bleeps e bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

22
Bleeps & Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software Camila Schäfer – UNISINOS – [email protected] Tiago R. C. Lopes – UNISINOS – [email protected] Artigo apresentado no X SBGames - Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital UNEB - Campus I - Salvador - Bahia - Nov. 2011

Upload: camila-schafer

Post on 04-Jul-2015

339 views

Category:

Technology


1 download

DESCRIPTION

Este artigo toma como objeto de interesse o chiptune, um estilo musical que se baseia na estética sonora de antigos jogos de videogame, contextualizando-o como um dos fenômenos que integram o processo de autonomização da game music. Nossa abordagem é sustentada, principalmente, pelo pensamento de Lev Manovich, que pauta os efeitos sobre a cultura decorrentes da presença de softwares no controle de grande parte das práticas sociais contemporâneas. Por esse caminho, analisamos como o chiptune encontra na "cultura do software" as bases de sua realização, apontando algumas hipóteses que justificam o seu crescimento nos últimos anos.

TRANSCRIPT

Page 1: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Bleeps & Bloops: chiptune e autonomização da game music

na cultura do software

Camila Schäfer – UNISINOS – [email protected] Tiago R. C. Lopes – UNISINOS – [email protected] Artigo apresentado no X SBGames - Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital UNEB - Campus I - Salvador - Bahia - Nov. 2011

Page 2: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Camila Schäfer

§  Jornalista

§  Criadora do blog Console Sonoro www.consolesonoro.blogspot.com

§  Colaboradora do site e revista Nintendo Blast

Tiago R. C. Lopes

§  Professor cursos de gradução em Jogos Digitais, Realização Audiovisual, Comunicação Digital, Publicidade e Propaganda (UNISINOS)

Page 3: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Auxiliar no processo de compreensão da narrativa. Criar sensações de espacialidade.

Provocar emoções: medo, suspense, alegria etc.

Pontuar aspectos do gameplay.

Mais do que isso…

Funções das músicas nos games

Page 4: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

As músicas de games integram o arcabouço de referências estéticas de gerações inteiras de indivíduos que dedicaram centenas de horas de suas vidas aos jogos eletrônicos. Passadas algumas décadas desde que as músicas de videogames se tornaram populares, quais os efeitos percebidos hoje sobre a cultura de nosso tempo?

Game Music

Page 5: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Mídias tradicionais Vs. Novas mídias Computador é o “metameio”. “softwarização” das mídias à “meios híbridos” O “banco de dados” é a principal forma cultural de nossa época. O remix como prática naturalizada em “interfaces culturais”.

Cultura do software

Page 6: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Cultura do Software + Game Music

Estratégias Vs. Usos táticos (De Certeau) Os usos táticos tornam-se as estratégias (SDKs, APIs etc.) Engines e elementos dos bancos de dados de jogos são disponibilizados, Proliferam os softwares emuladores de consoles antigos. Plugins para acesso de arquivos sonoros de games (.nsf, .gbs, .spc, .psf, .gym).

Page 7: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

a)  O potencial para que indivíduos criem produtos culturais e os façam circular a um grande número de pessoas;

b)  O potencial para que indivíduos se apropriem dos produtos culturais gerados na esfera institucionalizada da indústria dos meios de comunicação e operem sobre eles transformações de ordens técnicas e estéticas;

c)  O potencial para o surgimento e o crescimento de comunidades de interesse em torno de nichos culturais bastantes restritos.

Cultura do software

Page 8: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

A game music está presente para além dos videogames e evolui como um produto cultural autônomo.

Autonomização da game music

Page 9: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Nas Olimpíadas de 2004, em Atenas, a dupla de nado sincronizado dos Estados Unidos utilizou as músicas "One Winged Angel" e “Liberi Fatali”, ambas do jogo Final Fantasy VIII.

Em 2008, o candidato à presidência dos EUA, John McCain, usou em um de seus vídeos de campanha uma música do jogo Medal of Honor: European Assault.

A partir de 2012, o Grammy passará a incluir premiações para músicas de games em diversas categorias.

Autonomização da game music

Page 10: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Autonomização da game music

Yellow Magic Orchestra (1978) Faixa “Computer Game” combina sons de Space Invaders e Circus.

Discos com músicas de games

Page 11: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Autonomização da game music

Orquestras

Bandas

Page 12: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú  Comunidades: Orkut

ú  Web-radios: Radio Sega, 8 Bit FM

ú  Sites: OCReMix, OverLooked ReMiX e VGMix

ú  Sites e blogs de notícias: Music 4Games, Square ú  Enix Music Online, Original Sound Version, Violão

de 8 bits, Hadouken, Benzaiten, Gagá Games, Gamecultura, Meu Outro Blog e outros.

Autonomização da game music

Page 13: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú  Nintendocore / NEScore

ú  Tracker music / MOD-scene

ú  Bitpop

ú  Chiptune ou chip music

Estilos de game music

Page 14: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

CHIPTUNE

Page 15: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú  Computer System Control - Golden Shower - 2000

Page 16: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú  Festivais demoscene (the harder, the better)

ú  Trackers à LSDJ, o Buzz, ModPlug Tracker, MadTracker e Renoise.

ú  NetLabels à Chippanze (BR) ú 

Contexto de surgimento

Page 17: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú  Commodore Amiga

Consoles mais utilizados

Game Boy

Atari 2600

Famicom

Page 18: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú  USA

ú  Bit Shifter ú  Nullsleep ú  Glomag

Bandas de chiptune

Brasil Pulse looper Droid-on Subway Sonicbeat Chiptots

Page 19: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú 

Artistas contemporâneas que usaram chiptune em suas composições

ú  Björk

ú  Chemical Brothers

ú  Aphex Twin

ú  Beck ú 

Page 20: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

ú  Weezer à Weezer - The 8-bit album

ú  Daft Punk à DaChip

ú  Miles Davis (Kind of Blue) à Kind of Bloop

ú  Kraftwerk à 8-bit Operators: the Music of Kraftwerk

ú 

Tributos em chiptune

Page 21: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

1. Chiptune como estilo de game music que realiza uma operação inversa, isto é, de releitura (remix) de composições que não encontram origem nos games para uma estética baseada na sonoridade de consoles de videogames antigos.

2. Redefinição do conceito de game music como gênero: o que interessa é a relação das músicas com a mídia videogame, seja em termos de recriação dos temas tocados em jogos ou da adoção da estética e do hardware dos consoles para criação de músicas originais com "cara" de videogame.

Considerações Finais

Page 22: Bleeps e Bloops: chiptune e autonomização da game music na cultura do software

Camila Schäfer [email protected] Tiago R. C. Lopes [email protected]