blue devil 002

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    Este um trabalho de Fico. Qualquer semelhana dassituaes descritas com a realidade meracoincidncia.

    Este um trabalho de fs para fs. O preo cobrado resultado domaterial gasto para feitura de cada um dos livretos. No h lucro advindodesse trabalho.

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    SOBRE A AUTORA

    Sayonara Branca Pinheiro de Melo, pseudnimo Virgnia Allan, nascida em Manaus, no

    dia 16 de Maio de 1964.

    CONTATO COM A AUTORA:

    E-mails: [email protected] / [email protected]

    Pgina na internet:https://www.facebook.com/sayonara.melo

    Twitter: @virginiallan

    Tumblr: http://vi49-nevermore.tumblr.com/

    SOBRE A ILUSTRADORA

    Carol Peace 1987. Paper, Scissors, Magic.

    CONTATO COM A ILUSTRADORA:

    fanpage: https://www.facebook.com/peace.crafting

    deviantART: http://peacemakergirl.deviantart.com/

    Tumblr: http://peace-sama.tumblr.com/ & http://peaceininfinitylands.tumblr.com/

    E-mails: [email protected] / [email protected]

    Twitter: @peacemakergirl

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    "O Homem escreve, o Homem escreve." (Alan Moore)

    A noite iluminada pela fogueira acesa. "O homem

    escreve, o homem escreve"... Tem em seu colo o livro aberto; ele

    conta suas histrias para si mesmo, enquanto vagueia os olhos

    pelo passado e futuro... Sob a luz do fogo, v-se que sua barba

    grisalha e longa. A cabeleira revolta esconde a beleza de um

    rosto de linhas suaves, finas... quase femininas... Os olhos azuis

    conhecem todas as coisas. Ele parece contemplar o fogo, mas, a

    verdade que ele e o fogo, esto a dialogar.

    "A histria ardente." O fogo fala "e o homem escreve". O

    cdigo de palavras est quase completo. Para um instante, larga

    o livro e olha de cima do monte - do qual nunca sara - para o

    vale abaixo. Ele no deixa de ser uma espcie de Vigilante, um

    Vigilante vigiado por todos... Escrevera por sua vida, toda sua

    trajetria, em cada pedao, em cada pedra, em cada rvore,

    em cada ser que habitava o vale esquecido l embaixo, l, o

    centro de tudo, o centro desse mundo; o centro de seu mundo.

    Sempre viveu ali... Ali, onde, em tempos idos, uma rainha

    coroada fora decapitada. Seu sangue ainda corre pelas veias do

    corao da terra; ele ainda ouve o exalar de seu ltimo suspiro.

    A VOZ QUE FALA

    MAIS ALTO

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    Por conta de sua intimidade com a essncia das coisas,

    em outras pocas fosse perseguido, arrastado, julgado e

    sumariamente condenado e queimado pelos seus pares, mas,

    por ora, no... Por ora, ele desfruta de seu rinco, pois eles o

    temem, o respeitam... Entretanto, respeito baseado no temor

    nunca bom - ele bem sabe - mas assim, ao menos tido na

    conta de louco, o deixam em paz, sendo tambm para ele

    mais fcil passar inclume pelas ideias de mentes

    empedernidas.

    O jovem velho mago ama seu povo, todavia,

    reconhece que a ignorncia em que vive um ponto passvel,

    sofrvel, brutal, causador de aborrecimentos, angstias e

    atribulaes. No entendem a magia, nem o propsito dela ser

    estudada.

    Um barulho de gua o distrai... No rio de guas lmpidas

    e cantantes, mais adiante, os patos nadam. No h monstros

    para afugent-los. Os patos no tm pressa; ele tambm no

    tem... Viver aqui realmente compensador. As histrias habitam

    o quintal e se qualquer um quiser, pode desenterr-las e passar

    a vida a cont-las... A mo de terra substituda por fbulas

    maravilhosas. O fogo continua a crepitar, "a voz do fogo nunca

    se cala."

    O guincho de um porco atravessa o espao. O cheiro

    de carne queimada chega at ele tambm... Porm, no

    carne assada de porco. Acabaram de acender a fogueira

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    onde queimaram as duas bruxas. No pode fazer nada por

    elas, acabaram denunciando-se por si mesmas, mesmo assim, o

    bruxo faz uma prece, no ao deus escondido e poderoso

    sentado num trono, muito menos a um deus cornudo a espreitar

    os descaminhos humanos... Esses tipos de deuses so crias da

    imaginao dos homens.

    Sons de apitos ou buzinas cortam seu pensamento. O

    futuro despontando loquaz. O fogo continua a queimar l

    embaixo... O fogo arde aqui em cima - mesmo que em futuro

    no to distante o fogo est controlado... Porm, vez por outra,

    o fogo irrompe de forma brusca mesmo quando no

    provocado e como quase de nada entendem estes homens do

    futuro, este fogo queima, faz as pessoas chorarem e... Mata.

    Cruis so todas as coisas - e, ao mesmo tempo, todas as coisas

    so boas. Enquanto as bruxas ardem no fogo crepitante, ele

    arde em fogo brando, morno (mas no morto).

    Igrejas, templos erigidos ao infinito. A corrupo campeia.

    Vou marcar a pele com ferro e fogo, feito gado pronto a ser

    enviado ao matadouro. O cdigo do inferno o cdigo da

    redeno.

    A noite esfria, o fogo avisa. Voc deve descer, velho. Para

    anunciar a boa nova. Todos os homens, todos os seres, ao

    contar pra si mesmo sua prpria histria, ho de acrescentar

    uma jia ao corao... O que procuram est no corao; a

    que se esconde o ouro. O caminho do tesouro est traado no

    corpo. Ouam; ouam a Voz do Fogo.

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    Imagina algo to simples de ser dito e quantos ento,

    ouviro?!

    O jovem velho bruxo, pega seu livro e desce a colina. O

    fogo mandou que anunciasse a boa nova, todavia, ele no

    acha essa ser uma boa hora. Obedece e segue... O cheiro de

    carne queimada nauseante. Os rostos brilham, os olhos sorriem

    de satisfao. No recuam quando o veem... Ele se aproxima.

    Seu passo vacila, no por medo; novamente em sua mente sons

    de apito e buzina... O passado misturado ao presente e futuro oazucrina. Ser que alucina?! De sua boca saem as palavras

    ditadas pelo fogo, mas ningum ouve; ouvir, ouviram, mas no

    compreendem, apenas entendem vagamente... Que existe um

    tesouro dentro do corpo do bruxo, o bruxo possui um tesouro, o

    bruxo esconde o ouro... O povo agora um demnio de um

    olho s, uma boca voraz incandescente... Deprimente...

    O bruxo lembra-se das bacantes... A morte do poeta que foi

    ao inferno em busca de sua amada, mas voltou sem ela,

    lembra-se dos cristos que mataram Hiptia... Ele pode ver o

    passado e futuro - conhece todas as coisas, entretanto, a turba

    avana, a voz cada vez mais baixa at sumir de uma vez... No

    consegue evitar ser feito aos pedaos... Mas, ele adivinhava, ele

    sabia que assim seria... O fogo; o cheiro de carne queimada, a

    fogueira virando cinza... O barulho incessante de apitos,

    buzinas... O grasnar dos patos no rio, o silencio do monte... E o

    livro?! Onde foi parar?!

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    Alan abriu os olhos. Um pesadelo. Levanta-se, pensando...

    Sonhando...?! No... Estava bem desperto, embora ainda sinta o

    efeito dos acontecimentos dentro do sonho; a dor, o grasnar

    dos patos, o barulho do rio, o guincho do porco e o cheiro

    nauseante de carne humana queimada, e por cima de tudo,

    oua, a voz do fogo, a voz do fogo que nunca cala, a voz a lhe

    ditar um cdigo de palavras para trazer entendimento aos

    homens, a magia est a...

    Dirige-se janela; abre-a, precisa respirar, mas o barulho de

    carros e buzinas invade o ambiente; mira ao longe, a cidade, o

    horizonte e eis que de repente, uma frase volta-lhe mente: "O

    homem escreve, o homem escreve"...

    Bom... Hora de recomear... Fecha a janela e volta ao

    trabalho. Acende um cigarro, senta-se mquina de escrever e

    comea...

    "Por trs de colina, lado onde sol desce, est cu como fogo..."

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    John Constantine apagou o cigarro porta do caf... Em

    tempos politicamente corretos, voc pode ingerir cafena, mas

    no nicotina em excesso. Entretanto, Constantine pensa que,

    sempre, tudo o que fazemos contaminado pelo excesso...

    Nunca temos meias medidas... Ouve no ar, os sussurros

    demonacos que povoam o ambiente... Assim, sempre ser. Os

    ditames do proceder ditados por vozes invisveis... Alguns

    acreditam em anjos (fodam-se os anjos), mas Contantine acredita

    em demnios (fodam-se os demnios). Ele bem os conhece, pois

    foi, atravessou o Inferno literalmente e voltou... Porm, hoje, nada

    de batalhas. Tudo o que quer um dia de sossego, isto , se forpossvel.

    Entra, e um som quase inaudvel de musica ambiente,

    invade-lhe os ouvidos. Ele no liga. Escolhe e senta-se numa mesa

    ao fundo, porm, mal se acomoda, bem ao lado, um sujeito

    magro vira-se e pergunta se pode sentar junto. Constantine acena

    com a cabea em sinal positivo. O homem levanta-se, puxa a

    cadeira e senta-se em frente a Constantine.

    - Tempos difceis, amigo... Tempos difceis - diz o homem,

    pousando sobre a outra cadeira um jornal dobrado.

    JONN CONSTANTINE

    EM UM DIA DE DESCANSO

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    - Pra mim, sempre foram tempos difceis. - diz Constantine, nada

    disposto s divagaes filosficas, no hoje, pelo menos.

    A garonete se aproxima e pergunta o que vo querer.

    Constantine pede caf, po, bacon e dois ovos frios, enquanto o

    sujeito limita-se apenas a um caf. Enquanto ela parte em busca

    dos pedidos, o sujeito apresenta-se:

    - Bom... Sou Atanasius Forbes...

    -Prazer, John Constantine...

    - Eu sei quem voc.

    - Ah, sabe ?

    -Sei.

    - Se sabe, porque voc quem o que eu penso que deve ser ...

    - Sim - disse Atanasius com um sorriso - Mas, sou apenas um pobre

    diabo envelhecido e cansado, sob uma veste de pele humana.

    Sou completamente inofensivo. J vivi muito e a eternidade causa-

    me tdio. Um diabo em meio a tantos outro diabos... Alguns que

    at pensam ser humanos, to esquecidos que so de sua real

    condio.

    Constantine olha para os rostos annimos dentro do caf.

    Demora-se numa senhora de olhar sereno e pensa que, talvez,

    debaixo dessa aparncia acolhedora, esconda-se uma me

    .

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    destruidora que manipula e poda seus filhos; ou quem sabe, ali, o

    sujeito mau-encarado, seja mesmo um completo desajustado...Oras, so tantas vidas mal vividas; tantos sonhos desfeitos, tantas

    almas famintas, insatisfeitas... Algumas so feias, muito feias, outras,

    bem... Sua vista vai parar na atendente do balco... Uma bela

    moa delicada, com um sorriso doce no rosto, quase uma

    exceo naquele caf terrestre dos infernos... Constantine, porm,

    v asas em torno dela. Como um halo, ela sorri.

    hummmmm... A moa um anjo, o nico ali, dentre todos.

    Recolhe-se em sua cadeira, pega o cigarro, mas no o acende

    ainda. A musica ambiente pareceu ficar mais alta, o som da TV,

    com notcias horrveis, assim como o barulho de vozes.

    - , Atanasius, no vai dar para ficar e continuar a conversa.

    Preciso ter meu dia de descanso.

    - Pois v, ento, John. A ordem do caos a desordem. Descanse

    isto... Se conseguir.

    Constantine levanta-se no momento em que a garonete

    chega com seus pedidos.

    Ele a encara, mas, no consegue ver nada... Aquela moa,nem anjo, nem demnio... Apenas um zumbi... Bom... Assim se

    divide a humanidade. Larga o dinheiro sobre a mesa, enquanto

    .

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    Atanasius retoma o seu jornal... A garonete olha indiferente para

    o gesto de Constantine. Larga o pedido e volta aos seus afazeres.

    Constantine vai at o balco e pede para dar um

    telefonema. Liga para seu amigo Chas e pede para vir busc-lo. O

    endereo Caf Royal, esquina com a Sweet Hampton. Sai em

    seguida e recosta-se a parede. Acende o cigarro e pe-se a

    esperar. Pelo vidro, olha mais uma vez para dentro; v a senhora

    de olhar doce, o homem tosco e Atanasius ainda concentrado em

    seu jornal... A moa de sorriso perfeito, cordial com quem, talvez,

    nem merecesse tal cordialidade...

    Bah! Pensa Constantine. "Fodam-se todos; fodam-se os

    humanos, fodam-se os demnios"... Novamente, vislumbra o sorriso

    perfeito da moa perfeita, "Fodam-se os anjos! Queria apenas um

    dia de descanso, mas, como sempre... Nunca possvel".

    Chas chega nesse momento e Constantine entra no carro e

    recosta-se no banco de trs. Ao menos durante a corrida, poder

    dormir... Quase fechando os olhos, cantar de pneus e o carro de

    Chas roda no asfalto... Ah, para variar um susto, um pequeno

    acidente...

    - Que porra essa?!! Foda-se Chas.. fodam-se todos.... foda-semeu dia de descanso.

    Fala assim e de repente cai, desacordado, no banco.

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    WATCHMEN

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    Trabalho baseado nos personagens criados por AlanMoore.

    Hellblazer, Watchmen DC Comics.

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    Textos por Virgnia AllanIlustraes por Carol Peace

    Diagramao por Carol Peace

    Todos os direitos reservados. Proibida a redistribuio e areproduo (parcial ou total) sem contato com os devidosresponsveis.

    MANAUS 2013