biologia reprodutiva e estrutura da populaÇÃo...

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6262 INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE ÁGUA DOCE E PESCA INTERIOR – BADPI BIOLOGIA REPRODUTIVA E ESTRUTURA DA POPULAÇÃO DO TUCUNARÉ Cichla vazzoleri (PERCIFORMES: CICHLIDAE) NO RESERVATÓRIO DA HIDRELÉTRICA DE BALBINA, AMAZONAS, BRASIL CESAR AUGUSTO CHIROSA HORIE Manaus, Amazonas 2013

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6262

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE ÁGUA DOCE E PESCA

INTERIOR – BADPI

BIOLOGIA REPRODUTIVA E ESTRUTURA DA POPULAÇÃO DO TUCUNARÉ Cichla vazzoleri (PERCIFORMES: CICHLIDAE) NO

RESERVATÓRIO DA HIDRELÉTRICA DE BALBINA, AMAZONAS, BRASIL

CESAR AUGUSTO CHIROSA HORIE

Manaus, Amazonas

2013

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CESAR AUGUSTO CHIROSA HORIE

BIOLOGIA REPRODUTIVA E ESTRUTURA DA POPULAÇÃO DO TUCUNARÉ Cichla vazzoleri (PERCIFORMES: CICHLIDAE) NO

RESERVATÓRIO DA HIDRELÉTRICA DE BALBINA, AMAZONAS, BRASIL

ORIENTADORA: DRA. CLÁUDIA PEREIRA DE DEUS

CO-ORIENTADORA: DRA. SIDINÉIA APARECIDA AMADIO

Manaus, Amazonas

2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Água Doce e Pesca Interior – BADPI/INPA, para obtenção do título de Mestre em Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

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FICHA CATALOGRÁFICA

H811 Horie, Cesar Augusto Chirosa

Biologia reprodutiva e estrutura da população do tucunaré Cichla

vazzoleri (Perciformes: Cichlidae) no Reservatório da Hidrelétrica de

Balbina, Amazonas, Brasil / Cesar Augusto Chirosa Horie. --- Manaus :

[s.n], 2014.

xi, 67 f. : il. color.

Dissertação (Mestrado) --- INPA, Manaus, 2013.

Orientador : Claudia Pereira de Deus.

Coorientador : Sidinéia Aparecida Amadio.

Área de concentração : Biologia de Água Doce e Pesca Interior.

1. Cichla vazzoleri. 2. Tucunaré – Balbina, lago. 3. Tucunaré –

Reprodução. 4. Tucunaré – Estrutura de População I. Título.

CDD 597.58

SINOPSE Estudou-se a dinâminca populacional, parâmetros reprodutivos e abundância numérica e em peso do tucunaré C. vazzoleri no reservatório de Balbina, localizada no município de Presidente Figueiredo/AM. Palavras-chave: Cichlidae, reprodução, idade, crescimento e parâmetros populacionais.

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Dedico este trabalho a todos os pescadores

artesanais de Balbina e do Rumo Certo.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Vera e Sinco (in memoriam) por terem me dado tanto amor e carinho, princípios e valores que orientam minha jornada.

À Dra. Claudia Pereira de Deus e a Dra. Sidinéia Amadio por terem aceitado me orientar, por todo apoio, dedicação e paciência para a conclusão deste trabalho. Aprendendo muito com vocês.

Ao Dr. Jansen Zuanon por tantos pitacos certeiros como flecha de índio. Meus mais sinceros agradecimentos.

Ao Sr. Raimundo, técnico do laboratório, pela amizade, pelos causos e por todo apoio durante esses dois anos de mestrado.

Ao Dr. Efrem Ferreira e Dr. Geraldo Mendes por, na qualificação, abrirem minha mente para o mundo acadêmico, mostrando a dicotomia entre gestão e pesquisa.

À Dra. Mª Gercília por ter participado da banca de qualificação e por ter gentilmente cedido inúmeros artigos científicos que muito contribuíram para este trabalho.

Ao Dr. Carlos Edwar pela paciência e compartilhamento dos saberes estatísticos. Aos poucos o monstro p vai se dissipando no ar.

Ao ICMBio e todo o pessoal da CGGP, Helena Araujo, Raquel Silva, Daniela dos Santos, Eliene Iglesias por toda atenção e serviços prestados durante todo o processo de afastamento.

À Rebio Uatumã, em especial ao Gilmar Klein, Caio Pamplona, Bruno Cascardo, Paulo Bonassa, Ribamar Pinto, Rayanne Pia, Juliano Moraes, Seu Chagas, Dona Maroca e toda equipe pelo apoio logístico e institucional.

Aos pescadores Nando e seu filho Fernando, Marcão, Emerson, Juliano, Tarzan e Agenor pela ajuda nas coletas. As conversas e trocas de experiências foram inesquecíveis, sem falar das deliciosas caldeiradas de tucunaré.

À amiga Daniela Campos pela fundamental ajuda em vários momentos me ensinando o aprendido, compartilhando saberes peixeiros do início ao fim. Compañera é compañera!

À super Cris Höpke, pela solicitude e paciência na ajuda com as análises estatísticas, protocolos e nas discussões sobre artigos.

Aos Brothers Thiago Pires e Gabriel Paulista pelas bacanas discussões sobre os peixes.

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À Carol, Carol, Carol, pela ajuda nas estatísticas pesqueiras.

À Carminha Arruda, ex secretária do BADPI, por toda amizade, simpatia e dedicação.

À Thatyla, Dani, Natália, Tássia, Joicy, Sérgio, Euris, Rafa, Cris e Tiago pela agradável companhia no laboratório.

Ao Dr. Rodrigo Neves, Dra. Jussara Souza e Dra. Eliana Feldberg pela ajuda na micrografia e na análise das lâminas histológicas.

À Dra. Harumi Irene Suzuki pela ajuda nos cálculos de IAR.

Ao Gilmar Klein, Sheila Rancura, Livia Granadeiro e Leomar Indrusiak pela ajuda na preparação dos mapas.

À Dra. Maria Inês Nogueira, Martinha e Kelly, por compartilhar o espaço, equipamentos e conhecimentos histológicos.

Ao LEEM, Dra. Fabíola Valdez, em especial Andressa e Kinny pela ajuda na histologia.

Aos ajudantes de campo Railson, Roberta Cañas e Daniele Campos por todo apoio e risadas durante as coletas.

Ao colega Ildefonso (Amazonas Energia) por fornecer dados de precipitação, cota e vazão do reservatório de Balbina.

Ao Rafael Leitão pela identificação das iscas vivas utilizadas neste trabalho

Ao Dr. Bruce Forsberg e João Henrique “Minhoca” pelo empréstimo do oxímetro.

Ao Dr. Assad, ao técnico Bacana (in memoriam) e Érika Utumi pela ajuda na calibração da sonda multiparamétrica e emblocamento das amostras.

Aos amigos de república e de Manaus, Sabine, Gel, Xavier, Côco, Carol, Rafa, Pulga, Emily, Jussara, Guto, Daniel, Cesinha Xará, Polegas, Tawada, Camilinha, Alvarenga, Sewbert e Diego por compartilharem tantos momentos de alegria.

Aos colegas da Turma BADPI 2011 pelas novas amizades, pelo aprendizado coletivo e pelas risadas que me provocaram durante estes dois anos: Fernando Cunha, Priscila Madoka, Jannise Vargas, Winnie Brum, Thiago Peterson, Douglas Bastos, Caroline Campos, António Aderson, Ronnayana Rayla, Renata Lima, Sewbert Jati, Andressa Cunha, Camila Couto, Bruna Carlos, Walter Segundo, Monique Pazzete, Juliana Santos, Diego Souza.

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vii

SUMÁRIO

RESUMO ...................................................................................................

ABSTRACT ...............................................................................................

viii ix

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral .......................................................................................... 6

2.2 Objetivos específicos ............................................................................... 6

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Área de estudo ....................................................................................... 7

3.2. Exemplares coletados ............................................................................ 10

3.3. Biometria e análise dos exemplares ....................................................... 10

3.4. Captura por unidade de esforço (CPUE) e parâmetros abióticos ........... 3.5. Precipitação média mensal .....................................................................

12 12

3.6. Análise dos dados

3.6.1. Estrutura da população ....................................................................... 13

3.6.2. Fecundidade e tipo de desova ............................................................ 15

3.6.3. Índice de Atividade Reprodutiva (IAR) ................................................ 16

3.6.4. Período reprodutivo .............................................................................. 16

3.6.5. Índices fisiológicos ............................................................................... 17

3.6.6. Rendimento das pescarias em abundância e peso .............................. 17

4. RESULTADOS

4.1. Estrutura da população .......................................................................... 19

4.2. Fecundidade e tipo de desova ............................................................... 26

4.3. Índice de Atividade Reprodutiva (IAR) .................................................... 27

4.4. Período reprodutivo ................................................................................. 29

4.5. Índices fisiológicos .................................................................................. 31

4.6. Abundância numérica e abundância em peso ........................................ 34

5. DISCUSSÃO ............................................................................................. 37

6. CONCLUSÃO ........................................................................................... 44

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 45

8. APÊNDICES .............................................................................................. 51

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RESUMO

O presente trabalho teve o objetivo de estimar os parâmetros reprodutivos,

caracterizar a estrutura da população e avaliar a abundância de Cichla

vazzoleri no reservatório de Balbina, entre outubro/2011 e setembro/12. Os

peixes foram capturados utilizando-se anzol com isca viva e redinha. A

estrutura da população foi analisada por meio da distribuição de tamanhos,

razão sexual e comprimento médio de primeira maturação; a reprodução foi

analisada por meio das estimativas da época e tipo de desova, fecundidade e

índices fisiológicos. A estrutura da população mostrou uma prevalência de

indivíduos médios e pequenos. O tamanho médio de primeira maturação

sexual para a espécie foi de 26,7 cm, e todos os indivíduos acima de 34 cm de

comprimento total são adultos reprodutores. A reprodução de C. vazzoleri

ocorreu o ano todo, com pico entre outubro e janeiro, por meio de desovas

múltiplas com fecundidade média de 5713 ovócitos. Exemplares capturados na

margem esquerda do reservatório, onde está situada a Reserva Biológica do

Uatumã, apresentaram maiores comprimentos médios, maior atividade

reprodutiva, maior abundância e biomassa do que os peixes capturados na

margem direita. Outras abordagens são necessárias para melhorar a

compreensão da dinâmica da população nas duas margens. Os resultados aqui

apresentados poderão servir de subsídio para o ordenamento da pesca do

tucunaré no reservatório de Balbina.

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ix

ABSTRACT

This study aimed to assess the population structure, reproductive parameters

and abundance of Cichla vazzoleri from Balbina Reservoir, between

October/2011 and September/12. Fish were caught using baited hook and

seinenet. The population structure was analyzed by size distribution, sex ratio

and mean length at first maturity; reproductive characteristics were estimated

by means spawning type and period, fecundity and body indices. The

population structure showed a prevalence of small and medium sized

individuals, the mean size at first maturity for the species was 26.7 cm and all

individuals above 34 cm of total length were breeding adults. The reproduction

of C. vazzoleri occurred throughout the year, being more intense between

October and January; the species is a multiple spawner and it showed mean

fecundity of 5713 oocytes. Fish sampled from the left reservoir margin showed

higher mean size, reproductive activity, abundance and biomass when

compared to fish from the opposite margin. Other approaches are needed to

improve understanding of population dynamics on both sides. The results

presented here may be useful as basis for the planning of fishery resources in

Balbina Reservoir.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Pontos de coleta no reservatório de Balbina. Datum SAD 69. ................... 08

Tabela 2 Estatística descritiva e valores do teste de Mann Whitney (U, Z e p) para comprimento padrão de exemplares fêmeas e machos de Cichla vazzoleri na área do reservatório de Balbina ............................................

20

Tabela 3 Estatística descritiva e valores do teste de Mann Whitney (U, Z e p) para comprimento padrão (mm) de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda e direita do reservatório de Balbina .....................

20

Tabela 4 Valores do Teste G por classes de comprimento padrão (mm) de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda (E) e direita (D) do reservatório de Balbina .....................................................

21

Tabela 5 Comprimento padrão médio (mm) de exemplares de C. vazzoleri capturados nos pontos de coleta do reservatório de Balbina ...................

22

Tabela 6 Valores da ANCOVA entre distância da barragem para CPUE de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda (E) e direita (D) do reservatório de Balbina ........................................................

22

Tabela 7 Proporção de machos e fêmeas de Cichla vazzoleri coletados na área do reservatório de Balbina ............................................................................ 24

Tabela 8 Proporção sexual de exemplares de Cichla vazzoleri na área do reservatório de Balbina, por classes de comprimento padrão .................. 25

Tabela 9 Comprimentos padrão e total médio (mm) da primeira maturação sexual (L50) ± desvio padrão (d.p.) e L100 de fêmeas (F), machos (M) de C. vazzoleri na área do reservatório de Balbina ...........................................

26

Tabela 10 Índice de Atividade Reprodutiva de exemplares de Cichla vazzoleri coletados em diferentes locais no reservatório de Balbina ...................... 27

Tabela 11 Valores da ANCOVA entre distância da barragem para CPUE de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda (E) e direita (D) .......................................................

27

Tabela 12 Estatística descritiva e valores do teste de Mann Whitney (U, Z e p) para os índices fisiológicos de exemplares de Cichla vazzoleri. 31

Tabela 13 CPUE para abundância numérica (nº exemplares/anzol/hora) e abundância peso (gramas/anzol/hora) de Cichla vazzoleri coletados na área de influência do reservatório da UHE Balbina

34

Tabela 14 Teste de Mann-Whitney (U, Z e p) para captura de Cichla vazzoleri coletados através da CPUE para a abundância numérica e em peso ...... 35

Tabela 15 Resultados da análise de componentes principais (PCA - Eigenvectors) durante as capturas de C. vazzoleri no reservatório de Balbina ...............

36

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Locais de coleta de C. vazzoleri no reservatório da UHE Balbina para o período de out/11 a set/12 ................................................................ 09

Figura 2 Precipitação média mensal no reservatório de Balbina para o período de out/11 e set/12 ................................................................................ 13

Figura 3 Distribuição de frequência de tamanho de exemplares fêmeas e machos de Cichla vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 a set/12 .....................................................................................

19

Figura 4 Distribuição de frequência de tamanho de exemplares de Cichla vazzoleri nas duas margens do antigo leito do rio Uatumã, dentro do reservatório de Balbina, no período de out/11 a set/12 .......................

21

Figura 5 Relação peso-comprimento de Cichla vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 a set/12, para machos e fêmeas agrupados ............................................................................................

23

Figura 6 Precipitação (mm) e IAR de C. vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 e set/12 ................................................................... 28

Figura 7 Frequência relativa de exemplares fêmeas e machos de Cichla vazzoleri coletados, nos diferentes estádios de maturação gonadal, no reservatório de Balbina entre out/11 e set/12 .................................

30

Figura 8 Variação dos índices fisiológicos em função do estádio de maturação gonadal para fêmeas (esquerda) e machos (direita) de C. vazzoleri no reservatório de Balbina ........................................................................

32

Figura 9 Variação mensal dos índices fisiológicos de exemplares de C. vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 e set/12 ...... 33

Figura 10 Diagrama de ordenação da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis ambientais da área de estudo ....................................... 36

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1. INTRODUÇÃO Os tucunarés são peixes amazônicos, pertencentes à ordem Perciformes, família

Cichlidae e ao gênero Cichla. Sua distribuição abrange as bacias dos rios Amazonas,

Tocantins e Orinoco e pequenos rios da Guiana que desaguam no Oceano Atlântico.

Atualmente estão descritas 24 espécies, que são classificadas de acordo com

características merísticas e padrões de coloração (Kullander e Ferreira, 2006), que

podem variar dependendo da espécie e do tipo de água em que vivem.

De hábito diurno, podem utilizar diferentes locais de alimentação e consomem

predominantemente peixes, embora ocasionalmente também comam invertebrados

como crustáceos e insetos (Fontenele e Peixoto, 1979; Santos et al., 2001, Winemiller,

2001). Durante a noite, repousam nas beiradas rasas de rios e lagos, embaixo ou ao

lado de coberturas naturais (Magalhães, 1931; Taphorn e Barbarino, 1993).

De maneira geral, os tucunarés são sedentários, embora possam realizar

deslocamentos laterais e movimentações curtas nos rios (Hoeinghaus et al., 2003). Em

geral, habitam águas quentes e claras, e apresentam boa orientação visual, o que facilita

a procura de presas, principalmente em rios de água branca, como C. monoculus

encontrado no rio Purus (Duarte et al., 2010) e Cichla spp. registrados nos

desembarques pesqueiros de Manacapuru (Fernandes et al., 2009), ambos no Estado

do Amazonas.

Deslocamentos de C. temensis já foram observados para forrageamento, ao

descerem o rio Cinaruco durante a vazante em busca de cardumes de Semaprochilodus

kneri que estão em migração para o rio Orinoco (Hoeinghaus et al., 2003). Winemiller

(2001) observou diferentes padrões de ocupação de habitats para várias espécies:

Cichla temensis ocupa águas com diferentes correntezas, com ou sem cobertura

(troncos, galhos e rochas), coexistindo com outras espécies. Cichla intermedia

apresenta forte associação com o canal principal do rio e locais de águas rápidas,

nadando mais próximo ao fundo. Cichla orinocencis encontra-se preferencialmente

próximo às bordas do canal principal, lagos e áreas de menor correnteza, sempre

próximo a estruturas submersas, em águas de fluxo lento ou ausente.

O início do período reprodutivo de Cichla é caracterizado pelo aparecimento, nos

machos, de uma protuberância pós occipital de conteúdo adiposo, denominada

popularmente de “gibão”. Supõe-se que os machos escolham as fêmeas que possam

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produzir o maior número de descendentes e as fêmeas escolhem os machos que

poderão defender melhor o território e o ninho (Taphorn e Barbarino, 1993). Lowe

McConnell (1999) sugere que o gibão seja importante na seleção sexual. O momento do

acasalamento é caracterizado por movimentos circulares do macho ao redor da fêmea,

ondulando seu corpo em forma de “S”, abrindo a boca e estendendo suas nadadeiras ao

máximo. A fêmea, quando interessada pelo macho, passa a visitar seu território várias

vezes, nadando em sua perseguição, numa forma de “dança”. Este ritual continua até

ocorrer um firme pareamento, quando ambos passam a defender o território ou saem a

procura de um lugar mais adequado para a desova (Fontenele, 1950; Zaret, 1980;

Taphorn e Barbarino, 1993).

Após a formação do casal, o local de desova é escolhido em um substrato que

geralmente apresenta-se duro e resistente, onde o macho e a fêmea limpam a superfície

com auxílio da boca protrátil e movimentação das nadadeiras, retirando algas ou outros

vegetais. O processo de desova dura cerca de 1 a 2,5 horas, até que sejam desovados

todos os ovócitos maduros (Sawaya e Maranhão, 1946; Fontenele, 1950; Zaret, 1980;

Taphorn e Barbarino, 1993). Uma vez ocorrida a fecundação, os reprodutores se

revezam na tarefa de cuidar do ninho. A eclosão das larvas ocorre num período de 2 a 4

dias após a fecundação, dependendo da temperatura da água (Zaret, 1980; Taphorn e

Barbarino 1993).

Ao nascerem, as larvas são aspiradas pela boca e colocadas no ninho, num

processo contínuo que pode durar cerca de 4 horas. Se perturbados, o casal pode

mudar as larvas de local ou mesmo abandonar o ninho (Sawaya & Maranhão, 1946;

Braga, 1952; Zaret, 1980; Taphorn e Barbarino, 1993). O cuidado parental pode ser

realizado por ambos os pais (Zaret, 1980) ou por apenas um deles (Fontenele, 1950).

Embora existam investidas coespecíficas, o canibalismo é amplamente inibido em todas

as fases iniciais do desenvolvimento. Devido ao cuidado com ovos e larvas, as espécies

de tucunaré são classificadas como guardadores e o casal torna-se altamente

territorialista no período reprodutivo (Zaret, 1977).

As larvas crescem rapidamente e entre 3 e 6 dias consomem praticamente todo o

conteúdo do saco vitelínico e passam a se alimentar de pequenos crustáceos e rotíferos,

iniciando a natação, sempre protegido pelos pais (Sawaya e Maranhão, 1946; Braga,

1952; Zaret, 1980). Aos dois meses de vida os juvenis passam a nadar da região

limnética para a região litorânea, ficando camuflados em meio a vegetação e aos

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poucos, deixam de receber os cuidados dos pais e passam a viver nas margens

(Sawaya e Maranhão, 1946; Zaret, 1980). Possuem comportamento solitário e

forrageiam selecionando os itens de interesse, basicamente insetos, camarões e

pequenos peixes, até o comprimento padrão de 18-20 cm, o que corresponde a cerca de

6 meses de idade, quando se deslocam para águas abertas (Zaret, 1977). Com um ano

de idade e comprimento padrão entre 26 e 30 cm já estão aptos à reprodução

(Fontenele, 1948; Zaret, 1977; Fontenele e Peixoto, 1979).

As espécies do gênero Cichla são bastante prolíficas, não apresentam alta

fecundidade, quando comparada a caracídeos migradores (Sawaya e Maranhão, 1946;

Fontenele, 1950; Isaac et al., 2000) e este parâmetro está fortemente relacionado ao

comprimento do peixe (Novoa, 1993), tamanho da cavidade celomática e do tamanho

dos ovócitos (Vazzoler, 1996). Isaac et al., (2000) observaram no desembarque de

Santarém-PA que Cichla monoculus deve possuir um longo período de desova ou várias

desovas parceladas. Outros autores também relatam a existência de exemplares em

diferentes estádios de maturação sexual ao longo de todo o ano, com gônadas que não

se esvaziavam completamente após a desova, mas que apenas reduziam de volume e

sofriam pequena hiperemia (Fontenele, 1950; Isaac et al., 2000; Holley et al., 2008).

Estes padrões de ocupação de habitats descritos anteriormente, aliado ao

comportamento de acasalamento, construção de ninhos para a desova, baixa

fecundidade e cuidado parental contribuem para que as espécies de Cichla sejam

enquadradas ao modelo de espécie em equilíbrio, de acordo com a análise de

estratégias reprodutivas proposta por Winemiller (1989). O resultado desta estratégia

reprodutiva minimiza as chances de mortalidade nas fases iniciais e propicia um bom

recrutamento de jovens à população adulta, o que leva a uma estabilidade na densidade

durante o ano todo (Winemiller, 1989; Novoa, 1993; Isaac et al., 2000).

O padrão de comportamento dessas espécies se adaptou muito bem aos novos

ambientes criados em decorrência da construção de hidrelétricas na Amazônia a partir

da segunda metade do século passado. Florestas alagadas se tornaram um amplo sítio

reprodutivo, fornecendo enorme quantidade de substrato para desova. Além da

mudança de habitats, a construção de hidrelétricas provoca transformações na

composição de espécies, abundância e biomassa da ictiofauna (Fearnside, 2001). Desta

forma, em um primeiro momento pode acontecer a perda de espécies mais sensíveis ou

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aquelas com requerimento ecológico mais particularizado e uma explosão populacional

de outras, principalmente os carnívoros.

Em Tucuruí, espécies predadoras como as piranhas (Serrasalmus spp.) e os

tucunarés (Cichla spp), tiveram considerável aumento populacional nos primeiros anos

do reservatório (Fearnside, 2001). Introduzidos por volta de 1975, os tucunarés se

adaptaram bem às condições do reservatório de Guri, Venezuela, se desenvolvendo a

pesca esportiva e comercial (Novoa, 1993). Processo semelhante ocorreu em Balbina; a

pesca comercial iniciou-se em 1988, aproximadamente um ano após o barramento do

rio, mas só em 1991 foram coletados os primeiros dados de desembarque, registrando

cerca de 706 toneladas/ano. Em 1992, foi registrado desembarque anual de 270

toneladas e em 1996, 287,1 toneladas (Santos e Ferreira, 1999; Santos e Oliveira Jr,

1999).

Se o esforço de pesca inicial for mantido em níveis elevados ao longo dos anos, é

possível haver um deplecionamento do estoque pesqueiro que, em pouco tempo, não

será mais o mesmo que o observado no início da formação reservatório (Agostinho et

al., 2007). A sobrepesca e o colapso dos estoques pesqueiros são um perigo real com

implicações sociais e ambientais, que demandam um plano de ordenamento da pesca

de forma a assegurar a continuidade do potencial pesqueiro do lago de Balbina (Novoa,

1993; Santos e Oliveira Jr, 1999). Atualmente, o único mecanismo de conservação dos

recursos pesqueiros no lago é a presença da Reserva Biológica do Uatumã (REBIO).

Criada em 1990, por meio do Decreto Federal n. 99.277/90 (Brasil, 1990), possui

940.358 hectares e preserva uma área de apreciável biodiversidade regional e o alto

grau de endemismo (Eletronorte/Ibama, 1997). Além disso, tem papel importante na

proteção do reservatório de Balbina e suas ilhas. Em 2005, por meio da Instrução

Normativa n.12, a área que vai da margem esquerda do antigo leito do rio Uatumã até os

limites da UC, foi delimitada como “área interditada”, proibindo o exercício da pesca em

mais da metade do lago de Balbina. Esta normativa teve como objetivo garantir a

manutenção dos estoques pesqueiros, considerando que a pesca ilegal é um dos

maiores conflitos existentes na UC (MMA, 2005).

Entre 2007 e 2009 vigorou a Portaria IBAMA n. 45/07, que regulamentava o

Acordo de Pesca de Balbina, ordenando a pesca do tucunaré no reservatório, com

período de defeso entre agosto e novembro e tamanho mínimo de captura de 30 cm

(IBAMA, 2007). Após seu primeiro período de vigência, por problemas burocráticos, o

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mesmo não foi renovado, restando como medida conservacionista, apenas a margem

esquerda do antigo leito do rio Uatumã, onde a pesca é proibida. Desta forma, o

presente estudo tem como objetivo estimar os parâmetros reprodutivos e verificar a atual

estrutura da população do reservatório de Balbina para subsidiar a retomada do

processo de ordenamento pesqueiro no lago.

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2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Estimar os parâmetros reprodutivos, a estrutura da população e a abundância de

Cichla vazzoleri na área do reservatório da UHE Balbina.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

(a) Determinar a estrutura em comprimento, comprimento médio, razão sexual,

tamanho de primeira maturação gonadal (L50) e comprimento máximo teórico (L∞)

da população de C. vazzoleri;

(b) Determinar a fecundidade, o tipo de desova e o tamanho máximo do ovócito

maduro;

(c) Determinar o período reprodutivo de C. vazzoleri na área do reservatório;

(d) Avaliar a intensidade da atividade reprodutiva;

(e) Avaliar espaço-temporalmente a captura por unidade de esforço (CPUE) para

abundância e peso de C. vazzoleri na área do reservatório;

(f) Relacionar os parâmetros abióticos com a CPUE.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

O estudo foi realizado no reservatório da UHE Balbina, formado no rio Uatumã

entre os anos de 1987 e 1989 (Bermann et al., 2010). Pelas características topográficas

planas da região, o lago inundou uma área de 4.437 km2, formando 1.309 Km2 de ilhas e

3.128 Km2 de lâmina d’água (FUNCATE/INPE/ANEEL, 2000). A profundidade máxima

registrada foi de 32 m, com média de 8,4 m (Kemenes et al., 2007). A extensão total do

lago é de 210 km, com largura máxima de 75 km e média de 11 km (Eletronorte/Ibama,

1997).

Para as coletas foram escolhidos doze pontos de amostragem, distribuídos ao

longo do antigo leito do rio Uatumã, que separa o lago em duas unidades

administrativas. A primeira situa-se à esquerda do leito original do rio, abrangendo os

limites sudoeste da Reserva Biológica do Uatumã (Rebio) e, portanto, sujeita às

normatizações ambientais e proibição de utilização de recursos bióticos. A segunda área

localiza-se na margem direita do leito original do rio Uatumã, onde a pesca comercial

artesanal, esportiva e de subsistência são permitidas (Figura 1). Foram selecionados

seis pontos de amostragem em cada uma dessas áreas (margem esquerda:

Ariné/Limão, Jiquitaia, Pitinga, Jauari, Tucumari e Paredão; margem direita: Taboca,

Santo Antônio, Coatá, Nazaré, Caititu e Chapéu Virado) (Tabela 1). Por uma decisão

dos índios Waimiri Atroari, as coletas no Ariné, localizado na margem esquerda, não

puderam ser continuadas. Para completar os meses de coleta foi inserido o ponto Limão,

distante cerca de 6 km à jusante do Ariné, na mesma margem, sendo feitas as coletas

de abril à setembro de 2012; os dois pontos foram agrupados nas análises.

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Tabela 1. Pontos de coleta no reservatório de Balbina. Datum SAD 69. E = margem esquerda; D = margem direita.

Local Latitude Longitude Margem Distância da barragem (m)

Ariné S 01º 17' 13.0" W 60º 07'51.7" E 100.319

Limão S 01º 20' 34.5" W 60º 05'58.4" E 94.297

Jiquitaia S 01º 22' 58.8" W 60º 02'34.1" E 86.801

Pitinga S 01º 28' 44.8" W 59º 49'04.1" E 62.028

Jauari S 01º 32' 22.8" W 59º 40'36.2" E 47.533

Tucumari S 01º 39' 38.3" W 59º 34'59.8" E 30.862

Paredão S 01º 50' 56.7" W 59º 26'15.0" E 8.435

Taboca S 01º 22' 26.8" W 60º 10'34.1" D 98.937

Santo António S 01º 30' 25.7" W 60º 06'25.4" D 84.099

Coata S 01º 33' 38.6" W 59º 58'42.2" D 68.720

Nazaré S 01º 33' 25.0" W 59º 51'15.3" D 58.115

Caititu S 01º 43' 53.9" W 59º 42'42.6" D 33.591

Chapéu Virado S 01º 52' 09.3" W 59º 41'45.7" D 25.350

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Figura 1. Locais de coleta de C. vazzoleri no reservatório da UHE Balbina para o período de out/11 a

set/12.

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3.2. COLETA DOS EXEMPLARES

No reservatório de Balbina ocorrem três espécies de tucunaré, Cichla monoculus,

C. temensis e C. vazzoleri. Esta última foi a escolhida para o presente estudo, pois

atualmente é a mais abundante no reservatório (obs. pess.). Foram coletados

exemplares mensalmente, um dia em cada local, perfazendo um total de 12 dias por

mês, entre outubro de 2011 e setembro de 2012. Foi empregado anzol e isca viva,

composta principalmente de Hemigrammus levis (Characidae) e juvenis de Geophagus

sp. (Cichlidae), no horário das 7h às 9h. Para complementar a amostra com juvenis de

C. vazzoleri foi utilizada uma rede de cerco (redinha) com 10 m de comprimento e 1,5 m

de altura. Este petrecho foi utilizado somente em áreas rasas, próximas às margens,

geralmente contendo vegetação submersa, areia ou pedras, sendo que nem todos os

pontos possuíam locais com estas características. Todos os peixes capturados foram

sacrificados com dose letal (DL) de solução anestésica de Eugenol (5 ml para 50 ml de

álcool 70%, diluído em 10 litros de água). Cinco exemplares testemunho foram

tombados na Coleção de Peixes do INPA, sob os números INPA 37652 (1 ex.) e INPA

37656 (4 ex.). Todas as coletas foram realizadas mediante autorização de captura

(ICMBio SISBIO 31139-1, 2, 3 2011/2013).

3.3. BIOMETRIA E ANÁLISE DOS EXEMPLARES

Ainda em campo, foi montada uma bancada para realização da biometria e todos

os exemplares coletados foram identificados, numerados, pesados (gramas) em uma

balança digital, e medidos o comprimento total e padrão (mm) utilizando um ictiômetro.

Foram seccionados ventralmente para a determinação do sexo e classificação do

estádio de maturação das gônadas. Os testículos foram retirados e armazenados em

álcool e os ovários em solução de Gilson (Simpson, 1951). O grau de gordura cavitária

foi classificado por meio de estimativa visual, que variou de 0 a 100% (0=sem gordura

cavitária; 1= de 0 a 30% de gordura; 2= de 30 a 75% e 3= de 75% a 100%). Em

laboratório as gônadas foram pesadas em balança com precisão de 0,001 g. A

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identificação macroscópica dos estádios de maturação das gônadas foi realizada

considerando-se aspectos como tamanho e volume ocupado na cavidade,

transparência, coloração, consistência, vascularização superficial, além da presença e

tamanho dos ovócitos, segundo escala adaptada de Brown-Peterson et al. (2011). A

confirmação dos estádios de desenvolvimento gonadal foi feita por meio de lâminas

histológicas de testículos e ovários, seguindo procedimento descrito em Vazzoler (1996).

A escala utilizada considerou quatro estádios de desenvolvimento (F=fêmea; M=macho):

• Imaturo (F1/M1). Ovários muito pequenos, ocupando menos de 1/3 da cavidade

celomática, formato de bolsa, translúcidos, filamentosos, sem sinal de

vascularização, ovócitos não podem ser observados a olho nu. Os testículos são

pequenos, geralmente translúcidos, apresentando-se como um fio.

• Em maturação (F2/M2). Ovários maiores, ocupando de 1/3 a 2/3 da cavidade

celomática, com vascularização tornando-se mais distinta que na fase anterior,

com ovócitos visíveis a olho nu, sendo estes pequenos e opacos, de cor amarelo

claro. Os testículos ainda são pequenos, mas facilmente identificados pelo

formato de fita e coloração esbranquiçada. É a fase mais longa, uma vez que

depois de adulto, o indivíduo sempre retorna a este estádio após um ciclo

reprodutivo.

• Maduro (F3/M3). Ovários grandes e túrgidos, ocupando 2/3 até quase a totalidade

da cavidade celomática, sendo visíveis ovócitos grandes, elipsoides, de cor

amarelo escuro, podendo ser observados ovócitos ainda não maduros. Os

testículos estão com coloração branca e apresentam-se firmes e grandes, porém

bem menores que os ovários.

• Desovado/Espermiado (F4/M4). Ovários apresentam-se flácidos e com

membranas distendidas, grandes, mas não volumosos, ocupando menos da

metade da cavidade celomática, com presença de ovócitos vitelogênicos que não

foram desovados, podendo haver intensa vascularização. Testículos pequenos e

flácidos, semelhantes ao M2 mas com coloração avermelhada a arroxeada.

Para estimar a fecundidade, foram selecionados os ovários maduros conservados

em solução de Gilson (Simpson,1951), onde permaneceram até o desprendimento

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completo dos ovócitos das membranas ovarianas. Em seguida, foram lavados em água

corrente para a remoção de tecido digerido e na sequência, armazenados em álcool

70%.

3.4. CAPTURA POR UNIDADE DE ESFORÇO (CPUE) E

PARÂMETROS ABIÓTICOS

Para as análises de abundância numérica e em peso, foi calculada a CPUE

dividindo-se o valor das capturas mensais pelo esforço amostral empregado (3 anzóis x

2 horas = 6). Os jovens capturados com redinha não foram incluídos nas análises de

CPUE.

Os parâmetros limnológicos pH, O2 dissolvido (mg/l), condutividade (mS/cm),

temperatura (oC) foram registrados por meio de uma sonda multiparâmetro HORIBA,

modelo U-50. A transparência da água e a profundidade foram registradas utilizando-se

um disco de Secchi, sempre nos mesmos locais e nos mesmo horários (Apêndice A).

Dados de precipitação foram obtidos junto ao setor de operação da Amazonas Energia,

que administra a UHE Balbina.

3.5. PRECIPITAÇÃO MÉDIA MENSAL

No ano de captura dos exemplares de C. vazzoleri analisados no presente

estudo, foram registrados os seguintes valores médios de precipitação (Figura 2).

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out/11

nov/11dez/11

jan/12fev/12

mar/12abr/12

mai/12jun/12

jul/12ago/12

set/12

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Pre

cipita

ção (m

m)

Figura 2. Precipitação média mensal no reservatório de Balbina para o período de out/11 a set/12.

3.6. ANÁLISE DOS DADOS

3.6.1. ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

• ESTRUTURA EM COMPRIMENTO

A estrutura em comprimento da população foi analisada por meio da

distribuição de comprimento padrão para sexos separados, e separadamente para

exemplares capturados em cada margem. Os comprimentos médios também foram

comparados espacialmente e para toda a população. O número de classes de

tamanho foi definido adaptando-se o método de Sturges (Sturges, 1926). As

comparações foram realizadas por meio do teste não paramétrico de Kolmogorov-

Smirnov, o qual verifica se a diferença máxima entre duas distribuições de

frequências acumuladas é significativa ao nível de 5% (Zar, 1999). Foi realizado o

teste de Mann-Whitney para comparar os comprimentos médios por sexo e margem.

Entre margens, foram realizado um teste G, a partir de freqüências absolutas nas

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classes de comprimento, sendo que para g.l.= 1, os valores de G maiores que 3,84

indicam diferenças significativas da proporção esperada de 1:1 (Zar, 1999).

G = 2*Σ Fo*Ln Fo/Fe, onde:

Fo = freqüência absoluta observada

Fe = freqüência absoluta esperada

Ln = logaritmo neperiano

Para verificar a influência da distância da barragem e o esforço de captura na

distribuição em comprimento da população, foi realizada uma análise de covariância

(ANCOVA), entre as margens.

• RELAÇÃO PESO-COMPRIMENTO

A relação peso-comprimento para Cichla vazzoleri na área do reservatório da

UHE Balbina, foi estimada por meio de uma função potência Pt= a* Cpb (Huxley, 1924),

onde:

Pt = Peso total (gramas)

Cp = Comprimento padrão (mm)

a e b = os parâmetros da regressão que caracterizam a relação peso-

comprimento foram obtidos no programa Statistica, versão 8.0, usando estimativa não-

linear pelo método de iteração de Levenberg-Marquardt. Foi calculado o valor de L∞

(tamanho máximo assintótico ou máximo teórico que o peixe pode atingir) por meio do

programa FiSAT II, versão 1.2.2.

• PROPORÇÃO SEXUAL

A proporção sexual foi avaliada pelo quociente entre o número de fêmeas e de

machos no período do estudo, por meio do teste do qui-quadrado (χ2) avaliando as

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possíveis diferenças entre as proporções obtidas e as esperadas de 1:1 ao nível de

significância de 5%. As comparações foram realizadas considerando os locais e meses

de coleta, e por classe de comprimento.

• TAMANHO DE PRIMEIRA MATURAÇÃO GONADAL (L50)

Para estimar o L50, os peixes foram agrupados em exemplares jovens (gônadas

imaturas) e adultos (gônadas nos demais estádios). O comprimento médio de primeira

maturidade sexual foi determinado por meio de uma função logística, utilizando a

expressão proposta por King (1995): P = 1/(1+exp[- r(L-Lm)]), onde (P) = frequência

relativa de adultos na classe de comprimento, (r) = inclinação da curva e (Lm) =

comprimento de primeira maturação sexual (L50). O valor de L100 foi estimado a partir de

inspeção gráfica da distribuição de indivíduos adultos por classe de tamanho (Vazzoler,

1996). Foram calculados os valores de L50 e L100 para sexos separados considerando

comprimentos total e padrão.

3.6.2. FECUNDIDADE E TIPO DE DESOVA

A fecundidade foi considerada como o número total de ovócitos produzidos por

uma fêmea madura, por período reprodutivo, utilizando o método gravimétrico (Vazzoler,

1996). Foram registrados o peso total do ovário e de uma subamostra, da qual todos os

ovócitos vitelogênicos foram medidos e contados. A fecundidade foi calculada

extrapolando o número de ovócitos contados na subamostra para o peso total do ovário,

por meio de uma regra de três simples, seguida de uma extrapolação para quantificar os

ovócitos do último lote.

Para a identificação do tipo de desova foi utilizada a medida do diâmetro dos

ovócitos e a análise temporal da distribuição de frequência de indivíduos maduros. Os

ovócitos foram medidos em milímetros, no seu maior diâmetro, por meio de uma ocular

micrométrica sob estereomicroscópio (1x). A distribuição da frequência dos diâmetros

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dos ovócitos por classe de diâmetro foi disposta em gráfico para inspeção visual e

caracterização do tipo de desova da espécie.

3.6.3. ÍNDICE DE ATIVIDADE REPRODUTIVA (IAR)

O Índice de Atividade Reprodutiva (IAR), aplicado apenas para os exemplares

fêmeas, foi calculado por mês e por local conforme proposto por Agostinho et al. (1991),

dado pela fórmula:

onde:

Ni = número de indivíduos na unidade amostral i;

ni = número de indivíduos “em reprodução” na unidade amostral i;

Nm = número de indivíduos na unidade amostral com maior n;

nm = número de indivíduos “em reprodução” na unidade amostral com maior n;

RGSi = IGS médio dos indivíduos “em reprodução” na unidade amostral i;

RGSe = maior valor individual da IGS;

RGS = IGS = peso das gônadas*100/peso total.

A atividade reprodutiva foi classificada como incipiente (0<IAR≤5), moderada

(5<IAR≤10) ou intensa (IAR>10)(Dei Tos et al., 2002). Para verificar a influência da

distância da barragem na atividade reprodutiva, foi realizada uma análise de covariância

(ANCOVA), entre as margens. Os valores do IAR também foram correlacionados com os

valores médios mensais de GGC e K apenas de fêmeas, além de precipitação, por meio

de regressões lineares simples.

3.6.4. PERÍODO REPRODUTIVO

Para determinar o período reprodutivo dos exemplares de C. vazzoleri foram

utilizados dois métodos: a inspeção gráfica da distribuição temporal da frequência

relativa de fêmeas e machos em todos os estádios de maturidade gonadal (Vazzoler,

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1996) e a categorização do Índice de Atividade Reprodutiva (IAR). Os meses de pico

reprodutivo foram considerados aqueles em que ocorreu maior frequência de

exemplares maduros e os meses onde o IAR foi classificado como intenso.

3.6.5. ÍNDICES FISIOLÓGICOS

Os índices fisiológicos descritos a seguir foram estimados individualmente e

comparados entre margens, por estádio de maturação gonadal e temporalmente, por

meio do teste Kruskal Wallis, após verificação da heterocedasticidade dos dados, com o

objetivo de complementar as informações acerca do ciclo reprodutivo da espécie.

O Indice Gonadossomático (IGS) foi calculado por meio da expressão , IGS = Po/

Pt x100, onde (IGS) = índice gonadossomático, (Po) = peso do ovário (g) e (Pt) = peso

total do peixe (g) (Vazzoler,1996).

O Grau de Gordura Cavitária (GGC) foi analisado utilizando-se as categorias de 0

a 3 de quantidade de gordura cavitária.

O fator de condição foi calculado segundo equação: Pt/Cpb ; onde (Pt)= peso

total; (Cp)= comprimento padrão e (b) = coeficiente angular da estimativa não linear entre

peso e comprimento.

3.6.6. RENDIMENTOS DAS PESCARIAS EM ABUNDÂNCIA E PESO

Os valores de Captura por Unidade de Esforço (CPUE) com dados de abundância

numérica e em peso foram calculados em número de indivíduos/anzol/hora e

gramas/anzol/hora, respectivamente. Foram registrados os valores de CPUE para cada

ponto amostrado e comparados espacialmente por meio de testes não paramétricos,

após verificadas as premissas de normalidade e homocedasticidade: teste de Kruskal-

Wallis para todos os locais, e teste de Mann Whitney para os locais agrupados por

margem. Para verificar a existência de relação com o esforço de pesca, fez-se uma

análise de correlação entre o comprimento médio nos locais e a CPUE numérica.

Os parâmetros físico-químicos da água foram padronizados pelo desvio padrão e

para a seleção das variáveis excluiu-se aquelas que apresentavam auto correlação entre

si. Foi realizada uma análise de componentes principais (PCA) aplicada às variáveis

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abióticas e os escores foram usados como variáveis explanatórias para as capturas

(CPUE). Para avaliar a relação entre a CPUE e os parâmetros abióticos resumidos nos

eixos (scores) e as margens, foram utilizadas regressões lineares simples (Zar, 1999).

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4. RESULTADOS

4.1. ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

• ESTRUTURA EM COMPRIMENTO

Foram coletados 2362 exemplares de Cichla vazzoleri, sendo 1192 fêmeas, 1145

machos e 25 de sexo indeterminado (exemplares juvenis com menos de 100 mm de

comprimento total). A distribuição por classes de comprimento mostrou que todos os

indivíduos acima de 420 mm CP eram machos (Figura 3). A estrutura em comprimento

para os dois sexos, nas duas margens juntas, foi considerada significativamente

diferente (KS,Dif.Máx.=0,018; p<0,005), entretanto seus comprimentos médios foram

iguais (Tabela 2).

Figura 3. Distribuição de frequência de tamanho de exemplares fêmeas e machos de Cichla vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 a set/12.

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Tabela 2. Estatística descritiva e valores do teste de Mann Whitney (U, Z e p) para comprimento padrão de exemplares fêmeas e machos de Cichla vazzoleri na área do reservatório de Balbina, no período de out/11 a set/12.

Sexo N Média ± d.p Min. Max. Teste - U Z p

Fêmeas 1192 250,08 ± 43,03 109,0 405,0 653374,5 -1,7812 0,075

Machos 1145 257,38 ± 56,72 110,0 490,0

CP: Comprimento padrão; DP: Desvio padrão

A estrutura em tamanho dos exemplares capturados em cada margem mostrou

diferença significativa (KS,Dif.Máx.=0,2470; p<0,001), sendo maiores os exemplares que

ocorrem na margem esquerda (Tabela 3). A distribuição por classes de comprimento

mostrou que a margem direita possui maior frequência de peixes menores, enquanto na

margem esquerda ocorre o contrário, com mais peixes nas maiores classes de

comprimento (Tabela 4; Figura 4).

Tabela 3. Estatística descritiva e valores do teste de Mann Whitney (U, Z e p) para comprimento padrão (mm) de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda (E) e direita (D) do reservatório de Balbina, no período de out/11 a set/12.

Margem N Média ± d.p Min. Max. Teste - U Z p

E 1488 263,14 ± 48,58 55,0 482,0 428433,5 13,86140 0,00

D 874 232,44 ± 55,30 39,0 490,0

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Tabela 4. Valores do Teste G por classes de comprimento padrão (mm) de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda (E) e direita (D) do reservatório de Balbina, no período de out/11 a set/12 (Valores significativos maiores que 3,84 – em negrito).

Classes de Comprimento

Frequência absoluta Total Esperado TESTE G

DIREITA ESQUERDA

21-60 3 1 4 2 1,046496

61-100 16 4 20 10 7,70979

101-140 17 2 19 9,5 13,55275

141-180 80 17 97 48,5 44,43014

181-220 219 238 457 228,5 0,790162

221-260 310 505 815 407,5 47,11212

261-300 157 430 587 293,5 131,9921

301-340 46 211 257 128,5 114,7717

341-380 12 49 61 30,5 24,07349

381-420 10 20 30 15 3,397981

421-460 3 7 10 5 1,645658

461-500 1 4 5 2,5 1,927448

Figura 4. Distribuição de frequência de tamanho de exemplares de Cichla vazzoleri nas duas margens do antigo leito do rio Uatumã, dentro do reservatório de Balbina, no período de out/11 a set/12.

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22

Houveram diferenças significativas entre os comprimentos médios de C. vazzoleri

nos diferentes pontos de coletas (H ( g.l. = 11, N = 2337) = 598,3177; p = 0,000), sendo que os

maiores valores foram encontrados no Ariné/Limão (313,40 mm), localizado na margem

esquerda, e os menores no Caititu (199,77 mm) situado na margem direita (Tabela 5). A

distância da barragem e o esforço de captura não influenciaram a distribuição de

comprimento entre os locais, mas houve diferença entre as margens, corroborando os

valores do teste da Tab. 2 (Tabela 6).

Tabela 5. Comprimento padrão médio (mm) de exemplares de C. vazzoleri capturados nos pontos de coleta do reservatório de Balbina entre out/11 a set/12. E=margem esquerda; D=margem direita; N = nº de exemplares; DP=Desvio Padrão.

Local Margem Distância

Barragem (Km) N Comp. Médio DP CPUE

Paredão E 8,4 215 269,15 45,06 2,458

Tucumari E 30,9 330 238,19 43,91 4,138

Jauari E 47,5 286 261,90 38,94 3,416

Pitinga E 62,0 302 247,87 37,81 3,263

Jiquitaia E 86,8 221 286,58 47,37 2,111

Ariné/Limão E 100,3 134 313,40 50,63 1,138

Chapéu Virado D 25,4 123 248,80 45,77 1,319

Caititu D 33,6 174 199,77 63,53 1,638

Nazaré D 58,1 147 232,75 44,66 1,458

Coata D 68,7 137 239,95 50,22 1,333

Santo António D 84,1 128 226,91 52,48 0,13

Taboca D 98,9 165 252,50 51,54 1,777

Tabela 6. Valores da ANCOVA entre distância da barragem para CPUE de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda (E) e direita (D) do reservatório de Balbina, no período de out/11 a set/12 (Valores significativos em negrito).

gl F p

Intercepto 1 116,8837 0,000005

Distância Barragem (Km) 1 1,2563 0,29486

CPUE Numérica 1 3,3108 0,106324

Margem 1 14,7382 0,004954

Erro 8

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23

• RELAÇÃO PESO-COMPRIMENTO

A relação peso comprimento foi determinada para sexos agrupados, uma vez que

não houve diferença significativa do comprimento e do peso médio para machos e

fêmeas. O coeficiente de correlação (r) foi de 0,993 (n = 2362) e a relação encontrada

segue a equação: Pt = 0,000009 x Cp 3,1772 (Figura 5). O L∞ para a espécie foi estimado

em 514,5 mm e 609,0 mm de comprimento padrão e total respectivamente.

0 100 200 300 400 500 600

Comprimento padrão (mm)

-1000

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

Pe

so t

ota

l (g

)

Pt = 0,000009 x Cp 3,1772 R=0,993; n = 2362

Figura 5. Relação peso-comprimento de Cichla vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 a set/12, para machos e fêmeas agrupados.

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24

• PROPORÇÃO SEXUAL

Dos 2337 peixes utilizados na análise espacial de proporção sexual, houve

diferença significativa somente para um local de coleta (Ariné/Limão χ2: p = 0,0265) com

predominância de fêmeas (Tabelas 7).

Tabela 7. Proporção de machos e fêmeas de Cichla vazzoleri coletados entre out/11 a set/12 na área do reservatório de Balbina, por localidade (5% nível de significância - Valores em negrito). E=margem esquerda; D=margem direita.

Local Frequência Absoluta Frequência Relativa Proporção

F/M p

Fêmeas Machos Fêmeas Machos

Paredão E 110 101 52,13 47,87 1,09 0,6616

Tucumari E 164 166 49,70 50,30 0,99 0,9379

Jauari E 126 160 44,06 55,94 0,79 0,1544

Pitinga E 160 142 52,98 47,02 1,13 0,4637

Jiquitaia E 107 113 48,64 51,36 0,95 0,8843

Ariné/Limão E 85 49 63,43 36,57 1,73 0,0265

Chapéu Virado D 50 72 40,98 59,02 0,69 0,1473

Caititu D 87 71 55,06 44,94 1,23 0,3675

Nazaré D 81 66 55,10 44,90 1,23 0,3819

Coata D 65 69 48,51 51,49 0,94 0,8069

Santo António D 58 70 45,31 54,69 0,83 0,4528

Taboca D 99 66 60,00 40,00 1,50 0,0683

A análise de proporção sexual por classe de comprimento padrão não mostrou

diferença significativa para exemplares medindo até 360 mm. A partir de 320 mm CP,

houve predominância de machos com diferenças significativas em três classes de

tamanho (Tabela 8).

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25

Tabela 8. Proporção sexual de exemplares de Cichla vazzoleri coletados entre out/11 e set/12 na área do reservatório de Balbina, por classes de comprimento padrão (5% nível de significância - Valores em negrito).

Classe de Frequencia Absoluta Frequencia Relativa Proporção F/M p

Comprimento Fêmeas Machos Fêmeas Machos

101-120 2 3 40,00 60,00 0,67 0,7642

121-140 6 7 46,15 53,85 0,86 0,8475

141-160 14 16 46,67 53,33 0,88 0,7961

161-180 29 38 43,28 56,72 0,76 0,4376

181-200 90 90 50,00 50,00 1,00 1

201-220 145 132 52,35 47,65 1,10 0,581

221-240 219 192 53,28 46,72 1,14 0,3464

241-260 219 185 54,21 45,79 1,18 0,2312

261-280 184 154 54,44 45,56 1,19 0,2481

281-300 125 124 50,20 49,80 1,01 0,9643

301-320 107 72 59,78 40,22 1,49 0,0634

321-340 31 47 39,74 60,26 0,66 0,1978

341-360 15 23 39,47 60,53 0,65 0,3561

361-380 2 21 8,70 91,30 0,10 0,0022

381-400 3 13 18,75 81,25 0,23 0,0628

401-420 1 13 7,14 92,86 0,08 0,0121

421-440 0 6 0,00 100,00 0,00 0,0455

441-460 0 4 0,00 100,00 0,00 0,1025

461-480 0 3 0,00 100,00 0,00 0,1709

481-500 0 2 0,00 100,00 0,00 0,2482

• COMPRIMENTO MÉDIO DE PRIMEIRA MATURAÇÃO SEXUAL

(L50)

As fêmeas amadureceram sexualmente com comprimentos maiores do que os

machos, ou seja, os machos estão maduros antes do que as fêmeas (Tabela 9). Os

valores de Comprimento total são particularmente úteis para estabelecer medidas de

ordenamento pesqueiro.

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26

Tabela 9. Comprimentos padrão e total médio (mm) da primeira maturação sexual (L50) ± desvio padrão (d.p.) e L100 de fêmeas (F), machos (M) de C. vazzoleri coletados entre out/11 e set/12 na área do reservatório de Balbina.

Comprimento L50 L100

F ± d.p. M ± d.p. F M

Padrão 234,67±0,47 216,69±0,43 310,0 290,0

Total 277,35±0,47 256,84±0,43 350,0 330,0

4.2. FECUNDIDADE E TIPO DE DESOVA

Para a estimativa da fecundidade foram utilizadas 56 fêmeas maduras, com

classes de comprimento padrão entre 245 e 322 mm. A fecundidade absoluta média foi

de 3.547,94 ± 961,80 ovócitos em seu último lote, com maior fecundidade observada de

5.679 ovócitos em uma fêmea de 316 mm CP e 7,621 g de peso de gônada. Já a menor

fecundidade encontrada foi de 1.128 ovócitos para um exemplar de 261 mm CP, e

2,996g de peso da gônada.

Os ovócitos apresentaram formato elipsoide, com diâmetro do maior eixo entre

0,1 e 3 mm, com média de 1,2692 ± 0,69mm. A análise da distribuição dos diâmetros

dos ovócitos vitelogênicos apresentou três grupos de maior frequência, com tamanhos

compreendidos entre 0,1 e 0,8 mm, a segunda em torno de 1,1 mm e a terceira entre 1,5

e 3 mm, evidenciando uma desova parcelada. Contudo, houve grande variação

individual sendo encontrados apenas dois grupos bem definidos com tamanhos de

ovócitos distintos entre os exemplares (Apêndice B).

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27

4.3. ÍNDICE DE ATIVIDADE REPRODUTIVA (IAR)

Atividade reprodutiva foi constatada em todos os locais de coleta, com maiores

valores no Ariné, Jiquitaia e Paredão, todos na margem esquerda (Tabela 10). A

distância da barragem, entretanto, não mostrou efeito na atividade reprodutiva (Tabela

11).

Tabela 10. Índice de Atividade Reprodutiva de exemplares de Cichla vazzoleri coletados entre out/11 e set/12 em diferentes locais no reservatório de Balbina. E=Margem esquerda; D= Margem direita; Ni = nº de fêmeas analisadas (1192); ni=nº de fêmeas em reprodução (228).

Local Local Distância

Barragem (Km) Ni ni IAR Classificação

Paredão E 8,4 110 36 16,82 intensa

Tucumari E 30,9 164 23 7,06 moderada

Jauari E 47,5 126 19 7,21 moderada

Pitinga E 62,0 160 24 9,31 moderada

Jiquitaia E 86,8 107 30 13,70 intensa

Ariné E 100,3 85 34 20,30 intensa

Chapéu Virado D 25,4 50 15 7,21 moderada

Caititu D 33,6 87 7 3,27 incipiente

Nazaré D 58,1 81 13 7,67 moderada

Coata D 68,7 65 2 1,37 incipiente

Santo António D 84,1 58 6 3,41 incipiente

Taboca D 98,9 99 19 9,54 moderada

Tabela 11. Valores da ANCOVA entre distância da barragem para CPUE de exemplares de Cichla vazzoleri coletados nas margens esquerda (E) e direita (D) do reservatório de Balbina, no período de out/11 a set/12 (valores significativos em negrito).

SS Graus de liberdade

MS F p

Intercepto 98,8591 1 98,8591 4,878907 0,0546

Distância Barragem (Km) 16,569 1 16,569 0,817713 0,3894

Local 154,6943 1 154,6943 7,634491 0,0220 Error 182,363 9 20,2626

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28

O IAR foi marginalmente significativamente para o Fator de Condição K (R=

0,575; R² = 0,331; R² Ajustado = 0,264; F(1,10) =4,954; p< 0,0502), e mostrou efeito

significativo para o Grau de Gordura Cavitária GGC (R= 0,634; R² = 0,403; R² Ajustado=

0,343; F(1,10) =6,752; p< 0,026).

A atividade reprodutiva foi mais intensa entre outubro/2011 e janeiro/2012,

moderada nos meses de fevereiro, março e setembro de 2012, e incipiente entre os

meses de abril e agosto do mesmo ano. O IAR e a precipitação não apresentaram

correlação significativa (R= 0,134; R2 = 0,180; R2 Ajustado= ---; F(1,10) =0,184; p<

0,6767), sendo que nos meses em que o IAR foi considerada intenso (out-jan), a

precipitação apresentava baixos valores (Figura 6).

Figura 6. Precipitação (mm) e IAR de C. vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 e set/12. Nº de fêmeas analisadas (1192); nº de fêmeas em reprodução (228). Os valores de IAR estão no gráfico, sendo a atividade reprodutiva classificada como incipiente (0<IAR≤5), moderada (5<IAR≤10) ou intensa (IAR>10).

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29

4.4. PERÍODO REPRODUTIVO

A análise gráfica da distribuição de frequência de machos e fêmeas nos

diferentes estádios gonadais apresentou indivíduos maduros durante todo o período do

estudo, com maior frequência de fêmeas maduras entre setembro e janeiro, e de

machos entre outubro e janeiro, meses em que a pluviosidade está aumentando. A

distribuição mostra ainda que indivíduos imaturos e em maturação também ocorrem

durante todos os meses para ambos os sexos (Figura 7).

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30

PERÍODO REPRODUTIVO - FÊMEAS (N = 1192)

DESOV MAD EM MAT IMAT

Ou

t-1

1

No

v-1

1

De

z-1

1

Jan

-12

Fe

v-1

2

Ma

r-1

2

Ab

r-1

2

Ma

i-12

Jun

-12

Jul-1

2

Ag

o-1

2

Se

t-1

2Meses

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

Fre

qu

ên

cia

re

lativ

a

PERÍODO REPRODUTIVO - MACHOS (N = 1145)

DESOV MAD EM MAT IMAT

Ou

t-1

1

No

v-1

1

De

z-1

1

Jan

-12

Fe

v-1

2

Ma

r-1

2

Ab

r-1

2

Ma

i-12

Jun

-12

Jul-1

2

Ag

o-1

2

Se

t-1

2

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

1,1

Figura 7. Frequência relativa de exemplares fêmeas e machos de Cichla vazzoleri coletados, nos diferentes estádios de maturação gonadal, no reservatório de Balbina entre out/11 e set/12. Estádios: IMAT – Imaturo, EM MAT – Em Maturação, MAD – Maduro, DESOV – Desovado.

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31

4.5. ÍNDICES FISIOLÓGICOS

Os índices fisiológicos IGS e GGC diferiram significativamente entre as margens,

apresentando os maiores valores na margem esquerda. Para K, os valores não

apresentaram diferença significativa (Tabela 12).

Tabela 12. Estatística descritiva e valores do teste de Mann Whitney (U, Z e p) para os índices fisiológicos de exemplares de Cichla vazzoleri coletados entre out/11 e set/12 nas margem esquerda (E) e direita (D) do reservatório de Balbina. N: E = 1488; D = 874.

Parâmetro Margem Média ± d.p Teste - U Z p

IGS E 0,2762 ± 0,4951

504667,50 9,10 0,00 D 0,1688 ± 0,3939

GGC E 1,4784 ± 1,2700

570575,00 4,98 0,00 D 0,9003 ± 0,8762

K E 0,1088 ± 0,0071

634108,50 1,01 0,31 D 0,1085 ± 0,0075

Os valores de IGS diferiram significativamente entre todos os estádios de

maturação gonadal para fêmeas (H (g.l. = 3, N = 1192) = 946,933; p =0,000) e para os

machos, só não houve diferença significativa entre os exemplares em maturação e

espermiado (H (g.l. = 3, N = 1145) = 714,339; p = 0,000)(Figura 8 - A). Os valores do GGC

diferiram significativamente quando relacionados ao desenvolvimento gonadal, tanto

para fêmeas (H ( g.l. = 3, N = 1192) = 90,301; p =0,000) como para machos (H ( g.l. = 3, N = 1145) =

132,759; p = 0,000). O estádio imaturo foi o único significativamente diferente dos

demais para machos, enquanto para fêmeas houve diferença entre todos estádios,

exceto entre indivíduos em maturação e maduros (Figura 8 - B).

Houveram diferenças significativas nos valores de K entre todos os estádios de

maturação gonadal para fêmeas (H (gl = 3, N = 1192) = 94,198; p =0,000); para os machos

houve diferença significativa apenas entre os indivíduos maduros e os demais (H (gl = 3, N =

1145) = 48,012; p = 0,000)(Figura 8 - C). Temporalmente, todos os índices apresentaram

diferenças significativas. O IGS foi o que menos apresentou variação ao longo do ano,

enquanto GGC e K apresentam os meses de outubro e novembro com significativo

aumento em comparação aos demais meses (Figura 9A, 9B e 9C). Os valores dos

testes post hoc encontram-se apresentados no Apêndice C – Tabela IA, IB, IC.

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32

IMAT EM MAT MAD ESV-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

IGS

Mean Mean±SD

A

B

C

D

IMAT EM MAT MAD ESV-0,04

-0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

0,20

0,22

0,24

0,26

0,28

IGS

A

BB

C Mean Mean±SD

IMAT EM MAT MAD ESV-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

GG

C

Mean Mean±SD

A

B B

C

IMAT EM MAT MAD ESV0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

GG

C

A

BB

B

Mean Mean±SD

IMAT EM MAT MAD ESV0,090

0,095

0,100

0,105

0,110

0,115

0,120

0,125

K

Mean Mean±SD

AB

C

D

IMAT EM MAT MAD ESV0,098

0,100

0,102

0,104

0,106

0,108

0,110

0,112

0,114

0,116

0,118

0,120

K

Mean Mean±SD

A AA

B

Figura 8. Variação dos índices fisiológicos em função do estádio de maturação gonadal para fêmeas (esquerda) e machos (direita) de C. vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 e set/12. A) Índice Gonadosomático (IGS), B) Grau de Gordura Cavitária (GGC) e C) Fator de Condição (K). Estádios: IMAT – Imaturo, EM MAT – Em Maturação, MAD – Maduro, DESOV – Desovado/Espermiado. (Letras diferentes = significativamente diferente).

B)

A)

C)

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33

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

IGS

Mean Mean±SD

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

2,2

2,4

2,6

2,8

3,0

GGC

Mean Mean±SD

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set0,098

0,100

0,102

0,104

0,106

0,108

0,110

0,112

0,114

0,116

0,118

0,120

K

Mean Mean±SD

Figura 9. Variação mensal dos índices fisiológicos de exemplares de C. vazzoleri no reservatório de Balbina no período de out/11 e set/12. A) Índice Gonadosomático (IGS), B) Grau de Gordura Cavitária (GGC) e C) Fator de Condição (K).

A)

B)

C)

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34

4.6. ABUNDÂNCIA NUMÉRICA E ABUNDÂNCIA PESO

A análise espacial da CPUE apresentou diferenças significativas entre os pontos

de coleta tanto para abundância numérica (H (gl = 11, N = 144) = 47,21593; p = 0,0000),

quanto em peso (H (gl = 11, N = 144) = 62,40528; p = 0,0000), sendo que o ponto Santo

Antônio apresentou os menores valores em ambas as análises. Para peso, também

houve diferença entre os pontos Caititu e Ariné/Limão e Jiquitaia (Tabela 13; Apêndice C

– Tabela II e III).

Tabela 13. CPUE para abundância numérica (nº exemplares/anzol/hora) e abundância peso (gramas/anzol/hora) de Cichla vazzoleri coletados em diferentes locais na área de influência do reservatório da UHE Balbina, entre out/11 e set/12. E=margem esquerda; D=margem direita; N = nº de exemplares analisados (1834); DP=Desvio Padrão.

Local Margem N Abundância numérica Abundância peso

Média DP Média DP

Paredão E 177 2,458 1,827 82,582 13,784

Tucumari E 298 4,139 3,628 58,122 26,469

Jauari E 246 3,417 3,692 88,919 37,533

Pitinga E 235 3,264 3,487 63,435 11,810

Jiquitaia E 152 2,111 1,473 93,621 39,693

Ariné/Limão E 82 1,139 1,529 113,057 55,832

Chapéu Virado D 95 1,319 2,079 63,236 53,709

Caititu D 118 1,639 0,745 48,990 23,131

Nazaré D 105 1,458 0,792 59,302 15,612

Coata D 96 1,333 1,003 69,128 27,481

Santo António D 102 0,131 0,210 5,070 6,450

Taboca D 128 1,778 1,464 87,030 46,542

Os valores de CPUE em número de exemplares e em peso foram

significativamente maiores na marquem esquerda do que na margem direita (Tabela 14).

A análise de correlação entre comprimento médio e a CPUE numérica não mostrou

efeito significativo (R= 0,067; R² = 0,004; R² ajustado= ---; F(1,10) =0,045; p< 0,835).

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35

Tabela 14. Teste de Mann-Whitney (U, Z e p) para captura de Cichla vazzoleri coletados entre out/11 a set/12, através da CPUE para a abundância numérica e em peso nas margens esquerda (E) e direita (D) do reservatório da UHE Balbina.

CPUE n Médias CPUE Soma dos Postos

U Z p E D E D

Abundância numérica 72 2,75 1,49 5974,00 4466,00 1838,00 3,01 0,00

Abundância peso 72 83,29 63,77 6235,00 4205,00 1577,00 4,06 0,00

A análise de componentes principais (PCA) utilizada com as variáveis ambientais

evidenciou que os parâmetros limnológicos não variam consistentemente entre as

margens do antigo leito do rio Uatumã (Figura 10). Os dois primeiros eixos explicaram

57,6% da variância total das variáveis ambientais. O primeiro eixo fatorial explicou

33,7% da variância dos dados e teve como principais variáveis a temperatura, pH e OD,

enquanto o segundo eixo explicou 23,9%, sendo profundidade e transparência as

variáveis mais importantes (Tabela 15).

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36

Eixo 1

Eix

o 2

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

Temp., pH e OD

Pro

f.,

Tra

nsp

.

Esquerda Direita

Figura 10. Diagrama de ordenação da Análise de Componentes Principais (PCA) das variáveis ambientais da área de estudo (R2X: 1 = 0,337; 2=0,239; R2X cumulativo= 0,576), registradas durante as coletas de C. vazzoleri entre out/11 e set/12 no reservatório de Balbina.

Tabela 15. Resultados da análise de componentes principais (PCA - Eigenvectors) para o período entre out/11 e set/12, durante as capturas de C. vazzoleri no reservatório de Balbina.

Variável Eixo 1 Eixo 2

Profundidade 0,300931 -0,577345

Transparência -0,129911 -0,706786

Temperatura -0,549839 -0,221079

pH -0,540584 -0,085029

Condutividade -0,004848 0,295375

OD -0,545881 0,154190

A abundância numérica mostrou relação com o eixo 1, representado

principalmente por temperatura, pH e OD e com as margens (R= 0,4411; R²= 0,1946; R²

Ajustado= 0,17735114; F(3,140)=11,276; p < 0,0000). Contudo, a explicabilidade foi

baixa e o mesmo ocorreu com a abundância em peso, influenciado apenas pelas

margens (R= 0,2768; R²= 0,0766; R² Ajustado= 0,05685; F(3,140)=3,8734; p < 0,0107).

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37

5. DISCUSSÃO

A análise da estrutura em comprimento da população de Cichla vazzoleri

evidenciou uma distribuição normal, com as maiores frequências nas classes centrais,

não sendo observadas altas frequências nos extremos da distribuição. Uma das idéias

básicas dos modelos analíticos de avaliação de estoques pesqueiros é que não devem

existir nem poucos, nem muitos “peixes velhos”, pois estes indicam sobre ou

subexploração do recurso, respectivamente (Sparre e Venema, 1992). O presente

estudo não analisou faixas etárias; entretanto, a baixa frequência de exemplares

próximos ao L∞ pode evidenciar que existem poucos “peixes velhos” na população. A

arte de pesca pode ter sido um fator limitante nas coletas, mais possivelmente para a

captura das menores classes de comprimento pois a redinha só foi utilizada em margens

firmes de areia ou seixo, onde era possível arrastá-la.

Para a captura dos maiores exemplares, anzol e isca viva não devem ter sido

limitantes por serem a forma operacional dos pescadores profissionais artesanais, que

sempre buscam os maiores peixes por alcançarem melhor valor de mercado. Segundo

eles, tem ocorrido uma diminuição do comprimento dos exemplares de C. vazzoleri ao

longo dos anos. Diminuição de comprimento já havia sido observada por Santos e

Oliveira Jr. (1999) para C. monoculus entre 1995 e 1997, época em que a espécie era a

mais abundante no reservatório. Não se sabe os motivos pelos quais houve alteração na

estrutura da comunidade, levando C. vazzoleri ser a mais abundante atualmente, mas

acredita-se que a exploração exclusiva de C. monoculus durante os primeiros anos do

reservatório pode ter exaurido a população desta espécie (Santos e Ferreira, 1999).

Uma vez que as populações sempre buscam permanecer em equilíbrio, a

sobreexploração de uma espécie libera a energia contida no alimento não consumido

para outras espécies, mantendo constante o balanço energético da biocenose (Fonteles

Filho, 2011). Assim, C. vazzoleri deve ter ocupado o nicho deixado por C. monoculus na

comunidade do reservatório de Balbina. A estrutura da população de C. vazzoleri

mostrou machos maiores que as fêmeas, característica esperada para ciclídeos e outras

espécies em que ocorre o cuidado parental, possivelmente por razões bioenergéticas,

em que as fêmeas investem mais no desenvolvimento dos ovócitos, diminuindo o

incremento energético para o crescimento (Lowe McConnell, 1999). De fato, o

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crescimento de ambos os sexos não varia muito no primeiro ano de vida, mas logo

depois, machos de C. orinocensis, na Venezuela, apresentam maior crescimento que as

fêmeas (Taphorn e Barbarino, 1993), mesmo padrão observado para C. ocellaris no

Panamá (Zaret, 1980). Lowe McConnell (1999) também mostrou, na Guiana, que todos

os indivíduos de C. ocellaris maiores de 380 mm eram machos.

Maiores tamanhos para machos também foram observados em ciclídeos no lago

Tanganyika, na África (Gonzalez-Voyer et al., 2008) e no lago Jiloá, Nicaragua,

(McKaye, 1977). É possível que este fato, aliado aos padrões de coloração exuberantes,

caráter sexual secundário, os privilegiem no momento da formação do casal,

evidenciando sua capacidade de proteger e cuidar da prole. Suzuki e Agostinho (1997)

também postularam tal vantagem (machos > fêmeas) para espécies que apresentam

comportamento de defesa de territórios e/ou de prole.

A proporção sexual pode variar consideravelmente entre as espécies de peixe,

porém é esperada uma razão de 1:1 (Nikolsky, 1963). Para a população de C. vazzoleri

não houve diferença significativa entre os sexos ao longo de todo o período de estudo.

Entretanto, foi observado que os machos predominam nas maiores classes de

comprimento, reforçando o fato de que estes provavelmente cresçam mais que as

fêmeas. Há evidências que os maiores machos deem preferência pelas maiores fêmeas

ou vice-versa. Acredita-se que os machos escolhem as fêmeas que possam produzir o

maior número de descendentes e as fêmeas escolhem os machos que poderão

defender melhor o território e o ninho (Taphorn & Barbarino, 1993).

A passagem para a idade adulta representa um momento crítico na vida dos

peixes, onde os recursos anteriormente alocados para manutenção e crescimento

somático passam a ser destinados também ao processo reprodutivo (Wootton, 1990).

Os valores de L50 para algumas espécies do gênero Cichla podem variar bastante entre

espécies ou mesmo entre populações de uma mesma espécie que habitam regiões

diferentes, o que parece estar relacionado às condições ambientais, como o efeito do

barramento de um rio e/ou a pressão antrópica, principalmente relacionada com a pesca

(Isaac et al., 2000; Gomiero e Braga 2004; Stearns e Crandall, 1984; Santos, 2012;

Wootton, 1990).

A alteração do L50 promovido por perturbação ambiental está correlacionada de

forma inversamente proporcional às mudanças na taxa de crescimento e mortalidade

(Jobling, 1995, Wootton, 1990). Santos (2012) observou uma diminuição no tamanho

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dos peixes e um maior investimento/esforço em reprodução após a construção da UHE

Balbina. Quando comparados entre as áreas a montante e a jusante, as espécies que

apresentam estratégia em equilíbrio, de acordo com a proposta de Winemiller (1989),

apresentaram os maiores valores de L50 no reservatório. C. vazzoleri apresentou a

jusante da UHE um L50 de 235 mm e 238 mm no reservatório, semelhante aos 234,67

mm observados no presente estudo. Peixes com esse tipo de estratégia em equilíbrio

predominam em ambientes represados, que apresentam poucas variações ambientais

ao longo do ciclo hidrológico, uma vez que apresentam grande complexidade de táticas

reprodutivas (Winemiller e Rose, 1992; Santos, 2012).

Uma tática importante a ser observada é a fecundidade. Para C. vazzoleri foi

classificada indeterminada segundo definição proposta por Murua e Saborido-Rey

(2003), que registra a dificuldade em estimar a fecundidade total em espécies de desova

parcelada, com variação na distribuição de frequências de tamanho de ovócitos ao longo

do ano, em especial o caso de alguns ciclídeos. Essa dificuldade aplica-se à espécie em

questão e é reforçada pela enorme variação individual. Apenas duas modas foram bem

marcadas, o que pode refletir um ciclo ovariano continuado com recrutamento ovocitário

permanente. Desta forma, apesar de serem observados exemplares maduros durante

todo o ano, é provável que os indivíduos liberem o último lote principalmente no período

entre outubro e janeiro, correspondente à seca e início das chuvas. Se houver uma

eventual perda da prole, esta poderia ser rapidamente substituída por uma nova moda

de ovócitos que já se encontram em desenvolvimento. Padrão semelhante tem sido

observado por Rossoni et al. (2010) para o acará disco, Symphysodon aequifasciatus,

em ambiente natural no baixo rio Purus. As fêmeas desta espécie apresentaram

diversas modas na distribuição de frequência de tamanhos dos ovócitos, os quais eram

liberados por lotes, indicando ser uma desova parcelada, aumentando assim o sucesso

reprodutivo da espécie.

Espécies que apresentam cuidado com a desova, ovos e prole, como observado

para C. kelberi no reservatório Lobo, em São Paulo, parecem ter adquirido certa

vantagem adaptativa em resposta à pressão por predadores, podendo apresentar

fecundidade baixa, ovócitos grandes e desova parcelada, o que poderia conferir maior

sobrevivência inicial dos jovens (Souza et al., 2008). Esta estratégia reprodutiva pode

ser observada para diversas espécies de ciclídeos em diferentes ambientes como no

lago Tanganyika, na África, e entre peixes nos arrecifes rochosos do litoral nordestino

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brasileiro (Lowe McConnell, 1999; Souza et al., 2007). Zaret (1980), observou que os

pais de C. ocellaris compartilham igualmente o cuidado com o ninho e com os juvenis; o

mesmo padrão foi observado para C. vazzoleri no presente estudo (obs.pess.).

Esse conjunto de táticas reprodutivas demanda uma grande quantidade de

energia. A condição dos indivíduos de C. vazzoleri, indicada pelo K e gordura cavitária,

se apresentaram mais elevadas no pico reprodutivo, assim como o IAR foi mais intenso

neste período. Para espécies sazonais, que apresentam desova total, espera-se que a

quantidade de gordura cavitária diminua durante o período reprodutivo, e eleve-se após

a desova, uma vez que a alocação de energia é direcionada ao desenvolvimento

sazonal das gônadas (Santos et al., 2010). Entretanto, esse padrão pode ser muito

diferente para espécies em equilíbrio, que apresentam desova parcelada e podem

dispensar cuidado com a prole, uma vez que a energia não está direcionada somente ao

desenvolvimento gonadal, que é contínuo, mas também à proteção dos filhotes

(Winemiller, 1989).

A sazonalidade pode funcionar como um sincronizador de pico reprodutivo para

os tucunarés. Para a região neotropical, o ciclo hidrológico é muito importante.

Winemiller (2001) discute o sincronismo das desovas com o pulso de inundação dos

rios, mostrando que no rio Cinaruco, na Venezuela, os tucunarés apresentam a

maturação das gônadas no período de vazante (dezembro-maio) e a nidificação e

desova no final de época seca. No médio rio Negro, próximo ao município de Barcelos-

AM, C. temensis apresentou altos valores de índice gonadosomático entre novembro e

abril (enchente e cheia), sugerindo que as desovas ocorram neste período (Holley et al.,

2008). Outros autores observaram que a desova de tucunarés oriundos de várias

regiões, coincidia com o período de final da seca e início da estação chuvosa: C. cf.

ocellaris e C. monoculus, no reservatório de Volta Grande, no sudeste do Brasil

(Gomiero e Braga, 2004); C. ocellaris no Panamá (Zaret, 1980); C. orinocencis no lago

de Guri (Novoa, 1993) e C. monoculus na região de Santarém-PA (Isaac et al., 2000).

Para Vazzoler (1996), o período de enchente poderia ser um fator regulador do

início da desova, uma vez que amplia o ambiente, propiciando alimento e abrigo para os

peixes. A pluviosidade possui pouca influência no nível da água de reservatórios de

hidrelétricas, uma vez que o nível do água é regulado pela operação da usina

hidrelétrica (Andrade e Braga, 2005). Em trecho a jusante da barragem do reservatório

de Volta Grande-SP, C. cf. ocellaris e C. cf. monoculus apresentaram a maior frequência

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de exemplares maduros e desovados nos meses de menor precipitação (Andrade e

Braga, 2005), mesmo padrão observado no presente estudo, embora não tenha sido

significativa a relação entre a precipitação e a atividade reprodutiva de C. vazzoleri em

Balbina.

É possível que outros fatores funcionem como gatilhos para o início do período

reprodutivo dos tucunarés no lago. Taphorn e Barbarino (1993) registraram o

sincronismo do período reprodutivo de C. orinocensis com a época de maior produção

anual de zooplâncton, padrão observado para espécies de peixes marinhos de águas

temperadas, em que o sucesso reprodutivo estava relacionado ao sincronismo entre

produção de ovos e larvas com a produção de seu alimento (Cushing, 1990). Investigar

a história de vida de presas como Hemigrammus spp. e Geophagus spp. no reservatório

de Balbina pode ajudar a entender a complexa estratégia reprodutiva dos tucunarés.

Quanto aos fatores físico-quimicos, estes não apresentaram relação com a

variação da abundância numérica nem com a abundância em peso nos locais de

amostragem. Numa comparação longitudinal, considerando a distância dos pontos de

amostragem em relação à barragem, as diferenças de abundância numérica e

abundância em peso entre os pontos não evidenciaram uma tendência clara. Apenas

algumas localidades chamam a atenção como os pontos Ariné/Limão e Jiquitaia, mais

distantes da barragem e próximos à terra indígena Waimiri-Atroari, que apresentaram os

maiores valores de CPUE em peso. Provavelmente a terra indígena, enquanto área

protegida exerça um papel importante na conservação da população de tucunarés, uma

vez que ali ocorre apenas a pesca de subsistência. Em contraposição, os pontos Caititu

e Santo Antônio, onde a ocupação antrópica e a atividade pesqueira é mais intensa,

apresentaram os menores valores de abundância em peso.

Nossos resultados mostraram que existe diferença espacial significativa de CPUE

em abundância e em peso de C. vazzoleri entre as margens esquerda e direita do antigo

leito do rio Uatumã. Isso corrobora a percepção empírica dos pescadores profissionais,

de que há maior abundância de tucunarés na margem esquerda, onde a pesca é

proibida. O presente estudo não identificou possíveis fatores que expliquem essas

diferenças, e embora a margem esquerda caracterize-se pela maior proximidade com a

área da REBIO, o que confere a esta margem um nível menor de perturbação causada

pela atividade pesqueira, os relatos dos pescadores indicam que mesmo antes da

proibição da pesca em 2005, a margem esquerda já possuía maior abundância de

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tucunarés (obs.pess.). Esse fato nos incita à necessidade de obtenção de informações

mais consistentes sobre o papel da REBIO na manutenção da população de C. vazzoleri

no reservatório. Investigações da estrutura de habitats entre as margens e padrões de

movimentação e dispersão da espécie podem auxiliar a entender as diferenças

observadas.

Segundo Hoeinghaus et al. (2003), estudo de movimentação de C. intermedia, C.

ocellaris e C. orinocensis na Venezuela, mostrou que durante um período de quatro

anos, onde foram marcados 2.224 indivíduos, com taxa de recaptura de 2,8%, a maioria

dos peixes apresentou deslocamentos inferiores a 1 Km. Contudo, alguns exemplares

grandes de C. temensis (com peso acima de 2 kg) deslocaram-se mais de 21 Km. Se

este padrão for similar para C. vazzoleri, haveria pouca probabilidade dos peixes

originários da REBIO se movimentarem para a outra margem do reservatório, pelo

menos no médio prazo, uma vez que a menor distância entre pontos de coleta entre as

duas margens foi de 9 km. Contudo, mecanismos de regulação da população

dependentes de densidade podem provocar movimentos migratórios e colonização de

novas áreas (Odum, 2008).

Medidas de controle e ordenamento da pesca devem considerar aspectos

socioeconômicos e biológicos; a ausência do primeiro leva a ineficácia dos sistemas de

controle e a falta de embasamento biológico afeta a sustentabilidade da exploração

(Agostinho et al., 2007). É necessária uma mudança de paradigma em relação ao

ordenamento pesqueiro, cujas medidas reguladoras geralmente se baseiam no tamanho

mínimo de captura e período de desova (Agostinho et al., 2005). Taphorn e Barbarino

(1993), em estudo realizado no Parque Nacional Capanaparo – Rio Cinaruco,

Venezuela, recomendam o estabelecimento de um intervalo de tamanhos permitidos,

preservando além dos pequenos, os maiores peixes também. Além do aumento no

recrutamento, peixes grandes atraem o pescador esportivo, que solta o indivíduo após a

captura, possibilitando o fortalecimento do turismo no local. É essencial que o processo

seja participativo e transversal, sendo importante considerar que a gestão compartilhada

é um espaço de negociação que exercita a solução de conflitos, e que cada interessado

precisa ceder um pouco para aumentar o benefício mútuo (Aquino et al., 2007; Barletta

et al., 2010).

Desta forma, tornam-se necessário o monitoramento da população de Cichla

vazzoleri no reservatório da UHE Balbina, e adicionalmente, outros estudos para

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43

compreender mecanismos importantes como crescimento, recrutamento e mortalidade.

Assim, espera-se que a comunidade científica e órgãos fiscalizadores, junto com a

população usuária do reservatório de Balbina, busquem o uso racional dos recursos

pesqueiros por meio de um ordenamento efetivamente participativo.

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44

6. CONCLUSÃO Os resultados do presente trabalho levaram as seguintes conclusões: - De maneira geral, os machos parecem maturar com tamanhos menores que as

fêmeas;

- Embora fossem observados exemplares maduros ao longo do ano, o pico

reprodutivo se deu no final da seca, início da enchente. Contudo, o nível do

reservatório é controlado pela UHE Balbina e não podemos afirmar que a

precipitação seja um gatilho para a reprodução da espécie;

- Longitudinalmente, não se observou um padrão de distribuição em função da

distância da barragem, observando-se maiores indivíduos na localidade

Limão/Ariné (ponto mais à montante da barragem), sendo também observado

maior predomínio de fêmeas neste ponto. Este local está próximo à terra

indígena Waimiri-Atroari e que por isso, pode conferir uma certa proteção à

população de peixes nesta área;

- A abundância (tanto em peso quanto em número de exemplares) e o

comprimento médio foram maiores na margem esquerda, assim como os

valores dos índices fisiológicos, o que pode estar relacionado a uma maior

proteção à população de tucunarés devido a proibição da pesca nesta área;

- As diferenças entre margens, ao que tudo indica, não parece ser influenciada

pelos parâmetros limnológicos, já que as condições físico-químicas se

mostraram relativamente homogêneas em todos os pontos considerando

ambas as margens. Entretanto, a maior proximidade da margem esquerda com

as áreas de proteção (Rebio e terra indígena) pode evidenciar um possível

papel protetor ou repositor, a longo prazo, para a manutenção da população

de C. vazzoleri, sendo necessários outros estudos que evidenciem padrões de

dispersão.

Por fim, embora os resultados aqui apresentados possam subsidiar as discussões

acerca do ordenamento da pesca de tucunarés (Cichla sp.) no reservatório de Balbina,

alguns fatores precisam ser mais bem analisados. Futuros trabalhos podem investigar os

gatilhos que levam ao início do pico reprodutivo e ainda, padrões distribuição no eixo

transversal do reservatório.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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51

APÊNDICE A – PARÂMETROS ABIÓTICOS

Parâmetros abióticos por local de coleta ao longo dos meses no reservatório de Balbina.

LocalDentro ou

ForaMês Prof.(m)

Transp.

(m)Temp. (°C) pH

Condut.

(mS/cm)

OD

(mg/L)

Ariné E Outubro 2,30 2,30 30,78 5,16 0,01 8,58

Ariné E Novembro 2,22 1,97 30,39 5,17 0,01 7,87

Ariné E Dezembro 1,89 1,89 30,61 5,76 0,01 6,05

Ariné E Janeiro 2,12 2,12 29,67 4,37 0,01 12,00

Ariné E Fevereiro 3,60 1,98 29,26 4,56 0,01 3,63

Ariné E Março 3,84 1,86 27,93 4,52 0,01 4,52

Ariné E Abril 2,82 2,14 27,61 4,22 0,01 5,36

Ariné E Maio 3,83 2,25 28,04 4,30 0,01 5,19

Ariné E Junho 3,79 2,32 29,52 4,38 0,00 1,64

Ariné E Julho 3,86 2,62 29,27 5,58 0,01 4,14

Ariné E Agosto 3,68 2,54 29,26 5,69 0,01 3,23

Ariné E Setembro 3,59 2,93 29,59 5,70 0,01 4,65

Média 3,13 2,24 29,33 4,95 0,01 5,57

DP 0,79 0,32 1,03 0,62 0,00 2,78

Caititu D Outubro 6,13 2,71 31,92 5,50 0,01 6,38

Caititu D Novembro 3,08 2,29 32,07 6,26 0,01 8,08

Caititu D Dezembro 9,45 2,34 31,03 5,64 0,01 5,90

Caititu D Janeiro 4,11 2,45 29,57 5,19 0,01 8,16

Caititu D Fevereiro 10,66 2,90 29,15 5,12 0,01 4,34

Caititu D Março 10,56 2,52 28,42 5,13 0,01 2,20

Caititu D Abril 10,82 3,13 28,59 4,41 0,01 1,97

Caititu D Maio 17,80 2,25 29,40 5,19 0,01 4,50

Caititu D Junho 12,08 2,54 29,28 5,36 0,00 1,30

Caititu D Julho 10,08 3,51 29,69 5,27 0,01 3,20

Caititu D Agosto 6,28 3,50 29,89 6,13 0,01 6,66

Caititu D Setembro 13,50 3,35 30,11 5,03 0,01 1,06

Média 9,55 2,79 29,93 5,35 0,01 4,48

DP 4,13 0,47 1,18 0,49 0,00 2,56

Chapéu Virado D Outubro 5,99 2,84 32,25 5,28 0,01 6,76

Chapéu Virado D Novembro 2,31 2,31 31,57 5,59 0,01 6,68

Chapéu Virado D Dezembro 3,13 2,54 31,58 6,36 0,01 7,03

Chapéu Virado D Janeiro 3,88 2,04 29,19 4,87 0,01 11,53

Chapéu Virado D Fevereiro 6,25 2,12 28,93 5,42 0,01 4,52

Chapéu Virado D Março 2,25 2,25 29,01 5,30 0,01 4,96

Chapéu Virado D Abril 2,39 2,03 29,51 4,42 0,01 5,61

Chapéu Virado D Maio 3,87 2,65 29,78 5,10 0,01 6,31

Chapéu Virado D Junho 4,93 2,99 30,27 5,86 0,00 4,59

Chapéu Virado D Julho 4,17 3,12 29,72 5,40 0,01 7,75

Chapéu Virado D Agosto 4,11 2,90 30,08 5,82 0,01 7,89

Chapéu Virado D Setembro 3,53 2,88 31,11 5,89 0,01 9,14

Média 3,90 2,56 30,25 5,44 0,01 6,90

DP 1,33 0,39 1,12 0,52 0,00 2,02

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52

Continuação Apêndice A: Parâmetros abióticos por local de coleta ao longo dos meses no lago de Balbina

LocalDentro ou

ForaMês Prof.(m)

Transp.

(m)Temp. (°C) pH

Condut.

(mS/cm)

OD

(mg/L)

Coata F Outubro 9,11 2,35 31,13 5,45 0,01 5,12

Coata F Novembro 4,51 2,23 30,92 5,81 0,01 7,51

Coata F Dezembro 5,81 2,19 30,67 6,15 0,01 6,43

Coata F Janeiro 6,94 2,45 29,95 5,60 0,01 8,03

Coata F Fevereiro 5,73 2,37 29,38 5,62 0,01 4,11

Coata F Março 6,09 2,47 28,60 5,18 0,01 3,02

Coata F Abril 6,75 2,24 29,06 4,66 0,01 2,25

Coata F Maio 7,77 2,90 29,28 4,89 0,01 4,31

Coata F Junho 8,43 3,11 29,89 5,09 0,00 3,56

Coata F Julho 7,15 3,19 29,85 5,60 0,01 5,59

Coata F Agosto 8,57 2,60 29,54 5,73 0,01 2,43

Coata F Setembro 6,48 2,52 30,22 5,59 0,01 4,13

Média 6,95 2,55 29,87 5,45 0,01 4,71

DP 1,35 0,34 0,76 0,42 0,00 1,88

Jauari E Outubro 3,93 2,77 31,64 5,64 0,01 7,30

Jauari E Novembro 2,82 2,61 31,38 6,80 0,01 7,72

Jauari E Dezembro 2,73 2,45 30,77 6,75 0,01 8,19

Jauari E Janeiro 2,45 2,45 29,20 6,45 0,01 11,45

Jauari E Fevereiro 5,46 2,65 29,07 5,70 0,01 2,99

Jauari E Março 2,27 1,90 27,83 5,43 0,01 5,11

Jauari E Abril 2,43 2,43 29,31 5,39 0,01 5,17

Jauari E Maio 3,57 2,38 29,90 5,24 0,01 5,63

Jauari E Junho 3,93 2,80 30,10 5,56 0,00 6,87

Jauari E Julho 2,29 2,29 29,25 6,27 0,01 8,47

Jauari E Agosto 3,41 2,69 30,40 6,60 0,01 8,77

Jauari E Setembro 1,58 1,58 30,56 6,40 0,01 10,06

Média 3,07 2,42 29,95 6,02 0,01 7,31

DP 1,04 0,36 1,08 0,58 0,00 2,34

Jiquitaia E Outubro 3,67 2,27 30,90 5,29 0,01 10,01

Jiquitaia E Novembro 4,35 1,90 30,33 4,68 0,01 5,52

Jiquitaia E Dezembro 4,58 2,17 30,26 4,76 0,01 5,58

Jiquitaia E Janeiro 2,39 2,03 29,29 6,09 0,01 9,09

Jiquitaia E Fevereiro 2,15 2,15 28,91 4,79 0,01 4,19

Jiquitaia E Março 4,71 2,17 28,38 4,64 0,01 3,98

Jiquitaia E Abril 6,12 2,04 28,43 4,57 0,01 2,33

Jiquitaia E Maio 4,24 2,24 28,82 4,71 0,01 4,81

Jiquitaia E Junho 4,38 2,27 29,99 4,76 0,00 5,59

Jiquitaia E Julho 4,28 2,52 29,23 5,59 0,01 5,59

Jiquitaia E Agosto 5,41 2,54 29,24 5,70 0,01 3,14

Jiquitaia E Setembro 2,44 2,44 29,76 5,93 0,01 6,23

Média 4,06 2,23 29,46 5,13 0,01 5,51

DP 1,22 0,20 0,79 0,56 0,00 2,21

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53

Continuação Apêndice A: Parâmetros abióticos por local de coleta ao longo dos meses no lago de Balbina

LocalDentro ou

ForaMês Prof.(m)

Transp.

(m)Temp. (°C) pH

Condut.

(mS/cm)

OD

(mg/L)

Nazaré D Outubro 5,45 2,64 32,11 6,26 0,01 7,88

Nazaré D Novembro 5,05 2,12 30,68 5,34 0,01 6,96

Nazaré D Dezembro 2,86 2,86 31,46 6,65 0,01 7,67

Nazaré D Janeiro 1,98 1,98 29,38 6,33 0,01 11,58

Nazaré D Fevereiro 1,68 1,68 29,02 6,11 0,01 5,38

Nazaré D Março 2,15 2,15 28,15 5,06 0,01 3,92

Nazaré D Abril 1,90 1,90 29,46 4,80 0,01 5,20

Nazaré D Maio 2,08 2,08 30,34 5,27 0,01 6,52

Nazaré D Junho 2,10 2,10 30,00 5,24 0,00 6,41

Nazaré D Julho 1,76 1,76 29,63 6,10 0,01 8,28

Nazaré D Agosto 1,88 1,88 30,49 6,37 0,01 8,97

Nazaré D Setembro 1,96 1,96 30,08 6,34 0,01 8,82

Média 2,57 2,09 30,07 5,82 0,01 7,30

DP 1,29 0,34 1,07 0,63 0,00 2,04

Paredão E Outubro 7,14 3,21 31,56 6,72 0,01 7,81

Paredão E Novembro 4,52 2,26 30,81 5,96 0,01 8,07

Paredão E Dezembro 2,73 2,73 31,34 7,12 0,01 7,55

Paredão E Janeiro 7,65 3,11 29,17 4,92 0,01 7,15

Paredão E Fevereiro 4,00 2,91 28,19 5,69 0,01 3,60

Paredão E Março 2,85 2,36 28,80 5,72 0,01 5,53

Paredão E Abril 3,77 2,43 28,54 6,15 0,01 4,60

Paredão E Maio 4,62 2,45 29,17 6,41 0,01 6,67

Paredão E Junho 4,61 2,53 29,36 6,74 0,00 5,96

Paredão E Julho 5,50 2,78 29,37 5,80 0,01 9,03

Paredão E Agosto 5,68 3,59 29,81 6,33 0,01 8,53

Paredão E Setembro 8,98 3,88 30,50 5,97 0,01 9,58

Média 5,17 2,85 29,72 6,13 0,01 7,01

DP 1,92 0,51 1,10 0,59 0,00 1,81

Pitinga E Outubro 4,60 2,77 31,76 6,63 0,01 14,87

Pitinga E Novembro 3,62 2,81 31,35 6,07 0,01 9,47

Pitinga E Dezembro 7,48 2,46 30,76 5,61 0,01 6,40

Pitinga E Janeiro 3,54 2,75 30,03 6,32 0,01 11,61

Pitinga E Fevereiro 9,50 2,35 29,29 5,15 0,01 4,07

Pitinga E Março 2,32 2,16 28,73 6,40 0,01 5,43

Pitinga E Abril 2,82 2,14 29,51 5,33 0,01 5,90

Pitinga E Maio 2,09 2,09 29,74 5,31 0,01 6,42

Pitinga E Junho 3,85 2,63 30,14 5,88 0,00 6,40

Pitinga E Julho 1,90 1,90 30,09 6,24 0,01 7,95

Pitinga E Agosto 1,72 1,72 30,78 6,43 0,01 5,70

Pitinga E Setembro 1,65 1,65 30,35 6,25 0,01 7,60

Média 3,76 2,29 30,21 5,97 0,01 7,65

DP 2,44 0,41 0,86 0,50 0,00 3,02

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54

Continuação Apêndice A: Parâmetros abióticos por local de coleta ao longo dos meses no lago de Balbina

LocalDentro ou

ForaMês Prof.(m)

Transp.

(m)Temp. (°C) pH

Condut.

(mS/cm)

OD

(mg/L)

Santo António D Outubro 4,18 2,38 31,11 5,99 0,01 6,23

Santo António D Novembro 4,44 2,20 30,63 5,39 0,01 7,15

Santo António D Dezembro 7,59 1,72 30,58 5,01 0,01 5,77

Santo António D Janeiro 5,91 1,88 29,60 5,08 0,01 8,90

Santo António D Fevereiro 6,93 1,88 29,05 5,13 0,01 3,27

Santo António D Março 6,31 1,70 27,94 4,97 0,01 3,46

Santo António D Abril 4,15 1,86 29,18 4,91 0,01 5,04

Santo António D Maio 7,05 1,86 28,90 5,08 0,01 4,13

Santo António D Junho 6,88 2,37 29,54 4,96 0,00 3,98

Santo António D Julho 6,60 2,54 29,83 5,56 0,01 6,12

Santo António D Agosto 3,46 2,53 30,19 6,33 0,01 5,43

Santo António D Setembro 3,83 2,36 30,30 6,29 0,01 5,94

Média 5,61 2,11 29,74 5,39 0,01 5,45

DP 1,48 0,32 0,89 0,53 0,00 1,62

Taboca D Outubro 4,56 2,73 31,06 4,92 0,01 3,96

Taboca D Novembro 4,11 1,95 30,51 4,87 0,01 7,37

Taboca D Dezembro 4,28 2,30 31,08 4,50 0,01 6,02

Taboca D Janeiro 5,36 1,95 29,74 5,08 0,01 11,46

Taboca D Fevereiro 3,95 1,78 29,57 4,83 0,01 4,63

Taboca D Março 5,58 1,97 28,03 4,79 0,01 4,85

Taboca D Abril 5,15 2,01 29,14 4,51 0,01 3,96

Taboca D Maio 6,95 2,26 28,85 4,68 0,01 3,69

Taboca D Junho 7,18 2,39 29,36 4,52 0,00 2,83

Taboca D Julho 6,93 2,30 29,22 5,73 0,01 3,12

Taboca D Agosto 6,48 2,30 29,32 5,69 0,01 2,83

Taboca D Setembro 6,57 2,87 29,43 5,56 0,01 2,60

Média 5,59 2,23 29,61 4,97 0,01 4,78

DP 1,20 0,33 0,89 0,45 0,00 2,53

Tucumari E Outubro 3,15 2,38 31,42 5,76 0,01 7,04

Tucumari E Novembro 2,59 2,59 31,87 6,53 0,01 7,39

Tucumari E Dezembro 5,63 2,80 30,97 5,77 0,01 7,21

Tucumari E Janeiro 2,32 2,32 29,39 5,67 0,01 9,99

Tucumari E Fevereiro 5,27 2,72 29,03 5,38 0,01 5,24

Tucumari E Março 2,34 2,34 28,54 5,14 0,01 4,74

Tucumari E Abril 2,82 2,21 29,22 5,14 0,01 5,16

Tucumari E Maio 3,50 2,61 29,44 5,67 0,01 5,59

Tucumari E Junho 3,11 3,11 30,27 5,41 0,00 6,93

Tucumari E Julho 3,47 2,93 29,47 6,06 0,01 8,63

Tucumari E Agosto 2,82 2,63 29,72 6,20 0,01 7,53

Tucumari E Setembro 3,20 2,86 31,00 6,41 0,01 10,77

Média 3,35 2,63 30,03 5,76 0,01 7,19

DP 1,06 0,27 1,06 0,46 0,00 1,89

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55

APÊNDICE B – FECUNDIDADE

Fecundidade individual de Cichla vazzoleri no reservatório de Balbina para todo o período de coleta

SETEMBRO/11

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 82 - set/11 - Ig. Macucu

Fecundidade 2507,1

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 65 - set/11 - Ig. Santo António

Fecundidade 3667,6

OUTUBRO/11

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 294 - out/11 - Ariné

Fecundidade 7157,1

-5

0

5

10

15

20

25

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 306 - out/11 - Ariné

Fecundidade 6582,8

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 309 - out/11 - Ariné

Fecundidade 6183,3

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 436 - out/11 - Pitinga

Fecundidade 6764,3

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 528 - out/11 - Ig. Tucumari

Fecundidade 4734,2

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56

NOVEMBRO/11

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 696 - nov/11 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 8196,1

-5

0

5

10

15

20

25

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 750 - nov/11 - Ig. Coata

Fecundidade 3876,1

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 820 - nov/11 - Ig. Jauari

Fecundidade 6368,7

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 829 - nov/11 - Ig. Jauari

Fecundidade 4748,5

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 881 - nov/11 - Ig. Jauari

Fecundidade 2665,1

-10

0

10

20

30

40

50

60

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 944 - nov/11 - Ig. Tucumari

Fecundidade 2635,7

DEZEMBRO/11

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1033 - dez/11 - Ariné

Fecundidade 5237,6

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1038 - dez/11 - Ariné

Fecundidade 7344,4

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57

Continuação Dezembro/11

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1150 - dez/11 - Ig. Jauari

Fecundidade 4688,2

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1165 - dez/11 - Ig. Tucumari

Fecundidade 3346

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1251 - dez/11 - Paredão

Fecundidade 4280

JANEIRO/12

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1281 - jan/12 - Ig. Taboca

Fecundidade 3908,1

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1289 - jan/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 8338,4

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1304 - jan/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 4755,7

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1320 - jan/12 - Pitinga

Fecundidade 3964

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58

Continuação janeiro/12

-5

0

5

10

15

20

25

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1397 - jan/12 - Ig. Tucumari

Fecundidade 2883,6

FEVEREIRO/12

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1455 - fev/12 - Ig. Taboca

Fecundidade 3731

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1456 - fev/12 - Ig. Taboca

Fecundidade 5350,5

-5

0

5

10

15

20

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8

F3 1506 - fev/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 5642,4

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1588 - fev/12 - Chapéu Virado

Fecundidade 4842,3

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1593 - fev/12 - Paredão

Fecundidade 5335,1

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59

MARÇO/12

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1605 - mar/12 - Ariné

Fecundidade 5766,9

-5

0

5

10

15

20

25

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1623 - mar/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 7735,8

-5

0

5

10

15

20

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1667 - mar/12 - Pitinga

Fecundidade 4625,4

-5

0

5

10

15

20

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1713 - mar/12 - Ig. Jauari

Fecundidade 6285,4

-5

0

5

10

15

20

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1723 - mar/12 - Ig. Tucumari

Fecundidade 7555

ABRIL/12

-5

0

5

10

15

20

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1832 - abr/12 - Ig. Taboca

Fecundidade 4627,1

-5

0

5

10

15

20

25

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1842 - abr/12 - Paredão

Fecundidade 4874,7

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60

MAIO/12

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1921 - mai/12 - Ig. Caititu

Fecundidade - 7841,2

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1923 - mai/12 - Ig. Caititu

Fecundidade 12432

JUNHO/12

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1941 - jun/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 4412,3

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 1950 - jun/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 4922,9

-10

0

10

20

30

40

50

60

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2068 - jun/12 - Ig. Caititu

Fecundidade 8284,2

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2097 - jun/12 - Paredão

Fecundidade 11416

-5

0

5

10

15

20

25

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2107 - jun/12 - Paredão

Fecundidade 8383,7

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61

JULHO/12

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2147 - jul/12 - Ariné

Fecundidade 5507,4

-10

0

10

20

30

40

50

60

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2150 - jul/12 - Ariné

Fecundidade 9297

-5

0

5

10

15

20

25

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2224 - jul/12 - Ig. Nazaré

Fecundidade 4181,1

-10

0

10

20

30

40

50

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2331 - jul/12 - Paredão

Fecundidade 5626,1

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2350 - jul/12 - Paredão

Fecundidade 5407,5

AGOSTO/12

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2396 - ago/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 6775,2

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2397 - ago/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 6179,8

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62

Continuação Agosto/12

-5

0

5

10

15

20

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2403 - ago/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 5494,3

-5

0

5

10

15

20

25

30

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2484 - ago/12 - Paredão

Fecundidade 7306,4

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2486 - ago/12 - Paredão

Fecundidade 7198,9

SETEMBRO/12

-10

0

10

20

30

40

50

60

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2543 - set/12 - Ig. Jiquitaia

Fecundidade 3823,5

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2569 - set/12 - Pitinga

Fecundidade 5364,6

-10

0

10

20

30

40

50

60

0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3

F3 2592 - set/12 - Ig. Nazaré

Fecundidade 3815,5

-10

0

10

20

30

40

50

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

F3 2715 - set/12 - Paredão

Fecundidade 5091,1

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63

APÊNDICE C – TESTES POST HOC

Tabela I. Comparações múltiplas dos valores de z para Índices Fisiológicos por mês. A) IGS, KW: H (g.l.= 11, N= 2362) =31,23642; p =0,001; B) GGC, KW: H (g.l.= 11, N= 2362) =214,5300; p =0,000; C) K, KW: H (g.l.= 11, N= 2362) =55,65938; p =0,000. Os valores em negrito indicam diferença significativa ao nível de 5%.

IA Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

R:1235,2 R:1253,5 R:1242,6 R:1271,1 R:1188,7 R:1214,0 R:1058,1 R:1036,8 R:1026,5 R:1130,4 R:1106,9 R:1134,8

Out

0,365610 0,130272 0,564699 0,731734 0,313735 2,261995 2,398666 3,343690 1,815671 1,895930 1,671882

Nov 0,365610

0,193344 0,275138 1,015352 0,582701 2,488399 2,613076 3,619985 2,121238 2,157807 1,966691

Dez 0,130272 0,193344

0,414163 0,781550 0,393119 2,230433 2,367836 3,183757 1,764319 1,865382 1,640330

Jan 0,564699 0,275138 0,414163

1,100628 0,729290 2,428065 2,555334 3,309826 2,010566 2,094651 1,895279

Fev 0,731734 1,015352 0,781550 1,100628

0,323541 1,488997 1,656675 2,194768 0,833188 1,043868 0,749953

Mar 0,313735 0,582701 0,393119 0,729290 0,323541

1,720382 1,875654 2,424523 1,136163 1,312370 1,050374

Abr 2,261995 2,488399 2,230433 2,428065 1,488997 1,720382

0,207358 0,362783 0,865125 0,537434 0,899517

Mai 2,398666 2,613076 2,367836 2,555334 1,656675 1,875654 0,207358

0,113130 1,066551 0,740338 1,096579

Jun 3,343690 3,619985 3,183757 3,309826 2,194768 2,424523 0,362783 0,113130

1,506579 1,036608 1,525787

Jul 1,815671 2,121238 1,764319 2,010566 0,833188 1,136163 0,865125 1,066551 1,506579

0,319174 0,065166

Ago 1,895930 2,157807 1,865382 2,094651 1,043868 1,312370 0,537434 0,740338 1,036608 0,319174

0,368922

Set 1,671882 1,966691 1,640330 1,895279 0,749953 1,050374 0,899517 1,096579 1,525787 0,065166 0,368922

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64

IB Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

R:1441,2 R:1411,2 R:1200,5 R:975,25 R:1061,3 R:832,89 R:1068,7 R:1044,6 R:1075,8 R:1143,2 R:962,25 R:1163,9

Out

0,599557 4,266228 7,332020 5,978430 9,009192 4,756796 4,795408 5,855947 5,163049 7,074880 4,616277

Nov 0,599557

3,712012 6,827814 5,480428 8,529420 4,359906 4,420114 5,348976 4,616797 6,604265 4,095126

Dez 4,266228 3,712012

3,269273 2,020842 5,064871 1,593680 1,794545 1,838772 0,901968 3,275241 0,557923

Jan 7,332020 6,827814 3,269273

1,149153 1,819057 1,065083 0,756340 1,360230 2,399772 0,165735 2,621802

Fev 5,978430 5,480428 2,020842 1,149153

2,918306 0,084612 0,181940 0,196010 1,170484 1,262845 1,425980

Mar 9,009192 8,529420 5,064871 1,819057 2,918306

2,601106 2,240708 3,140546 4,215694 1,584107 4,385465

Abr 4,756796 4,359906 1,593680 1,065083 0,084612 2,601106

0,235237 0,081226 0,890838 1,172457 1,116103

Mai 4,795408 4,420114 1,794545 0,756340 0,181940 2,240708 0,235237

0,342862 1,123612 0,870346 1,335318

Jun 5,855947 5,348976 1,838772 1,360230 0,196010 3,140546 0,081226 0,342862

0,978016 1,464825 1,242063

Jul 5,163049 4,616797 0,901968 2,399772 1,170484 4,215694 0,890838 1,123612 0,978016

2,452764 0,309254

Ago 7,074880 6,604265 3,275241 0,165735 1,262845 1,584107 1,172457 0,870346 1,464825 2,452764

2,665771

Set 4,616277 4,095126 0,557923 2,621802 1,425980 4,385465 1,116103 1,335318 1,242063 0,309254 2,665771

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65

IC Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

R:1348,2 R:1255,6 R:1169,2 R:1024,6 R:1169,9 R:1172,6 R:1196,5 R:1096,5 R:1144,4 R:1007,5 R:1080,4 R:1218,4

Out

1,847859 3,172621 5,092856 2,805259 2,601097 1,937925 3,042969 3,266647 5,903056 3,956065 2,160142

Nov 1,847859

1,522414 3,619103 1,341992 1,224679 0,753189 1,918146 1,774377 4,275012 2,577763 0,615762

Dez 3,172621 1,522414

2,099498 0,010376 0,046346 0,329206 0,836522 0,366537 2,544503 1,221011 0,748732

Jan 5,092856 3,619103 2,099498

1,942093 1,891604 1,959234 0,785119 1,621293 0,244188 0,712176 2,695051

Fev 2,805259 1,341992 0,010376 1,942093

0,033850 0,302218 0,800593 0,346263 2,321711 1,141964 0,674086

Mar 2,601097 1,224679 0,046346 1,891604 0,033850

0,263273 0,804945 0,365110 2,243383 1,128943 0,607453

Abr 1,937925 0,753189 0,329206 1,959234 0,302218 0,263273

0,975095 0,599467 2,260258 1,278354 0,257756

Mai 3,042969 1,918146 0,836522 0,785119 0,800593 0,804945 0,975095

0,526058 1,015116 0,170610 1,364773

Jun 3,266647 1,774377 0,366537 1,621293 0,346263 0,365110 0,599467 0,526058

1,985526 0,825391 1,044391

Jul 5,903056 4,275012 2,544503 0,244188 2,321711 2,243383 2,260258 1,015116 1,985526

0,988672 3,156023

Ago 3,956065 2,577763 1,221011 0,712176 1,141964 1,128943 1,278354 0,170610 0,825391 0,988672

1,825217

Set 2,160142 0,615762 0,748732 2,695051 0,674086 0,607453 0,257756 1,364773 1,044391 3,156023 1,825217

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66

Tabela II. Comparações múltiplas dos valores de z para abundância numérica por local. KW: H ( g.l.=11, N= 144) = 47,21593; p =,0000. Os valores em negrito indicam diferença significativa ao nível de 5%.

Ariné/Limão Caititu

Chapéu

Virado Coata Jauari Jiquitaia Nazaré Paredão Pitinga

Santo

António Taboca Tucumari

R:50,750 R:80,583 R:51,417 R:65,167 R:91,250 R:83,667 R:71,875 R:89,583 R:93,875 R:13,000 R:74,333 R:104,50

Ariné/Limão 1,751874 0,039148 0,846576 2,378242 1,932933 1,240503 2,280372 2,532387 2,216756 1,384861 3,156309

Caititu 1,751874 1,712726 0,905298 0,626368 0,18106 0,511371 0,528498 0,780514 3,96863 0,367013 1,404435 Chapéu

Virado 0,039148 1,712726 0,807428 2,339094 1,893785 1,201355 2,241224 2,493239 2,255904 1,345713 3,117161

Coata 0,846576 0,905298 0,807428 1,531666 1,086357 0,393927 1,433796 1,685811 3,063332 0,538285 2,309733

Jauari 2,378242 0,626368 2,339094 1,531666 0,445309 1,137739 0,09787 0,154145 4,594998 0,993381 0,778067

Jiquitaia 1,932933 0,18106 1,893785 1,086357 0,445309 0,692431 0,347439 0,599454 4,14969 0,548072 1,223375

Nazaré 1,240503 0,511371 1,201355 0,393927 1,137739 0,692431 1,039869 1,291884 3,457259 0,144358 1,915806

Paredão 2,280372 0,528498 2,241224 1,433796 0,09787 0,347439 1,039869 0,252015 4,497128 0,895511 0,875937

Pitinga 2,532387 0,780514 2,493239 1,685811 0,154145 0,599454 1,291884 0,252015 4,749144 1,147526 0,623921 Santo

António 2,216756 3,96863 2,255904 3,063332 4,594998 4,14969 3,457259 4,497128 4,749144 3,601617 5,373065

Taboca 1,384861 0,367013 1,345713 0,538285 0,993381 0,548072 0,144358 0,895511 1,147526 3,601617 1,771448

Tucumari 3,156309 1,404435 3,117161 2,309733 0,778067 1,223375 1,915806 0,875937 0,623921 5,373065 1,771448

Page 78: BIOLOGIA REPRODUTIVA E ESTRUTURA DA POPULAÇÃO …bdtd.inpa.gov.br/bitstream/tede/1606/2/Dissertação_Cesar Augusto... · LISTA DE FIGURAS Figura 1 Locais de coleta de C. vazzoleri

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Tabela III. Comparações múltiplas dos valores de z para abundância peso por local. KW: H ( g.l.=11, N= 144) = 62,40528 p =,0000. Os valores em negrito indicam diferença significativa ao nível de 5%.

Ariné/Limão Caititu

Chapéu

Virado Coata Jauari Jiquitaia Nazaré Paredão Pitinga

Santo

António Taboca Tucumari

R:109,46 R:46,500 R:62,583 R:71,167 R:95,667 R:105,71 R:59,500 R:97,750 R:66,417 R:10,333 R:89,167 R:55,750

Ariné/Limão 3,697041 2,752595 2,248564 0,809875 0,220208 2,933654 0,687537 2,527494 5,82082 1,191568 3,153862

Caititu 3,697041 0,944446 1,448477 2,887166 3,476833 0,763386 3,009504 1,169547 2,12378 2,505473 0,543179 Chapéu

Virado 2,752595 0,944446 0,504031 1,94272 2,532387 0,18106 2,065058 0,225101 3,068226 1,561027 0,401267

Coata 2,248564 1,448477 0,504031 1,43869 2,028357 0,68509 1,561027 0,27893 3,572256 1,056996 0,905298

Jauari 0,809875 2,887166 1,94272 1,43869 0,589667 2,12378 0,122338 1,717619 5,010946 0,381693 2,343987

Jiquitaia 0,220208 3,476833 2,532387 2,028357 0,589667 2,713447 0,467329 2,307286 5,600613 0,97136 2,933654

Nazaré 2,933654 0,763386 0,18106 0,68509 2,12378 2,713447 2,246117 0,406161 2,887166 1,742087 0,220208

Paredão 0,687537 3,009504 2,065058 1,561027 0,122338 0,467329 2,246117 1,839957 5,133283 0,504031 2,466325

Pitinga 2,527494 1,169547 0,225101 0,27893 1,717619 2,307286 0,406161 1,839957 3,293327 1,335926 0,626368 Santo

António 5,82082 2,12378 3,068226 3,572256 5,010946 5,600613 2,887166 5,133283 3,293327 4,629253 2,666958

Taboca 1,191568 2,505473 1,561027 1,056996 0,381693 0,97136 1,742087 0,504031 1,335926 4,629253 1,962294

Tucumari 3,153862 0,543179 0,401267 0,905298 2,343987 2,933654 0,220208 2,466325 0,626368 2,666958 1,962294