biossegurança - aula1_conceitos e riscos_2
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Disciplina: Biossegurança
Aula: Bases conceituais de
Biossegurança
Prof. Luciane Almeida Amado
Conceitos de Biossegurança
Biossegurança é uma expressão resultante da junção de bio +segurança, que segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa(Ed. Nova Fronteira, p.302-303, 2000) significa: o conjunto deestudos e procedimentos que visam a evitar ou controlar oseventuais problemas suscitados por pesquisas biológicas e/ou porsuas aplicações.
Na obra “Biossegurança - uma Abordagem Multidisciplinar” (1996),Teixeira e Valle definem biossegurança como sendo:
“O conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização oueliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa,produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação deserviços. Esses riscos podem comprometer a saúde humana,dos animais, das plantas, do meio ambiente”.
Legislação de Biossegurança
Lei de Biossegurança- no. 11.105, de 24 de março de 2005
Estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização
de atividades que envolvam organismos geneticamente
modificados – OGMs e seus derivados.
Cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS
Reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança -
CTNBio
Legislação de Biossegurança
Do Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS
Art. 8º Fica criado o Conselho Nacional de Biossegurança –
CNBS, vinculado à
Presidência da República, órgão de assessoramento superior do
Presidente da República para a formulação e implementação
da Política Nacional de Biossegurança – PNB.
Legislação de Biossegurança
§ 1º Compete ao CNBS
I – fixar princípios e diretrizes para a ação administrativa dos
órgãos e entidades federais com competências sobre a
matéria;
II – analisar, a pedido da CTNBio, quanto aos aspectos da
conveniência e oportunidade socioeconômicas e do interesse
nacional, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM
e seus derivados;
Missão da Comissão Técnica
Nacional de Biossegurança -
CTNBio
Art. 10. A CTNBio, integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia, é
instância colegiada multidisciplinar de caráter consultivo e
deliberativo, para prestar apoio técnico e de assessoramento ao
Governo Federal na formulação, atualização e implementação da
PNB de OGM e seus derivados, bem como no estabelecimento de
normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes à
autorização para atividades que envolvam pesquisa e uso comercial
de OGM e seus derivados, com base na avaliação de seu risco à
saúde humana e ao meio ambiente.
Da Comissão Interna de
Biossegurança – CIBio
Art. 17. Toda instituição que utilizar técnicas e métodos de
engenharia genética ou realizar pesquisas com OGM e seus
derivados deverá criar uma Comissão Interna de
Biossegurança - CIBio, além de indicar um técnico principal
responsável para cada projeto específico.
Desafios no Trabalho com Agentes
de Origem Biológica
Todos aqueles profissionais que trabalham ou irão trabalhar com os agentes
biológicos, patogênicos ou não, devem conhecer profundamente o agente em
questão e o seu processo de trabalho.
Problemas que freqüentemente observados :
Pouco conhecimento sistematizado dos profissionais em relação aos
agentes etiólogicos no tocante às suas patogenicidade e virulência, o que
pode levar à exposição desnecessária do profissional;
É essencial a criação de um programa de biossegurança onde estejam
descritas as principais técnicas de prevenção;
A adoção das boas práticas no laboratório;
O controle da qualidade e a notificação dos acidentes, enfatizando a criação
de um sistema de monitoração da saúde dos trabalhadores;
Cabe ressaltar que toda esta estrutura deve funcionar de forma articulada e
integrada.
Breve Histórico das Doenças
Adquiridas em Laboratório
Uma retrospectiva dos fatos históricos sobre às infeções
adquiridas no laboratório:
conscientização:
Em 1885, na Alemanha, dois anos após a descoberta das
bactérias, foi publicado um artigo que relatava a
contaminação em laboratório por Salmonella typhi.
Em 1903, relatou-se a primeira infeção adquirida em
laboratório nos Estados Unidos, ocorrida quando um
médico acidentou-se com uma agulha durante a autópsia
de um paciente que havia morrido de blastomicose
sistêmica (Evans, 1903).
Em 1929, Kisskalt relatou 59 casos de salmoneloses adquiridas
em laboratórios alemães entre os anos de 1915 a 1929 (Mannuel
de Prevention, 1995)
Breve Histórico das Doenças
Adquiridas em Laboratório
• Sulkin e Pike, de 1930 a 1979, realizaram uma pesquisa
envolvendo 5.000 laboratórios em todo o mundo, utilizando
como instrumento metodológico a adoção de questionários.
Estes autores observaram que dentre as 4.079 infecções, 168
foram fatais, sendo as contaminações descritas, em sua
maioria, de origem bacteriana (Mannuel de Prevention, 1995).
As infecções adquiridas na área de saúde são notificadas desde o
século XIX.
Ainda hoje notificações de acidentes e infecções adquiridas em
laboratórios ainda são muito raras ou quase inexistentes devido a falta de
um Sistema de Vigilância em Saúde que registre estes acidentes;
A ausência deste sistema impede a criação de banco de dados, que
poderia ser estratégico na elaboração de normas e leis;
Breve Histórico das Doenças
Adquiridas em Laboratório
• Essas informações poderiam representar importantes subsídios para a
minimização ou até eliminação dos fatores de risco e conseqüente
diminuição dos acidentes em laboratórios.
Conceitos de Risco e
Classes de Risco
“Risco é a manifestação física do perigo
provável”.
Conceito de Risco
Atividades de risco são as capazes de proporcionar dano, doença ou morte
Conceitos
RiscoÉ a probabilidade de ocorrer um evento bem definido no espaço e no tempo, que causa dano à saúde, às unidades operacionais ou dano econômico/financeiro
PerigoÉ a expressão de uma qualidade ambiental que apresente características de possível efeito maléfico para a saúde e/ou meio ambiente
Na presença de um perigo não existe risco zero, porém existe a possibilidade de minimizá-lo ou alterá-lo para níveis considerados aceitáveis
Conceitos
É importante que fique clara a diferença entre risco e perigo
Existe perigo na manipulação de determinados produtos químicos ou biológicos
Porém o risco dessa atividade pode ser considerado baixo se forem observados todos os cuidados necessários e e utilizados os equipamentos de proteção adequados
Classificação de RiscoPortaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e EmpregoNR de Medicina e Segurança do Trabalho
Riscos Físicos (formas de energia como ruídos, vibrações, pressões anormais, radiações ionizantes ou não, ultra e infra-som
Riscos Químicos (substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por via respiratória, absorvidos pela pele ou por ingestão, na forma de gases, vapores, neblinas, poeiras ou fumos
Classificação de RiscoPortaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e EmpregoNR de Medicina e Segurança do trabalho
Riscos Biológicos ( bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, etc
Os riscos biológicos são classificados de acordo com: patogenicidade para o homem; virulência; modos de transmissão; disponibilidade de medidas profiláticas eficazes; disponibilidade de tratamento eficaz; endemicidade
Classificação de RiscoPortaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e EmpregoNR de Medicina e Segurança do trabalho
Riscos Ergonômicos (são elementos físicos e organizacionais que interferem no conforto da atividade laboral e conseqüentemente nas características psicofisiológicas do trabalhador (NR-17 )www.mtb.gov.br.bits
Posto de trabalho inadequado (mobiliário, equipamentos e dispositivos) “Lay-out” inadequado (caminhos obstruídos, corredores estreitos, etc) Ventilação e iluminação inadequadas Esforços repetitivos Problemas relativos ao trabalho em turno Assédio moral Problemas relacionados com a organização do trabalho
Classificação de RiscoPortaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e EmpregoNR de Medicina e Segurança do trabalho
Riscos de Acidentes (condições com potencial de causar danos aos trabalhadores nas mais diversas formas, levando-se em consideração o não cumprimento das normas técnicas previstas
Além dos físicos, químicos e biológicos, destacam-se: arranjo físico, eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndio/explosão, armazenamento, ferramentas, etc
Associação dos Riscos
Acidentes
Ergonômicos
Biológicos
Físicos
Químicos
Pessoal
RISCOS FÍSICOS
Formas de energia às quais os
trabalhadores podem estar
expostos
RUÍDO
RADIAÇÕES IONIZANTES:
radiação alfa, beta e gama e
raios X
RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES:
ultravioleta e laser
TEMPERATURAS EXTREMAS:
frio e calor
UMIDADE
PRESSÕES ANORMAIS
VIBRAÇÕES
RISCOS FÍSICOS(NR 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, MTE). São
considerados Riscos Físicos:
RISCOS FÍSICOS EM
LABORATÓRIOS Materiais e equipamentos
Mais comuns:
associados ao ruído, temperaturas extremas e
radiações (ionizantes e não-ionizantes)
Limites de exposição
Estudos ergonômicos
Identificação, avaliação quantitativa e adoção
de medidas de controle
SOM E RUÍDO
Som é a energia transmitida porvibrações no ar (ou em outrosmateriais) e que causa a sensaçãode audição. Quando o som não édesejado, é molesto ou nocivo, deveser chamado de ruído. O ruído podetrazer sérias perturbações funcionaisao organismo, afetando o sistemanervoso, os aparelhos digestivo ecirculatório, e causando desconfortoe fadiga. Como conseqüências maisgraves pode causar reduçãotransitória da acuidade auditiva ousurdez profissional.
SOM E RUÍDO EM
LABORATÓRIOS
Deterioração da audição:
intensidade, natureza e duração do ruído
Principais fontes:
Operação de equipamentos (CSB, autoclaves,
centrífugas, capelas de exaustão e sistemas de
condicionamento de ar)
Níveis de ruído em laboratório
Avaliação do risco, manutenção preventiva,
Biossegurança em sentido lato, conforto
ambiental
SOM E RUÍDO EM
LABORATÓRIOS
Prevenção e controle:
Desde a concepção dos projetos de arquitetura e engenharia
(localização de máquinas e equipamentos; barreiras acústicas);
Medidas de ordem geral (ambiente); : enclausuramento da
máquina produtora de ruído; isolamento de ruído.
Barreiras pessoais (EPI). fornecimento de equipamento de
proteção individual (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve
ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida
complementar
Regulamentação: limite pressão sonora 65dB
SOM E RUÍDO EM
LABORATÓRIOS
Prevenção e controle:
- Medidas médicas: exames audiométricos
periódicos, afastamento do local de trabalho,
revezamento.
- Medidas educacionais: orientação para o uso
correto do EPI, campanha de conscientização.
- Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do
EPI: controlar seu uso.
Riscos Físicos
VIBRAÇÃO
É qualquer movimento que o
corpo executa em torno de
um ponto fixo. Esse
movimento pode ser regular,
ou irregular, quando não
segue um padrão
determinado
Riscos Físicos
Temperaturas extremas
FRIO
CALOR
CALOR
é uma forma de energia que pode ser transmitida de um corpo para o
outro;
não deve ser confundido com temperatura, pois temperatura é uma
medida que serve para assinalar o estado de energia (calor) de um
corpo ou material;
para saber se o trabalhador está submetido a calor prejudicial à sua
saúde são levados em consideração alguns fatores: esforço físico
despendido nas atividades que exerce, tempo de permanência em cada
fase da sua atividade, temperatura etc;
sobrecarga térmica - quantidade de energia que o organismo deve
dissipar para atingir o equilíbrio térmico;
CALOR
Conforto térmico (sensação térmica):
Variáveis: temperatura, umidade relativa e velocidade do
ar, calor radiante e tipo de atividade (metabolismo)
Mecanismos de transmissão do calor:
Convecção: transmissão em meio fluido (massas de ar);
Condução: transmissão em sólido (contato direto);
Radiação: transmissão por emissão de radiação infra-
vermelha
CALOR
Identificação do Risco;
Operações de limpeza: esterilização,
desinfecção
Preparado de soluções com sistemas de
aquecimento (Chamas)
Incubadoras
Equipamentos que geram calor
Conseqüências:
Efeitos no organismo humano;
Golpes de calor: insolação, convulsões, delírios
Desidratação: aumento da pulsação e
temperatura corporal, fadiga, náusea, tontura,
vômito
Riscos de incêndio e explosões.
CALOR
CALOR EM LABORATÓRIOS
Controle do risco:
Medidas de ordem pessoal (EPI):
Realização de exames periódicos
Ingestão de água e sal
Limitação da exposição
Uso de EPI
CALOR EM LABORATÓRIOS
Medidas de controle Fatores alterados
Mecanismo de trocade calor
Aplicação de isolantes nas superfícies aquecidas
Insuflamento de ar no ambiente Aumento da circulação de ar Exaustão de vapores d’ água
Temperatura,Velocidade
do ar,Umidade
ConduçãoConvecção
Utilização de anteparos refletores
Uso de barreiras entre a fonte e operador para absorção da radiação infravermelha
Calor radiante Calor emitido por radiação
Automatização de tarefas e redução da atividade no ambiente de risco
Metabolismo Perda por metabolismo
Medidas para redução da intensidade do calor
Medidas de ordem geral (relacionadas ao ambiente);
FRIO E UMIDADE EM LABORATÓRIOS
Principais lesões: extremidades
Medidas de controle:
Proteção individual adequada (ex.: luvas).
Riscos associados:
Choque térmico, ruptura e projeção de pérfuro-
cortantes e contaminantes biológicos.
Riscos físicos
Pressões Anormais Hipobárica: quando o homem está sujeito a
pressões menores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem a elevadas altitudes. (coceira na pele, dores musculares, vômitos, hemorragias pelo ouvido e ruptura do tímpano)
Hiperbárica: quando o homem fica sujeito a pressões maiores
que a atmosférica. (mergulho e
uso de ar comprimido).
Riscos físicos
Umidade
Faixa de conforto a
que corresponde à
temperatura de 22 a
26 º C e umidade
relativa do ar entre
45 e 50 %.
RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO-IONIZANTES
As radiações são formas de transmissão de energia à
distância dentro de um amplo espectro de freqüência
que varia desde as ondas de rádio, passando pelas
microondas, radiação infra-vermelha, luz visível,
radiação ultra-violeta, raios X, havendo, ainda, a
radiação particulada emitida por isótopos radioativos.
RADIAÇÕES IONIZANTES E NÃO-IONIZANTES
Espectro de energia
Riscos Físicos
RADIAÇÃO IONIZANTE
São emissões de energia em diversos níveis, desde a faixa do visível, passando pelo ultra-violeta, raio-X, raio gama e partículas alfa e beta, capazes de contato com elétrons de um átomo, retirando-as, provocando a ionização dos mesmos.
Saiba Mais !
Radiação Ionizante: onda
eletromagnética que ao interagir
com a matéria, ioniza direta ou
indiretamente seus
átomos ou moléculas
Saiba Mais !
A ionização ocorre
quando existe um
desequilíbrio eletrônico dentro do átomo.
Esse desequilíbrio é originado quando o
n.º de prótons (+) se torna diferente do
número de elétrons (-), transformando
átomos em íons. (danos fisiológicos)
RADIAÇÕES IONIZANTES
As radiações são ionizantes quando interagem com a estrutura atômica da matéria. Causam efeitos biológicos, que são divididos em dois grupos: os efeitos hereditários e os efeitos somáticos.
Partículas alfa - são partículas carregadas positivamente e correspondem ao núcleo do hélio.
Partículas beta - tem carga negativa, correspondente ao elétron, são mais penetrantes e bem menores que as partículas alfa.
Partículas gama - são ondas eletromagnéticas com grande poder de penetração.
Neutrons - são partículas de alto poder de penetração. Podem ser produzidos durante a fissão de certos átomos no interior do reator nuclear.
Raios X - são ondas eletromagnéticas produzidas por aparelhos, largamente empregados na Medicina.
RADIAÇÕES IONIZANTES
EM LABORATÓRIOS
Identificação do Risco:
Fonte Natural: urânio-238; carbono-14
Fonte artificial (homem):
Radiodiagnóstico (radiografias e tomografias)
Radioterapia (equipamentos geradores de
substancias radioativas)
Diagnóstico por imagem (medicina nuclear):
utiliza radioisótopos e radiofármacos para
injeção no paciente
RADIAÇÕES IONIZANTES
EM LABORATÓRIOS
Autorização prévia do CNEN (Comissão Nacional de
Energia Nuclear): certificação e qualificação dos
profissionais
Plano de radioproteção ou Relatório de Análise de
Segurança (RAS):
Informações sobre operações técnicas e administrativas;
Descrição da instalação física.
RADIAÇÕES IONIZANTES
EM LABORATÓRIOS
Redução do tempo de exposição à fonte geradora de
radiação;
Blindagem do espaço físico através de materiais que
absorvem radiação
Sistemas com alarmes sonoros e visuais automatizados
que garantem segurança
Sinalização no acesso e nas áreas que realizem atividades
com radiação
Treinamento dos trabalhadores
Uso de EPIs
Utilização de detectores de radiação individual e no
ambiente para avaliar o nível de exposição.
Controle do Risco:
RADIAÇÕES IONIZANTES
EM LABORATÓRIOS
Princípio da justificação: Qualquer atividade envolvendo
radiação ou exposição deve ser justificada em relação a outras
alternativas e produzir um benefício líquido positivo para a
sociedade;
Princípio da otimização: O projeto, o planejamento do uso e a
operação de instalação e de fontes de radiação devem ser feitos
de modo a garantir que as exposições sejam tão reduzidas quanto
razoavelmente exeqüíveis, levando-se em consideração fatores
sociais e econômicos;
Princípio da limitação da dose individual: As doses
individuais de trabalhadores e de indivíduos do público não
devem exceder os limites anuais de dose equivalente
estabelecidos nesta Norma (CNEN, 1988).
Princípios de Radioproteção
Comissão Nacional de Energia Nuclear
Riscos físicos
Radiação Não-Ionizante
Ao contrário da anterior, não tem
poder de ionização. Apenas podem
ativar (excitar) todo o conjunto de
átomos que recebem esta carga de
energia. São classificadas pelo
comprimento de onda de
nanômetros a quilômetros.
Saiba Mais!
Radiação Não-Ionizante
Conforme a sua freqüência podem ser apenas refletidas ou absorvidas sem conseqüências, a medida que aumentam fazem contrações cardíacas, debilitação do sistema nervoso central e como efeitos agudos causam catarata ou até mesmo a morte. Fator determinante é o tempo de exposição.
RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES
EM LABORATÓRIOS Destacam-se, principalmente:
Luz ultra violeta: Efeitos: queimaduras e conjuntivite. Ex: luz
germicida
Radiações infravermelhas:
Calor radiante: emita por corpos que se encontram em
temperaturas mais altas do que a do ambiente onde está
localizado.
Por exemplo, resistências aquecidas. Efeitos: queimaduras e
lesões oftalmológicas. Risco de incêndio (transmissão de
calor).Ex: fisioterapias
Laser: radiação altamente concentrada, sendo emitida em uma
única direção. Efeitos: queimaduras e lesões oftalmologicas. Ex:
procedimentos cirúrgicos, cauterizações
Medidas de controle:
Boas práticas,
Utilização de EPI.
RADIAÇÕES NÃO-IONIZANTES
EM LABORATÓRIOS
Medidas de controle:
Boas práticas,
Utilização de EPI.
Para radiação UV: barreiras para eliminar a reflexão no
ambiente e absorção direta pelo indivíduo (chapas
metálicas, tecidos opacos
Para laser: ausencia de superficies refletivas e materias
inflamáveis, usar óculos protetores específicos para a
energia envolvida
RISCOS ERGONÔMICOS
Esforço físico intenso,
levantamento e transporte manual
de peso, exigência de postura
inadequada, controle rígido de
produtividade, imposição de ritmos
excessivos, trabalho em turno e
noturno, jornadas de trabalho
prolongadas, monotonia e
repetitividade, outras situações
causadoras de stress físico ou
psíquico.
RISCOS ERGONÔMICOS EM LABORATÓRIOS
Destacam-se, principalmente:
Estresse, pela própria natureza da atividade e dos
riscos associados;
Exigência intelectual;
Atos repetitivos e de longa duração;
Postura corporal inadequada.
Parâmetros da NR 17, do MTE: “adaptação das
condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.”
Riscos ambientais
Riscos de acidentes Variados (falta de iluminação,
probabilidade de incêndio,
explosão, piso escorregadio,
armazenamento, arranjo físico e
ferramenta inadequados, máquina
defeituosa, mordida de cobra,
aranha, escorpião).
RISCOS DE ACIDENTES EM LABORATÓRIOS
Medidas de prevenção e controle:
Observar estado de conservação das instalações;
Locais de armazenamento;
Condições operacionais dos equipamentos;
Disposição de mobiliário;
Circulações etc.
RISCOS QUÍMICOS
Produtos químicos utilizados em laboratórios
Resíduos de mercúrio e de outros metais pesados
Medicamentos
Gases medicinais
Produtos químicos utilizados em manutenção
Riscos Ambientais
Riscos Químicos
Riscos químicos
são: poeiras,
fumos, névoas,
neblinas, gases,
vapores , etc.
Riscos Químicos
Aerosóis:podem ser encontrados na
forma de gases e vapores, ou na forma
de partículas. As partículas quando
dispersas na atmosfera possuem
estabilidade de suspensão e dividem-se
em:
Poeiras Fumos
Névoas Neblinas
Poeiras
Aerosóis sólidos formados por
desagregação mecânica de corpos
sólidos. As partículas geradas tem em
geral diâmetros maiores que um mícron
Poeiras minerais
Poeiras de madeira
Poeira em geral
Fumos
Aerosóis sólidos formados
por condensação de vapores,
geralmente metálicos. As
partículas geradas tem em
geral diâmetros maiores que
um mícron
Fumos de solda
Névoas
Aerosóis constituídos
por partículas líquidas, independente da
natureza e do diâmetro das partículas,
formadas por desagregação mecânica de
corpos líquidos.
Névoa de tinta
Neblina
Aerosóis
líquidos,
formados por
condensação de
vapores.
Vapores
São substâncias que se
encontram no estado
gasoso como resultado de
algum tipo de alteração no
seu estado normal e
temperatura ambiente.
Gases
Não possuem formas e volumes
próprios e tendem a se expandir indefinidamente. Mesmo sujeitos à alta pressão não podem ser total ou parcialmente reduzidos ao estado líquido.
oxigênio
Formação dos Aerossóis
Em termos conceituais, podemos definir os aerossóis comosendo micropartículas sólidas ou líquidas com dimensãoaproximada 0.5 µ que podem ficar em suspensão no ar edependendo de sua concentração podem potencializar atransmissão de doenças.
O uso de alguns equipamentos em procedimentos técnicos
incorretos podem gerar aerossóis tais como ( CDC, 2001):
A agitação em alta velocidade de materiais biológicos
infecciosos;
A remoção de meio de cultura líquido com seringa;
A flambagem de alças de platina nas técnicas
bacteriológicas;
O descarte da última gota de fluidos contaminados de
uma pipeta (mesmo com o pipetador automático);
O ato de destampar um frasco de cultivo ou de
suspensão de líquidos imediatamente após agitá-lo; e o
rompimento de células com ultra-som.
Formação dos Aerossóis
O Quadro a seguir mostra o número de microorganismos em
aerossol em diferentes tipos de manipulações, coletadas a
partir de uma cultura microbiana.
Número de microrganismos em aerossol (adaptado de
Simons, 1991)
Estudo das Manipulações Número de Colônias em Aerossol
Mixer imediatamente aberto 106
Mixer aberto1 minuto após o desligamento 2 x 104
Maceração 106
Pipetagem sem precaução 106
Pipetagem com precaução 106
Acidente (frasco de cultura) 3 x 105
Aerossóis
(sobre o rotor da centrífuga) 105
Formação dos Aerossóis
Risco Biológico
Conceito de Risco Biológico
São agentes de risco biológico os microorganismos, as
culturas celulares, parasitas humanos e animais
suscetíveis de causar infecção no homem ou no animal,
uma alergia ou intoxicação, incluindo-se as bactérias,
parasitos, vírus, micoplasmas, prions e organismos
geneticamente modificados
Riscos Biológicos em Laboratórios
Biomédicos
O surgimento da Aids(Montagnier et al., 1983) fizeram toda a
classe de profissionais de saúde discutisse os aspectos de
biossegurança, em particular as precauções universais. A AIDS
fez despertar a classe de profissionais de saúde para uma
discussão mais aprofundada das relações de trabalho e
sobretudo das formas de transmissão pela via ocupacional.
Histórico
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeHistórico
Historicamente, os profissionais de saúde não eram considerados de alto risco para acidentes de trabalho
Até a década de 60 atenção aos profissionais de laboratório de análises clínicas (hepatite B e tuberculose, 7 e 5 vezes mais freqüentes que na população em geral)
A partir dos anos 80 (AIDS) atenção voltada para os profissionais envolvidos na assistência ao paciente
Os principais riscos biológicos envolvem os patógenos de transmissão sangüínea como os vírus das hepatites B e C e o HIV
Mais de 30 outros agentes infecciosos podem estar envolvidos em acidentes biológicos nos estabelecimentos de saúde
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeCaracterísticas Gerais
Principais agentes: bactérias, vírus, Rickétzias, protozoários, metazoários
Presentes em aerossóis, poeiras, alimentos, instrumentos de laboratório, água, culturas, amostras biológicas
18% dos trabalhadores são contaminados com material infecto-contagioso nas atividades relacionadas ao trabalho: 25% por inoculação percutanea; 27% por aerossóis e derramamentos; 16% por vidrarias e pérfurocortantes; 13% por aspiração por instrumentos; 13,5% por acidentes com animais e contato com ectoparasitas
As principais fontes de contaminação no local de trabalho podem estar relacionadas à inalação de aerossóis
Todos os procedimentos microbiológicos são potencialmente formadores de aerossóis
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdePresença microbiana
Alta adaptação à biosfera
Alguns multiplicam-se em água destilada
Um único micróbio em solução simples chega a um milhão em 18 horas
Um micróbio pode se dividir em 10 minutos
Presença na forma de células, esporos, toxinas e fragmentos moleculares
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeRelação entre vias de contaminação e doenças
Via aérea: tuberculose, varicela, rubéola, sarampo, influenza, viroses respiratórias, doença meningocócica
Exposição ao sangue e fluidos orgânicos: HIV, hepatites B e C, raiva
Transmissão fecal-oral: hepatite A, poliomielite, gastroenterite, cólera
Contato com o paciente: escabiose, pediculose, colonização por stafilococos
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdePrincipais grupos expostos
Médicos clinicos: 0,5 a 3 exposições percutaneas/ano; 0,5 a 7 exposições mucocutaneas/ano
Cirurgiões: 80 a 135 contatos com sangue/ano; 8 a 15 exposições percutaneas/ano
Odontólogos: 1 exposição percutanea a cada 5 anos
Contaminação acidental pelo HIV: Enfermeiros e pessoal de laboratório – 70% dos casos comprovados e 43% dos prováveis; estudantes de medicina 10 a 12% dos casos prováveis; cirurgiões e dentistas 12% dos casos prováveis
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdePrincipais grupos expostos
A equipe de enfermagem é a mais exposta ao material biológico:
É o grupo mais numeroso dos serviços de saúde
Maior contato direto com os pacientes
Os tipos e freqüência de procedimentos realizados favorecem a exposição
71,2% dos acidentes com perfurocortantes ocorrem entre os profissionais de enfermagem (USP, 1998)
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdePrincipais grupos expostos
Freqüentemente o acidente não é notificado
Acidentes com pérfurocortantes representam 1/3 de todos acidentes envolvendo profissionais de enfermagem
Retirada de sangue, flebotomia, punção venosa periférica, sutura cirúrgica, reencapamento de agulhas, são os momentos de maior risco
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeRiscos de aquisição da doença
Tipo de exposição
A quantidade necessária para causar doença (carga do agente)
Patogenicidade do agente infeccioso
Existência da profilaxia pós-exposição
Prevalência local da doença
Suscetibilidade do profissional de saúde
Riscos Biológicos em Serviços de Saúde
Agente
infecccioso
N° de
organismos
(carga)
Via de Inoculação
Sífilis 57 Intradérmico
Malária 10 Intravenoso
Escherichia coli 108 Ingestão
Sarampo 0,2 Inalação
Influenza A2 790 Inalação
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeImunização: doenças imunopreviníveis
Hepatite B
Varicela
Sarampo
Influenza
Caxumba
Rubéola
Tétano
Hepatite A
Raiva
Febre amarela
Coqueluche
Febre tifóide
Poliomielite
Doença meningocócica
Varíola
Manual das Normas de Vacinação da Fundação Nacional de Saúde – junho 2001
Prevalência de doenças locais e riscos individuais de exposição
Riscos Biológicos em Laboratórios
Biomédicos
Os riscos biológicos encontrados em laboratóriosbiomédicos podem variar de acordo com o risco em níveisque podem ser: NB-1 à NB-4 (NB - Nível deBiossegurança) e são classificados de segundo os critériosde :
O grau de patogenicidade e virulência;
Via de transmissão;
Dose infecciosa
Disponibilidade de medidas profiláticas
A resistência a processos de esterilização;
Endemicidade,
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeClassificação dos patógenos por risco biológico
Classe 1 Agente não oferece risco para o manipulador nem para
comunidade. Ex: E.coli, B.Subtilis
Classe 2 Agente com risco moderado para o manipulador e fraco
para a comunidade. Existe tratamento preventivo. Ex:
Staphylococcus aureus, Candida albicans
Classe 3 Agente com risco grave para o manipulador e
moderado para a comunidade. Lesões e sinais clínicos
graves e nem sempre há tratamento. Ex: HIV, Bacilllus anthracis
Classe 4 Agente com risco grave para o manipulador e para a
comunidade. Não há tratamento e os riscos são muito
graves em caso de propagação. Ex: vírus de febres
hemorrágicas
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeNiveis de Segurança no Trabalho
Nível 1 Avental, proteção respiratória,
luvas, óculos
CSB Classe II
A
Nível 2 Avental, proteção respiratória,
luvas, óculos
CBS Classe II
B2
Nível 3 Avental fechado, proteção
respiratória, luvas resistentes,
óculos
CBS Classe II
B2
Classe
4
Roupa protetora completa,
proteção respiratória, luvas,
óculos
CBS Classe
III
Riscos Biológicos em Serviços de SaúdeNíveis de risco do trabalho 1,2,3,4
Uso de EPC (cabine de segurança biológica classe I,II ou III
Uso de EPIs( protetor respiratório, óculos, luvas, protetores)
Vestuário (avental, touca)
Procedimentos operacionais descritos
Inscrições Abertas para Curso sobre Fortalecimento de ações em
Biossegurança - Tópicos avançados para discussão. O objetivo do curso é
introduzir os princípios fundamentais dos laboratórios, no campo da Biosseguridade e
Biossegurança, considerando a estrutura e marcos regulatórios nos países da
América Latina, bem como a importância da adoção de medidas preventivas para
controlar as ameaças biológicas relacionadas às pesquisas de duplo uso em
laboratórios e da biologia sintética.
O curso será realizado no Rio de Janeiro no período os dias 26 a 28 de Outubro de
2010.
As inscrições serão aceitas somente até o dia 30 de Setembro de 2010 através do
site da ANBio - www.anbio.org.br
Sócios da ANBio terão isenção de taxa de inscrição, veja no site da ANBio valores
para as demais categorias. As vagas são limitadas. Haverá seleção dos candidatos,
sendo dada prioridade para profissionais que trabalhem com material biológico classe
de risco 3 ou pesquisa biotecnológica
Público alvo: pesquisadores de laboratório, profissionais da saúde, do campo da
biotecnologia e reguladores do Brasil e da América Latina.
Para maiores informações acesse a página da ANBio
www.anbio.org.br