biblioterapia - sala de leitura salim miguel

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Trabalho feito para a disciplina do professor Francisco.

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Page 1: Biblioterapia - Sala de Leitura Salim Miguel

ISADORA DOS SANTOS GARRIDO Estudante do Curso de Biblioteconomia da

Universidade Federal de Santa Catarina

Biblioterapia – Uma experiência na Sala de Leitura Salim Miguel

Monografia apresentada à disciplina de Ética Profissional, do Curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina, ministrada pelo Prof. Dr. Francisco das Chagas de Souza, no 1º semestre de 2008.

FLORIANÓPOLIS 2008

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A leitura de um bom livro é um diálogo incessante em que o livro fala e a alma responde.

André Maurois, ensaísta francês, 1885-1967

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RESUMO Além de fazer uma breve revisão da literatura disponível acerca do tema biblioterapia, a presente monografia tem a finalidade de relatar uma curta experiência de estágio na Sala de Leitura Salim Miguel, no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC). O conceito de biblioterapia foi então definido de acordo com autoras que são referência no assunto. A descrição do modus operandi e do ambiente da Sala de Leitura Salim Miguel foi realizada para que se tenha um melhor entendimento do seu impacto na vida social não somente dos pacientes, mas também do hospital como um todo. O trabalho também mostra a importância da biblioterapia no HU-UFSC como complemento e humanização do atendimento hospitalar, o que faz com que apareçam resultados a curto e longo prazo, com relação a qualidade de vida dos então usuários-pacientes. Palavras-chave: Biblioterapia. Leitura. Internações Hospitalares. Terapia.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

2 SALA DE LEITURA SALIM MIGUEL........................................................................ 8

3 O QUE APRENDI SOBRE BIBLIOTERAPIA.......................................................... 10

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 14

REFERÊNCIAS......................................................................................................... 15

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1 Introdução

Muito se fala atualmente sobre humanização quando tange à esfera médico-

hospitalar. No entanto, pouco se faz acerca disso, tendo em vista que a área psico-

terapêutica muito teoriza, mas pouco atua efetivamente acerca dessas questões. A

iniciativa raramente parte dos profissionais formados em áreas médicas ou até mesmo

de enfermagem, tendo em vista que o trabalho que praticam é extremamente técnico e

objetivo, não visando à humanização como objetivo principal, mas sim à cura. É cada

vez mais difícil – num mundo extremamente globalizado, especializado e imediatista –

entender o que chamarei de “processos humanos” como um todo (sejam eles de qual

natureza forem), como um organismo vivo e dependente de várias funções. Enxergar

esses processos de forma holística, por assim dizer.

Entendendo que o atendimento de um hospital de grande porte como o Hospital

Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC) exerce uma

demanda muito intensa sobre os profissionais da saúde, é compreensível – em termos

– uma certa precariedade na questão da humanização. Entretanto, quando entendemos

o significado de interdisciplinaridade e enxergamos profissionais que se encaixam

nesse perfil, é possível que novos conceitos e novos campos de trabalho (ainda

inexplorados) apareçam diante de nossos olhos. De acordo com Caldin, “a biblioterapia

constitui-se em uma atividade interdisciplinar, podendo ser desenvolvida em parceria

com a biblioteconomia, a literatura, a educação, a medicina, a psicologia e a

enfermagem” (2001, p.14).

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Na área da biblioteconomia, a inderdisciplinaridade é uma característica cada

vez mais constante, tendo em vista que existem cada vez mais graduados enxergando

o curso como opção de segunda graduação ou ainda, como graduação complementar.

É o que ocorre no caso da coordenadora da Sala de Leitura Salim Miguel do Hospital

Universitário, Eva Maria Seitz, que é técnica em enfermagem há 26 anos e formada em

biblioteconomia pela UFSC há 10 anos. Com o projeto da Sala de Leitura, ela pode aliar

sua experiência de longa data como técnica em enfermagem e suas experiências

acadêmicas mais recentes em biblioteconomia (SEITZ, 2006) nas áreas de graduação e

mestrado. No entanto, apesar de existirem objetivos, pressupostos, metodologias e

técnicas acerca da biblioterapia, seu objetivo central é o da solidariedade humana.

Refletindo sobre a função da biblioterapia, Ribeiro (2006) constata:

(A biblioterapia) colabora, também, no autoconhecimento, no desenvolvimento emocional e na mudança de comportamento, provocado pela retomada no cuidado com o paciente, assim como potencializa a dimensão fraternal do cuidar, do se importar com os outros, do se colocar no lugar do outro. (grifo nosso, p. 114)

Antigamente, quando a Sala de Leitura Salim Miguel ainda não havia sido criada

e inaugurada, o “Grupo Reaja” atendia a demanda de humanização do HU com os

“Doutores da Alegria”, outra forma especializada de terapia, entendida como “Terapia

do Riso”. A aceitação e o reconhecimento da Sala de Leitura não foi de imediato, mas

hoje é possível se dizer que ela já está bem inserida no contexto do Hospital

Universitário e é visitada por pacientes e funcionários da instituição. O uso da biblioteca

por parte dos pacientes-usuários, revela-se então não uma mera ferramenta apenas

para busca da informação, pois o serviço que a Sala oferece ultrapassa a barreira da

formalidade, se aproximando mais da conversação, do cuidado, da preocupação.

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É visível que a Sala de Leitura tem trazido respostas qualitativas, diretamente

para a comunidade onde se situa (pacientes, acompanhantes e funcionários do hospital

universitário) e indiretamente para a sociedade como um todo, fomentando a cultura da

leitura de uma forma geral. A fragilidade das pessoas que se encontram internadas,

fazem com que elas se sintam mais pré-dispostas a receber atenção, e

conseqüentemente faz com que se tornem mais espontâneas e então conscientes da

coletividade.

Algo interessante a se pensar, é que deveria ser possível entender como parte

fundamental da biblioteconomia em si – não somente da biblioterapia em específico – a

“criação de uma cultura”, onde as pessoas necessariamente reconheçam o coletivo e

reconheçam também a importância do conhecimento como um todo. A isso deve

denominar-se “Sociologia da Biblioteconomia”, que seria então um dos pilares mais

abrangentes da profissão.

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2 Sala de Leitura Salim Miguel

Inaugurada em 8 de novembro de 2005, a Sala de Leitura Salim Miguel do

Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina foi criada com o

objetivo de incentivar o hábito de leitura, contribuir com o processo de humanização e

agregar valor aos serviços oferecidos pela instituição. A Sala leva o nome de Salim

Miguel, um escritor catarinense contemporâneo, de origem libanesa. De acordo com a

coordenadora do projeto, a biblioteca do HU é uma das 208 salas já implantadas em

todo o país pelo projeto “Sala de Leitura”, apoiado pelo Ministério da Cultura, por meio

da Lei Rouanet. No início de 2007, 22 Estados foram contemplados e 390 salas

iniciaram seu funcionamento. Interessante notar que projetos de bibliotecas como a

“Sala de Leitura” tem sido contemplados pelo Ministério da Cultura e não pelo Ministério

da Educação.

Em relação à infra-estrutura do ambiente, a Sala de Leitura do HU-UFSC é

pequena, porém, bem arejada e iluminada, com estantes em boas condições e ar

condicionado. Existem 2 computadores com acesso à Internet para os usuários, e 2

computadores de uso da bibliotecária e estagiária, todos em bom funcionamento. Por

hora, existe apenas uma estagiária bolsa permanência pela PRAE-UFSC (do curso de

Filosofia), mas também são aceitos estagiários voluntários. O acervo é relativamente

modesto, com quase 3 mil obras, todas cadastradas no Personal Home Library (PHL) e

classificadas pela Classificação Decimal de Dewey (CDD). De acordo como estudo

prévio feito sobre a comunidade na qual a biblioteca está inserida, chegou-se a

conclusão de que o acervo deveria limitar-se a livros de fácil leitura e apreensão como

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os livros de literatura em geral, ao contrário de livros muito técnicos, existentes em

bibliotecas universitárias e/ou especializadas.

Segundo Ribeiro (2001) faz-se necessário observar que a aplicação da

biblioterapia pressupõe um estudo da comunidade na qual ela está inserida, no caso, a

unidade de saúde, do perfil dos pacientes, sua idade, escolaridade (p. 118). São

predominantes no acervo da Sala de Leitura Salim Miguel, livros de literatura infantil,

brasileira e estrangeira, livros espíritas e de auto-ajuda, entre outros periódicos como

gibis, jornais e revistas. A maior parte do acervo é doado pela própria comunidade e por

outras instituições, tendo em vista que a Sala também tem vínculo direto com a

Associação de Amigos do Hospital Universitário (AAHU).

A comunidade a qual a biblioteca atende consiste basicamente de pacientes

internados (desde crianças até idosos), seus acompanhantes (familiares e/ou pessoas

responsáveis) e funcionários do Hospital em geral (médicos, assistentes, enfermeiras,

faxineiros). Existe um registro geral, e quem não se enquadra no contexto do hospital,

que não são pacientes, nem fazem parte do staff do HU, não pode se beneficiar dos

serviços da biblioteca. Muitos dos pacientes, quando possibilitados fisicamente, vão até

a Sala de Leitura para ler jornal, fazer o empréstimo de algum livro ou até mesmo

acessar a Internet. Mas quando isso não é possível, estagiários da Sala de Leitura

percorrem todas as unidades de internação, passando de quarto em quarto, levando o

material num carrinho. Nesse momento ocorre não só o empréstimo de livros, mas

também a conversação com os pacientes.

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3 O que aprendi sobre biblioterapia Depois de algum tempo que se trabalha num determinado ambiente, acontece de

você imprimir em sua personalidade hábitos que são típicos de sua própria vivência

profissional. Trabalhando numa biblioteca de hospital, notei que comecei a cultivar o

hábito de lavar as mãos com mais freqüência, tendo em vista que passava as manhãs

ora lidando com pacientes debilitados, ora lidando com estantes com acervo

empoeirado, com o computador, etc. A experiência de estágio de um mês (10/04 a

10/05) na Sala de Leitura Salim Miguel foi muito gratificante por me mostrar um lado da

profissão de biblioteconomia que particularmente desconhecia.

Não só o fato de aprender e entender as técnicas, entender melhor a CDD,

entender como funciona a disseminação e recuperação da informação que me chamou

a atenção, mas sim o cuidado com que Eva Seitz, a coordenadora do projeto, tinha com

os pacientes e com qualquer pessoa que visitasse ou demostrasse interesse pela Sala.

Ela exigia o mesmo tipo de cuidado e atenção por parte dos estagiários e voluntários,

muitas vezes colocando as técnicas e a organização em segundo plano. Os pacientes

sempre vinham em primeiro lugar, ainda mais quando se tratava dos mais enfermos,

que chegavam à Sala com tubos e soro intravenoso.

Relativo à popularidade da Sala, agora com quase 3 anos é que o espaço

começa a ser entendido e reconhecido verdadeiramente como terapia complementar no

processo de recuperação dos enfermos. Durante o estágio, pude observar várias

turmas de graduandos em medicina e enfermagem visitarem-na, e os professores

explicavam, com o auxílio de Eva, o porquê da existência da Sala e quais os benefícios

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que ela trazia ao hospital. Eva ainda confidenciou-me que somente esse ano que as

visitas de graduandos começaram.

Acredito que o processo de internação pode ser entendido como uma “viagem às

avessas”. Quando planejamos uma viagem, temos quase tudo planejado e em mente:

qual o período da viagem, que roupas iremos levar, que lugares iremos visitar, que

pessoas iremos ver, quanto dinheiro gastaremos e quando iremos finalmente voltar pra

casa, para nossos afazeres e funções cotidianas. Quando adoecemos, é justamente o

processo inverso: não sabemos quando iremos voltar pra casa, temos urgência com o

tratamento para então sermos tratados por pessoas que muitas vezes desconhecemos,

que usam termos que igualmente não entendemos. Interrompemos nosso cotidiano e

nossas obrigações e deixamos tudo de lado para que se inicie o processo de

recuperação e cura que, dependendo dos casos, é um tanto quanto lento.

De acordo com Seitz (2006), a hospitalização, independendo da gravidade da

doença, é um processo que causa medo e insegurança (p.156). O processo de

hospitalização é agressivo e difícil, além de favorecer a despersonalização do paciente

que, ao ser hospitalizado, passa a ser chamado pelo nome da doença a qual motivou

sua hospitalização (p. 163). É muito difícil pra qualquer pessoa que se encontra numa

situação de fragilidade, sentir-se bem emocionalmente num ambiente tão asséptico e

privado de escolhas.

Os hospitais são estruturados de modo a facilitar o trabalho dos profissionais, favorecendo o tratamento eficiente a um grande número de pacientes. Por conseguinte, os pacientes são distribuídos por unidades de acordo com seu diagnóstico e, então, são submetidos a normas e rotinas rígidas e inflexíveis, favorecendo um ambiente de solidão e isolamento que geram, dentre outros sentimentos, ansiedade, angústia e insegurança. (SEITZ, 2006, p. 156)

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É possível compreender que o Brasil não é exatamente um país de leitores, e

que a leitura, para muitos hoje em dia é vista como “entediante”, ou que “é muito difícil

ler um livro muito grosso”. Logo, poderia-se imaginar que “a biblioterapia não

funcionaria” num contexto como este. Mas ao contrário do que se supõe e imagina, de

acordo com Ribeiro, esse momento de fragilidade é bastante acolhedor para derrubar

as barreiras existentes sobre a leitura, por vezes, considerada aborrecida ou

desinteressante (p.118-119).

Também acredito fortemente que a profissão bibliotecária tem o dever de

fomentar o prazer da leitura e também a educação, seja qual for a área em que

trabalhemos. Podemos e devemos mostrar às pessoas um outro mundo, o mundo dos

livros e das histórias, dos autores e seus conhecimentos, criando uma cultura de leitura,

e despertando o interesse do público com que (e para quem) trabalhamos. Nosso

interesse está nas pessoas, na estimulação do saber e o nosso papel é o de agentes

transformadores da vida e do cotidiano humano, para assim, presenciarmos uma

transformação posterior na sociedade como um todo, a longo prazo. O processo

biblioterapeutico propicia a edificação do aprendizado e colabora na formação e na

transformação do indivíduo. (NASCIMENTO; ROSEMBERG, p. 6).

Se formos verificar a aceitação do método de biblioterapia (SEITZ, 2006),

podemos entender que, embora existam constatações como “leitores poucos

habilitados” ou uma provável “falta de interesse por parte das pessoas”, ela é bem

aceita e na verdade até muito esperada pelos pacientes de forma geral. Toda pessoa

que se encontra fragilizada, seja emocionalmente ou por motivo de doença, necessita

não só de cuidados especiais, como também de um pouco de atenção apenas. Um

entendimento básico na biblioterapia exercida em ambiente hospitalar é o de que não

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devemos demostrar repulsa, compaixão ou medo de contágio (CALDIN, 2002, p.7), mas

sim, estarmos abertos ao diálogo e à interação.

De acordo com Ribeiro (2006), a biblioterapia tem sido uma grande contribuição

terapêutica por minimizar os sentimentos de angústia, isolamento, fragilidade física e

emocional decorrentes da internação (p. 113). Caroline Shrodes foi a primeira PhD em

Biblioterapia e é citada por muitos autores que buscam por conhecimento nessa área.

Shrodes (apud RIBEIRO, p. 116) definiu em 1949, um conceito básico de biblioterapia,

que seria “a prescrição de materiais de leitura que auxiliam o desenvolvimento da

maturidade e que nutrem e mantêm a saúde mental”. Podemos verificar como principais

objetivos da biblioterapia:

(...) Permitir ao leitor verificar que há mais de uma solução para seu problema; auxiliar o leitor a verificar suas emoções em paralelo às emoções dos outros; ajudar o leitor a pensar na experiência vicária em termos humanos e não materiais; proporcionar informações necessárias para a solução dos problemas, e, encorajar o leitor a encarar sua situação de forma realista de forma a conduzir à ação. (CALDIN, 2001, p. 2-3)

Além da catarse, existem outros “componentes biblioterapêuticos” (CALDIN, p.8-

10) que compõem uma seção de biblioterapia, e entre eles estão: o humor, a

identificação, a introjeção, a projeção e a instrospecção. A biblioterapia ainda atinge

funções um tanto quanto sutis como o melhor entendimento das emoções; verbalizar e

exteriorizar os problemas; afastar a sensação de isolamento; aferir valores; realizar

movimentos criativos e estimular novos interesses (CALDIN, p. 3). Em suma, a

experiência biblioterapeutica também se faz presente em prisões, asilos e no

tratamento de problemas psicológicos em crianças, jovens, adultos deficientes físicos,

doentes crônicos e viciados.

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4 Resultados Segundo Eva Maria Seitz (2006), os requisitos básicos para que os pacientes

tenham pleno acesso à Sala de Leitura são: estar internado no HU-UFSC, estar lúcido,

orientado e não vulnerável; e participar voluntariamente (p. 160-161). Além de

observarmos a aceitação do método biblioterapeutico em ambiente hospitalar por parte

dos pacientes, foi possível perceber também aceitação por parte da própria equipe

médica e de enfermagem, fazendo assim com que todos estejam a par não só da

existência da Sala, como também da biblioterapia e de como ela funciona.

Observa-se que, cada vez mais, o fator emocional é levado em conta na luta

contra as enfermidades e a humanização vem revolucionando os antigos métodos de

tratamento (CALDIN, p. 4). É preciso que olhemos as pessoas e seus processos de

forma holística, entendendo as situações e circunstâncias sobre várias perspectivas

diferentes, atuando sobre elas e transformando-as. Se a conversação é bem aceita, ela

é apenas um passo para a aceitação da leitura, basta fazer com que o paciente se

intere deste mundo literário. A leitura, portanto, vai além da pura decodificação de

signos lingüísticos, pois se torna uma prática voltada para o social. Trata-se de práticas

leitoras, em que são utilizados textos verbais e não verbais para atuarem como apoio

no processo de tratamento (NASCIMENTO; ROSEMBERG, p. 3).

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REFERÊNCIAS CALDIN, Clarice Fortkamp. A leitura como função terapêutica: biblioterapia. Encontros Bibli. Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Florianópolis, n.12, dez. 2001. Disponível em: <http://www.encontros-bibli.ufsc.br/Edicao_12/caldin.pdf>. Acesso em: 05 jun.2008.

______. Biblioterapia para crianças internadas no hospital universitário da UFSC: uma experiência. Encontros Bibli Revista Eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Florianópolis, n.14, out. 2002.

NASCIMENTO, Geovana Mascarenhas do; ROSEMBERG, Dulcinea Sarmento. A biblioterapia no tratamento de enfermos hospitalizados. Informação & Informação. Londrina, v. 12, n.1., jan/jun, 2007.

RIBEIRO, Gizele. Biblioterapia: uma proposta para adolescentes internados em enfermarias de hospitais públicos. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Campinas, v.3 , n. 2., p. 112-116, jan/jun. 2006. Disponível em

<http://server01.bc.unicamp.br/seer/ojs/viewarticle.php?id=45>. Acesso em: 10 jun. 2008.

SEITZ, Eva Maria. Biblioterapia: uma experiência com pacientes internados em clínicas médicas. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina. Florianópolis, v. 11., n. 1. , p. 155-170, jan/jul, 2006.

SOUZA, Francisco das Chagas de. Escrevendo e normatizando trabalhos acadêmicos; um guia metodológico. 2. ed. - Florianópolis : Ed. da UFSC, 2001. 165 p.