biotecnologia a favor da agricultura e da natureza

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EX-ALQ Conheça o esalqueano criador dos tubetes para mudas de café NOVA SÉRIE OUSADIA Coragem e preparação para mudar os rumos profissionais e ser feliz REPÚBLICAS COM A Primeira república de estudantes de Piracicaba vai completar 91 anos Panorama atualizado da ESALQ, os novos cursos, o perfil dos estudantes, a importância dos departamentos e laboratórios A ESALQ HOJE EDIÇÃO N O 1 2015 ano 30 Revista da ADEALQ UMA PUBLICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO DOS EX-ALUNOS DA ESALQ

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Page 1: Biotecnologia a favor da agricultura e da natureza

ex-alqConheça o esalqueano criador dos tubetes para mudas de café

Nova Série

ousadiaCoragem e preparaçãopara mudar os rumosprofissionais e ser feliz

repúblicas com aPrimeira república deestudantes de Piracicabavai completar 91 anos

panorama atualizado da esalq, os novos cursos, o perfil dos estudantes, a importância dos departamentos e laboratórios

a esalq HoJe

edição No 1 2015

ano 30Revista da

ADEALQuma publicaÇão da associaÇão dos ex-aluNos da esalq

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Revista da ADEALQ

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Atendimento:

+55 [19] 2101-0101 ou [19] 99193-7163

Falar com Marina

De segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

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Cultive solidariedade

Ajude o Corsini a continuar seu trabalho, que é referência nacional no tratamento de crianças e adolescentes infectados pela AIDS no Brasil.

Plante esperança. Faça sua doação e colha a satisfação de ajudar:

Banco do BrasilAgência: 2913-0Conta: 19071-3Centro de Controle e Investigação Imunológica Dr. Antonio Carlos CorsiniCNPJ: 54.695.440/0001-30

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ediToriaL

Juntos, podemos muito mais

A história centenária da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, a nossa ESALQ, é marcada por revelar e projetar importantes nomes do agronegócio brasileiro, como secretários e ministros, que projetam os conceitos desta escola às diferentes instâncias do governo nacional. Tão importantes quanto esses notáveis são os milhares de profissionais que saem das salas de aula e laboratórios da ESALQ para compartilhar conhe-cimento no campo, nos centros de pesquisa, nas indústrias e nas escolas.

Está aí a grande prioridade da Associação de Ex-Alunos da ESALQ (ADEALQ): integrar e compartilhar. A aproximação dos especialistas que estão distribuídos pelo Brasil – e também fora dele – é fundamental para que todos possam aprender muito mais. Independentemente do ano de formação e dos caminhos trilhados, cada um tem algo importante para dividir. E o que não falta é gente para contar história: já são mais de 14 mil diplomas entregues.

Se é para integrar, sejam bem-vindos também os ex-alunos dos cur-sos de pós-graduação. Somando mestres e doutores, são quase 8,5 mil estudantes formados. A partir de agora, todos podem – e devem – fazer parte da ADEALQ. Para incentivar e facilitar essa aproximação, a Asso-ciação ampliará as possibilidades de comunicação e acesso, a exemplo da retomada da Revista da ADEALQ, da atualização do site, da criação de aplicativos para smartphones e outras novidades que serão apresenta-das oportunamente.

O conteúdo editorial que preparamos para você mostra exatamente as experiências de alguns “esalqueanos”, suas superações e conquistas, suas contribuições ao agronegócio e outros setores da economia nacio-nal, o aprendizado tanto do ponto de vista técnico quanto social e boas lições de vida. Acompanhe, aproveite e participe. Estamos à disposição para receber sua opinião.

Boa leitura!

A Equipe Editorial

presideNte da adealq aNToNy H. M. SeweLL (CaNCro)

Vice-presideNteCLaudio ToMazeLa (PoLegar)

secretário GeralLuiz guSTavo NuSSio (BaMBu)

1o secretário FerNaNdo C. MeNdoNça (Burdog)

2o secretárioJoão CarLoS Teixeira MeNdeS (TadaNdo)

1o tesoureirovaLdoMiro S. Miyada

2o tesoureiroCarLoS a. BaPTiSTa (PiNo)

esalqdireTor – JoSé viCeNTe CaixeTa FiLHo

viCe-direTora – MariSa a. B. regiTaNo d’arCe

coNselHo editorialaNdré M. S. diaS (rg)

Luiz reyNaLdo F. aLLeoNi (arara)MauriCio PaLMa Nogueira (Big BeN)PauLo HeNrique groke Jr. (grogue)

redaÇãoBureau de ideiaS, iMPreNSa e CoMuNiCação eSTraTégiCaav. PauLiSTa, 726 – 17o aNdar

CoNJuNTo 1707d – Caixa PoSTaL 483BeLa viSTa – São PauLo – SP

01310-910 – TeLeFoNe: (11) 4506-3181uNidade rMC: (19) 3876-4167www.BureauideiaS.CoM.Br

[email protected]

JorNalista respoNsáVelroMuaLdo veNâNCio (MTB 29.464)

proJeto GráFico e produÇãomaKe comuNicaÇão com atitude

(19) 3203-6751

departameNto comercialmaKe comuNicaÇão com atitude

reportaGem

roMuaLdo veNâNCioaNa LúCia Neiva

colaboraÇão

TaTiaNa Ferro – FoTograFia

ADEALQuma publicaÇão da associaÇão dos ex-aluNos da esalq

Revista da

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SuMÁrio

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03 editorial

ADEALQ amplia esforços para aproximar ex-alunos da ESALQ

10 GeraÇões

O que a vida acadêmica tem a ver com a origem da família Carlucci

08 respostade sucesso

CEO da Adama Brasil conta como a ESALQ influenciou sua carreira profissional

06 repúblicas com a

Primeira república de estudantes de Piracicaba vai completar 91 anos

16 a esalq HoJe

Conquistas já alcançadas incentivam ainda mais a permanente renovação

22 ex-alq

Conheça o esalqueano criador dos tubetes para mudas de café

26 Gestão

É preciso confiar no próprio conhecimento para se propor quebra de paradigmas

30 muNdo aFora

Graduação e Pós abriram horizontes para esalqueano ultrapassar fronteiras

38 reVista da adealq

De volta, aos 30 anos

36 50 aNos de pós-GraduaÇão

Em cinco décadas são quase 8,5 mil graduados entre mestres e doutores

32 espaÇo empresarial

Indústria nacional aposta na biotecnologia para otimizar a produção agrícola

42 57a semaNa luiZ de queiroZ

Imagens de uma inesquecível reunião de congraçamento

46 relacioNameNto

Nova plataforma espera pelos esalqueanos

48 Notas e eVeNtos

Notícias sobre a própria ESALQ e as conquistas dos esalqueanos

24 ousadia

Coragem e preparaçãopara mudar os rumosprofissionais e ser feliz

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Revista da ADEALQ

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rePúBLiCaS CoM a

O célebre esalqueano e ex-ministro da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento Roberto Rodrigues costuma descrever as repúblicas compostas pelos estudantes da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, a ESALQ, como “microcosmos” e “es-colas de vida”. Além de ser, para a grande maioria, a primeira experiência de morar longe de casa e da família, é um encontro permanente com a di-

CopaCaBana Vai CompLetaR 91 anos

a pRimeiRa RepúBLiCa de estudantes de piRaCiCaBa foi fundada poR aLunos que deixaRam o Rio de JaneiRo paRa estudaR na esaLq.

Romualdo Venâncio

LuCAS INGOLD, O FIúQ, à ESQuERDA, E mEmBROS DA ORGANIzAçãO DO INTERREPúBLICAS, Em EvENTO NO QuAL OS ALuNOS ARRECADARAm QuATRO TONELADAS DE ALImENTOS DESTINADAS A ONGS DE PIRACICABA.

versidade e a tarefa de administrar a própria vida. “A república é a síntese da liberdade com respon-sabilidade”, define Rodrigues. É exatamente pelo o que está passando Lucas Ingold, estudante do terceiro ano de Engenharia Agronômica.

Natural de Campo Grande (mS), nasceu em uma família de pecuaristas e foi apresentado à esco la por seu pai, Daniel Ingold, esalqueano e ex-

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Repúblicas com A

-morador da República Sobradão. Além da opção pela ESALQ, Lucas também foi morar em uma república e chegou à mais antiga de Piracicaba (SP), a Copacabana. Fundada em 1923 por estudantes que vinham do Rio de Janeiro, foi batizada de República Copacabana Palace por conta da inauguração, também naquele ano, do luxuoso Hotel Copacabana Palace na capital fluminense (à época, também capital federal).

Diferente do hotel, a essência histórica da repú-blica vai muito além da edificação. “Não é o imóvel que representa Copacabana, mas, sim, a instituição que foi criada”, explica Lucas. Tanto é verdade que já esteve em diferentes endereços. Hoje está na Rua Padre José Conceição meireles, 158, na vila Indepen-dência, a cerca de dois quilômetros da entrada da ESALQ. “Procuramos manter os valores e costumes que são passados há décadas”.

Lucas chegou à Copacabana por intermédio de um colega sul-mato-grossense, Fausto Nimer Terrabuio, de Rio Brilhante. “Nós nos conhecemos no ônibus, quando Fausto prestava o vestibular. Também fiz a prova, mas apenas como experiência. Entrei no ano seguinte”, recorda. Claro que, estando em Piracicaba, os nomes deram lugar aos apelidos. Fausto já havia se tornado o “Orrameu” e Lucas passou a atender por Fiúq, mais por uma questão de herança. “O apelido do meu pai quando estudou na ESALQ era Emo, aí acabei virando Fiúq”, explica.

A experiência de morar em uma república é vis-ta por Lucas como uma evolução pessoal. Segundo conta, passou a dar valor a diversos fatores com os quais não se importava tanto. “Não me via, por exem-plo, sendo um representante de alunos ou estando à frente de algum grupo”. Atualmente é o “caixinha” – ou o gerente financeiro – da república e também presidente da Associação Atlética Acadêmica “Luiz de Queiroz” (AAALQ). “Sempre participamos de algo dentro da escola, pois a ideia não é apenas vir aqui, estudar e ir embora; procuramos deixar algo”, comen-ta o estudante.

Para se ter ideia do compromisso citado por Lucas, a mais recente edição do Torneio Interrepúblicas, or-ganizada pela AAALQ e realizado entre 11 de agos-to e 4 de setembro deste ano, reuniu cerca de 350 alunos da ESALQ e 47 repúblicas. Durante o período das competições, os estudantes arrecadaram quatro toneladas de alimentos, cerca de dez mil peças de roupa e cinco mil livros. As doações foram encami-nhadas à ONG Irmãos de Ideal e Igreja Obra de maria, e vão garantir a sobrevivência dos atendidos por seis meses. “É uma oportunidade de retribuirmos à cida-de de Piracicaba todo acolhimento e hospitalidade”, afirma lucas.

“Não é o imóVel que represeNta a copacabaNa, mas, sim, a iNstituiÇão que Foi criada” – lucas iNGold (Fiúq)

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AS DÉCADAS PASSAm, mAS PERmANECEm O ESPíRITO DE AmIzADE E O RESPEITO ENTRE OS mORADORES DA COPACABANA.

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Revista da ADEALQ

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“Quando tiverem 18 anos de idade, meus fi-lhos vão morar em república. vão aprender a viver o  mundo”. a frase dita por Rodrigo de Souza dias Gutierrez, CEO da Adama Brasil, empresa do seg-mento de agroquímicos, com sede em Londrina (PR), reflete um conceito de vida formado por uma trajetória acadêmica e profissional que começou com o “Speto”. Esse era o apelido de Gutierrez quando cursava Engenharia Agronômica na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, a ESALQ/uSP. For-

o desafio de se adaptaRRodRigo gutieRRez está à fRente de uma empResa que deVe fatuRaR R$ 500 miLhões este ano e sua meta é doBRaR o VaLoR em quatRo anos. o apRendizado do peRíodo em que estudou na esaLq Contou muito paRa ChegaR onde está.

Romualdo Venâncio

reSPoSTa de SuCeSSo

mado em 1993, foi morador da República Lesma Lerda e nasceu em uma família de esalqueanos.

Gutierrez comenta, sempre com declarado orgulho, que a influência da eSalQ em sua vida é muito grande. A soma do aprendizado adquirido em sala de aula àquele obtido da vivência no ambiente de república é a estrutura do profissional que ele se tornou. “O compromisso de cumprir os estudos e a necessidade de saber lidar com diferenças contri-buem para que sejamos ágeis e flexíveis”, comen-

vISTA AÉREA, ADAmA.

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Resposta de sucesso

“a esalq prepara seus aluNos para que apreNdam rapidameNte”

ta. O executivo também destaca a importância de a escola preparar seus alunos para aprenderem ra-pidamente. “Essa é uma das prin-cipais características que diferen-ciam o profissional formado pela ESALQ quando chega ao mercado de trabalho”.

Ao sair da escola, Gutierrez trabalhou por três anos com o pai, que plantava café e tinha uma em-presa de sistemas de irrigação. Quando decidiu trilhar seu cami-nho de forma mais independen-te, chegou à monsanto do Brasil, onde ficou por oito anos e desem-penhou diversas funções, de re-presentante de vendas a gerente de marketing. Em seguida, passou cinco anos na Bayer CropScience.

Trabalhou ainda em um fundo de investimentos que atuava no agronegócio, por menos de dois anos, até ser convidado para, em 2011, assumir a presidência da milênia, que pertencia ao grupo israelense makhteshim Agan.

Na nova função, a missão de Gutierrez era promover a recupe-ração da empresa, que não passava por um bom momento. “Encontrei um ambiente favorável à aplica-ção do que eu trazia da ESALQ. Em pouco tempo conseguimos bons resultados e houve rápido cresci-mento”, relata o executivo. mais do que a superação, a companhia passou por significativa transfor-mação. Ainda em 2011, a empresa estatal chinesa ChemChina adqui-riu 60% do capital do makhteshim Agan. Este ano, todas as empresas do grupo foram unificadas, surgin-do, assim, a Adama. “Pela origem das companhias em meu currículo, digo que tenho uma das trajetó-rias profissionais mais multinacio-nais”, brinca o executivo.

A perspectiva a partir de ago-ra é a melhor possível. “Aposta-mos em nosso portfólio híbrido de produtos; no crescimento na Chi-na, que é o maior fabricante de matérias-primas e tem se tornado um grande centro de pesquisas; e nos avanços digitais na agricultura. Estamos preparados para crescer nesse universo”, comenta Gutierrez. As características e condições da produção agrícola no Brasil tam-bém animam o CEO. “Em nenhum lugar há sol e água como aqui. Essa combinação é única e torna o país bastante competitivo”.

O crescimento da Adama signi-fica também mais oportunidades para estudantes dos cursos relacio-nados ao agronegócio. “Contratamos entre 25 e 30 agrônomos por ano”, confirma Gutierrez. entender as de­mandas do produtor rural é primor-dial. “O foco do nosso trabalho é desenvolver facilidades para o agri-cultor, pois ele já tem de lidar com uma série de fatores que complicam seu dia a dia, como clima, mercado futuro e insumos, entre outros”.

“o compromisso de cumprir os estudos e a Necessidade de saber lidar com diFereNÇas coNtribuem para que seJamos áGeis e FlexíVeis”, diZ rodriGo GutierreZ sobre o período em que estudou Na esalq e residiu Na república lesma lerda.

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Revista da ADEALQ

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geraçõeS

Nivaldo conheceu marisa numa sala de aula do cursinho. Olharam-se, enamoraram-se, formaram--se juntos engenheiros agrônomos e casaram-se. dos três filhos, o caçula Pedro decidiu obter a mesma graduação que os pais e também se en-cantou por uma colega de turma, Heloisa. Eles na-

Ana Lúcia Neiva

moraram, receberam o diploma juntos, seguiram carreiras prósperas e trocaram alianças. As duas histórias de amor têm como cupido a escola que até hoje ocupa um lugar muito especial no coração desses quatro eternos esalqueanos, integrantes da família Carlucci. Apelidos, repúblicas, profes-

Laços de amoR e Respeito eteRnos

Conheça a tRaJetóRia uniVeRsitáRia e pRofissionaL de quatRo integRantes da famíLia CaRLuCCi, que, mesmo ViVendo momentos difeRentes na esCoLa, se sentem oRguLhosos poR fazeRem paRte de uma famíLia ainda maioR: a da esaLq.

HELOISA E PEDRO, DE NOIvOS, Em FRENTE à ESALQ.

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Gerações

sores, amigos, estágios, vida pro-fissional, encontros... confira, a se-guir, as boas lembranças que cada um traz dos tempos dourados em Piracicaba (SP), revividos sempre que se encontram com os amigos.

Nivaldo (dury)

“Nasci em Álvares machado, na região da Alta Sorocabana, em

23 de setembro de 1950. Sou o caçula de seis irmãos, filhos de Luiz Carlucci e Idalina Sanvezzo Carlucci. Na antiga Casa da Lavou-ra da cidade trabalhava o enge-nheiro agrônomo dr. Negrini, que ajudava muita gente a produzir mais e melhor. Então decidi fazer o mesmo. Fui para Piracicaba fazer o cursinho CLQ, onde conheci mi-nha adorável esposa, marisa. En-tramos juntos na ESALQ em 1972 e nos formamos em 1975 (F75) no curso de Engenharia Agronômica.

morei na República Ktapu(l) ta, que não existe mais. Com alguns amigos mantenho contato frequen-te, como o José Eduardo Borela (moita), o Álvaro Eleuté rio da Silva (Salim) e Ricardo montew ka (Alem ão), entre tantos outros. Estagi ei no De-partamento de Química por três anos, sob a orientação do prof. José Carlos Alcarde, que era mui-to gente boa. Lembro também do prof. Julio marcos, que foi diretor

na época do Pedro e da Heloisa, que foram alunos de alguns co-legas de turma, como Claudião, Quirino, valdomiro, Ivan e outros.

Depois estagiei na Dow Quími ca, onde trabalhei por 25 anos. Ini-ciei como pesquisador de campo, fui supervisor e gerente de pes-quisa e desenvolvimento, e apo-sentei como diretor de marketing, cargo que assumi quando morei por sete anos nos Estados unidos. durante todo esse tempo, fiz mBa no Babson College, Boston, e mes-trado em Gestão de Negócios na universidade Católica de Santos. Hoje sou consultor e decidi culti-var seringueiras. A ESALQ é sempre assunto em família, inclusive com o pai da marisa, dr. Jayme vazquez Cortez, que se formou, também na GLORIOSA, em 1947.

São três gerações com tempos bem distintos, mas uma coisa em comum – o orgulho de fazer par-te de uma instituição que tem o

mARISA E DuRy NO BAILE DO BICHO Em 1972.

eles Namoraram, receberam o diploma JuNtos, seGuiram carreiras prósperas e trocaram aliaNÇas

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são três GeraÇões com tempos bem distiNtos, mas uma coisa em comum – o orGulHo de FaZer parte de uma iNstituiÇão que tem o respeito do país todo.NiVALdo, o duRy

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respeito do país todo. Acredite: a vida esalqueana é única durante o curso e, depois dele, na vida profis-sional. Como dizemos, no Brasil existem os agrônomos e existem os esalqueanos. Duas coisas completamen-te diferentes”.

Marisa

“Quando nasci, em 31 de maio de 1953, na cida-de de Campinas, meu pai, que era esalqueano, tra-balhava no Instituto Agronômico (IAC). minha mãe é piracicabana e o conheceu quando ele foi estudar na ESALQ. meu avô paterno já tinha uma propriedade em Santos (SP) que produzia banana para exportação.Por influência deles decidi ser agrônoma. No cursinho CLQ, conheci o Nivaldo; entramos na ESALQ em 1972, nos casamos e tivemos três filhos. durante o período da faculdade, morei com meus tios e minha avó ma-terna. Assim que me formei, fui trabalhar no Instituto de Botânica, em São Paulo.

Fiz mestrado em Agricultura na ESALQ e também trabalhei no IAC. meu doutorado em Biologia foi feito na unicamp e, em 1990, quando nos mudamos para Indiana, nos Estados unidos, cursei o pós-doutorado em Fisiologia vegetal na Purdue university. Em 1992,

HELOISA E PEDRO NO BAILE DE FORmATuRA Em 2005.

mARISA DANçA COm O PAI, DR. JAymE, NO BAILE DE FORmATuRA DE 1975.

fomos para miami e trabalhei no Fairchild Botanical Garden, com plantas ornamentais. Especializei-me em palmeiras e, ao voltar para o Brasil, em 1997, comecei um viveiro de produção de palmeiras or-namentais, raras, exóticas e nativas, o qual geren-cio até hoje.

mesmo com esse indo-e-vindo, mantivemos contato com os amigos de turma. São vários! Nós todos temos o maior orgulho de fazermos parte dessa “elite” dos agrônomos do Brasil. Temos mui-to respeito por essa instituição, que nos ensinou a trabalhar com ética, dedicação e profissionalismo. Parece que, quando a gente sabe que o outro é esalqueano, ele já começa a fazer parte da nossa “família”. É uma sensação de cumplicidade. É muito bom. Na minha família, além do meu pai, falecido em 2011, tenho uma prima formada em 1980 e a esposa do meu primo, a marta Spoto, que atual-mente é professora da ESALQ”.

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parece que, quaNdo a GeNte sabe que o outro é esalqueaNo, ele Já comeÇa a FaZer parte da Nossa “Família”.

MARisA

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Gerações

Pedro (7-ouro)

“Sou paulistano, nascido no dia 23 de fevereiro de 1982, o ca-çula de três irmãos e o único dos filhos que seguiu a mesma carreira que os pais e meu avô materno, dr. Jayme vazquez Cortez. Ingressei na ESALQ em 2001 e me formei em 2005 (F05) como engenheiro agrônomo. morei na República Pau-A-Pique, fundada em 1983. Foi uma das melhores experiên-cias em minha vida – a ESALQ me ensinou engenharia agronômica e a república, a vida.

COLAçãO DE GRAu AO LADO DOS AmIGOS XAPÉuzIN E IENA.

Conservo muitas amizades, prin cipalmente com o João Paulo  de Luchio, o Chichá, e o Cauê Bernardo, o uga-uga, ambos colegas de tur-ma e de república. Estagiei por dois anos e meio no Grupo de Experimentação Agrícola (GEA) do Departamento de Produção vege-tal, antigo Departamento da Agri-cultura, sob orientação do prof. dr. José Laércio Favarin. Alguns dos principais professores que mar-caram minha formação foram o próprio Favarin, Godofredo César vitti, Paulo Sentelhas e Antonio Fancelli. Tive a oportunidade de

ARQuIvO PESSOAL

ser esalqueaNo é FaZer parte de alGo muito maior. é saber coNViVer com pessoas de cultura, educaÇão, situaÇão FiNaNceira etc. diFereNtes e se adaptar. PEDRO, O 7-OURO

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Revista da ADEALQ

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ter aulas com professores que são colegas de turma dos meus pais, como Cláudio Haddad, valdomiro miyada, Quirino Carmelo e Clarice Demétrio.

Ainda no meu último ano da ESALQ estagiei nos EuA pela Dow AgroSciences na área co-mercial, desenvolvendo um trei-namento com fungicidas em soja. Quando me formei, fui convidado pela empresa para retornar aos EuA como trainee de vendas e foi assim que iniciei minha car-reira. Passei a ser Representante Técnico de vendas, Gerente de Projetos e Gerente de marketing. Atualmente atuo como Gerente Regional de vendas para o seg-mento de sementes no sudoeste dos EuA pela Dow AgroSciences.

Heloisa e eu começamos a na-morar em nosso segundo ano, em 2002, e nos casamos em 2009. So-mos da mesma turma, mesmo cur-so; entramos juntos e nos forma-mos juntos na ESALQ, assim como meus pais. Como nos formamos em 2005 e meus pais, em 1975,

comemoramos nossos quinquê-nios juntos. Comentamos que a ESALQ nos preparou para futuros desafios e faremos sempre o que pudermos para ajudá-la a conti-nuar sendo referência no ensino agrícola superior. Ser esalqueano é fazer parte de algo muito maior, é uma irmandade, uma família. É cultivar o companheirismo que se mantém vivo ao se reencontrar colegas, conhecer novos e expan-dir nosso leque de apoio a outros esalqueanos”.

Heloisa (Pitãga)

”Sou piracicabana, como meu pai, que é engenheiro geólogo. Nasci em 26 de agosto de 1983, mas ainda pequena morei com minha família na capital paulis-ta e, depois, em Goiânia, Goiás, onde minha mãe, que é geógra-fa, nasceu. Duas tias paternas e esalquea nas me motivaram a es-tudar na escola, que conheci ainda pequena. Eu era apaixonada pelo campus! meu irmão mais velho, Leonardo, o Pi-qui, entrou na esco-la um ano antes de mim, em 2000.

Fiz parte da República Reboq como agregada, isto é, eu não mora va lá e, sim, com meus avós paternos, mas participava de to-das as atividades. Fazer parte de uma república ajudou no meu amadurecimento, na formação de liderança e na preparação para a vida profissional. mante-nho contato com muitos de meus colegas por meio de um grupo de e-mail, redes sociais e encontros ocasionais.

NATAL Em FAmíLIA Em 2010, Em INDIANAPOLIS, EuA.

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a esalq tem uma tradiÇão de irmaNdade que cria uma iNtimidade quase que iNstaNtâNea quaNdo se coNHece outro esalqueaNo Na Vida proFissioNal. essa aFiNidade Facilita a comuNicaÇão iNicial e a troca de experiêNcias. HELoisA, A pitãgA

acredito que Nós, esalqueaNos, queremos retribuir o que apreNdemos FaZeNdo estáGios (deNtro e Fora da escola) e leVaNdo o Nome da Gloriosa para outras partes do brasil.HELoisA, A pitãgA

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Gerações

Ainda estudante, estagiei como pesquisadora na área de fertilidade do solo por três anos e meio sob a orientação do prof. Alleoni, que também é meu tio. No último semestre, fiz estágio profissionalizante em Juazeiro (BA), com produção de uva e manga para ex-portação. Depois de formada, trabalhei no Carrefour na área de controle de qualidade dos produtos de ori-gem vegetal e posteriormente passei a atuar no de-senvolvimento de produtos para o Programa Garantia de Origem. Saí do Carrefour em 2009, quando me ca-sei com o 7-Ouro e resolvi ir para os EuA. Chegando lá, estudei inglês por um ano e comecei a me prepa-rar para fazer um mestrado. Em janeiro de 2012, fui

RÉvEILLON Em FAmíLIA Em 2012.

aceita no programa de mBA da Butler university, em Indianapolis, onde estudei por dois anos e meio, e me formei em maio de 2014.

A ESALQ tem uma tradição de irmandade que cria uma intimidade quase que instantânea quando se conhece outro esalqueano na vida profissional. essa afinidade facilita a comunicação inicial e a troca de experiências. Acho que a maioria dos esalqueanos se sente muito grato por ter estudado numa institui-ção tão conceituada. Acredito que nós, esalqueanos, queremos retribuir o que aprendemos, fazendo es-tágios (dentro e fora da escola) e levando o nome da gloriosa para outras partes do Brasil”.

ARQuIvO PESSOAL

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Revista da ADEALQ

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é mais de um século de costumes que passam de geração para geração nas salas de aula, nos laboratórios, nas repúblicas, enfim, em todo o universo da escola. No entanto, para o profes-sor do Departamento de Economia, Administra-

semeaR o futuRo é uma aRteRomualdo Venâncio

Quando se fala sobre uma instituição centená-ria, como a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/uSP), fundada em 1901 na cidade de Piracicaba (SP), é inevitável relacio-ná-la com a palavra tradição. afinal de contas,

a eSaLq HoJe

EDIFíCIO CENTRAL DA ESALQ.

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A ESALQ hoje

ção e Sociologia (LES) e diretor da ESALQ, José vicente Caixeta Filho, o sentido vai além. “Para a eSalQ, tradição significa fazer o melhor possível, seguindo as tri-lhas da inovação e do empreen-dedorismo. Sempre em equipe e aprendendo a reconhecer as com-petências de cada um de seu gru-po de trabalho”, define.

A explicação de Caixeta Filho reflete bem a trajetória da escola, que tem uma importância histó-rica no desenvolvimento de uma das atividades econômicas mais

importantes do país, o agronegó-cio. “A contribuição das pesqui-sas desenvolvidas na ESALQ não foi interrompida um único dia na distribuição de conhecimentos e aperfeiçoamentos técnicos e científicos sobre plantio, mane-jo de culturas, criação, colheita e armazenamento, e aproveita-mento tecnológico de produtos”, declara.

O diretor ressalta que o princi-pal papel da escola está relaciona-do à formação de recursos huma-nos. Daí a constante preocupação

em proporcionar uma formação acadêmica eclética, preferencial-mente de natureza transversal e interdisciplinar, que permita o surgimento de profissionais dife­renciados. “Serão pessoas que tra-balharão com entusiasmo e qua-lidade, e que irão se pautar pela ética e pela responsabilidade social e ambiental”, acrescenta Caixeta Filho.

Da mesma maneira que con-tribuiu para que segmentos agro-pecuários evoluíssem, a ESALQ também teve que se atualizar para

a História da esalq se coNFuNde com a traJetória do aGroNeGócio brasileiro e uma das priNcipais semelHaNÇas é a coNstaNte Necessidade de se reiNVeNtar. tal desaFio iNstiGa a permaNeNte atualiZaÇão de pessoas, coNceitos e estruturas, pois o amaNHã está sempre muito próximo.

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GeRhaRd WalleR (USP/eSalQ-acom)

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enfrentar os desafios da modernização no ensino e na própria sociedade. “O aluno de hoje é bem diferente daquele que estudava em nosso campus há 20 anos. As aspirações são distintas, assim como a educação que recebe em seu lar. Apresenta um grau de ansie-dade mais alto, mais imediatista”, comenta Caixeta Fi-lho. “Hoje os alunos chegam à ESALQ mais novos, com idade entre 17 e 19 anos”.

A professora do Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) e vice-diretora da ESALQ, marisa d’Arce, acrescenta que os estudantes são mais urbanos atualmente. “Eles vêm de uma formação no ensino médio e trazem uma provocação diferente. Chegam à escola bem informados e com grande pers-pectiva; pensam no agronegócio além do meio rural,

JOSÉ vICENTE CAIXETA FILHO, DIRETOR DA ESALQ: “TRADIçãO SIGNIFICA FAzER SEmPRE O mELHOR POSSívEL”.

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“esalq – 430 NoVos aluNos por aNo e 14 mil Já Formados”

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A ESALQ hoje

excelência em Pós-graduação

Em setembro deste ano, o número de estu-dantes nos cursos de pós-graduação da Esco-la Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/uSP) era de 1.188. Na década de 1960, a lista girava em torno de 50 alunos. Tamanho avanço é consequência de tudo o que a escola representa em termos de qualidade de ensino e do reconhecimento que esses estudantes en-contram no mercado profissional. Prova de que a procura por esses cursos é ampla e diversa, 80% desses alunos não foram graduados pela eSalQ. em relação ao perfil dos pós­graduan-dos, 587 são homens (49%) e 601 são mulhe-res (51%). A idade média é de aproximadamen-te 27 anos para os cursos de  mestrado e em torno de 30 anos para os cursos de doutorado.

As referências sobre o padrão de qualidade vêm também por outras vias. Na última avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pesso-al de Nível Superior (Capes), fundação do mi-nistério da Educação (mEC), referente ao triênio 2010/2011/2012, treze dos programas de pós--graduação da ESALQ entraram na escala “mui-to bom, ótimo e excelente”. Sete alcançaram a melhor qualificação: ciência animal e Pastagens; Entomologia; Fitopatologia; Fitotecnia; Genética e melhoramento de Plantas; Solos e Nutrição de Plantas; e Ecologia Aplicada. “vale ressaltar que os seis primeiros foram precursores da pós-gra-duação da ESALQ na década de 1960, ou seja, há cinco décadas”, comenta o prof. José vicente Caixeta Filho, diretor da ESALQ.

como um setor que lhes oferece oportunidade de tra-balhar no meio urbano”, explica.

Para acompanhar essa mudança de perfil dos alunos, a escola precisa ter um corpo docente bem preparado. “Os professores têm que se atualizar e quem entende bem esse desafio continua colhen-do ótimos resultados. É fundamental que tenham as ferramentas necessárias para desenvolver seu tra-balho com eficiência, mas a alma de professor será sempre primordial”. Para o diretor da ESALQ, reside nesta questão um dos principais desafios da insti-

tuição na gestão de pessoas: “Não podemos errar nas contratações”.

A renovação no quadro de docentes é evidente, pois há uma busca constante por jovens professores que apresentem entusiasmo suficiente para ajudar na construção do paradigma didático da escola, que gradativamente vai se firmando. “É uma nova geração de reais formadores de opinião que entendem, por exemplo, quanto o relacionamento com a iniciativa privada é fundamental para o futuro sustentável da instituição”, observa Caixeta Filho.

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maRiSa d’aRce, vice-diReToRa da eSalQ: “alUNoS cheGam à eScola BEm INFORmADOS E COm GRANDE PERSPECTIvA”.

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Essa transformação é, praticamente, uma reação em cadeia. Os anseios dos estudantes e o posiciona-mento dos novos docentes são acompanhados por ofer-ta de novos cursos e adequações das instalações. Para se ter ideia de como esse avanço tem se intensificado, o intervalo de tempo entre o primeiro e o segundo curso de graduação oferecido pela escola, respectivamente Engenharia Agronômica e Engenharia Florestal, foi de quase 70 anos. Em 1998, foi criado o curso de Ciências Econômicas; em 2001, veio o de Ciências dos Alimentos (o primeiro curso noturno); no ano seguinte, surgiram o de Ciências Biológicas e o de Gestão Ambiental; e, em 2013, teve início o de Administração.

Entre os 7 cursos de graduação e os 17 de pós--graduação (entre exclusivos da ESALQ e de parcerias com outras instituições de ensino), já são 14 mil estu-dantes formados e 430 novos alunos todos os anos. Só em Engenharia Agronômica são 200 estudantes a mais anualmente. “Ainda há muito a ser feito, tanto obras de infraestrutura quanto projetos acadêmicos. Certamen-te, todos os gestores que passarem por essa diretoria o farão com a mesma satisfação”, afirma caixeta Filho.

exemPlos de contribuição da esalQ ao agroNegócio brasileiro

• A introdução de genótipo adaptado para obtenção de verduras e hortaliças reduziu o problema de sazonalidade e a dependência de genótipos importados.

• o método científico aplicado à agricul-tura permitiu alcançar produtividade até quatro vezes maior que a observa-da até os anos 1950.

• A introdução e a adaptação de raças de animais para leite, carne e ovos ajuda-ram a tornar o Brasil o maior exporta-dor de carne do mundo.

• Os ganhos de produtividade agrícola e pecuária decorreram de pesquisas de manejo de solos e nutrição de plantas e animais, trocando o ambiente extrativis-ta por padrões internacionais de produ-tividade sustentável.

• Revolução da área florestal com a intro-dução de espécies adaptadas, fomen-tando a indústria de papel, energia, ma-deira certificada, móveis e re composição florestal, e priorizando a redução do desmatamento e a proteção do solo e dos recursos hídricos.

• A indústria de açúcar e álcool garantiu sua fundamentação a partir de refe-rências científicas e tecnológicas da ESALQ, que permitiram melhor explo-ração da cultura de cana e ganhos im-portantes em eficiência no processo de fermentação industrial.

• Pesquisas em defesa sanitária para o controle de doenças como o carvão da cana-de-açúcar e o cancro cítrico.

• Informações para a formação de po-líticas públicas junto ao ministério da  agricultura, Pecuária e abasteci-mento com vistas à concessão de fi-nanciamentos e contratação de segu-ros agrícolas.

• O ambiente técnico, acadêmico e pro-fissional da eSalQ foi determinante para a formação da Embrapa.

PESQuISAS DA ESALQ AJuDARAm A AmPLIAR A OFERTA DE vERDuRAS, HORTALIçAS E DIvERSOS OuTROS ALImENTOS AO CONSumIDOR FINAL.

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A ESALQ hoje

FORmAçãO ACADêmICA ECLÉTICA PREPARA PROFISSIONAIS DIFERENCIADOS PARA O mERCADO DE TRABALHO.

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ex-aLq

Ana Lúcia Neiva

Café em tuBetes, a oRigemantonio CaRLos maRques da Costa, o toninho, hoJe Com 62 anos, Conta Com detaLhes Como suRgiu a ideia de CuLtiVaR as mudas em Cones de pLástiCo, pRátiCa que se espaLhou peLo mundo.

TuBETES SOB mEDIDA PARA A muDA DE CAFÉ: SOLuçãO PRÁTICA E ECONômICA uSADA HÁ QuASE 30 ANOS.

Puro ou com leite. Forte ou fraco. Quente ou bem quente. O café é um ingrediente essencial no dia a dia de grande parte dos brasileiros, mas poucos sa-bem detalhes sobre seu plantio, assim como sobre o uso de tubete no processo inicial de produção. “até hoje é uma prática eficiente, que oferece mais controle sobre as doenças e a redução de custos, e permite acompanhar de perto a evolução da muda. Este processo é usado em todos os países produto-res de café, como a Costa Rica”, explica Anísio José Diniz, engenheiro agrônomo e pesquisador da área de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café.

E pensar que essa ideia tão simples, prática e bem--sucedida nasceu da observação atenta de um esal-queano! Antonio Carlos marques da Costa, natural da

cidade paulista de Garça e filho de cafeicultores, for-mou-se engenheiro agrônomo na 74a turma da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), em 1976. Tão logo se formou, Toninho, como é conheci-do, foi trabalhar na Cooperativa dos Cafeicultores da Região de marília (Coopemar), como extensionista.

“Na região de solos arenosos, havia – e ainda há – uma moléstia limitante na produção cafeeira: os nematoides”, explica Toninho, que continua: “O sistema adotado até então, de produção de mudas de café enxertadas em balainhos de terra, tinha bai-xíssimo rendimento. A viabilidade de renovação ou plantio naquelas áreas ficava prejudicada diante da limitada produção de mudas. Enxertavam-se 100 mudas e vingavam de 30% a 40%”.

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Incomodado com esse baixo resultado, Toninho tes-tou, em 1985, o uso de placas de isopor na produção de mudas de café comuns. “elas ficavam exuberantes, mas havia o inconveniente do alto preço das placas e sua fra-gilidade para reutilização”, lembra o pesquisador. Nessa época, ele foi para a cidade paulista de Penápolis apren-der a operacionalizar a produção de mudas de eucalipto. Estas estavam sendo produzidas, em grande escala, em tubetinhos de plástico com 2,5 cm de diâmetro e 10 cm de altura. “Foi aí que pensei: ‘por que não produzir mu-das de café enxertadas em tubetes?’”, conta.

tubetes sob Medida

Com o apoio da diretoria da Coopemar, Toninho en-comendou da Fábrica Camdiz, em São Paulo, que já pro-duzia os tubetinhos de eucalipto, 5.000 tubetes de 5 cm de diâmetro por 15 cm de altura e volume de 130 ml. Ele optou usar o substrato de casca de eucalipto triturada da Eucatex mineral e a bomba Anauger para a irrigação com microaspersores bombeados. O sombrea mento foi testado com sombrite 50% – novidade na época –, e as telas produzidas para aquelas dimensões ficaram suspensas a 80 cm do solo com cavaletes de concreto. As adubações foram feitas em baixa concentração de sulfato de amônio, mais supersimples e outros. “Após quatro, cinco meses, observamos a soltura das mudas e a raiz pivotante, que não se enrolava porque o interior do tubete era liso, com raias laterais, impulsionando as raízes para baixo”, esclarece.

Animado com os aspectos agro nômicos positivos, faltava testar as mudas no campo. E deu tudo certo. Nos anos seguintes apareceram duas novas ferramentas que consolidaram a tecnologia: os fertilizantes encap-sulados de lenta liberação e os plásticos biodegradá-veis que foram utilizados na união da enxertia. “Depois adaptamos mais alguns cuidados na produção e pas-samos a ser pioneiros nesse tipo de produção”, revela Toninho, que ressalta a intensa participação do também engenheiro agrônomo e esalqueano Wallace Gonçalves, pesquisador da Seção de Genética do Instituto Agronô-mico (IAC), nessa revolucionária experiência cafeeira.

O reconhecimento veio em 16 de outubro de 1991, quando o jornal O Estado de S. Paulo, no seu Suplemento Agrícola, e também O Estado de Minas publicaram matéria sobre o assunto. “A partir de en-tão tivemos muitas visitas e hoje vemos o Brasil cafeeiro aperfeiçoando e utilizando essa tecnologia em gran-de escala”, finaliza Toninho, orgulhoso.

TONINHO, O PAI DOS TuBETES PARA CAFÉ, ACOmPANHA DE PERTO O CRESCImENTO DAS muDAS.

ANtoNio CARLos MARquEs dA CostA, o toNiNHo

“após quatro, ciNco meses, obserVamos a soltura das mudas e a raiZ piVotaNte, que Não se eNrolaVa porque o iNterior do tubete era liso, com raias laterais, impulsioNaNdo as raíZes para baixo”.

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ouSadia

Ana Lúcia Neiva

BióLoga foRmada peLa esaLq, CaRoLina feRnandes naLon mudou o Rumo da sua tRaJetóRia pRofissionaL e hoJe aJuda outRas pessoas a tamBém BusCaRem a feLiCidade no dia a dia.

Com 18 anos, ela tinha uma certeza: queria prestar Fuvest, mas não residir na capital paulis-ta, onde nasceu em 1986. Dentre as opções de campus no interior do Estado, a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) foi a que chamou a atenção de Carolina Fernandes Nalon (Pv), que passou um ano se preparando para o vestibular de Ciências Biológicas. Assim, em 2005 ela se mudou para Piracicaba de mala e cuia. “Eu morava com minha família em Taubaté, mas foi importantíssimo aprender, aos 19 anos, como era

ViVa a Vida!

difícil cuidar de mim mesma e valorizar tudo o que minha família tinha me dado até então”, lembra uma das fundadoras da república NoisqSab, cujo nome surgiu da brincadeira “noisqsab o que a gen-te é” entre um grupo de garotas.

No quarto ano, a então estudante realizou um sonho: o de fazer intercâmbio. Conseguiu um es-tágio pago de nove meses por meio do The Ohio Program, programa internacional de trainees e estágios internacionais. A proposta? Trabalhar no Old Westbury Gardens, em Nova york, nos Estados

CAROL INTERAGE COm um DOS INúmEROS ANImAIS QuE FREQuENTAm O OLD WESTBuRy GARDENS,

QuE SE TORNOu PúBLICO Em 1950.

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Ousadia

unidos. “Foi demais! O lugar era lindo, morava com gente expe-riente na área. Nos fins de semana, pegávamos um trem e 30 minutos depois estávamos em manhattan. Essa fase foi incrível”, comenta.

Carol voltou para a ESALQ, concluiu o curso e... ficou confusa. Ela não sabia qual caminho seguir. Sua mãe sugeriu que fizesse um curso de coaching. “Foi um equí-voco, pois, na verdade, eu deveria é ter contratado um coach para me ajudar ao invés de me tornar uma. Nem eu nem ela sabíamos bem como o coaching funcionava e eu caí de paraquedas num curso de formação. mas foi um ótimo equí-voco, porque eu me encantei”, lembra a bióloga que teve como professor vilela da matta, funda-dor e presidente da Sociedade Brasileira de Coaching.

mente inQuieta

Na verdade, a paulistana sem pre se interessou por com-portamento humano. “Eu queria entender por que uns jogavam lixo no chão, enquanto outros se amarravam em árvores para evitar

“é muito bom quaNdo eu posso ser a eNZima que FaZ a pessoa eNteNder que ela pode Voar, pode ser ela mesma, pode FaZer muitas coisas para mudar o muNdo.”CarOlina nalOn

que fossem derrubadas. um dos capítulos da minha monografia foi ‘A busca pela felicidade e o que ela tem a ver com meio ambiente’. Ou seja, o interesse pelo ser humano já estava em mim e o coaching es-cancarou a porta que eu não sabia como abrir”, explica.

Assim, informalmente, a paulis-tana passou a ajudar algumas pessoas, ouvindo-as, fazendo-as pensar, por exemplo, no seu tra-balho, se ele expressava aquilo em que realmente acreditavam ou não. “Elas começaram a transformar sua vida e percebi que eu podia mes-mo orientá-las nesse processo de questionamento, de conscientiza-

ção de si mesmas, do outro e do mundo”, explica.

Até que Carol recebeu o convi-te para voltar aos Estados unidos. Dessa vez, para trabalhar na uni-versidade Estadual de Ohio e coor-denar um programa de intercâmbio e recrutar pessoas do mundo intei-ro para o The Ohio Program. “Acei-tei o desafio pela oportunidade de morar fora novamente, pois iria tra-balhar com pessoas também”. mas não foi algo tão proveitoso e po-sitivo. Assim, no começo de 2012, já de volta ao Brasil, mais precisa-mente em São Paulo, a bióloga as-sumia a sua faceta coach, abrindo as portas da Tiê Coaching.

Atendendo clientes dos 19 aos 60 anos, a profissional destaca o fato de que cada vez mais as pes-soas estão inquietas, em busca do que é melhor para elas, daquilo que as faça felizes. Ela alerta para o bom senso: não dá para mudar “tudo” no mundo, assim como não se deve deixar “tudo” rolar à von-tade. “Fico no meio do caminho, que é amar o mundo e sentir gra-tidão por tudo o que ele me ofere-ce”, conclui a coach, abrindo aque-le sorriso. De felicidade.

cinco passos para ser feliz!

1o – Pense positivo sempre. 2o – Seja fiel a si mesmo. 3o – Corra atrás dos seus objetivos. 4o – Escolha o caminho para alcançar a sua felicidade. 5o – Não espere que os outros façam as coisas por você.

Fonte: sociedade Brasileira de Coaching

COm AS AmIGAS DA ESALQ NA REPúBLICA CRIADA Em 2005, A NOISQSAB.

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geSTão

“Sinto-me orgulhoso por fazer parte de uma geração de técnicos que contribuiu significativa-mente para o crescimento da indústria florestal”. o comentário é de osni Sanchez, engenheiro florestal formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/uSP), na turma de 1981. mal termi-nou o curso, foi contratado pela Suzano Papel e Ce-

Romualdo Venâncio

sempRe há RisCos no Caminho das Conquistas

a CoRagem de pRopoR uma queBRa de paRadigmas pode signifiCaR o suCesso – ou não – de quaLqueR pRofissionaL. na pRátiCa, só existe uma maneiRa de ConheCeR os ResuLtados dessa aposta.

EvOLuçãO TECNOLóGICA DE mÁQuINAS E EQuIPAmENTOS FAvORECEu PRODuTIvIDADE DO SETOR.

lulose, empresa em que trabalhou até junho último, quando ocupava o cargo de diretor de Operações Flo-restais – Regional Bahia. Segundo Sanchez, foi exata-mente no início dos anos 1980 que os conceitos do manejo na silvicultura começaram a ser mudados.

O engenheiro conta que boa parte das alte-rações daquele período se deve à qualificação da

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Gestão

“Nos aNos 1980, a produtiVidade era de 15 a 20 m3/Ha/aNo. HoJe é de 57 m3/Ha/aNo” – osNi saNcHeZ

mão de obra. “Foi um momento de transição em que começaram a sur-gir profissionais mais tecnificados”, comenta Sanchez. houve reflexos imediatos no sistema de trabalho e, como não poderia deixar de ser, também choques conceituais.

Ao entrar na Suzano, Sanchez ficou responsável por uma área com cerca de nove mil hectares. “Eu fazia de tudo, desde contratar gente até decidir que adubo seria utilizado”, recorda. Por conta das grandes extensões, cada reforma do plantio de eucalipto exigia o deslocamento de pessoas, equi-pamentos e maquinário, o que não favorecia a produtividade. veio en-tão a proposta do manejo susten-tável regionalizado e, em seguida, o conceito de cultivo mínimo, que evitaria mexer demais com o solo.

Ao contrário do que era feito anteriormente, quando todo o ter-reno era gradeado e ficava limpo para a implantação das mudas, a nova maneira propunha o plantio das mudas imediatamente após a colheita. Algo semelhante ao plantio direto na palha, sistema já adotado em várias regiões do país em lavouras como as de soja e mi-lho. “Apresentei esse conceito a

um chefe daquela época, alguém que eu respeitava muito, mas para ele aquilo era o máximo do rela-xo”, lamenta Sanchez.

Felizmente, o engenheiro flo-restal não estava sozinho nessa em preitada e valeu a persistên-cia. outros profissionais do setor confirmavam a necessidade de se trabalhar de maneira a evitar ero-sões e outros prejuízos ao meio ambiente. “A Suzano foi pioneira nessa questão, puxando o debate e implantando o conceito em es-cala operacional. Essa atitude de mudar foi corajosa”, diz Sanchez. A nova postura con tribuiu inclusive para a revisão das normas da ati-vidade e a formação de políticas públicas. “Nos anos 1980, a pro-dutividade das florestas era de 15

SANCHEz FEz PARTE DE umA GERAçãO DE TÉCNICOS QuE AJuDOu A muDAR OS RumOS DA SILvICuLTuRA NO BRASIL.

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Histórico de desafios

Não foi por acaso que Osni Sanchez persistiu em mudar os conceitos da produção florestal. Sua trajetória acadêmica é um exemplo de superação. Nascido em Palmital, cidade ao sudoeste do Estado de São Paulo, em uma família de produtores rurais, che-gou a acreditar, na adolescência, que a vida no meio urbano po-deria ser melhor do que aquela rotina no campo. Aos 18 anos foi trabalhar em um banco na capital paulista. Ficou lá por um ano e meio, o suficiente para ter certeza de que seu lugar não era ali.

Conheceu a ESALQ por in-termédio de um primo que fazia Engenharia Agronômica e de-cidiu que ingressaria no curso de Engenharia Florestal, mas não podia encarar o vestibular apenas na coragem, afinal, eram apenas 25 vagas e 15 candida-tos para cada uma delas. “Saí do banco e fiquei alguns meses me preparando”, relata Sanchez. mais do que entrar para a ESALQ, morou na Casa do Estudante, ad-ministrou o restaurante univer-sitário e foi diretor administrati-vo do Centro Acadêmico.

a 20 m3/hectare/ano. Hoje em São Paulo já se vê 57 m3/hectare/ano”, acrescenta.

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Resposta de sucesso

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MuNdo aFora

Ana Lúcia Neiva

no Canadá, Com o CoRação na esaLq

PaUlo vaRella coNceição, vice-diReToR da BiSSeTT School oF BUSiNeSS.

Há 17 anos morando e trabalhando na quin-ta maior região metropolitana do território cana-dense, Paulo varella Conceição e sua família – a também esalqueana Nina, sua esposa, e os dois fi-lhos, marina e Ivan – já estão bem adaptados, prin-cipalmente ao inverno. De dezembro a março, o termômetro pode chegar a menos 35ºC nas noites mais frias; o sol aparece somente entre 9 e 16h30. Nos meses de abril e maio, quando é primavera, as geadas são frequentes assim que escurece. Já de

junho a setembro o verde volta com força total e os dias ficam bem longos, com o astro­rei brilhando – mas não aquecendo muito – das 4 até as 23h00. Aí chegam outubro e novembro e a temperatura cai no-vamente. “Não passamos frio! Tudo tem aquecimen-to: carros, ônibus, escolas, shopping centers etc.”, ga-rante Paulo, que pedala 10 quilômetros de casa até o trabalho todos os dias, mesmo durante o inverno.

Desde 2013, o paulista nascido no município de São Caetano do Sul assumiu o cargo de vice-diretor

pauLo VaReLLa ConCeição, o KatuaBa, é ViCe-diRetoR da Bissett sChooL of Business na mount RoyaL uniVeRsity, na Cidade de CaLgaRy, pRoVínCia de aLBeRta, mas sua CaRReiRa Começou no Campus de piRaCiCaBa. Com muito oRguLho.

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Mundo Afora

da Bissett School of Business. Com mestrado e doutorado em Admi-nistração de Empresas pela uni-versidade de Calgary na Haskayne School of Business, o também PhD em Estratégia e Globalização de Negócios almeja continuar pro-gredindo nesse caminho admi-nistrativo, mas confessa que sen-te falta de ministrar conteúdos e de  fazer pesquisas. “Talvez mude de ideia e volte para a sala de aula”, comenta.

Essa saudade tem tudo a ver com os professores vidal Faria, Corsi e Demattê, entre outros, to-dos da ESALQ, onde Paulo ingres-sou em 1982 para estudar Enge-nharia Agronômica. “Eles foram fundamentais em minha vida, pois me ajudaram a formar a perspec-tiva de profissionais exemplares”. Entre os docentes, destaca-se o professor molina, de Sociologia Rural, cujas pesquisas no Depar-tamento de Economia e Sociolo-gia Rural inspiraram Paulo anos depois – sua tese de doutorado foi toda calcada em capital so-cial. “Trago comigo ensinamentos desse mentor até hoje. A visão sistêmica do seu trabalho e a di-mensão de impacto sociológico na intervenção de uma sociedade

influenciaram toda a minha carrei-ra acadêmica”.

raízes fortalecidas

Seus contemporâneos da Re-pública mata-Burro também foram – e continuam sendo – essenciais na trajetória pessoal do ex-presi-dente do Centro Acadêmico Luiz de Queiroz, gestão 1984-1985. “Eles são meus irmãos de ESALQ. Estamos sempre em contato. Em julho deste ano, por exemplo, alugamos uma casa em monte verde, minas Gerais, e passamos a reunir alguns da turma com seus familiares aos finais de semana. É um orgulho ver os colegas de então com sucesso na profissão e sendo pessoas que de forma ge-nuína têm prestado significativa contribuição à sociedade”, revela, orgulhoso.

Nesses encontros sempre são relembrados causos divertidos e pessoas que fizeram a diferença. Como a dona Esperança, a famosa Tia. Contratada pelos fundadores da mata-Burro em 1970, mandou e desmandou na casa até a década de 1990. Quando se aposentou, os meninos da república, como ela os chamava, compraram uma

casa no Lar dos velhinhos, onde desfrutou de uma aposentadoria digna e tranquila até falecer há alguns anos. “A Tia Esperança era uma mistura de empregada, mãe e xerife do pedaço”, define Paulo.

Com tantas referências e con-tatos no Brasil, o eterno esalquea no sempre que pode encaminha alu-nos da sua universidade para cá, assim como recebe centenas de estudantes brasileiros em Calgary – ele também trabalha para criar e fortalecer laços entre empresas canadenses e seu país. “É a minha pequena forma de retribuir o privi-légio que foi estudar na ESALQ/uSP, uma universidade pública, cus teada pelo cofre público”.

“Foi um priViléGio estudar Na melHor uNiVersidade brasileira. GraÇas à GraduaÇão coNseGui abrir HoriZoNtes em miNHa proFissão e Visão de muNdo, e almeJar alGo, como o meu proGresso No exterior”.pAuLo VARELLA CoNCEição, o KAtuABA

FESTA DE FORmATuRA COm O COLEGA LuíS REyNALDO FERRACCIú ALLEONI, CHEFE DO DEPARTAmENTO DE SOLOS DA ESALQ(2011-2014).

mARINA, NINA, IvAN E PAuLO PRESTIGIANDO AS OLImPíADAS DE INvERNO Em vANCOuvER, Em 2010.

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eSPaço eMPreSariaL

Há quase 20 anos no mercado, a SuperBAC, primeira empresa nacional de soluções sustentá-veis em biotecnologia, continua apostando em inovação ao potencializar um produto que já vem fazendo a diferença no campo: o fertilizan-te organomineral. O projeto está sendo desen-volvido para a minorgan – companhia paranaen-

Ana Lúcia Neiva

a BioteCnoLogia a faVoR da agRiCuLtuRa e da natuReza

É NO LABORATóRIO DA SuPERBAC QuE SuRGEm SOLuçõES BIOTECNOLóGICAS SuSTENTÁvEIS PARA SEREm APLICADAS NOS mERCADOS DO AGRONEGóCIO, ENERGIA, SANEAmENTO, vAREJO E mEIO AmBIENTE.

se da qual a SuperBAC é controladora –, com o apoio de instituições de pesquisa, como o Insti-tuto Biológico, em São Paulo, a unicamp e, pro-vavelmente, a ESALQ. “Estamos em fase inicial de negociação com a equipe da área de micro-biologia de Solo, com discussões sobre o desen-volvimento de um biofertilizante para certo tipo

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de cultura”, revela Angélica Bastarrica, diretora de Fi-nanças e Operações, que conversou com a equipe da Revista da adealQ. confira!

apresente-nos mais detalhes sobre esse projeto.

Há dois anos a SuperBAC iniciou pesquisas para o desenvolvimento de aditivos biológicos para in-serção em fertilizantes organominerais. Selecio-namos e isolamos microrganismos naturais (classe 1) específicos com algumas funções de interesse para a agricultura, para depois formularmos aditivos biológicos que serão incluídos em um produto fi-nal, como o fertilizante organomineral. Isto é, uti-lizamos bactérias para a promoção de crescimento vegetal, a fixação de nitrogênio, o aumento de re-sistências das plantas, entre outros benefícios, com foco principal em grandes cultivos. Serão bioferti-lizantes para aplicação de solo, durante o plantio e na cobertura.

Quando o projeto será colocado em prática?

O portfólio completo deve ser lançado comer-cialmente até o final de 2016. isso porque todo projeto de pesquisa e desenvolvimento na área de agricultura é longo. Leva de quatro a cinco anos para se comprovar a eficiência agronômica e registrar os produtos, entre outros quesitos. No momento, esta-mos em fase de experimentos de campo para valida-

o FertiliZaNte orGaNomiNeral GaNHará Fortes aliados: microrGaNismos ViVos. com Foco Na aGricultura susteNtáVel, produtos iNoVadores promoVerão aumeNto de produtiVidade e reduÇão de impacto ambieNtal. e o melHor: serão produZidos em escala iNdustrial.

ção de eficiência agronômica e ajuste das primeiras formulações.

em quais culturas o novo fertilizante poderá ser usado?

Nas grandes culturas, como soja, milho e trigo. Também estamos desenvolvendo um superferti-lizante para cana-de-açúcar e um produto que atenderá algumas demandas da área de hortifrúti. Nosso objetivo é tornar a planta mais resistente para que o agricultor use menos produtos químicos no combate a pragas. O fertilizante organomineral potencializado com a biotecnologia tem o conceito preventivo.

ANGÉLICA BASTARRICA, DIRETORA DE FINANçAS E OPERAçõES DA SuPERBAC.

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como o mercado está reagindo a esse novo conceito?

muito bem! Existe grande expectativa por solu-ções que promovam a produtividade e a sustentabili-dade na agricultura. A nossa empresa do Paraná vem crescendo a elevadas taxas, quando comparada ao segmento de adubação tradicional.

a superbac comercializa outros itens volta-dos para a agricultura?

Desde 2008 temos em nosso portfólio fertili-zantes líquidos foliares. São fertilizantes orgânicos, que atuam como bioestimulantes e biorregulado-res, pois são ricos em aminoácidos. Também con-têm microrganismos naturais e são formulados para aplicação foliar.

o Pai da suPerbac

Luiz Chacon não é biólogo e, sim, ad-ministrador de empresa, mas teve contato com a biotecnologia ainda na infância. Seu avô, Dinoberto Chacon, foi um cientista famoso que atuou no Instituto Butantã. Seu pai, ligado ao setor bancário, investiu no primeiro laboratório de biotecnologia do Brasil, que desenvolvia produtos para a indústria de petróleo. Aos 16 anos de idade, o jovem rapaz assumiu os negócios da família e começou a trabalhar no labo-ratório de biotecnologia, de onde surgiu o interesse pela área. Em 1995, Chacon decidiu fundar a SuperBAC, que traz solu-ções também em tratamento de efluentes, eliminação de odores, P&d de aplicação e na cadeia petrolífera.

opoRtunidade A SuperBAC está em expansão. O e-mail [email protected] fica à disposição para o recebimento de currículos de alunos e ex-alunos da ESALQ.

LuIz CHACON, FuNDADOR E PRESIDENTE DA SuPERBAC.

“a superbac está deseNVolVeNdo um superFertiliZaNte para caNa-de-aÇúcar e um produto que ateNderá alGumas demaNdas da área de HortiFrúti. o obJetiVo é torNar a plaNta mais resisteNte, para que o aGricultor use meNos produtos químicos No combate a praGas.”

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50 aNoS de PóS-graduação

Romualdo Venâncio

pós-gRaduação: meio séCuLo de exCeLênCia

camaRGo, PReSideNTe da comiSSão de PóS-GRadUação: “TodoS oS cURSoS QUe deSeNvolvemoS PaSSam PoR aNáliSe do mec”.

se tem aLgo que não faLta no BaLanço dos 50 anos dos CuRsos de mestRado e doutoRado da esaLq é motiVo paRa ComemoRaR, tanto paRa os oRganizadoRes quanto paRa os estudantes, as empResas e a pRópRia soCiedade.

O professor do Departamento de Fitopatologia da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/uSP), Luis Eduardo Aranha Camargo, se consi-dera um homem de sorte. O docente pode ter diversas razões para tal definição, mas falamos aqui especifi-camente do fato de ele ser o presidente da Comissão de Pós-graduação da ESALQ exatamente quando os cursos de mestrado e doutorado completam 50 anos.

“Além de sorte, considero um grande prazer exercer o mandato neste momento”, acrescenta.

Com certeza, todos os envolvidos com a pós--graduação da ESALQ estão comemorando, pois o balanço da evolução desse departamento é al-tamente positivo. Nessas cinco décadas de sua existência, já foram titulados 5,6 mil mestres e 2,8 mil doutores aproximadamente (confira mais índi-

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50 anos de pós-graduação

“cerca de 25% dos eGressos da escola comeÇam a despoNtar Na área de pesquisas do setor priVado”

ces no box). No início, eram cinco programas: Experimentação e es-tatística, Fitopatologia, Genética e melhoramento de plantas, me-cânica e mo tores de máquinas agrícolas, e Nutrição de plantas e solo. “Alguns mudaram de nome ou foram recriados, a exemplo da Engenharia de sistemas agrícolas”, diz Camargo. “Hoje são 16 progra-mas que cobrem tudo em matéria de produção agrícola e engenharia florestal”.

Essa atualização dos progra-mas é resultado de uma combina-ção entre a necessidade mer ca-do lógica, as avaliações da mas sa crítica da própria escola e até mes-mo uma demanda do Governo Fe-deral. “É importante ressaltar que não criamos os cursos à reve lia. Tudo o que desenvolvemos passa por análise do ministério da Edu-cação (mEC)”, destaca Camargo.

Ele cita, por exemplo, o interes-se das empresas do agronegócio em pessoal qualificado para diver-sos setores, como o melhoramento genético de plantas, em busca de maior produtividade com resistên-cia a pragas e doenças. “Grandes multinacionais buscam profissio-nais que conheçam bem as condi-ções brasileiras de produção para

que possam adequar suas tecnolo-gias ou desenvolver novas opções já nesse ambiente”.

As parcerias entre a academia e o setor empresarial vêm crescen-do ao longo desses 50 anos, tanto que também aumenta o número de alunos mestres e doutores que chegam à conclusão de curso já em-pregados. “Até pela integração que temos com a iniciativa privada, par-te dos cursos já acontece dentro das empresas”, observa Camargo. “Os parceiros ajudam a identificar as demandas de mercado, disponibi-lizam material e informações, além de transferirem recursos”.

Levantamento feito pelo De-partamento de Pós­graduação  nos últimos cinco anos mostra que 25% dos egressos da escola já começam a despontar na área de pesquisas do setor privado. Segundo Camargo, essa variação tem relação direta com a necessidade de se incre-mentar a eficiência do agronegó-cio, como a produção de alimentos sem ampliação de áreas, o que exi-ge aplicação de tecnologia e gente qualificada.

A multiplicação de oportuni-dades tem avançado em paralelo à diversificação de cursos e do per-fil dos alunos. Prova de que a Pós--graduação da ESALQ se tornou im portante referência no país é que entre 75 e 80% dos inscritos fizeram a graduação em outra ins-tituição. O espaço antes ocupado principalmente por engenheiros agrônomos e florestais passou a ser compartilhado com graduados de áreas como biologia, tecnolo-gia de alimentos, microbiologia, entre outras. “O avanço em várias

direções resulta ainda do nível de excelência atingida por nossos cur-sos nas avaliações da Capes (Coor-denação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão vinculado ao mEC”, diz Camargo.

como desafios primordiais da-qui para frente, além de manter e aprimorar a qualidade dos cursos, a escola busca intensificar a inter-nacionalização e deixar mais claro para a sociedade qual é a contri-buição da Pós-graduação. Camargo afirma que a população não tem a noção exata da magnitude des-sa formação. “Passo fundamental para isso é fazer um rastreamen-to de nossos egressos e mostrar o que estão realizando por todo o Brasil. A iniciativa da ADEALQ de considerar os egressos da Pós tam-bém como membros da entidade nos ajuda nessa identificação”.

balaNÇo dos 50 aNos

16 Programas de Pós-Graduação

1 Programa Interunidades

1 Programa Interinstitucional

14 Cursos de mestrado

16 Cursos de Doutorado

445 Alunos matriculados no mestrado

673 Alunos matriculados no Doutorado

228 Orientadores credenciados

474 Disciplinas credenciadas

5637 mestres titulados

2803 Doutores titulados

3599 Estagiários do Programa de Aperfeiçoamento de Ensino (PAE)

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reviSTa da adeaLq: 30 aNoS

eVaRisto maRzaBaL neVes (VaVá) esCReVe soBRe o nasCimento da puBLiCação

PROFESSOR EvARISTO mARzABAL NEvES, PIONEIRO.

pRofessoR e ex-diRetoR da esaLq naRRa os pRimeiRos esfoRços paRa a ViaBiLização da ReVista, que CompLeta 30 anos de CiRCuLação este mês e VoLta Com peRiodiCidade quadRimestRaL, aLém de uma noVa estRutuRa paRa Captação de apoios e anunCiantes.

vamos retornar no tempo e estacionar em 1983. Neste ano, era o 1o Secretário da ADEALQ, tendo como presidente o prof. Rubens Ângulo Fi-lho e, como vice, o prof. Antonio Roque Dechen. Finalizada a XXvI Semana Luiz de Queiroz (reali-

zação ADEALQ – Diretoria da ESALQ), havia certa inquietude entre nós da diretoria, pois não tínha-mos registro a ser arquivado sobre as atividades desenvolvidas, a não ser via jornais do município e, mesmo assim, notícias pontuais.

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Revista da ADEALQ: 30 anos

Na época, uma forma pensada de se ter a memória guardada de cada Semana e disseminá-la junto

“a iNteNÇão da adealq é torNar esta reVista um Veículo permaNeNte, Não só de diVulGaÇão da associaÇão, mas também da esalq e suas atiVidades”

aos ex-alunos seria através de uma revista. martelo batido. Abriu-se a perspectiva de a ADEALQ ter uma revista. Fomos a campo e, aberta esta possibilidade, a Edmetec – Edições médicas, Técnicas e Cien-tíficas ltda. – São Paulo, através de seu diretor comercial, José marcio da Silva Araujo, mostrou enorme interesse.

à Edmetec caberia a busca por patrocínio, apoios e editoração, e, a nós, a organização e composição do material a ser publicado sobre a Semana Luiz de Queiroz, bem como de artigos e outras matérias

de interesse e de conhecimento para os ex-alunos.

Assim, com bastante orgulho, “saiu do forno” a edição no 1 em 1984 – edição comemorativa da XXvII Semana Luiz de Queiroz, que, segundo a “Palavra do Pre-sidente”, na página de abertura, ficava registrado que “a intenção da ADEALQ é tornar esta Revista um veículo permanente, não só de divulgação da Associação, mas também da ESALQ e suas ativida-des, bem como proporcionar aos colegas ex-alunos mais um espaço de divulgação”. E assim tem sido.

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a partir de 1984, teríamos como armaZeNar Nossa memória das semaNas luiZ de queiroZ atraVés das ediÇões comemoratiVas.

Dada a largada com sucesso, fomos em frente. A partir de 1984, teríamos como armazenar nossa memória das Semanas Luiz de Queiroz através das edições co-

memorativas. Assim foi feito. Por 11 anos, de 1984 até 1995, fui o Diretor Responsável pela Revista, passando o bastão para o prof. Antonio Roque Dechen quando

assumi a Diretoria da ESALQ. Hoje, quem visitar a sede da ADEALQ e a Biblioteca Central da ESALQ pode-rá ter acesso às edições da Revista da ADEALQ.

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Revista da ADEALQ: 30 anos

Professor assiNou editorial da 3a edição em 1986.

“ói nóis aqui ’tra veiz‘”

Que nos perdoem os puristas da língua por-tuguesa; que nos ignorem os que gostam de coi-sas bem escritas, mas não encontramos outra coisa para realçar o nosso encontro como o “ói nóis aqui ’tra veiz’”. Deixemos de lado Camões e vamos ao popular evocar o saudoso adoniran Barbosa aos fi-lhos que voltam.

Na “Semana Luiz de Queiroz”, a nossa escola se engalana, se veste ainda mais das tradicionais cores azul e branca, e reaviva o vermelho do A encarnado. O verde de seus parques se torna mais verde ainda. É primavera; estão chegando as flores e, dentro em pouco, o flamboyant florescerá.

A velha escola, risonha e franca, soube escolher a data para rever seus filhos que retornam dos mais distantes rincões e que aqui vêm “matar a saudade” e se revitalizar. Por isso que o seu verde esperança é mais verde nesta época. É preciso estar bonita e “charmosa” para os que vieram e aqui voltarão só daqui a cinco anos. Guardem sempre a imagem de que a velha escola está remoçada, sempre jovem.

e nós voltamos como um bom filho volta ao lar para pedir a bênção. A bênção Luiz de Queiroz!

Diz a história que você morreu em 1898 “sem saber que sua obra seria finalizada”. Seus filhos questionam porém; será verdade? Esta escola não tem fim. de algum lugar, em qualquer lugar, você está imortalizado. muitos de seus filhos já passa-ram, nós passaremos, mas os que hão de vir por todo o sempre o imortalizarão.

Somos parte de você em cada instante de nossa vida profissional e, mais ainda, a cada cinco anos, quan-do aqui voltamos. mostra de sua imortalidade está no mausoléu em frente ao prédio principal, onde se per-petuam os dizeres: “O Teu monumento é a Tua Escola”.

Ah, bênção gloriosa ESALQ! É difícil cortar o cor-dão umbilical. Padre Feijó certa vez disse: “Quem amou nunca esqueceu; quem esqueceu nunca amou” e, querida mãe ESALQ, nós nunca a esque-ceremos, pois quem ama volta. E aqui estamos. vol-tamos para ver como está, para rever nossos irmãos e irmãs que viveram e vivem sob sua guarida, para matar as saudades do tempo de outrora, que nunca mais voltou.

viemos “jogar conversa fora” lembrando as velhas histórias e o “folclore” dos bancos escola-res e das repúblicas, do CALQ e do bondinho, dos bailes e da “Noiva da Colina”. Ah! Quanta saudade. Ah! Quanta alegria e divertimento nestes dias de encontro. Doce regresso. Amarga partida de pensar que só daqui a cinco anos festejaremos novamente.

Por tudo isso, bênção Luiz de Queiroz! A bênção ESALQ. Como contrapartida é que tomamos as pa-lavras do poeta e as tornamos nossas. Como seus filhos, nós afirmamos que “nós amamos com fé e orgulho este chão em que pisamos, pois jamais ve-remos escola como esta”.

É por isso que evocamos Adoniran Barbosa, que, em tom bastante popular, simplório, mas que só nós sentimentalmente entendemos, coloca agora no nosso coração e na nossa boca o seguinte: sau-doso Luiz de Queiroz e venerada escola,

“se oceis pensa que nóis fomo embora... Nóis enganemo oceis; ...nóis fingimo que fomo mais vortemo... ói nóis aqui ‘tra veiz’”.

Evaristo Marzabal neves (F-66), então com 20 anos de formatura

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57a SeMaNa Luiz de queiroz

ConfiRa imagens de mais uma inesqueCíVeL Reunião de CongRaçamento

CASA CHEIA PARA O INíCIO DAS COmEmORAçõES.

a programação técnico­científica e cultural da 57a Semana Luiz de Queiroz culminou com a reunião de congraçamento das turmas e come-moração do Dia Nacional do Engenheiro Agrôno-mo, em 11 de outubro de 2014. Na cerimônia fo-ram feitas homenagens aos ex-alunos das turmas quinquenais de Engenharia Agronômica, Enge-nharia Florestal, Economia Doméstica, Ciên cias dos Alimentos, Ciên cias Biológicas, Ciências Eco-nômicas e Gestão Ambiental. O evento foi pro-

movido conjuntamente pela ADEALQ, a ESALQ e a Prefeitura do Campus, com a colaboração da Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ), do Centro de Informática do Campus Luiz de Queiroz (Ciagri) e da Comissão de Cul-tura e Extensão universitária da ESALQ (CCEx). marcaram ainda a edição deste ano os debates acadêmicos e os casos de sucesso apresentados em linha com o tema central Empreendedorismo inovador.

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57a Semana Luiz de Queiroz

maRiSa d’aRce, vice-diReToRa da eSalQ, e JoSÉ viceNTe caixeTa Filho, diReToR.

Foram especialmente home-nageadas na festa pela formatu-ra as seguintes turmas:

1989: 25 anos de formatura – Jubileu de Prata1964: 50 anos – Jubileu de Ouro1959: 55 anos1954: 60 anos1949: 65 anos1944: 70 anos1936: 78 anos

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eloíSa heleNa de aRaúJo RodRiGUeS, TURma de 1964 (JUBileU de oURo), e SeU Filho RodRiGo de aRaúJo RodRiGUeS (mi-Rala), da TURma DE 1997.

Para visualizar todas as fotos do encontro, visite nosso site: www.adealq.org.br

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emoção no discurso da turma dos 25 anos

FERNANDO PENTEADO CARDOSO RECEBE HOmENAGEm DE ANTONy SEWELL (CANCRO), PRESIDENTE DA ADEALQ, PELOS SEuS 78 ANOS DE FORmADO.

REPúBLICA GATO PRETO – 50 ANOS (RODRIGO PEREIRA DINIz JuNQuEIRA (kOTOkO), CARLOS ALBERTO BAPTISTA (PINO), JOSÉ FAvA NETO (BAIACu) E ANDRÉ mALzONI DOS SANTOS DIAS (RG).

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JOSÉ LuIz (FRíGIDO) Em DISCuRSO EmOCIONADO.

(Fifi), Eloísa Helena de Araújo Rodrigues, que estava en-tre os colegas que comemoravam 50 anos de formatura. “Quando elaborei o discurso pensei em sentimento e espontaneidade. Falei sobre a valorização da vida, das amizades e dos encontros decorrentes da Semana Luiz de Queiroz. Falei sobre a importância do olhar, do ca-lor no coração e sobre o abraçar. Precisava de um tema abrangente, que não ficasse restrito apenas ao universo da minha turma de Jubileu de Prata”, resume Frígido.

Entre vários momentos vibrantes da reunião de congraçamento, a Revista não poderia deixar de des-tacar a celebração da turma de 25 anos (1989). O for-mado José Luiz de maio (Frígido) proferiu um discurso memorável. Sua performan ce emocionou os presen-tes, sobretudo com a leitura do texto A invenção do abraço, de Ricardo Silvestrin, transcrito a seguir.

Depois de recitar o belo poema, Frígido pediu um abraço à mãe de seu colega de turma Paulo Rodrigues

a invenção do abraço

Há braços longose curtos,magros e gordos.Há braços brancose negros,de velhos, de crianças.Há braços de homense de mulheres.Até que um diaalguém deu um passo,diminuiu o espaçoe fez do braço um laço.Foi um sucesso,virou modae hoje, até na horado fracasso,se há braço,há abraço.

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57a Semana Luiz de Queiroz

TuRmA DE FORmANDOS DE 1989 – BODAS DE PRATA –, COm ROBERTO RODRIGuES (FIFI).

DIXIER mAROzzI mEDINA, DA TuRmA DE 1944 – 70 ANOS DE FORmADA.

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O colega André malzoni dos Santos Dias, o RG, turma de 1990, assumiu voluntariamente a respon-sabilidade pela nova estratégia de comunicação da ADEALQ. Entre as inovações, ganha destaque a nova plataforma de relacionamento, que concentra

reLaCioNaMeNTo

apResentada infoRmaLmente duRante a 57a semana Luiz de queiRoz, a noVa pLatafoRma de ReLaCionamento dos ex-aLunos da esaLq está no aR; o CanaL possiBiLita mapeaR opoRtunidades de tRaBaLho e negóCios, e aLaVanCaR o inteRCâmBio pRofissionaL.

noVa pLatafoRmade ReLaCionamentoespeRa poR VoCê

dados e informações sobre as turmas de formandos da ESALQ. A ideia, além de modernizar o acesso a esse acervo, é fazê-lo o mais completo possível. RG destaca que a plataforma permite o cadastramento de empresas e viabiliza o mapeamento de oportu-

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Relacionamento

nidades de trabalho e negócios envolvendo esal-queanos, incentivando o intercâmbio profissional.

O formato e a diversidade de informações con-cebidos para esse novo canal de comunicação são inovadores do ponto de vista criativo e da funciona-lidade. “É um passo importante da ADEALQ. A plata-forma concentra perfis profissionais, memória, per-mite intercâmbio entre as pessoas e documenta com imagens e dados as épocas inesquecíveis vividas por todos os esalqueanos”, comemora RG. As ima-gens aqui reproduzem as principais novidades da nova plataforma de relacionamento. Navegue para conferir sua abrangência e importância, e colabore para o enriquecimento da plataforma. Para ter aces-so, é preciso se recadastrar na ADEALQ.

“é um passo importaNte da adealq. a plataForma coNceNtra perFis proFissioNais e memória, permite iNtercâmbio eNtre as pessoas e documeNta, com imaGeNs e dados, as épocas iNesquecíVeis ViVidas por todos os esalqueaNos”.andré MalzOni dOS SantOS diaS

caso você não tenha feito o recadastramento 2014:

- acesse www.adealq.org.br- clique no banner “Atualizar cadastro”- siga instruções

caso já tenha feito o recadastramento:

- acesse www.adealq.org.br- acesse a área restrita, coloque seu

e-mail e senha individual

caso tenha perdido ou esquecido a senha:

- acesse o site da ADEALQ- clique na área restrita- coloque seu email e clique em “Esqueci minha senha”

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NoTaS e eveNToS

vida loNga e Produtiva

No dia 19 de setembro de 2014, o engenheiro agrônomo Fernando Penteado Cardoso che-gou aos 100 anos de idade. O que poderia ser apenas surpreen dente é, na verdade, admirável e inspira-dor. Formado pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ), em 1936, Cardoso é uma

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)das personalidades mais respei-tadas do agronegócio brasileiro. A busca por soluções sustentáveis para que as terras produzissem mais e melhor o levou a fundar a empresa de fertilizantes manah, cujo slogan “Adubando dá!” é, praticamente, inesquecível. A constante dedicação ao setor e o conhecimento técnico sobre a produção agropecuária abriram caminho para que Cardoso che-gasse à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo e a outros órgãos públicos, como o Instituto Paulista de Tecnologia e o Con-selho Assessor da Embrapa. Por iniciativa conjunta com sua fa-mília, criou a Fundação Agrisus – Agricultura Sustentável, que, em parceria com a Fundação de Es-tudos Agrários “Luiz de Queiroz” (FEALQ), financiaria a pesquisa agronômica no país. Desde o iní-cio das atividades da Agrisus, em 2001, já foram aprovados 691 projetos e outros 51 estão em andamento.

recoNHeciMeNto iNterNacioNal

uM NúMero Histórico: 14 mil diPlomas

Formada pela ESALQ em Ciên -cias Biológicas, Laura Almeida Penalva também optou por fazer sua licenciatura na área. Nas-cida em Natal (RN) e criada em Campi nas (SP), Laura tem um mo-tivo especial para comemorar a conclusão dessa etapa de sua vida acadêmica: ela é a 14.000a

estudante diplomada pela insti-tuição. “Sinto-me feliz por saber que esta é uma escola que forma profissionais qualificados há tanto tempo”, diz. Ela poderia não ser a prota gonista dessa marca, pois ingressou na ESALQ em 2008 e se  formaria em 2012. No entan-to, por meio do “Programa Ciên-cia  sem Fronteiras”, fez intercâm-bio no canadá, onde ficou por um ano e meio, e desenvolveu pesqui-sas sobre comportamento de giri-nos com orientação da professora Janet koprivnikar.

em outubro, a editora U.S. News and World Report, empresa norte--americana com 80 anos de existên-cia, apresentou um ranking glo bal das melhores faculdades em Ciên cias agrárias. a Universidade de São Pau-lo (uSP) aparece na quinta posição, por conta da Escola Superior de Agri-cultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ). Essa avaliação leva em consideração atividades que envolvem diversos segmentos relacionados  ao agrone-gócio, como horticultura, ciên cias dos

alimentos e nutrição, produtos lác-teos e agronomia. Para José vicen-te Caixeta Filho, diretor da ESALQ, essa classificação é fruto das inú-meras contribuições prestadas pela escola ao longo de seus 113 anos. A u.S. News and World Report é tam-bém responsável pelo Best Global Universities, ranking  das  500 me-lhores universidades  do mundo, no qual a USP figura na posição 77. Dentre as instituições de nível supe-rior da América Latina, é a primeira.

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Notas e Eventos

esalQueanos Premiados Pela Fundação bunge

Hiroshi Noda e Fernando Dini Andreote são pessoas aparente-mente bem diferentes, tanto pela idade quanto pelas características físicas. Ambos, porém, têm muito em comum e a natureza agrade-ce por isso. Os dois são formados

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RI em Engenharia Agronômica pela

ESALQ – Noda em 1968 e Andreote, em 2002 – e desenvolvem tra-balhos de pesquisa que podem gerar resultados positivos para a produção vegetal. Na verda-de, já estão gerando. Noda vem realizando importante trabalho de conservação e melhoramen-to genético de recursos vegetais nativos da Amazônia, que envol-ve a agricultura familiar daquela região.

Andreote pesquisa comunida-des microbianas em áreas natu-rais, como os biomas mata Atlân-tica, Caatinga e manguezais, e em áreas de produção agrícola, com destaque para áreas de cultivo de cana-de-açúcar. “A gente sabe mui-to sobre patógenos, mas pouco so-bre outros organismos que podem ser benéficos às plantas”, explica. Outro fator de semelhança entre os dois é que acabam de ser premia-dos pela Fundação Bunge em Pro-dutividade Agrícola Sustentável. Noda foi contemplado na categoria vida e Obra, enquanto Andreote foi

destaque na categoria Juventude. “Essa premiação é muito importan-te para a divulgação das pesquisas que estão sendo feitas na Amazônia. É, ao mesmo tempo, reconheci-mento e estímulo”, comenta Noda. O prêmio foi criado pela Fundação Bunge em 1955 e os candidatos são sempre indicados pelas prin-cipais universidades e entidades culturais e científicas brasileiras.

Projeções Para a saFra 2023/2024

Segundo dados da Assessoria de Gestão Estratégica do minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/mapa), a pro-dução brasileira de grãos deve rá passar de 193,6 milhões de tone-ladas em 2 milhões de hectares 2013-2014 para 252,4 milhões de toneladas em 2024, o que re-presenta acréscimo de 30,4%. A área plantada com lavouras deve

passar de 70,2 para 82,0 milhões de hectares em 2024, ou seja, quase 17% a mais. A expansão está concentrada, principalmen-te, em soja e cana-de-açúcar. Em relação à produção de carne bo-vina, suína e de aves, o aumen-to deve ser de 7,9 milhões de toneladas (30,3%), sendo que a maior projeção de crescimento é da carne de frango (35,7%). O

relatório, que contém projeções para 26 produtos, foi realizado por especialistas do mapa e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O obje-tivo é indicar possíveis direções do desenvolvimento e fornecer sub sídios aos formuladores de po líticas públicas quanto às ten-dências dos principais produtos agropecuários.

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lavoura Protegida e beM iluMiNada

Alunos da ESALQ que integram o Grupo de Estudos e Práticas

em Olericultura (Gepol) estão desenvolvendo pesquisas com cultivo protegido para identifi-car os efeitos da suplementação luminosa com lâmpadas de LED. Porém, com um diferencial: iden-tificar a eficiência da tecnologia em condições tropicais e subtro-picais. O projeto, orientado por Simone da Costa mello, profes-sora do Departamento de Pro-dução vegetal (LPv), é feito com a utilização de barras de LED no interior do dossel das plantas de minitomate cultivar Sweet Grape. Em dezembro termina a primei-ra parte do trabalho, que conti-nuará por mais um ano. Sobre os resultados, foi registrado aumen-to de produtividade em torno de 15%.

diPloMa válido No brasil e na França

mateus Quelhas dos Santos martins é o primeiro aluno da ESALQ a descobrir como é ter um diploma do curso de Ciências dos Alimentos válido tanto aqui no Brasil quanto na França. Essa con-quista do estudante foi possí vel a partir da parceria firmada em 2011 entre a ESALQ e a insti tui ção fran-cesa École Natio nale vétérinaire, agroalimentaire et de l’alimentation Nantes-Atlantique, denominada Oni ris. Naquele mesmo ano, mar tins passou pelo processo seletivo Capes/Brafagri e, em janeiro de 2012, foi para a Europa. Durante os dois anos e oito meses em que permaneceu na França, cursou dis-ciplinas e fez estágios até cum-prir os créditos necessários. Para martins, a complementação do co-nhecimento aca dêmico é bastante enriquecedora. “Saímos da ESALQ com conhecimento relacionado às temáticas da bio química dos alimentos e, na França, partimos mais para a área empresarial, de mercado de alimentos. Assim, pas-samos a conhecer a dinâmica dos negócios, até porque rea lizamos estágios obrigatórios dentro do ambiente corporativo”, relata.

Nova diretoria assuMe eM jaNeiro

A partir da segunda quinze-na de janeiro de 2015, a direção da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) estará a  cargo de luiz Gustavo Nussio. a vice-diretoria será ocupada por Durval Dourado. Os novos direto-res, eleitos no dia 5 de novembro, sucederão José vicente Caixeta Filho e marisa Aparecida Bismara Regitano d’Arce, respectivamente, para a gestão que vai até 2018.

Nussio é engenheiro agrôno-mo formado pela ESALQ (1987), tem mestrado em Ciência Animal e Pastagens pela instituição e dou-torado em Animal Sciences pela university of Arizona (1997). Atual-mente, é professor associado do Departamento de zootecnia (LzT). Dourado tem graduação em Agro-nomia pela universidade Federal de viçosa (1984), mestrado em Agronomia (Irrigação e Drenagem)

e doutorado em Agronomia (Solos e Nutrição de Plantas), pela ESALQ (1989 e 1992). Atualmente, é pes-quisador científico do cNPq (1a), professor colaborador da Funda-ção Getúlio vargas (FGv) e profes-sor titular (2006) do Departamento de Produção vegetal (LPv).

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Resposta de sucesso

CONTRO

LE D

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ANTAS DANINHAS E VOLUNTÁRIAS

DESS

ECAÇÃO ANTECIPADA

TRAT

AMENTO DE SEMENTES

ÁREAS DE REFÚGIO

MONITORAMENTORO

TAÇÃO DE CULTURAS

FAÇA PARTE E NÃO VOLTE AO PASSADO.

Invista nas práticas do manejo da resistência de insetos e preserve a tecnologia Bt.

CAMPANHA O FUTURO É BT

MANEJO DE RESISTÊNCIA DE PRAGAS

MANEJO DA

RESISTÊNCIA DE INSETOS

TORARAR ME

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RREERERSSESEESE

IISISSIS

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