custo dos recenseadorese aluguel de barcos - fatores quetambém prejudicaram a coleta nonosso estado.

Leles - Pelo fato de Tocantinse Mato Grosso serem regiõesmuito extensas tivemos problemasde distribuição de material. No no-roeste do Goiás, a coleta apresen-tou problemas porque os recen-seadores estavam envolvidos emcampanhas políticas e, por isso,não aceitaram o valor do paga-mento estabelecido pelo IBGE.Diante disto, enviaríamos Agentes

estão descongelando pois estáchegando o verão nessa região.Com o degelo no oeste daAmazônia, os rios voltarão aencher. Então, nós temos particu-laridades dentro do mesmo estado.

Maria Antonia - Nossogrande problema são as grandesextensões de setores rurais. Sãosetores com mais de 1.000 quilô-metros, os quais não têm limitesvisíveis e definidos por acidentesgeográficos, somente limitesimaginários (“linhas secas”),estabelecidos pelos técnicos doIBGE. Isto desestimula o recen-seador que chega ao local e nãosabe como delimitar sua área deatuação. Além disso, as chuvascastigaram parte do estado.

Walker - No Distrito Federal,o mais difícil é os recenseadoresconseguirem realizar com desen-voltura o recenseamento das áreasdo Lago Sul, Lago Norte, Asa Sule Asa Norte - as mais nobres deBrasília. Estes locais, apesar dogrande grau de conhecimento eutilização dos dados estatísticos,são os que menos colaboramporque é incômodo receber a visita

Romualdo Pereirade Rezende

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Sinval Dias Santos

Antonio MoreiraLeles

esclarecem melhor a população,dando inclusive a oportunidadepara a sua participação nosprogramas, com a resposta ime-diata a seus questionamentos.Outra alternativa são as igrejas. EmSanta Catarina, o Bispo da IgrejaUniversal do Reino de Deusorientou todos os pastores doestado para que informassem emseus cultos a importância do Censopara o país, e que recebessem bemo recenseador do IBGE.

Guedelha - No caso do Ma-ranhão, face às condições de acessoa informações pela maioria dapopulação, a combinação de maisde um meio de comunicação foieficaz para informar à populaçãosobre o Censo. Há situações quedemonstram que muitas pessoaslêem jornais diários; outro seg-mento assiste mais televisão e umterceiro ouve programas radio-fônicos. Estes são os meios que euconsidero de grande eficácia paraas áreas urbanas, além do outdoor.No caso das populações rurais,prevalece o rádio seguido da tele-visão. Concluo, dizendo que autilização do rádio e da televisãocom planejamento voltado paraprogramas de maior audiência ébastante positivo para a divulgaçãodo Censo.

Marilene - Não existe umúnico meio responsável pela boareceptividade ao recenseador epelo fornecimento de respostas.O conjunto de recursos utilizados

na organização, planejamento edivulgação do Censo 2000 temgerado um surpreendente envolvi-mento da população, como, porexemplo, formação das CCMs,informações sobre o Censo nahomepage do IBGE e divulgação doconcurso para o pessoal que traba-lharia no Censo. O mais eficientemeio de comunicação do Censo2000 tem sido a postura de fornecerrespostas ao interlocutor, seja elecidadão ou a grande imprensa.A resposta é elemento funda-mental do diálogo e este é o prin-cipal responsável pelo envolvimentoda população no Censo 2000.

César - A participação emprogramas locais de rádio etelevisão. Como se trata doAmazonas, o rádio é o meio decomunicação mais utilizado.

Maria Antonia - Não hádestaque para determinado meiode comunicação, considerandoque, de maneira geral, cada um tempapel relevante na forma, meio emodos de como se veicula umainformação para que se torne umpoderoso instrumento de conscien-tização e mobilização. A eficiência,portanto, está condicionada àqualidade de como a mensagem deconscientização é desenvolvida equal a intensidade com que atinge

o público-alvo, tendo sido variadaem função de diversos fatores:região, cultura, tradição, statuseconômico, costumes etc. Em sín-tese, cada um tem seu mérito, pesoe valor de acordo com as circuns-tâncias locais.

Walker - Na opinião daequipe de Coordenação da Coletado Censo 2000 do Distrito Federal,os veículos de comunicação quemais têm atingido a população nadivulgação do Censo 2000 são asmídias televisiva e a radiofônica.Esta última por atingir as camadasmais humildes e participativas dapopulação através de programasinterativos.

José Renato - Acredito que omelhor meio é a televisão, cominserções em programas de au-diência popular. Considerando ocusto, outra alternativa é a mídiaimpressa através de matérias pre-paradas com antecedência pelacoordenação geral, que abordam autilização social, acadêmica egovernamental dos dados, evitandoo entendimento que o Censo seesgota na contagem populacional.Como a maior resistência em seresponder ao Censo é das classesmédia e alta, a matéria, tanto datelevisão, como da mídia impressa,deve atingir este público alvo.

Romualdo - A televisão é omeio de comunicação maiseficiente, pois atinge todas asclasses sociais, através de matériasem telejornais locais ou nacionais,inserções em novelas e propagandaem horário nobre.

FátmatoEzzahrá Shabib

Argemiro Carvalho

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Fátmato - Acredito que osmeios de comunicação tradicio-nais, jornais, revistas, rádio e TV,são os mais adequados e eficientespara atingir todas as classes emáreas urbanas das cidades maiores.Contudo cabe destacar que algu-mas ações devem ser informadas,como, por exemplo, na região defronteira com o Paraguai, a divul-gação dos nossos spots foi exata-mente nas rádios paraguaias, já quea população fronteiriça tem ohábito de ouvi-las.

Argemiro - O meio maiseficiente é a televisão, através danovela das oito e os telejornaisnacional e local, seguidos de pertopelos programas de informaçãopopular veiculados nas rádios AMe FM. E, depois, os jornais de cir-culação nacional.

Sinval - O meio mais eficiente,sem dúvida, é a televisão, prin-cipalmente no horário nobre. Asmatérias veiculadas no JornalNacional e até mesmo as veiculadasna novela das oito ajudaram bas-tante o trabalho do recenseador.Além disto, a divulgação naimprensa local e nos jornais regio-nais também contribuiu na di-vulgação do Censo 2000.

Vou te contar - Como estásendo a atuação das ComissõesCensitárias Municipais na suaregião?

Biffi - Por enquanto está tudomaravilhoso. Vamos ver quando osmunicípios estiverem próximos dofinal de coleta. A situação podemudar e, sendo assim, será impor-tantíssimo o trabalho dasComissões Censitárias Municipais.

Adão - Na maioria dosmunicípios não vimos interesse dosmembros da comissão, havendo atédificuldade de realizarmos asreuniões por falta de quorum.

Daniel - Nesta unidade, quereúne 242 Municípios, em todos

foram criadas as CCMs, sendo al-gumas mais e outras menos repre-sentativas. Deste modo, tivemos aoportunidade de divulgar otrabalho do Censo 2000, direta-mente, pelo menos para cadamembro dessas comissões, o quejá seriam 1.000 pessoas.

Aniberto - As CCMs têm sidoum instrumento valioso para oacompanhamento dos trabalhoscensitários. Como exemplo dasquestões abordadas, citamos as dis-cussões sobre eventuais impre-cisões de limites intermunicipais.

Maurício - Instalamos asCCMs em todos os municípioscatarinenses. Tiveram e estão tendouma grande representatividade,tendo em média oito participantespor comissão, perfazendo um totalde 2.306 membros nos 293 muni-cípios do estado, sendo que a maiorcomissão conta com 26 autori-dades. Mais de 60% dos municí-pios já fizeram a sua primeirareunião ordinária, alguns já estãona terceira, e a principal cobrançahoje, é o projeto “Vamos Contar”,pois o envolvimento das Secre-tarias Estadual e Municipal de Edu-cação tem sido significativo. Temosparticipado de reuniões estaduaise municipais, desde o ano passadoe sempre falando do projeto.

Guedelha - Já instalamos asCCMs nos 217 municípios doMaranhão e já fizemos duasreuniões. Em alguns municípiosestamos partindo para a terceira,inclusive na capital, a qual eupresido.

Marilene - As reuniões dasCCMs em São Paulo têm sidoexcelentes, inclusive da capital foiimplementada com excelente re-sultado. Está havendo o exercícioda cidadania que a gente tantobusca e não podemos deixar deafirmar que a CCM está contri-buindo e muito.

César - Foram muito boas eatravés delas conseguimos auxíliono transporte urbano. Recenseadornão paga ônibus em Manaus. Alémda colocação de cartazes emônibus. Os líderes comunitáriosque participam das comissõesauxiliaram a coleta, na medida emque facilitaram o acesso dosrecenseadores às regiões domina-das pelo tráfico de entorpecentes.Cada reunião está contando coma participação de 50 a 60 pessoas.Outro exemplo de ação que conse-guimos através das CCMs foi ainserção gratuita do anúncio doCenso 2000 sobre pessoas porta-doras de deficiência no programaFantástico, veiculado pela retrans-missora da TV Globo no estado.

Maria Antonia - As reuniõesdas CCMs de Minas Gerais estãotranscorrendo muito bem e têmsido uma ferramenta subsidiáriabastante eficiente. A de BeloHorizonte, especialmente, é exce-lente porque está seguindo à riscaas atribuições próprias de umaCCM que são ajudar a resolver aspendências e dar apoio, tais como:disponibilidade de local paratreinamento, mobiliário, imóveis,divulgação, enfim, tudo de que ne-cessitamos.

Walker - Em Brasília, apesarde termos município único, conta-mos com 19 Regiões Admi-nistrativas e em cada uma insta-lamos uma CCM, cujos membrossão representativos da adminis-tração local e de segmentosorganizados da sociedade. Porterem representatividade junto àscomunidades, estas pessoasparticipam do processo de acom-panhamento e discussão dasmelhores formas de se realizar acoleta do Censo 2000. Neste con-texto, deparamos com umareivindicação antiga dos adminis-tradores regionais e da maioria dosórgãos e comunidades usuárias dosdados estatísticos do DF, que é o

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IBGE divulgar os re-sultados do Censo 2000por região administra-tiva e não somentedivulgar o quantitativoda população de Bra-sília, que, em suma, é apopulação do DF. Istoé um problema quegostaríamos de versolucionado.

José Renato - Asreuniões são impor-tantes e nós fizemos umtrabalho junto com asassociações regionais deprefeituras. Conver-samos sobre a impor-tância da participaçãoda sociedade no Censo 2000.Salientamos que, normalmente,após o término do Censo é que asprefeituras procuram o IBGEreclamando dos números, porém,o momento de reclamar é durantea execução do trabalho, permitin-do assim, caso se constate algoerrado, que seja corrigido. É muitoimportante a participação dasCCMs. Há municípios em que otrabalho é difícil pois não conse-guimos reunir as pessoas. Marca-mos a reunião e, às vezes, não vaininguém. As pessoas ainda não seadaptaram a esse tipo de partici-pação e esta é a grande dificuldadeque temos em relação às CCMs.

Romualdo - Praticamente90% dos municípios têm CCMsinstaladas e há um interesse muitogrande nos resultados e informa-ções que passamos para os mem-bros. Eles estão maravilhados como Censo e isso é algo muito bonito

que eu vi na capital. Teoricamente,não haveria motivo de existir umaCCM num município tão grandecomo o Rio de Janeiro, o qual nãose importa muito com o Fundo deParticipação dos Municípios por terum número de população bem alto.Enfim, o que os participantes dasCCMs têm demonstrado é uminteresse bem grande nos númerose informações do IBGE. Eles parti-cipam ativamente, são disse-minadores, não faltam às reuniõese promovem ações, como, porexemplo, um deles faz parte dosAdministradores de Imóveis. Nojornal da entidade, ele publicou umamatéria sobre o Censo, dirigida aossíndicos, além de ter enviado cartasaos mesmos explicando sobre aoperação censitária.

Fátmato - Eu acho que sãoótimas e sua utilização importante,apesar da resistência do pessoal doquadro. Eles não aceitam muito e a

gente precisa insistir paraque elas ocorram. O pes-soal de fora tambémmostra resistência. Mui-tas vezes o prefeito faltae precisaria fazer umaconscientização maior.Mas, mesmo assim, elasviabilizam o trabalho enas cidades pequenas adivulgação do Censo ficapor conta delas.

Argemiro - As reu-niões estão sendo muitoboas e muito provei-tosas. Além disto, otrabalho do IBGE estásendo bem aceito ebastante elogiado, o que

é muito bom para a gente.

Leles - O DERE ficou umpouco afastado das reuniões dasCCMs porque demos preferênciaao acompanhamento gerencial edeixamos o coordenador técnico eo chefe da DIPEQ a cargo dasmesmas. De todo modo, as CCMstêm se mostrado bastante boas.A participação da comunidade temse efetivado, exceto em poucoslugares, nem sempre os membroscomparecem. Eles preferem man-dar representantes - o que enfra-quece o poder da CCM. No todo,as reuniões têm sido boas.

Sinval - As reuniões estão indomuito bem em todo o estado. Osmembros estão participando ediscutindo ativamente. Além disto,o IBGE tem informado como acoleta de dados está sendo feita,bem como a metodologia utilizada,o que é muito bom para as CCMs.

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gente contando gente

Vou te contar - Uma campa-nha de publicidade com anúnciosem TV, jornais, rádio e mídiasalternativas é suficiente para que aspessoas tenham consciência daimportância das informações obti-das através de um Censo?

Marco Antônio - Fazendouma avaliação a partir de viagensàs unidades regionais e do acom-panhamento, mais de perto, no Riode Janeiro, pode-se concluir que acampanha está muito boa. Eu achoque isso é importante ressaltar.Acho que está atingindo o objetivoque é fazer as pessoas terem cons-ciência da importância do Censo.Ainda assim, não só a CoordenaçãoTécnica do Censo Demográfico(CTD), mas a direção do IBGEestão sempre recomendando quenas reuniões das Comissões Censi-tárias Municipais (CCMs) sejaenfatizada a necessidade de que oscomponentes das comissões, espe-cialmente representativos da so-

comissões a necessidade de elesajudarem na divulgação do Censo.

Vou te contar - A verba doFundo de Participação dos Muni-cípios é proporcional ao número dehabitantes de um município. Comoo IBGE espera enfrentar possíveisproblemas que possam surgir nosmunicípios cujos números surpre-endam negativamente as autori-dades locais?

Marco Antônio - É importanteesclarecer que eventuais diferençaspara menor no número da popu-lação de um município qualquerpodem ou não causar perda nacota, a qual é definida peloTribunal de Contas da União.A obrigação do IBGE é informaras estimativas de população.Consideramos que o papel dasCCMs é fundamental nesta ques-tão. À medida que os represen-tantes acompanham de perto e comtransparência a evolução da coletae os resultados do Censo, a genteentende que as reclamações deeventuais perdas de população nãovão acabar, mas podem diminuirem relação a censos anteriores.Havendo reclamações, a gente vaise preparar para mostrar tecni-camente as razões de a populaçãode um determinado município terficado com o número apresentadopelo IBGE.

Vou te contar - Quando serãodivulgados os resultados do

Censo?

Marco Antônio -Pretendemos di-

vulgar os resul-tados preli-

minares

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ciedade, contribuam e colaboremdivulgando o Censo e mostrando àpopulação a importância de se res-ponder ao questionário. Não hánecessidade de novas medidas emrelação à campanha. O importanteé enfatizar aos participantes das

De tudo um poucosobre oCenso 2000

De tudo um poucosobre oCenso 2000

Se o assunto é Censo 2000, Marco Antonio dos Santos Ale-xandre, coordenador técnico do Censo Demográfico, tem as infor-mações na ponta da língua. Afinal são 10 a 12 horas diárias dededicação à maior operação de recenseamento já organizadano país. Comandando uma equipe de 65 técnicos lotados naDiretoria de Pesquisas (DPE), ele sabe tudo e mais um pouco doCenso e garante “para conhecer, é preciso se dedicar”. Entrevis-tado pela , Marco Antonio analisa e opina sobrevários assuntos que envolvem o Censo 2000, desde a importân-cia da campanha publicitária para conscientização da populaçãoaté a exclusão e inclusão de perguntas nos questionários básicoe da amostra. Confira a entrevista.

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(população por sexo e situação dedomicílio) até dezembro deste anoao nível de município. Até agostodo ano que vem, estão previstosos resultados do universo: con-junto dos domicílios que preen-cheram o questionário básicosomado ao conjunto dos quepreencheram o questionário daamostra. Destes dois, extraímos sóo conteúdo com as respostas refe-rentes às perguntas que aparecemno questionário básico. Destemodo, teremos o conjunto uni-verso, ou seja, o conjunto com aparcela das perguntas do Censoque foram respondidas por toda apopulação. Em 2001, está previstaa divulgação da sinopse preliminare, ao longo de 2002 e 2003, vamoscomeçar a divulgar os resultadosda amostra em temas. Ressaltamosque sempre iremos preservar osigilo das informações e a nãoidentificação dos entrevistados,seja qual for o nível de desagre-gação da informação geográfica.Pelos mecanismos que existemhoje, de acesso a microdados, oumelhor, de disseminação e po-pularização do uso da micro-informática, é possível trabalharcom arquivos de microdados eeventualmente pode-se até chegarao nível de setor censitário.

Vou te contar - E como seráfeita a divulgação desses resultados?

Marco Antônio - O IBGEainda está definindo qual a estra-tégia de disseminação e divulgação.Podemos adiantar que haveráacesso a microdados sempre coma preocupação de se garantir osigilo. É importante ressaltar queos níveis de desagregação começama ficar flexibilizados em relaçãoà capacidade de utilização do dadopelo próprio usuário. À medidaque ele tiver condições de proces-sar arquivos de maior volume, elevai descer a níveis diferentesdaqueles que normalmente se faziaquando você se limitava à divul-

gação dos resultados em volumeimpresso. Quando muito se con-seguia chegar até o distrito emesmo assim nem todas as tabelasestavam acessíveis. Agora com afacilidade do microprocessamento,ganha-se uma nova dimensão.No Censo de 1991, os resultadosjá estavam disponíveis em micro-dados, mas a procura era menor.Somente institutos de pesquisa epesquisadores acostumados atrabalhar com esses arquivos pro-curavam e ainda procuram desdeaquela época. O público geralficava mais limitado ao dadoimpresso. Além disso, a página doIBGE na internet hoje oferece umimpressionante conjunto de infor-mações, não só sobre o Censocomo sobre outras pesquisas, con-solidando-se como outro veículoque vai facilitar muito o acesso aodado em diversos níveis de desa-gregação da informação.

Vou te contar - Em que con-siste o Sistema de IndicadoresGerenciais de Coleta do Censo2000 - o SIGC?

Marco Antônio - O sistema,instalado nos postos de coleta doIBGE informatizados, serve paragerar indicadores que permitemacompanhar o andamento da co-leta, ter sinalizações sobre setoresque podem estar com problema decobertura e gerar todos os arquivospara o pagamento dos recensea-dores. Além disto, os resultadospreliminares e a sinopse preliminardo Censo serão gerados pelo siste-ma, sendo o arquivo de referênciapara trabalharmos a entrada dedados do Censo através dos scanners.

Vou te contar - De que formao sistema funciona?

Marco Antonio - O recensea-dor entrega ao supervisor o tra-balho realizado no período esta-belecido para dar retorno ao postode coleta. O supervisor, então,deve preencher planilhas cominformações sobre o número depessoas recenseadas naquela sema-na por tipo de questionário. Asplanilhas são transcritas para umdocumento a ser entregue a algumoperador que digita as informaçõespara dentro do SIGC, fazendo acompatibilização.

Vou te contar - Alguns gruposda sociedade levantaram umapolêmica sobre o quesito “sexo” noquestionário, considerando que oCenso não contempla os homos-sexuais ao oferecer apenas as op-ções “feminino” e “masculino”.O senhor concorda?

Marco Antônio - Há duasquestões bem distintas neste caso.A primeira seria uma demanda porincluir nos questionários do Censouma pergunta sobre orientaçãosexual. E a direção do IBGE jáemitiu uma nota esclarecendo quese trata de um assunto muito indi-vidualizado, que requer que a en-trevista seja feita pessoa a pessoa,tornando a pesquisa inviável ope-racionalmente dada a dimensão dopaís e o tamanho da população.Além do mais, talvez não fosse umaúnica pergunta que poderia escla-recer ou dar luz à questão da orien-tação sexual. Antes de se pensar emincluir uma pergunta desse tiponum questionário do Censo, elanecessariamente precisaria passarpor testes. Trata-se de uma questãode foro íntimo e que precisa de umtratamento diferenciado como, porexemplo, entrevistar as pessoasisoladamente e isto nunca acontecequando o recenseador faz entre-vista para o Censo. Outro aspectoé a declaração de pessoas domesmo sexo que vivem uma uniãoconjugal num domicílio recen-seado pelo Censo. Não existe ne-

“As pessoas que vivem emdomicílios improvisados,

como embaixo de viadutos,por exemplo, serão

recenseadas.”

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quer operação censitária do mundotodo, trabalha-se com uma taxa deomissão de população que é ge-ralmente uma taxa pequena quenão afeta a interpretação dosresultados. A possibilidade de se terum resultado distorcido poromissão só existe se houver umnível de omissão muito alto eestamos preparados para evitá-lo.Para finalizar, no encerramento dacoleta no município, as CCMsserão informadas sobre os resulta-dos, permitindo uma avaliaçãoantes dos dados serem apurados,caso haja falhas. Então, temosvárias etapas de acompanhamentoe avaliação do trabalho até chegar-mos ao resultado divulgado. Issosignifica dizer que a nossa expec-tativa de omissão é muito pequena.

Vou te contar - Em relação àpopulação de rua, de que modo foiplanejado o recenseamento?

Marco Antônio - A questão dapopulação de rua tem que ser vistacom cuidado, pois há que se distin-guir as pessoas que vivem nas ruase as que passam uma parte do seutempo na rua, mas que possuemum local de moradia. Outra ques-tão que é importante esclarecer éque as pessoas que vivem em domi-cílios improvisados, mesmo que emlocais inadequados, como embaixodo viaduto, por exemplo, serãorecenseadas. Portanto, a parcela dapopulação que eventualmente vaideixar de ser recenseada é aquelaque além de ficar na rua, não temum local habitual de moradia quepossa ser caracterizado como do-micílio improvisado. Acreditamosser esta a menor parcela. Até por-

nhuma orientação do IBGE nosentido de que as pessoas não pos-sam fazer esta declaração ou queesta situação não possa ser regis-trada no questionário. Se um casalhomossexual, residindo no mesmodomicílio, for encontrado e decla-rar essa situação ao recenseador,ele vai registrá-la no questionário.

Vou te contar - Considerando-se a hipótese de que haverá casos depessoas que não foram recenseadasapós a fase de coleta, de que modoo não recenseamento das mesmas noCenso 2000 poderá influenciar osresultados da pesquisa censitária?

Marco Antônio - Estamoscom um conjunto de mecanismosde acompanhamento da coletapara minimizar os casos de omissãode domicílios e pessoas. Temos umprocesso de acompanhamento dacoleta com os setores ainda em an-damento através do sistema deindicadores gerenciais da coletaque sinalizam eventuais setoresonde pode estar ocorrendo umproblema de cobertura. Para cadasetor encerrado, o mesmo sistemasubmete os resultados daquele se-tor, em termos de cobertura, a oitoparâmetros que avaliam a propor-ção de domicílios ocupados, fecha-dos, vagos e de uso ocasional e pro-porção de homens e mulheres emrelação ao total. Este sistema tam-bém submete os resultados a umasérie de outros indicadores que nospermite avaliar se o setor está den-tro da expectativa em relação aohistórico da área e sinalizar paraalgum problema que possa estarocorrendo. Desta forma, antes dosresultados serem apurados, pode-remos corrigir se houver omissão.Além disso, há um plano de super-visão para ser executado pelos su-pervisores os quais devem percor-rer trechos de setor (feitos pelosrecenseadores) por amostras. Elesdevem verificar se houve omissãode domicílios e pessoas. Em qual-

que é muito difícil recensear as pes-soas que não dispõem de um domi-cílio improvisado, operacionalmentefalando, pelo fato de se movimen-tarem com muita facilidade. Ao ten-tar contar essa parcela da população,corre-se o risco de ser duplicadaporque hoje ela pode ser recenseadanum setor e amanhã em outro.

Vou te contar - Sabe-se que aviolência é um fator negativo parareceptividade da população aosrecenseadores que trabalham noCenso 2000. O Sr. acha que a po-pulação tem se mostrado receptivaà pesquisa censitária ou estratégiasforam criadas para que hajareceptividade do público ?

Marco Antônio - Sobre oponto de vista da violência, nãotivemos, até agora, relato de algu-ma situação na qual as pessoastenham se recusado a receber orecenseador até porque se trata deum fenômeno característico dasgrandes cidades. Preparando-separa isto, o IBGE tomou uma sériede medidas. Por exemplo, nos con-domínios de classe média e classemédia alta, onde existe uma difi-culdade em se fazer contato commoradores, os recenseadores sãoorientados a procurar o síndico querecebeu, das unidades regionais doIBGE, um documento onde estáimpressa a foto do recenseador quevai trabalhar no condomínio. Hátambém o Disque-Censo, 0800218181, que o IBGE colocou àdisposição da população para qual-quer dúvida em relação à identi-dade da pessoa que bate à porta,dizendo-se ser recenseador doIBGE, ou outro aspecto da coleta.Além disto, uma das estratégias foitentar alocar as áreas de trabalhodos recenseadores próximas às suasresidências, principalmente nas re-giões mais expostas a algum con-flito. Desta forma, se facilita o tra-balho de pesquisa, pois as pessoasrecenseadas geralmente conhecemo recenseador que é da região.

“Sob o ponto de vista daviolência, não tivemos

relato de alguma situaçãona qual as pessoas tenham

se recusado a recebero recenseador.”

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tigados? Se houve, quais foram e oque determinou tais mudanças?

Marco Antônio - Eu diria que90% do conteúdo dos questioná-rios do Censo 91 é igual aos ques-tionários do Censo 2000, mas coma inclusão de algumas perguntas eformato e desenho diferenciados,por conta do processo de entradade dados que será por scanner. Amaioria das modificações são deforma e não de conteúdo. No ques-tionário da amostra, por exemplo,há alguns quesitos novos. Na partede características de habitação,introduzimos perguntas sobre aexistência de novos bens no domi-cílio, os quais ganharam uma di-mensão maior por parte da popu-lação preocupada em adquiri-los,como por exemplo, número deaparelhos de ar condicionado,forno de microondas e microcom-putador, entre outros. Na parte deeducação, do questionário daamostra, também houve modifi-cações, uma de conteúdo e outrada população abrangida. Até 1991,os quesitos de educação eramaplicados à população que tivesse5 anos ou mais de idade. E noCenso 2000, estamos abrangendotoda a população, contemplandoinclusive a freqüência à creche. Sejaqual for a idade da pessoa, elaresponde aos quesitos de educação.Quanto ao acréscimo, introdu-zimos a pergunta sobre qual a redede ensino freqüentada - pública ouparticular. Na parte de migração,foi incluída uma pergunta que fezparte dos questionários da amostrado Censo de 1980. Quer saber qualé o município em que a pessoatrabalha e estuda, caso ela trabalheou estude em outro município quenão é o que ela reside. Na parte denupcialidade, não só perguntamosestado conjugal como estado civil.E, finalizando, incluímos perguntasdestinadas às pessoas portadoras dedeficiência. Interessa saber se a pes-soa é portadora de cegueira totalou parcial, surdez total ou parcial

Este conjunto de medidas tomadasestão desaguando em pouquís-simos casos de recusa em prestarinformação para o Censo. E mes-mo nos casos já ocorridos, o super-visor ou o agente censitário muni-cipal intervém e procura fazercontato com os eventuais morado-res que se recusaram a prestar in-formação por medo ou insegu-rança. Dificuldades existem, masa gente está conseguindo superá-las. Até agora não nos deparamoscom nenhum caso intransponível.

Vou te contar - Em quais esta-dos o senhor esteve presente no lan-çamento do Censo 2000? Que im-pressão teve em relação à mobiliza-ção destes estados para esse evento?

Marco Antônio - Eu estive emGoiás, Piauí e Tocantins e a impres-são nos três estados foi ótima.A cobertura da imprensa foi exce-lente e permitiu que o IBGE divul-gasse o Censo na época do seulançamento. Do ponto de vista doimpacto junto à população, asso-ciou-se o lançamento do Censo aoinício da campanha publicitária ea impressão unânime é de que olançamento foi muito bom. Temosque ressaltar o trabalho bem feitodas chefias dos Departamentos Re-gionais (DEREs) e das Divisões dePesquisa (DIPEQs), que criaramtodas as condições para que a gen-te, ao chegar às capitais, tivesse apossibilidade de divulgar o Censo.

Vou te contar - Comparando-se os questionários do Censo 1991e do Censo 2000, houve muitasmodificações nos quesitos inves-

e deficiência mental total ou par-cial. Além de investigar se a pessoaé portadora da deficiência com-pleta, também interessa saber se éportadora de alguma tipo de inca-pacidade com graus diferentes.

Vou te contar - Somente oquestionário da amostra - e não obásico - aborda questões relativasàs pessoas portadoras de defi-ciência. No caso de um domicílioonde mora um portador de defi-ciência ser contemplado com oquestionário básico, dados sobreeste portador não seriam apurados.Como considerar então que a pes-quisa será fidedigna?

Marco Antônio - A técnicaestatística de amostragem proba-bilística garante que se possa inves-tigar uma determinada caracterís-tica numa pesquisa qualquer -independente de ser Censo ou não- por amostra, sendo esta amostrarepresentativa do conjunto. E épossível reproduzir resultados re-presentativos para o conjunto. Taisresultados estão associados à pre-cisão e o IBGE tem absoluto con-trole, medindo a precisão das esti-mativas que ele fornece através dosquestionários do Censo e divulgaa precisão associada à cada estima-tiva. Desde 1960, o IBGE aplicaum conjunto de temas e perguntasno Censo por amostra. Não temosnotícia de outra pesquisa de âmbitonacional que tenha uma amostrarepresentativa de todo o conjuntoda população como a que o Censousa, inclusive pensando-se nadivulgação de resultados em níveisgeográficos menores que as uni-dades da federação, chegando aonível dos grupos de municípios,municípios e até áreas menores quemunicípios. É importante que aspessoas entendam que ao aplicar-seo questionário da amostra não signi-fica dizer que os resultados do Censosó serão representativos daquelesdomicílios que o responderam.Pelo contrário, são representativosdo conjunto da população.

“Eu diria que 90% dosquestionários do Censo de91 são iguais aos do Censo

2000, mas com a inclusão dealgumas perguntas eformato de desenho

diferenciados.”

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nos estados

A revista procurouconhecer as experiências vividas

pelos Setores de Documentação eDisseminação de Informações (SDDIs) de

outros estados, em relação à divulgação eàs estratégias de marketing utilizadas para

o Censo 2000 e, para tanto, enviou perguntaspara as chefias do Mato Grosso e do Rio Grandedo Norte. Como se poderá perceber, a diferençade lugar fez diferir, logicamente, os graus dedificuldade ou facilidade nas ações desenvolvidaspelos dois setores. O mais importante, porém, énotar o crescimento que tanto um quanto outrosentiram na capacidade de realizações, por contada liberdade de atuação para “viabilizargratuitamente a divulgação” no próprio estado,como ressaltou Maria do Carmo Silva Sigarini, chefedo SDDI de Mato Grosso. Ou como destacou oassistente da chefia do Rio Grande do Norte,Ivanilton Passos de Oliveira, quando disse que nomundo de hoje, “os detentores de informaçõesserão os mais privilegiados”. Vejamos, então, asoutras considerações de nossos dois entrevistados.

SDDIs: partilhandoexperiênciasSDDIs: partilhandoexperiências

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Vou te contar - Quais asestratégias e ações que sua unidadeconseguiu viabilizar gratui-tamente para a divulgação doCenso 2000?

Maria do Carmo - Veicu-lamos mensagens nas contas deluz e água do estado, em jornais erádios internas, folhetos de missasdominicais, entre outros.

Ivanilton - Conseguimosdivulgar a fita “betacam” comos comerciais de TV do Censo2000, nas principais emissorasde TV (Ponta Negra-SBT, eTVU-Universidade), além daCabugi-Globo (contratada).Divulgamos spots para rádio nasprincipais emissoras AM e FMdo estado e da capital (FMNordeste-98,9, Rádio104,7FM, Radio Cabugi, Cidade FM-94,3, Nordeste Evangélica-102,39, Rádio 96 FM-Reis Ma-gos, Rádio Poti e Rural). Coloca-mos banners e cartazes nos trêsshopping centers existentes(Natal Shopping, Via Direta ePraia Shopping).

Entrevistas sobre o Censo2000 nos canais de televisão erádio, inclusive com as principaispersonalidades do estado. Alémde frases sobre o Censo na contasde água, luz , telefone e nos extra-tos de conta corrente dos clientesdo Banco do Brasil. Conseguimosainda que o Banco do Brasil, aAssociação de Pais e Amigos deExcepcionais (APAE), Univer-sidade Federal do Rio Grande doNorte, Universidade Potiguar,Empresa Brasileira de Correios eTelégrafos, Receita Federal,Secretaria de Educação do Estadoe Município, Secretaria de Saúde,Ministério do Trabalho e princi-pais redes de supermercado dis-tribuíssem cartazes para suasunidades neste estado.

Vou te contar - De queforma foi feito o contato com osapoiadores do Censo 2000?

Maria do Carmo - Fizemoscontatos por telefone e, depois,pessoalmente, através de ofício.

Ivanilton - O contato com osapoiadores foi feito pessoalmentecom a direção das empresas einstituições colaboradoras.

Vou te contar - Houve recep-tividade imediata dos parceiroscontactados para colaborar coma divulgação do Censo 2000?

Maria do Carmo - A recep-tividade não foi de imediato, foipreciso fazer vários contatos.

Ivanilton - Houve uma boareceptividade dos parceiros con-tactados para colaborar com oCenso 2000, principalmente pelobom relacionamento da nossainstituição, tanto no setor públicoquanto no privado, cuja cola-boração foi feita dentro do pa-drão de viabilidade econômico-financeira permitida na atual con-juntura econômica globalizada.

Vou te contar - Que tipo deempresas/instituições se inte-ressaram em colaborar?

Maria do Carmo - Empresascomo Banco do Brasil, Depar-tamento Estadual de Trânsito(DETRAN), Universidade Federalde Mato Grosso, igrejas, Secre-taria de Estado de Fazenda,escolas e comércio em geral.

Ivanilton - As empresas einstituições que se interessaramem colaborar foram: no setorpúblico, as repartições públicas eestatais (Banco do Brasil e aEmpresa dos Correios e Telé-grafos) e no setor privado: áreado comércio, shopping centers,centros comerciais, hipermer-

cados, supermercados e droga-rias. Na área de transporte, aEmpresa de Transportes Urbanosda Capital se interessou. E nosetor de serviços, por sua vez,restaurantes e praça de alimen-tação dos shopping centers eemissoras de televisão e rádio.

Vou te contar - Além daampliação da divulgação doCenso 2000, que outro pontopositivo esta troca de experiênciascom os parceiros trouxe para osSDDIs e, conseqüentemente, parao IBGE?

Maria do Carmo - foi muitoboa essa troca de experiências,pois tivemos uma ação mais pre-sente nessa verdadeira maratonade diagnóstico e idéias, onde cadaestado tem a liberdade de conse-guir viabilizar gratuitamente a di-vulgação do Censo 2000.

Ivanilton - na divulgação doCenso 2000, o SDDI procurouempresas e instituições que pos-suíssem um “efeito multiplica-dor” representativo para a socie-dade da nossa região. Nestatroca de experiências, tivemosvários fatores positivos, taiscomo: conseguimos novas parce-rias e ampliar nosso público alvo.Incrementamos as vendas dosprodutos e serviços, bem comoa disseminação de informaçõesda nossa instituição. Outro fatorpositivo foi o aperfeiçoamentoda nossa capacidade dedesenvolver tarefas “bem sucedi-das”, sem os recursos financeiros,materiais e humanos necessários.E o mais importante para o IBGEé a sua consolidação como órgãotécnico-científico imprescindívelpara a sociedade globalizada donovo milênio, cujos detentoresde informações serão os maisprivilegiados.

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reportagem

Esta frase é repetida, emmédia, 1.500 vezes por dia pelas45 atendentes do Disque-Censo,contratadas para responder àsdúvidas ou possíveis esclareci-mentos relativos ao recensea-mento, que vem sendo feito, peloIBGE, desde 1o de agosto no Brasilinteiro. No ínicio, chegaram a seratendidos em torno de 5.000 tele-fonemas diários. O atendimento,que começou a funcionar junta-mente com o Censo, opera de 2a a2a, das 7h às 22h e tem, nos finaisde semana, seu período maisaliviado, quando a média cai para500 ligações diárias.

As atendentes do Disque-Censo foram selecionadas por umaempresa que exigiu o perfil básicopara um Call Center: ter boadicção, boa audição e 2o grau com-pleto. Elas receberam orientaçõesquanto às respostas que deveriamser dadas sobre o Censo, mas deacordo com Carlos Lessa, gerentede Atendimento do CDDI doIBGE, “o treinamento é todo dia,passo a passo e constante, dada adinâmica desse tipo de trabalho”.

Ainda segundo Lessa, confor-me novas perguntas dos usuáriosvão sendo formuladas, o própriotrabalho de atendimento vai me-lhorando, uma vez que a cada novademanda, a equipe se reestruturapara poder informar com exatidãonuma próxima chamada.

As perguntas mais freqüentesde quem utiliza o Disque-Censosão, por ordem quantitativa, sobrea autenticidade do recenseador,sobre dúvidas de assinar à canetao formulário que é preenchido alápis, e para saber da obriga-toriedade de responder ao Censo.A porcentagem das ligações depessoas que não querem responderao questionário é de 7,5, contra

“O IBGE agradecesua ligação”

Alô, alô

Alô, alô

Alô, alô

Alô, alô

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Para Leda, o serviço Disque-Censosó tem apresentado resultadospositivos.

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50% em relação à autenticidade dorecenseador. Sobre assinatura à canetachega a 10% do total.

Lessa faz questão de ressaltaro tempo de espera para o atendi-mento, que é de 15 segundos, ouseja, “dentro dos melhores pa-drões”. Já houve, naturalmente,picos de espera, até com o aban-dono do usuário, mas quandoaconteceram, geralmente foi porconta do grande número de liga-ções no mesmo horário. Ele contaque no dia 25 de agosto, porexemplo, no horário das 14h às15h, ocorreram “1.750 telefo-nemas, o que representa 16 liga-ções simultaneamente”.

Trotes também ocorrem.Nestes casos, de reclamaçõesinfundadas, as atendentes sãoorientadas a descartar a ligação noprazo máximo de um minuto. LedaNiemeyer, coordenadora do aten-dimento do Disque-Censo, acres-centa que casos delicados - nãocaracterizados como trote - sãodevidamente registrados e enca-minhados para os DEREs - Depar-tamentos Regionais ou DIPEQs -Divisões de Pesquisa.

É bom destacarmos que oDisque-Censo, na verdade, estáinserido no serviço do 0800 doIBGE, que existe desde 1990 eresponde sobre dados estatísticosa um público formado basicamentepor bancos, empresas de consul-toria, estudantes em geral e escri-tórios de contabilidade e advo-cacia. Segundo Leda, com a criaçãodo site do IBGE, em agosto de 95,as ligações em busca dessas infor-mações diminuíram, já que boaparte dos usuários agora acessa osdados de que necessitam diretamentepela internet (http//www.ibge.gov.br)e, quando ligam, é para saber ondedeterminada informação pode serencontrada no site.

Outras informações quetambém são respondidas pelo

0800-218181 dizem respeito aconcurso público aberto pelo IBGEe também ao Projeto “VamosContar!”, que vai levar materialdidático, produzido pelo IBGE, acerca de 200 mil escolas de ensinofundamental e de ensino médio darede pública e particular em todopaís. Seu objetivo é mostrar oquanto as informações obtidas coma realização do Censo são fortesinstrumentos para o exercício dacidadania. E, para isto, apresentapropostas de orientações de ativi-dades para ajudar o professor noensino do uso de mapas e nainterpretação de dados estatísticos.O Disque-Censo conta, também,com uma equipe de professoresque fica à disposição para tirarqualquer tipo de dúvida sobre omaterial enviado e sobre a didá-tica adotada.

“O 0800 é o grande ouvidodo IBGE”, afirma Lessa, apósesclarecer sobre todos os serviços

prestados por um telefone que temseu número divulgado em todas aspublicações do instituto e ainda noscrachás de todos os recenseadores.Diferentemente do Censo de 1991,no Censo 2000 há uma procuramuito significativa por infor-mações no Disque-Censo. Bomsinal. Sinal de que, aos poucos, obrasileiro foi aprendendo aexercitar sua cidadania.

Numa avaliação do serviçoaté agora, Leda Niemeyer acreditaque o resultado está sendo positivo,“a julgar pelo número de ligaçõesque recebe”. Lessa, por sua vez, dizque “o IBGE vem atendendo àproposta que era a de assegurarao morador que a pessoa à suaporta era uma pessoa credenciadapelo IBGE”.

Quanto a problemas, “exis-tiram e existem alguns, mas nadaque afete a qualidade do serviço eque vêm sendo acertados”, finaliza.

Lessa considera o 0800 como o “grande ouvido” do IBGE.

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registro

ber inúmeras fotos de velhos, jovense crianças de ambos os sexos. Todasde corpo inteiro, claro.

Dois episódios iguais foramregistrados no Ceará e em MinasGerais. Com medo do “recensea-mento”, substituíram o nome dosfilhos pelo seu correspondentefeminino, ao responderem aoCenso. No caso do Ceará, João foitrocado por Joana, José por Josefaetc. Uma vez descoberta a fraude,foram perguntar à recenseada oporquê da mentira, ao que ela res-pondeu: “É porque assim o gover-no não chama eles para a guerra...”Em suma, confundiu recensea-mento com “recrutamento”.

Nos períodos de recensea-mento, a deficiência do sistema deRegistro Civil do país, pelo menosno interiorzão, fica mais evidente.Por isso que na hora em que a per-gunta é sobre data de nascimento,o recenseador se vê doido. Ele ouverespostas do tipo “Nasci quandochegou aquelas galinhas do pes-coço pelado”, ou “Nasceu naqueletempo daquela gripe matadeira”...

Histórias doCenso de 1940a 1950

No Censo de 1940, o cartaz quedizia “O Censo é o retrato da Pátria”fez muita gente pensar que osrecenseadores eram fotógrafos. EmMinas Gerais, por exemplo, na cidadede Pouso Alegre, um recenseadorchegou numa casa e mostrou o seucrachá com foto. A dona da casaolhou o documento por um tempo...olhou e olhou e, suspirando, disse:“É, moço. O retrato sai muito bemtirado. Pena é nóis não ter dinheiropra gastá com esses luxo”.

No Maranhão, na década de50, a história não foi muito dife-rente. Um folheto publicitário ini-ciava com a seguinte frase: “Retra-to de corpo inteiro do Brasil”.Terminando com “Depende, por-tanto, do informante a fidelidadedo retrato de corpo inteiro que oIBGE vai tirar de todo o Brasil de1950”. Poucos dias depois, adelegacia censitária começou a rece-

Pensando nisso e já sabendo deantemão que teria respostas dessetipo, um esperto recenseador dePernambuco preparou, para usopróprio, o seguinte calendário:

Mês de Santana ---------- julho

Mês de festa --------- dezembro

Ano do caroço (bulbônica) -- 1925

Ano da mandioca fofa --- 1898

Calendário que se estendiapor páginas e páginas...

No interior de Goiás, umrecenseador seguia o seu caminhoa cavalo tranquilamente, após terrecenseado na véspera uma famíliaresidente em uma região afastada,quando, de repente, percebeu queo dono da casa que recensearavinha correndo em seu encalço.Sem atinar o que poderia ser, paroua marcha e esperou o homem seaproximar. Este, demonstrandoenorme cansaço e com os olhos in-chados de chorar, disse: “Moço, euvim aqui pra lhe avisá que o sinhô

O Brasil, todos sabem, é umpaís de enorme extensão territo-rial. Não dizemos, aqui, nenhumanovidade. Alguns países no mundoapresentam 1/3 da área de umúnico estado brasileiro. E se, nes-tes, encontramos diversidade deculturas e crenças, imagine no nos-so Brasil. Além do mais, os con-trastes entre uma região e outra,em termos sociais, educacionais,políticos e econômicos é igual-mente gritante. Daí se explicar quehistórias contadas pelos recensea-dores dos diversos Censos já reali-zados parecerem, muitas vezes,piada ou conto da carochinha.

Por isso é bom lembrar queainda há lugares no Brasil, hoje,

que têm como única via de comu-nicação com o resto do mundo orádio de pilha. E quando têm!Lugares ermos, afastados, com pes-soas voltadas para um mundo roti-neiro e de pouca informação, bemdiferente dos conglomerados urba-nos, entupidos de cabos, antenas,painéis eletrônicos, internets.

Na seção Registro, desta edi-ção, procuramos pesquisar fatosque ocorreram nas décadas de 40e 50, além de incluirmos poesiase, quanta honra, uma crônica deCarlos Drummond de Andrade.Como todo bom cronista, faz umrecorte tão verossímil do que podeacontecer no dia a dia de um re-censeador, que ninguém nem

duvida, chega mesmo a seperguntar se o poeta não sebaseou em algum episódio real,sem recorrer à sua imaginação.

Ao contrário da realidade,que muitas vezes se nos apre-senta absurda, parecendo maisuma mentira, principalmentequando se trata de uma realidadedistante da nossa (outra região,outra classe social etc), as crôni-cas costumam ter esse sabor deverdade verdadeira, comum.

Finalizando, registramosainda alguns episódios ocorridosem Santa Catarina, durante o pe-ríodo de coleta do Censo 2000.

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pode arretirá o nome de minhamuié da lista pruquê ela morreu anoite passada...”

Moral da história: vai ter ín-dole honesta assim lá no interiorde Goiás, sô!

As cidades do Triângulo Mi-neiro foram as que mais se empe-nharam na divulgação do Censo de1940. Cartazes coloridos cobriamos muros das cidades e não tendomais muros, cartazes foram coladosnas paredes de estabelecimentoscomerciais, incluindo uma farmá-cia. Um rapaz que leu atentamenteo cartaz na farmácia onde estavaescrito “O Recenseamento faz bema todos e não prejudica a nin-guém”, coçou a cabeça, se dirigiuao balconista e perguntou: “SeuJuca, é muito caro um vidro dessetal de recenseamento?”

Um recenseador do interiorde Minas Gerais encontrou umacriança com o nome de ABC e re-solveu alertar a mãe para os pro-blemas que o nome extravagantepoderiam ocasionar.

- Mas ABC, minha senhora?Isso não é nome! Convém que

a senhora o mude enquanto étempo.

- Escute aqui moço - retrucoua mãe - nesse negócio de governoeu sei que não pode haver proteção.Mas o senhor reclama do nome domeu filho e não reclamou nada nocaso igual ao dele.

- Isso não é verdade, minhasenhora - respondeu.

- Ué, então porque você nãodisse nada pra aquela moçabonita que se chama AID(Haydeé) que mora aqui ao lado?

Um recenseador de SantaCatarina estranhou que em umdos questionários aparecesseregistrado o nome de um indi-víduo que se dizia “professor”.Mas na linha correspondente aograu de instrução, estava escrito“analfabeto”. Ao esclarecer oepisódio, o recenseador desco-briu que a resposta estava certa,mas o recenseado não acrescen-tou que era “professor decavalos”, título dado em certaszonas do Estado aos amansadoresde cavalos.

Caso derecenseamentoCrônica de CarlosDrummond de Andrade

O agente do recenseamentovai bater numa casa de subúrbiolongínquo, aonde nunca chegamas notícias.

- Não quero comprar nada.

- Eu não vim vender, minhasenhora. Estou fazendo o censo dapopulação e lhe peço o favor deme ajudar.

- Ah moço, não estou emcondições de ajudar ninguém.Tomara eu que Deus me ajude.Com licença, sim?

E fecha-lhe a porta.

Ele bate de novo.

- O senhor, outra vez? Não lhedisse que não adianta me pedirauxílio?

- A senhora não me entendeubem, desculpe. Desejo que me au-xilie mas é a encher este papel. Nãovai pagar nada, não vou lhe tomarnada. Basta responder a umas per-guntinhas.

- Não vou responder a per-guntinha nenhuma, estou muitoocupada, até logo !

A porta é fechada de novo, denovo o agente obstinado tenta res-tabelecer o diálogo.

- Sabe de uma coisa? Dê o foradepressa antes que eu chame meumarido!

- Chame sim, minha senhora,eu me explico com ele.

(Só Deus sabe o que irá acon-tecer. Mas o rapaz tem uma idéiana cabeça: é preciso preencher oquestionário, é preciso preenchero questionário, é preciso preenchero questionário).

Flagrante do recenseamento de 1940.

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- Que é que há? - pergunta omarido, sonolento, descalço e semcamisa, puxado pela mulher.

- É esse camelô aí que nãoquer deixar a gente sossegada!

- Não sou camelô, meu amigo,sou agente do Censo...

- Agente coisa nenhuma...Eles inventam uma besteira qual-quer, depois empurram a merca-doria! A gente não pode comprarmais nada este mês, Ediraldo!

O marido faz-lhe um gestopara calar-se, enquanto ele estudao rapaz, suas intenções. O agenteexplica-lhe tudo com calma, con-vence-o de que não é nem camelô,nem policial, nem cobrador deimpostos, nem enviado de TenórioCavalcanti. A idéia de recensea-mento, pouco a pouco, vai-se insta-lando naquela casa, naquele espí-rito. Não custa atender ao rapaz,que é bonzinho e respeitoso.E como não há despesa nem amea-ça de despesa ou incômodo dequalquer ordem, começa a infor-mar, obscuramente orgulhoso deser objeto - pela primeira vez navida - da curiosidade do governo.

- O senhor tem filhos, seuEdiraldo?

- Tenho três, sim senhor.

- Pode me dizer a graça deles,por obséquio? Com a idade decada um?

- Pois não. Tenho o JorgeIndependente, de 14 anos; o MiguelUrubatã, de 10. E a Pipoca, de 4.

- Muito bem, me deixe tomarnota. Jorge...Urubatã. E a Pipoca,como é mesmo o nome dela?

- Nós chamamos ela de Pipocaporque é doida por pipoca.

- Se pudesse me dizer como éque ela foi registrada...

- Isso eu não sei, não melembro.

E voltando-se para a cozinha:

- Mulher, sabes o nome daPipoca?

A mulher aparece, confusa.

- Assim de cabeça eu nãoguardei. Procura o papel na gaveta.

Retiram a gaveta, não achama certidão de registro civil.

- Só perguntando à madrinhadela, que foi quem inventou onome. Pra nós ela é Pipoca, tá bom?

- Pois, então fica se cha-mando Pipoca, decide o agente.Muito obrigado, seu Ediraldo,muito obrigado, minha senhora,disponham.

Censo 2000

Chegou o Recenseamento

Para contar a população

Responda corretamente

Dê uma boa informação

O recenseador pergunta

Com muita educação.

Anote o nome e a idade

E sua filiação

Se trabalha não trabalha

E qual é a sua profissão

Se tem emprego, moradia

E alfabetização.

Estamos todos empenhados

Com a nossa população

Há mais de 50 anos

O IBGE tem tradição

Registrando os costumes

Dando boa informação

Muita gente trabalhando

Para o Censo 2000

Na cidade e no campo

Deste país varonil

Contando a população

Desse imenso Brasil.

Tudo através da Internet

Interligado no Brasil

Fazendo o recenseamento

Em pleno ano 2000

Nas estradas e nas aldeias

E nas florestas do Brasil.

Autor: Delmar da Costa Coelho

DIPEQ/Acre

Pedindo colaboração da população para o recenseamento de 1950.

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Censo 2000 - Na cidade dePomerode, em Santa Catarina,quase todos os 14 recenseadores fa-lam alemão e, os três que não domi-nam esta língua, têm tido proble-mas. Isto porque das três milpessoas residentes naquele muni-cípio, 65% não falam português.O resultado da colonização alemãno local ainda é muito forte.A recenseadora Cristina Kath, porexemplo, se valeu das lições queaprendeu em casa, quando criança(ela falou primeiro o alemão, paradepois aprender o português), paraconseguir entrevistar uma dona decasa de 81 anos, que não domina onosso idioma. Já a recenseadora Tâ-nia Brum, que só fala português,precisou voltar em algumas casaspara finalmente fazer a pesquisa.E, dessa vez, bem acompanhada.De braço dado com uma professorade alemão.

Em Florianópolis, o acesso aalguns locais é mais difícil, como nailha do Campestre e a ilha do Fran-cês. De acordo com o coordenadordo Censo na grande Florianópolis,Carlos Roberto Roncatto, “foramcontratados barcos para poder levaros recenseadores a buscar infor-mações”. Outra ilha, também dedifícil acesso, é a ilha da D. Fran-

cisca, na Tapera, a 17 km do Centrode Florianópolis. Além de gansos ede uma natureza quase intocada,três famílias habitam a ilha. Foi aprimeira vez que o caseiro PedroRosa passou pela experiência de serrecenseado. Demorou apenas cin-co minutos e, pelo visto, gostou:“Foi legal. Achei fácil e rápido”.

É comum as pessoas respon-derem ao Censo, sem saber para queservem, afinal de contas, essas infor-mações. É o caso da catarinenseD. Ivone, que mora na cidade deFlorianópolis e diz sem rodeios:“Não sei o que vai ser feito com asrespostas que dei”. Mas UdsonPiazza, da Secretaria de Saúde, lheresponde, D. Ivone. Segundo ele, nocaso da saúde, especificamente,temos como exemplo as campanhasde vacinação, que são planejadas apartir das informações colhidas peloCenso. Viu como os números doCenso são importantes e comopodem ser úteis à população,D. Ivone? Agora a senhora já sabe.

Bom, esta seção está aberta asugestões e envios de casos, histó-rias, piadas, crônicas, poesias...Envie a sua também. E contribuapara enriquecer o Registro.

Até a próxima!

Para Pensar...

O Censo não é uma Olimpíada,

é apenas mais uma prova

na grande olimpíada da vida.

É uma corrida de obstáculos.

Nós somos os atletas.

Os obstáculos,

não convém mencioná-los.

Nós os conhecemos.

Nessa corrida, não há vencidos,nem vencedores.

Todos os que cruzarem a fita dechegada,

subirão ao pódium para receber,afinal,

uma medalha de ouro, prata oubronze, porém,

uma infinitamente mais valiosa:

a consciência do dever cumprido.

Autor: Clacir Virmes

Agência IBGE de São Migueldo Oeste (SC)

Em Pomerode (SC),65% dos habitantesnão falam português,apenas alemão.

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censo em foco

a campanha publicitária doCenso, a diretora de Atendimentoda Standard, Ogilvy & Mather,agência de publicidade queganhou a licitação, VivianZimetbaum Ferraz, de 36 anos, foiuma espécie de mensageiro incan-sável entre a agência e o IBGE.Não que instituto e agência nãose entendessem, nada disso, maspor conta mesmo de sua função.Ela própria define o trabalho queexerce como o de ser um pára-raioou, melhor, uma esponja: “umproblema constante no trabalhode atendimento é ter muito parafazer, com pouco tempo para

NN

realizar, sem deixar a peteca cair,quer dizer, manter a calma e servirde esponja, absorvendo osproblemas de ambos os lados, nãopassando tensão nem para aequipe que trabalha na agêncianem para o cliente que atende,entregando o que precisa notempo que precisa”.

Em outras palavras, para umprofissional de atendimento, jogode cintura é fundamental paradriblar as tensões que costumamsurgir entre os desejos do clienteé o que é possível ser feito emtermos de criação. “Um pro-fissional de prestação de serviço

tem que, acima de tudo, ouviro cliente” - continua -

“quando você ouve, temmais da metade do

caminho andado e aindaconsegue tirar da sua

equipe o máximo.Essa escuta é parafazer o seu clientechegar lá, no topo.Tentar vender suaidéia é bobagem. Omais importante ésaber o que eles

querem, mas identificando o querealmente precisam . Não pode serassim, aceitando tudo, muitomenos impondo, ou seja, nem nalinha do tá aqui o que você pediunem do tem que ser como euquero”. Aliás, para o bom pro-fissional, “não importa o tamanhoda verba, nem do cliente, se umproblema aparecer, não temtamanho, tem é que dar solução,resolver”, conclui.

Por isso, para Vivian, a opor-tunidade de trabalhar com o IBGEse mostrou uma experiência grati-ficante. “Fiquei superfeliz com oprojeto e com o cliente, porque

Para Vivian, um profissionalde atendimento deve ter jogo de

cintura para driblar as tensõesentre cliente e agência.

IBGE - Standard:parceria que deucerto

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tudo fluiu muito bem, de formanatural, formamos um time,viajando, virando noite...”Segundo ela, trabalhar com umaempresa pública foi uma gratasurpresa, porque tirou dela aquelaimagem ruim que ela tinha dosetor público. “Por causa da mídiae de alguns casos que a gente ouvepor aí, eu imaginava que seriatotalmente diferente, mas, no casoespecífico do IBGE, encontreiseriedade, pessoas simples ededicadas. Me surpreendi prin-cipalmente com a organização,bem mais do que eu percebo nasempresas privadas”. Essa visãonova de um órgão do governo lhedeu, assim, certo orgulho de serbrasileira, transformando-a numaadvogada de defesa, quandoalguém fala mal. “Eu grito logo:não generaliza!”

Ao ser indagada sobre o queaprendeu de novo com o IBGE,deixou claro que ver de perto oque o instituto faz, foi bom para

ela como cidadã. Ao conhecer oserviço, se deu conta da impor-tância do Censo, mudando suaatitute em relação ao recenseador,por exemplo, que, ao chegar a suacasa, foi bem melhor recebidodesta vez do que nas vezes ante-riores. “Lá em casa, quando oCenso chegou, foi uma festa,recebemos o recenseador comalegria, com prazer de participardo Censo”. É uma mudança etanta, sem dúvida. Não é mais,como ela disse, aquela coisa deachar que o Censo é só contar oBrasil, mas de ter consciência daimportância dos dados colhidos eo que é feito com eles.

Ficou tão entusiasmada como IBGE, que os outros clientes -disse ela - ficaram enciumados.“Mas é que durante um mês emeio, na fase de produção, medediquei totalmente. E estou compena que acabou. Apesar dapauleira, foi muito bacana. Emoutras experiências, mesmo

sendo legal, com resultadopositivo, se for para começar denovo, eu digo: ai, meu, Deus,não! Já com o IBGE, se tiver denovo, eu digo: oba!”.

Por que deucerto?Newton respondeO diretor de Mídia da

Standard, Ogilvy & Mather,Newton Crespo, 50 anos, nosconta como foi o trabalho daagência com a conta IBGE etambém nos fala de sua visãosobre o funcionamento dosmeios escolhidos para a cam-panha do Censo 2000. Não semantes ressaltar de que forma oprocesso criativo se desenvolvena agência. Segundo ele, “amídia participa ativamente dopensamento estratégico da cria-ção, numa ação automática esimultânea, porque há conversa

Newton aponta oespírito de equipe,

unindo mídia e criação,como fundamental

para a elaboração dacampanha.

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e respeito mútuo. Pensamosjuntos, com espírito de equipe.Aqui na Ogilvy é impossívelacontecer de a mídia estar pen-sando em spot de um minuto,por exemplo, no caso do rádio,e a criação aparecer com pro-posta de 30 segundos. Isto, aqui,não rola”.

Na campanha do Censo, aprimeira mídia que me veio àcabeça foi a televisão. “E porque televisão? Porque o Censotinha que atingir o povo e essamídia atinge a população maisrápido, por conta de sua maiorcobertura, sem falar que tem omelhor custo/benefício”. Eleexplica que se você pensa nocusto total, parece alto, querdizer, comparando 100 mildólares para anunciar no JornalNacional com 700 reais em umspot de 30 segundos em rádio,parece mais lógico optar pelorádio, mas que, nesses casos degrandes campanhas, deve-sepensar no custo relativo, porqueo noticiário citado fala com mi-lhares de pessoas.

“A TV, na maioria dasvezes, é imprescindível, quandovocê quer falar com a massa.Sua cobertura atinge de 97% a98%, enquanto a de revista ejornal chega a mais ou menos54% ou 55%, por aí”. Tudo isto,é claro, depende do objetivomercadológico que se quer atin-gir. “Quando você quer sen-s ibi l izar um determinadosegmento, formar uma marca,precisa, naturalmente, ser me-nos dispersivo. Nestes casos, 20pessoas ouvirem seu anúncio tododia é o suficiente”.

Crespo se mostra satisfeitocom a campanha do Censo e diz

que o pessoal da agência foimuito feliz na comunicação, aoconseguir adequar a linguagema cada mídia, além de sintetizare ser bem objetivo. “Foi, de fato,uma campanha objetiva e com-pleta. Objetiva, porque sinte-tizou, passou a mensagem e aemoção da importância do Cen-so e de se receber o recenseador.E completa porque transformouessa mensagem para cada veí-culo, ou seja, todos os meiosforam utilizados, não perdendoa unidade da comunicação”.Não foi, como ele explicou,uma colcha de retalhos: no rá-dio, uma coisa, no outdoor,outra. Explorou um único tema,respeitando as características decada veículo.

Ele continua analisandocada mídia, segundo sua impor-tância: o rádio, como multi-plicador de freqüências. Nacampanha do IBGE, foi usadomais para o público A/B (depessoas qualificadas) e, longedas principais capitais, parachegar às comunidades, com-plementando toda a mensagemdo IBGE.

A internet, por sua vez, temcomo ponto a favor o fato de ousuário ir de encontro à mensa-gem. “Isso é muito válido. Elafoi usada para qualificar e refor-çar na elite o pedido de se rece-ber bem o recenseador ”. Apesarde ser uma mídia ainda poucoexplorada e não haver pesquisassuficientes sobre custo/benefí-cio, “não é mais um novo meio,já está inserido nas estratégias”.

Outra ferramenta que vemse apresentando muito eficienteé o busdoor. “Sua eficiência écomprovada, com uma rápida

cobertura e a mais alta demandaatualmente”. No Censo, foiextremamente eficaz. Como foi,afinal, toda a campanha, prin-cipalmente por ter optado pelaunidade temática, “fundamentalpara o sucesso da comunica-ção”, avalia Crespo.

O sucesso dadupla naopinião deSérgio Amado

Derrubar o muro que separaa agência do cliente e em seu lugar,construir uma sólida parceria àbase de interação, unidade depensamento e objetivos comuns.Esta foi a filosofia de trabalhoadotada pela Standard, Ogilvy &Mather no case “Censo 2000”.Em entrevista à ,Sérgio Amado, presidente daagência, explica por que a duplaIBGE-Standard deu certo e revelaque o sucesso da campanha doCenso 2000 não foi por acaso.

Vou te contar - Fale um poucoda relação entre agência e cliente,tendo como exemplo a Standard,Ogilvy & Mather e o IBGE:

Sérgio - A nossa filosofia derelacionamento entre agência ecliente é como se não houvesseseparação. Nós derrubamos omuro que divide a relação entrecliente e agência. Nós o tratamoscomo se fosse parte da agência eele nos trata como se fizéssemosparte dele. Isso promove umaintegração que gera um resultadomuito positivo, economizandoenergia e recursos. É como se fosseo mesmo grupo trabalhando sobreo mesmo objetivo. A interação que

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tivemos como IBGE foi perfeita:um único corpo, uma únicacabeça, pensando em resolver oproblema, em tirar o melhorresultado. O relacionamento deucerto. E como o IBGE não é umcliente antigo, essa integração foifeita num curto espaço de tempopor causa da capacidade gerencialdo pessoal do IBGE e da qualidadedo nosso pessoal também. Então,a equipe trabalhando junto aquatro mãos foi extremamentepositivo. Além do mais, essacampanha do Censo é a mais bemavaliada pela área de comunicaçãodo Governo Federal no Brasilnos últimos dois anos. Segundoeles, é uma campanha modeloe que repercutiu muito fortena sociedade.

Vou te contar- Como foi desen-volver uma cam-panha publicitáriaem nível nacionalcomo a do Censo2000, consideran-do-se a importân-cia deste eventopara o país?

Sérgio - Nessecaso, tivemos doisproblemas a resol-ver. O primeiro foia escassez de re-cursos para mídia,ou seja, o valorinvestido na cam-panha para uma co-bertura nacional delonga duração. Estefoi o primeiro desa-fio: pouco investi-mento, pouco di-nheiro para com-prar mídia em

4 meses. E o que nós fizemos? Nósdesenvolvemos uma criaçãoaltamente diferenciada do mer-cado, de modo que quando apare-cesse, provocasse atenção ecumprisse o objetivo. E o segundoproblema foi que deveríamosconstruir uma estratégia de mídiaque visasse buscar a populaçãobrasileira no momento maisadequado, mais forte da audiência.Com poucos recursos, não podía-mos espalhá-lo por quatro meses.Então, concentramos os recursose conquistamos a cabeça do públi-co, passando a mensagem quetínhamos que passar, com uma co-municação criativa e diferenciada.

Vou te contar - Do “negócio”do Censo, propaganda é a alma?Ou é possível mobilizar apopulação para participar dorecenseamento sem a ajuda dapropaganda?

Sérgio - Eu acho que apropaganda é fundamental por-que comunica, mas o produto -Censo - é muito bom e é neces-sário. Quando o produto é bome tem uma necessidade para opaís, a população entende quetem que responder positiva-mente a esse t ipo de ques-tionamento. Na minha opinião,o Censo é uma instituição na-cional e parte da vida de qual-quer país. É importante paravocê descobrir que país vocêestá construindo e para orientaros governantes a organizar osorçamentos e os investimentosem educação, saúde e sanea-mento. Em países altamentedesenvolvidos como os EstadosUnidos, o Censo é tratado co-mo um produto que tem que tercomeço, meio e fim. E o Brasilé exemplo de aplicação desta es-trutura gigantesca, além de sercapaz de organizar uma opera-ção estratégica como essa quecubra todo o território com su-cesso e de radiografar o perfildos brasileiros. Além do que,mobilizar sem a ajuda da pro-paganda é difícil. Ela é um estí-mulo para você promover a mo-bilização. Não dá para mobilizaruma nação, como aconteceu,por exemplo, com a campanhadas Diretas, sem propaganda,sem comunicação. Você nãomobiliza a população em tornode um campeonato mundial sempropaganda. O Censo é um pro-duto que precisa mobilizar e seranunciado e a propaganda éuma ferramenta para isso.Ela tem que fazer com que apopulação tenha orgulho evontade de participar desseCenso como se fosse ummembro ativo da sociedade.É um resgate de cidadania.

Sérgio crê na filosofia de trabalhoem que não há separação entreagência e cliente.

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O Censo não quer só saberquantos carros, televisões ecrianças o Brasil tem. Quer saberde quantas estradas, energia eeducação o Brasil precisa.

Com esta idéia na cabeça euma câmera na mão, a dupla decriação, formada por RubensFilho e Vitor Azambuja, boloua campanha publicitária doCenso 2000.

Ao ler tudo sobre os Cen-sos anteriores, inclusive ascampanhas realizadas, a duplasacou que o Censo tinha umproblema a ser solucionado, depreferência, de forma criativa.“A gente procura entender o queo cliente quer comunicar e, a

partir daí, buscamos uma idéiaque passe para o público deuma maneira a l to-as tra l ,divertida e com criatividade”,sugere Rubens.

Ao perceber que o Censonão é só contar pessoas, mas serútil a elas e ao país, Rubens eVitor descobriram o “x” do pro-blema, ou seja, que o Censo era“a resposta para o futuro doBrasil”. “Todo mundo pensa queo Censo é só para contar o nú-mero de pessoas de um país. Masa gente achou que o que tinhaque ser comunicado era autilidade do Censo para a popu-lação. O problema passou aser explicar às pessoas a utilida-de do Censo”, explica Rubens.

Parceiros da criatividade

De forma criativa, a dupla Rubens e Vitor bolou a campanha com a idéia de que o Censonão é só contar pessoas.

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muito longo. Primeiro, a gentefez o que achávamos que seria omelhor. Então, mandamos acampanha para concorrer.Quando voltou aprovada,tínhamos só que acertar osponteiros. Não houve modi-ficação. A campanha que a gentepropôs é a que está nas ruas”,comemora Rubens.

Acertar os ponteirostambém na hora de definir opúblico-alvo, no caso do Censo,brasis dentro de um Brasil só.Para cada público, uma idéiasem fugir da idéia central. Assim,o “relógio” funciona. “Resol-vemos que tínhamos que falarcom todas as classes. Mastínhamos problemas específicoscomo no anúncio com a Fer-nanda Montenegro que nasceudo problema específico que éfalar com as camadas mais altasda população que não recebiamo recenseador. Já em outrosfi lmes o Censo fala com opovão”, explica Rubens.

Além de ver e ouvir na TVe ler no rádio, jornais, revistas eoutdoors exatamente as idéiasoutrora transcritas para o papel,o mais gratificante, segundoeles, foi o reconhecimento dopúblico que não só sabe que oCenso vai bater a sua portacomo sabe que ao responder aoquestionário, pretende-se cons-truir um Brasil melhor.Colhendo os frutos do sucesso,a dupla tem certeza de que con-seguiu comunicar a proposta doCenso, sem se limitar a pedir àpopulação para responder aoquestionário. “O Censo era umproblema grande, considerando-se que campanhas de Censos

anteriores até então nuncahaviam dito para que elerealmente serve. A nossa maiorrecompensa foi ter conseguidoexplicar isso também”, revelaRubens.

Com a certeza do trabalhocumprido, a dupla revela tersuado a camisa para realizar acampanha e admite que além dainspiração, houve muita trans-piração. “Geralmente, depoisque vem a inspiração, tem muitatranspiração. E quando ainspiração não vem, você temque transpirar mais ainda. Nãoé sempre que você tem inspira-ção. A inspiração pode vir numprimeiro momento mas depoisé pura transpiração para acertaros ponteiros”, opina Rubens.

Satisfeita com o resultado,a dupla concluiu que hoje amaioria das pessoas sabe paraque serve o Censo, o que ajudoumuito se o assunto é abrir aporta ao recenseador. Rubenscomplementa que “isto é ir à raizdo problema, não perma-necendo na superfície”. E Vitorgarante: “a campanha do Censorealmente funciona, pois aspessoas falam, comentam, o quepara nós é muito gratificante”.

Com o conceito definido, adupla fez “tudo de formacriativa depois de váriasreuniões para acertar detalhescomo, por exemplo, escolherdesde a janela onde aparece amoça de um dos filmes até ovestuário da Fernanda Monte-negro”, completa Vitor. Mas atéchegar ao produto final, sob aforma de anúncios em jornais erevistas, spot de rádio ecomerciais de TV, Vitor eRubens percorreram um longocaminho sem saber onde ia darao certo, considerando-se que acampanha foi escolhida atravésde licitação. “A concorrência éum tiro no escuro e se você nãoganha, o trabalho vai para obrejo”, confessa Vitor.

Agência selecionada, cam-panha escolhida, a hora era debotar a mão na massa e adequara idéia proposta ao que o clientedesejava. Combinando o layoute texto sugeridos pela dupla compequenos detalhes propostospela equipe do IBGE res-ponsável por avaliar a cam-panha, chega-se a um deno-minador comum. E o resultadofoi “um case que não deixou agente de cabelo em pé, mas umprocesso gostoso de fazer”,admite Vitor. “O processo é

“A campanha do Censo

realmente funciona,

pois as pessoas falam,

comentam, o que

para nós é muito

gratificante.”

Vitor

“Todo mundo pensa que

o Censo é só para contar

o número de pessoas

de um país.”

Rubens

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atualidades

Fim do primeiro tempo, ahora é descansar e avaliar ospasses realizados, faltas marcadase as boas jogadas. No segundotempo, quem sabe, ganhar devirada. Assim avaliou SérgioBesserman Vianna, presidente doinstituto, ao discursar na aberturada I Reunião de Avaliação doAndamento da Coleta, sediada noHotel Atlântico Copacabana (RJ),nos dias 25 e 26 de setembro.“Estamos terminando o segundomês de coleta. E o Censo é umagrande partida de futebol para opaís e para o IBGE também. E oque decide um esporte como ofutebol é o grupo, porque errosvamos cometer sempre. O mo-mento de comemorar os acertosserá em breve”.

Como nos quinze minutosenquanto a bola não rola, aReunião foi um intervalo na fasede coleta do Censo 2000 para seavaliar a quantas anda o trabalhode campo nos quatro cantos dopaís. Para Sérgio, “estamos ga-nhando de 2 a zero, prontos paraentrar no segundo tempo. Comono futebol, temos um intervalopara refletir e ganhar o jogo nosegundo tempo, podendo chegarao final com 3 ou 4 a zero”.

Os jogadores de futebol doCenso 2000 - chefes de todas asDIPEQs - Divisões de Pesquisa edos DEREs - DepartamentosRegionais - que participaram doencontro, falaram sobre o que

e o Censo fosse igual a umapartida de futebol, o IBGE estariaterminando o primeiro tempo,ganhando de 2 a zero. Bolarolando, um time com aproxima-damente 200 mil recenseadoresestá em campo, suando a camisae correndo os 5.507 municípiosdistribuídos pelos 26 estados doBrasil e mais o Distrito Federal.Cada domicílio recenseado é umgol marcado.

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Nuno alertou aoschefes que

ficassem atentosaos casos depessoas não

recenseadas apósa fase de coleta.

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De olho na coleta doCenso 2000De olho na coleta doCenso 2000

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Outro estado consideradocrítico era a Bahia com poucossetores concluídos. O número desetores não iniciados era muitoalto e a região sofreu com a carên-cia de pessoal. Foi necessárioremanejar recenseadores dospoucos municípios que já haviamencerrado a fase de coleta.

Em Roraima, o período dechuvas e a falta de transportes -comprometidos com os mem-bros de partidos políticos -atrapalharam a coleta no estado.O chefe da DIPEQ/RR, Vicentede Paulo Joaquim, aponta maistrês problemas que tambématrasaram pos trabalhos naregião. “Em algumas malocas, osíndios impediram a coleta,condicionando a prestação dasinformações à demarcação desuas áreas. O acesso de domicíliosfechados também prejudicou afinalização de inúmeros setores.Além destes fatores, Roraimaapresenta uma ocupação rarefeitao que obrigou os recenseadoresa percorrerem longas distânciasde carro, a cavalo, a pé ou debarco para alcançar asresidências.”

iniciado a coleta, ao contrário doNordeste, Norte e Centro-oeste,cujos municípios tinham aprevisão de ultrapassar o dia31 de outubro - data limite parao encerramento desta fase.“A proporção de setores con-cluídos ainda é pequena nosestados do Norte, Centro-oestee Nordeste e podemos notar quea maior parte dos setores estádemorando mais de cinco sema-nas para ser coletada”.

O Amazonas foi um dos esta-dos mais críticos, pois apresentouo maior número de setores queainda não haviam iniciado acoleta. Segundo, César Serrato,chefe da DIPEQ/AM, um dosprincipais problemas foi a pre-cariedade do sistema de trans-porte rodoviário na região. Ôni-bus circulando, só nas ruas dacapital Manaus. Nas demaiscidades, anda-se de barco, kombi,bicicleta ou a pé, o que dificultoua locomoção dos recenseadores.“Nós só devemos terminar acoleta nas áreas rurais no dia 10de novembro, pois nossos recen-seadores enfrentam problemas detransporte. Além disso, perdemmuito tempo indo a Manausbuscar dinheiro e assim recensearas cidades do interior, consi-derando-se que não existemagências bancárias fora da ca-pital”. Como solução para o pro-blema, foi sugerido o pagamentode diárias aos recenseadoresatravés de vale postal ou porintermédio de caixas volantes,cuja viabilidade deve ser consul-tada nos bancos do Estado.

Em meio às dificuldades,César não esquece, entretanto, oauxílio que recebeu dos donosdas empresas de ônibus de Ma-naus que, por decisão unânime,liberaram os recenseadores depagar passagem.

ajudou e atrapalhou o bom anda-mento do “jogo”, bem como ou-viram atentamente as recomen-dações dos “técnicos do time”para aumentar o placar e assimgarantir um bom resultado nofinal da partida.

O diretor-executivo do IBGE,Nuno Duarte Bittencourt, o coor-denador técnico do Censo Demo-gráfico, Marco Antonio Alexandre,e a coordenadora operacional dosCensos, Maria Wilma Salles Garcia,traçaram um panorama da coletade dados no país a partir dos dadosjá processados no Sistema de Indi-cadores Gerenciais de Coleta(SIGC). Até o dia 23 de setembro,100 milhões de brasileiros já haviamsido recenseados, estando concluí-dos 21% dos 215.738 setorescensitários. Na opinião de Nuno, onúmero era baixo, representandouma “quantidade de setores com acoleta muito abaixo do esperado”.

Com base nos dados doSIGC, Marco Antonio apontou asregiões e os estados que estãomais adiantados e os mais atra-sados na coleta. Até então, o Sule o Sudeste reuniam o maiornúmero de setores que já haviam

André Luis (DIPEQ/AL) encontroudificuldades de acesso na Zona daMata Norte de Alagoas. SegundoAndré Luis, 12 municípios de Maceióterminaram a coleta com atraso.

Segundo Jussara, o tráfico dedrogas atrapalhou a coleta emalguns municípios do EspíritoSanto.

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Vicente acrescentou aschuvas como mais um problemaque poderia dificultar o cumpri-mento do prazo de 31 de outubropara o final da coleta. Mesmoproblema enfrentou Pernambuco,especificamente nas regiões deMata Sul e Agreste. Para NormaGomes Rocha, chefe da DIPEQ/PE, além do mau tempo, o tráficode drogas no local conhecidocomo “Polígono da Maconha”também prejudicou a coleta, poisos recenseadores só conseguiramchegar aos setores acompanhadosde guias locais.

Problema semelhante en-frentaram os municípios deVitória e Cariacica, no EspíritoSanto e o estado do Mato Grossodo Sul. Segundo a chefe daDIPEQ/ES, Jussara ColenRivieres, o que atrapalhou acoleta foram os traficantes quedificultavam o acesso dos recen-seadores. Mesmo assim, ela prevêo final da coleta para dentro doprazo previsto. Já a chefe daDIPEQ/MS, Fátmato EzzahráShabib, a situação era proble-mática nos municípios que fazemfronteira com o Paraguai onde otráfico se instalou e não facilitouo trabalho do IBGE.

No Pará, o maior problemaé a área rural. Segundo o chefeda DIPEQ/PA, Antonio MariaNaya, “os municípios da área ru-ral tiveram dificuldade pois a co-leta demorou, em média, 30 dias”.

O estado também sofreucom a dificuldade de acesso aalguns municípios e com a faltade recenseadores - problema quetambém afligiu Santa Catarina,Goiás e Minas Gerais. Segundo,Maurício Batista, chefe daDIPEQ/SC, em Blumenau, algunsrecenseadores desistiram dafunção para trabalhar na

Oktoberfest que agitou a cidadedesde o dia 5 até 22 de outubro.

Em Goiás, além da carênciade pessoal, houve dificuldade deacesso a alguns domicílios, prin-cipalmente nos condomíniosfechados e/ou prédios e resi-dências localizadas nas áreasnobres da capital, bem como emalguns municípios do interior doestado, devido à precariedade dasestradas, especialmente nacomunidade Calunga, localizadanos municípíos de Cavalcante,Monte Alegre de Goiás e Teresinade Goiás. Nesses lugares, osrecenseadores tiveram quepercorrer alguns setores emlombos de burros, além de contarcom a ajuda de guias da região.

Em Minas Gerais, a defa-sagem de recenseadores foigrande, o que prejudicou o bomandamento da coleta que só deveterminar no dia 10 de novembro.Além de alguns municípios, comoBetim e Uberlândia, tereminiciado o trabalho de campocom atraso.

Poucos recenseadores parafazer as entrevistas também foium problema enfrentado nosestados de Piauí e Tocantins.E na avaliação do chefe daDIPEQ/TO, SaturninoCortes Miranda, não só afalta de pessoal atrasou ostrabalhos, como tambéma precariedade de trans-porte. “Não temos car-ros de traçãosuficientes parachegar a certoslugares cujo acessoé muito difícil. E oscarros que temosestão quebrados”.A solução foi man-dar trazer carros deoutros estados.

O recenseamento na áreaurbana do Maranhão foi de ventoem popa, o problema, como nagrande maioria dos estados doNorte e Nordeste, foi a área rural,que é sempre mais lenta devidoàs dificuldades de acesso e loco-moção, segundo Pedro JamesGuedelha, chefe da DIPEQ/MA.André Luis Figueredo da Silva,chefe da DIPEQ de Alagoas,também encontrou problemas dedifícil acesso, principalmente naZona da Mata Norte do estado,o que retardou a coleta em 12municípios, principalmente nossetores rurais.

E na área nobre de Maceió,Alagoas, entrevistar os moradorestambém não foi tarefa fácil paraos recenseadores, mesmo com oapoio da mídia local. André Luisafirma que “quem mora nos bair-ros de classes média e alta serecusa a abrir a porta para orecenseador por considerar o atouma invasão de privacidade”.Mesmo problema foi vivenciadopelos recenseadores do DistritoFederal. “A falta de receptividadedos moradores da Asa Sul e AsaNorte é um problema que tenta-mos superar”, afirmou o chefe da

DIPEQ/DF, WalkerRoberto Moura.

Com a coletaadiantada, no Cea-rá muitos municí-pios já haviam ter-

minado os trabalhos.

Saturnino solicitoucarros de tração para

ajudar na coleta emalguns pontos de

Tocantins e comonão conseguiu,usou cavaloscomotransporte.

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O mesmo aconteceu noestados do Rio Grande do Sul,Rio de Janeiro, Sergipe e Paraná.De olho nos gráficos e tabelas queilustram o andamento da coletanos estados, Nuno e Maria Wilmapropuseram ações, sugerindo queas mesmas fossem tomadas emcaráter de urgência para não pre-judicar o fluxo dos trabalhos.

Nuno lembrou que o encer-ramento desta fase deveria estarcomputado no SIGC e que “oschefes devem avaliar a evoluçãoda coleta em nível de município,evitando esticar contratos aténovembro e não esquecendo quedevem ter funcionários para fazerúltimas checagens, bem comoanalisar as possíveis omissões.É possível que após o encer-ramento dos trabalhos apareçampessoas dizendo que não foramrecenseadas”.

Vale ressaltar que paraevitar os possíveis casos de pes-soas não pesquisadas pelo Censo2000, foi sugerido que o IBGE,além de comunicar oficialmenteo término da coleta, solicitasse

damental do país. Guias do pro-fessor, mapas e cartazes dedivulgação fazem parte domaterial que já foi enviado àsescolas. Além disso, todas asunidades do IBGE no país rece-beram um vídeo instrucional doprojeto que pode ser emprestadoàs escolas interessadas, bem comocopiado, caso haja interesse emrepassá-lo aos professores.

Quanto ao lançamento doprojeto, David se colocou à dis-posição das DIPEQs caso estejaminteressadas em realizar cerimô-nia nos seus estados, além de su-gerir que o mesmo ocorra emuma escola pública a ser previa-mente escolhida.

David informou sobre o projetoVamos Contar!.

àqueles que, porventura, nãoforam entrevistados, que entras-sem em contato com o institutopara registrar a omissão e a mes-ma ser corrigida.

Projeto “VamosContar!”

Informações sobre o projeto“Vamos Contar! - O Censo 2000nas escolas”, como previsão derecebimento do material, onde en-contrar mais dados sobre o assun-to e sugestão de lançamento nosmuncípios, foram esclarecidaspelo superintendente do Centrode Documentação e Disseminaçãodo IBGE, David Wu Tai, aos chefesde DIPEQs e DEREs presentesna Reunião.

Com explicaçõesdetalhadas na página doCenso 2000 no site do IBGEna internet, o projeto “VamosContar!” está sendo implan-tado em todas as escolas pú-blicas de ensino médio e fun-

Para Norma, as chuvas e o tráficode drogas dificultaram a coletaem Pernambuco.

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ponto de vista

Contrastes da cidadeContrastes da cidade

BrasilBrasilmais populosa domais populosa do

ão Paulo chega ao ano2000 com uma população esti-mada em 10 milhões de habi-tantes. Sua população crescemenos a cada ano. A taxa de1,16%, observada em 1991,caiu para 0,4%, em 1996.A cidade, dividida em 96 dis-tritos, apresenta fortes desi-gualdades de rendimento, esco-laridade, acesso a serviços,condições de vida. Luxo e sofis-ticação convivem, lado a lado,com a pobreza.

Em 1996, o distrito demaior população era o Grajaú,com 272.684 habitantes. Paraeste distrito, a renda médiamensal do chefe de domicílio,registrada no Censo de 1991,foi de 3,7 salários mínimos,bem abaixo da média obser-vada para o município de SãoPaulo, 7,2 salários mínimos.

Marsilac, no extremo suldo município, é o distrito demaior área (200 Km2) e menorpopulação: 7.416 habitantes

em 1996 - todos residindo naárea rural. O distrito deMorumbi apresentou, tambémno Censo de 1991, o maiorrendimento médio dos chefesde domicílios: 28,8 saláriosmínimos. Considerando apenasos domicílios cujos chefestinham rendimento superior a20 salários mínimos - 39% dototal dos domicílios - orendimento médio passou para57,4 salários. No JardimHelena, distrito localizado naregião Nordeste do município,o rendimento médio era apenas2,8 salários mínimos - o menorresultado observado.

Não é preciso ir muito lon-ge para ver os grandes contras-tes da cidade de São Paulo.Na verdade, basta olhar emqualquer direção. Como numpasseio de carro pela cidade emsetembro deste ano. Percorri osdistritos do Morumbi, VilaAndrade, Vila Sônia e Pare-lheiros com Fabiana Cristina

SS

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Prado Oliveira funcionáriacontratada para trabalhar noCenso 2000, que anotou asruas por onde passamos e oslugares que fotografamos.

Na divisa do Morumbicom a Vila Andrade, está a fa-vela Paraisópolis - a segundamaior de São Paulo - perdendosomente para a de Heliópolis,em número de habitantes.Segundo a Contagem da Popu-lação de 1996, em Paraisópolismoravam 15.226 pessoas -28% do total da população dodistrito. Os vizinhos da favelasão edifícios luxuosos, algunscom uma piscina por andar eum deles com heliporto - todossituados na Avenida GiovaniGronchi.

A Vila Sônia fica do outrolado desta avenida. Atrás dosprédios, estão as casas mais sim-ples. Seguindo uma de suas tra-vessas, é possível encontrar, logoali, lixo e água correndo pela rua.

Indo na direção de Pare-lheiros, a paisagem vai se modi-ficando. Os prédios são meno-res e sem luxo algum. Saindoda avenida principal, as ruasnão tem calçamento. Nas pro-ximidades, um cavalo descansaao lado da carroça. Vendo ocarro do IBGE, uma moradoraindaga quando o Censo vai pas-sar por lá. Dissemos que atéoutubro, todos serão visitados.

Ainda em Parelheiros, dooutro lado da Avenida SenadorTeotônio Vilela, seguindo pelaEstrada do Itaim, a impressãoé a de que a cidade termina.

Olhando em direção ao hori-zonte, tudo é verde. A paisagemé quase rural. Algumas casaspossuem terrenos amplos, compomar e até espaço reservadopara criação de galinhas.

Dos quatro distritos per-corridos, Vila Andrade e Pare-lheiros apresentaram cresci-mento de população, entre1991 e 1996, de: 27,2% e48,5%, respectivamente. Emcontrapartida, a população doMorumbi decresceu 3,7% e ade Vila Sônia, 4,5%, no mesmoperíodo. Afinal, por que apopulação cresce em algumasáreas e diminui em outras?O que significa tal movimento,já que a cidade como um todotem crescido menos?

Observando a quantidadede pessoas que não residiam nomunicípio de São Paulo em1991, para os mesmos distritos,Vila Andrade apresentou omaior percentual, 13,7%. Daspessoas que chegaram aodistrito, 26,9% vieram deoutros municípios de São Pauloe 68,8%, de outros estados.Dos 11,5% que passaram aresidir no Morumbi, 52,4%vieram de outro estado, 39,7%de outro município de São Pauloe 7,8% de países estrangeiros.

O distrito de Parelheiros re-gistrou a menor taxa de migra-ção, apenas 4,7%. Destes, 94,9%vieram de outro estado: 27,4%da Bahia; 13,6% de Pernambucoe 13,5% de Minas Gerais.

São considerados domi-cílios adequados os que pos-

suem abastecimento de águacom canalização interna, esgo-tamento sanitário exclusivo dodomicílio, ligado à rede geralou fossa séptica e lixo coletado.Comparando os quatro dis-tritos visitados, Parelheirosapresentou os menores índicesde adequação em 1991: abaste-cimento de água (88,5%),esgotamento sanitário (56,5) elixo coletado (75,4%).

Outro fator de diferencia-ção é a escolaridade dos chefesde domicílios. Em 1996, 54,6%dos chefes de domicílios doMorumbi tinham escolaridadesuperior (15 anos ou mais),enquanto, em Parelheiros,apenas 0,7% estavam nestacondição. Aqueles sem instru-ção e com menos de 1 ano deestudo representaram 4,6% doschefes do Morumbi e 12,5%dos de Parelheiros.

Desta forma, vai se defi-nindo a geografia da desigual-dade. A ocupação do espaço éexcludente, afastando para aperiferia a população mais ca-rente. A população cresce ondeos terrenos são mais baratos eas condições de adequação dosdomicílios ainda deixam muitoa desejar.

Assim é São Paulo, comtrânsito intenso, ar poluído e de-sigualdades mis, onde quase tudoé possível, até mesmo tirar frutado pé como colher amoras napracinha perto de casa.

Fanny Elisabete Moore -DIPEQ - São Paulo

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