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Download Biologia e Controle do Gafanhoto Rhammatocerus sp. · BIOLOGIA E CONTROLE DO GAFANHOTO Rhanmatocerus sp. Cilson Westin Cosenza1 INTRODUÇÀO Desde a atinguidade o gafanhoto considerado

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  • II '

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria - EMBRAPA

    dos Cerrados - CPAC

    1 -

  • REPCBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    Presidente: Jos Sarney

    Ministro da Agricultura: Iris Rezende Machado

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu&ria - EMBRAPA

    Presidente: Ormuz Freitas Rivaldo

    Diretores: Ali Aldersi Saab

    Derli Chaves Machado da Silva

    Francisco Ferrer Bezerra

    Centro de Pesquisa AgropecuTria dos Cerrados - CPAC

    Chefe; Wenceslau J. Goedert

    Chefe Tgcnico: Euclides Kornelius

    Chefe Administrativo: Pedro Jaime de Carvalho Gen

  • ISSN 0102-0021

    r Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria S vinculadaao Ministrio da Agricultura Centro de Pesquisa Agropecuria dos Cerrados - CPAC Planaltina, DF

    BIOLOGIA E QDNTROLE DO

    GAFANHO'IO Rhaxninatocerus sp.

    Gilson Westin Cosenza

    planaltina, DF

    1987

  • Copyright EMBRAPA-1987

    EMBRAPA-CPAC. Documentos, 25 Exemplares desta publicao podem ser. solicitados ao: Centro de Pesquisa Agropecuria dos Cerrados - CPAC BR 020 Km 18 - Rodovia Brasilia/Fortaleza Caixa Postal 700023 CEP 73300 Planaltina, DF Telefone: (061)596 1171 Telex:0611621

    Tiragem: 1.000 exemplares

    Editor: Comit de Publica6es - Elmo Alves de Morais(Pre sdente), Joo Pereira, Jos Carlos Sousa Silva, Leocadia M.R. Mecenas(Secretria), Luiz Carlos Bhering Nasser e Suzana Sperry

    Reviso: Dilermando Lcio de Oliveira Normalizao: Leocadia M.R. Mecenas Composio: Adonias Pereira de Oliveira Capa, desenho e montagem: Nilda Maria da Cunha Sette e

    Maria Aparecida Pereira Distribuio: Daniel Venncio Bezerra, Domingos Teodoro

    Ribeiro e Francisco Arajo de Brito

    Cosenza, Cilson Westin Biologia e controle do gafanhoto Rharnrna-

    tocQJtti4 sp. Planaltina, EMBRAPA-CPAC, 1987. 23p. (EMBRAPA-CPAC. Documentos,25)

    1. Entomologia. 2. Insetos-Biologia. 3. Pragas-Controle. I. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria. Centro de Pesquisa Agropecuria dos Cerrados, Planaltina,DF. II. Titulo. III. Srie.

    CDD 595.724

  • SUMRIO

    INTRODUXO .5

    MORFOLOGIA E BIOLOGIA .................................6

    COMPORTAMENTO E ECOLOGIA ............................... 8

    Preferncia Alimentar ................................. 10

    Distribui&o Geogfica ............................... 10

    CONTROLE QUMICO ...................................... 10

    Conclusaes dos Testes Com Pulveriza&o Area .......... 18

    CONTROLE BIOLGICO .................................... 21

    LITERATURA CONSULTADA ................................. 22

  • BIOLOGIA E CONTROLE DO GAFANHOTO Rhanmatocerus sp.

    Cilson Westin Cosenza 1

    INTRODUO

    Desde a atinguidade o gafanhoto considerado como a

    mais sria praga de culturas e pastagens. Baixo-relevo em

    tumba do Egito, de 2.500 anos antes de Cristo, apresenta

    gafanhotos, provavelmente Schistocerca gregaria, sobre

    plantas de trigo. Pinturas assrias, de 700 anos antes de

    Cristo, mostram um sacerdote azendo votos aos deuses por

    causa da praga de gafanhotos, indicando que esses insetos

    ocupavam papel relevante nas preocupaZes da humanidade

    naquela poca.

    No Brasil, uma gerao inteira do sul do pas ficou

    marcada pelas infestaes de Schistocerca americana, em

    1938, 1942 e 1946, quando esse gafanhoto, saindo da Ar-

    genti na, migrou para o nort e, infestando todos os est ados

    sulistas brasileiros, do Rio Grande do Sul a Minas Ge-

    rais. Mais recentemente, em 1969, se registraram infesta-

    es de Rhammatocerus pictus na regfo sorocabana de sao Paulo. De 1971 a 1974, o Dicroplus brasiliensis e o Stau-

    rorhectus longi comi s infestaram mi lharais e past agens no

    norte de Minas Gerais.

    Porm, a mais grave das infestates recentes a que

    se verifica no estado de Mato Grosso, onde o Rhainmatoce-

    1 Eng.-Agr., Ph.D. EMBRAPA - Centro de Pesquisa Agrope-

    cu&ria dos Cerrados (CPAC), Caixa postal 70-0023, CEP

    73.300 Planaltina, DF.

    bi

  • rus sp., espcie ainda n'o descrita, infesta rea compre-

    endida entre os paralelos 12 e 15, de Vilhena, estado de

    Rondtrnia, at a divisa com o estado de Gois. Teve-se a

    primeira notcia da explos'o populacional do Rhammatoce-

    rus sp. em setembro de 1984, quando, migrando em grandes

    nuvens da reserva indgena dos parecis, infestaram lavou-

    ras de cana-de-aticar e pastagens, nos muni cpi os de Dia-

    mantino, Tangar da Serra, Denise, Barra do Bugres e No-

    bres.

    mRFOLOGIA E BIOLOGIA

    os gafanhotos que infestam o estado de Mato Grosso pertecem a uma espci e n'o descrita do ganero fthammatoce-

    rus (Orthoptera, Acrididae, Gomphocerinae). O inseto

    adulto apresenta as asas de colora'o cinza-clara, com

    manchas de colora'o cinza-escura. O trax e a cabea po-

    dem apresentar colora'o verde ou cinza-clara. Existe uma

    forma fenotpica, compondo 15% da popula'o, que mostra

    uma mancha preta ocupando parte da cabea e a parte late-

    ral do protrax. 2\s mandbulas s'o de cor azul-metlica,

    assim como a parte interna das coxas e a parte terminal

    das tbias. O restante das tbias de colora'o alaran-

    jada (Fig. 1). Os machos da esp&ie medem de 35 a 40 mm e

    as f&neas de 38 a 47 mm de comprimento. Os machos adultos

    pesam entre 0,98 e 1,26 g e as flmeas entre 1,47 e 1,77 g

    (Tabela 1). As fmeas adultas tm em mdia 56 ovarolos,

    o que significa que elas podem pP'r no mximo 56 ovos por

    postura. Cada ovarolo contam em mdia vinte oocitos ap6s

    a pri mera postura, com uma pot enci ali dade t eri ca para

    vinte posturas.

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    7

  • O estudo da biologia da espcie foi desenvolvido sob

    condi6es de laboratri o, de casa de veget ao e de cam-

    po.

    A espcie faz postura nos meses de outubro-novembro,

    ficando a ooteca a 5 cm de profundi dade, no solo, e con-

    tendo de 25 a 30 ovos. Sob condi 6es de casa de vegeta-

    o, cada fmea efetuou cinco posturas.

    Os salt6es nascem em novembro-dezembro. Cada instar

    dura em mdia 26 dias (Tabela 1), havendo cinco instares

    itt nfai s nas condies de Mato Grosso e seis nas condi-

    es do Distrito Federal.

    A transformao em adultos ocorre em abril-maio, a

    mi grao em agosto-setembro e o acasalamento em setembro-

    - outubro.

    COMPORTAMENTO E EC)LOGIA

    o conhecimento do comportamento do gafanhoto de grande importncia para o estabelecimento das tticas e

    estratgias de combate praga. Estudou-se o comportamen-

    to desse gafanhoto sob condi 6es de campo, acompanhando-

    -se o desenvolvimento e movimentao do inseto na regflo

    infestada do estado de Mato Grosso.

    Logo ap6s a ecloso, os saltZes se renem em bandos

    compactos e passam a se alimentar das gramneas do cerra-

    do.

    Quando chegam ao 3 0 instar, em fevereiro, os saltZes

    comeam a se movi ment ar, aument ando o di met ro da rea

    ocupada pelo bando. S'o muito gregrios ea densidade po-

    pulacional alcana at 500 insetos por m na parte cen-

    tral do bando. Sua movimentao aumenta quando passam pa-

    ra o 4 0 instar (Fig. 2). Nessas condies cada bando j

    ocupa uma rea de cerca de 0,5 ha, e quando os danos em

    -

  • lavouras de arroz comeam a ser severos. Quando passam ao

    5 instar, os danos causados s culturas aumentam. Nesse

    instar j tm quase o tamanho de adultos e se distinguem

    por uma colorao alaranjada viva na cabea e no trax

    (Fig. 2).

    Movimentam-se entre o cerrado e as culturas, entrando

    nas lavouras de madrugada e voltando ao cerrado nas horas

    quentes do dia.

    Transformam-se em adultos em abril-maio e continuam

    foxaando bandos muito gregrios que se movimentam sem di-

    reo defini da, entre a veget ao fltt.0 va e as culturas,

    causando nessa poca grande dano, sobretudo cortando as

    espigas de arroz e folhas de cana-de-acar (Fig. 4).

    A partir de maio aglomeram-se onde h vegetao ver-

    de, em banhados, lagoas secas e pastagens. Nessa poca o

    dano em pastagens comea a ser muito pesado (Fig. 5).

    Os bandos se refinem em nuvens para migrar, em agosto.

    Essas nuvens so do tipo estratiforme e muito alongadas,

    chegando a ter 30 km de comprimento. A altura alcana at

    30 m, a partir do nvel do solo. Uma das nuvens medidas

    tinha cerca de 2,5 km de largura (Fig. 6). De acordo com

    a literatura consultada, uma nuvem dessas pesa cerca de

    100 t e consome por dia, de matria verde, o equivalente

    a seu peso.

    As nuvens se movem numa di reo defini da, oeste-les-

    te, de acordo com os ventos predominantes na poca. Por

    isso, partindo de rea pr6xima divisa com o estado de

    Rondnia, chegaram divisa com Gois.

    Quando as nuvens chegam ao local de pouso, separam-se

    novamente em bandos e passam a se acasalar, preparando-se

    para a postura.

  • Prefernci a Alimentar

    O Rhamxnatocerus sp. prefere, em primeiro lugar, gra-

    mneas nativas do cerrado, seguindo-se a cultura do ar-

    roz, que a mais visada pela praga. Em seguida, preferem

    a cana-de-acar, o milho, o sorgo, as pastagens e, por

    fim, a soja e o feijo.

    Di st ri bui o Geogrfi ca

    A primeira notcia de ataques mais recentes desse ga-

    fanhoto veio do Vale do Guapor, em 1978. Em seguida, a

    infestaao ampliou-se para as reservas indgenas dos Pa-

    recis e dos Nhambiquaras, onde passaram a se multiplicar,

    at que se deu a exploso populacional, em setembro de

    1984.

    Invadi ram i mi ci alnent e as p1 ant ates de cana-de- a-car pr6ximas, continuando a movimentao para o leste,

    atingindo os municpios de Diamantino, Nobres e Sorriso.

    Em 1985, continuaram movimentando-se para o leste, che-

    gando aos municpios de Paranatinga e Nova Brazilndia.

    Em 1986, alcanaram o vale do Araguaia, nos municpios de

    So Fali x do Araguai a e gua Boa. Nao se not ou a reprodu-o ness es muni cpi os.

    Verificou-se que o Rhanxnatocerus sp. se reproduz bem

    nas chapadas de Mato Grosso, entre 600 e 800 m de altitu-

    de, sendo duvidoso que venham a se multiplicar nos vales

    de baixa altitude.

    NTROLE QUMICD

    fias eou-s e nos result ados obti dos na i nf est ao de ga-

    fanhotos no norte de Minas Gerais, em 1972-1974. Para se

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    FIG. 1. Adulto e ninfa 20 instar do Rhammatocerus S[).

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    FIG. 2. Bando de saltes atravessando estrada asfaltada.

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    FIG. 3. Salto do Rhammat ocerus sp. em 50 instar.

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    1. FIG. 4. Adulto do gafanhoto atacando planta nova de cana-

    - de- acar.

    12

  • FIM. . l'q1l'( )13to.LrJ :1.

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    F1G. 6. Pastagem - sp.

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    FIG. 7. Pu1verizao arLa de rea antestda por gafanho-

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    A F1G. S. Vespa predando o gafanhoto.

    14

  • controlar o Rhammatocerus sp. adulto foram testados por

    pulverizao area (Fig. 7), em 1984, os inseticidas Fe-

    nitrothion, Malathion, Carbaril e Fenvarelate. O Feni-

    trothion, na dose de 300 g do ingrediente ativo por hec-

    tare, e o Malathion, a 1000 g do ingrediente ativo por

    hectare, causaram uma mortalidade superior a 95% da popu-

    lao pulverizada. O Carbaril e o Fenvarelate no foram

    eficientes no controle de adultos, causando menos de 80%

    de mortalidade.

    Em 1986, testaram-se atravs de pulverizao area os

    seguintes inseticidas:

    - Fenitrothion + leo de algodo (502,1 g do ingre-

    diente ativo por litro e 553 g de leo de algodo

    por litro do produto).

    - Malathion C.E. (1000 g de ingrediente ativo por li-

    tro do produto).

    As doses mnimas de Fenitrothion + leo de algodo e

    Malathion C.E. foram testadas na Fazenda Paraso do Nor-

    te, no municpio de Paranatinga, MT.

    Foi utilizado o avio agrcola Ipanema EMB-201, com

    quatro micronairs. A velocidade de v6o fo de 110 milhas por hora, a unta altura de seis metros, pulveri zando uma

    faixa de 40 m de largura. Foram testadas as seguintes do-

    ses dos inseticidas:

    Fenitrothion + leo de algodo: 200 g do i.a./ha e

    150 g do i.a./ha (400 ml e 300 ml do produto comercial

    por hectare, respectivamente) - Malathion C.E.: 800 g do

    i.a. e 500 g do i.a./ha (800 e 500 ml do produto por hec-

    tare, respectivamente)

    Cada dose foi testada em bandos separados de gaf anho-

    tos adultos que ocupavam, cada um, uma rea mdia de dez

    hectares. Os testes se iniciaram s 7 h 30 mm. e termi-

    -

    15

  • naram s 10 h 15 mm., com a temperatura variando de 22 C

    a 32 C.

    Para avaliar a mortalidade colheram-se dez amostras

    por tratamento, usando-se quadro de madeira de 0,25 tu 2 ,

    contando-se o ntunero de gafanhotos mortos e vivos por

    amostra. A avaliao de mortalidade foi feita cinco horas

    aps a pulverizao (Tabelas 2 e 3).

    TABELA 2. Eficincia da pulverizao area no controle do

    gafanhoto Rhammatocerus sp.

    Dose/ha Mortalidade Temperatura

    Inseticida (g i.a.) (%) ( C)

    Fenitrothion +

    leo de algodo 150 95 22

    Fenitrothion +

    leo de algodo 200 98 25

    Malathion 800 98 28

    Malathion 500 47 32

    O F'enitrothion com leb de algodo, na dose de 150 g

    do ingrediente ativo por hectare, correspondente a 300 ml

    do produto comercial por hectare, causou uma mortalidade

    de 95% da populao pulverizada. J na dose de 200 g do

    ingrediente ativo por hectare a mortalidade observada foi

    de 98% da populao. Verificou-se que, quando dilutdo em

    leo de algodo, o Fenitrothion teve ao mais rpida, j

    que cinco horas aps a pulverizao praticamente toda

    16

  • a popula$o de gafanhotos tratada estava morta, enquanto

    que sem o leo de algodo isso se verifica somente 12 ho-

    ras aps a pu1verizao. Provavelmente, esse fato ocorre

    devi do penet rao mais rpi da do produto no organi smo

    do inseto atravs do exoesqueleto. Notou-se tambm maior

    eficincia do Fenitrothion quando diludo em leo de algo

    do, j que a dose mnima utilizada nas pulverizaes do

    Programa de Combate, na fornulao UBV 95%, de 300 g do

    ingrediente ativo por hectare.

    TABELA 3. Mortalidade verificada cinco horas aps a apli-

    cao, expressa em nCimero de gafanhotos por m 2 ,

    Fenitrothion +

    (150 g i.a./ha)

    Mortos Vivos

    leo de algocflo

    (200 g i.a./ha)

    Mortos Vivos

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    (800 g i.a/ha)

    Mortos Vivos

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    Mdia 10,4 0,5 16,4 0,3 14,4 0,3 Morta-

    lidade 95,2% 98,2% 97,91%

    17

  • O teste com Malathion C.E. a 800 g do ingrediente

    ativo por hectare causou uma mortalidade de 98% da popu-

    lao de gafanhotos, e 500 g do ingrediente ativo por

    hect are do Malathi on provocaram a mort e de menos de 50%

    da populaao, cinco horas aps a aplicao, indicando que

    a dose de 500 g do ingrediente ativo de Malathion por

    hect are no suficiente para cont rolar efi ci ent ement e

    gafanhotos adultos. Quando foi feita a pulverizaao area

    com Malathion, a 500 g do ingrediente ativo por hectare,

    a velocidade do vento era de 4 km por hora, o que pode

    ter diminudo sua eficincia

    Conclusdes dos Testes Com Pulverizao A&rea

    - A diluio do Fenitrothion em leo de algodo au-

    mentou sua eficincia e rapidez de ao.

    - Baseado nos resultados, pode-se afirmar que o Feni-trothion diludo em leo de agodo eficiente na

    dose de 200 g do ingrediente ativo por hectare para

    o gafanhoto Rhammatocerus sp. adulto, por pulveri-

    zao area.

    - O Malathion a 800 g do ingrediente ativo por hecta-

    re se revelou eficiente no controle do Rhammatoce

    cerus sp. adulto, em pulverizao area.

    para o controle de saltes foram testados os seguin-

    tes produtos: Carbaril, Fenitrothion, Malathion, Fenvare

    late e Esfenvarelate.

    Foi usado pulverizador costal motorizado, provido de

    redutor 1,6, o que proporciona uma vaio de 600 ml por

    minuto. Usou-se faixa de aplicao de 8 m de largura e

    considerou-se a velocidade do operador de 3 km por hora.

    Cada dose foi testada em dois bandos separados de sal-

    ttes, que ocupavam, cada um, uma rea mdia de dois hec-

    18

  • tares. Dentro desses parmetros, usou-se uma vazao de doze

    litros por hectare do inseticida diludo em gua.

    Colheram-se dez amostras por tratamento, usando-se

    quadro de madeira de 0,25 contando-se o nmero de ga-

    fanhotos mortos e vivos por amostra. A avaliaao de mor-

    talidade foi feita cinco horas ap6s a pulveriza$o (Tabe-

    las 4 e 5). O Carbaril ("Flowable powder"), na dose de 450 g do

    i .a./ha, causou uma mortalidade de 85,3% em saltes 40

    TABELA 4. Eficincia de inseticidas sobre salt6es 40 ira-

    tar de Rhammatocerus sp., expressa em gaf anho-

    tos mortos por

    Carbari 1

    Fenit rothi on

    (450 g i.a./ha)

    (150 g i.a./ha)

    Mortos Vivos Mortos Vivos

    16 2 34 O

    52 14 52 0

    60 6 62 2

    112 20 34 O

    92 18 84 O

    88 10 120 2

    176 20 166 O

    132 30 172 O

    92 18 76 2

    132 26 52 O

    Mdia 95,2 16,4 85,2 0,6

    Mortalidade 85,3% 99,3%

    19

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    20

  • instar. O Fenitrothion C.E., na dose de 150 g do i.a./ha,

    causou uma mortalidade de 99,3%. Em salfes no 50 instar

    foram testados o Fenitrothion, o Malathion, o Fenvarelate

    e o Esfenvarelat e, obtendo-se as segui nt es mortalidades,

    em porcentagem:

    - Fenitrothion C.E. a 150 g do i.a./ha: 100%

    - Fenitrothion P.M. a 200 g do 1 .a./ha: 98,7%

    - Malathion C.E. a 400 g do i.a./ha: 92,6%

    - Malathion + leo vegetal a 400 g do i.a./ha: 83,3%

    - Fenvarelate a 20 g do i.a./ha: 10%

    - Fenvarelate a 40 g do i.a./ha: 94%

    - Esfenvarelate a 6,5 g do i.a./ha: 50%

    - Esfenvarelate a 12 g do i.a./ha: 50%

    Considera-se que o inseticida que provoca uma morta-

    lide abaixo de 95% pouco eficiente. Dos produtos testa-

    dos nas dos es descritas, podemos consi derar eficiente o

    Fenitrothion, nas doses de 150 g do i.a./ha para o C.E. e

    200 g/ha para o P.M. Como o Malation se aproxima da mor-

    talidade de 95%, podemos, baseado em testes anteriores,

    indicar que a dose de OOg do i.a./ha do Nalathion efi-

    ciente para saltes 0 instar.

    NTROLE BIOLGIcD

    Os maiores inimigos naturais dos gafanhotos s'o os

    pssaros. No Mato Grosso, onde h grande quantidade de

    garci nhas, emas e s eri emas, os pss aros podem contribuir

    para manter a populao de gafanhotos decisivamente abai-

    xo do nvel de dano.

    Foi observada uma vespa de colorao vermelha predan-

    do gafanhotos e enterrando-os (Fig. 8). Foi testado o

    fungo Metarhi zi um ani sopli ae sobre um bando de salt?es em

    40 instar. Foram pulverizados 230 g de esporos do fungo,

    21

  • em arroz, o que equivale a 230 x 10 9 esporos de M. aniso-

    pliae. Notou-se mortalidade dos saltes entre o 40 e o 7

    dias ap6s a apli caao. Verificou-se que os insetos mortos

    estavam contaminados pelo fungo, apresentando tanto hifas

    como esporos. Devido ao tempo observado para ocorrer a

    morte dos saltes, o dano que pode ocorrer neste perodo

    muito grande.

    LITERATURA CONSULTADA

    CAMPODONICO, M.J. Comprobaci6n de una segunda generaci6n

    eri tucuras de importancia econ6mica; biologa compara-

    da de tucuras dei gnero Dichropius (Orthoptera-Acri-

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    23

    Sumrio- Clique diretamente sobre o item desejado.INTRODUOMORFOLOGIA E BIOLOGIACOMPORTAMENTO E ECOLOGIAPreferncia AlimentarDistribuio Geogrfica

    CONTROLE QUMICOConcluses dos Testes Com Pulverizao Area

    CONTROLE BIOLGICOLITERATURA CONSULTADA